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Redação: Bruno Cavalcanti
Arte: Fernando Martins
Produção: Francisco do Carmo, Guilherme Gamito, Taffarel de Lima.
Publicações da Editor Criação: Gestarbem, Mais Revista, Mais Revista Homem, Mais Revista Mulher, Mais Revista Negócios, Mais Revista Cultura, Mais Revista Esporte, Mais Revista São Paulo.
Giro na Medicina Simples OlharPublicação da Editor Criação Distribuição gratuita para profissionais de saúde. Praça Silvio Romero, n. 55 - sala 45 São Paulo – SP, CEP 03323-000 tel.: (11) 2679 4420.
Tiragem:5.200
Sugestões e Comentários:[email protected]
Revista disponível em formato digital no site www.medicina.editorcriacao.com.br
As propagandas são de responsabilidade exclusiva dos patrocinadores.
Todos os artigos publicados na revista Giro na Medicina terão seus direitos reservados pela Editor Criação, e só poderão ser publicados, parcial ou integralmente, com autorização por escrito da Editora.
Diretora Geral: Antonia CardealMercado Anunciante: Rafael Cardeal
NÚMERO 1 - 2012
...da Redação
Um grande abraço e boa leitura!Antonia Cardeal
Envie sugestões e comentários: [email protected]
Segundo estudos, muitas pacientes sofrem com ansiedade du-rante o tratamento e acabam descontando na alimentação e com o tempo percebem alguns quilos a mais na balança. Nesta edição conversamos com a nutricionista Fernanda Bortolon, especialista em nutrição oncológica, para explicar a necessidade de uma dieta balanceada e uma rotina com mais atividades físicas durante o tra-tamento do câncer de mama.
Outro destaque é a importância do auxílio da terapia ocupacio-nal, que baseada no “fazer humano” busca melhorar a qualidade de vida do paciente e aumentar o desempenho em suas funções. Para entender melhor quando é necessário e quais são os benefí-cios da terapia ocupacional para o paciente oncológico, a terapeu-ta ocupacional Renata Magalhães em entrevista para a “Giro na Medicina - Simples Olhar”, explica com detalhes como tem sido a aceitação do acompanhamento da terapia ocupacional durante o tratamento.
Entenda como pequenos cuidados podem amenizar os efeitos colaterais causados por alguns tipos de tratamento, como as ses-sões de quimioterapia e radioterapia que costumam causar sinto-mas indesejáveis na pele, como coceiras, pequenas erupções etc. Você encontra em “Beleza” dicas de como cuidar da pele durante alguns tipos de tratamento.
O direito a medicamentos gratuitos, que é previsto na constitui-ção federal; a psicoterapia para auxiliar nas tensões pré-exames; e
o artesanato como forma de superação, completam esta edição.
Cuidar da alimentação durante o tratamento do câncer de mama
estimula a recuperação da autoestima
NÚMERO 1 - 2012
Beleza
Nutrição
4Simples Olhar
nutrição
Perder peso após o tratamento do
câncer de mamaA importância de uma dieta balanceada
no pós-tratamento e para toda a vida
5Simples Olhar
Segundo estudos, um terço das pacientes em
tratamento de câncer de mama tem aumento de
peso em mais de 5kg. As causas que refletem no
ganho de peso podem ser provenientes da ansie-
dade gerada pelo tratamento e dos medicamentos,
que podem causar retenção de líquido, ou mesmo
podem estar associadas a um estilo de vida seden-
tário, sem nenhuma atividade física. O segredo
para voltar ao peso normal ou entrar em forma é
adotar uma dieta saudável que possa ser estabele-
cida para toda a vida.
É necessário não adotar um plano de alimen-
tação radical, porque este pode apresentar riscos à
saúde e desencadear o famoso efeito sanfona, que
é quando o corpo perde massa rapidamente e logo
volta a recuperar. Esse efeito pode deixar o me-
tabolismo comprometido, pela baixa ingestão de
nutrientes. É fundamental a reeducação alimen-
tar para que o organismo se adapte e mantenha a
nova rotina alimentar.
Ainda durante o tratamento, pode ser iniciada
uma dieta com baixo teor de gorduras e de baixa
caloria, que pode ser mantida após o tratamento. É
indicado o acompanhamento de uma equipe mul-
tidisciplinar com o intuito de minimizar os efeitos
colaterais do tratamento, como o ganho de peso.
