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POLÍTICAS E GESTÃO EM SAÚDE Sergio de Carvalho, MSc Brasil Todos os direitos reservados de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste texto pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios forem – eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do autor. Ementa: descrever o histórico da enfermagem do trabalho no Brasil e atribuições de cada elemento da equipe de enfermagem do trabalho; colocar o discente em contato com as questões da enfermagem do trabalho visando a prevenção, promoção e recuperação à saúde do trabalhador, aplicados nos programas de saúde do trabalhador e grupos especiais; normas e rotinas de enfermagem; utilização e manuseio dos equipamentos e aparelhos usados nos serviços de saúde do traba-lhador; anotações registros e relatórios das atividades de enfermagem do trabalho. Integração do profissional de enfermagem na equipe de saúde ocupacional; aspectos nutricionais do trabalhador; técnicas de educação em saúde individual e em grupo; conhecer a história da saúde ocupacional com a evolução da enfer-magem do trabalho no mundo e no Brasil; conhecer as organizações nacionais e internacionais; compreender a questão da multidiscilinaridade nas ações de saú-de do trabalho; refletir a multicasualidade nos acidentes do trabalho e nas doenças ocupacionais; conceituar as doenças ocupacionais e do trabalho; fornecer co-nhecimentos sobre diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças do trabalho; identificar as principais doenças relacionadas ao trabalho. Apresentar os prin-cipais agravos em saúde do trabalhador aos enfermeiros, a fim de se utilizarem de tais informações para planejar a sistematização da assistência de enfermagem em sua realidade de trabalho; promover ações de saúde, disseminando os fundamentos de higiene, saneamento e profilaxia; organizar e desenvolver campanhas relacionadas aos programas de saúde do trabalhador. Parte II – Doenças ocupacionais 1. Doenças profissionais, do trabalho e relacionadas ao trabalho Doença é fonte de sofrimento e tristeza e morte; fardo financeiro para pessoas e para nações. A saúde é resultante do estado de equilíbrio, no qual os múltiplos e diversos fatores que têm influência sobre ela são igualados. Rela-ção equilibrada, dinâmica e harmônica entre as condições biológicas e o meio físico e social, isto é, com o meio ambiente; o desequilí-brio resulta na doença. Saúde integral e integrada: prevenção de doenças, alimentação saudável, prática de exercícios, qualidade do meio ambiente e cresci-mento e desenvolvimento. Fatores condicionantes da saúde: biologia humana, meio ambiente, hábitos de vida, organização da assistência à saúde e multicausali-dade. Saúde e negócio: saúde é a condição fundamental e imprescindível à produtividade do ser

Política e gestão em saúde

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POLÍTICAS E GESTÃO EM SAÚDESergio de Carvalho, MSc

Brasil

Todos os direitos reservados de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste texto pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios forem – eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do autor.

Ementa: descrever o histórico da enfermagem do trabalho no Brasil e atribuições de cada elemento da equipe de enfermagem do trabalho; colocar o discente em contato com as questões da enfermagem do trabalho visando a prevenção, promoção e recuperação à saúde do trabalhador, aplicados nos programas de saúde do trabalhador e grupos especiais; normas e rotinas de enfermagem; utilização e manuseio dos equipamentos e aparelhos usados nos serviços de saúde do traba-lhador; anotações registros e relatórios das atividades de enfermagem do trabalho. Integração do profissional de enfermagem na equipe de saúde ocupacional; aspectos nutricionais do trabalhador; técnicas de educação em saúde individual e em grupo; conhecer a história da saúde ocupacional com a evolução da enfer-magem do trabalho no mundo e no Brasil; conhecer as organizações nacionais e internacionais; compreender a questão da multidiscilinaridade nas ações de saú-de do trabalho; refletir a multicasualidade nos acidentes do trabalho e nas doenças ocupacionais; conceituar as doenças ocupacionais e do trabalho; fornecer co-nhecimentos sobre diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças do trabalho; identificar as principais doenças relacionadas ao trabalho. Apresentar os prin-cipais agravos em saúde do trabalhador aos enfermeiros, a fim de se utilizarem de tais informações para planejar a sistematização da assistência de enfermagem em sua realidade de trabalho; promover ações de saúde, disseminando os fundamentos de higiene, saneamento e profilaxia; organizar e desenvolver campanhas relacionadas aos programas de saúde do trabalhador.

Parte II – Doenças ocupacionais1. Doenças profissionais, do trabalho e relacionadas ao trabalhoDoença é fonte de sofrimento e tristeza e morte; fardo financeiro para pessoas e para nações. A saúde é resultante do estado de equilíbrio, no qual os múltiplos e diversos fatores que têm influência sobre ela são igualados. Rela-ção equilibrada, dinâmica e harmônica entre as condições biológicas e o meio físico e social, isto é, com o meio ambiente; o desequilí-brio resulta na doença.Saúde integral e integrada: prevenção de doenças, alimentação saudável, prática de exercícios, qualidade do meio ambiente e cresci-mento e desenvolvimento. Fatores condicionantes da saúde: biologia humana, meio ambiente, hábitos de vida, organização da assistência à saúde e multicausali-dade.Saúde e negócio: saúde é a condição fundamental e imprescindível à produtividade do ser humano; é importante mensurar os resulta-dos de todas as ações de saúde.

Fatores condicionantes da saúde: biologia humana, meio ambiente, hábitos de vida, organização da assistência à saúde e multicausalidade.Saúde e negócio: saúde é a condição fundamental e imprescindível à produtivi dade do ser humano; é importante mensurar os resultados de todas as ações de saúde.Custos relacionados a ausência ao trabalho por doença: salário do substituto, treinamento, custo do trabalho interrompido, custo do conhecimento ausente.Histórico: o ser humano é um ser social que trabalha e modifica a natureza; es-sas modificações não são livres de riscos – fogueiras x queimaduras, cavernas sem ventilação e relaçāo trabalho saúde/doença. Plínio, o velho (23-79 aC) ao visitar locais de trabalho, descreve o aspecto de trabalhadores expostos ao chumbo, mercúrio e a poeiras, cria EPI tais como, máscaras, panos ou mem-branas de bexiga de carneiro para o rosto, iniciativa dos próprios escravos para atenuar a inalação de poeiras nocivas. Morrer “mais” ou morrer “antes” – pri-meiros registros – a visão do poeta romano Lucrécio (98-55 aC) sobre os minei-ros – “não viste nem ouviste como morrem em tão pouco tempo, quando ain-da tinham tanto vida pela frente?” Morte prematura – “anos potenciais de vi-da perdidos” (APVP). As contribuições de Bernardino Ramazzini (1633 -1714) foram o livro De Morbis Artificum Diatriba (as doenças dos trabalhadores), on-

de na evolução dos conceitos perguntava-se “qual sua profissão?”, os perfis de adoeci-mento e morte (por profissão) são descritos como as doenças dos trabalhadores (livro) – doenças dos mineiros (capítulo I), doenças dos químicos (capítulo IV), doenças dos o-leiros (capítulo V), doenças dos coveiros (capítulo XVII), doenças dos que trabalham em pé (capítulo XXIX), doenças dos militares (capítulo XL), doenças dos tipógrafos, doenças dos escribas e notários e mais de 40 outras profissões. De quê adoecem e morrem os trabalhadores? Hoje conhecemos como “medicina ocupacional”, por meio de um traba-lho sobre doenças ocupacionais intitulado morbis artificum diatriba (doenças do traba-lho). Nesse trabalho foram relacionados a trabalhadores em 52 ocupações. O nome des-se ícone da medicina do trabalho é conhecido como “pai da medicina do trabalho”. A a-tividade e o local de trabalho, Louis René Villermé (1782-1863), “(...) descrição compara

tiva das similaridades e diferenças entre trabalhadores da mesma atividade mas que trabalham em diferentes locais, e trabalhadores do mesmo estabelecimento, mas em atividades diferentes (...)”. Pasteur, Koch e a busca das causas com a era bacteriológica (Pasteur, 1822-1895; Koch, 1843-1910), ganha corpo a idéia de que para cada doença existe um agente etiológico! A prevenção ou erradicação seria, em princípio, possível, com a eliminação da causa. Encontram-se nomes e causas, as doenças respiratórias dos mineiros = pneu-

moconioses (Zenker, 1866), pneumoconiose dos expostos à sílica = silicose (Visconti, 1876), chumbo = saturnis mo, mercúrio = hidrargirismo; oses, ismos e “ites; as doenças têm nomes e causas, e podem/ devem ser comba tidas pela eliminação das causas! Comparação de riscos (de morrer, por exemplo), contribuições de William Farr (1807-1883) nos estudos de mortalidade geral e específica (doenças respiratórias) em áreas de mineração. A medicina do trabalho enquanto especialidade médica surge na Inglaterra, na 1ª metade do século XIX com a revolução industrial (1760-1850; submissão dos trabalhadores a um processo acelerado e desumano de produ-ção; movimento sindical; medidas legais de controle de condições e ambientes de trabalho; regulamentação da idade mínima para o trabalho (1802); factory act (1833) – turno de trabalho das 5:30 às 20:30h; médicos contra

dos para controle de saúde dos trabalhadores. Brasil (século XIX) – mão de o-bra escrava não preocupava; iniciaram-se estudos sobre fábricas de charutos, fábricas de velas de sebo, fábrica de sabões, matadouros, hospitais; dificuldade com os empresários. Criação da OIT (1919) com foco tripartite (governo, empre gador e trabalhador); 1ª lista com 3 doenças profissionais – saturnismo, hidrar-ginismo e carbúnculo (1925); comitê misto da OIT e da OMS, reunido em 1957 em Genebra, estabelece como objetivos a serem alcançados – promover e manter o mais alto grau de bem estar físico, mental e social dos trabalhadores, em todas as ocupações; prevenir todo prejuízo causado à saúde dos trabalha-dores pelas condições de seu trabalho; proteger os trabalhadores, em seu tra-balho, contra os riscos resultantes da presença de agentes nocivos à sua saúde; colocar e manter o trabalhador em uma função que convenha às suas aptidões fisiológicas e psicológicas; adaptar o trabalho ao ser humano e cada ser huma-no ao seu trabalho; cresce a insatisfação dos trabalhadores e dos empregado-res onerados pelos custos diretos e indiretos dos agravos à saúde; saúde ocu-pacional nas grandes empresas; ensino da medicina do

trabalho nos cursos médicos na década de 50; fundação da ANAMT em 1968; criação da Fundacentro, fundação do Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho em 1969 – marco na saúde do trabalhador; milagre econômico (1970) – Brasil recordis-ta em acidentes de trabalho; lei de acidentes de trabalho (1976) – primeiros 15 dias após o acidente de trabalho são pagos pelo em-pregador; portaria nº 3214 de 1978 cria os SESMT e as NR; CRFB de 1988 contempla a saúde do trabalhador – obrigação dos empre-gadores de indenizar vítimas de acidentes de trabalho, garantia do direito do trabalhador de se recusar a trabalhar em condições de risco grave e eminente.Histórico da enfermagem trabalho no Brasil: atribuições de cada elemento na equipe de enfermagem do trabalho: a enfermagem do trabalho é procedente da enfermagem generalista, tendo como enfoque a saúde do trabalhador e com aspecto comunitário, os servi-ços prestados pela enfermagem ocupacional, está direcionada para uma população especifica, ou seja, para os trabalhadores de insti-tuições. É preciso ressaltar a importância deste profissional na equipe de saúde ocupacional, visto que, todo atendimento referente à saúde

do trabalhador está ligado com sua atuação, a comprovação se encontra a seguir no momento em que se descreve as funções deste profissional. Podemos conceituar a enfermagem do trabalho como: “(...) uma especialidade da enfermagem geral, com um conjunto de conhecimentos e de prática, visando assistir o trabalhador, finalidade de promover, manter ou recuperar sua saúde, e com isso, a melhoria dessas condições”. Segundo dados históricos, a enfermagem está nos cuidados aos trabalhadores desde a década de 1940, mesmo ainda não tendo a es-pecialização. Em 1969, a OIT, juntamente com o congresso mundial de saúde e segurança do trabalho, organizou um seminário sobre formação de enfermeiros do trabalho. Nessa oportunidade, o Brasil, se fez representar por um médico, que declarou não ter nenhu- ma experiência em treinar enfermeiros do trabalho e, portanto o Brasil sequer dispunha de uma legislação que obrigasse as empre-sas a manter serviços de saúde ocupacional. No Brasil em 1974, houve os 1º registros de enfermeiros do trabalho no MTE, para os que atuavam há mais de 5 anos em serviços de saúde ocupacional. Neste mesmo ano, realizou-se o 1º curso de especialização para enfermeiros do trabalho na EEAN / UFRJ. Após muita luta e dedicação, foi incluída a categoria enfermeiro do trabalho na equipe ocu-pacional da empresa, no ano de 1975, sob a portaria nº 3.460 de 31/12/1975. Aonde, rege a inclusão de 1 enfermeiro para empresas que tenham mais de 3.500 funcionários. No 1º encontro nacional de enfermagem do trabalho, realizado no RJ, em novembro de 198- 1, os especialistas da área recomendam, entre outras medidas, uma revisão da legislação vigente, visando à ampliação obrigatória do nº de cargos para enfermeiros e técnicos de enfermagem do trabalho, por uma melhor assistência ao trabalhador. Em agosto de 1986 dá-se a criação da ANENT, num esforço conjunto dos enfermeiros do trabalho de todo o país, visando o intercâmbio e união de ideais, que estavam isolados nas ações e atuações destes profissionais.Para o enfermeiro do trabalho é de suma importância o conhecimento das características da empresa e seus aspectos físicos, sócio-e-conômicos e administrativos, pois é através destes que o enfermeiro obterá informações necessárias para a formulação de estratégias visando a promoção, proteção e manutenção da saúde do trabalhador. Isso é um paradigma assistencial do enfermeiro que cuida de vários aspectos relacionados à saúde do ser humano, como por exemplo, a vida e o meio ambiente que nele se encontra. Caracteriza-ção do enfermeiro do trabalho é portador de certificado de conclusão de curso de especialização em enfermagem do trabalho, em ní-vel de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem; inscrito no sis-tema COFEN / COREN, através de requerimento ao COFEN, para registro de pós-graduação e sua consequente anotação na carteira profissional de identidade, tanto na inscrição principal, quanto na secundária, caso haja (resolução COFEN 261, 12/7/2001; registro de enfermeiro com pós-graduação). Deverão dedicar no mínimo, 3h (tempo parcial) ou 6h (tempo integral) por dia para as atividades dos SESMT, de acordo com o estabelecido no quadro II anexo, respeitada a legislação pertinente em vigor. Ao profissional especializa-do em SESMT, é vedado o exercício de outras atividades na empresa, durante o horário de sua atuação nos SESMT.Atribuições do enfermeiro do trabalho (CBO 071-40): perfil do enfermeiro do trabalho: executa atividades relacionadas com o serviço de higiene, medicina e segurança do trabalho, integrando equipes de estudos, para propiciar a preservação da saúde e valorização do trabalhador; atribuições do enfermeiro do trabalho: estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa, efetuando ob-servações nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para identificar as necessidades no campo de segurança, higiene e me-lhoria do trabalho; elabora e executa planos e programas de promoção e proteção à saúde dos empregados, participando de grupos que realizam inquéritos sanitários, estudam as causas de absenteísmo, fazem levantamentos de doenças profissionais e lesões trau-máticas, procedem a estudos epidemiológicos, coletam dados estatísticos de morbidade e mortalidade de trabalhadores, investigan-

do possíveis relações com as atividades funcionais, para obter a continuidade operacional e o aumento da produtividade; executa e a valia programas de prevenção de acidentes e de doenças profissionais e não profissionais, fazendo análise de fadiga, dos fatores de in salubridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da mulher, para propiciar a preservação da integridade física e mental do trabalhador; presta 1º SOS no local de trabalho, em caso de acidente ou doença, fazendo curativos ou imobilizações especiais, ad-ministrando medicamentos e tratamentos e providenciando o posterior atendimento médico adequado, para atenuar consequências e proporcionar apoio e conforto ao paciente; elabora e executa e avalia as atividades de assistência de enfermagem aos trabalhado-res, proporcionando-lhes atendimento ambulatorial, no local de trabalho, controlando sinais vitais, aplicando medicamentos prescri-tos, curativos, inalações e testes, coletando material para exame laboratorial, vacinações e outros tratamentos, para diminuir o absen teísmo profissional; organiza e administra o setor de enfermagem da empresa, prevendo pessoa e material necessários, treinando e supervisionando auxiliares de enfermagem adequado às necessidades de saúde do trabalhador; treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado ao tipo de trabalho, para diminuir a incidência de acidentes; planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando conhecimentos e estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir doenças profissionais e melhorar as condições de saúde do trabalhador; registra dados estatísticos de acidentes e doenças profissionais, mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar informes para subsídios processuais nos pedidos de indenização e orientar em problemas de preven-ção de doenças profissionais.Em uma posição difícil, o médico do trabalho na visão do empregado é o agente do empresário, preposto, fiscal; receiam que uma doença cause demissão ou corte na ascenção, desconfiança x envolvimento nas reinvindicações, e na visão do empregador – reserva, questionam a justificativa a faltas, acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, irritação com a luta por medidas saneadores, despe-sa a mais.

