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Fone: (65) 3624-4404 www.fatoconcursos.com.br Curso Preparatório: CEPROMAT 1 Gramática Aula 01 – Morfologia PARTE I – MORFOLOGIA (TEORIA) Estrutura e Processo de Formação de Palavras Os elementos constituintes da palavra são: Radical, Afixos, Vogal Temática, Tema, Desinência e Letras de Ligação. 1) Radical: É o elemento primário da palavra, em torno do qual se juntam os outros elementos de formação; O radical é obtido através da eliminação dos elementos secundários; As palavras que possuem o mesmo radical são chamadas de cognatas. Ex: Ferr o, ferre iro, ferr amenta, enferr ujado – Radical é FERR 2) Afixos: São elementos que se ligam ao radical, antes ou depois; Os afixos são chamados de prefixos, quando colocados antes do radical e sufixos, quando colocados após o radical. Ex: Desleal (Des – Prefixo, leal – Radical), lealmente (leal – Radical, mente – Sufixo). 3) Vogal Temática: É o elemento que se une ao radical antes das desinências; A vogal temática só aparece em algumas formas verbais e nominais. São as vogais A, E, O usadas para indicar formas nominais. Ex: Pente, livro, casa. São as vogais A, E, I usadas, fundamentalmente, para indicar a conjugação a que o verbo pertence; A vogal temática “A” indica que o verbo é da 1ª conjugação (andar, levar, amar, etc); A vogal temática “E” indica que o verbo é da 2ªª conjugação (viver, conhecer, etc); A vogal temática “I” indica que o verbo é da 3ª conjugação (partir, sorrir, etc); Ex: Vender: Vend + e +mos 4) Tema: É o radical acrescido da Vogal Temática Ex: Cantar: Cant + a + r (Tema – Canta) Vender: Vend + e + mos (Tema – Vende) 5) Desinência: São os elementos que indicam flexões; Podem ser nominais e verbais; Nominais: Indicam o gênero e número; Gênero “O” para o masculino (aluno) e “A” para o feminino (aluna); Número “S” para o plural (bonitos) e sem flexão para o singular (bonito); a) Verbais: Quando indicam o número e a pessoa (número-pessoais) e o tempo e o modo (modo-temporais); Número-pessoais: 1ª pessoa do singular Não possui 2ª pessoa do singular S 3ª pessoa do singular Não possui 1ª pessoa do plural MOS 2ª pessoa do plural IS – DES 3ª pessoa do plural M (nasal) Modo-temporais: Gerúndio NDO Particípio DO – TO Infinitivo R Imperfeito do Indicativo VA (1ª conj) – A (2ª e 3ª conj) Mais-que-perfeito RA – RE Imperfeito do subjuntivo SSE Futuro do presente RE – RÁ Futuro do pretérito RIA – RIE Futuro do subjuntivo R Presente do subjuntivo E – A Estrutura principal da formas verbais: R – VT – DMT – DNP Exceção: Pres. indicativo – (1ª pessoa singular não apresenta vogal temática nem desinência modo-temporal; as outras pessoas não apresentam desinência modo-temporal) Pres. subjuntivo – (não apresenta vogal temática em todas as pessoas) Pretérito Perfeito – (desinência modo-temporal = desinência número-pessoal) 6) Letras de Ligação: São letras que se acrescentam à palavra para facilitar a pronúncia; As letras de ligação são: Vogais : Gasômetro – Gás + o + metro Consoantes: Cafezal – Café + z + al Processos de formação de Palavras GRAMÁTICA

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Curso Preparatório: CEPROMAT 1 Gramática

Aula 01 – Morfologia PARTE I – MORFOLOGIA (TEORIA) Estrutura e Processo de Formação de Palavras Os elementos constituintes da palavra são: Radical, Afixos, Vogal Temática, Tema, Desinência e Letras de Ligação. 1) Radical: É o elemento primário da palavra, em torno do qual se juntam os outros elementos de formação; O radical é obtido através da eliminação dos elementos secundários; As palavras que possuem o mesmo radical são chamadas de cognatas. Ex: Ferro, ferreiro, ferramenta, enferrujado – Radical é FERR 2) Afixos: São elementos que se ligam ao radical, antes ou depois; Os afixos são chamados de prefixos, quando colocados antes do radical e sufixos, quando colocados após o radical. Ex: Desleal (Des – Prefixo, leal – Radical), lealmente (leal – Radical, mente – Sufixo). 3) Vogal Temática: É o elemento que se une ao radical antes das desinências; A vogal temática só aparece em algumas formas verbais e nominais. São as vogais A, E, O usadas para indicar formas nominais. Ex: Pente, livro, casa. São as vogais A, E, I usadas, fundamentalmente, para indicar a conjugação a que o verbo pertence; A vogal temática “A” indica que o verbo é da 1ª conjugação (andar, levar, amar, etc); A vogal temática “E” indica que o verbo é da 2ªª conjugação (viver, conhecer, etc); A vogal temática “I” indica que o verbo é da 3ª conjugação (partir, sorrir, etc); Ex: Vender: Vend + e +mos 4) Tema: É o radical acrescido da Vogal Temática Ex: Cantar: Cant + a + r (Tema – Canta) Vender: Vend + e + mos (Tema – Vende) 5) Desinência: São os elementos que indicam flexões; Podem ser nominais e verbais;

Nominais: Indicam o gênero e número; Gênero “O” para o masculino (aluno) e “A” para o feminino (aluna); Número “S” para o plural (bonitos) e sem flexão para o singular (bonito);

a) Verbais: Quando indicam o número e a pessoa (número-pessoais) e o tempo e o modo (modo-temporais); Número-pessoais:

1ª pessoa do singular Não possui 2ª pessoa do singular S 3ª pessoa do singular Não possui 1ª pessoa do plural MOS 2ª pessoa do plural IS – DES 3ª pessoa do plural M (nasal)

Modo-temporais:

Gerúndio NDO Particípio DO – TO Infinitivo R Imperfeito do Indicativo VA (1ª conj) – A (2ª e 3ª conj) Mais-que-perfeito RA – RE Imperfeito do subjuntivo

SSE Futuro do presente RE – RÁ Futuro do pretérito RIA – RIE Futuro do subjuntivo R Presente do subjuntivo

E – A Estrutura principal da formas verbais: R – VT – DMT – DNP Exceção: Pres. indicativo – (1ª pessoa singular não apresenta vogal temática nem desinência modo-temporal; as outras pessoas não apresentam desinência modo-temporal) Pres. subjuntivo – (não apresenta vogal temática em todas as pessoas) Pretérito Perfeito – (desinência modo-temporal = desinência número-pessoal) 6) Letras de Ligação: São letras que se acrescentam à palavra para facilitar a pronúncia; As letras de ligação são: Vogais: Gasômetro – Gás + o + metro Consoantes: Cafezal – Café + z + al Processos de formação de Palavras

GRAMÁTICA

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Curso Preparatório: CEPROMAT 2 Gramática

Há dois processos de formação de palavras: derivação e composição; Derivação: É o processo de formação de palavras que é feito através do acréscimo de afixos (prefixos e sufixos). Podem ser: Prefixal: quando acrescentamos à palavra um prefixo. Exemplo: Refazer, Desleal, Infiel. Sufixal: quando acrescentamos à palavra um sufixo. Exemplo: Felizmente, Lealmente, Ponteiro. Prefixal e Sufixal: quando acrescentamos à palavra um prefixo e um sufixo, e pudermos retirá-lo(s) sem afetar o radical. Exemplo: Infelizmente, Deslealdade. Parassíntese ou Parassintética: quando acrescentamos à palavra um prefixo e um sufixo e não pudermos retirá-los sem afetar o radical. Exemplo: Repatriar, Anoitecer. Imprópria ou Conversão: É a passagem de uma palavra pertencente a determinada classe gramatical (substantivo, adjetivo, advérbio, etc) para outra classe. Exemplo: fumar (verbo) – o fumar (substantivo) Claro (adjetivo) – Ele fala claro (advérbio) Regressiva ou deverbal: quando há supressão de algum elemento. Exemplo: chutar – chute, atacar - ataque, beijar - beijo. Composição: quando juntamos dois ou mais vocábulos com significação própria. Podem ser: Justaposição: quando não há alteração fonética dos componentes. Exemplo: passa + tempo – passatempo, gira + sol – girassol, guarda + roupa – guarda-roupa. Aglutinação: quando há alteração fonética dos componentes. Exemplo: água + ardente – aguardente, filho de algo – fidalgo. Outros processos: Abreviação: consiste em criar uma palavra reduzindo sua forma primitiva. Ex: cine, cinema, extra, pólio, tevê, pneu. Onomatopéia: é a repetição de vogal ou consoante com o propósito da imitação de determinados ruídos ou sons. Ex: tique-taque, miar, pingue-pongue. Hibridismo: é o processo de formação de palavras compostas por elementos de línguas diferentes. Ex: Automóvel (auto – grego, móvel – latim) Burocracia (buro – francês, cracia – grego) Redobro ou reduplicação: fafá, papai, mamãe Abreviatura ou sigla: INSS, FGTS, UNB...

Classes Gramaticais

Na língua portuguesa há dez classes de palavras ou classes gramaticais: 1 – Substantivo 6 – Verbo 2 – Artigo 7 – Advérbio 3 – Adjetivo 8 – Preposição 4 – Numeral 9 – Conjunção 5 – Pronome 10 – Interjeição As seis primeiras classes são variáveis, isto é, flexionam-se, sofrem alterações na forma. As quatro outras são invariáveis. Substantivo Definição: Nomeia os seres em geral. Classificação: Simples – chuva Composto – guarda-chuva Primitivo – noite Derivado – noturno, noitada, noctívago Comum – homem Próprio – Maria Concreto – Brasil, ar, sombra Abstrato – vida, beijo, beleza, amor Coletivo – girândola ( foguetes) , panapaná (borboletas) Classificação quanto ao gênero: 1. Comum-de-dois (aceita dois artigos) – o, a artista; o, a mártir; o, a consorte. 2. Sobrecomum ( aceita apenas um artigo) – a criança, o cônjuge, o manequim,o algoz. 3. Heterônimo / desconexo – boi / vaca ; pai / mãe ; cupim / arará. 4. Epiceno / promíscuo (nome de bicho) – cobra macho / fêmea; Tigre macho / fêmea. Flexão – Gênero (Masculino / Feminino) Número (Singular / Plural) Grau ( Aumentativo / Diminutivo) Casa pequena – Diminutivo analítico Casarão – Aumentativo sintético Casa Grande – Aumentativo analítico Casebre – Diminutivo sintético Variações semânticas do significado entre o singular e o plural Bem (O que é bom) / Bens (Propriedades) Féria (Produto do trabalho) Férias (Dias de descanso) Mudança de significado na mudança de gênero A cabeça (Parte do corpo) / O cabeça (O chefe) A capital (Cidade) / O capital (Dinheiro) A Xerox (Cópia) / O Xerox (Aparelho) A moral (Parte da filosofia / Moral de um fato) / O moral (ânimo) A língua (Idioma / órgão muscular) O língua (Intérprete)

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Curso Preparatório: CEPROMAT 3 Gramática

Palavras somente usadas no plural Ex.: Núpcias, Confins, Costas, Arredores, Afazeres, Trevas, Óculos (mas também óculo, apesar de raro). Plural de Substantivos Compostos Somente o último varia: 1) Nos compostos grafados ligadamente: girassóis, vaivens, pontapés. 2) Nos compostos com as formas adjetivas grão, grã e bel: bel-prazeres, grã-cruzes, 3) Nos compostos de tema verbal ou palavra invariável seguida de substantivo ou adjetivo: beija-flores, abaixo-assinados, alto-falantes, vice-reis, ex-diretores, ave-marias. 4) Nos compostos de três ou mais elementos, não sendo o 2º elemento uma preposição: bem-te-vis. 5) Nos compostos de emprego onomatopéico em que há repetição total ou parcial da primeira unidade: reco-recos, tique-taques. Somente o primeiro varia: a) Nos compostos onde há preposição, clara ou oculta: pés-de-moleque, mulas-sem-cabeça, cavalos-vapor. b) Nos compostos de dois substantivos, onde o segundo exprime a idéia de fim, semelhança, ou limita a significação do primeiro: navios-escola, peixes-boi, salários-família, mangas-rosa. Ambos os elementos variam: Nos compostos de dois substantivos, de um substantivo e um adjetivo ou de um adjetivo e um substantivo: amores-perfeitos, cabras-cegas, decretos-leis, guardas-civis, salários-mínimos, segundas-feiras. Nos compostos de temas verbais repetidos: corres-corres, ruges-ruges. Ficam Invariáveis: Nas frases substantivas: os disse-me-disse, os bumba-meu-boi. Nos compostos de tema verbal e palavra invariável: os ganha-pouco, os pisa-mansinho. Nos compostos de dois temas verbais de significado oposto: os leva-e-traz, os vai-e-volta. Admitem mais de um plural, entre outros: Corre-corre: corre-corres, corres-corres Fruta-pão : frutas-pão, frutas-pães Guarda-marinha: guardas-marinha, guardas-marinhas Padre-nosso: padres-nossos, padre-nossos Ruge-ruge: ruges-ruges, ruge-ruges Plural dos diminutivos Coraçãozinho – Coracõezinhos Rapazinho – Rapazezinhos Florzinha – Florezinhas Adjetivo Definição: Atribui qualidades ou características aos seres. Adjetivo Restritivo: qualidade atribuída.

Adjetivo Explicativo: qualidade inerente, própria. Ex: Mesa redonda – Restritivo

Gelo frio – Explicativo Locução adjetiva: (Prep. + subst.) ou (Prep. + Adv.) - Com valor de adjetivo. Amor de mãe – materno Chuva de verão – estival Olho do céu – celeste Olho da cor do céu – cerúleo Dias de hoje - hodiernos Adjetivo – Uniforme – Cruel (masculino e feminino)

Biforme – Bom (bom / boa) Grau do adjetivo Comparativo de Superioridade: João é mais inteligente do que... Comparativo de Igualdade: João é tão inteligente quanto... Comparativo de Inferioridade: João é menos inteligente do que... Obs: No Grau Comparativo (Superioridade / Inferioridade) pode-se retirar a expressão “do”, pois ela é facultativa nessas situações. Ex: João é mais inteligente que José ou (...) inteligente do que José. Superlativo Absoluto Sintético: Fidelíssimo Superlativo Absoluto Analítico: Muito fiel Superlativo Relativo de Superioridade: Ele é o mais inteligente da turma. Superlativo Relativo de Inferioridade: Ele é o menos inteligente da turma. Repetição de adjetivos com valor superlativo Ex: O dia está belo belo. ( = belíssimo)

Na linguagem coloquial pode-se empregar, a repetição do mesmo adjetivo, sem pausa e sem vírgula, dando-lhe tom especial para melhor traduzir a idéia superlativa expressa pela repetição do adjetivo. Comparações em lugar do superlativo Ex: José é podre de rico. (= riquíssimo) Para expressarmos mais vivamente o elevado grau de uma qualidade do ser, empregamos ainda comparações que melhor traduzem a idéia superlativa. Numeral É uma palavra que exprime número, ordem numérica, múltiplo ou fração. O numeral pode ser cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário. Ex: seis litros, sexta série, o sêxtuplo de vinte, um sexto do bolo. Flexão dos numerais Alguns numerais se flexionam, outros não. Os cardinais, com exceção de um (fem. Uma), dois (fem. Duas) e daqueles terminados em – entos e –ão (duzentas, trezentas, milhões, etc.), são invariáveis. Os ordinais variam em gênero e número: primeira volta, primeiros resultados, as segundas eleições, etc. No plural flexionam-se os numerais cardinais substantivados que terminam por fonema vocálico: dois cinqüentas, dois setes, três oitos,

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Curso Preparatório: CEPROMAT 4 Gramática

dois cens, quatro uns, etc. permanecem invariáveis os que finalizam por fonema consonantal. Ex: Pedro tirou quatro seis e dois dez, nos testes mensais. Artigo É a palavra que determina o substantivo, indica também gênero e número. Artigo definido – os monossílabos o, a, os, as determinam o substantivo de modo preciso e particular. Ex: Chamem o médico. (aquele médico) Artigo indefinido – os vocábulos um, uma, uns, umas determinam o substantivo de modo vago, geral, indefinido. Ex: Chamem um médico. (qualquer médico) Preposição Palavra invariável que liga um termo a outro da oração. Preposições essenciais: a, ente, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre. Ex: Era nosso agregado desde muitos anos. Preposições acidentais: afora, consoante, conforme, durante, exceto, fora, mediante, menos, salvo, segundo, senão, tirante... Ex: Salvo melhor juízo, a expressão é correta. Locução prepositiva (começa e termina por preposição ou apenas termina) – ao lado de, a despeito de, a fim de, ao redor de, a par de, por causa de... Preposição e Significado Cada preposição tem o seu significado unitário, fundamental, que se desdobra em outros significados contextuais (sentido), em acepções particulares que emergem do nosso saber sobre a língua e as coisas, e da nossa experiência de mundo. Nas frases, porém, exprimem relações as mais diversas, tais como: Cortou o pão com faca. (Instrumento) Dancei com Marlit. (Companhia) Estudei com prazer. (Modo) Morreu de fome. (Causa) Falou sobre política. (Assunto) Olhe para frente. (Direção) Trabalha para viver. (Finalidade) Moro em Cuiabá. (Lugar) Viajei de avião. (Meio) João falou contra nós. (Oposição) Descendia de família ilustre. (Origem) Viajei durante as férias. (Tempo) Combinações e Contrações Diz-se que há combinação quando a preposição, ligando-se a outra palavra, não sofre redução. A preposição a combina-se com o artigo definido masculino: a + o = ao ; a + os = aos Diz-se que há contração quando, na ligação com outra palavra, a preposição sofre redução. As preposições que se contraem são:

a + a = às ; a + as = às (esta fusão recebe o nome de crase) a + aquele (e flexões) = àquele ; a + aqueles (e flexões) = àqueles Muitas vezes a ligação ou não da preposição à palavra seguinte depende da necessidade de garantir a clareza da mensagem, amparada por entoação especial: “… e a linguística uma subespécie deste ramo apesar de a mais importante.” * Não se combina o artigo quando este é parte integrante do sintagma nominal, como no seguinte exemplo: Há quem conheça o que se decidiu chamar de o espírito carioca. ** É pela mesma razão de conservar a integridade que se deve evitar fazer a combinação da preposição com a palavra inicial dos títulos de livros, jornais e demais periódicos: de Os Lusíadas ; em Os Sertões Advérbio Palavra invariável que modifica um verbo, adjetivo, ou outro advérbio e que também pode modificar um substantivo. É a palavra que indica as circunstâncias em que ocorre a ação verbal. Classificação: Modo – rapidamente, belamente, loucamente, tristemente, etc. Lugar – aqui, lá, cá, aí, perto, longe, abaixo, acima, dentro, fora, além, diante, em cima, ao lado, etc. Intensidade – muito, pouco, bastante, suficiente, demais, assaz, menos, tão, de todo, etc. Afirmação – sim, realmente, certamente, verdadeiramente, com certeza, de fato, deveras, etc. Negação – Não, absolutamente, tampouco, de modo algum, de forma alguma, etc. Dúvida – Talvez, possivelmente, provavelmente, hipoteticamente, quiçá, etc. Tempo – ontem, anteontem, hoje, agora, atualmente, amanhã, futuramente, posteriormente, anualmente, mensalmente, eventualmente, sempre, nunca, jamais, etc. Locução Adverbial (Ocorre quando duas ou mais palavras exercem função de advérbio, e geralmente são introduzidas por uma preposição) - às pressas, às cegas, à toa, às escuras, às vezes, de quando em quando, de vez em quando, à direita, à esquerda, em vão, frente a frente, de repente, de maneira alguma, etc. Observações: A - Em lugar de mais bem e mais mal empregam-se melhor e pior quando pospostos: “Ninguém conhece melhor os interesses do que o homem virtuoso; promovendo a felicidade dos outros assegura também a própria.” [MM] B - Usa-se tanto mais bem e mais mal quanto melhor e pior junto a adjetivos e particípios: “(...) incentivo para adorações (mais bem / melhor) recompensadas.” [CBr] Pronomes Definição: Palavra que substitui o nome ou a ele se refere. Pronome substantivo (aparece sozinho na oração) Pronome adjetivo (aparece acompanhado na oração)

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Curso Preparatório: CEPROMAT 5 Gramática

Ex: Nenhuma mulher fala de outra. Pronomes de Tratamento Emprega-se Vossa Excelência (e demais) quando 2ª pessoa, isto é, em relação a quem falamos; emprega-se Sua Excelência (e demais) quando a 3ª pessoa, isto é, em relação à de quem falamos. Quando referidas a pronomes de tratamento, as formas verbais encontrar-se-ão sempre em 3ª pessoa. Ex: Vossa senhoria deve estar satisfeita. Sua Excelência ainda não chegou. Pronomes pessoais do caso reto: Eu, Tu, Ele, Nós, Vós, Eles. Pronomes pessoais do caso oblíquo: me, mim, comigo; te, ti, contigo; se, si consigo, o, a, lhe; nos, conosco; vos, convosco; os, as, lhes. Pronome possessivo: meu, minha, teu, tua, seu, sua, nosso, nossa, vosso, vossa, seus, suas. Observações Importantes: 1 - Conosco {com + nós} Convosco {com + vós} ***Utiliza-se a expressão “com nós” e “com vós” quando esta vier especificada. Ex: Deus esteja (conosco / convosco) sempre. Ex: Deus esteja (com nós / com vós) todos. 2 – Os pronomes pessoais “eu” e “tu” não podem vir preposicionados, em seus lugares, usam-se os pronomes mim e ti respectivamente. Ex: Sem mim você não vive. Exceção : Se o pronome desempenhar a função de sujeito na oração. Ex: Entre eu passar ou o meu colega. 3 – Não se misturam pessoas gramaticais: Ex: Se você não se cuidar, a aids vai te pegar. O correto seria: “Se você não se cuidar, a aids vai pegá-lo(a). 4 – Consigo – 3ª pessoa (Singular / Plural) e reflexivo, simultaneamente. Ex: Ele traz consigo os livros. Pronomes Demonstrativos Demonstrativos referidos à noção de espaço Este (e flexões) aplica-se aos seres que pertencem ou estão perto da 1ª pessoa, isto é, daquela que fala: Esse (e flexões) aplica-se aos seres que pertencem ou estão perto da 2ª pessoa, isto é, daquela com quem se fala. Ex: Este livro é o livro que possuo ou tenho entre mãos. Essa casa é a casa onde se encontra a pessoa a quem me dirijo.

Na correspondência, este se refere ao lugar donde se escreve, e esse denota o lugar para onde a carta se destina. Ex: Escrevo estas linhas para dar-te notícia desta nossa cidade e pedir-te as novas dessa região aonde foste descansar. Demonstrativos referidos à noção de tempo Na designação de tempo, o demonstrativo que denota um período mais ou menos extenso, no qual se inclui o momento em que se fala, é este (e flexões): Ex: Neste dia celebramos a nossa independência. Aplicado a tempo já passado, o demonstrativo usual é esse (e flexões): Ex: Nessa época atravessávamos uma fase difícil. Se o tempo passado ou vindouro está relativamente próximo do momento em que se fala, pode-se fazer uso de este, em algumas expressões: Ex: Esta noite ( =a noite passada) tive um sonho belíssimo. Porém, com a mesma linguagem esta noite poderíamos indicar a noite vindoura. Outro exemplo: "Meu caro Barbosa: Deves ter admirado o meu silêncio destes quinze dias, silêncio para ti, e silêncio para o jornal." Pronome Indefinido

As palavras algo, alguém, algum, bastante, cada, certo, mais, menos, muito, nada, ninguém, nenhum, outro, outrem, pouco, que, qualquer, quanto, tanto, tudo, todo, um, vários, quando se referem à 3ª pessoa gramatical de modo vago, indefinido. Ex: Alguém falou mal de ti.

Algumas observações importantes sobre os pronomes indefinidos: Vale ressaltar que alguns pronomes indefinidos quando antepostos ou pospostos ao substantivo podem apresentar sentidos distintos e até mesmo mudar sua classe gramatical.

Observe:

Alguma possibilidade (Denota um valor positivo) Possibilidade alguma (Marca um valor negativo, que

apresenta outra possível reescritura “nenhuma possibilidade”) Lugar certo (quanto ao sentido denota um caráter

definido, específico; logo, morfologicamente é um adjetivo.) Certo lugar (quanto ao sentido denota um caráter incerto, indefinido; logo, morfologicamente é um pronome indefinido)

Ninguém Este pronome costuma vir acompanhado do vocábulo “não”

para enfatizar uma relação negativa, entretanto vale destacar que essa utilização está incorreta de acordo com a norma culta escrita da língua portuguesa. Observe o diálogo:

- Alguém compareceu à aula ontem? - Não veio ninguém.

Ao analisarmos o diálogo acima, percebemos que a personagem comete um equívoco, pois efetua uma dupla negação, ao utilizar o advérbio “não” e o pronome “ninguém”. Essa má construção é marcada toda vez que o pronome “ninguém” vier posposto ao verbo. Caso queira optar pela forma culta deve-se posicionar o pronome “ninguém” anteposto ao verbo. - Ninguém veio.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 6 Gramática

Todo (= qualquer) Todo o (= totalidade / por inteiro)

Todos os alunos passarão no concurso. Todo aluno passa no concurso.

Na gramática brasileira, é muito comum distinguir as duas formas do pronome indefinido “todo”. Entretanto, vale destacar que o aluno deve ter cuidado ao analisar o trecho para perceber se realmente traduz essa relação de sentido. Pronomes Interrogativos

São as palavras que, quem, qual, quanto usadas nas perguntas diretas e indiretas. Emprego dos pronomes interrogativos: Perguntas diretas: Quem é ele? ( quem – pron interrogativo) Perguntas indiretas: Não sei quem é ele. (quem – pron interrogativo) Cuidado! Toda interrogativa indireta é oração subordinada substantiva, mas nem toda oração subordinada substantiva é interrogativa direta. Ex: Basta que você passe. – (que – conjunção integrante) Pronome Relativo

São as palavras quem, que, o qual, onde, quanto e cujo, quando substituem um termo da oração anterior e estabelecem uma relação de dependência entre essas orações. Ex: Choro pelas crianças que morrem na guerra. QUE É o pronome de referência a pessoas, ou coisas, e corresponde, quanto ao sentido, a o qual, a qual, os quais, as quais, embora nem sempre estes possam substituir aqueles, e vice-versa. **OBS.: Usa-se o qual (e flexões) em lugar de que, principalmente quando o relativo se acha afastado do seu antecedente e o uso deste último possa dar margem a mais de uma interpretação (Ambigüidade). Ex.: O guia da turma, o qual nos veio visitar hoje, prometeu-nos voltar depois. Com o emprego de que o sentido ficaria ambíguo: Ex.: O guia da turma, que nos veio visitar hoje, prometeu-nos voltar depois. ( o guia ou a turma nos veio visitar ?) QUEM É o pronome quem tem como antecedente, no português atual, propriamente pessoas. CUJO É o pronome que concorda em gênero e número com o substantivo subseqüente, embora se refira a um

substantivo antecedente. Vale ressaltar a idéia de posse que ele traduz com valor de dele (dela). Para o emprego correto de cujo, além do que já dissemos antes, convém atentar para três construções viciosas:

a) em vez de cujo, empregar um relativo (que, quem) precedido da preposição de para referir-se à idéia de posse: Ex.: Não posso trabalhar com uma pessoa de quem discordo dos métodos.

Forma Correta: Não posso trabalhar com uma pessoa de cujos métodos discordo. b) empregar cujo (e flexões) significando o qual (e flexões): Ex.: O livro cujo eu comprei ontem é excelente. c) Empregar artigo definido antes ou depois de cujo: Ex.: O pai cujo os filhos estudam aqui.

ONDE È pronome-advérbio, geralmente locativo; tem sentido equivalente a lugar em que, no qual, etc. Conjunção

Palavra invariável que liga orações ou termos de mesma função. Conjunção Integrante (que, se) – presente em orações subordinadas substantivas. Vale destacar que a conjunção será integrante toda vez que a oração subordinada completar uma função sintática ausente na oração anterior. “Oxalá, eu tivesse sabido que esse verbo era irregular.” A oração “que esse verbo era irregular” complementa a oração anterior “eu tivesse sabido”. Por isso, o “que” é integrante. Cuidado! Observe a oração: “Não sei que idade você tem.”

