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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS (LICENCIATURA À DISTÂNCIA) ADELFRANIO RODRIGUES DE ASSIS UM ENFOQUE SOBRE A PREVENÇÃO DAS DROGAS NAS AULAS DE CIÊNCIAS ATRAVÉS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS JOÃO PESSOA PB 2014

TCC ADELFRANIO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS

(LICENCIATURA À DISTÂNCIA)

ADELFRANIO RODRIGUES DE ASSIS

UM ENFOQUE SOBRE A PREVENÇÃO DAS DROGAS NAS AULAS DE

CIÊNCIAS ATRAVÉS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

JOÃO PESSOA – PB

2014

ADELFRANIO RODRIGUES DE ASSIS

UM ENFOQUE SOBRE A PREVENÇÃO DAS DROGAS NAS AULAS DE

CIÊNCIAS ATRAVÉS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do Certificado de Conclusão do

Curso de Graduação em Ciências Naturais

(Licenciatura à Distância), pela Universidade Federal da Paraíba. Orientadora: Profª. Dra.

Evaneide Ferreira Silva. Coorientadora: Profª. Esp.

Jailma Simone Gonçalves Leite.

JOÃO PESSOA – PB

2014

ADELFRANIO RODRIGUES DE ASSIS

UM ENFOQUE SOBRE A PREVENÇÃO DAS DROGAS NAS AULAS DE

CIÊNCIAS ATRAVÉS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do Grau de Graduação em Ciências

Naturais. E aprovada em sua forma final pela Universidade Federal da Paraíba na

modalidade à distância.

Data: ____/____/____

________________________________________________

Profa. Dra. Evaneide Ferreira Silva

(Orientadora)

JOÃO PESSOA – PB

2014

AGRADECIMENTOS

A Deus, eu quero agradecer em primeiro lugar, pois ele nos ilumina e nós guia pela vida, e

assim nos inspira a renovar todos os dias e noites a nossa fé.

Aos meus pais, Aulinda Rodrigues de Assis (IN MEMORIAN) e Francisco de Assis (IN

MEMORIAN), que, embora não estando aqui mais presentes fisicamente, mas, está sempre

presente no meu coração e no pensamento, que de onde eles estiverem torcem por mim,

protegendo-me, iluminando, dando-me força, e carinho. Obrigado por tudo! Saudades

eternas!

A minha querida esposa Alba, e minha amada filha Anna Cllara, razões de tanto esforço

nesta vitoria, motivos de alegria, felicidade e carinho em minha vida.

A meus irmãos, a toda minha família que, com muito carinho e apoio, sempre

incentivaram a prosseguir nesta etapa de minha vida.

A professora Drª. Evaneide Ferreira minha orientadora, que foi essencial, a peça chave

desta vitoria, compartilhando, sempre junto, no que era possível, quanto vezes riamos

juntos na hora das duvidas que a senhora explicasse... Lembra! É Professora você se

tornou uma grande amiga, nessas poucas palavras deixo expresso meu sentimento de

gratidão.

A minha querida amiga professora Jailma Simone Gonçalves Leite coorientadora que

sem duvida se dou de verdade na orientação e auxilio com a professora Evaneide,

obrigado pela compreensão e pela amizade.

Aos responsáveis pela Escola Municipal “Decisão”, pelo acolhimento, e respeito para

conosco, aos amigos professores, e os queridos alunos dos quais foram tão importantes na

no desenvolvimento desta monografia.

Ao amigão José Vieira, tutor presencial da UFPB Virtual, polo de Pombal, pela sua

dedicação e empenho de estar sempre presente nessa jornada.

Aos meus queridos professores e tutores a distância da plataforma, que foram os

precursores desta minha formação, pois, através de seus ensinamentos e suas

contribuições, que fizeram exigir de mim muito mais esforço e aprendizado.

Aos meus grandes amigos de curso que com certeza jamais esquecerei, pelos os bons

momentos compartilhados, nas alegrias e angustias nesta longa caminhada.

Enfim, agradeço a todos vocês, que de forma direta ou indiretamente, compartilharam

comigo essa grande alegria. A todos vocês meu muito obrigado!

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu

tamanho original” (Albert Eistein).

RESUMO

O uso de Histórias em Quadrinhos (HQs) é uma ótima ferramenta no processo ensino

aprendizagem uma vez que esta ajuda os educandos a assimilarem de forma mais rápida

conteúdos do bloco de ciências naturais. Além disso, as HQs transformam as aulas de

ciências, pois as torna participativas e dinâmicas. Neste sentido, este trabalho utilizou

HQs como recurso didático para abordar um tema preocupante nos dias atuais, as

drogas. Nesta pesquisa, utilizou-se da pesquisa de campo e quantitativa para avaliar o

nível de conscientização dos discentes sobre as drogas e aplicar as HQs como recurso

didático a partir de uma amostragem de 28 discentes de uma turma do 6º do ensino

fundamental de uma escola pública. Os resultados obtidos comprovaram que a

utilização de HQs como instrumento didático pode ser considerado um facilitador do

aprendizado, uma vez que 96% dos alunos responderam serem favoráveis a este tipo de

recurso nas aulas de ciências. Foi verificado que 93% dos discentes acharam que a aula

com HQs foi boa, interessante e dinâmica. Diante disso torna-se necessária a inclusão

de HQs em temas abordados nas ciências naturais, mesmo que haja resistência em sair

dos velhos métodos tradicionais na sala de aula. No entanto, ficou evidenciado que os

discentes não tinham o conhecimento amplo acerca das drogas já que não conseguiram

expressar suas opiniões e que existe uma grande lacuna sobre as drogas tanto no

ambiente escolar como no familiar. Entretanto, verificou-se que as HQs foram muito

bem recebidas por facilitar a interação, a aprendizagem, o conhecimento crítico e

criativo de forma prazerosa.

Palavras chave: Historias em Quadrinhos; Drogas; Ensino-Aprendizagem.

ABSTRACT

Using Comics ( comics ) is a great tool in the learning process since it helps the students

to assimilate more quickly contents of the natural sciences block. Moreover, the comic

turn science classes , because makes participatory and dynamic . In this sense , this

study used comics as a teaching tool to address an issue of concern these days , drugs .

In this research , we used field research and quantitative to assess the level of awareness

of students about drugs and apply the comics as a teaching resource from a sample of 28

students in a class of 6 elementary school in a public school . The results demonstrated

that the use of comics as an educational tool can be considered a facilitator of learning ,

since 96 % of students responded were in favor of this type of resource in science

classes . It was found that 93 % of students thought the lesson with comic was good ,

interesting and dynamic . Therefore it becomes necessary to include comics in subjects

of the natural sciences , even though there is resistance to leave the old traditional

methods in the classroom . However , it was evident that the students had no extensive

knowledge about drugs that have failed to express their opinions and that there is a big

gap on drugs both at school and in the family . However , it was found that the comics

were very well received by facilitating interaction , learning , creative and critical

knowledge in a pleasant way .

Keywords: comics; drugs; Teaching and Learning

.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................13

2.1 Abordagem sobre a Prevenção de Drogas.................................................................13

2.2 Drogas: Uma Prática Humana, Milenar e Universal.................................................16

2.3 Aspectos Sociais que Levam ao Consumo de Drogas...............................................17

2.4 Fatores de Risco e de Proteção Associados com Uso de Drogas..............................18

3 O CONCEITO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQ’s)...........................19

3.1 Estruturas das Histórias em Quadrinhos..............................................................20

3.1.1 Linhas de Movimento.............................................................................................20

3.1.2 Os Balões................................................................................................................21

3.1.3 Onomatopeias.........................................................................................................21

3.1.4 Quadros, Requadros ou Vinhetas...........................................................................21

3.1.5 Legenda..................................................................................................................22

3.2 Um Conceito das Histórias em Quadrinhos no Brasil..........................................22

3.3 As Histórias em Quadrinhos Introduzidas na Educação.....................................25

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................26

4.1 Caracterizações da Pesquisa......................................................................................26

4.2 Ambiente da Pesquisa................................................................................................28

4.3 Instrumentos da Pesquisa...........................................................................................29

4.4 Análise dos Dados.....................................................................................................30

4.5 Análise do Pré-teste e Resultados..............................................................................31

4.6 Resultados e Analise do Pós-teste.............................................................................36

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................44

APÊNDICE I..................................................................................................................50

APÊNDICE II................................................................................................................51

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Caricatura de Dom Pedro II, criada por Angelo Agostini.

