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Trabalhando os conhecimentos linguísticos – desafios e caminhos Atividades 1 e 2 – Oficina I

Oficina 1 Conhec Lgtcos

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Trabalhando os conhecimentos linguísticos – desafios e caminhos

Atividades 1 e 2 – Oficina I

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Textos da atividade 1

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Atividade para análise 1

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Atividade para análise 2

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Atividade para análise 3

Na narrativa que segue, foi assinalada a expressão que introduz, pela primeira vez, cada uma das personagens. Assinale as outras expressões que fazem referência às mesmas personagens e, em seguida, una com um traço todas as que falam da mesma personagem. OUTRA DO PREGUIÇOSO Esta é clássica. O sujeito era o mais preguiçoso que já havia aparecido na face da terra. Certo dia lá, disse que não trabalhava mais, e fim de conversa, preferia morrer de fome. A vizinhança, condoída, passou a levar comida para o preguiçoso. Mas, sabe como é, aquilo também já era demais. Resolveram fazer o enterro do preguiçoso. Ele num tinha dito que preferia morrer? Na rua principal, um caboclo bão da cidade vizinha quer saber quem tinha morrido. Quando contam o causo, ele fica condoído: - Mas não façam isso como o pobre diabo, sô! Olha aqui, eu ofereço uma saca de arroz para matar a fome dele, uai. O preguiçoso abre uma fresta do caixão e grita lá de dentro: - Cum casca ou sem casca? - Cum casca, diz o prestimoso cidadão E o preguiçoso, fechando o caixão: - Intão segue o enterro.

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O homem da favela Manoel Lobato

Doutor Levi dá plantão no Hospital dos Operários, que fica perto de uma favela. Ele é meio conhecido na favela porque sobe o morro de vez em quando, em visita médica à Associação dos Deficientes Visuais. Mesmo assim, já foi assaltado nove vezes, sempre de manhã, quando está saindo do pátio em seu carro. Por causa disso, Dr. Levi anda prevenido. Não compra revólver, mas, ao deixar o plantão, já vem com a chave do carro na mão, passos rápidos, abre a porta, entra depressa, liga o motor, engrena a marcha, acelera e dispara. Não se preocupa com os malandros que tentam abordá-lo na estrada. A neblina prejudica a visão do médico nessa manhã de inverno. Ele aperta o dispositivo de água, liga o limpador que faz o semicírculo com seu rastro no pára-brisa. Vê no meio da estrada, ainda distante, um pedestre que finge embriaguez. O marginal está um tanto desnorteado, meio aéreo, andando sem rumo, em ziguezague. Parece trazer um porrete na mão. Dr. Levi será obrigado a diminuir a aceleração e reduzir a marcha. Se o mau elemento continuar na pista, terá de frear. Se parar, poderá ser assaltado pela décima vez. O carro se aproxima do malandro. Ele usa boné com o bico puxado para a frente, cobrindo-lhe a testa. Óculos escuro para disfarce, ensaia os cambaleios, tomba um pouco a cabeça, olha um pouco para cima, procura o sol que está aparecendo, sem pressa, com má vontade. O médico, habituado a salvar vidas, tem ímpetos de matar. Acelera mais, joga o farol alto na cara do pilantra, buzina repetidas vezes. O mau-caráter faz que procura o acostamento, mas permanece na pista. O carro vai atropelar o velhaco. Talvez até passe por cima dele se continuar fingindo que está bêbado. Menos um pra atrapalhar a vida de gente séria. O esperto pressente o perigo, deve ter adivinhado que o automóvel não vai desviar-se dele, ouve de novo a buzina, o barulho do motor cada vez mais acelerado. De fato, o carro não se desvia de seu intento. Obstinado, segue seu rumo. Vai tirar um fino. O vivaldino é atingido de raspão, cambaleia agora de verdade, cai de lado. O cirurgião ouve o baque, sente o impacto do esbarro. Vê pelo retrovisor externo a vítima caída a beira da estrada. O vidro de trás está embaçado, mas permite distinguir o vulto, imagem refratada. Gotas de água escorrem pelo vidro, não como lágrimas e sim como bagas de suor pelo esforço da corrida. Não há piedade, há cansaço. Dr. Levi nota que o retrovisor externo está torto, danificado. Diminui a marcha, abaixa o vidro lateral, tateia o retrovisor do lado de fora. O espelho está partido, sujo de sangue. O profissional se sente vingado, satisfeito, vitorioso, como se estivesse saindo do bloco cirúrgico, após delicada operação, na qual fica provada sua frieza, competência, habilidade. O dom de salvar o semelhante e também salvar-se. No dia seguinte, ao cair da tarde, chega o plantonista ao hospital dos operários. Toma conhecimento do acidente. O paciente – algumas fraturas, escoriações – está fora de perigo. Deu entrada ontem de manhã, mal havia chegado o substituído do Dr. Levi. Na ficha, anotações sobre a vítima: funcionário da Associação. Seus pertences: recibos das mensalidades, uns trocados, óculos e bengala. Cego. (In: “O fino do conto”, organizado por Alcione Ribeiro Leite, Ed. RHJ .)

