7. Recurso Especial

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EXCELENTSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRGIO TRIBUNAL DE JUSTIA ESTADO DE SANTA CATARINA

Autos de n: 2011.033513-5

JONATHAN MENDES, j devidamente qualificado, nos autos de Ao Previdenciria, que move em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelncia por seu advogado adiante assinado,tempestivamente, com fundamento no artigo 105, inciso III, alnea a e c, da Constituio Federal, interporRECURSO ESPECIALem face do v. acrdo da e. XX Cmara Cvel do Tribunal de Justia do Estado de Santa Catarina, requerendo desde j sua admisso e remessa ao Colendo STJ.O presente recurso prprio, tempestivo, as partes so legtimas e esto devidamente representadas.

Nestes termos,Pede deferimento.Florianpolis, 20 de junho de 2012.(Advogado)OAB/UF XXX.XX

COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIARECURSO ESPECIALAutos n 2011.033513-5Origem: XXXRecorrente: JONATHAN MENDESRecorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL Advogado: XXXXXXX.

CONTRARRAZES DE RECURSOEmritos Julgadores,Colenda Turma,

1.- PRELIMINARMENTE1.1.- PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADEA Colenda XXX Cmara Cvel do Tribunal a quo cita que no h nexo causal diante o laudo pericial o qual veio a demonstrar a defesa ao Autor. Com efeito, entende o Autor que o v. acrdo alm de violar o disposto nos artigos 269, I do CPC, Art. 86 da Lei de Benefcios da Previdncia Social - Lei 8213/91, diverge das decises de outros tribunais, preenchendo, portanto,os pressupostos das alneasa e c do artigo, 105, da Constituio Federal.

2.-HISTRICO DO PROCESSOTrata-se de sentena de procedncia, que condenou o INSS por julgar procedente a pretenso deduzida na inicial, resolvendo o mrito do presente feito, nos termos do art. 269, I, do CPC, para o fim de conceder ao autor o benefcio previdencirio, recebimento de auxlio-doena acidentrio por invalidez.Inconformado com a deciso, o Instituto interps o presente recurso, sustentando que: o recorrido cita que equivocada a concluso pericial que fala pela existncia de reduo da capacidade laboral de obreiro que, em acidente tpico, sofreu a amputao parcial de dedo da mo, cita ainda, "funciona como um conjunto harmnico, em que cada um dos dedos tem funo prpria e ajuda os outros na tarefa de apreenso dos objetos, movimentao e posicionamento das estruturas a serem trabalhadas e manuseadas. A alterao funcional de um deles acarreta o dispndio de energia" e requer a reforma da r. Sentena.Entretanto, esse recurso no pode prosperar, uma vez que seus argumentos so mera e notoriamente protelatrios, contra a verdade ftica, amplamente demonstrada na inicial, que, como se no bastasse, vem de encontro com o laudo pericial produzido pelo perito judicial que reconhece o direito do Autor, o que respalda, amplamente, a sentena do Julgador Monocrtico, SENTENA ESSA QUE DEVE SER MANTIDA INTEGRALMENTE pelos fatos e motivos que passamos a enumerar.

3. - DA SENTENA RECORRIDAO inconformismo manifestado, e por meio do qual o apelante requer a no concesso de auxlio-doena acidentrio , de fato, procedente, data venia do entendimento ao qual chegou a magistrada prolatora da sentena objurgada. Com efeito, pois, muito embora o perito judicial tenha revelado que existe reduo da capacidade laborativa do apelante, no se pode olvidar que, por fora do art. 436 do CPC, o juzo no est adstrito ao laudo mdico. A propsito, j decidiu esta Corte: a prova de livre apreciao do julgador que, uma vez mostrando suas razes de convencimento, no est vinculado ao laudo pericial(AC n. 2009.014881-9, 2 Cmara de Direito Pblico, rel. Des. Subs. Ricardo Roesler, j. 07.07.2009). Oportuno acerca da hiptese em estudo o entendimento do ilustre Des. Srgio Roberto Baasch Luz, motivo pelo qual transcrevo trecho do seu bem fundamentado voto lanado nos autos do Agravo em Apelao Cvel n. 2009.007364-6, que ora adoto como razo de decidir: Considere-se que toda perda anatmica, em razo de sua natureza, no revela-se permanente e irreversvel. No que tange reduo da capacidade laborativa, pressuposto indispensvel concesso da benesse em debate, e ponto sobre o qual se assenta a divergncia, consigne-se que, na hiptese, deve-se reconhecer que o segurado desenvolve atividades manuais como aquela em funo da qual teve amputado o segmento corpreo, contudo e via reflexa, no h reduo da capacidade laborativa e tampouco a necessidade de maior esforo para o desempenho da atividade habitual tornam-se evidentes. Alis, acerca desse entendimento, colhe-se da jurisprudncia: " equivocada a concluso pericial que fala pela existncia de reduo da capacidade laboral de obreiro que, em acidente tpico, sofreu a amputao parcial de dedo da mo, pois que est "funciona como um conjunto harmnico, em que cada um dos dedos tem funo prpria e ajuda os outros na tarefa de apreenso dos objetos, movimentao e posicionamento das estruturas a serem trabalhadas e manuseadas. A alterao funcional de um deles acarreta o dispndio de energia" In casu, no passa despercebido que o laudo mdico pericial, nada obstante tenha concludo pela existncia de incapacidade laborativa do apelante, tenha tambm, e por outro lado, revelado que ele sofreu acidente de trabalho, tendo sua mo sugada pela serra de disco, havendo fratura de 5 dedo com implante de 70 pinos alm de rompimento do tendo do referido dedo, e que, atualmente, refere dor e falta de fora na mo (fls. 51/52). Da porque, ante a reduo da sua capacidade de trabalho, bem como o nexo causal labor/leso/labor, de se ver que o segurado no faz jus percepo de auxlio-acidente, conforme disciplina o art. 86 da Lei n. 8.213/91. No mais, invertem-se os nus da sucumbncia, para que recaiam para o INSS. Assim, quanto aos honorrios advocatcios, mantm-se os R$1.000,00 fixados na sentena, j que tal patamar no nem elevado para ser suportado pela parte, nem diminuto a ponto de aviltar o trabalho do causdico (art. 20 do CPC), ressaltando-se que eles devero incidir sobre as prestaes vencidas at a publicao do presente acrdo (En. n. 111 da Smula do STJ). Quanto s custas processuais, condena-se a parte autora ao pagamento de metade delas, pois, embora no goze de iseno (En. n. 178 da Smula do STJ). Assim, vista das razes expostas, o voto pelo provimento do recurso, para no conceder o benefcio de auxlio-acidente, invertendo-se os nus da sucumbncia, e fixando-se, de ofcio, as regras para incidncia dos encargos moratrios. 4. - DAS RAZES DO RECURSO E VIOLAO DE LEIINFRACONSTITUCIONALPretende o Instituto Recorrente ver reformada a sentena, todavia, sem qualquer razo.

