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ESTADO DE SANTA CATARINA PODER JUDICIÁRIO Comarca - Chapecó2ª Vara Criminal
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
Autos n. 0007315-31.2013.8.24.0018
Ação: Ação Penal - Procedimento Ordinário Autor: Ministério Público do Estado de Santa CatarinaRéus: Waldelei Schmidt e outros
Vistos, em sentença.
O Ministério Público do Estado de Santa Catarina, por seu
Promotor de Justiça com atuação nesta Vara Criminal, ofereceu DENÚNCIA contra
Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco Siepko, Márcia Helena
Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna, Angélica Scapinello, Marcelo
Rodrigues de Gouveia, Lindacir Salete Faccio Giareta, Pedro Frigulha, Luciano
Oscar Schmidt, Clóvis Fidélis Grando, Caleb Gerson Kieling e Claudir Frigeri
em razão da prática das condutas delituosas previstas nos artigos 90, caput e 96,
inciso I, ambos da Lei n. 8.666/93 e artigos 288, caput e 299, caput, ambos do
Código Penal, tudo combinado com o art. 29 do mencionado estatuto repressivo.
Consta na denúncia (aditada às fls. 5238-5241):
1. IntróitoO Ministério Público do Estado de Santa Catarina, através da 10ª Promotoria de Justiça de Chapecó, deflagrou, com o auxílio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Organizações Criminosas GAECO/Chapecó, investigação visando apurar fraudes em licitações no município de Cordilheira Alta, bem como, outros municípios da região, o que culminou em operação denominada "Licitação Mapeada".O esquema de fraudes era composto, dentre outras, pelas empresas S&V Equipamentos para Informática Ltda e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME, esta última, criada pelos proprietários
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daquela a fim de garantir a homogenia nos procedimentos licitatórios de que participavam, e assim, assegurar a adjudicação do objeto, contando, em algumas das vezes com o auxílio de servidores públicos dos municípios envolvidos. Na prática dos crimes a seguir narrados, tais empresas contaram também com o auxílio de diversas outras empresas do ramo, as quais, ora forneciam os documentos necessários à participação nos certames, a fim de que os representantes das empresas S&V e MS os preenchessem segundo seus interesses, ora apresentavam propostas apenas formais, visando sempre fraudar os certames, e assim, assegurar a adjudicação dos objetos.Frente a tais circunstâncias, as empresas S&V e MS, mediante fraude, realizavam uma falsa concorrência, já que as propostas de preços apresentadas pela maioria das empresas participantes das licitações tinham a mesma origem, logrando êxito em adjudicar os objetos de todos os certames de que participaram na região, vendendo seus produtos aos órgãos públicos por preços muito superiores aos de mercado.As práticas criminosas descobertas acarretaram às empresas, apenas no Estado de Santa Catarina, uma vantagem patrimonial de R$ 1.747.993,30 (um milhão, setecentos e quarenta e sete mil, novecentos e noventa e três reais e trinta centavos), resultante de contratos para prestação de bens e serviços, conforme a seguir delimitados.
2. FORMAÇÃO DE QUADRILHA E FALSA DECLARAÇÃO (EMPRESA FICTÍCIA)Criada no ano de 1995, a empresa S&V Equipamentos para Informática, doravante aqui denominada S&V teve como sócios-fundadores Volmir Ficcagna e Solange Maria Ody Ficcagna, a qual permaneceu na sociedade até o ano de 2003.Nesse meio tempo, juntou-se ao quadro societário Waldelei Schmidt e Sérgio Francisco Siepko, os quais, juntamente com Volmir Ficcagna, compõem o atual quadro social da empresa S&V Equipamentos para Informática Ltda.Tais pessoas, visando uma finalidade espúria, criaram, no ano de 2003, a empresa MS
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Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME, doravante aqui nominada MS, registrando-a em nome das esposas de Sérgio Francisco Siepko e Volmir Ficcagna, respectivamente Márcia Helena Jabuonski Siepko e Solange Maria Ody Ficcagna.Em que pese a diversidade de denominação social e constituição societária, as empresas S&V e MS constituem uma mesma empresa, dirigida por Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco Siepko e Waldelei Schmidt com sede no mesmo endereço, com a mesma administração de fato; vale dizer, a empresa MS não é nada mais do que a própria S&V com uma denominação diferente, assim utilizada para fraudar licitações e o fisco.Logo, por seu contrato social encerrar falso ideológico, os sócios das empresas praticaram uso de documento falso para praticar os diversos crimes adiante narrados.Os denunciados Sérgio Francisco Siepko, Volmir Ficcagna, Waldelei Schmidt, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Odi Ficcagna, acompanhados de Angélica Scapinello e Marcelo Rodrigues Gouveia, estes empregados das empresas S&V, a partir do ano de 2008, associaram-se, de forma estável e permanente, para praticar fraudes em procedimento licitatórios, crimes contra a fé pública e crimes contra a regularidade das licitações previstos na Lei n. 8.666/93.Também aderiram à organização criminosa Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda, Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda, e ainda, Caleb Gerson Kieling, representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., bem como da empresa Társio Comércio e Representações Ltda. Tais agentes, com regularidade, ora cediam sua documentação para simular competição em licitações, ora compareciam aos pregões, sempre para prestar auxílio ao sucesso dos objetivos criminosos da associação criminosa.
3. DIVISÃO ORGÂNICA E ESPECIFICAÇÃO DAS CONDUTASA quadrilha possuía uma divisão orgânica de funções, competindo à Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Odi Ficcagna, Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Siepko, Angélica
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Scapinello e Marcelo Rodrigues Gouveia representar as empresas nas licitações que participavam, enquanto, novamente Marcelo Rodrigues Gouveia e Waldelei Schmidt, ficavam responsáveis pela formulação das propostas de preço a serem apresentadas pelas empresas, restando a este último, ainda, a incumbência de buscar afastar os demais competidores, mediante ajuste com os fornecedores dos equipamentos de informática que representavam, e com empresas que também participavam do certame, a saber, Líder Suprimentos de Informática Ltda, Proxyline Informática Ltda, Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, Caleb G. Kieling & Cia Ltda e Társio Comércio e Representações Ltda.Além disso, os responsáveis pelo grupo de empresas, isto é, os sócios da S&V e MS, ainda determinavam a terceiras pessoas, empregados das empresas, que se cadastrassem em pregões representando estas, o que o fizeram através de Fábio Junior Ambrósio, S&V, Neodir Antonio Arcego, Thiago Pasinatto de Oliveira, Julcimar Matiello e Arlete Ivone Schneider.Com tal modus operandi a associação criminosa atuou em diversos municípios do Sul do País, destacando-se nesta ação penal, os fatos apurados em Santa Catarina, nos municípios abaixo informados1.Nesse propósito, em todas as ocasiões havia a participação de todos os membros da associação criminosa, quer os sócios do grupo MS/S&V que determinavam e assentiam na participação nas licitações, sabendo de sua ilegalidade, quer prestando auxílio para o credenciamento, quer preparando tabelas de preços, quer faturando os produtos.Ou seja, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Odi Ficcagna, Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna e Sérgio Siepko tinham o domínio do fato criminoso, e a organização criminosa sempre agia por sua determinação.Assim, além da vontade e anuência do grupo criminoso representando as duas empresas, especificamente agiram em tal propósito, e por
1 Em que pese a prática criminosa tenha avançado além das fronteiras do Estado de Santa Catarina, a investigação ateve-se aos fatos praticados neste Estado, notadamente em razão da possibilidade de busca dos dados dos procedimentos licitatórios correlatos.
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determinação e anuência dos demais, os denunciados Angélica Scapinello e Marcelo Rodrigues Gouveia, os quais tinham grande autonomia para agir em nome da organização criminosa, uma vez que alteravam as propostas tanto quanto necessário para garantir a adjudicação dos objetos [...].
Recebida a exordial (fls. 1881/1883), foram os denunciados citados,
conforme fls. 1894, 1896, 2115, 2117, 2137, 2139, 2141, 2157, 2162, 2253 e 2257,
tendo, na sequência, apresentado defesa prévia, arrolando testemunhas (fls.
1897-1898, 1900-2113, 2118-2120, 2121-2125, 2126-2131, 2143-2151, 2152-2154,
2164-2168, 2169-2174, 2176-2187, 2189-2203, 2213-2250, 2259-5161).
Após, o Ministério Público solicitou a juntada do laudo pericial n.
45068/2013, emitido pelo Instituto Geral de Perícias (fl. 5162), o que foi feito às fls.
5164-5225. Adiante, aditou-se a denúncia (fls. 5226-5241).
O aditamento à denúncia foi recebido e, não sendo caso de
absolvição sumária, designou-se datas para audiência de instrução e julgamento,
conforme decisão de fls. 5242-5264.
Às fls. 5313-5315 o réu Claudir Frigeri manifestou-se acerca do
aditamento à denúncia. Ainda, juntou-se o respectivo Termo de Colaboração
Premiada (fls. 5533-5537), no qual comprometeu-se a manter a versão dos fatos
prestada ao GAECO no depoimento datado de 23 de novembro de 2011, quando
confessou sua participação nas fraudes às licitações.
Durante a instrução processual, procedeu-se a oitiva das
testemunhas e os interrogatórios dos réus, através de sistema audiovisual (fls. 5332,
5361, 5381 5388, 5411, 5418v, 5427, 5435, 5443v, 5455, 5471, 5479, 5528, 5568,
5579, 5585, 5608, 5660, 5674, 5707, 5728, 5753, 5820, 5849, 5880, 5925).
Sem prejuízo, durante a instrução, foi juntado aos autos o Laudo
Pericial nº 9118.14.00198 emitido pelo Instituto de Criminalística de Chapecó/SC.
(5507-5523).
Em sede de alegações finais, o Ministério Público requereu a
procedência integral do pedido exposto na denúncia, pugnando pela
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CONDENAÇÃO de: a) Waldelei Schdmit, Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco
Siepko, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna,
Angélica Scapinello e Marcelo Rodrigues de Gouveia, pela prática das infrações
penais previstas no art. 90, caput (52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da
Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58
vezes), tudo c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do mencionado estatuto repressivo;
b) Lindacir Salete Faccio Giaretta e Pedro Frigulha pela prática das infrações
penais previstas no art. 90, caput (13 vezes) da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e
art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 13 vezes), tudo c/c art. 29, caput e art.
69, caput, do mencionado estatuto repressivo; c) Luciano Oscar Schmidt, pela
prática das infrações penais previstas no art. 90, caput (5 vezes) e art. 96, inciso I (3
vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do
Código Penal (por 6 vezes), tudo c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do mencionado
estatuto repressivo; d) Clóvis Fidélis Grando, pela prática das infrações penais
previstas no art. 90, caput (4 vezes) e art. 96, inciso I (2 vezes), ambos da Lei n.
8.666/93; art. 299, parágrafo único (4 vezes), do Código Penal, c/c art. 13, §2º e art.
69, caput, do mencionado estatuto repressivo; e) Caleb Gilson Kieling, pela prática
das infrações penais previstas no art. 90, caput (5 vezes), da Lei n. 8.666/93; art.
288, caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 3 vezes), tudo c/c art. 29,
caput e art. 69, caput, do mencionado estatuto repressivo; f) Claudir Frigeri, pela
prática das infrações penais previstas no art. 90, caput, e art. 96, inciso I, ambos da
Lei n. 8.666/93 (3 vezes); art. 299, caput, do Código Penal (por 3 vezes), tudo c/c
art. 29, caput, e art. 69, caput, do mencionado estatuto repressivo, cabendo-lhe o
benefício previsto no art. 65, III, d, do CP, requerendo então a aplicação do
perdão judicial previsto no art. 4º da Lei n§ 12.850/2013, consoante Termo de
Colaboração Premiada (fls. 5959-6029).
Por sua vez, a defesa constituída pelo acusado LUCIANO OSCAR
SCHMIDT (fls. 6033-6040), pugnou pela sua absolvição quanto aos delitos em que
fora denunciado, com fulcro no art. 386, incisos V e VII do CPP. Subsidiariamente,
requereu seja afastado o delito de quadrilha por falta de tipificação, vez que
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incomprovada a associação estável e permanente inerente ao crime. Também
requereu afastamento do delito de falsidade ideológica por ausência de dolo e do
delito de superfaturamento, por não ter sido o réu vencedor em licitações nem
praticado preços diversos para o poder público e aos particulares, pugnando
destarte pela sua absolvição,
Em alegações finais quanto ao réu CLAUDIR FRIGERI (fls.
6041-6104), sua defesa constituída requereu: 1) apreciação da prefacial de mérito
relativa a firmação de termo de colaboração premiada e com isso seja concedido o
perdão judicial, conforme acordado com o órgão acusador no referido termo (item
III, alínea H); 2.a) nulidade do processo em vista da nulidade do procedimento
investigatório por total cerceamento de defesa do acusado, inocentando o acusado,
com sua consequente absolvição; 2.b) nulidade da investigação criminal decorrente
de escutas telefônicas com prazo maior do que o autorizado na lei 9.296/1996,
absolvendo-se o acusado nos termos do art. 386 e incisos, do CPP; 3. Não
acatadas as nulidades, absolvição do acusado por ausência de provas de sua
participação nos crimes, nos termos do art. 386 e incisos, do CPP; 4) fixação da
pena aquém do mínimo legal; 5) substituição da pena privativa de liberdade por
restritivas de direitos ou multas.
Em derradeiras alegações, o réu PEDRO FRIGULHA (fls.
6105-6116) requereu sua absolvição dos delitos denunciados por insuficiência de
provas, alegando atipicidade quanto ao delito do art. 90 da Lei 8.666/93, vez que
não auferiu qualquer vantagem com os certames em que esteve envolvido. Quanto
ao delito do art. 288 do CP (quadrilha ou bando), sustentou ausência de provas
acerca da associação e estabilidade do réu e sua empresa com os demais
denunciados e quanto à falsidade ideológica, sustentou ausência de provas de sua
prática e de dolo. Em caso de condenação, requereu aplicação de todas atenuantes
cabíveis diante da primariedade e bons antecedentes do acusado.
O acusado CALEB GERSON KIELING, por meio de defensor
constituído (fls. 6117-6134) requereu sua absolvição dos delitos que lhes foi
imputados por não existir provas da prática de tais delitos pelo réu, com fulcro no
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art. 386, inciso V, do CPP ou absolvição por fundadas dúvidas da participação do
réu, com fulcro no art. 386, inciso VII do CPP, aplicando-se o princípio do in dubio
pro reo.
Por sua vez, a defesa constituída pelos acusados WALDELEI
SCHMIDT, VOLMIR FICCAGNA, SERGIO FRANCISCO SIEPKO, MARCIA
HELENA JABUONSKI SIEPKO, SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA, ANGELICA
SCAPINELLO, MARCELO RODRIGUES DE GOLVEIA, requereu sua absolvição
com base no art. 358, incisos III e VII do CP por atipicidade das condutas e por não
haver provas para condenação. Sustentou que a empresa MS não é fictícia, mas
sim empresa de pequeno porte, ao contrário da empresa S&V; que não havia
impedimento legal na concorrência simultânea das duas empresas nas mesmas
licitações; que não houve sobre preço na venda das lousas, vez que o valor
adjudicado incluía treinamentos, etc.; que nas licitações modalidade pregão
presencial houve participação de até 15 outras empresas; que nas licitações carta
convite a participação exclusiva das empresas MS e S&V não torna o certame nulo,
vez que ambas competiam pelo menor preço; que não ficou demonstrada formação
de quadrilha e/ou coautoria, pois a participação de alguns sócios não configuraria
ilícito penal. In fine, requereu aplicação do princípio do in dubio pro reo (fls.
6135-6185).
Em sede de alegações finais a defesa da acusada LINDACIR
SALETE FACCIO FIARETTA (fls. 6201-6209) pugnou por sua absolvição de todas
as imputações descritas na denúncia, seja pela atipicidade da conduta ou pela falta
de provas, alegando que cabia a Pedro Frigulha a responsabilidade pelas licitações
da empresa Líder Suprimentos para Informática LTDA, sendo que somente
assinava documentos licitatórios na ausência deste.
Por sim, a defesa constituída pelo réu CLÓVIS FIDELIS GRANDO
(fls. 6210-6248) mencionou “preliminarmente” as etapas legais de uma licitação,
sustentando no “mérito” a necessidade de absolvição do réu com fulcro no art. 386,
incisos III, IV, V e VII do CP por não constituir o fato infração penal, não estar
comprovado e/ou não existir prova de que o acusado tenha concorrido para a
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infração penal e por não haver prova suficiente para condenação, alegando que
não houve fraude nas licitações em que o réu laborou como funcionário público e
que não houve superfaturamento nem o cometimento de nenhum dos crimes
descritos na denúncia.
Vieram os autos conclusos em 26 (vinte e seis) volumes.
É o relatório.
Fundamento e decido.
Trata-se de ação penal pública incondicionada proposta em
desfavor de Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco Siepko,
Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna, Angélica
Scapinello, Marcelo Rodrigues de Gouveia, Lindacir Salete Faccio Giareta,
Pedro Frigulha, Luciano Oscar Schmidt, Clóvis Fidélis Grando, Caleb Gerson
Kieling e Claudir Frigeri em razão da prática das condutas delituosas previstas nos
artigos 90, caput e 96, inciso I, ambos da Lei n. 8.666/93 e artigos 288, caput e 299,
caput, ambos do Código Penal, tudo combinado com o art. 29 do mencionado
estatuto repressivo.
PRELIMINARMENTE.
A. Da necessidade de pedido expresso pelo Ministério Público
quanto ao perdão judicial do acusado CLAUDIR FRIGERI:
A defesa do acusado CLAUDIR FRIGERI constou, em sede de
alegações finais (fls. 6041-6104), que o Ministério Público, quanto ao instituto do
perdão judicial, “não apresentara em alegações finais tal requerimento, o que por si
só anula todo o processo contra o acusado por total cerceamento de defesa e total
descumprimento do pacto pelo Ministério Público Estadual.”
Todavia, o Parquet manifestou-se sim, expressamente, sobre o
cabimento de perdão judicial quanto ao réu CLAUDIR FRIGERI, conforme fl. 6029
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dos autos:
“Dessa forma, requer-se a aplicação
dos benefícios do art. 4º da Lei nº 12.850/2013
ao réu, notadamente o perdão judicial, consoante
Termo de Colaboração Premiada realizado entre o
Ministério Público e o réu Claudir Frigeri.”
(Grifou-se).
Assim, perde o objeto a prefacial invocada, razão pela qual afasta-
se, vez que comprovadamente satisfeita.
B. Da nulidade do procedimento investigatório por cerceamento
de defesa:
A defesa do acusado CLAUDIR FRIGERI requereu a nulidade do
processo por suposto cerceamento de defesa quando do procedimento
investigatório (fls. 6041-6104), requerendo assim absolvição do acusado.
Todavia, tal preliminar não merece ser acatada.
Isto porque o procedimento investigatório, inquérito policial e a fase
inquisitiva per si dispensa os princípios do contraditório e ampla defesa, por não
constituírem-se em provas hábeis a embasarem, sozinhas, um decreto
condenatório, necessitando de ratificação em juízo - oportunidade na qual torna-se,
então, impositiva a defesa do réu.
Nesta senda, leciona a doutrina:
“[...] O inquérito policial tem natureza
administrativa. São seus caracteres: ser escrito (art. 9° do
CPP); sigiloso, não sendo a regra estendida para juiz, membros
do Ministério Público e, advogado (Súmula Vinculante nº 14),
sendo ainda exceção ao princípio da publicidade (art. 20 do
CPP) e inquisitivo, já que nele não há o contraditório e ampla
defesa; indisponível (art. 17), vez que não cabe a autoridade
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policial determinar, de ofício, o término do inquérito
policial; É verdade que o inciso LV do art. 5° da CF dispõe
que "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ele inerentes". Nem por isso
se pode dizer seja o inquérito contraditório. Primeiro, porque
no inquérito não há acusado; segundo, porque não é processo, é
procedimento. A expressão processo administrativo tem outro
sentido, mesmo porque no inquérito não há litigante, e a Magna
Carta fala dos "litigantes em processo judicial ou
administrativo [...]" (Cf. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de
Processo Penal, 2001, São Paulo: Editora Saraiva, p. 49)
Também é pacífica a jurisprudência acerca da dispensabilidade do
contraditório e ampla defesa quando do procedimento investigatório:
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME CONTRA A SAÚDE PÚBLICA. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES (LEI N. 11.343/06, ART. 33, CAPUT). RECEPTAÇÃO. (CÓDIGO PENAL, ART. 180, CAPUT). CONDENAÇÃO. RECURSO DEFENSIVO. PRELIMINAR DE NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INQUÉRITO POLICIAL. AUSÊNCIA DE DEFENSOR NO INTERROGATÓRIO. PROCEDIMENTO INQUISITIVO NÃO SUJEITO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. PEÇA MERAMENTE INFORMATIVA. Considerando que o inquérito policial é um procedimento administrativo e inquisitivo e não observa os princípios do contraditório e da ampla defesa, a ausência de defensor no interrogatório policial não acarreta a nulidade do processo. Eventuais vícios presentes no inquérito não se transferem para a ação penal, tendo em vista que a referida peça é informativa e não possui cunho probatório. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. MATERIALIDADE E AUTORIA DEMONSTRADAS. PRISÃO EM FLAGRANTE. PALAVRAS DOS POLICIAIS, FIRMES E COERENTES EM AMBAS AS FASES PROCESSUAIS, CORROBORADAS PELOS DEPOIMENTOS DE USUÁRIOS, ALÉM DAS VÍTIMAS DO FURTO, CUJOS BENS ESTAVAM NA POSSE DO ACUSADO.
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CONDENAÇÃO MANTIDA. As palavras dos policiais que efetuaram a prisão em flagrante, quando firmes e coerentes entre si, somadas às declarações de usuários de drogas nas fases extrajudicial e judicial, além dos depoimentos das vítimas dos crimes de furto, são elementos suficientes para demonstrar a autoria das empreitadas criminosas, mormente quando o acusado tinha em depósito e comercializou certa quantidade de droga e ofereceu, em sua rede de facebook por preço irrisório, a res furtiva. [...] RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSC, Apelação n. 0001394-64.2015.8.24.0069, de Sombrio, rel. Des. Roberto Lucas Pacheco, j. 18-08-2016).
E ainda:
APELAÇÃO CRIMINAL. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO CRIME DE LATROCÍNIO (ART. 157, §3º, DO CÓDIGO PENAL). SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO. RECURSO DA DEFESA. PRELIMINAR. NULIDADE POR CERCEAMENTO DE DEFESA. ALEGADA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA DEFENSORA PARA PARTICIPAR DA RECONSTITUIÇÃO REALIZADA PELA AUTORIDADE POLICIAL. IMAGENS DO REFERIDO ATO QUE NÃO FORAM JUNTADAS AOS AUTOS DA REPRESENTAÇÃO OFERECIDA EM DESFAVOR DA ADOLESCENTE. DESCABIMENTO. FASE INQUISITORIAL DESPIDA DE CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. PRECEDENTES DO STF, STJ E DESTA QUARTA CÂMARA. DEFESA QUE TEVE ACESSO IRRESTRITO AOS AUTOS DA AÇÃO PENAL EM QUE OS MAIORES RESPONDEM PELOS MESMOS FATOS, NA QUAL SE ENCONTRAM ENCARTADAS AS IMAGENS DA REFERIDA RECONSTITUIÇÃO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. PREFACIAL AFASTADA. "O inquérito policial tem natureza inquisitorial, não sendo apropriado tê-lo por írrito em razão da ausência de contraditório, a despeito de se reconhecer o direito de defesa no seio de tal procedimento administrativo." (HC 278.477/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11/11/2014, DJe 27/11/2014) Considerando que o inquérito policial é um procedimento administrativo e inquisitivo, despido dos princípios do contraditório e da ampla defesa, a ausência de defensor na
fls. 89
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reconstituição dos fatos não acarreta a nulidade do processo. Ademais, na hipótese, consoante se extrai das razões expostas no apelo, a defesa teve acesso irrestrito à Ação Penal em que respondem os maiores, pelos mesmos fatos, onde se encontram presentes as imagens da reconstituição realizada pela Autoridade Policial, razão pela qual inexiste qualquer prejuízo sanável. [...]. (TJSC, Apelação n. 0001821-04.2014.8.24.0067, de São Miguel do Oeste, rel. Des. Jorge Schaefer Martins, j. 21-01-2016).
Assim, afasto a preliminar arguida.
C. Da nulidade da investigação criminal decorrente de escutas
telefônicas:
A defesa do acusado CLAUDIR FRIGERI requereu, ainda, a
nulidade da investigação criminal decorrente de escutas telefônicas com prazo
maior do que o autorizado na lei 9.296/1996, absolvendo-se o acusado nos termos
do art. 386 e incisos, do CPP (fls. 6041-6104).
Todavia, não há nos autos que se falar em prova ilícita, eis todas
as interceptações foram autorizadas judicialmente e efetuadas nos moldes da Lei n.
9.296/96, sendo demonstrada sua extrema necessidade como meio probatório
imprescindível dos delitos denunciados.
Ademais, não consistiram somente em contínuas e injustificadas
renovações - conforme sustenta a defesa - mas cada decisão deferiu tal meio de
prova baseada em novo requerimento, com fulcro em fatos relevantes e
supervenientes do desenrolar das investigações.
Neste sentido, é o TJSC:
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRISÃO PREVENTIVA. PRETENDIDA NULIDADE DA MEDIDA CAUTELAR PROBATÓRIA DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E CONSEQUENTE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ARGUMENTO DE TER SIDO A MEDIDA REQUERIDA COMO PRIMEIRA DILIGÊNCIA INVESTIGATIVA. TESE NÃO ACOLHIDA. REPRESENTAÇÃO POR INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA FORMULADA APÓS
fls. 90
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INVESTIGAÇÕES PRELIMINARES. EXISTÊNCIA FORMAL DE OITIVA DE TESTEMUNHA APONTANDO A OCORRÊNCIA DE TRÁFICO NA REGIÃO E DECLINANDO OS SUPOSTOS AUTORES. REFERÊNCIA A CIRCUNSTÂNCIA DE QUE OS AGENTES SE UTILIZAVAM DE APARELHOS TELEFÔNICOS PARA A REALIZAÇÃO DO TRÁFICO. ART. 2º, II, DA LEI N. 9.296/1996 RESPEITADO. DEFENDIDA NULIDADE DO PROCEDIMENTO PROBATÓRIO TAMBÉM POR CONTA DE A DECISÃO DEFERITÓRIA TER DETERMINADO A PRORROGAÇÃO AUTOMÁTICA DO PRAZO QUINZENAL. ARGUMENTO AFASTADO. DELEGADO DE POLÍCIA QUE, DE FORMA DILIGENTE E NÃO OBSTANTE AO COMANDO DA DECISÃO, REQUEREU, REITERADAMENTE E ANTES DO ESCOAMENTO DO PRAZO QUINZENAL, A PRORROGAÇÃO DA MEDIDA. ART. 5º DA LEI N. 9.296/1996 RESPEITADO NO CASO CONCRETO. VÍCIO INEXISTENTE. NULIDADE RECHAÇADA. ALEGADA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTOS CONCRETOS NO TOCANTE AOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. SITUAÇÃO NÃO OCORRENTE. REQUISITOS DEVIDAMENTE ESPECIFICADOS. DECISÃO FUNDADA NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, EM CONSIDERAÇÃO A ELEMENTOS CONCRETOS. [...] ORDEM DENEGADA. (TJSC, Habeas Corpus n. 2015.054470-4, de Brusque, rel. Des. Leopoldo Augusto Brüggemann, j. 22-09-2015). (Grifou-se).
Ainda:
[...] NULIDADES RELATIVAS ÀS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS SUSCITADAS POR FERNANDO. PROVA REGULARMENTE DEFERIDA E REALIZADA. DESCOBERTA DE NOVOS ENVOLVIDOS QUE NÃO MACULA A VALIDADE DO MONITORAMENTO. DESNECESSIDADE DE DEGRAVAÇÃO INTEGRAL DOS DIÁLOGOS E DE REALIZAÇÃO DE PERÍCIA NO SISTEMA GUARDIÃO READER. PREFACIAIS AFASTADAS. TRÁFICO DE DROGAS. ABSOLVIÇÃO PRETENDIDA POR FERNANDO E LUIZ. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. ACERVO PROBATÓRIO QUE EVIDENCIA A MERCANCIA EXERCIDA PELOS RECORRENTES. (TJSC, Apelação Criminal (Réu Preso) n. 2013.013900-2, de Jaguaruna, rel. Des. Torres Marques, j. 26-11-2013). (Grifou-se).
Diante do exposto, afasto as preliminares arguidas e passo à
análise do mérito.
fls. 91
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1. DOS FATOS DENUNCIADOS:
A larga investigação sobre os fatos posteriormente narrados na
denúncia da presente ação penal demonstrou a ocorrência de irregularidades em
procedimentos licitatórios em diversas cidades do Estado de Santa Catarina, razão
pela qual expõe-se tais fatos de acordo com as localidades em que os ilícitos se
consumaram.
