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PUB PUB Crescimento populacional de Sintra abrandou no início do século XXI POLÍTICA. O forte crescimento populacional registado na década de noventa do século XX já não se registou em 2011. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, a taxa de variação da população residente em Sintra era de 39,3 por cento em 2001. Em 2011 a taxa foi de apenas 3,6. Os resultados preliminares dos Censos apontam uma população residente de 377.249 pessoas, contra as expectativas dos autarcas que previam ter atingido a barreira dos 500 mil. Fernando Seara (PSD), Domingos Quintas (PS), Silvino Rodrigues (CDS-PP), Pedro Ventura (PCP) e André Beja (BE) apontam causas. Concelho, 5 Polémica em Pêro Pinheiro DESPORTO. O Clube Atlético de Pêro Pinheiro (CAPP) viu- se envolvido numa polémica com o Clube Futebol Benfica, após uma invasão de campo por parte de adeptos do Alta de Lisboa, no último jogo da temporada. A Associação de Futebol de Lisboa penalizou a equipa visitante e atribuiu a vitória aos pêro-pinheirenses, acabando assim a época em primeiro lugar da 1.ª divisão de Honra. Desporto, 6 Acesso alternativo à praia do Magoito SOCIEDADE. Um acesso alternativo vai permitir a utilização da praia do Magoito nesta época balnear. O acesso principal vai con- tinuar encerrado devido à instabilidade da duna consolidada pelo menos mais dois anos. Concelho, 4 Belas ao abandono, Queluz, Pág. 13 Grupos de jovens envolvidos em rixas nas cidades do concelho Sismos: escola dos Bombeiros vai ter “campo de escombros” para formação CONCELHO. Pág. 4 CONCELHO. Pág. 3 Algueirão- Mem Martins: porque não dividir? OPINIÃO. Pág. 14 AOP

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Edição 27 do Correio de Sintra

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Crescimento populacional de Sintra abrandou no início do século XXIPolítica. O forte crescimento populacional registado na década de noventa do século XX já não se registou em 2011. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, a taxa de variação da população residente em Sintra era de 39,3 por cento em 2001. Em 2011 a taxa foi de apenas 3,6. Os resultados preliminares dos Censos apontam uma população residente de 377.249 pessoas, contra as expectativas dos autarcas que previam ter atingido a barreira dos 500 mil. Fernando Seara (PSD), Domingos Quintas (PS), Silvino Rodrigues (CDS-PP), Pedro Ventura (PCP) e André Beja (BE) apontam causas. Concelho, 5

Polémica em Pêro PinheiroDeSPorto. O Clube Atlético de Pêro Pinheiro (CAPP) viu-se envolvido numa polémica com o Clube Futebol Benfica, após uma invasão de campo por parte de adeptos do Alta de Lisboa, no último jogo da temporada. A Associação de Futebol de Lisboa penalizou a equipa visitante e atribuiu a vitória aos pêro-pinheirenses, acabando assim a época em primeiro lugar da 1.ª divisão de Honra. Desporto, 6

Acesso alternativo à praia do MagoitoSociEDaDE. Um acesso alternativo vai permitir a utilização da praia do Magoito nesta época balnear. O acesso principal vai con-tinuar encerrado devido à instabilidade da duna consolidada pelo menos mais dois anos. Concelho, 4

Belas ao abandono, Queluz, Pág. 13

Grupos de jovens envolvidos em rixas nas cidades do concelho

Sismos: escola dos Bombeiros vai ter “campo de escombros” para formação

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Algueirão-Mem Martins: porque não dividir?

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2 Correio de Sintra 7 de Julho de 20112

Salta à vista...editorial

Esta semana assistimos, com espanto, a mais uma pena-lização aplicada por uma

empresa de rating. A Mody´s clas-sificou Portugal como “lixo”, numa avaliação punitiva que pode pôr em risco a viabilidade e estabilidade financeira do país. Estas empresas avaliam, atribuem notas e classi-ficam países ou empresas, de acordo com um grau de risco que repre-sentam para o não cumprimento das suas dívidas nos prazos fixados.

