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Direito Processual Penal – PC-DF (2013) AGENTE DE POLÍCIA Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo – Aula DEMONSTRATIVA Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 77 AULA DEMONSTRATIVA: PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO PROCESSUAL PENAL. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL SUMÁRIO PÁGINA Apresentação e Cronograma 01 I - Introdução 04 II - Ne procedat iudex ex officio 05 III - Devido Processo Legal 07 IV - Da Presunção de Inocência 15 V - Vedação às provas ilícitas 23 VI - Obrigatoriedade de motivação das decisões 26 VII – Publicidade 27 VIII - Isonomia Processual ou par conditio 33 IX - Duplo Grau de Jurisdição 34 X - Do Juiz Natural e do Promotor Natural 36 XI - Aplicação da Lei Processual no espaço 41 XII - Aplicação da Lei Processual no tempo 46 XIII - Disposições preliminares do CPP (Interpretação e Integração da Lei Processual) 58 Resumo da Aula 62 Lista das questões 65 Gabarito 76 Olá, meus amigos! É com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo ESTRATÉGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir para a aprovação de vocês no concurso da POLÍCIA CIVIL DO DISTRITO FEDERAL. Aqui vamos aprender teoria e comentar exercícios sobre DIREITO PROCESSUAL PENAL, para o cargo de ESCRIVÃO DE POLÍCIA. E aí, povo, preparados para receber mais de R$ 7.500,00 mensais?

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AULA DEMONSTRATIVA: PRINCÍPIOS

APLICÁVEIS AO DIREITO PROCESSUAL PENAL.

APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL

SUMÁRIO PÁGINA

Apresentação e Cronograma 01

I - Introdução 04

II - Ne procedat iudex ex officio 05

III - Devido Processo Legal 07

IV - Da Presunção de Inocência 15

V - Vedação às provas ilícitas 23

VI - Obrigatoriedade de motivação das decisões 26

VII – Publicidade 27

VIII - Isonomia Processual ou par conditio 33

IX - Duplo Grau de Jurisdição 34

X - Do Juiz Natural e do Promotor Natural 36

XI - Aplicação da Lei Processual no espaço 41

XII - Aplicação da Lei Processual no tempo 46

XIII - Disposições preliminares do CPP

(Interpretação e Integração da Lei Processual)

58

Resumo da Aula 62

Lista das questões 65

Gabarito 76

Olá, meus amigos!

É com imenso prazer que estou aqui, mais uma vez, pelo

ESTRATÉGIA CONCURSOS, tendo a oportunidade de poder contribuir

para a aprovação de vocês no concurso da POLÍCIA CIVIL DO

DISTRITO FEDERAL. Aqui vamos aprender teoria e comentar exercícios

sobre DIREITO PROCESSUAL PENAL, para o cargo de ESCRIVÃO DE

POLÍCIA.

E aí, povo, preparados para receber mais de R$ 7.500,00

mensais?

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A Banca que irá organizar o concurso é o CESPE/UnB. As provas

estão agendadas para o dia 10.11.2013.

SÃO 300 VAGAS EM DISPUTA!

Bom, está na hora de me apresentar a vocês, não é?

Meu nome é Renan Araujo, tenho 26 anos, sou Defensor Público

Federal desde 2010, titular do 16° Ofício Cível da Defensoria Pública da

União no Rio de Janeiro e mestrando em Direito Penal pela

Faculdade de Direito da UERJ. Antes, porém, fui servidor da Justiça

Eleitoral (TRE-RJ), onde exerci o cargo de Técnico Judiciário, por dois

anos. Sou Bacharel em Direito pela UNESA e pós-graduado em Direito

Público pela Universidade Gama Filho.

Disse a vocês minha idade propositalmente. Minha trajetória de vida

está intimamente ligada aos Concursos Públicos. Desde o começo da

Faculdade eu sabia que era isso que eu queria pra minha vida! E querem

saber? Isso faz toda a diferença! Algumas pessoas me perguntam como

consegui sucesso nos concursos em tão pouco tempo. Simples: Foco +

Força de vontade + Disciplina. Não há fórmula mágica, não há ingrediente

secreto! Basta querer e correr atrás do seu sonho! Acreditem em mim,

isso funciona!

Bom, como já adiantei, neste curso estudaremos todo o conteúdo

de Direito Processual Penal previsto no Edital. Estudaremos teoria e

vamos trabalhar também com exercícios comentados.

Abaixo segue o plano de aulas do curso todo:

Aula DEMONSTRATIVA – 06.08.13

Princípios Constitucionais e gerais do Direito Processual Penal. Aplicação

da Lei processual penal.

Aula 01 – 13.08.13

Inquérito Policial

Aula 02 – 20.08.13

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Provas (Parte I)

Aula 03 – 27.08.13

Provas (Parte II)

Aula 04 – 03.09.13

Lei de Interceptação Telefônica (Lei 9.296/96).

Aula 05 - 10.09.13

Da prisão, das medidas cautelares e da Liberdade Provisória (Parte I).

Prisão temporária (Lei 7.960/89)

Aula 06 - 17.09.13

Da prisão, das medidas cautelares e da Liberdade Provisória (Parte II).

As aulas serão disponibilizadas no site conforme o cronograma

apresentado. Em cada aula eu trarei algumas questões que foram

cobradas recentemente em concursos públicos. Sempre que

possível, trarei questões do próprio CESPE.

No mais, desejo a todos uma boa maratona de estudos!

Prof. Renan Araujo

Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais

(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida

a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os

professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe

adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos.

;-)

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I – INTRODUÇÃO

O estudo de qualquer ramo do Direito, atualmente, se inicia

necessariamente com o estudo das disposições constitucionais a ele

referentes. Não é possível estudar Direito do Trabalho sem estudar os

arts. 6° e 7°, por exemplo, ou estudar Direito Civil sem antes analisar o

art. 5°, XXII.

Esse movimento contemporâneo chamado Constitucionalização do

Direito nos leva a isso. Todo o ordenamento jurídico está impregnado

pela Constituição.

Alguns de vocês talvez ainda não saibam, mas a Constituição é uma

lei (assim como as demais), porém, uma lei de hierarquia superior a

todas as outras. A Constituição Federal não é uma mera “Carta de

recomendações”, mas uma lei, em seu sentido mais estrito, que prevê

regras e princípios dotados de alto valor normativo (Eles estabelecem

deveres de conduta, não apenas recomendações).

Assim, no que se refere ao Direito Processual Penal não é diferente.

Existem inúmeros dispositivos da Constituição Federal que se destinam à

aplicação nesse ramo do Direito que vamos estudar.

Mas porque isso, professor? Isso acontece porque o Poder

Constituinte Originário (Aquele que elabora a Constituição) entende que

algumas questões são de extrema relevância, e devem ser tratadas na Lei

Máxima (Que é a Constituição), não deixando esse regramento ao

legislador ordinário (Poder Legislativo). Desta maneira, ao elevar certas

regras e princípios à Constituição, o Poder Constituinte deu a eles uma

hierarquia mais elevada, de forma a garantir que o legislador

infraconstitucional não venha a suprimi-los.

Feita esta breve introdução, vamos passar à análise específica das

disposições constitucionais aplicáveis ao Processo Penal.

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II – PRINCÍPIO DO “NE PROCEDAT IUDEX EX OFFICIO” OU DA

INICIATIVA DAS PARTES OU DA INÉRCIA

Alguns doutrinadores não consideram este um princípio do processo

penal com base constitucional. Entretanto, é melhor pecarmos pelo

excesso e estudarmos este também, pois há fatores que podem ser

considerados para caracterizá-lo como um princípio de base

constitucional.

Este princípio diz que o Juiz não pode dar início ao processo penal,

pois isto implicaria em violação da sua imparcialidade, já que, ao dar

início ao processo, o Juiz já dá sinais de que irá condenar o réu.

Antigamente, antes do advento da Constituição, havia o chamado

procedimento judicialiforme, no qual o Juiz iniciava, de ofício (sem

provocação), o processo penal das contravenções penais.

Com o advento da nova Constituição esse procedimento não foi

recepcionado (não tem mais vigência, pois contraria a nova Constituição).

Um dos dispositivos constitucionais que dá base a esse entendimento é o

art. 129, I da Constituição Federal:

Art. 129. São funções institucionais do

Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

Percebam que a Constituição estabelece como sendo privativa do MP

a promoção da ação penal pública. Assim, diz-se que o MP é o “titular

da ação penal pública”.

Mas e a ação penal privada, professor? Mais à frente vocês verão

que a ação penal privada é de titularidade do ofendido. Assim, o Juiz já

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não poderia a ela dar início por sua própria natureza, já que a lei

considera que, nesses casos, o interesse do ofendido em processar ou não

o infrator se sobrepõe ao interesse do Estado na persecução penal.

Este princípio é o alicerce máximo daquilo que se chama de sistema

acusatório, que é o sistema adotado pelo nosso processo penal. No

sistema acusatório existe uma figura que acusa e outra figura que julga,

diferentemente do sistema inquisitivo, no qual acusador e julgador se

confundem na mesma pessoa, o que gera parcialidade do julgador,

ofendendo inúmeros outros princípios.

Entretanto, este princípio não impede que o Juiz determine a

realização de diligências que entender necessárias para elucidar

questão relevante para o deslinde do processo. Isso porque no

Processo Penal, diferentemente do que ocorre no Processo Civil, vigora o

princípio da verdade real ou material, não da verdade formal. Assim,

no processo penal não há presunção de veracidade das alegações da

acusação em caso de ausência de manifestação em contrário pelo réu,

pois o interesse público pela busca da efetiva verdade impede isto.

Isto é matéria que, eventualmente, também cai na prova:

(CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO- EXECUÇÃO DE

MANDADOS)

A adoção do princípio da inércia no processo penal brasileiro não

permite que o juiz determine, de ofício, diligências para dirimir

dúvida sobre ponto relevante dos autos.

ERRADA: Como nós vimos, embora vigore no Brasil o princípio da inércia

(ne procedat iudex ex officio), isso não impede que o Magistrado

determine a realização de diligências que repute necessárias à elucidação

de algum fato, em razão do princípio da verdade real, que também

vigora no processo penal.

GABARITO: ERRADA

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(CESPE – 2008 – PC-TO – DELEGADO DE POLÍCIA)

Impera no processo penal o princípio da verdade real e não da

verdade formal, próprio do processo civil, em que, se o réu não se

defender, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor.

CORRETA: Conforme estudamos, no processo penal vigora o princípio da

verdade material, que, em resumo, determina que o Juiz deve buscar

trazer para os autos do processo a verdade dos fatos, esclarecendo

pontos obscuros, até mesmo através de diligências determinadas de

ofício, sem que isso importe em quebra de sua parcialidade.

GABARITO: CORRETA

III – PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (DUE PROCESS OF

LAW)

Esse princípio é o que se pode chamar de base principal do Direito

Processual brasileiro, pois todos os outros, de uma forma ou de outra,

encontram nele seu fundamento. Este princípio está previsto no art. 5°,

LIV da CRFB/88, nos seguintes termos:

LIV - ninguém será privado da liberdade ou

de seus bens sem o devido processo legal;

Assim, a Constituição estabelece que ninguém poderá sofrer privação

de sua liberdade ou de seus bens sem que haja um processo prévio, em

que lhe seja assegurada toda a sorte de instrumentos de defesa.

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Desta maneira, especificamente no processo penal, esse princípio

norteia algumas regras, como o Direito que o acusado possui de ser

ouvido pessoalmente (Sim, o interrogatório é um direito do réu), a fim de

expor sua versão dos fatos, bem como o direito que o acusado possui de

arrolar testemunhas, contradizer todas as provas e argumentos da

acusação etc. Todos eles tiram seu fundamento do Princípio do Devido

Processo Legal.

A obediência ao rito previsto na Lei Processual (seja o rito ordinário

ou outro), bem como às demais regras estabelecidas para o processo é

que se chama de Devido Processo Legal em sentido formal.

Entretanto, existe outra vertente deste princípio, denominada Devido

Processo Legal em sentido material. Nessa última acepção, entende-se

que o Devido Processo Legal só é efetivamente respeitado quando o

Estado age de maneira razoável, proporcional e adequada na

tutela dos interesses da sociedade e do acusado.

Nesse sentido, o devido processo legal não estará sendo respeitado

se o acusado ficar preso provisoriamente por 10 anos, aguardando

julgamento. Sim, pois a prisão provisória possui natureza cautelar, não é

cumprimento de pena. Desta maneira, o acusado não está ali pagando

pelo que fez, pois ainda não foi julgado. Embora a lei não diga que há um

prazo para o julgamento, essa demora do Judiciário aliada à prisão

provisória do acusado, por tanto tempo, acaba por violar o devido

processo legal, pois não é razoável manter preso por 10 anos alguém que

sequer foi condenado.