1.1. Cidade de CORDILHEIRA ALTA:
1º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 19/2009, para adquirir mobiliário e bens de informática para serem utilizados pela Câmara Municipal de Vereadores, com pregão em 04/11/2009. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa (item 2), mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento para o pregão dos denunciados Waldelei Schmidt, Marcia Siepko e Angélica Scapinello, aquele representando a empresa S&V, e estas, a empresa MS.A fraude perpetrada contou ainda com a participação de Clóvis Fidelis Grando que, na condição de presidente da comissão de licitações e pregoeiro do município, o que lhe atribui a condição de responsável pela lisura do certame, sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, omitiu-se,
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deixando de tomar as providências necessárias para garantir a lisura do procedimento licitatório, concorrendo com a prática do crime.Assim, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor, de forma fraudulenta, a quantia de R$ 18.324,70 (dezoito mil, trezentos e vinte e quatro reais e setenta centavos), sendo R$ 4.782,70 (quatro mil setecentos e oitenta e dois reais e setenta centavos) em favor da empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda, e R$ 13.542,00 para a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada no procedimento licitatório pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Márcia Helena
Jabuonski Siepko e Angélica Scapinello, onde Angélica foi credenciada como
representante da empresa MS por Márcia, deixando clara a sua participação na
fraude. Ainda, contou com a participação do réu Clóvis Fidélis Grando, que
sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, omitiu-se,
deixando de tomar as providências necessárias para garantir a lisura do
procedimento licitatório.
Assim, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor, de
forma fraudulenta, a quantia de R$ 18.324,70 (dezoito mil, trezentos e vinte e quatro
reais e setenta centavos), sendo R$ 4.782,70 (quatro mil setecentos e oitenta e dois
reais e setenta centavos) em favor da empresa S&V Equipamentos para Escritório
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Ltda, e R$ 13.542,00 para a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME.
2º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 28/2010, para adquirir lousas interativas, projetores de imagem, microcomputadores, notebooks e estabilizadores de tensão, com pregão em 21/12/2010. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou participar do certame para fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS e de lances nos itens licitados. Para tal fim, promoveu-se o credenciamento para o pregão dos denunciados Waldelei Schmidt, Marcia Siepko e Angélica Scapinello, aquele representando a empresa S&V, e estas, a empresa MS.A fraude perpetrada contou ainda com a participação de Clóvis Fidelis Grando que, na condição de presidente da comissão de licitações e pregoeiro do município, o que lhe atribui a condição de responsável pela lisura do certame, sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, omitiu-se, deixando de tomar as providências necessárias para afastar tais empresas do procedimento licitatório, concorrendo com o crime.Em razão de tal fraude, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor, de forma ilícita, a quantia de R$ 57.635,00 (cinqüenta e sete mil seiscentos e trinta e cinco reais), em favor da empresa S&V.Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido
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município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)2, e o foi vendido por R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco reais), por 2 vezes, totalizando R$ 9.270,00 apenas de sobrepreço.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada no procedimento licitatório pelo réu Waldelei Schmidt, e a empresa
MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada no procedimento
licitatório pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada como representante
da MS pela ré Solange Maria Ody Ficcagna, deixando clara sua participação na
fraude. Ainda, contou com a participação do réu Clóvis Fidélis Grando, que
sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, omitiu-se,
deixando de tomar as providências necessárias para garantir a lisura do
procedimento licitatório.
Frisa-se que na Ata da Sessão Pública do Pregão Presencial nº
28/2010 do Município de Cordilheira Alta/SC fica evidente a forma como era feita a
simulação de concorrência entre as empresas S&V e MS na licitação, conforme se
infere da imagem parcial da folha da respectiva Ata (fl. 1662).
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
2 Preço de mercado do bem, conforme consulta realizada no ano de 2012, quando a cotação do dólar estava, inclusive, bem mais alta que na época dos fatos; além disso, esse foi preço praticado pela própria organização criminosa em outra licitação; além disso, para o setor privado o preço praticado máximo foi R$ 4.530,00 (quatro mil quinhentos e trinta reais), incluído projetor, software e o treinamento para utilização do produto.
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de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Em razão de tal fraude, a associação criminosa teve adjudicado em
seu favor, de forma ilícita, a quantia de R$ 57.635,00 (cinqüenta e sete mil
seiscentos e trinta e cinco reais), em favor da empresa S&V.
Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os
produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por
seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em
prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha
preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)3, e o foi
vendido por R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco reais), por 2 vezes,
totalizando R$ 9.270,00 apenas de sobrepreço.
3º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório convite n. 07/2011, para adquirir móveis, cadeiras, poltronas, bebedouro, equipamentos de informática e relógio para a entidade administrativa, com abertura e julgamento no dia 27/05/2011.A associação criminosa buscou fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, o que já foi planejado antes da remessa dos convites, em concurso com agente público, o que se daria mediante a fictícia concorrência das empresas do grupo, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, e demais agentes, a saber.Para tanto, contaram ainda com o auxílio de Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda, e Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários
3 Conforme nota anterior
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da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que entregaram a Waldelei os documentos necessários à participação das empresas no certame em branco, possibilitando que Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse nos formulários proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. A fraude perpetrada novamente contou com a participação de Clóvis Fidelis Grando, o qual, na condição de presidente da comissão de licitações e pregoeiro do município, sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, convidou-as para participarem do certame, bem como o fez com relação à terceira pessoa indicada por Waldelei Schmidt para completar o convite e, assim, dar aparência de legalidade à disputa.Em razão de tal fraude, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor, de forma ilegal, a quantia de R$ 45.667,00 (quarenta e cinco mil seiscentos e sessenta e sete reais), destes R$ 32.497,00 em favor da S&V e R$ 11.170,00 para a MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schmidt, MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Solange Maria
Ody Ficcagna e Márcia Helena Jabuonski Siepko, Líder Suprimentos para
Informática Ltda., representada pelo réu Pedro Frigulha e Proxyline Informática
Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Ainda, contaram com a
participação do réu Clóvis Fidélis Grando, que sabendo que as empresas S&V e
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MS pertenciam às mesmas pessoas, convidou-as para participarem do certame,
bem como o fez com relação a terceira pessoa indicada pelo réu Waldelei Schmidt
para completar o convite e, assim, dar aparência de legalidade à disputa.
Dessarte, os réus Luciano Oscar Schmidt e Pedro Frigulha,
prestaram auxílio ao réu Waldelei Schmidt e demais réus, emprestando os
documentos de suas empresas para figurarem na licitação como supostos
concorrentes, conforme o grande número de documentos digitais das referidas
empresas que foram encontrados armazenados nos computadores e arquivos da
S&V Equipamentos para Escritório Ltda (Item 1.2).
Frisa-se que as empresas S&V e MS ganharam a licitação para o
fornecimento de quase a totalidade dos itens licitados, e a empresa Proxyline
Informática Ltda. ganhou a licitação para o fornecimento de uma lixeira e quatro
pinos adaptadores tripolares elétricos, no valor total de R$ 125,00, fato que
demonstra claramente que a sua participação no certame era apenas para auxiliar
na fraude, demonstrando que "houve concorrência" no certame.
Em razão desta fraude, a associação criminosa teve adjudicado em
seu favor, de forma ilegal, a quantia de R$ 45.667,00 (quarenta e cinco mil
seiscentos e sessenta e sete reais), destes R$ 32.497,00 em favor da S&V e R$
11.170,00 para a MS.
4º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 29/2011, para adquirir lousas interativas, microcomputadores e equipamentos de informática, lançou, com pregão no dia 20/12/2011. Para tanto, e mediante prévio acordo com o servidor público Clóvis Fidelis Grando, fez com que fosse inserido no edital do procedimento licitatório a exigência de apresentação de alguns certificados na fase de habilitação dos preponentes que só eram fornecidos pela empresa Positivo Informática S/A apenas para a empresa S&V, e como objetivo específico de afastar os
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demais concorrentes e assegurar a esta a adjudicação do objeto, tanto é assim, que foi desclassificada a empresa Targetech que, licitamente, também postulava a adjudicação do objeto.Assim agindo, Waldelei Schmidt e Clóvis Fidelis Grando, mediante ajuste prévio, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de fazer com que a empresa S&V obtivesse vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, impossibilitando a concorrência da outra empresa credenciada ao certame. Em razão de tal fraude, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor a quantia de R$ 63.580,00 (sessenta e três mil, quinhentos e oitenta reais), decorrente da adjudicação do contrato para a empresa S&V. Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque tal bem poderia ser vendido em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)4, e o foi por R$ 8.116,00 (oito mil, cento e dezesseis reais), por 6 vezes, totalizando R$ 27.700,00 apenas de sobrepreço.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, mediante prévio acordo entre o
servidor público e réu Clóvis Fidélis Grando e o réu Waldelei Schmidt, fez-se com
que fosse inserido no edital do certame a exigência de apresentação de alguns 4 Conforme nota anterior.
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certificados na fase de habilitação, que só eram fornecidos pela empresa Positivo
Informática S/A à empresa S&V, tendo como único objetivo afastar os demais
concorrentes e assegurar à S&V a adjudicação do objeto, tanto que a empresa
Targettech, que licitamente também postulava a adjudicação do objeto, foi
desclassificada.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Sem prejuízo, o edital desta licitação e seus anexos não estavam
disponíveis no site da Prefeitura na Internet, de modo que deveriam ser retirados
pessoalmente pelos concorrentes na própria Prefeitura de Cordilheira Alta, bem
como o objeto constante deste edital continha especificações excessivas que
dificultaram e impediram a concorrência entre os licitantes.
Em razão de tal fraude, a associação criminosa teve adjudicado em
seu favor a quantia de R$ 63.580,00 (sessenta e três mil, quinhentos e oitenta
reais), decorrente da adjudicação do contrato para a empresa S&V.
Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os
produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por
seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em
prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque tal bem poderia
ser vendido em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)5, e o foi por R$
8.116,00 (oito mil, cento e dezesseis reais), por 6 vezes, totalizando R$ 27.700,00
apenas de sobrepreço.
1.2. Da cidade de ARVOREDO:
5 Conforme nota anterior.
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Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 13/2008, para aquisição de equipamentos de informática e mobiliário para a implantação de um centro de inclusão digital, com pregão no dia 28 de junho de 2008. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame. Assim, o grupo procedeu o credenciamento de Waldelei Schmidt, representando a empresa S&V, bem como a MS, por Márcia Siepko, e Neodir Antonio Arcego que o fez por determinação da direção do grupo de empresas, eis que credenciado por Márcia Siepko.Desta forma, buscaram, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante prévia combinação das propostas de preço apresentadas pelas empresas S&V e MS, cientes que a participação conjunta de tais empresas no mesmo certame deturparia a sua natureza, eis que, pertencentes, de fato, ao mesmo grupo societário, inviabilizariam a concorrência plena. Com tal agir, a associação criminosa teve adjudicado ao seu favor o montante de R$ 61.350,00 (sessenta e um mil, trezentos e cinquenta reais), destes R$ 8.820,00 em favor de S&V e R$ 53.130,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
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(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada no
procedimento licitatório pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e
Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko
e por Neodir Antonio Arcego, sendo Neodir credenciado como representante da MS
por Márcia H. J. Siepko. Destaca-se que referidas empresas não poderiam competir
entre si em licitação pública (Item 1.1 e 1.2).
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Desta forma, a organização criminosa buscou, com o intuito de obter
para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante prévia
combinação das propostas de preço apresentadas pelas empresas S&V e MS,
cientes que a participação conjunta de tais empresas no mesmo certame deturparia
a sua natureza, eis que, pertencentes, de fato, ao mesmo grupo societário,
inviabilizariam a concorrência plena.
Com tal agir, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor o
montante de R$ 61.350,00 (sessenta e um mil, trezentos e cinquenta reais), destes
R$ 8.820,00 em favor de S&V e R$ 53.130,00 em favor da MS.
1.3. Da cidade de ENTRE RIOS:
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação convite n. 26/2009, para adquirir equipamentos de controle de ponto, com abertura e julgamento das propostas em 18/03/2009. Evidente, pois, que o direcionamento do certame
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deu-se com a remessa dos convites que apenas atingiu as empresas do grupo e uma terceira por esta indicada e, assim, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, bem como de uma terceira.Como tal, receberam os convites Volmir Ficagna pela S&V e Márcia Siepko pela MS e, para tanto, a organização valeu-se do auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., os quais, em concurso de pessoas, entregaram ao grupo a Waldelei Schmidt os documentos em branco necessários à participação das empresas no certame em branco, possibilitando que, através do denunciado Marcelo Rodrigues de Gouveia fosse inserido nos formulários proposta ideologicamente falsa.Mediante a simulação de competição, fraudou-se o caráter competitivo do certame, e a associação criminosa teve adjudicado ao seu favor R$ 11.054,00 (onze mil e cinquenta e quatro reais), em favor da empresa MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.
e Líder Suprimentos para Informática Ltda.
Conforme se observa no Convite n. 29/009 de Entre Rios/SC,
consta a assinatura da ré Lindacir Salete Faccio Giaretta nos recibos referentes
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ao recebimento da documentação atinente a licitação, a qual alegou ao GAECO de
Chapecó/SC que apenas assinava a documentação referente a licitação que eram
encaminhadas para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna,
ambos sócios da empresa S&V, bem como havia ocasiões em que Waldelei
Schmidt levava os documentos pessoalmente à sede da empresa Líder
Suprimentos para Informática Ltda. quando se deslocava para Caçador/SC. O que
demonstra claramente que os réus Lindacir Salete Faccio Giaretta e Pedro
Frigulha, em concurso de pessoas, entregavam os documentos da empresa Líder
Suprimentos para Informática Ltda. necessários para sua participação nas licitações
às empresas S&V e MS, possibilitando que através do réu Marcelo Rodrigues de
Gouveia fosse inserido nos formulários proposta ideologicamente falsa.
Mediante a simulação de competição, fraudou-se o caráter
competitivo do certame, e a associação criminosa teve adjudicado em seu favor R$
11.054,00 (onze mil e cinquenta e quatro reais), em favor da empresa MS.
1.4. Da cidade de GUATAMBU:
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 12/2010, para aquisição de equipamentos e materiais permanentes destinados a melhoria nas Secretarias Municipais, com pregão em 11/02/2010.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame.Para tanto, compareceram ao pregão os denunciados Waldelei Schmidt, representando a empresa S&V, e as denunciadas Márcia Siepko e Angélica Scapinello, representando a empresa MS, e assim, fraudaram a efetiva competitividade do certame.
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Com tal agir, a associação criminosa teve adjudicado ao seu favor o montante de R$ 35.091,00 (trinta e cinco mil, noventa e um reis), sendo R$ 20.699,00 em favor da S&V, e R$ 14.392,00 para MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada no procedimento licitatório pelo réu Waldelei Schmidt, e a empresa
MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Márcia
Helena Jabuonski Siepko e por Angélica Scapinello, a qual foi credenciada por
Márcia, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas
não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que
ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local,
não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Com tal agir, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor o
montante de R$ 35.091,00 (trinta e cinco mil, noventa e um reis), sendo R$
20.699,00 em favor da S&V, e R$ 14.392,00 para MS.
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1.5. Da cidade de PALMITOS:
1º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o pregão presencial n. 09/2010, para aquisição de materiais permanentes para a administração, com pregão em 24/06/2010. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento para o pregão dos denunciados Waldelei Schmidt, Marcia Siepko e Angélica Scapinello, aquele representando a empresa S&V, e estas, a empresa MS.E assim, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório, tendo a associação criminosa adjudicado ao seu favor o montante de R$ 9.922,90 (nove mil, novecentos e vinte e dois reais e noventa centavos), destes R$ 9.440,90 em favor de S&V e R$ 482,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
fls. 106
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representada no procedimento licitatório pelo réu Waldelei Schmidt, e a empresa
MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Márcia
Helena Jabuonski Siepko e por Angélica Scapinello, a qual foi credenciada por
Márcia, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas
não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que
ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local,
não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório,
tendo a associação criminosa adjudicado ao seu favor o montante de R$ 9.922,90
(nove mil, novecentos e vinte e dois reais e noventa centavos), destes R$ 9.440,90
em favor de S&V e R$ 482,00 em favor da MS.
2º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 05/2011, para adquirir material permanente para administração pública, com pregão em 28/04/2011. Visando a prática de fraude em tal licitação, a associação criminosa, por concordância de todos os seus membros, com o mesmo modus operandi acima citado, promoveu o credenciamento no certame dos denunciados Sérgio Francisco Siepko, Waldelei Schmidt, Marcia Siepko e de Fábio Junior Ambrósio, empregado da S&V que o fez por determinação da direção do grupo de empresas, fazendo-o sabendo que afetariam o caráter competitivo do procedimento
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licitatório, e com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame.. Com tal agir, a associação criminosa ilicitamente teve adjudicado ao seu favor o montante de R$ 20.135,00 (vinte mil, cento e trinta e cinco reais), em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada neste procedimento licitatório pelos réus Sérgio Francisco Siepko e
Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada
pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e por Fábio Ambrósio, o qual foi
credenciado como representante por Márcia, deixando clara sua participação na
fraude. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma
licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas
pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de
concorrência entre ambos.
Com tal agir, a associação criminosa ilicitamente teve adjudicado ao
seu favor o montante de R$ 20.135,00 (vinte mil, cento e trinta e cinco reais), em
favor da MS.
1.6. Da cidade de XANXERÊ:
1º FATO
Consta na denúncia:
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Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 57/2009, para aquisição de materiais e equipamentos diversos para o Projeto de Implantação do Centro de Inclusão Digital, com pregão em 22/05/2009. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt, Sérgio Francisco Siepko e Marcia Siepko, aqueles representando a empresa S&V, e esta, a empresa MS. E assim, obtiveram vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS. Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita, a adjudicação do objeto no valor de R$ 31.419,09 (trinta e um mil, quatrocentos e dezenove reais e nove centavos), destes R$ 23.369,10 em favor da S&V e R$ 8.049,99 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelos réus Waldelei Schmidt e Sérgio Francisco Siepko, e MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre
fls. 109
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas
mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na
existência de concorrência entre ambos.
Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita, a
adjudicação do objeto no valor de R$ 31.419,09 (trinta e um mil, quatrocentos e
dezenove reais e nove centavos), destes R$ 23.369,10 em favor da S&V e R$
8.049,99 em favor da MS.
2º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 86/2009, para adquirir microcomputadores para a Secretaria Municipal de Educação, com pregão em 28/08/2009. Da mesma forma citada no item anterior, promoveu-se ao credenciamento Waldelei Schmidt, Marcia Siepko e Angélica Scapinello, o primeiro representando a empresa S&V, e as outras representando a empresa MS, que buscaram fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame, afastando o caráter competitivo de vários itens da referida licitação. Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 31.700,00 (trinta e um mil e setecentos reais), destinados à empresa S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Ltda,
representada por Márcia Helena Jabuonski Siepko e Angélica Scapinello, a qual
foi credenciada como representante por Márcia, deixando clara sua participação na
fraude. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma
licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas
pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de
concorrência entre ambos.
Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita,
vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 31.700,00
(trinta e um mil e setecentos reais), destinados à empresa S&V.
1.7. Da cidade de ÁGUAS DE CHAPECÓ
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 31/2010, para aquisição de mobiliário de uso geral, equipamentos eletro-eletrônicos e informática, com pregão em 31/08/2010. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt, Solange Maria Ody Ficcagna e Angélica Scapinello, aquele representando a empresa S&V, e estas, a empresa MS que, assim, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas.
fls. 111
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Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita, a adjudicação do objeto no valor de R$ 6.549,00 (seis mil, quinhentos e quarenta e nove reais), destes R$ 3.925,00 em favor da S&V e R$ 2.624,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada por Angélica Scapinello, credenciada como representante da MS
pela ré Solange Maria Ody Ficcagna, deixando clara sua participação na fraude.
Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação
pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm
sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência
entre ambos.
Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita, a
adjudicação do objeto no valor de R$ 6.549,00 (seis mil, quinhentos e quarenta e
nove reais), destes R$ 3.925,00 em favor da S&V e R$ 2.624,00 em favor da MS.
1.8. Da cidade de CHAPECÓ:
1º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 04/2009, para aquisição de equipamentos de informática e móveis escolares para a Secretaria da Educação, com pregão em
fls. 112
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27/01/2009. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Sérgio Francisco Siepko pela S&V e, pela MS, Waldelei Schmidt, este credenciado por Marcia Siepko.Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as empresas pertecem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 19.342,15 (dezenove mil, trezentos e quarenta e dois reais e quinze centavos), destes R$ 11.717,15 em favor da S&V e R$ 7.625,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada representante da
S&V no certame pelo réu Sérgio Francisco Siepko, e a empresa MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada por Waldelei Schmidt, o
qual foi credenciado (fl. 1706) representante da MS pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre
si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas
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mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na
existência de concorrência entre ambos.
Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e
MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as
empresas pertecem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em
conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da
adjudicação do objeto no valor de R$ 13.672,50 (treze mil seiscentos e setenta e
dois reais e cinquenta centavos), destes R$ 3.100,00 em favor da S&V e R$
10.572,50 em favor da MS.
2º FATO:
Consta na denúncia:
Tal município lançou, o procedimento licitatório pregão presencial n. 287/2009, para aquisição de mobiliário e equipamentos de informática, como pregão no dia 26/08/2009. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as empresas pertecem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais), destes R$ 820,00 (oitocentos e vinte reais) em favor da S&V e R$ 580,00 (quinhentos e oitenta reais) em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
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e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Nesse procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schdmit, e MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, credenciada como
representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko,
deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não
poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambos.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e
MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as
empresas pertecem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em
conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da
adjudicação do objeto no valor de R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais), destes R$
820,00 (oitocentos e vinte reais) em favor da S&V e R$ 580,00 (quinhentos e oitenta
reais) em favor da MS.
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3º FATO:
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 331/2009, para adquirir móveis e eletrodomésticos para a Secretaria de Educação, com pregão em 28/09/2009. Neste propósito, por determinação e com concordância de todos os sócios do grupo de empresas, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Solange Ficagna.Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as empresas pertencem às mesmas pessoas e seus lances são formuladas em conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 7.075,00 (sete mil e setenta e cinco reais), destes, R$ 4.735,00 (quatro mil setecentos e trinta e cinco reais) em favor da S&V e R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Nesse procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schdmit, e MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, credenciada como
representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko,
deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não
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poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e
MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as
empresas pertecem às mesmas pessoas e seus lances são formuladas em
conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da
adjudicação do objeto no valor de R$ 7.435,00 (sete mil quatrocentos e trinta e cinco
reais), destes, R$ 4.735,00 (quatro mil setecentos e trinta e cinco reais) em favor da
S&V e R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) em favor da MS.
4º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório convite n. 49/2009, para aquisição de móveis de escritório e equipamentos de informática, com julgamento das propostas em 27/02/2009. A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas.Para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo. Para dar cabo à fraude nessa licitação, a associação criminosa pelos sócios das empresas determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez o denunciado Waldelei Schmidt,
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representando a empresa S&V, e Marcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 33.233,00 (trinta e três mil, duzentos e trinta e três reais), destes, R$ 25.408,00 em favor da S&V e R$ 7.825,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schdmit, MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
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Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela ré
Lindacir Salete Faccio Giaretta.
Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta
assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era
encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e
Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a
associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da
adjudicação do objeto no valor de R$ 33.233,00 (trinta e três mil, duzentos e trinta e
três reais), destes, R$ 25.408,00 em favor da S&V e R$ 7.825,00 em favor da MS.
5º FATO
Consta na denúncia:
Da mesma forma procedeu a organização criminosa no procedimento licitatório convite n. 142/2009, para aquisição de materiais e serviços, com abertura e julgamento das propostas em 22 de maio de 2009. Ao receber a carta-convite, os denunciados Sérgio Siepko, representante da S&V, e Márcia Siepko, representante da MS, e que não por acaso, também são casados, por determinação e assentimento da organização criminosa, buscaram fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, e utilização de proposta falsa de uma terceira empresa. Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à
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participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 7.625,00 (sete mil seiscentos e vinte e cinco reais) em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Sérgio Francisco
Siepko, MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré
Márcia Helena Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda.,
representada pela ré Lindacir Salete Faccio Giaretta.
Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta
assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era
encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e
Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda.
Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e
MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as
empresas pertencem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em
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conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da
adjudicação do objeto no valor de R$ 19.342,15 (dezenove mil, trezentos e quarenta
e dois reais e quinze centavos), destes R$ 11.717,15 em favor da S&V e R$
7.625,00 em favor da MS.
6º FATO
Consta na denúncia:
Da mesma forma procedeu a organização criminosa no procedimento licitatório convite n. 207/2009, para aquisição de móveis para a Secretaria da Fazenda, com abertura e o julgamento das propostas no dia 30/06/2009.Cá, se fez a organização criminosa se representar por Waldelei Schmidt na empresa S&V e Márcia Siepko na empresa MS, ressaltando uma vez mais, atendendo aos desideratos e determinação de toda a associação criminosa.Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 22.618,95 (vinte e dois mil, seiscentos e dezoito reais e noventa e cinco centavos), destes, R$ 19.919,75 em favor da S&V e R$ 2.699,20 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
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e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schmidt, MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko, e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela
ré Lindacir Salete Faccio Giaretta.
Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta
assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era
encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e
Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a
associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da
adjudicação do objeto no valor de R$ 22.618,95 (vinte e dois mil, seiscentos e
dezoito reais e noventa e cinco centavos), destes, R$ 19.919,75 em favor da S&V e
R$ 2.699,20 em favor da MS.
7º FATO
Consta na denúncia:
De forma idêntica agiu a organização criminosa no procedimento licitatório convite n. 68/2010, para a aquisição de equipamentos de informática e mobiliário para o Departamento de Saneamento Básico, com abertura das propostas em 08/03/2010.Para dar cabo à fraude nessa licitação, a associação criminosa, pelos sócios das
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empresas, determinou a apresentação propostas também pela sua empresa fictícia e, como tal, o fez o denunciado Waldelei Schmidt, representando a empresa S&V, e Marcia Siepko, representando a empresa MS.Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 31.861,00 (trinta e um mil, oitocentos e sessenta e um reais), destes, R$ 28.091,00 em favor da S&V e R$ 3.770,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schmidt, MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela ré
Lindacir Salete Faccio Giaretta.
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Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta
assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era
encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e
Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a
associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da
adjudicação do objeto no valor de R$ 31.861,00 (trinta e um mil, oitocentos e
sessenta e um reais), destes, R$ 28.091,00 em favor da S&V e R$ 3.770,00 em
favor da MS.
1.9. Da cidade de BOM JESUS DO OESTE:
1º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório convite n. 15/2008, para aquisição de equipamentos, materiais e serviços de informática e escritório, com julgamento das propostas em 14/03/2008. A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas. Para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo. Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo
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denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 32.056,00 (trinta e dois mil e cinqüenta e seis reais) em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Volmir Ficcagna, e MS Equipamentos e Assistência Ltda., representada pela ré
Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas empresas não poderiam
concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambas.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação
criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do
objeto no valor de R$ 32.056,00 (trinta e dois mil e cinqüenta e seis reais) em favor
da MS.
2º FATO
Consta na denúncia:
fls. 125
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49
Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
Foi lançado procedimento licitatório convite n. 29/2008, para adquirir materiais para instalação e funcionamento de internet e rede no centro administrativo, com julgamento das propostas em 24/07/2008. Tal qual narrado no item anterior, e com o mesmo intuito, a organização criminosa fez propostas por suas duas empresas, e o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. De forma idêntica ao fato anterior, a organização criminosa teve auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 35.627,60 (trinta e cinco mil e seiscentos e vinte e sete reais e sessenta centavos) em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
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no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela ré
Lindacir Salete Faccio Giaretta.
Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta
assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era
encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e
Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação
criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do
objeto no valor de R$ 35.627,60 (trinta e cinco mil e seiscentos e vinte e sete reais e
sessenta centavos) em favor da MS.
3º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o convite n. 33/2008, para aquisição de materiais, equipamentos, acessórios e serviços de informática para consertos e manutenções, com o julgamento das propostas em 26/11/2008.Tal qual narrado no item anterior, e com o mesmo intuito, a organização criminosa fez propostas por suas duas empresas, e o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas.
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A fraude contou com o auxílio do denunciado Caleb Gerson Kieling, representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., que franqueou a Waldelei Schmidt o acesso aos documentos referentes à participação da sua empresa no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos à organização criminosa. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor total de R$ 14.360,00 (quatorze mil trezentos e sessenta reais) em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko e Caleb G. Kieling & Cia Ltda., representada pelo réu Caleb
Gerson Kieling.
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda. e a MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. Ressalta-se que estas empresas não
poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambas.
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No certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Caleb G.
Kieling & Cia Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e MS na fraude
perpetrada na licitação, tendo em vista que durante o cumprimento de mandado de
busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi apreendido um carimbo da
empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo número do CNPJ, bem como
arquivos diversos desta empresa no computador do réu Waldelei Schmidt,
deixando claro o uso da empresa do réu Caleb para realizarem as fraudes.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação
criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do
objeto no valor total de R$ 35.657,00 (trinta e cinco mil seiscentos e cinquenta e
sete reais), destes, R$ 21.013,70 em favor da S&V e R$ 14.644,30 em favor da MS.
