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1. COMO LER TEXTOS
ALUNO: ________________________________________________ RA: _____________
CURSO ________________________________________________ SALA ____________
1º SEMESTRE DE 2011
MATERIAL ORGANIZADO PELAS PROFESSORAS
Chafiha Maria Suiti Laszkiewicz Clélia Maria da Silva
Jacy do Nascimento Floriano Ligia Ramo de |Souza Rosa
Maria Aparecida Silva Salim
2
Aula inicial
Estudar para o sucesso ou estudar para ser feliz? Por Roseli Martins Coelho* Publicado em 20/07/2006 - 10:19
O sociólogo inglês T.H. Marshall, autor do primeiro livro sobre o tema da cidadania, - CLASSE
SOCIAL, STATUS E CIDADANIA, de 1949 - demonstra como os diretos que compõem a cidadania foram
nascendo e se firmando ao longo de três séculos: os direitos civis no Século XVIII, os direitos políticos no
Século XIX e os direitos sociais no Século XX.
(...)
É exatamente esse o objetivo central deste texto (direito de estudar), elaborado para reforçar a energia
intelectual dos alunos que em breve irão enfrentar o desafio da escolha de uma faculdade e de uma carreira
profissional. De início, convém enfrentar uma questão terrível: por que os jovens - salvo exceções - não
gostam de estudar? Sabemos que existem milhares de razões individuais e/ou familiares, como falta de tempo,
ambiente familiar tumultuado, falta de dinheiro, problemas de saúde, entre tantos outros. Porém, existe uma
explicação geral para essa ausência de gosto pelos estudos, qual seja, jovens - e adultos também! - não
gostam de estudar porque não aprendemos a tirar prazer do ato de adquirir conhecimento (grifo nosso).
Desde cedo somos levados a acreditar que a felicidade mora lá fora, na praia, no sol, no carnaval, no futebol
ou na balada noturna. Estudar, por sua vez, é encarado como um pesado fardo do qual precisamos nos livrar o
mais rápido possível.
(...)
Aproximadamente metade dos alunos que estão se preparando para ingressar na faculdade irá escolher
cursos das áreas de exatas ou biológicas. No entanto, a área de humanidades tem uma propriedade que deve
ser aproveitada por todos os alunos, sejam eles futuros historiadores ou futuros engenheiros: a ênfase na
linguagem, tanto no que diz respeito à pratica de redação, quanto na tarefa de ler e interpretar o texto escrito.
Esse foco das disciplinas da área de humanidades deve ser aproveitado por todos os alunos, não apenas porque
a redação tem peso decisivo nos exames de acesso às faculdades de um modo geral, ou porque sem
desenvoltura na leitura e na interpretação ninguém é capaz de compreender os enunciados de questões de
matemática, física, ou de quaisquer outras disciplinas. Mas, sobretudo, porque a linguagem é instrumento de
desenvolvimento da consciência e do raciocínio. Além disso, a linguagem é o plasma da vida em sociedade, e
todas as profissões são exercidas nos marcos da sociedade, com suas conquistas e suas injustiças.
Aqui entra o papel da Literatura. É preciso dizer com todas as letras que ignorar a tradição literária de
um povo tem conseqüências deletérias, pois não é possível formar um bom químico, por exemplo, sem uma
dose de Machado de Assis. A literatura não apenas expressa quem somos nós, povo brasileiro, como situa os
traços de personalidade de cada um de nós - e dos personagens - numa chave universal de humanidade. Um
dos mais brilhantes intelectuais que o Brasil já produziu, Antonio Candido, no texto "Direito à Literatura",
enfatiza um mérito da Literatura que geralmente passa despercebido: a obra literária é um fator de ajuda na
organização de nossos pensamentos e de nossos sentimentos.
Uma vez que o texto literário nos ajuda na compreensão da sociedade e aprofunda nosso entendimento
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das relações pessoais, a convivência com as obras literárias pode ser importante instrumento na conquista da
"inteligência emocional", uma das características pessoais mais valorizadas pelo mercado de trabalho, que
nada mais é do que a capacidade de conviver com pessoas diferentes e de absorver decepções de modo
civilizado e não auto-destrutivo. A obra literária pode ser uma aliada importante para o profissional de nossos
dias, que não pode cogitar parar de estudar, porque a Literatura mantém a mente preparada para a inclusão de
novos conhecimentos, pois "ela nos organiza, nos liberta dos caos e nos humaniza", para usar as palavras de
Antonio Candido.
Apesar de toda apologia que se possa fazer à ampliação do conhecimento, basta observar a realidade
para saber que estudar não garante automaticamente um futuro profissional maravilhoso. Porém, todo mundo
da área da educação sabe que há uma relação direta entre escolaridade e nível de renda, conforme já foi
comprovado por diversas pesquisas. Independentemente da profissão, o salário - ou a renda, caso se torne um
profissional liberal ou um empresário - estará relacionado ao número de anos passados na escola e, é claro, aos
cursos de fato concluídos. Essa relação entre escolaridade e renda é verificável até mesmo entre trabalhadores
de ocupações idênticas: um caixa de banco que estudou 18 anos ganha mais do que um colega que estudou 16
anos. Entre profissionais que concluíram o ensino superior está igualmente presente essa tendência: um
médico que, depois de formado, fez cursos de especialização tem renda mais alta do que um colega que parou
de estudar quando recebeu o diploma. Não por acaso, a reputação de "médico de ricos" - equivalente, é claro,
à reputação de excelente médico - é construída a partir de títulos obtidos formalmente na universidade, como
mestrado ou doutorado. Além da renda propriamente dita, quase todas as realizações que podem ser extraídas
de uma carreira profissional dependem da quantidade de anos investidos nos estudos e dos diplomas obtidos.
Que fique claro, portanto, que sem educação formal não existe possibilidade de sucesso profissional.
Resta tentar responder à segunda parte da pergunta que relaciona estudo e felicidade. O processo de
ampliação do conhecimento habilita cada um a enxergar o mundo e a si próprio com olhos críticos, pois
fornece subsídios para a análise apurada das relações sociais que determinam o lugar de cada indivíduo na
sociedade. A compreensão dos diversos fatores que compõem a estrutura social permite que o jovem do
ensino médio - ou de qualquer estágio da escolarização - se situe de maneira realista diante de uma das
perversidades da sociedade contemporânea, que é a integração social pelo consumo. Como a ditadura do
consumo nunca pode ser plenamente satisfeita - há sempre um celular novo, um tênis mais bonito ou outro
objeto de consumo - a frustração constante pode levar à diminuição da auto-estima e à erosão de relações
sociais e familiares. A ampliação do conhecimento facilita a tarefa de desmontar as armadilhas do
consumismo, tarefa essa da qual ninguém está liberado, nem mesmo os muito ricos, como fica evidente nos
exemplos de milionários que perderam tudo.
O posicionamento crítico diante da realidade social não significa diminuir a capacidade de sonhar. Os
sonhos - de realização profissional, de bem-estar material, ou de felicidade afetiva - são o ponto de partida
necessário de um projeto a ser perseguido. É claro que esse duplo exercício mental - um olho na realidade e
um olho nos projetos de vida - é constantemente submetido a provações de toda ordem. De um lado, os
supostos exemplos de jovens que se tornaram muito ricos com o futebol ou com a música, por exemplo. De
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outro, as dificuldades concretas vivenciadas pelos jovens e suas famílias, e que muitas vezes são motivos reais
de abandono ou de adiamento de projetos. Entretanto, o desenvolvimento pessoal, resultado da ampliação do
conhecimento, poderá assegurar a capacidade de se manter, de modo realista, na perspectiva da construção de
um projeto profissional.
Para encerrar com o mesmo autor, T.H. Marshall define a cidadania como um "conjunto formidável
de direitos", no qual está o "direito de participar, por completo, na herança social e levar a vida de um ser
civilizado de acordo com os padrões que prevalecem na sociedade". E os padrões que prevalecem na
sociedade, sabemos todos, são aqueles de valorização absoluta do conhecimento. Quem está impedido de
participar da herança social devido a insuficiências da formação profissional não pode conquistar a felicidade.
Em outros termos, estudar é imprescindível para ser feliz.
* Roseli Aparecida Martins Coelho é professora da cadeira de Teoria Política da FESPSP (Fundação
Escola de Sociologia e Política de São Paulo). Doutora em Filosofia Política e Mestre em Ciências Sociais.
Disponível em: http://www.universia.com.br/docente/materia.jsp?materia=11664.(02/02/2010)
1 LEITURA: O ENTENDIMENTO DO TEXTO
Um dos grandes desafios no estudo da leitura tem sido como interpretar de modo adequado o
significado dos textos a que somos diariamente expostos, já que vivemos em uma sociedade letrada.
Esse desafio se acentua quando, em sala de aula, é proposta a análise e a discussão de um texto,
prática comum, especialmente no ensino superior. Uma das grandes queixas dos alunos é que suas
considerações só estão corretas quando vão ao encontro do que os professores pensam.
Isso não é verdade, os textos trazem idéias reveladas explicitamente, ou de maneira implícita (mas que
podem ser depreendidas); fazem referências a verdades externas ao texto ou a outros textos e ainda trazem
idéias periféricas cuja função é dar sustentação à ideia central. Esses aspectos são a base da interpretação e
compreensão que, portanto, devem ser percebidos e utilizados no processo de leitura e entendimento dos
textos.
Até mesmo as questões da área de exatas pedem senso crítico e compreensão de enunciados, muitas
vezes erra-se uma questão de física por não entender o que foi pedido. Trata-se então de interpretação de
textos, que se torna exigência de todas as disciplinas e também da vida profissional.
Quando você for buscar uma vaga no mercado de trabalho, a criticidade, a
capacidade de comunicação e de compreensão do mundo serão atributos importantes
nessa concorrência. ( RUSSO, 2004:15)
Assim, nossos estudos visam a minimizar esse problema. Para iniciar esse processo é necessário
ampliar o conhecimento de mundo, ou seja, ler um pouco de tudo e entrar em contato com algumas técnicas
de leitura que, certamente, o auxiliarão em seus estudos.
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2 ESTRATÉGIAS DE LEITURA I
Há procedimentos que podem ser utilizadas na leitura de um texto. Observe:
a) o texto deve ser lido na íntegra, ou seja, a leitura se inicia no título e termina na fonte de onde foi retirado o
texto. Essas referências, muitas vezes, estão ao final do texto. Recomenda-se uma primeira sem interrupções
para que se tome conhecimento do texto como um todo (skimming).
b) uma segunda leitura deve ser feita com o auxílio do dicionário, a fim de dirimir dúvidas em relação a uma
ou outra palavra cujo significado não se pôde apreender pela leitura do todo.
c) observar palavras repetidas ou retomadas, já que elas orientam a identificação do tema abordado no texto.
d) perceber as evidências tipográficas que também nos oferecem informações relevantes à compreensão dos
textos como, por exemplo, letras maiúsculas, negrito, itálico, aspas.
e) muitas vezes, lemos com o objetivo de encontrar informações específicas no texto, os procedimentos dos
itens anteriores certamente favorecerão a localização dessas informações (scanning).
f) a verificação de palavras do mesmo contexto semântico (índices, inflação, taxa de juros, porcentagem,
longo prazo), a observação de elementos do contexto não-lingüístico como gravuras, gráficos, tabelas,
números e até a própria estrutura do texto ( a divisão de parágrafos e a disposição das imagens) nos auxiliam a
inferir o conteúdo do texto - trata-se de acionar nosso conhecimento prévio, nosso conhecimento de mundo
(prediction).
EXERCÍCIOS
1. Observe o texto a seguir, em dinamarquês, e veja se você consegue responder às questões:
CASINO AALBORG
Velkommen til Danmarks mest venlige kasino
Ved Stranden, 14-16 Tlf. 98 10 15 50. Glaed dig til spaendende og morsomme timer i selskab med festlige
mennesker i en international atmosfaere. Aben alle ugens dage fra kl. 20.00 – 04.00. Entré DKK 50,00,-. Der
er legitimationspligt i henhold til dansk lov. Ingen adgang for unge under 18 ar. (exercício extraído de:
Munhoz, Inglês Instrumental: estratégias de leitura. 2003 p.18)
a) Qual é o horário de atendimento do cassino?
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b) Quanto custa o ingresso?
c) Qual é o telefone do cassino?
d) Quem pode freqüentar o cassino?
2.1 ERROS COMUNS NA INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
As questões em relação a textos podem ser estruturadas de várias maneiras, entre elas:
a) perguntas que exigem respostas diretas, pois incidem sobre o texto como um todo.
b) questões que incidem sobre trechos específicos do texto, o que exige um volta ao texto.
Entretanto, quando as questões são discursivas, a atenção aos enunciados é de extrema importância
para que você responda exatamente o que lhe foi perguntado e não incorra em erros muito comuns como a
extrapolação, a redução ou a contradição.
Segundo Amaral, Severino & Patrocínio (1991) , esses processos podem ser definidos da seguinte
maneira:
Extrapolação
Ocorre extrapolação quando se vai além do texto, fazendo outras associações ou evocando outros
elementos, quando se cria a partir do que foi lido, quando se dá asas à imaginação e à memória, abandonando o
texto que era o objeto de interpretação.