Dese

mpe

nho

de S

MS

Integridade física

Sistema de gestão: disciplina operacional cumprimento dos procedimentos e cons-ciência sobre a questão de segurança

Cultura de SMS: mudança no comportamento

Equipamento

Procedimentos

Atitudes

Obrigação motivação baseada na obrigação

Motivação baseada na convicção

A mudança no comporta-mento leva ao próximo ní vel de melhoria

Tempo

Acidentes Desempenho de SMS no tempo

2. Prevenção, investigação e análise das doenças ocupacionaisInvestigação da doença ocupacional: história clínica e ocupacional; identificação dos riscos no ambiente de trabalho; dados epidemio-lógicos; informações obtidas junto aos trabalhadores e supervisores. Durante a investigação de doença ocupacional, deve ser assegura do ao trabalhador o controle da exposição e riscos no ambiente de trabalho e o acompanhamento adequado do seu quadro clínico-la-boratorial. História clínica: estilo de vida e os hábitos sociais; atividades extra ocupacionais; uso frequente de medicamentos; relacionamento in-terpessoal no trabalho; restrição de função e a queda de produtividade; frequência de determinados diagnósticos e licenças médicas, especialmente entre os GHE. Análise comparativa da evolução dos exames ocupacionais de saúde, principalmente os exames periódi-cos, utilizando-se preferencialmente o exame admissional como referência. As informações devem ser avaliadas quanto à sua pertinên

cia com a legislação vigente do MTPS. Identificação dos riscos no ambiente de trabalho: dados e monitoramentos do PPRA (NR-9) e PCMSO (NR-7); informações obtidas com a área de higiene ocupacional. Avaliação dos postos e processos de trabalho atuais e anteriores: avaliação da efetiva exposição ocupa-cional do trabalhador; atividades e tarefas exercidas; equipamentos utilizados; informações do supervisor da área; realização de ins-peção local e levantamento de informações de inspeções anteriores. Dados epidemiológicos: na investigação da doença ocupacional, deve-se buscar evidências epidemiológicas, considerando os dados disponíveis referentes à população geral, aos GHE, aos trabalhadores da unidade local ou de unidades ou empresas com processos si-milares e os dados da literatura científica especializada. Envelhecimento da população; para a caracterização de doenças endêmicas co mo doenças ocupacionais deve-se considerar as tarefas específicas e diretamente relacionadas com as atividades laborais. Informações obtidas junto aos trabalhadores e supervisores: devem ser consideradas as seguintes informações – queda de produtivi dade, casos similares em outras unidades, sinalizações, coletividade, alterações da esfera física e psíquica relatadas pelo trabalhador. Caracterização: necessidade de lista clara e objetiva – médicos do SUS fazem o diagnóstico destas entidades e o nexo causal entre a le-são e a exposição ao agente; médicos da perícia médica do INSS a quem compete avaliar a incapacidade laborativa e estabelecer ane-xo técnico entre a doença e a existência do agente no trabalho do segurado; funcionários do INSS a quem compete caracterizar admi-nistrativamente as doenças profissionais ou do trabalho; segurados da previdência social cobertos pelo seguro de acidentes do traba- lho (SAT) e/ou seus dependentes. Evolução: controvérsias e conflitos, tanto entre os segurados e a previdência social, como entre o sistema de saúde e a previdência so-cial; subjetividade das decisões administrativas e técnicas; transferência de conflitos para a esfera judicial; ausência dos nomes das do-enças reconhecidas, de critérios diagnósticos para estas mesmas entidades e de critérios para avaliação da incapacidade laborativa.Evolução da lista ou relação: decreto nº 3.048, de 6/5/1999, regulamenta a lei 8.213/91 constava lista A de agentes patogênicos, agru-pados em agentes químicos, agentes físicos, agentes físicos, agentes biológicos, poeiras orgânicas, com os trabalhos que contem os ri s cos e as doenças causalmente relacionadas com os agentes e fatores de risco. a. Agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional, listados no anexo II do decreto 2.172/97: asbestos ou amianto.b. Doenças casualmente relacionados com os respectivos agentes ou fatores de risco (denominadas e codificadas segundo a CID-10): neoplasia maligna do estômago (C16), neoplasia maligna da laringe (C32), neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34), meso-telioma da pleura (C45.0), mesotelioma do peritônio (C45.1), mesotelioma do pericárdio (C45.2), placas epicárdicas ou pericárdicas (I3 4.8), asbestose (J60), derrame pleural (J90), placas pleurais (J92).Decreto nº 6.957, de 9/9/2009, regulamenta a lei 8.213/91 – consta a lista B com os agentes etiológicos e fatores de risco de natureza ocupacional.a. Doenças: síndrome de disfunção reativa das vias aéreas (SDVA / RADS) (J68.3).b. Agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional: bromo (X49, Z57.5) (quadro 5), cádmio ou seus compostos (X49, Z5 7.5 (quadro 6), gás cloro (X47, Z57.5) (quadro 9), solventes halogenados irritantes respiratórios (X46, Z57.5) (quadro 13), iodo (X49, Z5 7.5) (quadro 14), cianeto de hidrogênio (X47, Z57.5) (quadro 17) e amônia (X49, Z57.5).

3. Consulta de enfermagem do trabalho

A biometria é a ciência das mensurações biológicas e costuma ser definida como a ciência que procura traduzir numericamente os fe-nômenos biológicos, estabelecendo relações entre os dados assim obtidos, com vistas à determinação das leis que o regem. Através da biometria é possível conhecer o manuseio e os equipamentos de avaliação de saúde do trabalhador, conhecer as finalidades dos e-quipamentos, aplicar a biometria nos serviços de saúde do trabalhador, conhecer e identificar pronto atendimento, conceituar pronto atendimento, conhecer a filosofia e a política do pronto atendimento na empresa, distinguir os princípios básicos do 1º atendimento e situações de emergência, saber estruturar o serviço de saúde do trabalhador para a biometria e para o pronto atendimento. As medi- das biométricas verificadas nos exames médicos ocupacionais, pertencem a 2 diferentes grupos: somático ou morfológicas aquelas que permitem o conhecimento das dimensões e proporções do corpo como, por exemplo – peso, estatura, envergadura, espessura das dobras cutâneas, para a verificação das medidas biométricas somáticas não se exige a participação ativa do examinando. Funciona is ou fisiológicas aquelas que permitem verificar o valor das funções orgânicas, sendo por isso mesmo chamadas de provas funcionais. São provas funcionais: a dinamometria, a capacidade vital/prova da função respiratória, a prova de resistência de pesos e acuidade vi-sual. Para a sua verificação, exige-se participação ativa do examinando.A verificação das medidas biométricas, em saúde ocupacional, é dá responsabilidade da enfermagem do trabalho e dos técnicos de en fermagem do trabalho devem ser treinados para realizá-las corretamente.

4. Avaliação da saúde do trabalhador: utilização de equipamentos no atendimento a saúde do trabalhadorA anamnese ocupacional, seguida ou não de visita ao local de trabalho, constitui instrumento imprescindível para a detecção dos agra vos à saúde relacionados com o trabalho. Ambos, anamnese e a visita, devem juntar-se a todos os outros recursos semiológicos e de propedêutica para complementar os que forem indicados em função da natureza do problema. O necessário enfoque coletivo vai exi-gir uma abordagem epidemiológica que permitirá, além do conhecimento da ocorrência e distribuição de determinado agravo à saú-de, a aquisição de novos conhecimentos sobre os fatores causais. A experiência brasileira tem demonstrado que para atenção à saúde dos trabalhadores é indispensável uma abordagem integrada, considerando sempre as ações tipicamente preventivas, as de promo-ção e proteção à saúde, e as de recuperação e reabilitação.Exame físico: são empregados a inspeção (observação) verificando a estatura, postura, movimentos corporais, nutrição, padrão de fa-la, temperatura corporal, palpação são avaliadas pelo tato, percussão verificando os sons timpânico, hiperressonância, ressonância, macicez, sub-macicez, ausculta para verificar a intensidade, frequência e qualidade dos sons. Exame neurológico é um processo sofisticado e sútil, compreendendo um grande nº de testes de funções altamente específicos. É di-vidida em 5 componentes – cerebral, nervos cranianos, sistema sensorial e reflexos. Pode-se se avaliar a linguagem, o estado mental, marcha, equilíbrio, força motora e coordenação.Lista de doenças do sistema nervoso relacionadas com o trabalho: ataxia cerebelosa (G11.1), parksonismo secundário devido a outros agentes externos (G21.2), outras formas especificadas de tremor (G25.2), transtorno extrapiramidal do movimento não-especificado (G25.9), distúrbios do ciclo vígilia-sono (G47.2), transtorno de nervo trigêmeo (G-50), transtorno de nervo olfatório (inclui “anosmia”) (G52.0), transtorno do plexo branquial (síndrome da saída do tórax, síndrome de desfiladeiro torácico) (G 54. 0), mononeuropatias dos MMSS (G52.6), síndrome do túnel do carpo (G50.0), outras lesões do nervo mediano - síndrome do pronador redondo (G56.1), sí n drome do canal de Gouyon (G 56.2), lesão do nervo ulnar; síndrome do túnel ulnar (G56.2); lesão do nervo radial (G50.3), outras mo-

noneuropatias dos MMSS – compressão do nervo supra-escapular (G56.8), mo noneuropatias do MMII (G57): lesão do nervo poplíteo lateral (G57.3) – poli-neuropatia devida a outros agentes tóxicos(G62.2), polineuropatia induzida por radiação (G62.8), encefalopatia tóxica aguda (G 92.2), encefalopatia tóxica crônica (G92. 2).

5. Notificação compulsóriaO conceito de saúde do trabalhador emerge, principalmente a partir do cam-po de lutas desenvolvido na Itália, principalmente nos anos 1960 e 1970, pelo movimento operário italiano. Este movimento foi baseado nos seguintes prin-cípios de organização e ação característicos – foco na atitude pró-ativa dos tra-balhadores pela conquista de sua saúde, tornando-os sujeitos ‘protagônicos’ desse processo, considerou que a saúde no trabalho não se vende nem se dele

PROCESSO DE ENFERMAGEM EM SAÚDE OCUPACIONAL(ETAPAS)

ga, defende-se, fundou uma desobediência aos cânones estabelecidos nas clássicas medicina do trabalho e saúde ocupacional e a construção de mapas de risco por grupos homogêneos de trabalhadores e à validação consensual das informações obtidas.Em 1919, num mundo que recém saia da 1ª guerra mundial, a conferência da paz de Paris, estabeleceu as bases da OIT. Foi então no-meada uma comissão de legislação internacional do trabalho, presidida pelo dirigente sindical norte-americano Samuel Gompers, pa-ra produzir um documento que criava a OIT. Este documento foi incluído como parte XIII do tratado de Versalhes. Esta organização tem como atribuição principal à divulgação de informação e recomendações internacionais que visem à proteção dos trabalhadores. Muitas das recomendações não possuem caráter obrigatório, ficando a cargo de cada país signatário decidir internamente estas ques-tões, de modo a regulamentar na forma da lei todos os aspectos técnicos envolvidos. Surgiu a organização científica do trabalho, o tay lorismo e o fordismo, convertendo o trabalhador de sujeito em objeto. E em termos de Brasil, como evoluíram as questões de seguran ça e saúde dos trabalhadores? Em 1914, foram estabelecidas os fins e objetivos da OIT, através da declaração de Filadélfia, na qual es-tão assinalados alguns princípios fundamentais, tais como: o trabalho não é uma mercadoria; a liberdade de expressão e de associa-ção é uma condição indispensável para a manutenção do progresso; a pobreza, em qualquer lugar, constitui um perigo para a prospe-ridade de todos; todo ser humano tem o direito sem distinção de raça, credo ou sexo, de lutar por seu bem-estar material e seu desen volvimento espiritual em condições de liberdade e dignidade, de segurança econômica e em igualdade de oportunidades. Estrutural-mente a OIT consta de uma assembléia geral que se reúne anualmente em Genebra, chamada conferência internacional do trabalho, de um órgão executivo que é o conselho de administração (se reúne 3 vezes ao ano, estruturado de forma tripartide) e de 1 secretaria permanente. Além dessa estrutura, a OIT também exerce suas ações através de conferências regionais, comissões de industrias e gru-pos de peritos. A OIT refere-se às condições de trabalho relacionando os elementos que determinam à situação em que visem os traba lhadores entre eles fazem parte a jornada de trabalho, a organização administrativa, as tarefas e a renumeração do trabalhador, dada sua vinculação com as demais condições de trabalho. Em 1985, a OIT, elaborou a convenção 161 e a recomendação 171, referente aos serviços de saúde no trabalho. Por esse documento, os serviços de medicina do trabalho passam a denominar-se serviços de saúde do trabalhador, substituindo a expressão “médico do trabalho” por pessoal dos serviços de saúde do trabalho”, manifestando desta ma-

neira, o atual conceito de segurança e saúde do trabalho deve ser compreendido como uma atividade multi-disciplinar na qual a medi cina do trabalho representa apenas um personagem integrante de um conjunto de profissionais de categorias distintas. Essas leis ma-nifestam a necessidade de conjugar esforços desenvolvidos por uma equipe da qual deve participar múltiplos profissionais para pro-mover uma assistência digna de assegurar proteção qualidade no ambiente e processo de trabalho ao trabalhador.Em 1919, foi aprovado o nosso 1º texto legal sobre acidentes do trabalho, trata-se do decreto-legislativo 3724, de 15/1/1919. A lei E-loy Chaves, promulgada em 24/1/1923,foi responsável por instituir o sistema de caixas de aposentadorias e pensões (CAP). Em 1930, foi criado o MTIC, através do decreto 19.443, de 26/11/1930. Em 1938, foram instituídos o salário mínimo e o adicional de insalubrid a de, por força do decreto-lei 399, de 30/4/1938. Em 1º/5/1943, foi criada a CLT através do decreto-lei 5452. A CLT reuniu as legislações já existentes anteriormente, relacionadas à organização sindical, à previdência social, à proteção ao trabalhador e à justiça do trabalho. Em seu capítulo V, a CLT tratou exclusivamente da segurança e da higiene no trabalho. Em novembro de 1944, foi publicado o decreto-lei 7036, o qual introduziu notáveis aperfeiçoamentos na legislação de acidentes do trabalho; destaca-se no texto, por exem plo, a criação da CIPA (10/11/1944). Em 1955, foi instituí do o adicional de periculosidade, através da lei 2.573, de 15/8/1955. Em de-zembro de 1977, o capítulo V da CLT foi alterado pela lei 6514, de 22/12/1977. O art. 200 desta lei atribuiu ao MTE a competência pa-ra normatizar os procedimentos referentes à segurança e medicina do trabalho.No governo de Getúlio Vargas, no estado novo (1941-1945), o processo de industrialização tem a marca da intervenção e proteção es-tatal; surgem as grandes empresas (Vale do Rio Doce, Companhia Hidrelétrica no Vale do São Francisco), nesta fase criam-se os institu tos de aposentadorias e pensões, o estado como regulador do capital e trabalho, estabelece o salário-mínimo como subsistência. No Brasil somente a partir de 1940, começariam as preocupações com os problemas ocupacionais, a partir da criação da ABPA. O MTE é o órgão executivo responsável pela política e social do governo referente a assuntos relacionados com as interfaces envolvi-das nas relações de trabalho. Através de seu gabinete e demais secretarias, atuam no campo das relações publicas, acompanhando os projetos em tramitação no congresso nacional, providenciando a publicação em DOU e divulgando as matérias relacionadas com a á-rea de atuação do governo e as questões de trabalho. As superintendências regionais do trabalho, têm como objetivo principal coord e nar, orientar e controlar, na área de sua jurisdição, a execução das atividades relacionadas com a fiscalização do trabalho, a inspeção das condições ambientais de trabalho e As superintendências regionais do trabalho, têm como objetivo principal coordenar, orientar e controlar, na área de sua jurisdição, a e xecução das atividades relacionadas com a fiscalização do trabalho, a inspeção das condições ambientais de trabalho e orientação ao trabalhador. Possui alguns objetivos complementares: fornecer CTPS; orientar e apoiar o trabalhador desempregado; mediar a arbitra-gem em negociação coletiva, a conciliação de conflitos trabalhistas; fornecer assistência na rescisão do contrato de trabalho, em con-formidade com as normas do MTE. A SSST está ligada ao ministro do trabalho e tem como função principal, formular e propor as dire-trizes de atuação da área de segurança e saúde do trabalhador. A secretaria de relações do trabalho tem como objetivo garantir a auto nomia das relações empregados e empregadores, respeitando os princípios da não-interferência e não-intervenção na organização sindical. A secretaria de fiscalização do trabalho tem como missão, formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho, ouvida a secretaria de segurança e saúde no trabalho, de modo a priorizar o estabelecimento da política de combate ao trabalho escravo e in-fantil, bem como todas as formas de trabalho degradante.Na década de 50 iniciaram-se as contribuições nos institutos de aposentadoria e pensões. Em 1960 foram criados o FGTS e o INPS, no

