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LEITURA A brasilidade passada e contemporânea de “Os Sertões” São José dos Campos, Julho de 2012. Terceira Edição Atlética realiza Olimpíadas Internas e Esquenta Junino T-85 patrocina reforma da Quadra do C Casdinho não pára de crescer e traça metas para 2012

A Cova 2012.2

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Revista do Centro Acadêmico Santos Dumont (CA dos alunos do ITA)

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Page 1: A Cova 2012.2

LEITURA A brasilidade passada e contemporânea de “Os Sertões”

São José dos Campos, Julho de 2012.

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ão

Atlética realiza

Olimpíadas Internas e

Esquenta Junino

T-85 patrocina

reforma da

Quadra do C

Casdinho não pára

de crescer e traça

metas para 2012

Page 2: A Cova 2012.2

Edição Geral

Lamounier Soares, T14 [email protected]

Projeto Gráfico e

Diagramação

Alexandre Ferraz, T15 [email protected]

Sarah Villanova, T16 [email protected]

Redação

Diego Mamede, T12’

Editorial........................................................................

E-mail do leitor.............................................................

Iniciativas: Casdinho....................................................

Iniciativas: AASD..........................................................

Opinião: Onde ficam “Os Sertões”...............................

Iniciativas: Fórmula ITA..............................................

Iniciativas: Atlética.......................................................

Palavra do Presidente...................................................

Iniciativas: RedeCASD..................................................

Iniciativas: eITA............................................................

Capa: O Encontro Musical 2012..................................

Iniciativas: ITAndroids................................................

Tartarugas Ninja: Dica.................................................

Tartarugas Ninja: Rafael..............................................

Tartarugas Ninja: Donatello.........................................

Tartarugas Ninja: Michelangelo..................................

Tartarugas Ninja: Leonardo.........................................

Julho de 2012

Coveiros

ÍNDICE

Agradecemos a todos que contribuíram para o sucesso desta

edição, mesmo que não citados.

3

3

4

5

6

7

8

11

12

13

14

18

20

21

22

24

26

Bernardo Jacintho, T14 Casdinho

Guilherme Cavalheiro e

Rayssa Freitas, T15

AASD

Daniel Sampaio, T14 Fórmula ITA

Rafael Macedo, T13‟

Pedro Teruel, T15 Atlética

Lara Diniz, T14

Márcio Ramos, T15 RedeCASD

Renato Sanabria, T15 eITA

Pedro Pacheco, T14 Encontro Musical 2012

DepCult

Tarcísio Gripp, T14 ITAndroids

Colaboradores

Page 3: A Cova 2012.2

Você já ouviu falar do Baile

do Tesouro? Ou do Tribunal Arata-

ca? Trata-se de tradições iteanas

que, por um motivo ou outro, aca-

baram ficando no passado. Eu fico

imaginando se enquanto essas tra-

dições perdiam força havia alguém

lutando para reerguê-las, ou se elas

simplesmente perderam seu senti-

do de ser e foram largadas pelo H8

da época. Porque, com respeito a

tradições, elas só valem ser perpe-

tuadas enquanto seus propósitos

são claros e vivos dentro da comu-

nidade onde existem.

No contexto atual do H8, a

tradição mais fácil de lembrar são

as famosas atividades de integra-

ção. A cada ano há discussões sobre

a forma como elas são realizadas e

se elas são sequer necessárias para

transmitir os valores iteanos. Há os

radicais que as defendem a qual-

quer custo, e os radicais que as des-

prezam em qualquer situação. Há

os que desprezam todas as tradi-

ções, mas isso não chega a ser um

problema. O problema ocorre

quando a maioria de nós se torna

indiferente a uma tradição e a dei-

xa desaparecer sem notar sua im-

portância.

Isso quase aconteceu com

as Olimpíadas Internas. O evento

foi perdendo força na comunidade

num período em que a Atlética an-

dava mal das pernas. Porém, a ini-

ciativa retomou o fôlego e organi-

zou uma excelente OI neste ano.

Outra iniciativa que mandou bem

foi o DepCult: realizou o Encontro

Musical (a capa desta edição) no

próprio H8, evitando transtornos e

superando as expectativas. O que a

Atlética e o DepCult nos mostra-

ram é que há tradições pelas quais

sempre vale a pena lutar.

Carta ao leitor

3

Página do leitor

Parabéns a todos que

participaram da

preparação da revista,

ficou muito show!