A extrapolação é muitas vezes um exercício de criatividade inadequada - porque leva a perder o contexto
que está em questão. Geralmente, o processo de extrapolação se realiza por associações evocativas, por relações
analógicas: uma idéia lembra outra semelhante e assim o pensamento se encaminha para fora do texto. Outras
vezes, a extrapolação acontece pela preocupação de se descobrir pressupostos das idéias do texto, pontos de
partida bem anteriores ao pensamento expresso, ou, ainda, pela preocupação de se tirar conclusões decorrentes
das idéias do texto, mas já pertencentes a outros contextos, a outros campos de discussão.
Reconhecer os momentos de extrapolação - sejam analógicos ou lógicos - significa conquistar maior
lucidez, maior capacidade de compreensão objetiva dos textos, do contexto que está em questão. Essa clareza é
necessária e é criadora: significa, inclusive, uma liberdade maior de imaginação e de raciocínio, porque os vôos
para fora dos textos tornam-se conscientes, por opção, serão realizados por um projeto intencional, e não mais
por incapacidade de reconhecer os limites de um texto colocado em questão, nem por incapacidade de distinguir
as próprias idéias das idéias apresentadas por um texto lido.
Redução
Outro erro exercícios de entendimento de texto, oposto à extrapolação, é o que se chama de redução ou
particularização indevida. Neste caso, ao invés de acrescentar outros elementos, faz-se o inverso: aborda-se
apenas uma parte, um detalhe, um aspecto do texto, dissociando-o do contexto. Seria privilegiar um elemento
(ou uma relação) que é verdadeiro, mas não é suficiente diante do conjunto, ou então que se torna falso porque
passa ser descontextualizado. Desse modo, o leitor detém-se a um aspecto menos relevante do conjunto,
7
perdendo de vista os elementos e as relações principais. Reconhecer os processos de redução representa também
um salto de qualidade em nossa capacidade de ler e entender textos, assim como em nossa capacidade de
perceber e compreender conjuntos de qualquer tipo, reconhecendo seus elementos e suas relações.
Contradição
O mais grave de todos, é o da contradição. Por algum motivo - uma leitura desatenta, a não percepção de
algumas relações, a incompreensão de um raciocínio, o esquecimento de uma idéia, a perda de uma passagem no
desenvolvimento do texto - leva a uma conclusão contrária ao texto. Como esse erro tende a ser mais facilmente
reconhecido - por apresentar idéias opostas às idéias expressas pelos textos - os testes de interpretação muitas
vezes são organizados com uma espécie de armadilha: uma alternativa apresenta muitas palavras do texto,
apresenta até expressões inteiras do texto, mas com um sentido contrário. Um leitor desatento ou/e ansioso
provavelmente escolherá essa alternativa, por ser a mais “parecida” com o texto. Por ser a que apresenta mais
literalmente, mas “ao pé da letra”, elementos presentes no texto.
EXERCÍCIOS
Leia o texto, pelo menos duas vezes, selecione a ideias as idéias centrais. Em seguida, discuta com seus
colegas as questões abordadas no texto.
Einstein x Newton: uma boa briga
Paulo Markun
Britanicamente, às seis e meia da tarde de quarta-feira, 23 de novembro de 2005, lorde Robert May,
presidente da Royal Society apresentou os resultados da pesquisa feita entre os 345 cientistas associados e
1363 ingleses e que procurava saber qual fora o cientista mais importante para a humanidade: Albert Einstein
ou Isaac Newton?
Se houvesse uma bolsa de apostas, o autor da célebre equação E=MC2 seria o favorito, já que o evento
integrava as comemorações do cinqüentenário de suas descobertas. Mas Newton venceu de ponta a ponta,
como diria um locutor de turfe. Quando perguntado sobre quem deu a maior contribuição para a ciência,
61,8% do público votou em Newton e 38,2% em Einstein. Entre os cientistas, a vitória foi ainda mais
expressiva: 86,2% para Newton e 13,8% para Einstein. Diante da questão que procurava estabelecer quem der
a maior contribuição positiva para a humanidade, o resultado foi empate técnico entre o público (50,1% de
Newton e 49,9% para Einstein) enquanto os cientistas preferiram Newton claramente: 60,9% a 39,1%.
Impressionado com a repercussão da enquete, lorde May olhou para diante: “Muitos diriam que comparam
Newton e Einstein é como comparar maçãs e laranjas, mas o que realmente importa é que as pessoas estão
apreciando a enorme importância que estes dois físicos tiveram e constatar que o impacto do trabalho deles se
espalhou muito além dos laboratórios e das equações. Mas o que realmente importa é saber de onde virão os
futuros Newtons e Einsteins.”
Ciência e a religião são mundos paralelos, que podem conviver tranquilamente, desde que um não interfira
no outro.É o que pregava o paleontólogo norte-americano Stephem Jay Gould, um dos mais reconhecidos
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divulgadores científicos do século XX e um incansável combatente da pseudociência. Para Gould, ciência e
religião são “Magistérios Não Interferentes.” O magistério da ciência é o conhecimento factual do mundo
natural. O da religião trata dos desígnios do homem, sua conduta moral e ética. Sendo assim o único conflito
possível entre ciência e religião se dá quando uma tenta invadir o território da outra. Para ele, essas invasões
não são muito freqüentes e podem acontecer de um lado e de outro, embora os cientistas costumem fazer
estardalhaço sobre a ação dos religiosos, omitindo seus próprios pecados, digamos.
Gould reuniu um elenco de religiosos que foram ardorosos defensores do método científico e no outro
corner um time de cientistas que permitiram a interferência do pensamento religioso em sua investigação
científica. E quem está entre estes? Isaac Newton, que numa série de cartas a Thomas Burnet defendeu a idéia
deque a Terra fora criada em seis dias. Tese rejeitada pelo destinatário, um reverendo que era confessor do rei
e empregou argumentos verdadeiramente científicos para enfrentar as convicções de Newton. (Hoje, tanto
Newton quanto Burnet são relacionados numa impressionante lista dos cientistas que acreditavam piamente
que a Bíblia tinha razão.)
O debate sobre o uso de células-tronco embrionárias é tão apaixonado quanto o do ensino do criacionismo,
mas ao contrário deste – que e inscreve no campo da fé – está na fronteira entre os dois magistérios de Gould.
Seu uso tem tudo a ver com moralidade de nossas ações. Devem ser elas uma decorrência de nossas
convicções religiosas ou de nossas certezas científicas?
A resposta para essE dilema certamente mobilizará os futuros Einsteins e Newtons com que se preocupava
lorde May. Uns e outros sairão das universidades e centros de pesquisas, não de conventos, mesquitas ou
sinagogas e carregarão consigo novas dúvidas e dilemas, porque assim caminha a humanidade. De tropeço em
tropeço, ante a imensidão do como uma criança pequena que dá seus primeiros passos.
Por tudo isso, prefiro ficar com Albert Einstein, que assim definiu nosso maior desafio: “O esforço humano
mais importante é o esforço para imprimir moralidade a nossas ações. Nosso equilíbrio interior e nossa
existência dependem disso. Somente a moralidade de nossas ações pode dar beleza e dignidade à vida. Tornar
essa força viva, deixando seu papel claro na consciência das pessoas é a principal tarefa da educação. O
fundamento da moralidade não deve depender de mito, nem estar vinculado a qualquer autoridade para que
dúvidas sobre o mito, ou sobre a legitimidade da autoridade na comprometam o bom julgamento da ação.”
___________________________________________________________
Paulo Markun é editor e presidente do Conselho Editorial do Jornal de Debates que circula internamente na
Uninove.
MOMENTO DE PRODUÇÃO EM GRUPO
Leia, com atenção, o texto abaixo e, em seguida, relacione as idéias básicas nele apresentadas.
(Este exercício compõe nota da Av1 - 1,0)
9
O mistério
O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e ciência verdadeira.
Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as colinas, sentindo-se cheio de
surpresa, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que fez nascer a religião foi essa
vivência do misterioso - embora mesclado de terror. Saber que existe algo insondável, sentir a presença de
algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito
rudimentar - é esta a experiência que constitui a atitude genuinamente religiosa. Neste sentido, e unicamente
neste sentido pertenço aos homens profundamente religiosos. (Albert Einstein - Como vejo o mundo)
3 ESTRATÉGIAS DE LEITURA II - INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS
Segundo Fiorin e Platão (1995), um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a
verificação de que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações explicitamente
enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o
leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos.
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário, ele pode passar por cima
de significados importantes ou decisivos ou – o que é pior – pode concordar com coisas que rejeitaria se as
percebesse.
Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses
aspectos subentendidos e pressupostos.
Pressupostos são aquelas idéias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a
partir de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Observe:
Jorge tornou-se um homem feliz.
Nessa frase, há uma informação explícita:
Ele não era feliz.
Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os pressupostos, pois seu uso é um
dos recursos argumentativos utilizados intenção de levar o leitor a aceitar o que está sendo comunicado.
EXERCÍCIO
1. Leia o trecho e as notícias abaixo em seguida faça a identificação dos pressupostos e teça um
comentário sobre os objetivos do autor, a coerência e estrutura do texto.
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Texto I
O modelo agrário brasileiro, embora com inúmeros defeitos, possui uma característica que
merece ser destacada, elogiada e preservada: a produção agropecuária brasileira é a última atividade
econômica ainda totalmente nas mãos de brasileiros. Pouco se fala disso, mas o fato é que não encontramos
multinacionais responsáveis por qualquer parcela significativa da produção. Também não encontramos, no
campo, as famigeradas empresas estatais. Embora existam multinacionais proprietárias de terra, o percentual
de produção rural em suas mãos não é significativo. A produção rural, na verdade, é o reduto final da livre
iniciativa brasileira. Com a nossa economia cada vez mais estatizada e desnacionalizada, a agropecuária
permaneceu uma atividade essencialmente de brasileiros. (CAMARGO NETO, Pedro de. A burocracia da
terra. Veja, 7 ago. 1985.)
Texto II
4 VERBOS-COMANDO : VOCÊ FAZ REALMENTE O QUE SE PEDE?
Material organizado pelos professores: Patrícia Quel e Jorge Luís Torresan Para medir o nível do aproveitamento e o desenvolvimento dos alunos em sala de aula, o professor
pode utilizar vários instrumentos de avaliação. Entre esses instrumentos, é muito comum o emprego de
provas e/ou testes dissertativos nos quais os alunos têm um espaço para mostrar, sobre algum assunto
determinado, a sua capacidade de análise, criação, comparação, identificação, conceituação etc. É muito
comum nas discussões entre professores comentários sobre a dificuldade que os alunos têm diante do
momento de dissertar numa prova, mesmo que ela seja composta por questões breves. Essa dificuldade
pode ocorrer, muitas vezes, porque eles não conseguem compreender exatamente o que é pedido numa
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questão. Se observarmos com atenção, todas as questões geralmente se iniciam ou se desenvolvem tendo
como base um verbo-comando (quase sempre na forma do imperativo) que especifica para o aluno a forma
como ele deve responder a uma questão. A tabela abaixo demonstra alguns dos verbos-comando mais
utilizados. Verbos-comando Definição dos verbos (com base no Moderno
Dicionários da Língua Portuguesa de Michaelis) Especificação dos procedimentos Analise Determinar os componentes ou elementos
fundamentais de alguma idéia, teoria, fato etc; determinar por discernimento a natureza, os aspectos do que está sendo examinado. Exige a elaboração de um texto
próprio como resposta. Justifique Explicar ou demonstrar a veracidade ou não de algum
fato ou ocorrência por meio de elementos/argumentos plausíveis. Exige a elaboração de um texto
próprio como resposta. Transcreva Reproduzir, extrair, copiar algum trecho de algum
texto sem qualquer tipo de modificação. A resposta não pode ser elaborada e sim apenas recortada utilizando-se sinais adequados com as aspas
Compare Examinar, simultaneamente, as particularidades de duas ou mais idéias, fatos, ocorrências. Exige a elaboração de um texto
próprio como resposta. Explique Tornar claro, fazer entender de forma coerente
particularidades de fatos, idéias ou ocorrências. Exige a elaboração de um texto próprio como resposta.
Diferencie Estabelecer características que não sejam semelhantes entre dois ou mais fatos, idéias ou ocorrências. Exige a elaboração de um texto
próprio como resposta. Diferenciar não é o mesmo que definir.
Defina Expor com precisão características ou particularidades de algum fato, idéia ou ocorrência. Exige a elaboração de um texto
próprio como resposta. Conceitue Formar uma idéia, noção ou entendimento de forma
clara sobre algum fato ou ocorrência. Exige a elaboração de um texto próprio como resposta. Conceituar não é o mesmo que justificar.
Destaque Separar, de dentro de um todo (de um texto por exemplo), uma ou mais informações, idéias ou conceitos mais relevantes ou não. Pode ser apenas uma transcrição de
um trecho de um texto ou a exposição de um trecho seguido de um texto-comentário.
Cite Transcrever ou apontar fatos, idéias, ocorrências ou características de algum elemento. Pode ser apenas uma transcrição de
um trecho de um texto ou a exposição de um trecho seguido de um texto-comentário.
