View
215
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Universidade Candido Mendes
Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento
Diretoria de Projetos Especiais
Projeto “A vez do Mestre”
“A Gravidez na Adolescência”
Aluna: Helenita N. Bueno
Orientador: Prof. Marco Antônio Chaves
Rio de Janeiro, Rj, maio 2002
Universidade Candido Mendes
Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento
Diretoria de projetos Especiais
Projeto “A Vez do Mestre”
“A gravidez na Adolescência”
Aluna: Helenita Nogueira Bueno
Trabalho monográfico apresentado como
requisito parcial para obtenção do grau
especialista em terapia familiar
Rio de Janeiro, Rj, maio 2002
Dedico este trabalho de pesquisa
a todos aqueles que estão envolvidos
nos ideais da educação
Agradeço a todos que direta
ou indiretamente contribuíram
para a execução desta pesquisa
Resumo do trabalho
A pesquisa “Gravidez na Adolescência”, inicia fazendo considerações e
pontuando questões, algumas recorrentes nos dias de hoje, quando se trata da
administração da liberdade e independência, porém estabelecendo relações
duradouras e conscientes.
A falta de informação é um dos principais fatores de risco na questão da
gravidez de muitas jovens e pré-adolescentes, que sem orientação , desconhecem
métodos para evitar a gravidez precoce. Ë grande o percentual de jovens,
segundo a associação saúde e família; que já tiveram pelo menos uma gravidez,
ficando em torno de 50% ou mais.
As classes mais baixas, foram vistas na pesquisa, como centralizadoras da
questão e onde há reincidência de casos de gravidez com maior freqüência.
Pontua-se a posição social e a falta de perspectiva para o futuro, como uma
realidade na vida da jovem de baixa renda. Além desses dados, outros problemas
podem ser relacionados aos casos de gravidez antecipada, como a situação
emocional da adolescente, que simplesmente por falta de conhecimento, tem o
pré-natal como algo descartável. Desse modo, a ocorrência de abortos e
dificuldades de amamentação torna-se fatos freqüentes numa mudança e
transformação rápida em sua vida.
No Brasil, o aborto provocado é visto como um sério delito, e vem sendo
discutido nos “Casos Especiais”, como uma possível ampliação na reforma do
Código Penal para que seja permitido, segundo estudos da comissão de
feministas que tratam dessa reforma.
A moral religiosa, também condena o aborto em qualquer situação,
principalmente num país de maioria católica e a pressão sobre a sociedade, é
bastante forte.
A pesquisa mostra ainda, os vários métodos de aborto utilizados, e apresenta a
geografia do aborto, de forma bastante surpreendente, assim como alguns
argumentos contra o aborto e médicos que evitam até o aborto legal.
Elucida também apresentando, meios e métodos contraceptivos utilizados
como possibilidades para que se possa evitar uma gravidez indesejada.
Tudo levando a acreditar na necessidade de uma educação sexual formadora,
que não só informe, mas que seja caminho para o desenvolvimento de um ser
humano mais responsável com o próprio corpo, que de certo modo encontre o
equilíbrio, numa conexão com o mundo.
Sumário Hipótese
Justificativa
Objetivos
Introdução
Capitulo I - Gravidez na Adolescência
1.1 - Administrar a liberdade com sabedoria
1.2 - Falta de informação um risco
1.3 - Perspectiva para o futuro uma questão
Capitulo II - Gravidez precoce uma realidade
2.1 - Maternidade antecipada ( dados )
2.2 - A família diante da gravidez da adolescente
2.3 - Planejamento familiar como uma alternativa
Capitulo III - O aborto
3.1 - O que é o aborto
3.2 - Métodos utilizados
3.3 - Matar não é legal
3.4 - A geografia do aborto
3.5 - Argumentos contra o aborto
3.6 - Médicos evitam aborto legal
3.7 - Eu preciso abortar - grito sufocante
3.8 - Mulheres que por diferentes razões decidiram abortar
Capitulo VI - Como prevenir a gravidez não planejada
4.1 - Meios e métodos contraceptivos
Conclusão
Bibliografia
Anexos
Hipótese
O diálogo pode ser uma tentativa de orientação junto a família com base em
aconselhamentos. São variados os problemas e seus níveis, assim como se
diversificam meios sociais. Toda família apresenta uma herança cultural, que se
estende por todas os seus membros e gerações. Quando bem orientada, no
sentido de obter esclarecimentos, e acompanhar a evolução dos tempos, a
tendência é adquirir conhecimentos e poder driblar qualquer tipo de impedimento
que não facilite uma boa orientação. Na pesquisa, a busca de entendimento para
os diversos “casos”, possibilitara um tratamento diferenciado para cada família que
convive com a questão da adolescente e orientar de maneira que as aproxime
mais do meio em que vivem.
Justificativa
O Fenômeno Adolescência, sempre foi alvo de inúmeros questionamentos e a
nalises mais continua fazendo parte da cultura de uma sociedade, principalmente
como a do Brasil, que direciona ao jovem, plenos poderes de vida. Há que se
estabelecer um equilíbrio para as inúmeras formas de liberdades previstas na
orientação de adolescentes, junto com as perspectivas para o futuro. Um fato
preocupante, é a mal condição e predisposição para a descoberta da sexualidade
e o que representa o “poder” de decisão para a adolescente a busca de um
comportamento adequado às diversas possibilidades apresentadas ao jovem
desses tempos. A informação e a convivência da família é a combinação perfeita
para que a adolescente descubra níveis de consciência e responsabilidade.
Objetivos
- Descobrir meios de orientação para as inúmeras questões na gravidez da
adolescente.
- Possibilitar esclarecimento em relação à fase da adolescência.
- Analisar a questão da gravidez precoce com enfoque no social.
- Sinalizar o papel da família em relação ao comportamento da adolescente.
Introdução
Ser adolescente é viver período de transição entre criança e adulto, é
vivenciar experiências, reformular a idéia que tem a respeito de si mesmo e
transformar a sua auto imagem infantil. Ser adolescente é viver entre o ser e o
não ser. É um período confuso, de contradições, caracterizados muitas vezes
por atritos de família, na escola , no ambiente em que vive. É quando o
adolescente deve deixar de ser criança para entrar no mundo adulto.
