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Apocalipse Capitulo 3
Aula 07, 08 e 09.
Ao anjo da igreja em Sardes escreva: Estas são as palavras daquele que tem
os sete espíritos de Deus e as sete estrelas. Conheço as suas obras; você
tem fama de estar vivo, mas está morto. Esteja atento! Fortaleça o que resta e que estava para morrer, pois não achei suas obras perfeitas aos
olhos do meu Deus.
Lembre-se, portanto, do que você recebeu e ouviu; obedeça e arrependa-se.
Mas se você não estiver atento, virei como um ladrão e você não saberá a que hora virei contra você. No entanto, você tem aí
em Sardes uns poucos que não contaminaram as suas vestes. Eles
andarão comigo, vestidos de branco, pois são dignos.
O vencedor será igualmente vestido de branco. Jamais apagarei o seu nome do livro da vida, mas o reconhecerei diante
do meu Pai e dos seus anjos. Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito
diz às igrejas.
Apocalipse 3:1-6
Sobre a cidade de Sardes é preciso dizer que:
1.É uma das cidades mais antigas, fundada por volta de 1200 a. C.
2. Desde seu início Sardes foi uma fortaleza militar quase
intransponível.
3. Sardes foi uma potencia militar que raramente perdia uma batalha e, por conta desse fato, Sardes era temida
por muitos.
4. Sardes alcançou grande riqueza por conta do seu forte comércio.
5. Sardes afirmava ter inventado o processo para tingir lã e
desenvolveu por conta disso um grande centro industrial.
6. Giges, um dos seus reis mais famosos e importantes e que reinou no sétimo século antes de Cristo era
conhecido como ‘Gugu’. O rei ‘Gugu’.
Dois acontecimentos históricos marcaram a cidade negativamente.
A cidade conhecida como intransponível, relaxou,
descansou, descuidou e permitiu que uma brecha fosse criada em sua fortaleza, permitindo assim
que no ano 546 a. C. – Ciro, rei da Pérsia – invadisse a cidade
conquistando-a.
...
O que surpreendeu o mundo grego, pois conquistar Sardes era realizar o
impossível. Ciro realizou o que ao olhos
humanos era impossível.
O tempo passou, na verdade, 332 anos mais tarde a história se
repetiu. Agora sobre a liderança de Antíoco III – rei da Síria - ,
Sardes é invadida sendo vitimada pela mesma estratégia usada
há 332 anos.
Uma cidade que não aprendeu com sua história e com
seus próprios erros. E não somos, por vezes, assim também?
Fato é que a partir de então e também por conta de um devastador terremoto,
Sardes perdeu sua importância para e desde então passou a
viver da fama e das glórias do passado.
E nós não somos por vezes assim?
Neste contexto a igreja é implantada, se estabelece e se desenvolve.
Para esta igreja e para muitas que lamentavelmente são suas símiles ,
Jesus diz:“Estas são as palavras daquele que
tem...”
Apocalipse 3:1a
Muito provavelmente essa igreja estivesse impregnada pelo sentimento
dominante da cidade e que não era outro se não:
Eu posso – eu faço – eu sou – eu tenho.
Jesus Cristo se apresenta e diz:Eu sim posso – eu faço – eu sou – eu tenho. Eu sou aquele que tem!
Sardes pôde Sardes fez Sardes foi
Sardes teve...
E não somente isso, mas era igualmente incapaz de reconhecer
que essa realidade de poder e de realização havia
ficado no passado.
Assim como Éfeso, Sardes precisava entender quem é o soberano sobre toda e qualquer
situação. Assim como Éfeso e Sardes, também precisamos
entender definitivamente Jesus Cristo – o que tem - é o
Soberano sobre toda e qualquer situação.
Assim, o Soberano diz:
“...conheço as tuas obras; você tem fama de estar vivo, mas está
morto”
Pergunto aos espertos de plantão:
Que obras são essas?
Esse é o único lugar nas sete cartas em que a fórmula normal
para o que estavam fazendo corretamente (“conheço as tuas
obras”) descreve, na realidade, sua verdadeira deficiência. Portanto, essa expressão tem um fundo de
ironia, já que pouca coisa boa pode ser dita sobre a igreja.
Não encontramos, pois não há, uma seção de ‘pontos fracos’ ou um ‘tenho
porém contra ti’; pois seu ‘ponto forte’ é, na verdade, seu ‘ponto fraco’.
As tais obras conhecidas por Jesus são correlacionadas com a fama, na verdade, são as causas da fama de Sardes e, mais
uma vez, outra ironia. Afirmavam ter vida, mas estavam mortos.
Para Osborne, “ o passado de Sardes lhe deu
uma reputação diante das outras igrejas de ser viva para Cristo, mas suas obras presentes mostravam um retrato bem diferente (assim como a história de sua cidade).”