Apesar de a oração posterior completar a anterior “Não sei”,

não classificaremos o “que” como conjunção integrante e sim como pronome Interrogativo, pois a oração “que idade você tem” subentende-se uma interrogativa direta. Conjunção Subordinativa – presente em orações subordinadas adverbiais, que podem apresentar vários matizes significativos: causa, concessão, finalidade, tempo, conseqüência, condição, etc. Estude para que passe no concurso. (Finalidade) As crianças podem participar das brincadeiras, desde que fiquem na calçada. (Condição) Conjunção Coordenada – presente em orações coordenadas sindéticas, que podem apresentar várias relações de sentido na frase, como: adição, oposição ou adversidade, explicação, conclusão e alternância. Já não era um tímido passageiro que embarcara em São Paulo e sim um estóico aviador. [e sim = mas] (Adversidade ou Oposição)

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Curso Preparatório: CEPROMAT 7 Gramática

Verbo 1. Conjugação 1ª – vogal temática = a (amar) 2ª – vogal temática = e (vender) 3ª – vogal temática = i (partir) *Pôr e compostos – 2ª conjugação 2. Modos Indicativo – indica certeza de acontecimento. Subjuntivo – indica dúvida / suposição / hipótese. Imperativo – indica ordem / pedido / conselho ou recomendação. 3.Formas Nominais Gerúndio (terminação –ndo) – amando, vendo (ver), vindo (vir) Particípio (terminação –ado) – amado, visto (ver), vindo (vir) Infinitivo Impessoal (terminação –r) – amar, ver, vir Infinito Pessoal – para eu amar, para tu amares, para ele amar...para vós amardes... Obs: O gerúndio e o particípio do verbo vir e compostos serão sempre iguais. 4. Emprego do Infinitivo Emprego do infinitivo flexionado e sem flexão: 5. Infinitivo pertencente a uma locução Verbal Não se flexiona normalmente o infinitivo que faz parte da locução verbal. Não sairei, porque os aguaceiros podem cair a qualquer momento. Exceção: Quando o verbo principal se acha afastado do auxiliar e se deseja avivar a pessoa a quem a ação se refere: “Possas tu, descendente maldito De uma tribo de nobres guerreiros, Implorando cruéis forasteiros, Seres presa de vis Aimorés.” [GD]

Infinitivo dependente dos verbos causativos e sensitivos:

Com os causativos deixar, mandar, fazer (e sinônimos) e os sensitivos ver, ouvir, olhar, sentir (e sinônimos) a norma é aparecer o infinitivo sem flexão. Deixai vir a mim as criancinhas. Da sala ouvíamos ladrar os cães.

Em geral, quando o infinitivo forma oração que complementa substantivos e adjetivos:

Não se flexiona normalmente o infinitivo. Temos a obrigação de ajudar nossos pais. Eles sentiam prazer em prestar estes serviços. Flexiona-se, no entanto, o infinitivo da voz reflexiva: Jogador e técnico estão dispostos a se reconciliarem. Na voz passiva, a flexão, neste caso, é opcional: Não falam ao telefone, com medo de ser ( ou serem ) ouvidos.

Infinitivo fora da locução verbal: Fora da locução verbal, “a escolha da forma infinitiva depende de cogitarmos somente da ação ou do intuito ou necessidade de pormos em evidência o agente do verbo”.[SA] O infinitivo sem flexão revela que a nossa atenção se volta com especial cuidado para a ação verbal; o flexionamento serve de insistir na pessoa do sujeito. Trabalhamos para vencer a monotonia da vida. Trabalhamos para vencermos a monotonia da vida. Caso o sujeito léxico esteja expresso, é obrigatória a flexão do infinitivo. Trabalhamos para nós vencermos a monotonia da vida. “É permitido aos versistas poetarem em prosa.” [CBr] 6. Verbos com duplo particípio Existe grande número de verbos que admitem dois (e uns poucos até três) particípios: um regular, terminado em -ado (1ª conjugação) ou -ido (2ª e 3ª conjugação), e outro irregular, proveniente do latim ou de nome que passou a ter aplicação como verbo, terminado em -to, -so ou criado por analogia como modelo preexistente. Eis a relação de alguns verbos com suas formas duplas de particípio. Infinitivo Aceitar – Aceito (Irregular) / Aceitado (Regular) Desenvolver – Desenvolto (Irregular) / Desenvolvido (Regular) Eleger – Eleito (Irregular) / Elegido (Regular) Entregar – Entregue (Irregular) / Entregado (Regular) Expressar – Expresso (Irregular) / Expressado (Regular) Extinguir – Extinto (Irregular) / Extinguido (Regular) Em geral emprega-se a forma regular, que fica invariável com os auxiliares ter e haver, na voz ativa, e a forma irregular, que se flexiona em gênero e número, com os auxiliares ser, estar e ficar, na voz passiva. Nós temos aceitado os documentos. Os documentos têm sido aceitos por nós. 7. Tempos Verbais: (Conjugação - 1ª pessoa do singular dos seguintes verbos: trazer, medir, valer, caber, dar, pôr, ver, vir, ter, haver, ir, ser.) Presente do indicativo (fato atual, habitual, verdades científicas): trago, meço, valho, caibo, dou, ponho, vejo, venho, tenho, hei, vou, sou. Pretérito perfeito do indicativo (fato totalmente concluído): trouxe, medi, vali, coube, dei, pus, vi, vim, tive, fui, fui. Pretérito mais-que-perfeito do indicativo (fato concluído e anterior a outro, também concluído): trouxera, medira, valera, coubera, dera, pusera, vira, viera, tivera, houvera, fora, fora. Pretérito imperfeito do indicativo (fato não concluído): trazia, media, valia, cabia, dava, punha, via, vinha, tinha, havia, ia, era. Futuro de presente (fato que ainda irá realizar-se): trarei, medirei, valerei, caberei, darei, porei, verei, virei, terei, haverei, irei, serei. Futuro do pretérito (futuro, vinculado ao passado): traria, mediria, valeria, caberia, daria, poria, veria, viria, teria, haveria, iria, seria. Presente do subjuntivo (o que pode ocorrer no presente): traga, meça, valha, caiba, dê, ponha, veja, venha, tenha, haja, vá, seja. Pretérito imperfeito do subjuntivo (expressa uma hipótese): trouxesse, medisse, valesse, coubesse, desse, pusesse, visse, viesse, tivesse, houvesse, fosse, fosse.

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Futuro do subjuntivo (o que pode ocorrer no futuro): trouxer, medir, valer, couber, der, puser, vir, vier, tiver, houver, for, for. 8. Imperativo Afirmativo - A segunda pessoa gramatical (singular ou plural) deriva do presente do indicativo sem a presença do “s”. Enquanto que as outras pessoas gramaticais (singular ou plural) derivam do presente do subjuntivo. Negativo Todas as pessoas gramaticais (singular ou plural) derivam do presente do subjuntivo. Exceção: Imperativo Afirmativo – Sê tu e Sede vós. Ex: Cale-se pois você fala muito. Cala-te pois tu falas muito. Não se cales pois é teu direito. 9. Conjugação de verbos derivados Pôr – apor, compor, depor, expor... Pus – apus, compus, depus, expus Ter – reter, deter, conter... Tive – retive, detive, contive Vir – intervir, advir, provir... Veio – interveio, adveio, proveio Formas Rizotônicas (Vogal tônica dentro do radical) Formas Arrizotônicas (Vogal tônica fora do radical) Ex: amo ( Riz.) – amávamos ( Arriz.) – Coube ( Riz.) 10. Verbos Especiais Reaver (Será conjugado pelo verbo haver onde existir o “v”) Pres. do Indicativo – (Somente as formas: Nós Reavemos / Vós Reaveis) Os outros tempos verbais serão conjugados pelo haver. Precaver (Pres. do Indicativo só é conjugado nas formas arrizotônicas) Pres. do Indicativo – (Somente as formas: Nós Precavemos / Vós Precaveis) Os outros tempos verbais serão conjugados pelo verbo “Vender”. Requerer (Será conjugado pelo verbo “vender”) Pres. do Indicativo (Eu Requeiro/Tu Requeres/ Ele Requer ou Requere / Nós Requeremos / Vós requereis / Eles Requererão.) Prover ( = abastecer) Pres. do Indicativo e derivados serão conjugados pelo verbo “ver” e os outros tempos verbais pelo verbo “Vender”.

Exemplos: Pres. do Indicativo (Eu Provejo/Tu Provês/Ele Provê/Nós Provemos/Vós Provedes/Eles Provêem) Pret.Perfeito Indicativo (Eu Provi/Tu Proveste/Ele Proveu/Nós Provemos/Vós Provestes/Eles Proveram) Verbos terminados em –EAR (são irregulares) Ex: cear, hastear, arrear, pentear... Serão conjugados pelo verbo “passear”. Pres. do indicativo (Eu Passeio/Tu Passeias/Ele Passeia/Nós Passeamos/Vós Passeais/Eles Passeiam) Verbos terminados em –IAR (são regulares) Ex: copiar, variar, arriar... Serão conjugados pelo verbo “variar”. Pres. do indicativo (Eu Vario/Tu Varias/Ele Varia/Nós Variamos/Vós Variais/Eles Variam) ****Exceção: Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar e Odiar. 11. Classificação dos verbos Regular – Não sofre alteração no radical nem nas desinências. Ex: Colorar (coloro / colorei) Pegar ( pego / peguei) Irregular – Sofre alteração no radical ou nas desinências. Ex: Trazer (trago / trouxe) Preferir (prefiro / preferi) Anômalo – Há mudança do radical. Ex: Ser ( sou, fui, era, fora) Ir ( vou, fui, ia, fora) Defectivo – Faltam pessoas verbais Ex: Relinchar, amanhecer, reaver, precaver, colorir, demolir, banir, falir, extorquir, remir, computar... Abundante – Apresenta mais de uma forma. Ex: Matado, morto / nascido, nato / havemos, hemos / vamos, imos / requer, requere. 12. Voz ativa – Voz passiva (Na passagem da voz ativa para a passiva é acrescido um verbo auxiliar – “ser” ou “estar” e o verbo principal da locução verbal vai para a forma nominal no particípio.) Vale ressaltar que o verbo auxiliar deve ser empregado, apresentando o mesmo tempo verbal do verbo principal na voz ativa. Exemplos: Eu comprara o livro. (voz ativa) O livro fora comprado por mim. (voz passiva) Eu tinha comprado o livro. (voz ativa) O livro tinha sido comprado por mim. (voz passiva)

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Existem duas formas de voz passiva aceitas pela gramática: Analítica e Sintética. Voz Ativa: Ele comprou o livro. Voz Passiva Analítica: O livro foi comprado por ele. (Estrutura Analítica – Locução Verbal + Agente da Passiva) Voz Passiva Sintética: Comprou-se o livro. (Estrutura Sintética – Verbo + Pronome Apassivador)

AULA 01 – MORFOLOGIA Questões de Concursos Anteriores da Unemat Texto I A turma do Modelarte transforma garrafas pet em móveis e pufes. As peças estão fazendo tanto sucesso, que uma rede de móveis os colocará à venda nos próximos meses. (Época de 24/09/2007). 01 - A palavra “Modelarte” é formada pelo processo de: a. derivação prefixal. b. derivação sufixal. c. aglutinação. d. justaposição. e. abreviação. 02 - Em “Eu sei o que aconteceu com essa aliança”, o termo “essa” é um pronome demonstrativo e foi usado segundo regras da gramática. Assinale a alternativa em que não se respeita a norma culta. a. Essa carta, que está em minhas mãos, é um adeus, cansei de mentiras. b. O marido chegou em casa e contou tudo à mulher; esta ficou furiosa. c. A questão é esta: como acreditar em maridos? d. Casamento é um problema, mas sobre isso não há o que fazer. e. Há dois tipos de maridos: os sinceros e os dissimulados; estes se encontram com mais facilidade e aqueles estão em extinção. Há muito que a Educação brasileira reclama por profissionais mais bem preparados no campo da linguagem. 03 - Sobre o enunciado acima é incorreto dizer. a. “Há muito” é uma locução adverbial que poderia ser substituída por “faz tempo”, sem prejuízo do sentido. b. O verbo “reclamar” tem aqui o sentido de exigir, reivindicar, clamar. c. A expressão “mais bem preparados” não faz jus à formalidade da língua, que exigiria a construção: “melhor preparados”. d. O sentido do enunciado manter-se-ia inalterado com a substituição da expressão “no campo” por “na área” ou “no terreno”. e. A forma infinitiva do particípio “preparados” é “preparar”.

“Se eu, o Bill Gates aqui presente ou então o Warren Buffett, tivéssemos nascido 2000 anos atrás, nenhum de nós teria tido o porte atlético necessário para se tornar um general do Império Romano”. 04 - Pode-se afirmar que para interpretar este fragmento: a) o se é uma conjunção que traz implícito na construção do texto o sentido da condicionalidade, da idéia que referencia o tipo físico do empresário que fala, bem como o de Bill Gates e o de Warren Buffett. b) o se é uma conjunção que traz implícito na construção do texto o sentido da temporalidade. c) o se é uma partícula essencial à flexão do tempo composto pretérito mais-que-perfeito, do modo subjuntivo – tivéssemos nascido. d) o se indica a indeterminação do sujeito, por tratarse de várias pessoas. e) o se é usado nesta construção como marca de impessoalidade. 05 - Assinale a alternativa correta tomando como base o fragmento da questão anterior. a) O autor optou pela omissão do verbo haver impessoal, flexionado na 3ª pessoa do singular, do presente do indicativo para indicar um tempo anterior, e evitar redundância uma vez que há o registro da palavra atrás na estrutura frasal. b) “Nenhum de nós teria tido o porte atlético necessário para se tornar um general do Império Romano”. Em se tratando de concordância nominal, o verbo concorda com o pronome indefinido. c) A palavra aqui presente na estrutura frasal é uma conjunção indicativa de lugar. d) A palavra então exerce a função de conjunção coordenada aditiva por ligar as orações. e) As palavras aqui e então, ambas exercem a função de designar o sujeito. O Ministério Público do Estado de Mato Grosso passa a contar, a partir de amanhã, com mais um instrumento de divulgação do disque-cidadania. Trata-se de uma série de cartões telefônicos que trará, além do número do disque-cidadania (0800 647-1700), imagens e informações relacionadas às áreas da Infância e Patrimônio Público. A iniciativa é resultado de uma parceria firmada entre Ministério Público Estadual e a Brasil Telecom. O lançamento da série de cartões será realizado na nova sede da Procuradoria Geral de Justiça. A expectativa é de que, com a comercialização dos cartões telefônicos, o número de denúncias que chegam ao Ministério Público por meio do disque-cidadania aumente consideravelmente. Com isso, a Instituição espera aproximar-se cada vez mais da sociedade. Para se ter uma idéia, de janeiro a maio deste ano, foram registradas 107 denúncias e 274 pedidos de informações no disque-cidadania do MPE. 06 - Assinale a alternativa incorreta. a) O verbo “passa” (L.1) está flexionado na 3ª pessoa do singular, do Presente do Indicativo e concorda com o “Ministério Público”. b) O verbo “foram” (L.13) é irregular e está flexionado na 3ª. pessoa do plural. c) Em “o número de denúncias que chegam ao Ministério Público” (L. 9 e 10), o pronome destacado funciona como conjunção subordinativa. d) Em “O lançamento da série de cartões será realizado” (L. 7), a forma verbal “será” concorda com a expressão “O lançamento”. e) O “que” (L. 8) é uma conjunção integrante. Mal se deu início oficialmente a campanha eleitoral no Estado, as ruas da Capital, por exemplo, passaram a encher-se de propaganda, com os nomes e fotos dos candidatos expostos em primeiro plano. Vários são os outdoors espalhados pela cidade. Mas os postes, tudo indica, são os lugares mais procurados. Alguns deles (postes), sobretudo aqueles localizados nas vias onde o fluxo de pessoas é maior, trazem até quatro cartazes, os quais têm tamanhos variados. Gerando daí inúmeras reclamações por parte de pedestres e motoristas, que têm lá suas razões. Contudo, é preciso dizer, o cotidiano moderno está repleto de propagandas. Estas não se limitam

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às dimensões dos postes e outdoors, nem apenas às margens de ruas e avenidas. Invadem as residências por meio da Internet, revistas, jornais, rádio e televisão. São na maioria das vezes, obras artísticas que se apresentam também como forma de merchandising, e intercalam-se ao lazer, divertimento ou entretenimento, com intuito de magnetizar amplas faixas de consumidores. Extrapolam, portanto, os limites visuais, assim como também as ondas sonoras. Formando, então uma imagem sedutora do ambiente. Mas muitas pessoas, sequer percebem que estão sendo bombardeadas de propagandas; nem “estão aí” para o amontoado de “informativo-publicitário” que lhes chega via “email” e lota suas caixas de correspondência; tampouco se incomodam pela barulheira dos carros de som e a sujeira visual que se espalha pela cidade. Razão pela qual, prezada leitora ou prezado leitor, quase ninguém se dá ao trabalho de reclamar ou denunciar a inexistência de uma política disciplinadora da propaganda. 07 - Assinale a alternativa correta. a) A expressão “por exemplo” (L. 2) é uma conjunção coordenada explicativa. b) A preposição “até” (L. 06) exprime limite. c) A expressão “os quais” (L. 06) refere-se a postes. d) A palavra “merchandising” (L. 13) é uma propaganda eleitoral. e) Os vocábulos “dá” e “de” (L. 22 e 23) funcionam como preposição. 08 - No enunciado “A propaganda eleitoral é parte necessária de uma campanha, e, esta, por sua vez é parte integrante de uma eleição, é seu primeiro ato”, a palavra esta: a) retoma a palavra campanha. b) refere-se à propaganda eleitoral. c) é um pronome indefinido. d) funciona como um elemento de ligação entre as duas orações. e) pode ser substituída por aquela sem prejuízo do significado. 09 - Assinale a alternativa em que o verbo foi utilizado de forma incorreta. a. Se não nos virmos mais, seja feliz no seu trabalho. b. Somente alguns reaveram o dinheiro do jogo. c. Ainda que falássemos tudo, nada modificaria. d. Não temas, refaremos os cálculos. e. Se ao menos a sua atitude condissesse com os fatos... Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preserválo para as presentes e futuras gerações (Artigo 225 da Constituição Federal). 10 - A partir do texto, assinale a alternativa incorreta. a. O quantificador “Todos” universaliza o direito ao uso do meio ambiente. b. O vocábulo “ecologicamente” foi empregado para dimensionar a qualidade do meio ambiente. c. As formas pronominais átonas em “defendê-lo” e “preservá-lo” retomam anaforicamente a expressão “meio ambiente”. d. A forma “dever” pertence à classe dos verbos regulares da 2ª conjugação. e. O artigo constitucional define o meio ambiente e delega competências.

“VEJA erra quando afirma que sou sindicalista da Força Sindical. Poderia ser, mas nunca foi. Sou funcionário concursado da Câmara dos Deputados e ex-presidente do Sindilegis. É igualmente inverídico que “descolei uma boquinha” no Ministério do Trabalho. Convidado para integrar a equipe do ministro Lupi, aceitei.” (Carta de leitor) Seção Cartas - Veja de 4/06/2008. 11 - Assinale a alternativa correta. a. A expressão “descolei uma boquinha” significa obter vantagens por meios não-convencionais. b. A expressão “igualmente inverídica” pode ser substituída por “igualmente verossímil” sem prejuízo de sentido. c. As formas verbais “erra”, “sou” e “aceitei” estão flexionadas no presente do indicativo. d. As palavras “funcionário”, “Câmara” e “Ministério” são acentuadas pela mesma regra gramatical. e. As palavras “inverídico” e “integrar” são formadas pelo processo de prefixação. 12 - Assinale a alternativa em que as formas verbais do enunciado “Ouça seu pai, use cinto de segurança” estão flexionadas na segunda pessoa do singular. a. Ouça teu pai, usa cinto de segurança. b. Ouve teu pai, usa cinto de segurança. c. Ouve seu pai, uses cinto de segurança. d. Ouve seu pai, usa cinto de segurança. e. Ouvi teu pai, usas cinto de segurança.

“Se a mulher está infeliz no relacionamento, não consegue

se concentrar no trabalho. Se o homem está insatisfeito no trabalho, não consegue se concentrar no relacionamento” ( p. 95). 13 - Assinale a alternativa INCORRETA, quanto às classes de palavras das expressões em destaque no texto. a. A palavra “mulher” é um substantivo comum. b. A palavra “concentrar” é um verbo da primeira conjugação. c. O “se”, no texto, é uma conjunção que indica uma condição. d. “insatisfeito” é uma palavra que vem caracterizar, no texto, o homem. e. A palavra “não” é um advérbio de dúvida. Sobre a tira abaixo, responda às questões 14 e 15.

14 - Assinale a afirmativa correta. a. O efeito de humor está na crítica ao uso excessivo do gerúndio, que virou moda e é chamado correntemente de “gerundismo”. b. Todas as formulações linguísticas dos personagens estão na modalidade culta da linguagem. c. O pensamento do personagem no último quadro manifesta simpatia pelo gerundismo. d. O uso do gerúndio é sempre impróprio e desaconselhável na linguagem formal culta. e. O uso da expressão “estarem limando” demonstra que o segundo personagem também é adepto do gerundismo. 15 - Assinale a alternativa incorreta. a. O verbo “estar” funcionou como auxiliar em todas as locuções, mas a forma nominal gerúndio admite outros auxiliares. b. “Vou estar lendo”, neste caso, pode ser substituído por “vou ler”. c. A expressão “No lugar de reclamação, ação” indica um descontentamento com a reforma ortográfica que não está explicitado na tira.

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d. “limando”, neste contexto, é uma gíria, empregada com o sentido de “extinguindo”. e. Na expressão “Bem que podiam ter aproveitado...” o sujeito refere-se aos livreiros que divulgam a reforma ortográfica. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, constitui o reconhecimento da igualdade humana, destacando que a ideia de superioridade de uma raça, de uma classe social, de uma cultura ou de uma religião, sobre todas as demais, põe em risco a própria sobrevivência da humanidade. 16 - As palavras sublinhadas no texto são, respectivamente, classificadas como: a. Substantivo, pronome relativo, preposição, artigo. b. adjetivo, pronome relativo, preposição, conjunção. c. Substantivo, conjunção, artigo, preposição. d. adjetivo, pronome relativo, preposição, preposição. e. adjetivo, conjunção, preposição, artigo. “Artigo XXVI 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 17 - Quanto aos verbos empregados no texto, é correto afirmar que estão flexionados no: a. presente e pretérito imperfeito do subjuntivo. b. presente do indicativo e futuro do subjuntivo. c. futuro do indicativo e futuro do subjuntivo. d. futuro e pretérito imperfeito do subjuntivo. e. presente e futuro do presente do indicativo. Imagine que você tenha um de seus direitos violados e vai redigir um documento ao juiz de sua comarca. 18 - Quanto à linguagem a ser utilizada, analise as afirmativas. I. A forma de tratamento adequada é “Vossa Excelência” e a abreviatura é “V.Exª”. II. O nível de linguagem é caracterizado pela formalidade e pelo uso da norma padrão. III. É obrigatório o uso do vocativo “Prezado Juiz”. IV. O emprego do pronome possessivo adequado é: “Aguardo a sua resposta”. V. O emprego do pronome possessivo adequado é: “Aguardo a vossa resposta”. Com base nelas, assinale a alternativa correta. a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas I e IV estão corretas. c. Apenas III e IV estão corretas. d. Apenas I, II e IV estão corretas. e. Todas estão corretas. 19 - Os vocábulos “covardia” e “terrorismo” são formados pelo processo de: a. recomposição. b. hibridismo. c. aglutinação. d. justaposição. e. sufixação.

“ - Vejam como Deus escreve certo por linhas tortas, pensa

ele. Se mana Piedade tem casado com Quincas Borba, apenas me daria uma esperança colateral. Não casou. [...]”. Machado de Assis 20 – Quanto à classificação morfológica, as palavras destacadas no texto acima, são respectivamente: a) preposição, pronome, substantivo, pronome e advérbio. b) preposição, conjunção, substantivo, pronome e preposição. c) preposição, conjunção, substantivo, pronome e advérbio. d) verbo, conjunção, substantivo próprio, pronome e advérbio. e) preposição, conjunção, adjetivo, pronome e advérbio de negação. 21 – O uso dos verbos, quanto à conjugação, tempo ou modo, está correto em qual das alternativas. a) A empresa iria destinar mais recursos para problemas relacionados ao meio-ambiente se houver melhores incentivos financeiros. b) A empresa destinará mais recursos para problemas relacionados ao meio-ambiente se houverem melhores incentivos financeiros. c) A empresa irá destinar mais recursos para problemas relacionados ao meio-ambiente se haverem melhores incentivos financeiros. d) A empresa destinará mais recursos para problemas relacionados ao meio-ambiente se houvessem melhores incentivos financeiros. e) A empresa vai destinar mais recursos para problemas relacionados ao meio-ambiente se houver melhores incentivos financeiros.

Aula 02, 03 E 04 – Sintaxe

Análise Sintática do Período Simples Termos da Oração: Sujeito a) Simples (É aquele que apresenta apenas um núcleo na oração). Ex.: Brilha o sol. b) Oculto, elíptico, implícito ou desinencial. (Apresentará um ou mais termos que não estão escritos na oração, mas pela desinência verbal poderemos encontrá-lo(s) claramente na frase). Ex.: Estudei bastante. c) Composto (É aquele que apresenta mais de um núcleo na oração). Ex.: Saíram o pai e a mãe. d) Indeterminado (Este tipo de sujeito pode ser encontrado na frase de duas maneiras: a primeira apresenta a forma verbal na 3ª pessoa do plural, mas vale ressaltar que não poderá apresentar nenhum termo que possa representar o sujeito (Ex.: Falaram dele os alunos, perceba claramente que apesar do verbo estar na 3ª pessoa do plural, há na frase um termo que pode representar sintaticamente a função de sujeito diferente do que ocorre na frase “Falaram muito de você”, a qual se percebe que a forma verbal está na 3ª pessoa do plural e não existe nenhum termo que possa representar o sujeito; e a segunda apresenta a forma verbal na 3ª pessoa do singular acompanhada do índice de indeterminação do sujeito (-se). Ex.: É-se feliz aqui. Precisa-se de cozinheiros. Vive-se bem em Cuiabá. Vale ressaltar que o índice de indeterminação do sujeito aparecerá quando houver formas verbais que sintaticamente sejam classificadas como: ligação, transitivo indireto ou intransitivo. Obs: Muito cuidado!!!

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Não confunda índice de indeterminação do sujeito com pronome apassivador. Como o nome já diz, o pronome apassivador deverá estar presente em uma oração que esteja na voz passiva. Logo, sua forma verbal deverá apresentar transitividade direta. Já que, normalmente, esses verbos aceitam voz passiva. Vale lembrar que existem verbos que não apresentam transitividade direta e apresentam a forma passiva pela força do uso, segundo concessão por parte de alguns autores de nossa língua portuguesa. Ex.: Aluga-se uma casa. = (Uma casa é alugada.) Verifica-se a agenda do político. = (A agenda do político é verificada) e) Inexistente ou Oração sem sujeito (Sempre deverão estar escritos na 3ª pessoa do singular – São chamados de verbos impessoais). 1. Verbos que indiquem fenômenos da natureza (Chover, anoitecer, trovejar...) Ex.: Choveu no norte de Mato grosso. Cuidado! Na oração: “Choveram elogios a você”, há presença de sujeito simples “elogios”, logo a forma verbal “chover” na frase em destaque foi empregada fora do sentido habitual, não caracterizando um fenômeno da natureza. 2. Verbo Haver (no sentido de existir) Ex.: Deve haver medidas que combatam a crise global. Haverá dias melhores no mundo. Cuidado! O verbo haver só é considerado impessoal no sentido de “existir”, vale lembrar que no sentido de “ter”, ele se comporta como qualquer outro verbo. Ex.: Haverão de ocorrer deslizes fora da região. 3. Verbo Fazer (no sentido de tempo decorrido) Ex.: Faz dois anos que não a vejo. As formas verbais chega de / basta de Ex.: Chega de situações embaraçosas por hoje. Verbos (Quanto à classificação sintática na frase, podem ser: ligação ou ação) a) Ligação (Os verbos ser, estar, permanecer, ficar, continuar, parecer, sinônimos e os que indiquem mudança de estado). Ex.: Ela é feliz. A economia brasileira se tornou estável. b) Ação (Os verbos que são considerados de ação podem ser: intransitivos, transitivos diretos, transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos). Transitivos – São verbos que pela estrutura frasal necessitam de um complemento para seu entendimento, podendo este ser preposicionado ou não. Se for preposicionado será indireto, caso contrário direto.

