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FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS FÁRMACOS ANTI- HELMÍNTICOS Robergues Costa Antônia Vanessa dos Santos

67697017 Farmacologia Clinica Dos Farmacos Anti Helminticos

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FARMACOLOGIA CLÍNICA DOS FÁRMACOS ANTI-HELMÍNTICOS

Robergues Costa

Antônia Vanessa dos Santos

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Albendazol

Anti-helmíntico oral de amplo espectro Fármaco de escolha: doença hidática e

cisticercose (EUA) Também utilizado: infecções por oxiúros e

ancilóstomos, ascaridíase, tricuríase e estrongiloidíase. (Não padronizado)

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Farmacocinética

O albendazol é um carbamato de benzimidazol VO: absorção de maneira irregular (aumentado com

refeições gordurosas) e passa rapidamente por metabolismo de primeira passagem

Metabólito ativo: sulfóxido de albendazol 400mg VO: concentração plasmática máxima em 3h e

meia-vida de 8 a 12h O sulfóxido tem alta ligação a proteínas plasmáticas, boa

distribuição tecidual, entra na bile, líquido cerebroespinhal e cistos hidáticos

Os metabólitos do albendazol são excretados na urina

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Farmacodinâmica

Inibição da síntese de microtúbulos de nematódeos por benzimidazólicos (?)

Efeito larvicida: doença hidática, cisticercose, ascaridíase e infecções por ancilóstomos

Efeito ovicida: ascaridíase, ancilostomíase e tricuríase

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Usos Clínicos

Administração: estômago vazio (parasitos intraluminais) ou com refeições gordurosas (parasitos teciduais)

Ascaridíase, Tricuríase e Infecções por Oxiúros e Ancilóstomos Acima de dois anos de idade: 400mg VO por 1 dia. 2 a 3 dia para

infecções maciças por áscaris. 2 semanas para infecções por oxiúros Alto índice de cura Redução acentuada na contagem de ovos dos não curados Doença Hidática Albendazol é o medicamento de escolha Adjuvante útil na remoção cirúrgica ou por aspiração de cistos Dosagem: 400mg VO 2x dia por 1 mês ou mais, junto a refeições Terapia diária por até 6 meses foi bem tolerada Estratégia: albendazol + praziquantel (1 mês); avaliação; decisão de

quimioterapia contínua ou terapia cirúrgica e medicamentosa combinadas

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Usos Clínicos

Neurocisticercose A terapia anti-helmíntica não é claramente superior à terapia com

corticosteroides isoladamente e pode exacerbar a doença neurológica Terapia isolada apropriada para cistos sintomáticos parenquimatosos

ou intraventriculares Albendazol + corticosteroides: reduzir a inflamação causada por

microrganismos agonizantes Dosagem: 400mg VO 2x dia por até 21 dias Vantagens em relação ao praziquantel: curso mais curto, menor custo,

melhor penetração no espaço no espaço subaracnóide e aumento nos níveis de fármaco (quando administrado com corticosteroides.

Outras Infecções Escolha: migrans cutânea (400 mg 1x dia por 3 dias); migrans visceral

(400 mg 2x dia por 5 dias); capilaríase intestinal (400 mg 1x dia por 10 dias); infecções por microsporídios (400 mg 2x dia por 2 semanas ou mais) e gnatostomíase (400 mg 2x dia por 3 semanas).

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Reações adversas, contra indicações e precauções

Uso até 3 dias: o albendazol é quase livre de efeitos adversos significativos

Podem ocorrer desconforto epigástrico brando e transitório, diarreia, cefaleia, náuseas, tonturas e insônia

Uso à longo prazo para doença hidática: bem tolerado, mas pode causar desconforto abdominal, cefaléia, febre, fadiga, alopécia, aumento das enzimas hepáticas e pan-citopenia

Deve-se acompanhar hemograma e estudos da função hepática em terapia de longo prazo

Fármaco não deve ser administrado em paciente com cirrose e em pacientes com hipersensibilidade a outros benzimidazólicos

Gravidez e menores de dois anos (?)