E não se compreendem muito bem as razões para tal penalização. Não num momento de um novo ciclo político, com a entrada em funções de um novo governo há menos de um mês com uma maioria parlamentar estável e que, para além de ter cor-roborado o memorando de entendi-mento com o triunvirato negocial, já está a implementar medidas de aus-teridade adicionais, dolorosas, com o objectivo de se entrar rapidamente no caminho de retoma da economia portuguesa. Como por exemplo o caso do imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal de todos os portugueses bem como de outras medidas que entretanto vão chegar.

Esta penalização poderá, à luz das recentes mudanças políticas do país, ter uma razão: a tentativa de afundar o Euro e consequentemente o poderio económico da União Euro-peia. Portugal, tal como a Grécia, poderá estar a ser um bode expia-tório desta intencionalidade. Qual o País Europeu que se segue? Irlanda? Espanha? Itália?

Portugal precisa de credibilidade no estrangeiro. Não só para captação de investimento mas também para aumento das suas exportações. Por-tugal precisa que os seus parceiros comerciais internacionais confiem na estabilidade do país e consequen-temente nas nossas empresas expor-tadoras. Podem ser estas a alavancar a economia, criando emprego e, por sua vez, criar um aumento de riqueza e consequentemente aumento do poder de compra dos portugueses. Assim se poderá estimular a eco-nomia no seu todo.

A Europa tem que dar, a uma só voz, uma resposta musculada e não permitir que os seus estados mem-bros sejam afectados na sua credi-

bilidade e seriedade através da espe-culação económico-financeira e para que não sejam colocados em causa os esforços e sacrifícios tremendos que estão a ser exigidos aos seus cidadãos. A todos, os que precisam de ajuda financeira e aqueles que a prestam.

Se assim não for, a Europa arrisca-se a ser dominada por mercados alheios e os seus estados membros a serem penalizados economicamente, um a um.

A Grécia já está a meio passo da bancarrota. E Portugal?

Joaquim José Reis

A um passo da bancarrota?

Já passaram nove anos desde a colocação de uma pedra na Rotunda da Paz, na Belavista, a prometer um futuro monumento ao bombeiro. Em Algueirão-Mem Martins os poucos que ainda se lembram desta promessa já não acre-ditam. Porque será?

O jornalista do Jornal de Sintra, António Faias, foi homenageado com a medalha de mérito da Freguesia de Rio de Mouro. Este foi o reconhecimento de uma carreira de longa data do jornalista que reside na freguesia. Pela sua dedicação e empenho à vida do concelho, o jornalista já merecia esta distinção.

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37 de Julho de 2011 Correio de Sintra 3

ConcelhoConcelhoConcelho

Grupos de jovens envolvidos em esfaqueamentos nas cidades do concelho

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CRIME. No espaço de um mês, três rixas entre jovens de grupos diferentes alertaram as autoridades. Os incidentes que provocaram uma morte e dois feridos ocorreram em Massamá, Monte Abraão e Agualva, três das maiores freguesias do concelho de Sintra.

Estas são as primeiras consequên-cias das férias escolares. Um jovem de 27 anos foi esfaqueado mortal-mente na noite de segunda-feira, 4 de Julho, às 23:30 na Praceta das Descobertas, quando se encontrava na rua com um grupo de amigos, que alegadamente conhecia o agressor. O caso está entregue à Policia Judi-ciária. Segundo fonte da PSP, “pode haver aqui alguma história antiga porque eles conheciam-se. Há teste-munhas que identificam o agressor, que fugiu e está em parte incerta. A vítima levou uma facada no peito, junto ao coração, o que lhe provocou a morte por volta da meia-noite”.

Após o esfaqueamento o jovem foi transportado até às instalações dos bombeiros, que, segundo a fonte policial, ainda tentaram fazer mano-bras de reanimação.

Segundo o comandante dos bom-beiros de Agualva-Cacém, Luís Pimentel, o jovem foi encaminhado ao quartel dentro de uma viatura de um colega. “Fizemos o suporte avan-çado de vida, mas entretanto acabou por falecer no quartel”, disse.

Lúis Pimentel adiantou que acon-tecem frequentemente agressões entre jovens envolvendo facadas. “A cidade de Agualva-Cacém é próspera nestas coisas. Temos muitas coisas destas aqui. Em dois anos e meio que cá estou já nos foram deixar à volta de meia dúzia de jovens esfa-queados ao quartel. Também acon-

tece muito este tipo de situações junto às escolas e eu já vi uma miúda ser esfaqueada por outra à minha frente, junto ao quartel”, disse.

