19
A prática psicanalítica com Lacan Coordenação Alexandre Simões Tema de hoje: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso, pp. 23- 32)

2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

CURSO A prática psicanalítica com Lacan (conduzido pelo psicanalista Alexandre Simoes – [email protected]) Proposta: buscaremos percorrer a interlocução que Jacques Lacan estabelece com Freud, enfatizando a prática cotidiana da psicanálise, especialmente no que se refere à condução das demandas contemporâneas que chegam ao analista. Para tal, neste momento, acompanharemos as lições iniciais do Seminário 11 de Lacan, onde são apresentados quatro conceitos fundamentais para a condução de uma análise: inconsciente, repetição, transferência e pulsão.

Citation preview

Page 1: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

A prática psicanalítica com Lacan

Coordenação Alexandre Simões

Tema de hoje:

O inconsciente em Freud e em

Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso,

pp. 23- 32)

Page 2: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Na lição inicial do Seminário 11, Lacan, recorrendo ao conceito de praxis, vai propor que

“... a praxis delimita um campo” (p. 15)

Page 3: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Nesta segunda lição (22/01/1964), Lacan irá delinear este ‘campo’

Page 4: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Para tal, ele explicita que o objeto mencionado

anteriormente...

lembremo-nos disto nestes 2 próximos slides:

Page 5: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Lacan e a Verdade

“... A verdade do sujeito, mesmo quando ele está em posição de mestre, não está nele mesmo, mas, como a

análise o demonstra, num objeto, velado por natureza...” (p. 13)

Page 6: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Quanto à concepção do que vem a ser a prática analítica, faz uma grande diferença:

a verdade do sujeito como aquilo que lhe é intrínseco

a verdade do sujeito como aquilo que se localiza em sua relação com o objeto (e, ademais: objeto que não é claro)

Page 7: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

O objeto velado por natureza é o

objeto a.

E Lacan nos adverte: ele tem diversas

formas (cf. p. 24)

Page 8: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

A menção inicial a este objeto é que possibilitará a Lacan falar não em um campo genérico, em se tratando da

Psicanálise como praxis, mas em algo bem específico:

o campo freudiano

Page 9: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Lacan argumenta que os analistas deixaram de valorizar aquilo que estava no âmago da

experiência freudiana: a fala

“... foi preciso todo o meu esforço para revalorizar aos olhos deles [dos analistas] esse instrumento, a fala - para lhe devolver sua dignidade, e fazer com que ela não seja sempre, para eles, essas

palavras desvalorizadas de antemão que os forçavam a fixar os olhos em outra parte, para lhes encontrar um fiador.” (p. 24)

Page 10: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

A fala, deve ser revalorizada no campo analítico sob um fundo:

“o inconsciente é estruturado como uma linguagem” (p. 25)

Page 11: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Este é o nível da estrutura:

“O importante, para nós, é que vemos aqui o nível em que - antes de qualquer formação do sujeito, de um sujeito que pensa, que se situa aí - isso conta, é contado, e no contado já está o contador. Só depois é que o sujeito tem que se reconhecer ali, reconhecer-se ali como contador.” (p. 26)

Page 12: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Localizar o sujeito (e a experiência analítica) não exatamente a partir de uma estrutura fechada, porém, a

partir de uma falha

hiância “... o inconsciente freudiano, é nesse ponto

que eu tento fazer vocês visarem por aproximação que ele se situa nesse ponto

em que, entre a causa e o que ela afeta, há sempre claudicação.” (p. 27)

Page 13: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Quais são as consequências práticas (por exemplo, para a condução de uma análise) ao se considerar seriamente que o ponto central de nossa experiência se refere a

uma

falha?

Page 14: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

“O inconsciente, primeiro, se manifesta para nós como algo que fica em espera na área, eu diria algo de não-nascido”

(p. 28)

buraco

hiância fenda

Page 15: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Em meio a esta circunstância, Lacan é preciso:

na prática analítica, o que está em operação não é o inconsciente em geral, porém, o

INCONSCIENTE FREUDIANO (Unbewusste):

“O inconsciente freudiano nada tem a ver com as formas ditas do inconsciente que o precederam, mesmo as que o acompanhavam, mesmo as

que o cercam ainda. (...) O inconsciente de Freud não é de modo algum o inconsciente romântico da criação imaginante. Não é o lugar das divindades

da noite. (...) No sonho, no ato falho, no chiste - o que é que chama a atenção primeiro? É o modo de tropeço pelo qual eles aparecem.” (p. 29)

Page 16: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

buraco hiância

fenda

tropeço

dimensões esquecidas do inconsciente (cf. p. 28)

Page 17: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

rachadura

desfalecimento

surpresa

descontinuidade

dimensões esquecidas do inconsciente (cf. p. 28)

ruptura

traço de abertura

Page 18: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

“Vocês concordarão comigo em que o um que é introduzido pela experiência do inconsciente é o um da fenda, do traço, da ruptura” (p.30)

E isto repercute diretamente sobre a escuta do analista, o manejo da transferência, a direção do tratamento.

O Um da fenda, do não-todo ( -> Unbewusste)

Page 19: 2014 - CURSO A prática psicanalítica com Lacan  – Aula 3: O inconsciente em Freud e em Lacan (referência Seminário 11 – O inconsciente freudiano e o nosso)

Prosseguiremos com

O sujeito do inconsciente (referência Seminário 11 – Do sujeito da certeza, pp. 33- 44)

Até lá!

Acesso a este conteúdo:

www.alexandresimoes.com.br

ALEXANDRE

SIMÕES

® Todos os direitos

de autor reservados.