Intransitivos – São verbos que pela estrutura frasal não necessitam de um complemento, ora por apresentarem entendimento completo, ora por não possuírem termo que possa representar um complemento verbal. Ex.: 1 - Caiu o lápis. ( O verbo “cair” é intransitivo) 2 - Ele mora aqui. (O verbo “morar” é intransitivo, vale ressaltar que a expressão “aqui” representa circunstância de lugar onde moro, logo como já analisamos em aulas anteriores este termo é classificado como adjunto adverbial de lugar.) 3 - Ele entregou tudo a nós ontem. (O verbo “entregar” é transitivo direto e indireto, pois há na oração dois complementos para o verbo: tudo – objeto direto; a nós – objeto indireto.) 4 – Ele gosta de teatro. (O verbo “gostar” é transitivo indireto, pois claramente se percebe a presença de um complemento preposicionado exigido pela forma verbal.) 5 – Ela vendeu frutas na feira. (O verbo “vender” é transitivo direto, pois na oração há presença de complemento sem preposição exigido pelo verbo.) Tipos de Objetos: a) Objeto direto preposicionado. Ex.: Eu amo a Deus. b) Objeto pleonástico. Ex.: O livro, eu o comprei. c) Objeto interno. Ex.: Ele vive uma vida feliz.

Pronome átono desempenhando função de objeto

o, a, os, as – O.D. lhe, lhes – O.I. me, te, se, nos, vos – O.D. / O.I. (verificar a regência do verbo) 1 – Ela lhe impos encargos. (“lhe” - objeto indireto) 2 – Eu a vi ontem no shopping. (“a” - objeto direto) 3 – Ele te cumprimentou no momento do embarque. (“te” - objeto direto) Cuidado! 1 - Se o pronome oblíquo átono indicar posse será adjunto adnominal. Ex.: Ele pisou-me o pé. 2 – Os verbos mandar, deixar, fazer, ver, ouvir, olhar, sentir e sinônimos + pronome átono + Infinitivo ou Gerúndio, o pronome será sujeito do 2º verbo. Ex.: Vi-o sair. Adjunto Adnominal ****1º caso : Os substantivos, adjetivos, pronomes, artigos, numerais serão classificados sintaticamente como adjuntos adnominais, toda vez que estiverem presentes em uma oração fazendo referência a um núcleo desde que sem preposição. Ex.: Os nossos dois melhores alunos de física são os ingleses. Núcleo do sujeito – alunos Núcleo do predicativo – ingleses As expressões “os, nossos, dois, melhores” estão relacionadas aos núcleos acima, logo serão classificadas sintaticamente como adjuntos adnominais.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 13 Gramática

Entretanto, se houver a presença de uma preposição antecedendo a expressão, esta deverá ser analisada cuidadosamente, pois poderá ser classificada em dois tipos distintos: adjunto adnominal ou complemento nominal. Vejamos como proceder a seguir: ****2º caso: Diferenças entre Adjunto adnominal e Complemento nominal. A análise será feita dependendo da forma nominal que a expressão estiver relacionada na oração. Ligado a: Substantivos – Adjunto Adnominal Adjetivos ou Advérbios – Complemento Nominal Cuidado: Se o termo estiver ligado a um substantivo, e representar o agente de uma ação será adjunto adnominal, caso contrário será Complemento Nominal. 1 – Ele é indispensável a todos (C. Nominal) 2 – A descoberta da penicilina foi boa. (C. Nominal) - Paciente 3 – A descoberta do cientista foi boa. (Adjunto Adnominal) – Agente 4 – O homem de ferro estreou com sucesso nos cinemas. (Adjunto Adnominal) Vozes verbais Ativa – Ele vendeu o carro. Passiva – O carro foi lavado por ele. (analítica: locução verbal + agente da passiva) Lavou-se o carro. (sintética: verbo + pronome apassivador “se”) Reflexiva – Ela se olhou no espelho. Agente da passiva É o termo da oração que sempre virá acompanhado pela preposição “de” ou “por” ligados ou não por artigos. Vale destacar que o agente da passiva só aparecerá na voz passiva. Ex.: Selvagens povoam a terra. ( voz ativa) A terra é povoada por selvagens. (voz passiva analítica) Povoa – se a terra (voz passiva sintética) Obs: O objeto direto e o sujeito na voz ativa transformam-se na voz passiva, respectivamente em sujeito e agente da passiva. Predicativo do objeto Qualidade ou característica atribuída ao objeto na oração, se for ao sujeito será predicativo do sujeito.

1 - Eu julguei o réu inocente. (“inocente” - predicativo do objeto) 2 – Encontrei uma porta aberta. (“aberta” - predicativo do objeto) Aposto Termo de natureza substantivada que serve para: Explicar – Pelé, o rei do futebol, é mineiro. Nomear – O rei Pelé é mineiro. Enumerar – Comprei frutas: pêra, uva e maçã. Resumir – A vida, a alegria, tudo passa. Vocativo Serve para chamar. Ex.: José, venha agora. A vida, céus, é eterna. Predicado Nominal – verbo de ligação + predicativo do sujeito Verbal – verbos de ação (TD, TI, TDI, INT.) Verbo-nominal – verbos de ação + predicativo do sujeito ou do objeto. Análise sintática de período composto Vale destacar que o período em um texto pode ser de natureza nominal ou verbal, sendo que este se subdivide em dois tipos: simples e composto que serão analisados pela quantidade de verbos no período. Período de natureza nominal Brasil com desemprego zero. Período de natureza verbal Brasil que sofre com a desigualdade social. Período Simples (apresenta uma oração). Período Composto (apresenta mais de uma oração). Vim. Vi. Venci. (3 períodos simples) Vim, vi e venci. (1 período composto por 3 orações) Obs: O período tem seu início marcado pela letra maiúscula e o término pelos seguintes elementos de pontuação – ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação, e ainda reticências. IPC: Nunca se esqueça que um período que contenha locução verbal ou partícula expletiva não se apresentará como composto, e sim simples; enquanto que o que apresentar uma oração comparativa ao longo de sua estrutura será enquadrado como composto, pois o verbo, geralmente, encontra-se elíptico na frase. “Eu é que, ou por falta de vista, não os conheci”. (Partícula Expletiva / realce – “é que” – 1 período simples) “Nós temos que olhar para o mundo de tal maneira...” (Locução verbal – “temos que olhar” – 1 período simples) Ela é inteligente como sua irmã. (Oração comparativa – “como sua irmã é inteligente.”) – 1 período Composto.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 14 Gramática

O período composto é encontrado no texto como coordenado, subordinado ou misto. Coordenação – (orações coordenadas assindéticas e sindéticas) Subordinação – (orações subordinadas – Subst./ Adj./Adv.) Orações Subordinadas Substantivas Oração subordinada é a que depende de outra: serve-lhe de termo e completa-lhe ou amplia-lhe o sentido. (Conectivos: conjunção integrante (que, se); pronomes e advérbios interrogativos). SUBJETIVA “Parecia que o morro se tinha distanciado muito.” PREDICATIVA “O terrível é que esta moléstia destrói a vontade...” OBJETIVA DIRETA “Descobri então que o meu trabalho não era fixo.” OBJETIVA INDIRETA “Lembro-me de que saímos, de madrugada, de um restaurante.” COMPLETIVA NOMINAL “(...) mas ficava a certeza de que havia ali vários trabalhos, feitos por muitos indivíduos.” APOSITIVA “Um temor o perseguia: que a velhice lhe enfraquecesse a fibra de guerreiro.” Observações Importantes: 1 – Somente as orações subordinadas substantivas objetivas indiretas e completivas nominais pedem preposição necessária. 2 – A preposição necessária presente nas orações subordinadas substantivas objetivas diretas e completivas nominais pode ser omitida sem prejuízo para a correção gramatical do período. Ex.: “Em Coimbra recebeu o infante esta triste nova por uma carta da rainha sua filha, em que o avisava que em conselho se decidira que o fossem cercar...” [AH] Isto é: em que o avisava que em vez de em que o avisava de que. 3 – A conjunção integrante pode ser omitida nas orações substantivas subjetivas e objetivas diretas se o enunciado encerrar mais de um que, podemos, com elegância, efetuar essa omissão. Ex.: Requeiro seja enviado o processo a outra instância. Isto é: Requeiro seja enviado... em vez de Requeiro que seja...

Orações subordinadas adjetivas (Conectivo: pronome relativo [(que = o qual, a qual, os quais, as quais), quem, cujo, onde, quanto.] RESTRITIVA Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo indispensáveis ao sentido da frase. Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas escreveram. EXPLICATIVA Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma informação. Deus, que é nosso pai, nos salvará. Observação Importante: 1 – As orações subordinadas adjetivas, geralmente, virão intercaladas na oração principal. 2 – A oração subordinada adjetiva explicativa vem destacada no período composto por vírgulas. Mas vale ressaltar que, caso elas sejam retiradas, mantém-se a correção gramatical, porém acarreta-se prejuízo para a relação semântica do período. IPC: Vale ressaltar que o conectivo presente em uma oração adjetiva, morfologicamente, é denominado de pronome relativo. Por conseguinte, trataremos em especial da função sintática do pronome relativo no período. Função Sintática do Pronome Relativo Nota-se que o pronome relativo na oração adjetiva pode desempenhar as funções sintáticas que encontramos no período simples, como: sujeito, objeto direto, objeto indireto, agente da passiva, adjunto adnominal, predicativo, complemento nominal, etc. Observe as frases: 1 - O homem que me viu parecia nervoso. 2 - O homem que eu vi parecia nervoso. Ao analisarmos os períodos acima, convém destacarmos que a oração a ser analisada é a adjetiva, logo a que esta com o pronome relativo “que me viu” e “que eu vi”. Perceba também que os dois pronomes relativos presentes nas duas orações retomam como termo antecedente a expressão “homem”. No primeiro caso, substituindo o pronome pelo termo antecedente denota-se que a oração passa a ser escrita da seguinte forma: “O homem me viu”, analisando sintaticamente a frase, percebemos que a expressão destacada tem a função de sujeito da oração. No segundo caso, substituindo o pronome pelo termo antecedente denota-se que a oração passa a ser escrita da seguinte forma: “O homem eu vi”, analisando sintaticamente a frase, percebemos que a expressão destacada tem a função de objeto direto na oração. Concluímos que o pronome relativo tem função de sujeito e objeto direto, respectivamente nos períodos apresentados acima.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 15 Gramática

Orações subordinadas adverbiais CAUSAL [Conectivos Causais: porque, que (= uma vez que), visto que, pois que, na medida em que, porquanto, visto como, já que, desde que...] Como não me atendessem, repreendi-os severamente. CONDICIONAL [Conectivos Condicionais: se (= caso), caso, contanto que, salvo se, sem que (=se não)...] Se o conhecesses, não o perdoaria. PROPORCIONAL [Conectivos Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, tanto...quanto...] Quanto maior for a altura, maior será o tombo. TEMPORAL [Conectivos Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (=logo que), sempre que, assim que, depois que, agora que...] Sempre que vou à cidade, passo pelas livrarias. CONSECUTIVA [Conectivos Consecutivos: que, de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que...] Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos. CONCESSIVA [Conectivos Concessivos: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, apesar de, por menos que, por mais que...] Cumpriremos nosso dever, ainda que todos nos critiquem. CONFORMATIVA [Conectivos Conformativos: como, segundo, consoante...] Como deveis saber, há em todas as coisas um sentido filosófico. COMPARATIVA [Conectivos Comparativos: como, tal qual, assim como, tal como...] O lugar é tal como você o descreveu.

FINAL [Conectivos Finais: para que, a fim de que, que (=para que)...] O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos. Orações coordenadas Oração coordenada é a que está ligada a outra de mesma natureza sintática. No período composto por coordenação, as coordenadas são independentes (isto é, não funcionam como termos de outras) e se dizem: Sindéticas (Quando se prendem às outras pelas conjunções coordenativas) Assindéticas (Apresentam-se justapostas, isto é, sem conectivo) ASSINDÉTICAS A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta. O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra. SINDÉTICA ADITIVA [Conectivos Aditivos: e, como também, mas também, nem (=e não)...] As pessoas não se mexiam nem falavam. SINDÉTICA ADVERSATIVA [Conectivos Adversativos: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto...] O mar é generoso, porém às vezes torna-se cruel. Já não era um tímido passageiro que embarcara em São Paulo e sim um estóico aviador. [e sim = mas] SINDÉTICA EXPLICATIVA [Conectivos Explicativos: pois (antes do verbo), porque, visto que, porquanto...] Ninguém podia queixar-se, porquanto eu estava cumprindo o meu dever. SINDÉTICA CONCLUSIVA [Conectivos Conclusivos: logo, portanto, por isso, pois (após o verbo)...] Vives mentindo; logo, não mereces fé. SINDÉTICA ALTERNATIVA [Conectivos alternativos: ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já, seja...seja...] Venha agora ou perderá sua vez.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 16 Gramática

Orações reduzidas É a que se apresenta sem conectivo e com o verbo numa forma nominal: gerúndio, particípio ou infinitivo. A) Reduzidas de Infinitivo 1 - Penso estar preparado. (= que estou preparado) 2 - O capitão não era homem de se entregar facilmente. (= que se entregava facilmente) 3 - Ao despedirem-se, choravam. (= quando se despediam) B) Reduzidas de Gerúndio 1 – Passaram guardas conduzindo presos. (= que conduziram presos) 2 – Ficando aí, nada verás. (= Se ficares aí) 3 – Estando adoentado, não saí de casa. (= como estava adoentado) C) Reduzidas de Particípio 1 – Esta é a notícia divulgada pela imprensa. (= que foi divulgada pela imprensa.) 2 – Abertas as portas, entraram as visitas. (= Depois que foram abertas as portas) 3 – Mesmo oprimidos, não cederemos. (= Mesmo que sejamos oprimidos)

Concordância Nominal e Verbal Concordância Nominal Regra geral: O substantivo (palavra determinada) concorda em gênero e número com o seu respectivo adjetivo, pronome, numeral ou artigo (palavra determinante). Há uma só palavra determinada. O tribunal de justiça manteve indisponíveis os seus bens. Há mais de uma palavra determinada. 5. Pospostos: A língua e literatura portuguesas. (Gramatical)

A língua e literatura portuguesa. (Atrativa)

6. Antepostos: Calada a natureza, a terra e os homens. (Atrativa) ( + usual)

Pálidos a mulher, o homem e a criança. (Gramatical)

Há uma só palavra determinada e mais de um determinante. As Séries quarta e quinta. A quarta e quinta série (ou séries). As literaturas brasileira e portuguesa. A literatura brasileira e portuguesa (menos usada e considerada errônea por alguns autores) Dado / Visto (como adjetivos, concordam em gênero e número com o substantivo determinado) Dada a solicitação dos alunos não haverá aula amanhã. Vistas as circunstâncias, foram-se embora. Alerta / Menos / Pseudo – Invariável – (advérbio) Quero menos balas para a festa. Os soldados ficaram alerta. A pseudo-sabedoria dos alunos me surpreendeu. Cuidado! Os soldados alertas ficaram alerta. O mais possível / Os mais possíveis Vi dramas o mais belos possível. Vi países os mais ricos possíveis. Tal e qual (Tal, como determinante, concorda em gênero e número com o determinado) Tal opinião é absurda. Em correlação, Tal qual também procedem à mesma concordância. Os filhos são tais qual o pai. Os boatos são tais quais as notícias. Bastante (sofre a mesma variação que a palavra muito) Estava bastante ocupado. Fizemos bastantes provas. Quite ( concorda com o elemento especificador) Estou quite com você. Estamos quites com a Prefeitura. Só / Sós / a sós ( sozinho – adjetivo / somente – advérbio) Eles vivem sós. O jogador estava só testando a sorte. Os noivos querem ficar a sós. Meio ( metade – numeral / um pouco – advérbio) Era meio dia e meia. Ela estava meio ocupada. Mesmo ( próprio – pron. demonstrativo) Ela mesma confessou sua farsa. Ele faz mesmo muitas promessas. Anexo / Apenso / Incluso (como adjetivos, concordam com a palavra determinada em gênero e número) As fotos foram enviadas anexas aos documentos. Em anexo (invariável) Seguem em anexo os documentos solicitados. Leso (concorda em gênero e número com o outro vocábulo) Leso-caráter – lesos-caracteres Lesa-pátria – lesas-pátrias A olhos vistos “Padecia calada e definhava a olhos vistos.” “As minhas forças medravam a olhos vistas de dia para dia.” É necessário paciência (É necessário, É bom, É preciso – o adjetivo ficará invariável caso o termo determinado esteja empregado de modo vago) É necessário paciência. É necessária muita paciência.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 17 Gramática

A concordância com numerais (Quando se empregam os cardinais pelos ordinais, não ocorre flexão.) Página um. Figura Vinte e um. Na linguagem jurídica diz-se: A folhas vinte e uma. A folhas quarenta e duas. Milhão e Milhar são masculinos e, portanto, não admitem seus adjuntos postos no feminino. Os milhares de pessoas que foram ao estádio. Concordância Verbal Regra geral: O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. Ex: Os alunos estudaram muito. Sujeito composto Céu e terra passarão. Eu e tu iremos passar no concurso. Eu e ela estaremos na cidade. Tu e alguns colegas saireis mais cedo. Tu e alguns colegas sairão mais cedo. Casos especiais de sujeito composto Núcleos pospostos Na igreja, choraram / chorou mãe e filha. Núcleos sinônimos A dor e o sofrimento sempre me acompanha. Núcleos em gradação Um ano, um mês, um dia pouco importa. Sujeito ligado por série aditiva enfática – O verbo concorda com o mais próximo ou vai para o plural. (não só...mas, tanto...quanto. não só...como, etc.) “Tanto o lidador como o abade haviam seguido par o sítio...” Sujeito ligado por nem...nem (O sujeito ligado pela série aditiva negativa leva o verbo ao plural e, às vezes, ao singular. “...nem Deus, nem o mundo lhes dará / darão a mínima recompensa. Sujeito representado por expressões como a maioria de, a maior parte de, grande parte de, parte de (O verbo irá para o plural ou singular) “A maior parte deles recusou segui-lo com temor do poder...” A maioria dos alunos foram aprovados no concurso. Ligados pela conjunção ou Com exclusão: João ou José se casará com Maria. Sem exclusão: O rico ou o pobre morrerão um dia. Aposto resumitivo Bebida, dinheiro, mulheres, nada o alegrava mais. Locuções Um e outro / Nem um nem outro Um e outro assunto será / serão visto (s).

Nem um nem outro aluno saiu / saíram. Cuidado! Reciprocidade verbo no plural Nem um nem outro se olham mais. Locução um ou outro Um ou outro assessor viajará a serviço. A concordância com títulos no plural As Cartas Persas anunciam o regresso. Com o verbo ser e predicativo no singular pode ocorrer o singular. “As Cartas Persas é um livro genial...” Haja Vista – Verbo ficará invariável Haja vista os processos apresentados pela parte. A concordância do verbo com sujeito oracional (O verbo fica no singular) Falta apurar os votos das urnas. É bom que compreendas estas razões. Permanece no singular o verbo que tem como sujeito duas ou mais orações coordenadas entre si. Ex.: Fumar e utilizar celulares não será permitido até a parada total da aeronave. Locução mais de um Mais de um jogador será convocado. Mais de dois jogadores serão convocados. Cuidado! Reciprocidade verbo no plural Mais de um carro se chocaram na pista. Locução pronominal com pronome pessoal preposicionado Quais de vós sobreviveis ao massacre? Quais de vós sobreviverão ao massacre? Sujeito que, da locução “um dos que” Você foi um dos alunos que passaram na PRF. Você foi um dos alunos que passou na PRF. Sujeito nome pluralício Os Estados Unidos invadiram o Iraque. O Estados Unidos invadiu o Iraque. Alagoas nos deu políticos ilustres. Sujeito quem (concorda com o antecedente ou na 3ª p sing) Não serei eu quem pagará a conta. Não serei eu quem pagarei a conta. Sujeito que (concorda com o antecedente) Sou eu que faço as contas. Oração sem sujeito ( verbo 3ª p sing) Faz anos que não a vejo. Há livros na sala. Trovejou no norte. Pode haver problemas sérios em casa. Partícula apassivadora (concorda com o sujeito) Alugam-se quartos para universitários. Índice de indeterminação do sujeito (verbo sempre em 3ª p sing) Vive-se muito bem aqui. Verbo parecer seguido de infinitivo As crianças parecem estar felizes. As crianças parece estarem felizes.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 18 Gramática

Sujeito representado por cada um de + plural Neste caso, o verbo fica sempre no singular. Cada um dos concorrentes deve preencher corretamente as fichas de inscrição. Concordâncias com expressões de porcentagem Quando o termo preposicionado especificar a referência numérica Trinta por cento do Brasil assistiu à copa do mundo. Trinta por cento dos brasileiros assistiram à copa do mundo. Se a porcentagem for particularizada, o verbo concordará com ela: Esse 1% dos candidatos deverá submeter-se à nova prova. 10% do empréstimo estarão embutidos no valor total. Se o verbo vir antes da expressão, a concordância se fará com o número existente. Dos alunos, 10% faltaram as aulas. Ficou excluído 1% dos candidatos. Concordância do verbo SER O normal é que o sujeito e o verbo ser concordem em número. José era um aluno aplicado. Os dias de inverno parecem menores que os de verão. Todavia, em alguns casos, o verbo ser se acomoda à flexão do predicativo, especialmente quando este se acha no plural. Quando os pronomes isto, isso, aquilo, tudo, ninguém, nenhum ou expressão de valor coletivo do tipo o resto, o mais é sujeito do verbo ser: Tudo eram alegrias e cânticos. Tudo é alegrias. (apesar de mais rara) Quando o verbo ser é impessoal, isto é, sem sujeito, nas designações de horas, datas, distâncias. São dez horas? Hoje são 15 de agosto. Hoje é 15 de agosto. Quando o verbo ser aparece nas expressões é muito, é pouco, é mais de, é tanto e o sujeito é representado por termo no plural que denota preço, medida ou quantidade. Dez mil reais é pouco. Cinqüenta homens é suficiente.

Se o sujeito estiver representado por

pronome pessoal, o verbo ser concorda com o sujeito, qualquer que seja o número do termo que funciona como predicativo. Ela era as preocupações do pai. Nas minhas terras o rei sou eu. Se o sujeito está representado por nome próprio de pessoa ou lugar, o verbo ser, na maioria dos exemplos, concorda com o predicativo. Ouro Preto são dois temperamentos dentro de suas freguesias. Santinha eram dois olhos míopes.

Regência Verbal

Vamos analisar a regência de alguns verbos importantes:

Assistir Assistir (no sentido de ver) – VTI O torcedor assistia ao jogo atentamente. Assistir (no sentido de dar assistência) – VTD ou VTI O medico assistiu o doente ou assistiu ao paciente. Assistir (no sentido de caber) – VTI Este é um direito que assiste ao ministro. Assistir (no sentido de morar) – Intransitivo (Exige a presença da preposição “em”) Aquele rapaz assiste em São Paulo. Aspirar Aspirar (no sentido de absorver, respirar) – VTD Aspiramos o perfume das flores. Aspirar (no sentido de desejar) – VTI Ela aspira a uma promoção. Agradar Agradar (no sentido de fazer carinho, acariciar) – VTD O pai a agradava. Agradar (no sentido de ser agradável) – VTI A resposta não lhe agradou. Implicar / Acarretar Implicar (no sentido de acarretar) – VTD Tal atitude não implica desprezo. Acarretar – VTD O não-pagamento das diárias acarretará multas. Simpatizar / Antipatizar / Empatizar - VTI (Vale ressaltar que não são verbos pronominais) Eu simpatizo com ele. Informar / Certificar / Ensinar – VTDI Eu informei o dia ao aluno. / Informei-o do dia. Chegar – Intransitivo (Exige presença da preposição “a”) Cheguei ao Colégio com pequeno atraso.

Conhecer / Convidar – VTD Todos conheceram logo o José. Não o convidaram ao passeio. Lembrar / Esquecer / Utilizar – VTD Mário lembra seu pai no modo de falar.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 19 Gramática

Lembrar-se / Esquecer-se / Utilizar-se (quando pronominais alteram sua regência) – VTI Utilizou-se de meios ilícitos. Custar Custar (no sentido de ser difícil) – VTI Custou-me acreditar em Hipocarpio. E não Eu custei a acreditar... Custar (no sentido de ter preço) – Intransitivo Estas apostilas custaram R$ 50,00.

1. Morar – Intransitivo ( Exige a presença da preposição “em”) Atualmente mora no Méier. Obedecer / Desobedecer - VTI Os alunos obedeceram ao professor. Pagar / Perdoar / Pedir / Agradecer – VTDI (Coisa – OD / Pessoa – OI) Pagaram as compras ao comerciante. Eu lhe perdoei os pecados. Eu lhe agradeci o presente enviado. Presidir – VTD ou VTI Tu presidiste a reunião ou Tu presidiste à reunião. Preferir – VTDI Prefiro o cinema ao teatro. Proceder (no sentido de dar início ) – VTI O juiz vai proceder ao julgamento. Querer (no sentido de desejar ) – VTD Eu quero esse livro. Querer (no sentido de amar, estimar) – VTI Despede-se o amigo que muito lhe quer. Responder – VTI O marido respondia a tudo com as necessidades políticas. Ver – VTD Nós o vimos na cidade. Visitar – TD Visitamos a exposição de arte. Visar Visar (no sentido de mirar o alvo) - VTD Visaram o chefe da rebelião Visar (no sentido de dar o visto em algo) – VTD O gerente visou o cheque. Visar (no sentido de desejar) – VTI ou VTD Todos visamos ao progresso. / Todos visamos o progresso.

Abraçar / Namorar – VTD Eu o abracei pelo seu aniversario. Luiza namorava o filho do delegado. Ansiar / Almejar – VTD ou VTI Ansiamos dias melhores. / ou Ansiamos por dias melhores. Atender – VTD ou VTI Não o atenderam os criados. ...até vós merecerem, um dia, a benção de lhes atenderdes. Satisfazer – VTD ou VTI Satisfazer o desejo. Satisfazer ao desejo. Aludir – VTI Na conversa, aludiu-se brevemente ao seu novo projeto. __________________________________Regência Nominal Acessível a Junto a Alheio a, de Passível de Aversão a, para, por Peculiar a Avesso a Pendente de Análogo a Preferível a Apto a, para Propício a Atencioso com, para com Próximo a, de Ansioso de, para, por Rente a Ânsia de, por Residente em Imune a, de Inerente a Compatível com Situado a, em, entre Conforme a, com Solidário com Constituído de, com, por Último a, de, em Curioso de, por Inclinação a, para Desprezo a, de, por Assistência a, em Dúvida acerca de, de, em, sobre Consideração a, para, por Empenho de, em, por Superior a, em Fácil a, de, para Feliz com, de, em, por Respeito a, com, de. para com, por Algumas observações importantes sobre regência: À força do uso já se fazem concessões a alguns verbos que não sejam transitivos diretos e que admitem voz passiva. (Assistir, Apelar, Aludir, Obedecer, Pagar, Perdoar, Responder)

Obs: Lembre-se de que, em geral, só aceitam voz passiva verbos transitivos diretos, pois o objeto direto da voz ativa se transforma em sujeito na voz passiva, e o sujeito na voz ativa se torna agente da passiva na voz passiva.

A sentença não foi apelada. Todas as faltas foram aludidas. Os bilhetes seriam respondidos hoje. A missa foi assistida por todos.

Os pronomes o, a, os, as usam-se como objetos diretos, e os pronomes lhe, lhes formam o objeto indireto.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 20 Gramática

Estimo aquele colega. – Estimo-o. Obrigou as filhas a trabalhar. – Obrigou-as a trabalhar.

Obedeceu a teu superior. – Obedeceu-lhe. Resistimos aos invasores. – Resistimos-lhes. Certos verbos transitivos indiretos repelem os pronomes lhe, lhes, sendo, por isso, construídos com as formas retas preposicionadas. (Aspirar, Referir, Assistir, Referir, Aludir, Recorrer, Depender, Prescindir)

Aspiro ao título – Aspiro a ele. Assistimos à festa. – Assistimos a ela. Refiro-me a João – Refiro-me a ele. Aludiram a teus irmãos – Aludiram a eles. Recorri ao ministro – Recorri a ele. Dependo de Deus – Dependo dEle. Prescindimos de armas – Prescindimos delas.

A preposição comum a termos coordenados A preposição que serve a dois termos coordenados

pode vir repetida ou calada junto ao segundo (e ou mais termos), conforme haja ou não desejo de enfatizar o valor semântico da preposição:

As alegrias de infância e de juventude.

As alegrias de infância e juventude. Complementos de termos de regências diferentes

O rigor gramatical exige que não se dê complemento comum a termos de regência de natureza diferente.