Na quarta-feira, 29 de Junho, um jovem de 18 anos foi esfaqueado nove vezes, em Massamá, naquela que foi a segunda rixa em três dias entre grupos diferentes na cidade de Queluz.

Uma hora após a alegada agressão,

a PSP encaminhou à esquadra “alguns suspeitos” de estarem envol-vidos no crime, mas como não houve “flagrante delito e as provas reco-lhidas não foram suficientes para conseguir indícios para a detenção”, foram libertados após identificação.

“Foram apreendidos um mar-telo e duas facas de cozinha, mas a faca utilizada no esfaquea-mento foi recuperada no local [do

crime]. Agora é preciso inves-tigar”, referiu a fonte policial. Três dias antes, um menor de Monte Abraão sofreu vários feri-mentos no peito, depois de uma rixa com um grupo de jovens do Pendão. No entanto, a fonte policial adiantou que “à partida os dois casos não estão relacio-nados” e terão sido rixas entre grupos diferentes. Jr

No espaço de três dias dois jovens foram esfaqueados na cidade de Queluz.

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4 Correio de Sintra 7 de Julho de 20114

ConcelhoConcelhoConcelho

Sismos: escola dos Bombeiros vai ter “campo de escombros” para formação

SOCIEDADE. A Escola Nacional de Bombeiros (ENB) está a reunir apoios financeiros para a construção do primeiro campo de formação em caso de sismo, cujo valor atinge os 3,5 milhões de euros, financiados em 85 por cento por fundos europeus. O objectivo é ter o projecto a funcionar em 2013.

Segundo o presidente da insti-tuição, José Augusto de Carvalho, a ENB tem que encontrar formas de financiamento alternativas ao Orça-mento do Estado num valor que ronda cerca de 500 mil euros, de forma a avançar com o projecto.

“O projecto vai custar 3,5 milhões de euros, financiados em 85 por cento por fundos europeus. Temos que encontrar financiamentos na ordem dos 500 mil euros, tendo já assi-

nado um protocolo com a Câmara Municipal de Sintra que contempla a cedência de 300 mil euros para o projecto”, disse o responsável ao Cor-reio de Sintra.

José Augusto de Carvalho adiantou que o campo de formação de busca e salvamento em caso de sismos é muito mais do que “um campo de escombros”, uma vez que prevê a formação de bombeiros em “cená-rios de estruturas colapsadas, com deslizamentos de terras e veículos soterrados com ocupantes”, em tudo semelhantes a cenários de sismos.

A Escola Nacional de Bombeiros assinou a 30 de Junho um protocolo de cooperação com a Redes Ener-géticas Nacionais (REN), que con-templa o financiamento do projecto em 25 mil euros por parte da empresa pública. José Augusto Carvalho adiantou que se encontra à espera de

respostas de outras empresas para apoios em moldes semelhantes.

Durante a cerimónia de assina-tura do protocolo com a REN, o presidente da escola de bombeiros adiantou esperar que o projeto fique concluído em 2013.

“É uma carência que há muito devia estar resolvida. Nós não somos meramente uma escola de formação de bombeiros, somos a Escola Nacional de Bombeiros, a única em Portugal. Mais tarde, alguém se irá lembrar deste pro-jecto como algo que foi histórico”, disse.

O administrador executivo da REN, Aníbal Santos, disse que o apoio de 25 mil euros cedido à ENB resulta da responsabilidade social da empresa, habituada “há vários anos a colaborar com os bombeiros”. Joaquim reis

Campo de treino em Ranholas vai custar três milhões e meio de euros.

Acesso alternativo à praia do MagoitoSOCIEDADE. Um acesso alternativo vai permitir a utilização da praia do Magoito nesta época balnear. O acesso principal vai continuar encerrado devido à instabilidade da duna consolidada pelo menos mais dois anos.

Um passadiço em madeira está a ser construído num terreno cedido pelo comendador João Justino, per-mitindo assim o acesso à praia. A obra já deveria ter sido concluída no final de Junho mas apenas deve ficar utilizável a meio de Julho.

