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    ECONOMIA para AFRFB

    Teoria e exerccios comentados

    Prof Heber Carvalho Aula 00

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    AULA 00 (demonstrativa)

    SUM RIO RESUMIDO P GINA

    Apresentao 01O que Macroeconomia 04Contas Nacionais 11Questes apresentadas na aula 29Gabarito 29

    APRESENTAO

    Ol caros(as) amigos(as),

    com grande satisfao que lanamos este curso deEconomia formatadoespecialmente para atender s necessidades daqueles que se preparam para o

    concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal. Inicialmente, j apresento ascaractersticas principais de nosso curso:

    Contedo terico completo (inclusive, com todo o suporte necessriopara a prova discursiva), baseado no ltimo edital de AFRFB;

    Foco na resoluo de questes da ESAF;

    + de 200 questes comentadas;

    Praticamente todas as questes da ESAF dos ltimos anos seroresolvidas (o que nos d aproximadamente + de 130 questes somente daESAF, alm de mais de 80 questes de outras bancas, desde que sejamparecidas com o estilo ESAF);

    Contato direto com o professor via e-mail, se preferir;

    Grande parte do contedo deste curso est sendo exigido tambm emconcursos do ciclo de gesto, e de fiscos estaduais e municipais. Assim,se voc tambm pretende prestar estes concursos, pode aproveitar para sepreparar pelo nosso curso.

    Para quem no me conhece, meu nome Heber Carvalho, sou bacharel emCincias Militares, formado pela AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras).Aps pouco mais de 08 anos no Exrcito, fui aprovado no concurso para AuditorFiscal do Municpio de So Paulo (ISS-SP, 4. Lugar), cargo que exero nos dias dehoje atuando na fiscalizao de instituies financeiras. Paralelamente, ministroaulas de Economia e matrias relacionadas (Economia do Trabalho, EconomiaBrasileira, Micro e Macroeconomia) em cursos preparatrios de So Paulo, no EuVou Passar e aqui no Estratgia Concursos.

    Falemos um pouco mais sobre o contedo e a metodologia de nosso

    curso, comeando pelo primeiro. Segue abaixo o contedo programtico deEconomia, para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB):

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    1. Introduo Macroeconomia. Conceitos Macroeconmicos Bsicos.Identidades Macroeconmicas fundamentais. Formas de mensurao doProduto e da Renda Nacional. O produto nominal x o produto real. Nmerosndices. O Sistema de contas nacionais. Contas nacionais no Brasil. Noes

    sobre o balano de pagamentos. As contas do sistema financeiro e omultiplicador bancrio. 2. Macroeconomia keynesiana. Hipteses bsicas damacroeconomia keynesiana. As funes consumo e poupana. Determinaoda renda de equilbrio. O multiplicador keynesiano. Os determinantes doinvestimento. 3. O modelo IS-LM. O Equilbrio no Mercado de Bens. Ademanda por Moeda e o Equilbrio no Mercado Monetrio. O equilbrio nomodelo IS/LM. Polticas econmicas no Modelo IS/LM. Expectativas no modeloIS/LM. 4. Modelo de oferta e demanda agregada, inflao e desemprego. Afuno demanda agregada. As funes de oferta agregada de curto e longoprazo. Efeitos da poltica monetria e fiscal no curto e longo prazo. Choques

    de oferta. Inflao e Emprego. Determinao do Nvel de Preos. Introduo sTeorias da Inflao. A curva de Phillips. A Rigidez dos reajustes de preos esalrios. A Teoria da Inflao Inercial e a anlise da Experincia BrasileiraRecente no combate inflao. 5. Macroeconomia aberta. Estrutura dobalano de pagamentos. Regimes Cambiais. Crises Cambiais. O Modelo IS/LMnuma economia aberta. Poltica monetria e fiscal numa economia aberta.Poltica Cambial no Plano Real. 6. Crescimento de longo prazo: O modelo deSolow. O papel da poupana, do crescimento populacional e das inovaestecnolgicas sobre o crescimento. "A regra de ouro". 7. A economiaintertemporal. O consumo e o investimento num modelo de escolha

    intertemporal. A restrio oramentria intertemporal das famlias. A restriooramentria intertemporal do governo e a equivalncia ricardiana. A restriooramentria intertemporal de uma nao e o endividamento externo.

    Pelo que se v, em detalhes, o contedo programtico exigido no concurso bastante extenso, incluindo praticamente todos os principais itens daMacroeconomia.

    Nossa proposta facilitar o seu trabalho e reunir toda a teoria e inmerosexerccios comentados, no que tange aos assuntos do edital em um s material.Nosso curso ser completo, abordando a teoria de forma aprofundada econtendo mais de mais de 200 questes comentadas, dentre as quais mais de120 sero da ESAF. O curso tambm voltado para quem nunca estudou amatria (no sero exigidos conhecimentos prvios).

    Portanto, se voc nunca estudou, ou est iniciando seus estudos emEconomia, fique tranquilo, pois nosso curso atender perfeitamente aos seusanseios. Se voc j estudou os temas, e apenas quer revis-los, o curso tambmser bastante til, pela quantidade de exerccios comentados que teremos e pelorigor no tratamento da matria, o que lhe permitir uma excelente reviso docontedo.

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    Segue o cronograma com a nossa proposta de distribuio dos assuntosentre as aulas:

    AULA 00(Demonstrativa)

    1. Introduo Macroeconomia. Conceitos MacroeconmicosBsicos. Identidades Macroeconmicas fundamentais.

    AULA 01(07/10)

    Formas de mensurao do Produto e da Renda Nacional. OSistema de contas nacionais. Contas nacionais no Brasil.

    AULA 02(14/10)

    O produto nominal x o produto real. Nmeros ndices.

    AULA 03(21/10)

    Macroeconomia aberta. Estrutura do balano de pagamentos.Regimes Cambiais. Crises Cambiais.

    AULA 04(28/10)

    A demanda por Moeda e o Equilbrio no Mercado Monetrio.As contas do sistema financeiro e o multiplicador bancrio.

    AULA 05(04/11)

    Macroeconomia keynesiana. Hipteses bsicas damacroeconomia keynesiana. As funes consumo epoupana. Determinao da renda de equilbrio. Omultiplicador keynesiano. Os determinantes do investimento.

    AULA 06(11/11)

    O modelo IS-LM. O Equilbrio no Mercado de Bens. Ademanda por Moeda e o Equilbrio no Mercado Monetrio. Oequilbrio no modelo IS/LM. Polticas econmicas no ModeloIS/LM. Expectativas no modelo IS/LM. O Modelo IS/LM numaeconomia aberta. Poltica monetria e fiscal numa economiaaberta.

    AULA 07(18/11)

    Modelo de oferta e demanda agregada, inflao edesemprego. A funo demanda agregada. As funes deoferta agregada de curto e longo prazo. Efeitos da polticamonetria e fiscal no curto e longo prazo. Choques de oferta.Inflao e Emprego. Determinao do Nvel de Preos.Introduo s Teorias da Inflao. A curva de Phillips. ARigidez dos reajustes de preos e salrios. A Teoria daInflao Inercial e a anlise da Experincia Brasileira Recenteno combate inflao. Poltica Cambial no Plano Real.

    AULA 08(25/11)

    A economia intertemporal. O consumo e o investimento nummodelo de escolha intertemporal. A restrio oramentriaintertemporal das famlias. A restrio oramentriaintertemporal do governo e a equivalncia ricardiana. Arestrio oramentria intertemporal de uma nao e oendividamento externo.

    AULA 09(02/12)

    Crescimento de longo prazo: O modelo de Solow. O papel dapoupana, do crescimento populacional e das inovaestecnolgicas sobre o crescimento. "A regra de ouro".

    Com esta aula demonstrativa, teremos 10 aulas ao total (aulas 00 a 09), emaproximadamente 500 pginas. Assim, muito importante que voc faa a suaparte e estude com afinco o contedo. O objetivo do nosso curso audacioso:desenvolver em voc a autoconfiana e lhe dar as ferramentas para que voc possaacertar pelo menos 90% das questes de qualquer prova de Economia que cobre os

    mesmos temas.

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    (Monoplio, por exemplo), estamos estudando Microeconomia. Ao estudar o nvelgeral de preos em toda a economia, estamos estudando Macroeconomia.

    Neste curso de Economia para AFRFB, estudaremos somente temasmacroeconmicos, pois isso que a ESAF cobra no edital.