qual o acidente de trabalho é assegurado. O movimento científico em torno das condições do trabalho e da saúde dos trabalhadores, influenciou a criação, em 1966, da Fundacentro, cabe no âmbito da política nacional de segurança e saúde do trabalhador, desenvol-ver pesquisas relacionadas com a promoção das melhorias das condições de trabalho. Em 1978, é criada a portaria 3214, aprovando as NR. Entretanto, somente alguns anos mais tarde, com maior fiscalização e aplicação de multas, é que as empresas brasileiras come-çaram a atender a legislação. E ainda existem, “empresas que contratam técnico somente para cumprir a lei, dificultando o acesso a informações como fatores nocivos, matérias primas envolvidas na produção, entre outras. Estes empregadores estão muitas vezes dis-tantes dos problemas como os da profissionalização deficiente, alimentação, habitação, ausência de escola para os filhos, falta de hu-manização, nas empresas”.Os inquéritos populacionais são instrumentos utilizados para a formulação e avaliação das políticas públicas. Em qual instrumento, de abrangência nacional e desenvolvido a partir de 1980, pode-se obter informações de saúde da população brasileira em um conjunto u nico de dados que considera as diversas formas de financiamento da assistência no Brasil pelo PNAD. No tocante à PNSST, são seus princípios e diretrizes: universalidade; integralidade; participação da comunidade, dos trabalhadores e do controle social; descentralização; hierarquização; equidade; e precaução. No âmbito da PNSST, cabe como atribuição: à direção na-cional do SUS conduzir as negociações nas suas instâncias, visando inserir ações, metas e indicadores que considerem a PNSST. o MTE, do MS e da MPAS são responsáveis pela implementação e execução da PNSST. Cabe ao MS, dentre outras competências: fomentar a es truturação da atenção integral à saúde dos trabalhadores, envolvendo a promoção de ambientes e processos de trabalho saudáveis, o fortalecimento da vigilância de ambientes, processos e agravos relacionados ao trabalho, a assistência integral à saúde dos trabalhado res, reabilitação física e psicossocial e a adequação e ampliação da capacidade institucional. Com relação à vigilância em saúde do tra-balhador, conforme disposto na PNSST, visa à promoção da saúde e à redução da morbimortalidade da população trabalhadora, por meio da integração de ações que intervenham nos agravos e seus determinantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e pro-cessos produtivos; a especificidade de seu campo é dada por ter como objeto a relação da saúde com o ambiente e os processos de trabalho, abordada por práticas sanitárias desenvolvidas com a partici-pação dos trabalhadores em todas as suas etapas; compreende uma atuação contínua e sistemática, ao longo do tempo, no sentido de detec-tar, conhecer, pesquisar e analisar os fatores determinan tes e condicionantes dos agravos à saúde relacionados aos processos e ambientes de trabalho, em seus aspectos tecnológico, social, organizacional e epidemiológico, com a finalidade de planejar, executar e avaliar intervenções sobre esses aspectos, de forma a elimi-ná-los ou controlá-los.NR-1 – Disposições gerais, portaria SIT nº 84, de 4/3/2009.1.1 As NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos ór-gãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos poderes legislativo e judiciário, que possuam emprega-dos regidos pela CLT.1.1.1 As disposições contidas nas NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.1.2 A observância das NR não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluí-das em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos estados ou municípios, e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.

1.7 Cabe ao empregador: cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; ela-borar OS sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; infor-mar aos trabalhadores – os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; os meios para prevenir e limitar tais ris-cos e as medidas adotadas pela empresa; os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho; permitir que re-presentantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do tra-balho; determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença relacionada ao trabalho.1.8 Cabe ao empregado: cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; usar o EPI fornecido pelo empregador; submeter-se aos exames médicos previstos nas NR; colab o rar com a empresa na aplicação das NR.1.8.1 Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento do disposto no item anterior.1.9 O não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente. Instrumentos utilizados na gerência de enfermagem do trabalho:a. O registro mensal de todas informações previstas no quadro III, IV e V até o 5º dia útil do mês, e entregue no protocolo da SRT até 31 de janeiro do ano seguinte. Este mapa anual deverá ser mantido no arquivo do SESMT durante 5 anos para fins de fiscalização. b. Os registros referentes ao trabalhador no PCMSO e PPRA deverão ser mantidos por um período mínimo entre 20 à 40 anos após o seu desligamento.c. O registro do SESMT deverá ser requerido ao órgão regional do MTE e vigilância sanitária, contendo os seguintes dados: nome dos profissionais integrantes com nº de registro no conselho de classe; turno e horário de trabalho dos componentes do serviço; e razão social com CNPJ, ramo de atividade econômica segundo o CNAE, grau de risco e o nº de funcionários da empresa. d. A resolução nº 289/2004 do COFEN autoriza que o enfermeiro do trabalho, inscrito como especialista no COREN, preencha, emita e assine o laudo de monitorização biológica previsto no PPP, exige, ainda, que o enfermeiro do trabalho seja vinculado à ANENT, com prazo de até 30 dias após o trabalhador requerer a aposentadoria especial. Em uma empresa é o documento individual do trabalha-dor que relata todo o seu histórico laboral, destinado a fornecer ao INSS, informações sobre a exposição a agentes nocivos à saúde.e. Pontos a serem considerados na elaboração da escala mensal de serviço: jornada de trabalho – art. 58 da CLT – a duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8h diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. Art. 67 da CLT – será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24h consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. Art. 71 § 2º – os in-tervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. Art. 382 – entre 2 jornadas de trabalho, haverá um intervalo de 11h consecutivas, no mínimo, destinado ao repouso. Art. 383 da CLT – durante a jornada de trabalho, será concedido à empregada um período para refeição e repouso não < a 1 h nem > a 2h. Art. 384 da CLT – em caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de 15min. no mínimo, antes do início do período extraordinário do trabalho. f. Férias: art. 129 da CLT – todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. Ar

t. 133 – não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 dias subsequentes à sua saída; permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias; deixar de traba- lhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e tiver perceb i do do INSS, prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 meses, embora descontínuos. g. Faltas em serviço: art. 131 da CLT – não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do art., a ausência do empregado: durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salári-o-maternidade custeado pela INSS; por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo INSS; justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do correspondente salário; durante a suspensão preventiva para res-ponder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e nos dias em que não tenha hav i do serviço. Art. 473 – o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: até 8 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua CTPS, viva sob sua dependência econô-mica; até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento; por 1 dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da 1ª semana; por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; até 2 dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva; no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do servi-ço militar; nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de en-sino superior; pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo; pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Bra-sil seja membro.h. Proteção à mulher: art. 394 da CLT - mediante atestado médico, à mulher grávida é facultado romper o compromisso resultante de qualquer contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial à gestação. Art. 395 – em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá direito a repouso remunerado de 14 dias em caso de aborto não criminoso, ficando-lhe as-segurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento. Art. 396 – para amamentar o próprio filho, até que es-te complete 6 meses de ida- de, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 descansos especiais, de ½ h. Art. 392 – a em-pregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário; transferência de função, quan-do as condições de saúde o exigirem, assegurada a retomada da função anteriormente exercida, logo após o retorno ao trabalho; dis-pensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, 6 consultas médicas e demais exames comple-mentares. CRFB art. 373 – exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na admis-são ou permanência no emprego.PCMSO: o exame periódico de saúde avalia a eficácia do PPRA; o relatório anual pode auxiliar na identificação de agentes agressivos; define os exames complementares para monitoramento.Controle dos fatores: princípios básicos – evitar que um agente potencialmente perigoso ou tóxico para a saúde do trabalhador seja u-tilizado formado ou liberado; se isto não for possível, contê-lo de tal forma que não se propague para o ambiente; se isto não for poss í vel ou suficiente, isolá-lo ou dilui-lo no ambiente de trabalho e, em último caso; bloquear as vias de entrada no organismo: respirató- ria, pele, boca e ouvidos, para impedir que um agente nocivo atinja um órgão crítico, causando lesão.É preciso ter em mente...: viabilidade técnica, viabilidade econômica, implementação, operação e manutenção, disponibilidade de RH

e financeiros para que se recomende uma opção de controle adequada e realista.Riscos ambientais do trabalho (RAT): contribuição da empresa; percentual que mede o risco da atividade econômica, com base no qual é cobrada a contribuição; serve para financiar os benefícios previdenciários. A alíquota de contribuição para o RAT será de 1% se a atividade é de risco mínimo; 2% se de risco médio e de 3% se de risco grave, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos.Consequências trabalhistas:a. FGTS – depósito mensal, enquanto o trabalhador estiver recebendo o benefício auxílio-doença acidentário (art. 15, lei 8036/90).b. Estabilidade provisória – 12 meses contados a partir do auxílio doença acidentário (art.118, lei 8213/91).Indenizações por dano (TST):a. Prazo para ingresso da ação: 3 anos, contados da ciência inequívoca do dano.b. Culpa objetiva do empregador: possibilidade de acumular a indenização trabalhista com benefícios previdenciários.Responsabilidade trabalhista: adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador; in-formações sobre os riscos da operação a executar e do produto manipulado; cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medic i na do trabalho; instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais.Responsabilidade civil: obrigação de reparar o dano que uma pessoa causa a outrem; a reparação do dano é feita por meio da indeni- zação, que é quase sempre pecuniária; o dano pode ser à integridade física, à honra ou aos bens de uma pessoa.Responsabilidade de indenizar: considera-se culpa presumida do empregador, no caso de ato danoso cometido pelo preposto; dada a culpa presumida do empregador, pelo ato danoso praticado pelo seu preposto, que o obriga a responder pela reparação dos danos so-fridos por terceiros, a lei ressalva ao empregador o direito de regresso contra seu preposto, visando ressarcir-se do que pagou; se tiver mais de um autor responsável pelo acidente, todos responderão solidariamente.Responsabilidade criminal ou penal: ao cometer um delito, um indivíduo considerado responsável será submetido a uma pena; expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente; o empregador deixa de oferecer as condições de segurança por descaso na to mada de medidas de prevenção, assim age por vontade, não de causar o acidente, mas de economizar recursos com os dispêndios de segurança para os empregados, assumindo os riscos de expor os mesmos a grave perigo.

6. Doenças ocupacionaisA. Processos de trabalho e agravos a saúde do trabalhador:

Superdiagnóstico: ocorre quando uma pessoa saudável e sem sintomas recebe o diagnóstico de uma “doença” que poderia ser conti-da pelo próprio organismo e que não a levaria à morte, nem geraria maiores problemas durante sua vida. Promovendo a doença: há vantagem real no estabelecimento de um diagnóstico precoce, de acordo com a história natural e possibilidade de tratamento de cada doença? O diagnóstico realmente permite intervenção capaz de limitar danos? No trabalhador, geralmente a moléstia profissional a-presenta um período de latência longo, isto é, demoram um tempo apreciável, às vezes anos, para apresentarem os primeiros sinto- mas. Portanto, doenças do trabalho caracteriza-se, em sua maioria, por apresentarem lesões mediatas, ou seja, que afetam o ser hu-mano no trabalho ao longo prazo. Em um acidente de trabalho, quem são os principais prejudicados?

B. Doenças causadas por níveis anormais de pressão atmosféricoOs riscos existentes nos trabalhos sobre condições hiperbáricas caracterizam-se pelas próprias condições anormais de pressão a que os trabalhadores estão submetidos, assim pelo agravamento de outros riscos devido a presença de ar comprimido. Compreendem aci-dentes relativos à própria atividade. Estes acidentes são classificados da seguinte maneira: causados pelo efeito direto da pressão – entre esses temos o barotrauma e a síndrome da hiperdistensão pulmonar; causados por efeito indireto da pressão – estão divididos em bioquímicos (intoxicação por diversos gases e o apagamento) e biofísicos (síndrome descompressiva); temos ainda os acidentes o-casionados pelo meio ambiente submarino – aqui estão classificadas as lesões ocasionadas por seres marinhos perigosos ao homem, afogamento e acidentes por efeito térmico. Os riscos existentes nos trabalhos sobre condições hiperbáricas caracterizam-se pelas pró-prias condições anormais de pressão a que os trabalhadores estão submetidos, assim pelo agravamento de outros riscos devido a pre-sença de ar comprimido. C. Por gases e vapores irritantesSão substâncias químicas cuja ação tóxica resulta num processo inflamatório das superfícies tissulares com as quais entram em conta-to. Geralmente afetam o trato respiratório, a pele e os olhos. Irritantes secundários: são substâncias químicas que além de ocasiona-rem irritação primária em mucosas de vias respiratórias e conjuntivas, são absorvidas e distribuídas, indo atuar em outros sítios do or-ganismo como sistema nervoso e sistema respiratório.D. Por gases e vapores asfixiantes simplesNitrogênio, hidrogênio, propano e butano são gases quimicamente inertes que quando presentes em altas concentrações reduz a Pa O2. Estão presentes em diversos processos da indústria do petróleo.O nitrogênio é um gás incolor, odor não detectável pelo cheiro. Ponto de fusão: -210 °C. Ponto de ebulição: -195,8 °C. Taxa de eva-poração relativa (acetato de butila = 1): alta. Densidade: 1,16 kg/m³. Densidade relativa do gás: 0,97. Solubilidade: água: 20 mg/l. O n i trogênio é um elemento natural e compõe 78% do ar que se respira, muito utilizado em processos de inertização de tanques é o gás que mais mata no mundo, envolvendo espaços confinados. Nº CAS: 7727-37-9. Medidas de 1º SOS: 4.1. Medidas de 1º SOS após inala-