Essa antítese ‘vida-morte’
era especialmente relevante em Sardes porque essa cidade mantinha uma
necrópole muito famosa.
Em Sardes havia esse cemitério onde eram enterrados os reis. Gugu, muito provavelmente, foi
enterrado ali. O fato é que as palavras de Cristo denunciam que a igreja mais parecia um cemitério do
que uma igreja em si. Pois sua igreja é um organismo vivo.
“Conheço as tuas obras”.
Há de se ressaltar que não sedetecta nas palavras de Cristouma condenação de sua parteem relação as obras de Sardes
como um todo.
...
Se assim o fosse, sua postura seria possivelmente outra,
talvez, quem sabe, envolta ou movida por uma exortação ao total
abandono das obras praticadas. Como foi com Pérgamo (Balaão e
Nicolaítas) e Tiatira (Jezabel), quando Cristo os exortou a uma
mudança radical em suas posturas.
Em Sardes não. Aqui Jesus aponta que as obras da
igreja eram
“Incompletas ou imperfeitas”
A NTLH diz o seguinte neste texto:
...
“acordem e fortaleçam aquilo que ainda está vivo, antes que morra completamente; pois sei que o
que vocês fizeram ainda não está de acordo com o que
meu Deus exige”
Como se eles estivessem no caminho certo, mas ainda faltava
uma longa viagem pela frente. Sobre essa analogia, podemos
concluir que o erro de Sardes era pensar que não faltava mais nada, o caminho já tinha sido percorrido.
Estamos vivos, diziam.
“Conheço as tuas obras”, diante dessa linha interpretativa,
obras originalmente dignas e possivelmente as mesmas citadas
em 2.19 (amor – fé – serviço –
perseverança – e sem dúvidas outras igualmente dignas).
...
Mas para Deus, o Juiz, tais obras são imperfeitas ou
incompletas. Termos que no grego denunciam uma falta tanto
quantitativa como qualitativa, Ou seja,
Realizações insuficientes e mal feitas.
Como se não bastasse, ao dizer que as obras de Sardes
eram feitas ‘diante do meu Deus’ – entende-se: as nossas obras também
– tais obras devem satisfazer os padrões de Deus, essa é a ideia do
texto e isso era o que não acontecia.
Mas...
Quanto as suas obras diante desse crivo divino?
Coloquemo-nos no lugar de Sardes e ouçamos essa expressão como se dirigida a nós mesmos,
afinal de contas ela nos alcançou.
“Conheço as tuas obras”
Seriam elas, pela balança divina, interpretadas como:
insuficientes ou mal feitas.
Essa insuficiência traz no próprio termo a obvialidade de sua
interpretação. Sua cura pode ser encontrada numa entrega quantitativa maior e somente
Deus pode dizer seu limite. O que não significa que não seja um desafio sobretudo para aqueles que
acreditam que já fazem demais.
Agora, essa ‘imperfeição’ ou essa falta ‘qualitativa’
esse ‘mal feito’ em relação as obras, se estabelece em várias etapas.
A começar de sua origem, pois se o motivo for mau, tudo, por mais belo e sedutor que seja, jamais satisfará
os padrões de Deus.
Quando digo tudo, é tudo! A começar pela cordialidade com que se recebe uma nova
pessoa por exemplo.
...
Ou quem sabe pela virada que se faz na bateria; ou o solo da guitarra; ou o harmônico na voz; quiçá as
palavras incomuns enxertadas em cada sermão; ou um abraço cheio de
terceiras intenções; ou uma oferta entregue
sob holofotes; etc.
Vejam, os irmãos, que tenho falado de coisas dignas e que são
esperadas de cada um de nós como filhos de Deus. Falo de:
Cordialidade – excelência no culto – cultura – afeto – fidelidade –
cumplicidade – etc.
No entanto o texto nos convida a uma reflexão:
Qual a constância e qual a qualidade que as ofertamos?
Nossas realizações passariam pelos padrões de Deus?
Ter as respostas corretas para essas perguntas é um fator
determinante para o tipo Igreja que queremos ser!
Pois, como podemos ver, esse é um tema recorrente nas escrituras.
Ouçamos:
“Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si
mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras.”
Tito 2:14
“Quanto aos nossos, que aprendam a dedicar-se à prática de boas obras, a fim de que supram as necessidades diárias e
não sejam improdutivos.” Tito 3:14
“Fiel é esta palavra, e quero que você afirme categoricamente essas coisas, para que os que creem em Deus se empenhem na prática de boas obras. Tais coisas são
excelentes e úteis aos homens”. Tito 3:8
“Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos
para repartir.” 1 Timóteo 6:18
“Eles afirmam que conhecem a Deus, mas por seus atos o negam;
são detestáveis, desobedientes e desqualificados para qualquer boa obra.”