    Objetivos da Poltica Macroeconmica

    So objetivos da poltica macroeconmica:

    i. Alto nvel de emprego;

    ii. Estabilidade de preos;

    iii. Equidade (distribuio de renda);iv. Crescimento e desenvolvimento econmico.

    As questes relativas ao nvel de emprego e controle da inflao(estabilidade de preos) so questes consideradas conjunturais, de curto prazo.

    O crescimento e desenvolvimento econmico e a distribuio de renda soquestes estruturais, que, em geral, extrapolam a anlise meramente econmica,envolvendo questes, como o prprio nome sugere, estruturais: polticas pblicas,progresso tecnolgico, educao, etc.

    Alguns autores colocam tambm como objetivo o controle das contas

    externas (equilbrio do Balano de Pagamentos, ou equilbrio das contas externas),mas esse se caracteriza mais como um instrumento de poltica econmica do queum objetivo propriamente dito. Vejamos, a partir de agora, o que significa cada umdos quatro objetivos citados acima.

    i. Alto nvel de emprego

    Entendemos por emprego a utilizao dos recursos disponveis na economia.Desemprego a no utilizao dos recursos disponveis, ou seja, h ociosidade dosrecursos (capacidade ociosa). Em nosso dia a dia, a palavra desemprego associada mais comumente no utilizao do recurso de produo mo-de-obra.Isto , quando h mo-de-obra disponvel para trabalhar e a mesma no utilizada,havendo ociosidade (desemprego). Para fins de provas, considere os dois conceitoscorretos.

    Hoje, este um dos temas principais da Macroeconomia e fruto de muitapreocupao do policy-maker (administrador pblico). Nas nossas aulas 05 e 06,ns veremos diversas polticas de governo capazes de aumentar o nvel deemprego de uma economia.

    ii. Estabilidade de preos (controle da inflao)

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    Inflao o aumento contnuo e generalizado no nvel geral de preos emuma economia. Na aula 06, ns veremos os diversos distrbios que ela causa Economia de uma forma geral. Por tais motivos, o seu controle deve ser um objetivode poltica macroeconmica. Nesta mesma aula, tambm estudaremos como

    ocorreu o combate inflao durante a fase recente da economia brasileira. Esteestudo muito interessante pois poder contextualizar a teoria aprendida com o quefoi/ feito pelo governo brasileiro para combater a inflao.

    iii. Distribuio equitativa de renda

    Tambm objetivo da poltica macroeconmica distribuir equitativamente arenda da economia. O Brasil um pas onde h alta concentrao de renda (mdistribuio).

    Vale destacar que nem sempre o crescimento econmico acompanhado dadistribuio de renda e vice-versa. Por exemplo, durante o milagre econmico(fase em que a economia brasileira cresceu a taxas superiores a 10% por vriosanos consecutivos), houve aumento da concentrao de renda, ou seja, a distnciade renda entre ricos e pobres aumentou. Curiosamente, no perodo, ocorreuaumento da renda mdia de todas as classes. O problema que, embora os maispobres tenham melhorado seu padro de vida, os mais ricos melhoraramrelativamente mais, aumentando a disparidade. Isto , houve um aumento geral dopadro de vida, com todos melhorando, mas com os mais ricos melhorando mais

    que os pobres.As polticas pblicas utilizadas para distribuir a renda so controversas. Entre

    elas, podemos destacar a legislao do salrio mnimo, os programas detransferncia de renda e a utilizao de impostos progressivos. Nos trs casos, apreocupao ajudar as pessoas com menor nvel de renda atravs da garantia derenda mnima, suplementao de renda e menor tributao, respectivamente.

    A crtica, no caso do salrio mnimo, que ele causa desemprego (pois opagamento de salrios elevados artificialmente, por artifcio de lei, pode reduzir aprocura por mo-de-obra). A principal crtica no caso dos programas detransferncia de renda e impostos progressivos reside no fato de que taisprogramas desestimulariam o trabalho, uma vez que, medida que a renda doindivduo aumenta, os benefcios que recebe do governo so diminudos.

    Uma prova da importncia da distribuio de renda est no exemplo dospases rabes. L, a renda dos pases bastante alta, no entanto, ela altamenteconcentrada, o que nos mostra que renda alta bom sinal, mas a distribuio derenda deve ser buscada como forma de aumentar o padro de vida da populao.

    iv. Crescimento e desenvolvimento econmico

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    Quando o nvel de emprego est baixo (existe desemprego), pode-seaument-lo fazendo a economia crescer. Polticas econmicas voltadas para ocrescimento geralmente tentam alterar o comportamento dos agentes econmicos,provocando variaes no consumo, poupana e investimento agregado. Quandofalamos em crescimento econmico, estamos falando do produto ou renda interna

    (ou nacional). Assim, quando falamos que determinado pas est crescendo 10% aoano (que crescimento!), estamos falando, geralmente, que seu produto (ou renda)interno est crescendo 10%.

    Conforme comentado no incio do pargrafo anterior, o crescimentoeconmico buscado pelo fato de ele aumentar os nveis de emprego do pas(alis, este o principal motivo). H evidncias empricas que comprovam que afalta de crescimento, ou at mesmo o crescimento baixo, provoca aumento dodesemprego (de trabalhadores), o que sinal de piora do bem-estar da populao,por isso a constante preocupao dos policy-makersem fazer a economia crescer.

    O conceito de crescimento econmico tem relao com o produto ou rendade um pas e com a existncia de desemprego, mas no podemos dizer quecrescimento econmico o mesmo que desenvolvimento econmico. Este ltimo um conceito mais amplo, englobando aspectos como nvel educacional, segurana,meio ambiente, moradia, progresso tecnolgico, sade, infraestrutura, etc. Assim,percebemos que os dois conceitos no se confundem, apesar de um implicar ooutro (para que haja desenvolvimento, deve haver crescimento. Ao mesmo tempo, odesenvolvimento gera crescimento econmico).

    Os Trade-Offs da Poltica Econmica

    Os objetivos da poltica macroeconmica so interligados, isto , quando sebusca um objetivo, outro est sendo afetado. Assim, atingir um objetivo podeimplicar atingir outro objetivo secundariamente. Por outro lado, atingir um objetivotambm pode significar se distanciar da consecuo de outro objetivo. Este ltimocaso representa um dilema de poltica econmica.

    Por exemplo, ao aumentar os gastos pblicos dando aumento para todo ofuncionalismo pblico e realizando obras pblicas, o governo estar aumentando arenda da economia (objetivos: crescimento econmico e aumento do nvel deemprego). No entanto, o aumento de renda provocar, regra geral, aumentogeneralizado da demanda por bens e servios, pois as pessoas, com mais rendacirculando, tendero a aumentar o consumo de bens de uma forma geral. A esseaumento generalizado da demanda chamamos de aumento da demanda agregada.Esse aumento da demanda agregada, por sua vez, provocar aumento de preosna economia. Dizemos, nesse caso, que a poltica econmica exerceu pressesinflacionrias no mercado. Veja que h um dilema: ao aumentar o nvel de empregoe fazer crescer a economia, o governo, ao mesmo tempo, faz crescer a inflao. Emeconoms, quando h dilemas de escolha, referimo-nos a isso como um trade-off.

    Logo, h trade-offentre crescimento econmico e inflao.

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    Nota: no se preocupe, neste momento, em entender as relaes de causa e efeitoque eu coloquei entre aumento de renda, preos, demanda agregada, etc. Agora, oque eu quero que voc entenda somente o significado de trade-off, em umcontexto da adoo de polticas econmicas.

    Durante o processo de atingimento dos objetivos de poltica econmica, osgovernos a todo o momento enfrentam trade-offs. Ao buscar o controle da inflao,o governo pode aumentar o desemprego, dado que tais polticas anti-inflacionriasretraem a demanda agregada, provocando retrao da produo e, portanto, doemprego. Ocorre outro trade-offentre crescimento e equidade. Muitos afirmam quea maneira mais rpida de crescer atravs da distribuio desigual de renda, emque seria mais fcil realizar polticas pblicas que visassem ao aumento dos lucrose da poupana dos mais ricos, para depois haver distribuio dos excedentes populao mais pobre (teoria do bolo1).