Ironicamente, o presidente da Junta de Freguesia de São João das Lampas, refere que este atraso se deve ao facto de se tratar de “uma obra de engenharia que começou a ter problemas de construção” perto da sua conclusão.

“A ARH Tejo está a construir um acesso alternativo, rampeado, que foi uma imposição minha. Metade do acesso já está pronto e a outra está em conclusão dado que apresenta alguma dificuldade no terreno”, disse Guilherme Ponce Leão ao Correio de Sintra.

Segundo o autarca, este acesso permite o acesso à praia a pessoas com mobilidade reduzida, idosos e carrinhos de bebés”.

Ponce Leão lamenta que o prin-cipal acesso permaneça encerrado pelo menos durante mais dois anos, até às autoridades competentes desenvolverem o Plano Praia, consi-derando que este acesso alternativo poderia continuar até depois de tudo estar resolvido. Jr

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57 de Julho de 2011 Correio de Sintra 5Concelho

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POLÍTICA. Os resultados provisórios dos Censos 2011 apontam que 377.249 pessoas moram no concelho de Sintra, representando um crescimento de população face ao de 2001, onde foram registadas 363.749. Mas apesar do crescimento, esses números contrastam com as expectativas dos autarcas locais, que, nos últimos anos indicavam que Sintra já era o maior município do país, com 500 mil moradores.

Os 182.325 alojamentos de 2011 contrastam com os 166.934 de há dez anos atrás. As 144.864 famílias de hoje em dia são em número maior do que as 132.099 de 2011. Apesar de os números demonstrarem que há uma tendência para o aumento da fixação na periferia da capital portuguesa, os resultados mostram que as previsões de anos anteriores estavam erradas. O correio de Sintra questionou alguns dos autarcas locais para descortinar porque falhou essa previsão.

Para o presidente da Câmara de Sintra, Fernando Seara (Coligação Mais Sintra – PSD e CDS-PP), os dados preliminares apontam “uma alteração demográfica significa-tiva” que mostra a saída de “muita gente de algumas das freguesias mais atractivas ao nível da presença de emigrantes”, como são os casos de Algueirão-Mem Martins e Rio de Mouro.

“É evidente que sentimos a partida de muitos emigrantes ucranianos, o que é natural em razão do desen-volvimento económico da Ucrânia em razão do europeu de futebol. E também um regresso de uma parte importante de brasileiros ao seu país de origem, devido ao crescimento económico e ao avanço das obras dos Jogos Olímpicos e do Mun-dial de Futebol”, explicou o autarca, adiantando que os dados apontam também para o envelhecimento da população da cidade de Queluz.

Para Fernando Seara os dados “ajudam a perceber a crise econó-mico-financeira, o desemprego e o problema da mobilidade territorial dos emigrantes, que na realidade há cinco e seis anos eram um elemento fundamental para os números de Sintra”. Quando questionado sobre as expectativas da barreira dos 500 mil moradores, Fernando Seara adiantou que “nos últimos meses” já constatou que esse número não era real. “Há quatro anos pressentia isso. Mas a partir do momento da crise e a crise das obras públicas, permitia

perceber que havia sinais de redução.” Para o presidente da concelhia do

CDS-PP, Silvino Rodrigues, esta dis-crepância de valores resulta de falhas de previsões do INE em anos ante-riores. No entanto, o responsável adiantou que “o agravamento e o agu-dizar da situação económica e o fecho de pequenas e médias empresas terão levado muitos imigrantes a retornar ao seu país de origem e muitos por-tugueses a deslocarem-se para outros concelhos ‘atrás do trabalho’”.

“Há claramente um êxodo de parte da classe média, média/alta de Sintra para outros concelhos, nomeada-mente, Cascais, Mafra e Oeiras. Este fenómeno resulta em grande parte na procura, dessas pessoas, de locais onde possam residir com melhor qualidade de vida e com mais segu-rança”, disse.

Para o vereador socialista Domingos Quintas, os resultados dos Censos mostram que houve um ligeiro crescimento da população em relação a 2001 (3,71 por cento), valor muito aquém do crescimento regis-tado em alguns municípios vizinhos da Área metropolitana de Lisboa, como é o caso de Mafra (41%) e Cas-cais (20%) que registaram aumentos significativos.