Figura 2 - Revista “O Tico Tico” publicada no Brasil em 1095.

Figura 3 - Revista Gibi produzida em 1939, pelo grupo Globo.

Figura 4 - Personagens das historinhas da Turma da Mônica.

Figura 5 - Aplicação do questionário de sondagem sobre drogas I

Figuras 6 e 7 - Aplicação de duas aulas expositivas e dialogadas sobre o conteúdo

drogas.

Figura 8 - Aplicação do questionário de sondagem sobre drogas II

Figura 9 - Gênero dos alunos pesquisados.

Figura 10 - Média de idade dos alunos.

Figura 11 - Conhecimento dos alunos sobre os tipos droga que conhecem.

Figura 12 - Opiniões dos alunos sobre o efeito das drogas no organismo quando

consumidas.

Figura 13 - Opiniões dos alunos sobre diálogos realizados com pais ou responsáveis

sobre as drogas.

Figura 14 - Respostas dos alunos sobre convivência com algum tipo de droga.

Figura 15 - Opiniões dos alunos sobre o conhecimento de algum parente, amigo ou

conhecido que esteja envolvido ou já se envolveu com algum tipo de droga?

Figura 16 - Os tipos de drogas que mais chamaram atenção no decorrer da aula.

Figura 17 - Com as demonstrações dos quadrinhos quais as consequências das drogas

para o nosso organismo quando consumidas?

Figura 18 - Você poderia se sentir atraído por algum tipo de droga.

Figura 19 - A utilização das HQs como recurso didático contribui para uma melhor

aprendizagem.

Figura 20 - Questionamento sobre a aula.

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1 INTRODUÇÃO

No mundo atual globalizado a humanidade vive um intenso momento de

prosperidade e desenvolvimento diante de novas tecnologias. Também vive uma fase de

expansão e liberdade ao se tratar de drogas. Essa questão das drogas está interligada ao

problema de saúde pública, educação, política, social, prevenção, entre outros fatores. E

com isso as drogas se tornam um fenômeno sociocultural mundial, ou seja, sua presença

tem disseminado na sociedade.

Vale ressaltar que atualmente o uso de drogas se configura como uma

problemática que vem crescendo a cada dia, e o que se percebe muitas vezes é o

despreparo das pessoas para enfrentar essa situação. Uma abordagem dessa

problemática no contexto escolar se faz necessário, pois possibilita identificar práticas

preventivas que sejam bem sucedidas e sua possível divulgação, bem como, possíveis

sugestões dentro da área preventiva (MURER et al., 2009).

A escola é um grande agente de socialização dos jovens, pois eles desenvolvem

a capacidade de estabelecer relações, a percepção da experiência sensorial e das

necessidades pessoais, a autoestima, a confiança, as competências de comunicação e a

identidade, porém, também é um espaço onde o uso de drogas está em crescimento.

A temática das drogas se torna um dos temas transversais presentes nos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que tratam de saúde. Saúde como fator de

promoção e saúde e estratégia para a conquista dos direitos de cidadania (BRASIL,

1987). É necessário, portanto, uma educação preventiva e conscientizadora que envolva

a participação de alunos, pais, professores, e comunidade em geral sobre os efeitos e

consequências maléficas causadas pelas drogas, que atinge a vida humana nos aspectos

físico, psíquico e social.

Portanto, nessa pesquisa foram realizadas aulas expositivas em uma turma do

6º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental do município de Pombal – PB, com

discentes com a média de idade entre 10 a 20 anos. Com isto, surge a necessidade de

uma pesquisa que venha envolver os aspectos supracitados de forma dinâmica e

agradável possibilitando que o discente trabalhe na construção das Historias em

Quadrinhos HQs, expressando seus sentimentos e ideias de maneira lúdica e prazerosa,

com enfoque sobre a prevenção das drogas nas aulas de ciências. Desta forma, as HQs

12

vêm contribuir na produção de conhecimento e conceitos consolidados como

conhecimento novo para os participantes da pesquisa, facilitando assim seu papel de

formar indivíduos com condições de refletir sobre a sociedade em que ele vive.

De acordo com Almeida (1998), é necessária a utilização de diversos

instrumentos pedagógicos que desperte nos alunos a prevenção às drogas. No entanto,

as atividades lúdicas são ferramentas de grande valia nesta tarefa, por ser consideradas

indispensáveis ao desenvolvimento das atividades intelectuais e sociais superiores, uma

vez que proporcionam autoexpressão e participação social do indivíduo.

Conforme Sartori e Monteiro (2003), as HQs se apresentam como um

instrumento lúdico que muito contribui para a nossa formação cultural, principalmente

através de suas ilustrações, personagens criados para campanhas, cartilhas e uma série

de matérias que enfocam as questões sobre a prevenção ao uso das drogas que devem

ser levadas para o cotidiano popular.

Desse modo, as histórias em quadrinhos são importantes veículos de

informações e conhecimentos na questão drogas e no que diz respeito aos malefícios

provocados nos indivíduos e perpassando para os familiares, comunidade e a sociedade

em geral.

Neste sentido este trabalho tem como objetivo geral promover conscientização

dos discentes sobre o problema das drogas na sociedade. Os objetivos específicos foram

direcionados para: coletar informações sobre o conhecimento prévio dos discentes

acerca do tema; aplicar uma aula expositiva; utilizar intervenções lúdicas como HQs

para reavaliar o nível de conhecimento dos discentes.

13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Abordagem sobre a Prevenção de Drogas

As drogas psicoativas, ou seja, substâncias naturais ou sintéticas que ao serem

absorvidas pelo organismo humano, através da ingestão, injeção, inalação ou absorção

da pele penetra na corrente sanguínea e alcança o cérebro, afetam o equilíbrio e

provocam em seus usuários diversas reações dentre elas a agressividade. Ela é

considerada um elemento ilícito, de má prática, podendo se tornar nociva para o

indivíduo, com o poder para alterar suas atividades mentais, seus sentidos, seu animo e

a sua conduta.

De acordo com o Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de

São Paulo (UNIFESP/EPM) a palavra droga se originou através da expressão holandesa

“droog”, que seu conceito era considerado ramos de folhas dissecadas, pois na

antiguidade a maioria dos medicamentos era baseada nos vegetais. Portanto, hoje,

alucinógenos obtidos artificialmente são fabricados em laboratórios.

Com isso, as drogas tornaram-se um motivo de preocupação no mundo todo

em virtude do uso de cada vez mais precoce de seus usuários, e assim agravando os

riscos de saúde da população, passando a ser considerado um problema de saúde

pública. A família dentro deste contexto procura soluções para conviver com esse

problema. Acerca disso, os autores Nery Filho e Torres (2002, p.29) completam dizendo

"... Além de sentimentos de angústia, desespero e impotência nos familiares, busca-se

um culpado para o que, em geral, passa a ser um drama familiar".

As primeiras experiências de contato com as drogas ocorrem na fase da adolescência, na

qual é marcada por intensas transformações. Ela aparece nesta fase muitas vezes como

uma ponte que permite o estabelecimento de laços sociais, propiciando ao indivíduo o

pertencimento a um determinado grupo de iguais, ao tempo que buscam novos ideais e

14

novos vínculos, diferentes do seu grupo familiar de origem (NERY FILHO e TORRES,

2002, p.31).

Sendo assim as drogas vem se tornando um agravante na estrutura social, uma

vez que, no decorrer do tempo, seus consumidores passam a trazer cada vez mais

problemas à família e à população, devido as suas mudanças emocionais,

comportamentais, e funcionais. Visto que este agravante do consumo de drogas se torna

mais visível no convívio familiar, pois de acordo com autor:

As primeiras contestações, geralmente, ocorrem no ambiente familiar, onde o

adolescente começa a questionar comportamentos que lhes são impostos

como se fossem leis e passa a exigir da família e do ambiente que o cerca,

respostas coerentes aos seus questionamentos. (CALDEIRA, 1999, p.16).