Confronte Observar o comportamento, atitude, opinião de duas ou mais pessoas, teorias ou posicionamentos a fim de se estabelecer alguns juízos e/ou relações como por exemplo de igualdades, de diferenças etc. Exige a elaboração de um texto
próprio como resposta. Confrontar está intimamente ligado ao ato de comparar.
Critique Examinar com muito critério alguma idéia, noção ou entendimento tentando perceber qualidades e ou defeitos, pontos negativos e/ou positivos etc. Exige a elaboração de um texto
próprio como resposta. Importante observar que criticar não é somente levantar aspectos negativos do que se está observando – a crítica pode ser também de caráter positivo/construtivo.
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Sugestões para responder melhor às questões dissertativas
� Leia atentamente, se necessário várias vezes, os enunciados das questões detectando os verbos-comando que estruturam as questões.
� Responda exatamente o que está sendo pedido, não tente “complementar” suas respostas com informações desnecessárias achando que elas irão compensar o que você não souber responder.
� Não se esqueça de que uma resposta a uma questão dissertativa, por menor que seja, é sempre um texto, sendo assim, seja claro, coeso, coerente.
� Não responda às questões utilizando frases inteiras de textos, leia atentamente o material que está sendo analisado e construa a resposta com o seu próprio discurso. Os recortes de frases devem ser feitos apenas quando se tratar de verbos-comando como transcreva, retire etc.
� Respeite o número de linhas especificado para as suas respostas. Não seja muito sucinto nem
muito prolixo – responda de maneira que você dê conta do que está sendo pedido.
� Todo boa resposta geralmente se inicia com traços da questão que a originou. Veja:
Pergunta: De acordo com o texto, qual o nível financeiro daquela população?
Resposta: De acordo com o texto, o nível financeiro daquela população é muito baixo.
* Não utilize em suas respostas gírias ou construções típicas da linguagem coloquial.
MOMENTO DE PRODUÇÃO EM GRUPO
Leia com atenção o texto e, em seguida, responda ao que se pede. Procure responder exatamente
o que foi solicitado nos enunciados.
(Este exercício compõe nota da Av1 – 2.0)
13
CONSUMO JOVEM
Como abordar um público afluente, mas avesso às mensagens comerciais.
Uma das tendências mais instigantes do marketing na atualidade é a segmentação dos consumidores.
Dez anos atrás, os especialistas ainda pensavam em sexo e idade quando saíam em busca de nichos de
clientes. Uma enxurrada de pesquisas a respeito das nuances do público feminino desaguou nos
departamentos de marketing até meados dos anos 90. Com a incorporação das ferramentas etnográficas ao
arsenal de pesquisas, o conceito acabou por se alargar. Fala-se agora em estilo de vida, tribos, atitudes. Num
recente estudo, a consultoria McKinsey constatou a existência de 250 fatores tangíveis e intangíveis que
cercam uma marca.
O mercado fragmentado tornou mais complexa a tarefa de “acessar” os clientes, para usar um jargão
da moda. E é com os jovens, aqui e lá fora, que os pesquisadores vêm se ocupando nos últimos tempos. Por
quê? Estima-se em 30 bilhões de reais o poder de consumo dos 28 milhões de brasileiros na faixa de 15 a 22
anos (movimentam o triplo desse valor, em dólar, nos Estados Unidos). Segundo um levantamento do
instituto Ipsos/Marplan, são consumidores ávidos que freqüentam cinemas, viajam e gostam de comprar
roupa em proporção bem acima da média da população. Trocam seu aparelho celular uma vez por ano,
enquanto os mais velhos o fazem a cada dois anos.
Foi mirando nesse público que o finlandês Nokia acelerou suas vendas de celulares no Brasil. Os
aparelhos possuem opções de cor e toques personalizáveis, o que casa com a busca de afirmação do jovem. A
marca conquistou o prêmio Top Teen como a mais lembrada (47%) entre jovens de 16 a 24 anos. O Top Teen
é um prêmio especial da pesquisa Top of Mind, do instituto Datafolha.
Além de consumidores vorazes, os jovens também são hábeis pilotos de computadores, DVSs e todo
tipo de novidade tecnológica. Nessa condição, passaram a ser influenciadores, quando não decisores de
compras domésticas. Oito em cada dez aparelhos de som passam pelo crivo dos filhos antes de serem
comprados.
Desafiada no ano passado por um de seus clientes, a Semp Toshiba, que lidera as vendas de
televisores, a desenhar uma estratégia que ampliasse as vendas de aparelhos de som, a agência de propaganda
Talent mergulhou no mundo das tribos adolescentes. Dele emergiu com a idéia de uma campanha publicitária
centrada não exatamente nos atributos do equipamento, mas na linguagem capaz de unir a juventude: a
música. “O jovem não gosta de quem quer parecer jovem nem de sentir que estão vendendo algo para eles”,
afirma o relatório da Talent. Sintonizados com essa tendência, os comerciais de TV, inspirados em
videoclips, são coerentes com um dos mandamentos da juventude no que diz respeito à propaganda: em vez
de slogans vendedores ou mensagens informativas, há música, uma sucessão de danças e imagens divertidas.
Num dos filmes, uma galeria com orelhas de cães de diferentes raças é sobreposta aos rostos da garotada. Os
aparelhos só aparecem nas últimas cenas, como se fossem personagens também embalados pelo ritmo tecno.
“Até então o mercado de áudio buscava apelos diferenciais na potência e nos acessórios”. Afirma
14
Oswaldo Ubrig, diretor de propaganda da Semp Toshiba. Lançada no início do ano com investimento de 7
milhões de reais (pouco menos da metade da verba publicitária anual da Semp), a campanha Toshiba Planet
inclui anúncios em revistas, spots em rádios e patrocínio de um festival de bandas. Qual foi o retorno? “Num
ano em que as vendas no mercado de som caíram 4%, crescemos quase 15%”, diz Luís Freitas, diretor de
vendas da Semp Toshiba. São 2 milhões de aparelhos que devem representar cerca de um terço do
faturamento da empresa, acima de 1 bilhão de reais. (Revista Exame – 10/12/2003, p. 135)
Questões
a)Qual é o assunto do texto acima?
b) Cite a mudança de estratégia que os profissionais de marketing fizeram para buscar clientes
c) Justifique o fato de que os pesquisadores vêm, ultimamente, se preocupando muito mais com os jovens.
d) Diferencie, de acordo com o texto, a atitude dos jovens e dos adultos em relação ao consumo.
e) Explique por que a empresa Talent apostou na linguagem jovem e não nos atributos do equipamento para
produzir uma campanha publicitária para a Semp Toshiba.
f) Transcreva do texto um trecho em que fique comprovada a eficiência da mudança de atitude da talente para
anunciar um produto da Semp Toshiba.
g) Critique a forte presença da publicidade de produtos e/ou serviços no nosso meio
5 GRAMÁTICA DE USO I
EMIGRANTE O que sai de um país TAXA Imposto
IMIGRANTE O que entra em um país TACHA Prego
EMINÊNCIA Figura ilustre TRÁFEGO Relativo a trânsito
IMINÊNCIA
IMINENTE
Proximidade
Prestes a ocorrer
TRÁFICO Negócios fraudulentos
APRESSAR Acelerar SOAR Produzir som
APREÇAR Perguntar, ajustar o preço de SUAR Transpirar
INFLIGIR Aplicar pena ASSESSÓRIO Relativo a assessor
INFRINGIR Transgredir, violar ACESSÓRIO Supérfluo
15
INTERCESSÃO Ato de interceder, intervenção CASSAR Tirar os direitos de
INTERSEÇÃO Ato de cortar CAÇAR Perseguir a caça
MANDADO Ordem escrita de uma
autoridade judicial
DEFERIR Conceder, concordar
MANDATO Delegação, procuração DIFERIR Discordar, ser diferente
EMPOSSAR Tomar posse DESCRIÇÃO Ato de descrever
EMPOÇAR Formar poça DISCRIÇÃO Qualidade, ser discreto
RATIFICAR Confirmar, corroborar DESTRATAR Insultar
RETIFICAR Corrigir DISTRATAR Desfazer contrato
POR QUE, POR QUÊ, PORQUE OU PORQUÊ?
POR QUE – Utilizado no início de frases interrogativas. Com sentido de razão / motivo pelo(a) qual.
Por que você não foi à festa?
Gostaria de saber por que você não foi à festa.
POR QUÊ – Utilizado no final de frases interrogativas ou quando estiver isolado.
Você não foi à festa, por quê?
PORQUE – Utilizado em respostas, na introdução de causa ou explicação.
Não fui à festa porque estava doente.
PORQUÊ – Com valor substantivo, precedido de determinante. Pode ser substituído por motivo.
16
Quero saber o porquê de tanta gritaria.
GRAMÁTICA DE USO – TESTE I
1. Meus avós saíram do Japão e vieram para o Brasil em 1933. Portanto, aqui no Brasil, eles podem ser
considerados ____________.
a) emigrantes b) imigrantes
2. Na __________ de erupção do vulcão Etna, os habitantes da Sicília foram retirados de suas casas pelo
governo italiano.
a) eminência b) iminência
3. Com o ajuste no preço da gasolina marcado para a próxima semana, muitos consumidores _____________-
se em encher o tanque dos seus automóveis.
a) apressaram b) apreçaram
4. Por (I) o limite de velocidade, os guardas rodoviários (II) advertências e multas aos motoristas mais
descuidados.
(I) a) infligirem b) infringirem
(II) a) infligem b) infringem
5. A __________ de Hugo Chávez foi decisiva na libertação dos seqüestrados pelas FARC.
a) intercessão b) interseção
6. Vinte e quatro horas após terem prestado depoimentos, o casal recebeu ____________ de prisão preventiva.
a) mandado b) mandato
7. O novo ministro, ao (I) no Palácio do Planalto, jurou comprometimento e transparência até o fim de seu
(II).
(I) a) empossar b) empoçar
(II) a) mandado b) mandato
8. Correndo sem parar debaixo desse sol, as crianças __________ muito e se desidratam.
a) soam b) suam
9. O IGPM e o INPC, assim como outras tantas _________, foram anunciados com moderados aumentos.
17
a) taxas b) tachas
10. Com o (I) de drogas descendo os morros e invadindo a cidade, o (II) nas principais avenidas tem se
intensificado devido às constantes blitze policiais.
(I) a) tráfego b) tráfico
(II) a) tráfego b) tráfico
11. Espera-se que os _____________ mantenham a paz no estádio no clássico de domingo.
a) expectadores b) espectadores
12. Com a (I) de um novo prédio, todas as audiências acontecerão somente na (II) de Audiências e poderão ser
realizadas em mais de uma (III).
(I) a) seção b) sessão c) cessão
(II) a) Seção b) Sessão c) Cessão
(III) a) seção b) sessão c) cessão
13. Cumprindo (I) preventivo, a suspeita do crime foi colocada em (II) individual para não sofrer agressões de
outras presidiárias.
(I) a) mandado b) mandato
(II) a) sela b) cela
14. Os organizadores das Olimpíadas em Pequim já encerraram as medições dos (I) de todas as pistas de
atletismo. Estão todas de acordo com o (II) dos regulamentos.
(I) a) comprimentos b) cumprimentos
(II) a) comprimento b) cumprimento
15. Comprar um carro zero com seus ________ pode ficar até R$ 6.000,00 mais caro.
a) assessórios b) acessórios
16. Apesar de ter passado por um impeachment e seus direitos políticos terem sido __________, o ex-
presidente elegeu-se senador na última eleição.
a) cassados b) caçados
17. Embora o pedido tenha sido (I) pelo reitor, os alunos (II) em suas opiniões quanto à (III) de almoço
gratuito para estudantes de baixa renda.
(I) a) deferido b) diferido
(II) a) deferem b) diferem
18
(III) a) seção b) sessão c) cessão
18. Gostaria de saber _________ libertaram os suspeitos do crime.
a) por que b) por quê c) porque d) porquê
19. (I) libertaram os suspeitos do crime? Todos questionam o (II) dessa ação.
(I) a) por que b) por quê c) porque d) porquê
(II)a) por que b) por quê c) porque d) porquê
20. Libertaram os principais suspeitos do crime. _________ ?!
a) por que b) por quê c) porque d) porquê
21. Libertaram os principais suspeitos do crime _________ a justiça alega que eles não interferem nas
investigações.
a) por que b) por quê c) porque d) porquê
19
6 PARÁGRAFO PADRÃO
Segundo Garcia (1983, p. 203), “Parágrafo padrão é a unidade de composição (de texto) constituída
por um ou mais períodos, em que se desenvolve determinada idéia central, a que se agarram outras,
secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.” Assim, cada parágrafo
deve apresentar um aspecto (representado pelo tópico frasal) acerca do tema abordado no texto, as idéias
secundárias nada mais são do que a exemplificação ou a explicação dessa idéia central. Desse modo, ao se
encerrar um “tópico”, deve-se imediatamente criar novo parágrafo.
Graficamente, os parágrafos devem ser assinalados graficamente em textos manuscritos pelo
adentramento (distanciamento entre a margem a o início da frase, em média 2 cm) e no computador pela tecla
tab ( é comum verificar que há textos na internet que não utilizam o recuo, e sim pulando uma linha entre cada
bloco de idéias – sugerimos a utilização do parágrafo tradicional tanto em textos manuscritos quanto em
trabalhos digitados).