“Ajuda a compreender que as pro-jecções demográficas apontadas pelo Instituto Nacional de Estatística em anos precedentes sobre a evolução do nosso concelho (com Sintra a prolongar processos de crescimento muito significativo) não se concre-tizaram. Dentro da área metropo-litana de Lisboa, Sintra sempre foi apontado como o Concelho com o maior número de imigrantes resi-dentes. Com os resultados censitá-rios agora divulgados, novas ques-tões se colocam, nomeadamente as alterações decorrentes do saldo migratório, sendo necessário reava-liação do território e das estratégias para o Concelho”, explica.

Para Pedro Ventura, do PCP, os resultados mostram que há uma

“tendência de desacelaração do cres-cimento populacional”, que poderá ser explicado pelo “desordenamento urbanístico do corredor urbano Queluz-Agualva/Cacém-Rio Mouro - Algueirão, perda de competitivi-dade em relação a outros municípios da periferia de Lisboa, deslocação de empresas e transferência de popu-lação para Lisboa”.

“Com a revisão do PDM Sintra em curso, e com um aprofunda-mento da análise dos resultados dos Censos, deveremos equacionar um novo modelo de crescimento para

o concelho, abandonando definiti-vamente o modelo baseado no cres-cimento urbanístico ligado à habi-tação, e apostando na criação de emprego pelo desenvolvimento de áreas industriais e dinamização de sectores produtivos, em articulação com as mais-valias existentes rela-cionadas com o turismo, a cultura, o lazer e o desporto.

Já para André Beja, os dados pre-liminares dos censos contrariam alguns dados de crescimento que fomos tendo ao longo dos últimos anos”, em que “somos bem menos de meio milhão e estamos longe de ser o concelho mais populoso do país”.

“E sermos menos do que se julgava aprofunda algumas das nossas preo-cupações, como por exemplo o facto de uma parcela importante da popu-lação activa do concelho não ter tra-balho, já que há cerca de vinte mil desempregados. Por outro lado o crescimento urbano não parou, pelo que se adivinha a existência de mais casas vazias e mais especulação imo-biliária”, adiantou. Jr

Censos 2011: crescimento populacional de Sintra aquém das expectativas

Sintra em 2011

População Residente:377.249

Famílias: 144.864

Alojamentos:182.325

Edifícios: 57.011

FOn

te: in

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6 Correio de Sintra 7 de Julho de 20116

DesportoDesporto

Polémica em Pêro Pinheiro

DESPORTO. O Clube Atlético de Pêro Pinheiro (CAPP) viu-se envolvido numa polémica com o Clube Futebol Benfica, após uma invasão de campo por parte de adeptos do Alta de Lisboa, no último jogo da temporada. A Associação de Futebol de Lisboa (AFL) penalizou a equipa visitante e atribuiu a vitória aos pêro-pinheirenses, acabando assim a época em primeiro lugar da 1.ª divisão de Honra.

A polémica nasceu após a invasão de três adeptos do Alta de Lisboa, no último minuto de jogo que se rea-lizou em Pêro Pinheiro. A partida, na altura empatada a uma bola, foi interrompida e o árbitro decidiu não ter condições para avançar com os minutos finais, atribuindo a vitória ao clube da casa. O Atlé-tico beneficiou assim de três pontos que lhes garantiram a subida para a 3.ª divisão nacional com 60 pontos, destronando o Clube Futebol Ben-fica, com 59. “O jogo não terminou porque alguns adeptos do Alta de Lisboa entraram em campo. Nestes casos, os regulamentos mandam que, quando há invasão de campo inde-pendentemente do minuto de jogo, é

dado a derrota à equipa”, explicou ao Correio de Sintra Domingos Janota, presidente do CAPP.

O clube lisboeta ficou em segundo lugar e sentiu-se prejudicado com a decisão da AFL. Segundo Domingos Janota, “esta situação foi para o Conselho de Disciplina que ana-lisou os dados do árbitro, da GNR e dos delegados das duas equipas e concluiu que o Pêro Pinheiro tinha razão para vencer o jogo”. A GNR acabou por deter os três adeptos do Alta de Lisboa.

