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Didatismo e Conhecimento 1 LÍNGUA PORTUGUESA 1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO: INFORMAÇÕES LITERAIS E INFERÊNCIAS POSSÍVEIS; PONTO DE VISTA DO AUTOR; A literatura é a arte de recriar através da língua escrita. Sendo assim, temos vários tipos de gêneros textuais, formas de escrita; mas a grande dificuldade encontrada pelas pessoas é a interpretação de textos. Muitos dizem que não sabem interpretar, ou que é muito difícil. Se você tem pouca leitura, consequentemente terá pouca argumentação, pouca visão, pouco ponto de vista e um gran- de medo de interpretar. A interpretação é o alargamento dos horizontes. E esse alargamento acontece justamente quando há leitura. Somos fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas histórias, muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes você não leu algo e pensou: “Nossa, ele disse tudo que eu penso.” Com certeza, várias vezes. Temos aí a identificação de nossos pen- samentos com os pensamentos dos autores, mas para que aconteça, pelo menos não tenha preguiça de pensar, refletir, formar ideias e escrever quando puder e quiser. Tornar-se, portanto, alguém que escreve e que lê em nosso país é uma tarefa árdua, mas acredite, valerá a pena para sua vida futu- ra. E, mesmo, que você diga que interpretar é difícil, você exercita isso a todo o momento. Exercita através de sua leitura de mundo. Você sabe, por exemplo, quando alguém lhe manda um olhar de desaprovação mesmo sem ter dito nada. Sabe, quando a menina ou o menino está a fim de você numa boate pela troca de olhares. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, interpretamos, argumenta- mos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) professor(a) dizer “Vamos agora interpretar esse texto” para que as pessoas se calem. E ninguém sabe o que calado quer... pois ao se calar você perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o medo de expor suas ideias. Faça isso como um exercício diário mesmo e verá que antes que pense, o medo terá ido embora. Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar). Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a an- terior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. Intertexto - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Interpretação de Texto - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procu- ram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.

1 Lingua Portuguesa

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  • Didatismo e Conhecimento 1

    LNGUA PORTUGUESA

    1. INTERPRETAO DE TEXTO: INFORMAES LITERAIS E INFERNCIAS POSSVEIS; PONTO DE VISTA DO AUTOR;

    A literatura a a rte de recriar atravs da lngua escrita. Sendo assim, temos vrios tipos de gneros textuais, formas de escrita; mas a grande difi culdade encontrada pelas pessoas a interpretao de textos. Muitos dizem que no sabem interpretar, ou que muito difcil. Se voc tem pouca leitura, consequentemente ter pouca argumentao, pouca viso, pouco ponto de vista e um gran-de medo de interpretar. A interpretao o alargamento dos horizontes. E esse alargamento acontece justamente quando h leitura. Somos fragmentos de nossos escritos, de nossos pensamentos, de nossas histrias, muitas vezes contadas por outros. Quantas vezes voc no leu algo e pensou: Nossa, ele disse tudo que eu penso. Com certeza, vrias vezes. Temos a a identifi cao de nossos pen-samentos com os pensamentos dos autores, mas para que acontea, pelo menos no tenha preguia de pensar, refl etir, formar ideias e escrever quando puder e quiser.

    Tornar-se, portanto, algum que escreve e que l em nosso pas uma tarefa rdua, mas acredite, valer a pena para sua vida futu-ra. E, mesmo, que voc diga que interpretar difcil, voc exercita isso a todo o momento. Exercita atravs de sua leitura de mundo. Voc sabe, por exemplo, quando algum lhe manda um olhar de desaprovao mesmo sem ter dito nada. Sabe, quando a menina ou o menino est a fi m de voc numa boate pela troca de olhares. A todo e qualquer tempo, em nossas vidas, interpretamos, argumenta-mos, expomos nossos pontos de vista. Mas, basta o(a) professor(a) dizer Vamos agora interpretar esse texto para que as pessoas se calem. E ningum sabe o que calado quer... pois ao se calar voc perde oportunidades valiosas de interagir e crescer no conhecimento. Perca o medo de expor suas ideias. Faa isso como um exerccio dirio mesmo e ver que antes que pense, o medo ter ido embora.

    Texto um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo signifi cativo capaz de produzir interao comunicativa (capacidade de codifi car e decodifi car).

    Contexto um texto constitudo por diversas frases. Em cada uma delas, h uma certa informao que a faz ligar-se com a an-terior e/ou com a posterior, criando condies para a estruturao do contedo a ser transmitido. A essa interligao d-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases to grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poder ter um signifi cado diferente daquele inicial.

    Intertexto - comumente, os textos apresentam referncias diretas ou indiretas a outros autores atravs de citaes. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.

    Interpretao de Texto - o primeiro objetivo de uma interpretao de um texto a identifi cao de sua ideia principal. A partir da, localizam-se as ideias secundrias, ou fundamentaes, as argumentaes, ou explicaes, que levem ao esclarecimento das questes apresentadas na prova.

    Normalmente, numa prova, o candidato convidado a:

    Identifi car reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentao, de um processo, de uma poca (neste caso, procu-ram-se os verbos e os advrbios, os quais defi nem o tempo).

    Comparar descobrir as relaes de semelhana ou de diferenas entre as situaes do texto.

    Comentar - relacionar o contedo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

    Resumir concentrar as ideias centrais e/ou secundrias em um s pargrafo.

    Parafrasear reescrever o texto com outras palavras.

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    Exemplo

    Ttulo do Texto Parfrases

    O Homem UnidoA integrao do mundo.A integrao da humanidade.A unio do homem. Homem + Homem = Mundo.A macacada se uniu. (stira)

    Condies Bsicas para Interpretar

    Faz-se necessrio:

    - Conhecimento Histrico literrio (escolas e gneros literrios, estrutura do texto), leitura e prtica;- Conhecimento gramatical, estilstico (qualidades do texto) e semntico; Na semntica (significado das palavras) incluem-se:

    homnimos e parnimos, denotao e conotao, sinonmia e antonmia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.- Capacidade de observao e de sntese e- Capacidade de raciocnio.

    Interpretar X Compreender

    Interpretar Significa Compreender Significa

    - Explicar, comentar, julgar, tirar concluses, deduzir.- tipos de enunciados: atravs do texto, infere-se que... possvel deduzir que... o autor permite concluir que... qual a inteno do autor ao afirmar que...

    - inteleco, entendimento, ateno ao que realmente est escrito. - tipos de enunciados: o texto diz que... sugerido pelo autor que... de acordo com o texto, correta ou errada a afirmao... o narrador afirma...

    Erros de Interpretao

    muito comum, mais do que se imagina, a ocorrncia de erros de interpretao. Os mais frequentes so:- Extrapolao (viagem). Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que no esto no texto, quer por conhecimento

    prvio do tema quer pela imaginao.- Reduo. o oposto da extrapolao. D-se ateno apenas a um aspecto, esquecendo que um texto um conjunto de ideias,

    o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido.- Contradio. No raro, o texto apresenta ideias contrrias s do candidato, fazendo-o tirar concluses equivocadas e, conse-

    quentemente, errando a questo.Observao: Muitos pensam que h a tica do escritor e a tica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso

    qualquer, o que deve ser levado em considerao o que o autor diz e nada mais.

    Coeso - o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, oraes, frases e/ou pargrafos entre si. Em outras palavras, a coeso d-se quando, atravs de um pronome relativo, uma conjuno (nexos), ou um pronome oblquo tono, h uma relao correta entre o que se vai dizer e o que j foi dito. So muitos os erros de coeso no dia a dia e, entre eles, est o mau uso do pronome relativo e do pronome oblquo tono. Este depende da regncia do verbo; aquele do seu antecedente. No se pode esquecer tambm de que os pronomes relativos tm, cada um, valor semntico, por isso a necessidade de adequao ao antecedente. Os pro-nomes relativos so muito importantes na interpretao de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coeso. Assim sendo, deve-se levar em considerao que existe um pronome relativo adequado a cada circunstncia, a saber:

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    Que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente. Mas depende das condies da frase.Qual (neutro) idem ao anterior.Quem (pessoa).Cujo (posse) - antes dele, aparece o possuidor e depois, o objeto possudo. Como (modo).Onde (lugar).Quando (tempo).Quanto (montante).

    Exemplo:

    Falou tudo quanto queria (correto).Falou tudo que queria (errado - antes do que, deveria aparecer o demonstrativo o).

    Vcios de Linguagem h os vcios de linguagem clssicos (barbarismo, solecismo, cacofonia...); no dia a dia, porm, existem expresses que so mal empregadas, e por fora desse hbito cometem-se erros graves como:

    - Ele correu risco de vida, quando a verdade o risco era de morte.- Senhor professor, eu lhe vi ontem. Neste caso, o pronome oblquo tono correto O.- No bar: Me v um caf. Alm do erro de posio do pronome, h o mau uso.

    Algumas dicas para interpretar um texto:

    - O autor escreveu com uma inteno - tentar descobrir qual ela a chave. - Leia todo o texto uma primeira vez de forma despreocupada - assim voc ver apenas os aspectos superficiais primeiro. - Na segunda leitura observe os detalhes, visualize em sua mente o cenrio, os personagens - Quanto mais real for a leitura na sua

    mente, mais fcil ser para interpretar o texto. - Duvide do(a) autor(a) - Leia as entrelinhas, perceba o que o(a) autor(a) te diz sem escrever no texto. - No tenha medo de opinar - J vi terem medo de dizer o que achavam e a resposta estaria correta se tivessem dito. - Visualize vrios caminhos, vrias opes e interpretaes - S no viaje muito na interpretao. Veja os caminhos apontados

    pela escrita do(a) autor(a). Apegue-se aos caminhos que lhe so mostrados. - Identifique as caractersticas fsicas e psicolgicas dos personagens - Se um determinado personagem tem como caracterstica

    ser mentiroso, por exemplo, o que ele diz no texto poder ser mentira no mesmo? Analisar e identificar os personagens so pontos necessrios para uma boa interpretao de texto.

    - Observe a linguagem, o tempo e espao - A sequncia dos acontecimentos, o feedback, conta muito na hora de interpretar. - Analise os acontecimentos de acordo com a poca do texto - importante que voc saiba ou pesquise sobre a poca narrada no

    texto, assim, certas contradies ou estranhamentos vistos por voc podem ser apenas a cultura da poca sendo demonstrada. - Leia quantas vezes achar que deve - No entendeu? Leia de novo. Nem todo dia estamos concentrados e a rapidez na leitura

    vem com o hbito.

    Para ler e entender um texto preciso atingir dois nveis de leitura: Informativa e de reconhecimento;

    Interpretativa

    A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se informaes e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretao grife palavras-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra ideia-central de cada pargrafo. A ltima fase de interpretao concentra-se nas perguntas e opes de respostas. Marque palavras com no, exceto, respectivamente, etc, pois fazem diferena na escolha adequada. Retorne ao texto mesmo que parea ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor.

    Organizao do Texto e Ideia Central

    Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, atravs dos pargrafos que composto pela ideia central, argumentao e/ou desenvolvimento e a concluso do texto. Podemos desenvolver um pargrafo de vrias formas:

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    - Declarao inicial;- Definio;- Diviso;- Aluso histrica.

    Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, o pargrafo indicado atravs da mudana de linha e um espaamento da margem esquerda. Uma das partes bem distintas do pargrafo o tpico frasal, ou seja, a ideia central extrada de maneira clara e resumida. Atentando-se para a ideia principal de cada pargrafo, asseguramos um caminho que nos levar compreenso do texto.

    Os Tipos de Texto

    Basicamente existem trs tipos de texto:- Texto narrativo;- Texto descritivo;- Texto dissertativo.

    Cada um desses textos possui caractersticas prprias de construo, que veremos no tpico seguinte (Tipologia Textual).

    comum encontrarmos queixas de que no sabem interpretar textos. Muitos tm averso a exerccios nessa categoria. Acham montono, sem graa, e outras vezes dizem: cada um tem o seu prprio entendimento do texto ou cada um interpreta a sua maneira. No texto literrio, essa ideia tem algum fundamento, tendo em vista a linguagem conotativa, os smbolos criados, mas em texto no--literrio isso um equvoco. Diante desse problema, seguem algumas dicas para voc analisar, compreender e interpretar com mais proficincia.

    - Crie o hbito da leitura e o gosto por ela. Quando ns passamos a gostar de algo, compreendemos melhor seu funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a ns mesmos. No se deixe levar pela falsa impresso de que ler no faz diferena. Tambm no se intimide caso algum diga que voc l porcaria. Leia tudo que tenha vontade, pois com o tempo voc se tornar mais seleto e perceber que algumas leituras foram superficiais e, s vezes, at ridculas. Porm elas foram o ponto de partida e o estmulo para se chegar a uma leitura mais refinada. Existe tempo para cada tempo de nossas vidas.

    - Seja curioso, investigue as palavras que circulam em seu meio.- Aumente seu vocabulrio e sua cultura. Alm da leitura, um bom exerccio para ampliar o lxico fazer palavras cruzadas.- Faa exerccios de sinnimos e antnimos.- Leia verdadeiramente. - Leia algumas vezes o texto, pois a primeira impresso pode ser falsa. preciso pacincia para ler outras vezes. Antes de res-

    ponder as questes, retorne ao texto para sanar as dvidas.- Ateno ao que se pede. s vezes a interpretao est voltada a uma linha do texto e por isso voc deve voltar ao pargrafo para

    localizar o que se afirma. Outras vezes, a questo est voltada ideia geral do texto. - Fique atento a leituras de texto de todas as reas do conhecimento, porque algumas perguntas extrapolam ao que est escrito.

    Veja um exemplo disso:

    Texto:

    Pode dizer-se que a presena do negro representou sempre fator obrigatrio no desenvolvimento dos latifndios coloniais. Os an-tigos moradores da terra foram, eventualmente, prestimosos colaboradores da indstria extrativa, na caa, na pesca, em determinados ofcios mecnicos e na criao do gado. Dificilmente se acomodavam, porm, ao trabalho acurado e metdico que exige a explorao dos canaviais. Sua tendncia espontnea era para as atividades menos sedentrias e que pudessem exercer-se sem regularidade for-ada e sem vigilncia e fiscalizao de estranhos.

    (Srgio Buarque de Holanda, in Razes)

    Infere-se do texto que os antigos moradores da terra eram:a) os portugueses.b) os negros.c) os ndios.d) tanto os ndios quanto aos negros.e) a miscigenao de portugueses e ndios.

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    (Aquino, Renato. Interpretao de textos, 2 edio. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.)

    Resposta: Letra C. Apesar do autor no ter citado o nome dos ndios, possvel concluir pelas caractersticas apresentadas no texto. Essa resposta exige conhecimento que extrapola o texto.

    - Tome cuidado com as vrgulas. Veja por exemplo a diferena de sentido nas frases a seguir. a) S, o Diego da M110 fez o trabalho de artes.b) S o Diego da M110 fez o trabalho de artes.c) Os alunos dedicados passaram no vestibular.d) Os alunos, dedicados, passaram no vestibular.e) Marco, canta Garom, de Reginaldo Rossi.f) Marco canta Garom, de Reginaldo Rossi.

    Explicaes: a) Diego fez sozinho o trabalho de artes.b) Apenas o Diego fez o trabalho de artes.c) Havia, nesse caso, alunos dedicados e no-dedicados e, passaram no vestibular, somente, os que se dedicaram, restringindo o

    grupo de alunos.d) Nesse outro caso, todos os alunos eram dedicados.e) Marco chamado para cantar.f) Marco pratica a ao de cantar.

    Leia o trecho e analise a afirmao que foi feita sobre ele.

    Sempre fez parte do desafio do magistrio administrar adolescente com hormnios em ebulio e com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferena que, hoje, em muitos casos, a relao comercial entre a escola e os pais se sobrepe autoridade do professor.

    Frase para anlise.

    Desafiar as regras uma atitude prpria do adolescente das escolas privadas. E esse o grande desafio do professor moderno.

    1 No mencionado que a escola seja da rede privada.2 O desafio no apenas do professor atual, mas sempre fez parte do desafio do magistrio. Outra questo que o grande

    desafio no s administrar os desafios s regras, isso parte do desafio, h tambm os hormnios em ebulio que fazem parte do desafio do magistrio.

    Ateno ao uso da parfrase (reescritura do texto sem prejuzo do sentido original). Veja o exemplo:

    Frase original: Estava eu hoje cedo, parado em um sinal de trnsito, quando olho na esquina, prximo a uma porta, uma loirona a me olhar e eu olhava tambm.

    (Concurso TRE/SC)

    A frase parafraseada :

    a) Parado em um sinal de trnsito hoje cedo, numa esquina, prximo a uma porta, eu olhei para uma loira e ela tambm me olhou.b) Hoje cedo, eu estava parado em um sinal de trnsito, quando ao olhar para uma esquina, meus olhos deram com os olhos de

    uma loirona.c) Hoje cedo, estava eu parado em um sinal de trnsito quando vi, numa esquina, prxima a uma porta, uma louraa a me olhar.d) Estava eu hoje cedo parado em um sinal de trnsito, quando olho na esquina, prximo a uma porta, vejo uma loiraa a me

    olhar tambm.

    Resposta: Letra C.

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    A parfrase pode ser construda de vrias formas, veja algumas delas.a) substituio de locues por palavras;b) uso de sinnimos;c) mudana de discurso direto por indireto e vice-versa;d) converter a voz ativa para a passiva;e) emprego de antonomsias ou perfrases (Rui Barbosa = A guia de Haia; o povo lusitano = portugueses).

    Observe a mudana de posio de palavras ou de expresses nas frases.

    Exemplosa) Certos alunos no Brasil no convivem com a falta de professores.b) Alunos certos no Brasil no convivem com a falta de professores.c) Os alunos determinados pediram ajuda aos professores.d) Determinados alunos pediram ajuda aos professores.

    Explicaes:a) Certos alunos = qualquer aluno.b) Alunos certos = aluno correto.c) Alunos determinados = alunos decididos.d) Determinados alunos = qualquer aluno.

    Exerccios

    Ateno: Para responder s questes de nmeros 01 a 03, considere o texto abaixo.Os governos e os parlamentos devem achar que a astronomia uma das cincias que custam mais caro: o menor instrumento custa

    centenas de milhares de francos; o menor observatrio custa milhes; cada eclipse acarreta depois de si despesas suplementares. E tudo isso para astros que ficam to distantes, que so completamente estranhos s nossas lutas eleitorais, e provavelmente jamais desempenharo qualquer papel nelas. impossvel que nossos homens polticos no tenham conservado um resto de idealismo, um vago instinto daquilo que grande; realmente, creio que eles foram caluniados; convm encoraj-los, e lhes mostrar que esse instinto no os engana, e que no so logrados por esse idealismo.

    Bem poderamos lhes falar da navegao, cuja importncia ningum ignora, e que tem necessidade da astronomia. Mas isso seria abordar a questo por seu lado menos importante.

    A astronomia til porque nos eleva acima de ns mesmos; til porque grande; til porque bela; isso que se precisa dizer. ela que nos mostra o quanto o homem pequeno no corpo e o quanto grande no esprito, j que essa imensido resplandecente, onde seu corpo no passa de um ponto obscuro, sua inteligncia pode abarcar inteira, e dela fruir a silenciosa harmonia. Atingimos assim a conscincia de nossa fora, e isso uma coisa pela qual jamais pagaramos caro demais, porque essa conscincia nos torna mais fortes.

    Mas o que eu gostaria de mostrar, antes de tudo, a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras cincias, mais diretamente teis, porque foi ela que nos proporcionou um esprito capaz de compreender a natureza.

    [Adaptado de Henri Poincar (1854-1912). O valor da cincia. Traduo Maria Helena Franco Martins. Rio de Janeiro: Contraponto, 1995, p.101]

    01. Para o autor, a astronomia tem um custo(A) muito menor do que outros campos do conhecimento humano, como a navegao, que alis acaba por se beneficiar do

    conhecimento astronmico.(B) elevado, de centenas de milhares a milhes de francos, cabendo aos polticos o equilbrio desses gastos de modo a permitir

    que essa cincia continue a engrandecer o homem.(C) muito alto quando comparado com o de outras cincias mais teis, o que deve, contudo, ser relativizado em funo da

    contribuio que recebem do conhecimento astronmico.(D) alto, de fato, mas que acaba plenamente compensado pela importncia dessa cincia em si mesma e para outros campos do

    conhecimento humano.(E) bem menor do que aquele que os polticos divulgam, interessados que esto na transferncia de recursos para outras reas

    que possam trazer dividendos eleitorais.

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    02. ela que nos mostra o quanto o homem pequeno no corpo e o quanto grande no esprito, j que essa imensido resplandecente, onde seu corpo no passa de um ponto obscuro, sua inteligncia pode abarcar inteira, e dela fruir a silenciosa harmonia.

    A frase acima pode ser corretamente entendida, no contexto, como o reconhecimento(A) da pequenez do homem diante da grandeza do universo, que pode, no entanto, a partir da cincia astronmica, ser conhecido

    em sua totalidade pela inteligncia humana.(B) de que o homem pequeno fisicamente, mas tem uma alma que pode ser lcida, generosa e to grande como o universo

    mostrado pela astronomia.(C) da grandeza da inteligncia humana que, colocada em um ser to pequeno, pode faz-lo um dia capaz de transportar-se para

    qualquer galxia do universo.(D) da insignificncia do homem quando visto a partir do conhecimento astronmico, revelando que sua inteligncia, por maior

    que seja, incapaz de compreender a harmonia universal.(E) de que h no homem uma diviso radical entre corpo e alma, que s poder ser superada na medida da compreenso integrada

    da presena humana no universo.

    03. ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras cincias ...O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima est empregado em:(A) ... astros que ficam to distantes ...(B) ... que a astronomia uma das cincias ...(C) ... que nos proporcionou um esprito ...(D) ... cuja importncia ningum ignora ...(E) ... onde seu corpo no passa de um ponto obscuro ...

    Ateno: Para responder s questes de nmeros 04 e 05, considere o texto abaixo.A msica alcanou uma onipresena avassaladora em nosso mundo: milhes de horas de sua histria esto disponveis em

    disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos de mp3 com 40 mil canes podem ser colocados no bolso. No entanto, a msica no mais algo que fazemos ns mesmos, ou at que observamos outras pessoas fazerem diante de ns. Ela se tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem rosto. Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos ouvidos registram msica em quase todos os momentos pedaos de hip-hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metr, o sinal do celular de um advogado tocando a Ode alegria, de Beethoven , mas quase nada disso ser resultado imediato de um trabalho fsico de mos ou vozes humanas, como se dava no passado.

