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3001 Questões Comentadas de D. Constitucional/ESAF Prof a . Nádia Carolina – Aula 00 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 76 AULA 00: Constituição: Conceito. Classificação. Aplicabilidade e Interpretação das Normas Constitucionais. Poder Constituinte: Conceito. Finalidade. Titularidade e Espécies. SUMÁRIO PÁGINA 1-Apresentação Inicial e Cronograma 1-2 2-Questões Comentadas 3-55 3-Lista de Questões 56-72 4-Gabarito 73-76 Olá, meu amigo (a) concurseiro(a)! Meu nome é Nádia Carolina. Fui aprovada em vários concursos, dentre os quais se destacam os de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2010), tendo obtido o 14 o lugar nacional e de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil (2010), em que obtive o 16 o lugar nacional. Atualmente ocupo o cargo de Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil e sou professora do Estratégia (das 18 horas às 8 da manhã). Também publico artigos regularmente no site Eu Vou Passar. Chega de falar de mim! Tratemos do principal: nosso curso. Este curso visa a preparar você para resolver todas as provas objetivas de Direito Constitucional da ESAF. Com o objetivo de facilitar a compreensão dos temas, a maior parte das questões de múltipla escolha será utilizada no formato certo/errado. Isso porque as bancas muitas vezes cobram diversos assuntos em uma questão só, e a manutenção do modelo inicial da questão dificultaria a organização deste curso. Trata-se de material indispensável para as provas de ATRFB, AFRFB e AFT! Com a publicação do edital da Receita Federal, reorganizamos nosso cronograma, adiantando a entrega de todas as aulas. Confira: Aulas Tópicos abordados Data Aula 00 Constituição. Conceito. Classificação. Aplicabilidade e Interpretação das Normas Constitucionais. Poder Constituinte. Conceito, Finalidade, Titularidade e Espécies. - Aula 01 Princípios Fundamentais. Direitos e Garantias Fundamentais (Parte I) 17/07 Aula 02 Direitos e Garantias Fundamentais (Parte II). 31/07 Aula 03 Direitos Sociais. Nacionalidade. Direitos Políticos. Organização Nacional (União, Estados, Distrito 06/08

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AULA 00: Constituição: Conceito. Classificação.

Aplicabilidade e Interpretação das Normas

Constitucionais. Poder Constituinte: Conceito.

Finalidade. Titularidade e Espécies.

SUMÁRIO PÁGINA

1-Apresentação Inicial e Cronograma 1-2

2-Questões Comentadas 3-55

3-Lista de Questões 56-72

4-Gabarito 73-76

Olá, meu amigo (a) concurseiro(a)!

Meu nome é Nádia Carolina. Fui aprovada em vários concursos, dentre os quais se destacam os de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (2010),

tendo obtido o 14o lugar nacional e de Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil (2010), em que obtive o 16o lugar nacional. Atualmente ocupo o cargo

de Auditora-Fiscal da Receita Federal do Brasil e sou professora do Estratégia (das 18 horas às 8 da manhã). Também publico artigos regularmente no site

Eu Vou Passar.

Chega de falar de mim! Tratemos do principal: nosso curso.

Este curso visa a preparar você para resolver todas as provas objetivas

de Direito Constitucional da ESAF. Com o objetivo de facilitar a compreensão dos temas, a maior parte das questões de múltipla escolha será utilizada no

formato certo/errado. Isso porque as bancas muitas vezes cobram diversos assuntos em uma questão só, e a manutenção do modelo inicial da questão

dificultaria a organização deste curso.

Trata-se de material indispensável para as provas de ATRFB,

AFRFB e AFT! Com a publicação do edital da Receita Federal, reorganizamos nosso cronograma, adiantando a entrega de todas as aulas. Confira:

Aulas Tópicos abordados Data

Aula 00 Constituição. Conceito. Classificação. Aplicabilidade

e Interpretação das Normas Constitucionais. Poder Constituinte. Conceito, Finalidade, Titularidade e

Espécies.

-

Aula 01 Princípios Fundamentais. Direitos e Garantias

Fundamentais (Parte I)

17/07

Aula 02 Direitos e Garantias Fundamentais (Parte II). 31/07

Aula 03 Direitos Sociais. Nacionalidade. Direitos Políticos.

Organização Nacional (União, Estados, Distrito

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Federal e Municípios). Competências.

Aula 04 Poder Legislativo. Processo Legislativo. Reforma da

Constituição. Controles Interno e Externo. Tribunais de Contas. Poder Executivo. Poder Judiciário.

20/08

Aula 05 Administração Pública. Da Ordem Social. Da Ordem Econômica.

27/08

Aula 06 Supremacia da Constituição. Controle de

Constitucionalidade.

10/09

As questões utilizadas em cada aula serão colocadas ao final do arquivo,

de modo que você possa tentar resolvê-las antes de ler o comentário a elas referente ou utilizá-las como ferramentas de revisão rápida na “reta final” de

preparação para o concurso.

Finalmente, gostaria de convidá-lo, caro (a) aluno(a) a participar ativamente do curso. Sinta-se à vontade para enviar suas dúvidas no e-mail

[email protected]

Após esta breve explicação sobre o curso, vamos à aula 00...

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I. Conceito de Constituição

1. (ESAF/2007/PGFN) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da

unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta

perspectiva materializante, a ideia de rigidez de todas as regras.

Comentários:

Para Lassalle, a Constituição é fruto da soma dos fatores reais de poder.

Segundo o autor, em um país existem duas Constituições: uma real, efetiva, correspondente à soma dos fatores reais de poder que regem este país e

outra, escrita, que consiste apenas numa “folha de papel”. No caso de conflito entre as duas, prevaleceria a primeira. Questão incorreta.

2. (ESAF/2007/PGFN) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é

dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente

interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta

perspectiva materializante, a ideia de rigidez de todas as regras.

Comentários:

Nada disso! Lassalle tinha como preocupação o sentido sociológico, e não político, de constituição. Para ele, a Constituição é fruto da soma dos fatores

reais de poder. Questão incorreta.

3. (ESAF/2006/ENAP) Na concepção sociológica, defendida por

Ferdinand Lassale, a Constituição seria o resultado de uma lenta formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-

políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado.

Comentários:

Na concepção sociológica de Constituição, defendida por Ferdinand Lassalle, a Constituição é resultado dos fatores reais de poder que regem uma

sociedade. Esses fatores constituem uma força ativa e eficaz que, por força de uma necessidade, informa todas as leis e instituições jurídicas vigentes no

país, determinando que elas sejam o que realmente são.

Na época de Lassalle, esses fatores foram enumerados por ele como

sendo a monarquia, a aristocracia, a grande burguesia, os banqueiros, a pequena burguesia e a classe operária, que compunham parte de Constituição,

por ele denominada Constituição real e efetiva. Esta se distinguiria da Constituição jurídica porque, enquanto a real e efetiva representaria as

relações de poder efetivamente existentes em uma sociedade (verdadeira Constituição), as normas constitucionais vigentes (Constituição escrita) seria

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mera folha de papel, que deveria corresponder à Constituição real, sob pena

de ilegitimidade. Existindo o divórcio entre essas duas formas de Constituição, a escrita estaria liquidada, sucumbindo, necessariamente, às verdadeiras

forças reais do país.

Questão incorreta.

4. (ESAF/2005/STN) Na concepção de constituição em seu sentido

político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez

que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado.

Comentários:

Pelo contrário! Schmitt estabelece uma distinção entre constituição e leis constitucionais. A primeira, segundo ele, dispõe apenas sobre matérias de

grande relevância jurídica (decisões políticas fundamentais), como é o caso da organização do Estado, por exemplo. As segundas, por sua vez, seriam normas

que fazem parte formalmente do texto constitucional, mas que tratam de

assuntos de menor importância. Desse modo, é na constituição que se materializa a decisão política fundamental do Estado. Questão incorreta.

5. (ESAF/2007/PGFN) Carl Schmitt, principal protagonista da

corrente doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem Constituição, isso porque toda sociedade politicamente

organizada contém uma estrutura mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade não é a Constituição real e efetiva,

mas as Constituições escritas.

Comentários:

De fato, Schmitt faz parte da corrente decisionista, que busca entender o

sentido político da Constituição, por ele considerada decisão política fundamental. Entretanto, diferentemente do que diz o enunciado, o autor tinha

como preocupação o conteúdo das normas constitucionais, não a sua forma. Questão incorreta.

6. (ESAF/2005/Estado RN/Auditor Fiscal) A constituição em sentido político pode ser entendida como a fundamentação lógico-política de

validade das normas constitucionais positivas.

Comentários:

Importante concepção de Constituição foi a preconizada por Hans Kelsen,

criador da Teoria Pura do Direito. Para ele, a Constituição deve ser considerada apenas como norma, sem qualquer consideração de cunho sociológico, político

ou filosófico. Kelsen avalia a Constituição a partir de dois sentidos: o lógico-jurídico e o jurídico-positivo.

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No sentido lógico-jurídico, a Constituição é a norma fundamental

hipotética (não real, mas sim imaginada, pressuposta) que serve como fundamento lógico transcendental da validade da Constituição em sentido

jurídico-positivo. Esta norma não possui um enunciado explícito, consistindo apenas numa ordem, dirigida a todos, de obediência à Constituição positiva.

Assim, no sistema proposto por Kelsen, o fundamento de validade das normas

está na hierarquia entre elas. Todas as normas legais teriam, portanto, fundamento na Constituição positiva, que, por sua vez, se apoiaria na norma

fundamental.

Já no sentido jurídico-positivo a Constituição é a norma positiva suprema, que serve para regular a criação de todas as outras. É documento

solene, cujo texto só pode ser alterado mediante procedimento especial. No Brasil, esta Constituição é, atualmente, a de 1988 (CF/88).

Desse modo, é no sentido lógico-jurídico de Constituição, preconizado por Kelsen, que esta é entendida como fundamento de validade de todas as

demais normas do ordenamento jurídico. O examinador “fez a maior bagunça” no enunciado para confundir você! Questão incorreta.

7. (ESAF/2003/AFT) Para Hans Kelsen, a norma fundamental, fato

imaterial instaurador do processo de criação das normas positivas, seria a constituição em seu sentido lógico-jurídico.

Comentários:

O enunciado sintetiza o sentido lógico-jurídico de Constituição. Questão correta.

II. A Pirâmide de Kelsen

8. (ESAF/2005/STN) Em razão da superioridade hierárquica da lei complementar sobre a lei ordinária, a disciplina de uma matéria, por

lei complementar, ainda que ela não esteja reservada a essa espécie de instrumento normativo, impede que ela venha a ser disciplinada de

forma distinta em lei ordinária.

Comentários:

A pirâmide de Kelsen tem a Constituição e as emendas constitucionais

como seu vértice (topo), por serem fundamento de validade de todas as demais normas do sistema. Assim, nenhuma norma do ordenamento jurídico

pode se opor à Constituição: ela é superior a todas as demais normas jurídicas, que são, por isso mesmo, denominadas infraconstitucionais.

As normas imediatamente abaixo da Constituição (infraconstitucionais) são as leis (complementares, ordinárias e delegadas), as medidas provisórias,

os decretos legislativos, as resoluções legislativas, os tratados internacionais em geral incorporados ao ordenamento jurídico e os decretos autônomos.

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Todas essas normas serão estudadas em detalhes em aula futura, não se

preocupe! Neste momento, quero apenas que você guarde quais são as normas infraconstitucionais e que elas não possuem hierarquia entre si,

segundo doutrina majoritária. Essas normas são primárias, sendo capazes de gerar direitos e criar obrigações, desde que não contrariem a Constituição.

Nesse sentido, tem-se o entendimento do Supremo de que a lei complementar não é hierarquicamente superior à lei ordinária. Ambas têm

campos de atuação diversos, a matéria (conteúdo) é diferente. No caso de matéria disciplinada por lei formalmente complementar, mas não submetida à

reserva constitucional de lei complementar, eventuais alterações desse diploma legislativo podem ocorrer mediante simples lei ordinária. Isso porque

a lei complementar será, materialmente, ordinária, subsumindo-se ao regime constitucional dessa lei 1.

Finalmente, abaixo das leis encontram-se as normas infralegais. Elas são normas secundárias, não tendo poder de gerar direitos, nem, tampouco, de

impor obrigações. Não podem contrariar as normas primárias, sob pena de invalidade. É o caso das portarias, das instruções normativas, dentre outras.

Questão incorreta.

9. (ESAF/2002/STN) As emendas à Constituição têm status hierárquico inferior às normas da Constituição elaboradas pelo próprio

poder constituinte originário.

Comentários:

Tanto as emendas à Constituição quanto as normas constitucionais

originárias apresentam o mesmo “status”, situando-se no topo da Pirâmide de Kelsen. Questão incorreta.

10. (ESAF/2006/MTE) Aos tratados sobre direitos humanos, em

vigor no plano internacional e interno, a Constituição Federal assegura hierarquia de norma constitucional.

Comentários:

A partir da Emenda Constitucional no 45 de 2004, os tratados e convenções internacionais aprovados em cada Casa do Congresso Nacional

(Câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, passaram a ser equivalentes às emendas

constitucionais. Situam-se, portanto, no topo da pirâmide de Kelsen, tendo “status” de emenda constitucional. Questão incorreta.

11. (ESAF/2005/STN) Os tratados internacionais, dentro da hierarquia das normas, serão sempre equiparados à lei ordinária.

1 AI 467822 RS, 04.04.11.

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Comentários:

Alguns tratados sobre direitos humanos têm, segundo o STF, hierarquia supralegal, por terem sido internalizados pelo rito comum2. Outros,

internalizados com o rito próprio de emendas constitucionais, se equiparam às emendas constitucionais. Por fim, os demais tratados internacionais, que não

tratam de direitos humanos, são equiparados à lei ordinária. Questão incorreta.

12. (ESAF/2004/CGU) Segundo a jurisprudência do STF, se uma lei

complementar disciplinar uma matéria não reservada a esse tipo de instrumento normativo, pelo princípio da hierarquia das leis, não

poderá uma lei ordinária disciplinar tal matéria.

Comentário

Nesse caso, a lei complementar será tida como materialmente ordinária,

podendo esta última revogá-la. Questão incorreta.

13. (ESAF/2007/PGFN) É válida a revogação por lei ordinária de

dispositivo formalmente inserido em lei complementar, cuja matéria disciplinada não estava constitucionalmente reservada a esta última.

Comentários:

De fato, no caso de dispositivo formalmente inserido em lei complementar, cuja matéria não foi reservada a esse instrumento normativo

pela Constituição, é possível sua revogação por lei ordinária. Isso porque essa lei, embora formalmente complementar, será tida como materialmente

ordinária. Questão correta.

14. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) Lei ordinária que regulamentou matéria atribuída pela Constituição à lei complementar é formal e

materialmente inconstitucional, independentemente de apreciação e

julgamento pelo Supremo Tribunal Federal.

Comentários:

De fato, como a lei complementar apresenta processo legislativo mais dificultoso que o da lei ordinária, se a última disciplinar matéria reservada à

primeira, será considerada inválida (inconstitucional). Entretanto,

diferentemente do que diz o enunciado, essa inconstitucionalidade, entretanto, depende de apreciação e julgamento pelo STF, devido ao princípio da

presunção de legitimidade das leis. Questão incorreta.

15. (ESAF/2003/Ministério do Trabalho/AFT) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), a distinção entre a

2 Súmula vinculante no 25, STF; RE 627217 SC, j. 10.05.2012, Rel. Min. Dias Toffoli.

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lei complementar e a lei ordinária não se situa no plano da hierarquia,

mas no da reserva de matéria.

Comentários:

De fato, esse é o entendimento do STF3. Questão correta.

16. (ESAF/2003/Prefeitura de Recife) Por força do princípio da

hierarquia das leis, sempre que uma lei municipal estiver em conflito

com uma lei votada na Assembleia Legislativa do Estado em que o Município se situa, a lei municipal deverá ser tida como

inconstitucional.

Comentários:

Não há hierarquia entre as leis dos diferentes entes federativos, mas sim

uma divisão de competências pela Constituição. Questão incorreta.

17. (ESAF/2003/TCE-PR) Por força do princípio da hierarquia das leis, sempre que uma lei municipal estiver em conflito com uma lei

votada na Assembleia Legislativa do Estado em que o Município se situa, a lei municipal deverá ser tida como inconstitucional.

Comentários:

Não há hierarquia entre lei estadual e municipal, mas mera divisão de competências. Se o Município tiver competência para dispor a respeito da

matéria, a lei municipal será considerada válida. Questão incorreta.

18. (ESAF/2003/MPOG) A lei federal, qualquer que seja o seu

conteúdo, há de prevalecer sobre a lei estadual ou municipal que lhe seja contrária.

Comentários:

Não há tal relação de hierarquia. A lei estadual ou a municipal

prevalecerão sobre a federal, se a competência para tratar do assunto a que se

referirem tiver sido atribuída, respectivamente, aos Estados ou aos Municípios. Questão incorreta.

19. (ESAF/2002/MRE) As normas da Constituição Federal

produzidas pelo Poder Constituinte originário têm o mesmo nível hierárquico das leis complementares.

Comentários:

3 AI 467822 RS, 04.04.11.

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A Constituição é hierarquicamente superior a todas as leis, situando-se

no topo da Pirâmide de Kelsen. Questão incorreta.

20. (ESAF/2003/MPOG) Na Federação brasileira, a Constituição do

Estado-membro tem o mesmo status hierárquico da Constituição Federal.

Comentários:

A Constituição Federal é fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico, sendo superior a todas as demais normas, inclusive às Constituições

estaduais. Questão incorreta.