4º FATO
Consta na denúncia:
Da mesma forma no convite n. 31/2009, para locação de máquinas para elaboração de cópias e impressão, com julgamento das propostas em 01/09/2009.Tal qual narrado no item anterior, e com o mesmo intuito, a organização criminosa fez propostas por suas duas empresas, e o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. A fraude contou com o auxílio do denunciado Caleb Gerson Kieling, representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., que franqueou a Waldelei Schmidt o acesso aos documentos referentes à participação da sua empresa no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor total de R$ 9.420,00 (nove mil quatrocentos e vinte reais) em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko e Caleb G. Kieling & Cia Ltda., representada pelo réu Caleb
Gerson Kieling.
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda. e a MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. Ressalta-se que estas empresas não
poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambas.
No certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Caleb G.
Kieling & Cia Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e MS na fraude
perpetrada na licitação, tendo em vista que durante o cumprimento de mandado de
busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi apreendido um carimbo da
empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo número do CNPJ, bem como
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arquivos diversos desta empresa no computador do réu Waldelei Schmidt,
deixando claro o uso da empresa do réu Caleb para realizarem as fraudes.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação
criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do
objeto no valor total de R$ 9.420,00 (nove mil quatrocentos e vinte reais) em favor
da MS.
5º FATO
Consta na denúncia:
Foi lançado procedimento licitatório convite n. 20/2009, para aquisição de materiais e equipamentos para informática, móveis e serviços técnicos, com julgamento das propostas em 30/03/2009. Tal qual narrado no item anterior, e com o mesmo intuito, a organização criminosa fez propostas por suas duas empresas, e o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 65.691,00 (sessenta e cinco mil e seiscentos e noventa e um reais), destes, R$ 49.830,00 em favor da S&V e R$ 15.861,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
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o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Volmir Ficcagna e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas
empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista
que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo
local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a
associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da
adjudicação do objeto no valor de R$ 65.691,00 (sessenta e cinco mil e seiscentos e
noventa e um reais), destes, R$ 49.830,00 em favor da S&V e R$ 15.861,00 em
favor da MS.
6º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação convite n. 14/2011, para compra de mobiliário para a Câmara de Vereadores, com julgamento de propostas em 21/03/2011. A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas e, para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo.Para dar cabo à fraude nessa licitação, a associação criminosa pelos sócios das empresas determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez Waldelei Schmidt,
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representando a empresa S&V, e Marcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 24.087,40 (vinte e quatro mil e oitenta e sete reais e quarenta centavos), em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schmidt, MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela ré
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Lindacir Salete Faccio Giaretta.
Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta
assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era
encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e
Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a
associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da
adjudicação do objeto no valor de R$ 24.087,40 (vinte e quatro mil e oitenta e sete
reais e quarenta centavos), em favor da MS.
7º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório convite n. 35/2011, para aquisição de mobília para o Centro de Saúde, com o julgamento das propostas em 23/09/2011. A organização criminosa tendo as suas empresas convidadas agiu da mesma forma anterior, valendo-se agora da ação dos sócios Márcia Siepko (MS) e Volmir Ficagna (S&V) de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório e, para tanto, ajustaram as propostas apresentadas, inviabilizando o caráter competitivo do certame, por se tratarem de empresas pertencentes ao mesmo grupo de pessoas. Na prática do crime, contaram com o auxílio do denunciado Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda., que, ciente da fraude, encaminhou os documentos referentes à participação da sua empresa no certame ao denunciado Waldelei Schmidt que, por sua vez determinou que o denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse a proposta de preço da empresa Proxyline, que o fez, portanto, com conteúdo ideologicamente falso, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos
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objetos licitados às empresas S&V e MS.Com tal expediente e, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 12.378,60 (doze mil trezentos e setenta e oito reais e sessenta centavos), em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Volmir Ficcagna, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas
empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista
que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo
local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.
Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline
Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que
nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados
vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa
Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos incluem réu Marcelo
Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da organização
criminosa.
Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame,
obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente
da adjudicação do objeto no valor de R$ 12.378,60 (doze mil trezentos e setenta e
oito reais e sessenta centavos), em favor da S&V.
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1.10. Da cidade de OURO VERDE:
1º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 331/20096, para adquirir materiais de expediente, com abertura de propostas no dia 28/05/2009.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa; e, neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 8.482,00 (oito mil, quatrocentos e oitenta e dois reais, e sessenta centavos), destes R$ 5.614,00 em favor da S&V e R$ 2.868,60 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
6 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 05/2009, e não 331/2009 conforme constou na denúncia.
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Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada como
representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko.
Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação
pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm
sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência
entre ambas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,
frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de
forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de
R$ 8.482,00 (oito mil, quatrocentos e oitenta e dois reais, e sessenta centavos),
destes R$ 5.614,00 em favor da S&V e R$ 2.868,60 em favor da MS.
2º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação convite n. 19/2009, para a aquisição de computadores e outros materiais de informática, com abertura das propostas em 16/03/2009:A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas e, para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo.Para dar cabo à fraude nessa licitação, a associação criminosa pelos sócios das empresas determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez Márcia Siepko representando a empresa MS, por sua vez, a empresa S&V foi representada por Volmir.Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e
fls. 137
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 25.865,00 (vinte e cinco mil, oitocentos e sessenta e cinco reais) em contratos para a empresa S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela ré
Lindacir Salete Faccio Giaretta.
Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta
assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era
encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e
Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda.
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Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame,
obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente
da adjudicação do objeto no valor de R$ 25.865,00 (vinte e cinco mil, oitocentos e
sessenta e cinco reais) em contratos para a empresa S&V.
3º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação convite n. 48/2010, para a aquisição de computadores e outros materiais de informática, com abertura das propostas em 23/07/2010.Da mesma forma narrada no item anterior, a organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas e, que determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez Márcia Siepko representando a empresa MS, sendo a S&V representada por Waldelei Schmidt.A organização criminosa teve o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 8.522,50 (oito mil, quinhentos e vinte e dois reais e cinqüenta centavos) em contratos para a empresa S&V - (no procedimento n. 19/2009 e R$ no procedimento n. 48/2010).
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
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e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Sérgio Francisco
Siepko, MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré
Márcia Helena Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda.,
representada pela ré Lindacir Salete Faccio Giaretta.
Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta
assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era
encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e
Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda.
Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame,
obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente
da adjudicação do objeto no valor de R$ 8.522,50 (oito mil, quinhentos e vinte e dois
reais e cinqüenta centavos) em contratos para a empresa S&V.
1.11. Da cidade de PINHALZINHO
1º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 07/2010, para adquirir equipamentos de informática, com pregão em 05/03/2010. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o
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intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia SiepkoAssim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 12.437,00 (doze mil quatrocentos e trinta e sete reais), em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Ltda.,
representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada como
representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko,
deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não
poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
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do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,
frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de
forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de
R$ 12.437,00 (doze mil quatrocentos e trinta e sete reais), em favor da S&V.
2º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 22/2011, para aquisição de lousas interativas e projetores multimídias, com pregão em 28/12/2011.Para tanto, ajustaram as propostas apresentadas, sendo determinado que os denunciados Volmir Ficagna (S&V) e Márcia Siepko (MS), fariam as propostas, cientes que a participação conjunta das empresas inviabilizaria o caráter competitivo do certame, por se tratarem de empresas pertencentes ao mesmo grupo de pessoas, sempre com o intuito de obter vantagem indevida, decorrente da adjudicação das propostas. Na prática do crime, contaram ainda com o auxílio de Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda., o qual encaminhou a Waldelei Schmidt os documentos referentes à participação da sua empresa no certame, que por sua vez determinou que o denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse a proposta de preço da empresa Proxyline, que o fez, portanto, com conteúdo ideologicamente falso, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Rendeu-lhes a conduta ilícita a adjudicação do objeto, no valor de R$ 31.374,00 (trinta e um mil, trezentos e setenta e quatro reais), destes, sendo destinados R$ 23.925,00 para a empresa S&V e R$ 7.449,00 para a MS.Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os produtos vendidos, com
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relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)7, e o foi vendido por R$ 7.975,00 (sete mil, novecentos e setenta e cinco reais), por três vezes, totalizando R$ 23.925,00 de sobrepreço.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Volmir Ficcagna, e a MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se
que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,
tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede
física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre
ambas.
Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline
Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que
nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados
vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa
Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos incluem o réu Marcelo
Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da organização
criminosa.
Rendeu-lhes a conduta ilícita a adjudicação do objeto, no valor de 7 Ibidem.
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R$ 31.374,00 (trinta e um mil, trezentos e setenta e quatro reais), destes, sendo
destinados R$ 23.925,00 para a empresa S&V e R$ 7.449,00 para a MS.
Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os
produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por
seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em
prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha
preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)8, e o foi
vendido por R$ 7.975,00 (sete mil, novecentos e setenta e cinco reais), por três
vezes, totalizando R$ 23.925,00 de sobrepreço.
2.12. Da cidade de ARABUTÃ
Consta na denúncia:
Tal município lançou o pregão presencial n. 12/2011, para adquirir material de expediente, mobiliários e equipamentos de informática, com pregão em 28/03/2011.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento de Waldelei Schmidt, Marcia Siepko, bem como, de Thiago Pasinatto de Oliveira, credenciado por aquela, o primeiro representando a empresa S&V, e os demais, a empresa MS.Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V/MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as empresas pertencem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em conjunto, obtiveram ilicitamente, vantagem com a adjudicação do objeto no valor de R$ 11.013,50 (onze mil e treze reais e cinquenta centavos), destes, R$ 10.608,00 em favor da S&V, e R$ 405,50 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
8 Ibidem.
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e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência
Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e por Tiago Pasinatto
de Oliveira, credenciado como representante da MS por Márcia. Ressalta-se que
estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em
vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no
mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.
Assim, mediante a combinação das propostas das empresas
S&V/MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as
empresas pertecem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em
conjunto, obtiveram ilicitamente, vantagem com a adjudicação do objeto no valor de
R$ 11.013,50 (onze mil e treze reais e cinquenta centavos), destes, R$ 10.608,00
em favor da S&V, e R$ 405,50 em favor da MS.
2.13. Da cidade de CAÇADOR
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 32/2010, para adquirir lousas educacionais interativas e projetores multimídias para as escolas municipais, com pregão em 13/05/2010. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da
fls. 145
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adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa (item 2).Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciado Waldelei Schmidt pela S&V, e pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia SiepkoAssim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 27.400,00 (vinte e sete mil e quatrocentos reais) em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada como
representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko,
deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não
poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,
frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de
forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de
R$ 27.400,00 (vinte e sete mil e quatrocentos reais) em favor da S&V.
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1.14. Da cidade de CONCÓRDIA:
1º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou o pregão presencial n. 83/2008, para aquisição de equipamentos de informática para as escolas municipais, com pregão em 14/08/2008.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Sérgio Siepko pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 23.570,00 (vinte e três mil quinhentos e setenta reais) em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada
pelos réus Waldelei Schmidt e Sérgio Francisco Siepko, e MS Equipamentos e
Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi
fls. 147
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
credenciada como representante da MS no certame pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que
estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em
vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no
mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,
frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de
forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de
R$ 23.570,00 (vinte e três mil quinhentos e setenta reais) em favor da S&V.
2º FATO
Consta na denúncia:
O município lançou o pregão presencial n. 122/2008, para aquisição de equipamentos de informática para as escolas municipais, com julgamento em 27/11/2008.Da mesma forma citada no item anterior, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa, e neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Sérgio Siepko pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello e Julcimar Mattielo, este credenciado por Solange Ficcagna.A fraude contou com o auxílio do denunciado Caleb Gerson Kieling, representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., que apresentou propostas por tal empresa, e também pela empresa Társio Comércio e Representações Ltda, todas estas ideologicamente falsas, pois com a finalidade de dar aparência de verdadeira competição, assegurando a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação
fls. 148
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
do objeto no valor total de R$ 14.360,00 (quatorze mil trezentos e sessenta reais) em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelos réus Waldelei Schmidt e Sérgio Francisco Siepko, e a MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko e por Julcimar Mattiello, o qual foi credenciado como
representante da MS no certame pela ré Solange Maria Ody Ficcagna. Ressalta-
se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,
tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede
física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre
ambas.
No certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Caleb G.
Kieling & Cia Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e MS na fraude
perpetrada na licitação, tendo em vista que durante o cumprimento de mandado de
busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi apreendido um carimbo da
empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo número do CNPJ, bem como
arquivos diversos desta empresa no computador do réu Waldelei Schmidt,
deixando claro o uso da empresa do réu Caleb para realizarem as fraudes.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a
associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da
adjudicação do objeto no valor total de R$ 14.360,00 (quatorze mil trezentos e
fls. 149
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
sessenta reais) em favor da S&V.
3º FATO
Consta na denúncia:
Foi lançado o pregão presencial n. 49/2010 para aquisição de sistema e equipamento para registro e controle de entrada e saída de funcionários, cujo pregão se deu em 25/05/2010.Da mesma forma citada no item anterior, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, o que decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa (item 2). Neste propósito, por determinação e com concordância de todos os sócios do grupo de empresas, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Sérgio Siepko pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello esta credenciada por Solange Ficcagna. Além disso, a associação criminosa ainda se valeu da conduta do denunciado Marcelo Rodrigues de Gouveia que, mesmo sendo empregado da empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda, credenciou-se como representante da empresa Targettech Serviços de Computador Ltda e, pactuando a elaboração de lances, cuja participação era falsa ideologicamente, servindo apenas para dar aparência de competitividade.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 88.660,00 (oitenta e oito mil seiscentos e sessenta reais) em favor da MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
fls. 150
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utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada como
representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko,
deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não
poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambas.
Ressalta-se que também participou da licitação a empresa
Targettech Serviços de Computador Ltda., representada pelo réu Marcelo
Rodrigues de Gouveia, o qual foi credenciado como representante da Targettech
por Ricardo Carniel. Destaca-se que Marcelo é funcionário da empresa S&V,
deixando clara a fraude perpretada consistente na falsa concorrência.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se
o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,
vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 88.660,00
(oitenta e oito mil seiscentos e sessenta reais) em favor da MS Equipamentos e
Assistência Técnica Ltda ME.
1.15. Da cidade de DIONÍSIO CERQUEIRA:
Consta na denúncia:
Tal município lançou o pregão presencial n. 19/2008 para aquisição de mobiliário para creche municipal, com julgamento das propostas em 25/11/2008.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o
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caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa e, neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 22.562,00 (vinte e dois mil, quinhentos e sessenta e dois reais), sendo R$ 5.936,00 em favor da S&V, e R$ 16.626,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se
que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,
tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede
física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre
ambas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,
frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de
forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de
R$ 22.562,00 (vinte e dois mil, quinhentos e sessenta e dois reais), sendo R$
fls. 152
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5.936,00 em favor da S&V, e R$ 16.626,00 em favor da MS.
1.16. Da cidade de IRANI
Consta na denúncia:
Tal município lançou o pregão presencial n. 23/2009, para aquisição de microcomputadores para as escolas da rede de ensino municipal, com julgamento das propostas em 19/10/2009.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto licitado, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa e, neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello e Arlete Ivone Schneider, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 20.831,30 (vinte mil, oitocentos e trinta e um reais e trinta centavos) em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
fls. 153
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representada pelos réus Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, e a MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko e por Arlete Ivone Schneider, a qual foi credenciada como
representante da MS no certame por Márcia. Ressalta-se que estas empresas não
poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,
frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de
forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de
R$ 20.381,30 (vinte mil, trezentos e oitenta e um reais e trinta centavos) em favor da
S&V.
1.17. Da cidade de ITÁ:
FATO 1
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 42/2010, para aquisição de equipamentos para monitoramento da via pública, com pregão em 05/07/2010.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto licitado, cuja fraude
fls. 154
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decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Fábio Junior Ambrósio, este credenciado por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 28.880,00 (vinte e oito mil, oitocentos e oitenta reais em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda., representada no procedimento licitatório por Fabio Júnior Ambrósio, o
qual foi credenciado a representar a MS no certame pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre
si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas
mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na
existência de concorrência entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
fls. 155
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,
frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de
forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de
R$ 28.880,00 (vinte e oito mil, oitocentos e oitenta reais em favor da S&V.
FATO 2
Consta na denúncia:
Tal município lançou o pregão presencial n. 57/2010, para aquisição de equipamentos para a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, com pregão em 10/12/2010.Idênticos modus operandi ao acima narrado, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto licitado e, neste propósito, por determinação e com concordância de todos os sócios do grupo de empresas, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 23.247,00 (vinte e três mil, duzentos e quarenta e sete reais) em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
fls. 156
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80
Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada a
representar a MS pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko, deixando clara sua
participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer
entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas
mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na
existência de concorrência entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,
frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de
forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de
R$ 23.247,00 (vinte e três mil, duzentos e quarenta e sete reais) em favor da S&V.
FATO 3
Consta na denúncia:
Tal município lançou o pregão presencial n. 45/2011, para aquisição de equipamentos para a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, com pregão em 10/12/2010.Idênticos modus operandi ao acima narrado, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto licitado e, neste propósito, por determinação e com concordância
fls. 157
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de todos os sócios do grupo de empresas, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello e Arlete Ivone Schneider, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 20.831,30 (vinte mil, oitocentos e trinta e um reais e trinta centavos) em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt e por Fabio Júnior Ambrósio, o qual foi
credenciado para representar a S&V por Waldelei, bem como a empresa MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko e por Domingos Jacir Carraro, o qual foi credenciado para
representar a MS por Márcia. Ressalta-se que estas empresas não poderiam
concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se
o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,
vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 2.970,00
(dois mil novecentos e setenta reais) em favor da S&V.
fls. 158
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1.18. Da cidade de PIRATUBA
FATO 1
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação na modalidade pregão presencial n. 08/2010, para aquisição de equipamentos diversos para Escola Amélita Poleto Hepp, com pregão no dia 15/03/2010.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Solange Ficagna.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 7.367,00 (sete mil, trezentos e sessenta e sete mil reais), destes, R$ 4.470,00 em favor da S&V, e R$ 2.897,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda., representada pela ré Solange Maria Ody Ficcagna. Ressalta-se que
fls. 159
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83
Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em
vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no
mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se
o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,
vantagem decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 7.367,00 (sete mil,
trezentos e sessenta e sete mil reais), destes, R$ 4.470,00 em favor da S&V, e R$
2.897,00 em favor da MS.
FATO 2
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação tipo pregão presencial n. 24/2011, para aquisição de equipamentos de informática, câmeras digitais e lousas interativas para unidades administrativas e para a rede municipal de ensino, com pregão no dia 05/07/2010.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e
fls. 160
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação de parte do objeto no valor de R$ 68.010,00 (sessenta e oito mil e dez reais) em favor da S&V. Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, os agentes ainda elevaram arbitrariamente o preço do bem em prejuízo da fazenda pública, i.e., do referido município. Isto porque tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)9, sendo vendido R$ 7.970,00 (sete mil, novecentos e setenta reais), por quatro vezes, totalizando R$ 17.880,00 apenas de sobrepreço.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelos réus Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, e a MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Angélica
Scapinello, a qual foi credenciada a representar a MS no certame pela ré Márcia
Helena Jabuonski Siepko, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se
que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,
tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede
física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre
ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha 9 Ibidem.
fls. 161
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, mediante a simulada concorrência, frustrou-se o caráter
competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,
vantagem patrimonial decorrente da adjudicação de parte do objeto no valor de R$
68.010,00 (sessenta e oito mil e dez reais) em favor da S&V.
Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os
produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, os agentes ainda elevaram
arbitrariamente o preço do bem em prejuízo da fazenda pública, i.e., do referido
município. Isto porque tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00
(três mil e quinhentos reais)10, sendo vendido R$ 7.970,00 (sete mil, novecentos e
setenta reais), por quatro vezes, totalizando R$ 17.880,00 apenas de sobrepreço.
1.19 PONTE SERRADA
FATO 1
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 05/2009, para aquisição de microcomputadores para o centro de processamento de dados de secretarias municipais, com pregão no dia 02/03/2009.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Márcia
10 Ibidem.
fls. 162
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Siepko.A fraude contou com o auxílio do denunciado Caleb Gerson Kieling, representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., que apresentou lances por tal empresa, e também pela empresa Társio Comércio e Representações Ltda, todas ideologicamente falsas, com a finalidade de dar aparência de verdadeira competição, assegurando a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 16.980,00 (dezesseis mil, novecentos e oitenta mil reais) em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se
que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,
tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede
física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre
ambas.
No certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Caleb G.
Kieling & Cia Ltda., prestou decisivo auxílio aos réus das empresas S&V e MS na
fraude perpetrada na licitação, tendo em vista que durante o cumprimento de
mandado de busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi apreendido um
fls. 163
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carimbo da empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo número do CNPJ,
bem como arquivos diversos desta empresa no computador do réu Waldelei
Schmidt, deixando claro o uso da empresa do réu Caleb para realizarem as
fraudes.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se
o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,
vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 16.980,00
(dezesseis mil, novecentos e oitenta mil reais) em favor da S&V.
FATO 2
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 25/2009, para aquisição de eletrodomésticos, material de cama, copa e cozinha, notebooks, datashow, cadeiras, mesas para escritório e arquivos de aço, com pregão para o dia 10/12/2010.Idênticos modus operandi ao acima narrado, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto licitado e, neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 18.762,50 (dezoito mil, setecentos e sessenta e dois reais e cinqüenta centavos), destes R$ 12.471,50 em favor da S&V, e R$ 6.291,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
fls. 164
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o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada a
representar a MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko, deixando
clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não poderiam
concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se
o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,
vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 18.762,50
(dezoito mil, setecentos e sessenta e dois reais e cinqüenta centavos), destes R$
12.471,50 em favor da S&V, e R$ 6.291,00 em favor da MS.
1.20. Da cidade de SÃO JOSÉ DO CEDRO
FATO 1
Consta na denúncia (aditada às fls. 5238-5241):
fls. 165
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Tal município lançou a licitação convite n. 108/2011, para a aquisição de lousa interativa, materiais didáticos pedagógicos para rede municipal de ensino, com abertura das propostas para o dia 24/08/2011.A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, valendo-se do fato que haviam cadastrado no município suas duas empresas, as quais restaram convidadas.Para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, conforme item II da inicial, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo.Para dar cabo à fraude nessa licitação, a associação criminosa pelos sócios das empresas determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. A fraude contou com o auxílio do denunciado Claudir Frigeri, proprietário da empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, que forneceu em branco os documentos necessários à participação de sua empresa ao denunciado Volmir Ficagna, bem como os assinou, possibilitando que, em concurso com este, Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse nos formulários proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados à empresa S&V. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 71.192,00 (setenta e um mil cento e noventa e dois reais), em favor da S&V. Além de se fraudar a competitividade do
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certame, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da referida lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)11, e o foi vendido por R$ 16.553,00 (dezesseis mil, quinhentos e cinqüenta e três reais), por quatro vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 52.212,00 (cinqüenta e dois mil, duzentos e doze reais).
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre as empresas S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS Equipamentos e Assistência Técnica,
representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e Somaq Assistência e
Equipamentos Ltda., representada pelo réu Claudir Frigeri.
Cumpre novamente ressaltar que Claudir Frigeri ratificou sua
participação na fraude desta licitação ao GAECO de Chapecó/SC (fls. 1751-1754).
Nesse sentido, ao analisar os arquivos existentes no notebook do réu Marcelo
Rodrigues de Gouveia, através do Ofício n. 288/ICC/2012, o Instituto Geral de
Perícias constatou que o réu possuía em seu notebook, dentre outros documentos,
três arquivos, em formato Word, onde a Positivo Informática S/A, representada por
Rodrigo Benetti Dolatto, autoriza as empresas S&V Equipamentos para Escritório
Ltda., MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. e Somaq Assistência e
Equipamentos Ltda., a revender, instalar e prestar treinamentos a empresas
11 Ibidem.
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privadas e públicas, inclusive à Prefeitura Municipal de São José do Cedro,
demonstrando novamente a falsificação ideológica perpretada pelas empresas S&V
e MS para utilização em licitações públicas, neste caso, em São José do Cedro (fls.
1755-1761).
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação
criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do
objeto no valor de R$ 71.192,00 (setenta e um mil cento e noventa e dois reais), em
favor da S&V.
Além de se fraudar a competitividade do certame, a organização
criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da
referida lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município.
Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e
quinhentos reais)12, e o foi vendido por R$ 16.553,00 (dezesseis mil, quinhentos e
cinqüenta e três reais), por quatro vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$
52.212,00 (cinqüenta e dois mil, duzentos e doze reais).
FATO 2
Consta na denúncia (aditada às fls. 5238-5241):
Tal município lançou a licitação convite n. 39/2012, para a aquisição de lousa interativa, materiais didáticos pedagógicos para rede municipal de ensino, com abertura das propostas para o dia 19/03/2012.A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, valendo-se do fato que haviam cadastrado no município suas duas empresas, as quais restaram convidadas.Para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo.Para dar cabo à fraude nessa licitação, a
12 Ibidem.
fls. 168
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associação criminosa pelos sócios das empresas determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. A fraude contou com o auxílio do denunciado Claudir Frigeri, proprietário da empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, que forneceu em branco os documentos necessários à participação de sua empresa ao denunciado Volmir Ficagna, bem como os assinou, possibilitando que, em concurso com este, Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse nos formulários proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados à empresa S&V. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 78.980,00 (setenta e oito mil, novecentos e oitenta reais), em favor da S&V. Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)13, e o foi vendido por R$ 15.576,00 (quinze mil, quinhentos e setenta e seis reais), por cinco vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 60.380,00 (sessenta mil, trezentos e oitenta reais).
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
13 Ibidem.
fls. 169
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obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Volmir Ficcagna, MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada
pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko, Somaq Assistência e Equipamentos
Ltda., representada por Andreia Fernanda Arend e Proxyline Informática Ltda.,
representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt.
Cumpre novamente ressaltar que Claudir Frigeri ratificou sua
participação na fraude desta licitação ao GAECO de Chapecó/SC (fls. 1787-1790).
Nesse sentido, ao analisar os arquivos existentes no notebook do réu Marcelo
Rodrigues de Gouveia, através do Ofício n. 288/ICC/2012, o Instituto Geral de
Perícias constatou que o réu possuía em seu notebook, dentre outros documentos,
três arquivos, em formato Word, onde a Positivo Informática S/A, representada por
Rodrigo Benetti Dolatto, autoriza as empresas S&V Equipamentos para Escritório
Ltda., MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. e Somaq Assistência e
Equipamentos Ltda., a revender, instalar e prestar treinamentos a empresas
privadas e públicas, inclusive à Prefeitura Municipal de São José do Cedro,
demonstrando novamente a falsificação ideológica perpretada pelas empresas S&V
e MS para utilização em licitações públicas, neste caso, São José do Cedro.
Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline
Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que
nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados
vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa
Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos têm como autor o réu
Marcelo Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da
organização criminosa.
fls. 170
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Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação
criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do
objeto no valor de R$ 78.980,00 (setenta e oito mil, novecentos e oitenta reais), em
favor da S&V.
Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por
seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa
eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque,
tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos
reais)14, e o foi vendido por R$ 15.576,00 (quinze mil, quinhentos e setenta e seis
reais), por cinco vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 60.380,00 (sessenta
mil, trezentos e oitenta reais).
1.21. Da cidade de SÃO MIGUEL DO OESTE
1º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação na modalidade pregão presencial n. 95/2008, para aquisição equipamentos de informática, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis, ar condicionados, câmaras frias e outros bens, com pregão no dia 04/12/2008.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Márcia Siepko.A fraude contou com o auxílio do denunciado Caleb Gerson Kieling, representante da empresa
14 Ibidem.
fls. 171
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Caleb G. Kieling & Cia Ltda., que apresentou propostas por tal empresa, e também pela empresa Társio Comércio e Representações Ltda, todas ideologicamente falsas, com a finalidade de dar aparência de verdadeira competição, assegurando a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente, e ainda a combinação de propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 9.352,80 (nove mil, trezentos e cinquenta e dois mil reais e oitenta centavos), sendo R$ 664,00 em favor da S&V (seiscentos e sessenta e quatro reais) e R$ 8.688,80 para a empresa MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas
empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista
que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo
local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.
No certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Caleb G.
Kieling & Cia Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e MS na fraude
perpetrada na licitação, tendo em vista que durante o cumprimento de mandado de
busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi apreendido um carimbo da
empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo número do CNPJ, bem como
fls. 172
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arquivos diversos desta empresa no computador do réu Waldelei Schmidt,
deixando claro o uso da empresa do réu Caleb para realizarem as fraudes.
Inclusive, no presente certame, restou claro que a empresa Társio Comércio e
Representações Ltda., concorreu com a empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda.,
também representada pelo réu Caleb G. Kieling (fls. 1767-1768).
Com tal expediente, e ainda a combinação de propostas das
empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa
obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto
no valor de R$ 9.352,80 (nove mil, trezentos e cinquenta e dois mil reais e oitenta
centavos), sendo R$ 664,00 em favor da S&V (seiscentos e sessenta e quatro reais)
e R$ 8.688,80 para a empresa MS.