    Desde que Edison inventou o cilindro fonogrfico, em 1877, existe gente que avalia o que a gravao fez em favor e desfavor da arte da msica. Inevitavelmente, a conversa descambou para os extremos retricos. No campo oposto ao dos que diziam que a tecnologia acabaria com a msica esto os utpicos, que alegam que a tecnologia no aprisionou a msica, mas libertou-a, levando a arte da elite s massas. Antes de Edison, diziam os utpicos, as sinfonias de Beethoven s podiam ser ouvidas em salas de concerto selecionadas. Agora, as gravaes levam a mensagem de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multido saudada na Ode alegria: Abracem-se, milhes!. Glenn Gould, depois de afastar-se das apresentaes ao vivo em 1964, previu que dentro de um sculo o concerto pblico desapareceria no ter eletrnico, com grande efeito benfico sobre a cultura musical.

    (Adaptado de Alex Ross. Escuta s. Traduo Pedro Maia Soares. So Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77)

    04. No texto, o autor(A) apresenta duas posies radicalmente opostas em relao aos efeitos da tecnologia sobre a fruio da msica.(B) critica os que fazem msica de maneira annima, contrapondo-os aos grandes msicos do passado.(C) comprova que a msica se desvalorizou na medida em que deixou de ser apresentada ao vivo, passando a ser uma arte menor.(D) lamenta os efeitos nefastos da tecnologia sobre a msica, que se transformou em mero toque de celular.(E) conclui com ironia que os adolescentes desfrutam msica de qualidade inferior cultivada por pessoas j formadas.

    05. No entanto, a msica no mais algo que fazemos ns mesmos, ou at que observamos outras pessoas fazerem diante de ns.Considerando-se o contexto, INCORRETO afirmar que o elemento grifado pode ser substitudo por:(A) Porm.(B) Contudo.(C) Todavia.(D) Entretanto.(E) Conquanto.

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    Leia o texto para responder s questes de nmeros 06 a 09.

    Temos o poder da escolha

    Os consumidores so assediados pelo marketing a todo momento para comprarem alm do que necessitam, mas somente eles podem decidir o que vo ou no comprar. como se abrissem em ns uma caixa de necessidades, mas s ns temos o poder da escolha.

    Cada vez mais precisamos do consumo consciente. Ser que paramos para pensar de onde vem o produto que estamos consumindo e se os valores da empresa so os mesmos em que acreditamos? A competitividade entre as empresas exige que elas evoluam para serem opes para o consumidor. Nos anos 60, saber fabricar qualquer coisa era o suficiente para ter uma empresa. Nos anos 70, era preciso saber fazer com qualidade e altos ndices de produo. J no ano 2000, a preocupao era fazer melhor ou diferente da concorrncia e as empresas passaram a atuar com responsabilidade socioambiental.

    O consumidor tem de aprender a dizer no quando a sua relao com a empresa no for boa. Se no for boa, deve comprar o produto em outro lugar. Os cidados no tm ideia do poder que possuem.

    importante, ainda, entender nossa relao com a empresa ou produto que vamos eleger. Temos uma expectativa, um envolvimento e aceitao e a preferncia depender das aes que aprovamos ou no nas empresas, pois podemos mudar de ideia.

    H muito a ser feito. Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas acreditam no consumo consciente, mas essas mesmas pessoas admitem que j compraram produto pirata. Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes.

    (Jornal da Tarde 24.04.2007. Adaptado)

    06. De acordo com a leitura do texto, pode-se afirmar que os consumidores(A) raramente sofrem interferncias do marketing.(B) sabem dizer no quando uma empresa age incorretamente.(C) devem selecionar melhor empresas e produtos.(D) ameaam deixar de continuar consumindo ao descobrirem irresponsabilidades.(E) resistem aos apelos do marketing, evitando as compras.

    07. Conforme informaes do texto, o consumo consciente depende(A) da reflexo sobre a origem dos produtos e da honestidade das empresas.(B) de os preos serem acessveis ao consumidor e o produto estar na moda.(C) do marketing, que consegue convencer as pessoas.(D) de um produto ser atraente ou no para o consumidor.(E) das vantagens que a empresa pode oferecer ao se pagar vista.

    08. Na frase Os consumidores so assediados pelo marketing... , a palavra destacada pode ser substituda, sem alterao de sentido, por:

    (A) perseguidos.(B) ameaados.(C) acompanhados.(D) gerados.(E) preparados.

    09. No trecho Temos uma expectativa, um envolvimento e aceitao... , a palavra destacada apresenta sentido contrrio de(A) vontade.(B) apreciao.(C) avaliao.(D) rejeio.(E) indiferena.

    Texto para os itens de 10 a 15

    Ouvir a voz da rua, por meio da literatura, constitui um bom comeo para a apreenso dos espaos de interao das pessoas destinatrias do texto literrio com o direito e com o seu fenmeno de expresso mais notvel, que a lei. A leitura do texto literrio que narra a perplexidade das pessoas em relao lei pode interferir positivamente na compreenso do problema da adeso aos centros de tutela que nela se estabelecem.

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    A dialtica prpria do conhecimento aplica-se especialmente ao direito como grande cena da cultura humana e lugar de residncia ou de visibilidade do conflito. O texto literrio pode mudar o leitor, pode confrontar suas crenas e faz-lo pensar. Ele pode, tambm, fazer o apostolado das necessidades. Esse, porm, no um processo automtico e no prescinde de uma mobilizao por aqueles que detm as ferramentas operacionais de gerao do direito legisladores, professores, tericos e agentes mximos da informao pelo argumento, como os juzes, os advogados, os promotores etc. para chamar a ateno do leitor acerca do contedo proposto no texto literrio.

    O texto literrio pode mudar o leitor, dar-lhe voz, chamar-lhe a ateno para algo no percebido espontaneamente, preencher-lhe as lacunas com o alvio de ouvir o que queria que fosse dito. Esse texto pode abrir uma vereda para a expanso do conhecimento por meio das promessas e perguntas que faz.

    Mnica Sette Lopes. A imagem do direito e da justia no Machado de Assis cronista. Internet: (com adaptaes).

    Com relao s ideias do texto, julgue os itens de 10 a 15.

    10. Infere-se do texto que o texto literrio um dos agentes capazes de garantir que o cidado comum tome conhecimento de seus direitos estabelecidos em lei.

    11. Depreende-se da leitura do texto que, de modo geral, os inconformados com o sistema judicial utilizam os escritos literrios como meio de expresso.

    12. No texto, caracteriza-se a dialtica como grande cena da cultura humana e lugar de residncia ou de visibilidade do conflito (R.10-11).

    13. O debate de diferentes aspectos pertinentes a determinados fatos regulados pela lei promovido pelos agentes que detm as ferramentas operacionais de gerao do direito importante para que o texto literrio possa levar o leitor a questionar seu modo de pensar e at a mudar seu ponto de vista a respeito dos assuntos nele abordados.

    Julgue os itens a seguir, referentes aos sentidos e aos aspectos estruturais do texto.

    14. O trecho dar-lhe voz, chamar-lhe a ateno para algo (R.21-22) poderia ser corretamente entendido da seguinte forma: dar voz ao leitor, chamar a ateno do leitor para algo.

    15. A palavra cena (R.10) foi empregada no texto com o sentido de arte.

    Texto para os itens de 15 a 19

    O exerccio da advocacia criminal constitui instrumento de equilbrio social. No haveria paz e tranquilidade se os julgamentos fossem realizados sem leis antecipadamente organizadas e se os rus por mais graves que fossem os crimes cometidos pudessem ser condenados sumariamente sem defesa. Quando se fala em defesa, trata-se da ampla defesa, que abrange o direito de recorrer, quando a deciso no for favorvel. O recurso ampara-se em dois fundamentos de natureza psicolgica. De um lado, o sentimento inato, inerente ao gnero humano, de inconformidade com a derrota. De outro, a certeza universal da falibilidade humana. Da o impulso 13 existencial legtimo de ver um julgamento desfavorvel reexaminado, de preferncia por quem lhe parea mais qualificado por melhores dotes de sabedoria e experincia, e mesmo, ainda que por simples presuno, por melhores valores culturais e morais.

    Se, na vida, recorrer ao amparo dos nossos semelhantes uma necessidade, a lei no poderia deixar de acolher a utilizao de recursos para o seu trato dirio, como uma forma de ver-se prestigiada, ou seja, para que as partes envolvidas no processo se sintam amparadas, com a sensao de que a deciso foi, tanto quanto possvel, devidamente apreciada, imparcial e justa.

    Tales Castelo Branco. Todo ru deve ter defesa. Internet: (com adaptaes).

    Considerando as ideias e a tipologia do texto apresentado, julgue os itens subsequentes.

    16. De acordo com o texto, o direito de ampla defesa contempla o direito de interposio de recurso contra uma sentena judicial.

    17. O texto pode ser classificado como dissertativo, visto que nele se defende a ideia da importncia da ampla defesa e se desenvolve argumentao a partir dela.

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    18. De acordo com o texto, a previso em lei do direito de recorrer contra deciso judicial contribui tanto para a manuteno da reputao do sistema judicial quanto para a promoo do bem-estar do ru.

    19. O texto sugere que a ausncia de paz e tranquilidade em uma sociedade advm do fato de o exerccio da advocacia criminal ser falho ou inexistente.

    Texto para os itens de 20 a 25

    O matemtico americano Salman Khan, ou Sal, tornou-se o mais bem-sucedido professor de todos os tempos sem nenhuma base terica na rea da pedagogia nem trnsito no mundo dos especialistas em educao. Aos 36 anos, ele nunca chegou a demonstrar ambio de se converter em um grande pensador da sala de aula, mas vem se firmando como algum com um olhar muito pragmtico e cido sobre a escola. Sal no muda o tom em seu recm-lanado The One World Schoolhouse: Education Reimagined, best-seller nos Estados Unidos, com chegada ao Brasil prevista para janeiro com o ttulo Um Mundo, uma Escola (...). Preservando o estilo coloquial e ao mesmo tempo assertivo de suas aulas j vistas 200 milhes de vezes na rede , ele expe pela primeira vez de forma mais organizada suas descobertas sobre o aprendizado. Incentivado pelos colegas do Vale do Silcio, onde fincou sua Khan Academy, At arrefeceu um pouco o ritmo frentico com que produz contedo reas do conhecimento algo que parecia impossvel para quem o conhece bem para concluir o texto sobre o qual se debruou por dois anos. No tenho a pretenso dos grandes tericos, mas uma experincia concreta que sinaliza para uma escola menos chata, resume a VEJA o entusiasmado Sal.

    O mrito nmero 1 desse jovem matemtico que coleciona ainda graduaes em cincias da computao e engenharia eltrica e uma passagem pelo mercado financeiro mostrar que a transformao da escola ainda baseada no velho modelo prussiano do sculo XVIII no requer nada de muito mirabolante nem to dispendioso. Sal , acima de tudo, um defensor do bom-senso. Ele indaga: Se todas as pesquisas da neurocincia j provaram que as pessoas perdem a concentrao em longas palestras, por que a aula-padro expositiva e leva uma hora?. Suas lies virtuais no passam de vinte minutos. Sal se declara ainda contra a falta de ambio acadmica, uma das razes do fracasso escolar. O aprendizado de hoje como um queijo suo, cheio de buracos, e isso estranhamente tolerado. Os alunos mudam de captulo sem ter assimilado o anterior, dispara com o mesmo mpeto com que combate a monotonia da sala de aula. Enquanto o mundo requer gente criativa e com alta capacidade inovadora, o modelo vigente refora refora a passividade, diz.