21. (ESAF/2002/MRE) As normas da Constituição resultantes do Poder Constituinte originário são hierarquicamente superiores às

normas da Constituição resultantes de emenda à Constituição.

Comentários:

As normas constitucionais originárias têm o mesmo “status” das

emendas constitucionais. Questão incorreta.

22. (ESAF/2003/Auditor-Fiscal da Receita Federal) Os princípios da

Constituição que se classificam como cláusulas pétreas são hierarquicamente superiores às demais normas concebidas pelo poder

constituinte originário.

Comentários:

Todas as normas constitucionais apresentam o mesmo “status”,

independentemente do seu conteúdo. Assim, as cláusulas pétreas são iguais a todas as demais normas do texto constitucional. Questão incorreta.

23. (ESAF/2002/STN) As normas que constituem cláusulas pétreas

são hierarquicamente superiores aos demais dispositivos constitucionais.

Comentários:

As cláusulas pétreas apresentam a mesma hierarquia das demais normas constitucionais. Questão incorreta.

24. (ESAF/2002/MPOG) No texto da Constituição Federal de 1988, há

diferença hierárquica entre normas definidas como cláusulas pétreas

e as demais normas do Estatuto Político.

Comentários:

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Não há diferença hierárquica entre as normas constantes da

Constituição. Questão incorreta.

25. (ESAF/2002/STN) Normas que constituem cláusulas pétreas têm

status hierárquico superior ao das demais normas constantes do texto constitucional.

Comentários:

Todas as normas constitucionais apresentam o mesmo “status”, independentemente de seu conteúdo. Questão incorreta.

26. (ESAF/2002/MRE) Uma medida provisória tem menor status

hierárquico do que uma lei ordinária.

Comentários:

Ambas têm o mesmo “status”, situando-se logo abaixo da Constituição.

Questão incorreta.

27. (ESAF/2002/MRE) A lei complementar tem o mesmo status hierárquico da emenda à Constituição.

Comentários:

A emenda à Constituição se situa no topo da pirâmide de Kelsen, tendo hierarquia superior à da lei complementar. Questão incorreta.

28. (ESAF/2002/MRE) O tratado internacional não tem o mesmo status hierárquico de uma emenda à Constituição.

Comentários:

De fato, em regra o tratado internacional tem “status” de lei ordinária. Somente excepcionalmente adquirirá “status” de emenda à Constituição

(tratados sobre direitos humanos internalizados com rito próprio de emenda). Questão correta.

29. (ESAF/2002/MPOG) Segundo a visão pacificada da doutrina e da

jurisprudência, os tratados de que o Brasil faz parte, versando direitos individuais, têm a mesma estatura hierárquica das normas

constitucionais.

Comentários:

Os tratados sobre direitos humanos, em regra, têm “status” supralegal,

segundo entendimento do STF. Somente aqueles internalizados com rito próprio de emendas constitucional terão “status” de norma constitucional.

Questão incorreta.

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30. (ESAF/2002/MPOG) No texto da Constituição Federal de 1988,

há diferença hierárquica entre normas estatuídas pelo poder constituinte originário e normas acrescentadas ao texto original por

meio de emenda constitucional.

Comentários:

Não há diferença hierárquica entre as normas constitucionais, sejam elas

editadas pelo Poder Constituinte Originário ou pelo Derivado. Questão incorreta.

31. (ESAF/2002/MPOG) Leis ordinárias, leis delegadas, decretos legislativos e medidas provisórias situam-se no mesmo patamar no

que tange à hierarquia das normas jurídicas.

Comentários:

De fato, todas elas têm o mesmo “status”. Questão correta.

32. (ESAF/2002/MPOG) O legislador é livre para tratar por meio de

lei complementar de qualquer assunto que entenda que, pela sua importância, mereça ser protegido contra mudanças decorrentes do

processo legislativo mais simplificado, próprio das leis ordinárias.

Comentários:

Cabe ao legislador constituinte determinar as matérias de competência

da lei complementar; Questão incorreta.

33. (ESAF/2001/SFC) As leis federais são, por definição, superiores

hierarquicamente às leis estaduais.

Comentários:

Não há diferença hierárquica entre leis federais e estaduais. Questão incorreta.

34. (ESAF/2001/SFC) Não existe hierarquia entre as normas do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988 e

as normas que compõem o corpo principal da mesma Constituição.

Comentários:

As normas do ADCT têm, de fato, o mesmo “status” das demais normas

constitucionais. Questão correta.

35. (ESAF/2001/SFC) As emendas à Constituição são hierarquicamente inferiores às normas da Constituição editadas pelo

Poder Constituinte originário.

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Comentários:

Não há diferença hierárquica entre as normas constitucionais originárias e as emendas à Constituição. Questão incorreta.

36. (ESAF/2000/TCU) A Constituição estabelece uma hierarquia

entre as normas, em que as emendas à Constituição estão em patamar mais elevado, vindo em seguida as leis complementares, que são

hierarquicamente superiores às leis ordinárias, que, por seu turno, são hierarquicamente superiores aos decretos legislativos.

Comentários:

De fato, as emendas constitucionais são hierarquicamente superiores às leis complementares. Entretanto, leis complementares, leis ordinárias e

decretos legislativos têm a mesma hierarquia, ocupando o mesmo patamar na pirâmide de Kelsen. Questão incorreta.

III. Classificação das Constituições

37. (ESAF/2007/PGFN) As constituições outorgadas não são precedidas de atos de manifestação livre da representatividade

popular e assim podem ser consideradas as Constituições brasileiras de 1824, 1937 e a de 1967, com a Emenda Constitucional n. 01 de

1969.

Comentários:

Quanto à origem, as Constituições se classificam em:

Outorgadas: são aquelas impostas, que surgem sem participação popular. Resultam de ato unilateral de vontade da classe ou pessoa dominante

no sentido de limitar seu próprio poder, por meio da outorga de um texto constitucional. Exemplos: Constituições brasileiras de 1824, 1937 e 1967.

Democráticas (populares ou promulgadas): nascem com participação popular, por processo democrático. Exemplos: Constituições brasileiras de

1891, 1934, 1946 e 1988. Cesaristas: são outorgadas, mas necessitam de referendo popular.

Objetivam apenas a legitimação do detentor do poder.

Questão correta.

38. (ESAF/2009/MPOG) São classificadas como dogmáticas, escritas

e outorgadas as constituições que se originam de um órgão constituinte composto por representantes do povo eleitos para o fim

de as elaborar e estabelecer, das quais são exemplos as Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.

Comentários:

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Essas constituições são classificadas como democráticas, por se

originarem de um órgão constituinte composto por representantes do povo eleitos para o fim de as elaborar e estabelecer. Questão incorreta.

39. (ESAF/2006/IRB) Uma constituição é classificada como popular, quanto à origem, quando se origina de um órgão constituinte

composto de representantes do povo.

Comentários:

Trata-se da também chamada constituição democrática. Questão

correta.

40. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Chama-se Constituição outorgada aquela que é votada pelos representantes do povo especialmente

convocados para elaborar o novo Estatuto Político.

Comentários:

É a constituição democrática ou popular que se caracteriza por ser

votada por representantes do povo especialmente convocados para elaborá-la. Questão incorreta.

41. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) No que se refere à origem, a Constituição Federal de 1988 é considerada outorgada, haja vista ser proveniente

de um órgão constituinte composto de representantes eleitos pelo povo.

Comentários:

A CF/88, quanto à origem, é democrática, uma vez que provém de um órgão constituinte composto de representantes do povo. Questão incorreta.

42. (ESAF/2004/CGU) As constituições outorgadas, sob a ótica

jurídica, decorrem de um ato unilateral de uma vontade política soberana e, em sentido político, encerram uma limitação ao poder

absoluto que esta vontade detinha antes de promover a outorga de um texto constitucional.

Comentários:

De fato, as constituições outorgadas, juridicamente, decorrem de ato unilateral do detentor do poder político e, no sentido político, encerram uma

limitação do poder por seu próprio detentor. Questão correta.

43. (ESAF/2009/Receita Federal/Auditor-Fiscal) A constituição escrita, também denominada de constituição instrumental, aponta

efeito racionalizador, estabilizante, de segurança jurídica e de

calculabilidade e publicidade.

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Comentários:

No que concerne à forma, as Constituições podem ser escritas ou não escritas:

Escritas ou instrumentais: conjunto de normas sistematizadas em

documentos solenes, elaborados pelo órgão constituinte, com o propósito de fixar a organização fundamental do Estado. Subdividem-se em codificadas ou

unitárias (quando suas normas se encontram em um único texto) ou legais, variadas ou pluritextuais (quando suas normas se encontram em documentos

diversos). A Constituição de 1988 é escrita e codificada. Não escritas, costumeiras ou consuetudinárias: as normas

constitucionais encontram-se em leis esparsas, costumes, jurisprudência e

convenções. Exemplo: A Constituição inglesa.

De fato, a Constituição escrita é estabilizante, favorecendo a calculabilidade e a publicidade. Questão correta.

44. (ESAF/2007/PGFN) Considera-se constituição não-escrita a que

se sustenta, sobretudo, em costumes, jurisprudências, convenções e

em textos esparsos, formalmente constitucionais.

Comentários:

De fato, a constituição não escrita se sustenta, sobretudo, em costumes, jurisprudência, convenções e textos esparsos. Esses últimos, entretanto, são

apenas materialmente (e não formalmente!) constitucionais, uma vez que não

foram elaborados por um órgão constituinte constituído para esse fim. Questão incorreta.

45. (ESAF/2006/ENAP) As constituições classificadas quanto à forma

como legais são aquelas sistematizadas e apresentadas em um texto único.

Comentários:

As constituições legais são espécies do gênero constituições escritas. Suas normas estão dispersas por vários documentos solenemente escritos. O

enunciado traz o conceito de constituições codificadas. Questão incorreta.

46. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) A constituição escrita apresenta-se como

um conjunto de regras sistematizadas em um único documento. A existência de outras normas com status constitucional, “per se”, não é

capaz de descaracterizar essa condição.

Comentários:

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A Constituição escrita não apresenta, necessariamente, todas as regras

sistematizadas em um único documento. Isso porque essas regras podem se encontrar em textos esparsos, desde que solenes. Questão incorreta.

47. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) Uma constituição não escrita é aquela cujas normas decorrem de costumes e convenções, não

havendo documentos escritos aos quais seja reconhecida a condição de textos constitucionais.

Comentários:

A constituição não escrita também decorre de documentos escritos, além de costumes, jurisprudência e convenções. Questão incorreta.

48. (ESAF/2009/Receita Federal/Auditor-Fiscal) A constituição

dogmática se apresenta como produto escrito e sistematizado por um órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da

teoria política e do direito dominante.

Comentários:

No que se refere ao modo de elaboração, as Constituições podem ser

dogmáticas ou históricas.

Dogmáticas (sistemáticas): são escritas, tendo sido elaboradas por um

órgão constituído para esta finalidade em um determinado momento, segundo os dogmas então em voga. Subdividem-se em heterodoxas ou ecléticas

(quando suas normas se originam de ideologias distintas) ou ortodoxas (quando refletem uma só ideologia). A Constituição de 1988 é dogmática

eclética, uma vez que adotou, como fundamento do Estado, o pluralismo político (art. 1º, CF).

Históricas: também chamadas costumeiras, são do tipo não escritas. São criadas lentamente com as tradições, sendo uma síntese dos valores históricos

consolidados pela sociedade. São, por isso, mais estáveis que as dogmáticas. É o caso da Constituição inglesa.

Questão correta.

49. (ESAF/2006/CGU) Nem toda constituição classificada como dogmática foi elaborada por um órgão constituinte.

Comentários:

Todas as constituições dogmáticas são elaboradas por um órgão constituinte, segundo os dogmas então em voga. Questão incorreta.

50. (ESAF/2002/STN) As constituições ditas históricas são

invariavelmente constituições escritas.

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Comentários:

As constituições históricas são necessariamente não escritas. Questão incorreta.

51. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) As constituições dogmáticas, como é o

caso da Constituição Federal de 1988, são sempre escritas, e apresentam, de forma sistematizada, os princípios e ideias

fundamentais da teoria política e do direito dominante à época.

Comentários:

As constituições dogmáticas, de fato, são sempre escritas, e apresentam

as ideias vigentes à época de sua elaboração. Questão correta.

52. (ESAF/2009/MPOG) A constituição material é o peculiar modo de

existir do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um documento solenemente estabelecido pelo poder constituinte e somente

modificável por processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos.

Comentários:

Quanto ao conteúdo, a Constituição pode ser material ou formal.

Concepção material: somente são consideradas constitucionais as normas que tratam de assuntos de grande relevância jurídica (assuntos essenciais à

organização do Estado, bem como direitos fundamentais). Esses assuntos não estão contidos em um rol taxativo: não há unanimidade doutrinária sobre quais

deles seriam de presença obrigatória em uma Constituição no sentido material. É importante ressaltar que na concepção material, analisa-se apenas o

conteúdo da norma, que pode tanto estar contida em uma Constituição escrita como em uma não escrita. Um exemplo é a Carta do Império de 1824, que

considerava constitucionais apenas matérias referentes aos limites e

atribuições dos poderes e direitos políticos, inclusive os individuais dos cidadãos.

Concepção formal ou procedimental: consideram-se constitucionais normas que, independentemente do conteúdo, estejam contidas em documento

elaborado solenemente pelo órgão constituinte (Constituição escrita). Avalia-se apenas o processo de elaboração da norma: o conteúdo não importa. A CF/88

é do tipo formal. Caso uma questão afirme que nossa Constituição tem uma parte formal e outra material, isso é incorreto!

A constituição material consiste no conjunto de normas, escritas ou

costumeiras, consideradas substancialmente constitucionais. Questão

incorreta.

53. (ESAF/2006/CGU) O conceito formal de constituição e o conceito material de constituição, atualmente, se confundem, uma vez que a

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moderna teoria constitucional não mais distingue as normas que as

compõem.

Comentários:

Esses conceitos não se confundem. Enquanto a constituição material é

aquela em que se consideram constitucionais apenas as normas que tratam de assuntos de grande relevância jurídica, independentemente de estarem ou não

contidas em um documento solenemente elaborado por uma Assembleia Constituinte, na Constituição formal, apenas as normas contidas nesse tipo de

documento são consideradas constitucionais, não importando seu conteúdo. Questão incorreta.

54. (ESAF/2004/CGU) Em sua concepção materialista ou substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo de suas normas, sendo

pacífico na doutrina quais seriam as matérias consideradas como de conteúdo constitucional e que deveriam integrar obrigatoriamente o

texto positivado.

Comentários:

De fato, em sua concepção materialista ou substancial, a Constituição é

determinada pelo conteúdo das suas normas. Entretanto, diferentemente do que diz o enunciado, não é pacífico na doutrina quais matérias seriam de

conteúdo constitucional, devendo necessariamente integrar a Constituição. Questão incorreta.

55. (ESAF/2009/MPOG) A constituição formal designa as normas escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que

regulam a estrutura do Estado, a organização dos seus órgãos e os direitos fundamentais.

Comentários:

A Constituição formal é composta necessariamente por normas escritas. Podem tratar de qualquer matéria, desde que obedeçam, em sua feitura, os

procedimentos especiais nelas mesmas estabelecidas. Questão incorreta.

56. (ESAF/2003/AFT) A constituição, na sua concepção formal, seria um conjunto de normas legislativas que se distinguem das não

constitucionais em razão de serem produzidas por processo legislativo mais dificultoso, o qual pode se materializar sob a forma da

necessidade de um órgão legislativo especial para elaborar a Constituição - Assembleia Constituinte - ou sob a forma de um quorum

superior ao exigido para a aprovação, no Congresso Nacional das leis

ordinárias.

Comentários:

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Esse é o conceito de constituição formal. Questão correta.

57. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) Nas constituições materiais, como é o caso da Constituição Federal de 1988, as matérias inseridas no

documento escrito, mesmo aquelas não consideradas "essencialmente constitucionais", possuem status constitucional.

Comentários:

A Constituição de 1988 é do tipo formal. Todas as matérias nela inseridas, mesmo as que tratem de matérias não “essencialmente

constitucionais”, possuem “status” constitucional. Questão incorreta.

58. (ESAF/2006/MTE-AFT) Na concepção materialista de Constituição, é dada relevância ao processo de formação das normas

constitucionais, que, além de ser intencional, deve produzir um conjunto sistemático com unidade, coerência e força jurídica próprias,

dentro do sistema jurídico do Estado.

Comentários:

Nessa concepção, o processo de formação das normas constitucionais é

irrelevante. Importa, tão-somente, seu conteúdo. Questão incorreta.

59. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) A Constituição Federal de 1988 é

considerada, em relação à estabilidade, como semirrígida, na medida em que a sua alteração exige um processo legislativo especial.

Comentários:

Na classificação das constituições quanto à estabilidade, leva-se em conta o grau de dificuldade para a modificação do texto constitucional. As

Constituições são, segundo este critério, divididas em imutáveis, flexíveis, rígidas e semirrígidas.

Imutável: é aquela Constituição cujo texto não pode ser modificado

jamais. Tem a pretensão de ser eterna. Alguns autores não admitem sua existência.

