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Humantech na revista Mercado Brasil (edição 88)

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Matéria da revista de economia Mercado Brasil que contou com a contribuição do diretor-presidente da Humantech, Celso Ricardo Salazar Valetim, que ressaltou a importância da inovação para as empresas e o papel das redes sociais nesse processo.

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28 outubro2011 www.portalmercadobrasil .com.br

inovação

kamila schneider

Apesar de ter crescido nos últimos anos, o índice de inovação ainda é baixo no Brasil

do novoA economia

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Todos os dias, milhares de pessoas criam ideias, e a crença em uma boa ideia as leva a pensar em como alcançá-las, como partir

do ponto A para o B. Esse processo se chama inovação. O conceito, apesar de muito conhecido, ainda é um mistério para muitos. Mas como definir algo tão necessário, complexo e que não pode ser tocado? Basicamente, inovar está relacionado à mudança. Dentro das empre-sas, é a transformação de ideias criativas em produtos ou ações que otimizam processos, reduzem custos e geram melhorias.

Poucos entendem o que é, realmente, inovar. O economista e dire-tor-presidente da Humantech Gestão do Conhecimento, Celso Va-lentim, explica que, por meio da inovação, as empresas conseguem se diferenciar e avançar na conquista ou manutenção de mercados. Isso quer dizer que, em um mercado dinâmico e complexo, em que empresas brasileiras concorrem com produtos e serviços de qual-quer lugar do mundo, é preciso buscar o novo. “O investimento em inovação é fator de diferenciação em diversas frentes, não somente na obviedade que é trazer o lucro e retorno financeiro ou de mercado. Por meio do investimento e das inova-ções estão soluções e melhorias que atingem a sociedade. Inovar movimenta a economia e a sociedade”, ressalta Valentim.

A importância de inovar

De acordo com o consultor em inovação, com MBA em gestão de pro-jetos pela FGV, Marcelo Castilho, a necessidade de inovar tem relação direta com o contexto social e econômico que o mundo vive. Hoje, esse contexto é de insegurança, instabilidade, ampliado por uma competição econômica acirrada entre os países - impulsionada pelos países emer-gentes - e as empresas.“Essa mistura de insegurança, principalmente dos papéis que exercía-mos no mundo – antes havia um país que ditava regras e hoje isso já não está tão claro –, e competição absurda criam um clima para valori-zar a ideia de inovação. Ela é uma saída para lidar com essa hipercom-petição e incerteza”, diz Castilho, que também é coordenador do curso de pós-graduação em Inovação da Sustentare Escola de Negócios.Nessa perspectiva, a inovação se tornou um conceito da moda. Mas nem sempre é interessante inovar, destaca Castilho. Segundo ele, para se falar em inovação é preciso antes pensar no oposto: o que é a não mudança? O que significa ficar onde está? Para alguns negócios permanecer onde está pode ser interessante, de-pendendo do contexto que está inserido. “Você pode simplesmente se adaptar, sem fazer uma mudança. Manter uma rotina e, dependendo, se dar bem com isso”, ressalta.

Como surge essa necessidade

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inovação

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Marcelo Castilho, consultor em inovação e MBA em gestão de projetos pela FGV

Essa mistura de insegurança (...) e competição absurda cria um clima para valorizar

a ideia de inovação. Ela é uma saída para lidar com essa hipercompetição e incerteza”

O Brasil ainda possui um contexto desfavorável para inovação, apesar do crescimento registrado nos últimos anos, aponta Castilho – de acor-do com o boletim “Radar: Tecnologia, Produção e Comércio Exterior”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea, o Brasil cresceu 0,05% entre 2005 a 2008 nos indicadores de inovação nas empresas, resultado aquém das expectativas. A dificuldade das empresas brasileiras em adequarem a inovação aos seus processos vem, principalmente, da história econômica do País, fruto de um legado deixado pela época da inflação: a ênfase na pro-teção de mercados fechados e a cultura de competir por vantagens. “Historicamente, o País nunca esteve preparado para o empreendedo-rismo. Criou nas empresas um foco muito grande de proteção financei-ra. Por um lado, isso nos ajudou na crise de 2008, mas, por outro, vai contra a inovação, porque trabalha com o campo do risco calculado. E essa exposição, de ousar numa posição empreendedora de acertos e erros, não existe muito no País”.O modelo mental em torno da qualidade é muito forte no Brasil, o que de certa forma ofusca o movimento de inovação, explica Cas-tilho. “A inovação é um impulso muito diferente da lógica da qua-lidade. É o impulso do questionamento das coisas, a identificação de passos de rompimento”.

É fato que as empresas já estão mais cientes de que a inovação não ocorre da noite para o dia, afirma Valentim, porém, muitas organiza-ções ainda veem a inovação mais como o centro das despesas do que como uma área rentável. Para que essa perspectiva mude, é funda-mental perceber que o processo de inovação de algo maior envolve e influencia milhares de outras pequenas coisas.“Sistematizar o processo de inovação auxilia na tomada de decisão da empresa para priorizar ideias, verificar sua viabilidade de imple-mentação e transformá-la em projeto de desenvolvimento, incluindo a inovação aos produtos e processos”, afirma Valentim. Essa avaliação permite reduzir os riscos de investimentos.Esse processo exige engajamento: toda a empresa deve participar dessa mudança. “Nenhuma consultoria consegue mudar você ou sua empresa, sem que todos queiram, efetivamente, romper o pa-radigma da inovação”, diz Valentim.

Segundo Valentim, as redes sociais são ferramentas eficazes para gerir a inovação. O modelo de

colaboração iniciado na rede pelos consumidores introduz também

um novo sistema de trabalho que acelera o ritmo do processo tecno-

lógico em todos os setores, indica o especialista, influenciando uma série de itens competitivos como inovação, qualidade e fidelização.

“A busca de retorno e investimen-tos em pesquisa sobre os hábitos e

desejos dos consumidores mu-dou ao se perceber que milhões

de pessoas testam e melhoram produtos diariamente. Assim, no

mercado mundial, conseguir definir o sentimento de clientes e consu-

midores, aplicando essa informação na forma de novos conhecimentos, torna as empresas mais dinâmicas e força a inovação”, diz Valentim.

A inovação no Brasil

Em busca do novo

WEB: FERRAMENTA DE INOVAÇÃO

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