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ESTADO DE SANTA CATARINA PODER JUDICIÁRIO Comarca - Chapecó 2ª Vara Criminal 1 Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó- SC - E-mail: [email protected] Autos n. 0007315-31.2013.8.24.0018 Ação: Ação Penal - Procedimento Ordinário Autor: Ministério Público do Estado de Santa Catarina Réus: Waldelei Schmidt e outros Vistos, em sentença. O Ministério Público do Estado de Santa Catarina, por seu Promotor de Justiça com atuação nesta Vara Criminal, ofereceu DENÚNCIA contra Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco Siepko, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna, Angélica Scapinello, Marcelo Rodrigues de Gouveia, Lindacir Salete Faccio Giareta, Pedro Frigulha, Luciano Oscar Schmidt, Clóvis Fidélis Grando, Caleb Gerson Kieling e Claudir Frigeri em razão da prática das condutas delituosas previstas nos artigos 90, caput e 96, inciso I, ambos da Lei n. 8.666/93 e artigos 288, caput e 299, caput, ambos do Código Penal, tudo combinado com o art. 29 do mencionado estatuto repressivo. Consta na denúncia (aditada às fls. 5238-5241): 1. Intróito O Ministério Público do Estado de Santa Catarina, através da 10ª Promotoria de Justiça de Chapecó, deflagrou, com o auxílio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Organizações Criminosas GAECO/Chapecó, investigação visando apurar fraudes em licitações no município de Cordilheira Alta, bem como, outros municípios da região, o que culminou em operação denominada "Licitação Mapeada". O esquema de fraudes era composto, dentre outras, pelas empresas S&V Equipamentos para Informática Ltda e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME, esta última, criada pelos proprietários fls. 78

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

Autos n. 0007315-31.2013.8.24.0018

Ação: Ação Penal - Procedimento Ordinário Autor: Ministério Público do Estado de Santa CatarinaRéus: Waldelei Schmidt e outros

Vistos, em sentença.

O Ministério Público do Estado de Santa Catarina, por seu

Promotor de Justiça com atuação nesta Vara Criminal, ofereceu DENÚNCIA contra

Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco Siepko, Márcia Helena

Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna, Angélica Scapinello, Marcelo

Rodrigues de Gouveia, Lindacir Salete Faccio Giareta, Pedro Frigulha, Luciano

Oscar Schmidt, Clóvis Fidélis Grando, Caleb Gerson Kieling e Claudir Frigeri

em razão da prática das condutas delituosas previstas nos artigos 90, caput e 96,

inciso I, ambos da Lei n. 8.666/93 e artigos 288, caput e 299, caput, ambos do

Código Penal, tudo combinado com o art. 29 do mencionado estatuto repressivo.

Consta na denúncia (aditada às fls. 5238-5241):

1. IntróitoO Ministério Público do Estado de Santa Catarina, através da 10ª Promotoria de Justiça de Chapecó, deflagrou, com o auxílio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Organizações Criminosas GAECO/Chapecó, investigação visando apurar fraudes em licitações no município de Cordilheira Alta, bem como, outros municípios da região, o que culminou em operação denominada "Licitação Mapeada".O esquema de fraudes era composto, dentre outras, pelas empresas S&V Equipamentos para Informática Ltda e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME, esta última, criada pelos proprietários

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daquela a fim de garantir a homogenia nos procedimentos licitatórios de que participavam, e assim, assegurar a adjudicação do objeto, contando, em algumas das vezes com o auxílio de servidores públicos dos municípios envolvidos. Na prática dos crimes a seguir narrados, tais empresas contaram também com o auxílio de diversas outras empresas do ramo, as quais, ora forneciam os documentos necessários à participação nos certames, a fim de que os representantes das empresas S&V e MS os preenchessem segundo seus interesses, ora apresentavam propostas apenas formais, visando sempre fraudar os certames, e assim, assegurar a adjudicação dos objetos.Frente a tais circunstâncias, as empresas S&V e MS, mediante fraude, realizavam uma falsa concorrência, já que as propostas de preços apresentadas pela maioria das empresas participantes das licitações tinham a mesma origem, logrando êxito em adjudicar os objetos de todos os certames de que participaram na região, vendendo seus produtos aos órgãos públicos por preços muito superiores aos de mercado.As práticas criminosas descobertas acarretaram às empresas, apenas no Estado de Santa Catarina, uma vantagem patrimonial de R$ 1.747.993,30 (um milhão, setecentos e quarenta e sete mil, novecentos e noventa e três reais e trinta centavos), resultante de contratos para prestação de bens e serviços, conforme a seguir delimitados.

2. FORMAÇÃO DE QUADRILHA E FALSA DECLARAÇÃO (EMPRESA FICTÍCIA)Criada no ano de 1995, a empresa S&V Equipamentos para Informática, doravante aqui denominada S&V teve como sócios-fundadores Volmir Ficcagna e Solange Maria Ody Ficcagna, a qual permaneceu na sociedade até o ano de 2003.Nesse meio tempo, juntou-se ao quadro societário Waldelei Schmidt e Sérgio Francisco Siepko, os quais, juntamente com Volmir Ficcagna, compõem o atual quadro social da empresa S&V Equipamentos para Informática Ltda.Tais pessoas, visando uma finalidade espúria, criaram, no ano de 2003, a empresa MS

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Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME, doravante aqui nominada MS, registrando-a em nome das esposas de Sérgio Francisco Siepko e Volmir Ficcagna, respectivamente Márcia Helena Jabuonski Siepko e Solange Maria Ody Ficcagna.Em que pese a diversidade de denominação social e constituição societária, as empresas S&V e MS constituem uma mesma empresa, dirigida por Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco Siepko e Waldelei Schmidt com sede no mesmo endereço, com a mesma administração de fato; vale dizer, a empresa MS não é nada mais do que a própria S&V com uma denominação diferente, assim utilizada para fraudar licitações e o fisco.Logo, por seu contrato social encerrar falso ideológico, os sócios das empresas praticaram uso de documento falso para praticar os diversos crimes adiante narrados.Os denunciados Sérgio Francisco Siepko, Volmir Ficcagna, Waldelei Schmidt, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Odi Ficcagna, acompanhados de Angélica Scapinello e Marcelo Rodrigues Gouveia, estes empregados das empresas S&V, a partir do ano de 2008, associaram-se, de forma estável e permanente, para praticar fraudes em procedimento licitatórios, crimes contra a fé pública e crimes contra a regularidade das licitações previstos na Lei n. 8.666/93.Também aderiram à organização criminosa Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda, Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda, e ainda, Caleb Gerson Kieling, representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., bem como da empresa Társio Comércio e Representações Ltda. Tais agentes, com regularidade, ora cediam sua documentação para simular competição em licitações, ora compareciam aos pregões, sempre para prestar auxílio ao sucesso dos objetivos criminosos da associação criminosa.

3. DIVISÃO ORGÂNICA E ESPECIFICAÇÃO DAS CONDUTASA quadrilha possuía uma divisão orgânica de funções, competindo à Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Odi Ficcagna, Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Siepko, Angélica

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Scapinello e Marcelo Rodrigues Gouveia representar as empresas nas licitações que participavam, enquanto, novamente Marcelo Rodrigues Gouveia e Waldelei Schmidt, ficavam responsáveis pela formulação das propostas de preço a serem apresentadas pelas empresas, restando a este último, ainda, a incumbência de buscar afastar os demais competidores, mediante ajuste com os fornecedores dos equipamentos de informática que representavam, e com empresas que também participavam do certame, a saber, Líder Suprimentos de Informática Ltda, Proxyline Informática Ltda, Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, Caleb G. Kieling & Cia Ltda e Társio Comércio e Representações Ltda.Além disso, os responsáveis pelo grupo de empresas, isto é, os sócios da S&V e MS, ainda determinavam a terceiras pessoas, empregados das empresas, que se cadastrassem em pregões representando estas, o que o fizeram através de Fábio Junior Ambrósio, S&V, Neodir Antonio Arcego, Thiago Pasinatto de Oliveira, Julcimar Matiello e Arlete Ivone Schneider.Com tal modus operandi a associação criminosa atuou em diversos municípios do Sul do País, destacando-se nesta ação penal, os fatos apurados em Santa Catarina, nos municípios abaixo informados1.Nesse propósito, em todas as ocasiões havia a participação de todos os membros da associação criminosa, quer os sócios do grupo MS/S&V que determinavam e assentiam na participação nas licitações, sabendo de sua ilegalidade, quer prestando auxílio para o credenciamento, quer preparando tabelas de preços, quer faturando os produtos.Ou seja, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Odi Ficcagna, Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna e Sérgio Siepko tinham o domínio do fato criminoso, e a organização criminosa sempre agia por sua determinação.Assim, além da vontade e anuência do grupo criminoso representando as duas empresas, especificamente agiram em tal propósito, e por

1 Em que pese a prática criminosa tenha avançado além das fronteiras do Estado de Santa Catarina, a investigação ateve-se aos fatos praticados neste Estado, notadamente em razão da possibilidade de busca dos dados dos procedimentos licitatórios correlatos.

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determinação e anuência dos demais, os denunciados Angélica Scapinello e Marcelo Rodrigues Gouveia, os quais tinham grande autonomia para agir em nome da organização criminosa, uma vez que alteravam as propostas tanto quanto necessário para garantir a adjudicação dos objetos [...].

Recebida a exordial (fls. 1881/1883), foram os denunciados citados,

conforme fls. 1894, 1896, 2115, 2117, 2137, 2139, 2141, 2157, 2162, 2253 e 2257,

tendo, na sequência, apresentado defesa prévia, arrolando testemunhas (fls.

1897-1898, 1900-2113, 2118-2120, 2121-2125, 2126-2131, 2143-2151, 2152-2154,

2164-2168, 2169-2174, 2176-2187, 2189-2203, 2213-2250, 2259-5161).

Após, o Ministério Público solicitou a juntada do laudo pericial n.

45068/2013, emitido pelo Instituto Geral de Perícias (fl. 5162), o que foi feito às fls.

5164-5225. Adiante, aditou-se a denúncia (fls. 5226-5241).

O aditamento à denúncia foi recebido e, não sendo caso de

absolvição sumária, designou-se datas para audiência de instrução e julgamento,

conforme decisão de fls. 5242-5264.

Às fls. 5313-5315 o réu Claudir Frigeri manifestou-se acerca do

aditamento à denúncia. Ainda, juntou-se o respectivo Termo de Colaboração

Premiada (fls. 5533-5537), no qual comprometeu-se a manter a versão dos fatos

prestada ao GAECO no depoimento datado de 23 de novembro de 2011, quando

confessou sua participação nas fraudes às licitações.

Durante a instrução processual, procedeu-se a oitiva das

testemunhas e os interrogatórios dos réus, através de sistema audiovisual (fls. 5332,

5361, 5381 5388, 5411, 5418v, 5427, 5435, 5443v, 5455, 5471, 5479, 5528, 5568,

5579, 5585, 5608, 5660, 5674, 5707, 5728, 5753, 5820, 5849, 5880, 5925).

Sem prejuízo, durante a instrução, foi juntado aos autos o Laudo

Pericial nº 9118.14.00198 emitido pelo Instituto de Criminalística de Chapecó/SC.

(5507-5523).

Em sede de alegações finais, o Ministério Público requereu a

procedência integral do pedido exposto na denúncia, pugnando pela

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CONDENAÇÃO de: a) Waldelei Schdmit, Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco

Siepko, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna,

Angélica Scapinello e Marcelo Rodrigues de Gouveia, pela prática das infrações

penais previstas no art. 90, caput (52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da

Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58

vezes), tudo c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do mencionado estatuto repressivo;

b) Lindacir Salete Faccio Giaretta e Pedro Frigulha pela prática das infrações

penais previstas no art. 90, caput (13 vezes) da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e

art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 13 vezes), tudo c/c art. 29, caput e art.

69, caput, do mencionado estatuto repressivo; c) Luciano Oscar Schmidt, pela

prática das infrações penais previstas no art. 90, caput (5 vezes) e art. 96, inciso I (3

vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do

Código Penal (por 6 vezes), tudo c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do mencionado

estatuto repressivo; d) Clóvis Fidélis Grando, pela prática das infrações penais

previstas no art. 90, caput (4 vezes) e art. 96, inciso I (2 vezes), ambos da Lei n.

8.666/93; art. 299, parágrafo único (4 vezes), do Código Penal, c/c art. 13, §2º e art.

69, caput, do mencionado estatuto repressivo; e) Caleb Gilson Kieling, pela prática

das infrações penais previstas no art. 90, caput (5 vezes), da Lei n. 8.666/93; art.

288, caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 3 vezes), tudo c/c art. 29,

caput e art. 69, caput, do mencionado estatuto repressivo; f) Claudir Frigeri, pela

prática das infrações penais previstas no art. 90, caput, e art. 96, inciso I, ambos da

Lei n. 8.666/93 (3 vezes); art. 299, caput, do Código Penal (por 3 vezes), tudo c/c

art. 29, caput, e art. 69, caput, do mencionado estatuto repressivo, cabendo-lhe o

benefício previsto no art. 65, III, d, do CP, requerendo então a aplicação do

perdão judicial previsto no art. 4º da Lei n§ 12.850/2013, consoante Termo de

Colaboração Premiada (fls. 5959-6029).

Por sua vez, a defesa constituída pelo acusado LUCIANO OSCAR

SCHMIDT (fls. 6033-6040), pugnou pela sua absolvição quanto aos delitos em que

fora denunciado, com fulcro no art. 386, incisos V e VII do CPP. Subsidiariamente,

requereu seja afastado o delito de quadrilha por falta de tipificação, vez que

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incomprovada a associação estável e permanente inerente ao crime. Também

requereu afastamento do delito de falsidade ideológica por ausência de dolo e do

delito de superfaturamento, por não ter sido o réu vencedor em licitações nem

praticado preços diversos para o poder público e aos particulares, pugnando

destarte pela sua absolvição,

Em alegações finais quanto ao réu CLAUDIR FRIGERI (fls.

6041-6104), sua defesa constituída requereu: 1) apreciação da prefacial de mérito

relativa a firmação de termo de colaboração premiada e com isso seja concedido o

perdão judicial, conforme acordado com o órgão acusador no referido termo (item

III, alínea H); 2.a) nulidade do processo em vista da nulidade do procedimento

investigatório por total cerceamento de defesa do acusado, inocentando o acusado,

com sua consequente absolvição; 2.b) nulidade da investigação criminal decorrente

de escutas telefônicas com prazo maior do que o autorizado na lei 9.296/1996,

absolvendo-se o acusado nos termos do art. 386 e incisos, do CPP; 3. Não

acatadas as nulidades, absolvição do acusado por ausência de provas de sua

participação nos crimes, nos termos do art. 386 e incisos, do CPP; 4) fixação da

pena aquém do mínimo legal; 5) substituição da pena privativa de liberdade por

restritivas de direitos ou multas.

Em derradeiras alegações, o réu PEDRO FRIGULHA (fls.

6105-6116) requereu sua absolvição dos delitos denunciados por insuficiência de

provas, alegando atipicidade quanto ao delito do art. 90 da Lei 8.666/93, vez que

não auferiu qualquer vantagem com os certames em que esteve envolvido. Quanto

ao delito do art. 288 do CP (quadrilha ou bando), sustentou ausência de provas

acerca da associação e estabilidade do réu e sua empresa com os demais

denunciados e quanto à falsidade ideológica, sustentou ausência de provas de sua

prática e de dolo. Em caso de condenação, requereu aplicação de todas atenuantes

cabíveis diante da primariedade e bons antecedentes do acusado.

O acusado CALEB GERSON KIELING, por meio de defensor

constituído (fls. 6117-6134) requereu sua absolvição dos delitos que lhes foi

imputados por não existir provas da prática de tais delitos pelo réu, com fulcro no

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art. 386, inciso V, do CPP ou absolvição por fundadas dúvidas da participação do

réu, com fulcro no art. 386, inciso VII do CPP, aplicando-se o princípio do in dubio

pro reo.

Por sua vez, a defesa constituída pelos acusados WALDELEI

SCHMIDT, VOLMIR FICCAGNA, SERGIO FRANCISCO SIEPKO, MARCIA

HELENA JABUONSKI SIEPKO, SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA, ANGELICA

SCAPINELLO, MARCELO RODRIGUES DE GOLVEIA, requereu sua absolvição

com base no art. 358, incisos III e VII do CP por atipicidade das condutas e por não

haver provas para condenação. Sustentou que a empresa MS não é fictícia, mas

sim empresa de pequeno porte, ao contrário da empresa S&V; que não havia

impedimento legal na concorrência simultânea das duas empresas nas mesmas

licitações; que não houve sobre preço na venda das lousas, vez que o valor

adjudicado incluía treinamentos, etc.; que nas licitações modalidade pregão

presencial houve participação de até 15 outras empresas; que nas licitações carta

convite a participação exclusiva das empresas MS e S&V não torna o certame nulo,

vez que ambas competiam pelo menor preço; que não ficou demonstrada formação

de quadrilha e/ou coautoria, pois a participação de alguns sócios não configuraria

ilícito penal. In fine, requereu aplicação do princípio do in dubio pro reo (fls.

6135-6185).

Em sede de alegações finais a defesa da acusada LINDACIR

SALETE FACCIO FIARETTA (fls. 6201-6209) pugnou por sua absolvição de todas

as imputações descritas na denúncia, seja pela atipicidade da conduta ou pela falta

de provas, alegando que cabia a Pedro Frigulha a responsabilidade pelas licitações

da empresa Líder Suprimentos para Informática LTDA, sendo que somente

assinava documentos licitatórios na ausência deste.

Por sim, a defesa constituída pelo réu CLÓVIS FIDELIS GRANDO

(fls. 6210-6248) mencionou “preliminarmente” as etapas legais de uma licitação,

sustentando no “mérito” a necessidade de absolvição do réu com fulcro no art. 386,

incisos III, IV, V e VII do CP por não constituir o fato infração penal, não estar

comprovado e/ou não existir prova de que o acusado tenha concorrido para a

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infração penal e por não haver prova suficiente para condenação, alegando que

não houve fraude nas licitações em que o réu laborou como funcionário público e

que não houve superfaturamento nem o cometimento de nenhum dos crimes

descritos na denúncia.

Vieram os autos conclusos em 26 (vinte e seis) volumes.

É o relatório.

Fundamento e decido.

Trata-se de ação penal pública incondicionada proposta em

desfavor de Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco Siepko,

Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna, Angélica

Scapinello, Marcelo Rodrigues de Gouveia, Lindacir Salete Faccio Giareta,

Pedro Frigulha, Luciano Oscar Schmidt, Clóvis Fidélis Grando, Caleb Gerson

Kieling e Claudir Frigeri em razão da prática das condutas delituosas previstas nos

artigos 90, caput e 96, inciso I, ambos da Lei n. 8.666/93 e artigos 288, caput e 299,

caput, ambos do Código Penal, tudo combinado com o art. 29 do mencionado

estatuto repressivo.

PRELIMINARMENTE.

A. Da necessidade de pedido expresso pelo Ministério Público

quanto ao perdão judicial do acusado CLAUDIR FRIGERI:

A defesa do acusado CLAUDIR FRIGERI constou, em sede de

alegações finais (fls. 6041-6104), que o Ministério Público, quanto ao instituto do

perdão judicial, “não apresentara em alegações finais tal requerimento, o que por si

só anula todo o processo contra o acusado por total cerceamento de defesa e total

descumprimento do pacto pelo Ministério Público Estadual.”

Todavia, o Parquet manifestou-se sim, expressamente, sobre o

cabimento de perdão judicial quanto ao réu CLAUDIR FRIGERI, conforme fl. 6029

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dos autos:

“Dessa forma, requer-se a aplicação

dos benefícios do art. 4º da Lei nº 12.850/2013

ao réu, notadamente o perdão judicial, consoante

Termo de Colaboração Premiada realizado entre o

Ministério Público e o réu Claudir Frigeri.”

(Grifou-se).

Assim, perde o objeto a prefacial invocada, razão pela qual afasta-

se, vez que comprovadamente satisfeita.

B. Da nulidade do procedimento investigatório por cerceamento

de defesa:

A defesa do acusado CLAUDIR FRIGERI requereu a nulidade do

processo por suposto cerceamento de defesa quando do procedimento

investigatório (fls. 6041-6104), requerendo assim absolvição do acusado.

Todavia, tal preliminar não merece ser acatada.

Isto porque o procedimento investigatório, inquérito policial e a fase

inquisitiva per si dispensa os princípios do contraditório e ampla defesa, por não

constituírem-se em provas hábeis a embasarem, sozinhas, um decreto

condenatório, necessitando de ratificação em juízo - oportunidade na qual torna-se,

então, impositiva a defesa do réu.

Nesta senda, leciona a doutrina:

“[...] O inquérito policial tem natureza

administrativa. São seus caracteres: ser escrito (art. 9° do

CPP); sigiloso, não sendo a regra estendida para juiz, membros

do Ministério Público e, advogado (Súmula Vinculante nº 14),

sendo ainda exceção ao princípio da publicidade (art. 20 do

CPP) e inquisitivo, já que nele não há o contraditório e ampla

defesa; indisponível (art. 17), vez que não cabe a autoridade

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policial determinar, de ofício, o término do inquérito

policial; É verdade que o inciso LV do art. 5° da CF dispõe

que "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e

aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla

defesa, com os meios e recursos a ele inerentes". Nem por isso

se pode dizer seja o inquérito contraditório. Primeiro, porque

no inquérito não há acusado; segundo, porque não é processo, é

procedimento. A expressão processo administrativo tem outro

sentido, mesmo porque no inquérito não há litigante, e a Magna

Carta fala dos "litigantes em processo judicial ou

administrativo [...]" (Cf. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de

Processo Penal, 2001, São Paulo: Editora Saraiva, p. 49)

Também é pacífica a jurisprudência acerca da dispensabilidade do

contraditório e ampla defesa quando do procedimento investigatório:

APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME CONTRA A SAÚDE PÚBLICA. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES (LEI N. 11.343/06, ART. 33, CAPUT). RECEPTAÇÃO. (CÓDIGO PENAL, ART. 180, CAPUT). CONDENAÇÃO. RECURSO DEFENSIVO. PRELIMINAR DE NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INQUÉRITO POLICIAL. AUSÊNCIA DE DEFENSOR NO INTERROGATÓRIO. PROCEDIMENTO INQUISITIVO NÃO SUJEITO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. PEÇA MERAMENTE INFORMATIVA. Considerando que o inquérito policial é um procedimento administrativo e inquisitivo e não observa os princípios do contraditório e da ampla defesa, a ausência de defensor no interrogatório policial não acarreta a nulidade do processo. Eventuais vícios presentes no inquérito não se transferem para a ação penal, tendo em vista que a referida peça é informativa e não possui cunho probatório. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. MATERIALIDADE E AUTORIA DEMONSTRADAS. PRISÃO EM FLAGRANTE. PALAVRAS DOS POLICIAIS, FIRMES E COERENTES EM AMBAS AS FASES PROCESSUAIS, CORROBORADAS PELOS DEPOIMENTOS DE USUÁRIOS, ALÉM DAS VÍTIMAS DO FURTO, CUJOS BENS ESTAVAM NA POSSE DO ACUSADO.

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CONDENAÇÃO MANTIDA. As palavras dos policiais que efetuaram a prisão em flagrante, quando firmes e coerentes entre si, somadas às declarações de usuários de drogas nas fases extrajudicial e judicial, além dos depoimentos das vítimas dos crimes de furto, são elementos suficientes para demonstrar a autoria das empreitadas criminosas, mormente quando o acusado tinha em depósito e comercializou certa quantidade de droga e ofereceu, em sua rede de facebook por preço irrisório, a res furtiva. [...] RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSC, Apelação n. 0001394-64.2015.8.24.0069, de Sombrio, rel. Des. Roberto Lucas Pacheco, j. 18-08-2016).

E ainda:

APELAÇÃO CRIMINAL. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO CRIME DE LATROCÍNIO (ART. 157, §3º, DO CÓDIGO PENAL). SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO. RECURSO DA DEFESA. PRELIMINAR. NULIDADE POR CERCEAMENTO DE DEFESA. ALEGADA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA DEFENSORA PARA PARTICIPAR DA RECONSTITUIÇÃO REALIZADA PELA AUTORIDADE POLICIAL. IMAGENS DO REFERIDO ATO QUE NÃO FORAM JUNTADAS AOS AUTOS DA REPRESENTAÇÃO OFERECIDA EM DESFAVOR DA ADOLESCENTE. DESCABIMENTO. FASE INQUISITORIAL DESPIDA DE CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. PRECEDENTES DO STF, STJ E DESTA QUARTA CÂMARA. DEFESA QUE TEVE ACESSO IRRESTRITO AOS AUTOS DA AÇÃO PENAL EM QUE OS MAIORES RESPONDEM PELOS MESMOS FATOS, NA QUAL SE ENCONTRAM ENCARTADAS AS IMAGENS DA REFERIDA RECONSTITUIÇÃO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. PREFACIAL AFASTADA. "O inquérito policial tem natureza inquisitorial, não sendo apropriado tê-lo por írrito em razão da ausência de contraditório, a despeito de se reconhecer o direito de defesa no seio de tal procedimento administrativo." (HC 278.477/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 11/11/2014, DJe 27/11/2014) Considerando que o inquérito policial é um procedimento administrativo e inquisitivo, despido dos princípios do contraditório e da ampla defesa, a ausência de defensor na

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reconstituição dos fatos não acarreta a nulidade do processo. Ademais, na hipótese, consoante se extrai das razões expostas no apelo, a defesa teve acesso irrestrito à Ação Penal em que respondem os maiores, pelos mesmos fatos, onde se encontram presentes as imagens da reconstituição realizada pela Autoridade Policial, razão pela qual inexiste qualquer prejuízo sanável. [...]. (TJSC, Apelação n. 0001821-04.2014.8.24.0067, de São Miguel do Oeste, rel. Des. Jorge Schaefer Martins, j. 21-01-2016).

Assim, afasto a preliminar arguida.

C. Da nulidade da investigação criminal decorrente de escutas

telefônicas:

A defesa do acusado CLAUDIR FRIGERI requereu, ainda, a

nulidade da investigação criminal decorrente de escutas telefônicas com prazo

maior do que o autorizado na lei 9.296/1996, absolvendo-se o acusado nos termos

do art. 386 e incisos, do CPP (fls. 6041-6104).

Todavia, não há nos autos que se falar em prova ilícita, eis todas

as interceptações foram autorizadas judicialmente e efetuadas nos moldes da Lei n.

9.296/96, sendo demonstrada sua extrema necessidade como meio probatório

imprescindível dos delitos denunciados.

Ademais, não consistiram somente em contínuas e injustificadas

renovações - conforme sustenta a defesa - mas cada decisão deferiu tal meio de

prova baseada em novo requerimento, com fulcro em fatos relevantes e

supervenientes do desenrolar das investigações.

Neste sentido, é o TJSC:

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PRISÃO PREVENTIVA. PRETENDIDA NULIDADE DA MEDIDA CAUTELAR PROBATÓRIA DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA E CONSEQUENTE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ARGUMENTO DE TER SIDO A MEDIDA REQUERIDA COMO PRIMEIRA DILIGÊNCIA INVESTIGATIVA. TESE NÃO ACOLHIDA. REPRESENTAÇÃO POR INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA FORMULADA APÓS

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INVESTIGAÇÕES PRELIMINARES. EXISTÊNCIA FORMAL DE OITIVA DE TESTEMUNHA APONTANDO A OCORRÊNCIA DE TRÁFICO NA REGIÃO E DECLINANDO OS SUPOSTOS AUTORES. REFERÊNCIA A CIRCUNSTÂNCIA DE QUE OS AGENTES SE UTILIZAVAM DE APARELHOS TELEFÔNICOS PARA A REALIZAÇÃO DO TRÁFICO. ART. 2º, II, DA LEI N. 9.296/1996 RESPEITADO. DEFENDIDA NULIDADE DO PROCEDIMENTO PROBATÓRIO TAMBÉM POR CONTA DE A DECISÃO DEFERITÓRIA TER DETERMINADO A PRORROGAÇÃO AUTOMÁTICA DO PRAZO QUINZENAL. ARGUMENTO AFASTADO. DELEGADO DE POLÍCIA QUE, DE FORMA DILIGENTE E NÃO OBSTANTE AO COMANDO DA DECISÃO, REQUEREU, REITERADAMENTE E ANTES DO ESCOAMENTO DO PRAZO QUINZENAL, A PRORROGAÇÃO DA MEDIDA. ART. 5º DA LEI N. 9.296/1996 RESPEITADO NO CASO CONCRETO. VÍCIO INEXISTENTE. NULIDADE RECHAÇADA. ALEGADA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTOS CONCRETOS NO TOCANTE AOS REQUISITOS DO ART. 312 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. SITUAÇÃO NÃO OCORRENTE. REQUISITOS DEVIDAMENTE ESPECIFICADOS. DECISÃO FUNDADA NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, EM CONSIDERAÇÃO A ELEMENTOS CONCRETOS. [...] ORDEM DENEGADA. (TJSC, Habeas Corpus n. 2015.054470-4, de Brusque, rel. Des. Leopoldo Augusto Brüggemann, j. 22-09-2015). (Grifou-se).

Ainda:

[...] NULIDADES RELATIVAS ÀS INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS SUSCITADAS POR FERNANDO. PROVA REGULARMENTE DEFERIDA E REALIZADA. DESCOBERTA DE NOVOS ENVOLVIDOS QUE NÃO MACULA A VALIDADE DO MONITORAMENTO. DESNECESSIDADE DE DEGRAVAÇÃO INTEGRAL DOS DIÁLOGOS E DE REALIZAÇÃO DE PERÍCIA NO SISTEMA GUARDIÃO READER. PREFACIAIS AFASTADAS. TRÁFICO DE DROGAS. ABSOLVIÇÃO PRETENDIDA POR FERNANDO E LUIZ. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. ACERVO PROBATÓRIO QUE EVIDENCIA A MERCANCIA EXERCIDA PELOS RECORRENTES. (TJSC, Apelação Criminal (Réu Preso) n. 2013.013900-2, de Jaguaruna, rel. Des. Torres Marques, j. 26-11-2013). (Grifou-se).

Diante do exposto, afasto as preliminares arguidas e passo à

análise do mérito.

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1. DOS FATOS DENUNCIADOS:

A larga investigação sobre os fatos posteriormente narrados na

denúncia da presente ação penal demonstrou a ocorrência de irregularidades em

procedimentos licitatórios em diversas cidades do Estado de Santa Catarina, razão

pela qual expõe-se tais fatos de acordo com as localidades em que os ilícitos se

consumaram.