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Bitionol

Fármaco de escolha para tratamento de fasciolíase (trematódeo do fígado da ovelha)

Fármaco alternativo para tratamento da paragonimíase pulmonar

Farmacocinética VO: pico em 4 a 8h Excreção parece ser principalmente renal Usos Clínicos Paragonimíase e fasciolíase: 30 a 50 mg/Kg

fracionada em 2/3 x após refeição em dias alternados por 10/15 doses

Índices de cura: Paragonimíase pulmonar(90%) e para a cerebral pode ser necessário repetir os cursos

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Bitionol

Reações adversas , contra indicações e precauções

Efeitos adversos (40% casos): diarreia, cólicas abdominais, anorexia, náuseas, vômitos, tontura e cefaleia. (geralmente são brandos e transitórios, ocasionalmente gravidade requer interrupção da terapia)

Exantemas cutâneos: pode ocorrer com 1 semana ou mais de terapia, provavelmente por liberação de antígenos dos vermes agonizantes

Cautela no uso em menores de 8 anos (experiência limitada nesta faixa etária)

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Citrato de dietilcarbamazina

Fármaco de escolha: filariose e eosinofilia tropical Substituído por ivermectina no tratamento de oncocercíase Química e farmacocinética A dietilcarbamazina é derivado sintético da piperazina,

comercializado como sal de citrato Rapidamente absorvida no TGI, com pico de 1 a 2 horas (0,5

mg/Kg); meia-vida de 2 a 3h (urina ácida) e 10h (urina alcalina)

O fármaco equilibra-se com todos os tecidos, exeto a gordura Excreção principalmente renal com fármacos sem alteração e

metabólitos N-óxidos Dosagem pode ser diminuída em pacientes com alcalose

urinaria ou dano renal

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Farmacodinâmica A dietilcarbamazina imobiliza as microfilárias a altera sua estrutura de

superfície, deslocando-as dos tecidos e tornando-as mais suscetíveis à destruição pelos mecanismos de defesa do hospedeiro. O modo de ação contra os vermes adultos é desconhecido

Usos clínicos Wuchereria bancrofti, Brugia malayi, Brugia timori e Loa loa Tratamento: 2 ou 3 (para Loa loa) semanas com doses iniciais baixas para

reduzir a incidência de reações alérgicas às microfilárias agonizantes Ciclo: dia 1º, 50mg (1mg/Kg em crianças); dia 2º, três doses de 50 mg; dia

3º, três doses de 100mg (2mg/Kg em crianças); completar as duas semanas, 2mg/kg 3x dia

Pode-se utilizar: anti-histamínicos nos primeiros dias (combater as reações alérgicas) e corticoesteroides e diminuir ou interromper dietilcarbamazina (reações graves)

Quimioprofilaxia: Loaíase (300 mg semanalmente ou em três dias sucessivos a cada mês) e filariose brancrofitiana e malariana (50 mg por mês)

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Reações adversas, contra indicações e precauções

Reações adversas, contra indicações e precauções Cefaleia, mal-estar, anorexia, fraqueza, náuseas, vômitos e

tontura. ( Em geral são brandas e transitórias) Reações são graves na oncocercíase (usa-se ivermectina) Reações às microfilárias agonizantes: brandas na W.

bancrofti, intensas na B. malayi e ocasionalmente graves no L. loa

Incluem febre, mal-estar, exantema papuloso, cefaleia, sintomas gastrointestinais, tosse, dor torácica e dor muscular ou articular

A leucocitose é comum, a eosinofilia pode aumentar com o tratamento, também pode ocorrer proteinúria, sintomas dependem de descarga maciça de microfilárias

Cautela em pacientes hipertensos e com doenças renais

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Doxiciclina

Antibiótico tetraciclínico com atividade macrofilaricida contra W. bancofti e oncocercíase

Age indiretamente, matando a Wolbanchia (simbionte bacteriano intracelular das filárias)

Possui uma atividade melhor contra vermes adultos do que qualquer outro fármaco

Fármaco importante para a filariose, tanto para o tratamento da doença ativa quanto para a quimioterapia em massa

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Ivermectina

Fármaco de escolha para estrongiloidíase e oncocercíase Química e farmacocinética A ivermectina é uma lactona macrocíclica semi-sintética, é

uma mistura de ivermectina B1a e B1b

12 mg VO: pico em no máx 4h, meia-vida de 16h, distribuícão tecidual ampla

É excretado quase exclusivamente nas fezes

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Farmacodinâmica

A ivermectina parece paralisar os nematódios e artrópodos intensificando a transmissão mediada pelo ácido ϒ-aminobutílico (GABA) dos sinais nos nervos periféricos

Na oncocercíase a ivermectina é microfilaricida; não mata os vermes adultos, mas bloqueia a liberação de microfilárias por alguns meses após terapia

Microfilárias na pele diminuem rapidamente em 2 ou 3 dias, continuam baixas por meses e depois aumentam gradualmente

Microfilárias na câmara anterior do olho diminuem lentamente durante meses, desaparecem e depois retornam gradualmente