    Estrutura da Macroeconomia: Os tipos de mercados

    A Macroeconomia trata a economia como se ela fosse dividida em uma partereal e uma parte monetria, divididas em quatro mercados: o mercado de bens eservios, o mercado de trabalho, o mercado financeiro (moeda e ttulos) e omercado cambial (de moeda estrangeira), conforme se v no quadro 01:

    Quadro 01: MERCADOS VARI VEIS DETERMINADAS

    Parte real daeconomia

    Mercado de bens e

    servios

    Produto/renda nacional

    Nvel geral de preos

    Mercado de trabalhoNvel de empregoSalrio monetrio (W)

    Parte monetriada economia

    Mercado financeiro(monetrio e ttulos)

    Taxa de jurosEstoque de moeda

    Mercado de divisas2(mercado cambial)

    Taxa de cmbio

    Para saber como anda o mercado de bens e servios, devemos saber qual

    a soma de todos os bens e servios produzidos pela economia durante certoperodo de tempo ( a definio de produto nacional, a qual veremos mais a fundona prxima aula). A mdia de preos destes bens e servios produzidos chamadade nvel geral de preos.

    Para sabermos sobre o mercado de trabalho, verificamos o nvel deemprego, bem como o nvel de salrios (ou taxa salarial, ou o salrio monetrio).

    1 A Teoria do Bolo diz que primeiro o bolo deve crescer para depois ser repartido, e no o contrrio.Fazendo um paralelo com a economia: em primeiro lugar, a economia deveria crescer para, depois,em segundo momento, haver preocupao com questes de equidade (distribuio de renda).2 Divisas = moeda estrangeira.

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    No mercado monetrio, determinam-se as taxas de juros e a quantidade demoeda (demanda por moeda) necessria para os agentes efetuarem as transaeseconmicas. No mercado de ttulos (ttulos do governo, aes, fundos de renda fixa,etc), determinam-se, alm da taxa de juros, o preo e a quantidade de ttulos. Como

    a taxa de juros determinada tanto no mercado monetrio como no mercado dettulos, bastante comum analisar esses dois mercados como se fosse um s: omercado financeiro.

    No mercado cambial (de divisas), determina-se a taxa de cmbio, que opreo da moeda nacional em relao a uma moeda estrangeira. medida que umpas realiza transaes com o resto do mundo, necessrio que os preos dosdiferentes pases sejam comparados. Para isso, deve-se converter uma moeda namoeda de outros pases. Assim, a taxa de cmbio permite calcular a relao detroca, ou seja, o preo relativo de diferentes moedas.

    Os gastos do governo e a oferta de moeda no so determinados pornenhum desses mercados, mas sim de forma autnoma pelas autoridades. Sovariveis determinadas institucionalmente, ou seja, so decises que fogem dosmodelos econmicos. Dizemos que elas so variveis exgenas (determinadasexogenamente, externamente). Em outras palavras, o gasto pblico e a oferta demoeda no so determinadas, e sim determinam o comportamento dasvariveis localizadas na coluna da direita do quadro 01.

    O manejo do gasto pblico para alterar as variveis dos mercados o que

    chamamos de poltica fiscal. A utilizao da oferta de moeda como forma de alteraras mesmas variveis chamada de poltica monetria. Por meio dessas duasprincipais formas de poltica econmica (fiscal e monetria), o governo tenta atingirde forma equilibrada os objetivos da poltica macroeconmica.

    Caiu na prova:

    01. (ESAF APO/MPOG 2010) - A macroeconomia trata os mercados deforma global.

    GABARITO: CERTO

    02. (ESAF APO/MPOG 2010) - A Macroeconomia divide a Economia emquatro mercados: o mercado de bens e servios, o mercado de trabalho, omercado financeiro e o mercado cambial. No mercado de trabalho, sodeterminadas quais das seguintes variveis macroeconmicas:a) nvel de emprego e salrio real.b) nvel de emprego e salrio monetrio.c) nvel geral de preos e salrio real.d) salrio real e salrio monetrio.e) nvel de emprego e nvel geral de preos.

    Comentrios:

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    Pelo que foi exposto no quadro 01, so definidos no mercado de trabalho o nvel deemprego e o salrio monetrio.

    A meu ver, esta questo apresenta problemas, pois a assertiva A tambm pode serconsiderada correta, pois o salrio real tambm pode ser determinado no mercado

    de trabalho. Pelo menos agora, no vou explicar por que eu acho isso, poisprecisaramos entender as diferenas entre salrio monetrioe salrio real, e issos ser explicado na aula 04. Por enquanto, tenha em mente que, para a ESAF, omercado de trabalho define o nvel de emprego e o salrio monetrio, exatamentecomo foi colocado no quadro 01, da pgina 09.

    GABARITO: B

    .................

    Bem, esses assuntos que foram explicados so introdutrios e no caemregularmente em prova (podem cair, mas muito difcil de serem cobrados). Noentanto, eles so importantes, pois nos do uma viso geral sobre a matria. Assim,pelo menos at este momento, no se preocupe tanto em fazer resumos ou ficardecorando o que foi explicado neste item introdutrio, ok?! Nossa inteno foiapenas quebrar o gelo.

    Preocupe-se mais com o que vem a seguir, as Contas Nacionais3, pois istosim muito importante e questo certa de ser cobrada na sua prova para AFRFB.

    3 Na verdade, nesta aula demo, ns estudaremos apenas alguns conceitos subjacentes ao estudo dasContas Nacionais. Veremos apenas alguns dos agregados macroeconmicos e algumas identidadesmacroeconmicas. Na aula 01, estes conceitos sero importantes no momento em que comearmosa deduzir as diversas frmulas que vocs precisam saber para acertar as questes de prova.

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    1. CONTAS NACIONAIS

    O objetivo da contabilidade nacional proporcionar s autoridadeseconmicas do governo uma medida macro do desempenho da economia em

    determinado perodo de tempo. So informaes relevantes: quanto se produz,quanto se consome, quanto se investe, importa, exporta, etc.

    a partir dessas informaes que o formulador de polticas pblicas tomaras decises visando a determinados objetivos. Por exemplo, se o governo dispuserde dados adequados que digam que o nvel de emprego est diminuindo, elepoder adotar medidas econmicas para impedir o aumento do desemprego.

    Assim, veja que, em primeira anlise, so as contas nacionais que permitemao governo avaliar como est a sade da economia de uma forma geral. Da

    mesma maneira que uma empresa avalia o seu balano patrimonial e demonstrativode resultado para verificar a sua situao econmico-financeira, o governo avalia asuas contas nacionais.

    Desta forma, vemos que a partir dos dados e estudos previamenteconfeccionados que as polticas econmicas so formuladas e implementadas e noo contrrio. Esses dados, no caso da macroeconomia, so as contas nacionais.

    Segundo Simonsen e Cysne4, a contabilidade nacional desenvolve-se a partirde sete conceitos bsicos: produto, renda, consumo, poupana, investimento,

    absoro e despesa (dispndio). Falemos sobre cada um deles:

    1.1. PRODUTO (P)

    O produto o valor de mercado de todos os bens e servios finaisproduzidos em um pas durante um perodo de tempo (tipicamente um ano). NoBrasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) compila os dadosnecessrios para o clculo do produto. O IBGE emite relatrios sobre o produto acada trs meses. O produto um conceito central em macroeconomia, por isso

    precisamos examinar sua definio cuidadosamente.O produto medido usando valores de mercado (valores monetrios), e

    no quantidades: a palavra valor importante na definio de produto. Emmicroeconomia, medimos a produo em termos de quantidades: o nmero deautomveis produzidos pela FIAT, as toneladas de soja produzidas pelo setoragrcola e assim por diante. Quando medimos a produo total na economia, nopodemos simplesmente somar as quantidades de cada bem e servio porque oresultado seria algo bastante confuso. Imagine o seguinte relatrio do IBGE: oproduto do Brasil em 2010 foi de X toneladas de soja, Y automveis, W litros de

    4 Macroeconomia, Simonsen e Cysne, 4.edio, editora FGV.

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    leite, etc. Seria um relatrio interminvel, no? Em vez disso, medimos a produotomando o valor, em R$, de todos os bens e servios produzidos.