O princípio do Devido Processo Legal tem como corolários os

postulados da Ampla Defesa e do Contraditório, ambos também previstos

na Constituição Federal, em seu art. 5°, LV:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou

administrativo, e aos acusados em geral são

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assegurados o contraditório e ampla defesa,

com os meios e recursos a ela inerentes;

Nesse diapasão, vamos analisar os Princípios do Contraditório e da

Ampla Defesa em um tópico próprio:

a) Dos postulados do contraditório e do ampla defesa

O princípio do Contraditório estabelece que os litigantes em geral e,

no nosso caso, os acusados, tem assegurado o direito de contradizer os

argumentos trazidos pela parte contrária e as provas por ela produzidas.

Isso, como disse, é uma decorrência lógica do devido processo legal, pois

não se pode admitir que um processo no qual o acusado não pode se

manifestar seja válido.

Entretanto, este princípio sofre limitações, notadamente quando a

decisão a ser tomada pelo Juiz não possa esperar a manifestação

do acusado ou a ciência do acusado pode implicar a frustração da

decisão.

EXEMPLO: Imagine que o MP ajuíza ação penal em face de José,

requerendo seja decretada sua prisão preventiva, com base na ocorrência

de uma das circunstâncias previstas no art. 312 do CPP. O Juiz, ao

receber a denúncia, verificando estarem presentes os requisitos que

autorizam a decretação da prisão preventiva, a decretará sem ouvir o

acusado, pois aguardar a manifestação deste acerca da prisão preventiva

pode acarretar na frustração desta (fuga do acusado).

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CUIDADO! No inquérito policial não há

contraditório, pois ainda não se pode falar em

“acusado”, mas apenas em “investigado” ou

“indiciado”. O Inquérito Policial não visa à

condenação do infrator, mas apenas à colheita

de informações acerca da autoria e da

materialidade do delito para subsidiar

eventual ação penal pelo MP. Assim, como

no IP ninguém está sendo acusado, não há

contraditório. Exceção feita ao Inquérito para

expulsão de estrangeiro, pois neste há acusado

e culmina numa punição, nos termos do art.

70, da lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro).

Já o postulado da ampla defesa prevê que não basta dar ao acusado

ciência das manifestações da acusação e facultar-lhe se manifestar, se

não lhe forem dados instrumentos para isso. Ampla Defesa e

Contraditório caminham juntas (até por isso estão no mesmo inciso da

Constituição), e retiram seu fundamento no Devido Processo Legal.

Entre os instrumentos para o exercício da defesa estão a previsão

legal de recursos em face das decisões judiciais, direito à produção de

provas, bem como a obrigação de que o Estado forneça assistência

jurídica integral e gratuita, primordialmente através da Defensoria

Pública. Vejamos:

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica

integral e gratuita aos que comprovarem

insuficiência de recursos;

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Portanto, ao acusado que não possuir meios de pagar um advogado,

deve ser garantida a defesa por um Defensor Público, ou, em não

havendo sede da Defensoria Pública na comarca, ser nomeado um

defensor dativo (advogado particular pago pelos cofres públicos), a fim de

que lhe seja prestada defesa técnica.

Além da defesa técnica, realizada por profissional habilitado

(advogado particular ou Defensor Público), há também a autodefesa,

que é realizada pelo próprio réu, especialmente quando do seu

interrogatório, oportunidade na qual pode, ele mesmo, defender-se

pessoalmente, sem a intermediação de procurador. Assim, se o Juiz

recusar-se a interrogar o réu, por exemplo, estará violando o princípio da

ampla defesa, por estar impedindo o réu de exercer sua autodefesa.

Ao contrário da defesa técnica, que não pode faltar no processo

criminal, sob pena de nulidade absoluta, o réu pode recusar-se a

exercer a autodefesa, ficando em silêncio, por exemplo, pois o direito

ao silêncio é um direito expressamente previsto ao réu.

Este princípio não impede, porém, que o acusado sofra as

consequências de sua inércia em relação aos atos processuais (não-

interposição de recursos, ausência injustificada de audiências, etc.).

Entretanto, o princípio da ampla defesa se manifesta mais explicitamente

quando o réu, embora citado, deixe de apresentar Resposta à Acusação.

Nesse caso, dada a importância da peça de defesa, deverá o Juiz

encaminhar os autos à Defensoria Pública, para que atue na qualidade de

curador do acusado, ou, em não havendo Defensoria no local, nomear

defensor dativo para que patrocine a defesa do acusado.

Meus caros, este é um tema muito cobrado em provas, de forma que

todo cuidado é pouco:

(CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO- EXECUÇÃO DE

MANDADOS)

Entende-se por devido processo legal a garantia do acusado de

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não ser privado de sua liberdade em um processo que seguiu a

forma estabelecida na lei; desse princípio deriva o fato de o

descumprimento de qualquer formalidade pelo juiz ensejar a

nulidade absoluta do processo, por ofensa a esse princípio.

ERRADA: Tendo sido obedecido o procedimento previsto em lei, não há

violação ao devido processo legal forma, podendo o acusado ser privado

de sua liberdade e de seus bens. Além disso, o descumprimento de uma

formalidade pelo Juiz só anulará o processo se trouxer prejuízo às partes,

pelo princípio do pas de nullité sans grief. Sim, pois, imagine que o Juiz

tenha negado ao acusado o direito de ouvir uma de suas testemunhas,

mas ao final, tenha este sido absolvido. No caso, a atitude do

magistrado, aparentemente violadora do devido processo legal, não

trouxe qualquer prejuízo ao réu.

GABARITO: ERRADA

(CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO- EXECUÇÃO DE

MANDADOS)

Não se admite, por caracterizar ofensa ao princípio do

contraditório e do devido processo legal, a concessão de medidas

judiciais inaudita altera parte no processo penal.

ERRADA: Como estudamos, em alguns casos, o Juiz deverá decidir sem

antes ouvir a outra parte (no caso, o acusado), pois a eficácia da decisão

pode ficar prejudicada se este tomar ciência prévia da medida, de forma

que isto não viola o princípio do devido processo legal.

GABARITO: ERRADA

(MPE-SP – 2006 – MPE-SP – PROMOTOR DE JUSTIÇA)

Assinale a afirmação incorreta.

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A) O direito à ampla defesa abrange a autodefesa.

CORRETA: A autodefesa é uma das espécies de defesa de que o réu

dispõe, sendo a outra a defesa técnica, que é aquela realizada por

profissional do Direito devidamente habilitado.

B) A retirada do réu da sala de audiência não precisa ser

motivada pelo juiz.

ERRADA: Como vimos, um dos princípios constitucionais do processo

penal é a publicidade. Vimos, ainda, que essa publicidade pode ser

restringida às partes e seus procuradores ou somente a estes últimos

(art. 93, IX da CRFB/88). Entretanto, para que o Juiz determine a

restrição da publicidade, em qualquer caso, deverá motivar, fundamentar

sua decisão, sob pena de estar agindo arbitrariamente, violando o devido

processo legal.

C) O direito de o réu estar presente à produção da prova

testemunhal decorre do direito à autodefesa.

CORRETA: Conforme estudamos, a autodefesa é aquela exercida

pessoalmente pelo réu. Assim, o direito que o réu possui de presenciar a

produção de provas e se manifestar, se for o caso, decorre do direito à

autodefesa.

D) O direito à autodefesa é renunciável.

CORRETA: Como disse a vocês, embora o direito à autodefesa deva ser

garantido ao réu pelo Juiz, o réu não é obrigado a exercê-lo.

Diferentemente do que ocorre no direito à defesa técnica, que é

obrigatoriamente exercido, sob pena de nulidade.

E) A retirada do réu da sala de audiência, quando sua presença ou

atitude possa prejudicar a verdade do depoimento, não viola o

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direito à autodefesa.

CORRETA: De fato, estudamos que a publicidade pode ser restringida,

em casos excepcionais. Um deles é quando a presença do réu é

prejudicial ao processo, como no caso da questão. Nesse caso,

prevalecerá o interesse público da busca da verdade em detrimento da

autodefesa do réu que, LEMBREM-SE, DEVERÁ TER SEU PROCURADOR

PRESENTE, pois a defesa técnica não pode ser restringida.

GABARITO: LETRA B

11 - (FCC – 2009 – MPE-SE – Técnico do MP – Área

administrativa)

A condenação de um réu sem defensor viola o princípio

A) da oficialidade.

ERRADA: Viola o princípio da ampla defesa e do contraditório, nos

termos do art. 5°, LV da Constituição.

B) da publicidade.

ERRADA: Viola o princípio da ampla defesa e do contraditório, nos

termos do art. 5°, LV da Constituição.

C) do juiz natural.

ERRADA: Viola o princípio da ampla defesa e do contraditório, nos

termos do art. 5°, LV da Constituição. O Juiz Natural seria violado em

caso de julgamento por Juiz casuisticamente escolhido para o caso.

D) da verdade real.

ERRADA: A verdade real é o princípio pelo qual no processo penal deve-

se buscar saber o que de fato ocorreu, a verdade real. O julgamento seu

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defensor, portanto, não viola a verdade real, mas o princípio da ampla

defesa e do contraditório, nos termos do art. 5°, LV da Constituição.

E) do contraditório.

CORRETA: O julgamento do acusado sem defensor viola o princípio do

contraditório e da ampla defesa, até mais este do que aquele, pois é

direito de todo acusado a ser defendido por profissional do Direito

devidamente habilitado, inclusive Defensor Público, caso não tenha meios

de arcar com as despesas de advogado particular, nos termos do art. 5°,

LXXIV da Constituição. Essa é a chamada defesa técnica.

GABARITO: LETRA E

IV – PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU DA NÃO

CULPABILIDADE

A Presunção de inocência é o maior pilar de um Estado Democrático

de Direito, pois, segundo este princípio, nenhuma pessoa pode ser

considerada culpada (e sofrer as consequências disto) antes do trânsito

em julgado se sentença penal condenatória. Nos termos do art. 5°, LVII

da CRFB/88:

LVII - ninguém será considerado culpado até o

trânsito em julgado de sentença penal

condenatória;

O que é trânsito em julgado de sentença penal condenatória?

É a situação na qual a sentença proferida no processo criminal,

condenando o réu, não pode mais ser modificada através de recurso.

Assim, enquanto não houver uma sentença criminal condenatória

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irrecorrível, o acusado não pode ser considerado culpado e, portanto,

não pode sofrer as consequências da condenação.

Desse princípio decorre que o ônus (obrigação) da prova cabe ao

acusador (MP ou ofendido, conforme o caso). O réu é, desde o começo,

inocente, até que o acusador prove sua culpa.

Em razão dele existe, ainda, o princípio do in dubio pro reo ou

favor rei, segundo o qual, durante o processo (inclusive na sentença),

havendo dúvidas acerca da culpa ou não do acusado, deverá o Juiz decidir

em favor deste, pois sua culpa não foi cabalmente comprovada.

Resumindo, para vocês gravarem: O Processo Penal é um jogo no

qual o acusado e o acusador tentam marcar pontos a seu favor, a fim de

comprovarem suas teses. Só que o empate dá o título ao acusado!

CUIDADO: Existem hipóteses em que o Juiz não decidirá de

acordo com princípio do in dubio pro reo, mas pelo princípio do in

dubio pro societate. Por exemplo, nas decisões de recebimento de

denúncia ou queixa e na decisão de pronúncia, no processo de

competência do Júri, o Juiz decide contrariamente ao réu (recebe a

denúncia ou queixa no primeiro caso, e pronuncia o réu no segundo) com

base apenas em indícios de autoria e prova da materialidade. Ou seja,

nesses casos, mesmo o Juiz tendo dúvidas quanto à culpabilidade do réu,

deverá decidir contrariamente a ele, e em favor da sociedade, pois destas

decisões não há consequências para o réu, permitindo-se, apenas, que

seja iniciado o processo ou a fase processual, na qual serão produzidas as

provas necessárias à elucidação dos fatos.

Desta maneira, sendo este um princípio de ordem Constitucional,

deve a legislação infraconstitucional (especialmente o CPP) respeitá-lo,

sob pena de violação à Constituição. Portanto, uma lei que dissesse, por

exemplo, que o cumprimento de pena se daria a partir da sentença em

primeira instância seria inconstitucional, pois a Constituição afirma que o

acusado ainda não é considerado culpado nessa hipótese.