É nesse turbilhão de emoçòes que normalmente a adolescente começa a
entrar em contato com a sua sexualidade, é importante que a adolescente
desde cedo, desenvolva um sentimento positivo sobre o seu corpo . Nesse
sentimento do corpo, a adolescente deve acrescer um outro poder que é de
decisão do melhor modo de fazer com que sua sexualidade seja ativa e
consciente, é ai que se desenvolve o papel da família, como principal base de
sustentação para que a adolescente vivencie seus problemas e a sua
sexualidade.
A informação tem um papel preponderante na procura de orientação ade
quadas as transformações que se observam no mundo de hoje.
Para tentar entender a adolescente, é preciso deixar de lado os
preconceitos e questionar o comportamento através de uma perspectiva bem
mais ampla que as tradicionais. Não existe uma adolescência e sim várias.
Existem sociedades nas quais a passagem da vida infantil para a adulta se faz
em diversas escalas; a criança vai recebendo funções e direitos até atingir a
condição adulta, o que contribui para descaracterizar a crise da adolescência.
Em outras sociedades, existe um ritual de passagem, após um adulto.
Em nossa sociedade o período de adolescência é um processo longo e com
plexo. A um faeur de quinze ou dezesseis anos.
I - Gravidez na adolescência
1.1 – Administrar a liberdade com sabedoria
A nova geração de adolescentes é muito diferente das dos anos 60 e 70,
época em que os jovens lutavam pela própria independência para poder realizar
os seus projetos, e os pais os limitavam em suas ações. Para isso eles criaram
personalidade forte para derrubar as barreiras e tabus de uma sociedade.
Os pais dos adolescentes de hoje, foram os jovens rebeldes de vinte ou trinta
anos atrás. São pessoas que geralmente dão aos filhos a liberdade que eles
conquistaram. Só que muitas vezes os pais erram na mão e não sabem
administrar essa liberdade..
A psicóloga Edna Peters Kahhale que trabalha no programa integrado de
assistência e educação a gestante Adolescente do Hospital das Clínicas especiali
zada em saúde da mulher, relata alguns pontos básicos que podem ajudar o
desenvolvimento de um adolescente de forma saudável, como conter seus
impulsos, aprender a dominar seus próprios instintos, saber conviver com as
mudanças, estabelecer relações afetivas duradouras, ter consciência sobre as
responsabilidades da vida.
1.2 – Falta de informação um risco
O Brasil ainda apresenta um índice alto de jovens e pré-adolescentes que se
tornam mães em plena adolescência. Esse dado vem quando enorme
preocupação entre os pais que não sabem o que fazer para orientar melhor o
futuro de seus filhos. Esses fatos colocam em risco o futuro das adolescentes
brasileiras onde apenas 14% utilizam métodos anticoncepcionais para evitar a
gravidez precoce, e constatou-se um aumento significativo em adolescentes que
contraíram o vírus da AIDS.
Quando abordamos em números, vem um temor maior, do total de 2454
brasileiras entre 15 e 19 anos, questionadas em 1996 para o livro “Seminário
Gravidez na Adolescência” da associação Saúde e Família, 18% das
adolescentes já tiveram pelo menos uma gravidez, 50% delas tem o primeiro filho
antes dos 16 anos e 51% dessas jovens sem escolarização já são mães, e
apenas 19% continuam freqüentando a escolas.
Todos os profissionais consultados especialistas em trabalhos com
adolescentes, são unânimes em suas respostas: - O melhor remédio para diminuir
estes dados é a informação e a orientação por parte dos pais sobre os problemas
e as responsabilidades diante de uma sociedade, a qual engloba educação sexual
e perspectivas para um futuro promissor.
Os pais devem passar todo o tipo de informação aos adolescentes sobre a
questão sexual, e quando os pais tiverem alguma dúvida, devem pesquisar
respostas concretas junto com o adolescente. “Quando eles abrem essa
possibilidade, podem selecionar a qualidade da informação, evitando que eles
recebam dados errôneos e sejam influenciadas pelos amigos a tomarem decisões
precipitadas, como iniciar as atividades sexuais”, enfatiza. A psicóloga também
alerta para que os pais prestem mais atenção nas atitudes dos filhos, para saber o
momento certo de abordá-los e começar a direcionar as informações.
1.3 – Perspectiva para o futuro, uma questão
A maioria das adolescentes grávidas estão centralizadas nas classes mais
baixas, onde elas não vêem perspectivas nenhuma para a vida.
A posição social da adolescente num determinado momento histórico terá
grande e responsável influência na sua formação; adolescentes de classes sociais
diversas, apresentam padrões de comportamento bastante diferentes.
As desigualdades sociais se fazem presentes, uma vez que o sistema
capitalista gera e produz essas diferença, oferecendo oportunidades aos
detentores do capital e marginalizando os que não o possui. Ao adolescente de
família pobre é cobrado desde cedo que produza para o mínimo de suas
necessidades básicas, o que muitas vezes não são atendidas e suas perspectivas
e opções para o futuro são muito limitadas.
II - Gravidez precoce uma realidade
2.1 – Maternidade antecipada (Dados)
O sexo é uma força que sacia o corpo e satisfaz nossos desejos mais íntimos
de realização e até mesmo nossas vaidades. Fornece motivação para a vida e
deve ser encarado como algo saudável, quando entre parceiros existe respeito e
preocupação com o corpo e os sentimentos do outro. As principais causas da
gravidez antecipada são o desconhecimento de métodos anticoncepcionais, a
educação dada a adolescente faz com que ela, não queira assumir que tem uma
vida sexual ativa e por isso não usa métodos, ou usa outros de baixa eficiência
porque esses, não deixam “rastros”. O uso de drogas e bebidas comprometem a
contracepção, além das que engravidam para casar-se.
A adolescente, tem problemas emocionais devido à mudança rápida em seu
corpo, escondendo a gravidez, o atendimento pré-natal nesse caso, não acontece,
ocorrendo problemas como aborto ou dificuldades na amamentação.
- 18% das adolescentes de 15 a 19 anos já haviam ficado grávidas alguma
vez.
- 1 em 3 adolescentes de 19 anos já são mães ou estão grávidas do 1o filho.
- 1 em 10 adolescentes de 15 a 19 anos já tinham 2 filhos.
- 49,1% destes filhos foram não planejados.
- 20% das adolescentes residentes na zona rural tem pelo menos um filho.
- 13% das adolescentes residentes na área urbana tem pelo menos um filho.
- 54% das adolescentes sem escolaridade já haviam ficado grávidas.
- 6,4% das adolescentes com mais de 9 anos de escolaridade ou já eram
mães ou estavam grávidas do 1o filho.