Quanto à extensão, não se pode determinar um número específico de linhas para cada parágrafo,
entretanto os parágrafos mais longos são característicos dos textos científicos e acadêmicos, pois são mais
complexos, tornando-se necessário um raciocínio mais elaborado na demonstração das ideias.
6.1 QUALIDADE DO PARÁGRAFO
Assim como o texto, o parágrafo deve apresentar as seguintes características:
a) Unidade: deve-se apresentar apenas um aspecto em relação ao tema em questão, omitindo-se tudo o
que não se relaciona com idéia predominante do parágrafo.
b) Coerência e coesão: é preciso escrever de modo que haja ligação e lógica entre as idéias
apresentadas. É preciso conhecer palavras e expressões que promovem o encadeamento das ideias
(seja dentro do parágrafo, seja para relacionar parágrafo): logo, portanto, porque, entretanto, por outro
lado, além disso. outro recurso é a utilização de palavras de referência que nos remetem a elementos
já mencionados anteriormente no texto: os sinônimos, os tempos verbais, os pronomes (ele, esse,
aquele).
c) Clareza: trata-se de expressar-se de modo tal que só se possa obter uma única interpretação do que foi
apresentado. Para se alcançar a clareza desejada deve-se utilizar um vocabulário simples, objetivo,
sem expressões vagas como negócio, coisa.
d) Concisão: deve-se apresentar apenas o que é essencial, sem rodeios ou pormenores desnecessários ou
divagações.
e) Correção: é preciso dominar e empregar as normas gramaticais, bem como o nível adequado de
linguagem.
20
6.2 O TÓPICO FRASAL
A idéia central do parágrafo é enunciada através do tópico frasal que é considerado o período mestre,
uma vez que orienta, ou governa o desenvolvimento períodos secundários. Reconhecer o tópico frasal auxilia
o leitor a identificar o caminho, o raciocínio do escritor.
OBSERVAÇÃO: Cada um dos parágrafos do texto deve apresentar necessariamente um tópico
frasal.
Observe o parágrafo a seguir em que estão destacados cada um dos elementos que constituem o
parágrafo.
A comunicação por computador ameniza as distâncias - físicas ou de hierarquias.
Um jornalista americano surpreendeu-se ao descobrir que o mais humilde empregado de Bill
Gates, o mitológico criador e presidente da Microsoft, empresa que domina o Mercado
mundial de programas de computador, pode facilmente comunicar-se com ele apenas
enviando uma mensagem para o endereço eletrônico. A tendência é cada vez mais empresas
terem as próprias redes internas de comunicação eletrônica. Desse modo, pode-se prever que
haverá uma revolução nos sistemas de administração baseados em níveis hierárquicos.
Vejamos no texto a seguir como os tópicos frasais podem ser identificados.
Falta de engenheiros é gargalo ao desenvolvimento
Os gargalos na infraestrutura nacional, como estradas e portos, constituem entraves ao desenvolvimento
e há muito tempo ocupam as discussões sobre como retomar o crescimento no Brasil. Com o reaquecimento da
atividade econômica no segundo semestre de 2009, veio à tona outro sério obstáculo à expansão, assim como à
inovação e ao avanço científico e tecnológico: a escassez de mão de obra qualificada. Tendo em vista as obras e
projetos previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a situação tende a se tornar ainda mais
crítica. Além desse, os projetos da Copa do Mundo de 2010, das Olimpíadas de 2016 e a exploração do petróleo
da camada do pré-sal são indicativos de oportunidades na área de engenharia.
No caso do pré-sal, serão, no mínimo, 200 mil novos postos de trabalho para engenheiros. Por isso
mesmo, no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento e a Superação da Crise”, lançado em 2009,
Tópico frasal
conclusão
desenvolvimento
21
a FNE – Federação Nacional dos Engenheiros alerta para a necessidade urgente de multiplicar a mão de obra
qualificada.
O cenário atual era previsível. Ao longo de mais de duas décadas de estagnação, a engenharia perdeu
relevância, e os profissionais se viram sem espaço para atuar. Com isso, para os estudantes, a engenharia não era
tão atraente.
Porém, hoje, o cenário é outro. Por isso, precisamos fazer com que os jovens enxerguem a engenharia
como a profissão do momento e do futuro. Preocupada e comprometida com esse novo panorama, a FNE lança
um vídeo, que será veiculado durante o ano letivo, destinado aos estudantes de 2° grau, que elucida a profissão
de engenharia. A ideia é estimular os estudantes a optarem pelo curso, que tem um leque enorme de opções e
especializações. O desenvolvimento contínuo do País tem que servir de estímulo para o ingresso na carreira de
engenharia.
O Ministério da Educação percebe a necessidade de mais profissionais no mercado e pretende aumentar
em 50% o número de vagas nas universidades, nos próximos seis anos. Hoje, entre os 140 mil alunos que entram
para a faculdade de engenharia, apenas 40 mil se formam anualmente. Há necessidade de dobrar esse número
para acompanhar o desenvolvimento iminente do País. Essa atual demanda é um desafio que a sociedade
brasileira deverá enfrentar com otimismo e determinação. É importante requalificar os profissionais disponíveis
e garantir que mais jovens optem pelos cursos de engenharia, assegurando a esses formação de qualidade.
Comprometida com o desenvolvimento nacional, a FNE alerta para a necessidade iminente de
profissionais qualificados na área de engenharia e dá a sua colaboração para ajudar a sanar o problema.
____________________________________________________
Murilo Celso de Campos Pinheiro – presidente da Federação Nacional dos Engenheiros
(Disponível em: http://www.fne.org.br/fne/index.php/fne/institucional/palavra_do_presidente/falta_de_engenheiros_e_gargalo_ao_desenvolvimento)
AGORA É SUA VEZ – ESTE EXERCÍCIO COMPÕE NOTA DA AV2- 2.0
Reúna-se com seu grupo para resolver as seguintes questões:
a) O texto teve propositalmente omitida a marcação dos parágrafos, leia-o com atenção e faça a divisão
adequada ( para entregar anote apenas as palavras iniciais e finais de cada parágrafo).
b) Que ideia Dalmo de Abreu Dallari defende em seu texto?
c) No texto, o autor nos apresenta uma série de argumentos, ordenados logicamente, a fim de convencer o
leitor. Quais são esses argumentos e como eles nos são apresentados?
d) Qual a função do último parágrafo? Que ideias são agora apresentadas?
22
Viver em sociedade
A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de se ajudarem umas às outras,
a fim de que possam garantir a continuidade da vida e satisfazer seus interesses e desejos. Sem vida em
sociedade, as pessoas não conseguiriam sobreviver, pois o ser humano, durante muito tempo, necessita
de outros para conseguir alimentação e abrigo. E no mundo moderno, com a grande maioria das pessoas
morando na cidade, com hábitos que tornam necessários muitos bens produzidos pela indústria, não há
quem não necessite dos outros muitas vezes por dia. Mas as necessidades dos seres humanos não são
apenas de ordem material, como os alimentos, a roupa, a moradia, os meios de transportes e os cuidados
de saúde. Elas são também de ordem espiritual e psicológica. Toda pessoa humana necessita de afeto,
precisa amar e sentir-se amada, quer sempre que alguém lhe dê atenção e que todos a respeitem. Além
disso, todo ser humano tem suas crenças, tem sua fé em alguma coisa, que é a base de suas esperanças.
Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse modo de
vida; mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim, por exemplo, se
dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se em algum lugar, onde
tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa estaria, em pouco tempo,
sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando de alguém com quem falar e
trocar idéias, necessitada de dar e receber afeto. E muito provavelmente ficaria louca se continuasse
sozinha por muito tempo. Mas, justamente porque vivendo em sociedade é que a pessoa humana pode
satisfazer suas necessidades, é preciso que a sociedade seja organizada de tal modo que sirva,
realmente, para esse fim. E não basta que a vida social permita apenas a satisfação de algumas
necessidades da pessoa humana ou de todas as necessidades de apenas algumas pessoas. A sociedade
organizada com justiça é aquela em que se procura fazer com que todas as pessoas possam satisfazer
todas as suas necessidades, é aquela em que todos, desde o momento em que nascem, têm as mesmas
oportunidades, aquela em que os benefícios e encargos são repartidos igualmente entre todos. Para que
essa repartição se faça com justiça, é preciso que todos procurem conhecer seus direitos e exijam que
eles sejam respeitados, como também devem conhecer e cumprir seus deveres e suas responsabilidades
sociais.
(DALLARI, Dalmo de D Viver em sociedade. São Paulo: Moderna, 1985. p. 5-6)
23
MAIS ALGUNS EXERCÍCIOS
1. Desenvolva os seguintes tópicos frasais.
Pagam o preço do progresso aqueles que menos desfrutam deles
A intervenção humana no meio ambiente afeta o futuro do planeta
2. Elabore, para a conclusão apresentada a seguir, o tópico frasal e o desenvolvimento do período.
.É por isso que a sociedade se encontra nessas condições.
3. Leia com atenção o texto abaixo e, em seguida, elabore um parágrafo que apresente seu ponto de vista sobre
a questão abordada pelo autor. Grife, em seu texto, o tópico frasal, o desenvolvimento e a conclusão.
24
Oscar também para o coadjuvante Para brilhar no ambiente corporativo, nem sempre é preciso ser o líder.
Preste atenção: nos programas humorísticos há sempre um comediante que prepara toda a piada para que um outro, geralmente mais famoso, conclua e arranque risos - e aplausos – do público. Por ficar em segundo plano, o chamado escada nem sempre tem a mesma popularidade do astro principal, mas isso não quer dizer que ele seja menos importante. O que seria do Didi sem o Dedé? E do Magro sem o Gordo? No mundo do trabalho, isso também ocorre, e os jovens precisam ter consciência de que nem sempre eles serão os líderes do seu grupo. Essa descoberta pode ser frustrante, especialmente porque cultura ocidental tende a valorizar demais as estrelas, e os coadjuvantes são sempre os menos importantes. Basta que se avalie a passagem do piloto Rubens Barrichello pela Ferrari, criticado por ficar sempre à sombra do alemão Michael Schumacher, seu companheiro de escuderia. Entretanto, foi graças a essa estratégia que a Ferrari conseguiu, entre 2000 e 2005, ser vitoriosa por cinco anos consecutivos no campeonato mundial de construtores, em que se conta o somatório de pontos de todos os pilotos da equipe. E, de quebra, Barrichello sagrou-se como o segundo melhor piloto de Fórmula Um por três vezes. Em artigo do jornal espanhol Expansión, Plácido Fajardo, sócio da agência de recrutamento de executivos Leaders Trust, assegura que “uma boa parte do êxito do líder se deve a quem está atrás, menos visível, porém eficiente”. Ele faz questão de destacar que a figura do segundo nem sempre é a daquele que não pôde chegar a ser primeiro e que, por isso, é um profissional frustrado. “Às vezes, quem desempenha o papel coadjuvante realmente prefere isso”, diz Fajardo, detalhando que essa posição é relativamente mais cômoda, menos exposta e serve de refúgio às inclemências que o líder tem de enfrentar. A segunda posição é tão valorizada que certas organizações criam treinamentos específicos para cargos coadjuvantes. A matéria do periódico espanhol exemplifica o caso com o programa da Goldam Sachs, que prepara seus candidatos à codireção, para dar-lhes mais experiências em comum. Assim, quando fizer parte de um grupo de estagiários e, naturalmente, um ou outro se sobressair – não sendo você-, saiba que isso não é o fim do mundo ou a garantia de que a efetivação não virá. A palavra de ordem deve ser sempre eficiência, profissionalismo e autoconfiança; afinal, o Oscar também vai para os coadjuvantes. Revista Agitação, CIEE. Ano XIV, nº 85 – jan/fev. 2009. Suplemento especial.
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7 GRAMÁTICA DE USO II
A FIM DE ou AFIM?
A FIM DE – Com intuito
Nós procuramos a fim de estabelecermos relações comerciais.
AFIM – Com afinidade
São pessoas afins.
ONDE ou AONDE?
ONDE – Usado quando o verbo indica permanência (em que lugar).
Onde está o meu carro?
AONDE – Usado quando o verbo indica movimento (a que lugar).
Aonde você vai agora?
EU ou MIM
O pronome EU representa o agente, ou seja, o responsável pela ação verbal.
O diretor pediu para eu fazer o relatório.
O relatório é para eu fazer.
O pronome MIM exerce a função de receptor das ações expressas pelo verbo.
O diretor pediu que o relatório fosse entregue para mim.
Se o pronome que representa a 1º pessoa estiver precedido da preposição entre deve-se utilizar a forma MIM.
Entre ele e mim não há segredos.
HÁ CERCA DE, ACERCA DE ou CERCA DE?
HÁ CERCA DE – Indica tempo decorrido.
A peça teatral está sendo apresentada há cerca de dois anos.
ACERCA DE – a respeito de.
Falávamos acerca de sua demissão
CERCA DE – Indica arredondamento (perto de, coisa de, por volta de, em torno de, aproximadamente)
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Cerca de 10 mil pessoas compareceram à manifestação.
Obs: Não usar para números exatos. Ex.: “Cerca de 543 pessoas...”
HAJA VISTO ou HAJA VISTA?