Super-rígida: é a Constituição em que há um núcleo intangível (cláusulas pétreas), sendo as demais normas alteráveis por processo legislativo

diferenciado, mais dificultoso que o ordinário. Trata-se de uma classificação

adotada apenas por Alexandre de Moraes, para quem a CF/88 é do tipo super-rígida. Só para recordar: as cláusulas pétreas são dispositivos que não podem

sofrer emendas (alterações) tendentes a aboli-las. Estão arroladas no § 4º d o art. 60 da Constituição. Na maior parte das questões essa classificação não é

cobrada. Rígida: é aquela modificada por procedimento mais dificultoso do que

aqueles pelos quais se modificam as demais leis. É sempre escrita, mas vale lembrar que a recíproca não é verdadeira: nem toda Constituição escrita é

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rígida. A CF/88 é rígida, pois exige procedimento especial para sua modificação

por meio de emendas constitucionais: votação em dois turnos, nas duas Casas do Congresso Nacional e aprovação de pelo menos três quintos dos integrantes

das Casas Legislativas (art. 60, §2º, CF/88). Exemplos: Constituições de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988.

Semirrígida ou semiflexível: para algumas normas o processo legislativo

de alteração é mais dificultoso que o ordinário, para outras não. Um exemplo é a Carta Imperial do Brasil (1824), que exigia procedimento especial para

modificação de artigos que tratassem de direitos políticos e individuais, bem como dos limites e atribuições respectivas dos Poderes. As normas referentes a

todas as demais matérias poderiam ser alteradas por procedimento usado para modificar as leis ordinárias.

Flexível: pode ser modificada pelo procedimento legislativo ordinário, ou seja, pelo mesmo processo legislativo usado para modificar as leis comuns.

A CF/88 é rígida, uma vez que todas as suas normas só podem ser

alteradas por processo legislativo especial. Questão incorreta.

60. (ESAF/2004/CGU) Na história do Direito Constitucional

brasileiro, apenas a Constituição de 1824 pode ser classificada, quanto à estabilidade, como uma constituição semirrígida.

Comentários:

De fato, a Constituição de 1824 foi a única do tipo semirrígida já existente no Brasil. Essa Carta exigia procedimento especial para modificação

de artigos que tratassem de direitos políticos e individuais, bem como dos limites e atribuições respectivas dos Poderes. As normas referentes a todas as

demais matérias poderiam ser alteradas por procedimento usado para modificar as leis ordinárias. Questão correta.

61. (ESAF/2003/Prefeitura do Recife) Quando uma Constituição prevê processo legislativo de emenda do seu texto mais complexo e

difícil do que o processo de elaboração da legislação ordinária, é correto dizer que esta Constituição é:

a) rígida

b) flexível c) toda ela composta de cláusulas pétreas

d) histórica e) costumeira

Comentários:

Nesse caso, a Constituição será rígida. A letra A é o gabarito da questão.

62. (ESAF/2006/ENAP) Constituições rígidas são as que possuem cláusulas pétreas, que não podem ser modificadas pelo poder

constituinte derivado.

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Comentários:

De acordo com a maior parte da doutrina, as constituições rígidas são aquelas modificadas por processo legislativo mais dificultoso que aqueles pelos

quais se modificam as demais leis, podendo ou não apresentar cláusulas pétreas. Já para Alexandre de Moraes, as constituições que possuem cláusulas

pétreas apresentam classificação própria, sendo denominadas superrígidas. Independentemente da classificação adotada (maior parte da doutrina ou

Alexandre de Moraes), a questão está incorreta.

63. (ESAF/2006/CGU) Uma constituição rígida não pode ser objeto de emenda.

Comentários:

As constituições imutáveis não podem ser objeto de emenda. Já as rígidas podem, sim, sofrer alterações, por meio de um procedimento mais

dificultoso que o exigido para modificação das demais leis. Questão incorreta.

64. (ESAF/2009/MPOG) São constitucionais as normas que dizem

respeito aos limites, e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos fundamentais. As demais disposições que estejam na

Constituição podem ser alteradas pelo quórum exigido para a aprovação das leis ordinárias.

Comentários:

A CF/88 é do tipo formal, por isso todas as normas nela inseridas apresentam “status constitucional”. Além disso, é rígida, só podendo ser

alterada por processo legislativo mais dificultoso que o exigido para a aprovação das leis ordinárias. Questão incorreta.

65. (ESAF/2004/MRE) Nenhuma norma da Constituição, mesmo que

não seja materialmente constitucional, pode ser alterada por maioria

simples ou mesmo absoluta.

Comentários:

De fato. Como a CF/88 é do tipo formal, todas as suas normas apresentam “status” constitucional, independentemente do seu conteúdo. Além

disso, como a Constituição é rígida, só pode ser alterada por quórum especial,

mais dificultoso que o das leis. Esse quórum, como veremos mais detalhadamente em aula futura, é de três quintos dos membros de cada Casa

do Congresso Nacional (art. 60, § 2º, CF). Questão correta.

66. (ESAF/2009/SEFAZ-SP) Assinale a opção correta relativa à classificação da Constituição Federal de 1988.

a) É costumeira, rígida, analítica.

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b) É flexível, promulgada, analítica.

c) É rígida, outorgada, analítica. d) É parcialmente inalterável, outorgada, sintética.

e) É rígida, parcialmente inalterável, promulgada

Comentários:

A CF/88 é rígida, parcialmente inalterável (cláusulas pétreas) e

promulgada. A letra E é o gabarito.

67. (ESAF/2003/Auditor-Fiscal da Receita Federal) Da Constituição

em vigor pode ser dito que corresponde ao modelo de Constituição escrita, dogmática, promulgada e rígida.

Comentários:

De fato, a CF/88 pode ser classificada como escrita, dogmática, promulgada e rígida. É, ainda, analítica e formal. Questão correta.

68. (ESAF/2002/MRE) A Constituição que é votada por uma

Assembleia composta de representantes do povo e que admite ser modificada, exigindo, porém um processo legislativo mais solene e

dificultoso do que aquele seguido para a edição de leis ordinárias é chamada de:

a) Constituição promulgada e rígida. b) Constituição flexível e dogmática.

c) Constituição dogmática e semi-rígida. d) Constituição promulgada e semi-rígida.

e) Constituição outorgada e rígida.

Comentários:

Trata-se dos conceitos de Constituição promulgada e rígida,

respectivamente. A letra A é o gabarito.

69. (ESAF/2004/CGU) Segundo a melhor doutrina, a tendência constitucional moderna de elaboração de Constituições sintéticas se

deve, entre outras causas, à preocupação de dotar certos institutos de uma proteção eficaz contra o exercício discricionário da autoridade

governamental.

Comentários:

Quanto à extensão, as Constituições podem ser analíticas ou sintéticas.

Analíticas, prolixas, expansivas ou longas: têm conteúdo extenso, tratando de matérias que não a organização básica do Estado. Contêm normas

apenas formalmente constitucionais. A CF/88 é analítica, pois trata

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minuciosamente de certos assuntos, não materialmente constitucionais. Esta

espécie de Constituição é uma tendência contemporânea. Sintéticas, concisas, sumárias ou curtas: restringem-se aos elementos

substancialmente constitucionais. É o caso da Constituição norte-americana, que possui apenas sete artigos. O detalhamento dos direitos e deveres é

deixado a cargo das leis infraconstitucionais.

A “desconfiança” em relação ao legislador ordinário é própria das

Constituições analíticas, não das sintéticas. Questão incorreta.

70. (ESAF/2009/Auditor-Fiscal da Receita Federal) A constituição sintética, que é constituição negativa, caracteriza-se por ser

construtora apenas de liberdade- negativa ou liberdade-impedimento,

oposta à autoridade.

Comentários:

A constituição sintética é, de fato, constituição negativa, limitando-se a resguardar os direitos fundamentais de primeira geração, relacionados à

liberdade. Esses direitos visam a resguardar o indivíduo contra o arbítrio

estatal. Questão correta.

71. (ESAF/2004/CGU) Segundo a classificação das Constituições, adotada por Karl Lowenstein, uma constituição nominativa é um mero

instrumento de formalização legal da intervenção dos dominadores de fato sobre a comunidade, não tendo a função ou a pretensão de servir

como instrumento limitador do poder real.

Comentários:

Quanto à correspondência com a realidade política e social, as

constituições se dividem em normativas, nominativas e semânticas:

Normativas: regulam efetivamente o processo político do Estado, por

corresponderem à realidade política e social, ou seja, limitam, de fato, o poder. Em suma: têm valor jurídico. Exemplos: Cartas de 1891, 1934 e 1946.

Nominativas: buscam regular o processo político do Estado, mas não conseguem realizar este objetivo, por não atenderem à realidade social. São

constituições prospectivas, que visam, um dia, a sua concretização, mas que não possuem aplicabilidade. Isso se deve, segundo Loewenstein,

provavelmente ao fato de que a decisão que levou à sua promulgação foi prematura, persistindo, contudo, a esperança de que, um dia, a vida política

corresponda ao modelo nelas fixado. Não possuem valor jurídico: são Constituições “de fachada”.

Semânticas: não têm por objetivo regular a política estatal. Visam apenas a formalizar a situação existente do poder político, em benefício dos

seus detentores. Exemplos: Constituições de 1937, 1967 e 1969.

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O enunciado traz o conceito de constituição semântica, não o de

nominativa. Questão incorreta.

72. (ESAF/2006/CGU) Quanto ao sistema da Constituição, as

constituições se classificam em constituição principiológica - na qual predominam os princípios - e constituição preceitual - na qual

prevalecem as regras.

Comentários:

Quanto ao sistema, as Constituições podem ser classificadas em

principiológicas e preceituais.

Constituição principiológica ou aberta: é aquela em que há predominância dos princípios, normas caracterizadas por elevado grau de

abstração, que demandam regulamentação pela legislação para adquirirem concretude. É o caso da CF/88.

Constituição preceitual: é aquela em que prevalecem as regras, que se caracterizam por baixo grau de abstração, sendo concretizadoras de princípios.

Questão correta.

73. (ESAF/2012 /MDIC) Sabe-se que a doutrina constitucionalista classifica as constituições. Quanto às classificações existentes, é

correto afirmar que:

I. Quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita.

II. Quanto à forma, pode ser dogmática e histórica. III. Quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada.

IV. Quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética.

Assinale a opção verdadeira.

a) II, III e IV estão corretas. b) I, II e IV estão incorretas.

c) I, III e IV estão corretas. d) I, II e III estão corretas.

e) II e III estão incorretas.

Comentários:

O item I está incorreto. As constituições classificam-se, quanto ao modo de elaboração, em dogmáticas ou históricas.

O item II também está incorreto. As constituições classificam-se, quanto

à forma, em escritas ou não escritas.

O item III está correto. Apesar de alguns autores ainda classificarem algumas constituições como cesaristas, quanto à origem, a omissão dessa

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classificação não torna o item incorreto. Para parta da doutrina, as

constituições cesaristas são espécie do gênero outorgadas.

O item IV está errado. As constituições classificam-se, quanto ao

conteúdo, em formais ou materiais.

A letra B é o gabarito da questão.

V. Classificação das normas constitucionais

74. (ESAF/2007/PGFN) No caso das normas constitucionais de pgfn, a atividade integradora do legislador infraconstitucional é vinculada e

não discricionária, ante a necessidade, para fins de auto execução, de

delimitar o ambiente da sua atuação restritiva.

Comentários:

A partir da aplicabilidade das normas constitucionais, José Afonso da Silva classifica as normas constitucionais em normas de eficácia plena, normas

de eficácia contida e normas de eficácia limitada.

Normas de eficácia plena

São aquelas que, desde a entrada em vigor da Constituição, produzem,

ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos que o legislador constituinte quis regular. É o caso do art 2º da CF/88, que diz: “são Poderes da União,

independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.

São normas de aplicabilidade direta, imediata e integral: produzem todos os efeitos de imediato, independentemente de lei posterior que lhes complete o

alcance e o sentido.

Normas constitucionais de eficácia contida

São aquelas em que a Constituição regulou suficientemente os interesses

relativos a determinada matéria, mas permitiu a atuação restritiva por parte do Poder Público. Um exemplo é o art. 5º, LVIII, que estabelece que “o

civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”. O dispositivo é de aplicabilidade imediata,

produzindo todos os efeitos imediatamente. Entretanto, pode ter sua eficácia restringida por lei ordinária. É importante ressaltar que, enquanto tal lei

ordinária não for criada, sua eficácia é plena.

A aplicabilidade das normas de eficácia contida é direta e imediata, mas não é integral, já que podem ter sua eficácia restringida por lei, por outras

normas constitucionais ou por conceitos jurídicos indeterminados nelas

presentes (ao fixar esses conceitos, o Poder Público poderá limitar seu alcance, como é o caso do art. 5º, XXIV e XXV, que restringem o direito de propriedade

estabelecido no art. 5º, XXII da CF/88).

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Normas constitucionais de eficácia limitada

São aquelas que dependem de regulamentação futura para produzirem todos os seus efeitos. Sua aplicabilidade é indireta, mediata e reduzida, pois

somente produzem integralmente seus efeitos quando regulamentadas por lei posterior que lhes amplia a eficácia.

José Afonso da Silva as subdivide em normas declaratórias de princípios

institutivos ou organizativos e normas declaratórias de princípios programáticos. As primeiras são aquelas que dependem de lei para estruturar

e organizar as atribuições de instituições, pessoas e órgãos previstos na Constituição. É o caso do art. 18, §3º, CF/88 (“ os Estados podem incorporar-

se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou

formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso

Nacional, por lei complementar”). Já as segundas estabelecem programas a serem desenvolvidos pelo legislador infraconstitucional. Um exemplo é o art.

196 da Carta Magna (“a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de

doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”).

É importante destacar que, embora as normas de eficácia limitada não

produzam todos os efeitos tão-somente com sua promulgação, não é verdade

que estas sejam completamente desprovidas de eficácia jurídica. Sua eficácia é limitada, não inexistente! Isso porque, independentemente de regulação pelo

legislador infraconstitucional, produzem alguns efeitos: revogam disposições anteriores em sentido contrário e impedem a validade de leis posteriores que

se oponham a seus comandos.

De volta ao enunciado, no caso de normas de eficácia contida, pode ou não haver restrição por parte do legislador infraconstitucional, uma vez que

essas normas produzem ou estão aptas a produzir, desde sua entrada em vigor, todos os efeitos. Diz-se, por isso, que sua atividade integradora é

discricionária. Questão incorreta.

75. (ESAF/PGFN/2012) Sobre as classificações atribuídas às normas

constitucionais, pode-se afirmar que “norma de eficácia contida”, ou “norma de eficácia restringível”, é aquela que independe de regulação

infraconstitucional para a sua plena eficácia, porém pode vir a ter a sua eficácia ou o seu alcance restringido por legislação

infraconstitucional.

Comentários:

A questão cobra não só o conhecimento da classificação das normas

constitucionais segundo José Afonso da Silva (que vimos na questão anterior), mas também a classificação segundo Maria Helena Diniz, que explicaremos a

seguir. Segundo a autora, as normas constitucionais podem ser:

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Normas com eficácia absoluta

São aquelas que não podem ser suprimidas por meio de emenda constitucional. Na CF/88, são exemplos aquelas enumeradas no art. 60, §4º,

que determina que “não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto,

universal e periódico; a separação dos Poderes e, finalmente, os direitos e garantias individuais. São as denominadas cláusulas pétreas expressas.

Normas com eficácia plena

O conceito utilizado pela autora é o mesmo aplicado por José Afonso da Silva para normas de eficácia plena. Destaca-se que essas normas se

assemelham às de eficácia absoluta por possuírem, como estas, aplicabilidade imediata, independendo de regulamentação para produzirem todos os seus

efeitos. A distinção entre elas se dá pelo fato de as normas com eficácia plena poderem sofrer emendas tendentes a suprimi-las.

Normas com eficácia relativa restringível

Correspondem às normas de eficácia contida de José Afonso da Silva, referidas anteriormente. Essas normas possuem cláusula de redutibilidade,

possibilitando que atos infraconstitucionais lhes componham o significado. Além disso, sua eficácia poderá ser restringida ou suspensa pela própria

Constituição.

Normas com eficácia relativa complementável ou dependentes de

complementação

São equivalentes às normas de eficácia limitada de José Afonso da Silva, ou seja, dependem de legislação infraconstitucional para produzirem todos os

seus efeitos.

Questão correta.

76. (ESAF/2002/INSS) Todas as normas da Constituição relativas a

direito fundamental são classificadas como de eficácia plena.

Comentários:

As normas de eficácia plena são aquelas que, desde a entrada em vigor

da Constituição, produzem, ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos que o legislador constituinte quis regular. Não há relação entre eficácia e

matéria. As normas relativas a direito fundamental podem ser tanto de eficácia plena quanto de eficácia contida ou, ainda, de eficácia limitada. Questão

incorreta.

77. (ESAF/2007/PGFN) As normas programáticas não são

autoaplicáveis porque retratam apenas diretrizes políticas que devem

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ser alcançadas pelo Estado Brasileiro, não possuindo caráter

vinculante imediato.

Comentários:

As normas programáticas possuem, sim, caráter vinculante. Produzem,

desde logo, os seguintes efeitos: revogam disposições anteriores em sentido contrário e impedem a validade de leis posteriores que se oponham a seus

comandos. Questão incorreta.

78. (ESAF/2012/PGFN) Na tradição da doutrina norte-americana,

incorporada por diversos autores brasileiros, as normas não autoaplicáveis são aquelas que independem de regulação

infraconstitucional para a sua plena eficácia.

Comentários:

Segundo essa classificação, as normas não autoaplicáveis dependem de

regulamentação infraconstitucional para a sua plena eficácia. Essa classificação equipara-se à de normas constitucionais de eficácia limitada de José Afonso da

Silva. Questão incorreta.

79. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas que apresentam aplicabilidade reduzida, haja vista

necessitarem de norma ulterior para que sejam aplicadas.

Comentários:

O enunciado traz o conceito de normas constitucionais de eficácia

limitada, não o de normas de eficácia contida. Questão incorreta.

80. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) As normas constitucionais de eficácia

limitada estreitam-se com o princípio da reserva legal, haja vista regularem interesses relativos à determinada matéria, possibilitando a

restrição por parte do legislador derivado.

Comentários:

São as normas de eficácia contida que possibilitam restrição por parte do

legislador derivado. Questão incorreta.

81. (ESAF/2006/IRB) Uma norma constitucional classificada quanto à sua aplicabilidade como uma norma constitucional de eficácia

contida não possui como característica a aplicabilidade imediata.

Comentários:

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A norma de eficácia contida possui, sim, a característica de aplicabilidade

imediata, pois produz ou esta apta a produzir, desde logo, todos os seus efeitos. Questão incorreta.

82. (ESAF/2005/STN) Uma norma constitucional de eficácia limitada não produz seus efeitos essenciais com a sua simples entrada em

vigor, porque o legislador constituinte não estabeleceu sobre a matéria, objeto de seu conteúdo, uma normatividade suficiente,

deixando essa tarefa para o legislador ordinário ou para outro órgão do Estado.

Comentários:

O enunciado está perfeito. Para a produção de todos os seus efeitos, a norma constitucional de eficácia limitada necessita de regulamentação pelo

legislador ordinário ou outro órgão do Estado. Questão correta.

83. (ESAF/2003/AFT) Segundo a melhor doutrina, as normas de eficácia contida são de aplicabilidade direta e imediata, no entanto,

podem ter seu âmbito de aplicação restringido por uma legislação

futura, por outras normas constitucionais ou por conceitos ético-jurídicos.

Comentários:

Novamente, o enunciado está perfeito. As normas constitucionais de

eficácia contida, apesar de produzirem todos os seus efeitos desde a sua

edição, podem ter seu âmbito de aplicação restringido tanto por legislação posterior quanto por outras normas constitucionais ou por conceitos ético-

jurídicos. Questão correta.

84. (ESAF/2003/AFT) Segundo a melhor doutrina, as normas constitucionais de eficácia limitada são do tipo normas declaratórias

de princípios institutivos quando: determinam ao legislador, em termos peremptórios, a emissão de uma legislação integrativa; ou

facultam ao legislador a possibilidade de elaborar uma lei, na forma, condições e para os fins previstos; ou possuem esquemas gerais, que

dão a estrutura básica da instituição, órgão ou entidade a que se

referem, deixando para o legislador ordinário a tarefa de estruturá-los, em definitivo, mediante lei.

Comentários:

O examinador fez um belíssimo resumo desse ponto da matéria. Questão

correta.

85. (ESAF/2003/SRF/Auditor-Fiscal) A norma constitucional

programática, porque somente delineia programa de ação para os poderes públicos, não é considerada norma jurídica.

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Comentários:

A norma constitucional programática é, sim, considerada norma jurídica, pois possui eficácia mínima e efeito vinculante desde a sua edição, produzindo,

desde logo, os seguintes efeitos: revogação das disposições anteriores em sentido contrário e impedimento da validade de leis posteriores que se

opuserem a seus comandos. Questão incorreta.

86. (ESAF/2003/SRF/Auditor-Fiscal) Chama-se norma constitucional de eficácia limitada aquela emenda à Constituição que já foi votada e

aprovada no Congresso Nacional, mas ainda não entrou em vigor, por não ter sido promulgada.

Comentários:

Chama-se norma constitucional de eficácia limitada aquela que necessita de regulamentação posterior para produzir todos os seus efeitos. O

examinador foi criativo, na invenção do conceito que trouxe no enunciado, mas não enganou você! Questão incorreta.

87. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) As normas constitucionais programáticas, por se destinarem, por sua própria natureza, a uma

duração limitada no tempo, estão todas situadas na parte da Constituição relativa às disposições constitucionais transitórias.

Comentários:

As normas constitucionais programáticas estão espalhadas por todo o corpo da Constituição. Questão incorreta.

88. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) As normas constitucionais

programáticas não produzem efeito jurídico algum, a não ser depois de desenvolvidas pelo legislador ordinário.

Comentários:

As normas programáticas possuem, sim, efeito jurídico. Produzem, desde sua edição, os seguintes efeitos: revogação das disposições anteriores em

sentido contrário e impedimento da validade de leis posteriores que se opuserem a seus comandos. Questão incorreta.

89. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) Nenhuma norma da Constituição Federal possui eficácia plena, porque todas elas

dependem, em maior ou menor grau, de desenvolvimento do seu conteúdo pelo legislador ordinário.

Comentários:

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A Carta Magna apresenta várias normas de eficácia plena, como é o caso

dos arts. 19, 20, 21 e 22, por exemplo. Questão incorreta.

90. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) A Constituição que não adota

normas programáticas é conhecida pela doutrina como Constituição dirigente.

Comentários:

Quanto à finalidade, a Constituição pode ser do tipo garantia, dirigente ou balanço.

Liberal (negativa ou garantia): protege a liberdade, sendo marcadas pela

limitação da ação estatal. É chamadas negativa porque impõe a omissão ou negativa de atuação do Estado, protegendo os indivíduos contra a ingerência

abusiva dos Poderes Públicos. Seu principal objetivo é proteger as liberdades públicas contra a arbitrariedade do Estado. Corresponde ao primeiro período

de surgimento dos direitos humanos (direitos de primeira geração, ou seja, direitos civis e políticos), a partir do final do século XVIII.

Social (dirigente): busca a atuação positiva do Estado, que deve

proporcionar a igualdade de todos. Traça as diretrizes que devem nortear a ação estatal. Segundo Canotilho, as Constituições dirigentes voltam-se à

garantia do existente, aliada à instituição de um programa ou linha de direção para o futuro, sendo estas as suas duas principais finalidades.

Essas constituições surgem mais recentemente no constitucionalismo

(início do século XX), juntamente com os direitos fundamentais de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais). Os direitos de segunda

geração, em regra, exigem do Estado prestações sociais, como saúde, educação, trabalho, previdência social, entre outras.

Destaca-se que a Constituição garantia, por se limitar a estabelecer direitos de primeira geração, relacionados à proteção do indivíduo contra o

arbítrio estatal, é sempre sintética. Já a dirigente, é sempre analítica, devido à marcante presença de normas programáticas em seu texto.

Constituição balanço: é aquela que visa a reger o ordenamento jurídico

do Estado durante um certo tempo, nela estabelecido. Transcorrido esse prazo,

é elaborada uma nova Constituição ou seu texto é adaptado.

Com base no exposto, pode-se afirmar que a Constituição dirigente é aquela cujo texto é marcado pela presença de normas programáticas. Isso é o

oposto do que diz o enunciado. Questão incorreta.

91. (ESAF/2002/STN) As constituições dirigentes caracterizam-se

por conterem princípios básicos de limitação de poder, direitos fundamentais e garantias institucionais, não contendo, porém, normas

programáticas.

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Comentários:

Pelo contrário! A presença de normas programáticas é uma característica das constituições dirigentes. Questão incorreta.

92. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) Um direito previsto numa

norma constitucional de eficácia contida pode ser restringido por meio de lei ordinária.

Comentários:

Isso mesmo! Essas normas permitem a atuação restritiva pelo legislador ordinário. Questão correta.

93. (ESAF/2006/PGFN) Normas constitucionais de eficácia

restringida não apresentam eficácia jurídica alguma senão depois de

desenvolvidas pelo legislador ordinário.

Comentários:

Maria Helena Diniz classifica as normas constitucionais, quanto à aplicabilidade, em:

Normas com eficácia absoluta

São aquelas que não podem ser suprimidas por meio de emenda constitucional. Na CF/88, são exemplos aquelas enumeradas no art. 60, §4º,

que determina que “não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto,

universal e periódico; a separação dos Poderes e, finalmente, os direitos e

garantias individuais. São as denominadas cláusulas pétreas expressas.

Normas com eficácia plena

O conceito utilizado pela autora é o mesmo aplicado por José Afonso da Silva para normas de eficácia plena. Destaca-se que essas normas se

assemelham às de eficácia absoluta por possuírem, como estas, aplicabilidade

imediata, independendo de regulamentação para produzirem todos os seus efeitos. A distinção entre elas se dá pelo fato de as normas com eficácia plena

poderem sofrer emendas tendentes a suprimi-las.

Normas com eficácia relativa restringível

Correspondem às normas de eficácia contida de José Afonso da Silva,

referidas anteriormente. Essas normas possuem cláusula de redutibilidade, possibilitando que atos infraconstitucionais lhes componham o significado.

Além disso, sua eficácia poderá ser restringida ou suspensa pela própria Constituição.

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Normas com eficácia relativa complementável ou dependentes de

complementação

São equivalentes às normas de eficácia limitada de José Afonso da Silva,

ou seja, dependem de legislação infraconstitucional para produzirem todos os seus efeitos.

Alguns autores consideram, ainda, a existência de normas constitucionais

de eficácia exaurida e aplicabilidade esgotada. São normas cujos efeitos cessaram, não mais apresentando eficácia jurídica. É o caso de vários preceitos

do ADCT da CF/88.

Questão incorreta.

VI. Aplicação das normas constitucionais no tempo

94. (ESAF/2004/PGE-DF) Suponha a existência de uma lei ordinária

regularmente aprovada com base no texto constitucional de 1969, a

qual veicula matéria que, pela Constituição de 1988, deve ser disciplinada por lei complementar. Com base nesses elementos, pode-

se dizer que tal lei foi revogada por incompatibilidade formal com a Constituição de 1988.

Comentários:

Com o advento de uma nova Constituição, continuam válidos todos os atos normativos com ela compatíveis, sendo eles por ela recepcionados no

“status” previsto para o instrumento normativo que tratará daquela matéria. Trata-se do chamado princípio da recepção. É o caso do Código Tributário

Nacional, por exemplo, que, embora tenha sido criado como lei ordinária, foi recepcionado como lei complementar.

Destaca-se que no caso de lei editada por ente federativo diverso daquele ao qual a nova Constituição atribuiu competência para dispor sobre a

matéria, esta também será recepcionada, se houver compatibilidade material com o novo texto constitucional. Nesse caso, a lei será recebida como se

tivesse sido editada pelo ente competente para tratar da matéria. Exemplo: uma lei federal vigente sob a égide da Constituição pregressa poderá ser

recepcionada como estadual pela nova Carta, se esta estabelecer que os Estados são competentes para disciplinar a matéria.

Outra possibilidade de recepção se dá quando a nova Constituição determina, expressamente, a continuidade de dispositivos daquela que lhe

precedeu. Como exemplo, a CF/88 estabeleceu que o sistema tributário nacional entraria em vigor a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte ao

da sua promulgação, mantendo-se, até essa data, a vigência dos dispositivos da Constituição de 1967.

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Destaca-se, ainda, que o princípio da recepção não ocorre no caso de

emenda constitucional. Isso porque o poder de reforma encontra limites na própria Constituição. Assim, o que se dá, no caso de edição de emenda

constitucional, é a revogação do direito ordinário anterior, se desconforme com ela, ou a manutenção de sua validade, caso ele seja com ela compatível.

De volta ao enunciado, não é a compatibilidade formal, nesse caso, que determina a recepção ou não da lei, mas sim a material. Como a lei é

materialmente compatível com a nova Constituição, foi recepcionada, com “status” de lei complementar. Questão incorreta.

95. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Normas de lei ordinária anteriores à

nova Constituição que sejam com essa materialmente compatíveis são

tidas como recebidas, mesmo que se revistam de forma legislativa que já não mais é prevista na nova Carta.

Comentários:

Com o advento de uma nova Constituição, continuam válidos todos os

atos normativos com ela compatíveis, sendo eles por ela recepcionados no

“status” previsto para o instrumento normativo que tratará daquela matéria. Isso acontece mesmo no caso de esses atos normativos se revestirem de

forma legislativa não mais prevista na nova Carta. É o caso do Decreto-Lei no 195/67, recepcionado pela CF/88 como lei complementar. Questão correta.

96. (ESAF/2004/IRB) Os decretos-leis editados antes da vigência da

Constituição de 1988 perderam eficácia com a promulgação desta, uma vez que a ordem constitucional em vigor não previu tal

instrumento normativo.

Comentários:

Os decretos-leis editados antes da entrada em vigor da CF/88 que são

com elas compatíveis foram recepcionados por ela, adquirindo o “status” previsto pela Constituição para o instrumento normativo que trate de sua

matéria. Questão incorreta.

97. (ESAF/2004/IRB) Lei ordinária anterior à Constituição de 1988,

com ela materialmente compatível, é tida como recebida pela nova ordem constitucional, mesmo que esta exija lei complementar para

regular o assunto.

Comentários:

Nesse caso, a lei será recebida com “status” de lei complementar. A

título de exemplo, foi o que aconteceu com o Código Tributário Nacional, editado como lei ordinária (Lei no 5.172/1966) antes do advento da CF/88.

Questão correta.

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98. (ESAF/2002/STN) Sabendo que o Código Tributário Nacional

(CTN) foi editado antes da Constituição de 1988, sob a forma de lei ordinária, é possível afirmar que as normas do CTN que regulam

limitações constitucionais ao poder de tributar continuam em vigor, desde que o seu conteúdo seja concordante com as normas da

Constituição de 1988.

Comentários:

É isso mesmo. As normas do CTN materialmente compatíveis com a

CF/88 foram por ela recepcionadas, adquirindo “status” de lei complementar. Questão correta.

99. (ESAF/2002/PM Fortaleza) Lei ordinária anterior à Constituição de 1988, com ela materialmente compatível, é tida como recebida pela

nova ordem constitucional, mesmo que esta exija lei complementar para regular o assunto.

Comentários:

Enunciado idêntico ao anterior. Veja como é importante resolver provas anteriores: nada impede que o examinador copie uma ou mais questões deste

curso em sua prova, não é mesmo? Questão correta.

100. (ESAF/2004/PGE-DF) Suponha a existência de uma lei ordinária regularmente aprovada com base no texto constitucional de 1969, a

qual veicula matéria que, pela Constituição de 1988, deve ser

disciplinada por lei complementar. Com base nesses elementos, pode-se dizer que pode ser revogada por outra lei ordinária.

Comentários:

A lei não pode ser revogada por outra, ordinária, já que adquiriu “status”

de lei complementar. Questão incorreta.

101. (ESAF/2004/PGE-DF) Suponha a existência de uma lei ordinária

regularmente aprovada com base no texto constitucional de 1969, a qual veicula matéria que, pela Constituição de 1988, deve ser

disciplinada por lei complementar. Com base nesses elementos, pode-se dizer que tal lei pode ser revogada por emenda à Constituição

Federal.

Comentários:

De fato, a lei pode ser revogada por emenda à Constituição, já que esta

é hierarquicamente superior à lei complementar. Os jogadores de “truco” (é o meu caso, adoro baralho!) podem memorizar que a emenda constitucional

equivale ao “zap” (quatro de paus). Questão correta.

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102. (ESAF/2004/PGE-DF) A legislação federal anterior à Constituição

de 1988 e regularmente aprovada com base na competência da União definida no texto constitucional pretérito é considerada recebida como

estadual ou municipal se a matéria por ela disciplinada passou segundo a nova Constituição para o âmbito de competência dos

Estados ou dos Municípios, conforme o caso, não se podendo falar em

revogação daquela legislação em virtude dessa mudança de competência promovida pelo novo texto constitucional.

Comentários:

É isso mesmo! A mudança de competência não é capaz de, por si só,

resultar em revogação da legislação anterior à promulgação da nova

Constituição. Questão correta.

103. (ESAF/2004/PGE-DF) Leis anteriores à Constituição em vigor somente continuam a produzir efeitos na vigência da nova ordem se

forem expressamente recepcionadas pelo legislador da nova ordem.

Comentários:

A recepção também pode se dar de forma tácita. Isso ocorre quando,

apesar de a Constituição não dizer, expressamente, que uma determinada Lei X foi por ela recepcionada, a referida lei tiver conteúdo materialmente

compatível com a nova Carta. Questão incorreta.

104. (ESAF/2001/SRF/Auditor-Fiscal) Sabe-se que a Constituição em

vigor não prevê a figura do Decreto-Lei. Sobre um Decreto-Lei, editado antes da Constituição em vigor, cujo conteúdo é compatível com esta,

é possível afirmar que este deve ser considerado revogado com o advento da nova Constituição.

Comentários:

O Decreto-Lei será recepcionado, uma vez que há compatibilidade material com a nova Constituição. Questão incorreta.

105. (ESAF/2002/PM Fortaleza) Todo Decreto-Lei editado antes da

Constituição de 1988 perdeu eficácia depois da promulgação desta, uma vez que a ordem constitucional em vigor não previu tal

instrumento normativo.

Comentários:

Os Decretos-Leis compatíveis materialmente com a nova Constituição

foram por ela recepcionados, tendo adquirido o “status” do instrumento normativo previsto pela CF/88 como competente para tratar dos assuntos

neles previstos. Na recepção, avalia-se a compatibilidade material da lei com a nova Constituição, não a formal. Por isso, mesmo instrumentos normativos

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não previstos pela nova Carta podem ser por ela recepcionados. Questão

incorreta.

106. (ESAF/2002/INSS) Uma vez que a Constituição de 1988 não

previu a figura do Decreto-Lei, todos os decretos- leis editados antes dela ficaram revogados com o advento da Constituição em vigor.

Comentários:

Apenas os decretos-leis materialmente incompatíveis com a Constituição foram revogados. Os demais, foram por ela recepcionados. Questão incorreta.

107. (ESAF/2006/PGFN) Uma lei federal sobre assunto que a nova

Constituição entrega à competência privativa dos Municípios fica imediatamente revogada com o advento da nova Carta.