    O produto inclui somente o valor de mercado de bens finais: ao medir oproduto, inclumos somente o valor de bens e servios finais. Um bem ou servio

    final aquele comprado por seu usurio final e no includo na produo denenhum outro bem ou servio. So exemplos de bens finais: um livro vendido a umestudante e uma refeio consumida em um restaurante. Entretanto, se o bem ouservio for usado na produo de outro bem, no considerado bem/servio final,sendo, neste caso, um bem intermedirio. Por exemplo, a FIAT compra pneus daPirelli. Estes pneus no so bens finais, pois so usados na fabricao de outrobem (carro), logo, so bens intermedirios. Agora, quando a Pirelli vende um pneudiretamente a um consumidor que ir substituir os pneus de seu carro, neste caso, opneu um bem final. Utilizamos apenas os bens/servios finais no cmputo doproduto para evitar a dupla contagem. Se inclussemos o valor do pneu quando o

    carro fosse vendido, estaramos fazendo dupla contagem: o valor do pneu seriacontado uma vez quando a Pirelli vendesse o pneu FIAT, e uma segunda vezquando a FIAT vendesse o carro, com o pneu instalado, a um consumidor. Maistarde veremos isso de forma mais clara, atravs de um exemplo numrico.

    O produto inclui somente a produo em determinado perodo detempo: o produto, em 2010, inclui somente os bens e servios produzidos duranteesse ano. Em 2009, apenas os bens e servios produzidos durante aquele ano eassim por diante. Em particular, o produto da economia no inclui o valor de bensusados. Se voc comprar um livro de Macroeconomia em uma livraria, a compra

    ser includa no produto. Se algum tempo depois, j aprovado no concurso pblicode seus sonhos, voc revender esse livro no Mercado livre, essa transao no serincluda no produto. Diante desta parte do conceito de produto, torna-se necessriodiferenciarmos variveis fluxo e variveis estoque.

    Estoques e fluxos

    Um estoque representa uma quantidade mensurada em determinado instante notempo, ao passo que um fluxo significa uma quantidade mensurada durante

    determinado perodo de tempo.O produto uma varivel fluxo: a quantidade de R$ que est sendo produzidaem determinado perodo. Assim, quando voc escuta que o produto do Brasilcorrespondeu a R$ 1,2 trilho em 2009, voc deve compreender que isso significaR$ 1,2 trilho levando em conta somente o ano de 2009 (de modo equivalente,poderamos dizer o produto brasileiro correspondeu a R$ 100 bilhes por ms, oque tambm indica que a varivel do tipo fluxo, uma vez que por determinado

    perodo de tempo).

    Entre exemplos de variveis estoque, medidas em determinados pontos do tempo,temos:

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    Taxa de cmbio (a taxa de cmbio hoje US$ 1 = R$ 1,81); O nvel de reservas internacionais do Brasil US$ 250 bilhes; A divida (ou endividamento) pblica do Brasil de R$ 1 trilho.

    Seguem exemplos de variveis fluxo, medidas por determinado perodo de tempo:

    O produto do Brasil, em 2009, foi no valor de R$ 1 trilho; O gasto pblico, no primeiro trimestre de 2010, foi no valor de 100 mi; O dficit pblico, em 2009, alcanou o valor de R$ 200 milhes.

    Nota todos esses valores so hipotticos, inventados.

    A fim de tornar mais claro o entendimento, segue um exemplo da vida cotidiana: osalrio que voc receber aps passar no concurso ser uma varivel fluxo (umfluxo de renda mensal); j a quantidade de dinheiro que voc ter guardada nobanco ser uma varivel estoque (estoque de dinheiro).

    Assim, depois de tudo que foi dito, conclumos o seguinte sobre o produto:

    medido em unidades monetrias (no Brasil, em reais - R$); a fim de evitar a dupla contagem, consideram-se apenas os bens e servios

    finais; uma varivel fluxo, medida durante determinado perodo de tempo.

    Nota Mais frente, em nossa aula, falaremos mais sobre o problema dadupla contagem e as diversas formas alternativas de se evit-lo na mensurao doproduto.

    1.2. RENDA (Y)

    Antes de falarmos do que renda, necessitamos aprender o que significamos fatores de produo.

    Fatores de produo

    Para produzir os bens e servios de que a sociedade dispe para o seu consumo,as firmas utilizam vrios recursos ou insumos. Elas utilizam matria-prima, mo-de-obra, mquinas, ferramentas, tecnologia, etc. O conjunto destes recursos que asempresas utilizam na produo chamado de fatores de produo. Dentro doestudo de Economia, podemos dividi-los em cinco grandes grupos:

    Capital; Mo-de-obra (trabalho); Tecnologia;

    Recursos naturais (ou terra, ou ainda, matria-prima) e Capacidade empresarial (empreendedora).

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    Nota esta diviso no a mesma em todos os livros. Em alguns deles, no temoscapacidade empresarial, ou tecnologia, ou recursos naturais. Estes gruposcolocados representam a diviso mais abrangente que eu encontrei. Para fins deconcursos, devemos guardar principalmente os fatores capitale trabalho;so elesos fatores de produo clssicos, encontrados em qualquer livro de economia.Seguem os conceitos:

    Capital, em Economia, tem o conceito um pouco diferente do que estamosacostumados em nosso dia-a-dia. Nas nossas vidas, quando ouvimos a palavracapital, quase que imediatamente fazemos a associao a dinheiro. No entanto,economicamente, capital quer dizer, alm de dinheiro, o conjunto de bens de que asempresas dispem para produzir. Assim, o estoque de capital de uma fbrica deautomveis ser o conjunto das instalaes, mquinas, ferramentas, computadores,material de escritrio, enfim, tudo o que utilizado na produo. O estoque de

    capital de um curso para concursos pblicos compreende as salas de aula, ascarteiras, mesas, quadro-negro, projetor multimdia, sistema de som, etc. Assim, ocapital inclui as instalaes, maquinaria, e tambm os estoques ainda no vendidos.Quanto mais estoque de capital (ou bens de capital) tiver a economia, maior ser asua produo. O capital representado pela letra (K).

    Mo-de-obra o prprio trabalho.

    Tecnologia significa o estudo da tcnica. Em Economia, ela representa a formacomo a sociedade vai utilizar os recursos existentes (principalmente, capital e mo-

    de-obra) na produo de bens e servios. Dependendo da tecnologia, sociedadescom pouca mo-de-obra e capital podem, de fato, ser mais produtivas e gerar maisbem-estar sua populao que outras com mais mo-de-obra e capital disponveis.

    Recursos naturais, matria-prima ou terra representam os insumos naturais de quedispe o setor produtivo da economia. Uma reserva de petrleo, um poo de guamineral e uma plantao agrcola seriam exemplos de recursos naturais. Valeressaltar que muitos autores consideram esses fatores de produo dentro doconceito de capital.

    Capacidade empresarial a vontade e o mpeto de produzir. a capacidade dereunir os outros fatores de produo para produzir bens e servios com sucesso.

    Agora que j vimos o que significam os fatores de produo (tambmchamados de insumos de produo), devemos ter em mente que nada neste mundo(ou quase nada!) de graa. Assim, estes fatores de produo tambm tm o seupreo, ou seja, so vendidos. Os donos destes fatores de produo os vendem sempresas, para que estas possam viabilizar a produo.

    Assim, temos o seguinte: as empresas precisam dos fatores de produopara produzir; ao mesmo tempo os donos destes fatores de produo (as famlias)precisam consumir a produo (bens e servios) das empresas. Desta forma, as

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    empresas compram os fatores de produo das famlias, que, por sua vez,compram a produo das empresas.

    Pois bem, o que nos interessa saber neste momento quais so asremuneraes dos fatores de produo. Cada um deles possui uma remunerao

    especfica, conforme segue:

    Fator de produo Remunerao

    CapitalJuros (se for capital em dinheiro) e lucros ouarrendamento/aluguel (se for bens de capital)

    Trabalho Salrios ou ordenadosTecnologia RoyaltiesTerra ou recursos naturais Aluguel ou arrendamentoCapacidade empresarial Lucros

    Finalmente podemos definir o que renda. Renda o somatrio dasremuneraes de fatores de produo (salrios + lucros + juros + aluguis)pagas aos agentes de uma economia durante determinado perodo de tempo.

    Usando abreviaturas: R = w5 + l + j + a. Assim, j acostume seu raciocnioeconmico: em contas nacionais, quando falamos em renda, devemos pensar nelacomo sendo as remuneraes dos fatores de produo da economia. Seguemcomentrios extras em relao ao importante conceito de renda:

    Em primeiro lugar, omitimos o arrendamento e os royalties, pois,

    normalmente, os livros e as questes de concurso tambm o fazem. Mas saiba queeles so sim remuneraes de fatores de produo.

    Segundo, veja que, assim como o produto, a renda uma varivel fluxo ( arenda de determinado perodo de tempo, em geral, um ano).