“Os alimentos exercem um papel essencial em di-
versas funções do organismo, dessa forma eles se
agrupam de acordo com as funções que exercem,
não existe nenhum alimento que seja completo,
ou seja, que sozinho tenha tudo o que organismo
precisa para ter um bom funcionamento”, é o que
explica a nutricionista Fernanda Bortolon, especia-
lizada em nutrição oncológica.
Fernanda enfatiza que é importante inserir ali-
mentos de funções diferentes nas refeições para
atingir uma dieta equilibrada, por exemplo, “o al-
moço contendo uma porção de cereal (arroz, ma-
carrão, batata ou mandioca), uma porção de legu-
minosa (feijão, lentilha, ervilha ou grão-de-bico),
uma porção de carne ou ovo, duas porções de hor-
taliças (vegetais crus e cozidos) e uma porção de
fruta como sobremesa”, explica. A nutricionista
acrescenta que é importante utilizar óleo e sal com
moderação para o preparo das refeições. Cebola,
alho e ervas aromáticas (salsa, coentro, manjericão,
alecrim, louro, etc.) podem ser usados à vontade.
A avaliação do estado nutricional do paciente
é importante para determinar se houve ganho ou
perda de peso e estabelecer as necessidades calóri-
cas diárias. É importante ressaltar que o sobrepeso
é um fator de risco para reincidência do câncer de
mama, por isso a importância de um acompanha-
mento nutricional.
6Simples Olhar
DICAS DA
NUTRICIONISTA
PARA MANTER UMA
DIETA SAUDÁVEL
PARA TODA A VIDA
Procure ingerir as hortaliças cruas. As que
requerem cozimento, opte pela cocção a
vapor e evite muito tempo sob a ação do
calor e/ou em ebulição na água.
Evite frituras, alimentos gordurosos,
embutidos e defumados (carnes gordas,
bacon, linguiça, salsicha, frios, leite
integral, manteiga, queijos gordos,
maionese, creme de leite, pele de frango,
salgadinhos, fast food, etc.).
Dê preferência aos produtos integrais no
lugar dos refinados. Eles contêm maior
teor de vitaminas e sais minerais que se
perdem no processo de refinamento.
Dê preferência aos peixes e às aves; e,
quando consumir carne vermelha, opte
pelos cortes que têm menos gordura.
É indicado realizar de cinco a seis refeições
diárias, em intervalos de três horas.
Dê preferência aos alimentos naturais e
frescos, com ênfase para um maior consumo
de frutas, hortaliças (verduras e legumes),
cereais integrais e leguminosas.
Evite a ingestão de produtos
industrializados ricos em produtos
químicos (conservantes, corantes,
aromatizantes, etc.), enlatados, em
conserva, alimentos conservados em sal,
temperos prontos, etc.
7Simples Olhar
No preparo dos alimentos, use óleos
vegetais (em pequenas quantidades).
Abuse dos temperos naturais (cebola,
alho, salsinha, cebolinha, etc.); para
temperar as saladas, usar azeite de oliva
extravirgem, ervas aromáticas (orégano,
manjericão, alecrim, hortelã etc.) e uma
pitada de sal.
Evite os molhos prontos e/ou à base
de creme de leite ou de maionese.
Evite doces em geral, refrigerantes,
inclusive os light e diet, e bebidas alcoólicas.
Varie sempre os alimentos para que
sua alimentação não fique monótona e
capriche nas cores, quanto mais colorida
for sua alimentação, mais vitaminas e
minerais estarão presentes. Consuma,
pelo menos, cinco cores de alimentos
diferentes ao longo do dia.
Mantenha o peso adequado. O excesso de
gordura estimula a produção de certos
hormônios e processos inflamatórios.
Pratique atividade física regularmente.
Referências: (1) INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Detecção precoce do câncer de mama. Rio de Janeiro: INCA. Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/folheto_mama_2011_web.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2011. (2) INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2011. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/estimativa/2012/estimativa20122111.pdf>. Acesso em: 06 dez. 2011.
8Simples Olhar
bem-estar
Terapia ocupacional no tratamento do câncer
A importância de vencer as barreiras
O tratamento oncológico representa mudanças
na vida da pessoa que descobre a presença da doen-
ça. As alterações na rotina são inevitáveis, devido
aos tipos de terapias utilizadas. O paciente com cân-
cer passa por períodos de internação, cirurgias, qui-
mioterapias, entre outros procedimentos que são
fundamentais para a evolução do tratamento, mas
que também trazem mudanças que nem sempre são
sutis. O paciente pode encontrar dificuldades em
atividade corriqueiras, que antes eram exercidas
com naturalidade, como escovar os dentes, tomar
banho, vestir-se, estudar, sair de casa sozinho, etc.