- 20% das adolescentes residentes na região norte tem pelo menos 1 filho.
- 9% das adolescentes residentes na região centro-oeste tem pelo menos 1
filho.
Para evitar esse percentual de gravidez precoce, é preciso que toda
adolescente tenha uma boa orientação.
2.2 – A família diante da gravidez da adolescente
O medo e a repressão social e familiar em que a adolescente vai enfrentar,
faz com que ela no auge de seu desespero esconda a gravidez, isto durante os
três primeiros meses, sendo esses, os mais, importantes de uma gestação.
A adolescente deixa de tomar seus devidos cuidados o que pode se tornar
um grave problema para ela e também para o bebê, principalmente quando
nota a transformação de seu corpo.
Sem alternativas, ela busca refúgio através de simpatias, chás, e até
promessas.
Sentindo-se sozinha e abandonada pelo namorado, é obrigada a revelar e
dividir esse problema com a familia, mesmo com a cobrança dos pais que irá
enfrentar. Com a sua auto-estima fortemente abalada, e seu sentimento de
culpa cada vez maior, ela abandona os estudos, que deveria ser o fator mais
importante de sua vida.
A adolescente sem o apoio da família, se sente acuada, passando a viver
uma gravidez com muitas perdas e cortes, perdas em seu desenvolvimento, na
sua identidade, na expectativa de um futuro, e por fim na confiabilidade e
proteção de quem mais necessita nesse momento.
É importante que a família transfira à adolescente gestante muita atenção e
confiança, tanto fisicamente como psicologicamente, para que tenha um parto
sem problemas.
Após o parto, é necessário que ela seja acolhida e amparada para que
possa continuar sua vida e tomar conta desse filho que depende dela.
É importante que a adolescente tenha a oportunidade de retomar seu papel
de mulher, de adolescente e de cidadã. Precisa experimentar seu papel de
mãe, e de se permitir ou não ter outros relacionamentos. Planejar sua
atividade sexual, repensar sua vida escolar e profissional desenvolvendo sua
auto-estima para poder viver plenamente.
2.-3 – Planejamento familiar como uma alternativa
Antigamente, o padrão moral era bem mais rígido e condenavam,
irremediavelmente, as mulheres que iniciavam a vida sexual antes do casamento.
“É importante salientar que a questão da virgindade não pode ser analisada ou
entendida dentro de uma visão maniqueísta do certo ou errado, se faz bem ou mal
continuar virgem ou deixar de ser. Isto demonstraria uma limitação de
conhecimento e incompreensão frente às transformações que vivem a sociedade”
A partir da década de 60, vários movimentos contestaram os conceitos que
imperavam até então em termos de valores absolutos. A virgindade encarada
como uma espécie de estado natural (obrigatório) da mulher não casada, passou
a ser considerada como um tabu a ser derrubado. Em seu lugar afirma Vitello,
temos agora “o tabu da não virgindade”. Assim as adolescentes, até então
pressionadas pela moral social a chegarem virgens ao matrimônio, viram-se
estimuladas a ter uma vida sexual ativa mais precocemente. Os meios de
comunicação, que passaram a utilizar mensagens eróticas como veiculo de
publicidade dos mais diversos produtos, começaram a divulgar implícita ou
explicitamente, a imagem da jovem liberada como aquela que faz sexo quando e
com quem quiser.
Para o Dr. Fritz a incidência de gravidez na adolescência está crescendo não
só em razão de as meninas estarem se relacionando sexualmente cada vez mais
cedo, como também em decorrência do crescimento da miséria que gera
situações promíscuas.
Assim, por trás do fator “desinformação” somam-se a solidão e alheamento ao
próprio corpo. Mais do que desinformada, as adolescentes parecem muito
sozinhas, por não ter diálogo com os pais ou porque simplesmente não tem com
quem falar. O aspecto da solidão e a falta de carinho interferem no
estabelecimento de vínculos mais fortes o que somente ocorre no momento do
namoro. Quando a jovem não foi suficientemente informada sobre sexo e chega a
engravidar por ignorância em relação a métodos contraceptivos, é muito provável
que opte pela interrupção da gravidez não desejada, enfrentando inúmeras
dificuldades que provocam sérios danos morais e psicológicos. São poucas as que
têm condições de ultrapassar esse momento, por se sentirem sozinhas e
desamparadas, sem apoio de sua família.
III – O aborto
3.1 – O que é aborto?
O aborto é uma questão que divide corações e mentes em todo mundo. Ë um
assunto dilacerante em cada sociedade, que defende a preservação da espécie
humana. Ele acontece com a suspensão espontânea ou comprovada da gravidez
em suas primeiras 08 semanas, quando o feto ainda não pode ter condições
normais de vitalidade. Quando provocado, é considerado delito pela maioria das
legislações e condenado pela moral religiosa.
No Brasil, apesar da pressão contrária de católicos e evangélicos, a comissão
de feministas que estuda a reforma do código penal, sugeriu a ampliação dos
casos em que o aborto é permitido. A proposta se apreciada, legalizará o aborto
nas situações em que ocorrer violência física ou moral contra a mulher. Outra
circunstância a ser aceita, será quando houver fraude em determinados
medicamentos que chegam a causar gravidez indesejada em várias jovens.
Milhões de abortos são feitos clandestinamente por todo Brasil, onde milhares
são internadas com complicações decorrentes desse ato, chegando a morte.
Alguns hospitais públicos brasileiros em determinadas situações fazem o
aborto que é considerado legal em caso de estupro e risco de vida para a
gestante. Os países mais desenvolvidos aceitam o aborto enquanto os mais
atrasados o rejeitam. Para evitar que aconteça essa agressão contra a natureza, a
informação deve começar cedo
3.2 – Métodos Utilizados
Esquartejamento
Esse tipo de morte é a mais fria, consiste em esquartejar o feto ainda
dentro do ventre materno, como qualquer se humano , ele sente dor e medo. Um
feto de apenas um mês ao ser perseguido por algum objeto introduzido dentro do
útero tenta desesperadamente fugir, mas não tem escapatória. Seus movimentos
e a aceleração de seu pulso são sinais não só de que está vivo como também de
seu instinto de sobrevivência.
Retirada do líquido amniótico
Esta é uma das mais lentas e dolorosas maneiras de morrer; o abortista retira o
liquido amniótico de dentro do útero e coloca uma substancia contendo sal. Em
algum tempo, a criança morrerá, será retirada de sua mãe e finalmente jogada no
lixo.