A expressão correta é HAJA VISTA, mesmo antes de palavras masculinas.
Vamos repetir a demonstração. Haja vista o interesse dos participantes.
TAMPOUCO ou TÃO POUCO?
TAMPOUCO – Também não.
Não compareci a festa tampouco ao almoço.
TÃO POUCO – Muito pouco.
Tenho tão pouco tempo disponível para essa tarefa.
A ou HÁ?
A – Preposição, indica tempo futuro, idéia de distância e na expressão a tempo.
Ele chegará daqui a duas semanas.
A cidade fica a 20 km daqui.
Não chegaremos a tempo de ver o espetáculo.
HÁ – Indica tempo decorrido, passado.
Há tempo que não trabalho tanto quanto agora.
Saiu há pouco do Rio de Janeiro.
A PAR ou AO PAR?
A PAR – Estar ciente de, sabedor.
Estou a par do ocorrido.
AO PAR – Termo usado em Operadores de Mercado Financeiro (indica paridade ou igualdade).
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O lançamento de ações foi feito ao par (com base no valor nominal).
MENOS ou MENAS?
Forma correta é : “Há menos pessoas aqui do que lá”.
Não esqueça que NÃO existe a forma MENAS.
MÁS, MAS ou MAIS?
MÁS – Ruins.
Essas pessoas são muito más.
MAS – Conjunção coordenativa adversativa: entretanto, porém.
A virtude é comunicável. Mas o vício é contagioso.
MAIS – Antônimo de menos.
O jornal de hoje publicou mais fotos da vencedora do festival.
MAL ou MAU?
MAL – Antônimo de bem.
A criança estava passando mal desde ontem.
MAU – Antônimo de bom.
Houve mau uso dos equipamentos eletrônicos.
A PRINCÍPIO ou EM PRINCÍPIO?
A PRINCÍPIO – Significa inicialmente, no começo, num primeiro momento.
A princípio havia um homem e uma mulher.
EM PRINCÍPIO – Quer dizer em tese, por princípios, teoricamente.
Em princípio, sou contra a pena de morte.
Ou use simplesmente:
Em tese, sou contra a pena de morte.
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EM DOMICÍLIO ou A DOMICÍLIO?
O correto é entregas em domicílio. É o mesmo que fazer entregas em casa, no escritório.
Fazemos entregas em domicílio.
Obs.: Só usamos a domicílio com verbos de movimento.
Conduziram o doente a domicílio (melhor: ...ao seu domicílio).
SE NÃO ou SENÃO?
SE NÃO – Pode ser substituído por caso não.
Devolva o relatório se não estiver de acordo.
SENÃO – Pode ser substituído por somente, apenas.
Não vejo outra alternativa senão concordar.
SENÃO – Substantivo, significando contratempo.
O show não teve nenhum senão.
PORISSO ou POR ISSO?
NÃO existe a forma PORISSO.
A forma correta é POR ISSO.
É por isso que você não vai mais errar.
AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A?
AO ENCONTRO DE – Designa uma situação favorável.
Nossas propostas vão ao encontro das atuais tendências do mercado.
DE ENCONTRO A – Dá a idéia de oposição, contrariedade, choque.
Temos pontos de vista diferentes: minhas idéias vão de encontro às suas.
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COM CERTEZA OU CONCERTEZA?
Com certeza, é com certeza, separado!
CONTUDO OU COM TUDO?
COM TUDO – Faz referência a algo mencionado anteriormente, invariavelmente acompanhado do pronome
ISSO.
Com tudo isso é possível perceber que estudar é essencial!
CONTUDO – Introduz uma idéia oposta ao que foi mencionado anteriormente, pode ser substituído por
entretanto, porém, todavia, mas.
Contudo não é possível afirmar que todas as pessoas são felizes.
DERREPENTE OU DE REPENTE?
Só existe a forma DE REPENTE.
INFELIZMENTE OU INFELISMENTE?
Grafa-se infeliz com Z, portanto o advérbio INFELIZMENTE, derivado de infeliz, deve também ser grafado
com Z.
OQUE OU O QUE?
Trata-se de uma expressão formada por duas palavras, portanto O QUE.
A falta de desenvolvimento sustentável é O QUE acarreta tantos problemas ao meio ambiente.
QUIZ OU QUIS?
O verbo querer deve ser grafado com S, assim:
Eu não QUIS incomodar você. Ele também não QUIS. Talvez os outros QUISESSEM...
AGENTE OU A GENTE?
AGENTE – é substantivo.
Este é o AGENTE 007.
Ele é um AGENTE da Polícia Federal.
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A GENTE – forma oral que na linguagem coloquial substitui o pronome NÓS.
- Vocês preferem ir ao cinema ou ao teatro?
- É claro que A GENTE preferi ir ao cinema.
OPNIÃO OU OPINIÃO? / OPITAR OU OPTAR? CORRUPTO OU CORRUPITO?
As formas corretas são OPTAR, OPINIÃO E CORRUPTO.
ATENÇÃO À PRONÚNCIA E ESCRITA DE ALGUMAS PALAVRAS:
Aeronáutica Bicarbonato Lagartixa Rubrica Superstição Caderneta
Bandeja Problema Receoso Subsídio Digladiar Misto
Emagrecer Salsicha Xifópagos Dignitário Mortadela Cabeleireiro
Progresso Próprio Cinquenta Asterisco Privilégio Empecilho
Coincidência Perturbar Mendigo Prazerosamente Reivindicação Estupro
Advogado Frustrado Meteorologia Irrequieto Ignorante Beneficente
GRAMÁTICA DE USO – TESTE II
1. Os alunos fizeram uma pesquisa prévia sobre o assunto _______ de escreverem seus artigos.
a) a fim b) afim
2. (I) você foi? Eu o procurei ali por (II) você costuma estar, mas não o encontrei.
a) Onde b) Aonde c) a e b são possíveis
a) onde b) aonde c) a e b são possíveis
3. (I) dez anos, não se falava (II) celulares, DVDs, i-pods e MP 3. No entanto, (III) 70% de crianças da classe
média possuem um ou mais desses eletrônicos em casa.
(I) a) Há cerca de b) Acerca de c) Cerca de
(II) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de
(III) a) há cerca de b) acerca de c) cerca de
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4. O prefeito já pensa em instituir um outro tipo de rodízio de veículos, (I) o intenso (II) na capital nos últimos
meses.
(I) a) haja visto b) haja vista
(II) a) tráfego b) tráfico
5. Tenho (I) tempo disponível durante a semana que não consigo estudar (II) ler o livro recomendado pela
professora.
(I) a) tampouco b) tão pouco
(II) a) tampouco b) tão pouco
6. (I) muitos anos, o homem sonhou em pisar na lua. Hoje (II) aqueles que já podem fazer suas reservas para
uma (III) espacial.
(I) a) A b) Há
(II) a) a b) há c) hão
(III) a) viagem b) viajem
7. Já (I) anos que trabalho nesta empresa. (II), vim substituir um funcionário afastado, (III) acabei sendo
efetivado.
(I) a) faz b) fazem
(II) a) Em princípio b) A princípio
(III) a) mais b) más c) mas
8. Quando ficou (I) das causas da doença, o governador verificou também que, cada vez mais, (II) pessoas
seguem as medidas de prevenção.
(I) a) ao par b) a par
(II) a) menas b) menos
9. Os alunos que foram (I) na prova disseram que seu (II) desempenho deveu-se ao fato de terem perdido
muitas aulas.
(I) a) mal b) mau
(II) a) mal b) mau
10. O técnico preferiu realizar uma (I) de condicionamento físico (II) treino com bola.
(I) a) seção b) sessão
(II) a) ao invés de b) em vez de
32
11. As medidas preventivas instituídas ___________ estadual podem ajudar no combate à dengue.
a) a nível b) em nível
12. Muitas pizzarias devem corrigir suas placas para: “Fazemos entregas ______________.”
a) em domicílio b) a domicílio
13. Nosso escritório situa-se (I) Avenida Nações Unidas, mas residimos (II) Avenida Higienópolis.
(I) a) na b) à
(II) a) na b) à
14. O dia a dia do paulistano fica cada vez mais curto com o tempo gasto no seu deslocamento pela cidade. (I),
este tempo tende a aumentar (II).
(I) a) infelizmente b) infelismente
(II) a) dia a dia b) dia-a-dia
15. _________ estiver de acordo com as exigências do cliente, a encomenda poderá ser devolvida e reposta
por outro produto.
a) Senão b) Se não
16. O professor contraiu uma virose e está de cama. _____________ a aula de hoje foi cancelada.
a) Porisso b) Por isso
17. Não adianta você querer ir _________________ novos projetos do diretor. Ele já decidiu colocá-los em
prática.
a) ao encontro dos b) de encontro aos
18. _____________ o diretor não vai mudar de idéia. Sabemos o quanto ele é irredutível.
a) Com certeza b) Concerteza
19. Hoje em dia, o jovem tem acesso a muita informação devido aos sites de pesquisa na internet, os canais
por assinatura e aos aparelhos eletrônicos de alta tecnologia. (I) isso, o jovem atual pode crescer melhor
preparado para a vida e para o mercado de trabalho. (II), alguns jovens ainda se negam a estudar.
(I) a) Contudo b) Com tudo
(II) a) Contudo b) Com tudo
20. A noite caía normalmente. Os postes se (I), os maridos voltavam às casas e as portas e portões eram (II)
até que, (III), ouviu-se um grito ecoando pela vizinhança.
33
(I) a) acendiam b) ascendiam
(II) a) serrados b) cerrados
(II) a) derrepente b) de repente
21. – Desculpe, não (I) incomodar você, mas talvez as crianças (II) sair um pouco para passear.
(I) a) quis b) quiz
(II) a) quisessem b) quizessem
22. O (I) da Polícia Federal perguntou se (II) viajava a negócios ou como turistas.
(I) a) a gente b) agente
(II) a) a gente b) agente
23. O (I) tinha a intenção de investigar a (II) da sociedade brasileira (III) da legalização do porte de armas por
qualquer indivíduo.
(I) a) plebicito b) plebiscito
(II) a) opnião b) opinião
(III) a) há cerca b) acerca
24. Os eleitores (I) pelo político (II) e se deixaram levar pela sua boa imagem.
(I) a) optaram b) opitaram
(II) a) corrupto b) corrupito
8 VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Como falantes da Língua Portuguesa, percebemos que existem situações em que a língua apresenta-se
sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos meios de comunicação.
Essa diferença pode manifestar-se tanto pelo vocabulário utilizado, como pela pronúncia ou organização da
frase.
Nas relações sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre porque as línguas
naturais são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como, por exemplo, a região geográfica, o
sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do contexto. Essas diferenças constituem as
variações lingüísticas.
Entre as variedades da língua, há uma que tem maior prestígio: a variedade padrão conhecida
também como língua padrão e norma culta. Essa variedade é utilizada nos livros, jornais, textos científicos e
didáticos e é ensinada na escola. As outras variedades lingüísticas são chamadas de variedades não padrão.
Tanto na fala, quanto na escrita, a linguagem de uma pessoa pode variar, ou seja, passar de culta ou
padrão à coloquial ou até mesmo à vulgar. O gramático Evanildo Bechara ensina que é preciso ser “poliglota
34
de nossa língua”. Poliglota é a pessoa que fala várias línguas. No caso, ser poliglota do português significa ter
domínio do maior número possível de variedades lingüísticas e saber utilizá-las nas mais diferentes situações.
A linguagem culta é aquela utilizada pelas pessoas de instrução, niveladas pela escola. Ela é mais
restrita, pois constitui privilégio e conquista cultural de um número reduzido de falantes.
Já a linguagem coloquial pode ser considerada um tipo de linguagem espontânea, ou seja, utilizada
para satisfazer as necessidades vitais do falante sem muita preocupação com as formas lingüísticas. É a
língua cotidiana, que comete pequenos – mas perdoáveis – deslizes gramaticais.
A linguagem vulgar, porém, é própria das pessoas sem instrução. É natural, expressiva, livre de
convenções sociais.
Exercício
Elabore os textos de duas mensagens eletrônicas – uma para o coordenador de seu curso e outra para um colega de turma. Os textos devem apresentar:
a) o destinatário (vocativo);
b) sua identificação;
c) uma solicitação;
d) as razões dessa solicitação;
e) encerramento
f) assinatura
Veja, a seguir, uma reportagem acerca do mau uso do e-mail publicada no Diário de São Paulo,
13/09/90. pp. 3-5 no caderno Talento e Sucesso.
35
36
37
38
9 TEXTO VERBAL E NÃO-VERBAL
A capacidade humana ligada ao pensamento que se manifesta por meio de palavras (verbum, em
latim) de uma determinada língua caracteriza o texto ou linguagem verbal.
Existem, porém, outras formas de linguagem de que o homem lança mão para representar o mundo,
expressar-se, comunicar-se: os gestos, a música, a pintura, a mímica, as cores. Trata-se da linguagem ou do
texto não-verbal.
É possível apontar semelhanças e diferenças entre os dois tipos de textos. A análise criteriosa (leitura)
dos signos utilizados nos textos não-verbais permite que o sentido seja apreendido e que se estabeleça
comunicação, mesmo que a correspondência não seja absoluta e um mesmo tipo de mecanismo assuma
contornos específicos em cada tipo de linguagem.
