22
De Popper à Nova Heterodoxia Metodologia da Economia Mark Blaug Seminário de Metodologia Científica 26 de Outubro de 2012

De popper à nova heterodoxia

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: De popper à nova heterodoxia

De Popper à Nova HeterodoxiaMetodologia da Economia

Mark Blaug

Seminário de Metodologia Científica26 de Outubro de 2012

Page 2: De popper à nova heterodoxia

Seções

• Paradigmas de Kuhn;• Metodologia versus História;• Programas de Pesquisa Científica (PPC);• O Arnarquismo de Feyerabend;• De Volta aos Princípios Originais;• A Circunstância do Monismo Metodológico.

Page 3: De popper à nova heterodoxia

Paradigmas de Kuhn

• Kuhn rompe com o passado de visão adquirida, compatível com o falseabilismo popperiano.

• Tendência à imunização de teorias torna-se tema central de seu trabalho.

• Ciência Normal x Ciência Revolucionária.– Arcabouço teórico ortodoxo;– Refutações e anomalias.

Page 4: De popper à nova heterodoxia

• Popper – Revolução Permanente.• Kuhn - Longos períodos de Status Quo e saltos

descontínuos entre paradigmas.• Kuhn usa frequentemente o termo Paradigma:– 1ª Ed.: casos exemplares de façanhas que servem de

modelo atual;– 2ª Ed.: admite imprecisão de termos e sugere a

mudança para “Matriz Disciplinar”;– Independe do termo: são crenças, valores e técnicas

compartilhadas por uma comunidade.

Paradigmas de Kuhn

Page 5: De popper à nova heterodoxia

• Fundamentos da argumentação:– Ciência normal possui um colegiado invisível, com

opiniões relevantes;– Seu colapso é precedido de multiplicação de

teorias e surgimento de controvérsia;– Solução já conhecida, porém ignorada;– Existe perda e ganho de conteúdo;– A mudança assume uma “Natureza Religiosa”

(mudança de Gestalt – molde)

Paradigmas de Kuhn

Page 6: De popper à nova heterodoxia

• Refutações por Blaug:– Demora na aceitação dos modelos de sucesso: Copérnico,

Newton e Einstein-Planck;– Não havia crise na biologia pré-darwiniana;

• Na 2ª Ed., Kuhn admite exagero retórico na descrição das revoluções:– Saltos de paradigma não implicam interrupção do debate

científico;– O termo revolução é usado para enfatizar que os argumentos

de um novo paradigma contém fatores não-racionais;– Diz que a teoria das revoluções não foi bem entendida, pois

também se aplica a revoluções menores.

Paradigmas de Kuhn

Page 7: De popper à nova heterodoxia

• Períodos de desenvolvimento científico tem paradigmas “interpenetrantes e justapostos”.– Paradigmas não se substituem subitamente;– Novos paradigmas não surgem de maneira

repentina;– Paradigmas emergem vitoriosos ao fim de um

longo processo de competição intelectual.• Estas concessões diminuem o impacto da

mensagem original de Kuhn.

Paradigmas de Kuhn

Page 8: De popper à nova heterodoxia

• Permanecem:– Critérios normativos nas controvérsias científicas;– Escolha das abordagens concorrentes com base em

fatores racionais, e não autoridade ou grupos.• A obra de Kuhn é mais sociológica que

metodológica:– Ao se comparar com Popper, reconhece a natureza

sociológica de seu trabalho;– Popperianos reconhecem que há muito mais trabalho

em ciência normal que em ciência extraordinária.

Paradigmas de Kuhn

Page 9: De popper à nova heterodoxia

Metodologia versus História

• Enigma: escrever história da ciência “ como de fato ocorreu”

• Ciência “boa” e “ruim” • Referência à história da ciência como uma

justificação parcial de seus pontos de vista metodológicos

• Círculo vicioso• Lakatos desenvolveu e elaborou a filosofia da

ciência de Popper > converter círculo vicioso em círculo virtuoso

Page 10: De popper à nova heterodoxia

Programas de Pesquisa Cientifica

● Metodologia agressiva de Popper X Metodologia defensiva Kuhn

● Lakatos: Acomodação entre Popper e Kuhn

Page 11: De popper à nova heterodoxia

Programas de Pesquisa Cientifica

● Lakatos nega que teorias individuais sejam as unidades apropriadas para se fazer avaliações cientificas.

● PPC Progressivo e PPC degenerativo● Critério de delimitação

Page 12: De popper à nova heterodoxia

Programas de Pesquisa Cientifica

● Componentes de um PPC:– Partes rígidas e flexíveis;– Núcleo Central e Cinto protetor.

