Planejamento do ensino e sequências didáticas

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PLANEJAMENTO DO ENSINO:

(RE)SIGNIFICANDO CONCEITOS,

REPENSANDO A PRÁTICA

“[...] ensinar não é transferir conteúdo a

ninguém, assim como aprender não é

memorizar o perfil do conteúdo transferido

no discurso vertical do professor. Ensinar e

aprender têm que ver com o esforço

metodicamente crítico do professor de

desvelar a compreensão de algo e com

empenho igualmente crítico do aluno ir

entrando como sujeito em aprendizagem,

no processo de desvelamento que o

professor ou professora deve deflagrar”

Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia

Por que planejar o ensino?

Porque... a educação formal requer ação

sistemática, organizada e intencional (o planejamento do ensino é a atividade que prepara, organiza e orienta a ação docente);

através do planejamento, busca-se racionalizar a ação, sintonizar intenções (ou objetivos) com os meios e os resultados pretendidos;

Porque o planejamento...

nos leva a expor e justificar nossas

práticas e, assim, a compreender

melhor o que fazemos.

proporciona segurança para a atuação

do professor, que poderá abordar com

mais confiança aspectos imprevisíveis

que surgem na ação;

potencializa a reflexão sobre a prática docente.

Prática pedagógica: incertezas e

imprevisibilidade

Edgar Morin (1996, p. 284): planejamento como

“estratégia” e não como “programa”.

Programa: cadeia de passos prescritos a serem

seguidos rigorosamente e em sequência.

Estratégia: é a arte de trabalhar com a incerteza,

compondo cenários de ação que podem se

modificar em função de informações,

acontecimentos e imprevistos no curso das ações, em seu conjunto.

Planejamento: programa ou estratégia?

Duas perspectivas do planejamento do ensino

como ação burocrática, que consiste no

preenchimento de fichas/elaboração de

planos a serem entregues à

coordenação pedagógica da escola;

como atividade criativa, que pressupõe

conceber e organizar modos de

intervenção em sala de aula para a

promoção de aprendizagens.

Dois modos de conceber o ensino e seu planejamento:

Ensinar = transmitir saberes:

Planejamento do ensino centrado na organização da fala do professor em aulas expositivas.

Preocupações do professor:

o que dizer sobre o tema aos alunos (que

informações e exemplos selecionar para a aula);

que exercícios de fixação propor;

O planejamento não é neutro; está

necessariamente vinculado a uma concepção de ensino.

Ensinar = assinalar caminhos para a

aprendizagem:

o ensino e seu planejamento são

concebidos para potencializar a ação dos

estudantes como sujeitos da

aprendizagem.

preocupações do professor:

selecionar os conteúdos de

aprendizagem;

elaborar estratégias que favoreçam a interação dos

alunos com os objetos do conhecimento;

identificar o que fazer para mobilizar os

alunos para a aprendizagem em sala de aula;

definir quais situações apresentar como problema

inicial a motivar o estudo do tema;

decidir como recuperar o que os alunos já sabem a

respeito do tema ou outros conhecimentos a ele

relacionados;

estabelecer que recursos utilizar para tornar a aula

mais interessante e motivadora;

escolher situações para introduzir as explicações ou

narrativas da disciplina acerca do tema.

AS SEQUÊNCIAS

DIDÁTICAS COMO

FERRAMENTAS DE

PLANEJAMENTO

PEDAGÓGICO

Para Antoni Zabala, sequências didáticas são

“um conjunto de atividades ordenadas,

estruturadas e articuladas para a realização

de certos objetivos educacionais, que têm

um princípio e um fim conhecidos tanto pelos

professores como pelos alunos”, que “têm a

virtude de manter o caráter unitário e reunir

toda a complexidade da prática, ao mesmo

tempo que (...) permitem incluir as três fases

de toda intervenção reflexiva: planejamento, aplicação e avaliação.” (1998, p.18)

Numa sequência didática devem existir atividades:

Que permitam determinar os

conhecimentos prévios dos

alunos em relação aos novos conteúdos de aprendizagem.

Em que os conteúdos são propostos de

maneira significativa e funcional para os estudantes.

Que devem ser adequadas ao nível de desenvolvimento de cada estudante.

Que representem desafios possíveis para o estudante e que permitam a percepção da zona de desenvolvimento proximal sobre a qual se possa intervir.

Que promovam uma atitude favorável e

que sejam motivadoras em relação à aprendizagem dos novos conceitos.

Que estimulem a autoestima e o

autoconceito do estudante em relação às

aprendizagens, para que ele perceba que

seu esforço vale a pena.

Que facilitem a aquisição de habilidades

ligadas ao aprender a aprender, para que

o estudante se torne cada vez mais autônomo

frente aos processos de aprendizagem.

Sequência Didática – um mapa conceitual

Referências Bibliográficas

AGUIAR Jr. Orlando. Planejamento de

ensino. SEE MG. 2005.

ZABALA, Antoni. A prática pedagógica: como

ensinar. Porto Alegre, Artmed, 1998.

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