Sucção
Neste tipo de aborto , o médico suga o bebê e tudo que o envolve,
despedaçando-o . Outra maneira de deixa-lo neste estado é dando a mãe um
remédio muitas vezes vendido em farmácias, que fará o útero expelir tudo o que
estiver em seu interior.
Sufocamento
Esse método de aborto é chamado de “Parto Parcial”. Nesse caso, puxa-se o
bebê para fora , deixando apenas a cabeça dentro, já que ela é grande demais.
Daí introduz-se um tubo em sua nuca, que sugara a massa cerebral levando-a á
morte. Só então o bebê consegue ser totalmente retirado.
3.3 – Matar não é legal
- As providências quando não se quer uma criança devem ser tomadas
antes.
- Os métodos anticoncepcionais.
- Os adultos não podem agredir um ser inocente e indefeso.
- Se hoje matamos um feto, mais cedo ou mais tarde, mataremos também
idosos, pobres, negros, deficientes etc
- A vida é um dom que deve ser preservado o maior tempo possível.
3.4 – Geografia do aborto
A maioria da população do planeta vive em paises com legislação liberal. A
começar pela China, onde o controle demográfico uma estratégia fundamental do
governo. O Japão é um caso especial, visto que não restringe o aborto mas proíbe
radicalmente as pílulas anticoncepcionais. O resultado é uma alta taxa de aborto.
Poucos paises admitiam o aborto até três décadas atrás. A liberação na Inglaterra
em 1967, é considerada um marco no processo. O grupo dos paises onde o
aborto é inteiramente ilegal é bem homogêneo. No Brasil apesar da pressão
contrária de católicos e evangélicos, a comissão de juristas que estuda a reforma
do código Penal sugeriu a ampliação dos casos em que o aborto é permitido. A
proposta , se aprovada legalizará nas situações em que ocorrer violência física ou
moral contra a mulher. Outra circunstância em que será aceito é quando há
fraude, como no caso de falha de determinados anticoncepcionais, causando
gravidez indesejada.
A igreja católica não aceita e brigará contra o projeto. “A vida se forma no
momento da concepção”. Justifica Dom Cláudio Hermenes, Arcebispo de São
Paulo. Ë uma opinião respeitável, fundamentada em argumentos que é impossível
não levar em conta. entretanto, não deixa de ser chocante examinar o mapa
anexo (A Geografia do Aborto) e verificar como as divergências morais a respeito
do assunto seguem um padrão claro.
Numa proporção que dá no que pensar, os países mais desenvolvidos aceitam
o aborto enquanto os mais atrasados o rejeitam.
Estatísticas sobre o aborto
- 1 milhão de abortos são feitos clandestinamente por ano no Brasil.
- 300.000 mulheres são internadas com complicações decorrente de abortos
clandestinos.
- 10.000 morrem por causa de abortos mal feitos.
- 205 abortos legais foram feitos até hoje por hospitais públicos no Brasil, em
caos de estupro e risco de vida para a mulher.
- 47% das mulheres que fazem abortos tem até 19 anos.
3.5 – Argumentos contra o aborto
O grande argumento anti-aborto é o questionamento da idéia de que dentro de
um tempo o feto não está vivo. Isto já foi assunto para pensadores como
Aristóteles e São Tomás de Aquino.
Os grupos contra o aborto defendem que a genética já ofereceu provas de o
DNA está completo já no óvulo fecundado, acabando com a proposição de que o
aborto não é assassinato.
Como citado nessa pesquisa a Igreja Católica demonstra ser contra o aborto.
O Papa João Paulo II em sua visita ao Brasil, Pregou contra está pratica.
Argumentando: - Matar uma criança é acabar com uma vida.
3.6 – Médicos evitam aborto legal
Existe um conselho profissional entre os médicos quando se trata de aborto
feito em gestante que corre risco de vida. A maioria dos profissionais concorda
côa a necessidade do procedimento, no entanto, muitos aceitam interromper uma
gravidez nessas circunstâncias. Apoiando-se no fato de não existir leis
complementares regulamentando a prática do aborto legal, tentam se livrar do
atendimento a grávida vitima de estupro.
Alguns médicos titulares de ginecologia dizem ser favoráveis ao atendimento
restrito de dois casos previstos pelo Código Penal: risco de vida e estupro.
Nesses casos foi estabelecido que as grávidas estupradas devem solicitar o
aborto por via judicial, o que é exigido por lei, mesmo assim é preciso ter certeza
na história apresentada por uma mulher de que ela foi realmente estuprada . Caso
contrario seriam irresponsáveis se baseassem em relatos ou em um simples
boletim de ocorrência.
3.7 - Eu preciso abortar – grito sufocante
Condenável perante a lei, pecaminosa aos olhos da Igreja e ignorada por parte
da sociedade, essa afirmação é repetida pelo menos 1,5 milhões de vezes por ano
no Brasil. Consuma-se de maneira clandestina e, em 80% dos casos, inseguros:
cerca de 9 mil mulheres por ano morrem no país em conseqüência de abortos
feitos sem acompanhamento médico. A interrupção da gravidez, no Brasil só é
permitida quando a gestante corre risco de vida ou quando a gravidez resulta de
estupro. Os demais casos configuram crime segundo o Código Penal – mas
acabam “resolvidas” à revelia da lei e sem condições mínimas de segurança. De
acordo com o Instituto Alan Guttmaclier (EUA), responsável pela mais completa
pesquisa sobre o tema feita na América Latina em 1994, o aborto clandestino é a
terceira causa de morte de mulheres brasileiras. Para alguns, a saída para essa
tragédia nacional é a legalização da prática. Mas há quem defenda a preservação
do tabu. Enquanto a discussão se arrasta, milhares de mulheres são obrigadas a
tomar, sozinhas, a difícil decisão de interromper ou não uma gravidez.
3.8 – Mulheres que por diferentes razões decidiram abortar
Pobreza: “Não vou por um filho no mundo para passar fome”
Ana 19 anos
Não me envergonho de dizer que passei por um aborto. Aconteceu há 13 anos.