    Uma de suas grandes contribuies mostrar como a tecnologia pode revirar velhas convices sobre a escola, rea em que ainda paira uma zona de sombra inclusive no Brasil. As iniciativas nesse campo costumam se limitar a prover acesso a computadores e tablets sem que se faa nada de verdadeiramente til, muito menos revolucionrio, com eles. Sal aponta dois caminhos. O primeiro requer bons professores para lanar na rede contedo do mais alto nvel para ser visto de qualquer lugar e no ritmo de cada um. De to simples parece banal, mas ele refora que pode estar a a chave para um novo tipo de escola: A criana assiste em casa melhor aula possvel, e o tempo na escola passa a ser usado de forma muito mais produtiva, para dvidas e projetos intelectualmente desafiantes, explica. O outro caminho descortinado por ele passa pela possibilidade que o computador traz de monitorar o desempenho dos alunos em tempo real algo que, se bem aplicado, pode se converter em uma ferramenta valiosa. O prprio Sal desenvolveu um programa que permite ao professor visualizar o desempenho do aluno no instante exato em que ele resolve os desafios propostos no site da Khan Academy. (...)

    (BUTTI, Nathlia. Abaixo a chatice na sala de aula. Veja. So Paulo: Editora Abril, 05 dez. 2012, p. 158-60.)

    20. Na passagem ... At arrefeceu um pouco..., a forma verbal presente tem como antnimo:(A) esfriou(B) abrandou(C) estimulou(D) prejudicou(E) desanimou

    21. No trecho ... o mais bem-sucedido professor de todos os tempos... possvel reconhecer o emprego adequado do:(A) comparativo analtico(B) superlativo de totalidade(C) superlativo absoluto sinttico(D) comparativo de superioridade(E) superlativo relativo de superioridade

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    22. Nos sintagmas abaixo, a mudana de posio dos termos provoca alterao de sentido, EXCETO em:(A) ... velho modelo...(B) ... ritmo frentico...(C) ... grande pensador...(D) ... jovem matemtico...(E) ... matemtico americano...

    23. A passagem do texto em que se pode perceber o emprego de uma figura de linguagem :(A) ... O aprendizado de hoje como um queijo suo...(B) .... Sal , acima de tudo, um defensor do bom-senso...(C) ... o tempo na escola passa a ser usado de forma muito mais produtiva...(D) ... Preservando o estilo coloquial e ao mesmo tempo assertivo de suas aulas...(E) ... O primeiro requer bons professores para lanar na rede contedo do mais alto nvel...

    24. A orao ... sem que se faa nada de verdadeiramente til, muito menos revolucionrio, com eles... apresenta valor semntico de:

    (A) condio(B) finalidade(C) proporo(D) concesso(E) consequncia

    25. Considere o trecho a seguir: ...A criana assiste em casa melhor aula possvel, e o tempo na escola passa a ser usado de forma muito mais produtiva, para dvidas e projetos intelectualmente desafiantes, explica....

    Segundo o autor, casa e escola estabelecem relao de:(A) complementaridade(B) incompatibilidade(C) mecanicidade(D) reduplicao(E) introjeoLeia o texto e responda as questes de 26 a 30.

    ESCOLA DA DROGA

    Liana Melo

    Era pra ser um dia como outro qualquer. O carioca A.E. Acordou cedo e iniciou sua rotina matinal. Vestiu-se para ir escola, tomou caf e despediu-se da av, com quem morava na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ao sair, checou se o cigarro de maconha que costumava esconder na mochila estava l. Antes de ir para a sala de aula de um dos colgios religiosos tradicionais da cidade, foi ao banheiro. Ali, deixou o baseado cair. Foi denunciado e expulso. O episdio ocorreu h trs anos, quando A.E. Tinha 12 anos. Hoje (...) um dos 92 mil jovens que fazem uso regular de drogas e um dos cerca de milhes de estudantes brasileiros que admitem a existncia de entorpecentes nas escolas. (...).

    Iluso pensar que o traficante quem oferece drogas nas escolas. So os prprios amigos do colgio que fazem esse papel, analisa a sociloga carioca Mary Castro.

    Foi exatamente isso que aconteceu com A.E. Um colega da escola de seu primo foi quem apertou o primeiro baseado para ele fumar. (...). Ao galgar a posio de usurio regular, A.E. Comeou a ficar sem dinheiro. Com a mesada curta, passou a roubar celulares na escola. No incomum que o uso de drogas gerem distrbios de comportamento como o de A.E.: 92% dos alunos pesquisadores afirmaram j ter cometido algum tipo de transgresso.

    no entorno dos colgios, mais do que dentro deles, que se constata a presena do trfico e do consumo de drogas. No o aluno que vai atrs das drogas, a droga que vai ao encontro dele, analisa o psiquiatra paulista Jos Antnio Ribeira da Silva. A UNESCO confirma essa tese ao apontar os bares como os lugares onde, com maior frequncia, so vendidas as drogas aos menores. Dentro das escolas, o banheiro o lugar preferido para usar entorpecentes no horrio das aulas. A maconha disparadamente a droga ilcita mais consumida pelos estudantes. Costumo dizer que a droga se matriculou na escola- palavras do mdico psicanalista Jos Outeiral.

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    Num passado recente, o jovem debutava no mundo das drogas aos 14 anos: hoje, aos 11 anos. Isso no significa que todos esses jovens evoluam para a dependncia, assim como nem todo adolescente que usa droga est envolvido com trfico. Os mais vulnerveis so aqueles oriundos de famlias cujos limites no so claros, analisa o psicanalista Luiz Alberto Pinheiro de Freitas. A ausncia do no na vida desses jovens cria uma espcie de ideal manaco pela felicidade eterna e ininterrupta. (...) Segundo pesquisa, o consumo de drogas entre meninas 30% inferior ao dos meninos estudantes.

    As drogas, sobretudo a maconha, provocam prejuzo cognitivo- comenta o mdico Jorge Jaber. Na faixa etria de 18 anos, por terem ainda o sistema nervoso imaturo, as drogas podem causar danos irreparveis. S que ao contrrio do que se pensa, no a maconha a porta de entrada para o mundo das drogas ilcitas, mas o lcool e o cigarro. L.S. iniciou nas drogas pelo lcool. Hoje aos 18 anos, ele j repetiu de ano algumas vezes e cursa a 8 srie. J agrediu a me e costuma roubar: Meus alvos preferidos so as velhinhas indefesas. Em muitas escolas impera mesmo a lei do silncio, que vem acompanhada do medo e da ameaa, o que demonstra as tnues fronteiras entre a droga e a violncia.

    Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/1718074-escola-da-droga/#ixzz2McJ3RQ3F ltimo acesso em 04 /03/2012.

    26. De acordo com o texto:(A) Colegas da mesma escola oferecem drogas aos seus amigos(B) A droga chega na escola por intermdio de traficantes.(C) Colgios religiosos so os que mais denunciam os traficantes(D) O traficante oferece drogas nos colgios tradicionais

    27. Era pra ser um dia como outro qualquer. Essa frase do texto, referindo-se ao carioca A.E., faz supor que esse dia no foi igual aos demais porque ele:

    (A) No encontrou seu cigarro na mochila(B) Deixou cair seu cigarro na sala de aula(C) Foi descoberto como um usurio de droga(D) Em vez de ir para a escola, foi para a zona sul do Rio.

    28. correto afirmar que o trfico das drogas acontece, na maioria das vezes:(A) nas salas de aula(B) nos arredores da escola(C) nos banheiros das escolas(D) no ptio do colgio

    29. Costumo dizer que a droga se matriculou na escola. Com essa frase, o mdico quis dizer que:(A) Os alunos usurios de droga se matriculam nas escolas para us-las mais facilmente.(B) A droga convive com os alunos, na escola.(C) A escola o lugar mais visitado pelos traficantes(D) O aluno matricula-se na escola porque sabe que l h drogas

    30. O texto informa que:(A) Todo jovem dependente de droga aos 11 anos traficante.(B) Todo jovem que usa droga acaba se envolvendo com o trfico(C) Alguns jovens que comeam a usar drogas aos 11 anos no se tornam dependentes dela(D) Jovens de 14 anos tornam-se dependentes da droga mais depressa.

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 31 a 34.

    Mais denso, menos trnsito

    As grandes cidades brasileiras esto congestionadas e em processo de deteriorao agudizado pelo crescimento econmico da ltima dcada. Existem deficincias evidentes em infraestrutura, mas importante tambm considerar o planejamento urbano.

    Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de desconcentrao, incentivando a criao de diversos centros urbanos, na viso de que isso levaria a uma maior facilidade de deslocamento.

    Mas o efeito tem sido o inverso. A criao de diversos centros e o aumento das distncias multiplicam o nmero de viagens, dificultando o investimento em transporte coletivo e aumentando a necessidade do transporte individual.

  • Didatismo e Conhecimento 13

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    Se olharmos Los Angeles como a regio que levou a desconcentrao ao extremo, ficam claras as consequncias. Numa regio rica como a Califrnia, com enorme investimento virio, temos engarrafamentos gigantescos que viraram caracterstica da cidade.

    Os modelos urbanos bem-sucedidos so aqueles com elevado adensamento e predominncia do transporte coletivo, como mostram Manhattan e Tquio.

    O centro histrico de So Paulo a regio da cidade mais bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura de telecomunicao, gua, eletricidade etc. Como em outras grandes cidades, essa deveria ser a regio mais adensada da metrpole. Mas no o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro, com deslocamento das atividades para diversas regies da cidade.

    A viso de adensamento com uso abundante de transporte coletivo precisa ser recuperada. Desse modo, ser possvel reverter esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte individual, fruto no s do novo acesso da populao ao automvel, mas tambm da necessidade de maior nmero de viagens em funo da distncia cada vez maior entre os destinos da populao.

    (Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)

    31. A partir da leitura do primeiro pargrafo, pode-se concluir que a degenerao das grandes cidades brasileiras tem sido acelerada

    (A) pelo crescimento econmico da ltima dcada.(B) pela ausncia de manuteno das grandes rodovias.(C) pela falta de investimento por parte de empresas privadas.(D) pela inexistncia de transporte individual.(E) pela concentrao de moradores em zonas muito pobres.

    32. Para o autor, a criao de diversos centros urbanos dificulta o deslocamento, porque(A) limita as atividades dos indivduos a uma nica rea da cidade.(B) obriga os cidados a usar o transporte coletivo.(C) acarreta uma reduo do nmero de rodovias.(D) diminui a necessidade de construo de vias pblicas.(E) multiplica o nmero de viagens da populao.

    33. Uma alternativa apontada no texto para a melhoria do trnsito nas grandes cidades, alm do adensamento, est em(A) ampliar a malha viria no entorno das cidades.(B) proibir a circulao de veculos nas regies centrais.(C) investir no transporte coletivo.(D) estimular a aquisio de automveis.(E) restringir o horrio de circulao de veculos.