Comentários:

Essa lei poderá ser recebida como municipal, se houver compatibilidade material de seu texto com a nova Carta. Questão incorreta.

108. (ESAF/2006/PGFN) Para que a lei anterior à Constituição seja

recebida pelo novo Texto Magno, é mister que seja compatível com

este, tanto do ponto de vista da forma legislativa como do conteúdo dos seus preceitos.

Comentários:

Não há necessidade de compatibilidade formal para que haja a recepção

da lei. Basta a compatibilidade material, ou seja, de seu conteúdo. Questão

incorreta.

109. (ESAF/2006/PGFN) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal convergem para afirmar que normas da

Constituição anterior ao novo diploma constitucional, que com este não sejam materialmente incompatíveis, são recebidas como normas

infraconstitucionais.

Comentários:

Algumas constituições preveem a possibilidade de que uma ou mais

normas constitucionais por elas revogadas (Constituição pretérita) adquiram “status” de lei com sua promulgação. Tem-se, aí, o princípio da

desconstitucionalização, em que a nova Constituição recepciona as normas da pretérita, conferindo-lhes “status” legal. Embora não houvesse óbice para que

a CF/88 adotasse a desconstitucionalização, ela não o fez, nem de forma genérica nem quanto a algum dispositivo específico. Questão incorreta.

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110. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Com o advento de uma nova

Constituição, normas da Constituição anterior que sejam compatíveis com o novo diploma continuam a vigorar, embora com força de lei

complementar.

Comentários:

A Constituição Federal de 1988 não adotou a desconstitucionalização. Por

isso, todas as normas da Constituição anterior foram por ela revogadas, independentemente de sua compatibilidade material com o novo diploma.

Questão incorreta.

111. (ESAF/2004/IRB) As normas da Constituição de 1967/1969 que

não destoam, no seu conteúdo, da Constituição de 1988, são consideradas como recebidas pela nova ordem, com status de lei

complementar.

Comentários:

A Constituição Federal de 1988 não adotou a desconstitucionalização. Por

isso, todas as normas da Constituição de 1967/1969 foram por ela revogadas, independentemente de sua compatibilidade material com o novo diploma.

Questão incorreta.

112. (ESAF/2002/PM-Fortaleza) As normas da Constituição de 1967/1969, que não entram, quanto ao seu conteúdo, em linha

colidente com a Constituição de 1988, são consideradas como

recebidas pela nova ordem, com status de lei complementar.

Comentários:

Todas as normas da Constituição de 1967/1969 foram revogadas pela CF/88, independentemente de seu conteúdo. Isso porque a Constituição

Federal não adotou a desconstitucionalização. Questão incorreta.

113. (ESAF/2006/PGFN) Normas não recebidas pela nova

Constituição são consideradas, ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade superveniente.

Comentários:

Alguns autores entendem que, no caso de entrada em vigor de uma nova

Constituição, as normas legais com ela incompatíveis se tornam

inconstitucionais, pelo fenômeno da inconstitucionalidade superveniente. Essa

não é a posição do STF. Para a Corte, trata-se de simples conflito de normas

no tempo, em que a norma posterior revoga a anterior. Nesse caso, portanto,

haveria simples revogação, e não inconstitucionalidade. Questão incorreta.

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114. (ESAF/2002/Auditor-Fiscal da Receita Federal) A lei anterior à

Constituição em vigor, que com ela não se compatibiliza materialmente, é considerada revogada por esta.

Comentários:

É isso mesmo. Nesse caso, há revogação da lei, uma vez que o STF não admite a inconstitucionalidade superveniente em nosso ordenamento jurídico.

Questão correta.

115. (ESAF/2006/CGU) Segundo a doutrina majoritária e o Supremo

Tribunal Federal, no caso brasileiro, como efeito do exercício do poder constituinte derivado sobre a legislação infraconstitucional

existente, no caso da incompatibilidade material da norma com o novo texto constitucional, temos uma inconstitucionalidade

superveniente.

Comentários:

Para o Supremo, a norma incompatível com a nova Constituição é por ela

revogada. A Corte não admite o fenômeno da inconstitucionalidade superveniente. Questão incorreta.

116. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Assentou-se a jurisprudência do

Supremo Tribunal Federal no sentido de que as normas anteriores à Constituição com essa materialmente incompatíveis são consideradas

inconstitucionais e, não, meramente revogadas.

Comentários:

Para o STF, as normas materialmente incompatíveis com a nova

Constituição são por ela revogadas. A Corte Suprema não admite o fenômeno da inconstitucionalidade superveniente. Questão incorreta.

117. (ESAF/2004/PGE-DF) Suponha a existência de uma lei ordinária regularmente aprovada com base no texto constitucional de 1969, a

qual veicula matéria que, pela Constituição de 1988, deve ser disciplinada por lei complementar. Com base nesses elementos, pode-

se dizer que tal lei incorreu no vício de inconstitucionalidade superveniente em face da nova Constituição.

Comentários:

O STF não admite a inconstitucionalidade superveniente em nosso ordenamento jurídico. Questão incorreta.

118. (ESAF/2004/IRB) A lei anterior a uma emenda à Constituição

incompatível, no seu conteúdo, com a nova redação da Carta da

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República, deve ser declarada, por meio de ação direta de

inconstitucionalidade, supervenientemente inconstitucional.

Comentários:

A emenda constitucional, por ser posterior a lei e a ela hierarquicamente

superior, revogá-la-á. Questão incorreta.

119. (ESAF/2002/PM-Fortaleza) A lei anterior à Constituição Federal

incompatível, no seu conteúdo, com a nova Carta da República, deve ser declarada, por meio de ação direta de inconstitucionalidade,

supervenientemente inconstitucional.

Comentários:

A lei anterior à Constituição Federal, com ela incompatível quanto ao

conteúdo, é considerada revogada por esta. O STF não admite a inconstitucionalidade superveniente. Questão incorreta.

VII. Interpretação da Constituição

120. (ESAF/2006/CGU) No método de interpretação constitucional

tópico-problemático, há prevalência da norma sobre o problema

concreto a ser resolvido.

Comentários:

A interpretação da Constituição envolve um conjunto de métodos,

desenvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência. No método tópico-problemático, há prevalência do problema sobre a norma, ou seja, busca-se

solucionar determinado problema por meio da interpretação de norma constitucional. Este método parte das premissas seguintes: a interpretação

constitucional tem caráter prático, pois busca resolver problemas concretos e a norma constitucional é aberta, de significado indeterminado (por isso, deve-se

dar preferência à discussão do problema). Questão incorreta.

121. (ESAF/2006/CGU) O método de interpretação hermenêutico-

concretizador prescinde de uma pré-compreensão da norma a ser interpretada.

Comentários:

O método hermenêutico-concretizador foi criado por Konrad Hesse, segundo o qual a leitura da Constituição inicia-se pela pré-compreensão do seu

sentido pelo intérprete, a quem cabe aplicar a norma para a resolução de uma situação concreta. Valoriza a atividade interpretativa e as circunstâncias nas

quais esta se desenvolve, promovendo uma relação entre texto e contexto, transformando a interpretação em “movimento de ir e vir” (círculo

hermenêutico). O método hermenêutico-concretizador diferencia-se do método

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tópico-problemático porque enquanto este pressupõe a primazia do problema

sobre a norma, aquele se baseia na prevalência do texto constitucional sobre o problema. Questão incorreta.

122. (ESAF/2005/Auditor-Fiscal do RN) O método de interpretação constitucional, denominado hermenêutico-concretizador, pressupõe a

pré-compreensão do conteúdo da norma a concretizar e a compreensão do problema concreto a resolver.

Comentários:

O método pressupõe a compreensão da norma e do problema, sendo que a daquela precede a deste. Questão correta.

123. (ESAF/2010/MTE-AFT) Praticamente toda a doutrina

constitucionalista cita os princípios e regras de interpretações enumeradas por Canotilho. Entre os princípios e as regras de

interpretação abaixo, assinale aquele (a) que não foi elencado por Canotilho.

a) Unidade da constituição. b) Da máxima efetividade ou da eficiência.

c) Da supremacia eficaz. d) Do efeito integrador.

e) Da concordância prática ou da harmonização.

Comentários:

Segundo Canotilho4, os princípios de interpretação constitucional foram

desenvolvidos a partir do método hermenêutico-concretizador, tendo como função auxiliar a tarefa do intérprete. O autor elencou os seguintes princípios

de interpretação em suas obras:

Princípio da unidade da constituição;

Princípio do efeito integrador; Princípio da concordância prática ou harmonização;

Princípio da justeza ou conformidade funcional; Princípio da força normativa da Constituição;

Princípio da eficiência ou da máxima efetividade.

A letra C é o gabarito da questão.

124. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) De acordo com o princípio da

máxima efetividade ou da eficiência, princípio de interpretação constitucional, a interpretação de uma norma constitucional exige a

coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito, de forma a evitar o sacrifício total de uns em relação a outros.

4 Canotilho, J. J.. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição.

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Comentários:

O princípio da máxima efetividade estabelece que o intérprete deve atribuir à norma constitucional o sentido que lhe dê maior efetividade social.

Visa, portanto, a maximizar a norma, a fim de extrair dela todas as suas potencialidades. Sua utilização se dá principalmente na aplicação dos direitos

fundamentais, embora possa ser usado na interpretação de todas as normas constitucionais. O conceito trazido pelo enunciado se refere ao princípio da

harmonização, não ao da máxima efetividade. Questão incorreta.

125. (ESAF/2004/IRB) O princípio de interpretação constitucional do "efeito integrador" estabelece uma nítida hierarquia entre as normas

da parte dogmática da Constituição e as normas da parte meramente

organizatória.

Comentários:

Não há tal hierarquia. O princípio do efeito integrador determina que, na interpretação da Constituição, seja dada preferência às determinações que

favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política.

Questão incorreta.

126. (ESAF/2004/IRB) Mesmo que, num caso concreto, se verifique a colisão entre princípios constitucionais, um princípio não invalida o

outro, já que podem e devem ser aplicados na medida do possível e com diferentes graus de efetivação.

Comentários:

O princípio da concordância prática ou da harmonização impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, de modo a

evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros. É geralmente usado na solução de problemas referentes à colisão de direitos fundamentais. Assim,

apesar de a Constituição, por exemplo, garantir a livre manifestação do pensamento (art. 5º, IV, CF/88), este direito não é absoluto. Ele encontra

limites na proteção à vida privada (art. 5º, X, CF/88), outro direito protegido constitucionalmente. Desse modo, ainda que, num caso concreto se verifique a

colisão entre princípios constitucionais, esse conflito é apenas aparente. Cada

princípio “cede um pouco” quando da solução do caso, evitando-se o sacrifício total de qualquer um deles. Questão correta.

127. (ESAF/2001/Promotor-CE) O princípio da concordância prática

ou da harmonização, numa sociedade democrática, determina que se dê sempre prevalência aos bens protegidos como direitos

fundamentais em caso de conflito com outros bens também constitucionalmente protegidos.

Comentários:

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Esse princípio determina que, no caso de conflito aparente entre direitos

fundamentais, haja uma redução proporcional dos mesmos, de modo que nenhum deles sofra sacrifício total. Não há prevalência de uns sobre os outros.

Questão incorreta.

128. (ESAF/2004/IRB) Segundo o princípio da unidade da

Constituição, as normas constitucionais devem ser consideradas, não isoladamente, mas como preceitos integrados num sistema interno

unitário de regras e princípios.

Comentários:

O princípio da unidade da Constituição determina que o texto da

Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições entre suas normas ou entre os princípios constitucionais. Assim, não há contradição

verdadeira entre as normas constitucionais: o conflito entre estas é apenas aparente.

Segundo esse princípio, na interpretação deve-se considerar a

Constituição como um todo, e não se interpretarem as normas de maneira

isolada. Um exemplo de sua aplicação é a interpretação do aparente conflito entre o art. 61, §1º, II, “d” e o art. 128, §5º, da Constituição. Utilizando-se o

princípio da unidade da Constituição, percebe-se que não se trata de um conflito real (antinomia) entre as normas, mas de uma iniciativa legislativa

concorrente do Procurador Geral da República e do Presidente da República para dispor sobre a organização do Ministério Público da União, do Distrito

Federal e dos Territórios.

O STF aplica, em vários de seus julgados, o princípio da unidade da Constituição. Segundo a Corte, “os postulados que informam a teoria do

ordenamento jurídico e lhe dão o substrato doutrinário assentam-se na

premissa fundamental de que o sistema de direito positivo, além de caracterizar uma unidade institucional, constitui um complexo de normas que

devem manter entre si um vínculo de essencial coerência (STF, RE 159.103-0/SP, DJU de 4.8.1995)

Questão correta.

129. (ESAF/2004/IRB) O princípio da unidade da Constituição postula que, na interpretação das normas constitucionais, seja-lhes atribuído o

sentido que lhes empreste maior eficácia ou efetividade.

Comentários:

O princípio da unidade da Constituição determina que, na interpretação

das normas constitucionais, seja-lhes dado o sentido que evite contradições entre o texto constitucional, que deve ser considerado como um todo. O

conceito trazido pelo examinador se refere ao princípio da máxima efetividade. Questão incorreta.

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VIII. Interpretação conforme a Constituição

130. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) O princípio de interpretação conforme a constituição não pode ser aplicado na avaliação da

constitucionalidade de artigo de uma Emenda à Constituição promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado

Federal.

Comentários:

O princípio da interpretação conforme a constituição foi criado pela

jurisprudência alemã, tendo como objetivo preservar as normas. Em vez de se declarar a norma inconstitucional, o Tribunal busca dar-lhe uma interpretação

que a conduza à constitucionalidade.

Assim, no caso de normas com várias interpretações possíveis, deve-se priorizar aquela que lhes compatibilize o sentido com o conteúdo

constitucional. A partir deste princípio, tem-se que a regra é a manutenção da validade da lei, e não a declaração de sua inconstitucionalidade. Isso desde

que, obviamente, a interpretação dada à norma não contrarie sua literalidade

ou sentido a fim de harmonizá-la com a Constituição.

Por seu caráter extremamente didático, reproduzimos julgado do STF em que se discorre sobre a técnica de interpretação conforme a Constituição:

“A interpretação conforme é uma técnica de eliminação de uma

interpretação desconforme. O saque desse modo especial da interpretação não

é feito para conformar um dispositivo subconstitucional aos termos da Constituição Positiva. Absolutamente! Ele é feito para descartar aquela

particularizada interpretação que, incidindo sobre um dado texto normativo de menor hierarquia impositiva, torna esse texto desconforme à Constituição.

Logo, trata-se de uma técnica de controle de constitucionalidade que só pode começar ali onde a interpretação do texto normativo inferior termina.” (STF,

ADPF 54-QO, 27.04.2005).

Destaca-se que quando a norma só tem um sentido possível (sentido unívoco), não é possível a aplicação da interpretação conforme. Nesse caso, ou

a norma será declarada totalmente constitucional ou totalmente

inconstitucional (STF, ADI 1.344-1/ES, DJ de 19.04.1996).

Outro ponto importante é que a interpretação conforme não pode deturpar o sentido originário das leis ou atos normativos. Não é possível ao

intérprete “salvar” uma lei inconstitucional, dando-lhe uma significação “contra legem”. A interpretação conforme a Constituição tem como limite a

razoabilidade, não podendo ser usada como ferramenta para tornar o juiz um legislador, ferindo o princípio da separação dos Poderes. Veja o que o Supremo

decidiu a respeito:

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“Por isso, se a única interpretação possível contrariar o sentido

inequívoco que o Poder Legislativo lhe pretendeu dar, não se pode aplicar o princípio da interpretação conforme a Constituição, que implicaria, em

verdade, criação de norma jurídica, o que é privativo do legislador positivo” (STF, Repr. 1.417-7, em 09.12.1987).

A interpretação conforme pode ser de dois tipos: com ou sem redução do texto.

Interpretação conforme com redução do texto:

Nesse caso, a parte viciada é considerada inconstitucional, tendo sua eficácia suspensa. Como exemplo, tem-se que na ADI 1.127-8, o STF

suspendeu liminarmente a expressão “ou desacato”, presente no art. 7o, § 7o, do Estatuto da OAB.

Interpretação conforme sem redução do texto:

Nesse caso, exclui-se ou se atribui à norma um sentido, de modo a torná-la compatível com a Constituição. Pode ser concessiva (quando se

concede à noma uma interpretação que lhe preserve a constitucionalidade) ou excludente (quando se exclua uma interpretação que poderia torná-la

inconstitucional).

De volta ao enunciado, o princípio da interpretação conforme a constituição pode ser aplicado, sim, às emendas constitucionais, fruto do poder

constituinte derivado (que estudaremos a seguir). Questão incorreta.

131. (ESAF/2001/Promotor-CE) Pelo princípio da interpretação

conforme a Constituição, o aplicador evita declarar inconstitucional uma norma, buscando um sentido teleológico do preceito que o

compatibilize com a Constituição, sendo irrelevante para esse esforço o sentido literal da norma.

Comentários:

De fato, Pelo princípio da interpretação conforme a Constituição, o aplicador evita declarar inconstitucional uma norma, buscando um sentido

teleológico do preceito que o compatibilize com a Constituição. Entretanto, o sentido literal da norma não pode ser desprezado. Questão incorreta.

132. A interpretação conforme a Constituição consiste em procurar extrair o significado de uma norma da Lei Maior a partir do que

dispõem as leis ordinárias que preexistiam a ela.

Comentários:

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O princípio da interpretação busca extrair o significado de uma norma

infraconstitucional priorizando o sentido que a compatibilize com a Constituição. Questão incorreta.

