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Filosofi a, Luiz Salvador de Miranda-Sá Jr. Filosofi as

Doença e diagnóstico nosológico em psiquiatria

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Filosofia,

Luiz Salvador de Miranda-Sá Jr.

Filosofias

Doenças,

Luiz Salvador de Miranda-Sá Jr.

Diagnósticos

ObrigadoA propriedade essencial de uma doença é sua

etiopatogenia, dado que possibilita a classificacão

científica de doenças, como fizeram Linneu e Leontiev com

a Biologia e a Química.

São quatro os obstáculos ao conhecimento da verdade: a frágil e indigna autoridade, o costume, a opinião do povo

indouto e a própria ignorância dissimulada por conhecimento

fictício Rogério BACON (c1212-c1290)

Doença humana é uma afecção danosa que compromete uma pessoa, da qual se conhece ou, ao menos tenha uma hipótese razoável de sua etiopatogenia.

Primeiro, existiu o conhecimento chamado comum.

Depois, surgiu a filosofia e esta gerou todas as ciências fáticas

(naturais, do homem e da sociedade) e formais (matemática, lógica).

Disciplinas da Filosofia?

•A Ontologia,•A Gnosiologia,

•A Lógica,•A Metodologia e

•A Ética.

O Que divide toda Ontologia?

•O Materialismo,

•O Idealismo.

O Que divide toda Gnosiologia?

•O Realismo,

•O Fenomenismo.

Que é a Filosofia?

•Amor à sabedoria.

•Amor à verdade, ao conhecimento verdadeiro.

O que é Verdade?

√ Verdade fática,

√ Verdade lógica e √ Verdade convencionada.

O que é Certeza?

A convicção e segurança de saber a verdade, de que uma proposição

é verdadeira, enquanto não for verificada falsa.

O que diferencia a Convicção ou Certeza

da Fé?

Exigências da VerdadeSaber que

As aparências enganam,os interesses e as ideologias

desviam.

E que a busca da verdade exige:

Esforço e dedicação, modéstia e honestidade,

amor pela verdade e liberdade (objetiva e subjetiva).

O que compromete a liberdade

Superstição, ignorância, interesses, desonestidade,

neurose,alienação e subjugação

(objetiva e subjetiva).

Mas, sobretudo, a busca da verdade exige:

Disciplina, racionalidade, rigor e métodos confiáveis.

O conhecimento é a forma pela qual alguém sabe sobre o

mundo e sobre si mesmo.

Existem três modos de conhecer:

- o conhecimento vulgar ou senso comum,

- o conhecimento filosófico e- o conhecimento científico.

O conhecimento consiste na apropriação pelo sujeito

cognoscente de propriedades do objeto que estiver sendo

conhecido por ele.

O conhecimento comum (senso vulgar, senso comum): é mais ou menos

espontâneo, impreciso assistemático e casual; superficial e associativo, auto-

contraditório e acrítico, fragmentário e ametódico. É dirigido pelas

características formais e pela aparência e impressão superficial das coisas e se

refere a objetos específicos.

Mescla opinião e crença, dados cognitivos e afetivos; mas se caracteriza por não ter compromisso com o rigor,

a exatidão, a comprobabilidade ou a veracidade. É predominantemente

subjetivo e mesmo quando se refere a fatos objetivos, sofre decisiva influência da subjetividade, é acrítico, não inclui a dúvida, nem qualquer outro critério de verdade; é heterogêneo e contraditório

consigo mesmo.

O Conhecimento Vulgar não persegue a coerência ou a objetividade de suas

informações entre si ou com o restante do conhecimento, nem se

dirige pela confrontação com a realidade, além de que valoriza mais os

elementos qualitativos que os quantitativos de seu objeto de estudo

em seu modo de conhecer.

O conhecimento científico é estruturado e adquirido sistematicamente acerca de um objeto definido; voltado para ir além

das características da aparência, buscando os elementos essenciais dos objetos

conceituais. Nas ciências, o estabelecimento da causalidade deve fugir a toda explicação aparente e superficial.

Cada ciência particular é uma teoria ou um sistema de teorias a cerca de seu objeto. Estrutura-se da forma para o

conteúdo, da aparência para a essência, da simplicidade para a complexidade e

dos casos particulares para generalidades cada vez mais amplas,

num processo permanente de retroalimen-tação cognitiva.