    34. Na opinio do autor, o centro histrico de So Paulo deveria ser a regio mais adensada da metrpole, uma vez que a mais(A) populosa e concentra o maior nmero de empresas.(B) rica em termos de infraestrutura e transporte pblico.(C) frequentada por trabalhadores e paulistanos no geral.(D) tradicional e considerada polo turstico da cidade.(E) carente quanto oferta de servios de saneamento.

    35. Leia o cartum de Jean Galvo.

    (https://www.facebook.com/jeangalvao.cartunista)

  • Didatismo e Conhecimento 14

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    Considerando a relao entre a fala do personagem e a imagem visual, pode-se concluir que o que o leva a pular a onda a necessidade de

    (A) demonstrar respeito s religies.(B) realizar um ritual mstico.(C) divertir-se com os amigos.(D) preservar uma tradio familiar.(E) esquivar-se da sujeira da gua

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 36 a 38.

    Pulseira high-tech ajuda a encontrar criana na praia

    Pulseiras de silicone prova dgua ligadas a um sistema eletrnico so as novas estratgias disponveis aos pais para ajudar a localizar filhos perdidos na praia.

    S no perodo de 21 de dezembro de 2012 a 10 de janeiro de 2013, o litoral paulista somou 323 casos de crianas perdidas, segundo o Corpo de Bombeiros o que representa um avano de 41% em relao temporada de 2011/2012 e de 201% ante a de 2010/2011.

    De fabricao chinesa, a nova pulseirinha chega primeiro s areias do Guaruj. A ideia da ONG Anjos do Vero. O grupo de voluntrios instala um cdigo numrico em baixo relevo na pulseira que pode ser usada por at dois anos e cadastra no sistema dados da criana, celular e e-mail dos pais e de outros familiares.

    Se a criana se perder, quem encontr-la ver na pulseira instrues para que envie uma mensagem eletrnica ao grupo ou acione o cdigo na internet. Assim que o cdigo digitado, familiares cadastrados recebem automaticamente uma mensagem dizendo que a criana foi encontrada.

    O sistema permite ainda cadastrar o nome e o telefone de quem a encontrou e informar um ponto de referncia. Um geolocalizador tambm avisar os pais de onde o cdigo foi acionado.

    Segundo o coordenador da Anjos do Vero, Rui Silva, a ideia instituir uma nova forma de identificao, sem correr o risco de expor dados da criana e da famlia.

    A ONG planeja levar o sistema para alm da faixa de areia. Queremos criar um ponto de encontro eletrnico que sirva no s para as praias, mas tambm para o pai que leva os filhos ao

    shopping, ao aeroporto ou at rua 25 de Maro, diz Silva.(Natlia Cancian, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)

    Glossriohigh-tech: de alta-tecnologia

    36. De acordo com o texto, a pulseira eletrnica distribuda pela ONG Anjos do Vero com a finalidade de(A) impedir crianas de se distanciarem dos pais.(B) facilitar a localizao de crianas perdidas.(C) alertar os pais sobre o risco de perder os filhos.(D) auxiliar a encontrar vtimas de afogamento nas praias.(E) identificar possveis sequestradores de crianas.

    37. Segundo o coordenador da Anjos do Vero, a pulseira eletrnica(A) apresenta alta durabilidade, que ultrapassa dois anos de uso contnuo.(B) ser distribuda gratuitamente aos frequentadores das praias do Guaruj.(C) deve ser usada por menores de todas as faixas etrias.(D) auxiliou o trabalho dos bombeiros durante os ltimos veres.(E) oferece maior proteo aos dados da criana e da famlia.

    38. Considerando o conjunto das informaes do ltimo pargrafo, com a frase A ONG planeja levar o sistema para alm da faixa de areia. , a autora quer dizer que a ONG planeja

    (A) expandir o sistema para outras reas.(B) demarcar as fronteiras de uso do sistema.(C) levar o sistema para praias de todo o litoral paulista.(D) tornar o sistema mais resistente areia da praia.(E) agilizar o acesso ao sistema nas praias.

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    Leia o texto para responder s questes de nmeros 39 a 42.

    Perdida, s me lembrava do ndio do prdio

    A nica coisa que ela sabe que tem o desenho de um ndio na porta do prdio, dizia o sorveteiro, um pouco confuso, sem saber o que fazer com aquela criana perdida na avenida em frente praia. Ele tentava convencer duas senhoras a assumir o problema, que, no caso, era eu.

    Em silncio, de cabea baixa, eu morria de vergonha diante de tamanha proeza conseguir me perder entre os poucos metros que separavam o edifcio onde estava com minha famlia e a banca de revistas. To senhora de mim aos oito anos de idade, nem percebi que segui em direo praia, quando deveria voltar. E l fui eu com as duas novas tutoras e o sorveteiro, em busca do tal edifcio. Para elas, o jeito era chamar a polcia.

    Anda de um lado, pergunta do tal ndio pro outro, at que ouo uma voz: achamos. Uma prima, quase em prantos, me abraou e disse: estvamos desesperados.

    L pelos anos 70, sem celular, iPhone, iPad ou outras tantas muletas, a estratgia foi cada integrante da famlia se dividir e fixar um tempo para voltar porta do prdio. Estavam todos l, minha me, primos, tia, o sorveteiro, as duas mulheres e eu ainda muda. S choro, abrao e, para o meu espanto, nenhuma bronca. E a cara de surpresa quando todos viram que s eu havia reparado no tal ndio pintado na porta do prdio.

    Talvez nada disso teria acontecido se tivesse uma dessas pulseirinhas de identificao. Mas talvez tambm no tivesse aprendido que sempre bom saber como voltar pra casa.

    (Denise Chiarato, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adaptado)

    39. No texto, a narradora(A) conta o episdio de quando se perdeu dos familiares aos oito anos.(B) relata sua experincia de encontrar uma criana perdida na rua.(C) fala da experincia de ter voltado para casa com a ajuda de um dispositivo eletrnico.(D) expe sua indignao contra pais que perdem seus filhos.(E) lembra quando foi severamente repreendida pelos pais por ter se perdido.

    40. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto.O fato de a menina saber que havia o desenho de um ndio na porta do prdio mostrou-se para que ela soubesse voltar para casa

    sozinha.(A) indispensvel(B) intil(C) essencial(D) conveniente(E) vantajoso

    41. Releia o ltimo pargrafo.Talvez nada disso teria acontecido se tivesse uma dessas pulseirinhas de identificao. Mas talvez tambm no tivesse aprendido

    que sempre bom saber como voltar pra casa.A autora conclui que a experincia de perder-se pode ser(A) divertida.(B) traumtica.(C) letal.(D) instrutiva.(E) destrutiva.

    42. Observe a passagem do penltimo pargrafo.L pelos anos 70, sem celular, iPhone, iPad ou outras tantas muletas, a estratgia foi cada integrante da famlia se dividir e fixar

    um tempo para voltar porta do prdio. Estavam todos l, minha me, primos, tia, o sorveteiro, as duas mulheres e eu ainda muda.O termo l, nas expresses L pelos anos 70 e Estavam todos l, expressa ideia de(A) dvida e modo, respectivamente.(B) tempo, em ambas as ocorrncias.(C) modo, em ambas as ocorrncias.(D) lugar e dvida, respectivamente.(E) tempo e lugar, respectivamente.

  • Didatismo e Conhecimento 16

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    A tirinha a seguir serve de base para as questes 43 e 44. Observe-a com ateno:

    43. Comparando a fala do primeiro balo com a do ltimo, CORRETO afi rmar que:a) h uma relao intertextual entre elas, embora haja diferenas de estrutura sinttica entre uma e outra.b) sob o ponto de vista conceitual, a expresso lei da selva tem uma extenso mais ampla que lei da gravidade, que tem

    sentido especializado.c) a forma verbal Lamento sugere a relao respeitosa que as personagens estabelecem entre si na tirinha.d) a conjuno mas poderia ser substituda, somente no primeiro quadrinho, por porm ou no entanto.e) a expresso lei da gravidade no pode ser entendida, devido ao contexto sarcstico, como um termo tcnico da Fsica.

    44. A imagem no segundo quadrinho a) comprova que a lei da selva vlida em todas as situaes.b) incompatvel com o que ocorreu no primeiro quadrinho.c) refora o lamento do gato no comeo da tirinha.d) permite ao rato fazer a observao que est no ltimo balo.e) mostra a indignao do rato para com a postura do gato.

    Gabarito: (1-D), (2-A), (3-D), (4-A), (5-E), (6-C), (7-A), (8-A), (9-D), (10-E), (11-E), (12-E), (13-C), (14-C), (15-E), (16-C), (17-C), (18-C), (19-E), (20-C), (21-E), (22-B), (23-A), (24-D), (25-A), (26-A), (27-C), (28-B), (29-B), (30-C), (31-A), (32-E), (33-C), (34-B), (35-E), (36-B), (37-E), (38-A), (39-A), (40-B), (41-D), (42-E), (43-B), (44-D)..

    Informaes explcitas e implcitas

    Texto:

    Neto ainda est longe de se igualar a qualquer um desses craques (Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pel), mas ainda tem um longo caminho a trilhar (...).

    Veja So Paulo, 26/12/1990, p. 15.

    Esse texto diz explicitamente que:- Rivelino, Ademir da Guia, Pedro Rocha e Pel so craques;- Neto no tem o mesmo nvel desses craques;- Neto tem muito tempo de carreira pela frente.

    O texto deixa implcito que:- Existe a possibilidade de Neto um dia aproximar-se dos craques citados;- Esses craques so referncia de alto nvel em sua especialidade esportiva;- H uma oposio entre Neto e esses craques no que diz respeito ao tempo disponvel para evoluir.

    Todos os textos transmitem explicitamente certas informaes, enquanto deixam outras implcitas. Por exemplo, o texto acima no explicita que existe a possibilidade de Neto se equiparar aos quatro futebolistas, mas a incluso do advrbio ainda estabelece esse implcito. No diz tambm com explicitude que h oposio entre Neto e os outros jogadores, sob o ponto de vista de contar com tempo para evoluir. A escolha do conector mas entre a segunda e a primeira orao s possvel levando em conta esse dado implcito. Como se v, h mais signifi cados num texto do que aqueles que aparecem explcitos na sua superfcie. Leitura profi ciente aquela capaz de depreender tanto um tipo de signifi cado quanto o outro, o que, em outras palavras, signifi ca ler nas entrelinhas. Sem essa habilidade, o leitor passar por cima de signifi cados importantes ou, o que bem pior, concordar com ideias e pontos de vista que rejeitaria se os percebesse.

    Os signifi cados implcitos costumam ser classifi cados em duas categorias: os pressupostos e os subentendidos.

  • Didatismo e Conhecimento 17

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    Pressupostos: so ideias implcitas que esto implicadas logicamente no sentido de certas palavras ou expresses explicitadas na superfcie da frase. Exemplo:

    Andr tornouse um antitabagista convicto.

    A informao explcita que hoje Andr um antitabagista convicto. Do sentido do verbo tornarse, que significa vir a ser, decorre logicamente que antes Andr no era antitabagista convicto. Essa informao est pressuposta. Ningum se torna algo que j era antes. Seria muito estranho dizer que a palmeira tornouse um vegetal.