Tito 1:16
Quem somos?
Como estão nossas realizações?
...
Assim, diante desta realidade preocupante aos olhos de Deus, sua revelação à igreja de Sardes prossegue com 05 imperativos que são estabelecidos como
solução e que têm muito a nos ensinar.
Qual o primeiro?
“... Sê vigilante”
Ou
“...Esteja atento”
OuNão caiam nos mesmos
erros da cidade.
Ou Aprendam, de uma vez por todas,
com os erros do passado para não cometê-los mais.
A igreja de Sardes é repreendida pela mesma falta de vigilância. O que não é
novidade nos escritos sagrados. Como, por exemplo, encontramos nas palavras
de Cristo:
“Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as
serpentes, mas simples como as pombas.” Mateus 10:16
...
“Vigiai e orai para que não entreis em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é fraca.”
Mateus 26:41
Ainda sim, há uma segunda possibilidade para
expressão muito interessante e mais ativa que a primeira.
Para alguns pesquisadores a interpretação mais adequada deste
termo é:
“MOSTRA-TE ALERTA”
Em outras palavras, os cristãos de Sardes deveriam mudar seus caminhos e suas escolhas e assim ‘provarem’
testemunhalmente que estavam, ao contrário da cidade, vigilantes. Mais do que um ser internizado.
Nutzel, vai um pouco mais além e diz que este termo tem uma
conotação escatológica e descreve a prontidão e vigilância necessárias para
o retorno de Jesus Cristo, alertando para o perigo que há num possível
relaxamento do nosso compromisso com Deus
enquanto na caminhada.
E o segundo imperativo,
qual é?
“Fortalece Confirma
Consolida o que ainda resta!”
3:1 Nos revela que a igreja como um ‘todo’ estava morta, mas agora
sabemos que ainda restavam alguns sobreviventes.
O termo, no grego, inclui tanto pessoas quanto suas
características espirituais, ambos careciam de fortalecimento.
A ideia é que a fraqueza espiritual da igreja era a responsável por sua
decadência e morte. Essa realidade demandava urgência, era preciso que
algo fosse feito com o fim de que Sardes fosse ‘colocada de pé’ ou ‘escorada’,
essa é uma das possibilidades no grego e que também
encontra paralelo em outros textos bíblicos...
“...fortalecendo os discípulos e encorajando-os a permanecer
na fé, dizendo: ‘É necessário que passemos por
muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus’".
Atos 14:22
“...E, assim, enviamos Timóteo, nosso irmão e cooperador de Deus
no evangelho de Cristo, para fortalecê-los e
dar-lhes ânimo na fé,”
1 Tessalonicenses 3:2
“O Deus de toda a graça, que os chamou para a sua glória eterna em Cristo Jesus, depois de terem sofrido
durante pouco de tempo, os restaurará, os confirmará, lhes dará
forças e os porá sobre firmes alicerces”
1 Pedro 5:10
Como não nos lembrar das palavras do profeta Isaías?
“Um ao outro ajudou, e ao seu irmão disse:
Esforça-te”
Isaías 41:6
A parte remanescente de Sardes caminhava a passos
largos para morte. Restava muito pouco tempo,
assim, a mensagem comunicada era:
Ajam rapidamente enquanto ainda há tempo!
Agora, vale lembrar, que este princípio se aplica na vida como
um todo. Por exemplo:
Vida matrimonial. Quantos são os cônjuges que, ignorando os sinais de alerta,
deixam para agir quando já não há mais vida no casamento?
Quantos são os pais que deixam para tomar uma atitude quando já perderam
seus filhos?
Quantos são os profissionais que reconhecem a necessidade de uma
atualização ou especialização profissional somente após assinarem a
carta de demissão?
Ajam enquanto há tempo!
Recapitulando:
1º imperativoEstejam alertas!
2º imperativoTomem uma atitude!
Como?
LembrandoGuardando
Arrependendo-se
“Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te.”
Apocalipse 3:3a
O imperativo ‘lembra-te’ requer uma recordação contínua aliada à
prática das verdades passadas nas quais foram aprendidas quando
‘receberam’ e ‘ouviram’; o que remete aos ensinos apostólicos, aos ensinos da igreja e às tradições. Mas não somente
isso, o ‘ouvir’ implica em crer e agir conforme o ensinado.
Simultaneamente ao ‘lembrar’ está o ‘obedecer’ ou ‘guardar’,
(0 4º imperativo) indicando que a vigilância espiritual é vista em
uma vida perseverante àquilo que desde os rudimentos da fé
tem-nos sido ensinado.
Por fim, a ordem dada à igreja de Sardes e a nós mesmos
que justifica todas as outras.5º imperativo:
Arrepende-te!