2º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação na modalidade pregão presencial n. 74/2011, para aquisição de mobiliário, eletrodomésticos, equipamentos de informática e demais equipamentos permanentes para o município, com pregão para o dia 05/10/2011.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Marcelo Rodrigues de Gouveia através de Waldelei Schmidt, representando a S&V e, Angélica Scapinello e Marcia Siepko, estas representando a MS.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de
fls. 173
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forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 13.780,00 (treze mil setecentos e oitenta reais) em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Marcelo Rodrigues de Gouveia, o qual foi credenciado a
representar a S&V no certame pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e
Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Márcia Helena Jabuonski
Siepko e Angélica Scapinello, a qual foi credenciada a representar MS no certame
pela ré Solange Maria Ody Ficcagna, deixando clara sua participação na fraude.
Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação
pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm
sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência
entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se
o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,
fls. 174
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$
13.780,00 (treze mil setecentos e oitenta reais) em favor da MS.
1.22. Da cidade de SERRA ALTA
1º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação na modalidade convite n. 21/200915, para aquisição de serviço de cabeamento de rede, com abertura das propostas em 30/04/2009.A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas, o que denota a participação de terceiros que além de determinar a remessa de convite a estas, também o fez a empresa Líder Suprimentos de Informática Ltda, conforme determinado pela associação criminosa.Os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo, que, dessa forma, determinou a apresentação propostas pelas duas empresas, tendo Volmir Ficagna representado a empresa S&V, e Marcia Siepko a empresa MS. Para tanto, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Lindacir Salete Faccio Giaretta e Pedro Friguilha, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., os quais, em comunhão de esforços, confiaram a retirada dos convites às empresas S&V/MS, bem como, entregaram a documentação de sua empresa para Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, os quais fizeram inserir, por Marcelo Rodrigues Gouveia, proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente, e ainda a combinação de propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação
15 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 29/2009, e não 21/2009 conforme constou na denúncia.
fls. 175
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criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 18.613,00 (dezoito mil, seiscentos e treze reais), sendo R$ 11.473,00 em favor da S&V e R$ 7.140,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, MS Equipamentos e Assistência Técnica
Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos
para Informática Ltda., representada pela ré Lindacir Salete Faccio Giaretta.
Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta
assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era
encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e
Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda.
Com tal expediente, e ainda a combinação de propostas das
empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação
criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do
objeto no valor de R$ 18.613,00 (dezoito mil, seiscentos e treze reais), sendo R$
11.473,00 em favor da S&V e R$ 7.140,00 em favor da MS.
2º FATO
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação convite n.
fls. 176
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100
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21/2010, para aquisição de materiais permanentes e serviços de consertos de impressoras, micros e recabeamento com colocação de pontos de rede, formatação de micros e instalação de programas, com abertura das propostas em 31/03/2010.A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas, o que denota a participação de terceiros que além de determinar a remessa de convite a estas, também o fez a empresa Líder Suprimentos de Informática Ltda.Os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo, que, dessa forma, determinou a apresentação propostas pelas duas empresas, assim, Waldelei Schmidt representou a empresa S&V, e Marcia Siepko representou a empresa MS.Para tanto, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Lindacir Salete Faccio Giaretta e Pedro Friguilha, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., os quais, em comunhão de esforços, confiaram a retirada dos convites às empresas S&V/MS, bem como, entregaram a documentação de sua empresa para Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, os quais fizeram inserir proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 21.594,00 (vinte e um mil, quinhentos e noventa e quatro reais), sendo R$ 17.604,00 em favor da S&V e R$ 3.990,00 em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
fls. 177
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utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS Equipamentos e Assistência Técnica
Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos
para Informática Ltda., representada pela ré Lindacir Salete Faccio Giaretta.
Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta
assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era
encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e
Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda.
Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame,
obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente
da adjudicação do objeto no valor de R$ 21.594,00 (vinte e um mil, quinhentos e
noventa e quatro reais), sendo R$ 17.604,00 em favor da S&V e R$ 3.990,00 em
favor da MS.
1.23. Da cidade de PRESIDENTE CASTELO BRANCO
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação convite n. 27/2010, para aquisição de aquisição de equipamentos de informática e eletrônicos para serem usados nas atividades pedagógicas realizadas nas escolas municipais, com abertura das propostas em 05/07/2010.A organização criminosa, imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo, participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas, o que denota a participação de terceiros que além de determinar a remessa de convite a estas, também o fez a empresa Proxyline Informática Ltda.
fls. 178
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Os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo, que, dessa forma, determinou a apresentação propostas pelas duas empresas, tendo Waldelei Schmidt representado a empresa S&V, e Marcia Siepko a empresa MS. Contaram ainda com o auxílio do denunciado Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda, o qual confiou a retirada dos convites às empresas S&V/MS, bem como, entregou a documentação de sua empresa para Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, os quais determinaram que o denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia fizesse inserir proposta ideologicamente falsa dessa terceira empresa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 36.158,00 (trinta e seis mil cento e cinqüenta e oito reais) em favor da S&V.Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)16, e o foi vendido por R$ 6.475,00 (seis mil, quatrocentos e setenta e cinco reais), por três vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 8.925,00 (oito mil, novecentos e vinte e cinco reais).
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
16 Ibidem.
fls. 179
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no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,
representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se
que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,
tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede
física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre
ambas.
Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline
Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que
nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados
vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa
Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos têm como autor o réu
Marcelo Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da
organização criminosa.
Com a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o
caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita,
vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 36.158,00
(trinta e seis mil cento e cinqüenta e oito reais) em favor da S&V.
Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por
seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa
eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque,
tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos
reais)17, e o foi vendido por R$ 6.475,00 (seis mil, quatrocentos e setenta e cinco
reais), por três vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 8.925,00 (oito mil,
novecentos e vinte e cinco reais).
1.24. Da cidade de PALMA SOLA17 Ibidem.
fls. 180
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Consta na denúncia (aditada às fls. 5238-5241):
Tal município lançou a licitação convite n. 30/2011, para aquisição de aquisição de lousa interativa e outros equipamentos de informática para uso da Secretaria de Educação, com abertura das propostas em 05/09/2011.A organização criminosa, imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo, participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas, o que denota a participação de terceiros que além de determinar a remessa de convite a estas, também o fez a empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda.Os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo, que, dessa forma, determinou a apresentação propostas pelas duas empresas, tendo Volmir Ficagna representado a empresa S&V, e Marcia Siepko a empresa MS. A fraude contou com o auxílio do denunciado Claudir Frigeri, proprietário da empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, que forneceu em branco os documentos necessários à participação de sua empresa ao denunciado Volmir Ficagna, bem como os assinou, possibilitando que, em concurso com este, Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse nos formulários proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados à empresa S&V. Com a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 15.500,00 (quinze mil e quinhentos reais), destes, R$ 2.039,00 em favor da S&V, e R$ 13.461,00 em favor da MS. Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda
fls. 181
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Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)18, e o foi vendido por R$ 7.989,00 (sete mil, novecentos e oitenta e nove reais), totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 4.489,00 (quatro mil, quatrocentos e oitenta e nove reais).
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Volmir Ficcagna, MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada
pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e Somaq Assistência e Equipamentos
Ltda., representada pelo réu Claudir Frigeri.
Cumpre novamente ressaltar que Claudir Frigeri ratificou sua
participação na fraude desta licitação ao GAECO de Chapecó/SC (fls. 1779-1782).
Nesse sentido, ao analisar os arquivos existentes no notebook do réu Marcelo
Rodrigues de Gouveia, através do Ofício n. 288/ICC/2012, o Instituto Geral de
Perícias constatou que o réu possuía em seu notebook, dentre outros documentos,
três arquivos, em formato Word, onde a Positivo Informática S/A, representada por
Rodrigo Benetti Dolatto, autoriza as empresas S&V Equipamentos para Escritório
Ltda., MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. e Somaq Assistência e
Equipamentos Ltda., a revender, instalar e prestar treinamentos a empresas
privadas e públicas, inclusive à Prefeitura Municipal de Palma Sola, demonstrando
novamente a falsificação ideológica perpretada pelas empresas S&V e MS para
utilização em licitações públicas, neste caso, Palma Sola.
18 Ibidem.
fls. 182
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Com a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o
caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita,
vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 15.500,00
(quinze mil e quinhentos reais), destes, R$ 2.039,00 em favor da S&V, e R$
13.461,00 em favor da MS.
Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por
seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa
eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque,
tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos
reais)19, e o foi vendido por R$ 7.989,00 (sete mil, novecentos e oitenta e nove
reais), totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 4.489,00 (quatro mil, quatrocentos e
oitenta e nove reais).
1.25. Da cidade de ABELARDO LUZ:
Consta na denúncia:
Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 24/2009, para a aquisição de equipamentos de informática para o Fundo Municipal de Assistência Social e Secretaria Municipal de Educação, com pregão no dia 13/08/2009. Visando a prática de fraude em tal licitação, a associação criminosa, por concordância de todos os seus membros, com o mesmo modus operandi antes citado, promoveu o credenciamento no certame dos denunciados Waldelei Schmidt e de Fábio Junior Ambrósio, empregado da S&V este credenciado por Márcia Siepko, o que fizeram sabendo que afetariam o caráter competitivo do procedimento licitatório, apresentando propostas de ambas empresas, previamente ajustadas.Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto
19 Ibidem.
fls. 183
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no valor de R$ 18.160,00 (dezoito mil e cento e sessenta reais), em favor da S&V.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada por Fábio Júnior Ambrósio, o qual foi credenciado para representar a
MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas
empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista
que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo
local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.
Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa
de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha
de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.
10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito
indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto
do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio
público através de compras superfaturadas.
Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame,
obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente
da adjudicação do objeto no valor de R$ 18.160,00 (dezoito mil e cento e sessenta
reais), em favor da S&V.
1.26. Da cidade de XAVANTINA
fls. 184
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Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 07/2010, para aquisição de móveis, equipamentos de informática, equipamentos hospitalares e equipamentos eletrônicos, com pregão para o dia 02/03/2010.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Márcia Siepko, Angélica Scapinello e Fábio Junior Ambrósio, estes credenciados por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 24.247,00 (vinte e quatro mil, duzentos e quarenta e sete reais), em favor da MS.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Ltda., representada pelas
rés Márcia Helena Jabuonski Siepko e Angélica Scapinello e por Fabio Júnior
Ambrósio, ambos credenciados para representarem a MS no certame por Márcia.
fls. 185
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Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação
pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm
sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência
entre ambas.
Frisa-se que no documento constante de fl. 1786 do Pregão
Presencial n. 07/2010 do Município de Xavantina/SC, fica evidente a forma como
era feita a simulação de concorrência entre as empresas S&V e MS na licitação.
Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,
frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de
forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de
R$ 24.247,00 (vinte e quatro mil, duzentos e quarenta e sete reais), em favor da MS.
2.27. Da cidade de NOVA ERECHIM
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação convite n. 25/2011, destinado a aquisição de lousas interativas, com abertura de propostas no dia 01/03/2012.A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas, o que denota a participação de terceiros que, além de determinar a remessa de convite a estas, também o fez a empresa Proxyline Informática Ltda., conforme determinado pela associação criminosa.Neste propósito, determinou-se aos denunciados Volmir Ficagna (S&V) e Márcia Siepko (MS), que fizessem as propostas, cientes que a participação de conjunta das empresas inviabilizaria o caráter competitivo do certame, por se tratarem de empresas pertencentes ao mesmo grupo de pessoas, sempre com o intuito de obter vantagem indevida, decorrente da adjudicação das propostas. Na prática do crime, contaram ainda com o auxílio de Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda., o qual encaminhou a Waldelei Schmidt os documentos
fls. 186
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referentes à participação da sua empresa no certame, que por sua vez determinou que o denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse a proposta de preço da empresa Proxyline, que o fez, portanto, com conteúdo ideologicamente falso, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Assim, teve a organização criminosa adjudicado ilicitamente em seu favor o objeto licitado no valor de R$ 12.750,00 (doze mil, setecentos e cinqüenta reais) para a empresa S&V.Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)20, e o foi vendido por R$ 12.750,00 (doze mil, setecentos e cinqüenta reais), totalizando R$ 9.250,00 de sobrepreço.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência
fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Volmir Ficcagna, e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas
empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista
que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo
local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.
Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline 20 Ibidem.
fls. 187
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Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que
nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados
vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa
Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos têm como autor o réu
Marcelo Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da
organização criminosa.
Assim, teve a organização criminosa adjudicado ilicitamente em seu
favor o objeto licitado no valor de R$ 12.750,00 (doze mil, setecentos e cinqüenta
reais) para a empresa S&V.
Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por
seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa
eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque,
tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos
reais)21, e o foi vendido por R$ 12.750,00 (doze mil, setecentos e cinqüenta reais),
totalizando R$ 9.250,00 de sobrepreço.
1.28. Da cidade de ÁGUA DOCE
FATO 1
Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 28/2011, para aquisição de lousas interativas, mobiliários, produtos de informática, eletrodomésticos e diversos outros bens, com pregão para o dia 13/09/2011.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados
21 Ibidem.
fls. 188
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112
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Waldelei Schmidt, representando a S&V e, Marcelo Rodrigues de Gouveia através de Marcia Siepko, também credenciada, estes representando a MS.Na prática do crime, contaram ainda com o auxílio de Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda., o qual encaminhou a Waldelei Schmidt os documentos referentes à participação da sua empresa no certame, que por sua vez determinou que o denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse a proposta de preço da empresa Proxyline, que o fez, portanto, com conteúdo ideologicamente falso, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 105.090,00 (cento e cinco mil e noventa reais) em favor da S&V. Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)22, e o foi vendido por R$ 12.689,00 (doze mil, seiscentos e oitenta e nove reais), por sete vezes, totalizando R$ 64.323,00 de sobrepreço.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência 22 Ibidem.
fls. 189
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fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo
réu Waldelei Schmidt, MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e pelo réu Marcelo
Rodrigues de Gouveia, o qual foi credenciado para representar a MS no certame
por Márcia, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas
empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista
que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo
local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas. Destaca-se
que o réu Marcelo Rodrigues de Gouveia é funcionário da S&V Equipamentos,
mas nesta licitação estava representando a MS Equipamentos.
Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline
Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que
nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados
vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa
Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos têm como autor o réu
Marcelo Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da
organização criminosa.
Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das
empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação
criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do
objeto no valor de R$ 105.090,00 (cento e cinco mil e noventa reais) em favor da
S&V.
Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por
seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa
eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque,
tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos
reais)23, e o foi vendido por R$ 12.689,00 (doze mil, seiscentos e oitenta e nove
reais), por sete vezes, totalizando R$ 64.323,00 de sobrepreço.
FATO 223 Ibidem.
fls. 190
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Consta na denúncia:
Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 38/2011, para a aquisição de móveis, eletrodomésticos e equipamentos, inclusive lousas interativas, para a utilização em escolas da rede municipal de ensino, com pregão para o dia 09/12/2011.Neste pregão, a associação criminosa participou no certame apenas através da empresa S&V Equipamentos para Escritório, através e Waldelei Schmidt e Marcelo Rodrigues de Gouveia, este credenciado por aquele.Para obter sucesso nessa licitação, a associação, através dos agentes acima citados, valeu-se de declaração falsa por estes produzida, segundo a qual era autorizada pela empresa Positivo em revenda, treinamento e instalação de produtos de tecnologia educacional, tudo com o objetivo de afastar demais licitantes que não teriam como apresentar tal declaração.Com tal agir, a associação criminosa teve ilicitamente adjudicado a seu favor R$ 34.799,52 (trinta e quatro mil, setecentos e noventa e nove reais e cinquenta e dois centavos), em favor da S&V. Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, também por assentimento e determinação de todos os sócios do grupo de empresas (MS/S&V), fraudou-se a licitação elevando-se arbitrariamente os preços das lousas eletrônicas vendidas em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), e o foi vendido por R$ 12.691,74, por duas vezes, importando em um sobrepreço total de R$ 18.383,00.
A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,
e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de
obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram
fls. 191
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o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),
utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito
no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas
(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).
Neste procedimento licitatório, a empresa S&V Equipamentos para
Escritório Ltda., foi representada pelos réus Waldelei Schmidt e Marcelo
Rodrigues de Gouveia, o qual foi credenciado como representante da S&V no
certame por Waldelei.
A fraude ocorrida neste procedimento consistiu na utilização de
documento falso pelos representantes da empresa S&V. Cumpre registrar que o
carimbo constante na referida declaração é semelhante ao carimbo da empresa
Positivo Informática S/A que foi apreendido na sede da empresa S&V, sendo
utilizado para realização da falsificação do respectivo documento.
Ainda, no certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Társio
Comércio e Representações Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e
MS na fraude perpetrada na licitação tendo em vista os diversos arquivos desta
empresa no computador do réu Waldelei Schmidt, deixando claro o uso da
empresa do réu Caleb para realizarem as fraudes.
Com tal agir, a associação criminosa teve ilicitamente adjudicado a
seu favor R$ 34.799,52 (trinta e quatro mil, setecentos e noventa e nove reais e
cinquenta e dois centavos), em favor da S&V.
Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por
seus agentes acima citados, também por assentimento e determinação de todos os
sócios do grupo de empresas (MS/S&V), fraudou-se a licitação elevando-se
arbitrariamente os preços das lousas eletrônicas vendidas em prejuízo da Fazenda
Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em
torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), e o foi vendido por R$ 12.691,74,
por duas vezes, importando em um sobrepreço total de R$ 18.383,00.
2. DOS CRIMES PREVISTOS NO ART. 90, CAPUT E ART. 96,
fls. 192
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INCISO I, AMBOS DA LEI N. 8.666/93:
Como demonstrado supra, os 28 (vinte e oito) municípios onde
ocorreram os fatos narrados apresentaram ilicitudes em procedimentos licitatórios,
sendo que o Parquet ofereceu denúncia pela prática dos delitos previstos nos arts.
90, caput, e 96, inciso I, da Lei de Licitações (nº 8.666/93).
De fato, as condutas narradas se adequam ao tipo, sendo que o art.
90, caput, da Lei nº 8.666/93 prevê, in verbis:
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação;Pena detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Frise-se que o preceito penal incriminador contido no artigo 90 da
Lei n. 8.666/93 tem como sujeito ativo tanto o particular licitante quanto o agente
público, este quando intervier nas fases interna ou externa da licitação24.
Já no que toca às elementares do tipo penal em análise, extrai-se
dos comentários de Guilherme de Souza Nucci25 sobre a conduta nuclear:
Análise do núcleo do tipo: frustrar (malograr, não alcançar o objetivo esperado) ou fraudar (enganar, burlar) são condutas mistas alternativas, cujo objeto é o caráter competitivo do procedimento licitatório. O tipo prevê que frustração ou fraude se dê por ajuste (pacto), combinação (acordo) ou qualquer outro expediente (instrumento para alcançar determinado fim). Entretanto, não vemos sentido prático para tanto. O importante é eliminar a competição ou promover uma ilusória competição entre participantes da licitação por qualquer mecanismo, pouco importando ter havido ajuste ou combinação (aliás, termos sinônimos). [...]
24 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 16 ed. São Paulo: RT, 2014, p. 1177, com citação de jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.25 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 6 ed. São Paulo: RT, 2012, p. 406-407.
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Elemento subjetivo: é o dolo. Exige-se o elemento subjetivo específico, consistente no 'intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação'. Não há forma culposa.
Linhas após, o referido jurista26 classifica o tipo penal em exame:
"Classificação: [...] formal (não exige resultado
naturalístico para a consumação, consistente em efetivo
prejuízo para a Administração, nem tampouco se demanda a
obtenção de vantagem ao agente) [...]".
Com a mesma leitura, tem-se os dizeres de Marçal Justen Filho27:
[...] A segunda modalidade (fraudar) envolve o ardil pela qual o sujeito impede a eficácia da competição. A Lei refere-se expressamente ao ajuste ou combinação. Normalmente, essa hipótese concretiza-se quando diversos licitantes arranjam acordo para determinar a vitória de um deles. Porém, são criminalmente reprováveis também acordos "parciais", nos quais os licitantes estabeleçam condições "paralelas" às previstas no ato convocatório. Não é necessário que haja frustração ou fraude que comprometa a eficácia total da licitação. É suficiente que alguns dos aspectos do certame sejam atingidos. O crime aperfeiçoa-se inclusive quando o acordo se destina a excluir da disputa participantes potenciais e inexistir uma definição prévia sobre qual dos concertantes será o vencedor. [...].
Colhe-se da jurisprudência:
PENAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME DA LEI DE LICITAÇÕES. ART. 90 DA LEI N. 8.666/93. FRAUDE EM PROCESSO LICITATÓRIO. AUTORIA E MATERIALIDADE. DOLO. PENA DE MULTA. ART. 99 DA LEI N. 8.666/93. PENA PECUNIÁRIA SUBSTITUTIVA. COMPROVAÇÃO DAS CONDIÇÕES ECONÔMICAS DO RÉU. 1. Restando a materialidade e a autoria dos fatos
26 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 6 ed. São Paulo: RT, 2012, p. 407.27 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 16 ed. São Paulo: RT, 2014, p. 1178.
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descritos na denúncia adequada e suficientemente comprovada por elementos de convicção produzidos no âmbito da instrução judicial, sob o crivo do contraditório, restam condenados os réus pela prática de crime da lei de licitações, nos termos do art. 90 da Lei n. 8.666/93. 2. O dolo do delito insculpido no art. 90 da Lei n. 8.666/93 é genérico, consistente na vontade livre e consciente de utilizar-se de expediente para fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, o que claramente é a situação dos autos. 3. O delito previsto no art. 90 da Lei 8.666/93 se consuma com a frustração ou fraude ao caráter competitivo do certame, sendo o prejuízo econômico à Fazenda Pública mero exaurimento do tipo. Precedentes. 4. A pena de multa, prevista no art. 99 da Lei n. 8.666/93, tem como parâmetro mínimo o valor do contrato objeto do procedimento licitatório, o que foi corretamente observado pelo juízo singular. 5. A comprovação da insuficiência econômica para o adimplemento da pena de multa e da pena pecuniária substitutiva, visando a redução do apenamento imposto, é ônus do réu (art. 156 do CPP). (TRF-4 - ACR: 50042594920114047200 SC 5004259-49.2011.404.7200, Relator: LUIZ CARLOS CANALLI, Data de Julgamento: 05/11/2013, SÉTIMA TURMA, Data de Publicação: D.E. 07/11/2013).
[...] A violação ao princípio da publicidade (art. 37 da CF) implica a frustração ao caráter competitivo da licitação, ante a impossibilidade de apresentação de propostas por mais pessoas em razão do desconhecimento do edital. 2. Não obstante a Administração Municipal seja conduzida pelo Alcaide com o auxílio inarredável de uma equipe técnica, especialmente nos casos de licitações, em que existe uma comissão nomeada para esse trabalho específico, a homologação é feita pelo Prefeito, que se torna responsável pelos atos praticados. 3. O crime previsto no artigo 90 da Lei nº 8.666/93 é formal, ou seja, não exige efetivo prejuízo à Administração como consequência de resultado naturalístico,
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tampouco se demanda a obtenção da vantagem ao agente, pois a tutela circunda a moralidade pública, assegurando o caráter competitivo do procedimento licitatório, como princípio específico insculpido na seara das licitações e contratos. 4. Nos termos do art. 45, § 3º, do Código Penal, o serviço a ser prestado pelo condenado deve obedecer "à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação", ou seja, 7 (sete) horas semanais. (TJPR 7955164 PR 795516-4 (Acórdão), Relator: José Maurício Pinto de Almeida, Data de Julgamento: 01/03/2012, 2ª Câmara Criminal).
Conforme depreende-se, os demandados pouco caso fizeram dos
princípios da Administração Pública, desrespeitando a legalidade, a impessoalidade,
a eficiência, a moralidade e a lealdade às instituições, diante da perpetração de atos
fraudulentos em detrimento do interesse público, e visando a satisfação de seus
interesses espúrios.
Frente a tais circunstâncias, após a instrução da presente Ação
Penal, ficou incontestável que as empresas S&V e MS, mediante fraude, realizavam
uma falsa concorrência, já que as propostas de preços apresentadas pela maioria
das empresas "concorrentes" participantes das licitações tinham a mesma origem,
logrando êxito em adjudicar os objetos de todos os certames de que participaram na
região e, invariavelmente, vendendo seus produtos aos órgãos públicos por preços
muito superiores aos de mercado.
Nesse sentido, o art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93, tipifica tal
conduta como crime:
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:I elevando arbitrariamente os preços; [...].
Acerca de mencionado delito, leciona Guilherme de Souza Nucci28:
[...] fraudar (enganar, ludibriar, lesar por meio de engodo) é a conduta, cujo objeto é a
28 in Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. Vol. 1. 8ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
fls. 196
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licitação ou o contrato dela decorrente. Exige-se prejuízo para a Fazenda Pública e cuida-se de tipo vinculado, pois são descritas, nos incisos, as maneiras pelas quais a licitação ou o contrato pode ser frustrado [...].
Nesse sentido, restou fartamente comprovado que o esquema de
fraudes às licitações era composto, principalmente, pelas empresas S&V
Equipamentos para Informática Ltda e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda
ME, esta última criada pelos proprietários daquela a fim de garantir a homogenia
nos procedimentos licitatórios de que participavam, modo pelo qual asseguravam a
adjudicação do objeto, contando, em algumas vezes, com o auxílio de servidores
públicos dos municípios envolvidos.
Na prática, tais empresas contaram também com o auxílio de
diversas outras empresas do ramo de informática, as quais, ora forneciam os
documentos necessários à participação nos certames, a fim de que os
representantes das empresas S&V e MS os preenchessem segundo seus
interesses, ora apresentavam propostas apenas meramente formais, visando
sempre fraudar os certames, e assim, assegurar a adjudicação dos objetos em seu
benefício.
Em que pese não ser objeto direto da presente ação penal,
importante destacar, e entender, como a Empresa POSITIVO mapeava as licitações
das regiões para fins de cadastramento de um único representante apto a participar
dos certames, neste caso, as empresas S&V e MS.
O Sr. Paulo Roberto Marchine, gerente nacional de vendas da
Positivo, "mapeava" a licitação para a respectiva empresa ganhar, inibindo ou
mesmo proibindo as demais concorrentes que vendem equipamentos fornecidos
pela empresa Positivo Informática de participarem do certame, coagindo-a sob pena
de "descredenciamento e perda de login" (fl. 525), conforme se extrai de vários
trechos da interceptação telefônica realizada:
Áudio 18 do Relatório de Interceptação n. 02.Rodrigo (Positivo) fala com Waldelei (S&V de Chapecó), este orienta Rodrigo que a Revenda Compu Jovem de Porto Alegre
fls. 197
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não pode entrar no edital de Ipiranga do Sul/RS, que lá já está "reservado". Rodrigo diz que vai mandar um e-mail para eles. Waldelei diz que estão proibidos de participar do Edital do dia 28 (eventualmente deste mês de março), explica que fizeram quatro demonstrações para as escolas, eles não podem estragar o negócio, que foi um trabalho já feito [...].
Áudio 20 do Relatório de Interceptação n. 02.Waldelei conversa novamente com Lúcio (Positivo) a respeito da empresa COMPU JOVEM participar da licitação de Itapiranga do Sul/RS; Lúcio diz que já falou com o Paulo (Paulo Roberto Machine) e se a empresa participar e ganhar, eles não irão fornecer o material. Waldelei diz que é melhor eles falarem com a empresa antes de ela participar. Lúcio diz que não tem o que fazer, diz que eles não podem impedir a empresa de participar. Waldelei diz que é questão de parceria. Lúcio diz que já conversou com Paulo e Waldelei pode ficar tranquilo.
Áudio 21 do Relatório de Interceptação n. 02.Waldelei conversa com Rodrigo (Positivo), falam sobre negócios, no minuto 07:50 Rodrigo diz - "lá da Compu Jovem, já falei que não é para participar né, que já está mapeado". Waldelei - "e ele? O ele falou daí?". Rodrigo - "não, ele tava falando: não eu achava que era só uma venda simples" Rodrigo diz ainda - "não, política de revenda é isso eu falei, você tem que mapear antes o negócio porque muitas vezes foi trabalhado já por uma revenda minha, aí ele: ah então tá, aí ficou de ver com a gerente dele e me dar um retorno" Waldelei - "tá, mas daí você vê isso aí para ficar uma coisa certa né, daí tipo amanhã tu cobra ele de novo".
Áudio 22 do Relatório de Interceptação n. 02.Waldelei e Rodrigo voltam a conversar [...] no minuto 06:00 Waldelei diz - "... e liga lá na Compu Jovem amanhã e diz pra ele não entrar naquele edital, diz óh, não pode entrar, se entrar nós não vamos entregar pra vocês (mercadoria), e nós vamos descredenciar vocês".
Áudio analisado no dia 27/06/2012, às 14h16min25s, do Relatório de Interceptação n. 05[...] Waldelei diz: "Aquele material ali a gente tem exclusividade,... Então se nós monta uns editais, se você monta outros editais aí, não vai ter outros produtos que fecha"; [...] Waldelei diz: "Eu mapeio lá com eles (empresa POSITIVO)." Waldelei diz que tem exclusividade nos três
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Estados do sul, para revender este material, e como Waldelei tem "acesso com eles" (POSITIVO) bem tranquilo, ele só tem que fazer o mapeamento para ninguém se atravessar no negócio. [...] Waldelei diz: "Pode ser até que tenha do escolar, mas só que se você levantou o negócio lá no órgão, eu faço o mapeamento lá dentro e fica pra nós, daí não entre esse revendedor deles". Waldelei diz que tem que fazer o mapeamento porque se outro revendedor entrar no negócio, eles (empresa POSITIVO) vão dizer que já está mapeado para a S&V e não deixarão outro revendedor entrar.