O contexto escolar e uma boa opção de contato de direto para que os indivíduos

possam ter um esclarecimento quanto ao consumo das drogas, já que a escola é um local

privilegiado para a educação e na formação dos adolescentes. A escola em nosso mundo

é o lugar que temos privilegiado como o espaço educativo para as novas gerações. Aos

olhos da sociedade a invasão‟ das drogas nesse lugar, privilegiado‟ tem significado um

imenso descontrole social… (AQUINO, 1998, p.72). Portanto, é notório afirmar que a

escola é muito importante na vida dos indivíduos, sendo um mecanismo que contribui

na integração individual e social do ser humano.

Desta forma, a escola é vista como ambiente de socialização, em que é preciso

uma maior atenção para as problemáticas que surgem na sociedade em virtude das

drogas.

Portanto, a unidade escolar pode ser vista como local de acesso para esse

público, tornando-a um espaço propício no combate ao uso de drogas por meio de ações

preventivas. Wânier Ribeiro (2005) aponta que “… o consumo de drogas ilícitas

aumentava na sociedade (…) na escola as evidências ao problema.” (2005, p.12).

No Brasil, a educação está presente em sua Constituição Federal, no artigo 6º,

sendo apreciada como um direito de todos e dever da família e do Estado, conforme é

regido pelos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, sendo que

sua finalidade é o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da

cidadania e sua qualificação para o trabalho, ou seja, sua preparação para sua vivência

em determinado ambiente social, o qual está inserido (BRASIL, 1998).

15

Além disso, a instituição escolar é classificada como o ambiente propício para

rebater assuntos ligados ao conteúdo de prevenção abusivo das drogas. Soma-se a isso,

a experiência dos professores, mas com pouca disponibilidade de explorar e trabalhar

esse tema. Na visão dos educandos, os seus professores na maioria das vezes relatam

muito pouco sobre esse assunto. Luís (2006) destaca que há quem aponte a escola como

estando na gênese da delinquência juvenil, indicando principalmente duas causas: “[…]

a sua incapacidade para fazer face ao papel de socialização e o insucesso escolar e as

condutas desviantes que lhes estão associadas.” (LUÍS et al, 2006, p.36)

Com isso, há o agravo da importância concedida empregada na família e na

escola, no que compele a vida dos adolescentes, não existe neste meio social espaço

para um diálogo sincero a respeito do assunto drogas, conforme a necessidades dos

educandos.

Daí recai a necessidade de criar mecanismos de abordagem sobre o referido

tema, de modo que haja interatividade entre professor e aluno, com discussões abertas e

claras. Para isso se faz necessário que os estabelecimentos de ensino busquem encarar

com firmeza juntamente com os demais setores sociais existentes, no intuito de

esclarecer os jovens sobre os malefícios causados pelo consumo das drogas. Assim as

escolas que se apresentam afastadas da abordagem desta realidade aos seus alunos sobre

esse tema tornam-se alvos das drogas. De acordo com estudo realizado por Andre e

Vicentin (1998, p.74)

A escola, do ponto de vista da droga, parece ser o melhor ponto de

distribuição. Não porque é incapaz de reprimi-la, mas porque não oferece

concorrência do ponto de vista do cliente de ambas, o adolescente. Se a

escola está distante dos sonhos do jovem, se produzem fracassados, incapazes

e impotentes, está se tornando o melhor ambiente de venda de drogas. Escola

e drogas têm trabalhado juntas, convergentemente.

Demasiadamente a escola se torna um elemento fundamental no processo de

conscientização e construção da formação do cidadão, pois, os envolvidos neste

processo começam a conviver dentro da sociedade a partir deste ambiente. “[…]

educação sadia, via ajustada de princípios da realidade e ambiente de compreensão, quer

no lar, quer no meio social” (FERNANDES, 1990, p.276)

16

No que descreve Sanchez et al. 2011, a informação é considerada como a

coleção de conhecimentos sobre o tema drogas, englobando efeitos, consequências do

uso, abuso e dependência, e é motivo relevante à negação da experimentação e

consequente uso/abuso de substâncias ilícitas em adolescentes que não são usuários.

É importante estar aberto à informação, pois, traz consigo um conjunto de

conhecimentos sobre drogas, a qual vem contribuir para conhecermos os efeitos,

consequências do uso abuso e dependência nos indivíduos. É preciso abordar este

assunto com cautela, à medida que é necessário estudar a saúde como elemento de

promoção coletiva e integradora onde deve se explorar a prevenção ao uso de drogas.

Conforme Santos e Bógus (1997, p. 17 (3):123-133.) a escola tem papel fundamental

enquanto agente promotor de cidadania e, de um modo geral, de qualidade de vida;

comprometida com os projetos de vida e as aspirações dos jovens nela inseridos.

Finalmente, a partir das reflexões que envolvem a prevenção ao uso de drogas,

constitui-se uma compreensão crítica e global do ambiente estudado, de forma que

possibilite o alunado a adotar uma posição consciente e participativa a respeito das

questões relacionadas, construindo assim valores sociais.

2.2 Drogas: Uma Prática Humana, Milenar e Universal

Na visão de Escohotado (1999, p.25) [...] a história das drogas é uma história

inserida dentro da história da humanidade, que com o passar dos anos tão somente fez

variar o papel que dessas substâncias desempenham e o uso que se faz delas em cada

cultura [...]. Com isso, diante dessa analise podemos dizer que as drogas estiveram

presentes nas sociedades mais remotas estando ligada a evolução histórica da

humanidade, abrangendo deste modo os contextos sociais, cultural econômico,

religioso, medicinal, psicológico, como também na busca do prazer.

Deste modo a humanidade busca caminhos de prevenção lançado para

diminuição dos riscos estaria na contestação ao combate às drogas, que preserva a

exclusão dos elementos ilegais e a intolerância em relação a seus usuários. Por outro

lado a postura da erradicação das drogas se torna irreal num contexto em que evidências

17

históricas demonstram que todas as sociedades humanas conviveram com algum tipo de

substância psicoativa e que trabalhar no sentido de erradicar todas as formas de uso de

drogas fere princípios éticos e direitos civis por ditar normas e controlar os indivíduos

muito além do que é direito do Estado e das instituições (CARLINI-COTRIM, 1998, p.

19-30). De acordo com o pensamento do autor as sociedades humanas de alguma forma

conviveram com alguma substância entorpecente e poderão continuar a conviver sejam

elas legais ou ilegais do consumo, podendo acarretar consequências perigosas, desde

problemas de cunho pessoal e social. Com isso, o ato de consumir drogas, não é recente

na História da humanidade, tampouco de determinada cultura.

Por outro lado, o fato das drogas estarem presentes na nossa sociedade

moderna, não se deve a sua existência apenas aos traficantes, como também ao

funcionamento da própria estrutura da sociedade, que propicia substâncias psicoativas a

pessoas, desde um simples cigarro até o uso de crack e outras drogas consideradas

perigosas.

2.3 Aspectos Sociais que Levam ao Consumo de Drogas

O problema droga está estreitamente ligado aos adultos, jovens e crianças que

procuram adquirem-nas, em decorrência de suas motivações pessoais e das pressões

oriundas das estimulações sociais. Porém, que há um conjunto de fatores que leva

crianças e adolescentes ao consumo tanto de substâncias ilícitas como das chamadas

“drogas legais”, como o álcool e o cigarro. A solução não é rápida ou fácil e que não é

possível apontar uma causa única do problema.

Do ponto de vista de Carina Luís, “a prevenção é um conceito relativamente

recente, que surge associado aos fundamentos conceptuais da saúde mental.” (LUÍS,

2006, p.38) Descreve sobre a prevenção ao uso de drogas, que de acordo com o

conhecimento popular: “mais vale prevenir do que remediar”, no fundo é isso que a

prevenção pretende. Os trabalhos preventivos desenvolvidos nas escolas procura

mostra aos alunos a multiplicidade de fatores que estão envolvidos no consumo das

drogas e de como trabalhar esse assunto com informações corretas, mas dentro de um

18

contexto que permita uma discussão crítica do tema e não meramente um discurso

punitivo ou moralista.