Vivia com meu marido, e trabalhávamos em uma oficina de artesanato, fazendo
brinquedos. Éramos muito pobres e nossa 1a filha tinha 2 anos quando percebi
que estava grávida. Fiquei desesperada: Como é que iríamos sustentar um bebê
se o dinheiro mal dava para alimentar a menina? Além disso, eu não podia deixar
de trabalhar nem por um minuto. Decide abortar, meu marido concordou.Fui a
uma parteira, que trabalhava em um quarto nos fundos de sua casa, onde foi feita
uma curetagem. Ela me tranqüilizou dizendo que se desse algum problema
médicos amigos, resolveriam. Não sei que tipo de instrumento usou, ma o aborto
foi feito sem anestesia. Deveria ter evitado essa gravidez , só que era uma pessoa
desinformada. Tinha medo de pílula, achava que ela poderia me matar. Diafragma
não deu certo e muito menos tabelinha. Hoje a luta pela sobrevivência fez com
que eu passasse a acreditar no meu espírito de luta e passei a driblar a miséria,
pensando não por filho no mundo para passar fome.
Aborto desse tipo é qualificado pela lei como crime contra a vida. Se fosse
julgada, poderia se condenada à pena de detenção, aqui no Brasil por três anos
por crime conta a pessoa. Sobraria condenação também para a parteira de um a
quatro anos.
Estupro: - “Quando vi que estava grávida, quis me matar”
Antonia, 20 anos, empregada doméstica.
Fui estuprada e descobri que estava grávida do bandido que fez isso comigo.
Tenho medo de que ele volte para me matar. Vou contar a história desde o início.
Era viúva e trabalhava como doméstica. Um dia quando voltava do serviço, um
homem me agarrou na rua, rasgou minha roupa me deixou nua e cortou meu
rosto. O miserável não chegou a me estuprar, mas me deixou uma cicatriz no
rosto e outra na alma. Passei três anos em tratamento de psicoterapia, tentando
me erguer. A vida perdeu a graça. Mudei-me, e não é que aconteceu de novo e
pior. Estava à noite no barraco com meu filho menor quando alguém bateu em
minha porta. Perguntei quem era e o homem respondeu que era João, nome de
um cunhado meu. Abri a porta e vi um moreno magro de uns 30 anos. Encostando
uma arma em minha cabeça, me empurrou para cama e mandou meu filho ir para
a dele. Arrancou minha roupa e mandou eu ficar de quatro. Daí em diante não
consigo lembrar o que aconteceu. Só sei que doía e que ardia em febre. Não
parava de pensar no filho, acho que ele não reagiu por medo. Viu tudo, sofreu
calado.
Esperei amanhecer mas não tinha animo para nada, me sentia suja. Tomei
vários banhos e ainda assim não passava aquela sensação de imundice. Não fui
trabalhar por dois dias e tive medo de ir a polícia. Quando voltei ao trabalho, fui
demitida . Não tive coragem de dizer o que havia acontecido. Depois do estupro,
passei a ter um corrimento sujo, procurei a Santa Casa e lá me disseram que
estava grávida de seis semanas. Pensei em me matar. A notícia foi pior que o
estupro. Procurei minha ex-patroa e contei tudo, inclusive que queria abortar o
quanto antes para tirar essa imundice de dentro de mim. Desde que aconteceu,
não conseguia parar de ter pesadelos com esse homem. Ela então, me
encaminhou para o hospital onde foi realizado um aborto. Mas, pouco antes do
início do procedimento, os médicos constataram que o feto de três meses estava
morto.
Quando a gravidez resulta de estupro, o aborto é legal desde que praticado por
médico e com consentimento da gestante ou de seu representante legal. No
entanto, mulheres que engravidam de estupradores muitas vezes encontram
dificuldades para ser atendidas. Poucos hospitais da rede pública prestam esse
tipo de atendimento, isso porque as leis complementares que deveriam
regulamentar essa prática ainda não existem de fato. O código penal somente
abrange dois tipos de permissão de aborto: por estupro ou quando a gravidez
coloca em risco a vida da mulher. São essas as duas únicas permissões legais
em vigor no Brasil.
Gestante Soropositivo “não me arriscaria a ter um bebê como eu”
Lúcia 25 anos
Há quatro anos descobri que era soropositivo , contaminada pelo meu marido, um
empresário com quem vivi por dez anos e que, por sua vez, contraiu o vírus
depois de uma transfusão de sangue contaminado. Quando comecei a desconfiar
de que ele estava doente, tive uma briga séria e resolvi passar um tempo fora.
Acabei me apaixonando por uma pessoa e decidimos morar juntas. Transávamos
de camisinha, mais uma delas se rompeu. Voltei para o lugar de origem disposta a
terminar com meu marido, mas percebi que minha menstruação estava atrasada,
me enchi de coragem e resolvi fazer logo dois exames: o de gravidez e o de AIDS.
Deu positivo nos dois, pirei por um tempo, depois, resolvi abrir o jogo, liguei para o
meu namorado distante contando que era soropositivo e pedi para ele fazer o
teste. Nada falei sobre a gravidez.
Meu marido confirmou que era mesmo aidético e que, se eu ficasse ao seu
lado até o fim, assumiria o filho que não era dele. Concordei, até porque meu
namorado, não foi contaminado e faria melhor se fosse viver a vida dele. A minha,
pensava, estava arruinada. A criança, nasceu linda, mais soropositivo. Os
primeiros meses foram terríveis: perdeu peso, não aceitava nenhum tipo de leite,
foi parar em uma incubadeira. A pessoa não tem a menor idéia de como sofre um
recém-nascido soropositivo. Hoje com 3 anos ainda continua muito fraquinha.
Quanto ao meu marido, eu o perdi há um ano e meio e com a sua morte, os
negócios começaram a ir mal e eu passei a ter dificuldades financeiras.
Passando um tempo, arrumei outro namorado, nos apaixonamos e eu não
escondi que era soropositivo. Por mais uma vês, usei camisinha, estourou e eu
engravidei. É uma loucura, mais engravidei. Aconteceu de novo. Não pensei duas
vezes : aborto.
Estou convivendo com a AIDS há dez anos, começo a perceber que o meu
organismo está enfraquecendo, meu filho tem baixa resistência e meu dinheiro
acabou. Por que eu haveria de querer outro filho, com chance de nascer
soropositivo como eu? Foi aí que começou outro sofrimento: onde abortar.
Procurei a equipe medica de um Hospital desesperada, não aceitaram o meu
caso porque seria um aborto ilegal.
Fui a quatro clínicas clandestinas, mais todos os médicos tiravam o corpo fora,
porque tinham medo de lidar com aidético.
Finalmente descobri uma que me cobrou 2 mil reais, onde consegui realizar o
tão necessário aborto. Parecia que uma vida agradecia a mim por se libertar de
um corpo condenado. Não me arrependo. Se não tivesse essa doença, jamais
abortaria. Mais como já havia sofrido muito por um bebê soropositivo, sei o que é
isso.