1.1. Cidade de CORDILHEIRA ALTA:

1º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 19/2009, para adquirir mobiliário e bens de informática para serem utilizados pela Câmara Municipal de Vereadores, com pregão em 04/11/2009. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa (item 2), mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento para o pregão dos denunciados Waldelei Schmidt, Marcia Siepko e Angélica Scapinello, aquele representando a empresa S&V, e estas, a empresa MS.A fraude perpetrada contou ainda com a participação de Clóvis Fidelis Grando que, na condição de presidente da comissão de licitações e pregoeiro do município, o que lhe atribui a condição de responsável pela lisura do certame, sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, omitiu-se,

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deixando de tomar as providências necessárias para garantir a lisura do procedimento licitatório, concorrendo com a prática do crime.Assim, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor, de forma fraudulenta, a quantia de R$ 18.324,70 (dezoito mil, trezentos e vinte e quatro reais e setenta centavos), sendo R$ 4.782,70 (quatro mil setecentos e oitenta e dois reais e setenta centavos) em favor da empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda, e R$ 13.542,00 para a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada no procedimento licitatório pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Márcia Helena

Jabuonski Siepko e Angélica Scapinello, onde Angélica foi credenciada como

representante da empresa MS por Márcia, deixando clara a sua participação na

fraude. Ainda, contou com a participação do réu Clóvis Fidélis Grando, que

sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, omitiu-se,

deixando de tomar as providências necessárias para garantir a lisura do

procedimento licitatório.

Assim, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor, de

forma fraudulenta, a quantia de R$ 18.324,70 (dezoito mil, trezentos e vinte e quatro

reais e setenta centavos), sendo R$ 4.782,70 (quatro mil setecentos e oitenta e dois

reais e setenta centavos) em favor da empresa S&V Equipamentos para Escritório

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Ltda, e R$ 13.542,00 para a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME.

2º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 28/2010, para adquirir lousas interativas, projetores de imagem, microcomputadores, notebooks e estabilizadores de tensão, com pregão em 21/12/2010. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou participar do certame para fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS e de lances nos itens licitados. Para tal fim, promoveu-se o credenciamento para o pregão dos denunciados Waldelei Schmidt, Marcia Siepko e Angélica Scapinello, aquele representando a empresa S&V, e estas, a empresa MS.A fraude perpetrada contou ainda com a participação de Clóvis Fidelis Grando que, na condição de presidente da comissão de licitações e pregoeiro do município, o que lhe atribui a condição de responsável pela lisura do certame, sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, omitiu-se, deixando de tomar as providências necessárias para afastar tais empresas do procedimento licitatório, concorrendo com o crime.Em razão de tal fraude, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor, de forma ilícita, a quantia de R$ 57.635,00 (cinqüenta e sete mil seiscentos e trinta e cinco reais), em favor da empresa S&V.Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido

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município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)2, e o foi vendido por R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco reais), por 2 vezes, totalizando R$ 9.270,00 apenas de sobrepreço.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada no procedimento licitatório pelo réu Waldelei Schmidt, e a empresa

MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada no procedimento

licitatório pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada como representante

da MS pela ré Solange Maria Ody Ficcagna, deixando clara sua participação na

fraude. Ainda, contou com a participação do réu Clóvis Fidélis Grando, que

sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, omitiu-se,

deixando de tomar as providências necessárias para garantir a lisura do

procedimento licitatório.

Frisa-se que na Ata da Sessão Pública do Pregão Presencial nº

28/2010 do Município de Cordilheira Alta/SC fica evidente a forma como era feita a

simulação de concorrência entre as empresas S&V e MS na licitação, conforme se

infere da imagem parcial da folha da respectiva Ata (fl. 1662).

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

2 Preço de mercado do bem, conforme consulta realizada no ano de 2012, quando a cotação do dólar estava, inclusive, bem mais alta que na época dos fatos; além disso, esse foi preço praticado pela própria organização criminosa em outra licitação; além disso, para o setor privado o preço praticado máximo foi R$ 4.530,00 (quatro mil quinhentos e trinta reais), incluído projetor, software e o treinamento para utilização do produto.

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de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Em razão de tal fraude, a associação criminosa teve adjudicado em

seu favor, de forma ilícita, a quantia de R$ 57.635,00 (cinqüenta e sete mil

seiscentos e trinta e cinco reais), em favor da empresa S&V.

Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os

produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por

seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em

prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha

preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)3, e o foi

vendido por R$ 8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco reais), por 2 vezes,

totalizando R$ 9.270,00 apenas de sobrepreço.

3º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório convite n. 07/2011, para adquirir móveis, cadeiras, poltronas, bebedouro, equipamentos de informática e relógio para a entidade administrativa, com abertura e julgamento no dia 27/05/2011.A associação criminosa buscou fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, o que já foi planejado antes da remessa dos convites, em concurso com agente público, o que se daria mediante a fictícia concorrência das empresas do grupo, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, e demais agentes, a saber.Para tanto, contaram ainda com o auxílio de Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda, e Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários

3 Conforme nota anterior

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da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que entregaram a Waldelei os documentos necessários à participação das empresas no certame em branco, possibilitando que Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse nos formulários proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. A fraude perpetrada novamente contou com a participação de Clóvis Fidelis Grando, o qual, na condição de presidente da comissão de licitações e pregoeiro do município, sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, convidou-as para participarem do certame, bem como o fez com relação à terceira pessoa indicada por Waldelei Schmidt para completar o convite e, assim, dar aparência de legalidade à disputa.Em razão de tal fraude, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor, de forma ilegal, a quantia de R$ 45.667,00 (quarenta e cinco mil seiscentos e sessenta e sete reais), destes R$ 32.497,00 em favor da S&V e R$ 11.170,00 para a MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schmidt, MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Solange Maria

Ody Ficcagna e Márcia Helena Jabuonski Siepko, Líder Suprimentos para

Informática Ltda., representada pelo réu Pedro Frigulha e Proxyline Informática

Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Ainda, contaram com a

participação do réu Clóvis Fidélis Grando, que sabendo que as empresas S&V e

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MS pertenciam às mesmas pessoas, convidou-as para participarem do certame,

bem como o fez com relação a terceira pessoa indicada pelo réu Waldelei Schmidt

para completar o convite e, assim, dar aparência de legalidade à disputa.

Dessarte, os réus Luciano Oscar Schmidt e Pedro Frigulha,

prestaram auxílio ao réu Waldelei Schmidt e demais réus, emprestando os

documentos de suas empresas para figurarem na licitação como supostos

concorrentes, conforme o grande número de documentos digitais das referidas

empresas que foram encontrados armazenados nos computadores e arquivos da

S&V Equipamentos para Escritório Ltda (Item 1.2).

Frisa-se que as empresas S&V e MS ganharam a licitação para o

fornecimento de quase a totalidade dos itens licitados, e a empresa Proxyline

Informática Ltda. ganhou a licitação para o fornecimento de uma lixeira e quatro

pinos adaptadores tripolares elétricos, no valor total de R$ 125,00, fato que

demonstra claramente que a sua participação no certame era apenas para auxiliar

na fraude, demonstrando que "houve concorrência" no certame.

Em razão desta fraude, a associação criminosa teve adjudicado em

seu favor, de forma ilegal, a quantia de R$ 45.667,00 (quarenta e cinco mil

seiscentos e sessenta e sete reais), destes R$ 32.497,00 em favor da S&V e R$

11.170,00 para a MS.

4º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 29/2011, para adquirir lousas interativas, microcomputadores e equipamentos de informática, lançou, com pregão no dia 20/12/2011. Para tanto, e mediante prévio acordo com o servidor público Clóvis Fidelis Grando, fez com que fosse inserido no edital do procedimento licitatório a exigência de apresentação de alguns certificados na fase de habilitação dos preponentes que só eram fornecidos pela empresa Positivo Informática S/A apenas para a empresa S&V, e como objetivo específico de afastar os

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demais concorrentes e assegurar a esta a adjudicação do objeto, tanto é assim, que foi desclassificada a empresa Targetech que, licitamente, também postulava a adjudicação do objeto.Assim agindo, Waldelei Schmidt e Clóvis Fidelis Grando, mediante ajuste prévio, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de fazer com que a empresa S&V obtivesse vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, impossibilitando a concorrência da outra empresa credenciada ao certame. Em razão de tal fraude, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor a quantia de R$ 63.580,00 (sessenta e três mil, quinhentos e oitenta reais), decorrente da adjudicação do contrato para a empresa S&V. Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque tal bem poderia ser vendido em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)4, e o foi por R$ 8.116,00 (oito mil, cento e dezesseis reais), por 6 vezes, totalizando R$ 27.700,00 apenas de sobrepreço.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, mediante prévio acordo entre o

servidor público e réu Clóvis Fidélis Grando e o réu Waldelei Schmidt, fez-se com

que fosse inserido no edital do certame a exigência de apresentação de alguns 4 Conforme nota anterior.

fls. 99

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certificados na fase de habilitação, que só eram fornecidos pela empresa Positivo

Informática S/A à empresa S&V, tendo como único objetivo afastar os demais

concorrentes e assegurar à S&V a adjudicação do objeto, tanto que a empresa

Targettech, que licitamente também postulava a adjudicação do objeto, foi

desclassificada.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Sem prejuízo, o edital desta licitação e seus anexos não estavam

disponíveis no site da Prefeitura na Internet, de modo que deveriam ser retirados

pessoalmente pelos concorrentes na própria Prefeitura de Cordilheira Alta, bem

como o objeto constante deste edital continha especificações excessivas que

dificultaram e impediram a concorrência entre os licitantes.

Em razão de tal fraude, a associação criminosa teve adjudicado em

seu favor a quantia de R$ 63.580,00 (sessenta e três mil, quinhentos e oitenta

reais), decorrente da adjudicação do contrato para a empresa S&V.

Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os

produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por

seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em

prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque tal bem poderia

ser vendido em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)5, e o foi por R$

8.116,00 (oito mil, cento e dezesseis reais), por 6 vezes, totalizando R$ 27.700,00

apenas de sobrepreço.

1.2. Da cidade de ARVOREDO:

5 Conforme nota anterior.

fls. 100

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Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 13/2008, para aquisição de equipamentos de informática e mobiliário para a implantação de um centro de inclusão digital, com pregão no dia 28 de junho de 2008. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame. Assim, o grupo procedeu o credenciamento de Waldelei Schmidt, representando a empresa S&V, bem como a MS, por Márcia Siepko, e Neodir Antonio Arcego que o fez por determinação da direção do grupo de empresas, eis que credenciado por Márcia Siepko.Desta forma, buscaram, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante prévia combinação das propostas de preço apresentadas pelas empresas S&V e MS, cientes que a participação conjunta de tais empresas no mesmo certame deturparia a sua natureza, eis que, pertencentes, de fato, ao mesmo grupo societário, inviabilizariam a concorrência plena. Com tal agir, a associação criminosa teve adjudicado ao seu favor o montante de R$ 61.350,00 (sessenta e um mil, trezentos e cinquenta reais), destes R$ 8.820,00 em favor de S&V e R$ 53.130,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

fls. 101

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(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada no

procedimento licitatório pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e

Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko

e por Neodir Antonio Arcego, sendo Neodir credenciado como representante da MS

por Márcia H. J. Siepko. Destaca-se que referidas empresas não poderiam competir

entre si em licitação pública (Item 1.1 e 1.2).

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Desta forma, a organização criminosa buscou, com o intuito de obter

para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante prévia

combinação das propostas de preço apresentadas pelas empresas S&V e MS,

cientes que a participação conjunta de tais empresas no mesmo certame deturparia

a sua natureza, eis que, pertencentes, de fato, ao mesmo grupo societário,

inviabilizariam a concorrência plena.

Com tal agir, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor o

montante de R$ 61.350,00 (sessenta e um mil, trezentos e cinquenta reais), destes

R$ 8.820,00 em favor de S&V e R$ 53.130,00 em favor da MS.

1.3. Da cidade de ENTRE RIOS:

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação convite n. 26/2009, para adquirir equipamentos de controle de ponto, com abertura e julgamento das propostas em 18/03/2009. Evidente, pois, que o direcionamento do certame

fls. 102

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deu-se com a remessa dos convites que apenas atingiu as empresas do grupo e uma terceira por esta indicada e, assim, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, bem como de uma terceira.Como tal, receberam os convites Volmir Ficagna pela S&V e Márcia Siepko pela MS e, para tanto, a organização valeu-se do auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., os quais, em concurso de pessoas, entregaram ao grupo a Waldelei Schmidt os documentos em branco necessários à participação das empresas no certame em branco, possibilitando que, através do denunciado Marcelo Rodrigues de Gouveia fosse inserido nos formulários proposta ideologicamente falsa.Mediante a simulação de competição, fraudou-se o caráter competitivo do certame, e a associação criminosa teve adjudicado ao seu favor R$ 11.054,00 (onze mil e cinquenta e quatro reais), em favor da empresa MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.

e Líder Suprimentos para Informática Ltda.

Conforme se observa no Convite n. 29/009 de Entre Rios/SC,

consta a assinatura da ré Lindacir Salete Faccio Giaretta nos recibos referentes

fls. 103

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ao recebimento da documentação atinente a licitação, a qual alegou ao GAECO de

Chapecó/SC que apenas assinava a documentação referente a licitação que eram

encaminhadas para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna,

ambos sócios da empresa S&V, bem como havia ocasiões em que Waldelei

Schmidt levava os documentos pessoalmente à sede da empresa Líder

Suprimentos para Informática Ltda. quando se deslocava para Caçador/SC. O que

demonstra claramente que os réus Lindacir Salete Faccio Giaretta e Pedro

Frigulha, em concurso de pessoas, entregavam os documentos da empresa Líder

Suprimentos para Informática Ltda. necessários para sua participação nas licitações

às empresas S&V e MS, possibilitando que através do réu Marcelo Rodrigues de

Gouveia fosse inserido nos formulários proposta ideologicamente falsa.

Mediante a simulação de competição, fraudou-se o caráter

competitivo do certame, e a associação criminosa teve adjudicado em seu favor R$

11.054,00 (onze mil e cinquenta e quatro reais), em favor da empresa MS.

1.4. Da cidade de GUATAMBU:

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 12/2010, para aquisição de equipamentos e materiais permanentes destinados a melhoria nas Secretarias Municipais, com pregão em 11/02/2010.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame.Para tanto, compareceram ao pregão os denunciados Waldelei Schmidt, representando a empresa S&V, e as denunciadas Márcia Siepko e Angélica Scapinello, representando a empresa MS, e assim, fraudaram a efetiva competitividade do certame.

fls. 104

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Com tal agir, a associação criminosa teve adjudicado ao seu favor o montante de R$ 35.091,00 (trinta e cinco mil, noventa e um reis), sendo R$ 20.699,00 em favor da S&V, e R$ 14.392,00 para MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada no procedimento licitatório pelo réu Waldelei Schmidt, e a empresa

MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Márcia

Helena Jabuonski Siepko e por Angélica Scapinello, a qual foi credenciada por

Márcia, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas

não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que

ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local,

não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Com tal agir, a associação criminosa teve adjudicado em seu favor o

montante de R$ 35.091,00 (trinta e cinco mil, noventa e um reis), sendo R$

20.699,00 em favor da S&V, e R$ 14.392,00 para MS.

fls. 105

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1.5. Da cidade de PALMITOS:

1º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o pregão presencial n. 09/2010, para aquisição de materiais permanentes para a administração, com pregão em 24/06/2010. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento para o pregão dos denunciados Waldelei Schmidt, Marcia Siepko e Angélica Scapinello, aquele representando a empresa S&V, e estas, a empresa MS.E assim, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório, tendo a associação criminosa adjudicado ao seu favor o montante de R$ 9.922,90 (nove mil, novecentos e vinte e dois reais e noventa centavos), destes R$ 9.440,90 em favor de S&V e R$ 482,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

fls. 106

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representada no procedimento licitatório pelo réu Waldelei Schmidt, e a empresa

MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Márcia

Helena Jabuonski Siepko e por Angélica Scapinello, a qual foi credenciada por

Márcia, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas

não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que

ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local,

não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório,

tendo a associação criminosa adjudicado ao seu favor o montante de R$ 9.922,90

(nove mil, novecentos e vinte e dois reais e noventa centavos), destes R$ 9.440,90

em favor de S&V e R$ 482,00 em favor da MS.

2º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 05/2011, para adquirir material permanente para administração pública, com pregão em 28/04/2011. Visando a prática de fraude em tal licitação, a associação criminosa, por concordância de todos os seus membros, com o mesmo modus operandi acima citado, promoveu o credenciamento no certame dos denunciados Sérgio Francisco Siepko, Waldelei Schmidt, Marcia Siepko e de Fábio Junior Ambrósio, empregado da S&V que o fez por determinação da direção do grupo de empresas, fazendo-o sabendo que afetariam o caráter competitivo do procedimento

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licitatório, e com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame.. Com tal agir, a associação criminosa ilicitamente teve adjudicado ao seu favor o montante de R$ 20.135,00 (vinte mil, cento e trinta e cinco reais), em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada neste procedimento licitatório pelos réus Sérgio Francisco Siepko e

Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada

pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e por Fábio Ambrósio, o qual foi

credenciado como representante por Márcia, deixando clara sua participação na

fraude. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma

licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas

pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de

concorrência entre ambos.

Com tal agir, a associação criminosa ilicitamente teve adjudicado ao

seu favor o montante de R$ 20.135,00 (vinte mil, cento e trinta e cinco reais), em

favor da MS.

1.6. Da cidade de XANXERÊ:

1º FATO

Consta na denúncia:

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Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 57/2009, para aquisição de materiais e equipamentos diversos para o Projeto de Implantação do Centro de Inclusão Digital, com pregão em 22/05/2009. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt, Sérgio Francisco Siepko e Marcia Siepko, aqueles representando a empresa S&V, e esta, a empresa MS. E assim, obtiveram vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS. Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita, a adjudicação do objeto no valor de R$ 31.419,09 (trinta e um mil, quatrocentos e dezenove reais e nove centavos), destes R$ 23.369,10 em favor da S&V e R$ 8.049,99 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelos réus Waldelei Schmidt e Sérgio Francisco Siepko, e MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre

fls. 109

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si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas

mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na

existência de concorrência entre ambos.

Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita, a

adjudicação do objeto no valor de R$ 31.419,09 (trinta e um mil, quatrocentos e

dezenove reais e nove centavos), destes R$ 23.369,10 em favor da S&V e R$

8.049,99 em favor da MS.

2º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 86/2009, para adquirir microcomputadores para a Secretaria Municipal de Educação, com pregão em 28/08/2009. Da mesma forma citada no item anterior, promoveu-se ao credenciamento Waldelei Schmidt, Marcia Siepko e Angélica Scapinello, o primeiro representando a empresa S&V, e as outras representando a empresa MS, que buscaram fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame, afastando o caráter competitivo de vários itens da referida licitação. Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 31.700,00 (trinta e um mil e setecentos reais), destinados à empresa S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

fls. 110

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Ltda,

representada por Márcia Helena Jabuonski Siepko e Angélica Scapinello, a qual

foi credenciada como representante por Márcia, deixando clara sua participação na

fraude. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma

licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas

pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de

concorrência entre ambos.

Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita,

vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 31.700,00

(trinta e um mil e setecentos reais), destinados à empresa S&V.

1.7. Da cidade de ÁGUAS DE CHAPECÓ

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 31/2010, para aquisição de mobiliário de uso geral, equipamentos eletro-eletrônicos e informática, com pregão em 31/08/2010. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas, disputando lances durante a realização do certame. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt, Solange Maria Ody Ficcagna e Angélica Scapinello, aquele representando a empresa S&V, e estas, a empresa MS que, assim, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas.

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita, a adjudicação do objeto no valor de R$ 6.549,00 (seis mil, quinhentos e quarenta e nove reais), destes R$ 3.925,00 em favor da S&V e R$ 2.624,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada por Angélica Scapinello, credenciada como representante da MS

pela ré Solange Maria Ody Ficcagna, deixando clara sua participação na fraude.

Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação

pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm

sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência

entre ambos.

Com tal agir, obteve a associação criminosa, de forma ilícita, a

adjudicação do objeto no valor de R$ 6.549,00 (seis mil, quinhentos e quarenta e

nove reais), destes R$ 3.925,00 em favor da S&V e R$ 2.624,00 em favor da MS.

1.8. Da cidade de CHAPECÓ:

1º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 04/2009, para aquisição de equipamentos de informática e móveis escolares para a Secretaria da Educação, com pregão em

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

27/01/2009. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Sérgio Francisco Siepko pela S&V e, pela MS, Waldelei Schmidt, este credenciado por Marcia Siepko.Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as empresas pertecem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 19.342,15 (dezenove mil, trezentos e quarenta e dois reais e quinze centavos), destes R$ 11.717,15 em favor da S&V e R$ 7.625,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada representante da

S&V no certame pelo réu Sérgio Francisco Siepko, e a empresa MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada por Waldelei Schmidt, o

qual foi credenciado (fl. 1706) representante da MS pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre

si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas

fls. 113

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na

existência de concorrência entre ambos.

Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e

MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as

empresas pertecem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em

conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da

adjudicação do objeto no valor de R$ 13.672,50 (treze mil seiscentos e setenta e

dois reais e cinquenta centavos), destes R$ 3.100,00 em favor da S&V e R$

10.572,50 em favor da MS.

2º FATO:

Consta na denúncia:

Tal município lançou, o procedimento licitatório pregão presencial n. 287/2009, para aquisição de mobiliário e equipamentos de informática, como pregão no dia 26/08/2009. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as empresas pertecem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais), destes R$ 820,00 (oitocentos e vinte reais) em favor da S&V e R$ 580,00 (quinhentos e oitenta reais) em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

fls. 114

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Nesse procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schdmit, e MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, credenciada como

representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko,

deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não

poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambos.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e

MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as

empresas pertecem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em

conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da

adjudicação do objeto no valor de R$ 1.400,00 (mil e quatrocentos reais), destes R$

820,00 (oitocentos e vinte reais) em favor da S&V e R$ 580,00 (quinhentos e oitenta

reais) em favor da MS.

fls. 115

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

3º FATO:

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 331/2009, para adquirir móveis e eletrodomésticos para a Secretaria de Educação, com pregão em 28/09/2009. Neste propósito, por determinação e com concordância de todos os sócios do grupo de empresas, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Solange Ficagna.Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as empresas pertencem às mesmas pessoas e seus lances são formuladas em conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 7.075,00 (sete mil e setenta e cinco reais), destes, R$ 4.735,00 (quatro mil setecentos e trinta e cinco reais) em favor da S&V e R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Nesse procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schdmit, e MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, credenciada como

representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko,

deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não

fls. 116

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e

MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as

empresas pertecem às mesmas pessoas e seus lances são formuladas em

conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da

adjudicação do objeto no valor de R$ 7.435,00 (sete mil quatrocentos e trinta e cinco

reais), destes, R$ 4.735,00 (quatro mil setecentos e trinta e cinco reais) em favor da

S&V e R$ 2.700,00 (dois mil e setecentos reais) em favor da MS.

4º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório convite n. 49/2009, para aquisição de móveis de escritório e equipamentos de informática, com julgamento das propostas em 27/02/2009. A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas.Para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo. Para dar cabo à fraude nessa licitação, a associação criminosa pelos sócios das empresas determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez o denunciado Waldelei Schmidt,

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

representando a empresa S&V, e Marcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 33.233,00 (trinta e três mil, duzentos e trinta e três reais), destes, R$ 25.408,00 em favor da S&V e R$ 7.825,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schdmit, MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

fls. 118

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela ré

Lindacir Salete Faccio Giaretta.

Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta

assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era

encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e

Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a

associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da

adjudicação do objeto no valor de R$ 33.233,00 (trinta e três mil, duzentos e trinta e

três reais), destes, R$ 25.408,00 em favor da S&V e R$ 7.825,00 em favor da MS.

5º FATO

Consta na denúncia:

Da mesma forma procedeu a organização criminosa no procedimento licitatório convite n. 142/2009, para aquisição de materiais e serviços, com abertura e julgamento das propostas em 22 de maio de 2009. Ao receber a carta-convite, os denunciados Sérgio Siepko, representante da S&V, e Márcia Siepko, representante da MS, e que não por acaso, também são casados, por determinação e assentimento da organização criminosa, buscaram fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e MS, e utilização de proposta falsa de uma terceira empresa. Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 7.625,00 (sete mil seiscentos e vinte e cinco reais) em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Sérgio Francisco

Siepko, MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré

Márcia Helena Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda.,

representada pela ré Lindacir Salete Faccio Giaretta.

Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta

assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era

encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e

Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda.

Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V e

MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as

empresas pertencem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

conjunto, obtiveram, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da

adjudicação do objeto no valor de R$ 19.342,15 (dezenove mil, trezentos e quarenta

e dois reais e quinze centavos), destes R$ 11.717,15 em favor da S&V e R$

7.625,00 em favor da MS.

6º FATO

Consta na denúncia:

Da mesma forma procedeu a organização criminosa no procedimento licitatório convite n. 207/2009, para aquisição de móveis para a Secretaria da Fazenda, com abertura e o julgamento das propostas no dia 30/06/2009.Cá, se fez a organização criminosa se representar por Waldelei Schmidt na empresa S&V e Márcia Siepko na empresa MS, ressaltando uma vez mais, atendendo aos desideratos e determinação de toda a associação criminosa.Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 22.618,95 (vinte e dois mil, seiscentos e dezoito reais e noventa e cinco centavos), destes, R$ 19.919,75 em favor da S&V e R$ 2.699,20 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schmidt, MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko, e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela

ré Lindacir Salete Faccio Giaretta.

Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta

assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era

encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e

Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a

associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da

adjudicação do objeto no valor de R$ 22.618,95 (vinte e dois mil, seiscentos e

dezoito reais e noventa e cinco centavos), destes, R$ 19.919,75 em favor da S&V e

R$ 2.699,20 em favor da MS.

7º FATO

Consta na denúncia:

De forma idêntica agiu a organização criminosa no procedimento licitatório convite n. 68/2010, para a aquisição de equipamentos de informática e mobiliário para o Departamento de Saneamento Básico, com abertura das propostas em 08/03/2010.Para dar cabo à fraude nessa licitação, a associação criminosa, pelos sócios das

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

empresas, determinou a apresentação propostas também pela sua empresa fictícia e, como tal, o fez o denunciado Waldelei Schmidt, representando a empresa S&V, e Marcia Siepko, representando a empresa MS.Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 31.861,00 (trinta e um mil, oitocentos e sessenta e um reais), destes, R$ 28.091,00 em favor da S&V e R$ 3.770,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schmidt, MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela ré

Lindacir Salete Faccio Giaretta.

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta

assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era

encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e

Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a

associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da

adjudicação do objeto no valor de R$ 31.861,00 (trinta e um mil, oitocentos e

sessenta e um reais), destes, R$ 28.091,00 em favor da S&V e R$ 3.770,00 em

favor da MS.

1.9. Da cidade de BOM JESUS DO OESTE:

1º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório convite n. 15/2008, para aquisição de equipamentos, materiais e serviços de informática e escritório, com julgamento das propostas em 14/03/2008. A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas. Para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo. Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 32.056,00 (trinta e dois mil e cinqüenta e seis reais) em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Volmir Ficcagna, e MS Equipamentos e Assistência Ltda., representada pela ré

Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas empresas não poderiam

concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambas.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação

criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do

objeto no valor de R$ 32.056,00 (trinta e dois mil e cinqüenta e seis reais) em favor

da MS.

2º FATO

Consta na denúncia:

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Foi lançado procedimento licitatório convite n. 29/2008, para adquirir materiais para instalação e funcionamento de internet e rede no centro administrativo, com julgamento das propostas em 24/07/2008. Tal qual narrado no item anterior, e com o mesmo intuito, a organização criminosa fez propostas por suas duas empresas, e o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. De forma idêntica ao fato anterior, a organização criminosa teve auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 35.627,60 (trinta e cinco mil e seiscentos e vinte e sete reais e sessenta centavos) em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

fls. 126

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela ré

Lindacir Salete Faccio Giaretta.

Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta

assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era

encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e

Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação

criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do

objeto no valor de R$ 35.627,60 (trinta e cinco mil e seiscentos e vinte e sete reais e

sessenta centavos) em favor da MS.

3º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o convite n. 33/2008, para aquisição de materiais, equipamentos, acessórios e serviços de informática para consertos e manutenções, com o julgamento das propostas em 26/11/2008.Tal qual narrado no item anterior, e com o mesmo intuito, a organização criminosa fez propostas por suas duas empresas, e o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas.

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A fraude contou com o auxílio do denunciado Caleb Gerson Kieling, representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., que franqueou a Waldelei Schmidt o acesso aos documentos referentes à participação da sua empresa no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos à organização criminosa. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor total de R$ 14.360,00 (quatorze mil trezentos e sessenta reais) em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko e Caleb G. Kieling & Cia Ltda., representada pelo réu Caleb

Gerson Kieling.

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda. e a MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. Ressalta-se que estas empresas não

poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambas.

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No certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Caleb G.

Kieling & Cia Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e MS na fraude

perpetrada na licitação, tendo em vista que durante o cumprimento de mandado de

busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi apreendido um carimbo da

empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo número do CNPJ, bem como

arquivos diversos desta empresa no computador do réu Waldelei Schmidt,

deixando claro o uso da empresa do réu Caleb para realizarem as fraudes.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação

criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do

objeto no valor total de R$ 35.657,00 (trinta e cinco mil seiscentos e cinquenta e

sete reais), destes, R$ 21.013,70 em favor da S&V e R$ 14.644,30 em favor da MS.

4º FATO

Consta na denúncia:

Da mesma forma no convite n. 31/2009, para locação de máquinas para elaboração de cópias e impressão, com julgamento das propostas em 01/09/2009.Tal qual narrado no item anterior, e com o mesmo intuito, a organização criminosa fez propostas por suas duas empresas, e o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. A fraude contou com o auxílio do denunciado Caleb Gerson Kieling, representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., que franqueou a Waldelei Schmidt o acesso aos documentos referentes à participação da sua empresa no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço

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ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor total de R$ 9.420,00 (nove mil quatrocentos e vinte reais) em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko e Caleb G. Kieling & Cia Ltda., representada pelo réu Caleb

Gerson Kieling.

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda. e a MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. Ressalta-se que estas empresas não

poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambas.

No certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Caleb G.

Kieling & Cia Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e MS na fraude

perpetrada na licitação, tendo em vista que durante o cumprimento de mandado de

busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi apreendido um carimbo da

empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo número do CNPJ, bem como

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arquivos diversos desta empresa no computador do réu Waldelei Schmidt,

deixando claro o uso da empresa do réu Caleb para realizarem as fraudes.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação

criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do

objeto no valor total de R$ 9.420,00 (nove mil quatrocentos e vinte reais) em favor

da MS.