O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) conceitua:

Analisar o uso de drogas entre jovens é muito importante por várias razões.

Primeiramente, O uso de drogas tem seu início durante sua juventude e é

entre os jovens que as atividades de prevenção às drogas têm maior índice de

incidência […] (2009, p.15).

No entanto, verifica-se que os jovens são os primeiros a serem vítimas das

drogas decorrente do uso das mesmas que assola seu cotidiano e atingindo seu

comportamento, se tornando um problema de longa duração, ou seja, crônico, em

muitos lugares da sociedade entre os jovens, requerendo assim um trabalho conjunto

entre a escola, família e a sociedade.

2.4 Fatores de Risco e de Proteção Associados com Uso de Drogas

É preciso destacar que os fatores de risco ou de proteção, não têm caráter

determinante, portanto, são elementos na vida de uma pessoa que podem aumentar ou

diminuir a probabilidade de algo adverso ocorrer, isso se dá em decorrência de

situações que vem a ocorrer no dia a dia de cada um. Deste modo, a combinação desses

fatores de risco pode tornar uma pessoa mais suscetível ao abuso de drogas e ainda

interferir na recuperação, assim como fatores de proteção que auxiliam no afastamento

do indivíduo ao consumo de drogas (LEMOS, 2004, p.11).

Esses fatores apresentam-se nos mais diversos segmentos sociais, como: no

próprio indivíduo, na família, na escola, nos amigos (entre os pares) ou na comunidade,

e isso se torna necessário o investimento em profissionais qualificados, que entendam

tanto do efeito das drogas no organismo como das suas implicações sociais, pois muitos

ainda tendem a se “preocupar” apenas com o aspecto social numa ótica e na outra

apenas o biológico, e acabam não compreendendo o movimento das drogas no

organismo humano.

19

Em um contexto familiar e social de uma maneira totalizante, ressaltamos que

todo o profissional deve estar sempre buscando uma compreensão tanto em relação aos

aspectos causais no organismo humano, bem como as suas implicações social, bem

claro o pensamento (KOWALSKY, 1997, p.24).

Somam-se a isso vários fatores de risco e de prevenção, que fazem parte da

rotina da vida das crianças, e dos adolescentes, que podem aumentar ou diminuir a

possibilidade de experimentação das drogas e do uso eventual da dependência

propriamente dita. Isso sobre põe, provavelmente, pela falta de afetividade por parte dos

familiares, da violência doméstica e da baixa autoestima.

Vale ressaltar que, ”a falta de suporte parental, uso de drogas pelos próprios

pais, atitudes permissivas dos pais perante o uso de drogas, incapacidade de controle

dos filhos pelos pais, indisciplina e uso de drogas pelos irmãos são fatores

predisponentes à maior iniciação ou continuação do uso de drogas por parte dos

adolescentes” (BARRETO, 2000, p.39).

Portanto na visão do autor, é preciso possuir conhecimento do problema, para

que se possa agir de forma participativa envolvendo os diversos elementos sociais a

exemplo: cidadãos, família, escola e comunidade. Isto tudo para que haja a

possibilidade de encarar a problemática das drogas, cujo enfoque está estreitamente

preocupado na busca de soluções que levam o indivíduo a ter uma vida saudável, sem a

presença de drogas.

3 A ARTE DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQs)

As histórias em quadrinhos são consideradas um gênero da literatura narrativa,

por meio de desenhos e textos que utiliza de discurso direto com características da

língua falada que contém a narração através de imagens, apresentando ideias ágeis para

suas narrativas. Conforme o pensamento de Martins (2004).

Quadrinhos ou histórias em quadrinhos são narrativas feitas com desenhos

sequenciais, em geral no sentido horizontal, e normalmente acompanhado de

textos curtos e diálogos e algumas descrições da situação,

20

convencionalmente, apresentados no interior de figuras chamadas balões. [...]

É importante salientar que a HQ faz parte das narrativas, são tecidas numa

certa sequencia, para que haja entre os leitores, o entendimento da história.

(MARTINS, 2004, p. 2353).

O termo HQs vem exatamente da intenção de narrar uma ilustração através de

quadros no qual seu público se concentra nas crianças, adolescentes e os adultos e com

isso engloba os diferentes níveis sociais e educacionais, e tem como objetivo principal

transmitir uma ideia, ou seja, narrar uma história ou um evento, pois se utiliza de

tratamento, estruturação, organização através de vinhetas e diálogos, que se caracteriza

de forma física e moral por personagens que divertem os leitores.

A definição das histórias em quadrinhos merece também destaque na visão de

Gubern (1979, p.13) na qual define as HQs como, “uma arte popular, com seus próprios

meios de expressão”, cujas expressões vêm retratar uma sequencia coerente de registro

e também um enredo narrativo, através de forma ilustrativa e de fácil entendimento.

3.1 Estruturas das Histórias em Quadrinhos

Acerca das características da linguagem própria das Histórias em

Quadrinhos, destaca-se a uma série de elementos que constituem a linguagem dos

quadrinhos, os quais estão apresentados da seguinte forma: pelas linhas de movimento,

a representação de sons por meios de balões e onomatopeias e a estrutura das páginas

com quadros e requadros ou vinhetas e a legenda, fornecendo deste modo, sentido as

histórias que podemos destacar abaixo:

3.1.1 Linhas de Movimento

Linhas cinéticas indicam o movimento dos personagens ou a trajetória de

objetos em plena ação, tais como automóveis e outros meios de locomoção, balas que

21

saem de pistolas, pedras atiradas por alguém, etc. (SANTOS, 2003, p. 26). Desse modo

as linhas cinéticas ou linhas de velocidade, são na verdade formas gráficas usadas nas

histórias em quadrinhos para representar a ilusão de movimento e/ou trajetória

dos objetos ou personagens em uma única cena.

Estas linhas são compostas de cores, que formam o requadro no seu interior,

sendo utilizado para expressar as emoções dos personagens. Nas HQs as linhas de

movimento podem desenvolver um cenário no qual o objeto existente na cena pode se

deslocar sobre ele, separando cada momento da ação através dos requadros, permitindo

assim a sensação de continuidade da ação.

3.1.2 Os Balões

Os balões são elementos característicos das HQs. Neles encontramos os

diálogos e pensamentos dos personagens. No ponto de vista de Eisner (2001), o

balão tem como antecedente histórico os filactérios, faixa com palavras escritas junto à

boca dos personagens em algumas pinturas de artistas cristãos da Idade Média. E têm a

finalidade de organizar e estruturar os diálogos, textos e pensamentos estabelecendo

relações entre os personagens da história e das cenas. Os balões geralmente são

apresentados com o formato de uma nuvem.

3.1.3 Onomatopeias

As onomatopeias assim como os balões, é um elemento visual, dão vida as

HQs, pois o ruído, nos quadrinhos, tornam visíveis os efeitos sonoros, como descrito

pelo autor “o efeito de um ― buum! ou de um ― crash!” (CIRNE, 1970, p. 23), e

assim, vem à representação da ação na cena, procurando com isso expressar mais

precisamente a emoção ou ruído dentro da narração.

22

Visto que as onomatopeias, podem se encontrar dentro ou fora dos balões,

apresentando esses sons pelos símbolos e palavras empregadas na ação, podendo ser

observado no letreiramento a utilização de recursos gráficos para se criar o clima da

sequencia ou mostrar a intensidade do som.

3.1.4 Quadros, Requadros ou Vinhetas

Ao tratar de quadros e requadros enfatiza-se que no tempo e o espaço os

quadrinhos estão fundidos. Em que o tempo é expresso para o leitor a cada quadro que é

lido, utilizando-se de representação gráfica. Com isso, entende-se que o quadro nas HQs

é o espaço que representa um recorte temporal. Afirma Cagnin (1975, p.86):

“[...] o quadrado ou retângulo que delimita cada unidade da série ou

sequencia narrativa de uma HQ, chamado de quadrinho ou vinheta,

apresenta preciosa função informativa para a leitura”.