Características identificáveis nas ciências fáticas e em todas as suas manifestações teóricas e práticas

(Bunge)

A noção de fato se refere ao que é dado pela experiência (conhecimento

espontâneo, originado em ter sido vivido pelo indivíduo cognoscente) ou pelos

sentidos (íntegradas através da senso-percepção).

a) uma ciência fática sempre se limita aos fatos (qualquer atividade científica se inicia no estabelecimento dos fatos e está limitada ao estudo destes fatos como acontecimentos

ou objetos reais, ainda que possam ser objetivos ou subjetivos (mas, neste último

caso, devem ser objetiváveis), e dos fenômenos que se dão nos fatos ou nas

relações entre eles), e sua elaboração e suas conclusões não devem ultrapassar os fatos;

b) a atividade científica transcende os fatos só em suas conclusões - por sua natureza, o resultado da atividade científica se dirige

sempre para além dos fatos e objetos estudados, assim, cria novos fatos e se orienta para além dos eventos que lhes acontecem, as ciências sempre buscam explicação, origem e conseqüências dos

objetos e fenômenos que estuda;

c) toda ciência consiste em um corpo de conhecimento fundamental e inicialmente

analítico de seu objeto (conhecimento iniciado na evidenciação e nominação, segue pela

descrição e a explicação, trajetória lógica que vai do simples ao complexo, do particular ao geral,

da forma ao conteúdo, da aparência à essência - em busca de meios de quantificar e registrar fielmente os fenômenos porque a exatidão da

descrição influi mais ou menos positivamente na qualidade da explicação);

d) todo conhecimento científico é especializado, porque se refere a um objeto especial a um segmento da natureza, da sociedade ou do pensamento humano

(apenas no sentido de que o conhecimento científico e a investigação da ciência se referem a um objeto específico e sempre

especificado, nunca a um método especial ou, muito menos, a um especialista);

e) todo conhecimento científico deve ser comunicável de forma clara e precisa,

da maneira a mais exata possível, tanto no que diz respeito aos seus enunciados, seus problemas, quanto à solução destes problemas e às conclusões permitidas

por sua atividade;

f) para isto, a ciência necessita criar sua própria linguagem inventando

símbolos para expressar seus conceitos mais importantes e, muitas vezes, criar uma sintaxe que lhe seja própria (mas estes símbolos devem ser simples e ter

significado exato, preciso e serem universalmente entendidos);

g) toda ciência ou conhecimento científico deve ser verificável empiricamente e

criticável na prática e em teoria (suas conclusões devem poder ser submetidas a verificação ou comprovação mediante

experimentais ou lógicas que sejam suficientes para comprovar seu teor de

verdade que, geralmente, se refere à sua sintonia com a realidade);

h) o conhecimento científico é metódico, sistemático e geral (seus procedimentos de

investigação devem atender às exigências da metodologia científica, ser organizados como um sistema teórico consistente e devem estar voltados para descobrir o que há de geral e

essencial nos diversos níveis de com-plexidade dos fenômenos que estuda e suas conexões

com os demais);

i) a ciência é legal (concretiza-se na descoberta das leis que regem seu objeto

e permitam generalizar, seja este um grande campo da natureza, do homem

ou da sociedade ou se resuma a um único objeto ou fenômeno natural,

humano ou sócio-cultural);

j) o conhecimento científico é explicativo e preditivo (não se

contenta com descrever, mas visa explicar e prever, ainda que sua explicabilidade e previsibilidade sejam relativas e provisórias);

l) a ciência é aberta, um saber público (sem barreiras "a priori") e deve poder ser adquirido e aceito (não dependendo de

iniciação ou capacitação sistemática, ao contrário das profissões, podendo ser

estudado, conhecido, verificado e praticado por todos, como um

conhecimento público e um sistema de saber aberto que a ciência é);

m) toda ciência é útil, porque busca a verdade e a emprega não apenas

para prever e explicar o mundo, mas para modificá-lo, de modo a atender

às necessidades humanas.

O conhecimento filosófico deve ser considerado uma forma radical e rigo-rosamente diferente do conhecimento

vulgar e do científico. Um saber valora-tivo de construtos não sujeitos

à observação ou à experimentação que abrange a totalidade universal

desses, até suas causas e conseqüências últimas. Ocupa-se da

essência e do valor de tudo que existe no mundo..

Sumo dos Critérios de Cientificidade

ExatidãoObjetividade e Especificidade,

Verificabilidade e Sistematicidade,Fidedignidade e Validade,

Reprodutibilidade.