Tenho-o visto entrar e sair do Colégio de S.Paulo. Minha avó sempre gostou e cozinhou carne de jacaré. Num mesmo dia Paulo conheceu e jantou com o presidente. Esta empresa quer e precisa de bons funcionários para ampliar sua produção. O operário recusou e reclamou da comida servida em marmitas REGÊNCIA COM PRONOME RELATIVO Na regência com pronome relativo, quem define se haverá a presença da preposição é a regência do verbo da oração adjetiva ou a regência nominal de alguma palavra presente na oração. O filme que vi foi bom. O livro de que preciso é este. Os ideais pelos quais lutamos são esses. Vi a igreja de cuja torre ele caiu. Quero tudo a que tenho direito. O escritor a cuja obra você se refere é aquele. Os absurdos contra os quais lutamos são esses. O rapaz com quem converso é bom. Ele se refere à que esta de vermelho.

CRASE

É a fusão da preposição “a” com o artigo a(s) ou da preposição “a” com os pronomes demonstrativos a(s), aquele(s), aquela(s) e aquilo. Respeite a sinalização de trânsito. Tenha respeito à sinalização de trânsito. Analisando as frases acima, percebe-se que a ocorrência da crase dependerá da regência verbal ou nominal da expressão à qual o termo a ser analisado estiver relacionado sintaticamente no período. Na primeira frase, ressalta-se que a expressão destacada não recebe o sinal indicativo de crase em virtude de estar relacionada sintaticamente a forma verbal “respeitar” que apresenta transitividade direta, por isso não há o porquê da ocorrência da crase. Vale destacar que todo vocábulo em um período que apresentar função sintática de sujeito ou de complemento direto não receberá o sinal indicativo da crase. Já, na segunda frase, a expressão está relacionada à forma nominal “respeito” que pela regência exige a preposição “a” a qual somada ao artigo feminino singular de sinalização acarreta a indicação da crase no trecho. Informei àquele aluno o dia do ocorrido. Eu me referi à que estava na galeria. Neste momento, analisaremos a ocorrência da crase com preposição + pronome demonstrativo. No primeiro exemplo, a expressão sublinhada recebe o sinal indicativo de crase pela relação sintática estabelecida entre a expressão “aquele aluno” e a forma verbal “informar” que apresenta transitividade direta e indireta. Denota-se que expressão “o dia do ocorrido” é classificada sintaticamente como objeto direto, logo “àquele aluno” será complemento indireto. No segundo exemplo, a expressão sublinhada recebe o sinal de crase pela relação sintática estabelecida entre o “a” (pronome demonstrativo) + “a” preposição exigida pela forma verbal “referir” que apresenta transitividade indireta. Obs: Cuidado!!!! O vocábulo “a” será classificado morfologicamente como pronome demonstrativo toda vez que apresentar na frase o sentido de (= aquela). Vejamos agora, outros casos de ocorrência da crase:

Toda locução adverbial, prepositiva e conjuntiva feminina receberá o sinal indicativo de crase. (Caso

Obrigatório) Estive à espera da prova por várias horas. Às vezes, não entendemos a dificuldade do amigo. Na próxima rua, vire à direita. À proporção que o tempo avança, mais difícil se torna o mundo. Iremos à praia pela manhã. Obs: Estude a fim de passar no concurso.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 21 Gramática

Vale destacar que na frase acima não há ocorrência da crase, visto que a locução apresentada é prepositiva, mas masculina.

A ocorrência da crase antes de palavra masculina é proibida. Exceto: quando

pudermos subentender na frase a expressão “à moda de”

Roupas à Pierre Cardin Bacalhau à Gomes Sá. Sapatos à luís XV. Obs.: Bife a cavalo. Vale ressaltar que a expressão acima não recebeu acento grave em virtude de não estar implícita a idéia de “à moda de”.

A presença da crase em orações adjetivas Conheço a obra literária à qual se referem Obs.: A ocorrência da crase é exigida pela regência do verbo “referir” que apresenta transitividade indireta. Vale destacar que a frase denota a regência com pronome relativo. Já estudada em aulas anteriores.

As expressões “casa”, “terra”, “distância” receberão o sinal indicativo de crase somente

quando vierem especificadas. Cheguei a casa. Vou à casa de meus avós. Estou à distância de três metros. Ensino a distância Obs.: Vale ressaltar que o nosso querido mestre “Evanildo Bechara” em sua Gramática Escolar da Língua Portuguesa destaca o caráter adverbial da locução “à distância”, e por isso enfatiza a obrigatoriedade da crase em “ensino à distância”. Entretanto, denota que os modernos gramáticos seguem a regra geral de não acentuá-la, não estando especificada.

O vocábulo “a” antecedendo uma expressão no plural não ocorrerá à incidência da crase.

Referi-me a atitudes infantis. Ele cheira a rosas. Obs.: Vale destacar que o substantivo “atitudes” está sem artigo, logo, o vocábulo “a” na frase é apenas uma preposição, pois o substantivo encontra-se generalizado. IPC: Não se esqueça que o substantivo pode vir com ou sem artigo na frase e que isso não trará prejuízo à correção gramatical nem ao sentido da frase.

Indicação de horas – Crase Obrigatória

Cheguei às sete horas.

O vocábulo “a” que vier posposto a uma preposição não receberá o sinal indicativo da crase, desde que não seja

a preposição “até” que constitui caso de crase facultativa.

Cheguei desde as sete horas. Após as 23h, o ingresso no salão será proibido. Compareci perante a juíza. Irei até (à / a) escola.

Relação ao tempo Futuro ou Presente Usa-se a expressão “a”.

Relação ao tempo Passado Usa-se a expressão “há”.

Daqui a três dias sairei. Há três dias saí.

Nas expressões de duração, distância e seqüência de tipo de... a...:

As aulas serão de segunda a quinta. A aula será das 3 às 5 horas. Obs.: Se as expressões começam com preposição combinada com artigo, emprega-se a ou às no segundo termo. Casos de crase proibida: 1 - Antes de verbo no Infinitivo Ex.: Comecei a aprender matemática. 2 - Antes de pronome de tratamento (Exceto: senhora, senhorita, dona) Ex.: Informei a vossa senhoria autorização de embarque. 3 - Entre palavras repetidas Ex.: Estive face a face com você. 4 - Antes de pronome indefinido ou palavras com idéias indefinidas (Exceto: outra) Ex.: A cada hora, pensamos em estudar. 5 - Antes de Pronome Pessoal do caso Reto Ex.: Falei a ela ontem. 6 - Antes dos pronomes “esta”, “essa”, “quem”, “cujo” e “mim”. Ex.: Graças a essa reciprocidade. Casos de crase facultativa: 1 – Antes de Pronome possessivo feminino no singular Ex.: Agradecemos (a / à) sua mãe a colaboração. 2 – Antes de Substantivo próprio feminino Ex.: Irei ( a / à ) França.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL A colocação do pronome oblíquo átono ocorrerá de três

formas distintas, dependendo da palavra atrativa que o anteceder, pois ele poderá apresentar-se antes, depois ou intermediando uma forma verbal. Próclise (O pronome átono posiciona-se anteposto à forma verbal)

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Curso Preparatório: CEPROMAT 22 Gramática

Vejamos alguns casos de palavras atrativas que exercem certa atração em relação ao pronome oblíquo, denotando próclise obrigatória: Palavras com idéias negativas: Nunca o vi antes. Orações optativas: Deus te abençoe. Conectivos de subordinadas: Espero que nos visitem. Em + pronome oblíquo + Gerúndio: Em se tratando... Por + pronome oblíquo + Infinitivo: Por se tratarem... Advérbios sem pausa: Aqui se reúnem poetas. Pronomes indefinidos e demonstrativos: Nada se cria. Mesóclise (O pronome átono posiciona-se interposto à forma verbal) Futuro do Presente: Amar-te-ei por toda vida. Futuro do Pretérito: Amar-te-ia. Importante: Caso seja necessária a Próclise ela deverá

ser efetuada, em detrimento da mesóclise.

Nunca mais te amarei.

Verifica-se que o pronome átono aparece na frase anteposto ao verbo, efetuando a próclise obrigatória em virtude do advérbio que o atrai, mas vale ressaltar que mesmo havendo futuro do presente deixamos de efetuar a mesóclise em detrimento da próclise.

Ênclise (O pronome átono posiciona-se posposto à forma verbal) Advérbio com pausa: Aqui, reúnem-se poetas. Imperativo: Levante-se agora! Observações: Nunca se inicia oração por pronome oblíquo átono. Nunca se coloca pronome oblíquo átono depois de futuro. Nunca se coloca pronome oblíquo átono depois de particípio. Colocação Pronominal em relação a uma locução verbal 1) Auxiliar + Infinitivo ou gerúndio *Proclítico ao auxiliar: Eu lhe quero falar. **Enclítico ao auxiliar (ligado por hífen): Eu quero-lhe falar. ***Enclítico ao verbo principal (ligado por hífen): Eu quero falar-lhe. Observação importante: Com mais freqüência ocorre entre brasileiros, na linguagem falada ou escrita, o pronome átono proclítico ao verbo principal, sem hífen: Eu quero lhe falar. 2) Auxiliar + particípio *Proclítico ao auxiliar: Eu lhe tenho falado. **Enclítico ao auxiliar (ligado por hífen): Eu tenho-lhe falado.

PONTUAÇÃO Vírgula – Indica pequena pausa na leitura, o que equivale a uma pequena ou grande mudança na entonação. É empregada quando a ordem normal dos termos da frase é alterada. Aqueles estudantes copiaram todo o programa com rapidez. Com rapidez, aqueles estudantes copiaram todo o programa. (termo deslocado) Usa-se a virgula para: 1- Marcar termos intercalados: a ) aposto: Pedro, meu irmão, foi eleito deputado. b) expressões explicativas ou corretivas: Seu comportamento, isto é, a atitude que tomou, não me aborreceu. c) conjunções coordenativas: Você, contudo, jamais concordaria com isto. d) adjuntos adverbiais: Os animais, naquela tarde, ficariam assustados. 2- Marcar o vocativo: Crianças, salvem a natureza. 3- Separar orações adverbiais: Quando ele chegou, seu pai já havia falecido. 4- Separar os termos que se quer realçar (pleonásticos ou em ordem inversa): As pétalas, levou-as a água da chuva. 5- Indicar a elipse do verbo: No trem encontramos a pobreza; no avião, o luxo. 6- Separar os topônimos, nas datas: Rio, 08 de março de 1991. 7- Separar o numeral que vem após o nome de rua e que se refere a palavra casa subentendida: Rua Clara de Oliveira, 195. 8- Separar orações coordenadas assindéticas e as coordenadas sindéticas, exceto as iniciadas pela conjunção aditiva e (quando indicarem o mesmo sujeito): O bebe agitava-se, batia as perninhas, gemia e adormecia angustiado. 9- Separar as orações subordinadas adjetivas explicativas: O homem, que é um ser racional, vive pouco. 10- Entre a oração principal e as subordinadas substantivas apositivas: Aquele velho sonho, que o neto reapareça, é o que alimenta. Ponto e vírgula: Marca uma pausa mais longa que a virgula e menor que o ponto. 1- Para separar orações coordenadas longas ou curtas, num trecho longo: “Homem ativo é aquele que sabe realizar aquilo que para os outros constitui simples aspiração; que cumpre o seu dever; que tem iniciativa; que não espera as ocasiões, mas que as cria”. 2- Para separar orações coordenadas que formam antíteses: Uns trabalham; outros descansam. 3- Para separar os itens de uma enumeração: Na oportunidade, elaboraremos cinco determinações: a) a organização do calendário; b) a divisão das atividades; c) as técnicas para aplicação de recursos. Dois pontos: Marcam uma suspensão de voz em frase não concluída.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 23 Gramática

1- Antes de uma enumeração: Aqui estão incluídas: as anotações, as monografias e as teses. 2- Antes das citações: já dizia o poeta: “A vida é a arte do encontro...” 3- Para dar início a uma seqüência que explica, esclarece, identifica ou discrimina idéia anterior: Descobrir a razão de viver: você. 4- Para anunciar um aposto ou oração apositiva: Só espero uma atitude: sua demissão. 5- Na invocação das correspondências: Cara amiga: 6- Antes de um exemplo: Exemplo: O aluno mais engraçado do Curso é o Felipe. 7- Depois de nota ou observação: Nota: a palavra xérox é feminina. Parênteses: Servem para isolar explicações, indicações ou comentários acessórios. 1- Para destacar um adendo ou comentário que o escritor acha conveniente, por algum motivo, em intimidade com o leitor: O Brasil deve ( pouco, quase nada) cento e dez bilhões de dólares. 2- Para separar indicações bibliográficas: “Fui hoje cedo à casa desse último apresentar desculpas.. e repetir o convite para a pretendida visita”. (Cyro dos Anjos – O amanuense Belmiro.) Aspas: São empregadas para: 1- Isolar citação ou transcrição: Disse Rui Barbosa: “A pátria não é ninguém: são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação”. 2- Destacar palavras ou expressões, tais como: gírias, expressões populares, estrangeirismos, arcaísmos, etc: Ele era um “gentleman”. A mulher ficou “bolada” com a atitude da polícia. 3- Mostrar que uma palavra está empregada em sentido irônico: Este jovem é muito “educado”: jogou o lixo no chão. Travessão: É usado principalmente nos casos: 1- Para indicar a fala de uma pessoa, nos diálogos: Ex: - De quem é este retrato? – perguntou o amigo. - É de minha mãe – respondeu Marcos. 2- Para pôr em evidência palavra, expressão ou frase (usado pra substituir dupla vírgula): Ex: Machado de Assis – grande romancista brasileiro – também escreveu contos. Reticências: Marcam a interrupção da seqüência lógica da frase. Não eram bem assim...Sei lá... 1- Para realçar uma palavra ou expressão: Não conhecia razão para aquela... euforia.

2- Para indicar uma pausa maior que a vírgula: “A existência é surgir....passar... morrer.” 3- Para indicar ironia, malícia ou para deixar que o leitor tire suas conclusões: “Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...”

AULA 02, 03 E 04 – SINTAXE Questões de Concursos Anteriores da Unemat 01 - “Oxalá que eu tivesse sabido que esse verbo era irregular”. A oração em destaque classifica-se como: a) Oração principal. b) Oração subordinada substantiva subjetiva. c) Oração subordinada substantiva completiva nominal. d) Oração subordinada substantiva objetiva direta. e) Oração coordenada. 02 - Em relação às regras de concordância nominal, analise os enunciados abaixo. I. A maioria das pessoas vive meia desconfiada da atuação adequada dos responsáveis pelo fisco. II. Depois de interditadas as usinas de biodiesel restaram menas dúvidas sobre as irregularidades relacionadas ao funcionamento das empresas. III. Um dos valores defendidos pela SEFAZ é a transparência, haja visto oferecer aos cidadãos informação confiável, oportuna e compreensível sobre gestão dos recursos públicos. IV. A SEFAZ vê menos possibilidades de usineiros infringirem as leis depois do trabalho bem sucedido da força tarefa, desenvolvido no Estado. V. As empresas fiscalizadas estão quites com o ICMS. Assinale a alternativa correta. a. Apenas I e II, estão corretos. b. Apenas I, II e III, estão corretos. c. Apenas IV e V estão corretos. d. Todos os itens estão corretos. e. Apenas III e V estão corretos. Só é possível dar o mesmo complemento a dois ou mais verbos se eles tiverem regência idêntica, como em O policial perseguiu e prendeu o assaltante. 03 - Com base nesse princípio, assinale a construção correta. a. Minha avó sempre gostou e cozinhou carne de jacaré. b. Num mesmo dia Paulo conheceu e jantou com o presidente. c. Esta empresa quer e precisa de bons funcionários para ampliar sua produção. d. O operário recusou e reclamou da comida servida em marmitas e. O Sr. Jorge produz e vende na feira frutas e verduras. 04 - Assinale a alternativa em que o emprego da locução destacada em itálico está incorreto. a. Não procedem as declarações segundo as quais a gripe suína virá a se transformar numa pandemia devastadora e incontrolável. b. Há temas sobre os quais precisamos falar com nossos filhos, como sexo e drogas, antes que eles se orientem erradamente, fora de casa. c. As questões mais complexas da prova, as quais João desistiu, certamente farão uma grande diferença no resultado da avaliação. d. Os brasileiros, entre os quais me incluo, naturalmente, estão felizes com a escolha do Rio para as Olimpíadas de 2016. e. O jogador reuniu os torcedores revoltados, perante os quais se desculpou pelo fraco desempenho na última partida. Leia atentamente os enunciados. I – O juiz julgou prioritária a questão. II – O juiz julgou a questão prioritária.

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05 - Sobre a relação de sentidos entre eles, assinale a alternativa incorreta. a. No enunciado I, o verbo julgar tem o sentido de “considerar”, mas no II pode significar também “pronunciar sentença judicial”. b. A ordem (lugar) da palavra prioritária nos enunciados é a responsável pela alteração de sentido. c. Nos dois enunciados, a palavra prioritária significa “mais importante”. d. O adjetivo prioritária é usado como recurso de estilo, ou seja, exprime uma condição apenas acessória da questão. e. Os enunciados não esclarecem de que se trata o assunto julgado pelo juiz. 06 - Assinale a alternativa em que a colocação pronominal é contrária à norma culta: a) O Ministério Público agora se apressa em divulgar o número do Disque-Cidadania. b) O Disque-Cidadania não se coloca apenas para atender denúncias, mas a prestar informações sobre os direitos do cidadão. c) O Disque-Cidadania, que se coloca à disposição da comunidade, irá aumentar o número de denúncias. d) A Brasil Telecom acredita no sucesso do Disque-Cidadania, este se torna um apoio importante à população. e) O Ministério Público não questionava-se sobre a eficácia do Disque-Cidadania. 07 – Assinale a alternativa em que a expressão, no texto, tem a função de sujeito: “Quando o homem inventou a roda Logo Deus inventou o freio, Um dia, um feio inventou a moda”. (Piercing, Zeca Balero) a) a roda b) o freio c) um dia d) um freio e) a moda O Pantanal é um imenso território selvagem aonde o turista vai para ver uma sucessão de espetáculos: a explosão da vida animal, a imensidão das águas e até jardins submersos

(Veja, Edição Especial, julho de 2007).

08 - Assinale a alternativa incorreta. a. O termo “uma sucessão de espetáculos” funciona sintaticamente como objeto direto. b. Na expressão “imenso território selvagem”, o adjetivo posposto atribui uma dimensão incomensurável ao Pantanal. c. A palavra “Pantanal” é grafada com inicial maiúscula por se tratar de nome de um topônimo. d. O texto faz referência à fauna pantaneira. e. O sinal de pontuação “dois-pontos”, no texto, foi empregado para introduzir um esclarecimento. 09 - Assinale a alternativa em que o termo agente da passiva designa o ser que pratica a ação recebida pelo sujeito. a. Casas populares começam a ser vendidas à classe C. b. Casas populares são construídas a preços de mercado. c. Casas populares são construídas por empresas brasileiras. d. Casas populares são construídas em parceria com o Governo federal. e. Casas populares são financiadas em até quinze anos.

10 - Assinale a alternativa em que a regência verbal está de acordo com a gramática normativa. a. Bernardinho assiste o Globo Esporte todos os dias para saber notícias sobre seu time favorito. b. O Globo Esporte informa o telespectador o equívoco cometido. c. Com o objetivo de obedecer à legislação em vigor, a Rede Globo mudou o horário das programações do Estado. d. Todo esportista aspira uma entrevista no Globo Esporte. e. Prefiro ler do que ver televisão. 11 - Assinale a alternativa em que ocorre erro de regência verbal. a. Os ecologistas preferem os móveis de pinus às espécies escassas como paubrasil, mogno e imbuia. b. Os turistas que chegam no Pantanal ficam extasiados com a beleza das plantas aquáticas. c. Os caminhoneiros assistiram os acidentados na principal rodovia do país. d. O fato de o guia não precisar o local não implica o retorno do grupo. e. O ser humano aspira à vida longa diante da constatação de que várias espécies da flora e da fauna são capazes de viver por vários séculos. 12 - Complete as lacunas de modo que a regência nominal fique correta. I. Os militares estão acostumados ----- exercício físico. II. O discurso do presidente foi agradável ----- se ouvir. III. Meu contrato está vinculado ---- outros projetos. IV. Algumas pessoas demonstram pouca atenção ------- as regras de trânsito. V. A polícia permanece atenta ----- ações estratégicas. Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta. a. a – para - com – de - a b. ao – de - a - para com - em c. com – de – por – para - par d. em - para - a - sobre - com e. ao – a – com – por - em 13 - Assinale a alternativa em que a regência verbal está incorreta. a. A maioria da população brasileira assistiu ao filme Tropa de Elite. b. Os convidados chegaram em casa no horário previsto. c. O governo brasileiro não atendeu às exigências dos controladores de vôo. d. O paraninfo procedeu à leitura do discurso na solenidade de colação de grau. e. A política da saúde mental visa à redução de leitos a portadores de transtornos mentais. 14 - Assinale a alternativa em que o pronome lhe/lhes foi empregado corretamente. a. Você ficou assim nervoso porque pensa que o juiz lhe prejudicou. b. Não lhe conheço, meu amigo, por isso não vou seguir suas idéias. c. Eu lhe abracei e beijei quando soube que haviam passado no vestibular. d. As crianças saíram de férias. Todos lhes desejaram boa viagem. e. Tenha a certeza de que sua mãe lhe viu quando você chegou de madrugada. 15 - Em que alternativa o emprego do pronome está de acordo com a norma culta? a) Me mandou um amontoado de “informativo publicitário”. b) Estas não limitam-se às dimensões dos postes. c) Por favor, entregue aquele jornal que está perto de você. d) São propagandas, cujas imagens poluem o ambiente. e) As mensagens que chegam-lhe via e-mail. 16 - Sabe-se que as palavras estabelecem uma relação necessária para formular um pensamento. Observe os enunciados abaixo, e marque somente a alternativa em que o verbo caracterizado como regente (regência verbal) tenha sentido de sorver. a) “E os fracos esquecem”.

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b) “(...)fulgurante no simples manifestar-se, chegado o momento”. c) “Desiste! Foge! Esquece! Esquece!” d) “São para aspirar como essência, ou nem assim”. e) “Namorar é além do beijo e da sintaxe, não depende de estado ou condição”. “ A Alca é como uma odalisca de cabaré barato, que, a noite, sob aquela luzinha calma, você acha uma deusa, mas, de dia, não é a mesma coisa e, as vezes, não é nem mulher”. “ Quanto a gravata, detalhe que técnicos em acordos internacionais poderiam considerar irrelevante, ela era, por assim dizer, estridentemente ecológica. Mostrava dezenas de pingüins num fundo multicolor, e tudo isso brigava furiosamente com a camisa de largas listras azuis e brancas. O gosto estético do negociador, obviamente, não interfere no resultado das negociações” ( VEJA, ano 37- n.º 6, p.38, 2004). Obs.: As palavras no texto não estão com o acento grave, indicador da ocorrência da crase, conforme texto original, devido à formulação da questão de n.º 3. 17 - Observando a seqüência do texto, assinale a alternativa em que o uso do acento grave, indicador da ocorrência da crase, é obrigatório: a) à noite / a mesma/ às vezes/ a gravata. b) à noite / a mesma/ as vezes/ à gravata. c) à noite / à mesma/ às vezes/ a gravata. d) à noite / a mesma/ às vezes/ à gravata. e) à noite / à mesma/ às vezes/ à gravata. 18 - O sinal indicativo da crase é obrigatório na alternativa: a) Convidou a namorada para uma visita a sua casa. b) A partir do momento em que a viu ficou loucamente apaixonado. c) Ficava horas a ouvir conversas. d) A cada hora nascem novos sentimentos. e) O amor, as vezes nasce, as vezes morre. 19 – A partir da prescrição da Gramática Normativa para regência verbal, escreva (1) nas orações corretas e (2) nas incorretas. ( ) O governo do Estado de Mato Grosso, por meio do concurso público, visa à qualidade do serviço público. ( ) O cidadão mato-grossense aspira uma nova relação com as instituições. ( ) Nós sempre os ajudamos nas fiscalizações do Estado. ( ) Prefiro informar do que ficar na ignorância. ( ) O “Portal do Cidadão” atendeu às exigências do povo. A sequência correta dos números nos parênteses. a) 1,1,1,2,2. b) 2,1,1,2,1. c) 2,1,2,2,1. d) 1,2,2,1,2. e) 1,2,1,2,1. 20 – De acordo com a norma culta, todas as alternativas estão incorretas em relação à concordância verbal, exceto. a) Cada uma das instituições devem cumprir o acordo estabelecido. b) No “Portal do Cidadão”, a movimentação financeira disponibilizarão maior transparência aos recursos públicos do Estado. c) Trinta dias é pouco para que o site fique conhecido pelos mato-grossenses.

d) Compareceu no Gabinete do Governador devido à parceria, todas as autoridades do Estado. e) Fazem cinco dias que a parceria entre TCE e Cemat foi assinada. 21 - Observando a formalidade da língua, assinale a alternativa em que há erro de concordância verbal. a. Lá se vai o tempo em que podíamos dormir sossegados enquanto nossos filhos estivessem na rua. b. Nosso papel de cidadão é fiscalizar as contas públicas. c. É preciso que nos preocupemos com a educação das crianças. d. A professora de Biologia, com os alunos do Ensino Médio, foi escolher um local para a Feira de Ciências. e. Os alunos retiveram bem as informações que lhes passaram, sobre a dengue, o agente de saúde. 22 - Assinale a alternativa em que a concordância nominal está incorreta. a. A favelização do Rio de Janeiro resulta de uma série de fatores excessivamente conhecidos. b. O Morro Dois Irmãos, no Leblon é um dos mais belos cartões-postais do Rio de Janeiro. c. De qualquer ponto da orla, a massa de construções irregulares é visível. d. Por lei, fica proibido a construção de obras irregulares no morro. e. As reclamações por escrito são encaminhadas à prefeitura do Rio. 23 - Em todas as alternativas a concordância do verbo ser está empregada de acordo com a regra padrão, exceto: a. Hoje é dia dez de junho. b. Hoje são dez de junho. c. Isso não são atividades apropriadas a uma criança. d. O autor desta obra sou eu. e. Os Lusíadas é uma obra clássica da literatura portuguesa. 24 - Quanto à concordância verbal, assinale a alternativa incorreta. a. Cada um dos órgãos de pesquisas consultadas pelo autor fornece dados importantes para a escrita do artigo. b. Segundo pesquisas, 3,7% da Floresta Amazônica foi desmatada nos últimos dez anos. c. Houve nos últimos três anos redução no índice de desmatamento da floresta. d. Os Estados Unidos enviaram pesquisadores para precisar a situação atual da devastação da Floresta Amazônica. e. Tanto a mídia como a população esperam que o Governo intensifique a política de fiscalização e recuperação da floresta. 25 - Assinale a alternativa em que a concordância verbal está incorreta. a. Ficou excluído 1% dos produtos farmacêuticos. b. A maioria das atrizes está fazendo uso do medicamento diurético. c. Vendem-se produtos para emagrecimento nos melhores supermercados do país. d. A atriz diz que faz dois anos que usa o chá verde. e. Cada um dos vendedores devem preencher as fichas. 26 - Assinale a alternativa em que a concordância nominal é imprópria. a. Foi desnecessária a discussão sobre o plano de cargos e carreiras do município. b. Durante a realização do exame clínico, a paciente encontrava-se meia esquecida. c. Elas mesmas afirmaram não acreditar em fantasmas. d. Encaminho anexas as informações sobre o local do leilão. e. Quando você estiver quite com suas obrigações escolares, poderá sair. 27 – Associe os grupos. 1. Objeto Direto ( ) Alguns alunos têm aversão aos estudos. 2. Objeto Indireto ( ) Nada mais sublime que amor de mãe. 3. Comp. Nominal ( ) Ofendeu a todos, inclusive velhos amigos. 4. Adj. Adnominal ( ) Alguns políticos urbanos procedem do campo.