ção: remova a pessoa para local ventilado e a mantenha em repouso numa posição que não dificulte a respiração; se não es tiver respirando, aplique respiração artificial, com O2 suplementar administrado por pessoal qualificado; se a respiração for difícil, uma pessoa qualificada deve administrar O2; chame um médico. Medidas de 1º SOS após contato com a pele: não são esperados efeitos adversos para este produto; lavar imediatamente a área de contato com água em abundância; se a irritação persistir, consultar um médico. Medidas de 1º SOS após contato com os o-lhos: mantenha as pálpebras abertas e distantes do globo ocular para assegurar que toda a superfície esteja lavada

completamente; consultar imediatamente um oftalmologista; no caso lentes de contato, remova-as, se for fácil; continue enxaguan-do. Medidas de 1º SOS após ingestão: a ingestão não é considerada como uma via potencial de exposição. Sintomas e efeitos mais im-portantes, agudos ou tardios: Sintomas/lesões após a inalação: podem causar sonolência ou tontura. Sintomas/lesões após o contato com a pele: pode causar uma irritação moderada. Sintomas/lesões após contato com os olhos: pode causar irritação nos olhos. Sinto-mas/lesões após a ingestão: pode ser fatal se for ingerido e entrar nas vias respiratórias. Indicações sobre cuidados médicos urgentes e tratamentos especiais necessários Outro conselho médico ou tratamento: o tratamento da superexposição deve ser dirigido direta-

mente para o controle dos sintomas e condições clínicas da vítima. O LT de exposição é de 4ppm para uma jornada de 48h/semana, NR-15 da portaria MTE nº 1.297, de 13/8/2014. Controles de exposição Controles apropriados de engenharia: utilize um sistema de e-xaustão local, com fluxo suficiente, para manter um fornecimento adequado de ar na zona de respiração do trabalhador. EPI: prote-ção para os olhos: usar óculos de segurança com proteção lateral. Proteção para a pele e o corpo: utilizar luvas de raspa para manusei o de cilindros, sapatos de segurança com biqueira de aço e proteção de metatarso; roupas de proteção podem ser necessárias. Prote-ção respiratória: quando as condições de trabalho necessitarem o uso de respirador, seguir um PPR que atenda as exigências locais ou se não existe exigências que atenda a OSHA 29 CFR 1910.134, ANSI Z88.2 ou MSHA 30 CFR 72,710; use um suprimento de ar ou cartu-cho purificador de ar se o nível de ação for ultrapassado; certifique-se de que o respirador tem o fator de proteção adequado para o nível de exposição; se forem usados respiradores tipo cartucho, o cartucho deve ser apropriado para a exposição a substância química (por exemplo, um cartucho para vapores orgânicos); para emergências ou situações com níveis de exposição desconhecidos, usar um equipamento autônomo de respiração (SCBA) com pressão positiva.Propano ou dimetilmetano; asfixiante simples; hidrocarboneto saturado (C3H8); nº CAS: 74-98-6; Gás incolor. Odor e limite de odor: característico. Ponto de fusão/ponto de congelamento: - 187,6 °C. Ponto de ebulição inicial e faixa de temperatura de ebulição: - 42,1 °C. Ponto de fulgor: - 104,44ºC.Calor latente de vaporização (20°C) 84 kcal/kg. Inflamabilidade (sólido, gás): Inflamável. LES: 9,5%; LEI: 2,2%. Pressão de vapor: 1430 kpa – 37,8ºC. Densidade de vapor: 1,56-0ºC. Densidade: 0,493 a 25ºC. Solubilidade(s): insolúvel. Coe- ficiente de partição – nocta-nol/água: 2,36 log kow. Temperatura de autoignição: 466ºC. Viscosidade: 8,3 µPa.s - 27ºC. Principais usos recomendados para a substância ou mistura; utilizado no gás natural residencial, gás de cozinha, e no gás natural industrial. Medidas de 1º SOS: Inalação: remova a vítima para local arejado e mantenha-a em repouso numa posição que não dificulte a respiração; se a vítima estiver respirando com dificuldade, forneça O2 se necessário aplique respiração artificial; procure atenção médica; leve esta FIS

PQ. Contato com a pele: em caso de contato da pele com a substância pressurizada, le-são ou queimadura por frio podem ocorrer; lave a pele exposta com grande quantidade de água para remoção do material; procure atenção médica; leve esta FISPQ. Contato com os olhos: lave com água corrente por vários minutos, mantendo as pálpebras aber-tas; retire lentes de contato quando for o caso; procure atenção médica imediatamente.

Ingestão: ações de que deve ser evitadas: indução do vômito; fornecer algo por VO a uma pessoa inconsciente. Proteção ao prestador de socorros: evite contato com o produto ao socorrer a vítima. Notas para médico: evite contato com o produto ao socorrer a vítima; mantenha a vítima em repouso e aquecida; não forneça nada pela boca a uma pessoa inconsciente; o tratamento sintomático deve compreender, sobretudo, medidas de suporte como correção de distúrbios hidroeletrolíticos, metabólicos, além de assistência respiratória; gás asfixiante simples; em caso de contato com a pele e/ou olhos não use água quente e nem friccione o local atingido. Controle de exposição e proteção individual: Limites de exposição ocupacional para o propano. Valor limite (Brasil, portaria MTE 3214 /78, NR 15 – anexo 11): asfixiante simples (n-propano). Valor limite (EUA, ACGIH, 2012): TWA 1000ppm (hidrocarbonetos alifáticos ga-sosos). Valor limite (NIOSH, 2010): TWA 1000ppm. Medidas de controle de engenharia: promova ventilação combinada com exaustão local, especialmente quando ocorrer formação de vapores/névoas do produto. É recomendado tornar disponíveis chuveiros de emer-

gência e lava olhos na área de trabalho; manter as concentrações atmosféricas, dos constituintes do produto, abaixo dos limites de ex posição ocupacional indicados. Medidas de proteção pessoal: Proteção dos olhos: óculos de proteção ou protetor facial com proteção lateral. Proteção da pele e corpo: usar luvas de PVC, calçado fechado (botas), calça e blusa/camisa comprida. Proteção respiratória: Em altas concentrações, usar equipamento de respiração autônomo ou conjunto de ar insuflado por mangueiras. Precauções especia-is: evite usar lentes de contato enquanto manuseia este produto. Informações toxicológicas: Corrosão/irritação da pele: o contato do gás liquefeito com a pele pode provocar “queimaduras pelo frio” (frost bite). Lesões oculares graves/irritação ocular: o contato do gás liquefeito com os olhos pode provocar “queimaduras pelo frio” (frostbite). Toxicidade para órgãos-alvo específicos – exposição única: pode provocar asfixia. Em elevadas concentrações pode diminuir a concentração de O2 e causar aumento da Fc e do fluxo de ar, fadiga anormal, náusea, vômito, inconsciência, convulsões, colapso respiratório e morte; pode provocar depressão do SNC com dores de ca-beça, náusea, tontura, sonolência e confusão. Medidas de higiene: não coma, beba ou fume durante o manuseio do produto; lave bem as mãos antes de comer, beber, fumar ou ir ao banheiro; roupas contaminadas devem ser trocadas e lavadas antes de sua reutili-zação. Butano ou metil-etil-metano; hidrocarboneto alifático saturado C4 (C4H10), Principais usos recomendados para a substância ou mis-tura: utilizado no gás natural residencial, gás de cozinha, e no gás natural industrial. Nº de registro CAS: 106-97-8. Concentração: 40-54,6%. Aspecto: gás incolor. Odor e limite de odor: característico. Ponto de fusão/ponto de congelamento: - 138,4 °C. Ponto de ebuli-ção inicial e faixa de temperatura de ebulição: - 0,5°C. Ponto de fulgor: - 60ºC (vaso fechado). Calor latente de vaporização (20°C) 87 kcal/kg. Inflamabilidade (sólido, gás): inflamável. LES: 8,4%, LEI: 1,8%. Pressão de vapor: 246,7 kpa a 37,8ºC. Densidade de vapor: 2, 0 5. Densidade: 0,580. Solubilidade(s): 61,2 a 25ºC. Temperatura de autoignição: 405ºC. Viscosidade: 0,14 cp. Medidas de 1º SOS: Inala-ção: remova a vítima para local arejado e mantenha-a em repouso numa posição que não dificulte a respiração; se a vítima estiver res

pirando com dificuldade, forneça O2; se necessário aplique respiração artificial; procu-re atenção médica; leve esta FISPQ. Contato com a pele: em caso de contato da pele com a substância pressurizada, lesão ou queimadura por frio podem ocorrer; lave a pe le exposta com grande quantidade de água para remoção do material; procure aten-ção médica. Contato com os olhos: lave com água corrente por vários minutos, man-tendo as pálpebras abertas; retire lentes de contato quando for o caso; procure aten-

ção médica imediatamente. Ingestão: ações de que deve ser evitadas: indução do vômito; fornecer algo por VO a uma pessoa incons- ciente. Proteção ao prestador de socorros: evite contato com o produto ao socorrer a vítima. Notas para médico: evite contato com o produto ao socorrer a vítima; mantenha a vítima em repouso e aquecida; não forneça nada pela bo-ca a uma pessoa inconsciente; o tratamento sintomático deve compreender, sobretudo, medidas de suporte como correção de distúrbios hi-droeletrolíticos, metabólicos, além de assistência respiratória; gás asfixiante simples; em caso de contato com a pele e/ou olhos não use água quente e nem friccione o local atingido. Controle de exposição e proteção individual: Limites de exposição ocupacional para o butano: valor limite (Brasil, portaria MTE 3214/78, NR 15 – anexo 11): 470ppm (n-butano); valor limite (EUA, ACGIH, 2012): TWA 1000ppm (hidrocarbonetos alifáticos gaso-sos); valor limite (NIOSH, 2010): TWA 800ppm. Medidas de controle de engenharia: promova ventilação combinada com exaustão lo-

cal, especialmente quando ocorrer formação de vapores/névoas do produto; é recomendado tornar disponíveis chuveiros de emer-gência e lava olhos na área de trabalho; manter as concentrações atmosféricas, dos constituintes do produto, abaixo dos limites de ex posição ocupacional indicados. Medidas de proteção pessoal. Proteção dos olhos: óculos de proteção ou protetor facial com proteção lateral. Proteção da pele e corpo: usar luvas de PVC, calçado fechado (botas), calça e blusa/camisa comprida. Proteção respiratória: em altas concentrações, usar equipamento de respiração autônomo ou conjunto de ar insuflado por mangueiras. Precauções especia-is: evite usar lentes de contato enquanto manuseia este produto. Informações toxicológicas: Corrosão/irritação da pele: o contato do gás liquefeito com a pele pode provocar “queimaduras pelo frio” (frostbite). Lesões oculares graves/irritação ocular: o contato do gás liquefeito com os olhos pode provocar “queimaduras pelo frio” (frostbite). Mutagenicidade em células germinativas: pode provocar defeitos genéticos em humanos. Informação referente ao: 1,3 butadieno: ensaios de mutagenicidade multigeração realizados em ra-tos dominantes apresentaram resultado positivo, descritos na UERAR nº20 (2002). Carcinogenicidade: pode provocar câncer; pode provocar leucemia; provavelmente carcinogênico para humanos (grupo A2 – ACGIH, 2012); existem evidências suficientes em animais experimentais acerca da carcinogenicidade do 1,3-butadieno; a substância pode ter efeitos na medula óssea, resultando em leucemi-a. Toxicidade à reprodução: pode prejudicar a fertilidade ou o feto por causar danos aos ovários e testículos. Toxicidade para órgãos-alvo específicos – exposição única: pode provocar asfixia; em elevadas concentrações pode diminuir a concentração de O 2 e causar au mento da Fc e do fluxo de ar, fadiga anormal, náusea, vômito, inconsciência, convulsões, colapso respiratório e morte; pode provocar depressão do SNC com dores de cabeça, náusea, tontura, sonolência e confusão; exposição ao smog fotoquímico irrita a mucosa dos olhos e trato respiratório. Pode provocar danos ao sistema sanguíneo, coração, fígado e medula óssea através da exposição repetida e prolongada. Medidas de higiene: não coma, beba ou fume durante o manuseio do produto; lave bem as mãos antes de comer, beber, fumar ou ir ao banheiro; roupas contaminadas devem ser trocadas e lavadas antes de sua reutilização. Informações toxicidade: Corro-são/irritação da pele: o contato do gás liquefeito com a pele pode provocar “queimaduras pelo frio” (frostbite). Lesões oculares gra-ves/irritação ocular: o contato do gás liquefeito com os olhos pode provocar “queimaduras pelo frio” (frostbite). Mutagenicidade em células germinativas: pode provocar defeitos genéticos em humanos. Informação referente ao: 1,3 butadieno: ensaios de mutagenici-dade multi geração realizados em ratos dominantes apresentaram resultado positivo, descritos na UERAR Nº20 (2002). Carcinogenici-dade: pode provocar câncer; pode provocar leucemia. Informação referente ao: 1,3 butadieno: provavelmente carcinogênico para hu-manos (grupo A2 – ACGIH, 2012); existem evidências suficientes em animais experimentais acerca da carcinogenicidade do 1,3-butadi eno; a substância pode ter efeitos na medula óssea, resultando em leucemia. Toxicidade à reprodução: pode prejudicar a fertilidade ou o feto por causar danos aos ovários e testículos. Informação referente ao: 1,3 butadieno: testes realizados em animais mostraram que esta substância é possivelmente tóxica à reprodução humana por causar danos aos ovários e testículos. Toxicidade para órgãos-al vo específicos – exposição única: Pode provocar asfixia. Em elevadas concentrações pode diminuir a concentração de O2 e causar au-mento da frequência cardíaca e do fluxo de ar, fadiga anormal, náusea, vômito, inconsciência, convulsões, colapso respiratório e mor-te; pode provocar depressão do SNC com dores de cabeça, náusea, tontura, sonolência e confusão; exposição ao smog fotoquímico ir-rita a mucosa dos olhos e trato respiratório. Toxicidade para órgãos-alvo específicos – exposição repetida: pode provocar danos ao sistema sanguíneo, coração, fígado e medula óssea através da exposição repetida e prolongada. Indicadores biológicos: 1,2 di-hidroxi-4-(n-acetilcisteinil)-butano na urina: 2,5 mg/l (final da jornada) Sq, B; mistura de adultos de hemoglobina (Hb) de (N-1 e N-2-hidroxi-

bute nil) vanilano sangue: 2,5 mols/g Hb Sq. E. Fósforo e seus compostosO fósforo vermelho e sequissulfeto de fósforo utilizado na indústria de fluorescentes, fogos de artifícios de armas e explosivos, de pesticidas. A via principal de absorção é a respiratória, mas levando-se em conta a solubilidade pode também ser por via cutânea ou digestiva. Não usar leite e óleo para neutralizar a ação se ingerido acidentalmente. É eliminado sob a forma de vapores (odor de alho) pela via respiratória, por meio de vômitos ou fezes, ou sob a forma de fosfatos pela via urinária. O fósforo é um veneno protoplasmáti co, leva as células hepáticas, dos túbulos renais, córtex da suprarenal, endotélio dos vasos e do miocárdio. A intoxicação crônica ca-racteriza-se pelo aparecimento de sinto mas gerais – anorexia, astenia, sintomas e sinais vagos do aparelho digestório. Importantes são as alterações hepáticas e as alterações ósseas nas mandíbulas. Fosfina (H3P) é um gás incolor mais pesado que o ar, produzido pela ação da água sobre o fósforo na conservação ou transporte de ferrosilicio que contém fosfato de cálcio como impureza no emprego de fosfato de zinco como raticida, no uso de acetileno. Fisiologi-camente, o modo agudo caracteriza-se pelo aparecimento de vertigens, cefaléia, tontura, tremores de extremidades, convulsões, co-ma, dor torácica, dispnéia, tosse, EAP. O tratamento é sintomático. LT – 0,23ppm ou 0,3mg/m³ para uma jornada de 48h/semana, NR-15 da portaria MTE nº 1.297, de 13/8/2014; grau de insalubridade a ser considerado no caso de sua caracterização – máximo.F. Toxicologia dos metaisO chumbo metálico ou inorgânico (saturnismo) (Pb) tem estado sólido. Na indústria do petróleo pode ocorrer exposição a chumbo através da inalação dos fumos de solda, envolvendo estruturas que contêm o metal como liga, material de solda. O chumbo tetraetila composto orgânico com estado físico líquido, não está sendo utilizado como aditivo para a gasolina. LT – 0,1mg/m³ para uma jornada de 48h/semana, NR-15 da portaria MTE nº 1.297, de 13/8/2014; grau de insalubridade a ser considerado no caso de sua caracteriza- ção – máximo. Sintomas: as vi-as de penetração do chumbo são a respiratória, cutânea e a digestiva, seu maior depósito, os ossos; sistema hematopoético – anemia; SNC e SNP – lesões vasculares e dos neurônios, cefaléia, irritabilidade, distúrbios visuais, inconsci- ência, delírio e convulsão, desmielinização seg-mentar, degeneração, paralisia por diminuição da função motora e alterações sensoria is; rins – corpúsculos intranucleares de chumbo, fibrose intersticial, degeneração tubular, alterações de artérias e arteríolas; aparelho digestivo – dores abdominais de forte intensidade simulando quadro de abdômen agudo cirúrgico, diarréia, constipação e baixa de a-petite; enzima ácido delta amino levulínico desidrogenase; baixa a atividade da enzima levando a aumento do ácido delta amino levu línico na urina e sangue. Controle da exposição e prevenção da intoxicação: ~enclausuramento da fonte, ventilação local – exaustora, isolamento à distância, uso de equipamentos de proteção. Tratamento: remover da exposição, uso quelante EDTA Na2Ca na dose de 50mg/kg/peso nas 24h para adultos administrado por EV, diluir 0,5 a 1g/1l SF 0,9% e correr em 2 a 3h, por 3 dias; só dar o quelante com função renal normal (o EDTA é nefrotóxico) e procurar socorro especializado. Controle biológico: dosagem do ácido delta amino levulínico na urina (ALA-U), LTB= 10mg/g creatinina, dosagem de chumbo na urina, dosagem de chumbo no sangue LTB = 60mg/dl, h e mograma, exame sumário de urina. O mercúrio (Hg): evapora à temperatura ambiente, gerando vapores incolores e inodoros. De cor prateada, em estado liquido nas condições anormais de temperatura e pressão, são incolores e sem cheiro. Mercúrio metálico – importância em toxicologia ocupacio-nal; mercúrio iônico (sais e óxidos), e os mercuriais orgânicos (como o metil-mercúrio) características físico-químicas e toxicológicas d i ferentes entre si. Usos e fontes – o mercúrio metálico obtido a partir da refinação de um minério denominado cinábrio (sulfeto de