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O homem da favela Manoel Lobato

Doutor Levi dá plantão no Hospital dos Operários, que fica perto de uma favela. Ele é meio conhecido na favela porque sobe o morro de vez em quando, em visita médica à Associação dos Deficientes Visuais. Mesmo assim, já foi assaltado nove vezes, sempre de manhã, quando está saindo do pátio em seu carro. Por causa disso, Dr. Levi anda prevenido. Não compra revólver, mas, ao deixar o plantão, já vem com a chave do carro na mão, passos rápidos, abre a porta, entra depressa, liga o motor, engrena a marcha, acelera e dispara. Não se preocupa com os malandros que tentam abordá-lo na estrada. A neblina prejudica a visão do médico nessa manhã de inverno. Ele aperta o dispositivo de água, liga o limpador que faz o semicírculo com seu rastro no pára-brisa. Vê no meio da estrada, ainda distante, um pedestre que finge embriaguez. O marginal está um tanto desnorteado, meio aéreo, andando sem rumo, em ziguezague. Parece trazer um porrete na mão. Dr. Levi será obrigado a diminuir a aceleração e reduzir a marcha. Se o mau elemento continuar na pista, terá de frear. Se parar, poderá ser assaltado pela décima vez. O carro se aproxima do malandro. Ele usa boné com o bico puxado para a frente, cobrindo-lhe a testa. Óculos escuro para disfarce, ensaia os cambaleios, tomba um pouco a cabeça, olha um pouco para cima, procura o sol que está aparecendo, sem pressa, com má vontade. O médico, habituado a salvar vidas, tem ímpetos de matar. Acelera mais, joga o farol alto na cara do pilantra, buzina repetidas vezes. O mau-caráter faz que procura o acostamento, mas permanece na pista. O carro vai atropelar o velhaco. Talvez até passe por cima dele se continuar fingindo que está bêbado. Menos um pra atrapalhar a vida de gente séria. O esperto pressente o perigo, deve ter adivinhado que o automóvel não vai desviar-se dele, ouve de novo a buzina, o barulho do motor cada vez mais acelerado. De fato, o carro não se desvia de seu intento. Obstinado, segue seu rumo. Vai tirar um fino. O vivaldino é atingido de raspão, cambaleia agora de verdade, cai de lado. O cirurgião ouve o baque, sente o impacto do esbarro. Vê pelo retrovisor externo a vítima caída a beira da estrada. O vidro de trás está embaçado, mas permite distinguir o vulto, imagem refratada. Gotas de água escorrem pelo vidro, não como lágrimas e sim como bagas de suor pelo esforço da corrida. Não há piedade, há cansaço. Dr. Levi nota que o retrovisor externo está torto, danificado. Diminui a marcha, abaixa o vidro lateral, tateia o retrovisor do lado de fora. O espelho está partido, sujo de sangue. O profissional se sente vingado, satisfeito, vitorioso, como se estivesse saindo do bloco cirúrgico, após delicada operação, na qual fica provada sua frieza, competência, habilidade. O dom de salvar o semelhante e também salvar-se. No dia seguinte, ao cair da tarde, chega o plantonista ao hospital dos operários. Toma conhecimento do acidente. O paciente – algumas fraturas, escoriações – está fora de perigo. Deu entrada ontem de manhã, mal havia chegado o substituído do Dr. Levi. Na ficha, anotações sobre a vítima: funcionário da Associação. Seus pertences: recibos das mensalidades, uns trocados, óculos e bengala. Cego. (In: “O fino do conto”, organizado por Alcione Ribeiro Leite, Ed. RHJ .)