● Mudança para outro PPC● História interna e externa da ciência● Lakatos: Tolerância com PPCs emergentes

Page 13: De popper à nova heterodoxia

Anarquismo de Feyerabend

• As tendências de Lakatos em amenizar a agressividade do popperianismo são levadas adiante por outros críticos da visão adquirida de teorias: Hanson, Polanyi e Paul Feyerabend.

• Negam a distinção positivista entre contextos de descoberta e justificação.– Não desvinculam avaliações de validade ex-post do estudo

da genese das teorias;– Rejeitam o programa popperiano de filosofia da ciência “a-

histórica”– Enfatizam a capacidade de teste interpessoal.

Page 14: De popper à nova heterodoxia

Anarquismo de Feyerabend

• Teorias científicas devem ser avaliadas em termos de observações disponíveis a todos.– Torna-se obvio que essas observações alterarão as

avaliações, consequência de “elemento evolucionário inevitável”.

• Persiste na nova visão a idéia que as observações empíricas são embasadas em teoria.– Aproximação de paradoxo de Popper:

• Exige rigoroso teste de teorias;• Dizia que todas as observações são interpretações teóricas.

Page 15: De popper à nova heterodoxia

Anarquismo de Feyerabend

• Lição Lakatosiana sobre testes:– É uma luta em 3 frentes: uma factual e duas teorias rivais;– Observação da base teórica durante o progresso.

• 3 formas de fatos observados:– Fatos observados, numerosos, universalmente aceitos;– Fatos inferidos, considerados incontestáveis (ex.: átomos e genes);– Fatos hipotéticos, sujeita a interpretações (OVNI's, telepatia).

• Independência de Fatos e Teorias• Aplicação de teorias falíveis aos fatos:

– Como nos é negado o conhecimento verdadeiro, trata-se o mundo real com natureza teórica

Page 16: De popper à nova heterodoxia

Anarquismo de Feyerabend

• Com a perda de conteúdo em teorias sucessivas, não haverá condições de exercer uma escolha racional entre teorias conflitantes.

• 3 pontos de Feyerabend:– Não existem metodologias que não foram quebradas

em algum ponto da história;– A justaposição real entre teorias rivais é muito

pequena;– O progresso científico somente ocorreu, no passado,

na ausência de limitações da filosofia da ciência.

Page 17: De popper à nova heterodoxia

Anarquismo de Feyerabend

• Único princípio que não inibe o progresso é “qualquer coisa vai”.– Se houver princípios metodológicos universais, eles

deve ser vazios e indefinidos.• É contra o “método” em geral, inclusive o seu.• “O único valor de ordem maior é a liberdade, e não

a ciência” – Paul Feyerabend.• Blaug avalia que o livro de Feyerabend equivale

substituir a Filosofia da Ciência pela Filosofia Hippie.

Page 18: De popper à nova heterodoxia

De Volta aos Princípios Originais

● Questionamento sobre ceticismo, relativismo e voluntarismo de Feyerabend.

● Filosofia de “Qualquer coisa vai”.

Page 19: De popper à nova heterodoxia

De Volta aos Princípios Originais

“A ciência, apesar de todas as falhas, é o único sistema ideológico autoquestionador e autocorregedor que o homem já inventou; a despeito da inércia intelectual, do conservadorismo incrustado, e a despeito das fileiras cerradas para manter os heréticos em apuros, a comunidades científica permanece leal ao ideal de competição intelectual em que não permite outras armas a não ser o argumento e a evidência” - BLAUG, Pág 84.

Page 20: De popper à nova heterodoxia

Monismo Metodológico

• Existe um método científico aplicável a todas as ciências, independentemente de seu campo de estudo ou a ciência social deve empregar uma lógica de investigação própria?

• Popper anuncia todas as ciências, teóricas ou gerais, devem usar o mesmo método, sejam ciências naturais ou ciências sociais.

• Popper: princípio do individualismo metodológico para as ciências sociais

Page 21: De popper à nova heterodoxia

• Negação do dualismo metodológico.• Objeção nova e antiga a essa doutrina.• Objeções se harmonizam.• Derivação do individualismo metodológico a partir o

individualismo ontológico.• Redução da macroeconomia a micro -> devastação.• Defesa do ind. Metodológico.• Reafirmação do monismo metodológico.• Divisão entre os métodos das ciências sociais e físicas.

Monismo Metodológico

Page 22: De popper à nova heterodoxia

• Grupo:– Rodrigo Barsotti– Renan Farias– Tiago Braga

• Bibliografia:– Blaug, Mark, 1927-A Metodologia da Economia, ou, Como os Economistas Explicam / Mark Blaug ; [tradução de Afonso Luiz Medeiros dos Santos Lima]. – 2. ed. Ver. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1999.

Obrigado