O conhecimento filosófico, ou ciência das generalidades,

caracteriza-se pela extensão ilimitada de seu objeto.

Generaliza e valoriza sobre tudo o que existe. É o saber mais extenso e válido possível e

sempre destinado a ser empregado em benefício da

humanidade.

O pragmatismo (ou utilitarismo) supõe que o conhecimento só

deva ser tido como verdadeiro se for útil aos propósitos para os

quais estiver sendo elaborado. É a utilidade (ou pragmaticidade) que sustenta a validade de qualquer

conhecimento.

A Metodologia da Filosofia atual está dividida em 3 grandes tendências doutrinárias:

√ os positivismos, √ os antipositivismos e

√ os ecletismos

Os positivismos caracterizam-se por: 1) objetivismo;

2) negam influência à subjetividade; 3) o conhecimento é só a descrição

generalizadora de fatos; 4) emprega só a investigação quantitativa (a

observação e o experimento); 5) expressam posição cientificista (centrada

no método científico quantificado), são agnósticos ou idealistas subjetivos; e

6) recusam a explicacão e a previsão.

•Os antipositivismos se caracterizam por: •1) recusam o positivismo;

•2) julgam o conhecimento baseado na inter-pretação dos fatos pelo sujeito (individual

ou/e social); •3) negam o conhecimento como reflexo ou cópia da realidade objetiva, mas construção; •4) pretendem que só a elaboraçao teórica ou interpretação dos fatos lhes dá sentido; •5) preferem a investigação qualitativa, mas

alguns combinam-na com a quantitativa;

• 5) os antipositivistas, em geral, expressam as posições do humanismo idealista ou verbalista, centrados na problemática subjetiva ou social do ser humano.

•6) na sociologia são principalmente os construtivistas e na psicologia, os

psicoanalistas ortodoxos.

O humanismo científico, sintetizador ou materialista tem as seguintes características: 1) o C está baseado na unidade da teoria e

da prática, da reflexão racional com a observação dos fatos, da elaboração racional do investigador com a verificação empírica;

2) o conhecimento é objetivo, reflejo, imagem ou síntese da realidade objetiva que

existe fora da consciência; 3) valoriza tanto a elaboração teórica quanto

a verificação empírica;

4) os materialismos e o humanismo científico se

caracterizam pela harmonia e integração do humanismo (seja

realista, materialista emergentista em Bunge ou dialético em Marx).

O materialismo ontológico sustenta que tudo o que existe

na realidade é material.

O materialismo gnosiológico (ou realismo) sustenta que todo conhecimento se refere à

matéria ou a algum produto ou qualidade da matéria ou

atribuído a ela.

O “materialismo” ético sustenta que todo comportamento dessa

qualidade objetiva a valores materiais.

O materialismo dialético. Desde Marx, a posição dialética sobre a cognoscibilidade

distingue: as totalidades de seus segmentos particulares, as coisas de suas

relações, o fenômeno (aparência) da essência, a forma do conteúdo e

relacionar a modalidade de conhecimento com o critério de verdade

empregado em sua aferição. O materialismo emergente (Bunge).

Enquanto os positivistas (empiristas, prag-matistas e fenomenistas) dirigem

sua atenção para os objetos materiais, o pensamento dialético se dirige para as

relações entre eles.

E mais, os positivistas só admitem que o conhecimento provenha dos sentidos.

Denomina-se fenômeno à maneira pela qual uma coisa se apresenta aos

sentidos (sua aparência, as informações sensoriais que comunica ao

observador), enquanto a essência se refere às sua propriedades e relações essenciais daquela coisa (objeto ou

processo).

Diferentemente fenômeno, a maneira pela qual uma coisa se apresenta aos

sentidos (sua aparência, as informações sensoriais que comunica ao

observador), a essência se refere às sua propriedades e relações essenciais

(daquele objeto material ou construto). Aquilo que faz aquele objeto material

ou conceitual ou material ser o que é.

A fenomenologia (emprego deste conceito na elaboração do conhecimento) deve ser

diferenciada do fenomenologismo (exagero, superestimação ou

exclusividade dos procedimentos fenomenológicos para conhecer).

Para os materialistas existem três critérios de verdade:

•o critério ideal (coerência das proposições),

•o critério fático (compatibilidade com a realidade) e o

•o critério convencionado.