Definida como um campo de conhecimento e de
intervenção em saúde, em educação e na área so-
cial, a terapia ocupacional auxilia na emancipação
e na autonomia de pessoas que estão passando por
situações específicas, como doenças, deficiências fí-
sicas, problemas emocionais ou sociais. O terapeuta
ocupacional na área da oncologia utiliza estratégias
para facilitar e ajudar o paciente a adaptar-se com
mais facilidade à sua nova capacidade funcional,
buscando equilíbrio tanto na parte física, quanto no
emocional. As atividades devem estar relacionadas
ao que seja importante na vida da pessoa.
9Simples Olhar
ALGUMAS ABORDAGENS DA TERAPIA OCUPACIONAL NA ONCOLOGIA
Acolhimento dos pacientes e seus familiares.
Orientações sobre as formas de melhorar e recuperar o desempenho das ativi-dades básicas e instrumentais de vida diária no seu nível máximo;
Ensino e incitação quanto à realização diária da automassagem, facilitando o reconhecimento do corpo por meio de estímulos.
Realização de atividades que facilitem o desempenho de componentes motores, visando ao ganho de amplitude de movimento e ao menor gasto energético durante as atividades desenvolvidas.
Estímulo a participação em atividades de abordagem corporal (alongamento, relaxamento e conscientização corporal).
Técnicas para controle da dor e da fadiga.
Favorecer espaços que permitam compartilhamento, encorajamento e troca de experiência entre pacientes, familiares e equipe de saúde.
Simples Olhar - Quais os benefícios da tera-
pia ocupacional para pacientes com câncer?
Renata Magalhães - As ações em Terapia
Ocupacional baseiam-se no “fazer humano”, seja
nas atividades cotidianas, nas artes, no trabalho,
no lazer, no autocuidado, na circulação no meio
social. Uma vez que, por algum motivo, deixamos
de realizar tais atividades, perdemos a capacidade
de escolha (autonomia) e função (independência).
Para esclarecer a função da terapia ocupacional durante o tratamento do câncer, conversamos com
Renata Magalhães, terapeuta ocupacional residente em Saúde da Mulher no Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE).
O terapeuta ocupacional deve, portanto, criar pos-
sibilidades para que o paciente tenha condições fí-
sicas e emocionais para a manutenção, o resgate
e a descoberta de seus projetos de vida, frente à
situação em que se encontra. Busca proporcionar
uma melhor qualidade de vida e potencializar o de-
sempenho de suas funções em seu nível máximo.
Fonte: Adaptado de BATISTA, R. M. M.; SILVA, J. B., 2011.
10Simples Olhar
Simples Olhar - Quando é indicada?
Renata Magalhães - Alguns procedimentos
terapêuticos ou mesmo a internação hospitalar
culminam em desconfortos físicos, emocionais e
sociais, e acabam gerando repercussões no desem-
penho das atividades de vida diária, nas atividades
produtivas e nas atividades de lazer. A indicação
terapêutica ocupacional baseia-se nessa necessida-
de/demanda de potencializar o desempenho dessas
funções e permitir que o indivíduo mantenha a par-
ticipação social e manutenção de atividades signifi-
cativas para si.
Simples Olhar - Qual o objetivo da terapia
ocupacional?
Renata Magalhães - Através das avaliações
funcional e ocupacional associadas ao conhe-
cimento dos hábitos ocupacionais, o terapeuta
ocupacional é capaz de identificar as limitações e
potencialidades do paciente, buscando promover
ações que visam a resgatar a independência, a au-
tonomia no cotidiano, a autoestima e a inclusão
social. O terapeuta ocupacional tem como objetivo
tratar os agravos físicos, sensoriais e emocionais
decorrentes do tratamento, que podem ser inicia-
dos desde o diagnóstico, no período da internação
ou no da pós-alta.
Em especial, no contexto hospitalar, a inter-
venção terapêutica ocupacional deve está voltada
à prevenção de agravos, à prevenção de úlceras de
pressão, de deformidades de estruturas ósseas e
articulares, a partir do correto posicionamento e
alinhamento postural, como a correta indicação de
equipamentos de tecnologia assistiva, capacitando
e orientando este para a realização das atividades
de vida diária e mobilidade por meio ou não de
adaptações que variam da alta à baixa tecnologia.