    Por ltimo, h uma relao de causa e efeito entre renda e produto. Quem responsvel pelo produto? As empresas. Do que as empresas necessitam paraproduzir? Fatores de produo. Quem so os donos dos fatores de produo? Asfamlias que, por sua vez, vendem tais fatores s empresas. Da mesma maneira

    que as empresas pagam rendas (remuneraes de fatores de produo) s famlias,estas pagam s empresas para adquirir a produo. Ou seja, o valor que gastocom rendas (remunerao dos fatores) o mesmo ao que gasto para adquirir oproduto. Da, conclumos que PRODUTO = RENDA.

    Nota Se este ltimo pargrafo lhe pareceu confuso, no se preocupe, mais frente, voltaremos a este tpico quando falarmos das identidadesmacroeconmicas.

    5 Na literatura econmica, referimo-nos a salrios com a letra W, do ingls wage=salrio.

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    1.3. CONSUMO

    O consumo o valor dos bens e servios absorvidos pelos indivduos(famlias e governo) para a satisfao de seus desejos. Ns temos dois tipos deconsumo: o consumo das famlias (C) e o consumo do governo ou tambm

    chamado consumo da administrao pblica (G). Quando se fala em consumo final,isto quer dizer que estamos falando dos dois consumos somados (consumo final =consumo das famlias + consumo do governo). Assim:

    CFINAL = C + G

    O consumo das famlias o valor dos bens adquiridos voluntariamente pelosindivduos no mercado, enquanto o consumo do governo o valor de bens eservios adquiridos pelo governo e que, geralmente, so postos disposio dopblico gratuitamente. Tambm parte do consumo do governo os gastos

    correntes, de custeio (salrios de funcionrios, compra de materiais de escritrio elimpeza, etc).

    Outra observao refere-se ao fato de que, na contabilidade nacional,consideramos como governoapenas a administrao direta (as trs esferas: federal,estadual e municipal) e as autarquias; e apenas as despesas correntes 6, quefinanciam a atividade governamental (salrios de funcionrios pblicos, compras debens e servios que mantm a mquina pblica, etc). Ou seja, as despesas decapital no so classificados como gastos/consumo do governo.

    Por ltimo, vale ainda ressaltar que:

    Os gastos de investimentos (compra de bens de capital7 ou simplesmentedespesas de capital), ainda que sejam realizados pelo governo, no soclassificados como consumo do governo (G), mas sim como investimento (I).Assim, o investimento pblico (investimento feito pelo governo) no considerado consumo do governo (G) nas contas nacionais, sendoenquadrado, pois, como investimento (I).

    As despesas das empresas pblicas8 e sociedades de economia mistatambm no so consumo do governo, pois elas no fazem parte da

    6Despesas correntes so, em suma, despesas de custeio (salrios, materiais de escritrio, servios delimpeza das reparties, etc), enquanto as despesas de capital (despesas de investimentos) sovoltadas para a execuo de obras pblicas, aquisio de bens de capital, de imveis novos, etc. Valedestacar que essas definies, em economia, so mais genricas que aquelas encontradas nosmanuais de Oramento ou Contabilidade Pblica.

    7Bens de capitalso bens que sero utilizados no processo produtivo. Nesse sentido, eles servempara aumentar a capacidade produtiva da economia (exemplo: mquinas, ferramentas, etc).

    8 Aqui conceituamos empresas pblicas em sentido amplo, no se confundindo, pois, com o conceitoestudado no direito administrativo. Empresa pblica, para a contabilidade nacional, significaqualquer entidade que seja propriedade do governo (ou o governo detenha participao), mas queexplore atividade econmica, similarmente ao que ocorre com uma empresa privada. Por isso, em

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    administrao direta. Elas so tratadas simplesmente como empresas(privadas) na contabilidade nacional.

    Os pagamentos com aposentadorias, penses e despesas no estiloassistncia social (salrio famlia, seguro-desemprego, bolsa-famlia, pr-uni,

    etc) tambm no so enquadrados como consumo do governo, mas simcomo transferncias(transf).

    1.4. POUPANA9 (S)

    Poupana a renda no consumida (S=YC). Ns temos trs tipos depoupanas: poupana privada (SP), poupana pblica (SG) e poupana externa oudo resto do mundo (SEXT). O somatrio da poupana privada com a poupanapblica nos remete poupana interna (SINT). Assim, temos:

    S = Y CS = SINT+ SEXT

    S = SP+ SG+ SEXT

    1.4.1. Poupana do setor privado (SP)

    De forma resumida, sem entrar em maiores detalhes, podemos definir apoupana do setor privado como sendo a renda de que dispem as famlias menoso que elas gastam com consumo e impostos. Enfim, por agora, adote o seguinte: o que sobra da renda depois dos gastos (poupana privada = renda gastos).

    1.4.2. Poupana do governo (SG)

    A fim de definirmos poupana pblica, devemos, antes, explicar algunsconceitos:

    Impostos diretos (ID): so os impostos que incidem sobre a renda e sobre apropriedade, englobando tambm as contribuies parafiscais. Exemplos:Imposto de renda (pessoa fsica e jurdica), IPTU, IPVA, PIS, CSLL, etc.Recebem esse nome pois quem arca com o pagamento exatamente aquelesobre o qual recai a incidncia.

    Impostos indiretos (II) ou impostos sobre produtos: so os impostos queesto embutidos nos preos dos bens e servios, ou seja, so impostos queincidem sobre a produo da economia. Exemplos: ICMS, IPI, ISS, etc.Recebem esse nome porque incidem sobre os bens e servios e sorecolhidos pelas empresas que os vendem, mas, em ltima anlise, quem

    contas nacionais, tais empresas pblicas so tratadas como se fossem empresas privadas (seusgastos no so considerados consumo do governo).

    9Utiliza-se a letra S para se referir poupana devido ao termo em ingls: saving.

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    arca com parte de seu nus so os consumidores. Da, o termo impostosindiretos. Na doutrina econmica, utilizamos o termo impostos indiretos,entretanto, no sistema de contas nacionais adotado pelo IBGE, anomenclatura utilizada impostos sobre produtos, que se subdividem emimpostos de importaoe demais impostos sobre produtos (impostos sobreprodutos = impostos de importao + demais impostos sobre produtos).Como muitas questes de prova so retiradas literalmente do sistema decontas do Brasil, bastante comum aparecer o termo impostos sobreprodutos(ou impostos de importao e demais impostos sobre produtos) emvez de impostos indiretos. apenas uma questo de nomenclatura que vocdeve ficar atento.

    Outras receitas correntes do governo (ORG): o governo recebe dividendosdas empresas pblicas, tendo em vista que ele possui participaes nestasempresas. Esses dividendos fazem parte das ORG. Outras receitas que

    fazem parte das ORG so as rendas que o governo recebe na condio delocador de imveis (os aluguis). Assim, as ORG so os dividendos e osaluguis. As ORG so obtidas a partir da prpria explorao do patrimniopblico (receitas originrias), enquanto os impostos so obtidos a partir dopatrimnio de terceiros (receitas derivadas).

    Transferncias (transf): so os pagamentos realizados pelo governo spessoas, s empresas e ao resto do mundo sem que haja qualquercontrapartida de servios. Exemplos: aposentadorias, penses, donativos,programa bolsa-famlia10. Por representarem uma situao em que o governo

    d renda s pessoas, as transferncias podem tambm ser entendidascomo impostos diretos com o sinal trocado (impostos diretos negativos).Nota Os juros da dvida interna11 que o governo paga aos possuidores dettulos pblicos tambm so contabilizados como transferncias (segundoSimonsen e Cysne, uma classificao questionvel, mas a convenoadotada!).

    Subsdios sobre produtos (sub): so voltados especificamente para o setorprodutivo da economia e, ao contrrio das transferncias, tm umacontrapartida. Neste caso, o governo paga s empresas para que estasvendam determinado bem a um preo menor que aquele que seria cobradoem condies normais. O objetivo do subsdio tornar mais barato aoconsumidor o preo final de algum produto. Por visarem especificamente produo, os subsdios podem ser tecnicamente definidos como impostosindiretos negativos. Exemplo: o governo subsidia a produo do combustvel

    10 sabido que h alguns pr-requisitos para garantir o recebimento dos benefcios do programabolsa-famlia, mas no consideramos esses requisitos a serem cumpridos como servios prestadosao governo como contrapartida pelo pagamento dos benefcios do programa de distribuio derenda citado.

