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Planejamento familíar

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PLANEJAMENTO FAMILIAR

Luciane Santana¹

Msª Margarete Feio Boulhosa²

RESUMO

O presente trabalho trata da análise de alguns aspectos do Planejamento Familiar

voltados para a contracepção, buscando perceber o posicionamento da

Enfermagem. Estes resultados sugerem que a Enfermagem de algum modo

reconhece o Planejamento Familiar como pauta de discussão. As PSF nesse desafio

do planejar e cuidar. A metodologia utilizada possibilitou identificar quais os

compromissos da Enfermagem em relação ao Planejamento Familiar, enquanto

necessidade do ser humano nas suas relações com o Estado e a Sociedade.

Palavra-Chave: Planejamento, Cuidar, Genograma e Ecograma.

_____________________

¹ SANTANA,Luciane,Santana-Discente do curso de enfermagem do 4º semestre da instituição, FAPEN-Unidade Tamandaré-Belém-PA. E-mail:[email protected] ² BOULHOSA,Margarete, Feio,Boulhosa-Mestra e Docente do curso de enfermagem da instituição FAPEN-Unidade Tamandaré-Belém-PA.

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Introdução

A assistência ao planejamento familiar é oferecida, atualmente, no Brasil,

pelas equipes do Programa Saúde da Família (PSF), um modelo de política pública

de saúde que traz a proposta do trabalho em equipe, de vinculação dos profissionais

com a comunidade e de valorização e incentivo à participação comunitária.

Corresponde a uma das sete áreas prioritárias de intervenção na atenção básica,

definidas na Norma Operacional da Assistência. O PSF tem o propósito de reverter a

forma de oferta da assistência à saúde, ou seja, incorporando ações coletivas de

cunho promocional e preventivo a substituir progressivamente o atendimento

individualizado, curativo, de alto custo e de baixo impacto. Neste aspecto, é

imprescindível o estabelecimento de parcerias Inter setoriais com educação, ação

social, trabalho, outras instâncias governamentais e a sociedade Brasil, o PSF teve

implantação iniciada em 1994, oferecendo cobertura de 56% da população no

período deste estudo, com equipes atuando.

As equipes do PSF são constituídas por um médico, um enfermeiro, um

auxiliar de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde (ACS), responsáveis

pela saúde de cerca de mil famílias. Apesar das condições mencionadas,

negligências ocorrem nos serviços de atenção ao planejamento familiar, quando

maior ênfase é dada à contracepção, permitindo o desenvolvimento de uma política

controladora, na qual a mulher exerce um papel muito mais de objeto do que de

sujeito da sua história sexual e reprodutiva; a variedade de métodos

anticoncepcionais é limitada e sua provisão irregular; e não há definição de papéis

dos profissionais que compõem a equipe ,percebendo-se, pois, uma distância entre

o que está proposto na política do MS e o que é prática no PSF.Uma estrutura

simples para avaliar serviços de planejamento familiar foi proposta por

estabelecendo seis elementos que norteiam a qualidade nessa área: oferta e livre

escolha dos métodos anticoncepcionais; informação dada ao cliente; competência

técnica profissional; relacionamento interpessoal profissional cliente;

acompanhamento dos usuários; e rede apropriada de serviços, sendo a avaliação

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deste último o objeto deste estudo.Para responder às expectativas dos

clientes e facilitar seu acesso, uma rede apropriada de serviços de planejamento

familiar deve

estar disponível, e que seja conveniente e aceitável. O atendimento há de

estar próximo de onde as pessoas

vivem, promover a autonomia dos usuários e entregar os métodos de forma

descentralizada. Portanto, às equipes de PSF compete estabelecer integração com

os serviços de pós-parto, de pós-aborto, de prevenção do câncer de colo uterino, de

controle das doenças sexualmente transmissíveis, pois, tendo nas mulheres em

idade reprodutiva sua clientela-alvo, ensejarão oportunidades para expandir a rede

de atendimento e aperfeiçoar o contato da usuária com a equipe de saúde. Sistemas

baseados em comunidades, envolvimento de pontos comerciais e operações nos

próprios serviços de saúde que incentivem o retorno das usuárias de métodos

anticoncepcionais para um fornecimento de contraceptivo com fácil acesso, são

relevantes para o alcance do objetivo geral de continuidade de uso dos métodos.

O Genograma

Familiar é uma representação gráfica que mostra o desenho ou mapa da família.

Também chamado de Genograma trata-se de um instrumento amplamente utilizado

na Terapia Familiar na atenção primária à saúde Na terapia e no aconselhamento

familiar, o Genograma é utilizado como um instrumento para engajar a família,

destravar o sistema, rever dificuldades familiares, verificara composição familiar,

clarificar os padrões relacionais familiares e identificar a família extensa.