Essa informação vem apresentar um diálogo. Narrativa, que vem transmitir

alguma mensagem ao leitor, conforme expresso nos quadros. O requadro é também um

importante transmissor de sensações e informações temporais, complementares ao

conteúdo dos quadros, e tem a função de moldura, podendo ser utilizado como um

elemento narrativo, onde sua estrutura tracejada contribui para a leitura das histórias.

3.1.5 Legenda

A legenda é outro item que está presente em grande parte das HQ’s, fazendo

parte de sua estrutura. A legenda se apresenta na parte de cima do requadro, ou seja, no

interior de um quadrado. Muitos autores se utilizam deste espaço como forma de

demonstrar elementos passados em quadros anteriores, a exemplo, uma troca de cenário,

uma resposta ou uma ideia de determinado personagem. Ramos (2009) “Não se pode

compreender o sentido de disposição presente num texto sem que o conteúdo seja lido e

entendido”, através da legenda (2009, p.187).

23

Observando o contexto acima, é possível criar histórias em quadrinhos com

vários roteiros para cada personagem usando a livre criatividade, onde o usuário poderá

ser onisciente iniciando a história várias vezes para ter todos os pontos de

vista possíveis dentro da história. Ou ainda, o usuário pode criar várias versões para a

mesma conclusão. E com sua participação interpretação, poderá modificar os rumos de

uma história, atingindo assim o contentamento da transformação.

3.2 Conceito das Histórias em Quadrinhos no Brasil

No Brasil, o pioneiro da criação das Histórias em Quadrinhos foi o italiano

Angelo Agostini, que criava suas histórias por meio de cortes gráficos e que mais

adiante se tornaria um elemento determinador na construção das HQs brasileiras. Em

janeiro de 1869 apareceu, então, a primeira história em quadrinhos brasileira,

denominadas de “As Aventuras de Nhô Quin” publicada pela revista Vida Fluminense,

Rio de Janeiro. O criador também editou a Revista Ilustrada. A figura 1 ilustra a

caricatura de Dom Pedro II criada por Angelo Agostini.

Figura 1 - Caricatura de Dom Pedro II, criada por Angelo Agostini.

Fonte: <http://www.jblog.com.br/quadrinhos.php?itemid=20522>

24

Já no ano de 1905, iniciaram-se as publicações das Histórias em Quadrinhos na

revista publicada no Brasil “O Tico Tico”. Revista essa que se apresentava com

histórias fechadas e completas (FIGURA 2).

Figura 2 - Revista “O Tico Tico” publicada no Brasil em 1095.

Fonte: <https://sites.google.com/site/zinebrasil02/artigo_bacelar_identidade_hqb>

Em seguida, no ano de 1939, o grupo Globo, de Roberto Marinho, começa a

publicar a revista Gibi, na qual se popularizou rapidamente, tornando-se sinônimo de

histórias em quadrinhos no Brasil como podemos observar na figura 3.

Figura 3 - Revista Gibi produzida em 1939, pelo grupo Globo.

Fonte:<http://www.brasilcultura.com.br/artes-plasticas/historia-em-quadrinhos-no-brasil/>

25

Nos anos 60, Maurício de Sousa marca a história das HQs no Brasil ao criar os

personagens da Turma da Mônica, tendo como o seu primeiro personagem Bidú e seu

dono Franjinha, que na sequencia veio Cebolinha, Mônica, Magali, Cascão entre tantos

outros personagens (FIGURA 4).

Figura 4 - Personagens das historinhas da Turma da Mônica

Fonte: <http://guiaavare.com/noticia/3874/turma-da-monica-para-colorir>

Um motivo que levou a Turma da Monica a ter bastante aceitação do público

brasileiro, tanto pelos adultos e crianças foi o fato das histórias estarem sempre em

sintonia com os acontecimentos contemporâneos da sociedade. As histórias em

quadrinhos passaram a estar presente em diversos países, produzidas pelos autores e

suas publicações que circulam com uma enorme variedade de títulos e tiragens e que

tem o público composto de crianças e jovens.

3.3 As Histórias em Quadrinhos Introduzidas na Educação

As HQs sendo um veículo de comunicação visual impressa, além de um

produto na indústria cultural, tornou-se uma ferramenta de transmissão cultural e

pedagógica.

26

Do ponto de vista de Marly Amarilha (2006, p. 238), as histórias em

quadrinhos na sala de aula vêm trazer não apenas momentos lúdicos, mas também,

favorece o despertar do senso crítico, contribuindo assim na constituição de leitores,

moldando a inteligência, a sensibilidade e os valores dos educandos. Para tanto, as

histórias em quadrinhos no ambiente escolar vem contribuir para a formação consciente

e intelectual dos alunos.

Assim, com a inserção dos quadrinhos nas políticas públicas educacionais, os

livros didáticos passaram a ter uma importante aceitação como meio de linguagem

educacional. No entanto, a grande dúvida seria na maneira de como essas histórias

seriam abordadas nos livros didáticos, como afirma Silva (1983):

As revistas quadrinizadas são tidas como meio de comunicação de massa. E,

por tudo que este meio possa induzir, deveria ser discutido nas salas de aula, no sentido de se poder desvendar o caráter mitológico e ideológico das

ações das personagens que trabalham o comportamento psicológico e social

dos seres humanos na sua realidade e em situações concretas. Portanto, é uma

questão de coerência educacional observar as ilusões, desilusões e embustes

veiculados pelas histórias em quadrinhos nos livros didáticos destinados às

crianças. (SILVA In LUYTEN, 1983, p.60).

Nessa visão, observamos que em outros veículos de comunicação em massa, as

histórias em quadrinhos através de suas formas de expressão: desenhos e a literatura

formam uma fonte de inspiração para as iniciativas didáticas. Assim as HQs destacam-

se por possuírem uma grande variedade de conceitos e conteúdos que contribuem de

maneira significativa no processo educacional. Portanto, a presença das narrativas, das

informações e da linguagem dentro de uma linguagem quadrinizada, tende a oferecer

aos professores uma excelente oportunidade de utilizá-las como um recurso adicional e

atrativo para o processo de ensino e aprendizagem.

27

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A realização desse estudo buscou conhecer dentro do contexto escolar, a

problemática das drogas e as ações que são desenvolvidas pela instituição junto aos

alunos na prevenção do uso de entorpecentes. Ressaltando as práticas voltadas a

promover na comunidade escolar em questão uma alteração em relação à maneira como

é transmitido as informações sobre o uso de drogas.

Deste modo, o desenvolvimento deste trabalho, se deu a partir da aplicação de

uma metodologia quantitativa e estudo de campo. Na qual se trata de uma pesquisa de

levantamento de dados e análise relacionada ao tema, abordado nas histórias em

quadrinhos, como ferramenta auxiliar no ensino de Ciências, através de aulas

expositivas e a utilização de questionários como forma de coleta de dados, com a

finalidade de encontrar elementos que favorecem a aplicação da prática proposta.

4.1 Caracterizações da Pesquisa

Através da aplicabilidade da pesquisa quantitativa, foram coletados dados que

teve como finalidade identificar os conhecimentos prévios dos alunos da turma

selecionada sobre o tema drogas, que de acordo com Mitchell (1987):

Os métodos quantitativos são, essencialmente, instrumentos auxiliares para a descrição. Ajudam a focalizar com maior detalhe as regularidades que se

apresentam nos dados coletados pelo pesquisador. As médias, taxas e

porcentagens encontradas são formas de resumir as características e as

relações que se encontram nos dados (MITCHELL 1987, p. 81-82).

Em outras palavras Demo (1996, p.34) acredita na pesquisa como atividade

cotidiana considerando-a como uma atitude, um “questionamento sistemático crítico e

criativo, mais a intervenção competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente

com a realidade em sentido teórico e prático”.

Como instrumentos de amparo para uma descrição os métodos quantitativos

são considerados descritivos, pois segundo Mitchell (1987, p. 81-82) isto talvez, possa

28

“ajudar a focalizar com maior detalhe as regularidades que se apresentam nos dados

coletados pelo pesquisador. As médias, taxas e porcentagens são formas de resumir as

características e as relações que se encontram nos dados”.