    Eu ainda no conheo a Europa.A informao explcita que o enunciador no tem conhecimento do continente europeu. O advrbio ainda deixa pressuposta a

    possibilidade de ele um dia conhecla.As informaes explcitas podem ser questionadas pelo receptor, que pode ou no concordar com elas. Os pressupostos, porm,

    devem ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como tais, porque esta uma condio para garantir a continuidade do dilogo e tambm para fornecer fundamento s afirmaes explcitas. Isso significa que, se o pressuposto falso, a informao explcita no tem cabimento. Assim, por exemplo, se Maria no falta nunca a aula nenhuma, no tem o menor sentido dizer At Maria compare-ceu aula de hoje. At estabelece o pressuposto da incluso de um elemento inesperado.

    Na leitura, muito importante detectar os pressupostos, pois eles so um recurso argumentativo que visa a levar o receptor a acei-tar a orientao argumentativa do emissor. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o enunciador pretende transformar seu interlocutor em cmplice, pois a ideia implcita no posta em discusso, e todos os argumentos explcitos s contribuem para confirmla. O pressusposto aprisiona o receptor no sistema de pensamento montado pelo enunciador.

    A demonstrao disso pode ser feita com as verdades incontestveis que esto na base de muitos discursos polticos, como o que segue:

    Quando o curso do rio So Francisco for mudado, ser resolvido o problema da seca no Nordeste.

    O enunciador estabelece o pressuposto de que certa a mudana do curso do So Francisco e, por consequncia, a soluo do problema da seca no Nordeste. O dilogo no teria continuidade se um interlocutor no admitisse ou colocasse sob suspeita essa certeza. Em outros termos, haveria quebra da continuidade do dilogo se algum interviesse com uma pergunta deste tipo:

    Mas quem disse que certa a mudana do curso do rio?A aceitao do pressuposto estabelecido pelo emissor permite levar adiante o debate; sua negao compromete o dilogo, uma

    vez que destri a base sobre a qual se constri a argumentao, e da nenhum argumento tem mais importncia ou razo de ser. Com pressupostos distintos, o dilogo no possvel ou no tem sentido.

    A mesma pergunta, feita para pessoas diferentes, pode ser embaraosa ou no, dependendo do que est pressuposto em cada situao. Para algum que no faz segredo sobre a mudana de emprego, no causa o menor embarao uma pergunta como esta:

    Como vai voc no seu novo emprego?

    O efeito da mesma pergunta seria catastrfico se ela se dirigisse a uma pessoa que conseguiu um segundo emprego e quer manter sigilo at decidir se abandona o anterior. O adjetivo novo estabelece o pressuposto de que o interrogado tem um emprego diferente do anterior.

    Marcadores de Pressupostos

    - Adjetivos ou palavras similares modificadoras do substantivoJulinha foi minha primeira filha.Primeira pressupe que tenho outras filhas e que as outras nasceram depois de Julinha.

    Destruram a outra igreja do povoado.Outra pressupe a existncia de pelo menos uma igreja alm da usada como referncia.

    - Certos verbos

    Renato continua doente.O verbo continua indica que Renato j estava doente no momento anterior ao presente.

  • Didatismo e Conhecimento 18

    LNGUA PORTUGUESA

    Nossos dicionrios j aportuguesaram a palavrea copydesk.O verbo aportuguesar estabelece o pressuposto de que copidesque no existia em portugus.

    - Certos advrbios

    A produo automobilstica brasileira est totalmente nas mos das multinacionais.O advrbio totalmente pressupe que no h no Brasil indstria automobilstica nacional.

    - Voc conferiu o resultado da loteria? - Hoje no.A negao precedida de um advrbio de tempo de mbito limitado estabelece o pressuposto de que apenas nesse intervalo (hoje)

    que o interrogado no praticou o ato de conferir o resultado da loteria.

    - Oraes adjetivas

    Os brasileiros, que no se importam com a coletividade, s se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc.

    O pressuposto que todos os brasileiros no se importam com a coletividade.

    Os brasileiros que no se importam com a coletividade s se preocupam com seu bemestar e, por isso, jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc.

    Nesse caso, o pressuposto outro: alguns brasileiros no se importam com a coletividade.

    No primeiro caso, a orao explicativa; no segundo, restritiva. As explicativas pressupem que o que elas expressam se refere totalidade dos elementos de um conjunto; as restritivas, que o que elas dizem concerne apenas a parte dos elementos de um conjun-to. O produtor do texto escrever uma restritiva ou uma explicativa segundo o pressuposto que quiser comunicar.

    Subentendidos: so insinuaes contidas em uma frase ou um grupo de frases. Suponhamos que uma pessoa estivesse em visita casa de outra num dia de frio glacial e que uma janela, por onde entravam rajadas de vento, estivesse aberta. Se o visitante dissesse Que frio terrvel, poderia estar insinuando que a janela deveria ser fechada.

    H uma diferena capital entre o pressuposto e o subentendido. O primeiro uma informao estabelecida como indiscutvel tanto para o emissor quanto para o receptor, uma vez que decorre necessariamente do sentido de algum elemento lingustico colocado na frase. Ele pode ser negado, mas o emissor coloca o implicitamente para que no o seja. J o subentendido de responsabilidade do receptor. O emissor pode esconder-se atrs do sentido literal das palavras e negar que tenha dito o que o receptor depreendeu de suas palavras. Assim, no exemplo dado acima, se o dono da casa disser que muito pouco higinico fechar todas as janelas, o visitante pode dizer que tambm acha e que apenas constatou a intensidade do frio.

    O subentendido serve, muitas vezes, para o emissor protegerse, para transmitir a informao que deseja dar a conhecer sem se comprometer. Imaginemos, por exemplo, que um funcionrio recmpromovido numa empresa ouvisse de um colega o seguinte:

    Competncia e mrito continuam no valendo nada como critrio de promoo nesta empresa...

    Esse comentrio talvez suscitasse esta suspeita:

    Voc est querendo dizer que eu no merecia a promoo?

    Ora, o funcionrio preterido, tendo recorrido a um subentendido, poderia responder:

    Absolutamente! Estou falando em termos gerais.

  • Didatismo e Conhecimento 19

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    SIGNIFICAO CONTEXTUAL DE PALAVRAS E EXPRESSES;

    Signifi cao das Palavras

    Quanto signifi cao, as palavras so divididas nas seguintes categorias:

    Sinnimos: so palavras de sentido igual ou aproximado. Exemplo:- Alfabeto, abecedrio.- Brado, grito, clamor.- Extinguir, apagar, abolir, suprimir.- Justo, certo, exato, reto, ntegro, imparcial.

    Na maioria das vezes no indiferente usar um sinnimo pelo outro. Embora irmanados pelo sentido comum, os sinnimos diferenciam-se, entretanto, uns dos outros, por matizes de signifi cao e certas propriedades que o escritor no pode desconhecer. Com efeito, estes tm sentido mais amplo, aqueles, mais restrito (animal e quadrpede); uns so prprios da fala corrente, desata-viada, vulgar, outros, ao invs, pertencem esfera da linguagem culta, literria, cientfi ca ou potica (orador e tribuno, oculista e oftalmologista, cinzento e cinreo).

    A contribuio Greco-latina responsvel pela existncia, em nossa lngua, de numerosos pares de sinnimos. Exemplos:- Adversrio e antagonista.- Translcido e difano.- Semicrculo e hemiciclo.- Contraveneno e antdoto.- Moral e tica.- Colquio e dilogo.- Transformao e metamorfose.- Oposio e anttese.

    O fato lingustico de existirem sinnimos chama-se sinonmia, palavra que tambm designa o emprego de sinnimos.

    Antnimos: so palavras de signifi cao oposta. Exemplos:- Ordem e anarquia.- Soberba e humildade.- Louvar e censurar.- Mal e bem.

    A antonmia pode originar-se de um prefi xo de sentido oposto ou negativo. Exemplos: Bendizer/maldizer, simptico/antiptico, progredir/regredir, concrdia/discrdia, explcito/implcito, ativo/inativo, esperar/desesperar, comunista/anticomunista, simtrico/assimtrico, pr-nupcial/ps-nupcial.

    Homnimos: so palavras que tm a mesma pronncia, e s vezes a mesma grafi a, mas signifi cao diferente. Exemplos:- So (sadio), so (forma do verbo ser) e so (santo).- Ao (substantivo) e asso (verbo).

    S o contexto que determina a signifi cao dos homnimos. A homonmia pode ser causa de ambiguidade, por isso consi-derada uma defi cincia dos idiomas.

    O que chama a ateno nos homnimos o seu aspecto fnico (som) e o grfi co (grafi a). Da serem divididos em:

  • Didatismo e Conhecimento 20

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    Homgrafos Heterofnicos: iguais na escrita e diferentes no timbre ou na intensidade das vogais.- Rego (substantivo) e rego (verbo).- Colher (verbo) e colher (substantivo).- Jogo (substantivo) e jogo (verbo).- Apoio (verbo) e apoio (substantivo).- Para (verbo parar) e para (preposio).- Providncia (substantivo) e providencia (verbo).- s (substantivo), s (contrao) e as (artigo).- Pelo (substantivo), pelo (verbo) e pelo (contrao de per+o).

    Homfonos Heterogrficos: iguais na pronncia e diferentes na escrita.- Acender (atear, pr fogo) e ascender (subir).- Concertar (harmonizar) e consertar (reparar, emendar).- Concerto (harmonia, sesso musical) e conserto (ato de consertar).- Cegar (tornar cego) e segar (cortar, ceifar).- Aprear (determinar o preo, avaliar) e apressar (acelerar).- Cela (pequeno quarto), sela (arreio) e sela (verbo selar).- Censo (recenseamento) e senso (juzo).- Cerrar (fechar) e serrar (cortar).- Pao (palcio) e passo (andar).- Hera (trepadeira) e era (poca), era (verbo).- Caa (ato de caar), cassa (tecido) e cassa (verbo cassar = anular).- Cesso (ato de ceder), seo (diviso, repartio) e sesso (tempo de uma reunio ou espetculo).

    Homfonos Homogrficos: iguais na escrita e na pronncia.- Caminhada (substantivo), caminhada (verbo).- Cedo (verbo), cedo (advrbio).- Somem (verbo somar), somem (verbo sumir).- Livre (adjetivo), livre (verbo livrar).- Pomos (substantivo), pomos (verbo pr).- Alude (avalancha), alude (verbo aludir).

    Parnimos: so palavras parecidas na escrita e na pronncia: Coro e couro, cesta e sesta, eminente e iminente, tetnico e titnico, atoar e atuar, degradar e degredar, ctico e sptico, prescrever e proscrever, descrio e discrio, infligir (aplicar) e infringir (trans-gredir), osso e ouo, sede (vontade de beber) e cede (verbo ceder), comprimento e cumprimento, deferir (conceder, dar deferimento) e diferir (ser diferente, divergir, adiar), ratificar (confirmar) e retificar (tornar reto, corrigir), vultoso (volumoso, muito grande: soma vultosa) e vultuoso (congestionado: rosto vultuoso).

    Polissemia: Uma palavra pode ter mais de uma significao. A esse fato lingustico d-se o nome de polissemia. Exemplos:- Mangueira: tubo de borracha ou plstico para regar as plantas ou apagar incndios; rvore frutfera; grande curral de gado.- Pena: pluma, pea de metal para escrever; punio; d.- Velar: cobrir com vu, ocultar, vigiar, cuidar, relativo ao vu do palato.Podemos citar ainda, como exemplos de palavras polissmicas, o verbo dar e os substantivos linha e ponto, que tm dezenas de

    acepes.