    11 Os juros (pagos) da dvida interna so contabilizados como transferncias, enquanto os juros dadvida externa so contabilizados em ORG (havendo pagamento de juros da dvida externa, haverreduo do saldo de ORG).

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    Diesel, por isso, encontramos este combustvel mais barato que a gasolinanas bombas dos postos (o motivo a reduo dos custos de frete, tendo emvista que a produo brasileira escoada principalmente atravs do meio detransporte rodovirio).

    Renda lquida do governo (RLG): a soma dos impostos indiretos,impostos diretos e outras receitas do governo menos as transferncias e ossubsdios. RLG=II+ID+ORGTransSub

    Poupana do governo (SG): finalmente chegamos ao conceito pretendido. Apoupana do governo o que ele aufere menos o que ele gasta. Assim,basta somarmos as entradas de dinheiro menos as sadas. Desta forma:

    SG=II+ID+ORGTransfSubG

    H trs observaes finais a fazer sobre a poupana pblica. Primeiro,observe que a nica diferena entre a SG e a RLG o fato de que, na ltima, nosubtramos o valor do consumo do governo (G), portanto, fique atento, pois SG eRLG so conceitos diferentes! Segundo, a poupana do governo tambm pode serchamada de saldo do governo em conta corrente, alis, esta ltima nomenclatura a que consta no rol do sistema de contas nacionais utilizado pelo IBGE. Terceiro,note-se que o governo pode ser deficitrio em seu oramento mas apresentar umapoupana positiva. Isto pode acontecer porque o conceito de poupana do governono inclui as despesas de capital (as despesas a ttulo de investimentos).

    Em provas de concursos, quando for necessrio calcular o saldo do governoem conta corrente (SG), se voc no se lembrar da frmula, tente verificar as contasque significam entrada de recursos para o governo e as contas que significam sadade recursos do governo ( algo intuitivo, lembre-se: poupana do governo o quegoverno ganha menos o que ele gasta).

    1.4.3. Poupana externa (SEXT)

    Neste conceito de poupana, a referncia o resto do mundo ( necessrioque isso fique claro!). Assim, se o Brasil gasta mais com importaes do que recebecom as suas exportaes, logicamente, o resto do mundo estar fazendo poupanas custas das transaes econmicas com o Brasil. Em outras palavras, se o Brasil deficitrio nessas transaes externas (importaes, exportaes, transferncias,envio e recebimento de rendas do exterior), o resto do mundo superavitrio e,logicamente, ter poupana externa positiva. Por outro lado, se o Brasil superavitrio nestas transaes externas, o resto do mundo ser deficitrio, tendopoupana externa negativa ou despoupana externa.

    Ento, se em transaes com o exterior, o Brasil deficitrio,necessariamente, o exterior superavitrio, logo haver poupana externa positiva.

    Se, nestas transaes, o Brasil superavitrio, necessariamente, o exterior deficitrio, havendo, portanto, poupana externa negativa (despoupana externa).

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    Em suma, estas transaes com o resto do mundo podem ser resumidas em:

    Importaes e exportaes de bens e servios: as importaes aumentama poupana externa (pois estamos pagando pelos bens e serviosimportados, ou seja, damos dinheiro ao exterior, aumentando a poupanaexterna) ao passo que as exportaes as diminuem (neste caso, o exteriorpaga pelos bens e servios que exportamos, ou seja, ele nos d dinheiro,

    reduzindo a poupana externa).

    Rendas enviadas e recebidas para/do exterior: em primeiro lugar lembreque renda significa remunerao de fator de produo (salrios, aluguis,juros, royalties, lucros). Assim, por exemplo, quando uma filial de empresaestrangeira instalada no Brasil envia lucros para a matriz localizada noexterior12, haver renda enviada ao exterior (aumento da poupana externa).

    Por outro lado, quando uma filial de empresa brasileira instalada no exteriorenvia lucros para a matriz localizada no Brasil13, haver renda recebida doexterior (reduo de poupana externa).Nota A renda enviada ao exterior (REE) menos a renda recebida doexterior (RRE) ou, em uma nomenclatura mais tcnica, a renda enviada aoexterior lquidada recebida chamada de renda lquida enviada ao exterior(RLEE). Assim, RLEE = REE RRE.

    Assim, conclumos que se a RLEE positiva, haver aumento dapoupana externa, caso contrrio, haver reduo da SEXT.

    Ainda em relao s rendas enviadas e recebidas do exterior,

    podemos falar tambm em renda lquida recebida do exterior (RLRE14

    ), o que um mero jogo de palavras: trocamos a palavra enviada pela palavrarecebida. Neste caso, a RLRE ser a renda recebida do exterior menos arenda enviada ao exterior. Assim, RLRE = RRE REE.

    Logo, verifica-se que se a RLRE positiva, haver reduo dapoupana externa, caso contrrio, haver aumento da SEXT.

    Ressalto ainda que a RLEE ou a RLRE representar o saldo dasrendas transacionadas com o exterior. Ou seja, qualquer remunerao defator de produo que seja enviada ou recebida estar registrada na RLEEou RLRE.Nota 1 no Brasil, utiliza-se na maioria dos casos a RLEE, pois, em nossocaso, as rendas enviadas (REE) superam as rendas recebidas (RRE).

    12 Exemplo desta situao: as filiais da Volkswagen (empresa alem) instaladas no Brasilregularmente enviam parte de seus lucros para a matriz localizada na Alemanha. O envio destaremunerao de fator de produo (lucros) renda enviada ao exterior, o que aumenta a poupanaexterna.

    13 Exemplo desta situao: as filiais da Gerdau (empresa brasileira) instaladas no Chile, regularmente,enviam parte de seus lucros para a matriz localizada no Brasil. O envio desta remunerao de fator

    de produo (lucros) renda recebida do exterior, o que reduz a poupana externa.14

    A RLRE, s vezes, pode tambm ser chamada de RLFE: renda lquida de fatores externos.

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    Transferncias unilaterais (TU): quando o Brasil envia donativos aoexterior, haver aumento da poupana externa. Por outro lado, quando oBrasil recebe doaes do exterior, haver reduo da poupana externa.

    Estas trs transaes (exportaes e importaes de bens e servios, envio

    e recebimento de rendas, e transferncias unilaterais), em conjunto, somadas,formam o nosso balano de pagamentos em transaes correntes ou o saldo emconta corrente do balano de pagamentos (falaremos um pouco mais sobre issoquando estudarmos o balano de pagamentos, na aula 02). Quando os saldossomados indicam que houve mais sada de dinheiro do Brasil do que entrada,haver dficit do balano de pagamentos em transaes correntes, o que equivalente a dizer que houve poupana externa positiva.

    Assim, podemos dizer que a SEXT o mesmo que dizer dficit do balano depagamentos em transaes correntes15. Se houver supervit em transaes

    correntes, teremos SEXT negativa. Outras nomenclaturas tambm usadas e que sosinnimos de poupana externa so: passivo externo lquido ou transferncias

    de capital enviadas ao resto do mundo16. Assim:

    Dficit no BP em TC = Saldo negativo em CC no BP = Poupana externa positiva =

    Passivo externo lquido = Transferncias de capital enviadas ao resto do mundo

    Se chamarmos o saldo de transaes correntes do balano de pagamentosde T e a poupana externa de SEXT, teremos:

    +SEXT=

    T

    Agora vamos montar a frmula para a poupana externa, lembrando que todaoperao que representa sada de dinheiro do Brasil e entrada de dinheiro para oresto do mundo deve estar com o sinal positivo. Desta forma:

    SEXT= (M X) + RLEE +/- TU

    Onde,M= importaes de bens e servios, (usa-se M devido ao ingls: IMPORT)X= exportaes de bens e servios, (usa-se X devido ao ingls: EXPORT)RLEE = renda lquida enviada ao exterior (REE RRE),TU = transferncias unilaterais (elas podem ser recebidas ou enviadas, por isso, nosabemos o sinal certo, da usamos +/- na frmula. Ser + se for TU enviada; ser- se for TU recebida).

    15 Tudo ficar mais claro ao estudarmos o Balano de Pagamentos, na aula 02. L voc ver emmaiores detalhes o que significa o saldo de transaes correntes.

    16 Se houver transferncias de capital enviadas ao resto do mundo, haver SEXT positiva, pois o restodo mundo est recebendo as transferncias. Se houver transferncias de capital recebidas do restodo mundo, haver SEXT negativa, pois o resto do mundo estar enviando as transferncias(diminuindo sua poupana).