5º FATO

Consta na denúncia:

Foi lançado procedimento licitatório convite n. 20/2009, para aquisição de materiais e equipamentos para informática, móveis e serviços técnicos, com julgamento das propostas em 30/03/2009. Tal qual narrado no item anterior, e com o mesmo intuito, a organização criminosa fez propostas por suas duas empresas, e o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 65.691,00 (sessenta e cinco mil e seiscentos e noventa e um reais), destes, R$ 49.830,00 em favor da S&V e R$ 15.861,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

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o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Volmir Ficcagna e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas

empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista

que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo

local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a

associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da

adjudicação do objeto no valor de R$ 65.691,00 (sessenta e cinco mil e seiscentos e

noventa e um reais), destes, R$ 49.830,00 em favor da S&V e R$ 15.861,00 em

favor da MS.

6º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação convite n. 14/2011, para compra de mobiliário para a Câmara de Vereadores, com julgamento de propostas em 21/03/2011. A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas e, para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo.Para dar cabo à fraude nessa licitação, a associação criminosa pelos sócios das empresas determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez Waldelei Schmidt,

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representando a empresa S&V, e Marcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 24.087,40 (vinte e quatro mil e oitenta e sete reais e quarenta centavos), em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schmidt, MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela ré

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Lindacir Salete Faccio Giaretta.

Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta

assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era

encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e

Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a

associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da

adjudicação do objeto no valor de R$ 24.087,40 (vinte e quatro mil e oitenta e sete

reais e quarenta centavos), em favor da MS.

7º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório convite n. 35/2011, para aquisição de mobília para o Centro de Saúde, com o julgamento das propostas em 23/09/2011. A organização criminosa tendo as suas empresas convidadas agiu da mesma forma anterior, valendo-se agora da ação dos sócios Márcia Siepko (MS) e Volmir Ficagna (S&V) de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório e, para tanto, ajustaram as propostas apresentadas, inviabilizando o caráter competitivo do certame, por se tratarem de empresas pertencentes ao mesmo grupo de pessoas. Na prática do crime, contaram com o auxílio do denunciado Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda., que, ciente da fraude, encaminhou os documentos referentes à participação da sua empresa no certame ao denunciado Waldelei Schmidt que, por sua vez determinou que o denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse a proposta de preço da empresa Proxyline, que o fez, portanto, com conteúdo ideologicamente falso, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

objetos licitados às empresas S&V e MS.Com tal expediente e, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 12.378,60 (doze mil trezentos e setenta e oito reais e sessenta centavos), em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Volmir Ficcagna, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas

empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista

que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo

local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.

Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline

Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que

nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados

vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa

Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos incluem réu Marcelo

Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da organização

criminosa.

Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame,

obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente

da adjudicação do objeto no valor de R$ 12.378,60 (doze mil trezentos e setenta e

oito reais e sessenta centavos), em favor da S&V.

fls. 135

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1.10. Da cidade de OURO VERDE:

1º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 331/20096, para adquirir materiais de expediente, com abertura de propostas no dia 28/05/2009.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa; e, neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 8.482,00 (oito mil, quatrocentos e oitenta e dois reais, e sessenta centavos), destes R$ 5.614,00 em favor da S&V e R$ 2.868,60 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

6 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 05/2009, e não 331/2009 conforme constou na denúncia.

fls. 136

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Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada como

representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko.

Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação

pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm

sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência

entre ambas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,

frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de

forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de

R$ 8.482,00 (oito mil, quatrocentos e oitenta e dois reais, e sessenta centavos),

destes R$ 5.614,00 em favor da S&V e R$ 2.868,60 em favor da MS.

2º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação convite n. 19/2009, para a aquisição de computadores e outros materiais de informática, com abertura das propostas em 16/03/2009:A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas e, para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo.Para dar cabo à fraude nessa licitação, a associação criminosa pelos sócios das empresas determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez Márcia Siepko representando a empresa MS, por sua vez, a empresa S&V foi representada por Volmir.Para tal desiderato, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e

fls. 137

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Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 25.865,00 (vinte e cinco mil, oitocentos e sessenta e cinco reais) em contratos para a empresa S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda., representada pela ré

Lindacir Salete Faccio Giaretta.

Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta

assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era

encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e

Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda.

fls. 138

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Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame,

obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente

da adjudicação do objeto no valor de R$ 25.865,00 (vinte e cinco mil, oitocentos e

sessenta e cinco reais) em contratos para a empresa S&V.

3º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação convite n. 48/2010, para a aquisição de computadores e outros materiais de informática, com abertura das propostas em 23/07/2010.Da mesma forma narrada no item anterior, a organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas e, que determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez Márcia Siepko representando a empresa MS, sendo a S&V representada por Waldelei Schmidt.A organização criminosa teve o auxílio dos denunciados Pedro Frigulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., que, em comunhão de vontades, entregaram a Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna os documentos de sua empresa necessários à participação desta no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 8.522,50 (oito mil, quinhentos e vinte e dois reais e cinqüenta centavos) em contratos para a empresa S&V - (no procedimento n. 19/2009 e R$ no procedimento n. 48/2010).

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

fls. 139

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e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Participaram deste procedimento licitatório as empresas S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Sérgio Francisco

Siepko, MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré

Márcia Helena Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos para Informática Ltda.,

representada pela ré Lindacir Salete Faccio Giaretta.

Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta

assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era

encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e

Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda.

Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame,

obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente

da adjudicação do objeto no valor de R$ 8.522,50 (oito mil, quinhentos e vinte e dois

reais e cinqüenta centavos) em contratos para a empresa S&V.

1.11. Da cidade de PINHALZINHO

1º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 07/2010, para adquirir equipamentos de informática, com pregão em 05/03/2010. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o

fls. 140

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intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia SiepkoAssim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 12.437,00 (doze mil quatrocentos e trinta e sete reais), em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Ltda.,

representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada como

representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko,

deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não

poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

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do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,

frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de

forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de

R$ 12.437,00 (doze mil quatrocentos e trinta e sete reais), em favor da S&V.

2º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 22/2011, para aquisição de lousas interativas e projetores multimídias, com pregão em 28/12/2011.Para tanto, ajustaram as propostas apresentadas, sendo determinado que os denunciados Volmir Ficagna (S&V) e Márcia Siepko (MS), fariam as propostas, cientes que a participação conjunta das empresas inviabilizaria o caráter competitivo do certame, por se tratarem de empresas pertencentes ao mesmo grupo de pessoas, sempre com o intuito de obter vantagem indevida, decorrente da adjudicação das propostas. Na prática do crime, contaram ainda com o auxílio de Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda., o qual encaminhou a Waldelei Schmidt os documentos referentes à participação da sua empresa no certame, que por sua vez determinou que o denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse a proposta de preço da empresa Proxyline, que o fez, portanto, com conteúdo ideologicamente falso, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Rendeu-lhes a conduta ilícita a adjudicação do objeto, no valor de R$ 31.374,00 (trinta e um mil, trezentos e setenta e quatro reais), destes, sendo destinados R$ 23.925,00 para a empresa S&V e R$ 7.449,00 para a MS.Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os produtos vendidos, com

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relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)7, e o foi vendido por R$ 7.975,00 (sete mil, novecentos e setenta e cinco reais), por três vezes, totalizando R$ 23.925,00 de sobrepreço.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Volmir Ficcagna, e a MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se

que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,

tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede

física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre

ambas.

Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline

Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que

nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados

vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa

Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos incluem o réu Marcelo

Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da organização

criminosa.

Rendeu-lhes a conduta ilícita a adjudicação do objeto, no valor de 7 Ibidem.

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R$ 31.374,00 (trinta e um mil, trezentos e setenta e quatro reais), destes, sendo

destinados R$ 23.925,00 para a empresa S&V e R$ 7.449,00 para a MS.

Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os

produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, a organização criminosa, por

seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço do bem em

prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha

preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)8, e o foi

vendido por R$ 7.975,00 (sete mil, novecentos e setenta e cinco reais), por três

vezes, totalizando R$ 23.925,00 de sobrepreço.

2.12. Da cidade de ARABUTÃ

Consta na denúncia:

Tal município lançou o pregão presencial n. 12/2011, para adquirir material de expediente, mobiliários e equipamentos de informática, com pregão em 28/03/2011.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento de Waldelei Schmidt, Marcia Siepko, bem como, de Thiago Pasinatto de Oliveira, credenciado por aquela, o primeiro representando a empresa S&V, e os demais, a empresa MS.Assim, mediante a combinação das propostas das empresas S&V/MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as empresas pertencem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em conjunto, obtiveram ilicitamente, vantagem com a adjudicação do objeto no valor de R$ 11.013,50 (onze mil e treze reais e cinquenta centavos), destes, R$ 10.608,00 em favor da S&V, e R$ 405,50 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

8 Ibidem.

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência

Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e por Tiago Pasinatto

de Oliveira, credenciado como representante da MS por Márcia. Ressalta-se que

estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em

vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no

mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.

Assim, mediante a combinação das propostas das empresas

S&V/MS, sabedores de que não poderiam participar do mesmo certame, já que as

empresas pertecem às mesmas pessoas e suas propostas são formuladas em

conjunto, obtiveram ilicitamente, vantagem com a adjudicação do objeto no valor de

R$ 11.013,50 (onze mil e treze reais e cinquenta centavos), destes, R$ 10.608,00

em favor da S&V, e R$ 405,50 em favor da MS.

2.13. Da cidade de CAÇADOR

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 32/2010, para adquirir lousas educacionais interativas e projetores multimídias para as escolas municipais, com pregão em 13/05/2010. A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da

fls. 145

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa (item 2).Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciado Waldelei Schmidt pela S&V, e pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia SiepkoAssim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 27.400,00 (vinte e sete mil e quatrocentos reais) em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada como

representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko,

deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não

poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,

frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de

forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de

R$ 27.400,00 (vinte e sete mil e quatrocentos reais) em favor da S&V.

fls. 146

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1.14. Da cidade de CONCÓRDIA:

1º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou o pregão presencial n. 83/2008, para aquisição de equipamentos de informática para as escolas municipais, com pregão em 14/08/2008.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Sérgio Siepko pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 23.570,00 (vinte e três mil quinhentos e setenta reais) em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada

pelos réus Waldelei Schmidt e Sérgio Francisco Siepko, e MS Equipamentos e

Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi

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credenciada como representante da MS no certame pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que

estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em

vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no

mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,

frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de

forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de

R$ 23.570,00 (vinte e três mil quinhentos e setenta reais) em favor da S&V.

2º FATO

Consta na denúncia:

O município lançou o pregão presencial n. 122/2008, para aquisição de equipamentos de informática para as escolas municipais, com julgamento em 27/11/2008.Da mesma forma citada no item anterior, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa, e neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Sérgio Siepko pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello e Julcimar Mattielo, este credenciado por Solange Ficcagna.A fraude contou com o auxílio do denunciado Caleb Gerson Kieling, representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., que apresentou propostas por tal empresa, e também pela empresa Társio Comércio e Representações Ltda, todas estas ideologicamente falsas, pois com a finalidade de dar aparência de verdadeira competição, assegurando a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação

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do objeto no valor total de R$ 14.360,00 (quatorze mil trezentos e sessenta reais) em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelos réus Waldelei Schmidt e Sérgio Francisco Siepko, e a MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko e por Julcimar Mattiello, o qual foi credenciado como

representante da MS no certame pela ré Solange Maria Ody Ficcagna. Ressalta-

se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,

tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede

física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre

ambas.

No certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Caleb G.

Kieling & Cia Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e MS na fraude

perpetrada na licitação, tendo em vista que durante o cumprimento de mandado de

busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi apreendido um carimbo da

empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo número do CNPJ, bem como

arquivos diversos desta empresa no computador do réu Waldelei Schmidt,

deixando claro o uso da empresa do réu Caleb para realizarem as fraudes.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a

associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da

adjudicação do objeto no valor total de R$ 14.360,00 (quatorze mil trezentos e

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sessenta reais) em favor da S&V.

3º FATO

Consta na denúncia:

Foi lançado o pregão presencial n. 49/2010 para aquisição de sistema e equipamento para registro e controle de entrada e saída de funcionários, cujo pregão se deu em 25/05/2010.Da mesma forma citada no item anterior, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo de tal licitação, o que decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa (item 2). Neste propósito, por determinação e com concordância de todos os sócios do grupo de empresas, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Sérgio Siepko pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello esta credenciada por Solange Ficcagna. Além disso, a associação criminosa ainda se valeu da conduta do denunciado Marcelo Rodrigues de Gouveia que, mesmo sendo empregado da empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda, credenciou-se como representante da empresa Targettech Serviços de Computador Ltda e, pactuando a elaboração de lances, cuja participação era falsa ideologicamente, servindo apenas para dar aparência de competitividade.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 88.660,00 (oitenta e oito mil seiscentos e sessenta reais) em favor da MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

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utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada como

representante da MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko,

deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não

poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambas.

Ressalta-se que também participou da licitação a empresa

Targettech Serviços de Computador Ltda., representada pelo réu Marcelo

Rodrigues de Gouveia, o qual foi credenciado como representante da Targettech

por Ricardo Carniel. Destaca-se que Marcelo é funcionário da empresa S&V,

deixando clara a fraude perpretada consistente na falsa concorrência.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se

o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,

vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 88.660,00

(oitenta e oito mil seiscentos e sessenta reais) em favor da MS Equipamentos e

Assistência Técnica Ltda ME.

1.15. Da cidade de DIONÍSIO CERQUEIRA:

Consta na denúncia:

Tal município lançou o pregão presencial n. 19/2008 para aquisição de mobiliário para creche municipal, com julgamento das propostas em 25/11/2008.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o

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caráter competitivo de tal licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa e, neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 22.562,00 (vinte e dois mil, quinhentos e sessenta e dois reais), sendo R$ 5.936,00 em favor da S&V, e R$ 16.626,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se

que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,

tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede

física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre

ambas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,

frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de

forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de

R$ 22.562,00 (vinte e dois mil, quinhentos e sessenta e dois reais), sendo R$

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5.936,00 em favor da S&V, e R$ 16.626,00 em favor da MS.

1.16. Da cidade de IRANI

Consta na denúncia:

Tal município lançou o pregão presencial n. 23/2009, para aquisição de microcomputadores para as escolas da rede de ensino municipal, com julgamento das propostas em 19/10/2009.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto licitado, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa e, neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello e Arlete Ivone Schneider, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 20.831,30 (vinte mil, oitocentos e trinta e um reais e trinta centavos) em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

fls. 153

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representada pelos réus Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, e a MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko e por Arlete Ivone Schneider, a qual foi credenciada como

representante da MS no certame por Márcia. Ressalta-se que estas empresas não

poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,

frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de

forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de

R$ 20.381,30 (vinte mil, trezentos e oitenta e um reais e trinta centavos) em favor da

S&V.

1.17. Da cidade de ITÁ:

FATO 1

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 42/2010, para aquisição de equipamentos para monitoramento da via pública, com pregão em 05/07/2010.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto licitado, cuja fraude

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decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Fábio Junior Ambrósio, este credenciado por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 28.880,00 (vinte e oito mil, oitocentos e oitenta reais em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda., representada no procedimento licitatório por Fabio Júnior Ambrósio, o

qual foi credenciado a representar a MS no certame pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre

si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas

mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na

existência de concorrência entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

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do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,

frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de

forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de

R$ 28.880,00 (vinte e oito mil, oitocentos e oitenta reais em favor da S&V.

FATO 2

Consta na denúncia:

Tal município lançou o pregão presencial n. 57/2010, para aquisição de equipamentos para a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, com pregão em 10/12/2010.Idênticos modus operandi ao acima narrado, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto licitado e, neste propósito, por determinação e com concordância de todos os sócios do grupo de empresas, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 23.247,00 (vinte e três mil, duzentos e quarenta e sete reais) em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada a

representar a MS pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko, deixando clara sua

participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer

entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas

mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na

existência de concorrência entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,

frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de

forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de

R$ 23.247,00 (vinte e três mil, duzentos e quarenta e sete reais) em favor da S&V.

FATO 3

Consta na denúncia:

Tal município lançou o pregão presencial n. 45/2011, para aquisição de equipamentos para a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, com pregão em 10/12/2010.Idênticos modus operandi ao acima narrado, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto licitado e, neste propósito, por determinação e com concordância

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de todos os sócios do grupo de empresas, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello e Arlete Ivone Schneider, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 20.831,30 (vinte mil, oitocentos e trinta e um reais e trinta centavos) em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt e por Fabio Júnior Ambrósio, o qual foi

credenciado para representar a S&V por Waldelei, bem como a empresa MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko e por Domingos Jacir Carraro, o qual foi credenciado para

representar a MS por Márcia. Ressalta-se que estas empresas não poderiam

concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se

o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,

vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 2.970,00

(dois mil novecentos e setenta reais) em favor da S&V.

fls. 158

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

1.18. Da cidade de PIRATUBA

FATO 1

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação na modalidade pregão presencial n. 08/2010, para aquisição de equipamentos diversos para Escola Amélita Poleto Hepp, com pregão no dia 15/03/2010.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Solange Ficagna.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 7.367,00 (sete mil, trezentos e sessenta e sete mil reais), destes, R$ 4.470,00 em favor da S&V, e R$ 2.897,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda., representada pela ré Solange Maria Ody Ficcagna. Ressalta-se que

fls. 159

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estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em

vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no

mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se

o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,

vantagem decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 7.367,00 (sete mil,

trezentos e sessenta e sete mil reais), destes, R$ 4.470,00 em favor da S&V, e R$

2.897,00 em favor da MS.

FATO 2

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação tipo pregão presencial n. 24/2011, para aquisição de equipamentos de informática, câmeras digitais e lousas interativas para unidades administrativas e para a rede municipal de ensino, com pregão no dia 05/07/2010.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e

fls. 160

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação de parte do objeto no valor de R$ 68.010,00 (sessenta e oito mil e dez reais) em favor da S&V. Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, os agentes ainda elevaram arbitrariamente o preço do bem em prejuízo da fazenda pública, i.e., do referido município. Isto porque tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)9, sendo vendido R$ 7.970,00 (sete mil, novecentos e setenta reais), por quatro vezes, totalizando R$ 17.880,00 apenas de sobrepreço.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelos réus Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, e a MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada pela ré Angélica

Scapinello, a qual foi credenciada a representar a MS no certame pela ré Márcia

Helena Jabuonski Siepko, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se

que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,

tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede

física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre

ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha 9 Ibidem.

fls. 161

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de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, mediante a simulada concorrência, frustrou-se o caráter

competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,

vantagem patrimonial decorrente da adjudicação de parte do objeto no valor de R$

68.010,00 (sessenta e oito mil e dez reais) em favor da S&V.

Além de se fraudar a competitividade, no que concerne a todos os

produtos vendidos, com relação às lousas eletrônicas, os agentes ainda elevaram

arbitrariamente o preço do bem em prejuízo da fazenda pública, i.e., do referido

município. Isto porque tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00

(três mil e quinhentos reais)10, sendo vendido R$ 7.970,00 (sete mil, novecentos e

setenta reais), por quatro vezes, totalizando R$ 17.880,00 apenas de sobrepreço.

1.19 PONTE SERRADA

FATO 1

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 05/2009, para aquisição de microcomputadores para o centro de processamento de dados de secretarias municipais, com pregão no dia 02/03/2009.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Márcia

10 Ibidem.

fls. 162

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Siepko.A fraude contou com o auxílio do denunciado Caleb Gerson Kieling, representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., que apresentou lances por tal empresa, e também pela empresa Társio Comércio e Representações Ltda, todas ideologicamente falsas, com a finalidade de dar aparência de verdadeira competição, assegurando a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 16.980,00 (dezesseis mil, novecentos e oitenta mil reais) em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se

que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,

tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede

física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre

ambas.

No certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Caleb G.

Kieling & Cia Ltda., prestou decisivo auxílio aos réus das empresas S&V e MS na

fraude perpetrada na licitação, tendo em vista que durante o cumprimento de

mandado de busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi apreendido um

fls. 163

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carimbo da empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo número do CNPJ,

bem como arquivos diversos desta empresa no computador do réu Waldelei

Schmidt, deixando claro o uso da empresa do réu Caleb para realizarem as

fraudes.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se

o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,

vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 16.980,00

(dezesseis mil, novecentos e oitenta mil reais) em favor da S&V.

FATO 2

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 25/2009, para aquisição de eletrodomésticos, material de cama, copa e cozinha, notebooks, datashow, cadeiras, mesas para escritório e arquivos de aço, com pregão para o dia 10/12/2010.Idênticos modus operandi ao acima narrado, a organização criminosa buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto licitado e, neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 18.762,50 (dezoito mil, setecentos e sessenta e dois reais e cinqüenta centavos), destes R$ 12.471,50 em favor da S&V, e R$ 6.291,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

fls. 164

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o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada a

representar a MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko, deixando

clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não poderiam

concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se

o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,

vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 18.762,50

(dezoito mil, setecentos e sessenta e dois reais e cinqüenta centavos), destes R$

12.471,50 em favor da S&V, e R$ 6.291,00 em favor da MS.

1.20. Da cidade de SÃO JOSÉ DO CEDRO

FATO 1

Consta na denúncia (aditada às fls. 5238-5241):

fls. 165

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

Tal município lançou a licitação convite n. 108/2011, para a aquisição de lousa interativa, materiais didáticos pedagógicos para rede municipal de ensino, com abertura das propostas para o dia 24/08/2011.A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, valendo-se do fato que haviam cadastrado no município suas duas empresas, as quais restaram convidadas.Para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, conforme item II da inicial, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo.Para dar cabo à fraude nessa licitação, a associação criminosa pelos sócios das empresas determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. A fraude contou com o auxílio do denunciado Claudir Frigeri, proprietário da empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, que forneceu em branco os documentos necessários à participação de sua empresa ao denunciado Volmir Ficagna, bem como os assinou, possibilitando que, em concurso com este, Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse nos formulários proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados à empresa S&V. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 71.192,00 (setenta e um mil cento e noventa e dois reais), em favor da S&V. Além de se fraudar a competitividade do

fls. 166

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certame, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da referida lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)11, e o foi vendido por R$ 16.553,00 (dezesseis mil, quinhentos e cinqüenta e três reais), por quatro vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 52.212,00 (cinqüenta e dois mil, duzentos e doze reais).

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre as empresas S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS Equipamentos e Assistência Técnica,

representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e Somaq Assistência e

Equipamentos Ltda., representada pelo réu Claudir Frigeri.

Cumpre novamente ressaltar que Claudir Frigeri ratificou sua

participação na fraude desta licitação ao GAECO de Chapecó/SC (fls. 1751-1754).

Nesse sentido, ao analisar os arquivos existentes no notebook do réu Marcelo

Rodrigues de Gouveia, através do Ofício n. 288/ICC/2012, o Instituto Geral de

Perícias constatou que o réu possuía em seu notebook, dentre outros documentos,

três arquivos, em formato Word, onde a Positivo Informática S/A, representada por

Rodrigo Benetti Dolatto, autoriza as empresas S&V Equipamentos para Escritório

Ltda., MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. e Somaq Assistência e

Equipamentos Ltda., a revender, instalar e prestar treinamentos a empresas

11 Ibidem.

fls. 167

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privadas e públicas, inclusive à Prefeitura Municipal de São José do Cedro,

demonstrando novamente a falsificação ideológica perpretada pelas empresas S&V

e MS para utilização em licitações públicas, neste caso, em São José do Cedro (fls.

1755-1761).

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação

criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do

objeto no valor de R$ 71.192,00 (setenta e um mil cento e noventa e dois reais), em

favor da S&V.

Além de se fraudar a competitividade do certame, a organização

criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da

referida lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município.

Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e

quinhentos reais)12, e o foi vendido por R$ 16.553,00 (dezesseis mil, quinhentos e

cinqüenta e três reais), por quatro vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$

52.212,00 (cinqüenta e dois mil, duzentos e doze reais).

FATO 2

Consta na denúncia (aditada às fls. 5238-5241):

Tal município lançou a licitação convite n. 39/2012, para a aquisição de lousa interativa, materiais didáticos pedagógicos para rede municipal de ensino, com abertura das propostas para o dia 19/03/2012.A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, valendo-se do fato que haviam cadastrado no município suas duas empresas, as quais restaram convidadas.Para tanto, os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo.Para dar cabo à fraude nessa licitação, a

12 Ibidem.

fls. 168

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associação criminosa pelos sócios das empresas determinou a apresentação propostas pelas duas empresas e, como tal, o fez pelo denunciado Volmir Ficagna, representando a empresa S&V, e Márcia Siepko, representando a empresa MS, e, de tal modo, fraudaram o caráter competitivo do procedimento licitatório com a finalidade de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, mediante a combinação das propostas das empresas representadas. A fraude contou com o auxílio do denunciado Claudir Frigeri, proprietário da empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, que forneceu em branco os documentos necessários à participação de sua empresa ao denunciado Volmir Ficagna, bem como os assinou, possibilitando que, em concurso com este, Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse nos formulários proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados à empresa S&V. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 78.980,00 (setenta e oito mil, novecentos e oitenta reais), em favor da S&V. Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)13, e o foi vendido por R$ 15.576,00 (quinze mil, quinhentos e setenta e seis reais), por cinco vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 60.380,00 (sessenta mil, trezentos e oitenta reais).

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

13 Ibidem.

fls. 169

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Volmir Ficcagna, MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada

pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko, Somaq Assistência e Equipamentos

Ltda., representada por Andreia Fernanda Arend e Proxyline Informática Ltda.,

representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt.

Cumpre novamente ressaltar que Claudir Frigeri ratificou sua

participação na fraude desta licitação ao GAECO de Chapecó/SC (fls. 1787-1790).

Nesse sentido, ao analisar os arquivos existentes no notebook do réu Marcelo

Rodrigues de Gouveia, através do Ofício n. 288/ICC/2012, o Instituto Geral de

Perícias constatou que o réu possuía em seu notebook, dentre outros documentos,

três arquivos, em formato Word, onde a Positivo Informática S/A, representada por

Rodrigo Benetti Dolatto, autoriza as empresas S&V Equipamentos para Escritório

Ltda., MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. e Somaq Assistência e

Equipamentos Ltda., a revender, instalar e prestar treinamentos a empresas

privadas e públicas, inclusive à Prefeitura Municipal de São José do Cedro,

demonstrando novamente a falsificação ideológica perpretada pelas empresas S&V

e MS para utilização em licitações públicas, neste caso, São José do Cedro.

Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline

Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que

nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados

vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa

Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos têm como autor o réu

Marcelo Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da

organização criminosa.

fls. 170

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Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação

criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do

objeto no valor de R$ 78.980,00 (setenta e oito mil, novecentos e oitenta reais), em

favor da S&V.

Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por

seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa

eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque,

tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos

reais)14, e o foi vendido por R$ 15.576,00 (quinze mil, quinhentos e setenta e seis

reais), por cinco vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 60.380,00 (sessenta

mil, trezentos e oitenta reais).

1.21. Da cidade de SÃO MIGUEL DO OESTE

1º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação na modalidade pregão presencial n. 95/2008, para aquisição equipamentos de informática, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis, ar condicionados, câmaras frias e outros bens, com pregão no dia 04/12/2008.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela S&V e, pela MS, Márcia Siepko.A fraude contou com o auxílio do denunciado Caleb Gerson Kieling, representante da empresa

14 Ibidem.

fls. 171

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Caleb G. Kieling & Cia Ltda., que apresentou propostas por tal empresa, e também pela empresa Társio Comércio e Representações Ltda, todas ideologicamente falsas, com a finalidade de dar aparência de verdadeira competição, assegurando a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente, e ainda a combinação de propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 9.352,80 (nove mil, trezentos e cinquenta e dois mil reais e oitenta centavos), sendo R$ 664,00 em favor da S&V (seiscentos e sessenta e quatro reais) e R$ 8.688,80 para a empresa MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas

empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista

que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo

local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.

No certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Caleb G.

Kieling & Cia Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e MS na fraude

perpetrada na licitação, tendo em vista que durante o cumprimento de mandado de

busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi apreendido um carimbo da

empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo número do CNPJ, bem como

fls. 172

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arquivos diversos desta empresa no computador do réu Waldelei Schmidt,

deixando claro o uso da empresa do réu Caleb para realizarem as fraudes.

Inclusive, no presente certame, restou claro que a empresa Társio Comércio e

Representações Ltda., concorreu com a empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda.,

também representada pelo réu Caleb G. Kieling (fls. 1767-1768).

Com tal expediente, e ainda a combinação de propostas das

empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa

obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto

no valor de R$ 9.352,80 (nove mil, trezentos e cinquenta e dois mil reais e oitenta

centavos), sendo R$ 664,00 em favor da S&V (seiscentos e sessenta e quatro reais)

e R$ 8.688,80 para a empresa MS.

2º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação na modalidade pregão presencial n. 74/2011, para aquisição de mobiliário, eletrodomésticos, equipamentos de informática e demais equipamentos permanentes para o município, com pregão para o dia 05/10/2011.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Marcelo Rodrigues de Gouveia através de Waldelei Schmidt, representando a S&V e, Angélica Scapinello e Marcia Siepko, estas representando a MS.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de

fls. 173

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forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 13.780,00 (treze mil setecentos e oitenta reais) em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Marcelo Rodrigues de Gouveia, o qual foi credenciado a

representar a S&V no certame pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e

Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Márcia Helena Jabuonski

Siepko e Angélica Scapinello, a qual foi credenciada a representar MS no certame

pela ré Solange Maria Ody Ficcagna, deixando clara sua participação na fraude.

Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação

pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm

sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência

entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas, frustrou-se

o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita,

fls. 174

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vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$

13.780,00 (treze mil setecentos e oitenta reais) em favor da MS.

1.22. Da cidade de SERRA ALTA

1º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação na modalidade convite n. 21/200915, para aquisição de serviço de cabeamento de rede, com abertura das propostas em 30/04/2009.A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas, o que denota a participação de terceiros que além de determinar a remessa de convite a estas, também o fez a empresa Líder Suprimentos de Informática Ltda, conforme determinado pela associação criminosa.Os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo, que, dessa forma, determinou a apresentação propostas pelas duas empresas, tendo Volmir Ficagna representado a empresa S&V, e Marcia Siepko a empresa MS. Para tanto, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Lindacir Salete Faccio Giaretta e Pedro Friguilha, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., os quais, em comunhão de esforços, confiaram a retirada dos convites às empresas S&V/MS, bem como, entregaram a documentação de sua empresa para Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, os quais fizeram inserir, por Marcelo Rodrigues Gouveia, proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente, e ainda a combinação de propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação

15 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 29/2009, e não 21/2009 conforme constou na denúncia.

fls. 175

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criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 18.613,00 (dezoito mil, seiscentos e treze reais), sendo R$ 11.473,00 em favor da S&V e R$ 7.140,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, MS Equipamentos e Assistência Técnica

Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos

para Informática Ltda., representada pela ré Lindacir Salete Faccio Giaretta.

Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta

assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era

encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e

Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda.

Com tal expediente, e ainda a combinação de propostas das

empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação

criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do

objeto no valor de R$ 18.613,00 (dezoito mil, seiscentos e treze reais), sendo R$

11.473,00 em favor da S&V e R$ 7.140,00 em favor da MS.

2º FATO

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação convite n.

fls. 176

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21/2010, para aquisição de materiais permanentes e serviços de consertos de impressoras, micros e recabeamento com colocação de pontos de rede, formatação de micros e instalação de programas, com abertura das propostas em 31/03/2010.A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas, o que denota a participação de terceiros que além de determinar a remessa de convite a estas, também o fez a empresa Líder Suprimentos de Informática Ltda.Os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo, que, dessa forma, determinou a apresentação propostas pelas duas empresas, assim, Waldelei Schmidt representou a empresa S&V, e Marcia Siepko representou a empresa MS.Para tanto, contaram ainda com o auxílio dos denunciados Lindacir Salete Faccio Giaretta e Pedro Friguilha, proprietários da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda., os quais, em comunhão de esforços, confiaram a retirada dos convites às empresas S&V/MS, bem como, entregaram a documentação de sua empresa para Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, os quais fizeram inserir proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 21.594,00 (vinte e um mil, quinhentos e noventa e quatro reais), sendo R$ 17.604,00 em favor da S&V e R$ 3.990,00 em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

fls. 177

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utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Volmir Ficcagna, MS Equipamentos e Assistência Técnica

Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e Líder Suprimentos

para Informática Ltda., representada pela ré Lindacir Salete Faccio Giaretta.

Ressalta-se, novamente, que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta

assinava a documentação da sua empresa referente a licitação que era

encaminhada, já preenchida, para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e

Volmir Ficcagna, ambos sócios da empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda.

Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame,

obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente

da adjudicação do objeto no valor de R$ 21.594,00 (vinte e um mil, quinhentos e

noventa e quatro reais), sendo R$ 17.604,00 em favor da S&V e R$ 3.990,00 em

favor da MS.

1.23. Da cidade de PRESIDENTE CASTELO BRANCO

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação convite n. 27/2010, para aquisição de aquisição de equipamentos de informática e eletrônicos para serem usados nas atividades pedagógicas realizadas nas escolas municipais, com abertura das propostas em 05/07/2010.A organização criminosa, imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo, participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas, o que denota a participação de terceiros que além de determinar a remessa de convite a estas, também o fez a empresa Proxyline Informática Ltda.

fls. 178

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Os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo, que, dessa forma, determinou a apresentação propostas pelas duas empresas, tendo Waldelei Schmidt representado a empresa S&V, e Marcia Siepko a empresa MS. Contaram ainda com o auxílio do denunciado Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda, o qual confiou a retirada dos convites às empresas S&V/MS, bem como, entregou a documentação de sua empresa para Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, os quais determinaram que o denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia fizesse inserir proposta ideologicamente falsa dessa terceira empresa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 36.158,00 (trinta e seis mil cento e cinqüenta e oito reais) em favor da S&V.Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)16, e o foi vendido por R$ 6.475,00 (seis mil, quatrocentos e setenta e cinco reais), por três vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 8.925,00 (oito mil, novecentos e vinte e cinco reais).

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

16 Ibidem.

fls. 179

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no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.,

representada pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda., representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se

que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,

tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede

física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre

ambas.

Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline

Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que

nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados

vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa

Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos têm como autor o réu

Marcelo Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da

organização criminosa.

Com a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o

caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita,

vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 36.158,00

(trinta e seis mil cento e cinqüenta e oito reais) em favor da S&V.

Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por

seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa

eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque,

tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos

reais)17, e o foi vendido por R$ 6.475,00 (seis mil, quatrocentos e setenta e cinco

reais), por três vezes, totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 8.925,00 (oito mil,

novecentos e vinte e cinco reais).

1.24. Da cidade de PALMA SOLA17 Ibidem.

fls. 180

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Consta na denúncia (aditada às fls. 5238-5241):

Tal município lançou a licitação convite n. 30/2011, para aquisição de aquisição de lousa interativa e outros equipamentos de informática para uso da Secretaria de Educação, com abertura das propostas em 05/09/2011.A organização criminosa, imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo, participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas, o que denota a participação de terceiros que além de determinar a remessa de convite a estas, também o fez a empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda.Os sócios das empresas S&V e MS já num primeiro momento fizeram afirmação falsa ao lançarem-se como empresas autônomas, quando na verdade pertencentes ao mesmo grupo, que, dessa forma, determinou a apresentação propostas pelas duas empresas, tendo Volmir Ficagna representado a empresa S&V, e Marcia Siepko a empresa MS. A fraude contou com o auxílio do denunciado Claudir Frigeri, proprietário da empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, que forneceu em branco os documentos necessários à participação de sua empresa ao denunciado Volmir Ficagna, bem como os assinou, possibilitando que, em concurso com este, Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse nos formulários proposta ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados à empresa S&V. Com a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 15.500,00 (quinze mil e quinhentos reais), destes, R$ 2.039,00 em favor da S&V, e R$ 13.461,00 em favor da MS. Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda

fls. 181

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Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)18, e o foi vendido por R$ 7.989,00 (sete mil, novecentos e oitenta e nove reais), totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 4.489,00 (quatro mil, quatrocentos e oitenta e nove reais).

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Volmir Ficcagna, MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada

pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e Somaq Assistência e Equipamentos

Ltda., representada pelo réu Claudir Frigeri.

Cumpre novamente ressaltar que Claudir Frigeri ratificou sua

participação na fraude desta licitação ao GAECO de Chapecó/SC (fls. 1779-1782).

Nesse sentido, ao analisar os arquivos existentes no notebook do réu Marcelo

Rodrigues de Gouveia, através do Ofício n. 288/ICC/2012, o Instituto Geral de

Perícias constatou que o réu possuía em seu notebook, dentre outros documentos,

três arquivos, em formato Word, onde a Positivo Informática S/A, representada por

Rodrigo Benetti Dolatto, autoriza as empresas S&V Equipamentos para Escritório

Ltda., MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. e Somaq Assistência e

Equipamentos Ltda., a revender, instalar e prestar treinamentos a empresas

privadas e públicas, inclusive à Prefeitura Municipal de Palma Sola, demonstrando

novamente a falsificação ideológica perpretada pelas empresas S&V e MS para

utilização em licitações públicas, neste caso, Palma Sola.

18 Ibidem.

fls. 182

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Com a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o

caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita,

vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 15.500,00

(quinze mil e quinhentos reais), destes, R$ 2.039,00 em favor da S&V, e R$

13.461,00 em favor da MS.

Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por

seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa

eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque,

tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos

reais)19, e o foi vendido por R$ 7.989,00 (sete mil, novecentos e oitenta e nove

reais), totalizando, apenas de sobrepreço, R$ 4.489,00 (quatro mil, quatrocentos e

oitenta e nove reais).

1.25. Da cidade de ABELARDO LUZ:

Consta na denúncia:

Tal município lançou o procedimento licitatório pregão presencial n. 24/2009, para a aquisição de equipamentos de informática para o Fundo Municipal de Assistência Social e Secretaria Municipal de Educação, com pregão no dia 13/08/2009. Visando a prática de fraude em tal licitação, a associação criminosa, por concordância de todos os seus membros, com o mesmo modus operandi antes citado, promoveu o credenciamento no certame dos denunciados Waldelei Schmidt e de Fábio Junior Ambrósio, empregado da S&V este credenciado por Márcia Siepko, o que fizeram sabendo que afetariam o caráter competitivo do procedimento licitatório, apresentando propostas de ambas empresas, previamente ajustadas.Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto

19 Ibidem.

fls. 183

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no valor de R$ 18.160,00 (dezoito mil e cento e sessenta reais), em favor da S&V.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada por Fábio Júnior Ambrósio, o qual foi credenciado para representar a

MS no certame pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas

empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista

que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo

local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.

Destaca-se, inclusive, que nesta licitação não houve prévia pesquisa

de preços para o lançamento do certame e, como se sabe, a existência de planilha

de preços nos Pregões, a par de ser exigência legal prevista no art. 3º, III, da Lei n.

10.520/02 e arts, 7º, § 2º, II e 40, § 2º, II, da Lei 8.666/93, também constitui requisito

indispensável para que o ente público tenha indicativos sólidos quanto ao impacto

do serviço para seu orçamento, impedindo, ainda, atos de dilapidação do patrimônio

público através de compras superfaturadas.

Com tal expediente, frustrou-se o caráter competitivo do certame,

obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente

da adjudicação do objeto no valor de R$ 18.160,00 (dezoito mil e cento e sessenta

reais), em favor da S&V.

1.26. Da cidade de XAVANTINA

fls. 184

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Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 07/2010, para aquisição de móveis, equipamentos de informática, equipamentos hospitalares e equipamentos eletrônicos, com pregão para o dia 02/03/2010.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt e Volmir Ficagna pela S&V e, pela MS, Márcia Siepko, Angélica Scapinello e Fábio Junior Ambrósio, estes credenciados por Marcia Siepko.Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS, frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 24.247,00 (vinte e quatro mil, duzentos e quarenta e sete reais), em favor da MS.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Waldelei Schmidt, e MS Equipamentos e Assistência Ltda., representada pelas

rés Márcia Helena Jabuonski Siepko e Angélica Scapinello e por Fabio Júnior

Ambrósio, ambos credenciados para representarem a MS no certame por Márcia.

fls. 185

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Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação

pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm

sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência

entre ambas.

Frisa-se que no documento constante de fl. 1786 do Pregão

Presencial n. 07/2010 do Município de Xavantina/SC, fica evidente a forma como

era feita a simulação de concorrência entre as empresas S&V e MS na licitação.

Assim, mediante a simulada concorrência das empresas S&V e MS,

frustrou-se o caráter competitivo do certame, e a organização criminosa obteve, de

forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de

R$ 24.247,00 (vinte e quatro mil, duzentos e quarenta e sete reais), em favor da MS.

2.27. Da cidade de NOVA ERECHIM

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação convite n. 25/2011, destinado a aquisição de lousas interativas, com abertura de propostas no dia 01/03/2012.A organização criminosa imbuída do propósito de fraudar a licitude do processo participou do certame, tendo sido convidadas as suas duas empresas, o que denota a participação de terceiros que, além de determinar a remessa de convite a estas, também o fez a empresa Proxyline Informática Ltda., conforme determinado pela associação criminosa.Neste propósito, determinou-se aos denunciados Volmir Ficagna (S&V) e Márcia Siepko (MS), que fizessem as propostas, cientes que a participação de conjunta das empresas inviabilizaria o caráter competitivo do certame, por se tratarem de empresas pertencentes ao mesmo grupo de pessoas, sempre com o intuito de obter vantagem indevida, decorrente da adjudicação das propostas. Na prática do crime, contaram ainda com o auxílio de Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda., o qual encaminhou a Waldelei Schmidt os documentos

fls. 186

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referentes à participação da sua empresa no certame, que por sua vez determinou que o denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse a proposta de preço da empresa Proxyline, que o fez, portanto, com conteúdo ideologicamente falso, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Assim, teve a organização criminosa adjudicado ilicitamente em seu favor o objeto licitado no valor de R$ 12.750,00 (doze mil, setecentos e cinqüenta reais) para a empresa S&V.Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)20, e o foi vendido por R$ 12.750,00 (doze mil, setecentos e cinqüenta reais), totalizando R$ 9.250,00 de sobrepreço.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência

fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Volmir Ficcagna, e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas

empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista

que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo

local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas.

Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline 20 Ibidem.

fls. 187

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Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que

nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados

vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa

Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos têm como autor o réu

Marcelo Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da

organização criminosa.

Assim, teve a organização criminosa adjudicado ilicitamente em seu

favor o objeto licitado no valor de R$ 12.750,00 (doze mil, setecentos e cinqüenta

reais) para a empresa S&V.

Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por

seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa

eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque,

tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos

reais)21, e o foi vendido por R$ 12.750,00 (doze mil, setecentos e cinqüenta reais),

totalizando R$ 9.250,00 de sobrepreço.

1.28. Da cidade de ÁGUA DOCE

FATO 1

Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 28/2011, para aquisição de lousas interativas, mobiliários, produtos de informática, eletrodomésticos e diversos outros bens, com pregão para o dia 13/09/2011.A organização criminosa, por determinação e com concordância da direção e de todos os sócios do grupo de empresas MS/S&V, buscou fraudar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter para si vantagem decorrente da adjudicação, cuja fraude decorreu da própria falta de concorrência por ser esta ideologicamente falsa. Neste propósito, promoveu-se o credenciamento dos denunciados

21 Ibidem.

fls. 188

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Waldelei Schmidt, representando a S&V e, Marcelo Rodrigues de Gouveia através de Marcia Siepko, também credenciada, estes representando a MS.Na prática do crime, contaram ainda com o auxílio de Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda., o qual encaminhou a Waldelei Schmidt os documentos referentes à participação da sua empresa no certame, que por sua vez determinou que o denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia inserisse a proposta de preço da empresa Proxyline, que o fez, portanto, com conteúdo ideologicamente falso, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do objeto no valor de R$ 105.090,00 (cento e cinco mil e noventa reais) em favor da S&V. Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais)22, e o foi vendido por R$ 12.689,00 (doze mil, seiscentos e oitenta e nove reais), por sete vezes, totalizando R$ 64.323,00 de sobrepreço.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a fraude consistiu na concorrência 22 Ibidem.

fls. 189

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fictícia realizada entre a S&V Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo

réu Waldelei Schmidt, MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada pela ré Márcia Helena Jabuonski Siepko e pelo réu Marcelo

Rodrigues de Gouveia, o qual foi credenciado para representar a MS no certame

por Márcia, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas

empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista

que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo

local, não tendo como falar na existência de concorrência entre ambas. Destaca-se

que o réu Marcelo Rodrigues de Gouveia é funcionário da S&V Equipamentos,

mas nesta licitação estava representando a MS Equipamentos.

Ainda, participou do referido certame a empresa Proxyline

Informática Ltda., representada pelo réu Luciano Oscar Schmidt. Denota-se que

nos arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados

vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa

Proxyline Informática Ltda. Inclusive, vários desses arquivos têm como autor o réu

Marcelo Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da

organização criminosa.

Com tal expediente e, ainda, a combinação das propostas das

empresas, frustrou-se o caráter competitivo do certame, obtendo a associação

criminosa, de forma ilícita, vantagem patrimonial decorrente da adjudicação do

objeto no valor de R$ 105.090,00 (cento e cinco mil e noventa reais) em favor da

S&V.

Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por

seus agentes acima citados, ainda elevou arbitrariamente o preço da lousa

eletrônica em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque,

tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos

reais)23, e o foi vendido por R$ 12.689,00 (doze mil, seiscentos e oitenta e nove

reais), por sete vezes, totalizando R$ 64.323,00 de sobrepreço.

FATO 223 Ibidem.

fls. 190

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Consta na denúncia:

Tal município lançou a licitação pregão presencial n. 38/2011, para a aquisição de móveis, eletrodomésticos e equipamentos, inclusive lousas interativas, para a utilização em escolas da rede municipal de ensino, com pregão para o dia 09/12/2011.Neste pregão, a associação criminosa participou no certame apenas através da empresa S&V Equipamentos para Escritório, através e Waldelei Schmidt e Marcelo Rodrigues de Gouveia, este credenciado por aquele.Para obter sucesso nessa licitação, a associação, através dos agentes acima citados, valeu-se de declaração falsa por estes produzida, segundo a qual era autorizada pela empresa Positivo em revenda, treinamento e instalação de produtos de tecnologia educacional, tudo com o objetivo de afastar demais licitantes que não teriam como apresentar tal declaração.Com tal agir, a associação criminosa teve ilicitamente adjudicado a seu favor R$ 34.799,52 (trinta e quatro mil, setecentos e noventa e nove reais e cinquenta e dois centavos), em favor da S&V. Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por seus agentes acima citados, também por assentimento e determinação de todos os sócios do grupo de empresas (MS/S&V), fraudou-se a licitação elevando-se arbitrariamente os preços das lousas eletrônicas vendidas em prejuízo da Fazenda Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), e o foi vendido por R$ 12.691,74, por duas vezes, importando em um sobrepreço total de R$ 18.383,00.

A materialidade e autoria da fraude são incontestes nesta licitação,

e sintetizam-se no sentido de que os denunciados, em quadrilha, com o objetivo de

obter para si vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, fraudaram

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o caráter competitivo da licitação (conforme detalhadamente descrito no item 1.1),

utilizando de concorrência ideologicamente falsa (conforme detalhadamente descrito

no item 1.2), com a prévia combinação das propostas das empresas representadas

(conforme detalhadamente descrito no item 1.3).

Neste procedimento licitatório, a empresa S&V Equipamentos para

Escritório Ltda., foi representada pelos réus Waldelei Schmidt e Marcelo

Rodrigues de Gouveia, o qual foi credenciado como representante da S&V no

certame por Waldelei.

A fraude ocorrida neste procedimento consistiu na utilização de

documento falso pelos representantes da empresa S&V. Cumpre registrar que o

carimbo constante na referida declaração é semelhante ao carimbo da empresa

Positivo Informática S/A que foi apreendido na sede da empresa S&V, sendo

utilizado para realização da falsificação do respectivo documento.

Ainda, no certame, o réu Caleb G. Kieling, representante da Társio

Comércio e Representações Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e

MS na fraude perpetrada na licitação tendo em vista os diversos arquivos desta

empresa no computador do réu Waldelei Schmidt, deixando claro o uso da

empresa do réu Caleb para realizarem as fraudes.

Com tal agir, a associação criminosa teve ilicitamente adjudicado a

seu favor R$ 34.799,52 (trinta e quatro mil, setecentos e noventa e nove reais e

cinquenta e dois centavos), em favor da S&V.

Além de se fraudar a competitividade, a organização criminosa, por

seus agentes acima citados, também por assentimento e determinação de todos os

sócios do grupo de empresas (MS/S&V), fraudou-se a licitação elevando-se

arbitrariamente os preços das lousas eletrônicas vendidas em prejuízo da Fazenda

Pública, i.e., do referido município. Isto porque, tal bem tinha preço de mercado em

torno de R$ 3.500,00 (três mil e quinhentos reais), e o foi vendido por R$ 12.691,74,

por duas vezes, importando em um sobrepreço total de R$ 18.383,00.

2. DOS CRIMES PREVISTOS NO ART. 90, CAPUT E ART. 96,

fls. 192

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INCISO I, AMBOS DA LEI N. 8.666/93:

Como demonstrado supra, os 28 (vinte e oito) municípios onde

ocorreram os fatos narrados apresentaram ilicitudes em procedimentos licitatórios,

sendo que o Parquet ofereceu denúncia pela prática dos delitos previstos nos arts.

90, caput, e 96, inciso I, da Lei de Licitações (nº 8.666/93).

De fato, as condutas narradas se adequam ao tipo, sendo que o art.

90, caput, da Lei nº 8.666/93 prevê, in verbis:

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação;Pena detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Frise-se que o preceito penal incriminador contido no artigo 90 da

Lei n. 8.666/93 tem como sujeito ativo tanto o particular licitante quanto o agente

público, este quando intervier nas fases interna ou externa da licitação24.

Já no que toca às elementares do tipo penal em análise, extrai-se

dos comentários de Guilherme de Souza Nucci25 sobre a conduta nuclear:

Análise do núcleo do tipo: frustrar (malograr, não alcançar o objetivo esperado) ou fraudar (enganar, burlar) são condutas mistas alternativas, cujo objeto é o caráter competitivo do procedimento licitatório. O tipo prevê que frustração ou fraude se dê por ajuste (pacto), combinação (acordo) ou qualquer outro expediente (instrumento para alcançar determinado fim). Entretanto, não vemos sentido prático para tanto. O importante é eliminar a competição ou promover uma ilusória competição entre participantes da licitação por qualquer mecanismo, pouco importando ter havido ajuste ou combinação (aliás, termos sinônimos). [...]

24 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 16 ed. São Paulo: RT, 2014, p. 1177, com citação de jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.25 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 6 ed. São Paulo: RT, 2012, p. 406-407.

fls. 193

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Elemento subjetivo: é o dolo. Exige-se o elemento subjetivo específico, consistente no 'intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação'. Não há forma culposa.

Linhas após, o referido jurista26 classifica o tipo penal em exame:

"Classificação: [...] formal (não exige resultado

naturalístico para a consumação, consistente em efetivo

prejuízo para a Administração, nem tampouco se demanda a

obtenção de vantagem ao agente) [...]".

Com a mesma leitura, tem-se os dizeres de Marçal Justen Filho27:

[...] A segunda modalidade (fraudar) envolve o ardil pela qual o sujeito impede a eficácia da competição. A Lei refere-se expressamente ao ajuste ou combinação. Normalmente, essa hipótese concretiza-se quando diversos licitantes arranjam acordo para determinar a vitória de um deles. Porém, são criminalmente reprováveis também acordos "parciais", nos quais os licitantes estabeleçam condições "paralelas" às previstas no ato convocatório. Não é necessário que haja frustração ou fraude que comprometa a eficácia total da licitação. É suficiente que alguns dos aspectos do certame sejam atingidos. O crime aperfeiçoa-se inclusive quando o acordo se destina a excluir da disputa participantes potenciais e inexistir uma definição prévia sobre qual dos concertantes será o vencedor. [...].

Colhe-se da jurisprudência:

PENAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME DA LEI DE LICITAÇÕES. ART. 90 DA LEI N. 8.666/93. FRAUDE EM PROCESSO LICITATÓRIO. AUTORIA E MATERIALIDADE. DOLO. PENA DE MULTA. ART. 99 DA LEI N. 8.666/93. PENA PECUNIÁRIA SUBSTITUTIVA. COMPROVAÇÃO DAS CONDIÇÕES ECONÔMICAS DO RÉU. 1. Restando a materialidade e a autoria dos fatos

26 NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 6 ed. São Paulo: RT, 2012, p. 407.27 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 16 ed. São Paulo: RT, 2014, p. 1178.

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descritos na denúncia adequada e suficientemente comprovada por elementos de convicção produzidos no âmbito da instrução judicial, sob o crivo do contraditório, restam condenados os réus pela prática de crime da lei de licitações, nos termos do art. 90 da Lei n. 8.666/93. 2. O dolo do delito insculpido no art. 90 da Lei n. 8.666/93 é genérico, consistente na vontade livre e consciente de utilizar-se de expediente para fraudar o caráter competitivo do procedimento licitatório, o que claramente é a situação dos autos. 3. O delito previsto no art. 90 da Lei 8.666/93 se consuma com a frustração ou fraude ao caráter competitivo do certame, sendo o prejuízo econômico à Fazenda Pública mero exaurimento do tipo. Precedentes. 4. A pena de multa, prevista no art. 99 da Lei n. 8.666/93, tem como parâmetro mínimo o valor do contrato objeto do procedimento licitatório, o que foi corretamente observado pelo juízo singular. 5. A comprovação da insuficiência econômica para o adimplemento da pena de multa e da pena pecuniária substitutiva, visando a redução do apenamento imposto, é ônus do réu (art. 156 do CPP). (TRF-4 - ACR: 50042594920114047200 SC 5004259-49.2011.404.7200, Relator: LUIZ CARLOS CANALLI, Data de Julgamento: 05/11/2013, SÉTIMA TURMA, Data de Publicação: D.E. 07/11/2013).

[...] A violação ao princípio da publicidade (art. 37 da CF) implica a frustração ao caráter competitivo da licitação, ante a impossibilidade de apresentação de propostas por mais pessoas em razão do desconhecimento do edital. 2. Não obstante a Administração Municipal seja conduzida pelo Alcaide com o auxílio inarredável de uma equipe técnica, especialmente nos casos de licitações, em que existe uma comissão nomeada para esse trabalho específico, a homologação é feita pelo Prefeito, que se torna responsável pelos atos praticados. 3. O crime previsto no artigo 90 da Lei nº 8.666/93 é formal, ou seja, não exige efetivo prejuízo à Administração como consequência de resultado naturalístico,

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tampouco se demanda a obtenção da vantagem ao agente, pois a tutela circunda a moralidade pública, assegurando o caráter competitivo do procedimento licitatório, como princípio específico insculpido na seara das licitações e contratos. 4. Nos termos do art. 45, § 3º, do Código Penal, o serviço a ser prestado pelo condenado deve obedecer "à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação", ou seja, 7 (sete) horas semanais. (TJPR 7955164 PR 795516-4 (Acórdão), Relator: José Maurício Pinto de Almeida, Data de Julgamento: 01/03/2012, 2ª Câmara Criminal).

Conforme depreende-se, os demandados pouco caso fizeram dos

princípios da Administração Pública, desrespeitando a legalidade, a impessoalidade,

a eficiência, a moralidade e a lealdade às instituições, diante da perpetração de atos

fraudulentos em detrimento do interesse público, e visando a satisfação de seus

interesses espúrios.

Frente a tais circunstâncias, após a instrução da presente Ação

Penal, ficou incontestável que as empresas S&V e MS, mediante fraude, realizavam

uma falsa concorrência, já que as propostas de preços apresentadas pela maioria

das empresas "concorrentes" participantes das licitações tinham a mesma origem,

logrando êxito em adjudicar os objetos de todos os certames de que participaram na

região e, invariavelmente, vendendo seus produtos aos órgãos públicos por preços

muito superiores aos de mercado.

Nesse sentido, o art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93, tipifica tal

conduta como crime:

Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:I elevando arbitrariamente os preços; [...].

Acerca de mencionado delito, leciona Guilherme de Souza Nucci28:

[...] fraudar (enganar, ludibriar, lesar por meio de engodo) é a conduta, cujo objeto é a

28 in Leis Penais e Processuais Penais Comentadas. Vol. 1. 8ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.

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licitação ou o contrato dela decorrente. Exige-se prejuízo para a Fazenda Pública e cuida-se de tipo vinculado, pois são descritas, nos incisos, as maneiras pelas quais a licitação ou o contrato pode ser frustrado [...].

Nesse sentido, restou fartamente comprovado que o esquema de

fraudes às licitações era composto, principalmente, pelas empresas S&V

Equipamentos para Informática Ltda e MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda

ME, esta última criada pelos proprietários daquela a fim de garantir a homogenia

nos procedimentos licitatórios de que participavam, modo pelo qual asseguravam a

adjudicação do objeto, contando, em algumas vezes, com o auxílio de servidores

públicos dos municípios envolvidos.

Na prática, tais empresas contaram também com o auxílio de

diversas outras empresas do ramo de informática, as quais, ora forneciam os

documentos necessários à participação nos certames, a fim de que os

representantes das empresas S&V e MS os preenchessem segundo seus

interesses, ora apresentavam propostas apenas meramente formais, visando

sempre fraudar os certames, e assim, assegurar a adjudicação dos objetos em seu

benefício.

Em que pese não ser objeto direto da presente ação penal,

importante destacar, e entender, como a Empresa POSITIVO mapeava as licitações

das regiões para fins de cadastramento de um único representante apto a participar

dos certames, neste caso, as empresas S&V e MS.

O Sr. Paulo Roberto Marchine, gerente nacional de vendas da

Positivo, "mapeava" a licitação para a respectiva empresa ganhar, inibindo ou

mesmo proibindo as demais concorrentes que vendem equipamentos fornecidos

pela empresa Positivo Informática de participarem do certame, coagindo-a sob pena

de "descredenciamento e perda de login" (fl. 525), conforme se extrai de vários

trechos da interceptação telefônica realizada:

Áudio 18 do Relatório de Interceptação n. 02.Rodrigo (Positivo) fala com Waldelei (S&V de Chapecó), este orienta Rodrigo que a Revenda Compu Jovem de Porto Alegre

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não pode entrar no edital de Ipiranga do Sul/RS, que lá já está "reservado". Rodrigo diz que vai mandar um e-mail para eles. Waldelei diz que estão proibidos de participar do Edital do dia 28 (eventualmente deste mês de março), explica que fizeram quatro demonstrações para as escolas, eles não podem estragar o negócio, que foi um trabalho já feito [...].

Áudio 20 do Relatório de Interceptação n. 02.Waldelei conversa novamente com Lúcio (Positivo) a respeito da empresa COMPU JOVEM participar da licitação de Itapiranga do Sul/RS; Lúcio diz que já falou com o Paulo (Paulo Roberto Machine) e se a empresa participar e ganhar, eles não irão fornecer o material. Waldelei diz que é melhor eles falarem com a empresa antes de ela participar. Lúcio diz que não tem o que fazer, diz que eles não podem impedir a empresa de participar. Waldelei diz que é questão de parceria. Lúcio diz que já conversou com Paulo e Waldelei pode ficar tranquilo.

Áudio 21 do Relatório de Interceptação n. 02.Waldelei conversa com Rodrigo (Positivo), falam sobre negócios, no minuto 07:50 Rodrigo diz - "lá da Compu Jovem, já falei que não é para participar né, que já está mapeado". Waldelei - "e ele? O ele falou daí?". Rodrigo - "não, ele tava falando: não eu achava que era só uma venda simples" Rodrigo diz ainda - "não, política de revenda é isso eu falei, você tem que mapear antes o negócio porque muitas vezes foi trabalhado já por uma revenda minha, aí ele: ah então tá, aí ficou de ver com a gerente dele e me dar um retorno" Waldelei - "tá, mas daí você vê isso aí para ficar uma coisa certa né, daí tipo amanhã tu cobra ele de novo".

Áudio 22 do Relatório de Interceptação n. 02.Waldelei e Rodrigo voltam a conversar [...] no minuto 06:00 Waldelei diz - "... e liga lá na Compu Jovem amanhã e diz pra ele não entrar naquele edital, diz óh, não pode entrar, se entrar nós não vamos entregar pra vocês (mercadoria), e nós vamos descredenciar vocês".