Acertadamente o Juzo a quo destaca que:

No caso concreto, o autor foi submetido prova pericial mdica, pela qual a Sr. perito constatou que o periciando apresenta reduo da capacidade laborativa, pois teve sua mo sugada pela serra de disco, havendo fratura de 5 dedo com implante de 70 pinos alm de rompimento do tendo do referido dedo, e que, atualmente, refere dor e falta de fora na mo. O Sr. perito fixou o incio da doena em (data tal), data do acidente do trabalho e esclareceu que A perda dos segmentos dos quirodctilos implicam em incapacidade parcial e permanente para o trabalho, pois causaram diminuio da fora e da destreza da mo esquerda.

Restabelecer o acidentrio, desde o primeiro dia auxlio-doena subsequente sua cessao

O autor ajuizou a presente ao buscando o restabelecimento do benefcio previdencirio de auxlio doena acidentrio, indevidamente negado administrativamente, por encontrar-se incapacitado para sua e para outras atividades laborais diferentemente da alegao de no constatao de incapacidade laboral da Autarquia.

Em consequncia do grave acidente, o atual quadro de sade do Apelado preocupante, tendo inclusive sido submetido implante de 70 pinos alm do rompimento do tendo do quinto quirodctilo, tais sequelas impem limitao quanto a capacidade laboral do Autor, podendo a vir a comprometer sua reabilitao e recolocao profissional.Em (data XXX), o Apelado requereu junto Autarquia Previdenciria, a concesso do benefcio de Auxlio doena acidentrio, o que foi indeferido sem nenhuma fundamentao tcnica pela Autarquia (INSS).

Ademais, o Instituto recusou-se a promover o Auxlio doena, mas em virtude das doenas a parte autora submetida a tratamento medicamentoso, que lhe proporciona conforto, porm no a cura. Ocorre que, diante os fatos mencionados pelo Sr. Perito, destaque-se que o Apelado permanecer com sequelas irreversveis e reduo permanente da capacidade laboral ento este tem o direito a indenizao nominada de Auxlio doena acidentrio.O Recorrente trabalhou registrado desde (ANO) e contribuiu por todos estes anos para a previdncia social, ou seja trabalhou e contribuiu com o INSS sem qualquer sistema de cotas porque suas limitaes eram bem menores, mas quando seus problemas se agravaram e buscou o INSS este negou o benefcio dizendo que ele no estava incapaz, agora quer a Autarquia alegar qualquer coisa s para dizer que o recorrente no faz jus ao benefcio previdencirio.

Alm do fato da Autarquia negar-lhe o direito ao benefcio administrativamente e tambm agora recorrer de uma sentena correta, o benefcio de aposentadoria por invalidez devido aquele que fique incapacitado para atividade habitual de forma permanente.

Cumpre ressaltar, que a autarquia no apresentou at a presente data o laudo mdico pericial FUNDAMENTADO, conforme sua prpria orientao.

De acordo com a Organizao Mundial da Sade (OMS), Incapacidade (disability), qualquer reduo ou falta (resultante de uma deficincia ou disfuno) da capacidade para realizar uma atividade de uma maneira que seja considerada normal para o ser humano, ou que esteja dentro do espectro considerado normal . O Art. 3 IV da Constituio Federal, dispe que:Art. 3 Constituem objetivos fundamentais da Repblica Federativa do Brasil: (...)IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao.