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    Veja que as importaes significam sada de dinheiro do Brasil (aumento depoupana externa), logo esto com sinal positivo. O mesmo raciocnio explica osinal negativo das exportaes e positiva da RLEE (se fosse RLRE, deveria estarcom sinal negativo). Se houver recebimento de transferncias unilaterais, elas seroregistradas com sinal negativo, uma vez que reduzem a poupana do resto do

    mundo; havendo transferncias enviadas, sero registradas com sinal positivo.

    bom tambm frisar que a letra M significa importaes de bens e servios,enquanto X significa exportaes de bens e servios. Sublinhei a palavra serviosnos dois casos pois comum os estudantes pensarem que X e M significam apenaso saldo da balana comercial (exportao e importao de bens somente, excluindoos servios), o que no verdade.

    Todos os saldos das transaes com o exterior que envolvem remuneraesde fatores de produo so registradas no item RLEE, por isso, muitas vezes, o item

    RLEE denominado servios fatores (em aluso ao fato de significarempagamentos pela utilizao de fatoresde produo).

    De forma anloga, o X pode aparecer com a denominao de exportaes deno fatoresou ainda exportaesde bens e servios no fatores(em aluso ao fatode no terem relao com fatores de produo j registrados em RLEE). De igualmaneira, o M pode aparecer com a denominao de: importao de no fatoresouainda importaes de bens e servios no fatores. As abreviaturas nestes casospodem aparecer assim: XNF e MNF.

    1.4.4. Poupana interna (SINT)

    A poupana interna nada mais que a soma das poupanas privada e dogoverno. Logo, SINT = SP + SG.

    O principal objetivo deste tpico alertar-lhes para o fato de que a SINT podeapresentar outra nomenclatura: que simplesmente poupana bruta ou aindapoupana bruta do Brasil.

    1.5. INVESTIMENTO (I)

    Em Economia, investimento tem uma conotao diferente da que usamos emnossas vidas reais. No dia a dia, para ns, investimento quando voc compra algo(um ttulo ou imvel, por exemplo) para vender mais tarde auferindo lucro. EmEconomia, entretanto, isso no correto: investimento o acrscimo do estoquefsico de capital. Como capital o conjunto de bens de que dispem as empresaspara produzir, ns temos que o termo investir, em Economia, significa,obrigatoriamente, comprar ou produzir bens que aumentaro a produo daeconomia, caso contrrio no ser investimento.

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    Se uma empresa decide comprar maquinrio (capital) a fim de aumentar aproduo, isso ser considerado um investimento. Se o Estratgia Concursosdecide lanar um novo curso, um investimento (h aumento de produo, nestecaso, representado pela prestao de um servio). Se uma firma decide produzirmais mercadorias (aumentando a simplesmente carga de trabalho dos funcionrios,

    por exemplo), estar investindo, pois isto significa gastos que visam ao aumento deproduo da economia. Assim, percebe-se que h dois tipos de investimento: umfixo (compra de bens de capital) e outro varivel (estoques de produtos ouprestao de servios). A parte fixa o que chamamos de formao bruta decapital fixo (FBKF); a parte varivel o que chamamos de variao de estoques(E). Assim:

    I = FBKF + E

    A FBKF compreende a compra de bens de capital, que sero usados pelas

    empresas para produzir, e a compra ou construo de edificaes novas (prdios,escritrios, galpes, etc). A E (EFINAL EINICIAL) compreende a variao deestoques. Se houver aumento de estoques, o E ser positivo e haver aumento deinvestimento. Caso o estoque seja vendido ao consumidor, ele deixar de fazerparte do conceito investimento (I), pois deixar de ser estoque.

    O conceito de investimentospode aparecer com a nomenclatura de taxa deacumulao de capital(em aluso ao fato de que acumular capital significa investir)ou ainda formao bruta de capital (no confunda com FBKF, esta apenas umaparte dos investimentos, enquanto a formao bruta de capital, sem a palavra fixo

    ao final, o prprio investimento).Assim:

    Formao bruta de capital = taxa de acumulao de capital = investimentos =

    formao bruta de capital fixo(FBKF) + variao de estoques (E)

    Detalhe importante: se voc comprar um imvel ou um maquinrio (bem decapital) usado, isso no investimento, pois voc no aumenta a produo daeconomia. Se voc compra uma ao na bolsa de valores, isto tambm no investimento, pois no h aumento de produo. Neste ltimo caso, apenas umaoperao financeira, mesmo que voc compre a ao cotada em bolsa por R$ 1,00real e venda por R$ 10,00 reais, em contabilidade nacional, no consideramos taloperao como sendo investimento.

    1.5.1. Investimento bruto (IB) x lquido (IL)

    Em contabilidade nacional, quando nos referimos ao conceito deinvestimento, estamos, na verdade, fazendo aluso ao conceito bruto. Ele sediferencia do conceito lquido em virtude de no levar em conta as depreciaes.

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    A depreciao (dep) o desgaste natural que os bens de capital sofrem acada perodo produtivo. Assim, quando uma empresa compra uma mquina novapor R$ 10.000,00, depois de um ano, seu valor ser menor. Essa reduo de valorprovocada pelo desgaste de uso da mquina a depreciao. Parte dos novosinvestimentos realizados em uma economia serve para cobrir esse desgaste dos

    bens de capital.

    a depreciao que diferencia os conceitos de investimento bruto e lquido,sendo que:

    IL = IB Dep

    Nota a depreciao existe no s no conceito de investimentos, mastambm quando falamos em poupanae produto. Em qualquer caso, lembre-se deduas coisas:

    1 durante a aplicao de frmulas nas contas nacionais, usamos, via deregra, o conceito bruto. Por exemplo, se a questo pedir simplesmente o valor dapoupana ou investimento, sem falar se o valor bruto ou lquido, ela est querendoo conceito bruto. Assim, poupana privada o mesmo que poupana bruta do setorprivado; poupana do governo o mesmo que poupana bruta do governo.

    2 em qualquer caso (vale tambm para o produto e para a poupana), oraciocnio o mesmo: o lquido sempre igual ao bruto menos a depreciao.Assim: Lquido = Bruto Dep.

    1.6. DESPESA ou DEMANDA (DA)A economia como um todo possui quatro tipos de agentes, cada um

    possuindo o seu gasto, conforme segue:

    Agente da economia17 Gasto do agenteFamlias C consumoEmpresas I investimentoGoverno G gasto do governoResto do mundo X exportaes

    Esse quadro nos ajudar a entender como se monta a equao da despesaagregada18. Primeiro, vamos dar a definio de despesa:

    17 Quando falamos em economia fechada e sem governo, estamos falando que h apenas os agentesfamlias e empresas. Se a economia aberta e sem governo, h os agentes famlias, empresas eresto do mundo. Se a economia aberta e com governo, h todos os agentes.

    18 Em Macroeconomia, comum usarmos o termo agregado(a) para salientarmos o fato de queestamos tratando de toda a economia. Assim, ao falarmos despesa agregada, produto agregado ourenda agregada, estamos querendo falar da economia como um todo. uma questo meramentesemntica.

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    Despesa o total dos gastos efetuados pelos agentes econmicos naaquisio dos bens e servios finais produzidos pela sociedade durantedeterminado perodo de tempo. Veja que este conceito uma mera consequnciado conceito de produto. Ora, se o produto o valor dos bens e servios produzidospela sociedade, e a despesa o total dos gastos com a aquisio destes bens e

    servios finais, podemos concluir o seguinte:

    A despesa agrega os possveis destinos do produto, afinal, a economiaproduz (produto) para que a sociedade consuma (despesa).

    Como os conceitos tratam do mesmo valor (os bens e servios que soproduzidos vo para o consumo), sabemos ento, com certeza, quePRODUTO = DESPESA.