Com doses repetidas o fármaco perece ter um nível baixo de ação microfilaricida e reduz permanentemente a produção microfilarial

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Usos clínicos

Oncocercíase VO: dose única de ivermectina 150 µg/Kg com água e estômago vazio Os programas variam de doses mensais até doses a cada 6 a 12 meses Após terapia aguda, o tratamento é repetido em intervalos de 12

meses até que os vermes adultos morram, que pode levar até 10 anos ou mais

Com apenas o primeiro tratamento os pacientes com microfilárias na córnea ou câmara anterior podem usar corticosteroides para evitar reação inflematória no olho

Tratamentos anuais em massa levaram à redução da transmissão da doença

Estrongiloidíase Tratamento: VO 200 µg/Kg 2x dia Pacientes imunossuprimidos com infecção disseminada, o tratamento

repetido frequentemente é necessário, mas a cura pode não ser possível; então a terapia sucessiva, uma vez ao mês pode ser útil

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Reações adversas, contra indicações e precauções

Estrongiloidíase: fadiga, tontura, náuseas, vômitos, dor abdominal e exantemas. (são infrequentes)

Oncocercíase: reação de Mazotti, causado por morte de microfilárias; inclui febre, cefaleia, tontura, sonolência, fraqueza, exantema, aumento do prurido, diarreia, dores articulares e musculares, hipotensão, taquicardia, linfadenite, linfangite e edema periférico. (começa no primeiro dia de tratamento e atinge o pico no segundo dia)

A reação de Mazotti ocorre em 5 a 30% dos casos, pode ser mais frequente e grave nos indivíduos que vivem em regiões não endêmicas

Corticosteroides são indicados em reações graves (0,1%), envolvendo hipotensão, febre alta e broncoespasmos.

Alguns pacientes desenvolvem opacidade da córnea e outras lesões oculares vários dias após o tratamento (raramente grave e desaparece com o uso de corticosteroides)

Evitar o uso de benzodiazepínicos, barbitúrico e ácido valpróico (estimulantes GABA)

Ivermectina não deve ser usada na gravidez Segurança em menores de 5 anos ainda não estabelecida

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Mebendazol

Benzimidazólico sintético de amplo espectro anti-helmínticos e baixa incidência de efeitos adversos

Química e farmacocinética Absorção inferior a 10% (VO) Ligação à proteínas superior a 90%, converte-se rapidamente em metabólitos

inativos (principalmente por primeira passagem) Meia-vida de 2 a 6h Excreção principalmente urinária, como derivados descarboxilados Uma porção do fármaco e derivados são excretados na bile Absorção aumentada com refeições gordurosas Farmacodinâmica Provavelmente age inibindo a síntese de microtúbulos; o fármaco precursor

parece ser a forma ativa Mata ovos de ancilóstomos, áscaris e tricúris Eficácia varia: tempo de trânsito gastrointestinal, com a intensidade de

infecção e talvez com a cepa do parasito

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Mebendazol

Usos clínicos Aprovado para uso na ascaridíase, tricuríase e infecção por

ancilóstomo e oxiúros Podem ser administrados VO antes ou depois das refeições, os

comprimidos devem ser mastigados Oxiúros: VO 100mg dose única repetida em 2 semanas Ascaridíase, tricuríase e ancilóstomos e trichostrongilos: VO

100mg 2x dia por 3 dias (acima 2 anos) Índice cura: 90 a 100% para ascaridíase, oxiúros, e tricuríase Áscaris: índice baixo, mas redução acentuada de parasitos ocorre

em não curados Capilaríase intestinal (Capilaria philipenses): VO 400mg diários

fracionado por 21 dias ou mais Triquinose (Trichinella sp.): provável eficácia contra vermes

adultos e teciduais; 200 a 400mg 3x dia por 3 dias, depois 400 a 500 mg por dose por 10 dias

Os corticosteroides devem ser administrados para infecção grave

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Reações adversas, contra indicações e precauções

Terapia a longo prezo quase não apresenta efeitos adversos

Foram relatados náuseas brandas, vômitos, diarreia e dor abdominal

Em doses altas raramente apresenta reações de hipersensibilidade (exantema, urticária), agranulocitose, alopecia e elevação das enzimas hepáticas

O mebendazol é teratogênico Níveis plasmáticos podem ser reduzidos pelo uso de

carbamazepina ou fenitoína e aumentados pela cimetidina Relatos raros de convulsões em menores de dois anos

(experiência limitada) Cautela em pacientes com cirrose

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Metrifonato (Triclorfona)

