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JORGE, UM BRASILEIRO Oswaldo França Júnior

Jorge, um brasileiro

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JORGE, UM BRASILEIRO

Oswaldo França Júnior

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Opinião

“Se você é fã de televisão, saiba que Jorge, umBrasileiro foi o ponto de partida do seriado "Carga

Pesada".Se você é fã de literatura, saiba que é um dos livrosmais "redondos" escritos no país nas últimas décadas.Jorge vê o mundo pela ótica do trabalho. O livro éescrito com talento e competência. Tem Brasil - povodo Brasil - nas entranhas.França Jr., em primeiro lugar, era uma grande pessoa;em segundo lugar, mineiro; em terceiro lugar, foi oficialda Aeronáutica, cassado em 64.”

Leitor: Mauro Malin

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AUTOR• Nasceu, em 21/07/1936, em Serro (MG);

•Morreu, em 10/06/1989, em João Monlevade (MG), em um acidente de carro, quando voltava de uma palestra.

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Exerceu diversas atividades durante sua vida:foi cadete (piloto) da aeronáutica; corretor demercado de capitais, de imóveis, de cereais,de carros usados; proprietário de banca derevistas, de barracas de pipocas, gerente deempresa de ônibus e sócio de empresa detáxis. Foi afastado da Aeronáutica em 1964 nogolpe militar por ser considerado subversivo.Iniciou, então, sua vida literária.

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• "... os golpistas de 1964 ao encerrarem com suacarreira militar, jamais poderiam imaginar que, comaquele ato, do qual também foram vítimas várioscolegas de França Júnior, estavam, sem querer,destinando-o à glória literária." (Lopes, CarlosHerculano. Estado de Minas, 27/05/06);

• Já em 1965 publicava seu primeiro romance, "Oviúvo". Foi o primeiro de 15 obras importantes daliteratura brasileira traduzidas em diversos países domundo e ganhadoras de prêmios. São elas:

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• O viúvo, romance, 1965; • Jorge, um brasileiro, romance, 1967; • Um dia no Rio, romance, 1969; • O homem de macacão, romance, 1972; • A volta para Marilda, romance, 1974; • Os dois irmãos, romance, 1976; • As lembranças de Eliana, romance, 1978; • Aqui e em outros lugares, romance, 1980; • À procura de motivos, romance, 1982; • O passo bandeira - uma história de aviadores, romance, 1984; • As laranjas iguais, contos, 1985; • A árvore que pensava, infanto-juvenil, 1986; • Recordações de amor em Cuba, romance, 1986; • No fundo das águas, romance, 1987; • De ouro de de Amazônia, romance, obra póstuma, 1989.

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• Venceu o prêmio Walmap em 1967;

• "O prêmio "Walmap" nasceu em 1964, para suscitar oaparecimento de obras literárias acima do nível comum.Seu idealizador, o banqueiro José Luiz de Magalhães Lins eo escritor Antônio Olinto, lançaram-no pela coluna "Porta deLivraria", do jornal O Globo (RJ). O nome Walmap, quepassaria a designar o maior e mais importante prêmio literáriodo Brasil, foi dado pelo banqueiro, em homenagem ao seu tioWaldomiro Magalhães Pinto, fundador e primeiro diretor doBanco Nacional de Minas Gerais.

• Em 1967, Osvaldo França Júnior, com o romance Jorge,um brasileiro;

Disponível em:

<http://www.joseluizdemagalhaeslins.com.br/vidaprof/premiowalmap.htm>

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• "Podemos afirmar que é exatamente aprocura do trivial, do simples, do comum, querevela uma das marcas do conjunto de suasobras" (diz a professora Ângela Salgueiro, estudiosa da obra do

escritor no Estado de Minas, 27/05/2006);

• A obra Jorge, um brasileiro deu origem a série televisiva CARGA PESADA.

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• Assunto: Há o deslocamento doprotagonista para o interior doBrasil. Na medida em que contasua história e traz ocarregamento para BeloHorizonte, fica dividido entre aimagem grotesca e quasecaricatural da amante do patrão(“E fui fumando o cigarro daoutra testemunha, e pensandono senhor Mário que àquelahora devia estar com a louraque se pintava com os riscosgrossos nos olhos, e dormia deboca aberta”) e aquela decompromisso: “Dei minhapalavra. Dei minha palavra queesse milho chegaria antes dainauguração”.

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• O romance nos chama aatenção de que precisamostomar profunda consciência denosso estar no mundo e dopeso de nossos atos e escolhas.Sobre esta necessidade o autorse manifesta, falando daviagem de Jorge, “como umaviagem conscientizante, sociale existencial, dentro de umaviagem física. Ou seja, Jorge seconscientiza social eexistencialmente de que nãohá igualdade de condiçõesentre empregador eempregado, entre patrão eassalariado.”

• (entrevista concedida ao Jornal do Vídeo de Minas Gerais, em 1989).

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Sobre o livro:

• É Contemporâneo;

• Narrado em primeira pessoa (Jorge, um narrador de “um caso-puxa-outro”) que precisa conduzir carretas com milho, em épocade chuvas, pelas estradas ruins do Brasil;

• Fala a um ouvinte, REPETIDAMENTE, a quem chama: “Você sabecomo é.”;

• Linguagem de estilo coloquial - em forma de conversa .