Simples Olhar - Quais os tipos de abordagem
que podem ser desenvolvidas?
Renata Magalhães - Podem ser realizadas
intervenções individuais ou em grupo, a depen-
der do objetivo estabelecido pelo terapeuta. Em
geral, a abordagem utilizada é a Prática Cen-
trada no Cliente, que privilegia a qualidade da
interação entre terapeuta e cliente no processo
terapêutico, e reconhece o cliente como sujeito na
construção dos projetos terapêuticos. Envolve a
parceria entre terapeuta e cliente, e a distribui-
ção de poder envolvida nessa relação, em que
o terapeuta se coloca como um elemento faci-
litador. Essa abordagem prega o deslocamento
de um modelo de intervenção baseado na dimi-
nuição de déficits funcionais, para um modelo
mais preocupado com a habilitação segundo
metas significativas para o cliente. Em suma,
é uma abordagem que adota a filosofia de res-
peito e parceria com as pessoas que recebem os
cuidados, reconhece a autonomia do cliente e
a necessidade de ele realizar escolhas e tomar
decisões de acordo com suas necessidades.
11Simples Olhar
Simples Olhar - A TO pode ser indicada para
os familiares da pessoa com câncer? Em que
situações?
Renata Magalhães - A assistência ao pacien-
te com câncer deve ser integral, sendo assim, a
família precisa ser considerada como parte inte-
grante do cuidado. O diagnóstico de um câncer
por si só causa um profundo impacto psicossocial
no paciente e nos seus familiares, visto que ocor-
re uma associação imediata com a possibilidade
de morte, causando sofrimento, medo, angústia.
O processo de enfrentamento da doença requer
o apoio familiar e exige dessa família uma reor-
ganização e adaptação mediante o desenrolar do
tratamento. Muitos compreendem a assistência ao
familiar meramente como transmissão de infor-
mações sobre a doença e orientações relacionadas
a procedimentos que o próprio familiar deve rea-
lizar nos cuidados diários. No entanto, o familiar
deve ser efetivamente cuidado e, para isso, deve
englobar o acolhimento, a escuta e a compreen-
são de seu sofrimento. Deve ainda respeitar suas
crenças, seus valores e sua compreensão diante do
processo de adoecimento. Para isso, é preciso que
haja uma equipe capacitada e sensível para pres-
tar um cuidado holístico. O terapeuta ocupacional
pode oferecer espaços de troca, reflexão e escuta
ao familiar/cuidador e ainda facilitar a comuni-
cação entre paciente e cuidador, potencializando
esta relação.
Simples Olhar - Como tem sido a aceitação a
este tipo de terapia com pessoas com câncer?
Renata Magalhães - Tem sido aceita positiva-
mente, tanto pelos pacientes e familiares, quanto
pela equipe de saúde, que vem reconhecendo a in-
tervenção terapêutica ocupacional como meio de
tratamento eficaz para promoção de uma melhor
qualidade de vida. A “atividade”, seja ela um pro-
duto concreto, uma expressão corporal ou uma
forma de planejar o cotidiano, é o recurso utili-
zado pelo terapeuta ocupacional, e surpreende
positivamente os pacientes, pois leva o sujeito a
perceber melhor os seus limites e as suas possibili-
dades, tendo uma melhor compreensão e aceitação
do processo atual e, assim, poder desenvolver um
estilo adaptativo de vida, integrando suas capaci-
dades funcionais e ocupacionais.