De fato, o comportamento da empresa Positivo nas questões que
cercavam procedimentos licitatórios em todo país, notadamente em Santa Catarina,
acabou por desencadear até mesmo intervenção do CADE (Conselho Administrativo
de Defesa Econômica) para investigar a prática de cartel no mercado de venda de
equipamentos de informática, conforme se extrai em notícia veiculada na WEB29:
Superintendência abre processo para investigar
cartel no mercado de equipamentos de
informática
Irregularidades seriam na compra de desktops,
notebooks e tablets, entre outros
A Superintendência-Geral do Conselho
Administrativo de Defesa Econômica Cade
instaurou, nesta quinta-feira (23/07), processo
administrativo (PA 08700.008098/2014-71) para
apurar supostas condutas anticompetitivas em
licitações para aquisição de equipamentos e
materiais de informática. Entre os equipamentos
estão desktops, notebooks, tablets, lousas
interativas e projetores.
Estão sendo investigadas as empresas Caleb G.
29 (http://www.cade.gov.br/noticias/superintendencia-abre-processo-para-investigar-cartel-no-mercado-de-equipamentos-de-informática).
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Kieling & Cia. Ltda., Enge Áudio Comércio e
Sonorização Ltda. ME, I 9 Soluções em
Tecnologia e Informática Ltda. ME, Líder
Suprimentos para Informática Ltda., MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
Multicomp Informática Ltda., Positivo
Informática S/A, Proxyline Informática Ltda.,
S&V Equipamentos para Escritório Ltda., Somaq
Assistência e Equipamentos Ltda., além de 18
pessoas físicas.
A investigação teve início a partir de
documentos remetidos ao Cade em junho de 2014,
referentes à “Operação Licitação Mapeada”,
conduzida pelo Ministério Público do Estado de
Santa Catarina.
A Superintendência apurou indícios de que a política nacional de vendas da Positivo Informática poderia gerar efeitos anticompetitivos especialmente em licitações para aquisição de equipamentos e materiais de informática. A ação incluiria uma divisão geográfica de mercado associada a um mapeamento e reserva de oportunidades, por meio da qual a Positivo concederia uma autorização para determinado revendedor participar de uma licitação e impediria que aqueles não autorizados estivessem em concorrências reservadas para outros revendedores. Os que não cumprissem este tipo de acordo tinham recusado o fornecimento de produtos, entre outras punições. Como a Positivo participava diretamente de licitações concorrendo, portanto, com seus revendedores , há indícios de que tal política criaria dificuldades a concorrentes ou conluios entre
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eles. A Positivo ainda teria centralizado e repassado informações comerciais sensíveis entre revendedores, influenciando a adoção de condutas uniformes entre concorrentes. Alguns deles, que supostamente exigiriam proteção ao revendedor mapeado para determinada licitação, também são investigados, como a S&V, revendedora da Positivo em Santa Catarina. Atuação regional A Superintendência-Geral do Cade também encontrou indícios robustos de cartel em licitações destinadas à aquisição de equipamentos e materiais de informática nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Previamente às concorrências, as empresas S&V, revendedora da Positivo na região, e MS fechariam acordo com as firmas Líder, Proxyline, Somaq e Caleb Ltda. As empresas combinavam quem cederia, quem participaria das licitações ou quem daria cobertura àquela previamente designada para vencer o certame. O objetivo era falsear e restringir a livre concorrência e simular uma competição que de fato não existia entre elas.
Com a instauração do processo administrativo, os acusados serão notificados para apresentar defesa. Ao final da instrução processual, a Superintendência-Geral opinará pela condenação ou arquivamento e remeterá o caso para julgamento pelo Tribunal Administrativo do Cade, responsável pela decisão final. (grifou-se).
Ainda, o mapeamento das licitações é de maneira inconteste
demonstrado por meio da interceptação telefônica e da quebra de dados
telemáticos, na qual, dentre tantos elementos incriminadores, viu-se que a empresa
Positivo Informática cancelou o "login e senha" da empresa Targettech, após esta tê-
la "desafiado", e concorrido com a Empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda
em licitação ocorrida em abril de 2012 no Município de São Lourenço do Oeste/SC;
inclusive, em relação a tal certame, o representante da empresa Positivo confirmou
por e-mail ao sócio da empresa Targettech, que o login e senha da sua empresa
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haviam sido cancelados devido ao não cumprimento das regras impostas pela
Positivo para participação em licitações (fl. 530):
From: Paulo Roberto Marchine[...]Caro Leandro,Sua empresa foi retirada do programa Positivo Revendas por ter participado de uma licitação na Prefeitura Municipal de São Lourenço do Oeste sem autorização da Positivo. [...] A pena para os revendedores que participarem sem autorização, é a exclusão do Programa.Essa decisão é irrevogável.Obrigado.
Da mesma forma, extrai-se da interceptação telefônica:
Áudio 59 do Relatório de Interceptação n. 04.Paulo Marchine liga para Rodrigo e diz que "tem um revendedor em Santa Catarina que participou de uma licitação em São Lourenço do Oeste, mas ele não poderia ter participado dessa licitação, até porque a gente nem queria que ele fosse revendedor, porque ele tá naquela área do Waldelei, que tem aquela área de Chapecó, mas, enfim, ele foi, o Waldelei ganhou uma parte da licitação e ele ganhou outra [...] ai teve a licitação em São Lourenço do Oeste, dai o Waldelei falou "ah, foi lá aquele cara!". Eu to te falando isso porque a gente tenta segurar de um lado e segurar do outro, mas tem coisa que a gente não está o tempo todo." Rodrigo diz "é difícil, né, eu mesmo, eu direciono tudo, o Waldelei sabe disso, o que é da região dele, eu mando pra ele lá, só que às vezes o cliente passa uma outra informação [...] (fl. 531).
Áudio 62 do Relatório de Interceptação n. 04.Sérgio, sócio de Waldelei, fala com Paulo Marchine, reclamando a respeito do acontecido na licitação do Município de São Lourenço do Oeste. Diz que a empresa Positivo não cumpre com o que falam. Sérgio diz que fazem trabalhos para a "coisa" acontecer. [...] Sérgio quer que a pessoa que "cometeu esse erro", pague por ele. Paulo diz que vão resolver essa situação internamente e que já conversou com Waldelei e que, em termos financeiros, eles (a empresa Positivo) conseguem reparar.
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Áudio 67 do Relatório de Interceptação n. 04.Leandro Carniel, da Targettech, liga para Paulo Roberto Marchine dizendo que teve um caso em que houve uma licitação, onde estava mapeado para uma revenda, Leandro não sabia e participou. Leandro diz que seu cadastro está bloqueado e pede se teria alguma maneira de desbloquearem. Paulo diz "nenhuma, nenhuma... Você inclusive entregou lá as máquinas da Prefeitura de São Lourenço, não entregou?" Leandro diz "ainda não". Paulo diz "não, mas vai entregar, não vai?" Leandro diz que sim. Paulo diz "comprou através da I9, não comprou?" Leandro diz "sim". Paulo diz "então, cara, é uma coisa errada atrás da outra.... Você entrou e não podia entrar... Ganhou e não podia ter comprado... Usou um outro revendedor para comprar..." [...] Paulo diz "o correto é o seguinte, só entra na licitação quem for autorizado a entrar. E quem não foi autorizado, se estiver no programa é excluído, se não estiver no programa não há nada que a gente possa fazer. Mas se estiver no programa é excluído automaticamente. [...].
Corroborando o estratagema muito bem aderido pelos réus,
destacam-se os depoimentos testemunhais de Leandro Carniel e do Sr. Cláudio
Menezes Vieira, Delegado de Polícia lotado no GAECO de Chapecó, prestados em
juízo, respectivamente, abaixo (fl. 5674):
Leandro Carniel: [...]Ministério Público: O senhor recorda se havia alguma proibição do fornecedor para que o senhor participasse dessa licitação, houve algum problema do senhor com a empresa pra tentar continuar participando da licitação? Testemunha: Naquele momento?Ministério Público: Sim.Testemunha: Não, não houve.Ministério Público: E em outras licitações envolvendo a S&V?Testemunha: Quando era mapeado sim, pra qualquer empresa, quem mapeasse primeiro ficava com a licitação.Ministério Público: Como é que funcionava esse mapeamento que o senhor menciona? Testemunha: Quem soubesse por exemplo do que fosse publicado no edital antes, eles mandavam
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pra empresa, aí eles mapeavam por área, no caso a licitação, o pregão.Ministério Público: Certo, aí as outras pessoas não poderiam participar? Testemunha: Não, só um.Ministério Público: Qual empresa que normalmente era favorecida com esse mapeamento da Positivo? Testemunha: Quem chegava primeiro, no caso.Ministério Público: Mas o que que o senhor verificou das licitações que o senhor participou, por exemplo em Erechim e assim por diante? Testemunha: Lá foi no caso a S&V.Ministério Público: Certo, aconteceu isso também na cidade de Itá pra sessenta netbooks da Secretaria de Educação? Testemunha: Sim. Ministério Público: Também 'tava' mapeado? Testemunha: Sim. Ministério Público: Pra qual empresa? Testemunha: S&V.Ministério Público: Daí o senhor teve que desistir da licitação por isso? Testemunha: Sim.[...].
Cláudio Menezes Vieira: [...]Ministério Público: Certo, antes mesmo de entrar nessa questão da fraude, o senhor recorda se essa testemunha explicou sobre um processo de mapeamento de licitação e como é que funcionava esse processo? Testemunha: Explicou, no caso ali a Positivo Informática Limitada ela tem um procedimento de mapeamento de quem pode participar das licitações, inclusive foi relatado pela testemunha, posteriormente, através, que essa investigação teve interceptação telefônica, interceptação telemática, teve busca e apreensão, teve a análise de algum dos computadores apreendidos ali, então a testemunha teve um relato dessa questão, inclusive na interceptação telefônica a gente pegou essa questão de algumas conversas ali de integrantes da S&V falando com funcionários da
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Positivo, pedindo pra mapear licitações e no próprio computador do Waldelei ou do Marcelo, não me recordo, eu acho que até nos dois tinha ali, acho que mais do Waldelei, tinha os pedidos de mapeamento de licitação direcionados pra Positivo que tinham sido preenchidos com dado da licitação, no qual a Positivo quando recebia esse pedido de mapeamento então proibia outras empresas de participar daquela licitação que foi pedido o mapeamento, a S&V então ali segundo o que foi apurado também tinha uma área de atuação, no oeste, Santa Catarina, mais ali nessas licitações e ela então uma vez que fazia esse pedido lá, tinha essa, a Positivo não dava essa autorização pras demais participarem então 'né', inclusive faz parte das regras desse mapeamento da Positivo que a empresa que revende produtos da Positivo tem que pedir essa autorização pra Positivo antes de ingressar na licitação, inclusive a testemunha, o Leandro Carniel, ele chegou a ser excluído do programa da Positivo, tem um e-mail que foi juntado nos autos ali da Positivo dizendo que ele foi excluído porque não seguiu aquelas regras, teve uma licitação no oeste aqui de Santa Catarina que ele participou e não pediu a autorização antes e teve esse e-mail então juntado nos autos, tá no relatório número sete também de informação, essa descrição toda dessa exclusão dele desse programa da Positivo, quem quisesse participar das licitações tinha que se inscrever anteriormente.[...].
Destaca-se que durante a análise da interceptação telefônica, fica
claro que Waldelei Schmidt e demais réus utilizavam-se das empresas S&V e MS,
de forma sistemática e reiterada, para fraudarem os procedimentos licitatórios
previamente mapeados pela Empresa POSITIVO, conforme seguintes trechos
extraídos dos Relatórios de Interceptação n. 04 e 06 (fl. 509/1002):
Áudio 23 do Relatório de Interceptação n. 04:
TRANSCRIÇÃO: Waldelei liga para Marcelo (da S&V) [...] Waldelei diz que vai ele e Angélica ou outra pessoa, mas que
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vão com a S&V e a MS. Marcelo diz "mas é tomada de preço, o que vai adiantar ir com os dois?" Waldelei diz "mas é cinco por cento né, se o cara ficar em segundo lugar com cinco por cento..." Marcelo diz "mas vai com a MS, então!!". Waldelei diz "não, não, não posso ir com a MS, tenho que ganhar com a S&V, por causa do imposto, por causa do PIS e COFINS". [...] Waldelei diz que amanhã vão com a S&V e a MS. Angélica diz "Wande, mas é tomada de preço, não precisa ir com as duas". Waldelei diz "mas é aquele negócio de cinco por cento". Angélica diz "mas então vai pela MS!". Waldelei diz que não pode ir com a MS, que tem que ganhar pela S&V. Angélica diz "então o que que adianta ser o menor valor, o menor valor vai ter que ser pela S&V". Waldelei diz "se ficar cinco por cento, eu não dou lance, daí eu não baixo, porque é tomada de preço".
Áudio 23 do Relatório de Interceptação n. 06:
Rodrigo (da "I9" Mato Grosso do Sul) fala com Rodrigo (POSITIVO Curitiba) o qual fala que Waldelei foi preso; Rodrigo ("I9") pergunta o porquê; Rodrigo (POSITIVO): "pelo super faturamento que ele faz com os locos lá das prefeituras eu acho né meu, só pode né, diz que o tribunal de contas alguma coisa, e acho que a... porque ele molhava a mão de alguns lá né... não sei não se não caiu a casa [...]
Áudio 31 do Relatório de Interceptação n. 06:[...] Vicente (POSITIVO) pede se o problema é Sérgio e Waldelei ter duas empresas (S&V e MS); Sérgio Siepko diz que sim que alegam que uma dava cobertura para outra, diz que uma é do lucro real e outra é do simples, que acha que não é ilegal; Vicente pede se entravam com as duas na mesma licitação; Sérgio diz que tinha casos que sim, Vicente diz que isso é ilegal [...].
Nesse contexto, fundamental destacar que para a configuração dos
crimes imputados, resta indiferente a modalidade prevista pelo procedimento
licitatório (convite ou pregão), pois em ambos a competitividade é fictícia, e
previamente entabulada por fraude.
Salienta-se que uma das formas de operacionalização da fraude nos
procedimentos licitatórios pelas empresas investigadas, era a utilização de Marcelo
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Rodrigues de Gouveia e Angélica Scapinello, funcionários da empresa S&V30,
para representar tanto a S&V quanto a MS nos procedimentos licitatórios.
Em conformidade com tal informação, extrai-se das declarações de
Leandro Carniel prestadas ao GAECO de Chapecó/SC (fls. 159-162):
[...] que na ocasião, além do declarante estavam também no local Marcelo Rodrigues Gouveia e Angelica Scapinello, os quais estavam representando as empresas S&V Equipamentos e MS Equipamentos, não sabendo exatamente qual empresa cada um destes estava representando; Que recorda que naquela ocasião no momento de rubricar os documentos do credenciamento, verificou que a Sra. Angélica passou a fazer uma defesa ostensiva dos interesses da empresa concorrente e da mesma forma ocorrendo em relação a Marcelo Rodrigues, onde a relação de emprego ou jurídica era trocada; Que constatou tal fato ao observar a cópia da carteira de trabalho de Marcelo e Angélica as quais estavam anexadas no procedimento licitatório [...].
Em juízo, Leandro reiterou (mídia de fl. 5674):
[...] Ministério Público: Certo e na continuação desse processo, não recorda exatamente dessa licitação em que tava participando a S&V e a MS. Testemunha: Correto.Ministério Público: O senhor recorda dessa licitação? Testemunha: Das duas empresas?Ministério Público: Isso. Testemunha: Sim.Ministério Público: O senhor recorda quais as pessoas que 'tavam' lá nessa ocasião?Testemunha: Tinha uma moça e um rapaz, eu não lembro o nome deles agora de cabeça.Ministério Público: Mas eles 'tavam' representando essas duas empresas?Testemunha: Certo, sim. [...]
30 Fls. 556-557.
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Ministério Público: O senhor recorda se nessa licitação, o senhor disse que tinha um rapaz e uma moça presente, se em algum momento uma dessas pessoas cadastradas começou a fazer a defesa de outra das empresas que 'tavam' concorrendo?Testemunha: Mas eles não participavam dos mesmos itens ali se eu não me engano.Ministério Público: tá, eu vou repetir a pergunta. Testemunha: tá.Ministério Público: O senhor recorda se a Angélica, que representava uma das empresas [...] Testemunha: Correto. [...]Ministério Público: Dentre os réus que estavam, que o senhor viu aqui fora, que estavam aqui na outra audiência, o senhor conseguia reconhecer aqueles dois funcionários que estavam presentes, o Marcelo e a Angélica?Testemunha: Sim.Ministério Público: Eram as pessoas que estavam lá em Cordilheira?Testemunha: É, eram Marcelo e Angélica, era.Ministério Público: Certo, sem mais perguntas.
Da mesma forma, colhe-se do depoimento de Fábio Júnior
Ambrósio, Gerente Comercial da Empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.
filial de Xanxerê (fls. 841-842):
[...] Waldelei trabalha especificamente na área de licitações; Waldelei também tem funcionários que trabalham com ele, lembrando o declarante o nome de Marcelo Gouveia e Angélica Scapinello; Waldelei é quem participa das sessões de licitação, ocasião em que vendem lousas interativa, computadores, sistemas eletrônicos, dentre outros; [...] o declarante tem conhecimento de que as empresas S&V e MS participam juntos de licitações; Angelica Scapinello cuida da parte financeira da empresa, incluindo faturamento, secretária, agendamento de assistência técnica, dentre outras funções; o declarante já participou de licitações em que estavam presentes
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representantes da S&V e MS [...].
Outra forma de viabilizar a empreitada criminosa por parte dos réus,
foi a utilização de um funcionário público do Município de Cordilheira Alta, o também
réu Clóvis Fidélis Grando, fato devidamente apurado pelo GAECO e comprovado
através dos relatos testemunhais.
Ressalta-se que referido réu, traindo a qualidade de servidor
público, cônscio da ilicitude de sua conduta, auxiliava decisivamente os sócios e
funcionários das empresas S&V e MS (também réus da presente ação), a
realizarem as fraudes no Município de Cordilheira Alta, valendo-se do cargo de
Secretário de Administração do Município à época.
Nesse sentido, colhe-se o depoimento de Afrânio Gallon, prestado
ao GAECO de Chapecó (fls. 898-900):
[...] quando começou a trabalhar nas licitações, o declarante percebeu que ninguém efetivamente participava das licitações, ou seja, não havia sessão de julgamento das licitações; o declarante recebia os envelopes, protocolizava e levava para a sala do Clóvis Fidélis Grando (Secretário de Administração e Finanças), e lá eram resolvidas as licitações, sem mais ninguém da prefeitura acompanhar; apenas os empresários ficavam dentro da sala com Clóvis; [...] com o tempo, alguns funcionários da comissão de licitação começaram a cobrar do declarante o motivo de não serem convidados para estar presentes no momento da sessão de julgamento, já que, afinal de contas, assinavam ao final as atas; no mês de dezembro de 2011 houve quatro licitações, numa média de quatro licitações por mês [...].
Nessa sequência, Leandro Carniel declarou (fls. 159-162):
[...] o declarante esclarece que teve dificuldades para se credenciar no referido procedimento licitatório no Município de Cordilheira Alta, sendo que inicialmente Clóvis não queria fornecer o edital, e inclusive em
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uma oportunidade o declarante esteve na Prefeitura de Cordilheira Alta, solicitando cópia do edital e Clóvis disse que o "servidor" estava com problema e pediu que o declarante voltasse em outra data; Que o declarante solicitou a Clóvis que lhe mandasse o edital por e-mail, mas Clóvis disse que não seria possível; [...] Que na data marcada para a continuidade da licitação, o declarante retornou à Prefeitura de Cordilheira Alta; Que o pregoeiro era o Secretário de Administração de nome Clóvis; Que na ocasião, além do declarante estavam também no local Marcelo Rodrigues Gouveia e Angelica Scapinello, os quais estavam representando as empresas S&V Equipamentos e MS Equipamentos, não sabendo exatamente qual empresa cada um destes estava representando [...].
Em conformidade com estas informações, Marcelo Adolfo
Franzosi, testemunha de defesa, afirmou, em juízo, que Clóvis era o responsável
pelos convites das licitações do Município de Cordilheira Alta (mídia de fl. 5.479):
[...]Ministério Público: Então pelo que consta aqui da denúncia seu Marcelo, essas empresas que eu falei pro senhor que tinha esse esquema de tá uma no nome da mulher, outra no nome dos maridos, elas teriam participado pela primeira vez de um procedimento licitatório em Cordilheira Alta no pregão, esse que o Doutor teria mencionado, pregão dezenove de dois mil e nove, certo, então vendo o procedimento pela praxe da prefeitura, pelo fato delas terem participado desse pregão em dois mil e nove e ter ganhado que elas teriam sido convidadas a participar do convite zero, sete de dois mil e onze, seria mais ou menos por isso?Testemunha: É, o convite ele era feito aleatoriamente com as empresas cadastradas e atualizadas no sistema.Ministério Público: Como é que funcionava essa aleatoriedade? Como é que se estabelecia esse fator aleatório pra [...]Testemunha: Não sei responder, essa pergunta
fls. 210
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não sei responder.Ministério Público: O senhor falou que o convite é aleatório?Testemunha: É, com os cadastros atualizados no sistema.Ministério Público: Certo, como é que se definia esse, era um sorteio, era um programa de computador, alguém que fazia?Testemunha: Não sei responder, não sei responder.Ministério Público: Isso não ficava com o senhor?Testemunha: Não era a minha...Ministério Público: O senhor sabe quem que era o responsável por isso?Testemunha: Era o Clóvis 'né'.Ministério Público: O Clóvis que era responsável por esse sorteio[...]
Com estas formas de operacionalização, dentre outras, salienta-se
que através das fraudes nos procedimentos licitatórios, os réus lograram êxito em
vender equipamentos de informática e escritório para os órgãos públicos por preços
superiores aos valores de mercado (mero exaurimento para fins penais), causando,
desta forma, evidente prejuízo ao erário dos municípios catarinenses indicados
nesta ação penal (art. 96, inciso I, da Lei 8.666/93).
Destaca-se, inclusive, trechos dos depoimentos prestados por
Leandro Carniel no GAECO de Chapecó e ratificado em juízo (fls. 159-162, mídia
de fl. 5674):
[...] que o declarante soube que a empresa S&V ou MS ganhou uma licitação para fornecimento de lousas interativas pelo valor de R$ 12.700,00 (doze mil e setecentos reais), sendo que o declarante esclarece que o custo médio de uma lousa sem projetor para o fornecedor gira em torno de R$ 3.500,00 a R$ 4.000,00, sendo que os modelos mais modernos custam em torno de R$ 7.000,00 (sete mil reais), esclarecendo que estas mais modernas vêm inclusive com projetor; [...]
[...]
fls. 211
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Ministério Público: E no município de Concórdia, pra lousas interativas, o senhor recorda dessa licitação? Testemunha: Não, essa eu não lembro de ter participado.Ministério Público: Venda de lousas? Testemunha: (gesticulou negativamente)Ministério Público: Venda de lousas que elas foram vendidas por doze mil e setecentos reais na época. Testemunha: Não lembro.Ministério Público: O senhor tem conhecimento do valor que custava uma lousa eletrônica na época? Testemunha: Girava em torno de três mil e quinhentos reais, fora o treinamento.Ministério Público: E o treinamento, o que que[...] Testemunha: Depende as horas.Ministério Público: Mas o que que poderia custar um treinamento? Testemunha: Depende as horas e a quantidade de pessoas, eu não sei como é que eles cobravam, a empresa que prestava, eu tentei fazer um treinamento uma vez, eles me cobraram cinco mil reais, uma empresa de Minas Gerais, pra um funcionário, paguei e não foi feitoMinistério Público: Em dez lousas então ia custar, ia sair quinhentos pra cada uma aproximadamente? Testemunha: Eu acho que depende das horas, eu não sei como é que as empresas cobram, se é um chamado, como é que funciona, cada um acho que usa uma política diferente.[...]
Acerca dos preços das lousas interativas à época dos fatos, a Sra.
Jussara Isabel Tumelero, sócia-proprietária da empresa "Intercultural Ltda." e
cliente da Empresa S&V, ao ser ouvida pelo GAECO de Chapecó, relatou que (fls.
909-910):
[...] a empresa da declarante é detentora de franquia da escola de idiomas Yázigi; QUE, indagado à declarante se na data de 24 de
fls. 212
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setembro de 2011 adquiriu uma lousa interativa Promethean, modelo AB 178, na empresa "S&V Equipamentos para Escritório Ltda" de Chapecó, respondeu que no mês de setembro de 2011, a empresa da declarante efetuou a compra [...]; QUE, a declarante confirma que pagou o valor de R$ 4.530,00 (quatro mil quinhentos e trinta reais) pela lousa interativa "Promethean AB 178"; [...] QUE, a declarante afirma que na época em que fez a aquisição da lousa, o preço final ofertado pela S&V estava acima do valor de mercado, sendo que, pelas consultas que a declarante fez, o valor médio de uma lousa interativa da marca Promethean girava em torno de R$ 3.800,00 a R$ 4.000,00; QUE, o fator determinante para a declarante fazer a compra na S&V foi que a S&V ofertou 30 horas de treinamento para os professores, já incluso no valor de R$ 4.530,00 [...].
Em juízo, Jussara reiterou (mídia de fl. 5.674):
Ministério Público: Foi uma lousa? Testemunha: Uma lousa.Ministério Público: 'Ah' tá, é uma lousa, o xerox que ficou ruim, perdão. Esse valor, quatro, quinhentos e trinta?Testemunha: Isso.Ministério Público: Também um projetor foi comprado no valor de dois mil reais.Testemunha: Sim.Ministério Público: E aqui alguns outros programas e caixa de som acompanharam, dando valor total de nove mil reais, é isso? A senhora recorda?Testemunha: Será que não [...]Ministério Público: Sete mil, novecentos e cinquenta. Testemunha: Sete mil isso, menos.Ministério Público: Também novamente aqui o xerox, certo. Essa lousa, ela acompanhava, esse pagamento acompanhava também o treinamento da empresa?Testemunha: Exato.Ministério Público: Quantas horas de treinamento?
fls. 213
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Testemunha: Eu não recordo exatamente a carga horária, mas eu lembro que na hora eu cotei 'né', não paguei o menor preço, mas como havia essa facilidade de ser uma empresa daqui, que estava oferecendo no pacote o treinamento, então foi a opção pela compra aqui em Chapecó mesmo.
Cumpre salientar que, dentre as várias caixas de arquivo contendo
documentos das empresas S&V e MS guardadas no arquivo embutido existente
na "Sala de Faturamento" da empresa S&V, efetuou-se a apreensão de 01 (uma)
caixa de arquivo, contendo Notas Fiscais, Relatórios Gerenciais e Relatórios
"Redução Z" da empresa S&V, e 01 (uma) caixa de arquivo contendo
documentação da empresa "MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. Dentre a
documentação existente na primeira caixa de arquivo citada, destaca-se o teor de
três Notas Fiscais (fls. 1138-1141), que confirmam o aumento arbitrário dos preços
praticados com os municípios, ratificando, novamente, as fraudes praticadas pelos
réus nas licitações elencadas no Item 2.
Dessa maneira, extrai-se que na data de 08 de setembro de 2011, a
empresa S&V vendeu uma Lousa Interativa Promethean AB 178 Arena 1, pelo
valor de R$ 9.614,00 para a Prefeitura Municipal de São José do Cedro. Em
contrapartida, na data de 24 de setembro de 2011, a empresa S&V vendeu uma
Lousa com as mesmas características pelo valor de R$ 4.530,00 (incluindo o
treinamento) para Intercultural Ltda., empresa de Jussara Isabel Tumelero. Do
mesmo modo, também no dia 24 de setembro de 2011, a empresa S&V vendeu
outra Lousa com as mesmas características ao município de Água Doce pelo
valor de R$ 8.789,49. Ou seja, fica claro o superfaturamento na vendas lousas
interativas quando vendidas aos órgãos públicos, o que, só nestes casos, causou
um prejuízo de cerca de R$ 5.000,00, por lousa, adquirida pelas Prefeituras
Municipais.
Em continuidade, através das consultas realizadas no Sistema E-
sfinge do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, restou extensamente
configurado que a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda. e a empresa
fls. 214
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MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., utilizando o modus operandi acima
descrito, concorreram entre si em diversas licitações públicas, utilizando também
outras empresas, demonstrando claramente o conluio fraudulento e a má-fé na
apresentação das propostas, com valores diversos (e superfaturados), simulando a
existência de uma concorrência, e assim, adjudicando o objeto das referidas
licitações, conforme fazem prova os documentos de fls. 558-780/1134-1856, bem
como a descrição esmiuçada na exordial e exposta a partir do Item 1.4 desta peça,
das licitações fraudadas município a município.