mercúrio); usado na fabricação de instrumentos de precisão (termômetros, barômetros, esfigmomanômetros); na produção de lâmpa das fluorescentes e de vapor de mercúrio; matéria prima na indústria química, para fabricação de compostos mercuriais; maior uso do mercúrio metálico na fabricação de soda cáustica (NaOH), na qual o metal líquido é usado como eletrodo no eletrólise da salmou-ra, método que consome mais de 90% do mercúrio a nível mundial; na indústria do petróleo as possibilidades de exposição são na á-rea de instrumentação e laboratório; estão expostos trabalhadores que manipulam mercúrio em laboratórios químicos, indústria ele-trônica. No Brasil apesar de grande produtor de soda cáustica, não é provavelmente o maior consumidor do metal; milhares de garim

peiros que fazem uso de mercúrio metálico para extração de ouro, especialmente na região norte; grande contaminação dos garimpeiros e do ambiente. Líquido extremamente volátil; Absorção: pela via respiratória, quanto através da pele íntegra (sendo o único metal absorvido em forma metálica), em função de uma série de características físico-químicas peculiares, prin cipalmente, a de ser um líquido volátil mesmo a baixas temperaturas e ter grande resistência à oxidação pelo O2 atmosférico, permanecendo como átomo livre isolado apolar (Hg) no ambi-ente; apesar destas características. O Hg absorvido circula por todo o organismo lipossolubili-dade – atravessar barreiras, inclusive a hematoencefálica; por meio de ataque enzimático o Hg vai sendo oxidado a Hg+, que por sua carga elétrica, não encontra mais a facilidade de trans-por barreiras; desta forma, grandes quantidades de Hg que entraram no SNC com facilidade, u ma vez transformados em Hg+ não encontram a mesma facilidade de difusão, e assim acumu-lam-se no tecido nervoso; este fato explica a meia-vida elevada do mercúrio no cérebro (cerca

de 2 anos) em relação a outros tecidos (semanas). A maior parte do mercúrio elementar absorvido é excretada através da urina; dosa gem de Hg nesse meio biológico é usada como indicador de exposição excessiva ao metal em sua forma metálica; o valor de referên-cia da normalidade é de 10 g/g creat., e o LT biológico é 35g/g creat. Quadro clínico: hidrargirismo – alterações do SNC são as mais i m portantes, mas também podem ser encontradas outras; em exposições a baixas concentrações, não há sintomas gerais, exceto gosto metálico na boca e, eventualmente, algumas parestesias difusas. Em exposições a elevadas concentrações do metal impregnação pe-lo mercúrio pode causar queixas digestivas, periodontites, estomatite grave com perda de dentes, e infecções bacterianas secundári- as nas gengivas; eventualmente, pode haver diarréia; acidentes, com inalação aguda de altas concentrações de vapores de Hg – gra-ve lesão pulmonar aguda do tipo pneumonite química com edema agudo não hemodinâmico, de alta mortalidade; alguns trabalhado res – queixas de fraqueza e formigamentos difusos em MMII e MMSS, podendo ser expressão de neuropatia periférica; normalmente todas estas alterações estão presentes durante a impregnação por mercúrio, mas desaparecem, gradativamente, após o afastamento do trabalhador da exposição, e dificilmente permanecem por mais de 6 meses; podem ocorrer lesões tubulares renais com proteinú-ria (em geral de baixo PM), excepcionalmente, diminuição de clearence de creatinina, mas são mais frequentes com mercúrio iônico (em forma de sais ou óxidos); o hidrargirismo pode provocar lesões de SNC inicialmente há alterações como: perda de memória re-cente; da capacidade de concentração e da atenção; da habilidade mecânica e da coordenação motora; mudanças de comportamen-to; quando só há estas alterações, e de forma leve, o quadro pode ser chamado de micromercurialismo. Se a exposição continuar – a-gravamento destas alterações podem aparecer: tremores de movimento do tipo parkinsoniano, inicialmente em MMSS e pode variar

de leve (grau I) a intenso ou generalizado (grau V); alterações na letra do doente, levando a uma alteração de escrita chamada de es-crita mercurial ou micrografia, pois a letra fica pequena e tremida; quadros psiquiátricos, com depressão e paranóia, muito variáveis entre os pacientes, e, em geral, irreversíveis. Diagnóstico: levar em conta a história da exposição ocupacional e o quadro clínico; na a-valiação do quadro clínico – testes neuropsicológicos que avaliem as alterações descritas acima, desde que aplicados por profissiona- is habilitados; estes testes, não são diagnósticos, devendo ser interpretados à luz do quadro clínico e da história ocupacional. Como auxílio diagnóstico – teste de escrita, para detectar tremores leves, especialmente quando comparada com a letra do paciente antes ou no início da exposição ao metal; a exposição deve ser considerada com cuidado, se possível inspecionado o local de trabalho, veri-ficando o histórico de mercúrio urinário e o tempo de exposição total do indivíduo; o hidrargirismo não progride nem melhora, fican- do o paciente estacionado no grau de alteração que possuía ao ser afastado; não há tratamento específico para os intoxicados croni-camente por mercúrio metálico. Prevenção, monitoramento biológico e vigilância à saúde: controlado não só a concentração no ar nos locais de trabalho, mas também em todos os setores que são frequentados pelos trabalhadores que manuseiam o metal, especi- almente vestiários, locais de descanso e refeitórios; também, a presença do Hg nas vestes deve ser objeto de preocupação, tendo em vista a possibilidade de absorção cutânea desse agente. A avaliação de mercúrio urinário (Hg-U) – verificar o total da absorção que o trabalhador está tendo, mas deve ser feita somente após 1 ano de trabalho com o metal, pois somente nestas condições é que se te-rá uma boa correlação entre a absorção e a excreção do indivíduo; dosagens antes deste período não devem ser efetuadas no moni- toramento biológico. Se realizadas, devem ser interpretadas com cautela, pois apresentam grande variabilidade e não representam a exposição real. O Hg-U, isoladamente, não tem valor diagnóstico, pois, eleva-se em casos de exposição excessiva ao metal, sem que haja qualquer lesão instalada, ou, ainda; pode normalizar em poucas semanas após a cessação da exposição, em indivíduo irreversi-velmente acometido pelo hidrargirismo; em caso de concentrações de Hg-U muito elevadas (> 150g/g creat.) pode haver concomitân- cia entre os valores urinários e algumas manifestações clínicas, mas isto é uma exceção. Recomenda-se a avaliação de Hg-U no exame periódico, e, em caso do resultado apresentar-se acima do índice permitido – revisão dos controles ambientais, não havendo motivo a priori para afastamento do trabalho; somente em casos de alterações clínicas suspeitas é que deve haver afastamento como CAT pa ra melhor investigação, independente do valor de Hg-U; no exame demissional não há necessidade da realização do Hg-U, mas so-mente de um bom exame clínico voltado para as alterações características do metal, e, em caso de suspeita de alteração deve-se con- siderar o trabalhador inapto para demissão e encaminhá-lo à investigação com CAT. LT – 00,4mg/m³ para uma jornada de 48h/sema- na, NR-15 da portaria MTE nº 1.297, de 13/8/2014; grau de in salubridade a ser considerado no caso de sua caracterização – máximo. O mercúrio metálico e seus vapores são extremamente difíceis de serem removidos de roupas, mobílias, carpetes, assoalhos, paredes e outros objetos, podendo neles permanecer por meses ou anos; caso o local não seja limpo e adequadamente e o resíduo descarta-do corretamente, o mercúrio pode ser uma fonte contínua de exposição. Prevenção: controle ambiental com medições periódicas nos locais fechados; ventilação adequada; uso de EPI. Tratamento: na inalação retirar da exposição, em caso de intoxicação adminis-trar BAL (2-3 dimercaptopropanol) IM, na intoxicação crônica – penicilina 250mg 4x/ dia, durante 10 dias, CaNa2, ETDA: 20mg/kg de peso EV durante 5 dias, controle da excreção urinária do mercúrio; na ingestão – induzir o vômito e realizar la vagem gástrica; no con-tato com a pele – lavar com água; no contato com os olhos – lavar com água. Administrar O2.O manganês pode ser absorvido ao longo de todo o intestino delgado quando veiculado na alimentação. De coloração cinza clara, quebradiço, apresenta no entanto alto grau de dureza. À temperatura ambiente o elemento puro encontra-se no estado sólido. Ataxi-

a cerebelosa é a incapacidade de coordenar movimentos voluntários, não-relacionada com deficiência motora, observada em pacien-tes com distúrbios cerebelares. Pode se manifestar quando o paciente está de pé (ataxia estática), quando se põe a andar (ataxia lo-comotora) ou quando quer executar um movimento (ataxia cinética). Grau de insalubridade: médio. LT NR-15: 1 a 5mg/m³ para jorna

da de 8h/dia. A exposição a fumos de manganês ou a seus compostos ocorre na me-talurgia de minerais de manganês, na fabricação de compostos de manganês, fabrica ção de baterias, fabricação de vidros especiais e cerâmicas, fabricação e uso de ele-trodos de solda e fabricação de produtos químicos, tintas, fertilizantes (sulfato), fun-gicidas e vernizes (naftenato e resinato), fabricação de pilhas secas (MnO2), aditivo da gasolina com o objetivo de aumentar o nível de octanas. Absorção: via inalatória é uma combinação de deposição e do up take das partículas depositadas; a absorção

por esta via está fortemente dependente da forma e do tamanho das partículas que contêm manganês; a deposição de partículas no trato respiratório inferior ocorre apenas com partículas com diâmetro médio ≥ a 10µm. Via gastrointestinal é limitado uma vez que a remoção biliar é relativamente rápida e eficiente. No adulto normal, a absorção por VO é apenas cerca de 3% da dose ingerida e per-manece constante, mesmo quando esta aumentada. Distribuição: este encontra-se mais concentrado nos pulmões, seguido do fígado, rins e baço. Sintomas e efeitos colaterais: dermatite; redução do colesterol sérico; redução dos fatores coagulantes dependentes da vi-tamina K; aumento dos níveis sanguíneos de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina (remodelação óssea); infertilidade; diminuição do me-tabolismo da glucose; diminuição do metabolismo proteico; redução do crescimento e distúrbios ao nível do esqueleto; aterosclerose; disfunção pancreática; aumento da pressão sanguínea; redução da função imune; ataxia; reduz selênio; depressão da atividade das glândulas mamárias; anormalidades nas mitocôndrias. O diagnóstico da ataxia por intoxicação mercurial é feito correlacionando-se: manifestações clínicas de instabilidade postural a distúrbios de comportamento e tremores; exame neurológico à dificuldade de deam bulação; teste de romberg positivo a outros sintomas cerebelares associados; história de exposição ocupacional ao agente. Tratamen-to: os casos selecionados somente em nível hospitalar podem ser submetidos a tratamento com quelantes, utilizando o dimercaprol (contraindicado em intoxicações por mercúrio orgânico). O afastamento da atividade é obrigatório nos casos em que a exposição está mantida. Antiácidos e laxantes contendo magnésio e medicação com tetraciclinas podem provocar uma baixa da absorção se forem administrados simultaneamente com suplementos ou alimentos. A administração simultânea de fenobarbital e manganês (5mg/kg) previne o prolongamento da ação hipnótica do hexobarbital; níveis tóxicos podem elevar a susceptibilidade dos pacientes sujeitos a tratamento com haloperidol aos efeitos tóxicos deste fármaco. 1º SOS: na inalação – remover a vítima do local da exposição para o lo-cal com ar fresco, administrar O2 100% humidificado e ventilação assistida, se necessário; se houver desenvolvimento de tosse e difi-culdade para respirar, avaliar a possibilidade de irritação de vias respiratórias, bronquite e pneumonia. Na ingestão: induzir o vômito em ingestão recente, se não houver êxito realizar lavagem gástrica. O carvão ativado é útil para a prevenção da absorção. A terapia com quelante (EDTA) pode ser útil quando iniciada precocemente e na fase inicial dos distúrbios psicológicos. No contato com a pele: lavar com água corrente e sabão. No contato com os olhos: lavar com água corrente durante pelo menos 15min. A prevenção baseia-se na vigilância dos ambientes e condições de trabalho e na vigilância dos efeitos ou danos para a saúde. A eliminação ou diminuição, a níveis considerados aceitáveis, da exposição às substâncias químicas neurotóxicas, pode impedir ou diminui a ocorrência da doença.

Entre as medidas de controle ambiental e da exposição, estão: enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho, se possível utilizando sistemas hermeticamente fechados; normas de higiene e segurança rigorosas, incluindo sistemas de ventilação e-xaustora adequados e eficientes; monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente; umidificação dos processos onde houver produção de poeira; adoção de formas de organização do trabalho que permitam menor o nº de trabalhadores expostos e o tempo de exposição; medi- das de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal, recursos para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto, troca de vestuário; fornecimento, pelo empregador, de EPI adequados, de modo complementar às medidas de EPC. Recomenda-se observar a adequação e o cumprimento, pelo empregador, das medidas de controle dos fatores de ris-co ocupacionais e de promoção da saúde identificadas no PPRA e no PCMSO, além de outros regulamentos – sanitários e ambientais – existentes nos estados e municípios. O exame médico periódico deve estar orientado para a identificação de sinais e sintomas para a detecção precoce da doença, por meio de: avaliação clínica com pesquisa de sinais e sintomas neurológicos, por meio de protocolo pa dronizado e exame físico criterioso; exames complementares orientados pela exposição ocupacional; informações epidemiológicas; a-nálises toxicológicas: a dosagem de manganês na urina presta-se mais à avaliação de exposições recentes e não tem valor para o diag- nóstico. Suspeita ou confirmada a relação da doença com o trabalho, deve-se: informar ao trabalhador; examinar os expostos, visando a identificar outros casos; notificar o caso aos sistemas de informação em saúde (epidemiológica, sanitária e/ou de saúde do trabalha-dor), por meio dos instrumentos próprios, à SRT/MTE e ao sindicato da categoria; providenciar a emissão da CAT, caso o trabalhador seja segurado pelo SAT do INSS, orientar o empregador para que adote os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou controle dos fatores de risco.O níquel é um metal duro porém maleável, de cor branca ou prateada. É constituinte do petróleo e entra também no sistema devi-do à sua composição no catalisador Shell424. 1º SOS: inalação: em casos de incêndio quando a formação de vapores ou fumo, remo-ver a vítima para o ar fresco; se houver dificuldade de respiração procure ajuda médica. Contato com a pele: em casos de incêndio quando a formação de vapores ou fumo, lavar com água corrente; providenciar atendimento médico se houver irritação. Contato com os olhos: em casos de incêndio quando a formação de vapores ou fumo lavar cuidadosamente com água corrente; procurar atendi-mento médico se a irritação se desenvolver. Medi-evolutivo. Controle de exposição e EPI: toda pessoa que for manipular o produto de verá obrigatoriamente fazer uso dos EPI: proteção respiratória: máscara facial com grande capacidade de retenção para partículas sóli- das; proteção das mãos: luvas de proteção apropriadas resistentes a produtos químicos, ex.: borracha nitrílica (0,4mm), borracha de cloropreno (0.5mm), borracha de butila (0.7mm); não se deve usar luvas de couro ou de tecido; proteção dos olhos: óculos de segura n ça com anteparos laterais ou protetor facial completo; proteção da pele e do corpo; calça comprida, camisa de manga longa, calçados fechados ou macacão tyvek; medidas de higiene: guardar o vestuário de trabalho separadamente; manter afastado de alimentos e be-bidas, incluindo os dos animais; não fumar, beber ou comer enquanto estiver manuseando o produto; no caso da aplicação do envelo-pe individual, despejar o conteúdo do envelope diretamente no porta iscas ou em um prato descartável, sem contato direto com o pr o duto; colocar o porta isca ou o prato descartável longe do acesso de crianças, animais, alimentos ou pessoas irresponsáveis; toxicida-de: moderadamente tóxico – classe toxicológica II.G. Pneumopatias ocupacionais (pneumoconiose, silicose e asbestose)Pneumoconiose reconhecida pelo INSS na OS 609/98 são doenças caudas de proteção individual: proteção dos olhos/face: utilizar óculos de proteção, de acordo com as normas. Proteção da pele: utilizar uniforme, de preferência luva e avental de raspa ou imperme-