“Esta polémica vai certamente ficar sem efeito”, admitiu o presi-dente bastante entristecido por o nome do clube estar a ser manchado por “mentiras”. “O Benfica sentiu-se prejudicado e tentou a sua chance. Contudo, acho que era escusado de incriminar a direcção do ACPP de tudo e mais alguma coisa. Não ando no futebol para arranjar inimigos”, sublinhou Domingues Janota.

Depois de enterrada a polémica, o presidente admitiu ter como prin-cipal objectivo “organizar uma boa equipa para conseguir dis-putar o campeonato da 3.ª divisão da melhor forma, e talvez, subir de divisão”. AOP

Adeptos do Alta de Lisboa invadiram campo antes do jogo terminar

Campeão no CacémRicardo Fernandes, campeão mundial em kickboxing, já treina para a competição nacional que se vai realizar no próximo mês de Novembro. O atleta disse ao Correio de Sintra estar a passar por uma boa fase na sua carreira.

Ricardo Fernandes, 26 anos, escreveu páginas notáveis na his-tória nacional do kickboxing. Nos últimos anos, o atleta do Cacém Fit-ness sagrou-se campeão europeu em Milão (2007), em França (2008) e venceu também o título mundial na Rússia (2009), que renovou no pas-

sado mês de Maio, no Brasil. “Estou a viver uma boa fase na minha car-reira. Isto deve-se muito ao apoio do ginásio”, sublinhou Ricardo Fer-nandes. O desportista considerou ainda que os membros da equipa “forte” que o rodeia “puxam uns pelos outros”.

O atleta vai concorrer, no pró-ximo mês de Novembro, ao campeo-nato nacional para defender e tentar renovar o título de campeão em kick-boxing light kick, na categoria de -89 kg. “Estou confiante. Quero renovar este título e, à partida, tudo deve correr pelo melhor”. AOP

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Agualva-CacémCidades

Maria Cavaco Silva em Mira Sintra

Durante uma visita ao CECD de Mira Sintra, a mulher do Presidente da República, Maria Cavaco Silva defendeu que, apesar da crise, as instituições de solidariedade social não devem sofrer cortes financeiros. A visita ficou marcada pelo encontro com Laura Ferreira, mulher do primeiro-ministro, Passos Coelho.

No final da visita ao Centro de Educação para o Cidadão Deficiente, Maria Cavaco Silva disse aos jor-nalistas temer que, numa altura de crise, as instituições de solidariedade social sejam afectadas por cortes ao nível do financiamento.

“Todos nós tememos, mas também tenho a noção de que será nestas ins-tituições que os cortes não se devem fazer sentir, porque são precisa-mente as camadas mais vulneráveis da população - que todos nós temos obrigação de cuidar - que são tra-tadas, que são vistas, que são assis-tidas nestas instituições”, afirmou.

Maria Cavaco Silva lembrou que o CECD de Mira Sintra vai receber a 12 de Julho um prémio de exce-lência atribuído por uma marca europeia pelo trabalho prestado à comunidade, numa cerimónia que

vai decorrer no Palácio de Queluz, e no qual estará presente.

A presidente do conselho de admi-nistração da CECD de Mira Sintra, Cármen Duarte, disse que, devido à falta de apoios, os utentes “correm o risco de serem esquecidos e de dei-xarem de ter o apoio” prestado pela instituição ao longo dos 35 anos de existência.

“Estamos a fazer um esforço muito grande para nos adaptarmos aos cortes, às reduções dos apoios, mas a verdade é que temos muito medo que esta área seja esquecida e que não possamos cumprir com qualidade o trabalho que temos vindo a fazer. Estamos muito preocupados porque o sector social, numa época como a que estamos a viver, muitas vezes é esquecido”, sublinhou a responsável.

Quanto ao facto de ter na insti-tuição como colaboradora a mulher do primeiro-ministro, Cármen Duarte adiantou: “Estamos certas que a nossa colaboradora irá ter a preocupação de transmitir ao seu meio envolvente as preocupações, que não serão só a das crianças, dos jovens, dos adultos, das famílias e das pessoas com deficiência, mas que vai ser uma preocupação a nível nacional”. Jr

Laura Ferreira, mulher do primeiro-ministro, trabalha há onze anos na instituição.