Somente assim Sardes mudaria sua espiral de descendente
para ascendente, pois o arrependimento denuncia
mudança (s) e concertocom Deus.
E mais...
O chamado urgente ao arrependimento está associado à probabilidade de fim
iminente. Na carta encontramos uma ordem
para um concerto imediato com Deus e, num primeiro momento, Jesus diz que esse concerto deveria ser feito
através da vigilância; do fortalecimento; das lembranças;
da obediência; do arrependimento.
A partir de então Ele diz o porquê. E o ‘porquê’ não é outro se não a real
probabilidade de um juízo próximo e eminente!
“Se não vigiares, virei a ti como um ladrão, e não saberás a que horas te
surpreenderei.”Apocalipse 3:3
OU
“Mas se você não estiver atento, virei como um ladrão e você não saberá
a que hora virei contra você.”
O pano de fundo é: se vocês deixarem de ser vigilantes, o mesmo destino que
sobreveio à cidade de Sardes nos ataques de Ciro e Antíoco III também sobrevirá a Igreja: um ladrão virá e a
destruirá.
Em contrapartida, retomando Sardes o estado de
vigilância permanente impedirá a vinda do ladrão.
Significa dizer que este não é um texto escatológico ou que diz
respeito diretamente ao juízo final.
Ele é sim uma advertência quanto à vida que temos levado como igreja e indivíduos que neste mundo deve se
mostrar digno (a) da salvação que recebeu, pois do contrário Jesus Cristo
virá, no presente, em juízo caso não haja arrependimento. Afinal de contas, com Deus não se brinca, pois Ele não
se deixa escarnecer.
Assim, podemos entender que Cristo vem como um ‘ladrão’ sobre a vida de
muitos ‘crentes’ e de muitas ‘igrejas’ no juízo presente, que é um arauto ou proclamador do juízo final. Não é o
juízo final em si, pois o tal independerá de minhas escolhas ou do meu estado.
Ele virá!
Ele virá e quando a advertência diz: ‘não sabeis a hora’;
revela que seu juízo será repentino e inesperado. Por isso a exortação ao estado permanente de prontidão
o que só é possível através do retorno à vigilância espiritual.
Para os que conseguirem ou para os que não contaminaram suas
vestes, recompensas:1ª será vestido.
Essa primeira recompensa torna mais enfático e glorioso o futuro ‘andarão’ do versículo anterior...
Como conquistadores vitoriosos, eles participarão
do cortejo triunfante de Cristo no grande dia final.
Segunda recompensa: como perdoados e guardados em perfeita segurança, a garantia com respeito ao seu nome é: seu nome não será riscado do livro da vida
(tema que será revisitado numa ocasião própria e exclusiva).
Finalmente aos fiéis é dito: reconhecerei seu nome diante de
meu Pai e diante dos anjos. Essa é uma alusão direta as palavras de
Jesus quando disse: “Portanto, todo aquele que me
confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante de meu
Pai que está no céu.”
Sabemos que, biblicamente, o nome diz respeito ao sujeito
como um todo. Reconhecer o nome é reconhecer o indivíduo e é isso
que Jesus fará com os que permanecerem fiéis, eles serão
reconhecidos pelo justo juiz.
Por fim, uma vez mais a mensagem
para dar ouvidos à mensagem do Espírito Santo conclui a carta.
Quem quiser tais recompensas deve ouvir e obedecer os ensinamentos
nela descritos.
Estamos dispostos a tal desafio?
Apocalipse Capitulo 3
Continuação: Aula 08
Igreja de
Filadélfia
Apocalipse 3. 7-13
7 E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é Santo, o que é
verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém
abre: 8 Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha
palavra, e não negaste o meu nome. 9 Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem:
eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam
que eu te amo.
10 Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da
tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra. 11 Eis que venho
sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. 12 A quem vencer,
eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do
meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu
Deus, e também o meu novo nome.13 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
A quem diz:
E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é Santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre,
e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:
Sobre Filadélfia, é importante que se diga que ela era a mais nova de
todas as cidades, fundada cerca de 150 A.C. pelo Rei de Pérgamo Átalo Filadelfo, assim conhecido por causa de seu amor e lealdade à seu irmão mais velho. Átalo deu
seu nome à cidade que ficou conhecida como a cidade do
“Amor fraterno”.
Sobre Filadélfia repousava uma responsabilidade. Por ser rota comercial e militar, seus governantes buscavam fazer
de Filadélfia uma cidade missionária fazendo com que
fosse instrumento de conversão de cidades vizinhas ao estilo de vida greco-romano
tornando-as servas leais.
Ainda sim, algo que se identifica diretamente com o texto e que
veremos um pouco mais à frente, está o fato da cidade enfrentar muitos problemas por conta de sua localização geográfica, pois
situava-se numa região de constantes terremotos. Seus muros, por exemplo, estavam constantemente rachados.
