ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 37

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narrativa-resumo

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comentário

romance

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paixão

referir relação real

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Baltasar e Blimunda representam, em Memorial do Convento, um relacionamento assente no amor puro e livre e não em conveniências de qualquer espécie.

Estas duas personagens vivem, de facto, um amor verdadeiro, selado pela cruz que Blimunda traça no peito do seu amado Baltasar com o sangue da sua virgindade.

Contrariamente ao casamento real, celebrado de acordo com os cânones a religião católica, a relação de Baltasar e Blimunda vive da aceitação mútua, da fidelidade, da permanência o desejo e da perenidade do amor.

Apesar de uma vida de privações, nunca a sua relação esfriará. Nem mesmo a morte os conseguirá separar: a fogueira da Inquisição não impedirá a recolha da «vontade» de Baltasar no seio de Blimunda.

Vê o quadro da p. 232, sobre a estrutura de Memorial do Convento. Salienta-se aí a existência de três planos narrativos, que nos são dados em relativa alternância mas se vão encontrando, intersectando-se, aqui e ali.

No caso do capítulo que temos nas pp. 243-247 do manual, o plano narrativo em foco é o que diz respeito à construção da passarola, mas há também alusões ao plano das relações de Blimunda e Baltasar: logo no início (ll. 1-2) é dito que Baltasar recorda Blimunda;

ao conversar com o padre (p. 245, l. 31), Baltasar tenta obter esclarecimento sobre o mistério que é Blimunda, mas Bartolomeu, numa frase, confessa o carácter extraordinário, mágico, de Blimunda: «voar é uma simples coisa comparando com Blimunda».

Quanto ao plano narrativo da construção do convento, não creio haja neste capítulo alguma sua peripécia.

Já que falámos num dos tipos de sequencialização da narrativa, a alternância (entenda-se, entre cada um dos planos, «à telenovela»), vejamos se os outros dois tipos também aparecem. Com efeito, haverá encaixes (por exemplo, no capítulo 19, temos, intercalada, contada por narrador que é personagem do 1.º nível narrativo, Manuel Milho, a história da rainha e do ermitão).

E, se considerarmos cada plano autonomamente, o tipo de articulação narrativa predominante é o encadeamento, a mais básica das articulações possíveis (ainda que o estilo de Saramago, com prolepses e recuos, avanços rápidos da narrativa entre capítulos, descrições pormenorizadas longas, esbata a percepção dessa narração bastante sequente).

No caso do plano da passarola, podemos ver sintetizados os episódios que o constituem na p. 248 do manual (as sequências das intrigas dos planos da construção do convento e da relação Baltasar/Blimunda estão nas pp. 254 e 259).

Já vimos que, em Memorial do Convento, como é de regra nos romances históricos, as peripécias da ficção vão-se cruzando com factos históricos verídicos (em que se ancora a intriga ficcionada). Neste capítulo sexto há referências às primeiras experiências que o Padre Bartolomeu levara a cabo (p. 244, ll. 26-28), que são verdadeiras (1709): «faz dois anos que voei, primeiro fiz um balão que ardeu, depois construí outro que subiu até ao tecto duma sala do paço, enfim outro que saiu por uma janela da Casa da Índia e ninguém tornou a ver».

Ocupemo-nos também com o espaço físico. No capítulo V, lido há duas aulas, a acção decorria no Rossio, durante um auto-de-fé. Neste capítulo sexto (p. 243), começa por se mencionar o Terreiro do Paço, onde vemos João Elvas, Baltasar e, a chegar, o Padre Bartolomeu. (João Elvas integra a cena claramente para se poder aludir à fama do Voador.)

Depois, Baltasar e Bartolomeu percor-rem uma série de ruas nas imediações, até que (p. 245), no Corpo Santo — isto é, cerca do Cais do Sodré, Rua do Arsenal —, o padre aluga uma mula, para irem a S. Sebastião da Pedreira, sendo-nos sintetizado o percurso até à chegada (p. 246, l. 8) à quinta do Duque de Aveiro, espaço privilegiado do plano narrativo da construção passarola.

8. Baltasar dispensa a

compreensão dos procedimentos e a sua fundamentação científica. Ao seu empirismo basta a semelhança do desenho com uma ave, para acreditar que aquela máquina poderá voar.

9.1 O passo atrás de Sete-Sóis significa

a sua perplexidade. Volta a recuar, mas com medo e benzendo-se, ao ouvir o que lhe parecia uma heresia. Porém, depois de ter ouvido e olhado, compreendeu quanto lhe bastava e, já com confiança, sorriu, levantou os braços e selou o seu compromisso com o padre voador.

TPC — (1) Lê os textos sobre o Padre Bartolomeu de Gusmão no manual (pp. 268, 269-270); num texto de cerca de até cento e vinte palavras compara as personalidades de Howard Hughes e Bartolomeu Lourenço de Gusmão. [evitar sebentas]

(2) Em Gaveta de Nuvens, lê as instruções para a tarefa grande, a entregar até à penúltima semana do 2.º período.

A pretexto da Semana das Línguas, ficará no bloco C, no átrio próximo do CRE, a reprodução da exposição com escritos a propósito de textos de José Gomes Ferreira, feita em 2004-2005 por muitos dos alunos que estão agora no 12.º ano (ou no 11.º ano) e que estavam então nas turmas 7.º 1.ª, 2.ª, 3.ª, 5.ª e 6.ª.