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Manual de interpretação de Electrocardiograma

Ecg normalidade e variação de normalidade

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ECG analysis

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Page 1: Ecg normalidade e variação de normalidade

Manual de interpretação de Electrocardiograma

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2Catarina Rua

Capítulo A – Identificação da Normalidade e variações da normalidade

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3Catarina Rua

Valores de Normalidade

Onda P

Duração <0,12s

Amplitude <2,5mm e em V1 deflecção +<1,5mm e -<1mm

Morfologia positiva em DI,DII,aVF,V2-V6 e bifásica em V1

Intervalo PR

Duração 0,12-0,20s

Morfologiaisoeléctrico, sendo supradesnivelado >0,5s ou infra >0,8s

Complexo QRS

Duração 0,08 a 0,10s

Amplitude

Onda q<1/4 onda R e duração <0,04s

Onda R précordiais <30mm

Onda S précordiais <27mm

Deflecção intrínsecóide:

V1-V2 <0,035s eV4-V6 <0,045s

baixa voltagem: deriv.periféricas(R+S)<5mm

deriv.précordiais(R+S)<8mm

Zona transição V2-V4

Eixo -30 a +105⁰ ⁰Segmento ST Morfologia isoeléctrico,

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4Catarina Rua

Valores de Normalidade

Segmento ST Morfologia

isoeléctrico,

um supra entre 0,5 e 1mm-periféricas

3mm nas précordiais de conf. côncava

corresponde ao padrão de rep. precoce

Ponto J MorfologiaO ST é medido

80mseg após o ponto J

Onda T

Amplitude<6mm nas deriv.periféricas

<10mm nas deriv.précordiais

MorfologiaMesma polaridade do QRS, pode ser

plana ou bifásica em DIII,aVL,aVF e V1-2

Intervalo QT DuraçãoQTc=0,30 a 0,46(varia inversa/ com a FC)

QTc=QT/√RR, não deve ser + de 1/2 do RR

Onda U

Amplitude 5-25% da onda T, usualmente <1,5mm

Morfologiapositiva excepto em aVR que é -

usualmente não é visível num ECG normal

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5Catarina Rua

Metodologia de Análise

1. Ritmo

2. Onda P

3. Intervalo PR

4. Intervalo R-R

5. Eixo eléctrico

6. Complexo QRS

7. Progressão da onda R

8. Condução AV

9. Condução IV

10. Segmento ST-T

11. Intervalo QT e onda U

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6Catarina Rua

1)Ritmo

Sinusal:Onda P positiva e

semelhante em todas as derivações excepto em aVR, seguida de QRS

Intervalo PP/RR regulares

100≥FC≥50 bpm

Não sinusal

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7Catarina Rua

2) Onda P

Onda P:Morfologia: A onda p é positiva em DII e aVF e bifásica

em V1Duração: inferior a 0,12 segundosAmplitude: até 2,5 mm derivações II e / ou IIIEixo: entre 0° e +75°

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8Catarina Rua

3) Intervalo PR

Intervalo /Segmento PR:

Morfologia: isoléctrico

• supradesnivelado >0,5s ou infra >0,8seg

Duração normal: 0,12 a 0,2 seg

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9Catarina Rua

4) Intervalo RR

É o espaço entre cada onda R e é utilizado para calcular a frequência cardíaca:Método dos 1500:

• Contam-se o nº de quadradinhos pequenos entre cada RR e divide-se 1500 por esse valor, obtendo-se assim a frequência cardíaca

Método do 500:• Igual ao anterior mas contam-se os quadrados grandes

Regularidade:Regular: variação muito pequena ao longo

electrocardiogramaIrregular: Varia muito ao longo do electrocardiograma

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10Catarina Rua

5) Eixo Eléctrico

O eixo eléctrico médio representa a direcção média da despolarização dos ventrículos

Cálculo: É feito através de duas

derivações do plano horizontal:

• A forma mais simples é utilizar derivações afastadas por 90º como é caso de DI e aVF

• Subtraem-se as amplitudes da onda R menos a onda S em ambas as derivações

• Constrói-se um gráfico como o seguinte, depois marcam-se os pontos obtidos e traça-se um recta e vê-se o ângulo respectivo.