Áudio analisado no dia 27/06/2012, às 14h16min25s, do Relatório de Interceptação n. 05[...] Waldelei diz: "Aquele material ali a gente tem exclusividade,... Então se nós monta uns editais, se você monta outros editais aí, não vai ter outros produtos que fecha"; [...] Waldelei diz: "Eu mapeio lá com eles (empresa POSITIVO)." Waldelei diz que tem exclusividade nos três

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Estados do sul, para revender este material, e como Waldelei tem "acesso com eles" (POSITIVO) bem tranquilo, ele só tem que fazer o mapeamento para ninguém se atravessar no negócio. [...] Waldelei diz: "Pode ser até que tenha do escolar, mas só que se você levantou o negócio lá no órgão, eu faço o mapeamento lá dentro e fica pra nós, daí não entre esse revendedor deles". Waldelei diz que tem que fazer o mapeamento porque se outro revendedor entrar no negócio, eles (empresa POSITIVO) vão dizer que já está mapeado para a S&V e não deixarão outro revendedor entrar.

De fato, o comportamento da empresa Positivo nas questões que

cercavam procedimentos licitatórios em todo país, notadamente em Santa Catarina,

acabou por desencadear até mesmo intervenção do CADE (Conselho Administrativo

de Defesa Econômica) para investigar a prática de cartel no mercado de venda de

equipamentos de informática, conforme se extrai em notícia veiculada na WEB29:

Superintendência abre processo para investigar

cartel no mercado de equipamentos de

informática

Irregularidades seriam na compra de desktops,

notebooks e tablets, entre outros

A Superintendência-Geral do Conselho

Administrativo de Defesa Econômica Cade

instaurou, nesta quinta-feira (23/07), processo

administrativo (PA 08700.008098/2014-71) para

apurar supostas condutas anticompetitivas em

licitações para aquisição de equipamentos e

materiais de informática. Entre os equipamentos

estão desktops, notebooks, tablets, lousas

interativas e projetores.

Estão sendo investigadas as empresas Caleb G.

29 (http://www.cade.gov.br/noticias/superintendencia-abre-processo-para-investigar-cartel-no-mercado-de-equipamentos-de-informática).

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Kieling & Cia. Ltda., Enge Áudio Comércio e

Sonorização Ltda. ME, I 9 Soluções em

Tecnologia e Informática Ltda. ME, Líder

Suprimentos para Informática Ltda., MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

Multicomp Informática Ltda., Positivo

Informática S/A, Proxyline Informática Ltda.,

S&V Equipamentos para Escritório Ltda., Somaq

Assistência e Equipamentos Ltda., além de 18

pessoas físicas.

A investigação teve início a partir de

documentos remetidos ao Cade em junho de 2014,

referentes à “Operação Licitação Mapeada”,

conduzida pelo Ministério Público do Estado de

Santa Catarina.

  A Superintendência apurou indícios de que a política nacional de vendas da Positivo Informática poderia gerar efeitos anticompetitivos especialmente em licitações para aquisição de equipamentos e materiais de informática. A ação incluiria uma divisão geográfica de mercado associada a um mapeamento e reserva de oportunidades, por meio da qual a Positivo concederia uma autorização para determinado revendedor participar de uma licitação e impediria que aqueles não autorizados estivessem em concorrências reservadas para outros revendedores.   Os que não cumprissem este tipo de acordo tinham recusado o fornecimento de produtos, entre outras punições. Como a Positivo participava diretamente de licitações concorrendo, portanto, com seus revendedores , há indícios de que tal política criaria dificuldades a concorrentes ou conluios entre

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eles.  A Positivo ainda teria centralizado e repassado informações comerciais sensíveis entre revendedores, influenciando a adoção de condutas uniformes entre concorrentes. Alguns deles, que supostamente exigiriam proteção ao revendedor mapeado para determinada licitação, também são investigados, como a S&V, revendedora da Positivo em Santa Catarina.  Atuação regional  A Superintendência-Geral do Cade também encontrou indícios robustos de cartel em licitações destinadas à aquisição de equipamentos e materiais de informática nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Previamente às concorrências, as empresas S&V, revendedora da Positivo na região, e MS fechariam acordo com as firmas Líder, Proxyline, Somaq e Caleb Ltda. As empresas combinavam quem cederia, quem participaria das licitações ou quem daria cobertura àquela previamente designada para vencer o certame. O objetivo era falsear e restringir a livre concorrência e simular uma competição que de fato não existia entre elas.

Com a instauração do processo administrativo, os acusados serão notificados para apresentar defesa. Ao final da instrução processual, a Superintendência-Geral opinará pela condenação ou arquivamento e remeterá o caso para julgamento pelo Tribunal Administrativo do Cade, responsável pela decisão final. (grifou-se).

Ainda, o mapeamento das licitações é de maneira inconteste

demonstrado por meio da interceptação telefônica e da quebra de dados

telemáticos, na qual, dentre tantos elementos incriminadores, viu-se que a empresa

Positivo Informática cancelou o "login e senha" da empresa Targettech, após esta tê-

la "desafiado", e concorrido com a Empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda

em licitação ocorrida em abril de 2012 no Município de São Lourenço do Oeste/SC;

inclusive, em relação a tal certame, o representante da empresa Positivo confirmou

por e-mail ao sócio da empresa Targettech, que o login e senha da sua empresa

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haviam sido cancelados devido ao não cumprimento das regras impostas pela

Positivo para participação em licitações (fl. 530):

From: Paulo Roberto Marchine[...]Caro Leandro,Sua empresa foi retirada do programa Positivo Revendas por ter participado de uma licitação na Prefeitura Municipal de São Lourenço do Oeste sem autorização da Positivo. [...] A pena para os revendedores que participarem sem autorização, é a exclusão do Programa.Essa decisão é irrevogável.Obrigado.

Da mesma forma, extrai-se da interceptação telefônica:

Áudio 59 do Relatório de Interceptação n. 04.Paulo Marchine liga para Rodrigo e diz que "tem um revendedor em Santa Catarina que participou de uma licitação em São Lourenço do Oeste, mas ele não poderia ter participado dessa licitação, até porque a gente nem queria que ele fosse revendedor, porque ele tá naquela área do Waldelei, que tem aquela área de Chapecó, mas, enfim, ele foi, o Waldelei ganhou uma parte da licitação e ele ganhou outra [...] ai teve a licitação em São Lourenço do Oeste, dai o Waldelei falou "ah, foi lá aquele cara!". Eu to te falando isso porque a gente tenta segurar de um lado e segurar do outro, mas tem coisa que a gente não está o tempo todo." Rodrigo diz "é difícil, né, eu mesmo, eu direciono tudo, o Waldelei sabe disso, o que é da região dele, eu mando pra ele lá, só que às vezes o cliente passa uma outra informação [...] (fl. 531).

Áudio 62 do Relatório de Interceptação n. 04.Sérgio, sócio de Waldelei, fala com Paulo Marchine, reclamando a respeito do acontecido na licitação do Município de São Lourenço do Oeste. Diz que a empresa Positivo não cumpre com o que falam. Sérgio diz que fazem trabalhos para a "coisa" acontecer. [...] Sérgio quer que a pessoa que "cometeu esse erro", pague por ele. Paulo diz que vão resolver essa situação internamente e que já conversou com Waldelei e que, em termos financeiros, eles (a empresa Positivo) conseguem reparar.

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Áudio 67 do Relatório de Interceptação n. 04.Leandro Carniel, da Targettech, liga para Paulo Roberto Marchine dizendo que teve um caso em que houve uma licitação, onde estava mapeado para uma revenda, Leandro não sabia e participou. Leandro diz que seu cadastro está bloqueado e pede se teria alguma maneira de desbloquearem. Paulo diz "nenhuma, nenhuma... Você inclusive entregou lá as máquinas da Prefeitura de São Lourenço, não entregou?" Leandro diz "ainda não". Paulo diz "não, mas vai entregar, não vai?" Leandro diz que sim. Paulo diz "comprou através da I9, não comprou?" Leandro diz "sim". Paulo diz "então, cara, é uma coisa errada atrás da outra.... Você entrou e não podia entrar... Ganhou e não podia ter comprado... Usou um outro revendedor para comprar..." [...] Paulo diz "o correto é o seguinte, só entra na licitação quem for autorizado a entrar. E quem não foi autorizado, se estiver no programa é excluído, se não estiver no programa não há nada que a gente possa fazer. Mas se estiver no programa é excluído automaticamente. [...].

Corroborando o estratagema muito bem aderido pelos réus,

destacam-se os depoimentos testemunhais de Leandro Carniel e do Sr. Cláudio

Menezes Vieira, Delegado de Polícia lotado no GAECO de Chapecó, prestados em

juízo, respectivamente, abaixo (fl. 5674):

Leandro Carniel: [...]Ministério Público: O senhor recorda se havia alguma proibição do fornecedor para que o senhor participasse dessa licitação, houve algum problema do senhor com a empresa pra tentar continuar participando da licitação? Testemunha: Naquele momento?Ministério Público: Sim.Testemunha: Não, não houve.Ministério Público: E em outras licitações envolvendo a S&V?Testemunha: Quando era mapeado sim, pra qualquer empresa, quem mapeasse primeiro ficava com a licitação.Ministério Público: Como é que funcionava esse mapeamento que o senhor menciona? Testemunha: Quem soubesse por exemplo do que fosse publicado no edital antes, eles mandavam

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pra empresa, aí eles mapeavam por área, no caso a licitação, o pregão.Ministério Público: Certo, aí as outras pessoas não poderiam participar? Testemunha: Não, só um.Ministério Público: Qual empresa que normalmente era favorecida com esse mapeamento da Positivo? Testemunha: Quem chegava primeiro, no caso.Ministério Público: Mas o que que o senhor verificou das licitações que o senhor participou, por exemplo em Erechim e assim por diante? Testemunha: Lá foi no caso a S&V.Ministério Público: Certo, aconteceu isso também na cidade de Itá pra sessenta netbooks da Secretaria de Educação? Testemunha: Sim. Ministério Público: Também 'tava' mapeado? Testemunha: Sim. Ministério Público: Pra qual empresa? Testemunha: S&V.Ministério Público: Daí o senhor teve que desistir da licitação por isso? Testemunha: Sim.[...].

Cláudio Menezes Vieira: [...]Ministério Público: Certo, antes mesmo de entrar nessa questão da fraude, o senhor recorda se essa testemunha explicou sobre um processo de mapeamento de licitação e como é que funcionava esse processo? Testemunha: Explicou, no caso ali a Positivo Informática Limitada ela tem um procedimento de mapeamento de quem pode participar das licitações, inclusive foi relatado pela testemunha, posteriormente, através, que essa investigação teve interceptação telefônica, interceptação telemática, teve busca e apreensão, teve a análise de algum dos computadores apreendidos ali, então a testemunha teve um relato dessa questão, inclusive na interceptação telefônica a gente pegou essa questão de algumas conversas ali de integrantes da S&V falando com funcionários da

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Positivo, pedindo pra mapear licitações e no próprio computador do Waldelei ou do Marcelo, não me recordo, eu acho que até nos dois tinha ali, acho que mais do Waldelei, tinha os pedidos de mapeamento de licitação direcionados pra Positivo que tinham sido preenchidos com dado da licitação, no qual a Positivo quando recebia esse pedido de mapeamento então proibia outras empresas de participar daquela licitação que foi pedido o mapeamento, a S&V então ali segundo o que foi apurado também tinha uma área de atuação, no oeste, Santa Catarina, mais ali nessas licitações e ela então uma vez que fazia esse pedido lá, tinha essa, a Positivo não dava essa autorização pras demais participarem então 'né', inclusive faz parte das regras desse mapeamento da Positivo que a empresa que revende produtos da Positivo tem que pedir essa autorização pra Positivo antes de ingressar na licitação, inclusive a testemunha, o Leandro Carniel, ele chegou a ser excluído do programa da Positivo, tem um e-mail que foi juntado nos autos ali da Positivo dizendo que ele foi excluído porque não seguiu aquelas regras, teve uma licitação no oeste aqui de Santa Catarina que ele participou e não pediu a autorização antes e teve esse e-mail então juntado nos autos, tá no relatório número sete também de informação, essa descrição toda dessa exclusão dele desse programa da Positivo, quem quisesse participar das licitações tinha que se inscrever anteriormente.[...].

Destaca-se que durante a análise da interceptação telefônica, fica

claro que Waldelei Schmidt e demais réus utilizavam-se das empresas S&V e MS,

de forma sistemática e reiterada, para fraudarem os procedimentos licitatórios

previamente mapeados pela Empresa POSITIVO, conforme seguintes trechos

extraídos dos Relatórios de Interceptação n. 04 e 06 (fl. 509/1002):

Áudio 23 do Relatório de Interceptação n. 04:

TRANSCRIÇÃO: Waldelei liga para Marcelo (da S&V) [...] Waldelei diz que vai ele e Angélica ou outra pessoa, mas que

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vão com a S&V e a MS. Marcelo diz "mas é tomada de preço, o que vai adiantar ir com os dois?" Waldelei diz "mas é cinco por cento né, se o cara ficar em segundo lugar com cinco por cento..." Marcelo diz "mas vai com a MS, então!!". Waldelei diz "não, não, não posso ir com a MS, tenho que ganhar com a S&V, por causa do imposto, por causa do PIS e COFINS". [...] Waldelei diz que amanhã vão com a S&V e a MS. Angélica diz "Wande, mas é tomada de preço, não precisa ir com as duas". Waldelei diz "mas é aquele negócio de cinco por cento". Angélica diz "mas então vai pela MS!". Waldelei diz que não pode ir com a MS, que tem que ganhar pela S&V. Angélica diz "então o que que adianta ser o menor valor, o menor valor vai ter que ser pela S&V". Waldelei diz "se ficar cinco por cento, eu não dou lance, daí eu não baixo, porque é tomada de preço".

Áudio 23 do Relatório de Interceptação n. 06:

Rodrigo (da "I9" Mato Grosso do Sul) fala com Rodrigo (POSITIVO Curitiba) o qual fala que Waldelei foi preso; Rodrigo ("I9") pergunta o porquê; Rodrigo (POSITIVO): "pelo super faturamento que ele faz com os locos lá das prefeituras eu acho né meu, só pode né, diz que o tribunal de contas alguma coisa, e acho que a... porque ele molhava a mão de alguns lá né... não sei não se não caiu a casa [...]

Áudio 31 do Relatório de Interceptação n. 06:[...] Vicente (POSITIVO) pede se o problema é Sérgio e Waldelei ter duas empresas (S&V e MS); Sérgio Siepko diz que sim que alegam que uma dava cobertura para outra, diz que uma é do lucro real e outra é do simples, que acha que não é ilegal; Vicente pede se entravam com as duas na mesma licitação; Sérgio diz que tinha casos que sim, Vicente diz que isso é ilegal [...].

Nesse contexto, fundamental destacar que para a configuração dos

crimes imputados, resta indiferente a modalidade prevista pelo procedimento

licitatório (convite ou pregão), pois em ambos a competitividade é fictícia, e

previamente entabulada por fraude.

Salienta-se que uma das formas de operacionalização da fraude nos

procedimentos licitatórios pelas empresas investigadas, era a utilização de Marcelo

fls. 206

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Rodrigues de Gouveia e Angélica Scapinello, funcionários da empresa S&V30,

para representar tanto a S&V quanto a MS nos procedimentos licitatórios.

Em conformidade com tal informação, extrai-se das declarações de

Leandro Carniel prestadas ao GAECO de Chapecó/SC (fls. 159-162):

[...] que na ocasião, além do declarante estavam também no local Marcelo Rodrigues Gouveia e Angelica Scapinello, os quais estavam representando as empresas S&V Equipamentos e MS Equipamentos, não sabendo exatamente qual empresa cada um destes estava representando; Que recorda que naquela ocasião no momento de rubricar os documentos do credenciamento, verificou que a Sra. Angélica passou a fazer uma defesa ostensiva dos interesses da empresa concorrente e da mesma forma ocorrendo em relação a Marcelo Rodrigues, onde a relação de emprego ou jurídica era trocada; Que constatou tal fato ao observar a cópia da carteira de trabalho de Marcelo e Angélica as quais estavam anexadas no procedimento licitatório [...].

Em juízo, Leandro reiterou (mídia de fl. 5674):

[...] Ministério Público: Certo e na continuação desse processo, não recorda exatamente dessa licitação em que tava participando a S&V e a MS. Testemunha: Correto.Ministério Público: O senhor recorda dessa licitação? Testemunha: Das duas empresas?Ministério Público: Isso. Testemunha: Sim.Ministério Público: O senhor recorda quais as pessoas que 'tavam' lá nessa ocasião?Testemunha: Tinha uma moça e um rapaz, eu não lembro o nome deles agora de cabeça.Ministério Público: Mas eles 'tavam' representando essas duas empresas?Testemunha: Certo, sim. [...]

30 Fls. 556-557.

fls. 207

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Ministério Público: O senhor recorda se nessa licitação, o senhor disse que tinha um rapaz e uma moça presente, se em algum momento uma dessas pessoas cadastradas começou a fazer a defesa de outra das empresas que 'tavam' concorrendo?Testemunha: Mas eles não participavam dos mesmos itens ali se eu não me engano.Ministério Público: tá, eu vou repetir a pergunta. Testemunha: tá.Ministério Público: O senhor recorda se a Angélica, que representava uma das empresas [...] Testemunha: Correto. [...]Ministério Público: Dentre os réus que estavam, que o senhor viu aqui fora, que estavam aqui na outra audiência, o senhor conseguia reconhecer aqueles dois funcionários que estavam presentes, o Marcelo e a Angélica?Testemunha: Sim.Ministério Público: Eram as pessoas que estavam lá em Cordilheira?Testemunha: É, eram Marcelo e Angélica, era.Ministério Público: Certo, sem mais perguntas.

Da mesma forma, colhe-se do depoimento de Fábio Júnior

Ambrósio, Gerente Comercial da Empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.

filial de Xanxerê (fls. 841-842):

[...] Waldelei trabalha especificamente na área de licitações; Waldelei também tem funcionários que trabalham com ele, lembrando o declarante o nome de Marcelo Gouveia e Angélica Scapinello; Waldelei é quem participa das sessões de licitação, ocasião em que vendem lousas interativa, computadores, sistemas eletrônicos, dentre outros; [...] o declarante tem conhecimento de que as empresas S&V e MS participam juntos de licitações; Angelica Scapinello cuida da parte financeira da empresa, incluindo faturamento, secretária, agendamento de assistência técnica, dentre outras funções; o declarante já participou de licitações em que estavam presentes

fls. 208

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representantes da S&V e MS [...].

Outra forma de viabilizar a empreitada criminosa por parte dos réus,

foi a utilização de um funcionário público do Município de Cordilheira Alta, o também

réu Clóvis Fidélis Grando, fato devidamente apurado pelo GAECO e comprovado

através dos relatos testemunhais.

Ressalta-se que referido réu, traindo a qualidade de servidor

público, cônscio da ilicitude de sua conduta, auxiliava decisivamente os sócios e

funcionários das empresas S&V e MS (também réus da presente ação), a

realizarem as fraudes no Município de Cordilheira Alta, valendo-se do cargo de

Secretário de Administração do Município à época.

Nesse sentido, colhe-se o depoimento de Afrânio Gallon, prestado

ao GAECO de Chapecó (fls. 898-900):

[...] quando começou a trabalhar nas licitações, o declarante percebeu que ninguém efetivamente participava das licitações, ou seja, não havia sessão de julgamento das licitações; o declarante recebia os envelopes, protocolizava e levava para a sala do Clóvis Fidélis Grando (Secretário de Administração e Finanças), e lá eram resolvidas as licitações, sem mais ninguém da prefeitura acompanhar; apenas os empresários ficavam dentro da sala com Clóvis; [...] com o tempo, alguns funcionários da comissão de licitação começaram a cobrar do declarante o motivo de não serem convidados para estar presentes no momento da sessão de julgamento, já que, afinal de contas, assinavam ao final as atas; no mês de dezembro de 2011 houve quatro licitações, numa média de quatro licitações por mês [...].

Nessa sequência, Leandro Carniel declarou (fls. 159-162):

[...] o declarante esclarece que teve dificuldades para se credenciar no referido procedimento licitatório no Município de Cordilheira Alta, sendo que inicialmente Clóvis não queria fornecer o edital, e inclusive em

fls. 209

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uma oportunidade o declarante esteve na Prefeitura de Cordilheira Alta, solicitando cópia do edital e Clóvis disse que o "servidor" estava com problema e pediu que o declarante voltasse em outra data; Que o declarante solicitou a Clóvis que lhe mandasse o edital por e-mail, mas Clóvis disse que não seria possível; [...] Que na data marcada para a continuidade da licitação, o declarante retornou à Prefeitura de Cordilheira Alta; Que o pregoeiro era o Secretário de Administração de nome Clóvis; Que na ocasião, além do declarante estavam também no local Marcelo Rodrigues Gouveia e Angelica Scapinello, os quais estavam representando as empresas S&V Equipamentos e MS Equipamentos, não sabendo exatamente qual empresa cada um destes estava representando [...].

Em conformidade com estas informações, Marcelo Adolfo

Franzosi, testemunha de defesa, afirmou, em juízo, que Clóvis era o responsável

pelos convites das licitações do Município de Cordilheira Alta (mídia de fl. 5.479):

[...]Ministério Público: Então pelo que consta aqui da denúncia seu Marcelo, essas empresas que eu falei pro senhor que tinha esse esquema de tá uma no nome da mulher, outra no nome dos maridos, elas teriam participado pela primeira vez de um procedimento licitatório em Cordilheira Alta no pregão, esse que o Doutor teria mencionado, pregão dezenove de dois mil e nove, certo, então vendo o procedimento pela praxe da prefeitura, pelo fato delas terem participado desse pregão em dois mil e nove e ter ganhado que elas teriam sido convidadas a participar do convite zero, sete de dois mil e onze, seria mais ou menos por isso?Testemunha: É, o convite ele era feito aleatoriamente com as empresas cadastradas e atualizadas no sistema.Ministério Público: Como é que funcionava essa aleatoriedade? Como é que se estabelecia esse fator aleatório pra [...]Testemunha: Não sei responder, essa pergunta

fls. 210

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não sei responder.Ministério Público: O senhor falou que o convite é aleatório?Testemunha: É, com os cadastros atualizados no sistema.Ministério Público: Certo, como é que se definia esse, era um sorteio, era um programa de computador, alguém que fazia?Testemunha: Não sei responder, não sei responder.Ministério Público: Isso não ficava com o senhor?Testemunha: Não era a minha...Ministério Público: O senhor sabe quem que era o responsável por isso?Testemunha: Era o Clóvis 'né'.Ministério Público: O Clóvis que era responsável por esse sorteio[...]

Com estas formas de operacionalização, dentre outras, salienta-se

que através das fraudes nos procedimentos licitatórios, os réus lograram êxito em

vender equipamentos de informática e escritório para os órgãos públicos por preços

superiores aos valores de mercado (mero exaurimento para fins penais), causando,

desta forma, evidente prejuízo ao erário dos municípios catarinenses indicados

nesta ação penal (art. 96, inciso I, da Lei 8.666/93).

Destaca-se, inclusive, trechos dos depoimentos prestados por

Leandro Carniel no GAECO de Chapecó e ratificado em juízo (fls. 159-162, mídia

de fl. 5674):

[...] que o declarante soube que a empresa S&V ou MS ganhou uma licitação para fornecimento de lousas interativas pelo valor de R$ 12.700,00 (doze mil e setecentos reais), sendo que o declarante esclarece que o custo médio de uma lousa sem projetor para o fornecedor gira em torno de R$ 3.500,00 a R$ 4.000,00, sendo que os modelos mais modernos custam em torno de R$ 7.000,00 (sete mil reais), esclarecendo que estas mais modernas vêm inclusive com projetor; [...]

[...]

fls. 211

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Ministério Público: E no município de Concórdia, pra lousas interativas, o senhor recorda dessa licitação? Testemunha: Não, essa eu não lembro de ter participado.Ministério Público: Venda de lousas? Testemunha: (gesticulou negativamente)Ministério Público: Venda de lousas que elas foram vendidas por doze mil e setecentos reais na época. Testemunha: Não lembro.Ministério Público: O senhor tem conhecimento do valor que custava uma lousa eletrônica na época? Testemunha: Girava em torno de três mil e quinhentos reais, fora o treinamento.Ministério Público: E o treinamento, o que que[...] Testemunha: Depende as horas.Ministério Público: Mas o que que poderia custar um treinamento? Testemunha: Depende as horas e a quantidade de pessoas, eu não sei como é que eles cobravam, a empresa que prestava, eu tentei fazer um treinamento uma vez, eles me cobraram cinco mil reais, uma empresa de Minas Gerais, pra um funcionário, paguei e não foi feitoMinistério Público: Em dez lousas então ia custar, ia sair quinhentos pra cada uma aproximadamente? Testemunha: Eu acho que depende das horas, eu não sei como é que as empresas cobram, se é um chamado, como é que funciona, cada um acho que usa uma política diferente.[...]

Acerca dos preços das lousas interativas à época dos fatos, a Sra.

Jussara Isabel Tumelero, sócia-proprietária da empresa "Intercultural Ltda." e

cliente da Empresa S&V, ao ser ouvida pelo GAECO de Chapecó, relatou que (fls.

909-910):

[...] a empresa da declarante é detentora de franquia da escola de idiomas Yázigi; QUE, indagado à declarante se na data de 24 de

fls. 212

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setembro de 2011 adquiriu uma lousa interativa Promethean, modelo AB 178, na empresa "S&V Equipamentos para Escritório Ltda" de Chapecó, respondeu que no mês de setembro de 2011, a empresa da declarante efetuou a compra [...]; QUE, a declarante confirma que pagou o valor de R$ 4.530,00 (quatro mil quinhentos e trinta reais) pela lousa interativa "Promethean AB 178"; [...] QUE, a declarante afirma que na época em que fez a aquisição da lousa, o preço final ofertado pela S&V estava acima do valor de mercado, sendo que, pelas consultas que a declarante fez, o valor médio de uma lousa interativa da marca Promethean girava em torno de R$ 3.800,00 a R$ 4.000,00; QUE, o fator determinante para a declarante fazer a compra na S&V foi que a S&V ofertou 30 horas de treinamento para os professores, já incluso no valor de R$ 4.530,00 [...].

Em juízo, Jussara reiterou (mídia de fl. 5.674):

Ministério Público: Foi uma lousa? Testemunha: Uma lousa.Ministério Público: 'Ah' tá, é uma lousa, o xerox que ficou ruim, perdão. Esse valor, quatro, quinhentos e trinta?Testemunha: Isso.Ministério Público: Também um projetor foi comprado no valor de dois mil reais.Testemunha: Sim.Ministério Público: E aqui alguns outros programas e caixa de som acompanharam, dando valor total de nove mil reais, é isso? A senhora recorda?Testemunha: Será que não [...]Ministério Público: Sete mil, novecentos e cinquenta. Testemunha: Sete mil isso, menos.Ministério Público: Também novamente aqui o xerox, certo. Essa lousa, ela acompanhava, esse pagamento acompanhava também o treinamento da empresa?Testemunha: Exato.Ministério Público: Quantas horas de treinamento?

fls. 213

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Testemunha: Eu não recordo exatamente a carga horária, mas eu lembro que na hora eu cotei 'né', não paguei o menor preço, mas como havia essa facilidade de ser uma empresa daqui, que estava oferecendo no pacote o treinamento, então foi a opção pela compra aqui em Chapecó mesmo.

Cumpre salientar que, dentre as várias caixas de arquivo contendo

documentos das empresas S&V e MS guardadas no arquivo embutido existente

na "Sala de Faturamento" da empresa S&V, efetuou-se a apreensão de 01 (uma)

caixa de arquivo, contendo Notas Fiscais, Relatórios Gerenciais e Relatórios

"Redução Z" da empresa S&V, e 01 (uma) caixa de arquivo contendo

documentação da empresa "MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. Dentre a

documentação existente na primeira caixa de arquivo citada, destaca-se o teor de

três Notas Fiscais (fls. 1138-1141), que confirmam o aumento arbitrário dos preços

praticados com os municípios, ratificando, novamente, as fraudes praticadas pelos

réus nas licitações elencadas no Item 2.

Dessa maneira, extrai-se que na data de 08 de setembro de 2011, a

empresa S&V vendeu uma Lousa Interativa Promethean AB 178 Arena 1, pelo

valor de R$ 9.614,00 para a Prefeitura Municipal de São José do Cedro. Em

contrapartida, na data de 24 de setembro de 2011, a empresa S&V vendeu uma

Lousa com as mesmas características pelo valor de R$ 4.530,00 (incluindo o

treinamento) para Intercultural Ltda., empresa de Jussara Isabel Tumelero. Do

mesmo modo, também no dia 24 de setembro de 2011, a empresa S&V vendeu

outra Lousa com as mesmas características ao município de Água Doce pelo

valor de R$ 8.789,49. Ou seja, fica claro o superfaturamento na vendas lousas

interativas quando vendidas aos órgãos públicos, o que, só nestes casos, causou

um prejuízo de cerca de R$ 5.000,00, por lousa, adquirida pelas Prefeituras

Municipais.

Em continuidade, através das consultas realizadas no Sistema E-

sfinge do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, restou extensamente

configurado que a empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda. e a empresa

fls. 214

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MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., utilizando o modus operandi acima

descrito, concorreram entre si em diversas licitações públicas, utilizando também

outras empresas, demonstrando claramente o conluio fraudulento e a má-fé na

apresentação das propostas, com valores diversos (e superfaturados), simulando a

existência de uma concorrência, e assim, adjudicando o objeto das referidas

licitações, conforme fazem prova os documentos de fls. 558-780/1134-1856, bem

como a descrição esmiuçada na exordial e exposta a partir do Item 1.4 desta peça,

das licitações fraudadas município a município.

Acerca da elevação arbitrária de preços com fim de fraudar a

licitação, colhe-se da jurisprudência:

APELAÇÃO CRIMINAL FRAUDE À LICITAÇÃO ELEVAÇÃO ARBITRÁRIA DOS PREÇOS CONDENAÇÃO INSURGÊNCIA DA DEFESA PRETENDIDA ABSOLVIÇÃO INVIABILIDADE PROVAS ROBUSTAS A DENOTAR A CULPABILIDADE DOS RÉUS OBTENÇÃO DE LUCRO ABUSIVO PROPUGNADA TESE DE TENTATIVA INSUBSISTÊNCIA CONSUMAÇÃO DELITIVA INCONTESTE ANTE O PREJUÍZO SUPORTADO PELA FAZENDA PÚBLICA APONTADA ERRONIA NO EMBASAMENTO LEGAL DA PENA DE MULTA E A SUA ILEGITIMIDADE PARCIAL ACOLHIMENTO INCIDÊNCIA DO ART. 99, § 1º, DA LEI N. 8.666/93 READEQUAÇÃO DA PENA DE MULTA E EXTENSÃO, DE OFÍCIO, AO CORRÉU APELO DO RÉU AUGUSTO DE OLIVEIRA LUZ JÚNIOR DESPROVIDO E DO RÉU ROBERTO DE OLIVEIRA MENDES PARCIALMENTE PROVIDO. Descabida a absolvição pelo crime descrito no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93 quando presentes provas robustas a denotar a elevação arbitrária dos preços com intuito de obter lucro abusivo, sendo ilegítimo o reconhecimento do crime na modalidade tentada quando evidente o dano material e moral suportado pela Fazenda Pública. [...] (TJ-MT - APL: 00076078220058110042 130559/2013, Relator: DES. ALBERTO FERREIRA DE SOUZA, Data de Julgamento: 02/04/2014, SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 09/04/2014).