Alisson Felipe

(Markito, T14)

E-mail do leitor

A edição passada teve como matéria de capa uma análise dos pensamentos econômicos

da Escola Austríaca

Eu fico impressionado

com o profissionalismo

e a qualidade da revista.

Parabéns mesmo a

todos os envolvidos.

É espetacular.

Agnaldo Cunha (T15)

Parabéns às iniciativas

técnicas. Estão mandando

bem pra caramba pelo

visto.

Homero Esmeraldo

(T12)

O Olaf “cravou” no texto dele, como diria o Paquita. Bom

mesmo! Os Tartarugas tiraram o gosto amargo de alguns textos da

última edição e melhoraram bastante o foco! Bom, tem o cara da mi-

nha turma que jogou gasolina na fogueira no último texto e vai ser

linchado em pouco tempo, mas achei bacana o texto dele. Acho que

desprovida de emoção, sem a influência dos egos inchados e no vá-

cuo a discussão nesse sentido é muito saudável.

Os outros textos também estão bem informativos e bem es-

critos. O do Tainã, na verdade, que não deu pra entender o objetivo

dele. Ele vai e volta e volta de novo. Mas também acho que é muito

válido discutir altruísmo e hipocrisia no H8, então a bola foi bem

levantada algumas vezes nessa edição.

Em relação ao que falaram várias vezes sobre as iniciativas,

inércia, altruismo, progresso etc, tenho visto uma boa movimentação

dos bixos em relação a fazer coisas significativas no H8, estou muito

contente! Não precisa fundar a Tecsis pra fazer a diferença.

Mauricio Moraes (Cobaia, T12)

Bixaral, meus parabéns

pelo esforço e dedicação

na elaboração deste

excelente trabalho!!!

Guilherme Queiroz

(Jesus, T09)

Page 4: A Cova 2012.2

Incentivo às Olimpíadas

Iniciativas: Casdinho

4

adquirem gosto pelos estudos,

desenvolvendo habilidades e

despertando interesses e, ainda,

aproveitam as oportunidades

que surgem de seu êxito.

Dessa forma, foram

agregadas às agendas dos alunos

do Casdinho aulas preparatórias

para as Olimpíadas, nas quais

também se estimula o trabalho

em grupo e a união entre os

Um dos sonhos do

Casdinho é promover a cultura

da educação como fator de

mudança social nas escolas de

São José dos Campos. E foi

pensando nisso que o Casdinho

realizou palestras motivacionais

e de incentivo às Olimpíadas do

Conhecimento. Elas são, para

nós, um meio e um fim: através

das Olimpíadas, os alunos

Neste ano estamos em

nosso terceiro ano de existência.

E, embora tão novos, já car-

regamos em nossa bagagem

muitas boas experiências. Expe-

riências que nos fizeram crescer

e perceber que temos muito a

melhorar e muito mais impacto

a causar. O curso continua gra-

ças ao trabalho e esforço que

cada membro e professor dedica

a este empreendimento. A

educação é a motivação

fundamental que renova os

ânimos a cada dia de trabalho,

pois ela é um instinto inerente

ao homem, uma necessidade de

saber, um requisito que

identifica o ser humano.

É a partir desta motivação

que todos trabalham arduamen-

te, um estímulo que alimenta o

Casdinho e o faz crescer. Repas-

sar esse ideal e estimular desde

cedo jovens com grande poten-

cial serão sempre a meta

primordial do Casdinho. Deseja-

mos, portanto, continuar em

2012 nosso esforço consciente e

trabalho persistente para

fazermos os adolescentes desta

cidade se encantarem com os

estudos! ●

Expectativa 2012

próprios alunos. Assim, é feita

uma forte preparação tanto para

a prova da Embraer quanto para

as provas de Olimpíadas deste

ano. E no final, esperamos não

somente uma aprovação em

uma escola de ensino médio de

qualidade, mas também um

conjunto de medalhas olímpicas

de alunos conscientes da

importância dos estudos.

Casdinho faz apresentações em escolas públicas para incentivar a participação de crianças e adolescentes em Olimpíadas do Conhecimento

Alunos em preparação para o Exame de Admissão do Colégio Embraer

Page 5: A Cova 2012.2

ramentas para atingir sucesso

profissional.