A utilização de recursos não-verbais na comunicação é freqüente e exige que o leitor esteja atento a
essas formas de interação que, muitas vezes tomam o lugar dos textos verbais -ou a eles se associam -com o
objetivo de produzir sentido de maneira mais rápida e eficiente – é o caso das tabelas, dos gráficos, dos sinais
de trânsito, charges.
Observe a mensagem transmitida com a charge abaixo:
http://www.patodelaranja.com/colunistas/clauro/cla_070205.php
Analise as capas da revista Veja, apresentadas abaixo, associe a linguagem verbal e a linguagem não-verbal.
Analise-as e comente as mensagens transmitidas.
EXERCÍCIO
39
Edição 2141. 2 de dezembro de 2009
http://veja.abril.com.br/161209/sumario.shtml
40
Edição 2143. 16 de dezembro de 2009
http://veja.abril.com.br/161209/sumario.shtml
41
10 COESÃO e COERÊNCIA TEXTUAL
Um texto não é uma unidade construída por uma soma de sentenças, mas pelo encadeamento, pelo
sentido, pelas relações entre as idéias que criam uma trama de significados a que damos o nome de
textualidade. Esse encadeamento é a coesão textual.
Uma das maneiras de se alcançar a coesão textual se dá pela recuperação de elementos de uma oração
em orações posteriores. Observe:
“Pegue três maçãs e coloque-as sobre a mesa.”. Se perguntarmos a um falante de língua portuguesa se
as duas sentenças formam um texto, sua resposta será afirmativa. Se lhe perguntarmos o motivo, dirá que
ambas tratam da mesma coisa. Se lhe perguntarmos ainda se existe algo na segunda sentença que a possa ligar
à primeira, ele nos apontará o pronome as. De fato, o pronome as recupera o termo três maçãs. Eis aí um
exemplo de coesão textual. (Abreu, 2001:12)
è importante ainda ressaltar que há inúmeras formas de se estabelecer coesão entre as sentenças de um
texto diferentes do desagradável procedimento que é o uso de expressões como: o mesmo, a repetição de
artigos e o uso abusivo do pronome qual. Observe:
Pegue as três maçãs. Coloque as mesmas sobre a mesa.
Prefira:
Pegue três maçãs e coloque-as sobre a mesa.
Pedi uma cerveja. Uma cerveja veio sem gelo. / Pedi uma cerveja a qual veio sem gelo.
Prefira:
Pedi uma cerveja que veio sem gelo. / Pedi uma cerveja. Ela veio sem gelo.
10.1 USO DOS OPERADORES ARGUMENTATIVOS.
Vejamos abaixo os principais conectivos com os seus respectivos sentidos:
Relações Lógicas Palavras e Expressões Articuladoras que podem ser usadas
Adição, seqüência de
informações
E, nem, não só...mas também, não só...como também, bem como etc.
Oposição de idéias Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não etc.
Alternativas, escolhas Ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, seja...seja
42
Conclusão Logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim, para concluir,
finalmente, em resumo.
Causa, justificativa ou explicação
de um fato
Que, porque, pois, porquanto, como, pois que, uma vez que, visto que, já
que etc.
Contradição e concessão Ainda que, apesar de que, embora, mesmo que, conquanto que, se bem que,
por mais que, posto que etc.
Condição ou hipótese necessária
para que se realize um fato
Se, contanto que, salvo se, desde que, a menos que, a não ser que, caso etc.
Conformidade entre pensamentos Conforme, segundo, consoante
Finalidade ou objetivo do fato Para que, a fim de que
Proporcionalidade À medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais, quanto mais,
quanto menos
Tempo Quando, enquanto, assim que, logo que, todas as vezes que, desde que,
depois que, sempre que, assim que, previamente, subseqüentemente,
simultaneamente, recentemente
Comparação Como, assim como, tal como
Conseqüência De sorte que, de modo que, de forma que, sem que, tanto que etc.
Verossimilhança Na verdade
Similaridade Igualmente, também da mesma forma, assim como
Exemplo Por exemplo, para ilustrar
Evidências adicionais Ademais, além disso, igualmente importante, adicionalmente, também
EXERCÍCIOS
1 - Relacione as sentenças abaixo, em um só período, articulando-as da maneira que julgar mais
adequada. Faça isso três vezes, dando relevância, alternadamente, a cada uma das idéias.
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Grupo A
a) Muitas empresas multinacionais estão decepcionadas com alguns aspectos da nova
Constituição.
b) Muitas empresas multinacionais continuarão a investir no Brasil.
c) Muitas empresas multinacionais acreditam no futuro do Brasil.
Grupo B
2 - Faça o mesmo exercício, agora apenas uma vez, obedecendo às indicações entre parênteses.
a) O fogo é, paradoxalmente, um importante regenerador de matas naturais. (idéia principal)
b) O fogo destrói a matéria orgânica necessária à formação do humo do solo. (concessão à
primeira)
c) O fogo destrói o excesso de material combustível acumulado no chão. (causa da primeira)
44
11 11 11 11 O TEXTO DESCRITIVO
A descrição é uma espécie de retrato verbal de um determinado objeto. É descritivo o texto que tem
por finalidade retratar algo, de forma que o interlocutor possa, por meio das palavras, criar mentalmente a
imagem do objeto descrito.
É importante ressaltar que como não há escrita sem intenção, descreve-se para atingir determinados
objetivos, tais como:
o exaltar ou criticar.
o analisar conteúdos.
o fazer conhecer, direta ou indiretamente, objeto, processos laboratoriais – por exemplo - e ambientes.
Ao descrever, a pessoa seleciona as palavras que pretende usar para que possa convencer o
interlocutor. Se há um desejo de convencer, de fazer com que o interlocutor enxergue de acordo com a visão
de mundo do enunciador, o texto descritivo possui uma função argumentativa.
Sendo assim, a descrição pretende ser um retrato verbal, mostrar aquilo que os olhos do enunciador
veem, portanto:
� a linguagem deve ser objetiva – vocabulário denotativo;
� as frases devem ser curtas e, preferencialmente, na ordem direta;
� os verbos devem ser utilizados em 3 pessoa.
Como construir um texto descritivo
É muito comum a dificuldade na criação de um texto descritivo, pois a sensação é de que há muito a
dizer e não se sabe por onde começar, ou ainda, definir o que é ou não relevante para que se atinja o objetivo
do texto.
Uma boa maneira de solucionar esses problemas é observar, analisar e classificar as idéias que se tem
acerca do objeto da descrição.
45
Elaborar uma lista (ou um quadro) com idéias que vão ocorrendo sobre o que se quer descrever e, a
seguir, organizar essas informações, separando-as em grupos que se coordenam é um bom começo.
A descrição técnica deve apresentar precisão vocabular e exatidão de pormenores. Deve esclarecer,
convencendo. Pode-se descrever objetos, mecanismos ou processos, fenômenos, fatos, lugares, eventos.
Determinar o ponto de vista e o objetivo do texto são muito importantes na construção da descrição,
deles depende a estrutura do texto: o que será descrito? que aspecto será destacado? quais são os pormenores
mais importantes? que ordem será adotada para a descrição? a quem se destina o texto: ao técnico ou ao leigo?
Veja, na ilustração a seguir, o resultado de uma descrição mal feita.
Descrição técnica de objeto: passo a passo
Introdução – 1º parágrafo:
No 1º período, apresente o objeto como um todo (nome), função, campo de utilização. No 2º período,
apresente as partes que compõem o objeto, procure adotar um ponto de vista, uma sequência para que o leitor
possa, à medida que lê, visualizar o objeto descrito
Parágrafos de desenvolvimento:
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Elabore um parágrafo para cada parte, procure adotar a sequência que estabelece a ligação entre elas de modo,
agora, a ir montando o objeto na mente do leitor, apresente as características mais relevantes (função, formato,
dimensões, cor – quando isso for relevante, como no caso de fios -, material (flexibilidade, dureza). Em
seguida, indique a que outra parte se liga. Passe então para o próximo parágrafo e assim sucessivamente.
Conclusão - último parágrafo:
Retome o objeto como um todo ( repita o nome), apresente, então mais alguma característica geral
como o peso, a eficácia ou o preço, por exemplo. Traga mais alguma informação sobre o funcionamento, a
segurança no uso ou a manutenção e encerre.
Descrição técnica de processo: passo a passo
Introdução – 1º parágrafo:
No 1º período, cite o nome do processo, sua função, campo de utilização. No 2º período, indique
quantas e quais são as etapas do processo. Em seguida apresente os materiais, as ferramentas ou equipamentos
que são utilizados. Procure descrever a sequência em que vão ocorrendo os passos, para que o leitor possa, à
medida que lê, visualizar e compreender o que está sendo descrito.
Parágrafos de desenvolvimento:
Elabore um parágrafo para apresentar o preparo para a realização do processo.
Elabore, em seguida, o número de parágrafos necessários para descrever como se dá o
desenvolvimento do processo.
Conclusão - último parágrafo:
Retome o nome do processo, sua validade, eficiência, utilidade ou finalidade. È possível acrescentar
também comentários acerca da segurança da execução do trabalho.
Lembre-se de:
a) impessoalizar o texto, ou seja, utilize expressões como: misturou-se..., procedeu-se a ... No
caso de manuais de instrução, os verbos devem ser utilizados no modo imperativo: faça,
pegue, cole etc
b) utilizar expressões correlacionais como: em primeiro lugar, primeiramente, logo após, em
seguida, depois disso, feito isso, a partir disso, posteriormente, por último, finalmente, por
fim.
Descrição técnica de ambiente: passo a passo
Introdução – 1º parágrafo:
Apresente, inicialmente, o nome do ambiente, a que se destina, sua localização, área.
47
Parágrafos de desenvolvimento:
Elabore um parágrafo para detalhar as características da construção: portas, janelas, paredes teto,
chão. Lembre-se de adotar um ponto de vista: a leitura do texto deve ser um verdadeiro retrato do ambiente,
escolha indicar a partir da porta onde está localizada a janela, por exemplo.
No parágrafo seguinte, faça o detalhamento dos móveis e objetos que estão no ambiente, localizando
sua posição no espaço. Lembre-se novamente de adotar uma sequência, quanto mais organizado a disposição
das informações mais claramente a imagem se constrói na mente do leitor.
Conclusão - último parágrafo:
Retome o nome do ambiente, e teça comentários acerca da adequação, acesso, ventilação, segurança,
iluminação do local.
Veja, a seguir, alguns exemplos de descrição.
DESCRIÇÃO TÉCNICA DE OBJETO
TEXTO I
O motor está montado na traseira do carro, fixado por quatro parafusos à caixa de câmbio, a qual,
por sua vez, está fixada nos coxins de borracha na extremidade bifurcada do chassi. Os cilindros
estão dispostos horizontalmente e opostos dois a dois. Cada par de cilindros tem um cabeçote
comum de metal leve. As válvulas, situadas nos cabeçotes, são comandadas por meio de tuchos e
balancins. O virabrequim, livre de vibrações, de comprimento reduzido, com têmpera especial nos
colos, gira em quatro pontos de apoio e aciona o eixo excêntrico por meio de engrenagens
oblíquas. As bielas contam com mancais de chumbo-bronze e os pistões são fundidos de uma liga
de metal leve.
(Manual de instruções (Volkswagem). In: Comunicação em prosa moderna. GARCIA
Othon, Rio de janeiro: Editora FGV, 1996, p.388.)
48
TEXTO II
Mesa de Rolos
EFACEC
Mesas de rolos são tipicamente usadas em aplicações onde seja necessário acumular e
manusear um número relativamente grande de malas, como no final de coletoras em pequenos
terminais, no final de rampas, ou após a saída de máquinas de inspeção. Esses transportadores possuem
rolos livres e operam baseados no princípio da força de gravidade.
A estruturas, reforçadas com contrafortes montados na parte inferior a intervalos nunca
maiores do que 1m, são construídas a partir de chapas de aço macio quinado, com 3 mm de espessura,
com robustez e rigidez suficientes para suportar as cargas exigidas e serem fáceis de manusear. São
projetadas para suportar uma carga estática de 1500N/m. Todos os elementos do transportador são
capazes de suportar uma carga singular concentrada de 1150N.
Os rolos são fabricados em aço zincado, possuem rolamentos internos e estão equipados com
veios facetados. O diâmetro é de 60 mm.de Rolos
Os rolos estão inseridos em ranhuras existentes na estrutura do transportador, espaçadas entre
si de 80 mm.
Os rolamentos internos dos rolos são de precisão, do tipo esferas, com lubrificação para a sua
vida útil.
Os elementos estruturais dos transportadores são construídas com aço pré-galvanizado e
pintado. Todas as partes estruturais serão pintadas segundo um processo de pintura eletrostática a pó.
Os suportes dos rolamentos, esticadores e outros acessórios são zincados. Partes maquinadas estão
protegidas contra a ferrugem com pintura inibidora ou então fosfatadas e passivadas.