ável e sapatos de segurança, de acordo com as normas. Proteção respiratória: utilizar máscaras descartáveis ou máscaras com respira-dores autônomos com filtros descartáveis. Precauções especiais: sempre ao término da utilização, manter os EPI limpos e em condi-ções adequadas de uso, sempre fazendo higienizações e manutenções adequadas. Medidas de higiene: depois do término do trabalho retirar as roupas contaminadas, lavar as mãos e rosto. Informações toxicológicas: inalação/sensibilização: a poeira do produto pode provocar irritação das vias aéreas superiores com sintomas de tosse e espirros. respiratória: Perigo de aspiração: com base nas propri e dades físicas não é provável que apresente risco para aspiração. Corrosão/irritação/sensibilização da pele: efeitos agudos sistêmicos não relevantes; absorção insignificante; o contato com a pele pode causar sensibilização. Toxicidade de doses repetidas: inflamação dos pulmões. LT – 00,4ppm e 0,28mg/m³ para uma jornada de 48h/semana, NR-15 da portaria MTE nº 1.297, de 13/8/2014; grau de insalubridade a ser considerado no caso de sua caracterização – máximo.Os organofosforados são produto granulado, cor amarelo e vermelho, odor adocicado característico dos inertes e atrativos líquido indoro são agrotóxicos utilizados na agricultura, proibida a comercialização, capacidade de acumulação no meio ambiente (30 anos). No Brasil seu uso foi limitado pela portaria 329, de 2/9/1985, permitindo seu uso no controle de formigas. Os principais sinais e sinto- mas pode provocar nauseas, vômitos, diarreia, salivação e sudorese excessiva; em casos mais graves bradicardia, miose, secreção pul-monar aumentada, incoordenação muscular, fasciculações e contrações musculares, depressão do SNC, crises convulsivas generaliza-das, coma e óbito; um inibidor da colinesterase e pode provocar intoxicações graves; o produto pode ser absorvido pelas vias respira-tórias, dérmica e oral; o contato com o produto. A situação do trabalho na agricultura: na agricultura concentram mais de 50% da po-pulação econômica ativa mundial; a agricultura, construção civil e mineração concentram os maiores índices de acidentes de trabalho; o uso intensivo de substâncias químicas na agricultura tem aumentado os índices de doenças ocupacionais (intoxicações). Nos países em que o registro de acidentes é eficiente; o maior índice recai sobre o trabalho agrícola aumentam as doenças dos trabalhadores na agricultura pelo uso de agrotóxicos. Dados sobre o uso de agrotóxicos: 95% dos es tabelecimentos agrícolas utiliza algum tipo de agro-tóxico; 75% dos trabalhadores estão envolvidos com agrotóxicos; 15% dos acidentes envol- vem agrotóxicos; 62% de adolescentes no trabalho rural utilizam agrotóxicos. Contaminação de alimentos por agrotóxicos em todos os países do mundo. As pessoas contami-nam mesmo sem serem trabalhadores rurais.

Riscos dos agrotóxicos: 2/3 dos agricultores brasileiros já sofreram uma intoxicação por agrotóxicosHá um descontrole na produção, comercialização, transporte e operação; métodos educativos dirigidos para os agricultores não são suficientes; o interesse economi-co em vender os agrotóxicos (multinacionais) e não perder a produção (agricultores) prevalecem sobre a preocupação com a saúde, inclusive com a saúde dos consumidores de produtos agrícolas; o crescimento populacional levando à necessidade de produzir mais alimentos; os agrotóxicos usados para o aumento da produtividade na agricultura; agrotóxicos usa-dos para limpeza e desinfecção.

Agrotóxicos – o corpo humano e o meio ambiente

Intoxicação aguda, podendo levar a morte – intoxicação lenta, que leva ao cancer e doenças que podem se reproduzir nos filhos.

Contaminação do meio ambiente (solo, água, plantas, sementes, alimentos)

Como os trabalhadores lidam com os riscos? O jeito de usar – falta de cuidado com os depósitos e vasilhames e com os equipamentos de segurança; o nº de pulverizações se dá acima do normal; e comum o uso de misturas de agrotóxicos; os agricultores conhecem mas não respeitam as recomendações técnicas; há uma competição entre os técnicos e os agricultores; os técnicos defendem a técnica mas os agricultores acham que a prática tem mais valor; alguns agricultores dizem que os agrotóxicos são vendidos com prazo vencido e que agrotóxico que não mata tudo não presta, então não é perigoso. Comportamentos: Ignora-se os fatos que confirmam a existen-cia do risco; os casos de intoxica-ção são leves e ninguem liga (os sintomas são suportáveis); quando ocorre alguma coisa grave, a cul-pa é da vítima, que não teve cuidado, ou porque tem sangue fraco, ou porque tá exposta desde criança ou então porque deu azar; um trabalhador declarou que “toda planta tem que ter remédio”; machismo, o cara acha que é forte, que pode até misturar o agrotóxico com as mãos; conta piada dizendo que esse negócio de intoxicação é papo, que um cara tentou o suicídio com um agrotóxico e nem

conseguiu morrer!!!! As multinacionais tambem acham a mesma coisa e defendem que estão do lado científico; quem usa proteção sofre gozação, que é medroso, que é boiola; entre o risco à saúde e o risco econômico, os agricultores dão mais atenção ao segundo; os agricultores acham que os técnicos não estão envolvidos com os riscos econômi cos, com os prejuízos que podem ter se as orienta-ções forem adotadas e eles tiverem prejuízos; as pessoas envolvidas com riscos tendem a negá-lo por um mecanismo de defesa; ou e n tão considerar os riscos como fatos cotidianos; há uma adaptação ao risco; há um senso de imuni dade, achando-se que o mundo é mais seguro do que ele realmente é; há uma mentalidade defensiva – se agente ficar pensando no risco, ninguem trabalha, ninguem ganha, ninguem come; sem querer, vão se criando as condições de risco para o agricultor provar a si mesmo que ele não existe; a es-tratégia é compartilhada, o mecanismo é psicossocial; há uma dependencia aos agrotóxicos pela percepção do aumento da produtivi-dade e do lucro. Para os agricultores, planejamento agrícola é alguma coisa que vai somente até a próxima safra. O agrotóxico pas-sou a ser uma espécie de única certeza, diante das incertezas da situação econômica do país. O que fazer? É preciso conhecer como o agri-cultor percebe o risco quais as suas necessidades e expectativas. As estratégias devem incluir – ações diretas junto ao agricultor (trei-namento, educação, informação); maior ação fiscalizadora (na produção, transporte, comercialização e uso de agrotóxicos); orienta-ção e fiscalização das normas sobre segurança e saúde do trabalhador rural; é preciso conhecer como o agricultor percebe o risco; quais as suas necessidades e expectativas. Exemplo de problema (da pesquisa): entre o risco à saúde e o risco econômico, os agricult o res dão mais atenção ao segundo. Sugestão de estratégia: avaliar e minimizar as causas que levam ao aumento do risco econômico para a agricultura familiar; crédito agrícola não vinculado ao agrotóxico; reforma agrária; assistência social no campo; descentraliza-ção dos serviços públicos. É preciso conhecer como o agricultor percebe o risco, quais as suas necessidades e expectativas. Exemplo de problema (da pesquisa): ignorar os fatos que confirmam a exis-tencia do risco; os casos de intoxicação são leves e ninguem liga (os sintomas são suportáveis); estratégia – programas em educação e informa ção; ações conjuntas de saúde pública/saúde do trabalha- dor; treinamento e estímulo para substituição de tecnologia; descentralização dos serviços públicos. Porque e como ocorre uma into-xicação? E como o organismo humano reage aos agrotóxicos? O que fazer quando uma pessoa sofre uma intoxicação? Quais as medi-das de prevenção? Agrotóxicos e o corpo humano: concentração, via de penetração, idade-sexo-esforço, predisposição-hábitos, limite de tolerancia e tempo de exposição.

Via pele e mucosas: ampla absorção – dilatação dos po-ros, dilatação de artérias e veias, tecidos como meio de transporte do tóxico

Conexão direta com o cérebro e siste-ma nervoso: dores de cabeça, enjoos, tonteiras, tremores, convulsões e para lisias

Exposição aos agrotóxicos:

Ações específicas: câncer, asfixia, paralisia e mutações, náuseas, vômi-tos, diarreia, salivação e sudorese excessiva; em casos mais graves bra-dicardia, miose, secreção pulmonar aumentada, incoordenação mus-cular, fasciculações e contrações musculares, depressão do SNC, crises convulsivas generalizadas, coma e óbito; um inibidor da colinesterase e pode provocar intoxicações graves; o produto pode ser absorvido pe las vias respiratórias, dérmica e oral

Acumulação e eliminação: rins, fígado e ossos

Via digestiva: risco menor – diluição nos alimentos e ação de enzimas

Via respiratória: ampla absorção – ar é mais leve e penetra rá-pido; alto consumo de ar no pulmão (5/6 l a 30 l); área do pul-mão ampla – 90m²; absorção e irrigação abundantes; mecanis-mos de retenção

A estratégia de adaptação do trabalhador é a mesma tanto para a intoxicação aguda como para a intoxicação lenta: na intoxicação le-ve os agricultores já incorporaram alguns sintomas como dentro da normalidade; aí dão um tempo e acham que tomando leite resol-ve; o trabalhador só vai ao médico quando está impossibilitado de trabalhar; quando ele volta do médico, geralmente passa a tomar um pouco mais de cuidado na intoxicação pelo efeito cumulativo, ninguem acredita e nem percebe; e quando vai ao médico, a consul ta é muito rápida e não dá tempo para o médico perceber que se trata de uma doença do trabalho; e quando a intoxicação já é uma doença visível, o caboclo geralmente está despachado pelo médico. Quase todas as intoxicações agudas por agrotóxicos necessitam

de atendimento médico e cuidados hospitalares. Quase todas as intoxicações crônicas por agrotóxicos pouco ou quase nada pode ser feito pelos médicos.

Legislação:Orientação:

Estoque:Receita:

Identificação:

CLASSE TOXICOLÓGICA COR DA FAIXA

I EXTREMAMENTE TÓXICO VERMELHA

II ALTAMENTE TÓXICO AMARELA

III MEDIANAMENTE TÓXICO AZUL

IV POUCO TÓXICO VERDE

Seleção:Proteção: Preparo:

Aplicação:

Advertência e medidas de 1º SOS: se Inalado em excesso, remo-va a pessoa para um local ventilado; pode ser fatal se ingerido; em caso de ingestão não provoque vômito; não dê nada por VO a uma pessoa inconsciente; em caso de intoxicação, procure o centro de intoxicações ou serviço de saúde mais próximo, le-vando a embalagem ou rótulo do produto; contato perigoso a seres humanos e animais domésticos durante a aplicação; em caso de contato direto com o produto, lave a parte atingida com água corrente e sabão; em contato com os olhos, lave-os imedia tamente com água corrente em abundância, se persistir a irrita-ção procure um médico; não fume, beba, nem coma durante a aplicação ou manuseio do produto; não aplique sobre alimen-tos e utensílios de cozinha, plantas e aquários. Nota para médi-co: remova o paciente da fonte de exposição; contaminação cu-tânea: lave a área do corpo atingida pelo produto com grandes quantidades de água e sabão, o uso tópico da vitamina E (aceta to de tocoferol) pode ajudar a diminuir os efeitos cutâneas cau-sados pelos piretróides; contaminação ocular: lave os olhos com grande quantidade de água durante 15 min. e se necessá-rio, utilize colírio anestésico após a lavagem; contaminação oral

pacientes com intoxicação por VO devem ser observados cuidadosamente para o possível desenvolvimento de irritação ou queimadu- ras no esôfago ou trato gastrintestinal; se estiverem presentes sinais ou sintomas de irritação ou queimaduras no esôfago, considere a endoscopia para determinar a extensão do dano. Lavagem gástrica deve ser considerada em ingestões significativas e no período má-ximo de 2h; administre carvão ativado (2 40ml de água/30g de carvão ativado); dose usual: 25 a 100g em adultos e adolescentes, 25 a 50g em crianças (1 a 12 anos), e 1g/kg em crianças com menos de 1 ano de idade; os antídotos à serem administrados são o sulfato de atropina e as oximas (contrathion®), precocemente, EV lenta na dose de 1-2g por dia à cada 6h dependendo da severidade da into-xicação, não ultrapassando a velocidade de 0,2g/min.; o sulfato de atropina deverá ser administrado somente na vigência de sintoma tologia colinérgica na dose de 1-2mg EV, à cada 10 ou 20min. até a reversão da sintomatologia (bradicardia, sialorréia, secreção pul-monar, miose); não administrar atropina se a sintomatologia não estiver presente. Medidas de suporte tais como assistência respirató ria, correção dos distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos devem ser adotadas; se possível, solicitar dosagem de atividade de coli-nesterases, pode provocar irritações na pele e nos olhos. Na agricultura, o uso de novas técnicas de cultivo inclui muitas vezes a utili-zação de agrotóxicos; isso requer responsabilidade e consciência dos riscos por parte de quem os aplica. Os cuidados necessários na u tilização desses produtos precisam ficar claros para todos os que desenvolvem atividades na área rural, quer seja pequeno, médio ou grande agricultor, trabalhadores em geral e profissionais da área de segurança e saúde no trabalho.