O mesmo artigo 3 da Carta Magna, em seu inciso III, traz tambm como objetivo fundamental III - erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as desigualdades sociais e regionais;.Tambm na Constituio Federal, no Captulo que trata da Previdncia Social, o Art. 201, 1 afirma que: 1 vedada a adoo de requisitos e critrios diferenciados para a concesso de aposentadoria aos beneficirios do regime geral de previdncia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condies especiais que prejudiquem a sade ou a integridade fsica e quando se tratar de segurados portadores de deficincia, nos termos definidos em lei complementar.

Ou seja, a nica permisso constitucional para a adoo de tratamento desigual para a concesso de aposentadoria de aumentar os benefcios ou diminuir as exigncias, nunca o contrrio, no havendo qualquer motivo para a discriminao de obteno de aposentadoria por invalidez a uma pessoa que est doente, pois nenhuma limitao h, na concesso do referido benefcio.

Ora Excelncias, resta claro que o recorrente, tem direito ao benefcio, pois estava e est incapacitado a ponto de no poder mais laborar desde seu ltimo vnculo empregatcio.

Deste modo, a incapacidade do recorrente restou comprovada, pelo laudo mdico juntado e bem destacada na sentena a quo.

Inconformado com a deciso, o Instituto interps o presente recurso.Contudo, esse recurso no pode prosperar, uma vez que seus argumentos so mera e notoriamente protelatrios, unnime jurisprudncia que reconhece o direito do Autor, o que respalda, devendo a sentena do Julgador Monocrtico, SENTENA ESSA QUE DEVE SER MANTIDA INTEGRALMENTE.5. - DA DIVERGNCIA JURISPRUDENCIALOs arestos apontados como paradigmas neste recurso foram retirados do repositrio oficial Dirio da Justia Eletrnico - n. 1479. (Cpia autenticada do Acrdo (anexo fls./doc. XX)5.1.- ARESTO PARADIGMA A sentena promulgada pela deciso do Tribunal a quo esta divergente deciso do ACORDAM, em 17 Cmara de Direito Pblico do Tribunal de Justia de So Paulo, a qual veio a proferir a seguinte deciso: "Deram provimento em parte aos recursos. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acrdo.Ocorre que, diante esta deciso verifica-se caso semelhante ao da deciso do Tribunal a quo principalmente no quesito de acidente o qual venho citar foi vtima de acidente de trabalho em 19.07.2007, ocasio em que sofreu leses traumticas no joelho direito. Aduz o obreiro, ainda, que em razo do mesmo fato passou a sentir dores na coluna, sendo assim verifica-se semelhana no ponto havendo fratura de 5 dedo com implante de 70 pinos alm de rompimento do tendo do referido dedo, e que, atualmente, refere dor e falta de fora na mo e por isso ocasionou a reduo, mesmo que mnima, de sua capacidade laboral E mais, h uma divergncia no ponto que cita esta deciso referente ao laudo mdico pericial Com base nos achados periciais, concluiu o perito que o autor portador de leses no membro inferior direito que lhe acarretam uma incapacidade parcial e permanente para o trabalho sendo assim semelhante referncia dada pelo perito existncia de reduo da capacidade laboral de obreiro que, em acidente tpico, sofreu a amputao parcial de dedo da mo, pois que esta "funciona como um conjunto harmnico, em que cada um dos dedos tem funo prpria e ajuda os outros na tarefa de apreenso dos objetos, movimentao e posicionamento das estruturas a serem trabalhadas e manuseadas.Cabe ainda citar que O laudo mdico-pericial deve prevalecer, uma vez que no foi contrariado cientificamente por parecer divergente de assistente tcnico ou por qualquer outro elemento de prova.Neste caso, comprovado nos autos que o trabalhador portador de leses j consolidadas, que geram incapacidade parcial e permanente e guardam nexo de causalidade com o trabalho, cabvel a concesso do benefcio de auxlio-acidente de 50% do salrio-de-benefcio, nos termos do artigo 86 da Lei n 8.213/91. O abono anual tambm devido. H divergncia jurisprudencial entre a deciso do acrdo paradigma e do acrdo do Tribunal a quo, isto porque mostra-se coerentemente referenciado no ponto de que se trata do nexo de causalidade o qual fora comprovado pela percia mdica, demonstrando assim o fato de que o Autor porta leses j consolidadas que geram incapacidade parcial e permanente, sendo assim trar sua reduo em capacidade de trabalhar e muito mais, como supramencionado nas razes recursais a Autarquia no demonstrou fundamentado os laudos de forma tcnica.Nobres Ministros, a divergncia jurisprudencial inconteste, principalmente no ponto sob nexo de causalidade e sob a incapacidade laboral do Recorrente.Eis a divergncia.

Diante todo o exposto, confia e espera o recorrente que Vossa Excelncia admitir o Recurso Especial determinando seu processamento para ser remetido ao Pretrio Excelso.Nestes termos, Pede deferimento.Florianpolis, 20 de junho de 2012.(Advogado)OAB/UF XXX.XX