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5. Predicativo ( ) Os atletas foram ao estádio com o treinador. 6. Adj. Adverbial ( ) Ouvíamos interessados aquela ímpar palestra. ( ) Naquele momento, bastava-me uma só palavra. a) 3, 2, 1, 6, 2, 4, 1 d) 2, 4, 2, 2, 6, 4, 2. b) 3, 4, 1, 6, 6, 5, 2 e) 3, 3, 1, 6, 6, 5, 1. c) 2, 3, 2, 2, 2, 5, 1 28 - “Mostrava dezenas de pingüins num fundo multicolor, e tudo isso brigava furiosamente com a camisa de largas listras azuis e brancas”. No enunciado, pode-se observar o uso adequado da concordância nominal. Assinale abaixo, a única alternativa em que a concordância nominal está incorreta. a) É proibida a camisa de largas listras. b) É proibido a camisa de largas listras. c) São proibidas as camisas de largas listras. d) Repetirei bastantes vezes camisas de largas listras. e) Este assunto de camisa de largas listras está bastante complicado. 29 - Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância verbal. a) Serão beneficiados negros, índios, ex-presidiários e estudantes de baixa renda. b) A maioria dos beneficiados terá acesso às universidades privadas. c) Haviam dez especialistas para proceder aos estudos da reforma. d) Nem o ministro, nem as universidades abandonaram a discussão sobre as cotas de vagas. e) O ministro é um dos que têm pressa na implantação da política de cotas para todos. 30 - Assinale a alternativa em que a regra de concordância verbal não corresponde à norma culta. a) Fazem duas semanas que o Disque-Cidadania começou ser divulgado pela Brasil Telecom. b) O Ministério Público e a Brasil Telecom firmaram parceria para divulgar o número do Disque-Cidadania. c) O Ministério Público implementará novas políticas para combater as irregularidades do Estado. d) Haverá grandes resultados com a assinatura da parceria entre o Ministério Público e a Brasil Telecom. e) As denúncias serão investigadas pelo Ministério Público com agilidade e seriedade. 31 - Assinale a alternativa em que a regra de concordância nominal não corresponde à norma culta. a) Denúncias de irregularidades em transporte coletivo, escolas e segurança são algumas das muitas apontadas pela população. b) Denúncias e informações de interesse coletivo são os objetivos do Disque-Cidadania. c) As denúncias e as informações solicitada pela população serão atendidas por uma equipe especializada. d) Os cartões telefônicos com imagens e informações relacionadas às áreas da Infância e Patrimônio Público divulgarão o número do Disque-Cidadania. e) As duas instituições ficaram satifeitas com a parceria firmada. 32 - Assinale a alternativa em que a concordância verbal ou nominal desrespeita a norma culta. a) A propaganda eleitoral está criando conflitos entre os moradores.

b) O uso de cartazes nos postes está provocando uma verdadeira sujeira na cidade. c) Os cartazes e outdoor são necessários, pois obrigam o eleitor a tornar-se cidadão de fato. d) Os pedestres e comerciantes assistem à colocação de outdoors nas vias públicas. e) Fazem muitos anos que os eleitores reclamam do abuso da propaganda eleitoral. 33 - Em relação à concordância nominal, analise os itens e assinale (V) para Verdadeiro e (F) para Falso. I. A derrubada de árvores é proibida e quem vende madeira é bandido. II. Pesquisas recentes mostram que a Floresta Amazônica pode desaparecer haja visto o desequilíbrio das chuvas no mundo. III. É preciso que o governo coloque em prática um programa que faça funcionar as unidades de conservação. IV. Se esperarmos apenas as ações do Governo para salvar a Amazônia, teremos menos possibilidades de reverter o problema. Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta. a. V F V F b. V V V F c. F F V V d. F V F V e. V V V V e. 3 1 2 5 4 34 - Assinale a alternativa em que a concordância verbal está incorreta. a. Ficou excluído 1% dos produtos farmacêuticos. b. A maioria das atrizes está fazendo uso do medicamento diurético. c. Vendem-se produtos para emagrecimento nos melhores supermercados do país. d. A atriz diz que faz dois anos que usa o chá verde. e. Cada um dos vendedores devem preencher as fichas. 35 - Assinale a alternativa em que a concordância nominal é imprópria. a. Foi desnecessária a discussão sobre o plano de cargos e carreiras do município. b. Durante a realização do exame clínico, a paciente encontrava-se meia esquecida. c. Elas mesmas afirmaram não acreditar em fantasmas. d. Encaminho anexas as informações sobre o local do leilão. e. Quando você estiver quite com suas obrigações escolares, poderá sair. 36 - Assinale a alternativa em que a pontuação está mal-empregada. a. Hoje, como se sabe, o mercado de trabalho está bem mais exigente. b. Não seria melhor, em vez de usar tantas sacolas plásticas para as compras, voltar ao tempo de nossos avós e ressuscitar as cestas de vime? c. Fala sério meu amigo. Escândalos políticos como: corrupção e fraude, já andam me deprimindo. d. Que pena! Por alguns minutos deixei de me encontrar com ele no aeroporto... e. Ligo a TV no noticiário e só vejo desastres: ciclones, terremotos, enchentes, etc. Puxa vida!... “ mas se a luz dos olhos teus/ resiste aos olhos meus/ só pra me provocar/ meu amor juro por Deus/ me sinto incendiar”. Luz dos Olhos Teus - Vinícius de Moraes

(VEJA, ano 37, n.º 10, 2004). 37 - Leia o texto acima e identifique os versos em que contrariam as normas do português padrão. a) “mas se a luz dos olhos teus/ meu amor juro por Deus”. b) “resiste aos olhos meus/ só pra me provocar”. c) “meu amor juro por Deus/ me sinto incendiar”. d) “só pra me provocar/ me sinto incendiar”. e) “mas se a luz dos olhos teus/ resiste aos olhos meus”.

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38 - Assinale a alternativa em que ocorre a colocação pronominal enclítica nos versos. a) “Dai-me, Senhor, assistência técnica.” / Pagou-lhes, adiantado o salário. b) “Dai-me, Senhor, assistência técnica.” / Amar-te-ei a vida inteira. c) “(...)que se esconde no gesto muito simples / que em si mesmo se mira”. d) “Vai corromper-se tudo em flor esmigalhada/ que se esconde no gesto muito simples”. e) Há homens que se cansam depressa de namorar/ “que em si mesmo se mira”. A limitação terrestre, que os persegue, / tenta cobrar (inveja) / o terrível imposto de passagem: “Depressa! Corre! Vai acabar! Vai fenecer! / Vai corromper-se tudo em flor esmigalhada/ na sola dos sapatos...” Ou senão: “Desiste! Foge! Esquece! Esquece!” E os fracos esquecem. / Os tímidos desistem. / Fogem os covardes. 39 – Em “Depressa! Corre! Vai acabar! Vai fenecer! / Vai corromper-se tudo em flor esmigalhada/ na sola dos sapatos...” O uso das reticências no verso indica: a) Que o narrador ou a personagem interrompe uma idéia que começou a exprimir, e passa a considerações acessórias. b) Para marcar timidez de quem fala. c) Para marcar o substantivo. d) Para marcar que a idéia que se pretende exprimir não se fecha, não se completa com o término da frase. e) Para marcar o corte da frase e a entrada do personagem no discurso. 40 – Em “Não há loja de movéis um pouco melhorzinha que não ponha logo um cartaz dizendo “Furniture”. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação sintática de termos do período acima. a) logo – adjunto adnominal b) cartaz - sujeito c) de móveis – objeto indireto d) que - sujeito e) não – adjunto adnominal

Aula 05 E 06 – Interpretação Textual

O que é texto?

Texto é qualquer passagem falada ou escrita que forma um todo significativo, independente de sua extensão.

A palavra texto vem do latim textum, que

significa tecido, entrelaçamento. Já na origem da palavra, encontramos a idéia de que o texto resulta num trabalho de tecer, de entrelaçar várias partes menores a fim de se obter um todo inter-relacionado. Para a correta confecção de um texto, são importantes quatro elementos centrais: a repetição, a progressão, a não-contradição e a relação. Tais elementos garantem a coesão e a coerência textuais. Coesão

A coesão é uma relação semântica entre um elemento do texto e algum outro elemento crucial para sua interpretação. A coesão por estabelecer relações de sentido, diz respeito ao conjunto de recursos semânticos por meio dos quais uma sentença se liga com a que

veio antes, aos recursos semânticos mobilizados com o propósito de criar textos. Cada ocorrência de um recurso coesivo no texto denomina-se laço, elo coesivo. Coerência

A coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser entendida como um princípio de interpretabilidade, ligada à capacidade que o receptor tem para calcular o sentido do texto. Esse sentido, evidentemente, deve ser do todo, pois a coerência é global. 1.1 - Repetição (Coesão)

Ao escrever um texto, estamos sempre precisando retomar elementos já citados. Há diversas formas de se fazer essas retomadas, como a utilização de pronomes ou palavras e expressões sinônimas. Observe:

A- Além da graduação em Engenharia de Petróleo, existem cursos tecnólogos, mais curtos; quem o escolhe pode desempenhar várias funções na indústria petrolífera.

B – Existem pessoas que não se preocupam com o próximo, tentando isolar-se da sociedade que a cerca.

C - Sigmund Freud, a partir da análise da gênese do ideal de Ego, faz uma reflexão sobre o significado da vida humana. O autor reconhece que esse trabalho não possui a pretensão de elucidar essa questão, pois essa é uma temática complexa e inesgotável, mas ele identifica um princípio geral que mostra ser o propósito que move todo ser humano diante da vida: buscar intensamente o prazer e evitar o sofrimento. 1.2 - Progressão

A progressão consiste em ir apresentando novas informações ao longo do texto, evitando repetir incansavelmente o que já foi falado. Equilibramos, assim, o que já foi dito com o que se vai dizer, garantindo a progressão do sentido. Observe:

A – Dificilmente um caso de imoralidade pública terá sido clamoroso, tão irrefutável, tão estarrecedor como o da concorrência para a construção da ferrovia Norte-Sul; atitudes do governo Sarney diante do episódio, todavia, não têm surgido como uma reação à altura da gravidade e evidência de tudo o que se revelou.

B – Hoje será uma oportunidade para descobrir o quanto me consideram e conforme for, eu mudarei o rumo de vida. Sempre achei que hoje seria um dia muito importante em minha vida e estou contente pois o dia chegou e pode mudar completamente o rumo de minha vida... Este bilhete em branco vai mudar o curso da minha vida. 1.3 Não-contradição

Deve-se tomar cuidado com a exposição das idéias para não contradizer um conceito já citado. O texto não deve destruir a si mesmo, afirmando como verdadeiro aquilo que já foi considerado falso, ou vice-versa. Observe: A – (...) pois a Constituição Federal enfatiza claramente sobre a proteção do menor em seu artigo 225, defendendo a criança e o adolescente do direito à vida, (...). B – Um outro fator importante no combate à violência é a falta de uma política educacional séria.

1.4 Relação Todas as colocações feitas num texto devem estar

relacionadas entre si. Nada do que se diz pode ficar solto dentro do texto, sem nenhuma ligação com a idéia principal. Veja, no trecho abaixo, o correlacionamento harmonioso das idéias.

“Parece sensato que não possamos mudar o mundo. Mas,

quando exigimos que se faça cumprir a lei, estamos mudando os

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fatos. Quando mudamos os fatos, estamos mudando pontos de vista. Quando mudamos pontos de vista, estamos mudando votos e opiniões. E, ao mudar votos e opiniões, estamos mudando o mundo, evitando que nossos sonhos sejam, como o edifício Palace II, reduzidos a pó”.

Além desses quatro itens (repetição, progressão, não-contradição e relação), há outros elementos importantes para a confecção de um texto. A intenção também deve ser considerada. Se se quer informar, persuadir, divergir, divertir, contar, expor, deve-se elaborar o material de forma apropriada a cada caso. É importante observar também a quem o texto é dirigido: escrever para crianças é diferente de escrever para advogados. Deve-se considerar sempre o perfil do receptor a fim se se trabalhar adequadamente o texto. Texto Não-Verbal

Texto Verbal – (Prosa ou Verso) “A maior pena que eu tenho, punhal de prata, não é de me ver morrendo, mas de saber quem me mata.” (Cecília Meireles) “Sob uma enxurrada de críticas, menos de dois dias após a reunião, ninguém mais queria assumir a paternidade da idéia.”

(Revista Época)

Características de Texto Literário - Linguagem pessoal, contaminada pelas emoções e valores de seu emissor. - Linguagem plurissignificativa, conotativa. - Função poética da linguagem. - Recriação da realidade, intenção estética. - Ênfase na expressão. Características de Texto Não-literário - Linguagem impessoal, objetiva, informativa. - Linguagem que tende à denotação. - Função referencial da linguagem. - Informação sobre a realidade. - Ênfase na informação, no conteúdo.

O uso de conotações torna o texto mais literário. Observe como a linguagem literária pode enriquecer o seu texto. Os textos a seguir referem-se à cidade de Brasília, um com linguagem não-literária e outro com linguagem literária. Texto I

Brasília, sede administrativa do país, foi inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, em 21 de abril de 1960, após 1000 dias de construção. Em 1987, foi tombada pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade.

(Folheto da Setur) Texto II

Brasília é uma cidade abstrata. E não há como concretizá-la. É uma cidade redonda e sem esquinas. Também não tem botequim para a gente tomar um cafezinho. É verdade, juro que não vi esquinas. Em brasília não existe cotidiano. A catedral pede a Deus. São duas mãos abertas para receber. Mas Niemeyer é um irônico: ele ironizou a vida. Ela é sagrada. Brasília não admite diminutivo. Brasília é uma piada estritamente perfeita e sem erros (...) . Brasília é um futuro que aconteceu no passado. (Clarice Lispector) Apreensão Textual 1. O que se entende por apreensão?

Tratando-se de leitura de texto, entende-se por apreensão a operação que consiste em captar, perceber os sentidos inscritos no interior do texto que está sendo lido. todas as informações necessárias para resolver as questões de apreensão de sentido estão contidas no texto proposto para leitura. Para resolvê-las com acerto, portanto basta captar com precisão aquilo que ele está dizendo. 2. Condições necessárias para a apreensão de sentido O vocabulário: todos sabem que, para apreender o sentido de um texto, é necessário conhecer o significado das palavras. Tomemos como exemplo um comunicado como este: Prezado aluno, Informamos-lhe que os possíveis interessados na excursão só poderão se inscrever com a aquiescência explícita do pai ou do responsável. A combinação: mais importante do que o conhecimento do sentido da palavra isolada, é a apreensão do seu significado dentro de determinado contexto. Sabe-se que, num texto, o sentido de cada parte não é autônomo, isto é, não é independente das outras partes que o compõem. Falando em outros termos, o sentido da palavra depende do contexto em que ela está encaixada. Tomemos como exemplo o sentido de uma frase como esta:

A porta está aberta. Essa mesma frase, sem nenhuma alteração, num contexto pode significar: Entre, que a casa é sua; noutro: vá para o diabo que o carregue. Basta que se altere o contexto. 3. Uma chamada de atenção: Fugir da leitura fragmentária

Se é verdade que todo sentido produzido num texto é resultado de uma combinação criteriosa de frases, então é forçoso admitir que só apreende o sentido global ou sentidos parciais aquele que lê preocupado com captar as correlações estabelecidas entre elas.

Essa preocupação impõe o cuidado de fugir da leitura fragmentária, seguramente o maior defeito de leitura, exatamente porque pode levar a distorções interpretativas. Como já se viu, uma

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frase, extraída de seu contexto, pode admitir sentidos incompatíveis com o contexto em que está. Fatores de Textualidade: O texto e a construção dos sentidos

Texto não é uma sucessão desconexa de frases ou palavras enunciadas aleatoriamente. As palavras ou frases articuladas, produzindo significações, dotadas de intencionalidade, ganhando sentidos pela interferência dos destinatários, criam as unidades textuais discursivas. Para a configuração do texto, são necessários alguns fatores. A- Situacionalidade A situacionalidade pode ser vista em duas direções. Da situação para o texto - Sentido amplo : trata-se do contexto sócio-político-cultural a que remete o tema a ser desenvolvido. - Sentido estrito: trata-se da construção do texto. É preciso, ao construir um texto, verificar o que é adequado àquela situação específica: grau de formalidade, variedade linguística, tratamento a ser dado ao tema, etc. O lugar e o momento da comunicação, bem como as imagens recíprocas que os interlocutores fazem uns dos outros, os papéis que desempenham, seus pontos de vista, objetivo da comunicação, enfim, todos os lados situacionais vão influir tanto na produção do texto, como na sua compreensão. Do texto para a situação

O mundo textual jamais é idêntico ao mundo real. O produtor recria o mundo de acordo com seu propósito, com suas intenções. O receptor, por sua vez, interpreta o texto de acordo com suas convicções. B- Informatividade

Diz respeito ao grau de previsibilidade da informação contida no texto. É claro que cada um de nós tem um modo próprio de escrever: alguns são mais objetivos, outros mais sensíveis e poéticos; uns gostam de embelezar as frases com muitos adjetivos, outros já preferem a frase “enxuta”; uns preferem as frases longas, outros as frases curtas, e assim por diante. Porém, além do estilo pessoal, há um elemento que todo texto deve apresentar: certo grau de informatividade. Sempre que lemos um texto, desejamos obter alguma informação. Se o texto é narrativo, interessa-nos conhecer os fatos que levam ao desfecho da história. Se o texto é argumentativo, jornalístico ou científico, interessa-nos conhecer que ideias novas o autor tem acerda do assunto tratado. Assim, um texto construído com informações extraídas apenas do senso comum apresenta baixa informatividade e, por isso, tende a ser pouco atraente ao leitor. Por outro lado, se o texto apresenta alto grau de informatividade, pode levar ao desinteresse justamente por ser incompreensível. Dessa forma, geralmente os textos apresentam um grau médio de informatividade, mas esse grau varia sempre de acordo com as intenções do emissor e com o público que ele pretende atingir. Quando argumentamos, oralmente ou por escrito, devemos evitar aquelas ideias que não trazem informação nova, pois já são do conhecimento geral. Por exemplo, se o tema a ser desenvolvido é o problema do menor abandonado, não há novidade em afirmar que o menor abandonado vive longe da família, que não frequenta a escola, que não

se alimenta direito, etc. Da mesma forma, não basta afirmar “é preciso tomar providências”. O que o leitor deseja saber é por que ocorrem prolemas como o do menor abandonado e como resolvê-los. Existem dois elementos importantes para se garantir o grau de informatividade do texto. São eles o conhecimento de mundo e o conhecimento prévio.

O conhecimento de mundo refere-se àquilo que se aprende o decorrer da vida, tanto formal (conhecimento erudito, que se adquire com estudo) quanto informalmente (conhecimento empírico, adquirido com experiências do dia-a-dia; no trabalho, em casa, nas hora de lazer, etc.).

O chamado conhecimento prévio caracteriza-se como parte do conhecimento de mundo; refere-se ao conhecimento específico de um assunto a ser desenvolvido. Embora adquirido formal e/ou informalmente, já que integra o conhecimento de mundo, ele restringe o vasto campo de informações deste último para o desenvolvimento de determinado tema. Exemplo: Dissertar sobre a nova Lei de Responsabilidade Fiscal, referente ao controle dos gastos públicos por parte dos governantes. Para que um texto sobre esse assunto seja considerado informativo, de qualidade, é fundamental saber o que é essa lei, por que ela se faz necessária, quais as decorrências a partir dela, quais grupos podem mostrar-se favoráveis ou desfavoráveis, em que os municípios podem ser beneficiados, entre outros aspectos. Pelo exemplo citado, vimos as informações essenciais ao tratamento do assunto; nada impede, porém, que outros conhecimentos sejam a elas associados, desde que pertinentes. É justamente essa associação que tornará possível o fenômeno da intertextualidade, que se completa com o trabalho de interpretação do leitor. Assim, todos esses preceitos devem ser considerados pelo produtor e pelo receptor do texto para que a comunicação realmente seja eficiente e eficaz. C-Intertextualidade

Diz respeito à compreensão de um texto dependente do conhecimento de outro(s): · Intertextualidade de forma: repetição de expressões, enunciados ou trechos de outros textos ou estilos. · Intertextualidade de conteúdo: É uma constante. Textos de uma mesma época, de mesma área de conhecimento, de mesma cultura dialogam, necessariamente, uns com os outros. · Intertextualidade explícita: contém a indicação da fonte. · Intertextualidade implícita: Não contém a indicação da fonte. Compreensão Textual 1. O que se entende por compreensão?

A compreensão, diferente da apreensão, consiste em saber relacionar os sentidos inscritos no interior do texto com outros sentidos transmitidos por outros textos anteriores ou pelos conhecimentos típicos da cultura em geral. O pleno entendimento do texto requer, pois, duas operações distintas e complementares: a apreensão e a compreensão.

Se a apreensão pressupõe o domínio da linguagem em que o texto é expresso, a compreensão pressupõe a posse de repertório de conhecimentos acumulado culturalmente. Essas duas operações podem ser demonstradas pela leitura de um anúncio publicitário da confecção de roupas masculinas Vila Romana publicado na Folha de S. Paulo nas proximidades do Natal de 2002.

Nesse anúncio, a imagem de um modelo masculino vestido com elegância, de terno e gravata, vem seguida do seguinte texto verbal:

25 de dezembro com preço

da 25 de Março.

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Como se nota, nesse anúncio as palavras são fáceis, e a combinação entre elas não traz nenhum obstáculo. A grande maioria das pessoas que moram em São Paulo não sente a menor dificuldade para entendê-lo. Mas o mesmo anúncio pode ser incompreensível para alguém que não conheça a capital paulista. Por quê? Porque o texto pressupõe informações que não estão contidas nele e são dadas como parte do repertório cultural (ou do conhecimento de mundo) do leitor. Conclui-se que a mensagem do texto publicitário evidencia que nas lojas da Vila Romana, o comprador vai encontrar produtos com alta qualidade (dignos de serem dados no Natal), mas com preços acessíveis (comparáveis aos da rua 25 de março). Temas e Figuras

Existem dois modos básicos de organização e estruturação dos textos: há aqueles que se organizam com a presença predominante de figuras e os que se estruturam predominantemente em torno de temas.

Se uma criança pergunta a um adulto o que é “liberdade”, e ele lhe responde que significa “grau de independência legítimo que um cidadão, um povo ou uma nação elege como valor supremo, como ideal”, a criança continuará sem saber o que significa a palavra. A definição, extraída do dicionário Houaiss, não diz nada a ela, dado o seu teor de abstração, de generalidade, já se o adulto responder que “liberdade” é poder tomar sorvete à vontade, é poder jogar bola sem ter hora para tomar banho, é poder empinar pipa sem o perigo dos fios de alta tensão, etc., a criança entenderá o significado da palavra.

Esse simples exemplo ilustra a idéia de que há dois modos básicos de organização do sentido de um texto: um modo se dá pelo uso predominante de palavras ou expressões abstratas; o outro, se palavras ou expressões concretas. Chama-se de temas os elementos mais abstratos e de figuras, os mais concretos. As figuras remetem a algo que pode ser observado no mundo natural; os temas não. Os textos em que estes predominam são denominados temáticos; os textos em que aquelas são mais presentes, de figurativos.

Os textos dissertativos são dominantemente temáticos: articulam-se em torno de temas, apresentam idéias, formulam definições, expõem conceitos, enfim, realizam uma interpretação da realidade.

Os textos narrativos são dominantemente figurativos: organizam-se em torno de figuras, apresentam personagens, mostram lugares, ações me desenvolvimento, enfim, promovem uma representação da realidade.

É necessário que se diga, contudo, que todo texto tem um nível temático. A diferença é que, nos textos figurativos, há uma série de termos concretos, as figuras, que revestem o tema; nos textos temáticos, o tema é apresentado diretamente, isto é, sem (ou quase sem) o uso de figuras que o concretizem, tornando-o mais palpável.

As fábulas constituem um bom exemplo para entender a questão. Trata-se de histórias cujas personagens são animais que se comportam como humanos, e cujos temas giram em torno de oposições como “esperteza X força”, “trabalho X preguiça”, “liberdade X opressão”. A história narrada em uma fábula tem um objetivo claro: passar ao leitor / ouvinte

uma determinada lição, a famosa “moral da história”. A história em si é a dimensão figurativa da fábula; a moral é sua dimensão temática. Para entender um texto figurativo, portanto, é fundamental captar o tema encoberto pelas figuras, apreendendo que tipo de conceitos, de valores as figuras representam.

b) Semântica

A semântica é um ramo da lingüística que se ocupa do significado das formas lingüísticas em geral. Analisar, pois, uma palavra ou uma frase sob o ponto de vista semântico equivale a tentar decifrar o que elas significam ou o que querem dizer.

Dado que a finalidade última de qualquer linguagem é a produção de significado, sua importância nos estudos lingüísticos é fundamental. Vejamos alguns conceitos semânticos. A. Denotação e conotação: esses dois conceitos têm sido definidos por oposição mútua.

O primeiro é o componente do significado da palavra que nos remete àquilo que ela representa, sem levar em conta impressões motivadas por circunstâncias ocasionais.

O segundo resulta dos traços de sentido ocasionais que superpõem ao significado denotativo por causa, sobretudo, de impressões provocadas por motivação social ou razões de natureza subjetiva.

As palavras sinônimas são o melhor exemplo para mostrar a diferença entre denotação e conotação. Por exemplo, as palavras “aidético” e “soropositivo”: no âmbito da denotação podem ter significados aproximados, remetendo ao portador do vírus HIV. Sob o ponto de vista da conotação, todavia, há diferenças marcantes entre os dois significados: “soropositivo” é uma palavra mais precisa, marcada pelo traço de sentido da objetividade; “aidético” é uma palavra carregada de conotações sociais pejorativas, marcada pelo traço da subjetividade. B. Sentido literal X sentido não-literal:

literal é o sentido da palavra interpretada ao pé da letra, ou seja, de acordo com o sentido geral que ela tem na maioria dos contextos em que ocorre. É o sentido próprio da palavra.

Na frase “A ilha abrigou o náufrago”, a palavra “ilha” significa “porção de terra cercado de água por todos os lados”.

Não-literal é o sentido da palavra desviado do usual, isto é, aquele que se distancia do sentido próprio e costumeiro.

Na frase “Nenhum homem é uma ilha”, “ilha” significa “isolamento”. C. Sinônimos: são as palavras que, com formas distintas, têm o mesmo (ou quase o mesmo) significado. Na verdade, levando-se em conta sobretudo a diferença de conotação, praticamente não existem sinônimos perfeitos.

Por exemplo: tratar um líder de uma agremiação por orientador de grupo é diferente de chamá-lo de orientador de bando. Ainda que grupo e bando tenham o mesmo referente, a primeira provoca um efeito de sentido positivo; a segunda, um efeito negativo. A escolha de uma ou de outra, pois, manifesta deferentes orientações argumentativas, diferentes posturas ideológicas.

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D. Polissemia: é a possibilidade de a mesma palavra assumir significados diferentes. O contexto em que é usada, em geral, evita sentidos ambíguos.

Por exemplo o verbo “ter”: na frase “Minha filha tem 15 quilos”, significa “pesa”; em “Minha filha tem um cachorrinho”, significa “possui”. E. Ambigüidade: também chamada de duplo sentido, ocorre quando, num mesmo contexto, uma palavra ou um enunciado admitem mais de um significado.

Por exemplo, no seguinte anúncio publicitário: “Grave com Basf. E agudos também”. A palavra “grave”, na primeira frase, significa “faça uma gravação” com a fita cassete da marca Basf.

Ao combinar-se com “agudos”, na frase seguinte, ganha o sentido de timbre de som (sons graves, mais fechados, e agudos, mais abertos). A ambigüidade é proposital: gravando com a fita Basf, a qualidade é tal que reproduz os sons graves e agudos. F. Pressuposição: há certas palavras que desencadeiam em um enunciado sentidos implícitos, levando o leitor a interpretar o que está dito explicitamente.

Por exemplo, a palavra “até”, que inclui um elemento inesperado em um conjunto. Ao dizer a uma pessoa que até uma múmia é mais animada do que ela, fica pressuposto que ela é muito desanimada, quieta, apática: não se espera de uma múmia reação, não se espera de um morto ação. G. Paráfrase: consiste na tradução do sentido de uma expressão ou de um enunciado com palavras diferentes.

Por exemplo, a frase “O cantor Cazuza viveu na corda bamba” pode ser traduzida como “O músico Cazuza viveu perigosamente”. Graus de formalismo São muitos os tipos de registro quanto ao formalismo. Conheça alguns deles: Formal: linguagem cuidada, na variedade culta e padrão. É o caso da escrita dos bons jornais e revistas. Informal (coloquial): é o caso de correspondência entre membros de uma família ou amigos íntimos e caracteriza-se pelo uso de abreviações, ortografia simplificada, construções simples. Aparece no diálogo entre personagens. Sem planejamento prévio, caracteriza-se por construções gramaticais soltas, repetições freqüentes, frases curtas, etc. Marcas Textuais:

Pessoalidade / Subjetividade – A presença da primeira pessoa gramatical ao longo do texto marcará esse grau de pessoalidade, fazendo com que o autor se aproxime de seu leitor.

Impessoalidade / Objetividade – Difere da marca de pessoalidade, pois há a presença da terceira pessoa gramatical ao longo do texto, distanciando-se de seu leitor.

c) Coesão Textual Podemos definir coesão como sendo a articulação entre as várias partes do texto. Ele está marcada na superfície textual e é constituída por elementos que aparecem explicitamente para o leitor. A rede de relações que caracteriza a coesão responde em grande parte pelo sentido do texto, já que as informações não existem isoladas, elas são interdependentes. As marcas de coesão, assim, ajudam o leitor a se orientar, mostrando a ele o caminho da leitura. Como aparecem na superfície do texto, essas marcas são termos mapeáveis, isto é, podem ser identificadas, apontadas, como uma rua em um guia de certa cidade. Coesão Referencial: Anafórica e Catafórica

Há determinadas palavras que fazem referência a outras palavras ou trechos da superfície do texto, sendo por isso chamadas genericamente de palavras referenciais. Quando esses termos fazem referência a elementos anteriores, retomando-os para dar continuidade ao sentido do texto, são chamados anafóricos. Quando em contrapartida, referem-se a elementos que ainda vão aparecer no texto, são chamados de catafóricos.