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137 de Julho de 2011 Correio de Sintra 13

QueluzCidades

Freguesia de Belas está ao abandonoSOCIEDADE. Os moradores de Belas estão insatisfeitos com a falta de investimento na requalificação urbana, considerando que a freguesia foi dotada ao abandono. Face ao descontentamento da população, a junta de freguesia responsabiliza a Câmara Municipal.

Nesta freguesia onde moram mais de 26 mil pessoas, poucos são os supermercados existentes na vila e o comércio local queixa-se de não conseguir competir com as grandes superfícies comerciais presentes na região.

António Ferreira, proprietário de uma mercearia perto do centro da vila, lamenta que a freguesia sirva principalmente de local para dormir, daí ser “pouco o investimento na localidade”. “Moro aqui desde os cinco anos e sempre me lembro de Belas como subúrbio. As pessoas que cá moram só estão nas suas habita-ções à noite, pois muitas delas tra-balham em cidades maiores como Lisboa ou Queluz”, explicou o comer-ciante enquanto atendia os clientes. “Aqui conhecemos toda gente e par-tilhamos a mesma opinião: Belas teve um crescimento muito rápido e agora estagnou”, considera.

Cláudia Loureiro, proprietária de um café em frente à junta de fre-guesia partilha da mesma preocu-pação: “Falta de tudo um pouco na parte mais histórica da vila. Já nem existem habitação e comércio”, disse a proprietária, que lamenta ainda a reduzida oferta da rede de trans-portes públicos e a falta de parques infantis.

“Os existentes estão fechados. Não se admite que numa freguesia com um número elevado de crianças não exista nenhum espaço de lazer. Este problema é empurrado da junta para a câmara e vice-versa”, considerou Cláudia Loureiro.

Num café mais distante do centro

da vila, Pedro Fernandes, proprie-tário do estabelecimento, não poupou críticas ao serviço prestado pela empresa pública. “Ao fim-de-semana ou em dia de feriado, a HPEM só recolha o lixo uma vez. Obviamente que nesses dias, acumula-se mais lixo. É uma bola de neve, fazendo com que este nunca seja recolhido na sua totalidade”, referiu.

O comerciante contesta ainda o estado das vias rodoviárias da fre-guesia, considerando que os con-dutores que circulam sobretudo na Venda Seca, Tala e Idanha, “têm que

redobrar os cuidados”, uma vez que as estradas possuem grandes buracos e poucas passadeiras. “A estrada que liga Queluz a Belas está cheia de buracos. Nesse local, não existe nenhuma segurança para os peões, pois a estrada apresenta poucas passadeiras e uma berma bastante estreita para a circulação das pes-soas”, afiançou o proprietário.

Contactado pelo Correio de Sintra, o presidente da junta de freguesia, Guilherme Dias admite que “existe uma falta de investimento público por parte da Câmara Municipal de

Sintra e do Governo central, quer em equipamentos de saúde e trans-portes, quer em actividades despor-tivas e de lazer”.

O autarca adianta estar preocu-pado com a situação dos parques infantis, uma vez que há um ano que foram encerrados pela autarquia de Sintra e desde essa altura que “a situ-ação” se mantém num impasse.

Quanto às queixas devido à falta de qualidade das estradas, Guilherme Dias atribui novamente responsabi-lidades à autarquia de Sintra. Alexandre Oliveira Pereira

EN117 não oferece condições de segurança a transeuntes.

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14 Correio de Sintra 7 de Julho de 201114

tribunaOpinião

Algueirão-Mem Martins: porque não dividir?Quando se fala que mais de um

terço dos Municípios Portugueses não chegam aos 10 mil habitantes, a freguesia de Algueirão – Mem Mar-tins já ultrapassou os 100 mil habi-tantes. Isto faz sentido?

No Concelho de Sintra, o pro-blema de freguesias com o número exagerado de habitantes já não é novo. Tanto em Queluz, como em Agualva-Cacém a situação resolveu-se com a criação de novas fregue-sias, dividindo-se estes aglomerados populacionais. Porque é que não se avança com a divisão administra-tiva de Algueirão–Mem Martins? A divisão seria simples, quase natural e certamente não levantaria dúvidas, criando-se três freguesias: Algueirão, Mem Martins e Mercês.

Este não é um tema novo, e que muito pontualmente é falado, mas que rapidamente é esquecido. Qual o motivo que leva a este silêncio? Esta divisão administrativa mexe com algum poder instituído?