A gravidez indesejada de mulheres soropositivas é, em geral, um drama
solitário e desasssistido.
Pouco se tem falado sobre isso e muito menos se tem feito. Estranho, até
porque o número de mulheres infectadas pelo HIV vem crescendo de maneira
muito rápida no Brasil: em 1989, a propor;cão entre Homens e mulheres
contaminadas era de 126 para 1. Dez anos mais tarde, essa proporção havia
caído para 5 para1 e, hoje, a tendência “um caso masculino para cada caso
feminino” não está longe de virar realidade. Os dados são do Ministério da Saúde.
Atualmente, alguns projetos de lei tramitam nas comissões do Congresso
propondo o aborto legal em caso de contaminação da gestante pelo HIV.
Mas, mesmo alguns defensores da legalização do aborto hesitam em defender
a proposta. Do ponto de vista moral e religioso, muitos estudiosos argumentam
que esse tipo de prática pode alimentar o princípio da “Eugenia”, ou seja, uma
depuração da espécie por meio da eliminação de fetos imperfeitos.
Do ponto de vista da ciência, argumenta-se que nada leva a crer que a
gravidez coloca a mulher soropositiva em situação de risco de vida, exceto
aquelas cujo sistema imunológico está muito debilitado. Em relação à criança, o
risco de ela nascer soropositiva é de 30% contra 70% de chances de nascer
plenamente saudável. Além disso, já se sabe que, se a grávida soropositiva
receber dose regular de AZT durante a gestação, as chances de soropositividade
para o recém-nascido caem de 30% para 8%. E finalmente, haverá sempre a
chance de o bebê eliminar os anticorpos maternos até por volta dos 18 meses.
O que muitos médicos defendem é uma espécie de tratamento “preventivo”
para a grávida soropositiva que pretende dar a luz, desde o início da gravidez
salvando o próprio filho.
Gravidez indesejada: “Abortei porque quis; não me sinto
culpada”
Sandra 20 anos
Nasci e cresci no interior, em uma sociedade conservadora. Na época de
faculdade conheci Marcelo com quem me casei. Tivemos dois filhos. Sempre
estudamos e trabalhamos. Um dia, decidi que era hora de parar de tomar pílula.
Marcelo pensou em fazer vasectomia, mais, como o tempo passava e ele não de
decidia, resolvi colocar um DIU. Na época, minha menstruação estava
desregulada. O médico, então, pediu que antes eu fizesse um teste de gravidez.
Deu positivo. Foi um baque para mim . Pensei nos meus filhos, no quanto
trabalhamos para dar uma vida decente a eles. Falei para o Marcelo que estava
decidida a abortar. Ele vacilou mais acabou cedendo.
Por indicação de uma amiga procurei uma clínica coligada a uma maternidade,
coisa de primeiro mundo. Conversei longamente com o médico e acertamos que,
além do aborto, faria também uma ligadura de trompas. Os honorários ficaram em
torno de 1 mil reais. No dia do aborto, entrei com Marcelo pela porta da frente da
clínica sem parecer bandida. Deveria apenas dizer o seguinte: Vim para me
internar. Era a senha. Tive um ótimo anestesista, uma enfermeira ultracompetente,
almoço completo e quarto privativo. Saí no final do dia bem disposta e pela porta
da frente. Fizeram a curetagem manual e ligadura. Não tive qualquer complicação
de saúde, tudo foi um sucesso. Abortei de maneira segura.
Sei que aos olhos de muita gente minha história é condenável, mais acho que
existe uma grande dose de cinismo quando o assunto é aborto.
A classe médica brasileira aborta, e muito ! O problema é que ninguém conta,
ninguém sabe e viu. E as mulheres acabam assumindo aquela conversa de que o
aborto é algo medonho. É uma mentira perpetuada pelas conveniências sociais.
Para a mulher de classe média ou alta o aborto está resolvido, ao contrário das
mulheres pobres. As que possuem recursos financeiros pagam altos honorários
médicos estipulados pelas clínicas clandestinas, onde boa parte delas realizam
abortos em condições seguras e raramente esses casos acabam em investigação
policial.
Má formação fetal - “Ter a criança seria doloroso e inútil”
Sandra Alves 33 anos
Casei-me com um homem que tinha uma filha. Nos muito bem, mas sentimos
falta do nosso bebê. Quando engravidei, foi uma felicidade. Mais a alegria
terminou quando estava com cinco meses de gravidez. Por meio de um ultra-som
descobrimos que o meu bebê tinha um problema grave uma bolha d`água no
tórax, que comprometia a oxigenação do cérebro e a formação dos pulmões e do
coração. Se nascesse, ele não sobreviveria. Continuar aquela gravidez seria
passar por uma experiência dolorosa e inútil. Sofrimento, mais resolvi abortar
imediatamente. Tinha que cortar um elo com um ser que nasceria para a morte.
Poderia me internar em uma clínica clandestina e resolver o meu problema.
Mas resolvi buscar os meus direitos e descobri que o caminho não é fácil.
Juntamos todos os laudos médicos sobre a condição do feto. Passei por uma
avaliação psiquiátrica , para provar que estava de posse das minhas faculdades
mentais. Contratamos uma advogada que entrou com o pedido de alvará judicial e
procuramos o nosso convênio médico para explicar porque estava solicitando a
cobertura de um aborto. Depois de dias, o alvará foi concedido onde pude marcar
a interrupção. Agora que o pesadelo passou, entendo melhor meu desespero:
tudo o que eu queria era abortar. Só quem passa por esse drama sabe o que
representa para uma mãe gerar um filho para a morte.
A interrupção da gravidez quando o feto tem mau formação grave e
incompatível com a vida é tida como crime pelo Código Penal Brasileiro. O tema é
polemico. Em geral, o embate se dá entre médicos e grupos religiosos. O primeiro,
defende esse tipo de aborto, já os grupos religiosos se mantêm firmes na “defesa
intransigente á vida” mesmo quando ela é inviável.
A lei pune, mais abortos continuam acontecendo clandestinamente.
Capitulo IV – Como prevenir a gravidez não planejada
4.1 – Meios e métodos contraceptivos utilizados
Existem mais meios contraceptivos para serem usados pela mulher do que
para o homem. Entretanto, esse é o tipo de assunto que necessita ser discutido
pelos dois, pois homem e mulher é que fazem um bebê.