Acerca da elevação arbitrária de preços com fim de fraudar a
licitação, colhe-se da jurisprudência:
APELAÇÃO CRIMINAL FRAUDE À LICITAÇÃO ELEVAÇÃO ARBITRÁRIA DOS PREÇOS CONDENAÇÃO INSURGÊNCIA DA DEFESA PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO INVIABILIDADE PROVAS ROBUSTAS A DENOTAR A CULPABILIDADE DOS RÉUS OBTENÇÃO DE LUCRO ABUSIVO PROPUGNADA TESE DE TENTATIVA INSUBSISTÊNCIA CONSUMAÇÃO DELITIVA INCONTESTE ANTE O PREJUÍZO SUPORTADO PELA FAZENDA PÚBLICA APONTADA ERRONIA NO EMBASAMENTO LEGAL DA PENA DE MULTA E A SUA ILEGITIMIDADE PARCIAL ACOLHIMENTO INCIDÊNCIA DO ART. 99, § 1º, DA LEI N. 8.666/93 READEQUAÇÃO DA PENA DE MULTA E EXTENSÃO, DE OFÍCIO, AO CORRÉU APELO DO RÉU AUGUSTO DE OLIVEIRA LUZ JÚNIOR DESPROVIDO E DO RÉU ROBERTO DE OLIVEIRA MENDES PARCIALMENTE PROVIDO. Descabida a absolvição pelo crime descrito no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93 quando presentes provas robustas a denotar a elevação arbitrária dos preços com intuito de obter lucro abusivo, sendo ilegítimo o reconhecimento do crime na modalidade tentada quando evidente o dano material e moral suportado pela Fazenda Pública. [...] (TJ-MT - APL: 00076078220058110042 130559/2013, Relator: DES. ALBERTO FERREIRA DE SOUZA, Data de Julgamento: 02/04/2014, SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 09/04/2014).
PENAL. PROCESSO PENAL. CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS. ART 1º, II E IV,
fls. 215
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DO DECRETO-LEI 201/67. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DE VERBAS PÚBLICAS VINCULADAS A CONVÊNIO COM A UNIÃO E APLICAÇÃO EM DESACORDO COM PROGRAMA ESPECÍFICO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. CRIMES DA LEI DE LICITAÇÕES. ART. 90 DA LEI 8.666/93. FRAUDE AO CARÁTER COMPETITIVO DE PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA COM BASE NA PENA CONCRETA. ART. 96, I, DA LEI 8.666/93. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. DOLO CONFIGURADO. SUPERFATURAMENTO NA AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA A UNIDADE DE SAÚDE MUNICIPAL. SUBSTITUIÇÃO DE PENAS E FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL ABERTO. 1. Os delitos previstos nos arts. 90 e 96, I e IV, da Lei de Licitações, consumam-se com a adjudicação do objeto da licitação, ocorrida em 17/01/2002 no caso da compra do aparelho de raio-x e em 12/02/2003 no episódio da aquisição do aparelho de ultrassom. [...] 3. À luz do conjunto probatório, restou inequivocamente demonstrado o conluio entre um dos réus, então prefeito de Águas da Prata/SP, e o corréu que era sócio-administrador da licitante, para a prática do tipo penal do art. 96, I, da Lei 8.666/93, revelando-se evidente o dolo dos acusados de manipular o procedimento licitatório - um autêntico jogo de "cartas marcadas" - para dar aparência de legalidade à aquisição de um bem que já havia sido previamente ajustada entre os recorrentes a um valor manifestamente superior ao preço de mercado do aparelho de raio-X em questão, com total desprezo pelos princípios da moralidade, da impessoalidade, da economicidade e do julgamento objetivo, que regem a atuação da Administração Pública no âmbito das licitações, resultando em prejuízo à Fazenda Pública. 5. As provas orais coligidas em sede extrajudicial foram ratificadas em juízo, de sorte que não se cogita de ofensa ao disposto no art. 155 do CPP, ainda mais considerando o caráter irrepetível da prova documental, sujeita ao crivo do contraditório diferido e à ampla defesa. [...] (TRF-3 - ACR: 1022 SP 0001022-16.2006.4.03.6127, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL COTRIM GUIMARÃES, Data de Julgamento: 10/09/2013, SEGUNDA TURMA).
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Assim, de plano, há de ser reconhecido que o serviço prestado
pelas empresas S&V e MS deu-se irregularmente, com evidentes prejuízos para a
Administração Pública, já que o prévio conluio acabava por frustar o caráter
competitivo dos certames, ainda que se alegue que o preço efetivamente pago
pelos municípios pelos equipamentos de informática estivesse dentro do orçado nos
editais.
Isto porque resta configurado o tipo penal previsto no art. 90 da Lei
n. 8666/93 quando evidente a fraude anterior, independentemente de eventual
regularidade na prestação do serviço ou entrega do produto.
Não fosse o bastante, é de ser reconhecida a fraude também nas
licitações que ocorreram na modalidade de pregões presenciais, tendo em vista que
o conluio prévio entre os réus no afã de simular uma (inexistente) competição,
acabou por viciá-los (os certames) por inteiro, desnaturando-os no seu princípio
mais basilar: a livre competitividade.
Assim, vendo-se livre da retórica defensiva, evidente que a norma
penal tem por objetividade jurídica a lisura do certame, protegendo-se o caráter
competitivo do processo licitatório e não o bem ou serviço contratado por uma
licitação fraudada.
Dessa forma, em relação às licitações fraudadas, notadamente as
realizadas na modalidade pregão presencial, ainda que formalmente tenham
"respeitado" a legislação pertinente no que diz respeito ao seu procedimento, é de
fácil percepção que houve uma série de manobras ilegais realizadas pelos réus que
terminaram por maculá-las naquilo que a licitação possui de mais importante: a livre
e desembaraçada concorrência, a fim de se obter a melhor proposta, num cenário
de jogo limpo, sem cartas marcadas.
Ademais, importante reafirmar que a conduta descrita no artigo 90
da Lei n. 8.666/93 é hábil a projetar um resultado naturalístico, porém este não é
exigido pela norma penal para se atingir a tipicidade.
Já para o artigo 96, inciso I da Lei n. 8.666/93, tem-se que os
resultados naturalísticos possíveis para o crime em questão estão ou no efetivo
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prejuízo à Administração ou na obtenção de vantagem para os agentes do crime.
Frise-se essa compreensão dogmática a partir da ilustração de
precedentes da jurisprudência:
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ART. 90 DA LEI 8.666/1993. FORMAÇÃO DE QUADRILHA ART. 288 DO CÓDIGO PENAL. INÉPCIA DA INICIAL. FALTA DE INDICAÇÃO INDIVIDUALIZADA DAS CONDUTAS DELITIVAS. NÃO OCORRÊNCIA. FRAUDE À LICITAÇÃO. CRIME FORMAL. INVIABILIDADE DE ANÁLISE DE FATOS E PROVAS NA VIA DO HABEAS CORPUS. PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. [...] 3. O Plenário desta Corte já decidiu que o delito previsto no art. 90 da Lei 8.666/1993 é formal, cuja consumação dá-se mediante o mero ajuste, combinação ou adoção de qualquer outro expediente com o fim de fraudar ou frustrar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter vantagem, para si ou para outrem, decorrente da adjudicação do seu objeto, de modo que a consumação do delito independe da homologação do procedimento licitatório. [...] 5. Ordem denegada. (HC n. 1.6680/DF, 2ª Turma, Supremo Tribunal Federal. Relator Ministro Teori Zavascki, julgado em 18.12.2013).
PENAL. FRAUDE À LICITAÇÃO. LEI 8.666/93. ELEVAÇÃO ARBITRÁRIA DE PREÇOS. PROVA. CONDENAÇÃO. 1. Havendo prova da materialidade e autoria na prática do crime de fraude à licitação mediante elevação arbitrária de preços, impõe-se a condenação dos réus como incursos nas penas do artigo 96, inciso I, da Lei 8.666/93. 2. Se não houve denúncia pelo crime antecedente de direcionamento da licitação, essa circunstância pode ser considerada negativa, para fins de exasperação da pena-base do crime de fraude à licitação mediante elevação arbitrária dos preços. (TRF-4 - ACR: 50004051720114047210 SC 5000405-17.2011.404.7210, Relator: Revisora, Data de Julgamento: 14/10/2015, SÉTIMA TURMA, Data de Publicação: D.E. 14/10/2015).
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
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PÚBLICA. FRAUDE AO CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO (ART. 90 DA LEI N. 8.666/1993). SENTENÇA CONDENATÓRIA. APELOS DOS ACUSADOS. MÉRITO. ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS. MATERIALIDADE ATESTADA PELA ATA DE SESSÃO DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO E CÓPIA DE CHEQUE PELO QUAL UM ACUSADO PAGOU AO OUTRO PARA QUE SE ABSTIVESSE DE OFERECER LANCES VERBAIS NO PREGÃO. AUTORIA QUE DESPONTA DA PROVA TESTEMUNHAL EM CONSONÂNCIA COM OS DEMAIS ELEMENTOS E CIRCUNTÂNCIAS DO CASO, INCLUSIVE CONFISSÃO EXTRAJUDICIAL DE UM DOS DENUNCIADOS. RETRATAÇÃO EM JUÍZO E INTERROGATÓRIO DO OUTRO ACUSADO QUE NÃO ENCONTRAM ESPEQUE NA PROVA COLHIDA NOS AUTOS. ATIPICIDADE DA CONDUTA. ALEGAÇÃO DE CRIME IMPOSSÍVEL. INSUBSISTÊNCIA. COMBINAÇÃO DO RESULTADO REALIZADA APÓS ENTREGA DOS ENVELOPES DE PROPOSTA, MAS ANTES DOS LANCES VERBAIS. MEIO EFICAZ E OBJETO PRÓPRIO. TIPO PENAL QUE PRESCINDE DE EFETIVO DANO AO ERÁRIO PARA SUA CONFIGURAÇÃO. CRIME CONSUMADO. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. INOCORRÊNCIA. FACULDADE DE DEIXAR DE OFERECER LANCES QUE NÃO CONFERE AO LICITANTE O PODER DE CONDICIONAR SEU EXERCÍCIO AO PAGAMENTO DE PROPINA. ABUSO DE DIREITO. EXCLUDENTE DESCARACTERIZADA. INDUBITÁVEL OFENSA AOS PRINCÍPIOS LICITATÓRIOS DA MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E CONCORRÊNCIA. CONDENAÇÃO MANTIDA. RECURSOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS. (TJSC, Apelação Criminal n. 2012.050989-7, de Itá, rel. Des. Leopoldo Augusto Brüggemann, j. 04-12-2012).
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME CONTRA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. FRAUDE À LICITAÇÃO (ART. 90 DA LEI N. 8.666/1993). SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DA DEFESA. PLEITO ABSOLUTÓRIO. NÃO ACOLHIMENTO. MATERIALIDADE E AUTORIA DEVIDAMENTE COMPROVADAS. FRUSTRADO CARÁTER COMPETITIVO DO PROCEDIMENTO DE TOMADA DE PREÇOS. EDITAL VOLTADO À CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECÍFICA, ÚNICA HABILITADA PARA O CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS. MAQUINÁRIO ADQUIRIDO PELO MUNICÍPIO QUE SE MOSTROU INÚTIL À DESTINAÇÃO A QUE SE PROPUNHA. PERÍCIA QUE INDICOU A IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS COM SEGURANÇA. EXTRATO BANCÁRIO DA EMPRESA VENCEDORA QUE DÁ
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CONTA DE REPASSE DE PARTE DO VALOR DA LICITAÇÃO AO PREFEITO DO MUNICÍPIO. DOLO EVIDENCIADO. INTERESSE PÚBLICO VIOLADO. DESNECESSIDADE DE CONCRETO PREJUÍZO AO ERÁRIO. PRECEDENTES. CONDENAÇÃO MANTIDA.. DOSIMETRIA. REQUERIDA A FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA NO MÍNIMO LEGAL. REPRIMENDA QUE DEVE SER PROPORCIONAL À PENA CORPORAL APLICADA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOS DESPROVIDOS. (TJSC, Apelação Criminal n. 2012.043211-8, de Xaxim, rel. Des. Volnei Celso Tomazini, j. 11-11-2014).
Cumpre registrar que a soma do valor das licitações públicas que as
empresas S&V Equipamentos para Escritório Ltda. e MS Equipamentos e
Assistência Ténica Ltda ME receberam de forma criminosa e fraudulenta, ao fraudar
as licitações e elevar arbitrariamente o preço, apenas no período de março de 2008
a julho de 2012, o montante de R$ 1.747.993,30 (um milhão setecentos e quarenta
e sete mil novecentos e noventa e três reais e trinta centavos).
Logo, vê-se que eventual discussão relativa à existência ou não de
prejuízo à Administração, revelada pela afirmação de que as tratativas acerca dos
preços não ultrapassaram os valores estimados pelos municípios para a aquisição
dos equipamentos de informática, ou então acerca da (in)existência de concorrência
nas licitações modalidade pregão já que qualquer empresa devidamente cadastrada
poderia participar e lançar seus preços livremente, é também irrelevante para fins de
tipificação da conduta perpetrada pelos denunciados, já que, como resultado
naturalístico, não é exigido para se ter delineada a consumação do crime.
De todo o modo, destaca-se não ter logrado êxito a defesa em
desconstituir todos os elementos trazidos na investigação e chancelados sob o crivo
do contraditório, seja no que no que toca às fraudes contumazes (cartas-convites e
pregões presenciais) seja em relação ao superfaturamento dos objetos/serviços
vendidos aos municípios.
Nesse sentido, restou claro que os áudios interceptados das
conversas telefônicas entre os réus revelaram uma incomum habilidade para se
associarem de maneira criminosa visando a satisfação de interesses particulares
espúrios, fraudando frequentemente as licitações a fim de adjudicarem para si o seu
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objeto.
Enfim, a lição doutrinária e os entendimentos jurisprudenciais
prestam-se a evidenciar que contratações como as que ocorreram na espécie
revelaram-se criminosas e violadoras do interesse público primário e secundário.
Dito isso, conclui-se que há lastro probatório e jurídico seguro e
incontroverso para condenação dos réus, inexistindo qualquer justificativa razoável
para afastar o enquadramento acima exposto.
Ex positis, a condenação dos acusados WALDELEI SCHMIDT,
VOLMIR FICCAGNA, SÉRGIO FRANCISCO SIEPKO, MÁRCIA HELENA
JABUONSKI SIEPKO, SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA, ANGÉLICA M,
MARCELO RODRIGUES DE GOUVEIA, LINDACIR SALETE FACCIO GIARETA,
PEDRO FRIGULHA, LUCIANO OSCAR SCHMIDT, CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO,
CALEB GERSON KIELING e CLAUDIR FRIGERI pela prática do crime previsto no
art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93 Lei de Licitações, se torna imperativa, bem como
a condenação dos acusados WALDELEI SCHDMIT, VOLMIR FICCAGNA, SÉRGIO
FRANCISCO SIEPKO, MÁRCIA HELENA JABUONSKI SIEPKO, SOLANGE
MARIA ODY FICCAGNA, ANGÉLICA SCAPINELLO, MARCELO RODRIGUES DE
GOUVEIA, LUCIANO OSCAR SCHMIDT, CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO e CLAUDIR
FRIGERI nas penas do art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93 também se impõe, nos
termos da denúncia.
3. DO DELITO PREVISTO NO ART. 299, CAPUT, DO CÓDIGO
PENAL:
O delito de falsidade ideológica encontra previsão no art. 299, caput,
do Código Penal, in literis:
Art. 299 Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
fls. 221
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Pena reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Para a caracterização do crime de falsidade ideológica basta que o
agente incorra em qualquer das três ações previstas no dispositivo antes transcrito,
quais sejam, "omitir", "inserir" ou "fazer inserir", em documento público ou particular,
através de terceiro, declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita.
Ainda, para que reste configurado tal delito, necessário é que o
agente pretenda "prejudicar direito" ou "criar obrigação" ou, ainda, que a alteração
seja relativa a "fato juridicamente relevante", além do dolo, ou seja, a vontade de
praticar a conduta típica, ciente o agente de que a declaração é falsa ou diversa da
que devia ser escrita.
Acerca do delito de falsidade ideológica, oportuna é a lição de
Rogério Grecco31:
Ao contrário do que ocorre com os delitos tipificados nos arts. 297 e 298 do Código Penal, que preveem uma falsidade de natureza material, a falsidade constante do art. 299 do mesmo diploma é de cunho ideológico. Isso significa que o documento em si, é perfeito; a ideia, no entanto, nele lançada é falsa, razão pela qual o delito de falsidade ideológica também é reconhecido doutrinariamente pelas expressões falso ideal, falso intelectual e falso moral.
Ora, como é sabido, a falsidade ideológica se refere ao conteúdo do
documento, à sua ideia, diferentemente do falso material, quando é a sua própria
forma que é alterada. Na primeira, a forma física é perfeita, apenas o nela declarado
é falso, sendo, deste modo, prescindível a perícia técnica para sua comprovação,
conforme, aliás, já decidiu o colendo Supremo Tribunal Federal (RTJ 125/184).
Nesta senda, cabe citar na íntegra o extrato do e-mail enviado no
dia 16 de maio de 2012 pela Contabilidade da Empresa S&V, o qual solicita o envio
dos extratos tanto da S&V quanto da MS, demonstrando que ambas as empresas 31 in Código Penal Comentado. 2 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2009, p. 708).
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são administradas pelos mesmos proprietários, os quais se valem delas para
concorrer simultaneamente nos processos licitatórios (fl. 297):
From [email protected] Wed May 16 15:43:25 2012Return-Path: <[email protected]> Received: from isp.lovatelweb.com.Br (ns2.lovatelweb.com.br [187.61.10.10])By mail.desbrava.com.br (8.13.8/8.13.8) with ESMTP id q4GlgttR027557From: "Eduardo Contassesc" <eduardopaz@ contassesc.com.br>To: <[email protected]>Subject: EXTRATO BANCO TIPO OFCDate: Wed, 16 May 2012 15:47:25 -0300Organization: Contassesc
Boa tarde SolangeVocê pode me mandar os seguintes extratos?- Banco CEF do mês de abril em formato OFX S&V- Banco do Brasil do mês de abril em formato OFX MS- Banco SICOOB do mês de abril em formato OFX-S&V PinhalzinhoObrigado.
Atenciosamente.Eduardo PazContábil/FiscalContassesc Chapecó
Da mesma forma, durante as buscas realizadas na S&V
Equipamentos para Escritório Ltda. e na MS Equipamentos e Assistência Técnica
Ltda. (ambas com sede na Avenida Fernando Machado, n. 703-D, centro, Chapecó),
foram encontrados inúmeros documentos e materiais das empresas S&V e MS, bem
como carimbos de outras empresas (fls. 1134, 1152 e 1157). Inclusive, dentre os
materiais apreendidos na sala do réu Sérgio Francisco Siepko, ressalta-se um
relatório contendo resultado do período "mês:/2012", no qual consta a relação de
receitas e despesas das empresas "S&V-Matriz, S&V-Xanxerê, S&V-Pinhalzinho e
MS", sendo possível observar que as receitas e gastos da empresa S&V
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Equipamentos para Escritório constam no mesmo documento que os gastos e
receitas da MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., da mesma maneira, o
valor final dos lucros e despesas constam somados/unificados no referido relatório,
comprovando-se que ambas as empresas pertencem e são gerenciadas pelo
mesmo grupo de pessoas (fls. 1135-1137).
De fato, conforme se infere das licitações elencadas (relatório
juntado às fls. 558-780), as empresas Proxyline Informática Ltda., Líder Suprimentos
para Informática Ltda., Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, Caleb G. Kieling &
Cia Ltda. e Társio Comércio e Representações Ltda., aparecem como
"concorrentes" das empresas S&V e MS em algumas das licitações, demonstrando
claramente a prática fraudatória e deixando cristalino o modus operandi de emitir
falsas propostas através de outras empresas.
Através da interceptação telefônica fica claro que além das falsas
concorrências descritas no Item 1.1, os réus ligados às empresas S&V e MS
falsificaram documentos de empresas concorrentes, dentre elas, documentos da
Empresa Proxyline Informática Ltda., de propriedade do réu Luciano Oscar
Schmidt, conforme se infere do trecho do Áudio 14 da interceptação telefônica, no
qual Angélica Scapinello e Marcelo Rodrigues Gouveia conversam com Sérgio
Francisco Siepko (fl. 542):
Áudio 14Sérgio conversa Angélica a respeito de uma licitação de relógio ponto para a prefeitura de Catanduvas/SC. Sérgio diz: Viu, de Catanduvas, vocês passaram um orçamento de relógio lá." Angélica concorda, Sérgio diz: "Ondé que tá, tem que vê esse orçamento, tem que fazê mais dois igual pra eles podê compra". Angélica diz que vai ver com o Marcelo tratar com Sérgio (ao fundo ouve-se Angélica perguntar para Marcelo se ele fez um orçamento de relógios para Catanduvas porque tem que fazer mais duas propostas); Marcelo conversa com Sérgio e diz que foi ele quem passou para Catanduvas, e o Amarildo passou para Irani [...], diz que as informações estão em seu notebook e pergunta se eles precisam do arquivo. Sérgio pergunta se Marcelo tem as logomarcas da PROXYLINE e de outras (que não fica claro), Marcelo diz que tem. Sérgio diz para passar duas propostas
fls. 224
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para "ela logo, de duas empresas pra ela podê compra hoje". Marcelo concorda, Sérgio diz: "Tá, mas então, se cuida pra não fazê, escreve diferente né, põe marca diferente". Marcelo diz: "Sim, sim, sim, tá, pode dexa" (concordando com Sérgio); Sérgio diz para depois Marcelo ligar para "ela" confirmando o pedido, Marcelo pergunta a quantidade, Sérgio diz que "ela" quer o orçamento para saber quantos comprar.
Extrai-se do referido áudio que Marcelo Rodrigues Gouveia
possuía em seu notebook logomarcas da Empresa Proxyline Informática Ltda. e de
outras empresas, emitindo falsas propostas em nome de empresas "concorrentes"
para garantir a adjudicação dos objetos das licitações.
Da mesma forma, o réu Claudir Frigeri, proprietário da Empresa
Somaq Assistência e Equipamentos Ltda., ao ser interrogado confirmou que o réu
Volmir Ficcagna lhe solicitou que assinasse em duas oportunidades (relativas às
licitações dos municípios de Palma Sola e São José do Cedro) documentos já
preenchidos referentes a propostas da Empresa Somaq Assistência e
Equipamentos Ltda. no intuito de apresentá-las nas licitações (fls. 1082-1084/mídia
de fl. 5820):
[...] o interrogado foi procurado por VOLMIR FICCAGNA, o qual é sócio-proprietário da empresa "S&V Equipamentos para Escritório Ltda"; [...] QUE, o interrogado, como é amigo de Volmir, resolveu ajudá-lo; QUE, então, Volmir trouxe a documentação para o interrogado assinar, para que, então, Volmir pudesse entregar a documentação na Prefeitura; QUE, o interrogado assinou os documentos que Volmir lhe pediu e os entregou para o próprio Volmir fazer o protocolo na Prefeitura; QUE, os primeiros documentos que Volmir Ficcagna trouxe para o interrogado assinar eram referentes a uma licitação do Município de São José do Cedro/SC; QUE, passados alguns dias, Volmir trouxe para o interrogado assinar documentos para serem juntados a um procedimento licitatório do Município de Palma Sola [...] sendo que acredita que tais documentos foram juntados em tal procedimento licitatório por
fls. 225
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Volmir Ficcagna, que o interrogado não sabe quem forneceu tais documentos para Volmir Ficcagna ou se foi o próprio Volmir quem confeccionou os documentos que foram juntados ao referido processo licitatório; [...] QUE, o interrogado esclarece que não tinha interesse em fornecer nenhum produto para as Prefeituras de Palma Sola e de São José do Cedro, tanto que quem preencheu os valores das propostas de preços confeccionados em nome da empresa SOMAQ foi o próprio Volmir Ficcagna ou alguma outra pessoa, a mando dele [...] QUE, o interrogado esclarece que não estava presente nas Prefeituras de Palma Sola e de São José do Cedro no momento da abertura dos envelopes das licitações onde participou a pedido de Volmir Ficcagna [...] que, nas vezes em que participou de licitações e concorreu com a empresa "S&V Equipamentos para Escritório Ltda", foi para atender a pedido de Volmir Ficcagna, apenas assinando documentos para ele poder juntar nos processos de licitação; [...]
[...]Magistrada: Certo e o senhor disse que foi procurado então pelo seu Volmir Ficagna, é isso?Réu: Isso, procurado por ele pra mim assinar esse documento.Magistrada: Que ele tinha [...]Réu: Que ele tinha pra receber da prefeitura.Magistrada: E ele falou de quais prefeituras?Réu: De São José do Cedro e Palma Sola.Magistrada: São José do Cedro e Palma Sola?Réu: 'Aham'.Magistrada: Certo e aí o senhor assinou o documento?Réu: Assinei.Magistrada: Pra ele, o senhor chegou a ver do que que se tratava os documentos?Réu: Tava preenchido.Magistrada: O que que era esses documentos?Réu: Era sobre […], nem sabia que era sobre a lousa.Magistrada: Não sabia?Réu: Não, não cheguei a ler.
fls. 226
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Magistrada: Que era o objeto da licitação?Réu: Não, não. Magistrada: Mas era relacionado a [...]Réu: Prefeitura [...]Magistrada: Certo, mais de uma oportunidade ou numa única oportunidade o senhor assinou documentos pro seu Volmir Ficagna?Réu: Não, nessas duas oportunidades.Magistrada: Duas oportunidades?Réu: Que seria Palma Sola e São José do Cedro.Magistrada: E eles 'tavam' preenchidos os documentos?Réu: 'Tavam' preenchidos os documentos.Magistrada: Preenchidos?Réu: 'Aham' [...]Ministério Público: O que que era esse documento, era um documento, dizia o que que era em cima, se era contrato, proposta? Réu: Não, era uma licitação.Ministério Público: Era uma proposta? Réu: 'Aham'.Ministério Público: Pra participar de uma carta convite, uma licitação pública? Réu: Isso, era isso daí.Ministério Público: Era isso? Réu: 'Aham'.Ministério Público: Como sendo da sua empresa, o senhor assinando e sendo apresentado pelo seu Volmir? Réu: Isso, 'aham'.Ministério Público: O senhor nunca teve nessa, por ocasião do julgamento das propostas, na prefeitura de Palma Sola, não participou? Réu: Não.Ministério Público: O senhor já participou de licitação das prefeituras municipais? Réu: Não, minha empresa é na área de automação, eu não trabalho [...]Ministério Público: Com município. Réu: Com município.Ministério Público: O senhor nunca participou então? Réu: Não.Ministério Público: De licitação pública sua empresa não? Réu: Não.
fls. 227
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Ministério Público: Só essas duas vezes? Réu: Só essas duas vezes.Ministério Público: Que o senhor assinou porque o Volmir [...]Réu: Aham. [...]
Ratificando o modus operandi, a ré Lindacir Salete Faccio
Giaretta, ao ser ouvida na fase instrutória (fls. 1087-1089), descreveu:
[...] QUE, a interrogada esclarece que assinava vários documentos referentes a licitações que eram encaminhados para sua empresa por WALDELEI SCHMIDT e VOLMIR FICCAGNA, ambos sócios da empresa "S&V Equipamentos para Escritórios Ltda"; QUE, a interrogada esclarece que os documentos chegavam à sua empresa (Líder Suprimentos para Informática Ltda) via transportadora Reunidas, bem como eram devolvidos para a empresa "S&V" via Reunidas; [...] QUE, a interrogada esclarece que, quando assinava os documentos, os mesmos já estavam preenchidos com relação aos preços dos produtos; [...] QUE, a interrogada esclarece que Pedro Figulha tinha conhecimento dos documentos que a interrogada assinava [...] QUE, a interrogada tinha ciência de que os documentos que assinava, referentes aos procedimentos licitatórios, iriam para a empresa "S&V" antes de serem entregues nas Prefeituras, sendo que a empresa "S&V" era quem gerenciava a entrega desses documentos nas Prefeituras [...]
O réu Caleb Gerson Kieling, proprietário da empresa Caleb G.
Kieling & Cia Ltda. e representante da empresa Társio Comércio e Representações
Ltda., informou que (fls. 1097-1099):
[...] exibido ao interrogado os documentos com timbre da empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda", os quais foram encontrados no computador de Waldelei Schmidt, e solicitado ao interrogado se remeteu ou forneceu referidos arquivos para Waldelei Schmidt, respondeu que não remeteu e nem forneceu referidos arquivos
fls. 228
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para Waldelei Schmidt, não sabendo de que forma ele obteve tais arquivos; QUE, exibido ao interrogado orçamento com o logotipo da empresa "S&V Equipamentos para Escritório Ltda", referente a projeto de rede e servidores, endereçado para a Prefeitura Municipal de Arvoredo, o qual, na primeira folha, antes da descrição dos itens orçados, consta o nome das empresas "MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda", "S&V Equipamentos para Escritório Ltda", "Líder Suprimentos para Informática Ltda" e "Caleb G. Kieling & Cia Ltda", e solicitado ao interrogado se participou de alguma licitação no referido Município (Arvoredo,SC) no referido sentido, respondeu que já participou de algumas licitações no Município de Arvoredo/SC, mas não se recorda, neste momento, se participou de alguma licitação referente a projeto de rede e servidores; [...] QUE, o interrogado esclarece que a empresa "Társio Comércio e Representações Ltda ME" pertence a sua filha, mas o interrogado é quem administra referida empresa, atualmente, na qualidade de "procurador" [...].