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CUIDADO, GALERA! A existência de

prisões provisórias (prisões decretadas

no curso do processo) não ofende a

presunção de inocência, pois nesse caso

não se trata de uma prisão como

cumprimento de pena, mas sim de uma

prisão cautelar, ou seja, para garantir que o

processo penal seja devidamente instruído ou

eventual sentença condenatória seja

cumprida. Por exemplo: Se o réu está dando

sinais de que vai fugir (tirou passaporte

recentemente), e o Juiz decreta sua prisão

preventiva, o faz não por considerá-lo

culpado, mas para garantir que, caso seja

condenado, cumpra a pena. Vocês verão mais

sobre isso na aula sobre Prisão e Liberdade

Provisória!

Vou transcrever para vocês agora alguns pontos que são polêmicos e

a respectiva posição dos Tribunais Superiores:

Processos criminais em curso e inquéritos policiais em

face do acusado podem ser considerados maus

antecedentes? Segundo o STJ não, pois em nenhum deles o

acusado foi condenado de maneira irrecorrível, logo, não pode

ser considerado culpado nem sofrer qualquer consequência em

relação a eles;

Regressão de regime de cumprimento da pena – O STJ e

o STF entendem que NÃO HÁ NECESSIDADE DE

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CONDENAÇÃO PENAL TRANSITADA EM JULGADO para que

o preso sofra a regressão do regime de cumprimento de pena

mais brando para o mais severo (do semiaberto para o

fechado, por exemplo). Nesses casos, basta que o preso tenha

cometido crime doloso, ou falta grave, para que haja a

regressão, nos termos do art. 118, I da Lei 7.210/84 (Lei de

Execuções Penais), não havendo necessidade, sequer, de que

tenha havido condenação criminal ou administrativa. A

Jurisprudência entende que esse artigo da LEP não ofende a

Constituição;

Revogação do benefício da suspensão condicional do

processo em razão do cometimento de crime – Prevê a Lei

9.099/95 que em determinados crimes, de menor potencial

ofensivo, pode ser o processo criminal suspenso por

determinado, devendo o réu cumprir algumas obrigações

durante este prazo (dentre elas, não cometer novo crime),

findo o qual estará extinta sua punibilidade. Nesse caso, o STF

e o STJ entendem que, descoberta a prática de crime pelo

acusado beneficiado com a suspensão do processo, este

benefício deve ser revogado, por ter sido descumprida uma das

condições, não havendo necessidade de trânsito em julgado da

sentença condenatória do crime novo.

Vamos resumir estas posições jurisprudenciais neste quadro:

TEMA POSIÇÃO DOS TRIBUNAIS

Processos criminais em curso e

inquéritos policiais em face do

acusado podem ser

Segundo o STJ não, pois em

nenhum deles o acusado foi

condenado de maneira irrecorrível,

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considerados maus

antecedentes?

logo, não pode ser considerado

culpado nem sofrer qualquer

consequência em relação a eles;

Regressão de regime de

cumprimento da pena pode ser

realizada antes do trânsito em

julgado?

O STJ e o STF entendem que NÃO

HÁ NECESSIDADE DE

CONDENAÇÃO PENAL

TRANSITADA EM JULGADO para

que o preso sofra a regressão do

regime de cumprimento de pena

mais brando para o mais severo

(do semiaberto para o fechado, por

exemplo).

Revogação do benefício da

suspensão condicional do

processo em razão do

cometimento de crime deve ser

realizada após o trânsito em

julgado?

O STF e o STJ entendem que,

descoberta a prática de crime pelo

acusado beneficiado com a

suspensão do processo, este

benefício deve ser revogado, por

ter sido descumprida uma das

condições, não havendo

necessidade de trânsito em

julgado da sentença

condenatória do crime novo.

É muito importante dar atenção especial ao estudo deste princípio,

eis que é um dos mais cobrados nas provas. Vejam:

(FCC – 2011 – NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO – ADVOGADO)

A regra que, no processo penal, atribui à acusação, que apresenta

a imputação em juízo através de denúncia ou de queixa- crime, o

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ônus da prova é decorrência do princípio

A) do contraditório.

ERRADA: O contraditório determina a necessidade de dar-se ciência a

uma parte quando a outra se manifestar no processo.

B) do devido processo legal.

ERRADA: O devido processo legal determina que o acusado só poderá

ser condenado após ser adotado todo o procedimento previsto na lei

processual, dentro de um processo conduzido por um Juiz devidamente

investido na função jurisdicional e cuja competência tenha sido

previamente definida por lei,

C) do Promotor natural.

ERRADA: O princípio do Promotor Natural determina que toda pessoa

tem direito de ser acusada por um órgão do Estado cuja atribuição tenha

sido previamente definida em lei.

D) da ampla defesa.

ERRADA: A ampla defesa significa que à parte acusada deve ser

garantido o direito de produzir todas as provas que entender necessárias

à comprovação de sua inocência, bem como de recorrer das decisões

judiciais que lhe forem desfavoráveis, além do direito de ser patrocinado

por profissional habilitado, inclusive Defensor Público, se não puder

pagar, e de exercer, ele próprio, a autodefesa.

E) da presunção de inocência.

CORRETA: Da presunção de inocência (ou não-culpabilidade) decorre

que aquele que acusa deverá provar suas alegações acusatórias, a fim de

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demonstrar a culpa do acusado que, de início, é considerado inocente.

GABARITO: LETRA E

(CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO- EXECUÇÃO DE

MANDADOS)

Os efeitos causados pelo princípio constitucional da presunção de

inocência no ordenamento jurídico nacional incluem a inversão,

no processo penal, do ônus da prova para o acusador.

CORRETA: Da presunção de inocência (ou não-culpabilidade) decorre

que aquele que acusa deverá provar suas alegações acusatórias, a fim de

demonstrar a culpa do acusado que, de início, é considerado inocente.

Assim, não cabe ao réu provar sua inocência, pois esta é presumida.

GABARITO: CORRETA

(CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO- EXECUÇÃO DE

MANDADOS)

O princípio da inocência está expressamente previsto na

Constituição Federal de 1988 e estabelece que todas as pessoas

são inocentes até que se prove o contrário, razão pela qual se

admite a prisão penal do réu após a produção de prova que

demonstre sua culpa.

ERRADA: Embora a questão afirme corretamente que o princípio da

presunção de inocência está previsto na Constituição, erra ao afirmar que

a mera produção de prova contrária ao réu possa autorizar sua prisão. A

prisão do réu, como decorrência de sua culpa, só é admitida após o

trânsito em julgado da sentença condenatória, nos termos do art. 5°,

LVII da CRFB/88.

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GABARITO: ERRADA

(FGV – 2008 – TJ-MS – JUIZ DE DIREITO)

Relativamente aos princípios processuais penais, é incorreto

afirmar que:

A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso

de dúvida o réu seja absolvido.

CORRETA: Como vimos, a presunção de inocência norteia todo o

desenvolvimento do processo, pois se considera o acusado inocente até

que haja sentença penal condenatória irrecorrível. Assim, havendo

dúvidas, deverá o réu ser absolvida, pelo princípio do favor rei, que

decorre da presunção de inocência.

B) o princípio da presunção de inocência recomenda que

processos criminais em andamento não sejam considerados como

maus antecedentes para efeito de fixação de pena.

CORRETA: Como estudamos, o STF entende que Inquéritos e Processos

criminais em curso não podem ser considerados maus antecedentes,

pois, no primeiro caso, sequer há acusado, e no segundo ainda não

houve decisão irrecorrível condenando o réu.

C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam

que a defesa técnica se manifeste depois da acusação e antes da

decisão judicial, seja nas alegações finais escritas, seja nas

alegações orais.

CORRETA: Um dos baluartes da ampla defesa é do contraditório é o

direito que a defesa possui de se manifestar após a acusação. Sim, pois

se isso não fosse possível, a acusação poderia fazer alegações que não

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poderiam ser refutadas pela defesa, o que implicaria em violação à ampla

defesa e ao contraditório.

D) o princípio do juiz natural não impede a atração por

continência nos casos em que o co-réu possui foro por

prerrogativa de função quando o réu deveria ser julgado por um

juiz de direito de primeiro grau.

CORRETA: Quando dois réus cometem um crime, e um deles possui

prerrogativa de foro, conhecido também como foro privilegiado (direito

de ser julgado perante determinado Tribunal, conforme o cargo

ocupado), é possível que, por conveniência da instrução criminal, ambos

sejam julgados conjuntamente pelo Tribunal perante o qual responde

aquele que tem prerrogativa de foro. Isso não ofende o Juiz natural pois

é uma possibilidade previamente e abstratamente prevista em lei.

E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo

admissível que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única

disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado

hediondo.

INCORRETA: De fato, a Jurisprudência tem admitido que a vedação a

provas ilícitas não é absoluta, mas, ao contrário do que admite a

questão, não pode ser relativizada em favor da acusação, mas somente

em favor da defesa, quando esta prova for o único meio de se obter a

absolvição do réu, em razão de estar em jogo o direito à liberdade do

acusado.

GABARITO: LETRA E

V – PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DAS PROVAS OBTIDAS POR MEIOS

ILÍCITOS

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No nosso sistema processual penal vige o princípio do livre

convencimento motivado do Juiz, ou seja, o Juiz não está obrigado a

decidir conforme determinada prova (confissão, por exemplo), podendo

decidir da forma que entender, desde que fundamente sua decisão em

alguma das provas produzidas nos autos do processo.

Antigamente vigorava o sistema da prova tarifada, na qual as provas

tinham “pesos” diferentes, sendo a confissão considerada a “rainha das

provas”, ou seja, confessando o réu, o Juiz deveria condená-lo. Hoje não

é assim.

Para isso, às partes é conferido o direito de produzir as provas que

entendam necessárias para convencer o Juiz a acatar sua tese.

Entretanto, esse direito probatório não é ilimitado, encontrando limites

nos direitos fundamentais previstos na Constituição. Essa limitação

encontra-se no art. 5°, LVI da Constituição. Vejamos:

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas

obtidas por meios ilícitos;

Vejam que a Constituição é clara ao dizer que não se admitem no

processo as provas que tenham sido obtidas por meios ilícitos. Mas o que

seriam meios ilícitos? Seriam todos aqueles meios em que para a

obtenção da prova tenha que ser violado um direito fundamental de

alguém. POR EXEMPLO:

Imagine que Joana, que processa José por calúnia, invada sua

residência para obter documentos que comprovam a culpa de José no

crime. Ora, embora os documentos comprovem a culpa de José, pelo

modo como foram obtidos, não poderão ser utilizados no processo, pois

decorrem de violação ao direito fundamental à inviolabilidade da

residência, previsto no art. 5°, XI da Constituição:

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XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo,

ninguém nela podendo penetrar sem

consentimento do morador, salvo em caso de

flagrante delito ou desastre, ou para prestar

socorro, ou, durante o dia, por determinação

judicial;

ATENÇÃO, MEU POVO! A Jurisprudência

e Doutrina dominantes admitem a

utilização de provas ilícitas quando

esta for a única forma de se obter a

absolvição do réu. Por exemplo:

Imaginem que no exemplo dado lá atrás,

José que invadisse a casa de Joana, atrás

do único documento que pode provar sua

inocência. Nesse caso, os Tribunais

admitem a utilização da prova obtida por

meio ilícito, pelo princípio da

proporcionalidade, pois, embora tenha sido

violado o direito fundamental à

inviolabilidade do domicílio de Joana,

estava em jogo, também, o direito

fundamental à liberdade de José.

Analisemos uma questão sobre o tema:

(CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO- EXECUÇÃO DE

MANDADOS)

O dispositivo constitucional que estabelece serem inadmissíveis

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as provas obtidas por meios ilícitos, bem como as restrições à

prova criminal existentes na legislação processual penal, são

exemplos de limitações ao alcance da verdade real.

CORRETA: Como vimos, a verdade real é o princípio pelo qual deve

haver um esforço no sentido de se obter a elucidação das questões a fim

de que a verdade dos fatos seja alcançada. Entretanto, essa verdade não

pode ser obtida a qualquer custo, encontrando limites na lei,

notadamente quando a obtenção da prova possa ofender direitos

fundamentais.

GABARITO: CORRETA

VI – PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA MOTIVAÇÃO DAS

DECISÕES JUDICIAIS

Este princípio está previsto no art. 93, IX da Constituição:

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do

Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o

Estatuto da Magistratura, observados os seguintes

princípios:

(...)

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder

Judiciário serão públicos, e fundamentadas

todas as decisões, sob pena de nulidade,

podendo a lei limitar a presença, em determinados

atos, às próprias partes e a seus advogados, ou

somente a estes, em casos nos quais a

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preservação do direito à intimidade do interessado

no sigilo não prejudique o interesse público à

informação;

Como vocês podem ver, é a própria Constituição quem determina

que os atos decisórios proferidos pelo Juiz sejam fundamentados. Desta

maneira, pode-se elevar esse princípio (motivação das decisões judiciais)

à categoria de princípio constitucional, por ter merecido a atenção da Lei

Máxima.