    Sentido Prprio e Sentido Figurado: as palavras podem ser empregadas no sentido prprio ou no sentido figurado. Exemplos:- Constru um muro de pedra. (sentido prprio).- nio tem um corao de pedra. (sentido figurado).- As guas pingavam da torneira, (sentido prprio).- As horas iam pingando lentamente, (sentido figurado).

    Denotao e Conotao: Observe as palavras em destaque nos seguintes exemplos:- Comprei uma correntinha de ouro.- Fulano nadava em ouro.

  • Didatismo e Conhecimento 21

    LNGUA PORTUGUESA

    No primeiro exemplo, a palavra ouro denota ou designa simplesmente o conhecido metal precioso, tem sentido prprio, real, denotativo.

    No segundo exemplo, ouro sugere ou evoca riquezas, poder, glria, luxo, ostentao; tem o sentido conotativo, possui vrias conotaes (ideias associadas, sentimentos, evocaes que irradiam da palavra).

    Exerccios

    01. Estava ....... a ....... da guerra, pois os homens ....... nos erros do passado.a) eminente, deflagrao, incidiramb) iminente, deflagrao, reincidiramc) eminente, conflagrao, reincidiramd) preste, conflaglao, incidirame) prestes, flagrao, recindiram

    02. Durante a ........ solene era ........ o desinteresse do mestre diante da ....... demonstrada pelo poltico.a) seo - fragrante - incipinciab) sesso - flagrante - insipinciac) sesso - fragrante - incipinciad) cesso - flagrante - incipinciae) seo - flagrante - insipincia

    03. Na ..... plenria estudou-se a ..... de direitos territoriais a ..... .a) sesso - cesso - estrangeirosb) seo - cesso - estrangeirosc) seco - sesso - extrangeirosd) sesso - seo - estrangeirose) seo - sesso - estrangeiros

    04. H uma alternativa errada. Assinale-a:a) A eminente autoridade acaba de concluir uma viagem poltica.b) A catstrofe torna-se iminente.c) Sua ascenso foi rpida.d) Ascenderam o fogo rapidamente.e) Reacendeu o fogo do entusiasmo.

    05. H uma alternativa errada. Assinale-a:a) cozer = cozinhar; coser = costurarb) imigrar = sair do pas; emigrar = entrar no pasc) comprimento = medida; cumprimento = saudaod) consertar = arrumar; concertar = harmonizare) chcara = stio; xcara = verso

    06. Assinale o item em que a palavra destacada est incorretamente aplicada:a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes.b) A justia infligiu a pena merecida aos desordeiros.c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.d) Devemos ser fiis ao cumprimento do dever.e) A cesso de terras compete ao Estado.

    07. O ...... do prefeito foi ..... ontem.a) mandado - caadob) mandato - cassadoc) mandato - caadod) mandado - casadoe) mandado - cassado

  • Didatismo e Conhecimento 22

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    08. Marque a alternativa cujas palavras preenchem corretamente as respectivas lacunas, na frase seguinte: Necessitando ...... o nmero do carto do PIS, ...... a data de meu nascimento.

    a) ratifi car, proscrevib) prescrever, discriminei c) descriminar, retifi queid) proscrever, prescrevie) retifi car, ratifi quei

    09. A ......... cientfi ca do povo levou-o a .... de feiticeiros os ..... em astronomia.a) insipincia tachar expertosb) insipincia taxar expertosc) incipincia taxar espertosd) incipincia tachar espertose) insipincia taxar espertos

    10. Na orao: Em sua vida, nunca teve muito ......, apresentava-se sempre ...... no ..... de tarefas ...... . As palavras adequadas para preenchimento das lacunas so:

    a) censo - lasso - cumprimento - eminentesb) senso - lasso - cumprimento - iminentesc) senso - lao - comprimento - iminentesd) senso - lao - cumprimento - eminentese) censo - lasso - comprimento - iminentes

    Respostas: (01.B)(02.B)(03.A)(04.D)(05.B)(06.C)(07.B)(08.E)(09.A)(10.B)

    RELAES ENTRE IDEIAS ERECURSOS DE COESO;

    Coeso

    Uma das propriedades que distinguem um texto de um amontoado de frases a relao existente entre os elementos que os cons-tituem. A coeso textual a ligao, a relao, a conexo entre palavras, expresses ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos gramaticais, que servem para estabelecer vnculos entre os componentes do texto. Observe:

    O iraquiano leu sua declarao num bloquinho comum de anotaes, que segurava na mo.

    Nesse perodo, o pronome relativo que estabelece conexo entre as duas oraes. O iraquiano leu sua declarao num bloqui-nho comum de anotaes e segurava na mo, retomando na segunda um dos termos da primeira: bloquinho. O pronome relativo um elemento coesivo, e a conexo entre as duas oraes, um fenmeno de coeso. Leia o texto que segue:

    Arroz-doce da infncia

    Ingredientes1 litro de leite desnatado150g de arroz cru lavado1 pitada de sal4 colheres (sopa) de acar1 colher (sobremesa) de canela em p

  • Didatismo e Conhecimento 23

    LNGUA PORTUGUESA

    PreparoEm uma panela ferva o leite, acrescente o arroz, a pitada de sal e mexa sem parar at cozinhar o arroz. Adicione o acar e deixe

    no fogo por mais 2 ou 3 minutos. Despeje em um recipiente, polvilhe a canela. Sirva.Cozinha Clssica Baixo Colesterol, n4.So Paulo, InCor, agosto de 1999, p. 42.

    Toda receita culinria tem duas partes: lista dos ingredientes e modo de preparar. As informaes apresentadas na primeira so retomadas na segunda. Nesta, os nomes mencionados pela primeira vez na lista de ingredientes vm precedidos de artigo definido, o qual exerce, entre outras funes, a de indicar que o termo determinado por ele se refere ao mesmo ser a que uma palavra idntica j fizera meno.

    No nosso texto, por exemplo, quando se diz que se adiciona o acar, o artigo citado na primeira parte. Se dissesse apenas adi-cione acar, deveria adicionar, pois se trataria de outro acar, diverso daquele citado no rol dos ingredientes.

    H dois tipos principais de mecanismos de coeso: retomada ou antecipao de palavras, expresses ou frases e encadeamento de segmentos.

    Retomada ou Antecipao por meio de uma palavra gramatical(pronome, verbos ou advrbios)

    No mercado de trabalho brasileiro, ainda hoje no h total igualdade entre homens e mulheres: estas ainda ganham menos do que aqueles em cargos equivalentes.

    Nesse perodo, o pronome demonstrativo estas retoma o termo mulheres, enquanto aqueles recupera a palavra homens.Os termos que servem para retomar outros so denominados anafricos; os que servem para anunciar, para antecipar outros so

    chamados catafricos. No exemplo a seguir, desta antecipa abandonar a faculdade no ltimo ano:

    J viu uma loucura desta, abandonar a faculdade no ltimo ano?

    So anafricos ou catafricos os pronomes demonstrativos, os pronomes relativos, certos advrbios ou locues adverbiais (nes-se momento, ento, l), o verbo fazer, o artigo definido, os pronomes pessoais de 3 pessoa (ele, o, a, os, as, lhe, lhes), os pronomes indefinidos. Exemplos:

    Ele era muito diferente de seu mestre, a quem sucedera na ctedra de Sociologia na Universidade de So Paulo.

    O pronome relativo quem retoma o substantivo mestre.

    As pessoas simplificam Machado de Assis; elas o veem como um pensador cn io e descrente do amor e da amizade.

    O pronome pessoal elas recupera o substantivo pessoas; o pronome pessoal o retoma o nome Machado de Assis.

    Os dois homens caminhavam pela calada, ambos trajando roupa escura.

    O numeral ambos retoma a expresso os dois homens.

    Fui ao cinema domingo e, chegando l, fiquei desanimado com a fila.

    O advrbio l recupera a expresso ao cinema.

    O governador vai pessoalmente inaugurar a creche dos funcionrios do palcio, e o far para demonstrar seu apreo aos servidores.

    A forma verbal far retoma a perfrase verbal vai inaugurar e seu complemento.

  • Didatismo e Conhecimento 24

    LNGUA PORTUGUESA

    - Em princpio, o termo a que o anafrico se refere deve estar presente no texto, seno a coeso fica comprometida, como neste exemplo:

    Andr meu grande amigo. Comeou a namor-la h vrios meses.

    A rigor, no se pode dizer que o pronome la seja um anafrico, pois no est retomando nenhuma das palavras citadas antes. Exatamente por isso, o sentido da frase fica totalmente prejudicado: no h possibilidade de se depreender o sentido desse pronome.

    Pode ocorrer, no entanto, que o anafrico no se refira a nenhuma palavra citada anteriormente no interior do texto, mas que possa ser inferida por certos pressupostos tpicos da cultura em que se inscreve o texto. o caso de um exemplo como este:

    O casamento teria sido s 20 horas. O noivo j estava desesperado, porque eram 21 horas e ela no havia comparecido.

    Por dados do contexto cultural, sabe-se que o pronome ela um anafrico que s pode estar-se referindo palavra noiva. Num casamento, estando presente o noivo, o desespero s pode ser pelo atraso da noiva (representada por ela no exemplo citado).

    - O artigo indefinido serve geralmente para introduzir informaes novas ao texto. Quando elas forem retomadas, devero ser precedidas do artigo definido, pois este que tem a funo de indicar que o termo por ele determinado idntico, em termos de valor referencial, a um termo j mencionado.

    O encarregado da limpeza encontrou uma carteira na sala de espetculos. Curiosamente, a carteira tinha muito dinheiro den-tro, mas nem um documento sequer.

    - Quando, em dado contexto, o anafrico pode referir-se a dois termos distintos, h uma ruptura de coeso, porque ocorre uma ambiguidade insolvel. preciso que o texto seja escrito de tal forma que o leitor possa determinar exatamente qual a palavra retomada pelo anafrico.

    Durante o ensaio, o ator principal brigou com o diretor por causa da sua arrogncia.

    O anafrico sua pode estar-se referindo tanto palavra ator quanto a diretor.

    Andr brigou com o ex-namorado de uma amiga, que trabalha na mesma firma.

    No se sabe se o anafrico que est se referindo ao termo amiga ou a ex-namorado. Permutando o anafrico que por o qual ou a qual, essa ambiguidade seria desfeita.

    Retomada por palavra lexical(substantivo, adjetivo ou verbo)

    Uma palavra pode ser retomada, que por uma repetio, quer por uma substituio por sinnimo, hipernimo, hipnimo ou antonomsia.

    Sinnimo o nome que se d a uma palavra que possui o mesmo sentido que outra, ou sentido bastante aproximado: injria e afronta, alegre e contente.

    Hipernimo um termo que mantm com outro uma relao do tipo contm/est contido;Hipnimo uma palavra que mantm com outra uma relao do tipo est contido/contm. O significado do termo rosa est

    contido no de flor e o de flor contm o de rosa, pois toda rosa uma flor, mas nem toda flor uma rosa. Flor , pois, hipernimo de rosa, e esta palavra hipnimo daquela.

    Antonomsia a substituio de um nome prprio por um nome comum ou de um comum por um prprio. Ela ocorre, principal-mente, quando uma pessoa clebre designada por uma caracterstica notria ou quando o nome prprio de uma personagem famosa usada para designar outras pessoas que possuam a mesma caracterstica que a distingue:

    O rei do futebol (=Pel) som podia ser um brasileiro.

    O heri de dois mundos (=Garibaldi) foi lembrado numa recente minissrie de tev.