Com tantos problemas já identi-ficadas, muito provavelmente, fre-guesias mais pequenas, seriam mais fáceis de gerir e estariam muito mais próximas das populações.

Algueirão–Mem Martins é a maior freguesia de Portugal mas não pode

ter orgulho nisso, pois trata-se de uma vila quase sem cultura, com poucos espaços verdes, fracos recursos des-portivos, sem espaços dignos para as crianças, sem um jardim central, onde o comércio morre diariamente, onde existem bairros quase esque-cidos e onde se apaga diariamente a memória e o passado de uma vila que

já foi uma aldeia saloia.Aqui risca-se o passado de uma

forma quase irrecuperável, e quase não se escreve o futuro. É uma fre-guesia onde se prefere dar nomes de cidades às ruas (exemplo do Casal da Cavaleira), em vez de home-nagear pessoas que lutaram pelo desenvolvimento da terra, e dei-

xaram uma verdadeira marca com o seu trabalho, ou será que os res-ponsáveis políticos não conhecem personalidades locais que mereçam o nome de uma rua?

Aqui nada é recordado, pouco é valorizado e tenta-se esquecer a memória. Sabiam que já existiu o “Bolo de Natal de Mem Mar-tins”? Sabiam que Mem Martins é uma das localidades pioneiras no fabrico de queijadas? Sabia que o Mármore Negro de Mem Martins foi usado na construção do Con-vento de Mafra? E a Ermida de São Romão, cuja existência é referida num documento do século XII, em que estado se encontra?

Vivemos num tempo, onde se sobrevaloriza a “Militância Des-portiva”, a “Militância Politica” e se esquece a verdadeira “Militância Cívica”, o grito de alerta sobre os pro-blemas que nos envolvem, e as difi-culdades que sentimos no quoti-diano.

Certamente seria importante para esta vila, a criação de um “Movi-mento Independente de Cidadãos”, para poder cobrar às forças políticas locais, tudo o que nunca foi feito e vai sendo esquecido. Propor ideias, solu-ções e fazer perguntas que parecem

“Algueirão–Mem Martins é a maior

freguesia de Portugal mas não pode ter orgulho

nisso

incomodas: O que planeado para esta vila? Existem Projectos? Um Teatro? Um novo mercado? Um cemitério? Uma biblioteca? Um Gimnodes-portivo Municipal? E a divisão da Freguesia porque não avança? Se avançou noutras freguesias do con-celho, porque não avança aqui?

Em Algueirão - Mem Martins vive-se o presente… esquece-se o passado… e o futuro “seja o que Deus quiser”…

Hugo NicolauBlog: algueirao-memmartins.blo-

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A pastelaria Estrela, fundada há 2 de Outubro de 1972, distingue-se por possuir uma equipa formada por pessoal altamente qualificado e especializado desde à confecção até à revenda dos produtos. “O rigor, a experiência e a capacidade de desenvolver novos produtos e de preservar o sabor das receitas tradi-cionais são os grandes princípios da casa”, sublinha Francisco Ramadas, um dos proprietários da pastelaria.Sempre com um sorriso na cara, os funcionários aconselham os clientes para que possam desfrutar de um bom momento saboroso. Estão ao dispor uma diversificação de produ-tos com elevada qualidade, tais como doces conventuais, folhados,

miniaturas, tortas, tartes e pizzas, que despertarão, sem dúvida, o apetite e os sentidos de todos os clientes, num ambiente agradável e descontraído.Com novas promoções diárias, a pastelaria Estrela pretende estar ao dispor de todas as pessoas, nas mais importantes fases das suas vidas. É por isso que confecciona também bolos de casamento, ani-versário, baptizado e comunhão, proporcionando aos clientes um atendimento personalizado.A pastelaria Estrela, graças à dedicação e empenho por parte dos trabalhadores, cresceu. Agora é possível encantar tanto os olhos como o gosto em três pontos dis-tintos da região, estando situada no Cacém, na Estrada de Paço de Arcos, n.º 12, em Agualva, na Avenida Santa Maria, loja 10C e na Reboleira, na Avenida Conde de Oeiras, n.º1. As pastelarias estão abertas todos os dias, das 6h às 20h.

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