Frequentemente, sua confecção identifica a razão pela qual a família procura a

terapia, ou seja, clarifica a demanda existente por trás da queixa explicitada pela

família.

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Profissionais que estejam realizando a formação em terapia familiar comumente

confeccionam o Genograma de suas famílias de origem, com o intuito de averiguar a

composição e dinâmica familiar, elucidando seus padrões, regras, valores, crenças e

mitos e sua influência na prática profissional Este empreendimento costuma fazer

parte do trabalho realizado no estudo do self do terapeuta, ou seja, a partir da

investigação da estrutura e dinâmica da família de origem, examinam-se quais

possíveis dificuldades e facilidades o terapeuta de família teria no desempenho da

função terapêutica. A aplicação do Genograma em saúde da família é extensa. Pode

ser utilizado como instrumento importante na caracterização cadastramento dos

grupos familiares na Estratégia de Saúde de Família.

Além disso, permite uma visualização do processo de adoecer e das principais

enfermidades que acometem os membros familiares, facilitando o plano terapêutico

e permitindo à família uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento de suas

doença. Atualmente, o Genograma tem sido difundido como um instrumento

científico para coleta de dados, especificamente em pesquisas qualitativas com

famílias. Sua utilização tem se mostrado adequada para a pesquisa com famílias em

Diferentes fases de transição, em processos psicoterapêuticos, em famílias de

crianças acometidas por doenças crônicas, famílias de idosos etc.

Vejamos um exemplo de Genograma usando a família de Dona Maria:

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Dona Maria aqui Vê ela uma idosa cardiopata e Seu Esposo Sr.José de 73 anos

com CA.e sua família.

Ecograma: As concepções sobre família e criança sofreram transformações ao longo

do tempo, sendo influenciadas em cada período histórico pelos avanços no

conhecimento e pelo envolvimento dos vários agentes e segmentos da sociedade.

No século XX, muitas dessas mudanças se evidenciaram na infância e nas famílias

ocorrendo, em várias sociedades, a criação e a educação da prole como

preocupações centrais, aspectos esses que receberam ênfase ainda maior quando

os índices de mortalidade infantil sofreram uma diminuição drástica.

Desse modo, a vida familiar tem passado por modificações quanto à sua

constituição e valor perante a sociedade, havendo várias definições e maneiras de

compreender a família, cada uma atendendo a uma finalidade. A família pode ser

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definida como um grupo unido por laços de casamento, sangue ou adoção, vivendo

em um único espaço, com papéis de marido e de esposa, de mãe e de pai, de irmão

e de irmã e que criam uma cultura comum. Pode constituir-se em um sistema social

semi-aberto, composto por indivíduos ligados por compromisso mútuo, em geral

afetivo, que interagem entre si no desenvolvimento de papéis estruturados pela

cultura e pela sociedade4. As famílias podem ter papéis e funções, considerando que

seu principal valor reside nos relacionamentos, sendo as emoções, positivas e

negativas, construtivas e destrutivas, o tecido da composição familiar. A família vem

sendo estudada enquanto contexto de desenvolvimento humano, em que os

indivíduos aprendem, vivencia e exercita os modelos que servirão de protótipo para

as relações que desenvolverão ao longo da vida.

O conhecimento do funcionamento da família, de suas características, do contexto

social, cultural e econômico no qual está inserida, é de fundamental importância

para a realização do planejamento das intervenções de saúde. O trabalho com

famílias ocorre em contextos variados; na área da saúde, pode ocorrer no ambiente

hospitalar e na comunidade. Os anos 90 trouxeram para o setor saúde uma

revalorização do tema Família culminando, em 1994, com a criação do Programa de

Saúde da Família (PSF), com a proposta de reacender a atenção primária à saúde

centrada nas dimensões comunidade e família7. O Ministério da Saúde, na tentativa

de reorganizar a atenção básica em saúde, assumiu o desafio da estratégia de

saúde da família, em basada nos princípios da universalidade, equidade e

integralidade da assistência8. A abordagem no PSF é a atenção centrada na família,

a qual é vista e entendida a partir do seu ambiente físico e social. Essa prática

propicia uma compreensão ampliada do processo saúde-doença e da necessidade

de intervenções que vão para além das práticas curativas.

O PSF tem como pressuposto uma atuação diferenciada, em que o vínculo, a

corresponsabilidade e o sentimento de pertencer à comunidade são traduzidos em

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valorização profissional; tem as famílias como aliadas na construção de uma vida

saudável e no processo de cura e de reabilitação; pressupõe uma grande interação

com a comunidade, para o conhecimento da sua realidade, definição das

prioridades, desenvolvimento de ações individuais e coletivas, que promovam a

qualidade de vida na direção do município saudável.O objetivo geral do programa é

melhorar o estado de saúde da população, mediante a construção de um modelo

assistencial de atenção baseado na prevenção, promoção, proteção, diagnóstico

precoce, tratamento e recuperação da saúde, em conformidade com os princípios e

diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e dirigido aos indivíduos, à família e à

comunidade; incorporar os agentes comunitários de saúde ao SUS, com a finalidade

de contribuir para a sua consolidação, bem como na construção de um novo modelo

assistencial, mais compatível com as necessidades da população.