De pouco valeria perse-

guir esse sonho, porém, se o

descuidado logo inutilizasse os

esforços. Por isso, contamos

com a consciência de toda o H8

para preservar esse bem. Trata

-se de um sinal de gratidão em

relação à contribuição feita pe-

los nosso veteranos e respeito

por todos aqueles que se dedi-

caram para realizar a reforma.

Depois de pronta a obra, pode

parecer ter sido fácil reformar

a quadra, mas não foi assim tão

fácil para quem teve de correr

atrás de mestre de obras, com-

prar tabela de basquete, postes

de vôlei, holofotes, redes de

gol.

Falando em gratidão,

Para nós estudantes, jo-

vens com vinte e poucos anos

de idade, esta é uma cena ines-

perada, até difícil de imaginar:

encontrar a própria turma de

faculdade, 27 anos depois da

formatura, nem que seja para

jogar futebol por cinco minu-

tos.

Alguns de chinelo, ou-

tros de terno, uns de moto, ou-

tros com filhos, muitos casa-

dos. Independente das diferen-

ças, todos têm algo em comum:

são integrantes da Turma 85

que estavam reinaugurando a

Quadra do C. Outrora “palco

da transformação da turma 85

na Família 85” (em suas pró-

prias palavras), a quadra esta-

va até então subutilizada e de

pouco servia ao H8.

Mas uma boa quadra é

importante para a convivência

no ITA: além da prática de es-

portes ser essencial para se ter

uma vida saudável (algo que

frequentemente esquecemos

em meio a tanta pressão), o es-

porte é uma importante fer-

ramenta de integração, que já

contribuiu para formar turmas

cada vez mais unidas, lição da-

da pelos veteranos da 85.

E é este tipo de atitude

que gostaríamos que se tornas-

se exemplo para toda a comu-

nidade iteana, pois aproxima a

AASD de seu sonho: tornar a

Cultura de Doações uma reali-

dade no ITA. Sonhamos que

cada vez mais iteanos forma-

dos retornem à Escola e contri-

buam para sua excelência em

todos os aspectos, já que foi ela

que lhes proporcionou expe-

riências ímpares e lhes deu fer-

Reforma e Inauguração da Quadra do C gostaríamos de destacar nossos

imensos agradecimentos à Tur-

ma (Família) 85 e à Huesker

Ltda. Devido às suas contribui-

ções, outras turmas terão gran-

des momentos na quadra, que

servirão para fortalecer o pecu-

liar elo que une cada turma de

Iteanos.

Não poderia faltar, é claro,

agradecimento à Atlética, que

auxiliou na compra dos mate-

riais para a quadra e na organi-

zação da inauguração, e ao pes-

soal que quase teve que literal-

mente botar a mão na massa,

Felipe Aguiar (Fahrenheit) e

Felipe Navarro (Roraima).

Graças a pessoas como vocês, a

AASD vem conseguindo entre-

gar resultados e fortalecer a co-

munidade iteana. ●

Iniciativas: AASD

5

Placa T-85: placa de

homenagem à T-85

Inauguração da quadra do C: primei-ra partida depois da reforma

Page 6: A Cova 2012.2

Leitura

6

leira ou vamos deixá-la se aca-

bar por si só tentando fazer

dessa extinção um negócio

rentável?

Ah, não vou gastar tem-

po explicando o contexto todo,

quem quiser saber mais o livro

“Jubiabá” de Jorge Amado

mostra tudo

isso muito

bem. Pra logo,

basta i-

maginar as se-

nhoras cami-

nhando num

calçadão do

Rio com aque-

les vestidões

vindos de Pa-

ris, suando

muito, fugindo do cheiro de

esgoto com lencinhos perfu-

mados e pensando que pra lá

da Pedra da Gávea acaba a ci-

vilização e é tudo matinho ver-

dinho. Enquanto seu marido,

barão do café, afinando seu

bigode inglês,

aprendeu na

escola que o

Brasil se divi-

de em Rio,

Norte e Sul.

Argh! Daí a-

parece Eucli-

des da Cunha

pra anunciar

o achamento

de novas ter-

ras, gentes,

cheiros... que

ele chamou de

“Sertões”.

É um erro pensar que a

obra se chama “Os Sertões”

por conta da história de Antô-

nio Conselheiro no sertão do

Nordeste. Sertão, no sentido

D evia ter uma lei assim: é

considerado brasileiro só

aquele que ler “Os Ser-

tões” (1902). Soube que anda-

ram realizando uma experiên-

cia dessas no Colégio Militar

de Fortaleza e muitos ainda

não se recuperaram do trau-

ma. Trauma

de ler obriga-

do? Trauma de

ser brasileiro?