    Agora que definimos despesa, podemos montar a sua equao. A despesa

    agregada a destinao do produto. Ou seja, ela agrega as despesas de todos osagentes da economia na compra do que foi produzido por toda a economia.Somando as despesas de todos os agentes, na compra do que foi produzido, temosque a despesa agregada ser: C + I + G + X M. Assim:

    Despesa agregada (DA) = C + I + G + X M

    Primeiro, voc deve estar se perguntando: donde surgiu este M(importaes)? Se voc prestar ateno ao conceito de despesa, ver que ele serefere s despesas dos agentes com a compra daquilo que foi produzido pela

    economia. As importaes representam a produo do resto do mundo e no aproduo de nossa economia, logo, elas no fazem parte do conceito de despesaagregada. No entanto, os bens importados esto computados nos gastos dasfamlias, empresas e governo (no C, no I e no G), uma vez que estes agentescompram bens importados. Ento, temos um problema: os gastos com importaesesto no C, I e G, contudo, no fazem parte do conceito de despesa. Assim, pararesolver este problema e para que a equao seja a representao fidedigna doconceito de despesa, devemos subtrair as importaes da equao. Ou seja, oconceito de despesa no leva em conta as importaes, por isso, elas aparecemcom sinal negativo na expresso.

    Segundo, voc pode se perguntar se, mesmo no caso de haver produo queno seja consumida, o produto ser igual despesa. A resposta sim, pois, nestecaso, a produo no consumida, ou em excesso, ficar na forma de estoques (itemI investimentos). Se o produto for perecvel e no for consumido e nemaproveitado na forma de estoques, ser considerado gasto do empresrio (consumodas famlias).

    Por fim, ressalto que a despesa uma varivel fluxo, assim como o produto,at porque produto=despesa.

    Nota 1 despesa agregada o mesmo que demanda agregada.

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    Nota 2 a expresso (X M) representada na equao da despesa agregadatambm chamada de exportaes lquidas(NX) e significa exportaes lquidasde bens e servios no fatores (no o saldo da balana comercial, em que soexcludos os servios).Nota 3 a hiptese que eu apresentei para demonstrar a equao da despesa

    agregada bastante simplificadora. H algumas omisses que, no entanto, no lheimpediro de acertar as questes de provas.

    1.7. ABSORO INTERNA (AI)

    Absoro (interna) a soma do consumo final (consumo das famlias +consumo do governo) com o investimento. Trata-se do valor dos bens e serviosque a sociedade absorve em determinado perodo de tempo ou para o consumo deseus indivduos/governo ou para o aumento do estoque de capital. Assim:

    AI = C + I + G

    Numa economia fechada, sem a presena do agente resto do mundo, aabsoro interna ser igual despesa agregada. Basta comparar as equaes daAI e DA e considerar que, em uma economia fechada, no temos os itens X e M daequao da DA. Neste caso, AI=DA.

    Numa economia aberta, os dois agregados podem ser diferentes. Se aeconomia exporta mais bens ou servios do que importa, a despesa agregada ser

    maior que a absoro interna. Como a despesa agregada igual ao produto,sabemos que parte da produo total no absorvida pelo pas, mas pelo exterior(o produto superior absoro).

    Por outro lado, se a economia mais importa bens e servios do que exporta,a despesa agregada ser menor que a absoro interna. Como despesa igual aproduto, sabemos que a absoro interna maior que o produto. Esse excesso deabsoro suprido pelas importaes de bens e servios.

    Assim, no caso da economia aberta, conclumos que o excesso (negativo oupositivo) do produto sobre a absoro coincide com o saldo das exportaeslquidas (X M).

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    1.8. IDENTIDADES MACROECONMICAS FUNDAMENTAIS

    1.8.1. PRODUTO=RENDA=DESPESA19

    Nos itens 1.2, Renda, e 1.6, Despesa, foram demonstrados semanticamente,

    usando o significado dos conceitos, que: produto=rendae produto=despesa; o quenos leva a concluir que produto=renda=despesa.

    Tentarei explicar o porqu da forma mais intuitiva possvel. Suponha que aproduo de um pas se resuma a este curso de Economia do Estratgia Concursosque voc adquiriu (R$ 98,00). Eu lhe pergunto: quais os valores do produto,despesa e renda?

    Produto o bem ou servio final: R$ 98,00. Despesa o gasto total dosagentes da economia: R$ 98,00. Renda o somatrio das remuneraes dos

    fatores de produo: R$ 98,00 ( com estes R$ 98,00 que o professor serremunerado salrio o dono do curso ser remunerado lucro o dono dodinheiro que foi emprestado juros e outras remuneraes de fatores deproduo que sejam necessrias). Ou seja, para qualquer operao na economia, odinheiro gasto pelos agentes na aquisio de bens e servios (despesa) ser igualao prprio valor de venda dos bens e servios produzidos (produto). O valorrecebido pelos produtores servir para remunerar os fatores de produo (rendas:salrios, lucro, aluguis, juros, etc). Assim, teremos sempre que:

    Produto = Renda = Despesa

    Vale ressaltar que muitas vezes colocada a palavra agregada junto com ostermos, o que significa a mesma coisa (produto=produto agregado; renda=rendaagregada; e despesa=despesa agregada).

    1.8.2. INVESTIMENTO=POUPANA

    Numa economia fechada e sem governo (no tem G nem XM na despesaagregada), a produo (P) de bens finais ter apenas duas utilizaes: ou serconsumida pelas famlias (consumo das famlias) ou ser acumulada pelasempresas, como investimentos (sob a forma de bens de capital e/ou de variao deestoques). Assim:

    P = C + I

    19Ns colocamos o sinal de igualdade (=), mas o mais correto seria o sinal de identidade (), pois a

    identidade uma tautologia, sempre verdadeira e jamais pode ser refutada, ao contrrio daigualdade. Exemplo: 1+1=2, j 22 (esta ltima identidade jamais poder ser refutada, ao passo que

    a primeira pode. Ademais, no se pode dizer, por exemplo, que 1+12, somente 22). Isto apenasuma curiosidade, fique tranquilo, pois nunca vi isso cair em concursos, ok?!

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    Por outro lado, sabe-se que a renda (R) da economia tem duas utilizaes:ou apropriada para consumo (C) ou vira poupana (S). Assim:

    R = C + S

    Como sabemos, produto=renda=despesa, logo, P ser igual a R:

    P = RC + I = C + S

    I = S

    Portanto, sabemos que as poupanas realizadas pelas famlias quefinanciam os investimentos totais realizados pelas empresas. Observe que estaidentidade I=S um mero desenvolvimento da identidade produto=renda=despesa,pois foi a partir desta que foi possvel chegarmos quela.

    Se supusermos agora que estamos em uma economia completa (aberta ecom governo), teremos as seguintes expresses, muito cobrada em provas:

    I = SP+ SG+ SEXTFBKF + E = SP+ SG+ SEXT

    Como SP+SG=SINT(poupana interna), podemos ainda definir assim:

    I = SINT+ SEXTFBKF + E = S

    INT+ SEXT

    Assim, vemos que so as poupanas que financiam os investimentos daeconomia. Parte desses investimentos financiada pela poupana privada, partepela poupana pblica e parte pela poupana externa.

    Os recursos das poupanas so convertidos em investimentos por intermdiodo sistema financeiro. A renda no consumida pelos agentes aplicada naaquisio de ativos financeiros que rendem juros. As instituies financeiras, porsua vez, utilizam os recursos captados para emprestar s empresas, que podemefetuar esses investimentos.

    No caso da poupana total (SP + SG + SEXT) ser maior que o investimentototal (FBKF + E), temos capacidade de financiamento. Por outro lado, seinvestimentos totais so maiores que a poupana total, temos necessidade definanciamento. Assim:

    S > Icapacidade de financiamento,

    I > Snecessidade de financiamento.

    .... Continuamos o assunto na aula 01 ;-)

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    Bem pessoal, por hoje s!

    Ainda h muito que falarmos sobre Contas Nacionais. Na aula 01, euterminarei a parte terica do assunto, e aprenderemos alguns macetes para resolveras questes da ESAF. Tambm resolveremos (muitas) questes de prova,especialmente da ESAF.

    Aguardo vocs na aula 01!

    Abraos e bons estudos!

    Heber [email protected]

    LISTA DAS QUESTES APRESENTADAS

    01. (ESAF APO/MPOG 2010) - A macroeconomia trata os mercados deforma global.

    02. (ESAF APO/MPOG 2010) - A Macroeconomia divide a Economia em

    quatro mercados: o mercado de bens e servios, o mercado de trabalho, omercado financeiro e o mercado cambial. No mercado de trabalho, sodeterminadas quais das seguintes variveis macroeconmicas:a) nvel de emprego e salrio real.b) nvel de emprego e salrio monetrio.c) nvel geral de preos e salrio real.d) salrio real e salrio monetrio.e) nvel de emprego e nvel geral de preos.

    GABARITO

    01C02B

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]