  • Didatismo e Conhecimento 25

    LNGUA PORTUGUESA

    Referncia ao fato notrio de Giuseppe Garibaldi haver lutado pela liberdade na Europa e na Amrica.

    Ele um hrcules (=um homem muito forte).

    Referncia fora fsica que caracteriza o heri grego Hrcules.

    Um presidente da Repblica tem uma agenda de trabalho extremamente carregada. Deve receber ministros, embaixadores, visitantes estrangeiros, parlamentares; precisa a todo momento tomar graves decises que afetam a vida de muitas pessoas; neces-sita acompanhar tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Um presidente deve comear a trabalhar ao raiar do dia e terminar sua jornada altas horas da noite.

    A repetio do termo presidente estabelece a coeso entre o ltimo perodo e o que vem antes dele.

    Observava as estrelas, os planetas, os satlites. Os astros sempre o atraram.

    Os dois perodos esto relacionados pelo hipernimo astros, que recupera os hipnimos estrelas, planetas, satlites.

    Eles (os alquimistas) acreditavam que o organismo do homem era regido por humores (fluidos orgnicos) que percorriam, ou apenas existiam, em maior ou menor intensidade em nosso corpo. Eram quatro os humores: o sangue, a fleuma (secreo pulmonar), a bile amarela e a bile negra. E eram tambm estes quatro fluidos ligados aos quatro elementos fundamentais: ao Ar (seco), gua (mido), ao Fogo (quente) e Terra (frio), respectivamente.

    Ziraldo. In: Revista Vozes, n3, abril de 1970, p.18.

    Nesse texto, a ligao entre o segundo e o primeiro perodos se faz pela repetio da palavra humores; entre o terceiro e o segundo se faz pela utilizao do sinnimo fluidos.

    preciso manejar com muito cuidado a repetio de palavras, pois, se ela no for usada para criar um efeito de sentido de in-tensificao, constituir uma falha de estilo. No trecho transcrito a seguir, por exemplo, fica claro o uso da repetio da palavra vice e outras parecidas (vicissitudes, vicejam, viciem), com a evidente inteno de ridicularizar a condio secundria que um provvel flamenguista atribui ao Vasco e ao seu Vice-presidente:

    Recebi por esses dias um e-mail com uma srie de piadas sobre o pouco simptico Eurico Miranda. Faltam-me provas, mas tudo leva a crer que o remetente seja um flamenguista.

    Segundo o texto, Eurico nasceu para ser vice: vice-presidente do clube, vice-campeo carioca e bi vice-campeo mundial. E isso sem falar do vice no Carioca de futsal, no Carioca de basquete, no Brasileiro de basquete e na Taa Guanabara. So vicissitudes que vicejam. Espero que no viciem.

    Jos Roberto Torero. In: Folha de S. Paulo, 08/03/2000, p. 4-7.

    A elipse o apagamento de um segmento de frase que pode ser facilmente recuperado pelo contexto. Tambm constitui um ex-pediente de coeso, pois o apagamento de um termo que seria repetido, e o preenchimento do vazio deixado pelo termo apagado (=elptico) exige, necessariamente, que se faa correlao com outros termos presentes no contexto, ou referidos na situao em que se desenrola a fala.

    Vejamos estes versos do poema Crculo vicioso, de Machado de Assis:

    (...)Mas a lua, fitando o sol, com azedume:

    Msera! Tivesse eu aquela enorme, aquelaClaridade imorta, que toda a luz resume!

    Obra completa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1979, v.III, p. 151.

    Nesse caso, o verbo dizer, que seria enunciado antes daquilo que disse a lua, isto , antes das aspas, fica subentendido, omitido por ser facilmente presumvel.

  • Didatismo e Conhecimento 26

    LNGUA PORTUGUESA

    Qualquer segmento da frase pode sofrer elipse. Veja que, no exemplo abaixo, o sujeito meu pai que vem elidido (ou apagado) antes de sentiu e parou:

    Meu pai comeou a andar novamente, sentiu a pontada no peito e parou.

    Pode ocorrer tambm elipse por antecipao. No exemplo que segue, aquela promoo complemento tanto de querer quanto de desejar, no entanto aparece apenas depois do segundo verbo:

    Ficou muito deprimido com o fato de ter sido preferido. Afinal, queria muito, desejava ardentemente aquela promoo.

    Quando se faz essa elipse por antecipao com verbos que tm regncia diferente, a coeso rompida. Por exemplo, no se deve dizer Conheo e gosto deste livro, pois o verbo conhecer rege complemento no introduzido por preposio, e a elipse retoma o complemento inteiro, portanto teramos uma preposio indevida: Conheo (deste livro) e gosto deste livro. Em Implico e dis-penso sem d os estranhos palpiteiros, diferentemente, no complemento em elipse faltaria a preposio com exigida pelo verbo implicar.

    Nesses casos, para assegurar a coeso, o recomendvel colocar o complemento junto ao primeiro verbo, respeitando sua regn-cia, e retom-lo aps o segundo por um anafrico, acrescentando a preposio devida (Conheo este livro e gosto dele) ou eliminando a indevida (Implico com estranhos palpiteiros e os dispenso sem d).

    Coeso por Conexo

    H na lngua uma srie de palavras ou locues que so responsveis pela concatenao ou relao entre segmentos do texto. Esses elementos denominam-se conectores ou operadores discursivos. Por exemplo: visto que, at, ora, no entanto, contudo, ou seja.

    Note-se que eles fazem mais do que ligar partes do texto: estabelecem entre elas relaes semnticas de diversos tipos, como contrariedade, causa, consequncia, condio, concluso, etc. Essas relaes exercem funo argumentativa no texto, por isso os ope-radores discursivos no podem ser usados indiscriminadamente.

    Na frase O time apresentou um bom futebol, mas no alcanou a vitria, por exemplo, o conector mas est adequadamente usado, pois ele liga dois segmentos com orientao argumentativa contrria. Se fosse utilizado, nesse caso, o conector portanto, o resultado seria um paradoxo semntico, pois esse operador discursivo liga dois segmentos com a mesma orientao argumentativa, sendo o segmento introduzido por ele a concluso do anterior.

    - Gradao: h operadores que marcam uma gradao numa srie de argumentos orientados para uma mesma concluso. Di-videm-se eles, em dois subtipos: os que indicam o argumento mais forte de uma srie: at, mesmo, at mesmo, inclusive, e os que subentendem uma escala com argumentos mais fortes: ao menos, pelo menos, no mnimo, no mximo, quando muito.

    Ele um bom conferencista: tem uma voz bonita, bem articulado, conhece bem o assunto de que fala e at sedutor.

    Toda a srie de qualidades est orientada no sentido de comprovar que ele bom conferencista; dentro dessa srie, ser sedutor considerado o argumento mais forte.

    Ele ambicioso e tem grande capacidade de trabalho. Chegar a ser pelo menos diretor da empresa.

    Pelo menos introduz um argumento orientado no mesmo sentido de ser ambicioso e ter grande capacidade de trabalho; por outro lado, subentende que h argumentos mais fortes para comprovar que ele tem as qualidades requeridas dos que vo longe (por exem-plo, ser presidente da empresa) e que se est usando o menos forte; ao menos, pelo menos e no mnimo ligam argumentos de valor positivo.

    Ele no bom aluno. No mximo vai terminar o segundo grau.

    No mximo introduz um argumento orientado no mesmo sentido de ter muita dificuldade de aprender; supe que h uma escala argumentativa (por exemplo, fazer uma faculdade) e que se est usando o argumento menos forte da escala no sentido de provar a afirmao anterior; no mximo e quando muito estabelecem ligao entre argumentos de valor depreciativo.

  • Didatismo e Conhecimento 27

    LNGUA PORTUGUESA

    - Conjuno Argumentativa: h operadores que assinalam uma conjuno argumentativa, ou seja, ligam um conjunto de argu-mentos orientados em favor de uma dada concluso: e, tambm, ainda, nem, no s... mas tambm, tanto... como, alm de, a par de.

    Se algum pode tomar essa deciso voc. Voc o diretor da escola, muito respeitado pelos funcionrios e tambm muito querido pelos alunos.

    Arrolam-se trs argumentos em favor da tese que o interlocutor quem pode tomar uma dada deciso. O ltimo deles introdu-zido por e tambm, que indica um argumento final na mesma direo argumentativa dos precedentes.

    Esses operadores introduzem novos argumentos; no significam, em hiptese nenhuma, a repetio do que j foi dito. Ou seja, s podem ser ligados com conectores de conjuno segmentos que representam uma progresso discursiva. possvel dizer Disfarou as lgrimas que o assaltaram e continuou seu discurso, porque o segundo segmento indica um desenvolvimento da exposio. No teria cabimento usar operadores desse tipo para ligar dois segmentos como Disfarou as lgrimas que o assaltaram e escondeu o choro que tomou conta dele.

    - Disjuno Argumentativa: h tambm operadores que indicam uma disjuno argumentativa, ou seja, fazem uma conexo entre segmentos que levam a concluses opostas, que tm orientao argumentativa diferente: ou, ou ento, quer... quer, seja... seja, caso contrrio, ao contrrio.

    No agredi esse imbecil. Ao contrrio, ajudei a separar a briga, para que ele no apanhasse.

    O argumento introduzido por ao contrrio diametralmente oposto quele de que o falante teria agredido algum.

    - Concluso: existem operadores que marcam uma concluso em relao ao que foi dito em dois ou mais enunciados anteriores (geralmente, uma das afirmaes de que decorre a concluso fica implcita, por manifestar uma voz geral, uma verdade universalmen-te aceita): logo, portanto, por conseguinte, pois (o pois conclusivo quando no encabea a orao).

    Essa guerra uma guerra de conquista, pois visa ao controle dos fluxos mundiais de petrleo. Por conseguinte, no moral-mente defensvel.

    Por conseguinte introduz uma concluso em relao afirmao exposta no primeiro perodo.

    - Comparao: outros importantes operadores discursivos so os que estabelecem uma comparao de igualdade, superioridade ou inferioridade entre dois elementos, com vistas a uma concluso contrria ou favorvel a certa ideia: tanto... quanto, to... como, mais... (do) que.

    Os problemas de fuga de presos sero tanto mais graves quanto maior for a corrupo entre os agentes penitencirios.

    O comparativo de igualdade tem no texto uma funo argumentativa: mostrar que o problema da fuga de presos cresce medida que aumenta a corrupo entre os agentes penitencirios; por isso, os segmentos podem at ser permutveis do ponto de vista sint-tico, mas no o so do ponto de vista argumentativo, pois no h igualdade argumentativa proposta, Tanto maior ser a corrupo entre os agentes penitencirios quanto mais grave for o problema da fuga de presos.

    Muitas vezes a permutao dos segmentos leva a concluses opostas: Imagine-se, por exemplo, o seguinte dilogo entre o diretor de um clube esportivo e o tcnico de futebol:

    __Precisamos promover atletas das divises de base para reforar nosso time.__Qualquer atleta das divises de base to bom quanto os do time principal.

    Nesse caso, o argumento do tcnico a favor da promoo, pois ele declara que qualquer atleta das divises de base tem, pelo menos, o mesmo nvel dos do time principal, o que significa que estes no primam exatamente pela excelncia em relao aos outros.

    Suponhamos, agora, que o tcnico tivesse invertido os segmentos na sua fala:__Qualquer atleta d