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Vidas Secas

Arquivo para aula sobre livro Vidas Secas

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Vidas Secas

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Tipos de narrador

No romance "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, encontramos a narração em terceira pessoa, com narrador onisciente. Podemos encontrar muitas vezes os discursos indiretos livres. É o próprio narrador que revela o interior dos personagens através de monólogos interiores. O foco narrativo ganha destaque ao converter em palavras os anseios e pensamentos das personagens.

"... Aí, a coleira diminuiu e Fabiano teve pena". (Cap. 01 – Mudança)

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Tempo de narrativa

O tempo de narrativa medeia duas secas. A primeira que traz a família para a fazenda e a segunda que a leva para o Sul. Mesmo possuindo algumas referências cronológicas na obra, o tempo é psicológico e circular.

"... Sinhá Vitória é saudosista. Lembra-se de acontecimentos antigos, até ser despertada pelo grito da ave e ter a idéia de transformá-la em alimento". (Cap. 01 – Mudança)

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Espaço da narrativa

O espaço é físico, refere-se ao sertão nordestino, descrito com precisão pelo autor.

"... na lagoa seca, torrada, coberta de caatingas e capões de mato". (Cap. 11 – O soldado Amarelo)

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Personagem Protagonista

Fabiano – Nordestino pobre, marido de Sinhá Vitória, pai de dois filhos. Procura trabalho desesperadamente, bebe muito e perde dinheiro no jogo. Possui grandes dificuldades lingüísticas, mas é consciente delas. Homem bruto com dificuldade de se expressar, possui atitudes selvagens. Por não saber se expressar entra num processo de isolamento, aproximando-se dos animais, com os quais se identifica melhor.

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Personagem antagonista

Soldado Amarelo – Corrupto, oportunista e medroso, o Soldado Amarelo é símbolo de repressão e do autoritarismo pelo qual é comandado (ditadura Vargas), porém não é forte sozinho; sem as ordens da ditadura, é fraco e acovarda-se diante de Fabiano.

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Persongens secundários

Sinhá Vitória – Mulher de Fabiano, sofrida, mãe de dois filhos, lutadora, sonhadora e inconformada com a miséria em que vive, trabalha muito. É a mais inteligente de todos controlando assim as contas e os sonhos de todos.

Filho mais novo e Filho mais velho – São crianças pobres e sofridas que não tem noção da miséria em que vivem. O mais novo vê no pai um ídolo, sonha sobressair-se realizando algo, enquanto o mais velho é curioso, querendo saber o significado da palavra inferno, desvendar a vida e ter amigos.

O dono da fazenda – Contrata Fabiano para trabalhar em sua fazenda, desonesto, explorava seus empregados.

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Personagens secundários

O dono da fazenda – Contrata Fabiano para trabalhar em sua fazenda, desonesto, explorava seus empregados.

O fiscal da prefeitura – Intolerante e explorador.

Baleia – Cadela da família, tratada como gente, humanizada em vários momentos e muito querida das crianças.

Tomás de Bolandeira - Aparece somente por meio de evocações, é tido como referência por Fabiano e Sinhá Vitória.

Seu Inácio – Dono do bar.

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EnredoA história em Vidas Secas começa com a fuga de uma família nordestina fugindo da seca do sertão. Fabiano, o pai da família, é um vaqueiro com dificuldade de se expressar. Não tem aspirações esperanças de vida. Sinhá Vitória é a mãe, é mais "madura" do que seu marido Fabiano, também não se conforma com sua situação miserável, e sonha com uma cama de ouro como a de Tomás de Bolandeira. Os dois filhos e a cadela Baleia acabam por concluir essa família.

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Importância do livro

O romance Vidas Secas, publicado em 1938, consegue a proeza de apresentar de maneira sintética uma visão da sociedade brasileira em seus níveis mais profundos. Há a dimensão social da exploração e da opressão política. Há a dimensão psicológica da repressão, fazendo surgir indivíduos marcados pela introspecção. E há, por fim, a dimensão natural da seca, flagelo nordestino.

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Sobre o autor

Graciliano Ramos (1892-1953) nasceu em Quebrângulo, Alagoas. Estudou em Maceió, mas não cursou nenhuma faculdade. Após breve estada no Rio de Janeiro como revisor dos jornais "Correio da Manhã e A Tarde", passou a fazer jornalismo e política elegendo-se prefeito em 1927.

Foi preso em 1936 sob acusação de comunista e nesta fase escreveu "Memórias do Cárcere", um sério depoimento sobre a realidade brasileira. Depois do cárcere morou no Rio de Janeiro. Em 1945, integrou-se no Partido Comunista Brasileiro.

Graciliano estreou em 1933 com "Caetés", mas é São Berdado, verdadeira obra prima da literatura brasileira. Depois vieram "Angustia" (1936) e Vidas Secas (1938) inspirando-se em Machado de Assis.