Fármaco alternativo de baixo custo Seguro para o tratamento de infecções por Schistosoma

heamatobium; não é ativo contra S. mansoni ou S. japonicum

Química e farmacocinética Composto organofosforado, rapidamente absorvido VO Pico 1 a 2h, meia vida de 1,5h Depuração provavelmente não enzimática em diclorvos,

metebólito ativo Metrifonato e diclorvos são amplamente distribuídos,

eliminados em 24 a 48h

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Farmacodinâmica Acredita-se que o modo de ação está ligada a síntese de

colinesterase Esta inibição paralisa temporariamente os vermes adultos,

resultando em sua mudança do plexo venoso vesical para pequenas arteríolas dos pulmões, onde são retidos, encapsulados pelo sistema imune e morrem

Não efetivo contra ovos do S. heamatobium, ovos vivos continuam a passar pela urina durante vários meses depois dos adultos terem sidos mortos

Usos clínicos Tratamento de S. heamatobium: VO 7,5 a 10 mg/Kg dose única 3x

em intervalos de 14 dias Índice cura: 44 a 93%, redução acentuada de contagem de ovos nos

não curados Efetivo como profilático em tratamento em massa

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Reações adversas, contra indicações e precauções

Alguns estudos observam sintomas colinérgicos brandos e transitórios, nauseas e vômitos, diarreia, dor abdominal, broncoespasmos, cefaleia, sudorese, fadiga, fraqueza, tontura e vertigem

Sintomas podem começar por 30 min e persistir por até 12h

Não deve ser utilizado após exposição recente a inseticidas ou fármacos que possam potencializar a inibição da colinesterase

Contra indicado na gravidez

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Niclosamida

Fármaco de segunda linha para o tratamento da maioria das infecções por tênia

Química e farmacocinética Derivado da salicilamida Perece ser minimamente absorvida do TGI Nem o fármaco, nem seus metabólitos foram

recuperados do sangue ou urina

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Farmacodinâmica Vermes adultos, mas não ovos, são mortos rapidamente,

presumivelmente em razão da inibição da fosforilação oxidativa ou estimulação da atividade de ATPase

Usos clínicos Tratamento: VO 2g dose única, pela manhã com estômago vazio,

comprimido deve ser mastigado e engolido com água Efetividade: Taenia saginata (tênia do boi)(95%); Taenia solium (tênia

do porco) (provavelmente igualmente efetiva a T. saginata) e Diphyllobothrium latum (85%)

Efetividade para outras tênias, como H. dininuta e Dipylidium caninum (cura em sete dias de tratamento, alguns requerem um segundo curso)

Pode ser usada como fármaco alternativo para infecções intestinais por trematódeos: Fasciolopsi buski, Heterophyes heterophyes e Metagonimus yokogawai. A dose padrão é administrada em 3 doses em dias alternados

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Oxamniquina

Oxamniquina (OXA) é um fármaco antiparasitário trematicida, utilizado em infecções por Schistosoma mansoni.

O fármaco é usado como alternativa de segunda escolha ao praziquantel

Doses terapêuticas não atacam as cepas de Schistosoma haematobium e Schistosoma japonicum.

Química e farmacocinética Pertense à classe das tetraidroquinolinas, derivado da 2-

aminometiltetraidroquinolina Imediatamente absorvido por via oral, meia vida de 2,5h;

metabolizado em metabólitos inativos e excretado na urina (75% nas primeiras 24h)

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Oxamniquina

Farmacodinâmica A oxamniquina ataca as formas maduras e imaturas de Schistosoma

mansoni Os machos são mais atacados pelo medicamento que as fêmeas, mas,

mesmo assim, as que sobrevivem ao tratamento não conseguem mais colocar ovos, interrompendo a continuidade da doença

No estômago, a presença de alimentos afeta sua absorção. A metabolização do fármaco é dada pelo fígado produzindo um metabólito inativo denominado 6-carboxi-oxamniquina que é eliminado pela via renal

O mecanismo de ação envolve o bloqueio do aparato reprodutor de S. mansoni e sua ovoprodução.