PENAL. PROCESSO PENAL. CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS. ART 1º, II E IV,

fls. 215

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DO DECRETO-LEI 201/67. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DE VERBAS PÚBLICAS VINCULADAS A CONVÊNIO COM A UNIÃO E APLICAÇÃO EM DESACORDO COM PROGRAMA ESPECÍFICO. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. CRIMES DA LEI DE LICITAÇÕES. ART. 90 DA LEI 8.666/93. FRAUDE AO CARÁTER COMPETITIVO DE PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA COM BASE NA PENA CONCRETA. ART. 96, I, DA LEI 8.666/93. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS. DOLO CONFIGURADO. SUPERFATURAMENTO NA AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA A UNIDADE DE SAÚDE MUNICIPAL. SUBSTITUIÇÃO DE PENAS E FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL ABERTO. 1. Os delitos previstos nos arts. 90 e 96, I e IV, da Lei de Licitações, consumam-se com a adjudicação do objeto da licitação, ocorrida em 17/01/2002 no caso da compra do aparelho de raio-x e em 12/02/2003 no episódio da aquisição do aparelho de ultrassom. [...] 3. À luz do conjunto probatório, restou inequivocamente demonstrado o conluio entre um dos réus, então prefeito de Águas da Prata/SP, e o corréu que era sócio-administrador da licitante, para a prática do tipo penal do art. 96, I, da Lei 8.666/93, revelando-se evidente o dolo dos acusados de manipular o procedimento licitatório - um autêntico jogo de "cartas marcadas" - para dar aparência de legalidade à aquisição de um bem que já havia sido previamente ajustada entre os recorrentes a um valor manifestamente superior ao preço de mercado do aparelho de raio-X em questão, com total desprezo pelos princípios da moralidade, da impessoalidade, da economicidade e do julgamento objetivo, que regem a atuação da Administração Pública no âmbito das licitações, resultando em prejuízo à Fazenda Pública. 5. As provas orais coligidas em sede extrajudicial foram ratificadas em juízo, de sorte que não se cogita de ofensa ao disposto no art. 155 do CPP, ainda mais considerando o caráter irrepetível da prova documental, sujeita ao crivo do contraditório diferido e à ampla defesa. [...] (TRF-3 - ACR: 1022 SP 0001022-16.2006.4.03.6127, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL COTRIM GUIMARÃES, Data de Julgamento: 10/09/2013, SEGUNDA TURMA).

fls. 216

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Assim, de plano, há de ser reconhecido que o serviço prestado

pelas empresas S&V e MS deu-se irregularmente, com evidentes prejuízos para a

Administração Pública, já que o prévio conluio acabava por frustar o caráter

competitivo dos certames, ainda que se alegue que o preço efetivamente pago

pelos municípios pelos equipamentos de informática estivesse dentro do orçado nos

editais.

Isto porque resta configurado o tipo penal previsto no art. 90 da Lei

n. 8666/93 quando evidente a fraude anterior, independentemente de eventual

regularidade na prestação do serviço ou entrega do produto.

Não fosse o bastante, é de ser reconhecida a fraude também nas

licitações que ocorreram na modalidade de pregões presenciais, tendo em vista que

o conluio prévio entre os réus no afã de simular uma (inexistente) competição,

acabou por viciá-los (os certames) por inteiro, desnaturando-os no seu princípio

mais basilar: a livre competitividade.

Assim, vendo-se livre da retórica defensiva, evidente que a norma

penal tem por objetividade jurídica a lisura do certame, protegendo-se o caráter

competitivo do processo licitatório e não o bem ou serviço contratado por uma

licitação fraudada.

Dessa forma, em relação às licitações fraudadas, notadamente as

realizadas na modalidade pregão presencial, ainda que formalmente tenham

"respeitado" a legislação pertinente no que diz respeito ao seu procedimento, é de

fácil percepção que houve uma série de manobras ilegais realizadas pelos réus que

terminaram por maculá-las naquilo que a licitação possui de mais importante: a livre

e desembaraçada concorrência, a fim de se obter a melhor proposta, num cenário

de jogo limpo, sem cartas marcadas.

Ademais, importante reafirmar que a conduta descrita no artigo 90

da Lei n. 8.666/93 é hábil a projetar um resultado naturalístico, porém este não é

exigido pela norma penal para se atingir a tipicidade.

Já para o artigo 96, inciso I da Lei n. 8.666/93, tem-se que os

resultados naturalísticos possíveis para o crime em questão estão ou no efetivo

fls. 217

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prejuízo à Administração ou na obtenção de vantagem para os agentes do crime.

Frise-se essa compreensão dogmática a partir da ilustração de

precedentes da jurisprudência:

PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. ART. 90 DA LEI 8.666/1993. FORMAÇÃO DE QUADRILHA ART. 288 DO CÓDIGO PENAL. INÉPCIA DA INICIAL. FALTA DE INDICAÇÃO INDIVIDUALIZADA DAS CONDUTAS DELITIVAS. NÃO OCORRÊNCIA. FRAUDE À LICITAÇÃO. CRIME FORMAL. INVIABILIDADE DE ANÁLISE DE FATOS E PROVAS NA VIA DO HABEAS CORPUS. PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. [...] 3. O Plenário desta Corte já decidiu que o delito previsto no art. 90 da Lei 8.666/1993 é formal, cuja consumação dá-se mediante o mero ajuste, combinação ou adoção de qualquer outro expediente com o fim de fraudar ou frustrar o caráter competitivo da licitação, com o intuito de obter vantagem, para si ou para outrem, decorrente da adjudicação do seu objeto, de modo que a consumação do delito independe da homologação do procedimento licitatório. [...] 5. Ordem denegada. (HC n. 1.6680/DF, 2ª Turma, Supremo Tribunal Federal. Relator Ministro Teori Zavascki, julgado em 18.12.2013).

PENAL. FRAUDE À LICITAÇÃO. LEI 8.666/93. ELEVAÇÃO ARBITRÁRIA DE PREÇOS. PROVA. CONDENAÇÃO. 1. Havendo prova da materialidade e autoria na prática do crime de fraude à licitação mediante elevação arbitrária de preços, impõe-se a condenação dos réus como incursos nas penas do artigo 96, inciso I, da Lei 8.666/93. 2. Se não houve denúncia pelo crime antecedente de direcionamento da licitação, essa circunstância pode ser considerada negativa, para fins de exasperação da pena-base do crime de fraude à licitação mediante elevação arbitrária dos preços. (TRF-4 - ACR: 50004051720114047210 SC 5000405-17.2011.404.7210, Relator: Revisora, Data de Julgamento: 14/10/2015, SÉTIMA TURMA, Data de Publicação: D.E. 14/10/2015).

APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO

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PÚBLICA. FRAUDE AO CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO (ART. 90 DA LEI N. 8.666/1993). SENTENÇA CONDENATÓRIA. APELOS DOS ACUSADOS. MÉRITO. ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE PROVAS. MATERIALIDADE ATESTADA PELA ATA DE SESSÃO DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO E CÓPIA DE CHEQUE PELO QUAL UM ACUSADO PAGOU AO OUTRO PARA QUE SE ABSTIVESSE DE OFERECER LANCES VERBAIS NO PREGÃO. AUTORIA QUE DESPONTA DA PROVA TESTEMUNHAL EM CONSONÂNCIA COM OS DEMAIS ELEMENTOS E CIRCUNTÂNCIAS DO CASO, INCLUSIVE CONFISSÃO EXTRAJUDICIAL DE UM DOS DENUNCIADOS. RETRATAÇÃO EM JUÍZO E INTERROGATÓRIO DO OUTRO ACUSADO QUE NÃO ENCONTRAM ESPEQUE NA PROVA COLHIDA NOS AUTOS. ATIPICIDADE DA CONDUTA. ALEGAÇÃO DE CRIME IMPOSSÍVEL. INSUBSISTÊNCIA. COMBINAÇÃO DO RESULTADO REALIZADA APÓS ENTREGA DOS ENVELOPES DE PROPOSTA, MAS ANTES DOS LANCES VERBAIS. MEIO EFICAZ E OBJETO PRÓPRIO. TIPO PENAL QUE PRESCINDE DE EFETIVO DANO AO ERÁRIO PARA SUA CONFIGURAÇÃO. CRIME CONSUMADO. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. INOCORRÊNCIA. FACULDADE DE DEIXAR DE OFERECER LANCES QUE NÃO CONFERE AO LICITANTE O PODER DE CONDICIONAR SEU EXERCÍCIO AO PAGAMENTO DE PROPINA. ABUSO DE DIREITO. EXCLUDENTE DESCARACTERIZADA. INDUBITÁVEL OFENSA AOS PRINCÍPIOS LICITATÓRIOS DA MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E CONCORRÊNCIA. CONDENAÇÃO MANTIDA. RECURSOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS. (TJSC, Apelação Criminal n. 2012.050989-7, de Itá, rel. Des. Leopoldo Augusto Brüggemann, j. 04-12-2012).

APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME CONTRA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. FRAUDE À LICITAÇÃO (ART. 90 DA LEI N. 8.666/1993). SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DA DEFESA. PLEITO ABSOLUTÓRIO. NÃO ACOLHIMENTO. MATERIALIDADE E AUTORIA DEVIDAMENTE COMPROVADAS. FRUSTRADO CARÁTER COMPETITIVO DO PROCEDIMENTO DE TOMADA DE PREÇOS. EDITAL VOLTADO À CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECÍFICA, ÚNICA HABILITADA PARA O CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS. MAQUINÁRIO ADQUIRIDO PELO MUNICÍPIO QUE SE MOSTROU INÚTIL À DESTINAÇÃO A QUE SE PROPUNHA. PERÍCIA QUE INDICOU A IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS COM SEGURANÇA. EXTRATO BANCÁRIO DA EMPRESA VENCEDORA QUE DÁ

fls. 219

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CONTA DE REPASSE DE PARTE DO VALOR DA LICITAÇÃO AO PREFEITO DO MUNICÍPIO. DOLO EVIDENCIADO. INTERESSE PÚBLICO VIOLADO. DESNECESSIDADE DE CONCRETO PREJUÍZO AO ERÁRIO. PRECEDENTES. CONDENAÇÃO MANTIDA.. DOSIMETRIA. REQUERIDA A FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA NO MÍNIMO LEGAL. REPRIMENDA QUE DEVE SER PROPORCIONAL À PENA CORPORAL APLICADA. SENTENÇA MANTIDA. RECURSOS DESPROVIDOS. (TJSC, Apelação Criminal n. 2012.043211-8, de Xaxim, rel. Des. Volnei Celso Tomazini, j. 11-11-2014).

Cumpre registrar que a soma do valor das licitações públicas que as

empresas S&V Equipamentos para Escritório Ltda. e MS Equipamentos e

Assistência Ténica Ltda ME receberam de forma criminosa e fraudulenta, ao fraudar

as licitações e elevar arbitrariamente o preço, apenas no período de março de 2008

a julho de 2012, o montante de R$ 1.747.993,30 (um milhão setecentos e quarenta

e sete mil novecentos e noventa e três reais e trinta centavos).

Logo, vê-se que eventual discussão relativa à existência ou não de

prejuízo à Administração, revelada pela afirmação de que as tratativas acerca dos

preços não ultrapassaram os valores estimados pelos municípios para a aquisição

dos equipamentos de informática, ou então acerca da (in)existência de concorrência

nas licitações modalidade pregão já que qualquer empresa devidamente cadastrada

poderia participar e lançar seus preços livremente, é também irrelevante para fins de

tipificação da conduta perpetrada pelos denunciados, já que, como resultado

naturalístico, não é exigido para se ter delineada a consumação do crime.

De todo o modo, destaca-se não ter logrado êxito a defesa em

desconstituir todos os elementos trazidos na investigação e chancelados sob o crivo

do contraditório, seja no que no que toca às fraudes contumazes (cartas-convites e

pregões presenciais) seja em relação ao superfaturamento dos objetos/serviços

vendidos aos municípios.

Nesse sentido, restou claro que os áudios interceptados das

conversas telefônicas entre os réus revelaram uma incomum habilidade para se

associarem de maneira criminosa visando a satisfação de interesses particulares

espúrios, fraudando frequentemente as licitações a fim de adjudicarem para si o seu

fls. 220

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objeto.

Enfim, a lição doutrinária e os entendimentos jurisprudenciais

prestam-se a evidenciar que contratações como as que ocorreram na espécie

revelaram-se criminosas e violadoras do interesse público primário e secundário.

Dito isso, conclui-se que há lastro probatório e jurídico seguro e

incontroverso para condenação dos réus, inexistindo qualquer justificativa razoável

para afastar o enquadramento acima exposto.

Ex positis, a condenação dos acusados WALDELEI SCHMIDT,

VOLMIR FICCAGNA, SÉRGIO FRANCISCO SIEPKO, MÁRCIA HELENA

JABUONSKI SIEPKO, SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA, ANGÉLICA M,

MARCELO RODRIGUES DE GOUVEIA, LINDACIR SALETE FACCIO GIARETA,

PEDRO FRIGULHA, LUCIANO OSCAR SCHMIDT, CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO,

CALEB GERSON KIELING e CLAUDIR FRIGERI pela prática do crime previsto no

art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93 Lei de Licitações, se torna imperativa, bem como

a condenação dos acusados WALDELEI SCHDMIT, VOLMIR FICCAGNA, SÉRGIO

FRANCISCO SIEPKO, MÁRCIA HELENA JABUONSKI SIEPKO, SOLANGE

MARIA ODY FICCAGNA, ANGÉLICA SCAPINELLO, MARCELO RODRIGUES DE

GOUVEIA, LUCIANO OSCAR SCHMIDT, CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO e CLAUDIR

FRIGERI nas penas do art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93 também se impõe, nos

termos da denúncia.

3. DO DELITO PREVISTO NO ART. 299, CAPUT, DO CÓDIGO

PENAL:

O delito de falsidade ideológica encontra previsão no art. 299, caput,

do Código Penal, in literis:

Art. 299 Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.

fls. 221

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Pena reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Para a caracterização do crime de falsidade ideológica basta que o

agente incorra em qualquer das três ações previstas no dispositivo antes transcrito,

quais sejam, "omitir", "inserir" ou "fazer inserir", em documento público ou particular,

através de terceiro, declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita.

Ainda, para que reste configurado tal delito, necessário é que o

agente pretenda "prejudicar direito" ou "criar obrigação" ou, ainda, que a alteração

seja relativa a "fato juridicamente relevante", além do dolo, ou seja, a vontade de

praticar a conduta típica, ciente o agente de que a declaração é falsa ou diversa da

que devia ser escrita.

Acerca do delito de falsidade ideológica, oportuna é a lição de

Rogério Grecco31:

Ao contrário do que ocorre com os delitos tipificados nos arts. 297 e 298 do Código Penal, que preveem uma falsidade de natureza material, a falsidade constante do art. 299 do mesmo diploma é de cunho ideológico. Isso significa que o documento em si, é perfeito; a ideia, no entanto, nele lançada é falsa, razão pela qual o delito de falsidade ideológica também é reconhecido doutrinariamente pelas expressões falso ideal, falso intelectual e falso moral.

Ora, como é sabido, a falsidade ideológica se refere ao conteúdo do

documento, à sua ideia, diferentemente do falso material, quando é a sua própria

forma que é alterada. Na primeira, a forma física é perfeita, apenas o nela declarado

é falso, sendo, deste modo, prescindível a perícia técnica para sua comprovação,

conforme, aliás, já decidiu o colendo Supremo Tribunal Federal (RTJ 125/184).

Nesta senda, cabe citar na íntegra o extrato do e-mail enviado no

dia 16 de maio de 2012 pela Contabilidade da Empresa S&V, o qual solicita o envio

dos extratos tanto da S&V quanto da MS, demonstrando que ambas as empresas 31 in Código Penal Comentado. 2 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2009, p. 708).

fls. 222

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são administradas pelos mesmos proprietários, os quais se valem delas para

concorrer simultaneamente nos processos licitatórios (fl. 297):

From [email protected] Wed May 16 15:43:25 2012Return-Path: <[email protected]> Received: from isp.lovatelweb.com.Br (ns2.lovatelweb.com.br [187.61.10.10])By mail.desbrava.com.br (8.13.8/8.13.8) with ESMTP id q4GlgttR027557From: "Eduardo Contassesc" <eduardopaz@ contassesc.com.br>To: <[email protected]>Subject: EXTRATO BANCO TIPO OFCDate: Wed, 16 May 2012 15:47:25 -0300Organization: Contassesc

Boa tarde SolangeVocê pode me mandar os seguintes extratos?- Banco CEF do mês de abril em formato OFX S&V- Banco do Brasil do mês de abril em formato OFX MS- Banco SICOOB do mês de abril em formato OFX-S&V PinhalzinhoObrigado.

Atenciosamente.Eduardo PazContábil/FiscalContassesc Chapecó

Da mesma forma, durante as buscas realizadas na S&V

Equipamentos para Escritório Ltda. e na MS Equipamentos e Assistência Técnica

Ltda. (ambas com sede na Avenida Fernando Machado, n. 703-D, centro, Chapecó),

foram encontrados inúmeros documentos e materiais das empresas S&V e MS, bem

como carimbos de outras empresas (fls. 1134, 1152 e 1157). Inclusive, dentre os

materiais apreendidos na sala do réu Sérgio Francisco Siepko, ressalta-se um

relatório contendo resultado do período "mês:/2012", no qual consta a relação de

receitas e despesas das empresas "S&V-Matriz, S&V-Xanxerê, S&V-Pinhalzinho e

MS", sendo possível observar que as receitas e gastos da empresa S&V

fls. 223

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Equipamentos para Escritório constam no mesmo documento que os gastos e

receitas da MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., da mesma maneira, o

valor final dos lucros e despesas constam somados/unificados no referido relatório,

comprovando-se que ambas as empresas pertencem e são gerenciadas pelo

mesmo grupo de pessoas (fls. 1135-1137).

De fato, conforme se infere das licitações elencadas (relatório

juntado às fls. 558-780), as empresas Proxyline Informática Ltda., Líder Suprimentos

para Informática Ltda., Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, Caleb G. Kieling &

Cia Ltda. e Társio Comércio e Representações Ltda., aparecem como

"concorrentes" das empresas S&V e MS em algumas das licitações, demonstrando

claramente a prática fraudatória e deixando cristalino o modus operandi de emitir

falsas propostas através de outras empresas.

Através da interceptação telefônica fica claro que além das falsas

concorrências descritas no Item 1.1, os réus ligados às empresas S&V e MS

falsificaram documentos de empresas concorrentes, dentre elas, documentos da

Empresa Proxyline Informática Ltda., de propriedade do réu Luciano Oscar

Schmidt, conforme se infere do trecho do Áudio 14 da interceptação telefônica, no

qual Angélica Scapinello e Marcelo Rodrigues Gouveia conversam com Sérgio

Francisco Siepko (fl. 542):

Áudio 14Sérgio conversa Angélica a respeito de uma licitação de relógio ponto para a prefeitura de Catanduvas/SC. Sérgio diz: Viu, de Catanduvas, vocês passaram um orçamento de relógio lá." Angélica concorda, Sérgio diz: "Ondé que tá, tem que vê esse orçamento, tem que fazê mais dois igual pra eles podê compra". Angélica diz que vai ver com o Marcelo tratar com Sérgio (ao fundo ouve-se Angélica perguntar para Marcelo se ele fez um orçamento de relógios para Catanduvas porque tem que fazer mais duas propostas); Marcelo conversa com Sérgio e diz que foi ele quem passou para Catanduvas, e o Amarildo passou para Irani [...], diz que as informações estão em seu notebook e pergunta se eles precisam do arquivo. Sérgio pergunta se Marcelo tem as logomarcas da PROXYLINE e de outras (que não fica claro), Marcelo diz que tem. Sérgio diz para passar duas propostas

fls. 224

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para "ela logo, de duas empresas pra ela podê compra hoje". Marcelo concorda, Sérgio diz: "Tá, mas então, se cuida pra não fazê, escreve diferente né, põe marca diferente". Marcelo diz: "Sim, sim, sim, tá, pode dexa" (concordando com Sérgio); Sérgio diz para depois Marcelo ligar para "ela" confirmando o pedido, Marcelo pergunta a quantidade, Sérgio diz que "ela" quer o orçamento para saber quantos comprar.

Extrai-se do referido áudio que Marcelo Rodrigues Gouveia

possuía em seu notebook logomarcas da Empresa Proxyline Informática Ltda. e de

outras empresas, emitindo falsas propostas em nome de empresas "concorrentes"

para garantir a adjudicação dos objetos das licitações.

Da mesma forma, o réu Claudir Frigeri, proprietário da Empresa

Somaq Assistência e Equipamentos Ltda., ao ser interrogado confirmou que o réu

Volmir Ficcagna lhe solicitou que assinasse em duas oportunidades (relativas às

licitações dos municípios de Palma Sola e São José do Cedro) documentos já

preenchidos referentes a propostas da Empresa Somaq Assistência e

Equipamentos Ltda. no intuito de apresentá-las nas licitações (fls. 1082-1084/mídia

de fl. 5820):

[...] o interrogado foi procurado por VOLMIR FICCAGNA, o qual é sócio-proprietário da empresa "S&V Equipamentos para Escritório Ltda"; [...] QUE, o interrogado, como é amigo de Volmir, resolveu ajudá-lo; QUE, então, Volmir trouxe a documentação para o interrogado assinar, para que, então, Volmir pudesse entregar a documentação na Prefeitura; QUE, o interrogado assinou os documentos que Volmir lhe pediu e os entregou para o próprio Volmir fazer o protocolo na Prefeitura; QUE, os primeiros documentos que Volmir Ficcagna trouxe para o interrogado assinar eram referentes a uma licitação do Município de São José do Cedro/SC; QUE, passados alguns dias, Volmir trouxe para o interrogado assinar documentos para serem juntados a um procedimento licitatório do Município de Palma Sola [...] sendo que acredita que tais documentos foram juntados em tal procedimento licitatório por

fls. 225

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Volmir Ficcagna, que o interrogado não sabe quem forneceu tais documentos para Volmir Ficcagna ou se foi o próprio Volmir quem confeccionou os documentos que foram juntados ao referido processo licitatório; [...] QUE, o interrogado esclarece que não tinha interesse em fornecer nenhum produto para as Prefeituras de Palma Sola e de São José do Cedro, tanto que quem preencheu os valores das propostas de preços confeccionados em nome da empresa SOMAQ foi o próprio Volmir Ficcagna ou alguma outra pessoa, a mando dele [...] QUE, o interrogado esclarece que não estava presente nas Prefeituras de Palma Sola e de São José do Cedro no momento da abertura dos envelopes das licitações onde participou a pedido de Volmir Ficcagna [...] que, nas vezes em que participou de licitações e concorreu com a empresa "S&V Equipamentos para Escritório Ltda", foi para atender a pedido de Volmir Ficcagna, apenas assinando documentos para ele poder juntar nos processos de licitação; [...]

[...]Magistrada: Certo e o senhor disse que foi procurado então pelo seu Volmir Ficagna, é isso?Réu: Isso, procurado por ele pra mim assinar esse documento.Magistrada: Que ele tinha [...]Réu: Que ele tinha pra receber da prefeitura.Magistrada: E ele falou de quais prefeituras?Réu: De São José do Cedro e Palma Sola.Magistrada: São José do Cedro e Palma Sola?Réu: 'Aham'.Magistrada: Certo e aí o senhor assinou o documento?Réu: Assinei.Magistrada: Pra ele, o senhor chegou a ver do que que se tratava os documentos?Réu: Tava preenchido.Magistrada: O que que era esses documentos?Réu: Era sobre […], nem sabia que era sobre a lousa.Magistrada: Não sabia?Réu: Não, não cheguei a ler.

fls. 226

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Magistrada: Que era o objeto da licitação?Réu: Não, não. Magistrada: Mas era relacionado a [...]Réu: Prefeitura [...]Magistrada: Certo, mais de uma oportunidade ou numa única oportunidade o senhor assinou documentos pro seu Volmir Ficagna?Réu: Não, nessas duas oportunidades.Magistrada: Duas oportunidades?Réu: Que seria Palma Sola e São José do Cedro.Magistrada: E eles 'tavam' preenchidos os documentos?Réu: 'Tavam' preenchidos os documentos.Magistrada: Preenchidos?Réu: 'Aham' [...]Ministério Público: O que que era esse documento, era um documento, dizia o que que era em cima, se era contrato, proposta? Réu: Não, era uma licitação.Ministério Público: Era uma proposta? Réu: 'Aham'.Ministério Público: Pra participar de uma carta convite, uma licitação pública? Réu: Isso, era isso daí.Ministério Público: Era isso? Réu: 'Aham'.Ministério Público: Como sendo da sua empresa, o senhor assinando e sendo apresentado pelo seu Volmir? Réu: Isso, 'aham'.Ministério Público: O senhor nunca teve nessa, por ocasião do julgamento das propostas, na prefeitura de Palma Sola, não participou? Réu: Não.Ministério Público: O senhor já participou de licitação das prefeituras municipais? Réu: Não, minha empresa é na área de automação, eu não trabalho [...]Ministério Público: Com município. Réu: Com município.Ministério Público: O senhor nunca participou então? Réu: Não.Ministério Público: De licitação pública sua empresa não? Réu: Não.

fls. 227

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Ministério Público: Só essas duas vezes? Réu: Só essas duas vezes.Ministério Público: Que o senhor assinou porque o Volmir [...]Réu: Aham. [...]

Ratificando o modus operandi, a ré Lindacir Salete Faccio

Giaretta, ao ser ouvida na fase instrutória (fls. 1087-1089), descreveu:

[...] QUE, a interrogada esclarece que assinava vários documentos referentes a licitações que eram encaminhados para sua empresa por WALDELEI SCHMIDT e VOLMIR FICCAGNA, ambos sócios da empresa "S&V Equipamentos para Escritórios Ltda"; QUE, a interrogada esclarece que os documentos chegavam à sua empresa (Líder Suprimentos para Informática Ltda) via transportadora Reunidas, bem como eram devolvidos para a empresa "S&V" via Reunidas; [...] QUE, a interrogada esclarece que, quando assinava os documentos, os mesmos já estavam preenchidos com relação aos preços dos produtos; [...] QUE, a interrogada esclarece que Pedro Figulha tinha conhecimento dos documentos que a interrogada assinava [...] QUE, a interrogada tinha ciência de que os documentos que assinava, referentes aos procedimentos licitatórios, iriam para a empresa "S&V" antes de serem entregues nas Prefeituras, sendo que a empresa "S&V" era quem gerenciava a entrega desses documentos nas Prefeituras [...]

O réu Caleb Gerson Kieling, proprietário da empresa Caleb G.

Kieling & Cia Ltda. e representante da empresa Társio Comércio e Representações

Ltda., informou que (fls. 1097-1099):

[...] exibido ao interrogado os documentos com timbre da empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda", os quais foram encontrados no computador de Waldelei Schmidt, e solicitado ao interrogado se remeteu ou forneceu referidos arquivos para Waldelei Schmidt, respondeu que não remeteu e nem forneceu referidos arquivos

fls. 228

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para Waldelei Schmidt, não sabendo de que forma ele obteve tais arquivos; QUE, exibido ao interrogado orçamento com o logotipo da empresa "S&V Equipamentos para Escritório Ltda", referente a projeto de rede e servidores, endereçado para a Prefeitura Municipal de Arvoredo, o qual, na primeira folha, antes da descrição dos itens orçados, consta o nome das empresas "MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda", "S&V Equipamentos para Escritório Ltda", "Líder Suprimentos para Informática Ltda" e "Caleb G. Kieling & Cia Ltda", e solicitado ao interrogado se participou de alguma licitação no referido Município (Arvoredo,SC) no referido sentido, respondeu que já participou de algumas licitações no Município de Arvoredo/SC, mas não se recorda, neste momento, se participou de alguma licitação referente a projeto de rede e servidores; [...] QUE, o interrogado esclarece que a empresa "Társio Comércio e Representações Ltda ME" pertence a sua filha, mas o interrogado é quem administra referida empresa, atualmente, na qualidade de "procurador" [...].

Em que pese os réus representantes das empresas Proxyline

Informática Ltda., Líder Suprimentos para Informática Ltda., Caleb G. Kieling & Cia

Ltda. e Társio Comércio e Representações Ltda. negarem participação nos crimes,

a farta prova documental levantada durante a investigação, acompanhada dos

testemunhos realizados em juízo, inclusive do réu Claudir Frigeri, proprietário da

empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda., deixa claro suas participações

no objetivo criminoso de fraudarem as licitações.

Nesse sentido, e corroborando com a elucidação dos fatos acerca

do modus operandi levado a efeito pelas empresas S&V e MS, após análise dos

arquivos existentes no Notebook do réu Marcelo Rodrigues de Gouveia, constatou-

se que o réu possuía, dentre outros documentos, três arquivos, em formato Word,

em que a empresa Positivo Informática S.A. autorizava a empresa Somaq

Assistência e Equipamentos Ltda. a revender, instalar e prestar treinamentos a

empresas privadas e públicas, incluindo a Prefeitura Municipal de São José do

Cedro. Ainda, nos outros dois arquivos, a Positivo emitia autorização idêntica às

fls. 229

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empresas S&V e MS, denotando-se, assim, que tais documentos foram falsificados

para serem utilizados na licitação ocorrida em São José do Cedro (fls. 1142-1145).

A falsificação pode ser observada através de rápida análise do

cabeçalho das respectivas autorizações, já que neste consta "Positivo Informática

Ltda." e no texto do referido documento está como "Positivo Informática S.A", razão

social correta da empresa. Destaca-se também, que o carimbo utilizado nestas

autorizações é idêntico ao carimbo apreendido na "Sala de Licitações" da empresa

S&V (fl. 1146-1149/1157).