Em que pese os réus representantes das empresas Proxyline
Informática Ltda., Líder Suprimentos para Informática Ltda., Caleb G. Kieling & Cia
Ltda. e Társio Comércio e Representações Ltda. negarem participação nos crimes,
a farta prova documental levantada durante a investigação, acompanhada dos
testemunhos realizados em juízo, inclusive do réu Claudir Frigeri, proprietário da
empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda., deixa claro suas participações
no objetivo criminoso de fraudarem as licitações.
Nesse sentido, e corroborando com a elucidação dos fatos acerca
do modus operandi levado a efeito pelas empresas S&V e MS, após análise dos
arquivos existentes no Notebook do réu Marcelo Rodrigues de Gouveia, constatou-
se que o réu possuía, dentre outros documentos, três arquivos, em formato Word,
em que a empresa Positivo Informática S.A. autorizava a empresa Somaq
Assistência e Equipamentos Ltda. a revender, instalar e prestar treinamentos a
empresas privadas e públicas, incluindo a Prefeitura Municipal de São José do
Cedro. Ainda, nos outros dois arquivos, a Positivo emitia autorização idêntica às
fls. 229
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empresas S&V e MS, denotando-se, assim, que tais documentos foram falsificados
para serem utilizados na licitação ocorrida em São José do Cedro (fls. 1142-1145).
A falsificação pode ser observada através de rápida análise do
cabeçalho das respectivas autorizações, já que neste consta "Positivo Informática
Ltda." e no texto do referido documento está como "Positivo Informática S.A", razão
social correta da empresa. Destaca-se também, que o carimbo utilizado nestas
autorizações é idêntico ao carimbo apreendido na "Sala de Licitações" da empresa
S&V (fl. 1146-1149/1157).
Colhe-se da jurisprudência:
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO E FÉ PÚBLICAS. FRAUDE AO CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO, FALSIDADE IDEOLÓGICA E USO DE DOCUMENTO FALSO (ART. 90 DA LEI N. 8.666/1993 E ARTS. 299 E 304 DO CÓDIGO PENAL). SENTENÇA CONDENATÓRIA. IRRESIGNAÇÕES DEFENSIVAS. [...] MÉRITO. FRAUDE À LICITAÇÃO. RECURSOS DOS ACUSADOS EDINEI, BERTILO E DJALMA. POSTULADA ABSOLVIÇÃO EM RAZÃO DA ATIPICIDADE DA CONDUTA, POR AUSÊNCIA DE DOLO E INSUFICIÊNCIA DE PROVAS PARA CONDENAÇÃO. INADIMISSIBILIDADE. MATERIALIDADE DEVIDAMENTE COMPROVADA PELAS PROVAS DOCUMENTAIS CARREADAS AOS AUTOS. AUTORIA, POR SUA VEZ, QUE EMERGE DAS PALAVRAS DAS TESTEMUNHAS E DOS PRÓPRIOS ACUSADOS EM CONSONÂNCIA COM OS DEMAIS ELEMENTOS E CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO. APELANTES QUE SE UNIRAM PARA FRAUDAR O CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO. CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PARA REALIZAÇÃO DO OBJETO DO CERTAME, ANTES MESMO DA LICITAÇÃO. POSTERIOR FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS PARA OCULTAR A ILEGALIDADE DO ATO. DOLO EVIDENCIADO. CIÊNCIA DE ILEGALIDADE. CLARA FINALIDADE DE BENEFICIAR TERCEIRO. TIPO PENAL QUE PRESCINDE DE EFETIVO DANO AO ERÁRIO PARA SUA CONFIGURAÇÃO. INDUBITÁVEL OFENSA AOS PRINCÍPIOS LICITATÓRIOS DA MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E CONCORRÊNCIA. CONDENAÇÃO MANTIDA [...] (Apelação Criminal n. 2012.051161-0, de Braço do Norte, j. 05/03/2013 - grifou-se).
APELAÇÃO CRIMINAL (RÉU PRESO). CRIMES DE
fls. 230
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QUADRILHA ARMADA (ART. 288, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CP), POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO E POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO (ARTS. 12 E 16 DA LEI N. 10.826/03) E FALSA IDENTIDADE (ART. 307 DO CP). SENTENÇA CONDENATÓRIA RECURSO DA DEFESA. ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE QUADRILHA ARMADA (ART. 288, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CP). IMPOSSIBILIDADE. MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVAS DEVIDAMENTE COMPROVADAS. DEPOIMENTOS DOS POLICIAIS MILITARES QUE ATUARAM NA PRISÃO EM FLAGRANTE, BEM COMO DE UMA TESTEMUNHA PROTEGIDA, COERENTES E UNÍSSONOS ENTRE SI. ADEMAIS, CONTRADIÇÃO ENTRE AS DECLARAÇÕES PRESTADAS PELO RÉU E SUA ESPOSA. ELEMENTOS APTOS PARA CONFIGURAR A ASSOCIAÇÃO ESTÁVEL E PERMANENTE DE MAIS DE TRÊS AGENTES PARA A PRÁTICA DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ATUAÇÃO CONJUNTA E ARTICULADA ENTRE OS INTEGRANTES. CONDUTA QUE SE ENQUADRA NO ART. 288, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CP. CONDENAÇÃO MANTIDA. ABSOLVIÇÃO DOS CRIMES PREVISTOS NA LEI N. 10.826/03. INVIABILIDADE. DEPOIMENTOS DOS POLICIAIS MILITARES QUE EFETUARAM O FLAGRANTE E DE UMA TESTEMUNHA FIRMES E COERENTES, DANDO CONTA DE QUE O APELANTE TINHA CIÊNCIA DA EXISTÊNCIA DAS ARMAS NA RESIDÊNCIA, BEM COMO QUE ERA RESPONSÁVEL POR ELAS. PROVAS SUFICIENTES PARA A CARACTERIZAÇÃO DAS CONDUTAS DELITIVAS. CONDENAÇÃO MANTIDA. (...) RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. (TJSC, Apelação Criminal (Réu Preso) n. 2014.009328-0, de Porto Belo, rel. Des. Marli Mosimann Vargas, j. 19-08-2014.
Dito isso, conclui-se que após a instrução processual fica clara a
falsificação empregada pelos réus WALDELEI SCHMIDT, SÉRGIO FRANCISCO
SIEPKO; VOLMIR FICCAGNA; SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA; ANGÉLICA
SCAPINELLO; MARCELO RODRIGUES DE GOUVEIA; LUCIANO OSCAR
SCHMIDT; PEDRO FRIGULHA, LINDACIR SALETE FACCIO GIARETA, CALEB
GERSON KIELING e CLAUDIR FRIGERI qual culminou no êxito das empresas em
contratar com o poder público nos processos licitatórios, havendo lastro probatório e
jurídico seguro e incontroverso para condenação dos réus, inexistindo qualquer
justificativa razoável para afastar o enquadramento acima exposto, o que aponta
fls. 231
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para a prática do crime previsto nos art. 299, caput, do Código Penal.
Todavia, dúvida paira acerca da prática da conduta delituosa em
comento pelos réus CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO e MÁRCIA HELENA JABUONSKI
SIEPKO.
Denota-se que, em que pese o servidor público e réu Clóvis
Fidélis Grando e o réu Waldelei Schmidt, mediante prévio acordo fez com que
fosse inserido no edital do certame na cidade de CORDILHEIRA ALTA pregão
presencial n. 29/2011) a exigência de apresentação de alguns certificados na fase
de habilitação, que só eram fornecidos pela empresa Positivo Informática S/A à
empresa S&V, tendo como único objetivo afastar os demais concorrentes e
assegurar à S&V a adjudicação do objeto, tanto que a empresa Targettech, que
licitamente também postulava a adjudicação do objeto, foi desclassificada, não há
provas de que tenha praticado verbo elementar previsto no art. 299, caput, do
Código Penal.
Assim como incomprovada a prática da falsidade pela ré MÁRCIA
HELENA JABUONSKI SIEPKO.
Assim, diante da insuficiência de provas do cometimento do crime
pelos réus CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO e MÁRCIA HELENA JABUONSKI SIEPKO,
impõe-se a absolvição quanto a estes, com fulcro no art. 386, inciso VII do Código
de Processo Penal e em respeito ao princípio do in dubio pro reo.
4. DO DELITO PREVISTO NO ART. 288, caput, DO CÓDIGO
PENAL:
Primeiramente, vale lembrar que como as práticas delituosas foram
anteriores à modificação introduzida pela Lei n. 12.850/13, a análise do tipo penal
será realizada com base na redação original. Vejamos:
"Art. 288. Associarem-se, mais de três pessoas,
em quadrilha ou bando, para o fim de cometerem
crimes.
fls. 232
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Pena reclusão, de um a três anos".
Com relação ao referido tipo, ensina MIRABETE: O crime de quadrilha ou bando é um crime coletivo, plurissubjetivo ou de concurso necessário de condutas paralelas. Exige a lei para a configuração do ilícito a associação estável de pelo menos quatro pessoas. É necessário que haja um vínculo associativo permanente para fins criminosos, uma predisposição comum de meios para a prática de uma série indeterminada de delitos. Exige-se, assim, uma estabilidade ou permanência com o fim de cometer crimes, uma organização de seus membros que revele acordo sobre a duradoura atuação em comum. Pouco importa, porém, que os componentes da quadrilha não se conheçam reciprocamente, que tenham ou não um líder, que estejam ou não designados para tarefas específicas, que todos participem ou não de cada ação delituosa praticada etc. É irrelevante, aliás, que haja uma organização apenas rudimentar. (in Código penal interpretado. 1. ed. São Paulo : Atlas, 1999, p. 1547).
Sobre a caracterização do delito, extrai-se32:
Característico do bando ou quadrilha, é a estabilidade ou permanência da reunião, com o fim de cometer crimes, ainda que esse conceito de permanência seja relativo e dependente, em regra, dos planos criminosos que a associação tem em vista. É o que distingue da co-participação delituosa: conjugação de esforços transitória ou momentânea para o cometimento de certo crime.
Ainda, o núcleo indicado é associarem-se, que traz a significação de
ajuntarem-se, reunirem-se, aliarem-se, agregarem-se. Exige a lei que sejam mais de
três pessoas. Com efeito, "basta uma organização rudimentar, capaz de
levar a cabo o fim visado, não se exige nítida divisão de
32 in Direito Penal, vol.4, 24ª ed., São Paulo: Saraiva, 2003, p. 92.
fls. 233
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funções, estatos, hierarquia, ou mesmo contato pessoal dos
agentes. Responde pelo crime de quadrilha aquele que, não
participando da execução material de um fato, concorre de
alguma forma para a trama ilícita, como no caso de
intermediário mercantil para a venda de veículo furtado"
(JTACrSP 23/28).
A associação permanente e estável para a prática de delitos restou
comprovada pela prova documental angariada ao feito, que, conforme levantado
pelas interceptações telefônicas e quebra de sigilo telemático, aliada aos
depoimentos prestados e confirmados em juízo, atestam perfeitamente o prévio
ajuste de vontades dos denunciados de dissimular uma situação de fato, para, após,
locupletarem-se às custas das municipalidades.
Cumpre inicialmente destacar que a empresa S&V Equipamentos
para Informática foi criada no ano de 1995, tendo como sócio-fundadores os réus
Volmir Ficcagna e Solange Maria Ody Ficcagna, a qual permaneceu na
sociedade até o ano de 2003. Ainda, juntou-se ao respectivo quadro societário os
réus Waldelei Schmidt e Sérgio Francisco Siepko, os quais, juntamente com
Volmir Ficcagna, compõem o atual quadro social da empresa S&V Equipamentos
para Informática Ltda.
Conforme se infere da denúncia, e corroborado pela prova
documental e testemunhal apreciada nos autos, estes réus, visando uma finalidade
apócrifa, criaram, no ano de 2003, a empresa MS Equipamentos e Assistência
Técnica Ltda ME, registrando-a no nome das esposas de Sérgio Francisco Siepko
e Volmir Ficcagna, tratando-se de Márcia Helena Jabuonski Siepko e Solange
Maria Ody Ficcagna, respectivamente, levando em consideração que Sérgio
Siepko consta como representante de Márcia Siepko perante a Fazenda Estadual,
e Volmir Ficcagna consta como representante de Solange Ficcagna perante a
Fazenda Estadual, conforme informação constante no Sistema de Administração
Tributária - SAT (fls. 549-551, 552-555), ou seja, na prática, ambas as empresas
são de propriedade e administradas pelas mesmas pessoas e pelo mesmo grupo
familiar, inclusive são sediadas no mesmo endereço (fls. 502-503).
fls. 234
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Nesse diapasão, extrai-se da quebra do sigilo telemático dos emails
corporativos da Empresa S&V que Solange e Márcia atuam na gerência, auxiliando
diretamente seus cônjuges e os negócios empresariais do grupo familiar, conforme
fls. 504-505.
Dessa forma, sobejou axiomático que os réus Sérgio Francisco
Siepko, Volmir Ficcagna, Waldelei Schmidt, Márcia Helena Jabuonski Siepko,
Solange Maria Odi Ficcagna, acompanhados de Angélica Scapinello e Marcelo
Rodrigues Gouveia, estes empregados das empresas S&V e MS, a partir do ano
de 2008, associaram-se, de forma estável e permanente, para praticar fraudes em
procedimentos licitatórios, crimes contra a fé pública e crimes contra a regularidade
das licitações previstos na Lei n. 8.666/93.
Da mesma forma, também aderiram à organização criminosa
Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda, Pedro
Figulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder
Suprimentos para Informática Ltda, Claudir Frigeri, proprietário da Empresa Somaq
Assistência e Equipamentos Ltda, e ainda, Caleb Gerson Kieling, representante da
empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda. e da empresa Társio Comércio e
Representações Ltda. Tais agentes, conforme já explicado, ora cediam sua
documentação para simular competição em licitações, ora compareciam aos
pregões, sempre para prestar auxílio ao sucesso dos objetivos criminosos da
associação criminosa.
Diante das provas amealhadas durante a extensa investigação e
corroboradas em juízo, tenho por cabalmente comprovada a associação dos
acusados com o intuito de praticar ilícitos penais.
Ainda averiguou-se o caráter de permanência temporal da
quadrilha, que agia frequentemente para cometer diversos ilícitos.
Em que pese a defesa dos réus pertencentes às empresas S&V e
MS sustentar que são empresas diversas, que a empresa MS não é fictícia, mas sim
de pequeno porte, ao contrário da empresa S&V, que seria empresa de lucro real,
não havendo então impedimento legal na concorrência simultânea das duas
fls. 235
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empresas nas mesmas licitações, tal tese não merece acolhida.
Isto porque o feixe probatório é farto em demonstrar que a
empresa MS foi fundada com o intuito de beneficiar todos os réus envolvidos, na
forma de verdadeira trapaça. Cita-se o exemplo da licitação pregão presencial n.
28/2011 da cidade de ÁGUA DOCE, em que o réu Marcelo Rodrigues de Gouveia,
funcionário da S&V Equipamentos para Informática Ltda, estava representando a
MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME, comprovando a confusão entre
ambas.
Mesmo se dúvidas restassem sobre o sucesso das ações
criminosas efetuadas pelos denunciados, cada qual agindo de forma a garantir a
execução dos crimes e êxito nos resultados de tais condutas, ainda assim não se
afastaria o delito de bando ou quadrilha armada, pois que, independente do
cometimento das infrações, o núcleo do tipo encontra-se na associação de pessoas
com fins ilícitos, procurando tutelar a paz pública.
Neste sentido, encontra-se na jurisprudência do nosso Tribunal:
QUADRILHA ARMADA. ALEGADA AUSÊNCIA DE ASSOCIAÇÃO PERMANENTE, BEM COMO DO COMETIMENTO DE OUTROS CRIMES. IRRELEVÂNCIA. CONJUNTO PROBATÓRIO DEMONSTRANDO QUE OS APELANTES ASSOCIARAM-SE AOS DEMAIS MEMBROS DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA PARA O FIM DE PRATICAREM ROUBOS. DELITO AUTÔNOMO QUE SE CONSUMA INDEPENDENTEMENTE DA PERPETRAÇÃO DE OUTRO. Demonstrada pela prova carreada que os apelantes associaram-se a terceiros integrantes da organização criminosa, com a finalidade de praticarem roubos, a inexistência de pluralidade de crimes não impede o reconhecimento da quadrilha, porquanto é ilícito autônomo, que se consuma independentemente da perpetração de qualquer delito (...). (Apelação Criminal n. 2006.012392-8, de Presidente Getúlio, rel. Des. Sérgio Paladino, j. 01/08/2006).
Ademais, para a configuração do delito de bando ou
quadrilha basta o fato associativo em caráter estável e
continuado, revelador de uma ameaça que sempre se renova.
fls. 236
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Ocorrendo essa associação, o delito está consumado, mesmo que
não tenha chegado a cometer qualquer infração. No entanto, se
as praticar, ocorre um concurso material (RT 505/352).
Houve, conforme comprovado, procedimentos típicos de quadrilha
ou bando (hoje, organização criminosa), com organização, divisão de tarefas prévia,
frustração de vários procedimentos licitatórios, estabilidade e inter-relacionamento
entre os acusados.
Assim, a condenação dos acusados WALDELEI SCHMIDT,
VOLMIR FICCAGNA, SÉRGIO FRANCISCO SIEPKO, MÁRCIA HELENA
JABUONSKI SIEPKO, SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA, ANGÉLICA M,
MARCELO RODRIGUES DE GOUVEIA, LINDACIR SALETE FACCIO GIARETA,
PEDRO FRIGULHA, LUCIANO OSCAR SCHMIDT, CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO,
CALEB GERSON KIELING e CLAUDIR FRIGERI é medida que se impõe.
5. DA PARTICIPAÇÃO CRIMINOSA - ART. 29 DO CÓDIGO
PENAL:
O art. 29 do Código Penal prevê que “Quem, de qualquer
modo, concorre para o crime, incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade”.
Assim, todos aqueles que concorreram para o êxito ilícito das
empresas “S&V Equipamentos para Informática Ltda” e “MS Equipamentos e
Assistência Técnica Ltda ME” tiveram colaboração imprescindível para a
consumação dos delitos descritos na denúncia.
Neste sentido, além de todo feixe probatório que comprova
exaustivamente a condutas ilícitas quanto aos acusados sócios das referidas
empresas - WALDELEI SCHMIDT (sócio S&V), SÉRGIO FRANCISCO SIEPKO
(sócio S&V), VOLMIR FICCAGNA (sócio S&V), SOLANGE MARIA ODY
FICCAGNA (sócia MS) e MÁRCIA HELENA JABUONSKI SIEPKO (sócia MS) -
calha reiterar que, individualmente, cada um dos demais denunciados teve sua
participação nos certames de forma irregular e ilegal.
fls. 237
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A acusada ANGÉLICA SCAPINELLO participou igual e ativamente
dos delitos que geraram as ilicitudes em licitações, como nos procedimentos
licitatórios na cidade de CORDILHEIRA ALTA, pregão presencial n. 19/2009 e
pregão presencial n. 28/2010; na cidade de GUATAMBU: pregão presencial n.
12/2010; na cidade de PALMITOS: pregão presencial n. 09/2010; na cidade de
XANXERÊ: pregão presencial n. 86/2009, sendo que nestes procedimentos
licitatórios, a fraude consistiu na concorrência fictícia realizada entre a empresa S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada no procedimento licitatório pelo
réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,
representada pelas rés Márcia Helena Jabuonski Siepko e Angélica Scapinello,
onde Angélica foi credenciada como representante da empresa MS por Márcia,
deixando clara a sua participação na fraude. Ainda, contou com a participação do
réu Clóvis Fidélis Grando, que sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às
mesmas pessoas, omitiu-se, deixando de tomar as providências necessárias para
garantir a lisura do procedimento licitatório.
Na cidade de ÁGUAS DE CHAPECÓ, no pregão presencial n.
31/2010, a fraude também consistiu na concorrência fictícia realizada entre S&V
Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schmidt, e MS
Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada por Angélica Scapinello,
credenciada como representante da MS pela ré Solange Maria Ody Ficcagna,
deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não
poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são
gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo
como falar na existência de concorrência entre ambos. Na cidade de CHAPECÓ:
procedimento licitatório pregão presencial n. 04/2009, a fraude consistiu na
concorrência fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada
representante da S&V no certame pelo réu Sérgio Francisco Siepko, e a empresa
MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada por Waldelei Schmidt,
fls. 238
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o qual foi credenciado (fl. 1706) representante da MS pela ré Márcia Helena
Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si
em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas
pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de
concorrência entre ambos.
Também no pregão presencial n. 287/2009 e pregão presencial n.
331/2009 promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela
S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia Siepko
(concorrência fictícia). No mesmo modus operandi de concorrência fictícia
ocorreram os seguintes certames: na cidade de OURO VERDE: pregão presencial
n. 331/200933; na cidade de PINHALZINHO: pregão presencial n. 07/2010; na
cidade de CAÇADOR: pregão presencial n. 32/2010; na cidade de CONCÓRDIA:
pregão presencial n. 83/2008, pregão presencial n. 122/2008 e pregão presencial n.
49/2010; na cidade de IRANI, pregão presencial n. 23/2009; na cidade de ITÁ:
pregão presencial n. 57/2010 e pregão presencial n. 45/2011; na cidade de
PIRATUBA: pregão presencial n. 24/2011; na cidade de PONTE SERRADA: pregão
presencial n. 25/2009; na cidade de SÃO MIGUEL DO OESTE pregão presencial n.
74/2011; na cidade de XAVANTINA: pregão presencial n. 07/2010
Salienta-se que uma das formas de operacionalização da fraude nos
procedimentos licitatórios pelas empresas investigadas, era a utilização de Marcelo
Rodrigues de Gouveia e Angélica Scapinello, funcionários da empresa S&V34, para
representar tanto a S&V quanto a MS nos procedimentos licitatórios.As provas são
fartas, desde interceptações telefônicas (Audio 14: Sérgio conversa
Angélica a respeito de uma licitação de relógio ponto para a
prefeitura de Catanduvas/SC. Sérgio diz: Viu, de Catanduvas,
vocês passaram um orçamento de relógio lá." Angélica concorda,
Sério diz: "Ondé que tá, tem que vê esse orçamento, tem que
fazer mais dois igual pra eles poder comprar". Angélica diz
que vai ver com o Marcelo tratar com Sérgio (ao fundo ouve-se
33 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 05/2009, e não 331/2009 conforme constou na denúncia.34 Fls. 556-557.
fls. 239
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Angélica perguntar para Marcelo se ele fez um orçamento de
relógios para Catanduvas porque tem que fazer mais duas
propostas); Marcelo conversa com Sérgio e diz que foi ele quem
passou para Catanduvas, e o Amarildo passou para Irani [...])
quanto prova oral em juízo (testemunhas Leandro Carniel, Fábio Júnior Ambrósio,
etc, depoimentos já colacionados), confirmando as práticas dos crimes denunciados
pela ré Angélica Scapinello.
O acusado MARCELO RODRIGUES DE GOUVEIA participou igual
e ativamente dos delitos que geraram as ilicitudes em licitações, como nos
procedimentos licitatórios da cidade de CHAPECÓ: modalidade convite n. 49/2009,
convite n. 207/2009, convite n. 68/2010; na cidade de BOM JESUS DO OESTE:
convite n. 15/2008, convite n. 29/2008 e convite n. 35/2011; na cidade de OURO
VERDE: convite n. 19/2009 e convite n. 48/2010; na cidade de PINHALZINHO:
licitação pregão presencial n. 22/2011; na cidade de SERRA ALTA: licitação na
modalidade convite n. 21/200935; na cidade de PRESIDENTE CASTELLO
BRANCO: convite n. 27/2010; na cidade de PALMA SOLA: licitação convite n.
30/2011; na cidade de NOVA ERECHIM: licitação convite n. 25/2011; na cidade de
ÁGUA DOCE licitação pregão presencial n. 38/2011, sendo que era este réu quem
inseria nos formulários em branco das demais empresas associadas na fraude a
proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a
adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Denota-se que nos
arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados
vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa
Proxyline Informática Ltda.. Inclusive, vários desses arquivos têm como autor o réu
Marcelo Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da
organização criminosa. Na cidade de CONCÓRDIA, no pregão presencial n.
49/2010, o denunciado Marcelo, mesmo sendo empregado da empresa S&V
35 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 29/2009, e não 21/2009 conforme constou na denúncia.
fls. 240
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Equipamentos para Escritório Ltda, credenciou-se como representante da empresa
Targettech Serviços de Computador Ltda e, pactuando a elaboração de lances, cuja
participação era falsa ideologicamente, servindo apenas para dar aparência de
competitividade. Na cidade de SÃO JOSÉ DO CEDRO, na licitação convite n.
108/2011, convite n. 39/2012, ao analisar os arquivos existentes no notebook do
réu Marcelo Rodrigues de Gouveia, através do Ofício n. 288/ICC/2012, o Instituto
Geral de Perícias constatou que o réu possuía em seu notebook, dentre outros
documentos, três arquivos, em formato Word, onde a Positivo Informática S/A,
representada por Rodrigo Benetti Dolatto, autoriza as empresas S&V Equipamentos
para Escritório Ltda., MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. e Somaq
Assistência e Equipamentos Ltda., a revender, instalar e prestar treinamentos a
empresas privadas e públicas, inclusive à Prefeitura Municipal de São José do
Cedro, demonstrando novamente a falsificação ideológica perpretada pelas
empresas S&V e MS para utilização em licitações públicas, neste caso, em São
José do Cedro (fls. 1755-1761). Na cidade de SÃO MIGUEL DO OESTE, na
licitação na modalidade pregão presencial n. 74/2011, a fraude consistiu na
concorrência fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório
Ltda., representada pelo réu Marcelo Rodrigues de Gouveia, o qual foi credenciado
a representar a S&V no certame pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e
Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Márcia Helena Jabuonski Siepko
e Angélica Scapinello, a qual foi credenciada a representar MS no certame pela ré
Solange Maria Ody Ficcagna, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-
se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,
tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede
física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre
ambas. E ainda, na cidade de ÁGUA DOCE, na licitação pregão presencial n.
28/2011, o réu Marcelo, mesmo sendo funcionário da S&V Equipamentos, estava
representando a MS Equipamentos.
As provas são fartas, desde interceptações telefônicas (Áudio 23 do
Relatório de Interceptação n. 04 (TRANSCRIÇÃO: Waldelei liga para Marcelo (da
fls. 241
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S&V) [...] Waldelei diz que vai ele e Angélica ou outra pessoa, mas que vão com a
S&V e a MS.[...]) (Áudio 14 - Sérgio pergunta se Marcelo tem as logomarcas da
PROXYLINE e de outras (que não fica claro), Marcelo diz que tem. Sérgio diz para
passar duas propostas para "ela logo, de duas empresas pra ela podê compra hoje".
Marcelo concorda, Sérgio diz: "Tá, mas então, se cuida pra não fazê, escreve
diferente né, põe marca diferente". Marcelo diz: "Sim, sim, sim, tá, pode dexar")
quanto prova oral em juízo (testemunhas Leandro Carniel, Fábio Júnior Ambrósio,
etc, depoimentos já colacionados), confirmando as práticas dos crimes denunciados
pelo réu Marcelo Rodrigues Gouveia.
Ademais, após análise dos arquivos existentes no Notebook do réu
Marcelo, constatou-se que este possuía, dentre outros documentos, três arquivos,
em formato Word, em que a empresa Positivo Informática S.A. autorizava a
empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda. a revender, instalar e prestar
treinamentos a empresas privadas e públicas, incluindo a Prefeitura Municipal de
São José do Cedro. Ainda, nos outros dois arquivos, a Positivo emitia autorização
idêntica às empresas S&V e MS, denotando-se, assim, que tais documentos foram
falsificados para serem utilizados na licitação ocorrida em São José do Cedro (fls.
1142-1145). A falsificação pode ser observada através de rápida análise do
cabeçalho das respectivas autorizações, já que neste consta "Positivo Informática
Ltda." e no texto do referido documento está como "Positivo Informática S.A", razão
social correta da empresa. Destaca-se também, que o carimbo utilizado nestas
autorizações é idêntico ao carimbo apreendido na "Sala de Licitações" da empresa
S&V (fl. 1146-1149/1157).
A acusada LINDACIR SALETE FACCIO GIARETTA, em que pese
alegar que cabia a Pedro Frigulha a responsabilidade pelas licitações da empresa
Líder Suprimentos para Informática LTDA, sendo que somente assinava
documentos licitatórios na ausência deste, não logrou isentar-se da
responsabilidade de sócia-proprietária e menos ainda do dolo gritante de sua
participação dos certames irregulares. Assim o fez na cidade de CORDILHEIRA
fls. 242
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ALTA, quando do procedimento licitatório convite n. 07/2011, sendo que, conforme
se observa no Convite n. 29/009 de Entre Rios/SC, consta a assinatura da ré
Lindacir Salete Faccio Giaretta nos recibos referentes ao recebimento da
documentação atinente a licitação, a qual alegou ao GAECO de Chapecó/SC que
apenas assinava a documentação referente a licitação que eram encaminhadas
para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, ambos sócios da
empresa S&V, bem como havia ocasiões em que Waldelei Schmidt levava os
documentos pessoalmente à sede da empresa Líder Suprimentos para Informática
Ltda. quando se deslocava para Caçador/SC. O que demonstra claramente que os
réus Lindacir Salete Faccio Giaretta e Pedro Frigulha, em concurso de pessoas,
entregavam os documentos da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda.
necessários para sua participação nas licitações às empresas S&V e MS,
possibilitando que através do réu Marcelo Rodrigues de Gouveia fosse inserido nos
formulários proposta ideologicamente falsa. Também nos procedimentos licitatórios
convite n. 49/2009, convite n. 142/2009, convite n. 207/2009, convite n. 68/2010; da
cidade de BOM JESUS DO OESTE também os certames convite n. 15/2008,
convite n. 29/2008 e convite n. 14/2011; da cidade de OURO VERDE, licitação
convite n. 19/2009 e convite n. 48/2010; e da cidade de SERRA ALTA convite n.