Usos clínicos Segura e efetiva em todos os estágios de infecção do S. mansini, incluindo

hepatoesplenomegalia O fármaco em geral é menos efetivo em crianças, que requerem doses

mais altas que adultos Posologia depende da região; África do norte: VO 15mg/Kg 2x dia por 2 dias

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Reações adversas, contra indicações e precauções

Efeitos brandos que começam em 3h e duram várias horas (ocorrem em 33% dos casos)

Pode-se destacar como reações adversas da oxamniquina suas ações no SNC, com possibilidade alucinações, convulsões e excitação

Pode ocorrer náuseas, vômitos, diarreia, cólicas, prurido e urticárias

Além disto, há os efeitos renais e a febre. E também o cansaço produzido no início do tratamento

Por causar sonolência e tontura deve ser utilizado com cautela nos pacientes cuja atividade requer agilidade mental

Cautela em pacientes com histáorico de epilepsia Contra-indicado na gravidez

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Piperazina

Alternativa para tratamento de ascaridíase (90% de cura quando administrado em 2 dias)

Não recomendado para outras infecções helmínticas Química e farmacocinética Piperazina é o composto heterocíclico hexagonal saturado, com dois

nitrogênios nas posições 1 e 4 Imediatamente absorvida, pico em 2 a 4h Maior parte do fármaco e excretado sem alterações na urina (2 a 6h),

excreção completada em 24h Farmacodinâmica Causa paralisia do áscaris, bloqueando a acetilcolina na junção mioneural,

deste modo, como ficam incapazes de manter sua posição no hospedeiro são expelidos por peristaltismo

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Piperazina

Uso clínico Dosagem: 75mg/Kg (dose máx de 3,5g) VO 1x dia por 2 dias Infecções maciças: tratamento continuado por 3 a 4 dias ou

repetido após 1 semana Reações adversas, contra indicações e precauções Efeitos adversos são raros e brandos: náuseas, vômitos, diarreia,

dor abdominal, tontura e cefaleia. Neurotoxicidade e reações alérgicas são bem raras

Não deve ser usado na gravidez, em pacientes com função renal ou hepática prejudicada e naqueles com histórico de epilepsia ou doença neurológica crônica

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Praziquantel

O praziquantel é um anti-helmíntico antiparasitário de amplo espectro, contra numerosas espécies de cestódeos e trematódeos

Útil para tratar a esquistossomose (Schistosoma mansoni, S. japonicum), a cisticercose, a difilobotriasis, Taenia solium, Hymenolepsis nana e fasciolíase

Utilizado no tratamento em massa de várias infecções Química e farmacocinética Derivado sintético da isoquinolina-pirazina Rapidamente absorvido, biodisponibilidade de 80% VO Pico atingido em 1 a 3h; concentração no líquido

cerebroespinhal atinge 14 a 20% da concentração plasmática, meia vida de 0,8 a 1,5h

Alto efeito de primeira passagem, metabolizados em produtos mono e poliidroxilados

Excreção renal (60 a 80%) e bile (15 a 35%) Biodisponibilidade aumenta com refeição de alto teor de

carboidratos ou cimetidina e reduzida com alguns antiepilépticos

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Praziquantel

Farmacodinâmica O fármaco provoca uma alteração no fluxo de íons de cálcio nas células

do parasita gerando uma contração muscular espástica, diminuindo a capacidade do verme se contrair e relaxar. Desta forma, ele será expelido pelo organismo, pois não consegue mais se fixar.

Usos clínicos Esquitossomose: 20mg/kg por 2 (S. mansoni e S.heamatobium) ou 3 (S.

japonicum e S. mekongi) doses em intervalos de 4 a 6h. Cura em 75 a 95% dos casos

Clonorquíase, opistorquíase e paragonimíase: 25mg/Kg 3x por 1 dia (Clonorquíase, opistorquíase ) (cura aprox 100%) ou 2 dias (paragonimíase pulmonar) (cura 90 a 100%)

Teníase e difilobotríase: VO dose única de 5 a 10mg/Kg (T. saginata, T. solium e Diphyllobothrium latum)

Neurocisticercose: VO 50mg/Kg/dia em 3 doses fracionadas durante 14 dias ou mais. (recomendações sobre o uso de corticosteroides variam)

Hymenolepis nana: VO 25mg/Kg dose única e repetida em 1 semana

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Reações adversas, contra indicações e precauções

Efeitos adversos brandos e transitórios, início com varias horas após ingestão e persiste por até 1 dia

Frequentes: cefaleia, tontura, sonolência e lassidão. Também pode ocorrer náuseas, vômitos, dor abdominal, fazes moles, prurido, urticárias, artralgia, mialgia e febre baixa

Segurança não estabelecida em menores de 4 anos Fármaco parece ser mais bem tolerado mais em crianças

que em adultos Não deve ser utilizado na gravidez (aumenta índices de

aborto) Por causar tontura e sonolência deve–se ter cautela em

pacientes que requerem coordenação física ou vigilância