O que levou grande parte da população a viver fora da cidade,
assim, iam à Filadélfia apenas para trabalhar e retornavam para suas casas. A referencia de Cristo ao ‘nome’ e ao ‘novo nome’ é de
muita relevância para os habitantes
desta cidade que teve seu nome trocado por duas vezes.
De Filadélfia para Neocesareia.De Neocesareia para Flávia.
Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre. (v. 7b) 3.1. Jesus é Aquele que é santo.Ele o único ser moral perfeito. Seu caráter não tem mácula ou falha. Seu convite é que sejamos perfeito como Ele é perfeito. [Como já disse aqui em relação à santificação,] nossa perfeição consiste em buscar a perfeição. Jesus é Aquele que é verdadeiroEle é aquele que é e por Quem todas as coisas existem. Ele é o único que realmente é o que diz ser. Não podemos ser a verdade absoluta, mas podemos buscá-la. Devemos buscá-la. Devemos perseguir o alvo de ser aquilo que nós somos, pelo menos aquilo que nós achamos que nós somos, porque não nos conhecemos de modo absoluto.
Quem diz:Isto diz o que é Santo, o que é
verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e
fecha, e ninguém abre.
Jesus é Aquele que é Santo.Ele o único ser moral perfeito. Seu
caráter não tem mácula ou falha. Seu convite é que sejamos perfeito como
Ele é perfeito e nossa perfeição consiste em buscar a perfeição.
Jesus é Aquele que é verdadeiro
Ele é aquele que é e por Quem todas as coisas existem. Ele é o único que realmente é o que diz
ser.
Não podemos ser a verdade absoluta,
mas podemos buscá-la. Devemos buscá-la.
Não sei se perceberam, mas Filadélfia e Esmirna são as únicas igrejas que
não recebem repreensão, e é interessante que ambas estavam
sobre pressão e forte ameaça de uma presença judaica poderosa. Portanto os nomes de Cristo escolhidos aqui
refletem tal situação e reasseguram, aos cristãos ameaçados de Filadélfia, que o Messias está, de fato, do lado
deles, não do lado da ‘sinagoga de satanás’.
A expressão "chave de Davi" vem de uma experiência antiga. O rei
Ezequias tinha um administrador de seu palácio, de nome Sebna, que foi substituído por Eliaquim. Quando recebeu a função, dele disse Deus:
"Porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro; ele abrirá, e
ninguém fechará; fechará, e ninguém abrirá. (Is 22.22)
No contexto de Apocalipse, a expressão significa que Jesus Cristo tem autoridade
sobre todas as coisas. O Mal não tem autoridade sobre nós, a menos que a aceitemos. Jesus tem uma autoridade cósmica sobre nós, pois, no final dos
tempos, todos nos dobraremos diante dEle. Mais que isto, Ele pode ter uma autoridade
individual sobre nós, desde que a aceitemos.
O que certamente é uma das coisas mais inteligentes a ser feita, até porque, essa mesma analogia apresenta Jesus como Messias Davídico, que controla a entrada no reino de Deus, a
Nova Jerusalém.
...
Era muito comum também que os judeus fechassem as
portas das sinagogas para os cristãos e o que muito
provavelmente acontecera em Filadélfia. Assim, Jesus se apresenta como aquele que tem as chaves, o que abre e
ninguém fecha; fecha e ninguém abre.
No contexto de Isaías, a chave representava acesso ao rei e ao
palácio. No contexto apocalíptico, a chave representa
acesso a Deus e à Cidade Eterna. Somente Jesus pode abrir e fechar os portões dos
céus (Não é Pedro). Sua promessa é que estes portões
estarão abertos para os Fiéis de Filadélfia, de todos os
tempos e lugares.
O que diz:
8 Conheço as tuas obras; eis que diante de ti pus uma porta aberta, e ninguém a pode fechar; tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e
não negaste o meu nome.9 Eis que eu farei aos da sinagoga
de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem:...
eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e
saibam que eu te amo.10 Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te
guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para
tentar os que habitam na terra.
“Conheço as tuas obras”Cristo, mais uma vez, destaca o
que eles estão fazendo de correto. Assim com o em
Esmirna, só há aprovação.E, para os fiéis, uma porta
aberta está posta. Esta ‘porta’, refere-se à entrada no Reino de Deus que não se conquista pela
força humana e nem pelo poder humano.
Jesus sabe que a igreja em Filadélfia era "fraca". É provável que a própria
igreja se reconhecia fraca, tendo, portanto, uma visão correta acerca de
si mesma.