133. (ESAF/2009/Auditor-Fiscal da Receita Federal) A técnica denominada interpretação conforme não é utilizável quando a norma

impugnada admite sentido unívoco.

Comentários:

A interpretação conforme é técnica utilizável quando a norma admite

vários sentidos, para que se busque, dentre eles, o que mais se compatibilize com a Constituição. Não é aplicável quando a norma só admite um sentido.

Questão correta.

IX. Constituição Ideal

134. (ESAF/2009/Auditor-Fiscal da Receita Federal) O conceito ideal

de constituição, o qual surgiu no movimento constitucional do século XIX, considera como um de seus elementos materiais caracterizadores

que a constituição não deve ser escrita.

Comentários:

A concepção de constituição ideal foi preconizada por J. J. Canotilho.

Trata-se de constituição de caráter liberal, que apresenta os seguintes elementos:

Deve ser escrita;

Deve conter um sistema de direitos fundamentais individuais (liberdades negativas);

Deve conter a definição e o reconhecimento do princípio da separação dos poderes;

Deve adotar um sistema democrático formal.

Note que todos esses elementos estão intrinsecamente relacionados à limitação do poder coercitivo do Estado.

A constituição ideal, preconizada por Canotilho, deve, necessariamente,

ser escrita. Questão incorreta.

X. Poder Constituinte

135. (ESAF/2006/TCU) Para o positivismo jurídico, o poder

constituinte originário tem natureza jurídica, sendo um poder de direito, uma vez que traz em si o gérmen da ordem jurídica.

Comentários:

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A teoria do poder constituinte foi criada por Sieyès, abade francês, no

século XVIII. Esta teoria, que se aplica somente aos Estados com Constituição escrita e rígida, distingue poder constituinte de poderes constituídos.

Poder constituinte é aquele que cria a Constituição, enquanto os constituídos são aqueles estabelecidos por ela, ou seja, são aqueles que

resultam de sua criação (Legislativo, Executivo e Judiciário). O titular do poder constituinte, para Sieyès, era a nação. Rompeu, portanto, com teorias

anteriores ao Iluminismo, que determinavam que a origem do poder era divina. Quanta coragem para um clérigo, não é mesmo?

Hodiernamente, considera-se que o titular do poder constituinte é o

povo. Segundo Canotilho, o “problema do titular do poder constituinte só pode

ter hoje uma resposta democrática. Só o povo entendido como um sujeito constituído por pessoas – mulheres e homens – pode ‘decidir’ ou deliberar

sobre a conformação da sua ordem político-social. Poder constituinte significa, assim, poder constituinte do povo”5.

O poder constituinte pode ser de dois tipos: originário ou derivado.

Poder constituinte originário (poder constituinte de primeiro grau ou genuíno) é o poder de criar uma nova Constituição. Apresenta cinco

características que o distinguem do derivado: é político, inicial, incondicionado, permanente e ilimitado.

Político: dá origem ao ordenamento jurídico (é extrajurídico), não se

deriva dele. Inicial: dá início a uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior.

Incondicionado: não se sujeita a qualquer forma ou procedimento predeterminado em sua manifestação

Permanente: pode se manifestar a qualquer tempo, mesmo depois de

elaborada uma Constituição. Ilimitado ou autônomo: não se submete a limites determinados pelo

direito anterior ou pelo direito suprapositivo (natural). Pode mudar completamente a estrutura do Estado ou os direitos dos cidadãos, por

exemplo, sem ter sua validade contestada com base no ordenamento jurídico anterior.

Embora o povo seja o titular do poder constituinte, seu exercício nem

sempre é democrático. Muitas vezes, a Constituição é criada por ditadores ou grupos que conquistam o poder autocraticamente.

Assim, diz-se que a forma do exercício do poder constituinte pode ser democrática ou por convenção (quando se dá pelo povo, direta ou

indiretamente) ou, ainda, autocrática ou por outorga (quando se dá pela ação de usurpadores do poder). Note que em ambas as formas a titularidade do

poder constituinte é do povo, o que muda é a forma de exercício deste poder! 5Canotilho, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição.

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A forma democrática de exercício pode se dar tanto diretamente quanto

indiretamente. Na primeira, o povo participa diretamente do processo de elaboração da Constituição, por meio de plebiscito, referendo ou proposta de

criação de determinados dispositivos constitucionais. Na segunda, mais frequente, a participação popular se dá indiretamente, por meio de assembleia

constituinte, composta por representantes eleitos pelo povo.

No que se refere à Assembleia Constituinte, esta é considerada soberana

quando tem o poder de elaborar e promulgar, sem consulta ou ratificação popular, uma constituição. Isso se dá por ela representar a vontade do povo.

Por isso mesmo, seu poder independe de consulta ou ratificação popular.

Diz-se, ainda, que ela é exclusiva quando é composta por pessoas que

não pertençam a qualquer partido político. Seus representantes seriam professores, cientistas políticos e estudiosos do Direito, que representariam a

nação.

A Assembleia Constituinte de 1988 era soberana, mas não exclusiva. Guarde isso!

Questão incorreta.

136. (ESAF/PGFN/2012) O poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.

Comentários:

De fato, o poder constituinte originário é inicial, uma vez que dá início a uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior; incondicionado,

considerando-se que não se sujeita a qualquer forma ou procedimento predeterminado em sua manifestação e ilimitado ou autônomo, por não não se

submeter a limites determinados pelo direito anterior ou pelo direito suprapositivo (natural). Questão correta.

137. (ESAF/PGFN/2012) A soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.

Comentários:

A soberania é, sim, atributo do poder constituinte originário, uma vez

que ele não encontra limites no Direito anterior ou suprapositivo. Questão

correta.

138. (ESAF/2012/MDIC) O Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em vista ser necessária a observância do

procedimento imposto pelo ordenamento então vigente para sua implantação.

Comentários:

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O Poder Constituinte Originário é, sim, ilimitado ou autônomo, uma vez que não se submete a limites determinados pelo direito anterior ou pelo direito suprapositivo (natural). Pode mudar completamente a estrutura do Estado ou

os direitos dos cidadãos, por exemplo, sem ter sua validade contestada com base no ordenamento jurídico anterior. Questão incorreta.

139. (ESAF/2012/MDIC) As formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e convenção.

Comentários:

A forma do exercício do poder constituinte pode ser democrática ou por

convenção (quando se dá pelo povo, direta ou indiretamente) ou, ainda,

autocrática ou por outorga (quando se dá pela ação de usurpadores do poder). Questão correta.

140. (ESAF/2012/MDIC) O Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para realizar sua

constitucionalização.

Comentários:

O Poder Constituinte Originário é incondicionado. Isso significa que ele não se sujeita a qualquer forma ou procedimento predeterminado em sua manifestação. Questão incorreta.

141. (ESAF/2004/CGU) Segundo precedente do STF, no caso brasileiro, não é admitida a posição doutrinária que sustenta ser o

poder constituinte originário limitado por princípios de direito suprapositivo.

Comentários:

De fato, é essa a posição do STF. O poder constituinte originário é ilimitado, não se submetendo a princípios de direito suprapositivo ou direito

natural. Entende-se por direito suprapositivo aquele não positivado, ou seja, não escrito, que decorre do conceito de justiça. Questão correta.

142. (ESAF/2006/PGFN) Consolidou-se o entendimento de que é

possível invocar direito adquirido em face de decisão do poder constituinte originário.

Comentários:

O poder constituinte originário é ilimitado, não se submetendo a limites determinados pelo direito anterior. Pode mudar completamente a estrutura do

Estado ou os direitos dos cidadãos, por exemplo, sem ter sua validade contestada com base no ordenamento jurídico anterior. Por esse motivo, o STF

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entende que não há possibilidade de se invocar direito adquirido contra normas

constitucionais originárias6. Questão incorreta.

143. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Admite-se pacificamente entre nós a

invocação do direito adquirido contra norma provinda do poder constituinte originário.

Comentários:

O STF não admite a invocação do direito adquirido contra norma provinda do poder constituinte originário. Questão incorreta.

144. (ESAF/2002/STN) A garantia constitucional do direito adquirido

não pode ser invocada para se obstar a incidência de norma constitucional editada pelo Poder Constituinte Originário.

Comentários:

É esse o entendimento do STF. Questão correta.

145. (ESAF/2002/STN) Sabendo que o Código Tributário Nacional (CTN) foi editado antes da Constituição de 1988, sob a forma de lei

ordinária, é possível afirmar que as normas do CTN que regulam

limitações constitucionais ao poder de tributar são consideradas revogadas pela nova Constituição, uma vez que esta exige para o

tratamento da matéria o instrumento normativo da lei complementar. Resguardam-se, porém, direitos adquiridos.

Comentários:

O fato de a Constituição prever que as limitações constitucionais ao poder de tributar sejam tratadas por meio de lei complementar não impediu

que as normas do CTN que regulam essa matéria fossem recepcionadas. Na recepção, o que importa é a compatibilidade material, não a formal. Essas

normas foram recepcionadas com “status” de lei complementar. Outro erro do enunciado diz respeito aos direitos adquiridos. O STF entende que não há

possibilidade de se invocar direito adquirido contra normas constitucionais originárias. Questão incorreta.

146. (ESAF/2009/Auditor da Receita Federal) O Poder Constituinte

Originário é ilimitado e autônomo, pois é a base da ordem jurídica.

Comentários:

O Poder Constituinte Originário é inicial, por ser base da ordem jurídica.

Questão incorreta.

6 AI 777399 CE, Min. Ellen Gracie, j. 22.12.2009, DJe-027, public. 12.02.2010.

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147. (ESAF/2009/Auditor da Receita Federal) O Poder Constituinte

Derivado decorrente consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na

própria Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos com caráter representativo.

Comentários:

O Poder constituinte derivado (poder constituinte de segundo grau) é o poder de modificar a Constituição Federal bem como de elaborar as

Constituições Estaduais. É fruto do poder constituinte originário, estando previsto na própria Constituição. Tem como características ser jurídico,

derivado, limitado (ou subordinado) e condicionado.

Jurídico: é regulado pela Constituição, estando, portanto, previsto no

ordenamento jurídico vigente. Derivado: é fruto do poder constituinte originário

Limitado ou subordinado: é limitado pela Constituição, não podendo desrespeitá-la, sob pena de inconstitucionalidade.

Condicionado: a forma de seu exercício é determinada pela Constituição. Assim, a aprovação de emendas constitucionais, por exemplo, deve obedecer

ao procedimento estabelecido no artigo 60 da Constituição Federal (CF/88).

O poder constituinte derivado subdivide-se em poder constituinte

reformador e poder constituinte decorrente. O primeiro consiste no poder de modificar a Constituição. Já o segundo é aquele que a CF/88 confere aos

Estados de se auto-organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições. Ambos devem respeitar as limitações e condições impostas pela

Constituição Federal.

Uma informação adicional faz-se necessária para sua prova. Em nosso

mundo globalizado, fala-se hoje em um poder constituinte supranacional. Atualmente, tal modalidade de poder constituinte existe na União Europeia,

onde vários Estados abriram mão de parte de sua soberania em prol de um poder central. É a manifestação máxima daquilo que se chama direito

comunitário, reconhecido como hierarquicamente superior aos direitos internos de cada Estado.

Questão incorreta.

148. (ESAF/PGFN/2012) O poder constituinte derivado é limitado e condicionado.

Comentários:

De fato, o poder constituinte derivado é limitado, uma vez que não pode desrespeitar a Constituição, sob pena de inconstitucionalidade, e condicionado,

por ser a forma de seu exercício determinada pela Constituição. Questão correta.

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149. (ESAF/PGFN/2012) O poder constituinte decorrente, típico aos

Estados Nacionais unitários, é limitado, porém incondicionado.

Comentários:

O poder constituinte decorrente é típico dos estados federados, sendo

limitado e condicionado. Questão incorreta.

150. (ESAF/2012/MDIC) No Poder Constituinte Derivado Decorrente,

há a possibilidade de alteração do texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria Constituição. No Brasil é

exercitado pelo Congresso Nacional.

Comentários:

É no Poder Constituinte Derivado Reformador, exercido pelo Congresso Nacional, que se tem a possibilidade de alteração do texto constitucional,

respeitando-se a regulamentação prevista na própria Carta. O Poder Constituinte Derivado Decorrente é aquele que a CF/88 confere aos Estados de

se auto-organizarem, por meio da elaboração de suas próprias Constituições.

Questão incorreta.

151. (ESAF/2012/MDIC) No Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a regulamentações especiais estabelecidas na

própria Constituição, vez que com essas limitações não seria possível atingir o objetivo de reformar.

Comentários:

Mesmo que você não conheça as limitações ao poder de reforma trazidas pela Constituição (tema de aula futura), poderá resolver essa questão com as

informações que trouxemos nesta aula. O Poder Constituinte Derivado Reformador é limitado pela Constituição, não podendo desrespeitá-la, sob pena

de inconstitucionalidade. Além disso, é condicionado, o que significa que a forma de seu exercício é determinada pela Constituição. Questão incorreta.

152. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos parlamentares no processo legiferante, em que

são discutidas e aprovadas leis, observadas as limitações formais e materiais impostas pela Constituição.

Comentários:

O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído pela CF/88 aos Estados-membros para que eles elaborem suas Constituições. Questão

incorreta.

153. (ESAF/2006/PGFN) Do poder constituinte dos Estados-membros é possível dizer que é inicial, limitado e condicionado.

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Comentários:

Do poder constituinte dos Estados-membros (poder constituinte derivado decorrente), pode-se dizer que é derivado, limitado (ou subordinado) e

condicionado. Não é inicial. Questão incorreta.

154. (ESAF/2009/Auditor-Fiscal da Receita Federal) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra jurídica de autenticidade

constitucional.

Comentários:

O poder constituinte derivado é regulado pela própria constituição, sendo

fruto do poder constituinte originário. Por isso, pode-se afirmar que decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional. Questão correta.

155. (ESAF/2009/Auditor da Receita Federal) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte Originário, nasce da deliberação da

representação popular, devidamente convocada pelo agente revolucionário.

Comentários:

Na outorga não há representação popular. O exercício do poder se dá pela ação do agente revolucionário. Questão incorreta.

156. (ESAF/2009/Auditor da Receita Federal) O Poder Constituinte

Derivado decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional.

Comentários:

De fato, o Poder Constituinte Derivado decorre de previsão da própria Constituição. Questão correta.

157. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) Entre as características do poder

constituinte originário destaca-se a possibilidade incondicional de

atuação, ou seja, a Assembleia Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-determinado.

Comentários:

O enunciado está perfeito. O poder constituinte originário é

incondicionado, não estando sujeito a nenhum procedimento preexistente.

Questão correta.

158. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) O titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, promove a instituição de um novo regime

constitucional ou promove a sua alteração.

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Comentários:

No que se refere ao poder constituinte, titularidade e exercício são aspectos distintos. O povo é o titular do poder constituinte. Aquele que, em

seu nome, promove a instituição de um novo regime constitucional ou promove a sua alteração é o seu exercente. Questão incorreta.

159. (ESAF/2005/Auditor-Fiscal da Receita Federal) Como a

titularidade da soberania se confunde com a titularidade do poder constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do poder constituinte

originário é do Estado, uma vez que a soberania é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

Comentários:

A titularidade do poder constituinte é do povo, enquanto a da soberania é da República Federativa do Brasil, como veremos na próxima aula. Portanto,

não se confundem. Questão incorreta.

160. (ESAF/2006/CGU) A titularidade do poder constituinte originário,

segundo a teoria da soberania estatal, é da nação, entendida como entidade abstrata que se confunde com as pessoas que a integram.

Comentários:

Embora a titularidade do poder constituinte originário seja, segundo Sieyès, da nação, esta não se confunde com as pessoas que a integram, num

determinado momento histórico. Na verdade, a nação encarna a permanência de uma comunidade compreendendo os interesses permanentes dela. O Poder

Constituinte, assim, pertence à nação, enquanto comunidade, e manifesta a vontade dela.7 Questão incorreta.

161. (ESAF/2006/CGU) A existência de um poder constituinte

derivado decorrente não pressupõe a existência de um Estado federal.

Comentários:

A existência de um poder constituinte derivado decorrente, por ser este

o poder atribuído aos Estados federados de elaborarem suas próprias constituições, pressupõe a existência de um Estado federal. Questão incorreta.

162. (ESAF/2005/Auditor-Fiscal) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre restrição de nenhuma limitação imposta por

norma de direito positivo anterior.

Comentários:

7 Dirley da Cunha Jr, Curso de Direito Constitucional, 6ª edição, p. 246.

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O poder constituinte originário é ilimitado, por não sofrer limitação de

norma de direito positivo anterior. Questão incorreta.

163. (ESAF/2004/MRE) Uma das características do poder constituinte

derivado é ser um poder inicial, uma vez que ele, alterando a constituição, dá início a uma nova ordem constitucional.

Comentários:

É o poder constituinte originário que se caracteriza por ser inicial, por dar início a um novo ordenamento jurídico. Questão incorreta.

164. (ESAF/2004/CGU) Segundo a melhor doutrina, a característica

de subordinado do poder constituinte derivado refere- se exclusivamente à sua sujeição às regras atinentes à forma

procedimental pela qual ele irá promover as alterações no texto constitucional.

Comentários:

É a característica de condicionado (não a de subordinado) que obriga poder constituinte derivado a se sujeitar às regras referentes à forma

estabelecidas pelo ordinário. Questão incorreta.

165. (ESAF/2002/STN) Da constituição que resulta do trabalho de

uma Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes do povo, eleitos com a finalidade de elaborar o texto constitucional,

diz-se que se trata de uma constituição:

a) Outorgada b) Histórica

c) Imutável d) Promulgada

e) Dirigente

Comentários:

O enunciado traz o conceito de Constituição promulgada ou democrática.