Portanto, quando o Juiz indefere uma prova requerida, ou prolata a

sentença, deve fundamentar seu ato, dizendo em que fundamento se

baseia para indeferir a prova ou para tomar a decisão que tomou na

sentença (condenando ou absolvendo).

Esse princípio decorre da lógica do sistema jurídico pátrio, em que a

transparência deve vigorar. Assim, a parte (seja o acusado ou o

acusador) saberá exatamente o que se baseou o Juiz para proferir aquela

decisão e, assim, poder examinar se o Magistrado agiu dentro da

legalidade.

Aliás, esse princípio guarda estrita relação com o princípio da

Ampla Defesa, eis que a ausência de fundamentação ou a

fundamentação deficiente de uma decisão dificulta e por vezes impede a

sua impugnação, já que a parte prejudicada não tem elementos para

combatê-lo, já que não sabe seus fundamentos.

Alguns pontos controvertidos merecem destaque:

A decisão de recebimento da denúncia ou queixa, apesar

de possuir forte carga decisória, não precisa ser

fundamentada, nos termos do CPP (STF entende que isso não

fere a Constituição);

A fundamentação referida é constitucional –

Fundamentação referida é aquela na qual um órgão do

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Judiciário se remete às razões expostas por outro órgão do

Judiciário (Ex.: O Tribunal, ao julgar a apelação, mantendo a

sentença, pode fundamentar sua decisão referindo-se aos

argumentos expostos na sentença de primeira instância, sem

necessidade de reproduzi-los no corpo do Acórdão). O STF

entende que essa prática não viola o art. 93, IX da CRFB/88.

Além disso, o STF já decidiu que não viola a Constituição

sentença na qual o magistrado, no relatório, apenas se remete

ao relatório feito pelo MP em suas alegações finais;

As decisões proferidas pelo Tribunal do Júri não são

fundamentadas, pois os julgadores (jurados) não tem

conhecimento técnico, proferindo seu voto conforme sua

percepção de Justiça indicar.

VII – PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Este princípio estabelece que os atos processuais e as decisões

judiciais serão públicas, ou seja, de acesso livre a qualquer do povo. Essa

é a regra prevista no art. 93, IX da CRFB/88:

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do

Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o

Estatuto da Magistratura, observados os seguintes

princípios:

(...)

IX- todos os julgamentos dos órgãos do Poder

Judiciário serão públicos, e fundamentadas

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todas as decisões, sob pena de nulidade,

podendo a lei limitar a presença, em determinados

atos, às próprias partes e a seus advogados, ou

somente a estes, em casos nos quais a

preservação do direito à intimidade do interessado

no sigilo não prejudique o interesse público à

informação;

Percebam que a Constituição determina que os julgamentos dos

órgãos do Poder Judiciário serão públicos, mas entende-se “julgamentos”

como qualquer ato processual.

Entretanto, essa publicidade NÃO É ABSOLUTA, podendo sofrer

restrição, quando a intimidade das partes ou interesse público exigir. A

isso se chama de publicidade restrita.

De fato, em alguns casos, a intimidade do ofendido deve ser

preservada. Imaginem uma ação penal pelo crime de estupro. É natural

que a vítima peça que o processo corra em segredo de Justiça, para evitar

a exposição do fato, que, por si só, já lhe traz transtornos suficientes.

Ainda, pode ser decretada a tramitação em segredo de Justiça quando

houver interesse público que o justifique.

Essa possibilidade de restrição está prevista, ainda, no art. 5°, LX da

CRFB/88:

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos

atos processuais quando a defesa da intimidade ou

o interesse social o exigirem;

Ressalto a vocês que essa publicidade pode ser restringida apenas às

partes e seus procuradores, ou somente a estes. O que isso significa?

Que alguns atos podem não ser públicos nem mesmo para a outra parte!

Sim! Imaginem que, numa audiência, a ofendida pelo crime de estupro

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não queira dar seu depoimento na presença do acusado. Nada mais

natural. Assim, o Juiz poderá mandar que este se retire da sala,

permanecendo, porém, o seu advogado. Aos procuradores das partes

(advogado, membro do MP, etc.) nunca se pode negar publicidade

dos atos processuais! Gravem isso!

Essa impossibilidade de restrição da publicidade aos procuradores

das partes é decorrência natural do princípio do contraditório e da ampla

defesa, pois são os procuradores quem exercem a defesa técnica, não

podendo ser privados do acesso a nenhum ato do processo, sob pena de

nulidade.

Por fim, vale registrar que no Tribunal do Júri (que tem regras muito

específicas) o voto dos jurados é sigiloso, por expressa previsão

constitucional, caracterizando-se em mais uma exceção ao princípio. Nos

termos do art. 5° , XVIII da Constituição:

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes

dolosos contra a vida;

Assim, nesse caso, não há publicidade do voto proferido pelo jurado,

mas a sessão secreta onde ocorre o julgamento pelos jurados (depósito

dos votos na urna) é acessível aos procuradores.

Vejam como isso vem sendo cobrado:

(CESPE – 2008 – TJ-SE – JUIZ DE DIREITO)

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Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo penal incluem

A) a publicidade.

CORRETA: O princípio da publicidade está expressamente previsto no

art. 93, IX da Constituição Federal.

B) a verdade real.

ERRADA: A verdade real não é um princípio previsto

constitucionalmente, embora seja um princípio do processo penal.

C) a identidade física do juiz.

ERRADA: A identidade física do Juiz é o princípio do processo penal

segundo o qual o Juiz que presidiu a audiência de instrução e julgamento

deverá proferir a sentença. Entretanto, não está previsto na Constituição.

D) o favor rei.

ERRADA: O favor rei ou favor libertatis, embora decorra logicamente do

princípio da presunção de inocência, está previsto implicitamente no art.

386, VII do CPP, mas não na Constituição Federal.

E) a indisponibilidade.

ERRADA: A indisponibilidade é o princípio pelo qual entende-se que o MP

não pode dispor da Ação Penal, ou seja, havendo prova da materialidade

do delito, e indícios de sua autoria, deverá o MP oferecer denúncia. Na

Ação Penal Privada, ao contrário, vige o princípio da oportunidade,

cabendo ao ofendido escolher se oferece ou não a queixa. Este princípio

não está expressamente previsto na Constituição.

GABARITO: LETRA A

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(VUNESPE – 2008 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO)

O princípio da publicidade

A) não tem aplicabilidade no direito processual penal brasileiro,

visto que não está previsto na Constituição Federal.

ERRADA: O princípio da publicidade aplica-se ao processo penal, estando

previsto no art. 93, IX da Constituição Federal.

B) é aquele que garante à imprensa acesso a todas as

informações processuais, em nome do interesse público.

ERRADA: O princípio da publicidade não garante apenas à imprensa o

acesso às informações do processo, mas a qualquer pessoa.

C) é regra geral no sistema processual do tipo acusatório.

CORRETA: No sistema acusatório, corolário do Estado Democrático de

Direito, a publicidade deve imperar, dentre outros princípios

democráticos, como o Juiz Natural, etc. No sistema inquisitivo, típico de

Estados autoritários, vigoram princípios como o sigilo, Tribunal de

exceção, etc.

D) manifesta-se claramente nos atos praticados durante a feitura

do inquérito policial, em razão da natureza inquisitiva da referida

peça informativa.

ERRADA: Estudaremos mais o Inquérito Policial na aula própria, mas já

posso adiantar que o IP possui natureza inquisitiva, mas isso não é ilegal,

pois o Inquérito não visa a condenar ninguém, mas apenas à colheita de

elementos de prova. Assim, o Inquérito Policial é predominantemente

sigiloso.

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GABARITO: LETRA C

VIII – PRINCÍPIO DA ISONOMIA PROCESSUAL ou PAR CONDITIO

O princípio da isonomia processual decorre do princípio da isonomia,

genericamente considerado, segundo o qual as pessoas são iguais

perante a lei, sendo vedadas práticas discriminatórias. Está previsto no

art. 5° da Constituição:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem

distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos

brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade, nos

termos seguintes:

No campo processual este princípio também irradia seus efeitos,

devendo a lei processual tratar ambas as partes de maneira igualitária,

conferindo-lhes os mesmos direitos e deveres. Por exemplo: Os prazos

recursais devem ser os mesmos para acusação e defesa, o tempo para

sustentação oral nas sessões de julgamento também devem ser idênticos,

etc.

Entretanto, é possível que a lei estabeleça algumas situações

aparentemente anti-isonômicas, a fim de equilibrar as forças dentro do

processo. Explico: Quando a lei estabelece que o MP possui prazo em

dobro para recorrer, não está ferindo o princípio da isonomia, mas está

apenas corrigindo uma situação de desigualdade existente entre as

partes. Imagine que o réu contrate um excelente advogado, que se

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dedicará exclusivamente ao seu processo. Ora, esse réu está em situação

de vantagem perante o MP, pois o Promotor de Justiça tem vários outros

processos para se concentrar, não podendo se dedicar exclusivamente a

um ou alguns. Assim, essa regra, embora trate as partes de modo

diferente, não viola a isonomia processual, pois apenas corrige uma

situação de desigualdade entre as partes.

Mas e se o réu for defendido por um Defensor Público? O

Defensor Público também não possui vários outros processos para

se dedicar? Sim, e é por isso que a lei estabelece que os Defensores

Públicos também gozam da prerrogativa do prazo em dobro (Previsto na

LC 80/94).

IX – PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO

Este princípio estabelece que as decisões judiciais devem estar

sujeitas à revisão por outro órgão do Judiciário. Embora não esteja

expresso na Constituição, grande parte dos doutrinadores o aceita

como um princípio de índole constitucional, fundamentando sua tese nas

regras de competência dos Tribunais estabelecidas na Constituição, o que

deixaria implícito que toda decisão judicial deva estar sujeita a recurso,

via de regra.

Entretanto, mesmo aqueles que consideram ser este um princípio de

índole constitucional entendem que há exceções, que são os casos de

competência originária do STF, ações nas quais não cabe recurso da

decisão de mérito (óbvio, pois o STF é a Corte Suprema do Brasil). Assim,

essa exceção não anularia o fato de que se trata de um princípio

constitucional, apenas não lhe permite ser absoluto.

O princípio da ampla defesa também é bastante citado como o

fundamento da tese de que se trata de um princípio constitucional, pois a

possibilidade de revisão da decisão judicial é circunstância necessária

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para que se garanta o respeito à ampla defesa, que restaria violada caso

não se pudesse impugnar determinada decisão judicial.

Este princípio norteia a legislação processual penal

infraconstitucional, como por exemplo, pela inexigibilidade de preparo

no recurso (preparo é o valor cobrado da parte para que interponha um

recurso), bem como pela recente inovação legislativa que aboliu a

previsão do art. 595 do CPP, que determinava que o réu devesse se

recolher à prisão para apelar. Assim, entendeu-se, acertadamente, que o

direito ao duplo grau de jurisdição e à ampla defesa não podem estar

condicionados à prisão do réu.

Vejam a aplicabilidade prática de se estudar este princípio:

(FCC – 2009 – TJ-AP – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

A Constituição Federal NÃO prevê expressamente o princípio

A) da publicidade.

ERRADA: Possui previsão expressa no art. 93, IX da Constituição

Federal.

B) do duplo grau de jurisdição.

CORRETA: O princípio do duplo grau de jurisdição, embora reconhecido

pela Doutrina, não está expressamente previsto na CRFB/88, mas

implícito nas regras definidoras de competência dos Tribunais e, ainda,

por decorrência lógica do princípio da ampla defesa.

C) do contraditório.

ERRADA: O princípio do contraditório está expressamente previsto no

art. 5°, LV da Constituição.

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D) da presunção da inocência.

ERRADA: O princípio da presunção de inocência (ou estado de inocência)

tem previsão expressa no art. 5°, LVII da Constituição Federal.

E) do juiz natural.

ERRADA: Este princípio está expressamente previsto no art. 5°, LIII da

Constituição Federal.

GABARITO: LETRA B

X – PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E DO PROMOTOR NATURAL

A Constituição estabelece em seu art. 5°, LIII que:

LIII - ninguém será processado nem

sentenciado senão pela autoridade

competente;

Assim, desse dispositivo constitucional podemos extrair os Princípios

do Juiz Natural e do Promotor Natural.

O princípio do Juiz Natural estabelece que toda pessoa tem direito de

ser julgada por um órgão do Poder Judiciário brasileiro, devidamente

investido na função jurisdicional, cuja competência fora previamente

definida. Assim, está vedada a formação de Tribunal ou Juízo de exceção,

que são aqueles criados especificamente para o julgamento de um

determinado caso. Isso não é tolerado no Brasil!