Definição de Filosofia Filosofia é o modo de conhecer que se ocupa das regularidades universais. É o

conhecimen-to sistemático que objetiva a formulação, a análise e a solução das principais questões de concepção do

mundo, da sociedade e do homem (inclusive sua subjetividade), configu-rado

harmoniosamente como uma visão teórica coesa e unitária sobre o universo e o lugar

que o homem ocupa nele.

O conhecimento filosófico abrange uma visão do mundo (cosmologia) que inclui uma visão da sociedade e da sociedade e do homem (sócio-

antropologia), inclusive do seu conhecimento (epistemologia) e dos

processos racionais (lógica).

•E a Psicologia?

Disciplinas Filosóficas

Cosmologia (concepção do mundo), Antropologia (teoria do H. da

humanidade), Ontologia, teoria do objeto (ou do ser, metafísica),

Gnosiologia, teoria do conhecimento,Lógica, teoria racional e

Metodologia teoria do método.E a ética?

A ontologia estuda a origem, a essência, a causa primeira do cosmos, da vida e do

pensamento (tudo o que existe). O termo permite referir o processo filosófico de estudar o objeto do

conhecimento; neste caso, como aqui, o estudo ontológico de uma ciência é o

estudo de seu objeto (sua definição e sua objetividade). Não é possível pensar em ciência ou qualquer atividade científica

sem ter bem clara a noção de seu objeto de estudo.

A gnosiologia, teoria do conhecimento ou epistemologia, é a disciplina filosófica que estuda o conhecimento em geral, inclusive o conhecimento científico, a

verdade, o erro; a teoria do conhecimento é o estudo do como se conhece, dos processos utilizados para

conhecer. É com a gnosiologia ou epistemologia que se definem as grandes

diretrizes do pensamento científico.

A metodologia ou teoria dos procedimentos operatórios destinados a construir o conhecimento científico, suas exigências de veracidade - a metodologia – inclui a metodologia filosófica quanto a

científica. pode ser incluída como da lógica na maioria das sistematizações. (Destacada aqui por sua importância

relativa para o tema central deste trabalho - a fundamentação científica da

Medicina e da psiquiatria).

A teoria da arquitetura lógica do pensamento, da elaboração racional das idéias, sobretudo do manejo dos juízos,

referida simplesmente como lógica (inclusive a lógica matemática, a lógica formal, a lógica dialética) que preside a

construção dos conceitos, das categorias, das proposições e das

teorias científicas.

1. Materialista. Todo que existe realmente, dentro ou fora do sujeito, é

material, concreto. As propriedades não existem por si, são possuídas por

objetos concretos ou conceituais. Tampouco há idéias autônomas: todas

são processos cerebrais. Ex, um número não existe na natureza nem na sociedade; só existe por ser pensado

por alguma pessoa.

2. Sistemista. Tudo que existe • seja concreto,

conceitual ou semiótico, é um sistema ou componente

de algum sistema.

3. Emergentista. Os sistemas possuem

propriedades inexistentes em seus componentes.

4. Dinamicista. Todo que existe realmente muda. Só

os objetos conceituales (por exemplo, matemáticos) são imutáveis, porém o são por

convenção.

5. Realista. O mundo exterior ao sujeito cognoscente existe

independentemente deste e é cognoscível, ao menos

parcial gradual e provisoriamente.

6. Cientificista. A melhor maneira de investigar como são as coisas, naturais,

sociais, artificiais ou conceituais, é adotar o método científico. E a melhor maneira de avaliar os princípios filosóficos é exibir sua compatibilidade com a ciência e a técnica do momento; seja seu valor heurístico na investigação científica ou técnica, seja seu

valor no desenho de políticas que objetivem o melhoramento da qualidade da vida.

7. Racioempirista. Combina dos constituintes válidos do

racionalismo e do empirismo. Filosofia que aspira ser clara,

coerente e hipotético-dedutiva, enquanto põe suas hipóteses á prova dos fatos.

8. Exata. Tenta exatificar idéias intuitivas interessantes,

ou seja, convertê-las em idéias que tenham forma

lógica ou matemática precisa.

9. Agatonista. Não há direito sem dever, nem dever sem direito. O

máximo princípio moral deberia ser «Goza a vida e ajuda a viver».

Combinação de egoísmo com altruismo, de utilitarismo com

deontologicismo, e de cognitivismo com emotivismo.

10. Democracia integral (biológica, econômica,

política e cultural) informada pela moral agatonista e a

sociotécnica.

OOb