A letra D é o gabarito.

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LISTA DE QUESTÕES

1. (ESAF/2007/PGFN) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da

unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta

perspectiva materializante, a ideia de rigidez de todas as regras.

2. (ESAF/2007/PGFN) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é

dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente

interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a ideia de rigidez de todas as regras.

3. (ESAF/2006/ENAP) Na concepção sociológica, defendida por Ferdinand Lassale, a Constituição seria o resultado de uma lenta

formação histórica, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da

organização de determinado Estado.

4. (ESAF/2005/STN) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o

conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão política

fundamental do Estado.

5. (ESAF/2007/PGFN) Carl Schmitt, principal protagonista da

corrente doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem Constituição, isso porque toda sociedade politicamente

organizada contém uma estrutura mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade não é a Constituição real e efetiva,

mas as Constituições escritas.

6. (ESAF/2005/Estado RN/Auditor Fiscal) A constituição em

sentido político pode ser entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas constitucionais positivas.

7. (ESAF/2003/AFT) Para Hans Kelsen, a norma fundamental, fato

imaterial instaurador do processo de criação das normas positivas, seria a constituição em seu sentido lógico-jurídico.

8. (ESAF/2005/STN) Em razão da superioridade hierárquica da lei complementar sobre a lei ordinária, a disciplina de uma matéria, por

lei complementar, ainda que ela não esteja reservada a essa espécie de instrumento normativo, impede que ela venha a ser disciplinada de

forma distinta em lei ordinária.

9. (ESAF/2002/STN) As emendas à Constituição têm status

hierárquico inferior às normas da Constituição elaboradas pelo próprio poder constituinte originário.

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10. (ESAF/2006/MTE) Aos tratados sobre direitos humanos, em vigor

no plano internacional e interno, a Constituição Federal assegura hierarquia de norma constitucional.

11. (ESAF/2005/STN) Os tratados internacionais, dentro da hierarquia das normas, serão sempre equiparados à lei ordinária.

12. (ESAF/2004/CGU) Segundo a jurisprudência do STF, se uma lei

complementar disciplinar uma matéria não reservada a esse tipo de instrumento normativo, pelo princípio da hierarquia das leis, não

poderá uma lei ordinária disciplinar tal matéria.

13. (ESAF/2007/PGFN) É válida a revogação por lei ordinária de

dispositivo formalmente inserido em lei complementar, cuja matéria disciplinada não estava constitucionalmente reservada a esta última.

14. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) Lei ordinária que regulamentou matéria atribuída pela Constituição à lei complementar é formal e

materialmente inconstitucional, independentemente de apreciação e julgamento pelo Supremo Tribunal Federal.

15. (ESAF/2003/Ministério do Trabalho/AFT) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), a distinção entre a

lei complementar e a lei ordinária não se situa no plano da hierarquia, mas no da reserva de matéria.

16. (ESAF/2003/Prefeitura de Recife) Por força do princípio da

hierarquia das leis, sempre que uma lei municipal estiver em conflito com uma lei votada na Assembleia Legislativa do Estado em que o

Município se situa, a lei municipal deverá ser tida como inconstitucional.

17. (ESAF/2003/TCE-PR) Por força do princípio da hierarquia das leis, sempre que uma lei municipal estiver em conflito com uma lei

votada na Assembleia Legislativa do Estado em que o Município se situa, a lei municipal deverá ser tida como inconstitucional.

18. (ESAF/2003/MPOG) A lei federal, qualquer que seja o seu conteúdo, há de prevalecer sobre a lei estadual ou municipal que lhe

seja contrária.

19. (ESAF/2002/MRE) As normas da Constituição Federal produzidas

pelo Poder Constituinte originário têm o mesmo nível hierárquico das leis complementares.

20. (ESAF/2003/MPOG) Na Federação brasileira, a Constituição do

Estado-membro tem o mesmo status hierárquico da Constituição Federal.

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21. (ESAF/2002/MRE) As normas da Constituição resultantes do

Poder Constituinte originário são hierarquicamente superiores às normas da Constituição resultantes de emenda à Constituição.

22. (ESAF/2003/Auditor-Fiscal da Receita Federal) Os princípios da Constituição que se classificam como cláusulas pétreas são

hierarquicamente superiores às demais normas concebidas pelo poder

constituinte originário.

23. (ESAF/2002/STN) As normas que constituem cláusulas pétreas

são hierarquicamente superiores aos demais dispositivos constitucionais.

24. (ESAF/2002/MPOG) No texto da Constituição Federal de 1988, há diferença hierárquica entre normas definidas como cláusulas

pétreas e as demais normas do Estatuto Político.

25. (ESAF/2002/STN) Normas que constituem cláusulas pétreas têm

status hierárquico superior ao das demais normas constantes do texto constitucional.

26. (ESAF/2002/MRE) Uma medida provisória tem menor status hierárquico do que uma lei ordinária.

27. (ESAF/2002/MRE) A lei complementar tem o mesmo status hierárquico da emenda à Constituição.

28. (ESAF/2002/MRE) O tratado internacional não tem o mesmo

status hierárquico de uma emenda à Constituição.

29. (ESAF/2002/MPOG) Segundo a visão pacificada da doutrina e da

jurisprudência, os tratados de que o Brasil faz parte, versando direitos individuais, têm a mesma estatura hierárquica das normas

constitucionais.

30. (ESAF/2002/MPOG) No texto da Constituição Federal de 1988, há

diferença hierárquica entre normas estatuídas pelo poder constituinte originário e normas acrescentadas ao texto original por meio de

emenda constitucional..

31. (ESAF/2002/MPOG) Leis ordinárias, leis delegadas, decretos

legislativos e medidas provisórias situam-se no mesmo patamar no que tange à hierarquia das normas jurídicas.

32. (ESAF/2002/MPOG) O legislador é livre para tratar por meio de lei complementar de qualquer assunto que entenda que, pela sua

importância, mereça ser protegido contra mudanças decorrentes do

processo legislativo mais simplificado, próprio das leis ordinárias.

33. (ESAF/2001/SFC) As leis federais são, por definição, superiores

hierarquicamente às leis estaduais.

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34. (ESAF/2001/SFC) Não existe hierarquia entre as normas do Ato

das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição de 1988 e as normas que compõem o corpo principal da mesma Constituição.

35. (ESAF/2001/SFC) As emendas à Constituição são hierarquicamente inferiores às normas da Constituição editadas pelo

Poder Constituinte originário.

36. (ESAF/2000/TCU) A Constituição estabelece uma hierarquia entre as normas, em que as emendas à Constituição estão em patamar

mais elevado, vindo em seguida as leis complementares, que são hierarquicamente superiores às leis ordinárias, que, por seu turno, são

hierarquicamente superiores aos decretos legislativos.

37. (ESAF/2007/PGFN) As constituições outorgadas não são

precedidas de atos de manifestação livre da representatividade popular e assim podem ser consideradas as Constituições brasileiras

de 1824, 1937 e a de 1967, com a Emenda Constitucional n. 01 de 1969.

38. (ESAF/2009/MPOG) São classificadas como dogmáticas, escritas e outorgadas as constituições que se originam de um órgão

constituinte composto por representantes do povo eleitos para o fim de as elaborar e estabelecer, das quais são exemplos as Constituições

brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.

39. (ESAF/2006/IRB) Uma constituição é classificada como popular, quanto à origem, quando se origina de um órgão constituinte

composto de representantes do povo.

40. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Chama-se Constituição outorgada

aquela que é votada pelos representantes do povo especialmente convocados para elaborar o novo Estatuto Político.

41. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) No que se refere à origem, a Constituição Federal de 1988 é considerada outorgada, haja vista ser

proveniente de um órgão constituinte composto de representantes eleitos pelo povo.

42. (ESAF/2004/CGU) As constituições outorgadas, sob a ótica jurídica, decorrem de um ato unilateral de uma vontade política

soberana e, em sentido político, encerram uma limitação ao poder absoluto que esta vontade detinha antes de promover a outorga de um

texto constitucional.

43. (ESAF/2009/Receita Federal/Auditor-Fiscal) A constituição escrita, também denominada de constituição instrumental, aponta

efeito racionalizador, estabilizante, de segurança jurídica e de calculabilidade e publicidade.

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44. (ESAF/2007/PGFN) Considera-se constituição não-escrita a que

se sustenta, sobretudo, em costumes, jurisprudências, convenções e em textos esparsos, formalmente constitucionais.

45. (ESAF/2006/ENAP) As constituições classificadas quanto à forma como legais são aquelas sistematizadas e apresentadas em um

texto único.

46. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) A constituição escrita apresenta-se como um conjunto de regras sistematizadas em um único documento.

A existência de outras normas com status constitucional, “per se”, não é capaz de descaracterizar essa condição.

47. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) Uma constituição não escrita é aquela cujas normas decorrem de costumes e convenções, não

havendo documentos escritos aos quais seja reconhecida a condição de textos constitucionais.

48. (ESAF/2009/Receita Federal/Auditor-Fiscal) A constituição dogmática se apresenta como produto escrito e sistematizado por um

órgão constituinte, a partir de princípios e ideias fundamentais da teoria política e do direito dominante.

49. (ESAF/2006/CGU) Nem toda constituição classificada como dogmática foi elaborada por um órgão constituinte.

50. (ESAF/2002/STN) As constituições ditas históricas são

invariavelmente constituições escritas.

51. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) As constituições dogmáticas, como é o

caso da Constituição Federal de 1988, são sempre escritas, e apresentam, de forma sistematizada, os princípios e ideias

fundamentais da teoria política e do direito dominante à época.

52. (ESAF/2009/MPOG) A constituição material é o peculiar modo

de existir do Estado, reduzido, sob a forma escrita, a um documento solenemente estabelecido pelo poder constituinte e somente

modificável por processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos.

53. (ESAF/2006/CGU) O conceito formal de constituição e o conceito material de constituição, atualmente, se confundem, uma vez que a

moderna teoria constitucional não mais distingue as normas que as compõem.

54. (ESAF/2004/CGU) Em sua concepção materialista ou

substancial, a Constituição se confundiria com o conteúdo de suas normas, sendo pacífico na doutrina quais seriam as matérias

consideradas como de conteúdo constitucional e que deveriam integrar obrigatoriamente o texto positivado.

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55. (ESAF/2009/MPOG) A constituição formal designa as normas

escritas ou costumeiras, inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização dos seus órgãos e os

direitos fundamentais.

56. (ESAF/2003/AFT) A constituição, na sua concepção formal, seria

um conjunto de normas legislativas que se distinguem das não

constitucionais em razão de serem produzidas por processo legislativo mais dificultoso, o qual pode se materializar sob a forma da

necessidade de um órgão legislativo especial para elaborar a Constituição - Assembleia Constituinte - ou sob a forma de um quorum

superior ao exigido para a aprovação, no Congresso Nacional das leis ordinárias.

57. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) Nas constituições materiais, como é o caso da Constituição Federal de 1988, as matérias inseridas no

documento escrito, mesmo aquelas não consideradas "essencialmente constitucionais", possuem status constitucional.

58. (ESAF/2006/MTE-AFT) Na concepção materialista de Constituição, é dada relevância ao processo de formação das normas

constitucionais, que, além de ser intencional, deve produzir um conjunto sistemático com unidade, coerência e força jurídica próprias,

dentro do sistema jurídico do Estado.

59. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) A Constituição Federal de 1988 é considerada, em relação à estabilidade, como semirrígida, na medida

em que a sua alteração exige um processo legislativo especial.

60. (ESAF/2004/CGU) Na história do Direito Constitucional

brasileiro, apenas a Constituição de 1824 pode ser classificada, quanto à estabilidade, como uma constituição semirrígida.

61. (ESAF/2003/Prefeitura do Recife) Quando uma Constituição prevê processo legislativo de emenda do seu texto mais complexo e

difícil do que o processo de elaboração da legislação ordinária, é correto dizer que esta Constituição é:

a) rígida b) flexível

c) toda ela composta de cláusulas pétreas d) histórica

e) costumeira

62. (ESAF/2006/ENAP) Constituições rígidas são as que possuem cláusulas pétreas, que não podem ser modificadas pelo poder

constituinte derivado.

63. (ESAF/2006/CGU) Uma constituição rígida não pode ser objeto

de emenda.

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64. (ESAF/2009/MPOG) São constitucionais as normas que dizem

respeito aos limites, e atribuições respectivas dos poderes políticos, e aos direitos fundamentais. As demais disposições que estejam na

Constituição podem ser alteradas pelo quórum exigido para a aprovação das leis ordinárias.

65. (ESAF/2004/MRE) Nenhuma norma da Constituição, mesmo que

não seja materialmente constitucional, pode ser alterada por maioria simples ou mesmo absoluta.

66. (ESAF/2009/SEFAZ-SP) Assinale a opção correta relativa à classificação da Constituição Federal de 1988.

a) É costumeira, rígida, analítica. b) É flexível, promulgada, analítica.

c) É rígida, outorgada, analítica. d) É parcialmente inalterável, outorgada, sintética.

e) É rígida, parcialmente inalterável, promulgada

67. (ESAF/2003/Auditor-Fiscal da Receita Federal) Da Constituição

em vigor pode ser dito que corresponde ao modelo de Constituição escrita, dogmática, promulgada e rígida.

68. (ESAF/2002/MRE) A Constituição que é votada por uma Assembleia composta de representantes do povo e que admite ser

modificada, exigindo, porém um processo legislativo mais solene e dificultoso do que aquele seguido para a edição de leis ordinárias é

chamada de:

a) Constituição promulgada e rígida.

b) Constituição flexível e dogmática. c) Constituição dogmática e semi-rígida.

d) Constituição promulgada e semi-rígida. e) Constituição outorgada e rígida.

69. (ESAF/2004/CGU) Segundo a melhor doutrina, a tendência constitucional moderna de elaboração de Constituições sintéticas se

deve, entre outras causas, à preocupação de dotar certos institutos de

uma proteção eficaz contra o exercício discricionário da autoridade governamental.

70. (ESAF/2009/Auditor-Fiscal da Receita Federal) A constituição sintética, que é constituição negativa, caracteriza-se por ser

construtora apenas de liberdade- negativa ou liberdade-impedimento, oposta à autoridade.

71. (ESAF/2004/CGU) Segundo a classificação das Constituições, adotada por Karl Lowenstein, uma constituição nominativa é um mero

instrumento de formalização legal da intervenção dos dominadores de

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fato sobre a comunidade, não tendo a função ou a pretensão de servir

como instrumento limitador do poder real.

72. (ESAF/2006/CGU) Quanto ao sistema da Constituição, as

constituições se classificam em constituição principiológica - na qual predominam os princípios - e constituição preceitual - na qual

prevalecem as regras.

73. (ESAF/2012 /MDIC) Sabe-se que a doutrina constitucionalista classifica as constituições. Quanto às classificações existentes, é

correto afirmar que:

I. Quanto ao modo de elaboração, pode ser escrita e não escrita.

II. Quanto à forma, pode ser dogmática e histórica. III. Quanto à origem, pode ser promulgada e outorgada.

IV. Quanto ao conteúdo, pode ser analítica e sintética.

Assinale a opção verdadeira.

a) II, III e IV estão corretas. b) I, II e IV estão incorretas.

c) I, III e IV estão corretas. d) I, II e III estão corretas.

e) II e III estão incorretas.

74. (ESAF/2007/PGFN) No caso das normas constitucionais de

eficácia contida, a atividade integradora do legislador infraconstitucional é vinculada e não discricionária, ante a

necessidade, para fins de auto execução, de delimitar o ambiente da sua atuação restritiva.

75. (ESAF/PGFN/2012) Sobre as classificações atribuídas às normas constitucionais, pode-se afirmar que “norma de eficácia contida”, ou

“norma de eficácia restringível”, é aquela que independe de regulação infraconstitucional para a sua plena eficácia, porém pode vir a ter a

sua eficácia ou o seu alcance restringido por legislação infraconstitucional.

76. (ESAF/2002/INSS) Todas as normas da Constituição relativas a direito fundamental são classificadas como de eficácia plena.

77. (ESAF/2007/PGFN) As normas programáticas não são

autoaplicáveis porque retratam apenas diretrizes políticas que devem ser alcançadas pelo Estado Brasileiro, não possuindo caráter

vinculante imediato.

78. (ESAF/2012/PGFN) Na tradição da doutrina norte-americana,

incorporada por diversos autores brasileiros, as normas não

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autoaplicáveis são aquelas que independem de regulação

infraconstitucional para a sua plena eficácia.

79. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) As normas constitucionais de eficácia

contida são aquelas que apresentam aplicabilidade reduzida, haja vista necessitarem de norma ulterior para que sejam aplicadas.

80. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) As normas constitucionais de eficácia

limitada estreitam-se com o princípio da reserva legal, haja vista regularem interesses relativos à determinada matéria, possibilitando a

restrição por parte do legislador derivado.

81. (ESAF/2006/IRB) Uma norma constitucional classificada quanto

à sua aplicabilidade como uma norma constitucional de eficácia contida não possui como característica a aplicabilidade imediata.

82. (ESAF/2005/STN) Uma norma constitucional de eficácia limitada não produz seus efeitos essenciais com a sua simples entrada em

vigor, porque o legislador constituinte não estabeleceu sobre a matéria, objeto de seu conteúdo, uma normatividade suficiente,

deixando essa tarefa para o legislador ordinário ou para outro órgão do Estado.