Sua fraqueza, no entanto, não era a fraqueza da derrota, antes, era a
convicção de que as oportunidades (porta aberta – fidelidade – santidade) eram mais do que ela podia atender,
mas ela não deixava nenhuma oportunidade sem resposta.
Para Israel Belo, A percepção da fraqueza é a verdadeira força. Quando invertemos impiamente
esta lógica, a nossa força se torna a nossa fraqueza. Por isto, Jesus disse àquela igreja: "Coloquei
diante de você uma porta aberta que ninguém pode fechar porque você reconhece que é fraca e se firma do poder do meu nome".
Então Cristo segue sua carta com uma série de garantias de
que eles estarão seguram e serão vindicados ou defendidos
ou reclamados.
Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus,
e não são, mas mentem:...
eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e
saibam que eu te amo.A ideia é de submissão. Àqueles que hoje te oprimem, reconhecerão sua autoridade e estarão submissos a ela. Deus não está indiferente com
as injustiças sofridas pelos seus filhos, sobretudo quando estas se
dão por causa de Jesus Cristo.
E o que determinará esse fim é a fidelidade. Filadélfia tinhas
pouca força e isso, com certeza aplicava-se dentro da
perspectiva humana (talvez uma igreja pequena e pouco
influente)- uma igreja que, muito provavelmente, era não só
perseguida como também desprezada...
Mas eram fiéis e esse é o critério para bênção e honra
divinas. Ao contrário da maioria de Sardes, Filadélfia se recusou a negar o nome de
Cristo. E, diga-se de passagem, essa não negação do nome de Cristo está intimamente ligada
à sua proclamação. É algo ativo
e não passivo!
A igreja que sabe que tem diante de si uma porta aberta, mas igualmente sabe que essa
porta não é somente dela e para ela. Pois é consciente de sua
missão e crê que sobre si cumpriu-se Isaías 22.22. Diz-nos
o texto:E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e
ninguém abrirá.
Olhem, sabemos que Cristo tem o poder para ‘abrir’ e ‘fechar’ e,
agora ele ‘concede’ essa autoridade aos crentes fiéis de Filadélfia, de todos os tempos e lugares, como fez em Mateus e
João.
Ouçamos o texto:
Mateus 16: 18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela; 19 E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos
céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus...
Mateus 18: 15 Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o
entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; 16 Mas, se
não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca
de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada.
17 E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a
igreja, considera-o como um gentio e publicano.18 Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que
desligardes na terra será desligado no céu.
João 20:23 Àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os
retiverdes lhes são retidos.(as ‘chaves do reino = Autoridade
para ligar e desligar)
É para temer e tremer diante de uma constatação desta!
Filadélfia era uma Igreja de visão.
Essa é a visão. Uma igreja que entra pelas portas abertas por Jesus, indo ao
encontro dos sem-Deus, sabendo que aqueles que ligar/desligar na terra serão ligados/desligados nos céus, conforme a
autoridade que lhe foi dada por Jesus Uma igreja de visão assume a
responsabilidade que lhe pertence.
"E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo
mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da
reconciliação;"
(II Coríntios 5:18)
“...e todos saberão que eu te amo.”
A hoje tão cara expressão "eu te amo" (na versão da IBB) aparece quatro
vezes na Bíblia. Uma é aqui. A primeira está em Juízes (16.15), na boca da Dalila cobrando amor de Sansão. A
segunda é uma declaração do salmista a Deus (Sl 18.1). A terceira e esta são
declarações divinas de amor ao ser humano. Em Isaías (43.1-4), Deus diz:
Mas agora, assim diz o Senhor que te criou, o Jacó, e que te formou, o Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és meu. Quando
passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te
submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama
arderá em ti...
Porque eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador. (...) Visto que foste
precioso aos meus olhos, e és digno de honra e eu te amo,
portanto darei homens por ti, e povos pela tua vida.
E porque somos amados, somos guardados.
E porque somos amados, somos encorajados à
perseverança.
E porque somos amados, Deus nos fará vencedores.
E ao que vencer: Recompensas.
Assim como acontece com Esmirna, as igrejas que
parecem mais fracas têm as maiores recompensas.
Farei de vocês coluna no templo de Deus!
A idéia é de firmeza e estabilidade para um
contexto de insegurança e medo por conta dos
terremotos. Jesus promete que na Cidade de Deus
estarão seguros e que jamais serão desalojados.
A segunda promessa é o novo “nome”.
Atentem que se trata de um nome triplo:
O NOME DO MEU DEUS
Ter tal nome significa pertencer a ele, ter a sua essência e ser
seu filho!
O NOME DA CIDADE DO MEU DEUS
Numa cidade instável que havia mudado de nome por duas vezes
em homenagem ao seu imperador, ter o nome de uma cidade eterna e, portanto, uma
cidadania eterna foi certamente encorajador
para aqueles cristãos.