Para utilizar corretamente a maioria dos métodos contraceptivos é fundamental
passar por uma orientação médica. Nem sempre determinados métodos são
adaptáveis. Além disso: alguns métodos são contra-indicados para certas
mulheres, por questão de saúde.
Todos têm suas vantagens e desvantagens, e alguns são mais seguros que
outros. Antes de utiliza-los, é necessário ter uma orientação médica.
Bem, vamos aos métodos existentes:
Método da ovulação ou muco
A mulher identifica os dias em que pode engravidar, observando a umidade de
sua vagina. Requer um período de observação e treinamento para que o método
funcione adequadamente.
Tabela, tabelinha ou calendário
A mulher aprende a conhecer o seu ciclo menstrual e a observar o período em
que está fértil. Então, só mantém relações sexuais fora do período fértil.
Camisinha, condom ou preservativo
É um saquinho de borracha fina, para ser colocado no pênis, antes da
penetração na vagina. Além de servir para impedir a passagem dos
espermatozóides para o útero, protege contra as doenças sexualmente
transmissíveis, inclusive a AIDS.
Espermaticidas
São produtos em forma de creme, espuma ou óvulos, que a própria mulher
coloca no fundo da vagina, antes de cada relação sexual. Esses produtos contêm
substancias químicas capazes de destruir os espermatozóides.
Diafragma
É uma capinha de borracha bem macia, com as bordas flexíveis, que é
colocada pela própria mulher, no fundo da vagina, antes da relação sexual. Assim,
impede que os espermatozóides entrem no útero. Normalmente é utilizado
juntamente com algum creme espermaticida.
DIU (Dispositivo intra-uterino)
É uma pequena peça de plástico com uma parte recoberta de cobre. É
colocado, pelo médico, dentro do útero, podendo permanecer aí, em média
durante 5 anos.
Anticoncepcional oral (pílula)
São comprimidos feitos com hormônios artificiais, semelhantes aos produzidos
em nosso organismo. Existem vários tipos de pílulas, com quantidades diferentes
de hormônio. A pílula é praticamente o método mais seguro para evitar uma
gravidez, desde que tomada corretamente.
Coito interrompido
É uma das formas mais antigas de evitar a gravidez (tirar o pênis da vagina
antes da ejaculação, e soltar o sêmen fora). Entretanto, sempre há a possibilidade
de no inicio da relação sexual, estando o pênis molhado, o homem eliminar
espermatozóides que estavam guardados nos canais deferentes. É, então,
possível à ocorrência de gravidez. Além disso, o homem precisa ter um controle
muito grande para não ejacular dentro da mulher. Por isso, é bom não confiar
neste método.
Todos os métodos citados são considerados temporários. Isto significa que
quando se quiser engravidar é só parar de usá-los. Além destes, existem dois
métodos considerados permanentes, isto é, irreversíveis. Estes métodos não são
indicados para adolescentes. São eles:
Ligadura de trompas
Cirurgia feita na mulher. As trompas são cortadas, impedindo que o óvulo
encontre espermatozóides. Após a cirurgia; a mulher não mais engravida.
Vasectomia
Cirurgia feita no homem. Os canais deferentes são cortados, logo acima dos
testículos, impedindo que os espermatozóides se juntem aos líquidos da próstata
e vesículas seminais. Não havendo espermatozóides no liquido da ejaculação,
não haverá possibilidade do homem engravidar a mulher.
Embora não recomendados para adolescentes, estas cirurgias (vasectomia e
ligadura) não prejudicam a vida sexual.
Não basta saber que existem métodos contraceptivos, é preciso decidir sobre o
momento certo de usar algum deles e ter a devida informação sobre as vantagens
e desvantagens de cada um, através de médicos ou serviço de saúde.
CONCLUSÃO
A sociedade espera que a mulher mãe assuma o papel de socialisadora dos
filhos, não importando a idade. A maternidade na adolescência é vista como
transgressão, um desvio nos padrões e valores dominantes.
Pressionada pela família e pela religião no sentido da responsabilidade
necessária diante das implicações do ser-mãe, a adolescente assume, apesar de
sua pouca idade o papel de mãe sem ter completado sua maturidade biológica e
psicológica. Estes fatos acarretam sérios danos ao binômio mãe X filho.
A maternidade na adolescência, especialmente para a massa mais
empobrecida e explorada que, não tendo condições mínimas para desempenhar o
papel de mãe, seja socialmente e economicamente, representa a mudança de
condição na vida de toda a família.
Vários fatores afetam e interferem na problemática de saúde materna infantil,
desestruturação familiar e alcoolismo, estupro e outros. Sendo assim, através da
intervenção profissional, e necessário atender e orientar a adolescente no sentido
de sensibiliza-la para a problemática existente, levando-a a equacionar suas
necessidades e alcançar prováveis soluções e melhores níveis de vida.
Na realização desse trabalho, é importante dizer que todos os dados
pesquisados, são de grande valia porque oferecem subsídios para que em uma
futura atuação como terapeuta familiar, será possível desenvolver um trabalho
consciente e com boas perspectivas de acertos co adolescentes.
Bibliografia
1 – SOUZA, Ronaldo Paguocelle de. “Nossos Adolescentes.” 1a ed. Porto Alegre:
Ed. da universo. Fed. do R. G. Sul, 1987.
2 – DECACH, Solange. “Maternidade Dádiva ou Sacrifício” in. Anais do Seminário
Reprodução Humana. Rj. , 1986
3 – PRADO, Danda. “Maternidade Opção e fatalidade”. In: Anais Seminário
Reprodução Humana”, Rj., 1986
4 – IDAC, “Ter filhos, uma escolha consciente?” 1a ed. Rj. , 1986.
5 – DACACH, S. , “Maternidade : dádiva ou sacrifício?”, In: Seminário sobre
“Direito da reprodução Humana”, Rj. , 1985.
6 – FERRO, C. , “Sexualidade feminina - um estudo de caso em área periférica”.
7 – CHODOROW, N. “Estrutura Familiar e Personalidade Feminina”, in: Lamplere,
Lanise, cord. , “A mulher, a cultura e a sociedade.” Tradução: C. Ankier. Rj: Paz e
terra, 1979.
8 – BARROSO, Carmem e BRUSCHINI, Maria Cristina A. “Educação Sexual:”
Debate Aberto. Petrópolis: Vozes , 1982.
9 – GAUDERER, E. , Christian. “Adolescência, os jovens e nós uma visão
pessoal”, In , vol. 47, nº 6 , 1984.