Por favor,

quem souber

me explica.

Por que

esse livro é im-

portante? O-

lha, de tão im-

portante é difí-

cil explicar. A ideia que temos

hoje do Brasil soa tão natural,

tão evidente que até parece

que já está aí há muito tempo.

Não foi assim fácil. Para en-

tender a importância dessa o-

bra devemos lembrar que ela

foi lançada na “Belle Épo-

que” (na segunda metade do

século 19, chamada na Ingla-

terra de “Era Vitoriana”),

quando a Europa vivia seu au-

ge à custa da ocupação coloni-

al. Nessa época tudo parecia

lindo e óbvio. De um lado a

Europa, “vitoriosa”, com toda

a pompa e circunstância, de

outro a Ásia e a África,

“derrotadas”, com suas rique-

zas e “selvagens”. Mas onde

ficava o Brasil no meio dessa

história? Nossa elite se imagi-

nava uma representante da

cultura europeia tentando re-

sistir à “mistura de raças”. A

discussão filosófica mais pro-

funda era: vamos tentar

“purificar” a “sub-raça” brasi-

Onde ficam “Os Sertões” do dicionário de Silveira Bue-

no é um “lugar inculto, distan-

te de povoações”. O livro pre-

tende apresentar ao leitor todo

o território ainda pouco co-

nhecido, afastado do eixo Rio-

São Paulo. O viajado autor co-

menta pormenores de todo o

Brasil, dos pampas gaúchos à

intrincada selva amazônica

passando – quem imaginaria?

– por áreas desérticas, ou ala-

gadas com gentes de todos os

tipos e costumes. Euclides foi

um dos primeiros defensores

da hoje tão falada diversi-

dade. Dizia que, longe de ser

um defeito a ser combatido,

como queriam algumas men-

tes obtusas da época, é essa

nossa maior riqueza.

O livro, como o Brasil, é

algo meio indefinido, entre li-

teratura, história, antropolo-

gia... Pra quem não lembra do

vestibular, é dividido em três

partes: A Terra, O Homem e A

Luta. Ouvi

muita gente

aconselhando

ir direto para

a terceira par-

te, pois é onde

está a “histó-

ria de verda-

de”. Esse me

parece um

grande erro.

As duas pri-

meiras partes

são extrema-

mente impor-

tantes, especi-

almente entendendo esse con-

texto que comentei. É verdade

que são mais monótonas, mas

elas não estão cronologica-

mente ligadas, então o livro

A ideia que temos

hoje do Brasil soa tão

natural, tão evidente

que até parece que já

está aí há muito tempo.

Um livro com mais

de cem anos e que

ainda é tão atual

nesses tempos de

Pinheirinho,

cotas raciais,

fundamentalismo

religioso...

Page 7: A Cova 2012.2

Iniciativas: Fórmula ITA

7

E com o passar do tempo,

o sonho de estrear na Compe-

tição Nacional de Fórmula SAE

ganha força para a nova equipe

do ITA. O projeto avança e as

peças do carro vão chegando à

oficina.

Na primeira semaninha

desse ano, foi a vez do coração

do carro, o motor, chegar à equi-

pe. Um motor Honda da

CB600F Hornet. Estudos, proje-

tos e compras necessárias para o

funcionamento do

motor estão sendo

feitos.

Já no início de

junho, dia 02, o gru-

po botou o pé na es-

trada e foi até São

Carlos para visitar a

equipe da EESC-

USP, uma das me-

lhores equipes nacio-

nais. Esse foi um

momento de troca de

experiências e bas-

tante aprendizado

para a turma do Fór-

mula ITA. Além do conhe-

cimento técnico trocado, o net-

working entre as faculdades só

vem a agregar e dar mais força

para a competição.

Por fim, todo o time está

focado fortemente na finalização

da estrutura do carro. O desejo é

de que as férias sejam o tempo

necessário para construção do

chassis e início da implemen-

tação dos outros subsistemas na

estrutura.●

A equipe do Fórmula segue acelerando

Equipes Fórmula ITA e Fórmula EESC-USP

Motor Honda CB600F Hornet

pode ser lido com três mar-

cadores: quando cansar de

“A Terra”, vá um pouco para

“A Luta”, depois leia um pou-

co de “O Homem”, fique

mais um pouco, daí leia um

trecho de “A Terra” e por aí

vá intercalando sua leitura...