O último nome: “o meu novo nome”.
Esse nome é tão novo que até hoje ninguém sabe, no entanto o mais
maravilho não é saber qual o nome ou o sentido do ‘novo nome’
e sim, sabermos o fato de que compartilharemos desse novo
nome. O novo nome de Cristo será também nosso, ou melhor, de
quem permanecer fiel!
Apocalipse Capítulo 3
Continuação: Aula 09
Igreja de Laodicéia
Apocalipse 3. 14 a 22
E ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a
testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-
ei da minha boca.
Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e
cego, e nu;Aconselho-te que de mim compres ouro
provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que
vejas.
Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis
que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Ao
que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci,
e me assentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito
diz às igrejas.
A carta direcionada à igreja de Laodicéia é, sem dúvida, a mais dura
de todas já escritas. Jesus Cristo, mais uma vez não mede palavras a
fim de que sua Verdade seja compreendida definitivamente. Mas
algo é digno de nota já na introdução desta aula.
Qual terá sido a causa de tanta indignação por parte de Cristo, já
que ele mesmo não menciona nenhum pecado específico, nenhuma heresia, nenhuma
Jezabel, nenhum falso mestre, em sua carta?
Percebam que Ele usa uma figura de linguagem, ao chamar sua igreja de ‘morna’. Obviamente se trata de uma
analogia com algo que era comum a todos os que receberam esta carta. Mas que
aplicação Jesus Cristo estaria fazendo ao afirmar tal coisa, o que ele gostaria que a igreja de Laodicéia entendesse ao chamá-
la de ‘morna’? Isso tem a ver com que?
Vamos aprender que isso tem a ver com a própria cidade e
sua história...
Laodicéia: foi fundada em 250 a. C. pelo rei Antíoco da Síria. Foi uma das cidades mais ricas do mundo. Além de ser uma importante rota comercial, nela existiam além do teatro e um moderno ginásio,
bancos, fábricas têxtil, escola de medicina onde se fabricavam colírios e remédios
para o ouvido; esses medicamentos eram exportados para várias partes do mundo...
Era uma cidade completa, humanamente falando perfeita, a cidade dos sonhos.
William Hendriksen diz que Laodicéia era o lar dos milionários. Mas apesar de tudo
isso, apesar de todo o seu recurso financeiro que era enorme; para se ter uma ideia parte da cidade foi destruída
por um terremoto em 61 d.C...
...e a cidade foi reconstruída rapidamente sem que fosse necessária ajuda do império
romano, mesmo que eles tivessem o direito a tal ajuda.
Não precisamos, foi a sua argumentação...
Enfim, apesar de toda estrutura invejável, Laodicéia tinha seu
calcanhar de Aquiles. A cidade tinha dificuldades quanto ao
abastecimento de água. Ela dependia de outras cidades, e como
isso se dava?
Colossos era uma cidade vizinha e nesta
cidade havia fontes de águas frias...
Hierápolis era uma outra cidade vizinha e ali havia fontes de águas quentes...
O que a turma fez...Construiu um aqueduto para que a cidade
pudesse ser abastecida com as águas das cidades vizinhas.
E aí eu pergunto: em que condição esta água chegava à
cidade de Laodicéia?
MORNA!
Sabe o que é mais interessante disso tudo? É que tanto as
águas de Colossos como as águas de Hierápolis eram terapêuticas, mas quando
chegavam à Laodicéia perdiam suas propriedades, eram tidas
como águas intragáveis.
Quando Jesus chama a igreja de morna ele não só está se
referindo à sua temperatura, como também se refere à sua propriedade. Ou seja, a igreja perdeu suas características
originais no decurso de sua vida. Laodicéia havia se perdido!
Cristo olha para igreja e dá o seguinte diagnóstico:
a.vocês perderam seu vigor (16.17) b. vocês perderam seus valores (17.18)
c. Vocês perderam sua visão (18b) d. Vocês perderam as vestimentas (17)
Por quê?
Porque, antes de tudo isso, Laodicéia havia perdido o vigor ou fervor espiritual
na igreja. (15).
Ser morno é viver sem propósito, sem um alvo. Viver assim é como fazer uma viagem sem
saber o destino. Quem não tem propósito não tem entusiasmo. O morno jamais vence, mas
também jamais perde. Nunca será um vencedor e nunca será um perdedor, porque jamais lutará por algo. O morno é satisfeito com a vida que leva, é indiferente com as
coisas que acontecem ao seu redor e claudicante, inseguro, ou seja, escravo de uma
vida de conveniência.
Tanto Deus quanto o encardido são capazes de, como um termômetro,
identificar a temperatura espiritual da igreja e de cada crente. Você pode perceber que o encardido não se
sentia incomodado com a igreja de Laodicéia. Prova disso é que ele não
se deu o trabalho de mandar nem uma seta.