Porém, vocês não devem confundir Juízo ou Tribunal de

exceção com varas especializadas. As varas especializadas são

criadas para otimizar o trabalho do Judiciário, e sua competência

é definida abstratamente, e não em razão de um fato isolado. O

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que este princípio impede é a manipulação das “regras do jogo” para se

“escolher” o Juiz que irá julgar a causa.

Assim, proposta a ação penal, ela será distribuída para um dos Juízes

com competência para julgá-la. Por exemplo: Se na comarca existem

cinco varas criminais, a ação será distribuída por sorteio a uma dessas

varas, não podendo o Promotor escolher o Juiz de sua preferência.

Já o princípio do Promotor Natural estabelece que toda pessoa tem

direito de ser acusada pela autoridade competente. Assim, é vedada a

designação pelo Procurador-Geral de Justiça de um Promotor para atuar

especificamente num determinado caso. Isso seria simplesmente um

acusador de exceção, alguém que não estava previamente definido como

o Promotor (ou um dos Promotores) que poderia receber o caso, mas

alguém que foi definido como o acusador de um réu após a prática do

fato, cuja finalidade é fazer com que o acusado seja processado por

alguém que possui determinada característica.

EXEMPLO: Imagine que José é amigo do Procurador-Geral de Justiça

do estado do Ceará. José vem a cometer um crime, cuja atribuição para

acusá-lo é de um dos 10 Promotores Criminais da Comarca de Fortaleza.

Entretanto, receoso de ser condenado, José conversa com seu amigo, o

PGJ, que designa um Promotor de sua “confiança” para atuar no caso, a

fim de que José não seja processado ou, então, seja requerida uma pena

branda. O contrário também é verdadeiro. Sendo José inimigo do PGJ,

este poderia, querendo se vingar, indicar um Promotor mais rigoroso para

atuar em seu caso. Estas práticas são vedadas pelo Princípio do Promotor

Natural.

Entretanto, a definição de atribuições especializadas (Promotor para

crimes ambientais, crimes contra a ordem financeira, etc.) não viola este

princípio, pois não se está estabelecendo uma atribuição casuística,

apenas para determinado caso, mas uma atribuição abstrata, que se

aplicará a todo e qualquer caso semelhante.

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Vejamos algumas questões relativas a este tema:

(FCC – 2007 – MPU – ANALISTA PROCESSUAL)

Dispõe o art. 5º, inciso XXXVII da Constituição da República

Federativa do Brasil que "Não haverá juízo ou Tribunal de

exceção; inciso LIII: “Ninguém será processado nem sentenciado

senão pela autoridade competente". Tais disposições consagram

o princípio

A) da presunção de inocência.

ERRADA: A presunção de inocência está prevista no art. 5°, VII da

Constituição, não guardando qualquer relação com os incisos trazidos

pela questão.

B) da ampla defesa.

ERRADA: A ampla defesa está prevista, juntamente com o contraditório,

no art. 5°, LV da Constituição, e também não guarda relação com os

trechos narrados pela questão.

C) do devido processo legal.

ERRADA: Embora o devido processo legal seja fundamento de todos os

demais princípios processuais, não é o princípio especificamente aplicável

às hipóteses trazidas, que se referem ao princípio do Juiz Natural.

D) da dignidade.

ERRADA: A dignidade da pessoa humana está prevista no art. 1°, III da

Constituição, e é um dos fundamentos da República, mas não guarda

relação com os incisos mencionados.

E) do juiz natural.

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CORRETA: O princípio do Juiz Natural está materializado nos dispositivos

constitucionais citados, que vedam a formação de Juízo de exceção e que

estabelecem ser direito de toda pessoa ser julgada por autoridade

competente.

GABARITO: LETRA E

(TJ-SC – 2009 – TJ-SC – ANALISTA JURÍDICO)

Segundo De Plácido e Silva, os “princípios jurídicos, sem dúvida,

significam os pontos básicos, que servem de ponto de partida ou

de elementos vitais do próprio Direito. Indicam o alicerce do

Direito.” (Vocabulário Jurídico. 28 ed. Rio de Janeiro: Editora

Forense, 2009. p. 1091)

Tendo em mira o trecho acima transcrito, mormente os seus

conhecimentos sobre a matéria, julgue as proposições a seguir:

I. Decorre do princípio da presunção de inocência a imputação do

ônus da prova à acusação.

CORRETA: Como nós estudamos, a presunção de inocência, ou estado

de inocência, determina que o acusado é inocente até que haja sentença

penal transitada em julgado contra si. Assim, o réu inicia o processo

inocente, cabendo ao acusador comprovar sua culpa.

II. Em razão do princípio da soberania dos veredictos, não pode o

Tribunal reformar a decisão, apenas designar um novo júri.

CORRETA: A decisão proferida no Tribunal do Júri é soberana, cabendo

recursos em poucas hipóteses e, no caso de o Tribunal verificar

ilegalidade, deverá anular a decisão e determinar seja formado um novo

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júri, não podendo reformar a decisão.

III. O Juiz deve ser designado previamente, por lei, sendo vedado

o Tribunal de Exceção, conforme preleciona o princípio do Juiz

Natural.

CORRETA: O princípio do Juiz natural veda a formação de Tribunais ou

Juízos de exceção, casuisticamente, para atender a determinada intenção

de quem quer que seja. Assim, toda pessoa tem direito a ser processada

e julgada por autoridade previamente definida em lei, nos termos do art.

5°, LIII da CRFB/88.

IV. De toda alegação fática ou de direito e das provas

apresentadas tem o adverso o direito de se manifestar, tendo em

vista o que preleciona o princípio do contraditório.

CORRETA: O princípio do contraditório determina que às partes (tanto

acusado quanto acusador) deva ser dada ciência dos fatos alegados e

provas juntadas aos autos pela outra parte, abrindo-se prazo para

contradita-los.

A) Todas as proposições estão corretas.

B) Todas as proposições estão incorretas.

C) As proposições II, III e IV estão corretas.

D) As proposições I, II e III estão corretas.

E) As proposições I, III e IV estão corretas.

GABARITO: LETRA A

XI – APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO

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O estudo da aplicabilidade da Lei Processual Penal está relacionado à

sua aptidão para produzir efeitos. Essa aptidão para produzir efeitos

está ligada a dois fatores: espacial e temporal.

Assim, a norma processual penal (como qualquer outra) vigora em

determinado lugar e em determinado tempo. Nesse sentido, devemos

analisar onde e quando a lei processual penal se aplica.

O art. 1° do CPP diz o seguinte:

Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território

brasileiro, por este Código, ressalvados:

I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;

II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da

República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os

do Presidente da República, e dos ministros do Supremo

Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição,

arts. 86, 89, § 2o, e 100);

III - os processos da competência da Justiça Militar;

IV - os processos da competência do tribunal especial

(Constituição, art. 122, no 17);

V - os processos por crimes de imprensa. Vide ADPF nº 130

Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos

processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que

os regulam não dispuserem de modo diverso.

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Assim, podemos perceber que o CPP adotou, como regra, o

princípio da territorialidade. O que seria esse princípio? Esse

princípio determina que a lei produzirá seus efeitos dentro do

território nacional. Simples assim!

Desta maneira, o CPP é a lei aplicável ao processo e julgamento das

infrações penais no Brasil. As regras de aplicação da Lei Penal brasileira

estão no Código Penal, mas isso não nos interessa aqui. O que nos

interessa é o seguinte: Se for caso de aplicação da Lei Penal brasileira, as

regras do processo serão aquelas previstas no CPP, em todo o território

nacional.

Portanto, não se admite a existência de Códigos Processuais

estaduais, até porque compete privativamente à União legislar sobre

direito processual, nos termos da Constituição Federal:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,

marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

Como disse a vocês, esta é a regra! Mas toda regra possui exceções.

São elas:

A) Tratados, convenções e regras de Direito Internacional -

Quando um determinado Estado (em sentido amplo, como

sinônimo de País, Governo Soberano) exerce a Jurisdição (poder

de dizer a quem pertence o direito no caso concreto),

notadamente na seara do direito processual penal (exercício do

ius puniendi), está exercendo sua soberania. Porém, é possível

que esta soberania estatal fique afastada em algumas hipóteses,

nas quais o próprio Estado assim concorda. É o caso dos tratados

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e convenções, que são acordos firmados entre diversos países

(pelo menos dois), nos quais se reconhece a lesividade de

determinados crimes e se estabelece uma forma especial de julgá-

los. Desta maneira, quando o Brasil firma tratados no plano

internacional, poderá afastar pontualmente (apenas para aquela

hipótese) a aplicação da lei interna. É o que acontece com relação

aos diplomatas, que são imunes à legislação brasileira (penal e

processual penal), sendo julgados, pelos crimes que aqui cometer,

em seu país de origem. Essa disposição está prevista na

Convenção de Viena, que foi incorporada ao nosso ordenamento

jurídico através do Decreto n° 56.435/65.

B) Prerrogativas constitucionais do Presidente da República,

dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do

Presidente da República, e dos ministros do Supremo

Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade

(Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100) – Essa é a hipótese

de não-aplicação da lei processual penal no território nacional

relativa a crimes de responsabilidade, ou seja, trata-se de uma

exceção de jurisdição política. O que é isso? Determinados

crimes, relativos ao exercício da vida política, são chamados de

crimes de responsabilidade. Quando um agente político

(Presidente, Ministro de Estado, Ministro do STF) pratica uma

determinada conduta, esta pode ser tanto um crime comum

quanto um crime de responsabilidade (crime político). Nos crimes

de responsabilidade não há previsão de sanções criminais (prisão,

etc.), mas sanções políticas (perda do cargo, inelegibilidade

temporária, etc.). Em ALGUNS CASOS destes, o CPP não será

aplicado, sendo adotado um processo específico, geralmente de

competência do Poder Legislativo. Vamos ver o que diz a

Constituição:

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Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da

República nos crimes de responsabilidade, bem como os

Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e

da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com

aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de

02/09/99)

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal,

os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho

Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República

e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Vejam que a Constituição vai além do que prevê o CPP,

aumentando as hipóteses de afastamento da aplicação da lei

processual penal. Assim, ocorrendo a prática de crime de

responsabilidade por algum daqueles agentes, naquelas

circunstâncias previstas na Constituição e no CPP, não se aplicará

o CPP, mas o Regimento Interno do Senado Federal. Aqui, trata-

se de exercício da Jurisdição pelo Poder Legislativo! Apenas a

título de curiosidade (pois isso foge ao nosso objetivo aqui), os

crimes de responsabilidade estão previstos no art. 2° do Decreto-

Lei n° 201/67 e na lei 1.079/50. Cuidado! Os artigos da

Constituição mencionados no CPP estão desatualizados,

pois o CPP foi editado quando vigorava a Constituição de

1937!

C) Processos de competência da Justiça Militar – Os crimes

militares (que são definidos no art. 9° do Código Penal Militar) não

são submetidos a julgamento através do rito do CPP, mas, sendo

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de competência da Justiça Militar, aplica-se o Código de

Processo Penal Militar. Os crimes militares podem ser próprios

(aqueles que só estão previstos no COM), ou impróprios (estão

previstos também no Código Penal, mas em determinadas

circunstâncias são considerados militares. Por exemplo: Quando

praticado por militar em serviço ou dentro de estabelecimento

militar). Ocorrendo uma destas hipóteses, estaremos diante de

crime militar, cuja competência para julgamento é da Justiça

Militar, motivo pelo qual se afasta a aplicação do CPP! Cuidado!

Nessa hipótese, não se aplica o CPP nem mesmo de

maneira subsidiária!

D) Processos de Competência de Tribunal Especial – Essa

previsão não mais vigora, pois, com o advento da Constituição de

1988, houve a abolição expressa de toda e qualquer possibilidade

de existência de Tribunais de Exceção (especiais). Esses Tribunais

eram formados apenas para o julgamento de determinado crime,

após seu cometimento, ou seja, uma violação clara ao já estudado

princípio do Juiz Natural!

E) Processos relativos a crimes de imprensa – Esta disposição é

muito polêmica! A maioria da Doutrina entende que esse

dispositivo do CPP foi revogado pela Lei 5.250/67 (posterior ao

CPP), que prevê a aplicação do CPP se forma subsidiária nos

crimes de imprensa. Ou seja, em se tratando de crime de

imprensa, aplicam-se as regras estabelecidas na Lei própria.

Entretanto, havendo alguma lacuna, usa-se a regra geral

estabelecida pelo CPP para o caso. Assim, havendo previsão de

aplicação do CPP, ainda que de maneira subsidiária, não há que se

falar em exceção ao princípio da territorialidade. Devo frisar a

vocês, ainda, que o STF, em decisão na ADPF 130-7/DF,

considerou inconstitucionais diversos dispositivos da Lei de

Imprensa, por considerá-la fora dos padrões de Democracia

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brasileiros, o que nos leva a crer que o STF corrobora o

entendimento de que o CPP aplica-se nestes casos, ainda

que subsidiariamente.