83. (ESAF/2003/AFT) Segundo a melhor doutrina, as normas de eficácia contida são de aplicabilidade direta e imediata, no entanto,

podem ter seu âmbito de aplicação restringido por uma legislação

futura, por outras normas constitucionais ou por conceitos ético-jurídicos.

84. (ESAF/2003/AFT) Segundo a melhor doutrina, as normas constitucionais de eficácia limitada são do tipo normas declaratórias

de princípios institutivos quando: determinam ao legislador, em termos peremptórios, a emissão de uma legislação integrativa; ou

facultam ao legislador a possibilidade de elaborar uma lei, na forma, condições e para os fins previstos; ou possuem esquemas gerais, que

dão a estrutura básica da instituição, órgão ou entidade a que se referem, deixando para o legislador ordinário a tarefa de estruturá-los,

em definitivo, mediante lei.

85. (ESAF/2003/SRF/Auditor-Fiscal) A norma constitucional

programática, porque somente delineia programa de ação para os poderes públicos, não é considerada norma jurídica.

86. (ESAF/2003/SRF/Auditor-Fiscal) Chama-se norma

constitucional de eficácia limitada aquela emenda à Constituição que já foi votada e aprovada no Congresso Nacional, mas ainda não entrou

em vigor, por não ter sido promulgada.

87. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) As normas constitucionais

programáticas, por se destinarem, por sua própria natureza, a uma

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duração limitada no tempo, estão todas situadas na parte da

Constituição relativa às disposições constitucionais transitórias.

88. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) As normas constitucionais

programáticas não produzem efeito jurídico algum, a não ser depois de desenvolvidas pelo legislador ordinário.

89. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) Nenhuma norma da

Constituição Federal possui eficácia plena, porque todas elas dependem, em maior ou menor grau, de desenvolvimento do seu

conteúdo pelo legislador ordinário.

90. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) A Constituição que não adota

normas programáticas é conhecida pela doutrina como Constituição dirigente.

91. (ESAF/2002/STN) As constituições dirigentes caracterizam-se por conterem princípios básicos de limitação de poder, direitos

fundamentais e garantias institucionais, não contendo, porém, normas programáticas.

92. (ESAF/2002/SRF/Auditor-Fiscal) Um direito previsto numa norma constitucional de eficácia contida pode ser restringido por meio

de lei ordinária.

93. (ESAF/2006/PGFN) Normas constitucionais de eficácia

restringida não apresentam eficácia jurídica alguma senão depois de

desenvolvidas pelo legislador ordinário.

94. (ESAF/2004/PGE-DF) Suponha a existência de uma lei ordinária

regularmente aprovada com base no texto constitucional de 1969, a qual veicula matéria que, pela Constituição de 1988, deve ser

disciplinada por lei complementar. Com base nesses elementos, pode-se dizer que tal lei foi revogada por incompatibilidade formal com a

Constituição de 1988.

95. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Normas de lei ordinária anteriores à

nova Constituição que sejam com essa materialmente compatíveis são tidas como recebidas, mesmo que se revistam de forma legislativa que

já não mais é prevista na nova Carta.

96. (ESAF/2004/IRB) Os decretos-leis editados antes da vigência da

Constituição de 1988 perderam eficácia com a promulgação desta, uma vez que a ordem constitucional em vigor não previu tal

instrumento normativo.

97. (ESAF/2004/IRB) Lei ordinária anterior à Constituição de 1988, com ela materialmente compatível, é tida como recebida pela nova

ordem constitucional, mesmo que esta exija lei complementar para regular o assunto.

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98. (ESAF/2002/STN) Sabendo que o Código Tributário Nacional

(CTN) foi editado antes da Constituição de 1988, sob a forma de lei ordinária, é possível afirmar que as normas do CTN que regulam

limitações constitucionais ao poder de tributar continuam em vigor, desde que o seu conteúdo seja concordante com as normas da

Constituição de 1988.

99. (ESAF/2002/PM Fortaleza) Lei ordinária anterior à Constituição de 1988, com ela materialmente compatível, é tida como recebida pela

nova ordem constitucional, mesmo que esta exija lei complementar para regular o assunto.

100. (ESAF/2004/PGE-DF) Suponha a existência de uma lei ordinária regularmente aprovada com base no texto constitucional de 1969, a

qual veicula matéria que, pela Constituição de 1988, deve ser disciplinada por lei complementar. Com base nesses elementos, pode-

se dizer que pode ser revogada por outra lei ordinária.

101. (ESAF/2004/PGE-DF) Suponha a existência de uma lei ordinária

regularmente aprovada com base no texto constitucional de 1969, a qual veicula matéria que, pela Constituição de 1988, deve ser

disciplinada por lei complementar. Com base nesses elementos, pode-se dizer que tal lei pode ser revogada por emenda à Constituição

Federal.

102. (ESAF/2004/PGE-DF) A legislação federal anterior à Constituição de 1988 e regularmente aprovada com base na

competência da União definida no texto constitucional pretérito é considerada recebida como estadual ou municipal se a matéria por ela

disciplinada passou segundo a nova Constituição para o âmbito de competência dos Estados ou dos Municípios, conforme o caso, não se

podendo falar em revogação daquela legislação em virtude dessa mudança de competência promovida pelo novo texto constitucional.

103. (ESAF/2004/PGE-DF) Leis anteriores à Constituição em vigor somente continuam a produzir efeitos na vigência da nova ordem se

forem expressamente recepcionadas pelo legislador da nova ordem.

104. (ESAF/2001/SRF/Auditor-Fiscal) Sabe-se que a Constituição em

vigor não prevê a figura do Decreto-Lei. Sobre um Decreto-Lei, editado antes da Constituição em vigor, cujo conteúdo é compatível com esta,

é possível afirmar que este deve ser considerado revogado com o

advento da nova Constituição.

105. (ESAF/2002/PM Fortaleza) Todo Decreto-Lei editado antes da

Constituição de 1988 perdeu eficácia depois da promulgação desta, uma vez que a ordem constitucional em vigor não previu tal

instrumento normativo.

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106. (ESAF/2002/INSS) Uma vez que a Constituição de 1988 não

previu a figura do Decreto-Lei, todos os decretos- leis editados antes dela ficaram revogados com o advento da Constituição em vigor.

107. (ESAF/2006/PGFN) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição entrega à competência privativa dos Municípios fica

imediatamente revogada com o advento da nova Carta.

108. (ESAF/2006/PGFN) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo Texto Magno, é mister que seja compatível com

este, tanto do ponto de vista da forma legislativa como do conteúdo dos seus preceitos.

109. (ESAF/2006/PGFN) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal convergem para afirmar que normas da

Constituição anterior ao novo diploma constitucional, que com este não sejam materialmente incompatíveis, são recebidas como normas

infraconstitucionais.

110. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Com o advento de uma nova

Constituição, normas da Constituição anterior que sejam compatíveis com o novo diploma continuam a vigorar, embora com força de lei

complementar.

111. (ESAF/2004/IRB) As normas da Constituição de 1967/1969 que

não destoam, no seu conteúdo, da Constituição de 1988, são

consideradas como recebidas pela nova ordem, com status de lei complementar.

112. (ESAF/2002/PM-Fortaleza) As normas da Constituição de 1967/1969, que não entram, quanto ao seu conteúdo, em linha

colidente com a Constituição de 1988, são consideradas como recebidas pela nova ordem, com status de lei complementar.

113. (ESAF/2006/PGFN) Normas não recebidas pela nova Constituição são consideradas, ordinariamente, como sofrendo de

inconstitucionalidade superveniente.

114. (ESAF/2002/Auditor-Fiscal da Receita Federal) A lei anterior à

Constituição em vigor, que com ela não se compatibiliza materialmente, é considerada revogada por esta.

115. (ESAF/2006/CGU) Segundo a doutrina majoritária e o Supremo Tribunal Federal, no caso brasileiro, como efeito do exercício do poder

constituinte derivado sobre a legislação infraconstitucional

existente, no caso da incompatibilidade material da norma com o novo texto constitucional, temos uma inconstitucionalidade

superveniente.

116. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Assentou-se a jurisprudência do

Supremo Tribunal Federal no sentido de que as normas anteriores à

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Constituição com essa materialmente incompatíveis são consideradas

inconstitucionais e, não, meramente revogadas.

117. (ESAF/2004/PGE-DF) Suponha a existência de uma lei ordinária

regularmente aprovada com base no texto constitucional de 1969, a qual veicula matéria que, pela Constituição de 1988, deve ser

disciplinada por lei complementar. Com base nesses elementos, pode-

se dizer que tal lei incorreu no vício de inconstitucionalidade superveniente em face da nova Constituição.

118. (ESAF/2004/IRB) A lei anterior a uma emenda à Constituição incompatível, no seu conteúdo, com a nova redação da Carta da

República, deve ser declarada, por meio de ação direta de inconstitucionalidade, supervenientemente inconstitucional.

119. (ESAF/2002/PM-Fortaleza) A lei anterior à Constituição Federal incompatível, no seu conteúdo, com a nova Carta da República, deve

ser declarada, por meio de ação direta de inconstitucionalidade, supervenientemente inconstitucional.

120. (ESAF/2006/CGU) No método de interpretação constitucional tópico-problemático, há prevalência da norma sobre o problema

concreto a ser resolvido.

121. (ESAF/2006/CGU) O método de interpretação hermenêutico-

concretizador prescinde de uma pré-compreensão da norma a ser

interpretada.

122. (ESAF/2005/Auditor-Fiscal do RN) O método de interpretação

constitucional, denominado hermenêutico-concretizador, pressupõe a pré-compreensão do conteúdo da norma a concretizar e a

compreensão do problema concreto a resolver.

123. (ESAF/2010/MTE-AFT) Praticamente toda a doutrina

constitucionalista cita os princípios e regras de interpretações enumeradas por Canotilho. Entre os princípios e as regras de

interpretação abaixo, assinale aquele (a) que não foi elencado por Canotilho.

a) Unidade da constituição. b) Da máxima efetividade ou da eficiência.

c) Da supremacia eficaz. d) Do efeito integrador.

e) Da concordância prática ou da harmonização.

124. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) De acordo com o princípio da máxima efetividade ou da eficiência, princípio de interpretação

constitucional, a interpretação de uma norma constitucional exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito, de forma a

evitar o sacrifício total de uns em relação a outros.

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125. (ESAF/2004/IRB) O princípio de interpretação constitucional do

"efeito integrador" estabelece uma nítida hierarquia entre as normas da parte dogmática da Constituição e as normas da parte meramente

organizatória.

126. (ESAF/2004/IRB) Mesmo que, num caso concreto, se verifique a

colisão entre princípios constitucionais, um princípio não invalida o

outro, já que podem e devem ser aplicados na medida do possível e com diferentes graus de efetivação.

127. (ESAF/2001/Promotor-CE) O princípio da concordância prática ou da harmonização, numa sociedade democrática, determina que se

dê sempre prevalência aos bens protegidos como direitos fundamentais em caso de conflito com outros bens também

constitucionalmente protegidos.

128. (ESAF/2004/IRB) Segundo o princípio da unidade da

Constituição, as normas constitucionais devem ser consideradas, não isoladamente, mas como preceitos integrados num sistema interno

unitário de regras e princípios.

129. (ESAF/2004/IRB) O princípio da unidade da Constituição postula

que, na interpretação das normas constitucionais, seja-lhes atribuído o sentido que lhes empreste maior eficácia ou efetividade.

130. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) O princípio de interpretação

conforme a constituição não pode ser aplicado na avaliação da constitucionalidade de artigo de uma Emenda à Constituição

promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

131. (ESAF/2001/Promotor-CE) Pelo princípio da interpretação conforme a Constituição, o aplicador evita declarar inconstitucional

uma norma, buscando um sentido teleológico do preceito que o compatibilize com a Constituição, sendo irrelevante para esse esforço

o sentido literal da norma.

132. A interpretação conforme a Constituição consiste em procurar

extrair o significado de uma norma da Lei Maior a partir do que dispõem as leis ordinárias que preexistiam a ela.

133. (ESAF/2009/Auditor-Fiscal da Receita Federal) A técnica denominada interpretação conforme não é utilizável quando a norma

impugnada admite sentido unívoco.

134. (ESAF/2009/Auditor-Fiscal da Receita Federal) O conceito ideal de constituição, o qual surgiu no movimento constitucional do século

XIX, considera como um de seus elementos materiais caracterizadores que a constituição não deve ser escrita.

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135. (ESAF/2006/TCU) Para o positivismo jurídico, o poder

constituinte originário tem natureza jurídica, sendo um poder de direito, uma vez que traz em si o gérmen da ordem jurídica.

136. (ESAF/PGFN/2012) O poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.

137. (ESAF/PGFN/2012) A soberania é atributo inerente ao poder

constituinte originário.

138. (ESAF/2012/MDIC) O Poder Constituinte Originário não é

totalmente autônomo, tendo em vista ser necessária a observância do procedimento imposto pelo ordenamento então vigente para sua

implantação.

139. (ESAF/2012/MDIC) As formas básicas de expressão do Poder

Constituinte são outorga e convenção.

140. (ESAF/2012/MDIC) O Poder Constituinte Originário é

condicionado à forma prefixada para manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para realizar sua

constitucionalização.

141. (ESAF/2004/CGU) Segundo precedente do STF, no caso

brasileiro, não é admitida a posição doutrinária que sustenta ser o poder constituinte originário limitado por princípios de direito

suprapositivo.

142. (ESAF/2006/PGFN) Consolidou-se o entendimento de que é possível invocar direito adquirido em face de decisão do poder

constituinte originário.

143. (ESAF/2005/TRT 7ª Região) Admite-se pacificamente entre nós

a invocação do direito adquirido contra norma provinda do poder constituinte originário.

144. (ESAF/2002/STN) A garantia constitucional do direito adquirido não pode ser invocada para se obstar a incidência de norma

constitucional editada pelo Poder Constituinte Originário.

145. (ESAF/2002/STN) Sabendo que o Código Tributário Nacional

(CTN) foi editado antes da Constituição de 1988, sob a forma de lei ordinária, é possível afirmar que as normas do CTN que regulam

limitações constitucionais ao poder de tributar são consideradas revogadas pela nova Constituição, uma vez que esta exige para o

tratamento da matéria o instrumento normativo da lei complementar.

Resguardam-se, porém, direitos adquiridos.

146. (ESAF/2009/Auditor da Receita Federal) O Poder Constituinte

Originário é ilimitado e autônomo, pois é a base da ordem jurídica.

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147. (ESAF/2009/Auditor da Receita Federal) O Poder Constituinte

Derivado decorrente consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na

própria Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos com caráter representativo.

148. (ESAF/PGFN/2012) O poder constituinte derivado é limitado e

condicionado.

149. (ESAF/PGFN/2012) O poder constituinte decorrente, típico aos

Estados Nacionais unitários, é limitado, porém incondicionado.

150. (ESAF/2012/MDIC) No Poder Constituinte Derivado Decorrente,

há a possibilidade de alteração do texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria Constituição. No Brasil é

exercitado pelo Congresso Nacional.

151. (ESAF/2012/MDIC) No Poder Constituinte Derivado Reformador,

não há observação a regulamentações especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que com essas limitações não seria possível

atingir o objetivo de reformar.

152. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) O poder constituinte derivado

decorrente é aquele atribuído aos parlamentares no processo legiferante, em que são discutidas e aprovadas leis, observadas as

limitações formais e materiais impostas pela Constituição.

153. (ESAF/2006/PGFN) Do poder constituinte dos Estados-membros é possível dizer que é inicial, limitado e condicionado.

154. (ESAF/2009/Auditor-Fiscal da Receita Federal) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra jurídica de autenticidade

constitucional.

155. (ESAF/2009/Auditor da Receita Federal) A outorga, forma de

expressão do Poder Constituinte Originário, nasce da deliberação da representação popular, devidamente convocada pelo agente

revolucionário.

156. (ESAF/2009/Auditor da Receita Federal) O Poder Constituinte

Derivado decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional.

157. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) Entre as características do poder constituinte originário destaca-se a possibilidade incondicional de

atuação, ou seja, a Assembleia Nacional Constituinte não está sujeita a

forma ou procedimento pré-determinado.

158. (ESAF/2007/SEFAZ-CE) O titular do poder constituinte é aquele

que, em nome do povo, promove a instituição de um novo regime constitucional ou promove a sua alteração.

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159. (ESAF/2005/Auditor-Fiscal da Receita Federal) Como a

titularidade da soberania se confunde com a titularidade do poder constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do poder constituinte

originário é do Estado, uma vez que a soberania é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

160. (ESAF/2006/CGU) A titularidade do poder constituinte

originário, segundo a teoria da soberania estatal, é da nação, entendida como entidade abstrata que se confunde com as

pessoas que a integram.

161. (ESAF/2006/CGU) A existência de um poder constituinte

derivado decorrente não pressupõe a existência de um Estado federal.

162. (ESAF/2005/Auditor-Fiscal) O poder constituinte originário é

inicial porque não sofre restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior.

163. (ESAF/2004/MRE) Uma das características do poder constituinte derivado é ser um poder inicial, uma vez que ele, alterando a

constituição, dá início a uma nova ordem constitucional.

164. (ESAF/2004/CGU) Segundo a melhor doutrina, a característica

de subordinado do poder constituinte derivado refere- se exclusivamente à sua sujeição às regras atinentes à forma

procedimental pela qual ele irá promover as alterações no texto

constitucional.

165. (ESAF/2002/STN) Da constituição que resulta do trabalho de

uma Assembleia Nacional Constituinte, composta por representantes do povo, eleitos com a finalidade de elaborar o texto constitucional,

diz-se que se trata de uma constituição:

a) Outorgada

b) Histórica c) Imutável

d) Promulgada e) Dirigente

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