Engraçado, né? Um

livro com mais de cem anos e

que ainda é tão atual nesses

tempos de Pinheirinho, cotas

raciais, fundamentalismo re-

ligioso... É um livro que me

faz refletir bastante pois, ao

compreender o contexto da

época, me pergunto: o que

mudou? É impressão minha

ou o Brasil anda meio “Vito-

riano”? Ou nunca deixou de

ser? Ao focar a história na

luta de Canudos (1896-

1897), Euclides não apre-

senta a luta da República

contra Antônio Conselheiro,

mas a de um Brasil que acha

que pensa contra um Brasil

que é de fato, a luta do Brazil

contra o Brasil, do Pinhei-

rinho contra os insondáveis

desígnios por trás da Polícia

Militar, de gente presa em

carros blindados, com câme-

ras de segurança e defen-

sores da moral e do huma-

nismo contra gente de mãos

escorregadias e sujas, às ve-

zes armadas. Não é a história

de um grupo de ignorantes

famintos lunáticos religiosos,

mas a nossa própria história.

Vale a pena ter a edição de

bolso da Martin Claret (com

comentários ótimos) e trans-

formá-lo em sua Bíblia de

brasilidade. ●

Diego Mamede

Page 8: A Cova 2012.2

Todas as turmas desde o

momento em que chegam ao H8

ouvem falar o tempo todo de co-

mo a comunidade iteana valori-

za suas tradições. Não há quem

não ouça repetidamente os bos-

tejos de que são nossas tradi-

ções que nos unem por entre as

dezenas de gerações. A OI já foi

sem dúvida nenhuma o evento

mais importante do calendário

iteano, sua disputa durava se-

manas e mobilizava completa-

mente a comunidade iteana. É a

mais antiga tradição iteana

(anterior até mesmo à Cova do

Profeta!) e gerou muitas histó-

rias através das gerações no H8.

Há muitas turmas que, mesmo

depois de 20 anos da formatura,

relembram a grande mágoa de

nunca terem conquistado esse

grande título.

Na competição de 2011, po-

Iniciativas: Atlética

Olimpíadas Internas

8

rém, vimos uma realidade dife-

rente. Entre os veteranos, pou-

quíssimos participantes, muitos

jogos dando W.O., e absoluta-

mente nenhuma torcida. A situ-

ação começou a mudar, porém,

com a atuação da turma 15. Pou-

co a pouco, a T-15 foi crescendo,

se unindo. Na final do futsal, em

quadra, um fácil 10x0 contra a T

-11 para garantir o título. Na ar-

quibancada, festa com quase

100% da turma, com direito a

gritos de “campeão” e ao canto

da Cova. No VOCTA, dois dias

depois, mais um show da turma.

O troféu de 2011 foi uma

consolidação da grande união

da T15. Mais do que isso, o título

fez a turma abraçar a causa de

reviver essa tão tradicional com-

petição. O objetivo era simples,

criar uma bola de neve. Instigar

a T-16 para que no futuro ela

instigasse a T-17, e assim por

diante. Começaram as ideias:

camisetas, bandeirão.

Em 2012, a OI esteve muito

mais bem organizada e estru-

turada, em grande parte pelo

apoio da AEITA, decisivo para o

sucesso do evento. Apesar de

ainda estar longe da perfeição, o

crescimento foi considerável.

E a T15 continuou detonan-

do. No atletismo, por exemplo, o

Em 2012, a OI esteve

muito mais bem

organizada e estruturada,

em grande parte pelo

apoio da AEITA, decisivo

para o sucesso do evento.

Page 9: A Cova 2012.2

Iniciativas: Atlética

9

domínio foi amplo. Em todas as

competições a turma teve o nú-

mero máximo permitido de par-

ticipantes inscritos. Como não

citar a participação das bixetes

no atletismo feminino, por e-

xemplo? Das seis competi-

doras, cinco eram da T15, o que

garantiu a vitória quinzeana na

modalidade de forma memorá-

vel.

No futsal, a turma repetiu o

sucesso do ano passado, deixan-

do os bixos da 16 para trás com

um 5x0 e garantindo o título

num difícil jogo conta a T-13.

Mais uma vez, invasão da qua-

dra, gritos de “campeão” e a

canção da Cova.