Só quero isto: a sua amizade. (Coesão Referencial Catafórica)

A Floresta Amazônica perdeu 188.100 quilômetros quadrados nos últimos dez anos. É o equivalente a 3,7% do total de matas. Apesar do avanço da devastação, há uma boa notícia. Nos últimos três anos os índices de desmatamento caíram. É um progresso, mas não dá para comemorar. Significa apenas que estamos perdendo a floresta mais devagar, não que paramos de destruí-la. E, em dezembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirmou que o desmatamento voltou a crescer. O tamanho do problema só será apresentado no final de 2008. (Coesão Referencial Anáforica) Coesão por Elipse

O ministro foi o primeiro a chegar. Abriu a sessão às oito em ponto e fez então seu discurso emocionado.

Coesão Lexical: Nominalizações Eles testemunharam sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não valia por serem parentes do assassino.

Palavras ou expressões sinônimas ou quase sinônimas Os quadros de van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro.

Associação São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos provocam engarrafamentos de quilômetros e prejudicam o trânsito.

Metonímia

Santos Dumont chamou a atenção de toda a Paris. O Sena curvou-se diante de sua invenção. Epíteto (palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa) Glauber Rocha fez filmes memoráveis. Pena que o cineasta mais famoso do cinema brasileiro tenha morrido tão cedo.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 32 Gramática

3.2 - Coesão Sequencial Os conectivos, como o próprio nome sugere,

são palavras que servem para estabelecer conexões entre outras palavras, para ligar orações. Trata-se das conjunções, que, segundo as gramáticas, têm duas propriedades básicas: a função referencial e o conteúdo significativo.

A coesão pode-se dar pela conexão, por

meio de conectores ou operadores argumentativos, responsáveis pela concatenação, pela relação entre segmentos do texto. I – À medida que a gasolina aumenta, cai à venda de carros. (Proporção) II – Como a gasolina aumentou muito, caiu a venda de carros. (Causa) III – A gasolina aumentou tanto que caiu a venda de carros. (Consequência) IV - Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira. (Adição) 3.3– Coesão Recorrencial É realizada pela repetição de vocábulos ou de estruturas frasais semelhantes e são utilizadas com o objetivo de dar ênfase ao que está sendo tratado no texto.

Os carros corriam. corriam, corriam. O aluno finge que lê, finge que ouve, finge que

estuda.

4. Coerência Textual

De fato, podemos dizer que a coerência textual está diretamente ligada à necessidade de estabelecer um sentido para o texto. Para haver coerência, é imprescindível encontrar unidade semântica entre seus elementos. Dito de outro modo, texto coerente é aquele que não apresenta contradições, que não quebra a progressão, que não é paradoxal.

Vivo há muitos anos em São Paulo. A

cidade tem excelentes restaurantes. Ela tem bairros muito pobres. Também o Rio de Janeiro tem favelas.

Todas as frases são coesas. No entanto, esse

conjunto não é um texto, pois não apresenta unidade de sentido, isto é, não tem coerência.

A coesão, portanto, é condição necessária, mas não suficiente, para produzir um texto. 5. Ordenação Textual Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os e indique a opção que apresenta a sequência correta. A – Essas concessionárias representam mais de 90 % do mercado consumidor rural brasileiro, em todos os estados do Brasil. Na assinatura dos contratos, foram liberados 10 % dos recursos previstos para cada uma delas.

B- Nessa fase foram assinados contratos no valor de R$ 2, 5 bi para realização de obras nos próximos 18 meses. C – Por esses contratos, assinados pela Eletrobrás co 35 concessionárias de energia elétrica e uma cooperativa de eletrificação rural, serão feitas 567 mil novas ligações, que irão beneficiar 2, 8 milhões de pessoas em todo o país e gerar 115 mil empregos diretos e indiretos. D – O “Luz para Todos”, programa do Governo Federal que irá universalizar o acesso à energia elétrica no Brasil até 2009, entrou em fase de execução. E – O restante será liberado ao longo do período, de acordo com o cumprimento dos cronogramas das obras, que serão fiscalizadas pela Eletrobrás.

Resposta: D,B,C,A,E

Tipologia Textual: Descrição, Narração, Dissertação e Injunção Descrição “A descrição é a escrita corporal: possibilita a re-descoberta da realidade a partir da re-descoberta do corpo.” (Severino M. Barbosa) * Texto descritivo relacionado ao contexto da prostituição:

O Imundo Corredor

Os anos de desprezo e a ausência de uma faxina cândida transformaram aquele corredor em um prostíbulo empoeirado. No soalho sórdido e encardido, os senis tabacos voluptuosos suplicam as ardentes carícias de uma vibrante enceradeira libertina; os tapetes uniformizam suas diferentes cores num cinza opaco, produto da orgia de impurezas que ali fornicam. A devassa areia, que rejeitou os promíscuos carinhos dos capachos, entrega-se futilmente ao canto do rodapé. Nas paredes, a antes inocente virgem pintura fora deflorada pelo tempo e agora é uma senhora da vida, exibindo maliciosamente, através de buracos sensuais, a imoral nudez do reboco. A velha porta do banheiro luta contra a pervertida maçaneta quebrada, na tentativa frustrada de salvaguardar um istmo de dignidade, escondendo o bacanal da imundície dos sanitários. E, ao fundo do corredor, como que sepultado na sujeira, jaz um espelho desprovido de brilho devido à espessa camada de poeira. Talvez ele se negue a refletir a impudica luxúria do corredor... (Henrique Castelo Branco)

Descrição é o retrato, por meio de palavras, de um ser. É a

apresentação da imagem visível do objeto. É uma visão através de elementos fundamentais da pintura: desenho, cor, relevo, luz, perspectiva, etc. Descrição é uma espécie de pintura por palavras, a apresentação verbal da seqüência dos aspectos sob os quais evocamos ou imaginamos seres e ambientes. Não é nomear o maior número possível de elementos, mas captar, com intuição seletiva, os traços que transmitem uma impressão dominante para a sensibilidade do leitor. Elementos importantes: 1 – Frases nominais ou orações em que predominam verbos de ligação; 2 – Emprego de adjetivos (qualificadores de nomes); 3 – Uso de expressões conotativas 4 – Sensações: percepções visuais, auditivas, olfativas, gustativas e táteis. 5 - Não existe seqüência temporal (cronológica) 6 - Descrição física e psicológica (Pessoa, ambiente ou paisagem)

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Enfoque subjetivo Na descrição com enfoque subjetivo, reflete-se, sobretudo, o estado de espírito, o sentimento do observador diante da coisa observada. O objeto pode ser encarado com ódio, carinho, rancor, prevenção, etc. Observe como o personagem Paulo Honório, do romance São Bernardo, se vê e se descreve num momento em que sente profundo rancor por si mesmo. Sou um aleijado. Devo ter um coração miúdo, lacunas no cérebro, nervos diferentes dos nervos dos outros homens. E um nariz enorme, uma boca enorme, dedos enormes. (Graciliano Ramos) Enfoque objetivo Aqui, a descrição obedece à necessidade de representar o ser de maneira direta e objetiva. O autor deve se limitar à enumeração dos elementos que compõem o ser representado, sem expressar nenhum juízo de valor. O observador deve apenas relatar o objeto. Veja a descrição objetiva de um leque. Ele tem uma armação de madeira, formada por varetas achatadas, unidas entre si por um eixo colocado próximo a uma das extremidades. A armação é coberta por um pano muito fino, bordado no centro e rendado em uma das beiradas. Quando está fechado, é fino. Quando aberto, oferece uma grande área lisa, sendo assim usado para as pessoas se abanarem. (Fábio M.Ferreira) Narração “O acontecimento vivido é finito, ou pelos menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave para tudo o que veio antes e depois.” (Walter Benjamin) Elementos da narrativa Os elementos básicos da narrativa são a personagem, o espaço e o tempo, organizados por um narrador. O espaço em que as ações acontecem está intimamente ligado ao tempo em que ocorrem, da mesma maneira que ambos estão ligados à caracterização das personagens. É nessa articulação – chamada enredo – que se instaura um movimento que faz o leitor envolver-se com o narrador. Pode-se dizer que o enredo, assim, é o conjunto dos fatos de uma história. Nele estão envolvidas a apresentação das personagens e das situações, além das sucessivas transformações pelas quais elas vão passando ao longo do tempo transcorrido. Narrador Tudo na narrativa, depende do narrador, da voz que está contando a história. O ponto vital de uma narrativa é o seu ponto de vista, a sua perspectiva, o seu modo de contar e de organizar aquilo que conta.

Desse modo, o narrador funciona como um mediador entre a história narrada e o leitor ou ouvinte. Simplificando, existem três tipos básicos de foco narrativo:

Narrador-Personagem O narrador conta uma história da qual participa de alguma forma. Ele é, então, narrador e personagem ao mesmo tempo, e conta a história em primeira pessoa. Uma noite, ao receber a visita de uma amiga, lembrei-me de lhe emprestar um romance. Fora a minha leitura da véspera, e eu o deixara na mesinha de cabeceira. Subi a escada e entrei no quarto. Curioso. Alguém acendera a luz...

Narrador-Observador O narrador conta a história como alguém que a observa. Passa para o leitor apenas os fatos que consegue observar; nada mais sabe além daquilo que pode ver. Conta a história em terceira pessoa. Joaquim sentou no topo da montanha mais alta, a que dominava a cidade, e ficou olhando para baixo, muito tempo. De repente, começou a rir e a gargalhar, dando socos no chão com os dois punhos, soluçando e chorando de tanto rir.

Narrador-Onisciente É o narrador que sabe tudo sobre o enredo e as personagens. Além de observar, ele abe e revela os sentimentos e pensamentos mais íntimos das personagens. Sabe, inclusive, até coisas que as personagens não sabem. Também narra em terceira pessoa e, muitas vezes, sua voz aparece confundida com os pensamentos da personagem ( é o que chamamos discurso indireto livre). Sinhá Vitória tinha amanhecido nos seus azeites. Fora de propósito, dissera ao marido umas inconveniências a respeito da cama de varas. (...) Fazia mais de um ano que falava nisso ao marido. Fabiano a princípio concordara com ela, mastigara cálculos, tudo errado. Tanto para o couro, tanto para a armação. (...) Tinha de passar a vida inteira dormindo em vara? Bem no meio do catre, havia um nó um calombo grosso na madeira. E ela se encolhia num canto, o marido no outro, não podiam estirar-se no centro. (Graciliano Ramos) Estrutura da narrativa Para compreender o desenrolar do enredo, é preciso estar atento para o conflito, isto é, o elemento de tensão que organiza os fatos e os faz avançar, prendendo a atenção do leitor. Esse conflito, de modo geral, determina as partes do enredo. Introdução (ou apresentação): é o começo da história, no qual se apresentam os fatos iniciais, as personagens e, às vezes, o tempo e o espaço. Complicação (ou desenvolvimento): é onde o conflito se desenvolve, complica-se (pode haver mais de um conflito na história). Clímax: é o ponto culminante da história, o de maior tensão, quando o conflito atinge seu ponto máximo. Conclusão (desfecho, desenlace): é a solução final do conflito, que pode ser feliz, trágica, inesperada, cômica, surpreendente, etc.

O enredo pode se desenvolver de modo linear, isto é, numa sucessão contínua dos fatos que vêm um após o outro, num

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Curso Preparatório: CEPROMAT 34 Gramática

encadeamento lógico de causa e conseqüência. Mas ele também pode desenvolver-se de modo não-linear, ou seja, não há uma seqüência nos fatos, que evoluem aos saltos, com omissões, interrupções e cortes. Tipos de discurso Damos o nome de discurso à fala das personagens em uma narração. Há várias maneiras de tratar as falas das personagens numa narrativa. Discurso direto É a reprodução direta da fala das personagens. É um recurso que imprime maior agilidade ao texto, permitindo ao autor mostrar o que acontece, em vez de apenas contar. Também permite utilizar o modo de falar das personagens como elemento caracterizador. Ainda agora, através da sujeira a envolvê-la, ele a enxergava como a vira no primeiro dia, encostada numa árvore, o corpo esguio, o rosto sorridente, mordendo uma goiaba. - Tu parece que nem veio de longe... Ela riu: - A gente tá chegando. Tá pertinho. Tá bom chegar. Ele fechou ainda mais o rosto sombrio:

- Num acho não. (Jorge Amado – Gabriela, Cravo e Canela) Marcas do discurso direto - Introduzido por verbos de dizer (falar, responder, retrucar, murmurar, afirmar, indagar, interrogar, perguntar, questionar, ordenar e outros de mesmo valor). - Antes da fala há travessão e dois-pontos (geralmente). - O travessão constitui parágrafo. Não se deve colocar vários travessões para a fala da mesma personagem. - Os pronomes, o tempo verbal, os advérbios são determinados pelo contexto em que se insere a personagem. Discurso Indireto As falas das personagens são incorporadas e adaptadas pelo narrador. Dessa forma, conta-se mais do que se mostra. A fala da personagem chega ao leitor por via indireta. O garoto da vizinha me pediu que o ajudasse a fazer um trabalho escolar. (Carlos Drumond de Andrade) Marcas do discurso indireto: - Também vem introduzido por verbos de dizer. - Vem separado da fala do narrador, não por sinais de pontuação, mas por uma partícula introdutória, normalmente as conjunções que ou se.

- Os pronomes, os tempos verbais, os advérbios e elementos que dependem da situação são determinados pelo contexto em que se insere o narrador. Discurso Indireto Livre É uma combinação dos dois anteriores, confundindo as expressões do narrador com as das personagens. O desolado Juarez tinha perdido tudo. E agora, cadê dinheiro para comprar tudo de novo? Marcas do discurso indireto livre: - Excluem-se as partículas introdutórias que / se e também os verbos de dizer. - Nele estão presentes exclamações, interjeições e outros elementos expressivos que marcam a fala ou o pensamento da personagem. Passagem do Discurso Direto para o Indireto e Vice-versa. Presente do Indicativo – Pretérito Imperfeito do Indicativo Pretérito Perfeito do Indicativo – Pretérito mais que perfeito do Indicativo Futuro do Presente do Indicativo – Futuro do Pretérito do Indicativo Imperativo – Pretérito Imperfeito do Subjuntivo Dissertação Dissertar é questionar a realidade tomada como problema, desenvolvendo uma análise crítica que revela nosso pensamento e nossa posição diante do mundo questionado. “Questionar a realidade – suas contradições, suas mudanças, suas constâncias, suas complexidades – deixa vivo e sadio nosso pensamento.” (Severino A. Moreira Barbosa) Nosso pensamento é individual, mas reflete a cultura em que vivemos. No texto dissertativo, predominam os conceitos lógicos e racionais. Tipos de dissertação: Argumentativa: quando tentamos formar a opinião do leitor ou ouvinte tentando persuadi-lo de que a razão está conosco. Expositiva: são explanadas as idéias sem persuadir o leitor, apenas demonstrando idéias de forma impessoal. Ex: Explode no mundo da violência: terror, seqüestro, assaltos, assassinatos, corrupção, tortura, humilhação, fome, dor, violência disseminada, compartilhada, globalizada. Texto Injuntivo É aquele no qual predomina a função conativa ou apelativa da linguagem, na tentativa de persuadir o receptor a atender o pedido feito pelo emissor da mensagem. Os verbos no modo imperativo são amplamente utilizados nesse tipo de texto por sua característica de traçar recomendações, conselhos ou ordens aos receptores das mensagens. Esse tipo textual é freqüente em textos publicitários.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 35 Gramática

Cuidados para evitar envenenamentos

Mantenha sempre medicamentos e produtos tóxicos fora do alcance das crianças;

Não utilize medicamentos sem orientação de um médico e leia a bula antes de consumi-los;

Não armazene restos de medicamentos e tenha atenção ao seu prazo de validade;

Nunca deixe de ler o rótulo ou a bula antes de usar qualquer medicamento;

Evite tomar remédio na frente de crianças; Não ingira nem dê remédio no escuro para que

não haja trocas perigosas; Não utilize remédios sem orientação médica e

com prazo de validade vencido; Mantenha os medicamentos nas embalagens

originais; Paráfrase

É a reescritura do texto, mantendo-se o sentido original, primeiro. Vejamos algumas possibilidades combinatórias de nossa língua.

Substituição lexical (relações de sinonímia) A: Embora falasse a verdade, ninguém acreditou em seu discurso. B: Conquanto falasse a verdade, ninguém acreditou em seu discurso. Inversão dos termos da oração ou das orações no período A: Grande parte de nossas vidas transcorre em locais de trabalho B: Em locais de trabalho, grande parte de nossas vidas transcorre. A: Irei ao Japão quando me formar. B: Quando me formar, irei ao Japão. Transposição da voz ativa para voz passiva e vice-versa: A: Ele elogiou a obra literária B: A obra literária foi elogiada por ele. Transposição do discurso direto para o indireto e vice-versa: A: O padre confessou: - Estou muito doente. B: O padre confessou que estava muito doente. Substituição da oração adverbial, substantiva ou adjetiva pelas classes gramaticais correspondentes ou vice-versa: A: A moça escorregou porque ventava ( or.sub.adv.causal) B: A moça escorregou por cauda do vento ( loc.adv.caudal) A: Desejo que você silencie (or.sub.subst.) B: Desejo o seu silêncio (substantivo) A: Ela é uma pessoa que tem convicções (orações adjetiva) B: Ela é uma pessoa convicta ( adjetivo) Substituição de oração desenvolvida por reduzidas e vice-versa:

A: É importante que o trabalho seja prosseguido (or.desenvolvida) B: É importante prosseguir o trabalho (or.reduzida)

Resumo

É um texto redigido com períodos completos que sintetizam, numa determinada proporção, um texto mais longo, sem acrescentar-lhe nenhum dado pessoal, e cuja articulação corresponde à organização geral do texto original. É uma redução do texto original, procurando captar suas idéias essenciais na progressão e no encadeamento que aparecem no texto. Por isso, para resumir é preciso estar atento a três aspectos do texto: suas partes, sua progressão, a conexão entre elas. Síntese No que diz respeito à síntese, tem-se um texto mais condensado que o resumo. Nesse sentido, busca-se apenas a idéia núcleo orientadora de todo o texto, ou seja, a palavra ou expressão que constitui o núcleo da tese defendida pelo autor.

GÊNEROS TEXTUAIS Editorial

Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço pré-determinado para os editoriais em duas ou mais colunas logo nas primeiras páginas internas. Os boxes (quadros) dos editoriais são normalmente demarcados com uma borda ou tipologia diferente para marcar claramente que aquele texto é opinativo, e não- informativo. Editoriais maiores e mais analíticos são chamados de artigos de fundo.

O profissional da redação encarregado de redigir os editoriais é chamado de editorialista.

Na chamada "grande imprensa", os editoriais são apócrifos — isto é, nunca são assinados por ninguém em particular.

A opinião de um veículo, entretanto, não é expressa exclusivamente nos editoriais, mas também na forma como organiza os assuntos publicados, pela qualidade e quantidade que atribui a cada um (no processo de Edição jornalística). Em casos em que as próprias matérias do jornal são imbuídas de uma carga opinativa forte, mas não chegam a ser separados como editoriais, diz-se que é Jornalismo de Opinião. Artigo Jornalístico

Em Jornalismo, um artigo é um texto eminentemente opinativo — mais que informativo — publicado (ou veiculado) em seção destacada do conteúdo noticioso, para enfatizar que se trata de material não-jornalístico. Os autores recorrentes de artigos são chamados de articulistas. Em jornais impressos, é normal que os editores convidem personalidades da sociedade (especialistas, intelectuais, autoridades) para escrever artigos sobre temas específicos do noticiário, sem remuneração. Entre leigos, é comum confundir artigo com matéria e tratar ambos os termos como sinônimos, o que é um erro. Tampouco é sinônimo de coluna, que se caracteriza por ser um espaço permanente reservado para textos do mesmo autor. Articulistas, em geral, não são jornalistas.

Os artigos contêm comentários, análises, críticas, contrapontos, e às vezes ironia e humor. Há artigos tanto na mídia impressa (jornais, revistas) quanto em rádio e televisão (nesse caso, são lidos no ar pelo articulista). Muitas vezes, os artigos não refletem necessariamente a opinião do jornal (contrariamente aos editoriais, que são a posição oficial do veículo), e as empresas costumam não assumir responsabilidade por eles.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 36 Gramática

Textos de Informação Científica Esta categoria inclui textos cujos conteúdos

provêm do campo das ciências em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais.

Charge Texto crítico de caráter social ou político que seja de conhecimento público.

Tirinha

Bula

Texto objetivo, formal, caracterizado pela linguagem técnica. A estrutura de composição do texto apresenta um formato típico: “formas farmacêuticas e apresentações”, “composições”, “informação ao paciente”, “contra-indicações e precauções”. Sem essas características o texto não pode ser considerado bula. Elementos da Comunicação Emissor – É aquele que envia a mensagem. Receptor ou Interlocutor – É aquele que recebe a mensagem. Canal – É o meio físico que interliga o emissor ao receptor. Código – É o meio como é feita a comunicação, a via por qual segue o fato comunicativo. Por exemplo, o fato de estarmos conseguindo nos comunicar via texto se deve direta e exclusivamente à língua portuguesa. Ela é o nosso código. Referente – Relaciona-se ao assunto a ser abordado. Uma propaganda, após estabelecer o canal com uma música, mostra o produto que ela quer vender e também mostra por que aquele produto é vantajoso em relação aos outros que estão no mercado. Mensagem – Não se preocupa com o que está sendo dito, mas a forma em que é estabelecida a comunicação. Utiliza-se da linguagem conotativa.

Funções da linguagem Emotiva Aquela indicada pelo falante, pelo remetente. Faz uso de termos na primeira pessoa do singular e do plural para indicar a necessidade daquele que remete à idéia. Ex: “Eu, filho do carbono e do aminoácido” (Augusto dos Anjos) Conativa ou Apelativa Ligada ao receptor, indica uma ordem ou uma necessidade dada pelo remetente. Normalmente, essa função faz uso de verbos no imperativo e vocativos indicando uma necessidade primordial daquele que emite a referência. Ex: Não esqueça minha caloi. Fática É o canal comunicativo. Faz uso dos termos fáticos ou interjeições que estabelecem a comunicação entre um falante e outro. Ex: Psiu! Sou eu, Fernando! Alô, com quem falo? Plim, Plim (chamado de um canal famoso de televisão) Referencial Ligada à referência, demonstra a exatidão de uma mensagem. Objetiva e clara, não trabalha senão com a denotação da idéia apresentada. Ex: Um texto explicando as orações subordinadas substantivas em um livro de Língua Portuguesa. Metalinguística Ligado ao código. Um livro de gramática falando do uso da língua portuguesa é um caso típico de função metalingüística. Na vida cotidiana, fazemos uso inumeráveis da metalinguagem, por exemplo, quando dizemos que samba é uma palavra de origem africana; que forró leva acento por ser uma palavra oxítona terminada em (o); que paralisia se escreve com s e não com z. Em síntese a metalinguagem consiste em usar a linguagem para comentar a própria linguagem. Ex: Dicionário – livro sem enredo nem personagens que serve para mostrar a extensão da nossa ignorância. (Millôr Fernandes) Poética Ligada ao contexto, demonstra a recriação da idéia de uma palavra mediante o contexto apresentado. Trabalha com a conotação do termo, indicando sua extrapolação. Ex: Penetra surdamente no reino das palavras.

Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (Carlos Drummond de Andrade) Observe os textos: I – “Deve ser legal ser negão no Senegal”

II – É possível que seja agradável ser negro no Senegal.

No primeiro caso, a linguagem está sendo usada em função poética (Mais do que o sentido, chamam atenção os recursos de ritmo e a combinação de sons feita pelo compositor); no segundo, em função referencial ou utilitária.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 37 Gramática

Assim, a função poética consiste na exploração dos próprios recursos da linguagem para enriquecer o sentido do texto.

Sentido das palavras: Denotação e Conotação

Denotação – É o uso da palavra em seu sentido básico, independente do contexto, tal como aparece no dicionário. Ex: A lua é o satélite da terra.

Conotação – É o uso da palavra com sentido figurado, permitindo diferentes interpretações, sempre dependendo do contexto em que aparecem. Ex: A lua é uma foice de prata.

Figuras de Linguagem

Elipse: omissão de um termo, facilmente perceptível. Ex: “ Na rua deserta, nenhum sinal de bonde”. Clarice Lispector

Zeugma: elipse para não repetir verbo, substantivo ou uma sentença. Ex: Carla foi à festa, e Maria não.

Hipérbato: inversão da ordem direta dos termos das orações. Ex: Viajam alegres os atletas da cidade de Cuiabá. Pleonasmo: repetição enfática de termo ou idéia. Ex: As pétalas, levou-as a água da chuva. Anáfora: repetição de uma palavra ou expressão no início de versos ou de frases. Ex: “Eu quero um lua plena

Eu quero sentir a noite Eu quero olhar as luzes Que teus olhos não têm me deixado ver Agora eu vou viver....” (Totonho Villeroy e

Bebeto Alves)

Silepse: concordância com a idéia e não com a palavra, o que permite dizer que deixa-se de lado a concordância segundo à norma padrão e utiliza-se a concordância mental. A silepse pode ser:

De gênero (masculino / feminino) Vossa Excelência, senhor presidente, está cansado. De número ( singular / plural ) A torcida furiosa com os jogadores invadiram o campo. De pessoa ( 3ª pessoa do plural ou singular + 1ª pessoa do plural) Os brasileiros precisamos analisar melhor os candidatos.

Metáfora: substituição de uma palavra por outra com base em uma semelhança é uma comparação sem conjunção comparativa.

“Sua boca é um cadeado E meu corpo é uma fogueira.” Chico Buarque de Holanda

Não confunda metáfora com comparação também conhecida como símile. A comparação sempre será marcada pelos conectores de comparação. Ex: Meu tio é bravo como um leão. Metonímia: substituição de uma palavra por outra, baseada em proximidade, limitação ou extensão de sentido, relação de causa e efeito, qualquer relação que não seja de semelhança. A seguir alguns exemplos de metonímia. Continente pelo conteúdo: Bebemos uma xícara de chá. O Brasil ficou decepcionado com o governo do PT. Causa pelo efeito: Sou alérgico a cigarro. Lugar de origem pelo produto: Bebia calmamente um porto. Fumava um belo havana. Autor pela obra: Gostava de ler Graciliano Ramos. Abstrato pelo concreto: A juventude é corajosa e nem sempre conseqüente. O símbolo pela idéia simbolizada: A espada (força) curvou-se à coroa (poder). Parte pelo todo: “O bonde passa cheio de pernas.” Carlos Drummond de Andrade Catacrese: é uma metáfora estratificada, que se usa não por criatividade, mas por não haver outra palavra que a substitua. Ex: Folha de livro, dente de serrote, dente de alho, braço de rio, braço da cadeira, pé de mesa, barriga da perna, bico de bule, asa de avião, asa de xícara, embarcar no trem, azulejo branco e outros. Sinestesia: É a transferência de percepções da esfera de um sentido para a de outro, do que resulta uma fusão de impressões sensoriais de grande poder sugestivo. Ex: Em seu olhar gelado percebi uma ponta de desprezo. Prosopopéia ou Personificação: atribuição de características humanas a seres que não são humanos. Ex: “Ah, cidade maliciosa de olhos de ressaca que das índias guardou a vontade de andar nua.” Ferreira Gullar Eufemismo: suavização do que é desagradável. Ex: Faltar com a verdade. (mentir) Ir para o andar de cima. (morrer) Hipérbole: exagero. Ex: Já falei um milhão de vezes que te amo.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 38 Gramática

Ironia: afirmação com sentido contrário. Ex: Que careta simpática.

“Moça linda, bem tratada,/três séculos de família,/burra como uma porta:/um amor”.