Colhe-se da jurisprudência:

APELAÇÃO CRIMINAL. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO E FÉ PÚBLICAS. FRAUDE AO CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO, FALSIDADE IDEOLÓGICA E USO DE DOCUMENTO FALSO (ART. 90 DA LEI N. 8.666/1993 E ARTS. 299 E 304 DO CÓDIGO PENAL). SENTENÇA CONDENATÓRIA. IRRESIGNAÇÕES DEFENSIVAS. [...] MÉRITO. FRAUDE À LICITAÇÃO. RECURSOS DOS ACUSADOS EDINEI, BERTILO E DJALMA. POSTULADA ABSOLVIÇÃO EM RAZÃO DA ATIPICIDADE DA CONDUTA, POR AUSÊNCIA DE DOLO E INSUFICIÊNCIA DE PROVAS PARA CONDENAÇÃO. INADIMISSIBILIDADE. MATERIALIDADE DEVIDAMENTE COMPROVADA PELAS PROVAS DOCUMENTAIS CARREADAS AOS AUTOS. AUTORIA, POR SUA VEZ, QUE EMERGE DAS PALAVRAS DAS TESTEMUNHAS E DOS PRÓPRIOS ACUSADOS EM CONSONÂNCIA COM OS DEMAIS ELEMENTOS E CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO. APELANTES QUE SE UNIRAM PARA FRAUDAR O CARÁTER COMPETITIVO DA LICITAÇÃO. CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PARA REALIZAÇÃO DO OBJETO DO CERTAME, ANTES MESMO DA LICITAÇÃO. POSTERIOR FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS PARA OCULTAR A ILEGALIDADE DO ATO. DOLO EVIDENCIADO. CIÊNCIA DE ILEGALIDADE. CLARA FINALIDADE DE BENEFICIAR TERCEIRO. TIPO PENAL QUE PRESCINDE DE EFETIVO DANO AO ERÁRIO PARA SUA CONFIGURAÇÃO. INDUBITÁVEL OFENSA AOS PRINCÍPIOS LICITATÓRIOS DA MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E CONCORRÊNCIA. CONDENAÇÃO MANTIDA [...] (Apelação Criminal n. 2012.051161-0, de Braço do Norte, j. 05/03/2013 - grifou-se).

APELAÇÃO CRIMINAL (RÉU PRESO). CRIMES DE

fls. 230

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QUADRILHA ARMADA (ART. 288, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CP), POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO E POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO (ARTS. 12 E 16 DA LEI N. 10.826/03) E FALSA IDENTIDADE (ART. 307 DO CP). SENTENÇA CONDENATÓRIA RECURSO DA DEFESA. ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE QUADRILHA ARMADA (ART. 288, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CP). IMPOSSIBILIDADE. MATERIALIDADE E AUTORIA DELITIVAS DEVIDAMENTE COMPROVADAS. DEPOIMENTOS DOS POLICIAIS MILITARES QUE ATUARAM NA PRISÃO EM FLAGRANTE, BEM COMO DE UMA TESTEMUNHA PROTEGIDA, COERENTES E UNÍSSONOS ENTRE SI. ADEMAIS, CONTRADIÇÃO ENTRE AS DECLARAÇÕES PRESTADAS PELO RÉU E SUA ESPOSA. ELEMENTOS APTOS PARA CONFIGURAR A ASSOCIAÇÃO ESTÁVEL E PERMANENTE DE MAIS DE TRÊS AGENTES PARA A PRÁTICA DE CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO. ATUAÇÃO CONJUNTA E ARTICULADA ENTRE OS INTEGRANTES. CONDUTA QUE SE ENQUADRA NO ART. 288, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CP. CONDENAÇÃO MANTIDA. ABSOLVIÇÃO DOS CRIMES PREVISTOS NA LEI N. 10.826/03. INVIABILIDADE. DEPOIMENTOS DOS POLICIAIS MILITARES QUE EFETUARAM O FLAGRANTE E DE UMA TESTEMUNHA FIRMES E COERENTES, DANDO CONTA DE QUE O APELANTE TINHA CIÊNCIA DA EXISTÊNCIA DAS ARMAS NA RESIDÊNCIA, BEM COMO QUE ERA RESPONSÁVEL POR ELAS. PROVAS SUFICIENTES PARA A CARACTERIZAÇÃO DAS CONDUTAS DELITIVAS. CONDENAÇÃO MANTIDA. (...) RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. (TJSC, Apelação Criminal (Réu Preso) n. 2014.009328-0, de Porto Belo, rel. Des. Marli Mosimann Vargas, j. 19-08-2014.

Dito isso, conclui-se que após a instrução processual fica clara a

falsificação empregada pelos réus WALDELEI SCHMIDT, SÉRGIO FRANCISCO

SIEPKO; VOLMIR FICCAGNA; SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA; ANGÉLICA

SCAPINELLO; MARCELO RODRIGUES DE GOUVEIA; LUCIANO OSCAR

SCHMIDT; PEDRO FRIGULHA, LINDACIR SALETE FACCIO GIARETA, CALEB

GERSON KIELING e CLAUDIR FRIGERI qual culminou no êxito das empresas em

contratar com o poder público nos processos licitatórios, havendo lastro probatório e

jurídico seguro e incontroverso para condenação dos réus, inexistindo qualquer

justificativa razoável para afastar o enquadramento acima exposto, o que aponta

fls. 231

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para a prática do crime previsto nos art. 299, caput, do Código Penal.

Todavia, dúvida paira acerca da prática da conduta delituosa em

comento pelos réus CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO e MÁRCIA HELENA JABUONSKI

SIEPKO.

Denota-se que, em que pese o servidor público e réu Clóvis

Fidélis Grando e o réu Waldelei Schmidt, mediante prévio acordo fez com que

fosse inserido no edital do certame na cidade de CORDILHEIRA ALTA pregão

presencial n. 29/2011) a exigência de apresentação de alguns certificados na fase

de habilitação, que só eram fornecidos pela empresa Positivo Informática S/A à

empresa S&V, tendo como único objetivo afastar os demais concorrentes e

assegurar à S&V a adjudicação do objeto, tanto que a empresa Targettech, que

licitamente também postulava a adjudicação do objeto, foi desclassificada, não há

provas de que tenha praticado verbo elementar previsto no art. 299, caput, do

Código Penal.

Assim como incomprovada a prática da falsidade pela ré MÁRCIA

HELENA JABUONSKI SIEPKO.

Assim, diante da insuficiência de provas do cometimento do crime

pelos réus CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO e MÁRCIA HELENA JABUONSKI SIEPKO,

impõe-se a absolvição quanto a estes, com fulcro no art. 386, inciso VII do Código

de Processo Penal e em respeito ao princípio do in dubio pro reo.

4. DO DELITO PREVISTO NO ART. 288, caput, DO CÓDIGO

PENAL:

Primeiramente, vale lembrar que como as práticas delituosas foram

anteriores à modificação introduzida pela Lei n. 12.850/13, a análise do tipo penal

será realizada com base na redação original. Vejamos:

"Art. 288. Associarem-se, mais de três pessoas,

em quadrilha ou bando, para o fim de cometerem

crimes.

fls. 232

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Pena reclusão, de um a três anos".

Com relação ao referido tipo, ensina MIRABETE: O crime de quadrilha ou bando é um crime coletivo, plurissubjetivo ou de concurso necessário de condutas paralelas. Exige a lei para a configuração do ilícito a associação estável de pelo menos quatro pessoas. É necessário que haja um vínculo associativo permanente para fins criminosos, uma predisposição comum de meios para a prática de uma série indeterminada de delitos. Exige-se, assim, uma estabilidade ou permanência com o fim de cometer crimes, uma organização de seus membros que revele acordo sobre a duradoura atuação em comum. Pouco importa, porém, que os componentes da quadrilha não se conheçam reciprocamente, que tenham ou não um líder, que estejam ou não designados para tarefas específicas, que todos participem ou não de cada ação delituosa praticada etc. É irrelevante, aliás, que haja uma organização apenas rudimentar. (in Código penal interpretado. 1. ed. São Paulo : Atlas, 1999, p. 1547).

Sobre a caracterização do delito, extrai-se32:

Característico do bando ou quadrilha, é a estabilidade ou permanência da reunião, com o fim de cometer crimes, ainda que esse conceito de permanência seja relativo e dependente, em regra, dos planos criminosos que a associação tem em vista. É o que distingue da co-participação delituosa: conjugação de esforços transitória ou momentânea para o cometimento de certo crime.

Ainda, o núcleo indicado é associarem-se, que traz a significação de

ajuntarem-se, reunirem-se, aliarem-se, agregarem-se. Exige a lei que sejam mais de

três pessoas. Com efeito, "basta uma organização rudimentar, capaz de

levar a cabo o fim visado, não se exige nítida divisão de

32 in Direito Penal, vol.4, 24ª ed., São Paulo: Saraiva, 2003, p. 92.

fls. 233

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funções, estatos, hierarquia, ou mesmo contato pessoal dos

agentes. Responde pelo crime de quadrilha aquele que, não

participando da execução material de um fato, concorre de

alguma forma para a trama ilícita, como no caso de

intermediário mercantil para a venda de veículo furtado"

(JTACrSP 23/28).

A associação permanente e estável para a prática de delitos restou

comprovada pela prova documental angariada ao feito, que, conforme levantado

pelas interceptações telefônicas e quebra de sigilo telemático, aliada aos

depoimentos prestados e confirmados em juízo, atestam perfeitamente o prévio

ajuste de vontades dos denunciados de dissimular uma situação de fato, para, após,

locupletarem-se às custas das municipalidades.

Cumpre inicialmente destacar que a empresa S&V Equipamentos

para Informática foi criada no ano de 1995, tendo como sócio-fundadores os réus

Volmir Ficcagna e Solange Maria Ody Ficcagna, a qual permaneceu na

sociedade até o ano de 2003. Ainda, juntou-se ao respectivo quadro societário os

réus Waldelei Schmidt e Sérgio Francisco Siepko, os quais, juntamente com

Volmir Ficcagna, compõem o atual quadro social da empresa S&V Equipamentos

para Informática Ltda.

Conforme se infere da denúncia, e corroborado pela prova

documental e testemunhal apreciada nos autos, estes réus, visando uma finalidade

apócrifa, criaram, no ano de 2003, a empresa MS Equipamentos e Assistência

Técnica Ltda ME, registrando-a no nome das esposas de Sérgio Francisco Siepko

e Volmir Ficcagna, tratando-se de Márcia Helena Jabuonski Siepko e Solange

Maria Ody Ficcagna, respectivamente, levando em consideração que Sérgio

Siepko consta como representante de Márcia Siepko perante a Fazenda Estadual,

e Volmir Ficcagna consta como representante de Solange Ficcagna perante a

Fazenda Estadual, conforme informação constante no Sistema de Administração

Tributária - SAT (fls. 549-551, 552-555), ou seja, na prática, ambas as empresas

são de propriedade e administradas pelas mesmas pessoas e pelo mesmo grupo

familiar, inclusive são sediadas no mesmo endereço (fls. 502-503).

fls. 234

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Nesse diapasão, extrai-se da quebra do sigilo telemático dos emails

corporativos da Empresa S&V que Solange e Márcia atuam na gerência, auxiliando

diretamente seus cônjuges e os negócios empresariais do grupo familiar, conforme

fls. 504-505.

Dessa forma, sobejou axiomático que os réus Sérgio Francisco

Siepko, Volmir Ficcagna, Waldelei Schmidt, Márcia Helena Jabuonski Siepko,

Solange Maria Odi Ficcagna, acompanhados de Angélica Scapinello e Marcelo

Rodrigues Gouveia, estes empregados das empresas S&V e MS, a partir do ano

de 2008, associaram-se, de forma estável e permanente, para praticar fraudes em

procedimentos licitatórios, crimes contra a fé pública e crimes contra a regularidade

das licitações previstos na Lei n. 8.666/93.

Da mesma forma, também aderiram à organização criminosa

Luciano Oscar Schmidt, proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda, Pedro

Figulha e Lindacir Salete Faccio Giaretta, proprietários da empresa Líder

Suprimentos para Informática Ltda, Claudir Frigeri, proprietário da Empresa Somaq

Assistência e Equipamentos Ltda, e ainda, Caleb Gerson Kieling, representante da

empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda. e da empresa Társio Comércio e

Representações Ltda. Tais agentes, conforme já explicado, ora cediam sua

documentação para simular competição em licitações, ora compareciam aos

pregões, sempre para prestar auxílio ao sucesso dos objetivos criminosos da

associação criminosa.

Diante das provas amealhadas durante a extensa investigação e

corroboradas em juízo, tenho por cabalmente comprovada a associação dos

acusados com o intuito de praticar ilícitos penais.

Ainda averiguou-se o caráter de permanência temporal da

quadrilha, que agia frequentemente para cometer diversos ilícitos.

Em que pese a defesa dos réus pertencentes às empresas S&V e

MS sustentar que são empresas diversas, que a empresa MS não é fictícia, mas sim

de pequeno porte, ao contrário da empresa S&V, que seria empresa de lucro real,

não havendo então impedimento legal na concorrência simultânea das duas

fls. 235

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empresas nas mesmas licitações, tal tese não merece acolhida.

Isto porque o feixe probatório é farto em demonstrar que a

empresa MS foi fundada com o intuito de beneficiar todos os réus envolvidos, na

forma de verdadeira trapaça. Cita-se o exemplo da licitação pregão presencial n.

28/2011 da cidade de ÁGUA DOCE, em que o réu Marcelo Rodrigues de Gouveia,

funcionário da S&V Equipamentos para Informática Ltda, estava representando a

MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda ME, comprovando a confusão entre

ambas.

Mesmo se dúvidas restassem sobre o sucesso das ações

criminosas efetuadas pelos denunciados, cada qual agindo de forma a garantir a

execução dos crimes e êxito nos resultados de tais condutas, ainda assim não se

afastaria o delito de bando ou quadrilha armada, pois que, independente do

cometimento das infrações, o núcleo do tipo encontra-se na associação de pessoas

com fins ilícitos, procurando tutelar a paz pública.

Neste sentido, encontra-se na jurisprudência do nosso Tribunal:

QUADRILHA ARMADA. ALEGADA AUSÊNCIA DE ASSOCIAÇÃO PERMANENTE, BEM COMO DO COMETIMENTO DE OUTROS CRIMES. IRRELEVÂNCIA. CONJUNTO PROBATÓRIO DEMONSTRANDO QUE OS APELANTES ASSOCIARAM-SE AOS DEMAIS MEMBROS DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA PARA O FIM DE PRATICAREM ROUBOS. DELITO AUTÔNOMO QUE SE CONSUMA INDEPENDENTEMENTE DA PERPETRAÇÃO DE OUTRO. Demonstrada pela prova carreada que os apelantes associaram-se a terceiros integrantes da organização criminosa, com a finalidade de praticarem roubos, a inexistência de pluralidade de crimes não impede o reconhecimento da quadrilha, porquanto é ilícito autônomo, que se consuma independentemente da perpetração de qualquer delito (...). (Apelação Criminal n. 2006.012392-8, de Presidente Getúlio, rel. Des. Sérgio Paladino, j. 01/08/2006).

Ademais, para a configuração do delito de bando ou

quadrilha basta o fato associativo em caráter estável e

continuado, revelador de uma ameaça que sempre se renova.

fls. 236

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Ocorrendo essa associação, o delito está consumado, mesmo que

não tenha chegado a cometer qualquer infração. No entanto, se

as praticar, ocorre um concurso material (RT 505/352).

Houve, conforme comprovado, procedimentos típicos de quadrilha

ou bando (hoje, organização criminosa), com organização, divisão de tarefas prévia,

frustração de vários procedimentos licitatórios, estabilidade e inter-relacionamento

entre os acusados.

Assim, a condenação dos acusados WALDELEI SCHMIDT,

VOLMIR FICCAGNA, SÉRGIO FRANCISCO SIEPKO, MÁRCIA HELENA

JABUONSKI SIEPKO, SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA, ANGÉLICA M,

MARCELO RODRIGUES DE GOUVEIA, LINDACIR SALETE FACCIO GIARETA,

PEDRO FRIGULHA, LUCIANO OSCAR SCHMIDT, CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO,

CALEB GERSON KIELING e CLAUDIR FRIGERI é medida que se impõe.

5. DA PARTICIPAÇÃO CRIMINOSA - ART. 29 DO CÓDIGO

PENAL:

O art. 29 do Código Penal prevê que “Quem, de qualquer

modo, concorre para o crime, incide nas penas a este

cominadas, na medida de sua culpabilidade”.

Assim, todos aqueles que concorreram para o êxito ilícito das

empresas “S&V Equipamentos para Informática Ltda” e “MS Equipamentos e

Assistência Técnica Ltda ME” tiveram colaboração imprescindível para a

consumação dos delitos descritos na denúncia.

Neste sentido, além de todo feixe probatório que comprova

exaustivamente a condutas ilícitas quanto aos acusados sócios das referidas

empresas - WALDELEI SCHMIDT (sócio S&V), SÉRGIO FRANCISCO SIEPKO

(sócio S&V), VOLMIR FICCAGNA (sócio S&V), SOLANGE MARIA ODY

FICCAGNA (sócia MS) e MÁRCIA HELENA JABUONSKI SIEPKO (sócia MS) -

calha reiterar que, individualmente, cada um dos demais denunciados teve sua

participação nos certames de forma irregular e ilegal.

fls. 237

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A acusada ANGÉLICA SCAPINELLO participou igual e ativamente

dos delitos que geraram as ilicitudes em licitações, como nos procedimentos

licitatórios na cidade de CORDILHEIRA ALTA, pregão presencial n. 19/2009 e

pregão presencial n. 28/2010; na cidade de GUATAMBU: pregão presencial n.

12/2010; na cidade de PALMITOS: pregão presencial n. 09/2010; na cidade de

XANXERÊ: pregão presencial n. 86/2009, sendo que nestes procedimentos

licitatórios, a fraude consistiu na concorrência fictícia realizada entre a empresa S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada no procedimento licitatório pelo

réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda.,

representada pelas rés Márcia Helena Jabuonski Siepko e Angélica Scapinello,

onde Angélica foi credenciada como representante da empresa MS por Márcia,

deixando clara a sua participação na fraude. Ainda, contou com a participação do

réu Clóvis Fidélis Grando, que sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às

mesmas pessoas, omitiu-se, deixando de tomar as providências necessárias para

garantir a lisura do procedimento licitatório.

Na cidade de ÁGUAS DE CHAPECÓ, no pregão presencial n.

31/2010, a fraude também consistiu na concorrência fictícia realizada entre S&V

Equipamentos para Escritório Ltda., representada pelo réu Waldelei Schmidt, e MS

Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada por Angélica Scapinello,

credenciada como representante da MS pela ré Solange Maria Ody Ficcagna,

deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-se que estas empresas não

poderiam concorrer entre si em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são

gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo

como falar na existência de concorrência entre ambos. Na cidade de CHAPECÓ:

procedimento licitatório pregão presencial n. 04/2009, a fraude consistiu na

concorrência fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda., representada pela ré Angélica Scapinello, a qual foi credenciada

representante da S&V no certame pelo réu Sérgio Francisco Siepko, e a empresa

MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda., representada por Waldelei Schmidt,

fls. 238

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o qual foi credenciado (fl. 1706) representante da MS pela ré Márcia Helena

Jabuonski Siepko. Ressalta-se que estas empresas não poderiam concorrer entre si

em uma licitação pública, tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas

pessoas e têm sede física no mesmo local, não tendo como falar na existência de

concorrência entre ambos.

Também no pregão presencial n. 287/2009 e pregão presencial n.

331/2009 promoveu-se o credenciamento dos denunciados Waldelei Schmidt pela

S&V e, pela MS, Angélica Scapinello, esta credenciada por Marcia Siepko

(concorrência fictícia). No mesmo modus operandi de concorrência fictícia

ocorreram os seguintes certames: na cidade de OURO VERDE: pregão presencial

n. 331/200933; na cidade de PINHALZINHO: pregão presencial n. 07/2010; na

cidade de CAÇADOR: pregão presencial n. 32/2010; na cidade de CONCÓRDIA:

pregão presencial n. 83/2008, pregão presencial n. 122/2008 e pregão presencial n.

49/2010; na cidade de IRANI, pregão presencial n. 23/2009; na cidade de ITÁ:

pregão presencial n. 57/2010 e pregão presencial n. 45/2011; na cidade de

PIRATUBA: pregão presencial n. 24/2011; na cidade de PONTE SERRADA: pregão

presencial n. 25/2009; na cidade de SÃO MIGUEL DO OESTE pregão presencial n.

74/2011; na cidade de XAVANTINA: pregão presencial n. 07/2010

Salienta-se que uma das formas de operacionalização da fraude nos

procedimentos licitatórios pelas empresas investigadas, era a utilização de Marcelo

Rodrigues de Gouveia e Angélica Scapinello, funcionários da empresa S&V34, para

representar tanto a S&V quanto a MS nos procedimentos licitatórios.As provas são

fartas, desde interceptações telefônicas (Audio 14: Sérgio conversa

Angélica a respeito de uma licitação de relógio ponto para a

prefeitura de Catanduvas/SC. Sérgio diz: Viu, de Catanduvas,

vocês passaram um orçamento de relógio lá." Angélica concorda,

Sério diz: "Ondé que tá, tem que vê esse orçamento, tem que

fazer mais dois igual pra eles poder comprar". Angélica diz

que vai ver com o Marcelo tratar com Sérgio (ao fundo ouve-se

33 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 05/2009, e não 331/2009 conforme constou na denúncia.34 Fls. 556-557.

fls. 239

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Angélica perguntar para Marcelo se ele fez um orçamento de

relógios para Catanduvas porque tem que fazer mais duas

propostas); Marcelo conversa com Sérgio e diz que foi ele quem

passou para Catanduvas, e o Amarildo passou para Irani [...])

quanto prova oral em juízo (testemunhas Leandro Carniel, Fábio Júnior Ambrósio,

etc, depoimentos já colacionados), confirmando as práticas dos crimes denunciados

pela ré Angélica Scapinello.

O acusado MARCELO RODRIGUES DE GOUVEIA participou igual

e ativamente dos delitos que geraram as ilicitudes em licitações, como nos

procedimentos licitatórios da cidade de CHAPECÓ: modalidade convite n. 49/2009,

convite n. 207/2009, convite n. 68/2010; na cidade de BOM JESUS DO OESTE:

convite n. 15/2008, convite n. 29/2008 e convite n. 35/2011; na cidade de OURO

VERDE: convite n. 19/2009 e convite n. 48/2010; na cidade de PINHALZINHO:

licitação pregão presencial n. 22/2011; na cidade de SERRA ALTA: licitação na

modalidade convite n. 21/200935; na cidade de PRESIDENTE CASTELLO

BRANCO: convite n. 27/2010; na cidade de PALMA SOLA: licitação convite n.

30/2011; na cidade de NOVA ERECHIM: licitação convite n. 25/2011; na cidade de

ÁGUA DOCE licitação pregão presencial n. 38/2011, sendo que era este réu quem

inseria nos formulários em branco das demais empresas associadas na fraude a

proposta de preço ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a

adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS. Denota-se que nos

arquivos apreendidos na sala de reuniões da Empresa S&V, foram encontrados

vários envelopes e documentos que contam com a participação da empresa

Proxyline Informática Ltda.. Inclusive, vários desses arquivos têm como autor o réu

Marcelo Rodrigues Gouveia, confirmando novamente o modus operandi da

organização criminosa. Na cidade de CONCÓRDIA, no pregão presencial n.

49/2010, o denunciado Marcelo, mesmo sendo empregado da empresa S&V

35 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 29/2009, e não 21/2009 conforme constou na denúncia.

fls. 240

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Equipamentos para Escritório Ltda, credenciou-se como representante da empresa

Targettech Serviços de Computador Ltda e, pactuando a elaboração de lances, cuja

participação era falsa ideologicamente, servindo apenas para dar aparência de

competitividade. Na cidade de SÃO JOSÉ DO CEDRO, na licitação convite n.

108/2011, convite n. 39/2012, ao analisar os arquivos existentes no notebook do

réu Marcelo Rodrigues de Gouveia, através do Ofício n. 288/ICC/2012, o Instituto

Geral de Perícias constatou que o réu possuía em seu notebook, dentre outros

documentos, três arquivos, em formato Word, onde a Positivo Informática S/A,

representada por Rodrigo Benetti Dolatto, autoriza as empresas S&V Equipamentos

para Escritório Ltda., MS Equipamentos e Assistência Técnica Ltda. e Somaq

Assistência e Equipamentos Ltda., a revender, instalar e prestar treinamentos a

empresas privadas e públicas, inclusive à Prefeitura Municipal de São José do

Cedro, demonstrando novamente a falsificação ideológica perpretada pelas

empresas S&V e MS para utilização em licitações públicas, neste caso, em São

José do Cedro (fls. 1755-1761). Na cidade de SÃO MIGUEL DO OESTE, na

licitação na modalidade pregão presencial n. 74/2011, a fraude consistiu na

concorrência fictícia realizada entre a empresa S&V Equipamentos para Escritório

Ltda., representada pelo réu Marcelo Rodrigues de Gouveia, o qual foi credenciado

a representar a S&V no certame pelo réu Waldelei Schmidt, e a MS Equipamentos e

Assistência Técnica Ltda., representada pelas rés Márcia Helena Jabuonski Siepko

e Angélica Scapinello, a qual foi credenciada a representar MS no certame pela ré

Solange Maria Ody Ficcagna, deixando clara sua participação na fraude. Ressalta-

se que estas empresas não poderiam concorrer entre si em uma licitação pública,

tendo em vista que ambas são gerenciadas pelas mesmas pessoas e têm sede

física no mesmo local, não tendo como falar na existência de concorrência entre

ambas. E ainda, na cidade de ÁGUA DOCE, na licitação pregão presencial n.

28/2011, o réu Marcelo, mesmo sendo funcionário da S&V Equipamentos, estava

representando a MS Equipamentos.

As provas são fartas, desde interceptações telefônicas (Áudio 23 do

Relatório de Interceptação n. 04 (TRANSCRIÇÃO: Waldelei liga para Marcelo (da

fls. 241

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S&V) [...] Waldelei diz que vai ele e Angélica ou outra pessoa, mas que vão com a

S&V e a MS.[...]) (Áudio 14 - Sérgio pergunta se Marcelo tem as logomarcas da

PROXYLINE e de outras (que não fica claro), Marcelo diz que tem. Sérgio diz para

passar duas propostas para "ela logo, de duas empresas pra ela podê compra hoje".

Marcelo concorda, Sérgio diz: "Tá, mas então, se cuida pra não fazê, escreve

diferente né, põe marca diferente". Marcelo diz: "Sim, sim, sim, tá, pode dexar")

quanto prova oral em juízo (testemunhas Leandro Carniel, Fábio Júnior Ambrósio,

etc, depoimentos já colacionados), confirmando as práticas dos crimes denunciados

pelo réu Marcelo Rodrigues Gouveia.

Ademais, após análise dos arquivos existentes no Notebook do réu

Marcelo, constatou-se que este possuía, dentre outros documentos, três arquivos,

em formato Word, em que a empresa Positivo Informática S.A. autorizava a

empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda. a revender, instalar e prestar

treinamentos a empresas privadas e públicas, incluindo a Prefeitura Municipal de

São José do Cedro. Ainda, nos outros dois arquivos, a Positivo emitia autorização

idêntica às empresas S&V e MS, denotando-se, assim, que tais documentos foram

falsificados para serem utilizados na licitação ocorrida em São José do Cedro (fls.

1142-1145). A falsificação pode ser observada através de rápida análise do

cabeçalho das respectivas autorizações, já que neste consta "Positivo Informática

Ltda." e no texto do referido documento está como "Positivo Informática S.A", razão

social correta da empresa. Destaca-se também, que o carimbo utilizado nestas

autorizações é idêntico ao carimbo apreendido na "Sala de Licitações" da empresa

S&V (fl. 1146-1149/1157).

A acusada LINDACIR SALETE FACCIO GIARETTA, em que pese

alegar que cabia a Pedro Frigulha a responsabilidade pelas licitações da empresa

Líder Suprimentos para Informática LTDA, sendo que somente assinava

documentos licitatórios na ausência deste, não logrou isentar-se da

responsabilidade de sócia-proprietária e menos ainda do dolo gritante de sua

participação dos certames irregulares. Assim o fez na cidade de CORDILHEIRA

fls. 242

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ALTA, quando do procedimento licitatório convite n. 07/2011, sendo que, conforme

se observa no Convite n. 29/009 de Entre Rios/SC, consta a assinatura da ré

Lindacir Salete Faccio Giaretta nos recibos referentes ao recebimento da

documentação atinente a licitação, a qual alegou ao GAECO de Chapecó/SC que

apenas assinava a documentação referente a licitação que eram encaminhadas

para sua empresa pelos réus Waldelei Schmidt e Volmir Ficcagna, ambos sócios da

empresa S&V, bem como havia ocasiões em que Waldelei Schmidt levava os

documentos pessoalmente à sede da empresa Líder Suprimentos para Informática

Ltda. quando se deslocava para Caçador/SC. O que demonstra claramente que os

réus Lindacir Salete Faccio Giaretta e Pedro Frigulha, em concurso de pessoas,

entregavam os documentos da empresa Líder Suprimentos para Informática Ltda.

necessários para sua participação nas licitações às empresas S&V e MS,

possibilitando que através do réu Marcelo Rodrigues de Gouveia fosse inserido nos

formulários proposta ideologicamente falsa. Também nos procedimentos licitatórios

convite n. 49/2009, convite n. 142/2009, convite n. 207/2009, convite n. 68/2010; da

cidade de BOM JESUS DO OESTE também os certames convite n. 15/2008,

convite n. 29/2008 e convite n. 14/2011; da cidade de OURO VERDE, licitação

convite n. 19/2009 e convite n. 48/2010; e da cidade de SERRA ALTA convite n.

21/200936 e convite n. 21/2010, sempre a ré Lindacir assinava a documentação da

sua empresa, referente a licitação que era encaminhada, já preenchida, para a

empresa S&V Equipamentos para Escritório Ltda.

Ratificando o modus operandi, a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta,

ao ser ouvida na fase instrutória em juízo (fls. 1087-1089), descreveu [...] QUE,

a interrogada esclarece que assinava vários documentos

referentes a licitações que eram encaminhados para sua empresa

por WALDELEI SCHMIDT e VOLMIR FICCAGNA, ambos sócios da

empresa "S&V Equipamentos para Escritórios Ltda"; QUE, a

interrogada esclarece que os documentos chegavam à sua empresa

(Líder Suprimentos para Informática Ltda) via transportadora

36 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 29/2009, e não 21/2009 conforme constou na denúncia.

fls. 243

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Reunidas, bem como eram devolvidos para a empresa "S&V" via

Reunidas; [...] QUE, a interrogada esclarece que, quando

assinava os documentos, os mesmos já estavam preenchidos com

relação aos preços dos produtos; [...]QUE, a interrogada tinha

ciência de que os documentos que assinava, referentes aos

procedimentos licitatórios, iriam para a empresa "S&V" antes

de serem entregues nas Prefeituras, sendo que a empresa "S&V"

era quem gerenciava a entrega desses documentos nas

Prefeituras [...], confirmando totalmente a prática dos crimes que lhe foram

imputados na denúncia.