Essa pesquisa partiu das discussões e exposição de opiniões, resultantes do

estudo do diagnóstico conforme as respostas obtidas pelos informantes. Os dados foram

coletados através de questionários semi-estruturados (APÊNDICE I e II), no qual foi

aplicado para os alunos na pesquisa, durante a realização do estudo de campo, que

segundo Oliveira (2003, p. 65) identifica esta pesquisa de campo como método utilizado

na coleta “que permite a obtenção de dados sobre um fenômeno de interesse da maneira

como ele ocorre na realidade estudada”.

Assim através do emprego da pesquisa de campo o pesquisador tenha

facilidade de obter um conhecimento sobre o assunto abordado. Ressalta-se que nesta

etapa é onde se define os objetivos a serem desenvolvidos e de como os dados coletados

serão analisados. Para Mattar (1999, p.81) este tipo de pesquisa ajuda a determinar as

prioridades na investigação. "As prioridades poderão ser estabelecidas porque uma

particular hipótese explicativa surgida durante a pesquisa exploratória parecerá mais

promissora que outras."

Assim para que possam ser conseguidas as informações e o conhecimento

do problema estudado a pesquisa de campo para Ventura (2002, p. 79), necessita

“merecer grande atenção, pois devem ser indicados os critérios de escolha da

amostragem (das pessoas que serão escolhidas como exemplares de certa situação), a

forma pela qual serão coletados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos”.

Também visa oportunizar uma reflexão dos conceitos, ajuda no delineamento

do projeto final da pesquisa e estudar linhas semelhantes, verificando os seus métodos e

resultados, pois, no entendimento de Vergara (2000, p.46), "poderão surgir durante ou

ao final da pesquisa", trazendo assim à tona as dificuldades que os professores têm de se

trabalhar com as turmas o tema drogas, por falta de prática docente ou despreparo do

mesmo na forma de se utilizar de estratégias criativas de explorar tal conteúdo.

Os procedimentos técnicos aqui abordados partiram de um ato previamente

delineado a partir de várias fontes de estudo, pois a mesma tinha a finalidade de levantar

as contribuições culturais e científicas sobre o determinado tema. Segundo Severino

29

(2004, p.15) “a investigação serve como suporte para resolver não só problemas já

conhecidos, mas também como subsídio para explorar áreas em que os problemas ainda

não se cristalizaram suficientemente”.

4.2 Ambiente da Pesquisa

O ambiente selecionado para o desenvolvimento da pesquisa foi a Escola

Municipal de Ensino Fundamental “Decisão”, situada no município de Pombal-PB, a

Rua Cel. João Leite S/N, Centro. Sua infraestrutura é composta por algumas salas

amplas e climatizada, laboratório de informática, biblioteca, auditório.

A escola possui ainda os seguintes recursos disponíveis: retroprojetor,

computadores, maquina de Xerox, micro system (som), mimeógrafos, kits didáticos e

jogos educativos. A referida escola recebe recursos financeiros oriundas do Governo

Federal, esses gerenciados pelo conselho Escolar Municipal.

O quadro atual de alunos matriculados se encontra em 641, sendo 214

pertencentes ao Ensino Fundamental I e 427 Ensino no Fundamental II nos turnos

manhã e tarde. Os alunos selecionados para a execução desta pesquisa foram do turno

da manhã. Todas as atividades realizadas no espaço escola em horário de aula foram

definidas antecipadamente com a administração escola.

O projeto pedagógico da escola foi construído através da realização de reuniões

entre professores e direção, visando à prioridade na educação de qualidade para todos.

No entanto, este não contempla o desenvolvimento de novas práticas educativas. Neste

sentido esse trabalho visou demonstrar uma nova perspectiva na aplicação desses

recursos didáticos de forma a facilitar a compreensão do conteúdo não só apenas para o

tema drogas em questão, mas para as mais diversas temáticas.

4.3 População da Pesquisa

Nessa pesquisa foram realizadas aulas expositivas em uma turma do 6º ano da

Escola Municipal de Ensino Fundamental “Decisão” localizada no município de

Pombal – PB. A mesma funciona nos turnos matutino e vespertino, recebe um alunado

30

em torno de 641 (seiscentos e quarenta e um), sendo 214 (duzentos e catorze)

matriculados no Ensino Fundamental I e 427 (quatrocentos e vinte e sete) no Ensino

Fundamental II.

No entanto, a quantidade de alunos trabalhados nesta pesquisa foi um total de

28, sendo que a média de idade é de 10 a 20 anos. No que diz respeito ao nível escolar

dos professores, todos possuem nível superior, alguns com especialização e mestrado

em curso, num total de 48 (quarenta e oito).

4.4 Instrumentos da Pesquisa

As atividades foram realizadas, inicialmente, através de um questionário de

sondagem sobre as drogas I (APÊNDICE I) com questões abertas e fechadas (FIGURA

5).

Figura 5 - Aplicação do questionário de sondagem sobre drogas I

Fonte: Arquivo pessoal

Em seguida, foram ministradas duas aulas expositivas e dialogadas, com a

utilização das Histórias em Quadrinhos, além de discussões abertas entre o professor

titular, alunos e o pesquisador. (FIGURAS 6 e 7).

31

Figuras 6 e 7 - Aplicação de duas aulas expositivas e dialogadas sobre o

conteúdo drogas.

Fonte: Arquivo pessoal

Posteriormente, foi aplicado um questionário de sondagem sobre as drogas II

(APÊNDICE II), que teve como intenção contribuir para que os alunos expressassem

mais suas ideias e opiniões sobre as causas e efeitos das drogas, como também

mecanismos de prevenção (FIGURA 8).

Figura 8 - Aplicação do questionário de sondagem sobre drogas II

Fonte: Arquivo pessoal

Para o desenvolvimento das aulas expositivas do projeto foram abordados os

seguintes assuntos: Drogas, Classificação das drogas, Tipos de drogas que afetam o

sistema nervoso e o Efeito das drogas no organismo. Para isto, foram utilizados slides

32

contendo HQs com abordagem sobre o conceito de drogas, quais as mais comuns e

acessíveis entre adolescentes e seus efeitos. Deste modo, esta investigação buscou

analisar as possibilidades do uso das HQs na contextualização acerca do tema,

contribuindo nas discussões que envolveram os alunos no processo de

ensino/aprendizagem.

4.5 Análise dos Dados

As atividades da pesquisa foram desenvolvidas como descrito nos itens 4.3 e 4.4.

4.5.1 Análise do Pré-teste e Resultados

Mediante os objetivos propostos inicialmente construídos através da

problemática “drogas” os resultados obtidos, através da análise realizada na pesquisa de

campo, foram observadas as variáveis destacadas para o estudo.

Os grupos de alunos que participaram dessa pesquisa se apresentaram no

universo de 28 alunos, onde 16 são do sexo masculino e 12 do sexo feminino que pode

ser constatado na figura 9. Ressalta-se que a maioria dos discentes não está na faixa

etária ideal para série participante da pesquisa, fator este observado na figura 10.

Figura 9 Gênero dos alunos pesquisados Figura 10 Média de idade dos alunos

Fonte: Autor Fonte: Autor

Fonte: Autor

Na figura 10 observa-se ainda que, a faixa etária predominante foi de discentes

com 11 anos (43%).

20 anos 4%

15 anos 7% 14

anos 21%

13 anos 4%

12 anos 14%

11 anos 43%

10 anos 7%

Média de Idade

Masculino 57%

Feminino

43%

Gênero dos Alunos Pesquisados

33

No primeiro questionamento do pré-teste com os alunos foi perguntado se eles

tinham conhecimentos sobre drogas. Todos responderam sim. Neste cenário, embora

todos os alunos tenham escutado falar algo sobre drogas observou-se que os mesmos

não possuíam conhecimento necessário para formar opiniões sobre as mesmas. Segundo

Júlio Aquino (1998, p.72) “Uma das questões mais atuais mais quentes envolvendo a

juventude é a presença aparentemente inusitada de drogas na escola”.

Ao serem questionados quantos aos tipos de drogas que eles mais conheciam

47 % responderam crack, 35% maconha, 16 % cocaína e 2% não opinarão (FIGURA

11).