Assim, o CPP aplica-se aos crimes cometidos no território nacional

(princípio da territorialidade), assim considerados aqueles cuja ação ou

omissão ocorreu no Brasil, ou ainda, aqueles cujo resultado aqui ocorreu

(teoria da ubiquidade do lugar do crime), ressalvadas as hipóteses legais

e constitucionais nas quais o CPP só se aplica subsidiariamente e aquelas

nas quais ele não se aplica nem mesmo de maneira subsidiária.

XII – APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO

Nos termos do art. 2° do CPP:

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem

prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei

anterior.

Por este artigo podemos extrair o princípio do tempus regit actum,

também conhecido como princípio do efeito imediato ou aplicação

imediata da lei processual. Este princípio significa que a lei processual

regulará os atos processuais praticados a partir de sua vigência, não se

aplicando aos atos já praticados.

Esta é a regra de aplicação temporal de toda e qualquer lei, meus

caros, ou seja, produção de efeitos somente para o futuro. Caso

contrário, o caos seria instalado!

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Assim, vocês devem ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha

se iniciado sob a vigência de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando

o CPP (ainda que mais gravosa ao réu), esta será aplicada aos atos

futuros. Ou seja, a lei nova não pode retroagir para alcançar atos

processuais já praticados, MAS SE APLICA AOS PROCESSOS EM

CURSO!

Esta possibilidade não ofende o art. 5°, XL da Constituição Federal,

que diz:

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Não ofende, pois não se trata de retroatividade da lei. Mais que isso,

esse dispositivo não se aplica às normas puramente processuais.

Vamos dar um exemplo: Imaginemos que uma pessoa responda pelo

crime de homicídio. Nesse caso, a Lei prevê dois recursos, “A” e “B”.

Durante o processo surge uma lei alterando o CPP e excluindo a

possibilidade de interposição do recurso “B”, ou seja, é prejudicial ao réu.

Nesse caso, trata-se de norma puramente processual, e a aplicação da lei

nova será imediata. Entretanto, se o acusado já tiver interposto o recurso

“B”, a lei nova não terá o condão de fazer com que o recurso deixe de ser

julgado, pois se trata de ato processual já praticado (interposição do

recurso), devendo o Tribunal apreciá-lo.

Portanto, meus caros, vocês estar atentos à diferenciação da

aplicação da lei penal e da lei processual penal. Isto é tema recorrente em

provas:

(FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR)

Em relação à lei processual penal no tempo, em caso de lei nova,

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a regra geral consiste na sua aplicação

A) imediata, independentemente da fase em que o processo em

andamento se encontre.

CORRETA: O princípio do tempus regit actum não encontra barreiras em

nenhuma fase do processo, ou seja, será aplicado ainda que o processo

já tenha terminado e estejamos em fase de execução de sentença;

B) imediata, somente em relação aos processos que se encontrem

na fase instrutória.

ERRADA: O art. 2° do CPP não faz qualquer distinção entre processos

que estejam na fase instrutória ou que já tenha se encerrado ou

quaisquer outras hipóteses, determinando a aplicação da lei processual

penal imediatamente: “Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde

logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei

anterior.”

C) somente a processos futuros, ainda que por fatos anteriores.

ERRADA: O princípio do tempus regit actum determina a aplicação da lei

nova aos atos processuais futuros, independentemente de o processo

já ter se iniciado sob a égide de uma outra lei, ainda que esta lei

anterior seja mais benéfica ao réu (lembrem-se da diferença entre

normas puramente processuais, puramente materiais e mistas!);

D) somente a processos futuros e sobre fatos posteriores.

ERRADA: Como disse acima, a aplicação se dá também aos processos já

iniciados, mas só alcança os atos ainda a serem praticados,

permanecendo válidos os atos praticados sob a égide da lei anterior, pois

são atos perfeitos e acabados;

E) imediata ou a processos futuros conforme decisão

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fundamentada do juiz em cada caso.

ERRADA: A aplicação imediata da lei processual penal é o que se pode

chamar de ope legis, ou seja, não depende de manifestação do

Magistrado nesse sentido, decorrendo diretamente da lei. Caso

dependesse de decisão do Juiz determinando ou não sua aplicação,

teríamos o que se chama de ope judicis.

GABARITO: LETRA A

(FCC – 2009 – TJ/MS – JUIZ)

A lei processual penal

A) tem aplicação imediata apenas nos processos ainda não

instruídos.

ERRADA: Conforme estudamos, ainda que estejamos diante de

processos já bastante adiantados (inclusive em sede recursal ou de

execução de pena), será aplicado o princípio do tempus regit actum, por

não ter o CPP, em seu art. 2°, feito qualquer restrição nesse sentido: Art.

2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da

validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

B) tem aplicação imediata apenas se beneficiar o acusado.

ERRADA: A aplicação imediata da lei processual penal, inclusive a

processos em curso, se dá independente de sua natureza benéfica ou

prejudicial ao réu, nos termos do art. 2° do CPP;

C) é de aplicação imediata, sem prejuízo de validade dos atos já

realizados.

CORRETA: A aplicação da lei processual penal é imediata, e os atos

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praticados sob a vigência de outra lei são considerados plenamente

válidos, pois foram devidamente praticados em respeito à lei vigente à

época;

D) vigora desde logo e sempre tem efeito retroativo.

ERRADA: A Lei processual penal vigora desde logo, isso é fato (art. 2°

do CP). Entretanto, em regra, não há efeito retroativo, salvo se se tratar

de norma material inserida na lei processual (heterotopia) ou norma

processual mista (parte de direito processual, parte de direito material) e

que sejam benéficas ao réu, hipótese na qual se admite a retroatividade

da lei processual.

E) é aplicável apenas aos fatos ocorridos após a sua vigência.

ERRADA: A lei processual penal pode ser aplicada a fatos ocorridos

antes de sua entrada em vigor, desde que o processo ainda tramite ou se

esteja executando a pena.

GABARITO: LETRA C

(FCC – 2008 – MPE/CE – PROMOTOR)

Quanto à eficácia temporal, a lei processual penal

A) aplica-se somente aos fatos criminosos ocorridos após a sua

vigência.

ERRADA: A lei processual penal pode ser aplicada a fatos ocorridos

antes de sua entrada em vigor, desde que o processo ainda tramite ou se

esteja executando a pena.

B) vigora desde logo, tendo sempre efeito retroativo.

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ERRADA: A Lei processual penal vigora desde logo, isso é fato (art. 2°

do CP). Entretanto, em regra, não há efeito retroativo, salvo se se tratar

de norma material inserida na lei processual (heterotopia) ou norma

processual mista (parte de direito processual, parte de direito material) e

que sejam benéficas ao réu, hipótese na qual se admite a retroatividade

da lei processual.

C) tem aplicação imediata, sem prejuízo da validade dos atos já

realizados.

CORRETA: Essa é a redação do artigo 2° do CPP: “Art. 2o A lei

processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos

atos realizados sob a vigência da lei anterior.”. Assim, esse artigo

consagra o princípio da atividade da lei processual penal, ou do tempus

regit actum.

D) tem aplicação imediata nos processos ainda não instruídos.

ERRADA: Conforme estudamos, ainda que estejamos diante de

processos já bastante adiantados (inclusive em sede recursal ou de

execução de pena), será aplicado o princípio do tempus regit actum, por

não ter o CPP, em seu art. 2°, feito qualquer restrição nesse sentido: Art.

2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da

validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

E) não terá aplicação imediata, salvo se para beneficiar o

acusado.

ERRADA: A aplicação imediata da lei processual penal, inclusive a

processos em curso, se dá independente de sua natureza benéfica ou

prejudicial ao réu, nos termos do art. 2° do CPP.

GABARITO: LETRA C

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(FCC – 2009 – TJ/PA – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

A nova lei processual penal

A) é de incidência imediata, pouco importando a fase em que

esteja o processo.

CORRETA: O CPP não distinguiu as fases do processo para fins de

aplicação da lei processual penal nova. Nesse caso, a lei processual penal

é sempre aplicável aos atos processuais ainda não praticados, por força

do princípio do tempus regit actum (Vou fazer lavagem cerebral em

vocês!), ainda que o processo esteja em fase de execução de pena.

B) não é aplicável aos processos, ainda em curso, iniciados na

vigência da lei processual anterior.

ERRADA: O princípio do tempus regit actum determina a aplicação da lei

nova aos atos processuais futuros, independentemente de o processo

já ter se iniciado sob a égide de uma outra lei, ainda que esta lei

anterior seja mais benéfica ao réu (lembrem-se da diferença entre

normas puramente processuais, puramente materiais e mistas!);

C) não é aplicável aos processos de rito ordinário, ainda em

andamento, quando de sua vigência.

ERRADA: O CPP não faz distinção entre aplicação a processos em curso

ou processos futuros, tampouco diferencia a aplicação da lei processual

penal no que se refere ao rito adotado para o processo;

D) é aplicável, inclusive, aos processos já findos.

ERRADA: Essa alternativa é polêmica. De fato, se o processo já se

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findou, não há como aplicar-se a lei processual penal aos atos

processuais, pois todos eles já foram praticados anteriormente à sua

entrada em vigor. Entretanto, para isso, temos que entender como

“processo findo” aquele em que já se esgotou também a fase de

execução de pena, e não só aquele em que se esgotou a fase de

conhecimento, pois, como vimos, na fase de execução também aplica-se

o tempus regit actum.

E) é aplicável somente aos processos, ainda em curso, da

competência do Tribunal do Júri.

ERRADA: O CPP não faz distinção entre aplicação a processos em curso

ou processos futuros, tampouco diferencia a aplicação da lei processual

penal no que se refere ao rito adotado para o processo.

GABARITO: LETRA A

(VUNESP – 2010 – FUNDAÇÃO CASA – ANALISTA

ADMINISTRATIVO – DIREITO)

No que concerne à lei processual penal, considere as seguintes

assertivas:

I. aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos

realizados sob a vigência da lei anterior;

CORRETA: Esta é a previsão literal do art. 2° do CPP: “Art. 2o A lei

processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos

atos realizados sob a vigência da lei anterior.”. Portanto, a afirmativa

está corretíssima!

II. não admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica;

ERRADA: O CPP admite, expressamente, em seu art. 3°, a possibilidade

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de interpretação extensiva e aplicação analógica: “Art. 3o A lei processual

penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como

o suplemento dos princípios gerais de direito.”

III. admitirá o suplemento dos princípios gerais de direito.

CORRETA: Esta possibilidade também está prevista no art. 3° do CPP, já

transcrito. Lembrando que os princípios gerais do Direito são são regras

de integração da lei, ou seja, de complementação de lacunas. Assim,

quando não se vislumbrar uma lei que possa reger adequadamente o

caso concreto, o CPP admite a aplicação dos princípios gerais do Direito.

É correto o que se afirma em

A) III, apenas.

B) I e II, apenas.

C) I e III, apenas.

D) II e III, apenas.

E) todas as assertivas.

GABARITO: LETRA C

(CESPE – 2002 – CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO

FEDERAL)

Alfeu responde, em juízo de primeiro grau, a processo pela

prática de crime contra o patrimônio. Considerando, nesse caso,

que o crime está sujeito às disposições do Código de Processo

Penal (CPP), julgue o item abaixo.

A edição de uma lei processual penal nova que provoque

mudanças nas regras recursais do CPP será aplicada ao

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procedimento penal a que Alfeu responde.

COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 2° do CPP:

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem

prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei

anterior.

Por este artigo podemos extrair o princípio do tempus regit actum,

também conhecido como princípio do efeito imediato ou aplicação

imediata da lei processual. Este princípio significa que a lei processual

regulará os atos processuais praticados a partir de sua vigência, não se

aplicando aos atos já praticados.

Esta é a regra de aplicação temporal de toda e qualquer lei, meus

caros, ou seja, produção de efeitos somente para o futuro. Caso

contrário, o caos seria instalado!

Assim, vocês devem ter muito cuidado! Ainda que o processo tenha se

iniciado sob a vigência de uma lei, sobrevindo outra norma, alterando o

CPP (ainda que mais gravosa ao réu), esta será aplicada aos atos

futuros. Ou seja, a lei nova não pode retroagir para alcançar atos

processuais já praticados, MAS SE APLICA AOS PROCESSOS EM

CURSO!