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11Catarina Rua

6) Complexo QRS

Complexo QRS:Morfologia:

• Não há ondas q patológicas (>1/4 onda R)

Duração normal: entre 0.06 e 0.10 segAmplitude:

• Onda S em V1 + amplitude R em V5 < 3.5mV• R+S nas derivações precordias < 4.5 mV• R em V5 ou V6 < 2.6 mV

Eixo: entre -30 e +90°

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12Catarina Rua

7) Progressão da Onda R

Normalmente existe um aumento da amplitude da Onda R de V1 a V6 Passa-se de um complexo do tipo rS em V1,

com diminuição da amplitude da onda S para um complexo QR em V5 e

A onda R pode ser maior em V5 devido à atenuação dos pulmões.

Variações normais incluem: • Padrões estreitos QS e RSR em V1 e QRS e padrões

R em V5 e V6

Zona de transição – V2-V4 onde os complexos QRS mudam de predominantemente negativos para predominantemente positivos e a razão R / S torna-se> 1

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13Catarina Rua

8) Condução Aurículo-ventricular

É aferida olhando para todas as derivações e em especial para a tira de ritmo, em especial para o intervalo/segmento PR

Normal:Se cada QRS é precedido de um onda P, exceptuando-

se as extrassístoles ventriculares Intervalo PR de duração normal

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9) Condução Interventricular

É aferida olhando para todas as derivações e em especial para a tira de ritmo, em especial para o complexo QRS

Normal:Se duração do QRS é normal, há progressão da onda R

e a morfologia típica do QRS em cada derivação

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10) Segmento ST-T e onda T

Normalmente a onda T é negativa nas derivações aVR e V1 e o segmento ST-T isoeléctrico em todas as derivações.

Variantes do normal:Supradesnivelamento ST-T devido a bradicardia

(FC<50bpm)Padrão de repolarização precoce“Atletas”Onda T:

• negativas em DII,DIII ou aVL (se eixo <0º)• negativas de V1-V3 muito comum em mulheres <30 anos• apiculadas e com elevada amplitude em jovens associadas a

bradicardia

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10) Segmento ST-T

Supradesnivelamento ST-T devido a bradicardia (FC<50bpm):

(Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-Yn-X88IRPE0/Twhpwg1Sp_I/AAAAAAAABHk/VGKI1Vrt18U/s1600/first+ECG.jpg)

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10) Segmento ST-T

Padrão de repolarização precoce:Marcada e constante elevação do ponto J e do segmento ST-T de

2-4 mm, emergindo diretamente do ramo descendente da onda R: Ocorre nas derivações precordiais anteriores

(mais acentuada septal ou lateralmente)

e / ou derivações III e aVF Geralmente as ondas T

também são de

amplitude elevada Mais frequente

no sexo masculino

e jovens

(Fonte: http://img.medscape.com/fullsize/migrated/530/509/mc530509.fig1.jpg

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11) Intervalo QT e onda U

O intervalo QT é medido desde o início do complexo QRS até

ao final da onda T, geralmente em derivação II e é dependente

da FC (↓FC↑QT), daí se utilizar o QT corrigido (QTc)

É normal encontrar intervalos QT ligeiramente encurtados ou

prolongados em corações normais;

O QTc não deve exceder 0,46 segundos

A onda U é uma deflexão plana positiva após a onda T em V5 e

V6 e representa a repolarização das fibras Purkinje.

A ausência da onda U não é rara e não tem significado clínico.

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Bibliografia

Guidelines actuais para electrocardiografia de

repouso (ACC/AHA)GERTSCH, Marc.The ECG - A Two-Step Approach

to Diagnosis (2004): pp.19-33