Referências: (1) ONCOGUIA. Recursos e suportes. Terapia ocupacional. Disponível em: <http://www.oncoguia.com.br/site/interna.php?cat=4&id=210&menu=4>. Acesso em: 29 nov. 2011. (2) ONCOPEDIATRIA. Contribuições da terapia ocupacional no tratamento de adolescentes com câncer. Disponível em: <http://www.on-copediatria.org.br/content/contribuicoes-da-terapia-ocupacional-no-tratamento-de-adoles>. Acesso em: 29 nov. 2011. (3) INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Controle do câncer de mama: documento de consenso. Rio de Janeiro: INCA, 2004. Disponível em: <http://www.inca.gov.br/publicacoes/Consensointegra.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2011. (4) SILVA, A. C. C.; SANTOS, A. R.; GIARDINETTO, B. O terapeuta ocupacional na vigência das políticas públicas em oncologia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE TERAPIA OCUPACIONAL, 12.; CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE TERAPIA OCUPACIONAL, 9., 2011, São Paulo. Trabalhos...São Paulo, 2011. 10 p. Disponível em: <http://www.cbtoeclato2011.com.br/cd/resumos/TC1100-1.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2011. (5) BATISTA, R. M. M.; SILVA, J. B. Câncer de mama e terapia ocupacional: desafios e possibilidades para atuação interdisciplinar. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE TERAPIA OCUPACIONAL, 12.; CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE TERAPIA OCUPACIONAL, 9., 2011, São Paulo. Trabalhos...São Paulo, 2011. 10 p. Disponível em: <http://www.cbtoeclato2011.com.br/cd/resumos/TC0715-3.pdf>. Acesso em: 29 nov. 2011.
12Simples Olhar
beleza
Durante o tratamento oncológico podem surgir manchas e irritações na pele
A importância dos cuidados com a pele
Alguns tipos de tratamento, como os qui-
mioterápicos, podem causar modificações na
pele, como o ressecamento, coceiras, erupções e
pequenas ulcerações. Em alguns casos, a pessoa
passa a suar mais, e sinais, como veias e unhas
mais escuras, podem aparecer. É preciso muita
cautela ao tomar sol, a quimioterapia deixa a pele
do paciente mais propensa a queimaduras em
contato com os raios solares.
O paciente que faz radioterapia também está
exposto a alguns problemas causados por este
tipo de tratamento, mas que, na maioria das ve-
zes, desaparecem após algumas semanas ao fim
do tratamento, porém sinais, como o escureci-
mento da pele, podem permanecer por mais tem-
po. Os sinais comuns em quem faz radioterapia
são: ressecamento, coceira e irritação, embora es-
ses efeitos sejam limitados às áreas nas quais são
aplicados os raios, os efeitos colaterais podem ser
muito desagradáveis.
Os efeitos colaterais causados por esses tipos
de tratamento podem gerar irritação e estres-
se no paciente oncológico. Para suavizar esses
problemas, algumas medidas podem auxiliar no
alívio e até na eliminação de alguns sintomas ge-
rados pelo tratamento.
13Simples Olhar
PARA ALIVIAR A COCEIRA
Tomar banhos com água fria e usar sabonete neutro
A água morna ou quente pode ressecar ainda
mais a pele, sabonetes neutros não contêm ele-
mentos que podem danificar a pele, por isso são
a melhor escolha.
Secar bem a pele após o banho
É necessário secar bem a pele, tirar a umidade
em locais como virilhas, axilas e entre os dedos
para evitar a proliferação de fungos e bactérias.
Aplicar compressas frias na região onde coça
Essa medida pode aliviar o incômodo. O melhor
é usar as compressas com água gelada.
Manter as unhas cortadas e limpas
Manter as unhas bem curtas evita possíveis ar-
ranhões na pele. Uma opção, caso a pessoas esteja
se arranhando enquanto dorme, é dormir de luvas.
Cuidados com a roupa de cama
Quando dormimos, naturalmente, a pele des-
cama, e esse contato pode causar mais irritação
à pele que está sensível, por isso é importante
trocar diariamente os lençóis para evitar as bac-
térias que se alimentam dos restos de pele.
Evitar temperaturas extremas
Tanto o frio quanto o calor ao extremo po-
dem causar ressecamentos e queimaduras à pele.
Cuidados com o sol
É necessária atenção especial aos efeitos do
sol. Proteger-se do sol evita o suor excessivo e
possíveis queimaduras. É recomendável usar lo-
ção ou gel com filtro solar com fator acima de 15.
14Simples Olhar
“Os banhos de banheira devem ser evitados, por expor durante muito
tempo a pele ao calor, o que favorece o ressecamento da pele.”
Prevenindo o ressecamento e as coceiras
Algumas medidas podem ser tomadas antes do
aparecimento dos desagradáveis efeitos do resse-
camento da pele e das coceiras geradas pelo trata-
mento com radioterapia e quimioterapia. Adicio-
nar óleo mineral ou de bebê à água do banho para
hidratar a pele de forma neutra é uma boa saída.