Conhecer a estrutura da família, sua composição, como os membros se organizam e

interagem entre si e com o ambiente, os problemas de saúde, as situações de risco,

os padrões de vulnerabilidade, é vital para o planejamento do cuidado à saúde da

família. Essas informações são obtidas mediante vários instrumentos de

levantamento de dados para a estruturação e organização da assistência à saúde da

população descrever a aplicação dos instrumentos genograma e ecomapa, com

vistas à reflexão sobre sua utilização no PSF.

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Exemplo de Ecograma.

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Metodologia: Pesquisa avaliativa com o propósito de averiguara dinâmica do

serviço de planejamento familiar, na perspectiva de se encontrar respostas para as

questões práticas do cotidiano. Reforça esse raciocínio, ao enfatizar a ideia de que a

avaliação em planejamento familiar mostra aquilo que funciona e o que não funciona

e o exemplo do genograma.

Resultados: Dinâmica do atendimento em planejamento familiar no PSFA

dinâmica de atendimento e de entrega dos métodos anticoncepcionais variou de

equipe para

Equipe, inclusive no mesmo município, não sendo observada uma padronização ou

rotina formal de atendimento a ser seguida de maneira sistemática pelas equipes de

PSF. A prescrição e a entrega dos métodos anticoncepcionais como o planejamento

da família e cuidados com as doenças mais acometidas.

Discussão: Apesar da larga atuação do enfermeiro nas ações de

planejamento familiar na unidade estudada, as equipes não dispunham de “rotina

aprovada pela “Instituição de saúde”, requisito indispensável à prática legal do

enfermeiro, conforme enunciado na “Lei do Exercício Profissional” (Lei no.7.498), de

25 de junho de 1986, regulamentada pelo Decreto no. 94.406, de 8 de junho de

1987.No aspecto privativo de sua atuação e como integrante da equipe de saúde, no

caso a equipe do PSF, referida lei determina que compete ao enfermeiro: “realizar a

prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública

e em rotina aprovada pela instituição de saúde.

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Conclusão: O trabalho com famílias ocorre em contextos variados; na área

da saúde, pode ocorrer no ambiente hospitalar e na comunidade. Os anos 90

trouxeram para o setor saúde uma revalorização do tema Família culminando, em

1994, com a criação do Programa de Saúde da Família (PSF), com a proposta de

reacender a atenção primária à saúde centrada nas dimensões comunidade e

família. O Ministério da Saúde, na tentativa de reorganizar a atenção básica em

saúde, assumiu o desafio da estratégia de saúde da família, em baseada nos

princípios da universalidade, equidade e integralidade da assistência8. A abordagem

no PSF é a atenção centrada na família, a qual é vista e entendida a partir do seu

ambiente físico e social. Essa prática propicia uma compreensão ampliada do

processo saúde-doença e da necessidade de intervenções que vão para além das

práticas curativas. O objetivo geral do programa é melhorar o estado de saúde da

população, mediante a construção de um modelo assistencial de atenção baseado

na prevenção, promoção, proteção, diagnóstico precoce, tratamento e recuperação

da saúde, em conformidade com os princípios e diretrizes do Sistema Único de

Saúde (SUS) e dirigido aos indivíduos, à família e à comunidade; incorporar os

agentes comunitários de saúde ao SUS, com a finalidade de contribuir para a sua

consolidação, bem como na construção de um novo modelo assistencial, mais

compatível com as necessidades da população.

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Referências:

Biasoli-Alves ZMM. Crianças e adolescentes: a questão da tolerância na

socialização das gera ções mais novas. In: Biasoli-Alves ZMM & Fishmann R (orgs.).

Crianças e adolescentes: cons truindo uma cultura da tolerância. São Paulo:Edusp;

2001. p.79-93.

Nery CB. Atenção de enfermagem à mãe e à crian ça. In: Vanzin AS, Nery MES.

Atenção integral à saúde da criança: um enfoque epidemiológico. Porto Alegre:

RM&L Gráfica; 1998. p. 29-35.

Mauro MYC. A criança no núcleo familiar e no contexto comunitário: uma

abordagem de enfer magem. In: Vanzin AS, Nery MES. Atenção inte gral à saúde da

criança: um enfoque epidemiológico. Porto Alegre: RM&L Gráfica; 1998. p. 55-70.