Antítese: aproximação de idéias opostas. Ex: A pobreza do eu

a opulência do mundo A opulência do eu a pobreza do mundo

A pobreza de tudo A opulência de tudo

A incerteza de tudo Na certeza de nada. Carlos Drummond de Andrade Paradoxo: é a colocação de idéias opostas, entretanto a relação colocada é absurda. Ex: “Amor é fogo que arde sem se ver / é ferida que dói e não se sente”. Camões Anacoluto: é a figura de linguagem em que se interrompe um modelo sintático e passa-se para outro, ficando um termo ou uma expressão sem função sintática na construção resultante. Ex: Eu, enganaram-me todos os amigos! Apóstrofe: é uma figura que consiste na interpelação emocionada de uma entidade real ou fictícia como forma de tentar comover. Ex: Ò mar salgado, quando do teu sal São lágrimas de Portugal (Fernando Pessoa) Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes? (Castro Alves) Gradação: consiste em enumerar vários termos de modo que cada um deles acrescente um traço de significado mais intenso em relação ao termo anterior. Assonância: a repetição sistemática de um mesmo fonema vocálico num texto. Ex: Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas! Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Aliteração: consiste numa repetição sistemática de fonemas iguais ou muito semelhantes enquanto a assonância repete vogais, a aliteração trabalha com a repetição de consoantes. Ex: A frouxa luz da alabastrina lâmpada Lambe voluptuosa os teus contornos... Oh! Deixa-me aquecer eus pés divinos Ao doudo afago de meus lábios mornos. Vícios de Linguagem

Ambigüidade (Defeito da frase que apresenta duplo sentido) Ex: O guarda levou o menino para sua casa.

Convence, enfim, o pai o filho amado.

Barbarismo (Emprego de palavras erradas relacionadas à pronúncia, forma ou significado) Ex: proporam, em lugar de propuseram; ância, em vez de ânsia. Cacofonia (Som desagradável formado pela junção de sílabas de palavras vizinha) Ex: Nunca ganhei na loto; a boca dela; mande-me já isso. Estrangeirismo (Uso de palavras, expressões próprias de línguas estrangeiras) Ex: chofer (motorista); menu (cardápio); outdoor (cartaz, painel); Office-boy (moço de recados); glamour (fascínio, encanto); performance (desempenho). Pleonasmo (Repetição de uma mesma idéia sem expressividade) Ex: Subir para cima; panorama geral; ilha fluvial do rio Araguaia. Eco (É a rima na prosa) Ex: A flor tem odor e frescor. Com medo, Alfredo ocultou-se no arvoredo. Solecismo (Erro de sintaxe {concordância, regência, colocação}) Ex: falta cinco alunos, eu lhe estimo. Plebeísmo (Normalmente utiliza palavras de baixo calão, gírias e termos considerados informais.) Ex: "Ele era um tremendo mané!"; "Tô ferrado!"; "Tá ligado nas quebradas, meu chapa?" Progressão Textual Os textos precisam "andar", precisam "progredir". Para isso, é necessário que toda informação textual acrescente algo à informação anterior. Da mesma forma, um texto não pode deixar de oferecer as informações indispensáveis para comprovar a tese que está sendo defendida. Quando isso não ocorre, quebra-se a progressão textual e o texto torna-se incoerente. Existem três condições para que o texto "progrida": a remissividade, a complementaridade e a direcionalidade. Remissividade Para garantir a progressão textual, um enunciado deve sempre recuperar, de alguma maneira, os enunciados anteriores do texto. Caso contrário, produz-se uma indesejada incoerência. É o que acontece, por exemplo, na estrofe a seguir, extraída da canção "Meia lua inteira", de Carlinhos Brown, gravada por Caetano Veloso no disco O estrangeiro, de 1989: Meia lua inteira, / Sopapo na cara do fraco, Estrangeiro gozador, / Cocar de coqueiro baixo, Quando engano se enganou. / São dim, dom, dão, São Bento, Grande homem de movimento, / O martelo de tribunal, Sumiu na mata adentro, / Foi pego sem documentos No terreiro regional. Complementaridade Além de remeter a uma informação anterior, um enunciado só é útil para o texto se ele acrescentar alguma coisa ao que já foi dito. No universo da progressão textual, é isso que chamamos de condição de complementaridade. Quando um enunciado não apresenta informações novas, ele torna-se redundante, por conta disso, incoerente. Ex: O que é imortal, não morre no final (...) - Música gravada por Sandy e Júnior

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Curso Preparatório: CEPROMAT 39 Gramática

A mão que joga pedra e a mesma que apedreja (...) - verso parece ser um paródia de uma passagem do célere soneto "Versos Íntimos", de Augusto dos Anjos, em que se lê: A mão que afaga é a mesma que apedreja (...) Direcionalidade Um texto pode respeitar as condições de remissividade e complementaridade e, mesmo assim, não possuir progressão. Isso se dá quando não se respeita a condição de direcionalidade, segundo a qual toda informação de um texto deve ser funcional para direcionar o auditório a aceitar a visão do mundo do enunciador. A quebra da direcionalidade pode ocorrer, por exemplo, quando um texto apresenta o problema das "conclusões decorrentes do que não foi previamente exposto". É comum alguns alunos chegarem a conclusões incompatíveis com o restante do texto. É o que acontece de maneira exagerada na história a seguir, contada pelo professor Antônio Suárez Abreu: Neném Prancha, um técnico de futebol de várzea, utilizava uma curiosa técnica de argumentação para convencer seus jogadores aprendizes a manter a bola no chão, em jogo rasteiro. Dizia ele aos meninos: - Olhem aqui: a bola é feita de couro. O couro vem da vaca. A vaca gosta de grama. Por isso a bola tem de ser jogada rasteira, na grama !!! O trecho destacado configura um deslize de progressão, mais especificamente de direcionalidade. Pois, não é exatamente a conclusão que é falsa; o que é falso é o caminho usado para chegar à conclusão. Nesse exemplo, o percurso argumentativo do texto não é compatível com a conclusão apresentada.

AULA 05 E 06 – INTERPRETAÇÃO TEXTUAL

Questões de Concursos Anteriores da Unemat

Sigmund Freud, a partir da análise da gênese do ideal de Ego, faz uma reflexão sobre o significado da vida humana. O autor reconhece que esse trabalho não possui a pretensão de elucidar essa questão, pois essa é uma temática complexa e inesgotável, mas ele identifica um princípio geral que mostra ser o propósito que move todo ser humano diante da vida: buscar intensamente o prazer e evitar o sofrimento.

(Ana Luiza Bravo e Paiva (fragmento))

01 – Algumas palavras ou expressões são usadas como elementos de coesão para fazer referência a outros elementos presentes na estrutura textual, a fim de evitar a repetição. Assinale a alternativa em que a expressão ou palavra “não” foi usada para retomar outro termo no texto. a) O autor (l.04) b) Esse trabalho (l.04-05) c) Essa questão (l.06) d) Ele (l.08) e) Ser humano (l.10) 02 – Analise as relações de sentido que são estabelecidas pelos conectivos nos enunciados abaixo. I – A humanidade vive um momento crítico de sua história e discute formas de tornar-se uma sociedade sustentável.

II – A Carta da Terra foi escrita sob a justificativa de proteger a vida, pois a depredação do ambiente faz mal à saúde de todos. III – A Carta da Terra abrange todos os tipos de vida, visto que alerta, para as diferenças, a biodiversidade. IV – Os países falam sobre a preservação ambiental, no entanto, pesquisas recentes mostram o agravamento do efeito estufa. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta. a) Adição, Explicação, Alternância e Conclusão. b) Adição, Explicação, Causalidade e Oposição. c) Temporalidade, Condicionalidade, Finalidade e Alternância. d) Adição, Conclusão, Explicação e Oposição. e) Concessão, Comparação, Conclusão e Explicação. 03 - Certas conjunções coordenativas podem, no discurso, assumir variados matizes significativos. A partir do enunciado “Perdem os ouvidos/ para toda melodia/ e só vêem, só escutam/ melodia (...)”. Assinale a opção que expressa o significado da conjunção do verso acima. a) Expressa o sentido de uma oração principal. b) Expressa uma retificação. c) Indica uma conseqüência. d) Introduz uma dúvida. e) Marca uma pausa. 04 - Leia os enunciados. A – “... e já estava fechando o porta-malas quando a sua aliança escorregou pelo dedo sujo de óleo e caiu no chão”. B – Só aceito suas desculpas se você prometer não me trair novamente. Os operadores argumentativos quando e se estabelecem relação de: a. causalidade e temporalidade. b. temporalidade e condicionalidade. c. justificação e condicionalidade. d. comparação e mediação. e. causalidade e modo. 05 - No enunciado “Embora o rio estivesse piscoso, o pescador sucumbiu ao sono, assim que anoiteceu”, os elementos de coesão, representados pelas conjunções grifadas, exprimem sentidos, respectivamente, de: a. concessão e temporalidade. b. conseqüência e temporalidade. c. concessão e causalidade. d. conformidade e proporcionalidade. e. condição e conseqüência. 06 - Assinale a alternativa em que ocorre a mesma relação de sentido indicada pela oração destacada em “As peças estão fazendo tanto sucesso, que uma rede de móveis os colocará à venda nos próximos meses”. a. O Governo Federal diz que o levantamento será feito nem que leve algum tempo. b. A imagem do desmatamento fala mais que as estatísticas. c. A imprensa nacional fez tamanho barulho, que o governo adotou sérias medidas. d. Os municípios foram autuados, no entanto, continuam a desmatar. e. As ONGs ambientalistas sabiam do desmatamento tão bem quanto o governo.

Esta é uma história exemplar, só não está muito claro qual é o exemplo. De qualquer jeito, mantenha-a longe das crianças. Também não tem nada a ver com a crise brasileira [...] Situa-se no terreno mais baixo das pequenas aflições da classe média. Enfim. Aconteceu com um amigo meu. Fictício, claro. 07 - No enunciado “Também não tem nada a ver com a crise brasileira”, o operador também dá uma direção argumentativa de: a. adição b. causalidade c. conclusão d. mediação e. oposição

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Curso Preparatório: CEPROMAT 40 Gramática

O ministro Joaquim Barbosa, mineiro de 52 anos, votou em Lula, mas foi implacável na denúncia do mensalão – cujos arquivos chegou a estudar até durante as férias em Viena. Das 112 votações que o tribunal fez durante o julgamento, o voto de Barbosa foi seguido pelos pares em todas as ocasiões – e, em 96 delas, por unanimidade. Ele diz: “Nem eu esperava tanto”. Joaquim Barbosa também é um homem descontraído, que gosta de jogar uma pelada com os amigos duas vezes por semana, aprecia andar pela Lapa, no Rio de Janeiro, e tem prazer em dançar. Ao mesmo tempo, é formal, não permite muita aproximação nem intimidade. É um magistrado apaixonado por história, um brasileiro que fala alemão e detesta o “jeitinho”, um mineiro que dança forró. “O ‘jeitinho’, me irrita. Também me irrita o patrimonialismo, essa doença brasileira de sempre tirar vantagem do que é público.” Eleitor de Lula, Joaquim Barbosa trata sua trajetória de vida de maneira mais reservada do que o presidente. Ele não desfralda sua origem pobre de primogênito de oito filhos de pai pedreiro e mãe dona-de-casa como bandeira para valorizar sua trajetória de sucesso ou apresentar-se como pós-graduado em povo – e faz questão de valorizar os estudos. Veio de uma família humilde, nunca passou fome, mas enfrentou dificuldades. Em sua cidade natal, Paracatu, no interior de Minas, ficou um ano sem estudar quando era criança porque a diretora da escola, em um devaneio típico dos que se sentem donos da coisa pública, resolveu cobrar mensalidade. A família Barbosa não tinha dinheiro, e Joaquim, o “Joca”, ficou fora da escola. “Foi um trauma”, relembra. Desmitificador, diz que nunca comeu o pão que o diabo amassou para chegar onde está e que tudo o que fez foi estudar. “Isso eu fiz. Estudei, estudei muito”.

Revista Veja, 5 de setembro de 2007 08 - A coesão pode-se dar pela conexão, por meio de conectores ou operadores argumentativos, responsáveis pela concatenação, pela relação entre segmentos do texto. Sobre essa proposição, assinale a alternativa incorreta. a. O uso do operador argumentativo “mas” ( 2) marca uma relação semântica de oposição. b. O uso do operador “também” (l.11) marca uma relação de conjunção argumentativa. c. O uso do “porque” (l.20) introduz uma explicação ou justificativa do que foi dito no enunciado anterior. d. O uso do “nem” (l.9) indica o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que foi dito antes. e. O uso do “até” (l.3) introduz argumento que leva à conclusão oposta.

HOMEM COM H, O RETORNO Regras de conduta Uma cervejaria americana reuniu na internet sugestões de leis que devem reger o comportamento dos verdadeiramente machos do planeta. Entre as mais citadas: · Telefonema de homem para homem não pode durar mais de cinco minutos. Sem exceção; · Dente é o único cortador de unha aceitável do homem; · Homem jamais paga para alguém trocar o pneu do carro; · Homem não dá apelido aos órgãos genitais, nem permite que a mulher dê; · Homem solteiro não tem gato como animal de estimação; · O cabelo do homem não pode ser mais comprido que o da mulher. E cortar só no barbeiro; · Dois homens de verdade nunca ficam lado a lado no banheiro público. Se não houver intervalo adequado, é melhor voltar depois; · Homem que é homem usa cueca samba canção.

(Texto adaptado - Veja, 28/06/2006).

09 - Quanto às informações implícitas e explícitas no texto II, assinale a alternativa INCORRETA. a. Homem de verdade não vai à manicure. b. O texto apresenta um grupo de interessados na volta do homem verdadeiramente macho. c. Homem, verdadeiramente macho, tem de ser rústico, grosso, insensível. d. No texto, a referência à expressão “homens verdadeiramente machos”, constitui a etimologia da palavra. e. No texto está implícito que no planeta predomina homens que não são “verdadeiramente machos”. 10 - Com base no texto, analise as afirmações abaixo. I – Pode-se dizer que o texto é coerente porque apresenta uma rede de fatores de ordem lingüística, cognitiva e interacional. II – O texto é constituído de itens aleatórios, que indicam ausência de seqüencialidade. III – No enunciado “O cabelo do homem não pode ser mais comprido que o da mulher. E cortar só no barbeiro”, o conector “e” adiciona um argumento. Assinale a alternativa CORRETA. a. Apenas a I está correta. b. Apenas a II está correta. c. Apenas a III está correta. d. Apenas a I está incorreta. e. Apenas a II está incorreta. 11 - Assinale a opção CORRETA quanto ao emprego das palavras e expressões do texto. a. Na oração “E cortar só no barbeiro”, o advérbio “só”, tem o sentido de solitário. b. Pelo sentido textual, a substituição da expressão “sem exceção”, por “sem exclusão”, mantém a mesma força argumentativa. c. Na oração “E cortar só no barbeiro” produz um efeito de invirilidade. d. Na expressão “homem que é homem” infere-se que há vários tipos de homens. e. Na expressão “homem que é homem”, o pronome relativo “que” desfaz a coerência sintática. A Floresta Amazônica perdeu 188.100 quilômetros quadrados nos últimos dez anos. É o equivalente a 3,7% do total de matas. Apesar do avanço da devastação, há uma boa notícia. Nos últimos três anos os índices de desmatamento caíram. É um progresso, mas não dá para comemorar. Significa apenas que estamos perdendo a floresta mais devagar, não que paramos de destruí-la. E, em dezembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirmou que o desmatamento voltou a crescer. O tamanho do problema só será apresentado no final de 2008. (Época, 25/05/08) 12 - Em relação à coesão textual, assinale a alternativa correta. a. Na expressão “O tamanho do problema ...”, a palavra “problema” retoma, no texto, o termo “Floresta Amazônica”. b. No enunciado “É um progresso, mas não dá para comemorar”, o uso do operador argumentativo “mas” marca uma relação de alternância. c. No enunciado “... estamos perdendo a floresta mais devagar, não que paramos de destruí-la”, a forma átona “la” refere-se à palavra “floresta”. d. No enunciado “Significa apenas que estamos perdendo a floresta”, o operador “apenas” introduz um argumento a favor da idéia anteriormente expressa. e. No enunciado “E, em dezembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirmou...”, a conjunção “E” exprime oposição de idéias. Em relação à coerência textual, analise os enunciados abaixo, que constituem o texto III (I +II). I- O almoço / É por nossa conta. II- Globo Esporte 30 anos:

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Curso Preparatório: CEPROMAT 41 Gramática

A alegria do gol. A emoção da cesta, do ponto, da volta mais rápida. A informação atualizada e a entrevista relevante. O Globo Esporte está completando 30 anos com um cardápio ainda mais rico e variado. Faça como os nossos campeões: não perca. A gente se vê por aqui. 13 - Assinale a alternativa incorreta. a. O enunciado I, quando relacionado ao enunciado II, produz outro sentido. b. A palavra “cardápio”, do enunciado II, estabelece uma relação de sentido com a palavra “almoço” do enunciado I. c. Para discutir o tema “Globo Esporte 30 anos”, o autor estabelece uma coerência interna, compatibilizando as figuras de campos semânticos semelhantes, para mostrar as variedades e importância da programação. d. Considerando fatores extralingüísticos, a palavra “almoço” usada no enunciado I, pode ser substituída por “jantar” com prejuízo da coerência textual. e. Identificar o gênero textual como publicitário ajuda o leitor a estabelecer a coerência do texto. 14 - Com relação à compreensão do texto, assinale a alternativa correta. a. As palavras “nossa” e “nossos”, no processo de interação comunicativa, indicam o receptor do discurso. b. A forma verbal “está completando” transmite a idéia de uma ação que não está em curso. c. No slogan da Rede Globo “A gente se vê por aqui” a expressão sublinhada substitui um pronome, que indica apenas uma das pessoas do processo de interação comunicativa. d. A expressão “cardápio ainda mais rico e variado” apresenta um pressuposto de que o programa ainda não tinha essas características. e. A palavra “interatividade” é formada pelo processo de derivação prefixal e sufixal. Para as gerações de agora, Dante de Oliveira era um paradoxo. Profundamente criticado por seu governo em Mato Grosso, mas cercado de uma aura do espírito democrático. Dante inventou uma emenda à Constituição que instituísse as eleições diretas em 1985, já para o mandato presidencial seguinte, que deveria começar em 1986. Absolutamente impossível que uma emenda desse teor conseguisse as assinaturas necessárias. Ganhou. Foi às ruas na forma de comícios e abalou o marasmo político do País. Em pleno regime militar, sob intensa ditadura, conseguiu-se reunir 700 mil pessoas na Praça da Sé, em São Paulo. Outros comícios transformaram a emenda das Diretas-Já no estopim que movimentaria a Nação e em 1985 poria um presidente civil na Presidência da República. “Coração de Estudante”, singela música de Milton Nascimento, se transformaria no hino das Diretas: “quero falar de uma coisa. Advinha onde ela anda? Deve estar dentro do peito, ou caminha pelo ar. Pode estar aqui do lado, bem mais perto que pensamos. A folha da juventude é o nome certo desse amor”. O regime militar mexia-se perplexo, porque não estava habituado a lidar com a opinião pública livre. A Nação estava contaminada pela idéia e amadurecera a necessidade de eleger, ainda que pelo voto indireto do Congresso Nacional. No Brasil inteiro o nome de Dante de Oliveira continuou vinculado à idéia de que foi a emenda das Diretas-Já quem iniciou a redemocratização, quando polarizou a Nação para o ideal da democracia. A essa altura, Dante candidatava-se a prefeito de Cuiabá e dava início a uma carreira política fértil. No governo de Mato Grosso, reelegeu-se em 1998 e saiu para disputar o Senado em 2002. Foi derrotado e entrou numa fase política muito ruim.

Acompanharam-no críticas e acusações. Sofreu duramente nesses três anos. Mas, por sua história política pessoal, quem o conheceu sabe que essa fase ruim ele via como uma travessia. Mas não chegou a realizá-la. Certamente, estará em outros palanques, em outros comícios, como no hino das Diretas-Já: “e há que se cuidar da vida. E há que se cuidar do mundo, tomar conta da amizade. Alegria e muito sonho espalhados pelo caminho...”. 15 - No enunciado “... essa fase ruim ele via como uma travessia. Mas não chegou a realizá-la”, é INCORRETO dizer que: a. embora tivesse vivido uma fase política ruim, ele a compreendia como um trajeto a ser percorrido. b. com o conector “mas” o autor introduz uma oposição, argumentando que o político não conseguiu completar o trajeto. c. o pronome pessoal “ele”, no contexto é um elemento coesivo que retoma o sujeito de quem se fala. d. a expressão “essa fase ruim” refere-se ao período que o ex-governador de Mato Grosso foi bastante criticado. e. em “Mas, não chegou a realizá-la”, encontramos uma hipérbole. 16 - No enunciado “Certamente, estará em outros palanques, em outros comícios, como no hino das Diretas-Já: ‘e há que se cuidar da vida. E há que se cuidar do mundo, tomar conta da amizade. Alegria e muito sonho espalhados pelo caminho’...”, é CORRETO dizer que: a. o autor explicitamente aborda a morte do ex-governador de Mato Grosso. b. o autor estabelece uma relação de intertextualidade. c. o autor ao iniciar o seu argumento com a palavra “certamente”, faz uso de uma interjeição, porque tem certeza e não tem dúvida do que vai dizer. d. o autor cita a música para ironizar aquilo que quer dizer. e. percebe-se nesse enunciado um tom de escárnio. 17 - Com relação à coesão textual, assinale a alternativa CORRETA. a. Em “que instituísse”, a palavra em negrito estabelece uma relação de adição. b. Em “porque não estava habituado”, a palavra em negrito estabelece uma relação de condicionalidade. c. A expressão “A essa altura” estabelece uma relação de modo. d. Em “Certamente, estará”, a palavra em negrito estabelece uma relação de causalidade. e. Em “ainda que pelo voto”, a expressão negritada introduz uma restrição, oposição, ou contraste com relação ao que foi dito anteriormente. Assassinado: a socos e pontapés por três jovens, o índio Avelino Nunes Macedo, da etnia xacriabá. O mais novo capítulo da barbárie brasileira começou com um esbarrão fortuito ao fim de uma festa. Irritados, os três jovens seguiram o índio. Queriam despi-lo na rua para humilhá-lo. Como ele reagiu, foi espancado até a morte. Os assassinos têm 15, 16 e 18 anos. Dia 16, em Miravânia, em Minas Gerais. 18 - Em relação à coesão textual, marque as afirmativas com (V) verdadeira e (F) falsa. ( ) Em “despi-lo” (l.4) e “humilhá-lo” (l.4) temos uma coesão referencial que se manifesta por meio de anáfora. ( ) No enunciado “Como ele reagiu...” (l.5) o pronome “ele” é um elemento coesivo que se manifesta por meio de catáfora. ( ) A expressão “O mais novo capítulo...” (l.2) refere-se ao assassinato do índio. ( ) Na última frase do texto ocorre uma coesão por elipse. ( ) Em “Os assassinos têm...” (l.5) a coesão é resultante do uso de uma substituição lexical. Assinale a alternativa que apresenta a seqüência correta. a. V F F V F b. F F V V V c. V F V V V d. F V F F V e. F V V V V

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Curso Preparatório: CEPROMAT 42 Gramática

O sábio e o ignorante Rui Barbosa, um dos maiores estadistas do Brasil,

ouviu de madrugada, um barulho no seu galinheiro. Já velhinho, pegou sua bengala e se dirigiu para lá. Em lá chegando, se deparou com um ladrão que já estava saindo com duas galinhas em cada mão. Nisto, o velho advogado apontou a bengala na cara do larápio e falou: - Ignoto cleptomaníaco. Se aqui vens por imperiosa necessidade, perdoar-te-ei, mas se o fazes para satisfazer teus espíritos deletérios ou para zombar da minha auto-prosopopéia, dar-te-ei com o meu cajado no alto da tua sinagoga e reduzir-te-ei as massas encefálicas em cinzas cadavéricas neste solo pátrio. Daí o ladrão falou: - Ué!...eu posso ou não posso levar as galinhas? www.piadasonline.com.br Com base no texto IV, responda às questões 19 e 20. 19 - Assinale a alternativa incorreta. a. A palavra “Ignoto” significa “Ilustríssimo”. b. A expressão verbal “perdoar-te-ei” reflete a formalidade da língua. c. “Ué!” marca a linguagem coloquial. d. O texto marca-se pela comicidade. e. O vocábulo “Nisto”, no texto, retoma o enunciado já mencionado. 20 - Assinale a alternativa incorreta. a. A palavra “sinagoga” no texto significa cabeça. b. “sábio” e “ignorante” são figuras contrastadas pelo autor. c. Se a galinha fosse para matar a fome do ladrão, Rui Barbosa o perdoaria. d. “neste solo pátrio” significa “nesta terra natal”. e. Em “se o fazes para satisfazer espíritos deletérios”, o vocábulo “deletérios” é sinônimo de “deleite”.

A ação da loratadina tem início pouco depois de sua administração. O produto conserva-se bem em condições normais de armazenamento, devendo ser guardado em ambiente seco, ao abrigo da luz e do calor excessivo. Deve ser conservado em suas embalagens originais mesmo depois de abertas. [...] Como norma geral, não devem ser usados medicamentos fora do prazo de validade, pois podem trazer prejuízos à saúde. Informe ao seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento ou após o seu término [...].

(Bula do medicamento Loralerg – Farmasa) 21 - Com relação ao texto, é incorreto afirmar. a. Orientação, prevenção e advertência são palavras cujos sentidos estão associados ao texto. b. Loralerg é o nome do princípio ativo do medicamento. c. Está implícito no texto que o produto não deve ser vendido a granel. d. O pronome “seu”, na última oração do texto, produz uma ambigüidade que se resolveria assim: “Informe ao seu médico a ocorrência de gravidez durante ou após o tratamento”. e. A expressão “Como norma geral” introduz a idéia de que todo e qualquer medicamento deve ser consumido dentro de seu prazo de validade.

Não deixe a ilegalidade fazer mais vítimas. Agora é lei: registre gratuitamente até 31 de

dezembro ou entregue a sua arma. Depois desse prazo, ter uma arma de fogo sem

registro é crime e a pena é de um a três anos de prisão. Indenização para entrega de armas: entre R$

100,00 e R$ 300,00. WWW.DPF.GOV.BR

É O GOVERNO FEDERAL TRABALHANDO

PARA A SUA SEGURANÇA. RESPEITAR A LEI É A SUA MELHOR ARMA.

(Veja de 26/11/2008) 22 - Assinale a alternativa correta. a. O principal objetivo da propaganda do Governo Federal é erradicar a violência através da legalização de armas de fogo. b. O texto é dirigido ao brasileiro que possui armas de fogo introduzidas clandestinamente no Brasil. c. O segmento “Agora é lei” significa que antes a posse de armas de fogo sem registro não era crime. d. As formas verbais “Não deixe”, “registre” e “entregue” são empregadas no modo subjuntivo para persuadir o público-alvo. e. As palavras grifadas em “Respeitar a lei é a sua melhor arma” e em “Ter uma arma de fogo sem registro é crime” têm o mesmo valor semântico. 23 - Assinale a alternativa incorreta. a. Há uma incompletude na propaganda quanto à categorização das armas de fogo para as quais os valores indenizatórios foram definidos. b. O texto publicitário apresenta três opções para a legalização da arma: gratuidade do registro, indenização para entrega da arma e segurança do Governo. c. Em “A pena é de um a três anos de prisão” e em “Que pena!”, as palavras grifadas, quanto à significação, são classificadas como homônimas. d. A formação das palavras “ilegalidade” e “gratuitamente” se dá pelo processo de derivação. e. Em “É o Governo Federal trabalhando para a sua segurança”, a forma nominal do gerúndio “trabalhando” foi empregada para enunciar a idéia da ação verbal em pleno desenvolvimento.

Feliz Nokia para falar a zero centavo com qualquer vivo e fixo. Veja nº 2035, ano 40, nº 46, 21/11/2007. 24 - Assinale a alternativa correta. a. Predomina no anúncio a linguagem fática. b. O texto é uma reportagem. c. Verifica-se, no texto, o uso de gíria. d. A expressão “Feliz Nokia” estabelece uma relação de sentido com “Feliz Natal”. e. A palavra “Vivo” trata-se de verbo na primeira pessoa do singular.

SOMOS TODOS PIRATAS Pelas regras de direitos autorais em vigor, quase todo internauta é um fora-da-lei. Afinal, o que está errado?

Nunca tantos copiaram tanto em tão pouco tempo. O filme que acabou de ser lançado. A última versão do simulador de vôo. A música no topo das paradas. Toques para o celular. Tudo isso pode ser obtido imediatamente e de graça na internet. Na rede, copiar é tão natural quanto respirar. Nenhuma geração na História teve, como a nossa, a possibilidade de conhecer e de usufruir tantas obras culturais. Hoje, pelo menos 2,5 milhões de brasileiros trocam pela internet arquivos de música, vídeo, programas de computador e jogos. Essa turma conectada inclui, para todos os efeitos, qualquer um que use computador ativamente. Copiar é tão fácil que nem sabemos quando estamos infringindo alguma lei. A verdade, caso alguém ainda tenha alguma dúvida a respeito, é bastante singela. Somos todos criminosos. Somos todos piratas. Todos? Bem, talvez nem todos. Mas você conhece alguém que – de verdade – nunca tenha feito uma cópia ilegal de músicas, filmes ou programas de computador?