Figura 11- Conhecimento dos alunos sobre os tipos droga que conhecem

Fonte: Autor

Deste modo ao analisar esse questionamento é possível observar que as drogas

não dependem exclusivamente das particularidades dos indivíduos, mas que, é preciso

compreendê-lo dentro de um contexto sociocultural. Visto que os mesmos não dão

importância suficiente aos inúmeros tipos de drogas que estão ao seu redor, “[…] como

o café (cafeína), o cigarro (nicotina) e as bebidas alcoólicas (álcool).” (BUCHER, 1988,

p.34).

Buscou-se uma maior sensibilização dos participantes em relação aos seus

conhecimentos, pois, foi perguntado aos mesmos as consequências que as drogas podem

47% 35%

16% 2%

Quais os tipos de drogas que você mais conhece? Exemplifique.

crack maconha cocaina não opinarão

34

causar no organismo quando consumidas. A Figura 12 ilustra os resultados referentes a

esta questão.

Figura 12 - Opiniões dos alunos sobre o efeito das drogas no organismo

quando consumidas

Fonte: Autor

Deste modo, 47 % dos alunos responderam que não sabiam dos efeitos das

drogas no organismo. Na visão de Souza (2000, 85 p.) as drogas “(...) têm um efeito

devastador”. Entretanto, 39 % dos alunos responderam que sabiam dos seus efeitos,

através de amigos, de alguns parentes, contudo não tinham o conhecimento científico

necessário. Salienta-se que 14% dos alunos não opinarão.

Posteriormente, foi perguntado aos alunos se alguma vez já dialogaram com

seus pais ou responsáveis sobre as drogas. Resultados demonstraram que 68% dos

alunos responderam que não (FIGURA 13). Percebe-se que isso acarreta uma série de

problemas tanto no ambiente escolar como no convívio familiar.

Figura 13- Opiniões dos alunos sobre diálogos realizados com pais ou

responsáveis sobre as drogas

39%

47%

14%

Você sabe o que as drogas podem causar no nosso organismo quando

consumidas?

Sim

Não

Nula

35

Fonte: Autor

Conforme Aquino (1998, 97 p.) o ambiente escolar, trabalha seus objetivos e

suas funções de forma “redesenhadas de acordo com as novas demandas sociais”. Deste

modo, também cabe aos pais se inserir nesta questão, pois, segundo Zanelatto &

Zanelatto (2004) “a família e a escola são ressaltadas como os dois estruturadores

básicos da identidade do jovem, sendo locais ideais para iniciar ações preventivas”.

Nessa perspectiva, 25% dos alunos responderam que algumas vezes

dialogaram com seus pais ou responsáveis, enquanto 7% dos alunos preferiram não

opinarão. E outros 68% responderam que não dialogam com seus pais ou responsáveis

sobre as drogas.

Quando questionados sobre o envolvimento com drogas, o total de alunos

analisados, 21 alunos responderam que não tiveram nenhum contato com nenhum tipo

de drogas, ao passo que 03 alunos responderam que já tiveram contato. Todavia os

mesmos não citaram quais foram os tipos. Por outro lado 05 dos pesquisados optaram

por não responder (FIGURA 14).

Figura 14 - Respostas dos alunos sobre convivência com algum tipo de droga

25%

68%

7%

Você alguma vez já dialogou com seus pais ou responsáveis sobre as drogas?

Sim Não Nula

36

Fonte: Autor

Diante das respostas obtidas, observar-se que a maioria deles não convive com

nenhum tipo de droga. Deste modo eles mostraram ter pouco de conhecimento sobre

algumas drogas ilícitas e licitas, mas não apresentavam informações sobre as

consequências dessas substâncias baseado nas suas vivências do dia a dia.

Porém, os dados obtidos neste questionamento enfatizam que os alunos acham

que convivem. Entretanto, eles não sabem eles que todos convivemos diariamente com

todo o tipo de drogas licitas, por exemplo, cigarro, bebidas alcoólicas, remédios, entre

outros.

A Figura 15 ilustra o resultado da investigação, inserida em sala de aula,

que buscou saber se os alunos tinham conhecimento de algum parente, amigo ou

conhecido que esteja envolvido ou já se envolveu com algum tipo de droga. Deste

modo, 64% dos alunos responderam que não tinham conhecimento acerca deste evento,

ao passo que apenas 07 % não opinarão. Enquanto 29 % disseram que tinham amigos,

parentes envolvidos ou que já se envolveram com algum tipo de drogas.

Figura 15 - Opiniões dos alunos sobre o conhecimento de algum parente,

amigo ou conhecido que esteja envolvido ou já se envolveu com algum tipo de

droga?

7%

75%

18%

Você já conviveu com algum tipo de droga? Se sim, cite-as?

Sim Não Nula

37

Fonte: Autor

Diante desse pré-teste percebeu-se a falta de esclarecimento sobre o tema droga

no ambiente escolar e familiar. Diante do entendimento de Fernandes (1990, p.252) “a

droga prolifera hoje, de um modo geral, em todas as camadas sociais, mas aparece,

principalmente, nos estudantes de escolas e universidades e no meio de trabalhadores

desempregados”.

Podendo também ser exemplificado pela a falta de recursos e interesse por

parte dos professores de Ciências de não dar ênfase aos temas transversais dentro de

seus planejamentos escolares, pois, de acordo com as PCN é preciso educar os alunos

para cidadania o que “requer que questões sociais sejam apresentadas para a

aprendizagem e a reflexão dos alunos, dando-lhes a mesma importância das áreas

convencionais” (BRASIL, 1998, p.25).

4.6 Resultados e Analise do Pós-teste

Na análise dos resultados das respostas dos alunos no pós-teste, referentes às

aulas aplicadas sobre o tema drogas com a utilização da ferramenta didática HQ’s,

verificou-se que a abordagem do tema foi de suma importância para o aprendizado dos

mesmos, visto que no primeiro questionário (pré-teste), buscou apenas realizar uma

29%

64%

7%

Você conhece algum parente, amigo ou conhecido que esteja envolvido ou já se

envolveu com algum tipo de droga?

Sim Não Nula

38

explanação detalhada dos conhecimentos prévios dos alunos. Com isso, o pós-teste

possibilitou a demonstração da positividade da aplicação desta ferramenta.

Referente a essa afirmação foi perguntado aos alunos se a relação com a aula e

o conceito de drogas ficou mais fácil para sua compreensão. Todos responderam que

sim, confirmando que a proposta aplicada aos mesmos surtiu efeito. Isso comprova que

as HQ’s podem ser exploradas pelos professores de forma a alcançar os objetivos

propostos, com ênfase no fato de que estas atividades podem ser utilizadas em qualquer

fase do desenvolvimento do aluno (CARUSO, et al, 2005).

Durante a aplicação dessas análises também foram sugeridos várias propostas

para o combate ao uso de drogas no decorrer da aula, e eventualmente pedimos aos

alunos que citassem os tipos de drogas que mais tinham chamado a atenção durante a

apresentação do conteúdo.

Figura 16- Os tipos de drogas que mais chamaram atenção no decorrer da aula

Fonte: Autor

Dentre as respostas obtidas, 17% os alunos marcaram o crack como a droga

que mais chamou a atenção, seguida do LSD com 14% (acrônimo de dietilamida ácido

lisérgico). Em seguida, foi os calmantes e a maconha com 13%, e com 12% o êxtase.

Posteriormente, com 10%, à cocaína e, 8% a nicotina e por ultimo as bebidas alcoólicas.

Dentro das alternativas elaboradas duas não foram opinadas pelos alunos (não prejudica

cocaina 10%

bebidas alcoólicas

6%

crack 17%

heroina 7% maconha

13%

calmantes 13%

LSD 14%

nicotina 8%

êxtase 12%

Através das histórias em quadrinhos empregados no decorrer da aula, marque os

tipos de drogas que mais lhe chamaram atenção:

39

a saúde e faz bem ao cérebro), pois os mesmos já tinham adquirido conhecimento que

aquelas duas alternativas eram conceituadas como erradas, e dentre estes um aluno não

respondeu a pergunta.