10 – GONÇALVES, Denise Mendes “Mamãe,” peguei barriga “e agora?” Niterói:
Biblioteca ESS – UFF, 1986.
11 – IPLAN / IPEIA – Unicef – Fundação Carlos Chagas “Gravidez na
Adolescência”. Série instrumentos para ação nº 6. Brasília, 1986.
12 – SOLANO, Janne Rosangela Petrorossi, “Fundação Centro Brasileiro Para
Infância e Adolescência “ - ICBIA.
13 – Pesquisa via Internet
14 – Bem Estar, publicação da Danone, “Educação” , junho1999.
15 – Revista “Marie Claire” – Eu preciso abortar. , nº 65 – agosto de 1996.
Relatório sobre meu estágio
Durante os meses de março, abril e maio de 2002 realizei o meu estágio de
observação no NAF (Núcleo de Atendimento à Família).
O NAF é um projeto do governo Estadual implantado nos municípios. Visa
atender famílias numerosas e excluídas da sociedade, por se encontrarem sem
emprego, moradia, escolaridade e muitas vezes sem documentação. Portanto seu
principal fator é a mudança do quadro de pobreza e o fortalecimento a famílias
que se encontram desamparadas. Através de acompanhamento psicossocial
restabelece a auto estima e efetiva diversos encaminhamentos a creches, escolas,
hospitais, supletivos, além de formação de cooperativas e distribuição de cesta
básica aos que mais necessitam.
O NAF, tem como objetivo em suas ações, facilitar a promoção das famílias
inserindo-as no mercado de trabalho e conseqüentemente possibilitar a inclusão
na sociedade, adquirindo desta forma, o direito a cidadania.
No município de Niterói o projeto foi implantado através da Secretaria de
Integração e Cidadania e Promoção Social. Existem vários núcleos, sendo o
mais central localizado na Av. Ernani do Amaral Peixoto 116 – 4º andar, fone
26204514, tem como coordenador o Sr Lourenço Araújo Marins, que também
sendo psicólogo, faz atendimento a várias famílias, encaminhadas até a essa
secretária. Trabalham com ele, vários técnicos e administrativos que juntos se
reúnem para discutir e analisar todos os problemas apresentados, procurando
dar uma solução favorável aos casos.
Os técnicos, cuidam do atendimento psicossocial, cadastramento, acolhimento
de família e suas demandas, procurando levar seus membros a várias atividades
sócio educacionais. Recebem orientação sobre planejamento familiar, direitos
humanos, gravidez precoce, drogas, doenças sexualmente transmissíveis.
Várias associações são assistidas pelo NAF exemplo:
- Associação dos Moradores do Morro do Céu
- Associação do Morro do Santo Cristo
- Associação do Morro Beltrão
- Associação do Morro do Cubango e outras.
Objetivo do NAF
Atender famílias excluídas socialmente e que tenham crianças e adolescentes
em situação de vulnerabilidade pessoal ou social.
Proposta de metodologia de atendimento do NAF
Está relacionada à estrutura metodológica e operacional de projeto NAF “Ação
Integrada para superação da pobreza Brasil em famílias”.
Em 2001, foram cadastradas 1200 famílias distribuídas pelos seguintes bairros:
Centro, Beltrão, Icaraí, Barreto, Preventório, Ilha da Conceição, Fonseca, Vila
Ipiranga, Santo Cristo e outros.
Vários cursos profissionalizantes são implantados nas associações e que tem
acompanhamento dos técnicos do NAF. Podemos exemplificar: corte e costura,
alfabetização, cabeleireiro, artesanato, manicure e curso de cooperativismo.
Para participar desses cursos, as famílias devem ser cadastradas nas
associações.
Participei de varias reuniões nesse período de estagio. Entre elas, cito a que
aconteceu dia 13/ 03/ 02 no CRIAA (Centro Regional Integrado de Atendimento ao
Adolescente). Esse centro é uma ONG da UFF faz parceria com o NAF, e tem
como objetivo acompanhar adolescentes que são dependentes químicos, fazem
tratamentos acompanhados de suas mães. Não existe participação dos pais.
O assunto discutido foi à criação de uma cooperativa em que todas as mães
participaram. Essa cooperativa será organizada da seguinte maneira:
- Confecção e venda de quentinhas.
- A renda será distribuída entre elas para pagamento dos filhos que se
encontram em tratamento.
- Trabalhos serão decididos através de regras que devem ser respeitadas
pelos membros/assembléias.
- Terem condição de gerar boa produtividade.
- Qualquer decisão do grupo será discutida em reunião sob orientação de
técnicos.
- Na falta de um membro será necessário um aviso com antecedência para
não haver problemas.
- O material para o trabalho será doado pela prefeitura.
- Quanto aos gastos haverá controle para que os custos não sejam altos.
- Foi datado o dia para votação da diretoria em 14/04/02.
- O pagamento das quentinhas vendidas será feito pelo coordenador da
reunião.
O CRIAA assiste a 30 adolescentes e 15 mães, e está localizado no Barreto.
Dia 19 de março de 2002
Conheci o NAF – Santo Cristo onde estive durante à tarde toda. Está
localizado no bairro do Fonseca em Niterói, na associação de moradores.
É um projeto do governo federal, voltado para atividades culturais. Lá, se
encontra o maior índice de violência, e por isso a comunidade foi escolhida.
Houve uma articulação do NAF / estadual com o NAF / federal. Está articulação
resultou em atividades como as de “Dinâmicas, promoção de eventos, e cursos
profissionalizantes” (corte de costura, alfabetização de adultos e jovens). É
desenvolvido no mesmo espaço, o projeto Agente Jovem. Realizam, palestras e
seminários com famílias. Os assuntos discutidos são: Direitos Humanos -
Gravidez precoce – Drogas - Doenças sexualmente transmissíveis - Planejamento
familiar. É composto por dois técnicos (psicólogo e assistente social) e um
administrativo. Aos poucos o NAF – Santo Cristo está conseguindo conquistar
essa comunidade.
Os outros dias participei de vários atendimentos com mães a procura de
emprego e para se cadastrar afim de ter direto a cesta básica, legalização de
documentos etc.
Foi um estágio diferente, mas de grande valia, principalmente para mim que
estou concluindo o pós de Terapia Familiar. Com ele, pude adquirir soluções de
como me aproximar de vários problemas apresentados e de como chegar a uma
solução favorável a todos, diminuindo ou tentando diminuir toda problemática
apresentada.
Recommended