As guardas laterais são feitas de chapa de aço macio quinada com 2mm de espessura, altura
entre 350-600mm e largura de 40mm, com robustez e rigidez suficientes para suportar impactos
laterais. Nas áreas públicas, as guardas laterais são feitas em chapa de aço inoxidável com 2 mm de
espessura, com acabamento e polimento de acordo com os requisitos do cliente. Localizam-se em
ambos os lados do transportador, exceto em áreas de carga e descarga onde as guardas só existem no
lado oposto ao do operador. As guardas laterais são aparafusadas entre si e à estrutura do transportador
e são reforçadas com contrafortes a intervalos inferiores a 3m, em pontos sujeitos a impactos
constantes. Nas áreas de carga e descarga, do lado do operador, guardas laterais tapam a estrutura do
transportador até o chão.
Todos os transportadores são equipados com proteções de segurança, para que as bagagens não
caiam no chão. Essa proteção pode ser um rolo proeminente ou uma superfície de borracha com 5mm
de espessura. Como acessórios, os transportadores de rolos estão identificados com uma placa
contendo as indicações mais importantes. Além disso, um par de suportes para fotocélulas e refletores
49
está incluído em cada equipamento.
Esses produtos apresentam versões adequadas às diferentes aplicações, com diversas opções,
como sejam diferentes diâmetros de rolos ou dispositivo de travagem passiva. De acordo com o
modelo, podem variar em tamanho tendo comprimento entre 1000-20000mm; largura entre 800-
1200mm; altura da superfície de transporte: 300mm no mínimo e ângulo de inclinação ± 3º máximo.
(Adaptado de material disponível em:
http://www.efacec.pt/PresentationLayer/ResourcesUser/CatalogoOnline/PDFs/Descri%C3%A7%C3%A3o%20T
%C3%A9cnica%20-%20Mesa%20de%20Rolos.pdf 19/11/2010, 17h30)
II –––– DESCRIO TÉCNICA DE PROCESSO
Transmissão de um programa de rádio
Os sons que se produzem dentro do campo de ação do microfone são por estes captados e
transformados em corrente elétrica equivalente. Estas correntes, devido ao fato de serem
extremamente fracas, são conduzidas a um pré-amplificador de microfone, que as amplifica
convenientemente, depois do que são transferidas para um amplificador de grandes dimensões,
chamado modulador. Existe no equipamento transmissor um circuito gerador de alta freqüência, que
fornece a onda a ser irradiada pela Estação. Esta onda R. F. (alta freqüência) será misturada com as
correntes de som amplificadas pelo modulador e transmitidas no espaço por meio de antena
transmissora.
(Martins, º N., Curso pratico de rádio, p. 127. In: Comunicação em prosa moderna. GARCIA Othon, Rio de
janeiro: Editora FGV, 1996, p.398.)
MOMENTO DE PRODUÇÃO
Nas aulas de Metodologia, vocês tiveram a oportunidade conhecer os laboratórios do curso de
engenharia da unidade em que estuda. A seguir, apresentamos fotos dos laboratórios das outras
unidades. Vamos aproveitar que conhece pessoalmente alguns deles e treinar a descrição técnica.
Selecione uma das imagens e crie uma descrição de ambiente, objeto ou processo que pode ser
executado nesses laboratórios. (Este trabalho compõe a nota da AV3 2.0).
Fotos cedidas pela supervisora Catia Regina Wellichan do Departamento de Ciências Exatas.
50
Laboratório de Química - Memorial
(Wellichan, 2010)
Laboratórios Prédio K – Vila Maria
(Wellichan, 2010)
51
Laboratório de Física – Vergueiro
(Wellichan, 2010)
Laboratório de Automação – Santo Amaro
(Wellichan, 2010) 12 EXERCÍCIOS – ENADE
52
A estrutura dos exercícios a seguir é muito semelhante à das questões solicitadas no Exame Nacional de Desempenho Estudantil. Faça-os com atenção, pode ser um bom treino!
1. Para responder às questões 1 e 2, leia os textos a seguir.
Texto 1
Quase 50% da população vive em cidades
______________________________________________________________
Um novo relatório da Organização das nações unidas (ONU) indica que quase metade da
população mundial vive hoje em cidades, onde está conectada a uma rede econômica global em franca
expansão.. No entanto essa máquina urbana de prosperidade pode ser brutal. Mais de 1 bilhão de
pessoas vivem em favelas e áreas invadidas em todo o mundo.
Istanbul- O relatório situação das Cidades do Mundo, divulgado ontem chega cinco anos depois
de um evento no qual esses problemas foram discutidos, a 2ª conferência da nações Unidas sobre os
Assentamentos Humanos, a Habitar 2. Na conferência, em Istambul, na Turquia, representantes de
mais de 170 países firmaram o compromisso como o de lutar pelo desenvolvimento sustentável de
suas cidades e providenciar teto adequado a seus habitantes. [...]
O relatório da ONU mostra a urgência de se cumprirem metas da declaração de Istanbul.
“Houve, definitivamente, algum progresso desde 1996, mas o xix da questão é que 1,2 bilhão de
pessoas continuam sem teto adequado.” Diz a diretora executiva do Centro habitar, Anna Tabaijuka.
Consumo – Enquanto o Terceiro Mundo luta para providenciar moradia, emprego e serviços básicos,
países industrializados tentam conter o consumo em suas cidades. O mundo usa cinco vezes mais
combustível fóssil e duas vezes mais água potável do que em meados do século 20. A essa taxa de
crescimento, tais recursos estarão exauridos ao final do século.
“Uma criança nascida no mundo industrializado consome e polui durante a vida mais do que 30 a
50 crianças em países em desenvolvimento; ainda assim, o dano ambiental derivado do consumo em
escala global recai mais sobre os pobres”, diz o relatório da ONU.
O Estado de São Paulo, São Paulo, 5 de junho de 2001. (Fragmento)
53
Texto 2
O gráfico a seguir representa o crescimento das favelas no Rio de Janeiro.
1. A leitura e comparação entre os textos 1 e 2 permitem
afirmar que:
a) A aglomeração crescente de pessoas na área urbana deixou de ser preocupante desde a 2ª
Conferência das Nações Unidas sobre os Assentamentos Humanos.
b) Nos países de 3º mundo, a população carece de moradia, serviços básicos e empregos,
paradoxalmente, nos países industrializados a preocupação deve-se à contenção do consumo
excessivo de recursos existentes.
c) A utilização descontrolada dos bens naturais em países de Primeiro Mundo tem como principal
consequência o abandono das populações dos países do 3ª mundo e o consequente aumento de
favelas e condições sub-humanas de vida.
d) À medida que os recursos ambientais se tornam cada vez mais escassos, maior o índice da favelas
nos grandes centros urbanos, como ocorreu nos 14 anos demonstrados no gráfico.
e) O gráfico demonstrado no texto 2 exemplifica perfeitamente as relações entre pobreza e
aglomeração crescente de pessoas nas área urbanas.
2. A leitura e análise dos textos levam a dois problemas que se intensificam na sociedade:
a) Serviços básicos e pobreza.
b) Assistência social e moradia.
c) Habitação e segurança pública.
d) Crescimento sustentável e urbanização.
e) Escassez de recursos naturais e invasão de áreas.
(Disponível em: http://ofca.com.br/artigos/wpcontent/uploads.jpg. 04/10/2010, 14h)
54
Textos para questão 3
Texto 1
A SOCIEDADE GLOBAL
As pessoas se alimentam, se vestem, moram, se comunicam, se divertem, por meio de bens e
serviços mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial globalizado.
Suponhamos que você vá com seus amigos comer Big Mac e tomar Coca-Cola no Mc Donald's.
Em seguida, assiste a um filme de Steven Spielberg e volta para Casa num ônibus de maca Mercedes.
Ao chegar em casa, liga seu aparelho de TV Philips para ver o videoclip de Michael Jackson e,
em seguida, deve ouvir um CD do grupo Simply Red, gravado pela BMG Ariola Discos em seu
equipamento AIWA.
Veja quantas empresas transnacionais estiveram presentes nesse seu curto programa de algumas
horas.
(Adap. Praxedes et alli, 1997. O MERCOSUL. SP, Ed. Ática, 1997)
Texto 2
A globalização implica uma nova configuração espacial da economia mundial, como resultado
geral de velhos e novos elementos de internacionalização e integração. Mas se expressa não somente
em termos de maiores laços e interações internacionais, como também na difusão de padrões
transacionais de organização econômica e social, consumo, vida ou pensamento, que resultam do jogo
das pressões competitivas do mercado, das experiências políticas ou administrativas, da amplitude das
comunicações ou da similitude de situações e problemas impostos pelas novas condições
internacionais de produção e intercâmbio. As principais transformações acarretadas pela globalização
situam-se no âmbito da organização econômica, das relações sociais, dos padrões de vida e cultura,
das transformações do estado e da política.
Outros aspectos são as migrações e viagens internacionais, multiplicação dos contatos e das
redes de comunicação (...) internacionalização de conhecimento social e novas formas de
interdependência mundial.
(VIEIRA, Liszt. Cidadania e Globalização.8ª ed. Rio de Janeiro, Record, 2005. p.73)
Texto 3
55
(Disponível em:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com. 04/10/2010 – 16h25)
3. A leitura o texto permite compreender que:
I.A globalização favorece, principalmente, países ricos como a Europa e a América do Norte.
II. São as empresas transacionais que decidem o país no qual irão atuar e, consequentemente, favorecer no
aspecto econômico.
III. O Brasil não possui empresas transacionais e, portanto, está desvinculado de qualquer possibilidade de
globalização ou movimentos divisinistas.
IV. O capitalismo decorrente da globalização suprimiu as características culturais dos povos.
V. A globalização não é apenas um fenômeno econômico, é também cultural.
Dessas afirmativas, estão corretas:
a) I e II apenas.
b) II, IV e V, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) IV e V, apenas
Textos para questão 4
56
Casos de dengue sobem 109% em 2010, para 108,6 mil registros
Chuvas a altas temperaturas explicam aumento, diz Ministério da Saúde. 5 estados concentram 71% dos casos e governo nega 'epidemia' nacional.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (26) que o número de casos de dengue registrados no país neste ano, entre 1o. de janeiro e 13 de fevereiro, somaram 108,64 mil registros, o que significa um crescimento de 109% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram detectados 51,87 mil casos no país. A dengue é transmitida por meio da picada do mosquito Aedes
aegypti.
O coordenador-geral do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, negou que haja uma epidemia da doença no país - que se caracteriza pelo aparecimento de casos em todos os municípios do Brasil. Ele não afastou, porém, a possibilidade da eclosão de uma epidemia de dengue neste ano. "Existe o risco", afirmou a jornalistas.
Razões do aumento
Segundo Giovanini Coelho, algumas variáveis podem explicar a elevação no número de casos registrados no país, como o alto volume de chuvas e, também, as altas temperaturas registradas.
(Disponível em : g1.globo.com/Noticias/.../0,,MUL1507239-5598,00.html)
Texto 2
http://maryvillano.blogspot.com/2008/04/charges-do-dia.html
57
4. O texto e a charge em questão abordam o mesmo tema, a leitura atenta permite afirmar que:
a) Apesar dos números apresentados na manchete, o lide acalma a população, pois afirma não haver
risco de epidemia.
b) No texto da globo.com o autor é omisso em relação ao fato e mantém a imparcialidade.
c) A charge expressa juízo de valor que contradiz a notícia apresentada pela globo.com.
d) A notícia se detém apenas às informações que dizem respeito aos estados e os números relacionados à incidência da doença, todavia não deixa clara a real situação do país.
e) Os dois textos transmitem o aumento dos casos de dengue sob o mesmo viés.
Texto para questão 5
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para
discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação
ambiental.
adaptado de:http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientaisdesenvolvimento_sustentavel/ 04/04/2010
Elabore um texto, de no máximo 12 linhas, que valide as afirmações apresentadas no texto.
TEXTOS PARA QUESTÃO 6
58
TEXTO I
TEXTO II
TEXTO III
TEXTO IV
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6. A partir da leitura dos textos motivadores, redija uma proposta, fundamentada em dois argumentos, endossando ou refutando os pontos de vista apresentados. Observações . Seu texto deve ser dissertativo-argumentativo (não deve, portanto, ser escrito em forma de poema ou de narração). . A sua proposta deve estar apoiada em, pelo menos, dois argumentos. . O texto deve ter entre 8 e 12 linhas. . O texto deve ser redigido na modalidade escrita padrão da Língua Portuguesa. . Os textos motivadores não devem ser copiados.
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Bibliografia
ABAURRE, Maria Luiza et alii. (2003). Português: língua e literatura. 2. ed. São Paulo: Moderna.
ABREU, Ântônio Suarez. (2001). Curso de Redação.11ª ed. São Paulo: Ática.
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EMEDIATO, Wander (2004). A fórmula do texto: redação, argumentação e leitura. São Paulo: Geração
editorial.
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7. ed. Petrópolis: Vozes,1999.
FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. 11. ed. São Paulo:
Ática, 1995.
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LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, M. A. Metodologia do Trabalho Científico. 6ª Edição. São Paulo.
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MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 2. ed. São Paulo: Cortez,
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NALDÓLSKIS, HÊNDRICAS. Comunicação redacional. 10 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
PACHECO, Agnelo de Carvalho. A dissertação: teoria e prática. 19 ed. São Paulo: Atual, 1988.
SAVIOLI, Francisco Platão et alii. Coleção Anglo de Ensino. São Paulo: Anglo, 2004.
SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: Escrevendo com prática. São Paulo: Iglu, 1997.
TERRA, Ermani & NICOLA, José de.( Gramática, literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1997.
TUFANO, Douglas. Michaelis. São Paulo. Melhoramentos.1ed., 2008.
VIANA. Antônio Carlos et alii. Roteiro de Redação – lendo e argumentando. 1 ed. São Paulo. Scipione, 2004
ANEXOS
I - Expressões Evitáveis na Redação Comercial A clareza de um texto, em geral, está relacionada com frases curtas, utilização de vocabulário simples e eliminação de palavras desnecessárias. SE VOCÊ AINDA USA TROQUE POR Levamos ao conhecimento de V.Sa. Informamos Durante o ano de 2003 Em 2003 Devido ao fato de que Por causa Acusamos o recebimento de Recebemos Temos a informar que Informamos Vimos solicitar Solicitamos Até o presente momento Até o momento Conforme segue abaixo relacionado Relacionado a seguir Estas expressões ainda são usadas... (acredite se quiser) Tomamos a liberdade... Tanto tomou que escreveu...
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Como dissemos acima... se já disse, está repetindo por quê? Tem a presente a finalidade de... Expressão desnecessária. Você escreveria uma carta sem finalidade? Vimos por meio desta... Você viria por meio de outra? Certos de sua compreensão... Se o texto for convincente, ele compreenderá Limitads ao exposto, encerramos... O ponto final já indica todo esse palavrório Sem mais para o momento... Se já acabou, não escreva mais nada
II - ELABORAÇÃO DE SEMINÁRIO
Apresentação de um seminário
Durante a exposição, podem ocorrer fatos não previstos. Por exemplo, o público pode não
compreender bem o conteúdo da exposição; um aparelho audiovisual pode não funcionar; um integrante do
grupo pode faltar ou ficar nervoso e esquecer o texto; uma cartolina pode cair da parede; etc. Por isso, é
preciso estar atento a vários aspectos simultaneamente e, de acordo com a necessidade, introduzir
modificações e improvisar soluções a fim de alcançar o melhor resultado possível.
A seguir, relacionamos alguns dos aspectos que devem ser observados.
Seqüência e andamento da exposição
1. Abertura: Geralmente o professor faz uma apresentação inicial breve e dá a palavra ao apresentador Faz
isso com palavras como “Vocês agora vão assistir ao seminário preparado por fulano...”.
2. Tomada da palavra e cumprimentos: o apresentador deve, primeiramente, colocar-se à frente da platéia,
cumprimentá-la, e tomar a palavra.
3. Apresentação do tema: o apresentador diz qual é o tema, fala da importância de abordá-lo nos dias de hoje,
esclarece o ponto de vista sob o qual irá abordá-lo e, no caso de se tratar de um tema amplo, delimita-o, isto é,
indica qual aspecto dele será enfocado. Por exemplo, se o tema é a poluição do meio ambiente, a delimitação
pode consistir em enfocar apenas a poluição dos rios. Esse momento do seminário tem em vista despertar na
platéia curiosidade sobre o tema.
4. Exposição: o apresentador segue o roteiro traçado, expondo cada uma das partes, sem atropelos. Ao término
de cada uma, deve perguntar se alguém quer fazer alguma pergunta ou se pode ir adiante. Na passagem de
uma parte para a outra, deve dar a entender que não há ruptura, e sim uma ampliação do tema. Para isso, deve
fazer uso de certos recursos lingüísticos, como Outro aspecto que vamos abordar... Se há esses aspectos
negativos, vamos ver agora os aspectos positivos...
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5. Conclusão e encerramento: o apresentador retoma os principais pontos abordados, fazendo uma síntese
deles; se quiser, pode mencionar aspectos do tema que merecem ser aprofundados em outro seminário; pode
também deixar uma mensagem final, algo que traduza o seu pensamento ou o pensamento do grupo ou de um
autor especial. No final, agradece a atenção do público e passa a palavra a outra pessoa.
6. Tempo: o apresentador deve estar atento ao tempo previsto e, de acordo com o andamento do seminário, ser
capaz de introduzir ou eliminar exemplos e aspectos secundários, caso haja necessidade, a fim de se ajustar ao
tempo estipulado.
Postura do apresentador
1. O apresentador deve preferencialmente ficar em pé, com o roteiro nas mãos, olhando para o fundo da sala.
Sua presença deve expressar segurança e confiança.
2. A fala do apresentador deve ser alta, calma, bem-articulada, com palavras bem pronunciadas e variações de
entonação, a fim de que a exposição não fique monótona.
3. Ao olhar para o roteiro, o apresentador deve fazê-lo de modo rápido e sutil, sem que seja necessário
interromper o fluxo da fala ou do pensamento. Além disso, ao olhar o roteiro, não deve abaixar
demasiadamente a cabeça, afim de que a voz não se volte para o chão. O roteiro deve ser rapidamente o1hado,
e não lido (a não ser no caso de leitura de uma citação), pois tal procedimento gera1mente torna a exposição
enfadonha.
4. O apresentador nunca deve falar de costas para a platéia, mesmo que esteja escrevendo na lousa ou trocando
uma transparência no retroprojetor. Nessas situações, deve ficar de lado e falar com a cabeça virada na direção
do público, a fim ·de que sua voz seja ouvida por todos.
5. O apresentador deve se mostrar simpático ao público e receptivo a participações da platéia.
Uso da linguagem
Nos seminários, predomina a variedade padrão da língua, embora possa haver maior ou menor grau de
formalismo, dependendo do grau de intimidade entre os interlocutores. Assim:
1. O apresentador deve evitar certos hábitos da linguagem oral, como a repetição constante de expressões
como tipo, né?, tá? e ah?..., pois elas prejudicam a fluência da exposição.
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2. O apresentador deve estar atento ao emprego de vocábulos e conceitos específicos da área pesquisada e
explicar ao público seu significado sempre que houver necessidade.
3. Durante a exposição, o apresentador deve fazer uso de expressões de reformulação, isto é, aquelas que
permitem explicar de outra forma uma palavra, um conceito, ou uma idéia complexa. As mais comuns são:
isto é, quer dizer, como, por exemplo, em outras palavras, vocês sabem o que é isso? Deve também fazer uso
de expressões que confiram continuidade ao texto, como além disso, por outro lado, outro aspecto, apesar
disso, etc.
Apresentação de um seminário em grupo
Além das orientações dadas anteriormente, a exposição em grupo exige atenção quanto a mais alguns
aspectos específicos.
1. Cada integrante do grupo pode ficar responsável pela apresentação de uma das partes do seminário.
Entretanto, entre a exposição de um participante e a de outro deve haver coesão, isto é, não pode
haver·contradição entre as exposições nem ser dada a impressão de que uma fala é independente de outra.
Cada exposição deve retomar o que já foi desenvolvido e acrescentar, ampliar. Além disso, devem ser
empregados elementos lingüísticos de coesão, como "Além das causas que fulano comentou, vejamos agora
outras causas, menos conhecidas...", "Vocês viram as conseqüências desse problema no meio urbano; agora,
vão conhecer as conseqüências, do mesmo problema no meio rural...".
2. O grupo todo deve se "especializar" no assunto em foco. Além de conferir maior segurança às exposições
individuais, isso permite também que todos respondam com tranqüilidade a qualquer pergunta feita pelo
público.
3. Devem ser evitadas atitudes que desviem a atenção do apresentador, como conversas entre os membros do
grupo, conversas entre um membro do grupo e uma pessoa da platéia, movimentos, ruídos ou brincadeiras que
atrapalhem a exposição. Não há obrigatoriedade de que todos fiquem em pé enquanto um dos integrantes do
grupo faz sua apresentação.
4. Enquanto um dos apresentadores expõe, os outros podem contribuir manuseando os equipamentos
(transparências, vídeo), trocando cartazes, apagando a lousa ou simplesmente ouvindo.
Enriquecendo o seminário com recursos audiovisuais
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A principal linguagem de um seminário é a verbal. Contudo, o uso de recursos audiovisuais, como
cartazes, transparências em retroprojetor, filmes, slides, datashow, etc., podem tornar o seminário mais
agradável ou facilitar a transmissão de um volume maior de informações.
O uso desses recursos exige, porém, certos cuidados:
1. O equipamento deve ser testado previamente, para prevenir a ocorrência de falhas técnicas durante a
exposição.
1. O apresentador deve lembrar que tais recursos têm a finalidade de servir de apoio à exposição oral e,
portanto, não a substitui. Assim, ao fazer uso de uma transparência, por exemplo, ele deve aproveitá-
la para reunir ou esquematizar as informações que vem apresentando, em vez de simplesmente ler o
que está escrito nela. A alternância de exposição oral com o uso de recursos audiovisuais geralmente
dá leveza ao seminário.
(Cereja, William Roberto e MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português
Linguagens Ed. Atual)
Síntese dos requisitos para a exposição oral 1. Aspectos do conteúdo:
a) domínio do assunto (por todos os componentes do grupo); b) clareza nos conceitos expostos; c) seleção qualitativa e quantitativa do material coletado; d) adequação da extensão do relato ao tempo disponível; e) encadeamento das partes (seqüência discursiva). 2. Aspectos exteriores:
a. autocontrole; b. boa dicção (entonação, timbre, altura); c. vocabulário simples e adequado; d. postura correta; e. empatia com a classe.
III - Novo acordo ortográfico
Como estudante da Língua Portuguesa, você já sabe que nosso idioma sofreu algumas alterações
ortográficas com o objetivo de minimizar as diferenças existentes entre os países que tem como idioma oficial
a língua portuguesa. Esse pode ser considerado um primeiro passo em direção à unificação da língua.
UM POUCO DA HISTÓRIA
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi assinado em 16 de dezembro de 1990, em Lisboa.
Participaram do acordo Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
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Moçambique e Timor Leste. Especialmente no Brasil, o acordo foi aprovado em 18 de abril de 1995 pelo
Decreto Legislativo nº 54.
NO BRASIL
As alterações devem entrar em vigor a partir de 2010. Recentemente, o Ministério da Educação (
MEC) publicou uma resolução no Diário Oficial exigindo que os livros didáticos que serão destinados às
escolas públicas estejam de acordo com essas novas normas. O mesmo documento autoriza as editoras a já
fazerem as adaptações necessárias já em 2009, já que a partir de 1º de janeiro de 2009, o acordo deve entrar
em vigor.
Embora o documento oficial do Acordo não seja claro em alguns aspectos, julgamos imprescindível
que o revisor conheça as alterações e as possa colocar em prática em sua atividade profissional.
ALTERAÇÕES
� O alfabeto passa a ter 26 letras, introduziram-se as letras k, w e y.
� O trema ( ¨ ) não é mais utilizado nos grupos gue, gui, que ,qui para marcar a pronúncia do
u , mas permanece nas palavras estrangeiras:
Lingüiça Linguiça Müller
� Retira-se o acento dos ditongos abertos ói e éi apenas das palavras paroxítonas:
Asteróide asteroide
Nas oxítonas, o acento permanece: papéis
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� Depois dos ditongos o i e o u tônicos não são mais acentuados:
Feiúra feiura
Nas palavras oxítonas terminadas em que o i ou u (seguidos ou não de s) o acento
permanece: Piauí
� As formas êem e ôo não são mais acentuadas:
enjôo, lêem enjoo, leem
� Não são mais usados os diferenciais em:
pára / para
péla(s) / pela(s)
pêlo(s) / pelo(s)
péla(s) / pelas(s)
pêra / pera
� Permanece o diferencial entre pôde e pode de pretérito e presente respectivamente.
� Permanece o diferencial entre pôr e por.
� Não há alterações nos verbos ter e vir e seus derivados.
� Não se usa mais o acento agudo no u tônico nas formas arguis, argui, arguem.
� Verbos terminados em quar, quir e guar usados, no Brasil, com o i e o u tônicos recebem
acento:
enxáguo, delínques
EMPREGO DO HÍFEN
Se antes da reforma já não havia consenso acerca do emprego do hífen, depois do acordo a situação
continua levantando polêmicas. Vejamos que se apresenta atualmente:
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� Sempre se usa hífen antes do h: anti-herói
Prefixo terminado em vogal
� Sem hífen diante de vogal diferente: antiaéreo.
� Sem hífen diante de consoantes, exceto r e s, com as últimas, dobra-se o r e o s:
anteprojeto, antissocial.
� Com hífen diante da mesma vogal: micro-ondas.
Prefixo terminado em consoante
� Com hífen diante da mesma consoante: inter-relação.
� Sem hífen diante de consoante diferente e vogal: intercomunicação, superimportante.
Prefixo sub
� Com hífen diante de r: sub-raça.
� Sem hífen diante de h que deve ser omitido: subumano.
Prefixos circum e pan
� Com hífen diante de palavra iniciada com m, n, vogal: pan-americano, circum-
navegação.
Prefixo co
� Com hífen: cooperar, cooptar.
Prefixo vice:
� Com hífen: vice-presidente.
Prefixos sem, aquém, além, ex, recém, pós, pré, pró
� Com hífen: pós-graduação, ex-aluno.
Palavras que perderam a noção de composição
� Sem hífen: pontapé, paraquedas.