Pode parecer redundante

elogiar mais uma vez a T-15, po-

rém o louvor é merecido: a par-

tipação da turma na compe-

tição foi memorável, bem como

o apoio dos colegas que, ainda

que fora de quadra, deram um

show na arquibancada. Tambo-

res o tempo todo, dezenas de

músicas e puxadas diferentes

fizeram um verdadeiro espetá-

culo. Mesmo quando perdeu a

final do vôlei, a turma cantou

junta. O primeiro lugar da T-15

na modalidade torcida foi um

consenso entre os presentes.

Mais que uma turma, havia uma

família nas arquibancadas.

Vale ressaltar outras duas

coisas: o desempenho da 16 e o

da 14. A T-16 se uniu, se esfor-

çou, conseguiu mobilizar a tur-

ma e torcida, ajudou a trazer

competitividade e levou o título

no vôlei. Merece sinceros para-

béns. Que venham mais fortes

no ano que vem. A T-14, por ou-

tro lado, teve um desempenho

pífio e sofrível, marcando ape-

nas seis pontos. Muito abaixo

até mesmo da T-12, mesmo com

as turmas de 5º ano tradicional-

mente tendo mais dificuldade de

competir.

A OI está novamente em

franca ascensão. A Atlética neste

ano fez um excelente trabalho,

mas ainda há muito a se fazer. À

T-15, o orgulho e os parabéns

por estar vivendo e fazendo a-

contecer o renascimento da mai-

or tradição da comunidade itea-

na. Que no ano que vem mais

turmas se engajem na competi-

ção e a fortaleçam.●

Bandeirão da T-15 estendido

na ala Zero

Page 10: A Cova 2012.2

Depois do sucesso da I Cer-

vejada da AAAITA, tivemos

nossa segunda festa do ano. No-

vamente o resultado foi fora do

esperado, com organização im-

pecável, melhorias na área do

feijão, aumento dos contatos

externos e estatísticas que ja-

Iniciativas: Atlética

Esquenta Junino

10

Feijão no dia da festa.

Divulgação no Poliedro

mais ocorreram no H8 desde o

último Torneio Semana da Asa,

em 2009!

O Feijão se tornou um pal-

co. Com novas iluminações,

cerca de bambus, bandeirinhas

penduradas por toda a área e

um touro mecânico, nossa área

de lazer ficou com um tom tipi-

camente Junino. Além de um

cenário típico, o evento contou

com comidas típicas, feitas pela

Ana Paula, “a Tia” da lanchone-

te do H8, tais como, milho cozi-

do, bolinho caipira, pipoca, en-

tre várias outras.

Novamente seguimos com

uma forte divulgação externa

para a festa, com a presença de-

le, é claro: o URUBUZÃO =P.

Os números não deixam

mentir, foram 249 pessoas na

festa. Destas 109 foram mulhe-

res, das quais 102 vieram de fo-

ra. Essa é uma realidade positi-

va sobre o evento, porém é uma

pena perceber também que do

total somente eram alunos do

ITA 118. Resumindo, tivemos

uma ótima festa, com resulta-

dos surpreendentes, mas pode-

ria ter sido mais bem aproveita-

da por nós...●

Divulgação na UNESP.

Algumas representantes femininas no dia da festa.

Page 11: A Cova 2012.2

V ocê certamente já sabe que

o ITA vai duplicar. Esta-

mos em um excelente caminho

de expansão, provavelmente

concretizado até 2016

(esperamos), conforme previsto

no PDI - Plano de Desenvolvi-

mento Institucional. Entre ou-

tras coisas, o PDI prevê a cons-

trução de um novo alojamento -

o H8D - no espaço localizado

entre o H8C e o Hotel de Trânsi-

to.

Você já teve curiosidade

de saber como será esse novo

alojamento? Se sim, você sabia

que essa planta está disponível

na internet, junto com os anexos

do PDI (que está disponível para

download no site do ITA). Caso

você ainda não tenha tido o pra-

zer de conhecer o alojamento

dos seus futuros bixos, aqui se-

gue uma prévia do mesmo.

Será que o alojamento,

conforme está previsto, conse-

De H8 para H8

Palavra do Presidente

11

gue atender a todas as deman-

das da comunidade? Quando o

H8 foi reformado, muita coisa

foi diferente do que a comuni-

dade esperava, e muitas críticas

vieram depois da obra pronta.

Aproveite esse momento de pla-

nejamento em conjunto para

tentar encontrar melhores solu-

ções para os problemas que vi-

vemos dentro de casa.●

Orlando Lustosa, T13

Vistas traseira e frontal do novo H-8, respectivamente.