(Época, 06/03/06, p. 64). 25 - Com relação ao tipo e gênero textual é CORRETO dizer: a. trata-se de texto jornalístico, com características narrativas, em que predomina um estilo de comunicação informal. b. trata-se de gênero jurídico, que discute a lei contra a pirataria. c. trata-se de gênero propaganda, uma vez que propõe convencer o leitor que ele também pode ser um pirata. d. trata-se de texto argumentativo, gênero jornalístico, que defende um ponto de vista. e. trata-se de texto em que predominam somente as características narrativas.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 43 Gramática

26 - Sobre o texto acima é INCORRETO dizer que o autor deixa no ar um tom de: a. irascível. b. reflexão. c. questionamento. d. crítica. e. comparação. 27 - A linguagem poética explora o sentido conotativo das palavras, num contínuo trabalho de criar ou alterar o significado, já cristalizado, dessas mesmas palavras. A partir do enunciado “A mulher antes e depois da Bíblia/ é pois enciclopédia natural”. Assinale as figuras de linguagem presentes nestes versos: a) Elipse/ Metonímia. b) Metonímia/ Metáfora. c) Antítese/ Metáfora. d) Anáfora/ Metáfora. e) Antítese/ Metonímia. 28 - “Namorar é além do beijo e da sintaxe”. Das alternativas abaixo, somente uma não é possível para a interpretação deste verso: a) Está além das regras e do simples contato. b) Liberdade, estrelas remotíssimas. c) Sem limitação terrestre e paradigmas. d) Está nas amarras do sistema. e) O beijo e a sintaxe têm sentidos opostos. 29 - Analise os itens quanto à grafia e uso adequado dos pares das palavras nos enunciados. I. Consideraram melhor dilatar o tempo necessário aos exames da perícia. / Consideraram melhor delatar o tempo que os advogados usaram para apresentar os exames. II. Será retificado o resultado dos exames. /O resultado dos exames só será ratificado se a perícia exigir. III. O tráfego mundial na internet vai saltar para 1,5 bilhão de terabytes no próximo ano. / O Supremo está investigando o tráfico de influência da administração pública. IV. Enquanto o governo tenta desacelerar a inflação, seus correligionários persistem na infração causada pelo patrimonialismo. Assinale a alternativa correta a. Apenas I e II, estão corretos. b. Apenas II e III, estão corretos. c. Apenas I e IV, estão corretos. d. Todos os itens estão corretos. e. Apenas IV e V estão corretos. 30 - Assinale a alternativa incorreta em relação à correlação necessária entre tipos e gêneros textuais e formas de tratamento. a. A carta e o ofício são gêneros textuais que pelas suas características formais e pelo assunto que tratam, possibilitam pressupor o tipo de interlocutor a quem o texto se dirige. b. Com relação às marcas formais, os pronomes de tratamento se constituem como elementos gramaticais relacionados a contextos específicos. c. Em qualquer campo de atuação profissional, há formas de tratamento marcadas gramaticalmente tanto pela escrita como pela oralidade. d. O “senhor/senhora” e “você(s)” são formas de tratamento que foram incorporadas à linguagem quotidiana e são denotadoras do grau de formalidade e informalidade existente entre os interlocutores. e. O “tu” e “vós” foram substituídos em muitas variedades da língua tanto escrita quanto falada da

língua portuguesa do Brasil, para assinalar a terceira pessoa do discurso. Verbo Crackar Eu empobreço de repente/ Tu enriqueces por minha causa Ele azula para o sertão/ Nós entramos em concordata/ Vós protestais por preferência Eles escafedem a massa. Sê pirata/ Sede trouxas Abrindo o pala/ Pessoal sarado Oxalá que eu tivesse sabido que esse verbo era irregular. Oswald de Andrade 31 - Tomando como base o título e o sentido do poema, assinale a alternativa correta no que se refere à coerência. a) Crackar significa no texto ser um craque. b) Não se justifica o uso desse título. c) O uso do infinitivo não permite a explicitação de relações entre os versos do poema. d) O verbo crackar está utilizado no sentido denotativo. e) O verbo crackar promove a inter-relação semântica entre os elementos do texto. “A Alca é como uma odalisca de cabaré barato”. 32 - No período acima, ocorre uma figura de palavra conhecida como: a) Antítese. b) Catacrese. c) Metonímia. d) Comparação. e) Sinédoque. 33 - Assinale a alternativa em que não ocorre variação no léxico do português do Brasil. a. jerimum/abóbora b. mandioca/aipim c. mosquito/muriçoca d. menina/guria e. aluno/discípulo 34 - Com relação às várias possibilidades de sentido da palavra “pleonasmo”, analise as proposições abaixo, em Verdadeiro e Falso..

I. Tem-se um pleonasmo quando o uso de uma palavra ou expressão, em determinado contexto, produz, como efeito de sentido, a idéia de exagero. II. Emprego de mais de uma palavra, desnecessariamente, para expressar o mesmo sentido. III. Pleonasmo se baseia na repetição de uma palavra ou expressão, que podem se manifestar sintática e semanticamente. IV. São redundâncias, que buscam alcançar maior clareza ou enfatizar uma idéia. V. Pleonasmo pode ser considerado, também vício de linguagem, porque ocorre por meio de repetição de obviedades. VI. Pleonasmo é uma figura de linguagem que se constrói através de repetições de palavras e de estruturas como recursos literários. Assinale a alternativa CORRETA. a. F – V – V – V – V – V b. V – F – F – V – V – V c. V – V – F – F – V – V d. F – F – V – V – F – V e. V – F – V – V – V – V

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Curso Preparatório: CEPROMAT 44 Gramática

Texto I Fome Zero – Nome do programa com o qual o governo pretendia combater a carência nutricional da população. Nos primeiros meses, encarnou o caso, típico de uma era de intoxicação pela publicidade do triunfo de um slogan sobre a realidade. Se havia o programa Fome Zero era porque a fome estava sendo combatida. Até se ensaiou a exportação do programa, apregoado como exemplo para o mundo. De uns meses pra cá, inversamente, assiste-se ao caso de uma realidade que sufoca o slogan. Cada vez menos se fala de “fome zero”. A expressão caminha para o desuso. E isso não porque a fome tenha sido zerada. (Roberto Pompeu de Toledo, Veja, 31/03/04). 35 - Assinale a alternativa correta. a) O texto começa definindo o Fome Zero. b) A expressão “intoxicação pela publicidade” quer dizer “excesso de poluição sonora”. c) As expressões “Nos primeiros meses” e “De uns meses para cá” marcam a mesma temporalidade. d) No enunciado “Se havia o programa”, a forma verbal “havia” eqüivale à forma “existisse”. e) A conjunção “E” no enunciado “E isso não porque a fome tenha sido zerada” funciona para estabelecer relação de continuidade. 36 - Em uma das alternativas abaixo, há uma questão que está em desacordo com o texto. a) O programa Fome Zero faz eco no social, mas envereda para o desábito. b) O slogan Fome Zero está intoxicado nas grandes metrópoles. c) O programa Fome Zero justifica-se pela privação básica à cidadania. d) O nome contradiz que a fome tenha sido zerada. e) O Programa Fome Zero aspirou pôr à vista uma idéia. 37 - O enunciado “Se havia o programa Fome Zero era porque a fome estava sendo combatida”. A expressão negritada só não significa: a) uma ação bélica. b) uma peleja social. c) um conflito. d) uma oposição. e) uma contestação. O chargista formula um jogo de sentidos entre o texto verbal e o não-verbal.

38 - Tomando como leitura os textos I e II, assinale a alternativa errada. a) No texto I figura um jogo de marketing político. b) O texto II usou a imagem e a escrita para debater temas de interesse social.

c) Pelo fato de ser resumida, a charge demonstra expressividade entre a caricatura e o texto escrito. d) O programa Fome Zero é uma criação do ideário institucionalizado. e) A inércia do povo brasileiro está presente no dizer do Presidente Lula, na charge. 39 - A formulação “Brasileiro não desiste nunca, pô !!!” proferida pelo Presidente da República só não produz uma leitura imagética do povo como: a) pessoas que batalham cotidianamente para trabalhar, comer, vestir, morar e estudar. b) cidadãos que apesar da escassez e precariedade do sistema público frequentam as filas. c) cidadãos que tomam corpo e robustez na hegemonia social. d) sujeitos marginalizados, mas esperançosos. e) indivíduos que esperam pelo Estado. 40 - Analise os itens abaixo e assinale a alternativa correta. I – ...Toda sociedade precisa incentivar os que se esforçam mais”. - Toda sociedade precisa dar incentivo àqueles que se esforçam mais. II – Por trás de toda “fortuna” existe um elemento de sorte, muito maior do que os “afortunados” gostariam de admitir. - Por trás de toda “fortuna” há um elemento de sorte, muito maior do que os “afortunados” gostariam de admitir. III – “Mesmo doando toda a minha fortuna”, disse o empresário, “continuará a existir uma enorme injustiça social no mundo”. - Mesmo doando toda a minha fortuna, disse o empresário, haverá uma enorme injustiça social no mundo. a) Apenas o item I está correto. b) Apenas o item II está correto. c) Apenas o item III está correto. d) Os itens I e II estão corretos. e) Os itens I, II e III estão corretos. 41 - Analise os itens abaixo e assinale a alternativa correta I – Ser rico, famoso ou poderoso tem sido o objetivo da maioria das pessoas. A maioria das pessoas visa à riqueza, à fama e ao poder. II – Ele afirmou que o dinheiro não lhe pertencia, e que doaria toda sua fortuna a instituições beneficentes. A doação de toda sua fortuna às instituições beneficentes seria feita porque pela sua afirmação, o dinheiro não era um pertence seu. III - É difícil falar em mérito numa situação dessas. Há dificuldades de se falar em mérito numa situação dessas. a) Os itens I, II e III estão corretos. b) Apenas os itens I e II estão corretos. c) Apenas o item I está correto. d) Apenas o item II está correto. e) Os itens I e II estão errados. 42 - Assinale a alternativa em que o texto apresenta elementos que o enquadram na tipologia de dissertação. a. “Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria o de-dentro delas. Assim fiz. Morreram.” b. “Muitos anos mais tarde, Ana Terra costumava sentar-se na frente de sua casa para pensar no passado. E no seu pensamento como que ouvia o vento de outros tempos ouvia e sentia o tempo passar, escutava vozes, via caras e lembrava-se de coisas...” c. “Insistamos sobre esta verdade: a guerra dos Canudos foi um refluxo em nossa história. Tivemos inopinadamente, ressurreta e em armas em nossa frente, uma sociedade velha, uma sociedade morta, galvanizada por um doido.” d. “Meus cabelos eram muito bonitos, dum negro quente, acastanhado nos reflexos. Caíam pelos meus ombros em cachos gordos, com ritmos pesados de molas de espiral.” e. “Todas as noites, depois do jantar, a molecada do bairro se amontoava no portão da minha casa: era a hora negra das histórias dos lobisomens, bruxas, almas-penadas, tinha uma procissão de

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Curso Preparatório: CEPROMAT 45 Gramática

caveiras que passava à meia-noite, cantando, ô Deus! como eu tremia...”

43 - Assinale a alternativa correta. a. O principal objetivo da propaganda é publicizar o vale-convite da nova coleção Chilli Beans. b. A propaganda é dirigida exclusivamente ao público-alvo que participa das brincadeiras de amigo secreto. c. A propaganda utiliza como estratégia para a venda do produto Chilli Beans uma brincadeira muito comum nas comemorações de final de ano. d. Os segmentos “Ah, não precisava” e “Ganhei um Chilli Beans” reproduzem a linguagem das pessoas que ganharam produtos da marca Chilli Beans. e. O texto publicitário emprega os recursos de que a língua dispõe para mostrar ao consumidor a fabricação do produto que está sendo comercializado. 44 - Assinale a alternativa correta. a. A propaganda de óculos da marca Chilli Beans se enquadra na tipologia de gênero informativo. b. O enunciado “Não seja o mané da festa” referese àquele que adquirir o produto comercializado. c. As formas verbais “dê” e “azucrine” são empregadas no modo subjuntivo para persuadir o virtual comprador. d. A substituição do produto pela marca “Chilli Beans”, na propaganda, estabelece uma relação metafórica. e. O enunciado “Se o seu presente não for um Chilli Beans, o ‘ah, não precisava’ vai ser sincero” equivale a “Se o seu presente for um Chilli Beans, o ‘ah, não precisava’ não vai ser sincero”. Eu nasci além dos mares: Os meus lares, Meus amores ficam lá! – Onde canta nos retiros Seus suspiros, Suspiros o sabiá! (Casimiro de Abreu) 45 - Assinale a alternativa correta. a. Há predominância da linguagem emotiva no texto. b. O sinal de pontuação no primeiro verso introduz a citação do locutor. c. O advérbio “lá” indica a distância entre os mares que separam o escritor de sua terra natal. d. O verbo “nasci” está flexionado no pretérito imperfeito do indicativo. e. As formas verbais “nasci” e “canta” têm a mesma transitividade no funcionamento do texto. A moça pediu à mãe para fazer um prato diferente no jantar. 46 - Ocorre nesse enunciado uma ambigüidade. Não se sabe quem faria o prato: a mãe ou a filha. Assinale a alternativa que desfaz essa ambigüidade.

a. A moça pediu à mãe para fazer um prato trivial no jantar. b. A moça pediu à mãe para fazer um jantar diferente. c. A moça pediu que a mãe fizesse um prato diferente no jantar. d. A mãe pediu à moça que fizesse um jantar diferente. e. A moça e a mãe se preocupam em fazer um jantar diferente. 47 - No segmento “Fogo, na mata, mata”, os vocábulos grifados exprimem relação de: a. sinonímia. b. antonímia. c. ambigüidade. d. paronímia. e. homonímia. 48 - “Insistiu o canoeiro: – Não use esse remo.” Transpondo o discurso direto acima em discurso indireto, obtém-se: a. O canoeiro insistiu para que não fosse usado o remo. b. O canoeiro insistiu em que não usasse aquele remo. c. O canoeiro insistiu em que não fosse usado esse remo. d. O canoeiro insistiu em não usar aquele remo. e. O canoeiro insistiu por que não usar esse remo. 49 - Relacione as colunas de acordo com as figuras de linguagem. ( ) Eu canto porque o canto existe. ( ) O policial abriu fogo contra o assaltante. ( ) A platéia morreu de rir do jovem ator. ( ) O menino encontrou a bola atrás do pé da árvore. ( ) Seu sorriso se abre como as asas de uma borboleta. 1. Eufemismo. 2. Pleonasmo. 3. Comparação 4. Catacrese 5. Hipérbole. Assinale a sequência correta. a. 2 1 5 4 3 b. 1 4 3 1 2 c. 5 4 3 2 1 d. 2 5 3 1 4 e. 3 1 2 5 4

A chance morre pela boca Infelizmente, muitos profissionais perdem oportunidades

porque não sabem conversar. Até são competentes, mas não conseguem escutar, negociar, mostrar a que vieram. Vivem reclamando que só encontram portas fechadas, mas não percebem que são eles próprios que passam as chaves antes de entrar. Quando eu dava aulas de psicoterapia, falava brincando que terapeutas não freqüentam festas só para divertir. Eles querem achar futuros pacientes! E quando você está começando uma clientela, eventos sociais fazem a diferença. Se bebe todas, mata a possibilidade de ser o terapeuta de alguém que presenciou seu porre. Se faz fofocas deliberadamente, não passa credibilidade a quem pretende confidenciar segredos num consultório. O mesmo ocorre no mundo corporativo: se num almoço informal comentar com seu gerente que não gosta de trabalhar com profissionais inexperientes, pode perder a chance de comandar uma equipe de novatos num projeto. Parece cruel, mas esses vícios são, muitas vezes, determinantes. Para não matar as chances, vale a pena seguir certas regras:

§ Escutar primeiro o que o outro tem a dizer e só então dar idéias para ajudar a resolver a questão. Quem recebe atenção se sente valorizado e tende a abrir portas para você.

§ Deixar as brincadeiras para quando estiver com suas amigas. E a vontade de contar seus problemas para a sessão de psicoterapia.

§ Lembrar-se de que em qualquer reunião de trabalho os colegas e chefes estão formando opinião sobre a sua competência profissional. Roberto Shinyashiki, Psicoterapeuta, Consultor de

Carreira. In Nova, abril/2007 (Texto adaptado).

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Curso Preparatório: CEPROMAT 46 Gramática

Com base no texto acima, responda às questões de 50 a 52. 50 - Qual a relação do texto com o título “A chance morre pela boca”? Assinale a alternativa INCORRETA. a. Especialistas afirmam que pessoas que não sabem conversar, perdem oportunidades. b. Existem pessoas que não pensam muito para falar e acabam dando subsídio que ajudam a construir uma imagem negativa delas mesmas. c. O título estabelece relação de sentido com o dito popular “o peixe morre pela boca”. d. Para o psicoterapeuta têm pessoas que falam demais, apresentam dificuldade de escutar o outro, deixam de conquistar espaços profissionais. e. As pessoas que vivem falando dos outros não adquirem credibilidade e podem ser consideradas como indiscretas. 51 - Com relação ao gênero textual, pode-se dizer que o texto I trata-se de: a. entrevista. b. editorial. c. fábula. d. artigo de opinião. e. diário. 52 - Com relação à linguagem, é CORRETO dizer que: a. o Psicoterapeuta escreve de forma bastante informal porque tem como objetivo orientar as leitoras de Nova a não perderem a chance na vida profissional. b. o autor usa uma linguagem formal, valendo-se de jargão da Psicoterapia para poder ser compreendido pelo seu leitor, dando mais credibilidade ao que está sendo dito. c. o texto deixa marcas na linguagem que caracterizam uma variação regional do Nordeste. d. a forma de tratamento que o autor dá ao seu leitor é “você”. Caso esse tratamento fosse alterado para “senhora” não mudaria o grau de formalidade e informalidade da linguagem. e. a linguagem técnica e formal, nesse texto, é uma estratégia usada pelo autor para impressionar o leitor e, assim, fazê-lo refletir sobre sua própria prática de interação comunicativa. TextoVI Celso: O que você acha do Brasil? Falcão: País injusto. Injusto. Um país injusto. O que nós tem é isso aí. Mas os verdadeiro marginal mesmo tá de terno e gravata. De terno e gravata e a justiça não vê isso. Celso: Você se arrepende de alguma coisa na vida? Falcão: Me arrependo sim. A vida que eu tenho agora não é a vida que eu tinha antes. Antes eu tinha uma vida com algumas necessidade, mas até então eu podia andar tranqüilo, não se escondia de polícia, não tinha inimigo nenhum, então eu andava tranqüilo. Agora já não é mais a mesma coisa. Agora minha vida não é mais a que era antes. Eu não passo mais as necessidades que eu passei, mas agora eu sou escondido, eu tenho que fugir da polícia. (Retirado do livro: Falcão - Meninos do tráfico, de Celso

Athayde e MV Bill. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006). Com base no texto VI, responda às questões 53 e 54. 53 - Assinale a alternativa CORRETA, quanto à linguagem usada por Falcão. a. Uso formal. b. Padrão culto. c. Uso coloquial. d. Dialeto nordestino.

e. De falante estrangeiro. 54 - Com relação ao tipo de texto, é CORRETO dizer que se trata de: a. Poesia. b. Receita. c. Entrevista. d. Propaganda. e. Piada. 55 - Com base na leitura e interpretação dos versos do texto, assinale a alternativa onde se apresenta a antítese. a) “Há homens que se cansam depressa de namorar”. b) “No velho estilo ou no moderno estilo”. c) “Dai-me, Senhor, assistência técnica”. d) “Adianta-lhes, Senhor, saber alguma coisa”. e) “A limitação terrestre, que os persegue”. 56 - Assinale a alternativa em que predomina a função referencial da linguagem. a. Se a natureza é a sua praia, bem-vindo ao Pantanal. b. “Clique aqui. Acesse qualidade de vida”. c. “Eu nasci além dos mares: Os meus lares, Meus amores ficam lá!” d. Não fume em recinto fechado. É proibido. e. A primeira expedição científica à Amazônia foi feita em 1638 por George Macgrave, um naturalista alemão. Analise as possibilidades e, então, estabeleça metas para conseguir o que quer. Você saberá usar a diplomacia para atrair parcerias ideais, que lhe abrirão perspectivas. Viva os dias que se seguem com a certeza de que suas qualidades estão sendo valorizadas. (Horóscopo, Tititi, 7/03/2008). 57 - O texto acima é um exemplo de gênero em que predomina: a. uma seqüência conversacional. b. uma defesa de um ponto de vista. c. uma seqüência instrucional. d. uma definição de futuros conceitos. e. uma exposição de argumentos previstos. 58 - Assinale a alternativa em que há marcas de linguagem coloquial. a. “Há quem confunda estudos com células-tronco embrionárias com aborto. Isso é um absurdo.” b. “Tentei dar o máximo. Peço desculpas à galera, mas é que eu não consigo mais.” c. “Nunca houve tantos imigrantes no planeta. O desafio será criar regras para viver em harmonia com eles.” d. “A capacidade de os atletas superarem as marcas está próxima do fim, diz um estudo francês.” e. “O desafio do Judiciário é se reestruturar. Não adianta só aumentar o número de juízes e varas. A longo prazo, isso não funciona.” 59 - Assinale a alternativa em que o texto está centrado no referente. a. Eu não posso crer que apenas eu queira trabalhar, os parlamentares não.” b. “No Dia dos Namorados dê um Technos de presente.” c. “– Olá, tudo bem? – Tudo bem. E você?” d. “A classe média brasileira é a que paga o imposto de renda mais alto da América do Sul.” e. “amigo” [adj.]. 1. que ama, que demonstra afeto, amizade.” Thaís Persoza Atriz, 22 anos Há quanto tempo bebe o chá verde? dois anos Por que começou a tomar: sua médica ortomolecular indicou a bebida para acelerar o metabolismo e assim ajudar na dieta (e, depois, na manutenção do peso). Com que freqüência toma: todos os dias. “Levo os sachês dentro da bolsa para preparar o chá onde eu estiver”. Os benefícios que ela notou: equilibrou o organismo e contribuiu para que perdesse 5 quilos. (Veja On line 08/11/06)

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Curso Preparatório: CEPROMAT 47 Gramática

Em relação ao texto, responda às questões 42 e 43. 60 - Assinale (F) para os itens falsos e (V) para os verdadeiros. I. O texto constitui-se de entrevista sobre um determinado tema. II. O texto discute, como conteúdo temático, a boa forma da atriz Thaís Fersoza. III. A interação entre o entrevistador e a entrevistada evidencia o estilo usado pelo autor. IV. O chá é empregado como mecanismo único na aceleração da perda de peso. Assinale a alternativa correta. a. V V V F b. F V V V c. F F V F d. V F V F e. V F F V 61 - Assinale a alternativa que corresponde ao gênero do texto. a. Artigo. b. Propaganda. c. Instrução. d. Entrevista e. Conversa formal. Quanto tempo o álcool permanece no sangue após o consumo e depois de quanto tempo o motorista poderá dirigir? Um copo de cerveja demora cerca de seis horas para ser eliminado pelo organismo. Uma dose de uísque, que é bem mais forte que a cerveja, demora mais tempo que isso. O mais garantido é que o motorista possa dirigir depois de 24 horas. Se ele estiver de ressaca e com sintomas provocados pela grande quantidade de álcool consumida, o melhor é ficar em casa. Este é o momento em que o álcool começa a ser tóxico e permanece no corpo por mais tempo. (Fonte: http://g1.globo.com) Responda às questões 62 e 63 de acordo com o texto. 62 - Assinale a alternativa que apresenta o objetivo do texto. a. Discutir a importância do bafômetro para detectar a permanência de álcool no sangue. b. Questionar a aprovação da lei seca. c. Esclarecer dúvidas sobre o tempo de permanência de álcool no organismo. d. Orientar o motorista para que nunca consuma bebida alcoólica. e. Esclarecer as sanções a quem dirige alcoolizado. 63 - Assinale a alternativa em que a substituição da palavra em negrito pelo termo proposto compromete o sentido do texto. a. eliminado – excluído. b. garantido – seguro. c. sintomas – sinais. d. dose – porção. e. consumida – produzida. 64 - “Sede trouxas”. “Sede própria” e “Tenho sede”. As palavras destacadas correspondem a: a) Sinonímia. b) Homonímia. c) Antonímia. d) Metonímia. e) Pleonasmo.

65 - A palavra “eminente”, presente no enunciado “O eminente ministro renunciou ao cargo” não deve ser confundida com “iminente”, seu parônimo. Em que item a seguir o par de vocábulos é exemplo de parônimo? a. coser / cozer b. ratificar / retificar c. insipiente / incipiente d. seção / sessão e. taxar / tachar 66 - Com relação ao texto “Coração de estudante” é CORRETO dizer que: a. trata-se de um texto essencialmente narrativo, porque apresenta a história de Dante de Oliveira. b. trata-se de um artigo científico, que é respaldado em práticas sociais e em saberes sócio-culturais. c. trata-se de um artigo de opinião, cuja característica se marca pelo imbricamento entre o verbal e o não-verbal. d. trata-se de um ensaio, porque é um texto em prosa, com características argumentativas sobre um determinado fato. e. trata-se de um texto eminentemente descritivo, com características literárias, pela forma como expõe os fatos da ditadura.

A Gramática da Língua Portuguesa define metáfora como sendo a “alteração do sentido de uma palavra, pelo acréscimo de um significado segundo, quando entre o sentido de base e o acrescentado há uma relação de semelhança, de intersecção, isto é, quando eles apresentam traços semânticos comuns”.

Fonte:Platão & Fiorin, 2003. 67 - Com base na definição, assinale a alternativa em que a frase contém a figura de linguagem denominada metáfora. a. Quase sempre a síndica é a bruxa do condomínio. b. Depois da piada, a platéia explodiu em risos. c. Ele trabalha como um burro de cargas. d. A criança corria e arfava e chorava depois do susto. e. O rio morre, a cada dia, em função da ação do homem. Segundo Terra & Nicola (2003), “o que é falado, a maneira como é falado e a forma que é dada ao texto são características diretamente ligadas ao gênero”. Analise os segmentos textuais. I. Querido José, escrevo-lhe para dizer [...]. II. Aos 20 dias do mês de novembro de 2007, reuniram-se os vereadores da Câmara Municipal de Cáceres [...]. III. Entende-se por linguagem qualquer sistema de signos simbólicos empregados na intercomunicação social [...]. 68 - Com base nas características de gêneros textuais, os segmentos acima constituem-se, respectivamente, em: a. Bilhete; Carta comercial; Notícia jornalística. b. Carta comercial; Resenha crítica; Editorial de revista. c. Carta pessoal; Resenha crítica; Palestra. d. Carta pessoal; Ata de reunião; Verbete de enciclopédia. e. Carta comercial; Relatório; Dicionário. Leia atentamente os dois enunciados proferidos pelo Governador Blairo Maggi, de Mato Grosso, em distintos momentos. “Um aumento de 40% no desmatamento não significa nada”. (setembro de 2003). “Apenas o desenvolvimento ecologicamente sustentável pode salvar a floresta”. (abril de 2009). Fonte: Revista Veja, ano 42, nº 37, 16/09/2009. 69 - Na compreensão dos dois enunciados, é correto afirmar que entre eles há uma relação de: a. complementaridade. b. contiguidade. c. contradição. d. ironia. e. perplexidade.

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Curso Preparatório: CEPROMAT 48 Gramática

Leia o enunciado. “Quem já não dirigiu depois de um jantar regado a um bom vinho? Quem já não tomou alguns copos de cerveja durante um tratamento de saúde à base de antibióticos? Quem já não curtiu uma ressaca tão forte que perdeu o dia na escola ou no trabalho? Pergunte a um bebedor de risco como é a sua relação com o álcool e ele certamente dirá que bebe apenas socialmente. Mas o limite que separa esse tipo de bebedor do abismo é muito tênue. Metade deles está à beira do alcoolismo. Fonte: Revista Veja, ano 42, nº 36, 09/09/2009. 70 - Com base nesse texto, assinale a alternativa correta. a. As três perguntas que introduzem o texto são argumentos para assegurar que beber moderadamente não causa nenhum tipo de risco à saúde. b. O pronome ele, na oitava linha do texto, substitui o nome álcool. c. A expressão apenas socialmente tem o sentido de beber compulsivamente. d. A palavra abismo pode ser substituída pela expressão popular “fundo do poço”, sem prejuízo de sentido. e. A flexão do verbo estar, na última frase do texto, está incorreta, pois o verbo deveria concordar com o pronome deles.