A silicose é uma patologia resultante de deposição de micro-partículas de sílica livre nos alvéolos pulmonares, levando a um quadro de fibrose pulmonar nodular, ou seja, endurecimento intersticial do tecido pulmonar, com formação de nódulos isola dos nos estágios iniciais, nódulos conglomera-dos e disfunção respiratória nos estágios avançados, de caráter progressivo e ir-reversível. Propriedades físico-químicas: sua composição quími ca corresponde ao SiO2, é inerte, resistente a altas temperatu-ras e solúvel em ácido fluorídrico; odor de acido acético. Exposi ção ocupacional: NR-15 - LT = 8 mg/mᶟ. Manuseio: prevenção

da exposição do trabalhador – utilizar EPI para evitar o contato direto com o produto; precauções para manuseio seguro manipular respeitando as regras gerais de segurança e higiene industrial. Produtos e materiais incompatíveis material oxidante pode causar reação; água, mistura ou ar ú-mido poderá causar formação de vapores perigosos; mãos – luvas de cano longo nas atividades de preparo de soluções e preparo de misturas para alimentação de ruminantes, o que evitará a descamação do tecido cutâneo, notadamente das mãos, em decorrência do uso contínuo; olhos – óculos de ampla visão ou, na falta deste, óculos de proteção lateral. Precauções especiais: manter chuveiros de emergência e lavador de olhos disponíveis nos locais onde haja manipulação do pro-duto. Medidas de higiene: higienizar roupas e sapatos após o uso; não comer, beber ou fumar ao manusear produtos químicos; sepa-rar as roupas de trabalho das roupas comuns. Principais características: dispnéia aos esforços e tosse; tuberculose e doenças autoimu nes; sarcoidose, paracoccidiodomicose, histoplasmose, ou micoses, bronquiolites difusas. Métodos diagnósticos: história ocupacio-nal, história clínica, Rx simples de tórax, TC de alta resolução.Asbestose: é a pneumoconiose associada aos asbestos ou amianto, sendo doença eminentemente ocupacional. A doença de cará-ter progressivo e irreversível tem um período de latência > a 10 anos, podendo se manifestar alguns anos após cessada a exposição. Nº CAS: 133221-4. Propriedades físico-químicas: as fibras de asbesto são flexíveis, não se dissolvem em água e resistem a altas tem-peraturas, ao fogo e à degração por produtos químicos e biológicos. Garantem isolamento térmico, acústico, incombustibilidade, re-sistência mecânica e durabilidade. No Brasil, o LT foi estabelecido pelo MTE na NR-15,, em 2014. Nesta, foi proibido o uso de fibras de anfibólios (crocidolita, amosita, antofilita, termolita). Para as fibras respiráveis de crisotila, estabelece o LT de 2,0 fibras/cmᶟ. Entende-se por “fibras respiráveis de as-besto” aquelas com diâmetro < 3µ, comprimento > 5µ e relação entre comprimento e diâmetro maior a 3:1. Proíbe o uso de amianto do tipo anfibólio e de produtos que o contenham pulverização (spray) de qualquer amianto; o trabalho de menor de 18 anos nas á-reas de produção; as empresas (públicas ou privadas) que produzem, utilizam ou comercializam fibras de asbesto e as responsáveis pela remoção de sistemas que contêm ou podem liberar fibras de asbesto para o ambiente deverão ter seus estabelecimentos cadas-trados junto ao MTE e da MPAS / INSS, através de seu setor competente em matéria de segurança e saúde do trabalhador; antes de i-

niciar os trabalhos de remoção e demolição, o empregador e/ou contratado, em conjunto com a representação dos trabalhadores, de verão elaborar um plano de trabalho onde sejam especificadas as medidas a serem tomadas, inclusive as destinadas a: proporcionar toda a proteção necessária aos trabalhadores; limitar o desprendimento da poeira de asbesto no ar; prever a eliminação dos resíduos que contenham asbesto; determina que as fibras de amianto e seus produtos sejam rotulados e acompanhados de “instruções de u-so”, com informações sobre os riscos para a saúde, sobre as doenças relacionadas e sobre as medidas de proteção e controle; são ob-jeto de notificação nacional ao MS de acordo com o regulamentado pela portaria 777/ GM de 28⁄4⁄2004, que dispõe sobre os proce-dimentos técnicos para a notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador em rede de serviços sentinela específica, no SU S. Clinicamente caracteriza-se por dispnéia de esforço, estertores cripitantes nas bases pulmonares, baqueteamento digital, altera-ções funcionais e pequenas opacidades irregulares no Rx de tórax, alterações pleurais benignas, câncer de pulmão, mesoteliomas ma lignos, acometendo a pleura, pericárdio e peritônio. As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à diminuição da expo-sição a níveis próximos de ausência por meio de enclausuramento de processos e isolamento de setores de trabalho; umidificação dos processos, onde haja produção de poeira; normas de higiene e segurança rigorosas, colocação de sistemas adequados e eficien- tes de ventilação exaustora local e de ventilação geral; monitoramento sistemático das concentrações de fibras no ambiente; mudan-ças na organização do trabalho que permitam reduzir não só o nº de trabalhadores expostos, bem como o tempo de exposição; lim-peza a úmido ou lavagem com água das superfícies do ambiente (bancadas, paredes, solo) ou limpeza por sucção, para retirada de partículas antes do início das atividades; medidas de limpeza geral dos ambientes de trabalho e facilidades para higiene pessoal – re-cursos para banhos, lavagem das mãos, braços, rosto e troca de vestuário; EPI adequado, em bom estado de conservação, devem ser fornecidos pelo empregador, como medida complementar à EPC. Proporcionar toda a proteção necessária aos trabalhadores; limitar o desprendimento da poeira de asbesto no ar; determina seus produtos sejam rotulados e acompanhados de “instruções de uso”, com informações sobre os riscos para a saúde, sobre as doenças relacionadas e sobre as medidas de proteção e controle. Métodos diagnósticos: história ocupacional – inquérito rigoroso sobre ocupações anteriores; história ocupacional negativa – investigar hobbi-es, região de moradia, outras atividades de laser ou domésticas; história clínica – assintomática nas fases iniciais; astenia e dispnéia progressiva aos esforços até dispnéia de repouso; tosse e expectoração; maior predisposição à bronquite crônica; radiologia – opaci-dades nodulares do tipo p, q, ou r; lesões difusas, simétricas em campos superiores, podendo evoluir para enfisema e formação de cavidades; linhas “B” de Kerley e calcificações ganglionares (egg shell); provas de função pulmonar – em fases iniciais predomínio do padrão obstrutivo; nas formas avançadas pode ser observado o padrão restritivo ou misto, associado a hipoxemia e redução da capa- cidade de difusão. Medidas de 1º SOS: inalação – remover a vítima para local arejado; se a vítima não estiver respirando, aplicar res-piração artificial; se a vítima estiver respirando, mas com dificuldade, administrar O2 a uma vazão de 10 a 15 l/min.; procurar assistên cia médica imediatamente, levando o rótulo do produto, sempre que possível. Contato com a pele – retirar imediatamente roupas e sapatos contaminados; lavar a pele com água em abundância, por pelo menos 20 min., preferencialmente sob chuveiro de emergên-cia. Contato com os olhos – lavar os olhos com água em abundância, por pelo menos 20min., mantendo as pálpebras separadas. Usar de preferência um lavador de olhos. Ingestão – não provocar vômito; se a vítima estiver consciente, lavar a sua boca com água limpa em abundância e fazê-la ingerir água. Prevenção: primária – evitar o uso de materiais que contenham sílica livre e cristalina; prevenir ou reduzir a formação de poeiras; evitar ou controlar a disseminação de poeiras no local de trabalho; evitar que os trabalhadores ina- lem a poeira. Na fonte do risco (que deve ser a 1ª escolha), por meio de medidas como: substituição da areia, como abrasivo, por ma

teriais menos perigosos; utilização de materiais numa forma menos poeirenta; modificação de processos de modo a produzir menos poeira; utilização de métodos úmidos. Na transmissão do risco (entre a fonte e o re-ceptor): uma vez gerada a poeira, sua disseminação no local de trabalho deve ser evitada ou controlada por meio de medidas como isolamento, enclausuramento de operações; ventilação local exaustora; limpeza nos locais de trabalho. No trabalhador: utilização de proteção respiratória de boa qualidade, eficiente, que se a-dapte ao rosto do trabalhador, e bem utilizada dentro de um programa que inclua manutenção, higienização e reposição de filtros. Dificuldades: falta de prevenção primária nos locais de trabalho; falhas nas legislações de alguns países; RH e financeiros insuficientes ou inadequados; falta de qualificação apropriada dos profis-sionais que atuam na área; dificuldades para se alcançar as pequenas empresas e o setor informal; enfoques preventivos inadequados com programas "preventivos“ baseados principalmente em vigilância e serviçosmédicos com ênfase maior na detecção de casos precoces do que na prevenção da sua ocorrência; bloqueio da ação preventiva por não ser possível avaliação quantitativa; falhas na prevenção e controle dos riscos ocupacionais: falta de ação preventiva antecipada e falta de trabalho multidisciplinar; falta de programas de prevenção e controle bem planejados, bem gerenciados e sustentáveis.

Parte II – Saúde mental e trabalho

1. Conceituação de saúde mental e trabalhoO que é trabalho? Está associada a realização ou frustração? Prazer ou sofrimento? Exploração ou emancipação? Competição ou coo-peração?Significado do trabalho: o ócio criativo da Grécia antiga – Aristóteles – o trabalho manual, acreditava ele, entorpece e deteriora a men te, não deixando tempo nem energia para a inteligência, para a política. Tripalium – instrumento de tortura – etimologicamente, ou seja, em sua origem a palavra trabalho exprime mal-estar, sofrimento, castigo; conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que o ser humano exerce para atingir determinado fim; atividade profissional regular, remunerada ou assalariada. O trabalho configura-se a partir do contexto social, politico, cultural e econômico vigente. Percepção do trabalho – reflexão sobre o modo de produção. Século XIX e XX – cenário de transformações profundas no âmbito econômico, político, social e tecnológico. Século XXI – riscos emergentes em um mundo do trabalho em mudança. Segundo a OIT os novos riscos profissionais podem ser causados pelas inovações técnicas ou mudanças sociais e organizacionais, com destaque para: novas tecnologias e processos de produção como as nanotecnologias e bio-tecnologias; novas condições de trabalho, cargas de trabalho mais elevadas, intensificação das tarefas, condições de trabalho deficien-tes; degradação ambiental.Conceitos sobre trabalho: o trabalho é, em 1º lugar, um processo entre a natureza e o ser humano, no qual este realiza regula e con-trola sua própria ação, seu intercâmbio de matérias com a natureza. E ao mesmo tempo em que age sobre a natureza exterior a ele e a transforma, transforma sua própria natureza. É a atividade manifestada por homens e mulheres para realizar o que ainda não está prescrito pela organização do trabalho.Riscos psicossociais no trabalho: a OIT, desde 1984, refere-se aos fatores psicossociais no trabalho como a interação entre o trabalho (ambiente, satisfação e condições de sua organização) e as capacidades do trabalhador (necessidades, cultura, sua situação externa ao

trabalho. Percepção subjetiva que o trabalha dor tem dos fatores da organização do trabalho. Depende: características das cargas de trabalho, da personalidade do indivíduo, das experiências anteriores, da situação social do trabalho.A relação saúde/doença – trabalho: trabalho como determinante de saúde, saúde como condição de trabalho, trabalho como causa de doença, doença como impedimento ao trabalho. Centralidade do trabalho (mediação): na constituição de vínculo social; na cons-trução identidária; realização de si mesmo; na saúde. O que é saúde mental? A OMS afirma que não existe uma definição oficial de saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjeti-vos e teorias relacionadas afetam o modo como a saúde mental é definida.Saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do stress rotinei-ro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. Exprime o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional/resiliência psicoló-gica. Contudo, admite-se que o conceito de saúde mental é mais amplo que a ausência de transtornos mentais.

Saúde mental e trabalho: a questão do nexo causal é possível que o trabalho seja fonte de adoecimento mental? Fatores associados: individuais – vulnerabilidade; organização do trabalho.Profissões cuja natureza das tarefas podem desencadear o adoecimento: Ex.: bombeiros, trabalhadores de plataformas de petróleo, médicos, professores, pilotos. Indicadores relacionados à organização do trabalho que requerem atenção: taxas de afastamento altas (absenteísmo), presenteísmo, atrasos (2ª feira). Papel do gestor (direção e supervisão) – observação, encaminhamento, intervenção.Organização do trabalho – conteúdo da tarefa e relações humanas. É a forma como, por um lado, as tarefas são definidas, divididas e distribuídas entre os trabalhadores; por outro lado, a forma como são concebidas as prescrições; e, finalmente, a forma como se ope-ram a fiscalização, o controle, a ordem, a direção e a hierarquia. Organização do trabalho – divisão de tarefas e divisão de pessoas (fun cionamento mental); condições de trabalho – condições químicas, físicas e biológicas (corpo); relações intersubjetivas no trabalho – cooperação e confiança (dinâmica afetiva).Organização do trabalho “enlouquecida” e as condições de trabalho desgastantes acarretam em relações de trabalho adoecidas, sofri-mento mental e transtorno mental.Sentido do trabalho:

TRABALHO EQUILIBRANTEImpossibilidade de flexibilização da organização do trabalho

Sofrimento patogênico

Reorientação profissional

Gestão do stress

Flexibilização da organização do trabalho

Sofrimento criativo

Fonte de prazer

SUBLIMAÇÃO

2. Psicopatologia do trabalhoPsicopatologia do trabalho: estuda a relação das condições de trabalho e o adoecimento.Psicodinâmica do trabalho: descoberta que trabalho que pode ser fonte de sofrimento patogênico e desequilíbrios, mas pode tam-bém ser construtor da saúde mental.A psicodinâmica do trabalho é uma abordagem científica, desenvolvida na França na década de 1980 por Christophe Dejours, médico francês, com formação em psicanálise e psicossomática é professor do Conservatore National des Arts et Métiers em Paris, onde dirige o laboratório de psicologia do trabalho e da ação. Dejours tem pesquisado a vida psíquica no trabalho a mais de 40 anos, tem como foco o sofrimento psíquico e as estratégias de enfretamento utilizadas pelos trabalhadores para a superação e transformação do traba

lho em fonte de prazer.O objeto de estudo da psicodinâmica do trabalho é o estudo do trabalho na construção da identidade do trabalhador e as vivências de prazer e sofrimento no trabalho, na psicologia do reconhecimento e na sublimação como estratégia de enfrentamento. Normal e patológico (diferente, não oposto): o enigma da normalidade (sofrimento/defesa) geram doença (regra inferior) e saúde (normalização.O triângulo da psicodinâmica do trabalho:

Trabalho

Sofrimento Reconhecimento

O sofrimento (patógeno/criativo) / prazer no trabalho: vivências subjetivas; organização do trabalho: compromete/favorece a saúde mental (não neutralidade).Mobilização subjetiva e inteligência prática: encontra-se exatamente no desafio (ajuste) da defasagem entre trabalho prescrito e real. Trabalho prescrito (tarefa): o trabalho prescrito é vinculado, de um lado, a regras e objetivos fixados pela organização do trabalho e, de outro, às condições dadas.Variabilidades – “infidelidades do meio”: é impossível manter a estabilidade do meio em que vivemos; é impossível eliminar as va-riabilida-des desse meio; não se pode viver (é “invivível”) sob um regime de total imposição deste meio, isto é, de suas normas.Renormatizações (trabalho real): frente às normas impostas (prescritas), os trabalhadores – para tornarem o meio “vivível” – criam es tratégias, em um movimento contínuo de renormatização. Proteção à saúde mental: registro na identidade: constitui-se como indireto, mediatizado pelo trabalho; o benefício ao registro do ser, mobiliza habilidade, a engenhosidade, a inteligência e a criatividade; a partir o olhar do outro é que nos constituímos como sujei- tos.

3. Dependência químicaHá inúmeros fatores envolvidos na cultura do consumo, facilitadores no início e da manutenção do uso de substâncias psicoativas. Não é necessário ser dependente para ter problemas.

Droga: qualquer substância química capaz de produzir efeitos sobre o organismo. Mudanças fisiológicas ou de comportamento. Uso – uso moderado, esporádico, recreativo, experimental; padrão de consumo de SPA que não acarreta prejuízos físicos, psicológicos ou so ciais. Abuso – uso nocivo. Padrão mal adaptativo do uso de SPA, acarretando algum tipo de prejuízo biológico, psicológico ou social. Dependência – relação alterada entre um indivíduo e seu modo de consumir a substância; consumo sem controle, associado a proble-mas sérios para o usuário. Síndrome de dependência: saliência ou relevância do consumo; aumento da tolerância; sintomas de abstinência; alívio ou evitação da abstinência pelo aumento do consumo; percepção subjetiva de compulsão ao uso; estreitamento do repertório; reinstalação após a abstinência.