Os banhos de banheira devem ser evitados, por
expor durante muito tempo a pele ao calor, o que
favorece o ressecamento da pele. Os perfumes à
base de álcool devem ser evitados, principalmente
após o banho e depois de barbear-se. É indicada a
ingestão diária de dois litros de água.
Disfarçando a pele e as veias escuras
As roupas de mangas compridas são uma
boa opção, além de esconder as manchas e as
veias escuras, protegem a pele de possíveis
contusões. Outra dica é manter as unhas sem-
pre bem cortadas e limpas para favorecer o
crescimento e disfarçar as manchas escuras.
Para as mulheres, pintar a unha e maquiar-se
ajuda a amenizar as alterações de cor, mas lem-
brando que, para o uso de qualquer substân-
cia química durante o tratamento, é necessário
consultar um dermatologista.
16Simples Olhar
Direito a medicamentos gratuitoscidadania
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA SOLICITAÇÃO DE MEDICAMENTO
A saúde é um direito de todos previsto na constituição federal
Por intermédio do Sistema Único de Saúde –
SUS, o Estado deve garantir a todos os cidadãos o
direito à saúde, mediante políticas sociais e econômi-
cas que visem à redução do risco de doença e a prover
o acesso de forma igualitária à promoção, à proteção
e à recuperação. Essa lei está prevista no artigo 196 e
inclui o fornecimento de medicamentos quando com-
provada a necessidade clínica do paciente.
- Solicitação de Medicamentos Excepcionais (SME) ou Laudo para Solicitação/Autorização de Medicamentos de Dispensação Excepcional (LME).
A SME/LME é o documento que contém as informações sobre a justificativa para o forne-cimento dos medicamentos e deverá ser emitida em quatro vias. E, em todas as vias, o médico deve assinar e carimbar.
- Resumo do laudo clínico emitido pelo médico.
Após os documentos serem aprovados, o pacien-te ou seu representante será encaminhado a um Pólo de Medicamentos Excepcionais da Secreta-ria para retirar os medicamentos.
Para que o paciente consiga o medicamento,
é necessário que a eficácia do remédio seja com-
provada por relatório médico, fundamentado na
literatura médica e com registro na Agência Na-
cional de Vigilância Sanitária – ANVISA. O pri-
meiro passo para conseguir acesso aos medica-
mentos é a solicitação na Coordenação Estadual
de Assistência Farmacêutica.
- CPF (original e cópia).
No caso de menores de 18 anos, os responsá-veis devem procurar um posto de atendimento da Receita Federal, para cadastramento de pes-soa física e apresentar a Certidão de Nascimen-to e a receita médica originais.
- Documento de identidade - R.G. (original e cópia).
Apresentar Certidão de Nascimento quando se
tratar de menor de 18 anos.
- Comprovante de residência (original e cópia).
- Cópia do Cartão Nacional de Saúde.
- Receita médica em duas vias, com medicamento e posologia diária.
É importante destacar a validade da receita, que é de 30 dias após o médico prescrevê-la.
Referências: (1) BRASIL. Constituição (1998). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: <http://www.dji.com.br/constituicao_federal/cf196a200.htm>. Acesso em: 2 dez. 2011. (2) GUIA DE MULHER. Novidades. Como conseguir medicamentos gratuitos pelo SUS para o tratamento de câncer. Disponível em: <http://www.guiademulher.com.br/ver_noticias.php?cid=como-conseguir-medicamentos-gratuitos-pelo-sus-para-o-tratamento-de-cancer-1>. Acesso em: 2 dez. 2011.
17Simples Olhar
Problemática intrapsíquica: ansiedade,
depressão, medo, raiva, revolta, insegu-
rança, perdas, desespero, mudanças de hu-
mor e esperança.
Problemática social: isolamento, estig-
ma, mudança de papéis, perda de controle,
perda de autonomia.
Problemática relacionada ao câncer:
processo da doença, mutilações, tratamen-
tos, dor, efeitos colaterais, relação proble-
mática com o médico.
Tipos de abordagem da psicoterapia na oncologia
Auxílio pode ser vital para
vencer as tensões
pré- exames
Fonte: Adaptado de CARVALHO, M. M., 2002.
A psicoterapia pode auxiliar antes e depois dos exames e das consultas
Conviver com o tratamento do câncer não é tarefa
fácil. Após o recebimento do diagnóstico, a pessoa
se depara com o medo de uma doença sem cura
e, por instinto, o medo da morte. A nova situação
traz a necessidade de adaptações, e as mudanças
afetam, de forma significativa, o trabalho, o lazer,
as relações familiares. Os problemas que surgem
são desencadeados muito mais pelo lado psicoló-
gico do que pelo físico.