O acusado PEDRO FRIGULHA participou igualmente dos delitos

que geraram as ilicitudes em licitações, como no procedimento licitatório convite n.

07/2011 da cidade de CORDILHEIRA ALTA, representando a Líder Suprimentos

para Informática Ltda, emprestou documentos de sua empresa para figurar na

licitação como suposta concorrente, conforme o grande número de documentos

digitais encontrados armazenados nos computadores e arquivos da S&V

Equipamentos para Escritório Ltda. Também na cidade de ENTRE RIOS, na

licitação convite n. 26/2009, entregou ao grupo documentos em branco,

possibilitando que, através do denunciado Marcelo Rodrigues de Gouveia fosse

inserido nos formulários proposta ideologicamente falsa. Também nesta cidade de

CHAPECÓ (convite n. 49/2009, convite n. 142/2009, convite n. 207/2009 e convite

n. 68/2010), cidade de BOM JESUS DO OESTE (convite n. 15/2008, convite n.

29/2008 e convite n. 14/2011), na cidade de OURO VERDE (licitação convite n.

19/2009 e convite n. 48/2010) na cidade de SERRA ALTA (convite n. 21/200937, e

convite n. 21/2010 ). Destaca-se que a ré Lindacir Salete Faccio Giaretta, ao ser

ouvida na fase instrutória em juízo (fls. 1087-1089), declarou que [...]esclarece

que Pedro Figulha tinha conhecimento dos documentos que a

interrogada assinava [...] QUE, a interrogada tinha ciência de

37 Erro material trata-se do Pregão Presencial n. 29/2009, e não 21/2009 conforme constou na denúncia.

fls. 244

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que os documentos que assinava, referentes aos procedimentos

licitatórios, iriam para a empresa "S&V" antes de serem

entregues nas Prefeituras, sendo que a empresa "S&V" era quem

gerenciava a entrega desses documentos nas Prefeituras [...] e

em sede de alegações finais, esta acusada alegou que cabia a Pedro Frigulha a

responsabilidade pelas licitações da empresa Líder Suprimentos para Informática

LTDA (fls. 6201-6209).

O acusado LUCIANO OSCAR SCHMIDT participou igualmente dos

delitos que geraram as ilicitudes em licitações, como na licitação convite n. 07/2011

e convite n. 35/2011, ambas da cidade de CORDILHEIRA ALTA, nas quais, como

proprietário da empresa Proxyline Informática Ltda, entregou documentos

necessários à participação da empresa no certame em branco, possibilitando que

fossem inseridas propostas ideologicamente falsas nos formulários, com a finalidade

de assegurar a adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS, conforme

o grande número de documentos digitais encontrados armazenados nos

computadores e arquivos da S&V Equipamentos para Escritório Ltda. Da mesma

forma agiu na cidade de PINHALZINHO (licitação pregão presencial n. 22/2011) na

cidade de PRESIDENTE CASTELLO BRANCO (licitação convite n. 27/2010) , na

cidade de NOVA ERECHIM (licitação convite n. 25/2011) e na cidade de ÁGUA

DOCE (licitação pregão presencial n. 28/2011). Através das interceptações

telefônicas fica claro que além das falsas concorrências, os réus ligados às

empresas S&V e MS falsificaram documentos de empresas concorrentes, dentre

elas, documentos da Empresa Proxyline Informática Ltda., de propriedade do réu

Luciano, conforme se infere do trecho do Áudio 14 da interceptação telefônica (fl.

542).

O acusado CLÓVIS FIDELIS GRANDO, traindo a qualidade de

servidor público, cônscio da ilicitude de sua conduta, auxiliava decisivamente os

sócios e funcionários das empresas S&V e MS (também réus da presente ação), a

realizarem as fraudes no Município de Cordilheira Alta, valendo-se do cargo de

fls. 245

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Secretário de Administração do Município à época, como no pregão presencial n.

19/2009 e pregão presencial n. 28/2010, nos quais, na condição de presidente da

comissão de licitações e pregoeiro do município, o que lhe atribui a condição de

responsável pela lisura do certame, sabendo que as empresas S&V e MS

pertenciam às mesmas pessoas, omitiu-se, deixando de tomar as providências

necessárias para garantir a lisura do procedimento licitatório, concorrendo com a

prática do crime. Na mesma cidade, na licitação convite n. 07/2011, o réu Clóvis, na

condição de presidente da comissão de licitações e pregoeiro do município,

sabendo que as empresas S&V e MS pertenciam às mesmas pessoas, convidou-as

para participarem do certame, bem como o fez com relação à terceira pessoa

indicada por Waldelei Schmidt para completar o convite e, assim, dar aparência de

legalidade à disputa. Também no pregão presencial n. 29/2011, o réu fez com que

fosse inserido no edital do procedimento licitatório a exigência de apresentação de

alguns certificados na fase de habilitação dos preponentes que só eram fornecidos

pela empresa Positivo Informática S/A apenas para a empresa S&V, e como

objetivo específico de afastar os demais concorrentes e assegurar a esta a

adjudicação do objeto, tanto é assim, que foi desclassificada a empresa Targetech

que, licitamente, também postulava a adjudicação do objeto. Destaca-se que a

testemunhas relatam que Clóvis organizava os certames e até mesmo atrapalhava a

concorrência regular nas licitações, a fim de garantir o êxito das fraudes.

O acusado CALEB GERSON KIELING participou igualmente dos

delitos que geraram as ilicitudes em licitações, como na licitação convite n. 33/2008

e licitação convite n. 31/2009, ambas da cidade de BOM JESUS DO OESTE, na

qual, como representante da empresa Caleb G. Kieling & Cia Ltda., franqueou ao

acusado Waldelei Schmidt o acesso aos documentos referentes à participação da

sua empresa no certame, em branco, possibilitando que fossem inseridos pelo

denunciado Marcelo Rodrigues Gouveia nos formulários proposta de preço

ideologicamente falsa, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos à

organização criminosa.

fls. 246

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Também em certame nas cidades de CONCÓRDIA, PONTE

SERRADA e SÃO MIGUEL DO OESTE como representante da empresa Caleb G.

Kieling & Cia Ltda., que apresentou propostas por tal empresa, e também pela

empresa Társio Comércio e Representações Ltda, todas estas ideologicamente

falsas, com a finalidade de dar aparência de verdadeira competição, assegurando a

adjudicação dos objetos licitados às empresas S&V e MS.

Em todos estes certames, o réu Caleb prestou auxílio aos réus das

empresas S&V e MS na fraude perpetrada na licitação, tendo em vista que durante

o cumprimento de mandado de busca e apreensão na sede da empresa S&V, foi

apreendido um carimbo da empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda.", contendo

número do CNPJ, bem como arquivos diversos desta empresa no computador do

réu Waldelei Schmidt, deixando claro o uso de sua empresa no êxito das fraudes

(fls. 1767-1768). Também na a licitação pregão presencial n. 38/2011 da cidade de

ÁGUA DOCE o réu Caleb G. Kieling, como representante da Társio Comércio e

Representações Ltda., prestou auxílio aos réus das empresas S&V e MS na fraude

perpetrada na licitação tendo em vista os diversos arquivos desta empresa no

computador do réu Waldelei Schmidt, deixando claro o uso de sua empresa para

realizarem as fraudes.

Em que pese, quando interrogado em juízo, alegar que não sabe como

documentos com timbre da empresa "Caleb G. Kieling & Cia Ltda", foram

encontrados no computador de Waldelei Schmidt, sustentando que não remeteu e

nem forneceu referidos arquivos para Waldelei Schmidt, não sabendo de que forma

ele obteve tais arquivos e que a empresa, sua versão encontra-se isolada e

incomprovada no feixe probatório amealhado, ônus que lhe competia, nos termos do

art. 156 do Código de Processo Penal.

Consoante consagrado entendimento doutrinário e

jurisprudência, "aquele que invoca um álibi tem que prová-lo

satisfatoriamente, de molde a excluir seguramente a

possibilidade de ter sido o autor da infração. Álibi não

cumpridamente provado eqüivale a confissão de crime" (TJSC

fls. 247

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Apelação Criminal. n. 28.037, de Laguna, rel. Des. Solon d'Eça Neves).

O acusado CLAUDIR FRIGERI participou igualmente dos delitos

que geraram as ilicitudes em licitações, como na licitação convite n. 108/2011, na

licitação convite n. 39/2012, ambas da cidade de SÃO JOSÉ DO CEDRO e na

licitação convite n. 30/2011 na cidade de PALMA SOLA, nas quais, como

proprietário da empresa Somaq Assistência e Equipamentos Ltda, forneceu em

branco os documentos necessários à participação de sua empresa ao denunciado

Volmir Ficagna, com a finalidade de assegurar a adjudicação dos objetos licitados à

empresa S&V, sendo que ratificou sua participação nas fraudes destas licitações ao

GAECO de Chapecó/SC (fls. 1751-1754 e fls. 1787-1790, fls. 1779-1782,

respectivamente). Ainda este réu, ao ser interrogado confirmou que o acusado

Volmir Ficcagna lhe solicitou que assinasse em duas oportunidades (relativas às

licitações dos municípios de Palma Sola e São José do Cedro) documentos já

preenchidos referentes a propostas da Empresa Somaq Assistência e

Equipamentos Ltda. no intuito de apresentá-las nas licitações (fls. 1082-1084/mídia

de fl. 5820).

Por vezes, a adequação típica de uma determinada conduta

humana nem sempre se dá de forma imediata, ocorrendo, portanto, o que a doutrina

denomina de adequação típica mediata. Assim, para adequar o fato ao tipo,

essencial se valer de uma norma de extensão, sem a qual é absolutamente

impossível enquadrar a conduta, in casu, o art. 29 do CP.

Nesse contexto, vê-se, que no intuito de fraudarem os

procedimentos licitatórios dos respectivos municípios elencados, os denunciados

Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Francisco Siepko, Márcia Helena

Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna, valeram-se do imprescindível

auxílio dos denunciados Angélica Scapinello, Marcelo Rodrigues de Gouveia,

Lindacir Salete Faccio Giaretta, Pedro Frigulha, Luciano Oscar Schmidt, Clóvis

Fidélis Grando, Caleb Gilson Kieling e Claudir Frigeri, os quais, portanto,

fls. 248

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concorreram para a prática delitiva.

Para o doutrinador Luiz Flávio Gomes, a configuração da

participação do agente no delito exige a ocorrência de 3 (três) requisitos, in verbis38:

[...] três são os requisitos da participação: (a) pluralidade de condutas; (b) relevância causal e jurídica de cada conduta; (c) vínculo subjetivo do partícipe (ciência inequívoca de que contribui para o fato de outrem).

No caso, a pluralidade de condutas está consubstanciada no fato de

que os réus Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio Siepko, Márcia Helena

Jabuonski Siepko, Solange Maria Odi Ficcagna, Angélica Scapinello e Marcelo

Rodrigues Gouveia, representantes das empresas S&V e MS, no intuito de

fraudarem as licitações, agiram de forma determinante para as condutas típicas

praticadas por Lindacir Salete Faccio Giaretta, Pedro Frigulha, Luciano Oscar

Schmidt, Clóvis Fidélis Grando, Caleb Gilson Kieling e Claudir Frigeri.

A relevância causal e jurídica de cada conduta, igualmente, está

presente, haja vista que não fosse o interesse dos representantes das empresas

S&V e MS na prática de fraude nos procedimentos licitatórios, o auxílio das diversas

outras empresas do ramo não teria acontecido.

Ainda, o vínculo subjetivo dos partícipes encontra guarida nas suas

intenções prévias de engendrarem as fraudes perpretadas nos procedimentos

licitatórios, conforme se infere das interceptações telefônicas e telemáticas conforme

já demonstrado, bem como modus operandi comprovado: as empresas auxiliares

ora forneciam os documentos necessários à participação nos certames, a fim de

que os representantes das empresas S&V e MS os preenchessem segundo seus

interesses, ora apresentavam propostas apenas formais, visando sempre fraudar os

certames, e assim, assegurar a adjudicação dos objetos às empresas S&V e MS.

Dessarte, não restam dúvidas a respeito da responsabilidade e

participação de cada um dos demandados nas fraudes por eles levadas a efeito,

notadamente porque a participação de cada um foi imprescindível para a conclusão

dos atos fraudulentos conforme demonstrado a seguir.

38 in Direito Penal. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 507.

fls. 249

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PASSO, POIS, À APLICAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DAS

PENAS DOS ACUSADOS39.

1. Quanto ao réu WALDELEI SCHMIDT:

1.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5890-5891); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento

de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

1.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

39 Ressalta-se que a pena a ser aplicada no que se refere ao art. 288, caput, do Código Penal, trata-se da pena prevista na redação anterior à Lei n. 12.850/2013, in verbis: Art. 288. "Associarem-se mais de três pessoas, com quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena reclusão, de um a três anos".

fls. 250

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que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5890-5891); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-

multa, no valor mínimo legal.

1.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5890-5891); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

de reclusão.

fls. 251

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1.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5890-5891); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

1.5. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)

meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no

valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,

diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.

Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.

fls. 252

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77, caput, do Código Penal).

2. Quanto ao réu VOLMIR FICCAGNA:

2.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5892-5895); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento

de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

2.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5892-5895); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

fls. 253

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seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-

multa, no valor mínimo legal.

2.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5892-5895); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

de reclusão.

2.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5892-5895); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

fls. 254

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penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

2.5. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)

meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no

valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,

diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.

Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.

77, caput, do Código Penal).

3. Quanto ao réu SÉRGIO FRANCISCO SIEPKO:

fls. 255

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3.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5896-5898); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento

de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

3.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5896-5898); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

fls. 256

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Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-

multa, no valor mínimo legal.

3.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5896-5898); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

de reclusão.

3.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5896-5898); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

fls. 257

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181

Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

3.5. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)

meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no

valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,

diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.

Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.

77, caput, do Código Penal).

4. Quanto à ré MÁRCIA HELENA JABUONSKI SIEPKO:

4.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5899-5900); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

fls. 258

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as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento

de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

4.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5899-5900); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

fls. 259

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e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-

multa, no valor mínimo legal.

4.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5899-5900); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

fls. 260

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de reclusão.

4.4. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 1 (um) ano de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro) meses de detenção,

mais o pagamento de 32 (trinta e dois) dias-multa, no valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,

diante do disposto no art. 33, §3º, do Código Penal.

Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.

77, caput, do Código Penal).

5. Quanto à ré SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA:

5.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5901-5902); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

fls. 261

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185

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e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento

de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

5.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5901-5902); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-

multa, no valor mínimo legal.

5.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5901-5902); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

fls. 262

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186

Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

de reclusão.

5.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5901-5902); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

5.5. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

fls. 263

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espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)

meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no

valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,

diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.

Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.

77, caput, do Código Penal).

6. Quanto à ré ANGÉLICA SCAPINELLO:

6.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5903-5904); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

fls. 264

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definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento

de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

6.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5903-5904); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-

multa, no valor mínimo legal.

6.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5903-5904); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

fls. 265

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e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

de reclusão.

6.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5903-5904); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

6.5. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)

meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no

valor mínimo legal.

fls. 266

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A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,

diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.

Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.

77, caput, do Código Penal).

7. Quanto ao réu MARCELO RODRIGUES GOUVEIA:

7.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5905-5906); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 52 (cinquenta e duas) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento

de 16 (dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

7.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

fls. 267

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5905-5906); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 10 (dez) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 5 (cinco) anos de detenção, mais o pagamento de 16 (dezesseis) dias-

multa, no valor mínimo legal.

7.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5905-5906); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

de reclusão.

7.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:

fls. 268

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Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5905-5906); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 58 (cinquenta e oito) vezes, de

maneira consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda

definitiva em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

7.5. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro)

meses de detenção, mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no

valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,

diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.

Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.

77, caput, do Código Penal).

fls. 269

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8. Quanto à ré LINDACIR SALETE FACCIO GIARETTA:

8.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5907-5908); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 13 (treze) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

8.2. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5907-5908); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

fls. 270

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Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

de reclusão.

8.3. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5907-5908); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 13 (treze) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

8.4. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 3 (três) anos e 4 (quatro)

meses de detenção, mais o pagamento de 32 (trinta e dois) dias-multa, no

fls. 271

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valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime aberto,

diante do disposto no art. 33, §2º, 'c' do Código Penal.

Cabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa, uma vez que a ré preenche os requisitos objetivos e subjetivos insertos do

art. 44 do Código Penal.

Assim, substituo a pena corporal imposta, nos termos do art. 44, I,

do Código Penal, por duas penas restritivas de direito, quais sejam, prestação de

serviços à comunidade e prestação pecuniária no importe de 1 (um) salário mínimo

em favor de entidade pública com destinação social, as duas a serem definidas na

fase de execução da pena. A prestação de serviços à comunidade terá a mesma

duração da pena privativa de liberdade (art. 55 do CP).

9. Quanto ao réu PEDRO FRIGULHA:

9.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5909-5910); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 13 (treze) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

fls. 272

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em 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

9.2. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5909-5910); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

de reclusão.

9.3. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5909-5910); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

fls. 273

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terços), vez que o delito em comento ocorreu por 13 (treze) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

9.4. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 3 (três) anos e 4 (quatro)

meses de detenção, mais o pagamento de 32 (trinta e dois) dias-multa, no

valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime aberto,

diante do disposto no art. 33, §2º, 'c' do Código Penal.

Cabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa, uma vez que o agente preenche os requisitos objetivos e subjetivos

insertos do art. 44 do Código Penal.

Assim, substituo a pena corporal imposta, nos termos do art. 44, I,

do Código Penal, por duas penas restritivas de direito, quais sejam, prestação de

serviços à comunidade e prestação pecuniária no importe de 1 (um) salário mínimo

em favor de entidade pública com destinação social, as duas a serem definidas na

fase de execução da pena. A prestação de serviços à comunidade terá a mesma

duração da pena privativa de liberdade (art. 55 do CP).

10. Quanto ao réu LUCIANO OSCAR SCHMIDT:

10.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5911-5912); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

fls. 274

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as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/2 (um

meio), vez que o delito em comento ocorreu por 5 (cinco) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 15 (quinze) dias-multa, no

valor mínimo legal.

10.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5911-5912); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/4 (um

quarto), vez que o delito em comento ocorreu por 3 (três) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 3 (três) anos e 9 (nove) meses de detenção, mais o pagamento de 12 (doze)

fls. 275

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dias-multa, no valor mínimo legal.

10.3. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5911-5912); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

de reclusão.

10.4. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5911-5912); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 2/3 (dois

terços), vez que o delito em comento ocorreu por 6 (seis) vezes, de maneira

fls. 276

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consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mais o pagamento de 16

(dezesseis) dias-multa, no valor mínimo legal.

10.5. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 6 (seis) anos e 9 (nove)

meses de detenção, mais o pagamento de 43 (quarenta e três) dias-multa, no

valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,

diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.

Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.

77, caput, do Código Penal).

11. Quanto ao réu CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO:

11.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5913-5914); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

fls. 277

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e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/3 (um

terço), vez que o delito em comento ocorreu por 4 (quatro) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de detenção, mais o pagamento de 13 (treze)

dias-multa, no valor mínimo legal.

11.2. Do delito previsto no art. 96, inciso I, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5913-5914); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/5 (um

quinto), vez que o delito em comento ocorreu por 2 (duas) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 3 (três) anos e 7 (sete) meses e 6 (seis) dias de detenção, mais o

pagamento de 12 (doze) dias-multa, no valor mínimo legal.

11.3. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

fls. 278

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totaliza 6 (seis) anos, 3 (três) meses e 6 (seis) dias de detenção, mais o

pagamento de 25 (vinte e cinvo) dias-multa, no valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime semiaberto,

diante do disposto no art. 33, caput, do Código Penal.

Incabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa (art. 44 do Código Penal). Não há que se falar em concessão de sursis (art.

77, caput, do Código Penal).

12. Quanto ao réu CALEB GILSON KIELING:

12.1. Do delito previsto no art. 90, caput, da Lei n. 8.666/93:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5915-5916); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 2 (dois) anos de detenção, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/2 (um

meio), vez que o delito em comento ocorreu por 5 (cinco) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 3 (três) anos de detenção, mais o pagamento de 15 (quinze) dias-multa, no

valor mínimo legal.

12.2. Do delito previsto no art. 288 do Código Penal:

fls. 279

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Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5915-5916); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, ausentes causas gerais e/ou especiais de aumento

e/ou diminuição de pena, razão pela qual fixo a reprimenda definitiva em 1 (um) ano

de reclusão.

12.3. Do delito previsto no art. 299 do Código Penal:

Na primeira fase, atenta às circunstâncias ditas judiciais, observo

que a culpabilidade é grave, mas própria do tipo; não registra antecedentes (fls.

5915-5916); conduta social e personalidade, desconhecidas; a motivação é típica;

as circunstâncias já foram analisadas; consequências graves, mas afetas ao tipo

penal; não há que se falar em comportamento da vítima no ilícito.

Atenta às ponderações retro, fixo a pena-base no mínimo-legal, ou

seja, 1 (um) ano de reclusão, mais o pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor

mínimo legal.

Na segunda fase da dosimetria, ausentes circunstâncias agravantes

e atenuantes.

Na terceira fase, presente a causa de aumento de pena da

continuidade delitiva (CP, art. 71), razão pela qual aumento a pena em 1/4 (um

quarto), vez que o delito em comento ocorreu por 3 (três) vezes, de maneira

consumada. Ausentes causas de diminuição de pena, fixo a reprimenda definitiva

em 1 (um) ano e 3 (três) meses de reclusão, mais o pagamento de 12 (doze)

dias-multa, no valor mínimo legal.

fls. 280

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Endereço: Rua Augusta Muller Bohner, 300-D, ., Bairro Passo dos Fortes - CEP 89805-900, Fone: (49) 3321-4112, Chapecó-SC - E-mail: [email protected]

12.4. Do concurso de crimes:

Em se tratando de crimes praticados mediante mais de uma ação de

espécies diferentes, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade,

nos termos do art. 69 do Código Penal - concurso material de crimes. Assim, a pena

totaliza 2 (dois) anos e 3 (três) meses de reclusão, 3 (três) anos de detenção,

mais o pagamento de 27 (vinte e sete) dias-multa, no valor mínimo legal.

A pena privativa de liberdade será cumprida em regime aberto,

diante do disposto no art. 33, §2º, 'c' do Código Penal.

Cabível a substituição da pena corporal por modalidade menos

gravosa, uma vez que o agente preenche os requisitos objetivos e subjetivos

insertos do art. 44 do Código Penal.

Assim, substituo a pena corporal imposta, nos termos do art. 44, I,

do Código Penal, por duas penas restritivas de direito, quais sejam, prestação de

serviços à comunidade e prestação pecuniária no importe de 1 (um) salário mínimo

em favor de entidade pública com destinação social, as duas a serem definidas na

fase de execução da pena. A prestação de serviços à comunidade terá a mesma

duração da pena privativa de liberdade (art. 55 do CP).

Ante todo o exposto, JULGO PROCEDENTE EM PARTE a

denúncia para, em consequência:

1) CONDENAR o acusado WALDELEI SCHMIDT, qualificado nos

autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4

(quatro) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o pagamento de 48

(quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal, por infração ao art. 90, caput

(52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e

art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58 vezes), todos c/c art. 29, caput e art.

69, caput, do Código Penal;

fls. 281

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2) CONDENAR o acusado VOLMIR FICCAGNA, qualificado nos

autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e 4

(quatro) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o pagamento de 48

(quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal, por infração ao art. 90, caput

(52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e

art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58 vezes), todos c/c art. 29, caput e art.

69, caput, do Código Penal;

3) CONDENAR o acusado SÉRGIO FRANCISCO SIEPKO,

qualificado nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8

(oito) anos e 4 (quatro) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o

pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal, por

infração ao art. 90, caput (52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei n.

8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58 vezes),

todos c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal;

4) CONDENAR a acusada MÁRCIA HELENA JABUONSKI

SIEPKO, qualificada nos autos, à pena de 1 (um) ano de reclusão, 8 (oito) anos e

4 (quatro) meses de detenção, mais o pagamento de 32 (trinta e dois) dias-

multa, no valor mínimo legal, por infração ao art. 90, caput (52 vezes) e art. 96,

inciso I (10 vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, do Código Penal (por

58 vezes), todos c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal, ABSOLVENDO-

A do delito do art. 299, caput, do CP com fulcro no art. 386, inciso VII do

Código de Processo Penal;

5) CONDENAR a acusada SOLANGE MARIA ODY FICCAGNA,

qualificada nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8

(oito) anos e 4 (quatro) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o

pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal, por

fls. 282

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infração ao art. 90, ca put (52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei n.

8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58 vezes),

todos c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal;

6) CONDENAR a acusada ANGÉLICA SCAPINELLO, qualificada

nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 8 (oito) anos e

4 (quatro) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o pagamento de 48

(quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal, por infração ao art. 90, caput

(52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e

art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58 vezes), todos c/c art. 29, caput e art.

69, caput, do Código Penal;

7) CONDENAR o acusado MARCELO RODRIGUES DE

GOUVEIA, qualificado nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de

reclusão, 8 (oito) anos e 4 (quatro) meses de detenção, em regime semiaberto,

mais o pagamento de 48 (quarenta e oito) dias-multa, no valor mínimo legal,

por infração ao art. 90, caput (52 vezes) e art. 96, inciso I (10 vezes), ambos da Lei

n. 8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 58

vezes), todos c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal;

8) CONDENAR a acusada LINDACIR SALETE FACCIO

GIARETTA, qualificada nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de

reclusão, 3 (três) anos e 4 (quatro) meses de detenção, em regime aberto, mais

o pagamento de 32 (trinta e dois) dias-multa, no valor mínimo legal, pena esta

que substituo por duas restritivas de direitos, nos termos da fundamentação,

pela prática das infrações penais previstas no art. 90, caput (13 vezes) da Lei n.

8.666/93; art. 288 e art. 299 caput, ambos do Código Penal (por 13 vezes), tudo c/c

art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal;

9) CONDENAR o acusado PEDRO FRIGULHA, qualificado nos

fls. 283

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autos, à pena de totaliza 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 3 (três)

anos e 4 (quatro) meses de detenção, em regime aberto, mais o pagamento de

32 (trinta e dois) dias-multa, no valor mínimo legal, pena esta que substituo

por duas restritivas de direitos, nos termos da fundamentação, pela prática das

infrações penais previstas no art. 90, caput (13 vezes) da Lei n. 8.666/93; art. 288,

caput, e art. 299, caput, ambos do Código Penal (por 13 vezes), tudo c/c art. 29,

caput e art. 69, caput, do Código Penal;

10) CONDENAR o acusado LUCIANO OSCAR SCHMIDT,

qualificado nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 8 (oito) meses de reclusão, 6

(seis) anos e 9 (nove) meses de detenção, em regime semiaberto, mais o

pagamento de 43 (quarenta e três) dias-multa, no valor mínimo legal, pela

prática das infrações penais previstas no art. 90, caput (5 vezes) e art. 96, inciso I (3

vezes), ambos da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e art. 299, caput, ambos do

Código Penal (por 6 vezes), tudo c/c art. 29, caput e art. 69, caput, do Código Penal;

11) CONDENAR o acusado CLÓVIS FIDÉLIS GRANDO,

qualificado nos autos, à pena de 6 (seis) anos, 3 (três) meses e 6 (seis) dias de

detenção, em regime semiaberto, mais o pagamento de 25 (vinte e cinvo) dias-

multa, no valor mínimo legal, pela prática das infrações penais previstas no art.

90, caput (4 vezes) e art. 96, inciso I (2 vezes), ambos da Lei n. 8.666/93, c/c art. 13,

§2º e art. 69, caput, do Código Penal, ABSOLVENDO-O do delito do art. 299,

caput, do CP com fulcro no art. 386, inciso VII do Código de Processo Penal;

12) CONDENAR o acusado CALEB GILSON KIELING, qualificado

nos autos, à pena de 2 (dois) anos e 3 (três) meses de reclusão, 3 (três) anos de

detenção, em regime aberto , mais o pagamento de 27 (vinte e sete) dias-

multa, no valor mínimo legal, pena esta que substituo por duas restritivas de

direitos, nos termos da fundamentação, pela prática das infrações penais

previstas no art. 90, caput (5 vezes), da Lei n. 8.666/93; art. 288, caput, e art. 299,

fls. 284

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caput, ambos do Código Penal (por 3 vezes), tudo c/c art. 29, caput e art. 69, caput,

do Código Penal;;

13) EXTINGUIR a punibilidade do réu CLAUDIR FRIGERI,

aplicando-lhe o benefício previsto no art. 65, III, d, do Código Penal, concedendo-

lhe o perdão judicial previsto no art. 4º da Lei nº 12.850/2013 - consoante Termo

de Colaboração Premiada e pedido expresso pelo Parquet, autor da ação (fls.

6028-6029).

Custas pelos acusados, exceto pelo réu CLAUDIR FRIGERI, vez

que ora extinta sua punibilidade.

Multa a ser paga no prazo do art. 50 do Código Penal.

Concedo aos acusados o direito de apelarem em liberdade, vez

que assim responderam ao processo sem causar óbice à instrução e vez que ora

ausentes os requisitos da segregação preventiva.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Com o trânsito em julgado para as partes:

A) lance-se o nome dos réus Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna,

Sérgio Francisco Siepko, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody

Ficcagna, Angélica Scapinello, Marcelo Rodrigues de Gouveia, Lindacir Salete

Faccio Giareta, Pedro Frigulha, Luciano Oscar Schmidt, Clóvis Fidélis Grando,

Caleb Gerson Kieling no rol dos culpados;

B) cumpram-se as demais orientações da egrégia Corregedoria-

Geral da Justiça;

C) oficie-se à Justiça Eleitoral;

D) intime-se os réus Waldelei Schmidt, Volmir Ficcagna, Sérgio

Francisco Siepko, Márcia Helena Jabuonski Siepko, Solange Maria Ody Ficcagna,

Angélica Scapinello, Marcelo Rodrigues de Gouveia, Lindacir Salete Faccio Giareta,

Pedro Frigulha, Luciano Oscar Schmidt, Clóvis Fidélis Grando, Caleb Gerson Kieling

para o pagamento da pena de multa e custas processuais;

fls. 285

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ESTADO DE SANTA CATARINA PODER JUDICIÁRIO Comarca - Chapecó2ª Vara Criminal

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E) abram-se os autos de execução penal, à 3ª Vara Criminal desta

Comarca, competente para fiscalização da pena;

F) imutável, arquive-se.

Chapecó, 10 de fevereiro de 2017.

Ana Karina Arruda Anzanello Juíza de Direito

fls. 286