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LAMPSI – Liga Acadêmica de Medicina Psiquiátrica do Rio Grande do Norte CURSO DE PSICOPATOLOGIA Palestrante: Rafael Heitor Nunes R. Costa 12 de maio de 2012

I Curso de Psicopatologia da Lampsi - Aula 1

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Page 1: I Curso de Psicopatologia da Lampsi - Aula 1

LAMPSI – Liga Acadêmica de Medicina Psiquiátrica do Rio Grande do Norte

CURSO DE PSICOPATOLOGIA

Palestrante: Rafael Heitor Nunes R. Costa12 de maio de 2012

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Ciência dos signos/ estudo de sintomas e sinais das doenças.

Semiologia psicopatológica: signos (língua, gestos, atitudes, comportamentos) que indicam a existência de sofrimento mental, transtornos e patologias.

Signos principais na psicopatologia: sinais comporta-mentais objetivos e verificáveis e os sintomas.

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“Disciplina científica que se incumbe do estudo sistemático das alterações mórbidas que afetam o comportamento”.

“Ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental – suas causas, mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e suas formas de manifestação”.

“É a ciência que estuda as anormalidades psíquicas do ser humano”.

“Principal ciência de apoio à semiologia psiquiátrica”. “Psicologia do patológico ou patologia do psicológico” (de-

pendendo do enfoque).

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FENOMENOLOGIA: - Método usado pela psicopatologia para

descrever os fenômenos psíquicos;- Objetiva descrever, compreender e interpretar os fenômenos que se apresentam à percepção;- “Método de apreensão da essência absoluta das coi-sas”. (Edmund Husserl).

Polêmica: biologicistas (hipotético-dedutiva) versus fenomenistas (analítico-descritiva) (séc. XX).

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Âmbitos de aplicação do conceito: - Psiquiatria legal ou forense: implicações legais,

éticas e criminais (destino sócio-criminal de alguém).

- Epidemiologia psiquiátrica: normalidade como objeto

de pesquisa e trabalho. - Psiquiatria cultural/etnopsiquiatria - Planejamento em saúde mental e políticas de

saúde: demandas assistenciais.- Orientação e capacitação profissional:

- Prática clínica: discriminar se tal fenômeno é ou não

normal.

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CRITÉRIOS DE NORMALIDADE: - Ausência de doença: definição negativa. - Normalidade ideal: norma socialmente

constituída. - Normalidade estatística

- Normalidade como bem-estar - Normalidade funcional - Normalidade como processo: aspectos

dinâmicos do desenvolvimento psicossocial preservados.

- Normalidade subjetiva: percepção subjetiva do indivíduo em relação a seu estado de saúde.

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- Normalidade como liberdade: vínculo da saúde mental com as possibilidades de transitar com graus distintos de liberdade sobre o mundo e sobre o próprio destino.

- Normalidade operacional: critérios de normalidade e doença variam em função de fenômenos específicos com os quais trabalhamos de acordo com as opções filosóficas do profissional.

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Multiplicidade de abordagens DESCRITIVA versus DINÂMICA: - Descritiva: forma das alterações

psíquicas, estrutura dos sintomas, caracterização da vivência patológica.

- Dinâmica: conteúdo da vivência, movimentos internos dos afetos, desejos e temores do indivíduo.

MÉDICA versus EXISTENCIAL: - Médica: desregulação/disfunção

cerebral causando o adoecimento mental. - Existencial: doença mental como um modo particular de existência

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COMPORTAMENTAL-COGNITIVA versus PSICANALÍTICA:

- Comportamental: doença mental resultante de disfunção de comportamentos e representações cognitivas. Psicanalítica: doença como expressão de conflitos, predominantemente inconscientes.

CATEGORIAL versus DIMENSIONAL: - Categorial: doenças como espécies

únicas e com nítida separação entre elas. Dimensional: espectros.

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BIOLÓGICA versus SÓCIO-CULTURAL:

- Biológica: ênfase nos aspectos cerebrais, neuroquímicos ou neurofisiológicos .

- Sociocultural: fatores socioculturais que geram comportamentos desviantes que deflagram as doenças mentais.

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Distinção dos fenômenos humanos: - Semelhantes: todos têm (fome, sede). - Parte semelhantes, parte diferentes: amplificada

no doente. (alegria x depressão). - Qualitativamente novos, diferentes: próprios a

certas doenças e estados mentais (delírios, alucinações).

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Diagnóstico em psicopatologia – 02 correntes: - 1)Não tem nenhum valor porque cada

pessoa é uma realidade única.- 2) Diagnóstico essencial para compreender paciente e escolher estratégia terapêutica.

- Processo diagnóstico: permanente relação entre o particular/individual e o geral/universal.

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ASPECTOS DIAGNÓSTICOS IMPORTANTES: - Baseado em dados clínicos e em

mecanismos etiológicos pressupostos. - Não há sintomas psicopatológicos

patognomônicos.- Diagnósticoobservação do curso da doença;

- Diagnóstico pluridimensional (Eixos do DSM-IV + formulação psicodinâmica e cultural do caso);

- Confiabilidade de testes diagnósticos (técnica de entrevista padronizada, escala, teste).

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OPERACIONAL-PRAGMÁTICA versus FUNDA-MENTAL:- Operacional-pragmática: definições formuladas e tomadas de modo arbitrário (DSM-IV e CID-10).

- Fundamental: noção da doença mental enquanto

pathos (sofrimento, paixão e passividade).

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“Só é digno da vida aquele que vai, todos os dias, à luta por ela”.

Goethe.