Modelo transteórico de Prochaska e Di Clemente: pré-contemplação – não considera a possibilidade de mudança; contemplação – ad-mite o problema, é ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente; preparação – inicia algumas mudanças, planeja, cria condições para mudar, revisa tentativas passadas; ação – implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe tempo e e-nergia na execução da mudança; recaída – falha na manutenção e retorna ao hábito ou comportamento anterior – retorna a qualquer dos estágios anteriores. Recaída: pertence ao processo de mudança; 70% dos usuários recaem nos primeiros 3 meses de tratamento; menos de 5% dos que in i ciam o tratamento não recaem até o final deste.Prevenção da recaída: conjunto de técnicas cognitivas e/ou comportamentais que visa à manutenção da mudanças alcançada no tra-tamento, através do entendimento e da evitação da situação de risco; objetiva a capacidade individual de modificação do comporta-mento aditivo.Motivações que levam ao uso de drogas: motivação interna, relacionada a personalidade do indivíduo, formação; motivação externa – fatores sócio culturais (moda, interesses econômicos, propaganda). No trabalho, pode ser utilizada como enfrentamento ao stress, a

penas a curto prazo. Com o decorrer do tempo, acarreta graves consequências para a saúde e para o relacionamento social e profissi-onal. Motivação: estado de disposição para a mudança, que oscila conforme a situação de vida do sujeito; todo usuário é capaz de mudar seu comportamento de consumo; a motivação para a mudança evolui em fases, tal qual um espiral. Presunção errônea de que é necessário um estado mental ou emocional particular para que uma tarefa seja realizada.A incidência e a prevalência do quadro de dependência química entre trabalhadores podem estar relacionadas ainda a: características específicas da personalidade: dependência psíquica, intolerância à frustração; frustração na escolha profissional; especificidades no trabalho – riscos, inadequada divisão de tarefas, mau relacionamento profissional; jornada de trabalho – período de ociosidade, tra-balho em horário novo significado social da profissão: vergonha ou desqualificação.Principais problemas associados: absenteísmo, acidentes, quedas de produtividade, sobrecarga do sistema de saúde, acarreta ainda atrasos, desperdício de materiais, sonolência, conflitos com colegas de trabalho e com supervisores, dificuldade para entender novas instruções ou de reconhecer erros, reação exagerada as críticas e variação constante no estado emocional.Intoxicação por drogas estimulantes: Quando suspeitar – condição que se segue ao consumo de cocaína, crack, anfetaminas, MDMA, ecstasy, metanfetamina (cristal) e outras drogas estimulantes; pode resultar em: ansiedade, instabilidade, irritabilidade, agitação psi-comotora, fluxo de pensamento acelerado e desordenado, alucinações, delírios, rigidez muscular e/ou trismo mandibular, tremores, movimentos repetitivos, taquicardia, pupilas midriáticas, hipertemia e aumento da PA. Conduta – avaliar ambiente, sujeitos e segu-rança (método ACENA); aproximar-se de forma tranquila, identificar-se e explicar o motivo da aproximação (oferecer ajuda); fazer ava liação primária e tratar conforme encontrado; realizar avaliação secundária, SAMPLA, sinais vitais e exame físico; identificar situações relacionadas ao contexto da crise / urgência com familiares e pessoas próximas que possam facilitar o entendimento e manejo da si-tuação; valorizar tipo de substância, via de absorção e história psiquiátrica; administrar O2 e garantir acesso venoso com solução cris-talóide; em caso de agitação e / ou situação de violência resistente ao manejo verbal utilizar o protocolo; realizar contato com a regu-lação médica para comunicar a situação clínica atualizada, orientações e definição do encaminhamento.Observações: considerar intoxicações por outras drogas; considerar orientar vítimas não removidas que procurem a rede de atenção básica psicossocial e / ou de assistência social; considerar que complicações / agravos clínicos em situações de intoxicação podem im-plicar em risco de morte e, portanto, não devem ser negligenciados; avaliação ACENA.Alcoolismo – fatores que contribuem para maior risco profissional: disponibilidade do álcool (acesso ao álcool enquanto se trabalha); pressão social para beber (tradição quanto a se beber muito); separação da norma social (situação de solidão ou falta de suporte fa-miliar); ausência de supervisão (posições de comando ou sem chefia); alta ou baixa renda (polos sociais extremos); tensão, stress ou perigo (atividades com essas características).O alcoolismo é a 3ª causa para absenteísmo no trabalho, a causa mais frequente para aposentadoria precoce e acidentes no trabalho e a 8ª causa para concessão de auxílio-doença pela previdência social.

É um estado psíquico e algumas vezes também físico, resultante da interação entre um organismo vivo e uma substância caracterizada por um comporta- mento e outras reações que incluem sempre compulsão para ingerir a droga, de forma contínua ou periódica, com a finalidade de experimentar seus efei- tos psíquicos e, às vezes para evitar o desconforto de sua abstinência. A tolerância pode existir ou faltar e o indivíduo pode ser dependente de mais de u-ma droga (CID 10).

Aspectos da organização do trabalho que contribuem para o uso do álcool no trabalho: ritmo das atividades, sensação de insegurança no emprego, volume de trabalho, utilização inadequada de conhecimentos/insatisfação, pouca participação em decisões sobre a rea-lização das tarefas; conflitos entre os valores pessoais e os do trabalho; automatização e racionalização no trabalho (busca por resulta dos).Intoxicação e abstinência alcoólica: Quando suspeitar ou critérios de inclusão – odor de álcool no hálito, fala pastosa, alterações de humor, comportamento e do nível de consciência, prejuízo da coordenação motora, da atenção e do julgamento, presença de náuse-as e vômitos, ansiedade, irritabilidade, taquicardia, hiper ou hipotensão arterial, alucinações, agitação psicomotora, fraqueza; todos esses sinais são comuns para a intoxicação e abstinência alcoólica; os sinais diferenciais para abstinência são: tremores, febre, sudore-se profusa, convulsão e delírio. Conduta – avaliar ambiente, sujeitos e segurança (método ACENA); apresentar-se, realizar a avaliação primária e tratar conforme encontrado; realizar avaliação secundária – SAMPLA, sinais vitais, glicemia capilar e exame físico; valorizar tipo de substância, via de absorção e história psiquiátrica; não havendo evidência de trauma, manter o paciente em posição de recu-peração devido ao risco de aspiração de secreções; manter a vítima aquecida; administrar O2; garantir acesso venoso periférico com cristalóide e administrar tiamina 300mg IM; corrigir rapidamente a hipoglicemia (dextro < 70) com 40ml de glicose a 50% IV; em caso de agitação e/ou violência resistente ao manejo verbal considerar protocolo; em caso de síndrome de abstinência, sempre adminis-trar diazepan 10mg IV em bolus de 30 / 30 min. com dose máxima de 50mg; realizar contato com a regulação médica para comunicar a situação clínica, orientações e definição do encaminhamento. Protocolo; em caso de síndrome de abstinência, sempre administrar diazepan 10mg IV em bolus de 30 / 30 min. com dose máxima de 50mg; realizar contato com a regulação médica para comunicar a si-tuação clínica, orientações e definição do encaminhamento.Observações: atentar para o fato de uma pessoa aparentemente intoxicada na verdade pode estar abstinente; complicações / agravos clínicos associados podem implicar em risco de morte e, portanto não devem ser negligenciados; considerar intoxicação por outras drogas; considerar orientar os pacientes não removidos que procurem a rede de atenção básica, psicossocial e/ou de abstinência soci-al.

Tabagismo: a ação da nicotina sobre o cérebro provoca estímulos no centro vasomotor da base central e nas células das adrenais, cau-sando a eliminação das catecolaminas e da adrenalina (responsável pela taquicardia) e aumento do estímulo geral do fumante. Por ou-tro lado, a liberação de adrenalina ocasiona vasoconstrição periférica, com redução da luz dos vasos de aproximadamente 19% no sexo masculino e de 33% nas mulheres. Tal situação leva a hipóxia cerebral, responsável pela apatia e depressão, com diminui da concentra-ção e da atenção. Consequentemente, há quedas produtivas, eleva a predisposição para acidentes. A Subsea 7 Inc incentiva o controle do tabagismo estimulando ao tratamento e realizando campanhas de conscientização. O cigarro contem acetona, amônia, terebentina, naftalina, fósforo P4/P6 e formol. Se você é tabagista, os primeiros dias sem fumar serão os mais difíceis, mas abandone hoje mesmo essa dependência e normalize sua pressão sanguínea após 20 min. e o nível de O2 no sangue em 8 h; melhore seu olfato e seu paladar em 2 dias; torne sua respiração mais fácil e melhore a circulação sanguínea em 3 semanas; reduza à metade o risco de ter câncer de pulmão em 10 anos. O INCa, órgão do MS, coordena e executa o programa de controle do tabagismo no Brasil. Acesse www.inca.gov. br/tabagismo e obtenha informações sobre o assunto e orientações sobre como parar de fumar. Teste toxicológico: identificação da presença de substância psicoativa no organismo humano por meio de etilômetro, por análise da ur i na e do sangue.Pode causar:

derrame cerebral infarto

Parecer CFM nº 26 de 15/6/2012 não é eticamente aceitável a solicitação de exames de monitoramento de drogas ilícitas, em urina e sangue, para permitir acesso ao trabalho, pois isto contraria os postulados éticos.Modalidades: por “motivação”/suspeita razoável, aleatório: periódico sem aviso prévio, pós incidente, retorno ao trabalho, acompa-nhamento da reabilitação. Valores de referência: álcool – 0,3mg/l (etilômetro) e 0,6dg/l (sangue) (CONTRAN, de 29/1/2013); outras drogas – índice padronizado pela SAMHSA.Equipamento de teste de álcool e drogas: cada 3 meses o profissional de saúde de bordo / imediato deve checar o equipamento; bafô-metro – SD 400P – etilômetro com impressora. No Brasil: etilômetro instruterm BFD – 60 com impressora e etilômetro Mark-X com im-pressora. Frequência de calibração e da recalibração. Para maiores informações consultar “lion alcolmeter SD-400 supervisor handbo-ok”. Pontos de cuidados dos kits de testagem de drogas – checar datas de validade. Kit de emergência – conteúdo: 1 livro do exemplar

da coleção de procedimentos; 10 conjuntos de formulários de custódia; 10 exemplares da coleção de “checklists”; 1 placa “do not fl u sh” – não usar a descarga; 1 folha de informação para doadores; 1 pergunta atual de medicamento; 10 sacos selados contendo kits de componentes; 10 copos plásticos individu almente envelopados.Perigos da automedicação: os medicamentos servem para aliviar e curar; mas se usados sem orientação médica podem piorar, agravar ou de-sencadear disfunções e doenças. Isto é um alerta para as pessoas que adotam esta prática por desconhecimento ou por decisão consciente. Pelo menos 50% das vendas de medicamentos tradicionais do mercado brasileiro equivalem a auto medicação. A prática de ingerir medica-mentos por conta própria sem acompanhamento de um profissional de saúde pode provocar reações alérgicas, agra-var efeitos colaterais e até colocar em risco a vida de uma pessoa. 2 pessoas diferentes, usando um mesmo remédio na mesma dosa-

gem e pelo mesmo período de tempo, podem obter diferentes efeitos. Além de não curar a doen ça, medicamentos mal utilizados podem disfarçar os sinais ou sintomas, dificultando o diagnósti co correto. Crianças, mulheres grávidas e idosos necessitam de cuidados especiais com o uso de medicamentos. Uma vida saudável não está no balcão da farmácia, mas nos cuidados diários com a higiene pessoal, ambiental e modificações no estilo de vida. A prática de atividade física regular, alimentação balanceada, lazer e descanso dão mais sabor e qualidade à vida do que qualquer remédio. Antes de u sar qualquer medicação, procure um médico e lembre-se o que foi bom para você!Procedimentos: a pessoa deve apresentar uma declaração de seu médico particular descrevendo o período de tempo que se passou desde o receituário inicial e que a dosagem atual foi estabili-zada com a condição do paciente. Se for a 1ª ida da pessoa à unidade marítima e a pessoa não ti

ver essa informação, não será admitido para trabalhar até que as informações do médico tenham sido passadas enviadas para a uni-dade marítima.

4. Doenças mentais relacionadas ao trabalhoTranstornos mentais e de comportamento relacionados ao trabalho: o desafio de reconhecer, diagnosticar e fazer o nexo causal dos transtornos mentais com o trabalho.Principal causa de afastamentos no mundo: a OMS listou as 10 principais causas de incapacitação, destas 5 são transtornos mentais: depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar, alcoolismo, TOC.Lista de transtornos mentais e de comportamento relacionados ao trabalho; resolução nº 32, de 30/7/2015 (grupo V da CID 10) – de-mência em outras doenças específicas classificadas em outros locais (F02.8); delirium não sobreposto à demência, como escrita (F05. 0); transtorno cognitivo leve (F06.7); transtorno orgânico da personalidade (F07.0); transtorno mental orgânico ou sintomático não es pecificado (F09.-); alcoolismo crônico (relacionado ao trabalho) (F10.2); episódios depressivos (F32.-); estado de stress pós-traumático (F43.1); neurastenia (inclui síndrome de fadiga (F48.0); outros transtornos neuróticos específicos (inclui neurose profissional (F48.8); transtorno do ciclo vigília-sono devi do a fatores não orgânicos (F51.2); sensação de estar acabado (síndrome de burnout, sindrome do esgotamento profissional) (Z73.0).

Psicopatologia do trabalho: Sobrecarga de trabalho – stress, Burnout, Karoshi, LER, AVC. Pós-traumático – assaltos, agressões, seques- tros, guerras. Assédio Moral – brutalidade e fragilizações dos recursos defensivos, desestruturação, patologias da solidão.a. Depressão: estudos com trabalhadores da Bacia de Campos revelam que as mudanças mais frequentes apresentadas pelos profissi-onais são ansiedade, irritabilidade, impaciência, depressão e insônia. A distância do convívio com a família, a sensação de falta de li-berdade, a preocupação com segurança e a falta de espaço individual repercutem na saúde dos trabalhadores. A OMS define depres-são como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimen-tos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Há também sensação de cansaço e falta de concentração. Pode ser: longa ou recorrente; em estágios mais graves, pode levar ao suicídio; forma moderada ou grave, necessidade de medicação; problema da estigmatização.b. Sobrecarga ou Karoshi: morte por excesso de trabalho, karo – sobrecarga de/no trabalho e shi – mor te. Ka-roshi ( 過 労 死 ,Karoshi), que pode ser traduzido literalmente do japonês como "morte por exces so de trabalho", é a morte súbita ocupacional. As principais causas médicas das mortes pelo karoshi são ataque do coração e derrame devido a stress.

c. Stress: reconhecido mundialmente com um dos principais fatores de redução da qualidade de vi da no trabalho a ser enfrentado pelos trabalhadores e pelos gestores das organizações. O que o stress faz com seu corpo? Cabeça – humor, irritabilidade, raiva, depressão, tristeza, falta de ener-gia, problemas de concentração, dificuldade para dormir, dor de cabeça, distúrbios de ansiedade e ataques de pânico; pele – acne, alergias, dermatite seborreica e envelhecimento precoce; articula-ções e músculos – dores, tensão e redução de densidade óssea; coração – aumento da PA, da Fc e dos níveis de colesterol, além de casos de infarto; estômago – cólicas estomacais, refluxo, enjoos e sensação de peso; pâncreas – diabetes; intestinos – síndrome do cólon irritável, diarreia e consti-pação; sistema reprodutivo – diminuição da libido, nos homens ocorre uma queda de produção de esperma, nas mulheres ocorre um aumento das cólicas; sistema imunológico – capacidade de defesa, a recuperação de doenças torna-se mais lenta em pessoas stressadas.

d. Burnout – “incêndio interno”/esgotamento dos recursos físicos e psíquicos. O esgotamento profissi onal é definido como uma síndrome psicológica decorrente da tensão emocional crônica no trabalho. Trata-se de uma experiência subjetiva interna que gera sentimentos e atitudes negativas no relaciona-mento do indivíduo com o seu desempenho profissional e trazendo consequências indesejáveis para a organização (absenteísmo, abandono do emprego, baixa produtividade). O Burnout é caracterizado pelas dimensões: exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização profissional.

5. Reconhecimento, coletivo de trabalho e a dimensão criativa do humanoPromoção de saúde nas empresas: ambiente livre de violências; reconhecimento / sentido do traba-lho; coletivo / cooperação; autonomia processos criativos.

Fazer bem o seu trabalho traz benefício à saúde mental ou à produtividade? Fazer bem o seu trabalho não traz somente benefícios e-conômicos, mas também um benefício subjetivo: a aprovação do outro contribui para a autoestima. Reconhecimento é o combustível e a mobilização subjetiva. O reconhecimento não é uma reivindicação secundária dos que trabalham. Muito pelo contrário, mostra-se decisiva na dinâmica da mobilização subjetiva, da inteligência e da personalidade no trabalho (o que é classicamente denominado em psicologia pela expressão “motivação”.Coletivo: da definição de cooperação deriva a noção de coletivo: a cooperação é aqui o que funda o coletivo de trabalho. Na ausência da cooperação, a reunião espacial e/ou temporal de vários agentes resulta na formação de um grupo ( ou no máximo de uma multi-dão), mas não de um coletivo strito sensu.Coletivo e confiabilidade: confiança e cooperação – saúde, segurança e produtividade. Confian-ça – con-gruência no tempo entre a palavra dada e o comportamento que a segue.Criar significa – dar existência: dificuldade em verificar a criatividade nos atos simples da vida porque acreditamos que a criatividade é algo próprio dos cantores, pintores e demais artistas. Criamos obstáculos à criatividade.Como expandir a capacidade criativa das pessoas? Reconhecimento; flexibilidade das lideran-ças e estímulo ao autodesenvolvimento.