GABARITO: CORRETA

Ocorre, porém, que dentro de uma lei processual pode haver normas

de natureza material. Como assim? Uma lei processual pode estabelecer

normas que, na verdade, são de Direito Penal, pois criam ou extinguem

direito do indivíduo, relativos à sua liberdade, etc. Nesses casos de leis

materiais, inseridas em normas processuais (e vice-versa), ocorre

o fenômeno da heterotopia.

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Em casos como este, o difícil é saber identificar qual regra é de

direito processual e qual é de direito material (penal). Porém, uma vez

identificada a norma como sendo uma regra de direito material, sua

aplicação será regulada pelas normas atinentes à aplicação da lei penal no

tempo, inclusive no que se refere à possibilidade de eficácia retroativa

para benefício do réu.

Diferentemente das normas heterotópicas (que são ou de direito

material ou de direito processual, mas inseridas em lei de natureza

diversa), existem normas mistas, ou híbridas, que são aquelas que

são, ao mesmo tempo, normas de direito processual e de direito

material.

Vou dar um exemplo:

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer,

nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso

do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção

antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso,

decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

(Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

Nesse caso acima, temos uma norma que possui conteúdo misto (ou

híbrido). A primeira parte trata da suspensão do processo

(natureza processual) e a segunda trata da suspensão do prazo

prescricional (natureza material).

Como vocês podem ver, trata-se de norma que alterou o Código

Processual Penal em 1996. Imaginemos que quando do advento desta lei

que alterou o CPP tramitasse um processo no qual o acusado foi citado

por edital e não apresentou resposta. A lei não previa nem a suspensão

do processo nem a do prazo prescricional. Nesse sentido, poderíamos

aplicar a lei? Os Tribunais entenderam que a parte processual até

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poderia ser aplicada aos processos em curso (suspensão do processo),

mas a parte material não poderia ser aplicada (suspensão do prazo

prescricional), por ser prejudicial ao réu.

Já disse a vocês que a norma processual penal, como qualquer outra,

possui eficácia imediata, para o futuro. Isso se chama de atividade da lei.

Entretanto, em alguns casos, a lei pode produzir efeitos fora do

seu período de vigência (que começa com a entrada em vigor e

termina com sua revogação). Nesse caso, teremos o que se chama de

extratividade, ou seja, atividade fora (do período de vigência).

A extratividade, por sua vez, pode se dar na forma de

retroatividade ou de ultratividade. A primeira ocorre quando uma lei

atinge fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor. Já a segunda ocorre

quando uma lei é aplicada a fatos que ocorreram mesmo após sua

revogação (saída do mundo jurídico).

Quando a lei processual penal traz conteúdo de direito material

(estabelecimento de regime prisional, livramento condicional, extinção de

punibilidade), poderá ser aplicada a crimes cometidos antes de sua

vigência (eficácia retroativa). Mais que isso: Por ser benéfica ao réu, caso

seja revogada por uma norma que preveja situação mais gravosa (regime

prisional prejudicial, prazo prescricional maior), a lei antiga (já revogada)

continuará a reger aqueles fatos (ultratividade da lei).

CUIDADO! No que se refere às normas

relativas à execução penal (cumprimento

de pena, saídas temporárias, etc.), a

Doutrina diverge quanto à sua natureza. Há

quem entenda tratar-se de normas de

direito material, há quem as considere

como normas de direito processual.

Entretanto, para nós, o que importa é o que

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o STF e o STJ pensam! E eles entendem

que se trata de norma de direito material.

Assim, se uma lei nova surge, alterando o

regime de cumprimento da pena,

beneficiando o réu, ela será aplicada aos

processos em fase de execução, por ser

considerada norma de direito material.

XIII – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CPP

O art. 3° do CPP diz:

Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e

aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios

gerais de direito.

Vamos explicar, assim, o que seriam interpretação extensiva,

aplicação analógica (ou interpretação analógica) e princípios gerais

do Direito.

A interpretação extensiva é uma atividade na qual o intérprete

estende o alcance do que diz a lei, em razão de sua vontade (vontade

da lei) ser esta. No crime de extorsão mediante sequestro, por exemplo,

é lógico que a lei quis incluir, também, extorsão mediante cárcere

privado. Assim, faz-se uma interpretação extensiva, que pode ser

aplicada sem que haja violação ao princípio da legalidade, pois, na

verdade, a lei diz isso, só que não está expresso em seu texto. A Doutrina

processualista diverge um pouco com relação a isso. Embora o CPP

admita expressamente sua possibilidade de aplicação, há doutrinadores

que entendem que no caso de se tratar de norma mista, ou norma

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puramente material inserida em lei processual, não caberá interpretação

extensiva em prejuízo do réu.

A interpretação analógica, por sua vez, é bem diferente. Como o

nome diz, decorre da analogia, que é o mesmo que comparação. Assim,

essa interpretação irá existir somente naqueles casos em que a lei

estabeleça uma fórmula casuística (um exemplo) e determine sua

aplicação em outras situações idênticas (fórmula genérica). Caso

clássico é o do art. 121, § 2°, I, do CP, que diz ser o homicídio qualificado

quando realizado mediante paga ou promessa de recompensa (fórmula

casuística, exemplo), ou outro motivo torpe (fórmula genérica, outras

hipóteses idênticas).

Neste caso, a lei processual já previu a possibilidade aplicação da lei

naquela hipótese, mas não a exemplificou, como fez em outra hipótese.

Suponhamos o seguinte: A lei processual penal estabelece que caberá

prisão preventiva no caso de o réu ameaçar testemunhas ou praticar

outro ato que possa prejudicar a instrução do processo. Aqui, se o réu

tentar destruir documentos que possam incriminá-los, estará praticando

uma conduta que pode prejudicar a instrução processual, embora não

seja ameaçar testemunha. Nesse caso, por interpretação analógica,

caberá decretação de sua prisão preventiva.

Já os princípios gerais do Direito são regras de integração da lei,

ou seja, de complementação de lacunas. Assim, quando não se

vislumbrar uma lei que possa reger adequadamente o caso concreto, o

CPP admite a aplicação dos princípios gerais do Direito. Esses princípios

gerais do Direito são inúmeros, e são aqueles que norteiam a atividade de

aplicação do Direito.

Como exemplo, imaginemos que uma lei estabeleça a participação

das partes (autor e réu) em determinado ato processual. Se a lei nada

disser em relação a ordem de participação das partes no ato processual,

deve-se permitir que a defesa atue por último, pois é de conhecimento

geral daqueles que aplicam o Direito que a defesa deve falar por último

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no processo, a fim de que possa se defender plenamente dos fatos que

lhe são imputados.

Vejamos uma questão que abordou este tema:

(CESPE – 2002 – CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO

FEDERAL)

Alfeu responde, em juízo de primeiro grau, a processo pela

prática de crime contra o patrimônio. Considerando, nesse caso,

que o crime está sujeito às disposições do Código de Processo

Penal (CPP), julgue o item abaixo.

A lei processual penal aplicável ao procedimento a que Alfeu

responde admite tanto a interpretação extensiva quanto a

aplicação analógica.

COMENTÁRIOS: O art. 3° do CPP diz:

Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e

aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios

gerais de direito.

A interpretação extensiva é uma atividade na qual o intérprete

estende o alcance do que diz a lei, em razão de sua vontade (vontade

da lei) ser esta. No crime de extorsão mediante sequestro, por exemplo,

é lógico que a lei quis incluir, também, extorsão mediante cárcere

privado. Assim, faz-se uma interpretação extensiva, que pode ser

aplicada sem que haja violação ao princípio da legalidade, pois, na

verdade, a lei diz isso, só que não está expresso em seu texto. A

Doutrina processualista diverge um pouco com relação a isso. Embora o

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CPP admita expressamente sua possibilidade de aplicação, há

doutrinadores que entendem que no caso de se tratar de norma mista,

ou norma puramente material inserida em lei processual, não caberá

interpretação extensiva em prejuízo do réu.

A interpretação analógica, por sua vez, é bem diferente. Como o

nome diz, decorre da analogia, que é o mesmo que comparação. Assim,

essa interpretação irá existir somente naqueles casos em que a

lei estabeleça uma fórmula casuística (um exemplo) e determine

sua aplicação em outras situações idênticas (fórmula genérica).

Caso clássico é o do art. 121, § 2°, I, do CP, que diz ser o homicídio

qualificado quando realizado mediante paga ou promessa de recompensa

(fórmula casuística, exemplo), ou outro motivo torpe (fórmula genérica,

outras hipóteses idênticas).

Neste caso, a lei processual já previu a possibilidade aplicação da lei

naquela hipótese, mas não a exemplificou, como fez em outra hipótese.

Suponhamos o seguinte: A lei processual penal estabelece que caberá

prisão preventiva no caso de o réu ameaçar testemunhas ou praticar

outro ato que possa prejudicar a instrução do processo. Aqui, se o réu

tentar destruir documentos que possam incriminá-los, estará praticando

uma conduta que pode prejudicar a instrução processual, embora não

seja ameaçar testemunha. Nesse caso, por interpretação analógica,

caberá decretação de sua prisão preventiva.

GABARITO: CORRETA

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RESUMO DA AULA

1. PRINCÍPIOS

NE PROCEDAT IUDEX EX OFFICIO – Também chamado de

princípio da inércia, prega que o Juiz não deve se movimentar

para dar início ao processo, pois isso cabe ao acusador, que

na ação penal pública é o MP, e na ação penal privada é o

ofendido. Isso consagra a adoção do SISTEMA

ACUSATÓRIO, em contraposição ao sistema inquisitivo, não

adotado em regra. ESTE PRINCÍPIO NÃO IMPEDE QUE O

JUIZ DETERMINE A REALIZAÇÃO DE DILIGÊNCIAS, EM

HOMENAGEM AO PRINCÍPIO DA VERDADE REAL;

DEVIDO PROCESSO LEGAL – Prega que alguém só pode

ser privado de sua liberdade ou de seus bens após ser

devidamente processado em processo que respeite as

normas constitucionais e legais. Divide-se basicamente em

CONTRADITÓRIO e AMPLA DEFESA. O contraditório é, em

resumo, o direito que cada parte tem de poder se manifestar

sempre que a outra parte se manifeste. A ampla defesa prega

que aqueles que estão sendo acusados devem poder se

defender de todas as formas possíveis, não sendo possível

restringir o direito de defesa. O postulado da ampla defesa

engloba a defesa técnica [= prestada por profissional

habilitado] e a autodefesa [= realizada pelo próprio acusado,

por exemplo, quando se manifesta no interrogatório]. NO

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INQUÉRITO POLICIAL NÃO HÁ CONTRADITÓRIO.

PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA – Ninguém pode ser

considerado culpado antes que seja condenado por sentença

da qual não caiba mais recurso. Isso gera a obrigação de que

o acusador PROVE a culpa do réu, já que este é,

presumidamente, inocente. A existência de prisões

cautelares (no curso do processo) NÃO OFENDE ESTE

PRINCÍPIO, pois não se fundamentam na culpa do réu, mas

em possível risco ao processo (cautelaridade). Quanto à

posição do STF e do STJ sobre temas específicos deste

princípio, ver quadrinho da pág. 19;

VEDAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PROVAS ILÍCITAS –

Nenhuma prova obtida por meio ilícito pode ser utilizada no

processo. Dentre estas provas ilícitas incluem aquelas que,

embora lícitas, originam-se de um ato ilícito [= ilícitas por

derivação]. A Jurisprudência, no entanto, tem admitido a

utilização destas provas quando for a única forma de o réu

PROVAR SUA INOCÊNCIA.

NECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES

JUDICIAIS – Todas as decisões do Judiciário devem ser

devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade, até em

respeito ao princípio da ampla defesa, para possibilitar que o

prejudicado possa recorrer da decisão. CUIDADO: 1)

Decisão de recebimento da inicial acusatória não precisa ser

fundamentada; 2) Fundamentação referida é constitucional;

3) Decisões do Júri não são fundamentadas;

PUBLICIDADE – Os atos do processo devem ser públicos,

mas essa publicidade não é irrestrita, podendo ser restringida

em alguns casos [= preservação da intimidade ou para a

perfeita realização do ato], inclusive em relação às partes no

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processo, MAS NUNCA AOS PATRONOS DAS PARTES.

DECISÃO DO JÚRI É SIGILOSA;

ISONOMIA PROCESSUAL – Diz que todas as partes devem

ser tratadas de maneira equânime no processo. Essa

isonomia busca a igualdade material [= tratar iguais

igualmente e desiguais desigualmente], de forma que a

previsão de prazos diferenciados para determinadas partes

não viola este princípio;

DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO – Os atos judiciais devem

estar sujeitos à revisão por outro órgão do Judiciário. NÃO É

UM PRINCÍPIO EXPRESSO NA CONSTITUIÇÃO;

JUIZ NATURAL E PROMOTOR NATURAL – Toda pessoa

tem o direito de ser processada [= promotor natural] e

julgada [= Juiz natural] por órgão do Estado previamente

designado para tal, sendo vedada a formação de Tribunais de

exceção, ou seja, para julgamento de apenas determinado

fato, após a sua prática. O princípio do Promotor natural não

é unânime na Doutrina. A existência de VARAS

ESPECIALIZADAS não ofende este princípio, pois não

violação à imparcialidade do Juiz, já que se trata apenas de

divisão funcional de tarefas.

2. APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL

TEMPUS REGIT ACTUM – A norma processual nova se

aplica aos fatos praticados antes de sua vigência, desde que

o processo ainda esteja em curso, sendo aplicada somente

aos atos processuais ainda não praticados, ou seja, aplica-se

imediatamente aos processos em curso, daquele momento

Idelfonso
Realce
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em diante;

HETEROTOPIA – No caso de normas de Direito Material

dentro de uma lei processual, essa norma material não possui

aplicação imediata, seguindo a regra de aplicação da lei penal

[= retroatividade somente se benéfica ao réu];

NORMAS MISTAS – São normas que mesclam aspectos de

direito material e aspectos de direito processual. Segundo os

Tribunais superiores, a parte de Direito material não poderia

ser aplicada aos fatos criminosos já praticados, mas a parte

de direito processual sim, aplicando-se, portanto, ao processo

em curso.

PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE – O CPP é aplicável a

todo e qualquer crime praticado no território nacional, salvo:

1) Processos de julgamento de CRIMES MILITARES 2)

Crimes de RESPONSABILIDADE; 3) Exceções previstas em

TRATADOS INTERNACIONAIS; 4) Crimes de IMPRENSA.

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CPP – Admite-se a

utilização de INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA, APLICAÇÃO

ANALÓGICA E PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO.

QUESTÕES PARA PRATICAR

QUESTÕES SOBRE PRINCÍPIOS DO DIREITO

PROCESSUAL PENAL

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01 - (TJ-SC – 2009 – TJ-SC – Analista Jurídico)

Segundo De Plácido e Silva, os “princípios jurídicos, sem dúvida,

significam os pontos básicos, que servem de ponto de partida ou de

elementos vitais do próprio Direito. Indicam o alicerce do Direito.”

(Vocabulário Jurídico. 28 ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2009. p.

1091)

Tendo em mira o trecho acima transcrito, mormente os seus

conhecimentos sobre a matéria, julgue as proposições a seguir:

I. Decorre do princípio da presunção de inocência a imputação do ônus da

prova à acusação.

II. Em razão do princípio da soberania dos veredictos, não pode o

Tribunal reformar a decisão, apenas designar um novo júri.

III. O Juiz deve ser previamente designado previamente, por lei, sendo

vedado o Tribunal de Exceção, conforme preleciona o princípio do Juiz

Natural.

IV. De toda alegação fática ou de direito e das provas apresentadas tem o

adverso o direito de se manifestar, tendo em vista o que preleciona o

princípio do contraditório.

A) Todas as proposições estão corretas.

B) Todas as proposições estão incorretas.

C) As proposições II, III e IV estão corretas.

D) As proposições I, II e III estão corretas.

E) As proposições I, III e IV estão corretas.

02 - (CESPE – 2008 – TJ-SE – Juiz de Direito)

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Os princípios constitucionais aplicáveis ao processo penal incluem

A) a publicidade.

B) a verdade real.

C) a identidade física do juiz.

D) o favor rei.

E) a indisponibilidade.

03 - (FCC – 2011 – NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO –

Advogado)

A regra que, no processo penal, atribui à acusação, que apresenta a

imputação em juízo através de denúncia ou de queixa- crime, o ônus da

prova é decorrência do princípio

A) do contraditório.

B) do devido processo legal.

C) do Promotor natural.

D) da ampla defesa.

E) da presunção de inocência.

04 - (CESPE – 2011 – STM – Analista Judiciário- Execução de

Mandados)

Os efeitos causados pelo princípio constitucional da presunção de

inocência no ordenamento jurídico nacional incluem a inversão, no

processo penal, do ônus da prova para o acusador.

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05 - (CESPE – 2011 – STM – Analista Judiciário- Execução de

Mandados)

Entende-se por devido processo legal a garantia do acusado de não ser

privado de sua liberdade em um processo que seguiu a forma

estabelecida na lei; desse princípio deriva o fato de o descumprimento de

qualquer formalidade pelo juiz ensejar a nulidade absoluta do processo,

por ofensa a esse princípio.

06 - (CESPE – 2011 – STM – Analista Judiciário- Execução de

Mandados)

Não se admite, por caracterizar ofensa ao princípio do contraditório e do

devido processo legal, a concessão de medidas judiciais inaudita altera

parte no processo penal.

07 - (CESPE – 2011 – STM – Analista Judiciário- Execução de

Mandados)

O princípio da inocência está expressamente previsto na Constituição

Federal de 1988 e estabelece que todas as pessoas são inocentes até que

se prove o contrário, razão pela qual se admite a prisão penal do réu após

a produção de prova que demonstre sua culpa.

08 - (CESPE – 2011 – STM – Analista Judiciário- Execução de

Mandados)

A adoção do princípio da inércia no processo penal brasileiro não permite

que o juiz determine, de ofício, diligências para dirimir dúvida sobre ponto

relevante dos autos.

09 - (MPE-SP – 2006 – MPE-SP – Promotor de Justiça)

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Assinale a afirmação incorreta.

A) O direito à ampla defesa abrange a autodefesa

B) A retirada do réu da sala de audiência não precisa ser motivada pelo

juiz.

C) O direito de o réu estar presente à produção da prova testemunhal

decorre do direito à autodefesa.

D) O direito à autodefesa é renunciável.

E) A retirada do réu da sala de audiência, quando sua presença ou atitude

possa prejudicar a verdade do depoimento, não viola o direito à

autodefesa.

10 - (VUNESPE – 2008 – DPE-MS – Defensor Público)

O princípio da publicidade

A) não tem aplicabilidade no direito processual penal brasileiro, visto que

não está previsto na Constituição Federal.

B) é aquele que garante à imprensa acesso a todas as informações

processuais, em nome do interesse público.

C) é regra geral no sistema processual do tipo acusatório.

D) manifesta-se claramente nos atos praticados durante a feitura do

inquérito policial, em razão da natureza inquisitiva da referida peça

informativa.

11 - (FCC – 2009 – MPE-SE – Técnico do MP – Área administrativa)

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A condenação de um réu sem defensor viola o princípio

A) da oficialidade.

B) da publicidade.

C) do juiz natural.

D) da verdade real.

E) do contraditório.

12 - (FCC – 2009 – TJ-AP – Analista Judiciário – Área Judiciária)

A Constituição Federal NÃO prevê expressamente o princípio

A) da publicidade.

B) do duplo grau de jurisdição.

C) do contraditório.

D) da presunção da inocência.

E) do juiz natural.

13 - (CESPE – 2008 – PC-TO – Delegado de Polícia)

Impera no processo penal o princípio da verdade real e não da verdade

formal, próprio do processo civil, em que, se o réu não se defender,

presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor.

14 - (CESPE – 2011 – STM – Analista Judiciário- Execução de

Mandados)

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O dispositivo constitucional que estabelece serem inadmissíveis as provas

obtidas por meios ilícitos, bem como as restrições à prova criminal

existentes na legislação processual penal, são exemplos de limitações ao

alcance da verdade real.

15 - (FCC – 2007 – MPU – Analista Processual)

Dispõe o art. 5º, inciso XXXVII da Constituição da República Federativa do

Brasil que "Não haverá juízo ou Tribunal de exceção; inciso LIII ?

Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade

competente". Tais disposições consagram o princípio

A) da presunção de inocência.

B) da ampla defesa.

C) do devido processo legal.

D) da dignidade.

E) do juiz natural.

16 - (FGV – 2008 – TJ-MS – Juiz de Direito)

Relativamente aos princípios processuais penais, é incorreto afirmar que:

A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso de

dúvida o réu seja absolvido.

B) o princípio da presunção de inocência recomenda que processos

criminais em andamento não sejam considerados como maus

antecedentes para efeito de fixação de pena.

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C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a

defesa técnica se manifeste depois da acusação e antes da decisão

judicial, seja nas alegações finais escritas, seja nas alegações orais.

D) o princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos

casos em que o co-réu possui foro por prerrogativa de função quando o

réu deveria ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau.

E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo

admissível que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única disponível

para a acusação e o crime imputado seja considerado hediondo.

QUESTÕES SOBRE APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL

PENAL

01 - (FCC – 2008 – TCE/AL – PROCURADOR)

Em relação à lei processual penal no tempo, em caso de lei nova, a regra

geral consiste na sua aplicação

A) imediata, independentemente da fase em que o processo em

andamento se encontre.

B) imediata, somente em relação aos processos que se encontrem na fase

instrutória.

C) somente a processos futuros, ainda que por fatos anteriores.

D) somente a processos futuros e sobre fatos posteriores.

E) imediata ou a processos futuros conforme decisão fundamentada do

juiz em cada caso.

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02 - (FCC – 2009 – TJ/MS – JUIZ)

A lei processual penal

A) tem aplicação imediata apenas nos processos ainda não instruídos.

B) tem aplicação imediata apenas se beneficiar o acusado.

C) é de aplicação imediata, sem prejuízo de validade dos atos já

realizados.

D) vigora desde logo e sempre tem efeito retroativo.

E) é aplicável apenas aos fatos ocorridos após a sua vigência.

03 - (FCC – 2008 – MPE/CE – PROMOTOR)

Quanto à eficácia temporal, a lei processual penal

A) aplica-se somente aos fatos criminosos ocorridos após a sua vigência.

B) vigora desde logo, tendo sempre efeito retroativo.

C) tem aplicação imediata, sem prejuízo da validade dos atos já

realizados.

D) tem aplicação imediata nos processos ainda não instruídos.

E) não terá aplicação imediata, salvo se para beneficiar o acusado.

04 - (FCC – 2009 – TJ/PA – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

A nova lei processual penal

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A) é de incidência imediata, pouco importando a fase em que esteja o

processo.

B) não é aplicável aos processos, ainda em curso, iniciados na vigência da

lei processual anterior.

C) não é aplicável aos processos de rito ordinário, ainda em andamento,

quando de sua vigência.

D) é aplicável, inclusive, aos processos já findos.

E) é aplicável somente aos processos, ainda em curso, da competência do

Tribunal do Júri.

05 - (VUNESP – 2010 – FUNDAÇÃO CASA – ANALISTA

ADMINISTRATIVO – DIREITO)

No que concerne à lei processual penal, considere as seguintes

assertivas:

I. aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados

sob a vigência da lei anterior;

II. não admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica;

III. admitirá o suplemento dos princípios gerais de direito.

É correto o que se afirma em

A) III, apenas.

B) I e II, apenas.

C) I e III, apenas.

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D) II e III, apenas.

E) todas as assertivas.

06 - (CESPE – 2002 – CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO

FEDERAL)

Alfeu responde, em juízo de primeiro grau, a processo pela prática de

crime contra o patrimônio. Considerando, nesse caso, que o crime está

sujeito às disposições do Código de Processo Penal (CPP), julgue o item

abaixo.

A edição de uma lei processual penal nova que provoque mudanças nas

regras recursais do CPP será aplicada ao procedimento penal a que Alfeu

responde.

07 - (CESPE – 2002 – CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO

FEDERAL)

Alfeu responde, em juízo de primeiro grau, a processo pela prática de

crime contra o patrimônio. Considerando, nesse caso, que o crime está

sujeito às disposições do Código de Processo Penal (CPP), julgue o item

abaixo.

A lei processual penal aplicável ao procedimento a que Alfeu responde

admite tanto a interpretação extensiva quanto a aplicação analógica.

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GABARITO

QUESTÕES SOBRE PRINCÍPIOS DO DIREITO

PROCESSUAL PENAL

1) ALTERNATIVA “A”

2) ALTERNATIVA “A”

3) ALTERNATIVA “E”

4) CORRETA

5) ERRADA

6) ERRADA

7) ERRADA

8) ERRADA

9) ALTERNATIVA “B”

10) ALTERNATIVA “C”

11) ALTERNATIVA “E”

12) ALTERNATIVA “B”

13) CORRETA

14) CORRETA

15) ALTERNATIVA “E”

16) ALTERNATIVA “E”

GABARITO

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QUESTÕES SOBRE APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL

PENAL

01. ALTERNATIVA A

02. ALTERNATIVA C

03. ALTERNATIVA C

04. ALTERNATIVA A

05. ALTERNATIVA C

06. CORRETA

07. CORRETA