21/200936 e convite n. 21/2010, sempre a ré Lindacir assinava a documentação da
sua empresa, referente a licitação que era encaminhada, já preenchida, para a
empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.
Ratificando o modus operandi, a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta,
ao ser ouvida na fase instrutória em juízo (fls. 1087-1089), descreveu [...] QUE,
a interrogada esclarece que assinava vários documentos
referentes a licitações que eram encaminhados para sua empresa
por WALDELEI SCHMIDT e VOLMIR FICCAGNA, ambos sócios da
empresa "S&V Equipamentos para Escritórios Ltda"; QUE, a
interrogada esclarece que os documentos chegavam à sua empresa
(Líder Suprimentos para Informática Ltda) via transportadora
36 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 29/2009, e não 21/2009 conforme constou na denúncia.
fls. 243
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Reunidas, bem como eram devolvidos para a empresa "S&V" via
Reunidas; [...] QUE, a interrogada esclarece que, quando
assinava os documentos, os mesmos já estavam preenchidos com
relação aos preços dos produtos; [...]QUE, a interrogada tinha
ciência de que os documentos que assinava, referentes aos
procedimentos licitatórios, iriam para a empresa "S&V" antes
de serem entregues nas Prefeituras, sendo que a empresa "S&V"
era quem gerenciava a entrega desses documentos nas
Prefeituras [...], confirmando totalmente a prática dos crimes que lhe foram
imputados na denúncia.
O acusado PEDRO FRIGULHA participou igualmente dos delitos
que geraram as ilicitudes em licitações, como no procedimento licitatório convite n.
07/2011 da cidade de CORDILHEIRA ALTA, representando a Líder Suprimentos
para Informática Ltda, emprestou documentos de sua empresa para figurar na
licitação como suposta concorrente, conforme o grande número de documentos
digitais encontrados armazenados nos computadores e arquivos da S&V
Equipamentos para Escritório Ltda. Também na cidade de ENTRE RIOS, na
licitação convite n. 26/2009, entregou ao grupo documentos em branco,
possibilitando que, através do denunciado Marcelo Rodrigues de Gouveia fosse
inserido nos formulários proposta ideologicamente falsa. Também nesta cidade de
CHAPECÓ (convite n. 49/2009, convite n. 142/2009, convite n. 207/2009 e convite
n. 68/2010), cidade de BOM JESUS DO OESTE (convite n. 15/2008, convite n.
29/2008 e convite n. 14/2011), na cidade de OURO VERDE (licitação convite n.
19/2009 e convite n. 48/2010) na cidade de SERRA ALTA (convite n. 21/200937, e
convite n. 21/2010 ). Destaca-se que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta, ao ser
ouvida na fase instrutória em juízo (fls. 1087-1089), declarou que [...]esclarece
que Pedro Figulha tinha conhecimento dos documentos que a
interrogada assinava [...] QUE, a interrogada tinha ciência de
37 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 29/2009, e não 21/2009 conforme constou na denúncia.
fls. 244
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que os documentos que assinava, referentes aos procedimentos
licitatórios, iriam para a empresa "S&V" antes de serem
entregues nas Prefeituras, sendo que a empresa "S&V" era quem
gerenciava a entrega desses documentos nas Prefeituras [...] e
em sede de alegações finais, esta acusada alegou que cabia a Pedro Frigulha a
responsabilidade pelas licitações da empresa Líder Suprimentos para Informática
LTDA (fls. 6201-6209).
O acusado LUCIANO OSCAR SCHMIDT participou igualmente dos
delitos que geraram as ilicitudes em licitações, como na licitação convite n. 07/2011
e convite n. 35/2011, ambas da cidade de CORDILHEIRA ALTA, nas quais, como
proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda, entregou documentos
necessários à participação da empresa no certame em branco, possibilitando que
fossem inseridas propostas ideologicamente falsas nos formulários, com a finalidade
de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS, conforme
o grande número de documentos digitais encontrados armazenados nos
computadores e arquivos da S&V Equipamentos para Escritório Ltda. Da mesma
forma agiu na cidade de PINHALZINHO (licitação pregão presencial n. 22/2011) na
cidade de PRESIDENTE CASTELLO BRANCO (licitação convite n. 27/2010) , na
cidade de NOVA ERECHIM (licitação convite n. 25/2011) e na cidade de ÁGUA
DOCE (licitação pregão presencial n. 28/2011). Através das interceptações
telefônicas fica claro que além das falsas concorrências, os réus ligados às
empresas S&V e MS falsificaram documentos de empresas concorrentes, dentre
elas, documentos da Empresa Proxyline Informática Ltda., de propriedade do réu
Luciano, conforme se infere do trecho do Áudio 14 da interceptação telefônica (fl.
542).
O acusado CLÓVIS FIDELIS GRANDO, traindo a qualidade de
servidor público, cônscio da ilicitude de sua conduta, auxiliava decisivamente os
sócios e funcionários das empresas S&V e MS (também réus da presente ação), a
realizarem as fraudes no Município de Cordilheira Alta, valendo-se do cargo de
fls. 245
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Secretário de Administração do Município à época, como no pregão presencial n.
19/2009 e pregão presencial n. 28/2010, nos quais, na condição de presidente da
comissão de licitações e pregoeiro do município, o que lhe atribui a condição de
responsável pela lisura do certame, sabendo que as empresas S&V e MS
pertenciam às mesmas pessoas, omitiu-se, deixando de tomar as providências
necessárias para garantir a lisura do procedimento licitatório, concorrendo com a
prática do crime. Na mesma cidade, na licitação convite n. 07/2011, o réu Clóvis, na
condição de presidente da comissão de licitações e pregoeiro do município,
sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, convidou-as
para participarem do certame, bem como o fez com relação à terceira pessoa
indicada por Waldelei Schmidt para completar o convite e, assim, dar aparência de
legalidade à disputa. Também no pregão presencial n. 29/2011, o réu fez com que
fosse inserido no edital do procedimento licitatório a exigência de apresentação de
alguns certificados na fase de habilitação dos preponentes que só eram fornecidos
pela empresa Positivo Informática S/A apenas para a empresa S&V, e como
objetivo específico de afastar os demais concorrentes e assegurar a esta a
adjudicação do objeto, tanto é assim, que foi desclassificada a empresa Targetech
que, licitamente, também postulava a adjudicação do objeto. Destaca-se que a
testemunhas relatam que Clóvis organizava os certames e até mesmo atrapalhava a
concorrência regular nas licitações, a fim de garantir o êxito das fraudes.
O acusado CALEB GERSON KIELING participou igualmente dos
delitos que geraram as ilicitudes em licitações, como na licitação convite n. 33/2008
e licitação convite n. 31/2009, ambas da cidade de BOM JESUS DO OESTE, na
qual, como representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., franqueou ao
acusado Waldelei Schmidt o acesso aos documentos referentes à participação da
sua empresa no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo
denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço
ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos à
organização criminosa.
fls. 246
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Também em certame nas cidades de CONCÓRDIA, PONTE
SERRADA e SÃO MIGUEL DO OESTE como representante da empresa Caleb G.
Kieling & Cia Ltda., que apresentou propostas por tal empresa, e também pela
empresa Társio Comércio e Representações Ltda, todas estas ideologicamente
falsas, com a finalidade de dar aparência de verdadeira competição, assegurando a
adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS.
Em todos estes certames, o réu Caleb prestou auxílio aos réus das
empresas S&V e MS na fraude perpetrada na licitação, tendo em vista que durante
o cumprimento de mandado de busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi
apreendido um carimbo da empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo
número do CNPJ, bem como arquivos diversos desta empresa no computador do
réu Waldelei Schmidt, deixando claro o uso de sua empresa no êxito das fraudes
(fls. 1767-1768). Também na a licitação pregão presencial n. 38/2011 da cidade de
ÁGUA DOCE o réu Caleb G. Kieling, como representante da Társio Comércio e
Representações Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e MS na fraude
perpetrada na licitação tendo em vista os diversos arquivos desta empresa no
computador do réu Waldelei Schmidt, deixando claro o uso de sua empresa para
realizarem as fraudes.
Em que pese, quando interrogado em juízo, alegar que não sabe como
documentos com timbre da empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda", foram
encontrados no computador de Waldelei Schmidt, sustentando que não remeteu e
nem forneceu referidos arquivos para Waldelei Schmidt, não sabendo de que forma
ele obteve tais arquivos e que a empresa, sua versão encontra-se isolada e
incomprovada no feixe probatório amealhado, ônus que lhe competia, nos termos do
art. 156 do Código de Processo Penal.
Consoante consagrado entendimento doutrinário e
jurisprudência, "aquele que invoca um álibi tem que prová-lo
satisfatoriamente, de molde a excluir seguramente a
possibilidade de ter sido o autor da infração. Álibi não
cumpridamente provado eqüivale a confissão de crime" (TJSC
fls. 247
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Apelação Criminal. n. 28.037, de Laguna, rel. Des. Solon d'Eça Neves).
O acusado CLAUDIR FRIGERI participou igualmente dos delitos
que geraram as ilicitudes em licitações, como na licitação convite n. 108/2011, na
licitação convite n. 39/2012, ambas da cidade de SÃO JOSÉ DO CEDRO e na
licitação convite n. 30/2011 na cidade de PALMA SOLA, nas quais, como
proprietário da empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, forneceu em
branco os documentos necessários à participação de sua empresa ao denunciado
Volmir Ficagna, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados à
empresa S&V, sendo que ratificou sua participação nas fraudes destas licitações ao
GAECO de Chapecó/SC (fls. 1751-1754 e fls. 1787-1790, fls. 1779-1782,
respectivamente). Ainda este réu, ao ser interrogado confirmou que o acusado
Volmir Ficcagna lhe solicitou que assinasse em duas oportunidades (relativas às
licitações dos municípios de Palma Sola e São José do Cedro) documentos já
preenchidos referentes a propostas da Empresa Somaq Assistência e
Equipamentos Ltda. no intuito de apresentá-las nas licitações (fls. 1082-1084/mídia
de fl. 5820).
Por vezes, a adequação típica de uma determinada conduta
humana nem sempre se dá de forma imediata, ocorrendo, portanto, o que a doutrina
denomina de adequação típica mediata. Assim, para adequar o fato ao tipo,
essencial se valer de uma norma de extensão, sem a qual é absolutamente
impossível enquadrar a conduta, in casu, o art. 29 do CP.
Nesse contexto, vê-se, que no intuito de fraudarem os
procedimentos licitatórios dos respectivos municípios elencados, os denunciados
Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco Siepko, Márcia Helena
Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna, valeram-se do imprescindível
auxílio dos denunciados Angélica Scapinello, Marcelo Rodrigues de Gouveia,
Lindacir Salete Faccio Giaretta, Pedro Frigulha, Luciano Oscar Schmidt, Clóvis
Fidélis Grando, Caleb Gilson Kieling e Claudir Frigeri, os quais, portanto,
fls. 248
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concorreram para a prática delitiva.
Para o doutrinador Luiz Flávio Gomes, a configuração da
participação do agente no delito exige a ocorrência de 3 (três) requisitos, in verbis38:
[...] três são os requisitos da participação: (a) pluralidade de condutas; (b) relevância causal e jurídica de cada conduta; (c) vínculo subjetivo do partícipe (ciência inequívoca de que contribui para o fato de outrem).
No caso, a pluralidade de condutas está consubstanciada no fato de
que os réus Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Siepko, Márcia Helena
Jabuonski Siepko, Solange Maria Odi Ficcagna, Angélica Scapinello e Marcelo
Rodrigues Gouveia, representantes das empresas S&V e MS, no intuito de
fraudarem as licitações, agiram de forma determinante para as condutas típicas
praticadas por Lindacir Salete Faccio Giaretta, Pedro Frigulha, Luciano Oscar
Schmidt, Clóvis Fidélis Grando, Caleb Gilson Kieling e Claudir Frigeri.
A relevância causal e jurídica de cada conduta, igualmente, está
presente, haja vista que não fosse o interesse dos representantes das empresas
S&V e MS na prática de fraude nos procedimentos licitatórios, o auxílio das diversas
outras empresas do ramo não teria acontecido.
Ainda, o vínculo subjetivo dos partícipes encontra guarida nas suas
intenções prévias de engendrarem as fraudes perpretadas nos procedimentos
licitatórios, conforme se infere das interceptações telefônicas e telemáticas conforme
já demonstrado, bem como modus operandi comprovado: as empresas auxiliares
ora forneciam os documentos necessários à participação nos certames, a fim de
que os representantes das empresas S&V e MS os preenchessem segundo seus
interesses, ora apresentavam propostas apenas formais, visando sempre fraudar os
certames, e assim, assegurar a adjudicação dos objetos às empresas S&V e MS.
Dessarte, não restam dúvidas a respeito da responsabilidade e
participação de cada um dos demandados nas fraudes por eles levadas a efeito,
notadamente porque a participação de cada um foi imprescindível para a conclusão
dos atos fraudulentos conforme demonstrado a seguir.
38 in Direito Penal. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 507.
fls. 249
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PASSO, POIS, À APLICAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS
PENAS DOS ACUSADOS39.
1. Quanto ao réu WALDELEI SCHMIDT:
1.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5890-5891); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento
de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
1.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
39 Ressalta-se que a pena a ser aplicada no que se refere ao art. 288, caput, do Código Penal, trata-se da pena prevista na redação anterior à Lei n. 12.850/2013, in verbis: Art. 288. "Associarem-se mais de três pessoas, com quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena reclusão, de um a três anos".
fls. 250
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que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5890-5891); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-
multa, no valor mínimo legal.
1.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5890-5891); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
de reclusão.
fls. 251
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1.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5890-5891); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
1.5. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)
meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no
valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,
diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.
Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.
fls. 252
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77, caput, do Código Penal).
2. Quanto ao réu VOLMIR FICCAGNA:
2.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5892-5895); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento
de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
2.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5892-5895); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
fls. 253
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seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-
multa, no valor mínimo legal.
2.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5892-5895); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
de reclusão.
2.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5892-5895); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
fls. 254
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penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
2.5. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)
meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no
valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,
diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.
Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.
77, caput, do Código Penal).
3. Quanto ao réu SÉRGIO FRANCISCO SIEPKO:
fls. 255
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3.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5896-5898); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento
de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
3.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5896-5898); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
fls. 256
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Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-
multa, no valor mínimo legal.
3.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5896-5898); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
de reclusão.
3.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5896-5898); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
fls. 257
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Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
3.5. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)
meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no
valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,
diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.
Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.
77, caput, do Código Penal).
4. Quanto à ré MÁRCIA HELENA JABUONSKI SIEPKO:
4.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5899-5900); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
fls. 258
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182
Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento
de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
4.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5899-5900); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
fls. 259
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183
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e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-
multa, no valor mínimo legal.
4.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5899-5900); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
fls. 260
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de reclusão.
4.4. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 1 (um) ano de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro) meses de detenção,
mais o pagamento de 32 (trinta e dois) dias-multa, no valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,
diante do disposto no art. 33, §3º, do Código Penal.
Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.
77, caput, do Código Penal).
5. Quanto à ré SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA:
5.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5901-5902); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
fls. 261
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185
Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento
de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
5.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5901-5902); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-
multa, no valor mínimo legal.
5.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5901-5902); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
fls. 262
ESTADO DE SANTA CATARINA PODER JUDICIÁRIO Comarca - Chapecó2ª Vara Criminal
186
Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
de reclusão.
5.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5901-5902); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
5.5. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
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espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)
meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no
valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,
diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.
Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.
77, caput, do Código Penal).
6. Quanto à ré ANGÉLICA SCAPINELLO:
6.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5903-5904); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
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definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento
de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
6.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5903-5904); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-
multa, no valor mínimo legal.
6.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5903-5904); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
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e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
de reclusão.
6.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5903-5904); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
6.5. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)
meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no
valor mínimo legal.
fls. 266
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A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,
diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.
Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.
77, caput, do Código Penal).
7. Quanto ao réu MARCELO RODRIGUES GOUVEIA:
7.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5905-5906); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento
de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
7.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
fls. 267
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5905-5906); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-
multa, no valor mínimo legal.
7.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5905-5906); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
de reclusão.
7.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:
fls. 268
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Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5905-5906); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de
maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda
definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
7.5. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)
meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no
valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,
diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.
Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.
77, caput, do Código Penal).
fls. 269
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8. Quanto à ré LINDACIR SALETE FACCIO GIARETTA:
8.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5907-5908); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 13 (treze) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
8.2. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5907-5908); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
fls. 270
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Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
de reclusão.
8.3. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5907-5908); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 13 (treze) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
8.4. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 3 (três) anos e 4 (quatro)
meses de detenção, mais o pagamento de 32 (trinta e dois) dias-multa, no
fls. 271
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valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime aberto,
diante do disposto no art. 33, §2º, 'c' do Código Penal.
Cabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa, uma vez que a ré preenche os requisitos objetivos e subjetivos insertos do
art. 44 do Código Penal.
Assim, substituo a pena corporal imposta, nos termos do art. 44, I,
do Código Penal, por duas penas restritivas de direito, quais sejam, prestação de
serviços à comunidade e prestação pecuniária no importe de 1 (um) salário mínimo
em favor de entidade pública com destinação social, as duas a serem definidas na
fase de execução da pena. A prestação de serviços à comunidade terá a mesma
duração da pena privativa de liberdade (art. 55 do CP).
9. Quanto ao réu PEDRO FRIGULHA:
9.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5909-5910); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 13 (treze) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
fls. 272
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em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
9.2. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5909-5910); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
de reclusão.
9.3. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5909-5910); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
fls. 273
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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 13 (treze) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
9.4. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 3 (três) anos e 4 (quatro)
meses de detenção, mais o pagamento de 32 (trinta e dois) dias-multa, no
valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime aberto,
diante do disposto no art. 33, §2º, 'c' do Código Penal.
Cabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa, uma vez que o agente preenche os requisitos objetivos e subjetivos
insertos do art. 44 do Código Penal.
Assim, substituo a pena corporal imposta, nos termos do art. 44, I,
do Código Penal, por duas penas restritivas de direito, quais sejam, prestação de
serviços à comunidade e prestação pecuniária no importe de 1 (um) salário mínimo
em favor de entidade pública com destinação social, as duas a serem definidas na
fase de execução da pena. A prestação de serviços à comunidade terá a mesma
duração da pena privativa de liberdade (art. 55 do CP).
10. Quanto ao réu LUCIANO OSCAR SCHMIDT:
10.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5911-5912); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
fls. 274
ESTADO DE SANTA CATARINA PODER JUDICIÁRIO Comarca - Chapecó2ª Vara Criminal
198
Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/2 (um
meio), vez que o delito em comento ocorreu por 5 (cinco) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 15 (quinze) dias-multa, no
valor mínimo legal.
10.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5911-5912); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/4 (um
quarto), vez que o delito em comento ocorreu por 3 (três) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 3 (três) anos e 9 (nove) meses de detenção, mais o pagamento de 12 (doze)
fls. 275
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dias-multa, no valor mínimo legal.
10.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5911-5912); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
de reclusão.
10.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5911-5912); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois
terços), vez que o delito em comento ocorreu por 6 (seis) vezes, de maneira
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consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16
(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.
10.5. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 6 (seis) anos e 9 (nove)
meses de detenção, mais o pagamento de 43 (quarenta e três) dias-multa, no
valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,
diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.
Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.
77, caput, do Código Penal).
11. Quanto ao réu CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO:
11.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5913-5914); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
fls. 277
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e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/3 (um
terço), vez que o delito em comento ocorreu por 4 (quatro) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de detenção, mais o pagamento de 13 (treze)
dias-multa, no valor mínimo legal.
11.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5913-5914); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/5 (um
quinto), vez que o delito em comento ocorreu por 2 (duas) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 3 (três) anos e 7 (sete) meses e 6 (seis) dias de detenção, mais o
pagamento de 12 (doze) dias-multa, no valor mínimo legal.
11.3. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
fls. 278
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totaliza 6 (seis) anos, 3 (três) meses e 6 (seis) dias de detenção, mais o
pagamento de 25 (vinte e cinvo) dias-multa, no valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,
diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.
Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.
77, caput, do Código Penal).
12. Quanto ao réu CALEB GILSON KIELING:
12.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5915-5916); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/2 (um
meio), vez que o delito em comento ocorreu por 5 (cinco) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 15 (quinze) dias-multa, no
valor mínimo legal.
12.2. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:
fls. 279
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Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5915-5916); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento
e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano
de reclusão.
12.3. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:
Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo
que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.
5915-5916); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;
as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo
penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.
Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou
seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor
mínimo legal.
Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes
e atenuantes.
Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da
continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/4 (um
quarto), vez que o delito em comento ocorreu por 3 (três) vezes, de maneira
consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva
em 1 (um) ano e 3 (três) meses de reclusão, mais o pagamento de 12 (doze)
dias-multa, no valor mínimo legal.
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12.4. Do concurso de crimes:
Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de
espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,
nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena
totaliza 2 (dois) anos e 3 (três) meses de reclusão, 3 (três) anos de detenção,
mais o pagamento de 27 (vinte e sete) dias-multa, no valor mínimo legal.
A pena privativa de liberdade será cumprida em regime aberto,
diante do disposto no art. 33, §2º, 'c' do Código Penal.
Cabível a substituição da pena corporal por modalidade menos
gravosa, uma vez que o agente preenche os requisitos objetivos e subjetivos
insertos do art. 44 do Código Penal.
Assim, substituo a pena corporal imposta, nos termos do art. 44, I,
do Código Penal, por duas penas restritivas de direito, quais sejam, prestação de
serviços à comunidade e prestação pecuniária no importe de 1 (um) salário mínimo
em favor de entidade pública com destinação social, as duas a serem definidas na
fase de execução da pena. A prestação de serviços à comunidade terá a mesma
duração da pena privativa de liberdade (art. 55 do CP).
Ante todo o exposto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE a
denúncia para, em consequência:
1) CONDENAR o acusado WALDELEI SCHMIDT, qualificado nos
autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4
(quatro) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o pagamento de 48
(quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal, por infração ao art. 90, caput
(52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e
art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58 vezes), todos c/c art. 29, caput e art.
69, caput, do Código Penal;
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2) CONDENAR o acusado VOLMIR FICCAGNA, qualificado nos
autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4
(quatro) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o pagamento de 48
(quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal, por infração ao art. 90, caput
(52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e
art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58 vezes), todos c/c art. 29, caput e art.
69, caput, do Código Penal;
3) CONDENAR o acusado SÉRGIO FRANCISCO SIEPKO,
qualificado nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8
(oito) anos e 4 (quatro) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o
pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal, por
infração ao art. 90, caput (52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei n.
8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58 vezes),
todos c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal;
4) CONDENAR a acusada MÁRCIA HELENA JABUONSKI
SIEPKO, qualificada nos autos, à pena de 1 (um) ano de reclusão, 8 (oito) anos e
4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento de 32 (trinta e dois) dias-
multa, no valor mínimo legal, por infração ao art. 90, caput (52 vezes) e art. 96,
inciso I (10 vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, do Código Penal (por
58 vezes), todos c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal, ABSOLVENDO-
A do delito do art. 299, caput, do CP com fulcro no art. 386, inciso VII do
Código de Processo Penal;
5) CONDENAR a acusada SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA,
qualificada nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8
(oito) anos e 4 (quatro) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o
pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal, por
fls. 282
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infração ao art. 90, ca put (52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei n.
8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58 vezes),
todos c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal;
6) CONDENAR a acusada ANGÉLICA SCAPINELLO, qualificada
nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e
4 (quatro) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o pagamento de 48
(quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal, por infração ao art. 90, caput
(52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e
art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58 vezes), todos c/c art. 29, caput e art.
69, caput, do Código Penal;
7) CONDENAR o acusado MARCELO RODRIGUES DE
GOUVEIA, qualificado nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de
reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro) meses de detenção, em regime semiaberto,
mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal,
por infração ao art. 90, caput (52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei
n. 8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58
vezes), todos c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal;
8) CONDENAR a acusada LINDACIR SALETE FACCIO
GIARETTA, qualificada nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de
reclusão, 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, em regime aberto, mais
o pagamento de 32 (trinta e dois) dias-multa, no valor mínimo legal, pena esta
que substituo por duas restritivas de direitos, nos termos da fundamentação,
pela prática das infrações penais previstas no art. 90, caput (13 vezes) da Lei n.
8.666/93; art. 288 e art. 299 caput, ambos do Código Penal (por 13 vezes), tudo c/c
art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal;
9) CONDENAR o acusado PEDRO FRIGULHA, qualificado nos
fls. 283
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autos, à pena de totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 3 (três)
anos e 4 (quatro) meses de detenção, em regime aberto, mais o pagamento de
32 (trinta e dois) dias-multa, no valor mínimo legal, pena esta que substituo
por duas restritivas de direitos, nos termos da fundamentação, pela prática das
infrações penais previstas no art. 90, caput (13 vezes) da Lei n. 8.666/93; art. 288,
caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 13 vezes), tudo c/c art. 29,
caput e art. 69, caput, do Código Penal;
10) CONDENAR o acusado LUCIANO OSCAR SCHMIDT,
qualificado nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 6
(seis) anos e 9 (nove) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o
pagamento de 43 (quarenta e três) dias-multa, no valor mínimo legal, pela
prática das infrações penais previstas no art. 90, caput (5 vezes) e art. 96, inciso I (3
vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do
Código Penal (por 6 vezes), tudo c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal;
11) CONDENAR o acusado CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO,
qualificado nos autos, à pena de 6 (seis) anos, 3 (três) meses e 6 (seis) dias de
detenção, em regime semiaberto, mais o pagamento de 25 (vinte e cinvo) dias-
multa, no valor mínimo legal, pela prática das infrações penais previstas no art.
90, caput (4 vezes) e art. 96, inciso I (2 vezes), ambos da Lei n. 8.666/93, c/c art. 13,
§2º e art. 69, caput, do Código Penal, ABSOLVENDO-O do delito do art. 299,
caput, do CP com fulcro no art. 386, inciso VII do Código de Processo Penal;
12) CONDENAR o acusado CALEB GILSON KIELING, qualificado
nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 3 (três) meses de reclusão, 3 (três) anos de
detenção, em regime aberto , mais o pagamento de 27 (vinte e sete) dias-
multa, no valor mínimo legal, pena esta que substituo por duas restritivas de
direitos, nos termos da fundamentação, pela prática das infrações penais
previstas no art. 90, caput (5 vezes), da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e art. 299,
fls. 284
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caput, ambos do Código Penal (por 3 vezes), tudo c/c art. 29, caput e art. 69, caput,
do Código Penal;;
13) EXTINGUIR a punibilidade do réu CLAUDIR FRIGERI,
aplicando-lhe o benefício previsto no art. 65, III, d, do Código Penal, concedendo-
lhe o perdão judicial previsto no art. 4º da Lei nº 12.850/2013 - consoante Termo
de Colaboração Premiada e pedido expresso pelo Parquet, autor da ação (fls.
6028-6029).
Custas pelos acusados, exceto pelo réu CLAUDIR FRIGERI, vez
que ora extinta sua punibilidade.
Multa a ser paga no prazo do art. 50 do Código Penal.
Concedo aos acusados o direito de apelarem em liberdade, vez
que assim responderam ao processo sem causar óbice à instrução e vez que ora
ausentes os requisitos da segregação preventiva.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
Com o trânsito em julgado para as partes:
A) lance-se o nome dos réus Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna,
Sérgio Francisco Siepko, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody
Ficcagna, Angélica Scapinello, Marcelo Rodrigues de Gouveia, Lindacir Salete
Faccio Giareta, Pedro Frigulha, Luciano Oscar Schmidt, Clóvis Fidélis Grando,
Caleb Gerson Kieling no rol dos culpados;
B) cumpram-se as demais orientações da egrégia Corregedoria-
Geral da Justiça;
C) oficie-se à Justiça Eleitoral;
D) intime-se os réus Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio
Francisco Siepko, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna,
Angélica Scapinello, Marcelo Rodrigues de Gouveia, Lindacir Salete Faccio Giareta,
Pedro Frigulha, Luciano Oscar Schmidt, Clóvis Fidélis Grando, Caleb Gerson Kieling
para o pagamento da pena de multa e custas processuais;
fls. 285
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E) abram-se os autos de execução penal, à 3ª Vara Criminal desta
Comarca, competente para fiscalização da pena;
F) imutável, arquive-se.
Chapecó, 10 de fevereiro de 2017.
Ana Karina Arruda Anzanello Juíza de Direito
fls. 286