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9 "Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas." Voltaire Texto I Enchentes Enchente não é, necessariamente, sinônimo de catástrofe. É apenas um fe- nômeno natural dos regimes dos rios. Não existe rio sem enchente. Por outro lado, todo e qualquer rio tem sua área natural de inundação. As inundações passam a ser um problema para o homem quando ele deixa de respeitar esses limites naturais dos rios. Por exemplo, quando remove as várzeas e quando se instala junto às margens. Ou então quando altera o ambiente de modo a modificar a magnitude e o regime das enchentes, quando desmata, remove a vegetação e impermeabiliza o solo. Como o homem altera as características da bacia? De diversas formas. A primeira, ou a mais importante, é quando ele suprime a cobertura vegetal e introduz obras com características de impermeabilização do solo, como construção de casas, telhados, pavimentação de ruas, quintais etc. Perdemos a capacidade de retenção da água através da vegetação e per- demos também a capacidade de infiltração dessa água no solo. Por conseguinte, os volumes de água que chegarão nos rios serão sempre maiores. E, portanto, os prejuí- zos das inundações também serão maiores. A pergunta que fica é: como podemos enfrentar o problema dos prejuízos decorrentes das inundações? Existem basicamente três formas: a primeira é não ocupar as áreas de inun- dação; a segunda é não alterar - ou alterar o menos possível - as características físicas da bacia hidrográfica. E, por último, através da implantação de obras de contenção de cheias, como a construção de barragens, reservatórios, construção de diques para proteção de áreas de riscos altos de inundação, enfim, outras obras de engenharia, do tipo desassoreamento de rios e ampliação de seus leitos.

PROPOSTA DE REDAÇÃO 03

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"Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas respostas."

Voltaire

Texto I

Enchentes Enchente não é, necessariamente, sinônimo de catástrofe. É apenas um fe-

nômeno natural dos regimes dos rios. Não existe rio sem enchente. Por outro lado, todo e qualquer rio tem sua área natural de inundação. As inundações passam a ser um problema para o homem quando ele deixa de respeitar esses limites naturais dos rios. Por exemplo, quando remove as várzeas e quando se instala junto às margens. Ou então quando altera o ambiente de modo a modificar a magnitude e o regime das enchentes, quando desmata, remove a vegetação e impermeabiliza o solo.

Como o homem altera as características da bacia? De diversas formas. A primeira, ou a mais importante, é quando ele suprime

a cobertura vegetal e introduz obras com características de impermeabilização do solo, como construção de casas, telhados, pavimentação de ruas, quintais etc.

Perdemos a capacidade de retenção da água através da vegetação e per-demos também a capacidade de infiltração dessa água no solo. Por conseguinte, os volumes de água que chegarão nos rios serão sempre maiores. E, portanto, os prejuí-zos das inundações também serão maiores.

A pergunta que fica é: como podemos enfrentar o problema dos prejuízos decorrentes das inundações?

Existem basicamente três formas: a primeira é não ocupar as áreas de inun-dação; a segunda é não alterar - ou alterar o menos possível - as características físicas da bacia hidrográfica. E, por último, através da implantação de obras de contenção de cheias, como a construção de barragens, reservatórios, construção de diques para proteção de áreas de riscos altos de inundação, enfim, outras obras de engenharia, do tipo desassoreamento de rios e ampliação de seus leitos.

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"Todas essas obras têm uma característica comum: são extremamente caras e onerosas para a sociedade. Conquanto tenha um certo grau de eficiência, nós pode-mos dizer que elas não são absolutamente eficazes porque, mesmo contando com essas obras, sempre haverá um evento de chuva, um evento de cheia que provocará uma inundação maior do que aquelas para as quais essas obras foram projetadas". Constante Bombonatto, Engenheiro da SABESP, especialista em ciclo hidrológico.

Foto: Jornal Folha de São Paulo

Fonte: Sabesp

10/01/2012 06h42 - Atualizado em: 10/01/2012-07h10 Texto II

Enchentes no RJ deixam desalojados moradores de comunidades rurais

Agricultores se mudam pra barracas para escapar da água.

As cidades mais afetadas são Itaperuna e Cardoso Moreira.

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As enchentes estão causando problemas às comunidades rurais do norte e

do nordeste no Rio de Janeiro. Quatro famílias tiveram de se mudar às pressas para

a igreja de Santa Rita, em Cardoso Moreira. Nos bancos foram colocados móveis e

eletrodomésticos.

As cerca de 350 famílias que moram nos locais atingidos pelas enchentes es-

tão sendo transferidas para locais seguros. O Exército, com a ajuda de bombeiros e

da Defesa Civil, montou barracas na parte mais alta da cidade.

A população de Três Vendas segue uma rotina de vigia e de lamentação. O

empresário José Salvador, de Rio das Ostras, levou água mineral para a doação. “Eu

trouxe de espontânea vontade para dar contribuição”, diz.

No final de semana choveu na região noroeste do estado o volume espera-

do para dez dias. Por isso, o nível da água na comunidade voltou a subir. Segundo a

Defesa Civil, a previsão para os próximos dias não é nada animadora. A situação

pode piorar.

A situação em Itaperuna também é bastante preocupante porque o rio Muriaé

continua subindo rapidamente. A última medição, feita na manhã desta terça-feira

(10), marcou quatro metros acima do nível normal. A cidade vive a segunda enchente

violenta em apenas oito dias.

Em toda região norte e noroeste do Rio de Janeiro, há mais de 10,5 mil pes-

soas desalojadas. As cidades mais afetadas são Itaperuna e Cardoso Moreira.

www.g1.globo.com

PROPOSTA 1 (ENEM)

Considerando os textos como motivadores, redija um texto DISSERTATIVO-

-ARGUMENTATIVO a respeito do seguinte tema: Solucionar enchentes é questão de escolha governamental?

PROPOSTA 2 (UECE) Janeiro começou com tragédias causadas por enchentes na região Sudeste

e, mais uma vez, muita gente morreu ou ficou desabrigada. Você já se imaginou no lugar das vítimas dessas enchentes? Faz ideia do

que sentiram? A partir da leitura dos textos I e II, estabeleça relações com os recen-tes fatos noticiados e, a seguir, produza uma CRÔNICA NARRATIVA, sob a ótica de um sobrevivente de uma das enchentes.

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PROPOSTA 3 (ITA) Considerando a charge reproduzida abaixo, identifique seu tema e elabore

um TEXTO DISSERTATIVO defendendo um ponto de vista relacionado à questão em foco.

por Sebastião Marques www.matutando.com/2011/01/17/charge-enchentes

Marcelo: 14-03-12 – Rev.: Iris