Em seguida, foram questionadas através das demonstrações dos quadrinhos

quais as consequências das drogas para o organismo. Salienta-se que foram obtidas

várias opiniões dos alunos e que este questionamento teve, como o intuito de levar para

os mesmos, variedades de interpretações que deu oportunidade de cada um sugerir seu

entendimento do conteúdo abordado. Diante disso é possível conferir as respectivas

respostas na Figura 17 abaixo:

Figura 17- Com as demonstrações dos quadrinhos quais as consequências das

drogas para o nosso organismo quando consumidas?

Fonte: autor

Com o auxilio da ferramenta HQs ficou claro para os alunos que as drogas de

maneira geral causam inúmeras consequências para o organismo tanto do usuário, como

para as pessoas que fazem parte de seu meio. No entanto, suas opiniões foram

diversificadas de forma que eles construíram conhecimento sobre os efeitos dessas

Comportamento

desligado 15%

Diminuição de memória

13%

Perturbações nervosas

18%

Relaxa, acalma e fica

sonolento 16%

Falta de apetite

19%

Dependência química

19%

Não opinarão

1%

Com as demonstrações dos quadrinhos marque quais as consequências das drogas

para nosso organismo?

40

substâncias no ser humano. Confirmando que as HQs ajudaram de forma significativa e

contundente no esclarecimento do conteúdo em questão.

De acordo com tudo o que foi demonstrado na aula e nos exemplos aplicados

foi perguntado aos alunos se eles poderiam ser atraídos por algum tipo de droga.

Resultados ilustrados na Figura 14 evidenciam que 89 % afirmaram que não, e 11 %

não opinaram. Diante deste quadro apresentado nota-se que a maioria entendeu de

forma significativa o conceito de drogas, quando demonstrado através de exemplos

citados nas HQs, conforme representação na figura 18.

Figura 18- Você poderia se sentir atraído por algum tipo de droga.

Fonte: autor

Logo após foi perguntado se a utilização das Histórias em Quadrinhos como

recurso didático contribui para uma melhor aprendizagem. Observa-se que 96% dos

alunos responderam que sim, e 4% dos mesmos responderam que não. Verifica-se que

nesse contexto, a maioria dos alunos questionados conseguiu através da aula aplicada

estabelecer uma melhor compreensão acerca do tema trabalhado.

Quando questionados sobre a utilização das HQs como instrumento didático

como meio facilitador do aprendizado, os alunos deram as seguintes respostas

(FIGURA 19):

Não 89%

Não opinarão

11%

De acordo com tudo o que foi visto na aula e nos exemplos você poderia ser atraído

por algum tipo de droga?

41

Figura 19 - A utilização das HQs como recurso didático contribui para uma

melhor aprendizagem.

Fonte: autor

Com relação à opinião dos alunos quanto a utilização das HQs como recurso

didático 96 % alunos responderam que sim confirmando assim que os discentes

acreditam na eficácia da utilização deste tipo de recurso no ensino/aprendizagem, e

apenas 4% dos alunos afirmaram que não.

A partir dessa análise apresentada foi realizada uma discussão entre

professor/aluno onde foi questionado com os mesmos sobre a aula de forma que 93 %

disseram ter sido boa, interessante, dinâmica. Enquanto 7 % não quiseram opinar

(FIGURA 20).

Figura 20 - Questionamento sobre a aula

Fonte: autor

Sim 96%

Não 4%

Em sua opinião, a utilização das Histórias em quadrinhos (HQs) como recurso didático

na escola, contribuir para uma melhor aprendizagem?

Sim 93%

Não opinarão

7%

A aula foi boa, interessante, dinâmica...?

42

Diante desse entendimento, acredita-se, que por mais que existam resistências

na utilização das HQs como ferramenta didática na sala de aula, se ela for trabalhada de

forma adequada com um bom planejamento de ensino pode ser transformada em um

instrumento acessível ao ensino/aprendizagem.

43

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das práticas desenvolvidas e estudos desta pesquisa, verificou-se que a

ferramenta HQs é um importante instrumento de ensino aprendizagem na sala de aula.

Durante a realização dos questionários pré-teste e pós-teste com aos alunos foi possível

constatar que todos já ouviram falar algo sobre drogas, mas, não tinham o conhecimento

necessário para formar opiniões sobre as mesmas.

Ficou evidenciado que esse recurso lúdico pode facilitar a interação, a

aprendizagem, o conhecimento crítico e criativo de forma prazerosa. Também foi

possível observar que nesta analise há a necessidade de utilizar materiais que despertem

a atenção dos alunos ao abordar esta temática, evidenciando-se que deste modo às

metodologias de ensino tradicionais apresentam algumas lacunas no campo da

aprendizagem.

Observou-se, através desta pesquisa que a idade predominante dos discentes

avaliados foi de 11 anos (43%). Os resultados do pré-teste evidenciaram que existe falta

de esclarecimento sobre o tema droga no ambiente escolar e familiar. Ficou

comprovado que as HQs exercem uma função na formação do aluno de maneira

simples, fácil e didática, aprendendo e ao mesmo tempo se divertindo dentro do

ambiente escolar.

44

REFERÊNCIAS

AQUINO, Júlio Groppa, Drogas na Escola – alternativas teóricas e práticas; Summus

Editorial, 2ª Edição, 1998, 72 p.

AQUINO, Julio Groppa. A escola e as novas demandas sociais: as drogas como tema

transversal. In: Drogas na escola: alternativas teóricas e práticas. Julio Groppa Aquino

(org). São Paulo: Summus. 1998, 97 p.

ANDRÉ, S.A. e VICENTIN, M.C.G. A droga, o adolescente e a escola: Concorrentes

ou convergentes? Em: AQUINO, J.G. (Org.). Drogas na escola – Alternativas teóricas e

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49

Apêndice

50

Escola:________________________________________________________________

Turma (Série): ________________________

Idade: ________________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

Data:____/____/_____

QUESTIONÁRIO DE SONDAGEM SOBRE DROGAS - I

1) Você tem conhecimento sobre drogas?

( ) Sim ( ) Não

2) Quais os tipos de drogas que você mais conhece? Exemplifique.

________________________________________________________________

________________________________________________________________

3) Você sabe o que as drogas podem causar no nosso organismo? Exemplifique.

________________________________________________________________

________________________________________________________________

4) Você alguma vez já dialogou com seus pais ou responsáveis sobre as drogas?

( ) Sim ( ) Não

5) Você já conviveu com algum tipo de droga? Se sim, cite-as?

________________________________________________________________

________________________________________________________________

6) Você conhece algum parente, amigo ou conhecido que esteja envolvido ou já se

envolveu com algum tipo de droga?

( ) Sim ( ) Não

51

Escola: ________________________________________________________________

Turma (Série): ________________________

Idade: ________________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

Data:____/____/_____

QUESTIONÁRIO DE SONDAGEM SOBRE DROGAS - II

1) Com relação à aula o conceito de drogas ficou mais fácil para sua compreensão?

( ) Sim ( ) Não

2) Através das histórias em quadrinhos empregados no decorrer da aula, marque os

tipos de drogas que mais lhe chamaram atenção:

( ) Cocaína ( ) Heroína ( ) LSD

( ) Bebidas Alcoólicas ( ) Maconha ( ) Nicotina

( ) Crack ( ) Calmantes ( ) Êxtase

3) Com as demonstrações dos quadrinhos marque quais as consequências das

drogas para nosso organismo:

( ) Não prejudica a Saúde ( ) Faz bem ao cérebro

( ) Comportamento desligado ( ) Relaxa, acalma e fica sonolento

( ) Diminuição de memória ( ) Dependência química

( ) Perturbações nervosas ( ) Falta de apetite

4) De acordo com tudo o que foi visto na aula e nos exemplos você poderia ser

atraído por algum tipo de droga?

Figura 1: Diálogo sobre drogas.

( ) Sim ( ) Não

Fonte: <http://decarapravida.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=44&Itemid=37>

5) Em sua opinião, a utilização das Histórias em quadrinhos (HQ´s) como recurso

didático na escola, contribuir para uma melhor aprendizagem?

( ) Sim ( ) Não

6) A aula foi boa, interessante, dinâmica...?

( ) Sim ( ) Não