Nem sempre a alteração na rotina de exames é
absorvida e compreendida da melhor forma. Em
alguns casos, as pessoas têm dificuldades para
aderir ao tratamento com motivação. Esse com-
portamento pode acarretar tensões emocionais
que resultam, muitas vezes, em depressão, em
desinteresse ao tratamento e, em casos extremos,
pode-se apresentar a atitude de fuga aos encami-
nhamentos das consultas e dos exames.
O acompanhamento de um psico-oncologista
é um caminho para a redução das tensões e con-
fusões que normalmente são geradas por falta de
informação sobre o tratamento e sobre os exames
necessários. A assistência de um psicólogo espe-
cialista em oncologia pode ser iniciada desde o
momento em que o paciente recebe o diagnóstico,
na pré e na pós-consulta para esclarecer sobre os
resultados e os próximos passos do tratamento. O
trabalho deste profissional não é apenas conscien-
tizar o paciente, mas também oferecer suporte aos
familiares sobre o que é a doença e como conviver
melhor com a pessoa que está se tratando.
comportamento
Referências: CARVALHO, M. M. Psico-oncologia: história, características e desafios. Psicol. USP, v.13, n.1, p.151-166, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642002000100008&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 6 dez. 2011.
18Simples Olhar
faça você mesmo
Artesanato: a arte de superarAtividades artísticas auxiliam na reorganização das emoções
Durante o tratamento do câncer, o paciente so-
fre com alguns sentimentos confusos, ansiedades
e estresse dos exames que viram rotina. O artesa-
nato pode ser uma excelente maneira de expressar
e descobrir novas aptidões. No artesanato, muitas
pessoas têm encontrado uma oportunidade de me-
lhorar o autoconhecimento, de recuperar a auto-
estima, de refletir e, principalmente, de desenvol-
ver a criatividade.
A atividade artesanal em grupo faz com que os
envolvidos entrem em contato com outras pesso-
as que estão passando por situações semelhantes,
onde podem encontrar afinidades, compartilhar
dificuldades, e esse contato pode representar um
estímulo para continuar com uma rotina nova e
criativa.
Para a artesã Alexsandra Novoa, o artesanato
traz benefícios ao corpo e a mente, relaxa as ten-
sões do dia a dia e desenvolve o cérebro através
das técnicas utilizadas. “Enquanto trabalhamos,
estamos calmos, atentos ao trabalho, obtendo o
resultado passo a passo e criando peças únicas. Fa-
zer artesanato é aprender a conviver melhor com
nós mesmos”, explica.
APRENDA A FAZER UM PORTA-CONTROLE REMOTO COM DICAS DA ARTESÃ
ALEXSANDRA NOVOA
• Tinta para artesanato fosca na cor branca
• Tinta para artesanato fosca na cor cereja
• Tubo de betume
• Cola gel decoupage
• Papel de decoupage (recorte de papel) à sua escolha
• Três pincéis macios
• Lixa para madeira grão 100
• Verniz vitral brilhante inodoro
• Caixa com divisórias
• Solvente pra limpar os pincéis (caso haja restri-
ção, peça para alguém ajudar e faça a limpeza em
ambiente arejado, usando luvas).
19Simples Olhar
faça você mesmo
1º Passo: pintar a caixa com divisórias com a tinta branca e aguardar até secar.
2º Passo: lixar a peça até que a superfície fique lisa.
3º Passo: pintar a peça com a tinta cereja e aguardar até secar.
4º Passo: dissolver algumas gotas de solvente no betume, usando luvas para torná-lo menos denso e aplicar a peça com pincel e aguardar até secar.
5º Passo: colar o papel com a cola gel decoupage de sua preferência e aplicar o verniz brilhante incolor e esperar secar durante 24 horas.
O custo fica em torno de R$10,00 e, com todo o acabamento, o preço de venda fica entre R$25,00.
20 de janeiro - Dia do Farmacêutico
Uma homenagem da Libbs Oncologia a esse profi ssional da área de saúde, que dedica a sua vida à pesquisa, preparando soluções, manipulando fórmulas, transformando substâncias em medicamentos e, assim, contribuindo efetivamente para prevenir,
melhorar, tratar e curar doenças.
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