Há desvios linguísticos: frases longas “[…] E apanhei a Kombifedendo a peixe e coloquei lá dentro um macaco e uma chave derodas em cruz, porque eu não sabia qual a que servia para o carro[…]” ;

Vocábulos chulos “Seu merda. Olhe aqui, seu pedaço de merda.”;Uso excessivo da conjunção E marca da oralidade “[…] E ela sentouna minha frente e cruzou as pernas. E ficou falando comigo eperguntando como tinha sido tudo.”;

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• Há problemas de regência: “Fui na garagem […]” “Conseguirchegar em Belo Horizonte […]”;

• Repetição de verbos: “[…] como é que o senhor Mário sabia queeu ia ali […], se ele não sabia que […];

• Uso de vírgulas para indicar a própria respiração do narrador:“Mas depois eu vi que a gente podia comer, porque quandocheguei e perguntei ao homem da casa de pau-a-pique, se elepodia cozinhar uma galinhas […]” ;

• As personagens do romance são SIMPLES E DIVERSIFICADAS.Exemplos: O chofer Toledo. Ou o homem do casebre na Brasília-Acre. Ou o atropelado de Brasília. Ou o bêbado perguntando: “Qualé o maior homem do mundo?” Ou mulheres da beira da estrada.Cada um é um elemento da experiência de Jorge.

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• TRAJETO DA VIAGEM:

• CAMINHONEIROS PEGARAM A CARGA DE MILHO NA BAHIA EDEVERIAM LEVÁ-LA A BELO HORIZONTE. EM VIRTUDE DAS CHUVAS E DETODA A SUA DESTRUIÇÃO, O PATRÃO DE JORGE O MANDOU ATÉCARATINGA (MG), ONDE AS CARRETAS ESTAVAM PARADAS, PORQUEACREDITAVA QUE SOMENTE JORGE ERA CAPAZ DE DAR UM JEITO ETRAZER A CARGA NO TEMPO PROMETIDO A UM CLIENTE.

• JORGE PEGA ÔNIBUS, SOFRE ACIDENTE PERTO DE CEL. FABRICIANO. DELÁ, SEGUE ATÉ GOV. VALADARES E ENCONTRA ALTAIR (AJUDA E TRAÇACAMINHO ATÉ IPATINGA. PASSAM POR INHAPIM E CACHOEIRA ESCURA.EM BUGRE (PONTE QUEBRADA). SEGUEM EM FRENTE, IPABA, OCAMINHÃO DE TOLEDO FURA O PNEU. CHEGAM A IPATINGA E DEPOISPASSAM POR ACESITA E TIMÓTEO, ONDE FALTA ÓLEO DE FREIO (LUIZ).JORGE SEGUE E DÁ CARONA A UM HOMEM ATÉ PONTE ALTA. CHEGAM ADIONÍSIO (PONTE COM PROBLEMAS. FICA UM TEMPO E CONHECE UMAMOÇA). ARRUMADA A PONTE, CHEGAM A SÃO DOMINGOS DA PRATA,PERTO DE MONLEVADE E, AO PASSAR PELA AV. ANTÔNIO CARLOS (BH).

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• CITAÇÃO DE OUTROS LUGARES:

• BRASÍLIA (PERÍODO DE CONSTRUÇÃO); ESTRADA BRASÍLIA-ACRE; ILHA DO BANANAL (TOCANTINS); CUIABÁ’JEQUIÉ (BA); ESTRADA BELO HORIZONTE-VITÓRIA.

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PERSONAGENS

• JORGE: narrador-protagonista; caminhoneiro humilde;homem de confiança; determinado; muito disciplinado edisciplinador; excelente mecânico; é responsável pelofuncionamento de todos os caminhões do patrão, o senhorMário. Sua missão é viajar até Caratinga, saindo de BH.Através das estradas, quase que intransitáveis, deve trazer 08carretas carregadas de milho, em uma semana, atéBH, cumprindo o prazo. Jorge é um homem da liberdade enão abre mão disso. Não se sente muito à vontade nessasrelações mais tradicionais (casamento).

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PERSONAGENS

• SANDRA: Namorada de Jorge; seria uma mulher paraesposa.

• SENHOR MÁRIO: Patrão de Jorge e é visto peloprotagonista, inicialmente, com idolatria. Depois, issovai se perdendo. Ou seja, O senhor Mário vai perdendoo encanto e Jorge, a inocência.

• DONA HELENA: Esposa do senhor Mário;• FÁBIO, MURTA, TOLEDO, TEO, LUÍS, ANTONINO,

OLIVEIRA, LAURO: caminhoneiros responsáveis pelotransporte dos caminhões carregados de milho.

• ALTAIR: ex-caminhoneiro, amigo de Jorge. Era casado etinha uma oficina.

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Referências

FRANÇA JUNIOR, Oswaldo. Jorge, umbrasileiro. Rio de Janeiro: José Olympio,1976.

Elaborado e pela Prof.ª Carine, adapatadopela Prof.ª Lidiane.