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Atividade para análise 4

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Atividade para análise 5

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Textos da atividade 2

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Produção de texto 1: baseada na proposta de produção de uma carta pessoal (SARESP – 2009/ 6ª série EF)

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Produção de texto 3: baseada na proposta de produção de um artigo de opinião (SARESP – 2009/ 8ª série EF)

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Produção de texto 1: baseada na proposta de produção de um artigo de opinião (SARESP – 2009/ 3ª série EM)

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Produção de texto 4: baseada na proposta de produção de um artigo de opinião (SARESP – 2009/ 3ª série EM)

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EF E EM – ESCOLA ESTADUAL DE UM BAIRRO PERIFÉRICO DE SÃO PAULO

Dados de uma avaliação

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1. Dos participantes

Participaram da avaliação de produção de textos 718 alunos do ensino fundamental II e ensino médio, de um total de 993 matriculados, sendo 449 alunos do ensino fundamental e 269 alunos do ensino médio.

2. Das propostas de produção:As produções escritas solicitadas:

5ª série – ‘texto narrativo’ (porque seguia a proposta do Estado)6ª série – notícia7ª série – regra de jogo8ª série – resenha1º EM – notícia2º EM – carta argumentativa3º EM – artigo de opinião

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Os textos deveriam atender a 4 critérios gerais:

C1 - Adequação ao tema;C2 - Adequação às características dos gêneros;C3 - Construção da coesão e coerência textuais;C4 - Uso das normas e convenções da variedade padrão da língua

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5ª A 5ª B 5ª C 5ª D 5ª E 5ª F 6ª A 6ª B 6ª C 7ª A 7ª B 7ª C 8ª A 8ª B

Abaixo do básico Básico Adequado Avançado

Avaliação da produção de textos– EF II / Fusco – Resultados preliminares

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1EM A 1EM B 1º EM C 1º EM D 2º EM A 2º EM B 2º EM C 3º EM A 3º EM B Total

Avaliação da produção de textos– EM / Fusco – Resultados preliminaresAbaixo do básico Básico Adequado Avançado

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5ª série – um exemplo

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Adequação ao tema Adequação àscaracterísticas do gênero

Construção dacoesão/coerência

Uso das normas econvesnções da

variedade padrão

Texto narrativo[história] – 5ªsérieInsuficiente Regular Bom Muito bom

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25Abaixo do básico Básico Adequado Avançado

Adequação às características do gênero e construção da coesão/coerência[turmas vs. segmento] – EF II / Fusco

Média EFII16,21

A B C D E F A B C A B C A B5ªsérie 6ªsérie 7ªsérie 8ªsérie

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Níveis - Pontuaç

ão

Níveis – Conceitos

Saresp

Níveis – Conceitos Paidéia

25 – 23 Avançado Muito bom

22 – 18 Adequado Bom17 a 13 Básico Regular0 a 12 Abaixo do

básicoInsuficient

e

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De acordo com os significados dos diferentes níveis de desempenho nestes dois critérios, tem-se como diagnóstico geral que, embora compreendam razoavelmente bem a proposta, os alunos:

1.desenvolvem apenas razoavelmente os elementos constituintes do gênero indicado.

2. organizam apenas razoavelmente as partes do texto, apresentando redundâncias ou inconsistências constantes, mas com alguns elos entre partes e proposições do texto, demonstrando um domínio básico na utilização dos recursos coesivos.

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O que significa isto em relação à produção de textos narrativos (contos, crônicas...)

- o aluno ainda não consegue:

1. desenvolver uma história com recursos da língua que lhe possibilitem apresentar personagens bem caracterizados ou um narrador que se mantenha no mesmo foco (1ª ou 3ª pessoa);

2. fazer uso de recursos da língua para apresentar uma seqüência de ações marcadas num tempo e num espaço, com uma progressão dos acontecimentos que imprimam uma tensão e um clímax na história;

3. limpar seu texto de redundâncias e repetições de palavras ou idéias. Ou seja, os conhecimentos sobre como contar uma história de modo a manter a atenção do leitor ainda precisam ser construídos.

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25Abaixo do básico Básico Adequado Avançado

Adequação às características do gênero e construção da coesão/coerência[turmas vs. segmento] – EM / Fusco

Média EM15,11

A B C D A B C A B1ºEM 2ºEM 3ºEM

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Síntese dos resultados da avaliação:

independentemente do gênero solicitado para produção e mesmo considerando a diversidade de conhecimentos necessários para produzi-lo, os tipos de problemas são comuns: além da falta de domínio de algumas normas e convenções da escrita da variedade padrão da língua, mais relacionados à ortografia, os textos dos alunos carecem, especialmente, de coesão e coerência textuais que também se relacionam com as características específicas dos gêneros sugeridos para produção.