Não tinha heresia, não tinha imoralidade, não tinham nicolaítas.
Sabe por quê? Porque não precisava, pois a igreja estava se
enrolando em suas próprias pernas. Pois nela não havia fervor espiritual. Era uma igreja apática e indiferente.
Uma igreja que não luta.
Jesus também denunciou que um crente morno é pior do que um incrédulo frio. Para Fritz Rienecker o contraste aqui é entre as águas quentes medicinais de Hierápolis e as águas frias e puras de Colossos. Dessa forma, a igreja em
Laodicéia não estava oferecendo nem refrigério para o cansaço espiritual nem
cura para o doente espiritual.
Era totalmente ineficaz e assim, desagradável ao Senhor. Para Arthur Blomfield é mais honroso ser um ateu
declarado do que ser um membro incrédulo de uma igreja evangélica. A indiferença espiritual é pior do que a frieza... Aqui
repousa uma enfermidade que fere muitos cristãos de nosso tempo, onde a Trindade,
a igreja, já não tem ou nunca tiveram significado.
Ainda sim, Jesus identificou que a autoconfiança da igreja era absolutamente falsa. Para Lopes a igreja de Laodicéia era ‘morna’ devido à ilusão que ela alimentava
de si mesma. A cidade e a igreja de Laodicéia se orgulhavam do seu ouro, de
suas roupas e de seu colírio. Mas era pobre, cega e nua. Uma tragédia que seu
orgulho e alcance presunção não permitiam ver.
Em quarto lugar Jesus revelou que um crente morno, em vez de lhe dar
prazer, provoca-lhe náuseas. O texto fala de vômito. Só se vomita o
que se ingere, não é verdade? Cristo está dizendo que a igreja foi
ingerida por ele, mas ao invés de lhe dar prazer, alegria, estava lhe dando náuseas, ânsia de vômito. Uma
sensação terrível...
Não pensem vocês que conosco é diferente, temos também o poder de
causar ambas as sensações em Cristo, tanto prazer como náuseas.
Para H. Dias Lopes, causamos náuseas em nosso Senhor quando
perdemos nossa paixão, nosso entusiasmo, nosso fervor por Ele e
por sua obra.
Quando a igreja se torna um peso, uma obrigação na vida de
um crente, ele certamente causará náuseas em seu Senhor.
Quando dirijo-me para igreja e deixo meu coração em qualquer outro lugar, causarei náuseas
em Cristo.
Por fim, preciso ressaltar a reação de Cristo diante de todas as coisas erradas que
percebeu e denunciou nesta igreja.
1.Cristo tinha todos os motivos para fazer uma série de recomendações, para listar inúmeras ordenanças, mesmo assim Ele
prefere trilhar outro caminho.
Cristo mais uma vez opta pelo caminho do amor e, ao trilhar esse
caminho, ele prefere aconselhar
a ordenar.Para uma igreja acostumada com a
fartura, com as compras, onde o dinheiro não era problema, Cristo diz:
Aconselho que compres de mim... 18.
O ouro que Cristo oferece é o seu reino / suas vestes são justiça e
santidade / seu colírio o discernimento.
Com isso ele dizia a igreja: somente eu posso enriquecê-los, somente eu posso vestir sua nudez, somente eu
posso curar vossa cegueira.
O uso do colírio permite ao crente perceber sua condição espiritual
(pobre/cego/nu) e perceber a verdade da riqueza de uma vida
segundo o Espírito de Deus. O uso do colírio permite ao crente deixar-se disciplinar/ensinar por
Cristo.
Cristo aconselha a igreja a uma mudança de vida. 19.
Nossas igrejas, assim como em Laodicéia, precisam mudar em
muitas coisas, principalmente nos valores que ela tem estabelecido
como prioridade para sua caminhada...
Mas precisamos mudar também em nossa adoração, em nossa
oração, em nossa comunhão, em nossa dedicação, em nossa submissão, e tantos outros
aspectos.
Antes de finalizar sua carta...
Cristo se ‘autoconvida’ para cear com a igreja. 20.
É triste o quadro apresentado pelo texto, afinal de contas, Cristo está de
fora da vida de quem ele morreu para, justamente, se tornar
participante eterno.
A fim de corrigir esse erro, Cristo, mais uma vez, repete seu convite.
Percebam que Ele não nos convida para cear com Ele, mas sim, Ele se
‘autoconvida’ para cear conosco.Ouçamos o que Hernandes dias Lopes afirma sobre essa postura
de Cristo:
‘Que Ele nos convide para cear com Ele é demasiadamente honra; mas que Ele deseje
participar da nossa humilde mesa e cear conosco é tão admirável
que ultrapassa nossa compreensão finita.
É assim que Cristo é!