Vista frontal, alternativa do acabamento.

Fotos tiradas

do Plano de

Des env o lv i-

mento Insti-

tucional 2011-

2020, Vol. I.

Page 12: A Cova 2012.2

A CASA

Iniciativas: RedeCasd

No começo de maio, se

encerrou uma importante fase

para os novos membros da Re-

deCASD: a passagem de trai-

nees para membros. Mas como

toda boa passagem, há um ritu-

al envolvido, e na Rede esse

ritual é uma das fases mais in-

tensivas do nosso treinamen-

to: A CASA.

A CASA (em maiúsculo

mesmo) é uma viagem que du-

ra um final de semana comple-

to, de sexta à noite até domin-

go à noite. Todos os membros

viajam para uma casa afastada

da cidade e a eles é oferecido

um "pequeno" desafio: imple-

mentar uma rede completa

com vários servidores diferen-

tes, com diferentes segmentos

e vários serviços.

Com um toque de vira-

dão, os trainees acompa-

nhados por membros mais an-

tigos consultam documen-

tações de serviços, páginas de

manuais, livros práticos, entre

outros modos de pesquisa, a-

lém é claro da boa e velha ten-

tativa e erro.

“Poxa Firewall! Para de

me bloquear!”, todos sobre o

firewall.

Como é uma rede (na

verdade duas!) o conjunto só

funciona se cada um dos gru-

pos fizer o que tem que fazer.

Ou seja: nada anda sem o tra-

balho em grupo. A escolha

desses servidores não foi feita à

toa: essa rede representa uma

miniatura do que é feito no H8.

É assim que ensinamos nossos

membros e os incentivamos a

tentar, errar e aprender, sem

comprometer a estabilidade da

rede do H8.

Claro que nem tudo é só

trabalho: nesse ano abrimos

mão de alguns momentos de

gagá improdutivo por boas des-

contrações. Pebolim, sinuca,

buraco, truco. Jogamos até

mesmo DOTA em rede, que só

foi possível pelo trabalho duro

de montar a rede durante o dia

todo! Em meio à descontração

começamos também a engre-

nar uma nova organização na

RedeCASD, mas isso é uma

conversa para depois.

Pesquisar como fazer

um servidor pela internet deve

ser simples, não? Não nesse

treinamento! A chácara em que

foi feita a casa desse ano mal

pegava sinal de telefone, ima-

gine então internet! É treinan-

do nossos membros em situa-

ções adversas que conseguimos

melhorar o nosso serviço para

o H8.●

Trainees montando rede

Simples diagrama mostrando todos os

servidores do treinamento 2012:

7 servidores para 22 membros

12

Page 13: A Cova 2012.2

A expansão do eITA Apesar de sua história

recente, o eITA (Centro de Em-

preendedorismo do ITA) já co-

meçou sua atividades com o pé

direito e agora está em plena

fase de expansão.

A principal atividade do

centro no ano passado foi trazer

o curso de empreendedorismo

“Bota pra Fazer” em parceria

com a Endeavor, com o intuito

de capacitar e motivar aqueles

que pensam em transformar a

realidade brasileira por meio da

inovação e da tecnologia.

Devido ao sucesso da

primeira versão, neste ano já

estamos oferecendo o curso no-

vamente, dessa vez com o apoio

do professor Mário Henrique

Trentim, coordenador dessa e-

dição.

Contudo, mais do que

simplesmente oferecer um cur-

so teórico sobre como abrir e

gerenciar uma empresa, a meta

do eITA esse ano é expandir seu

horizonte de atuação, promo-

vendo outras atividades que a-

judem a desenvolver um ecos-

sistema empreendedor no H8.

Nesse sentindo, parte da

turma do Bota pra Fazer desse

ano participou em maio de uma

conferência internacional de

empreendedores, o BrNewTech,

em que tiveram a oportunidade

de aprender mais sobre esse

mundo das startups, com direi-

to a uma palestra do fundador

do Skype, Niklas Zennström.

Também tivemos o pra-

zer de receber no ITA a Bedy

Yang, fundadora da Brazil In-

novators e sócia da 500 Star-

tups, que ministrou uma ótima

palestra sobre as características

empreendedoras do Vale do Si-

lício e as oportunidades que

temos hoje no Brasil. Além de-

la, promovemos um ótimo bate-

papo com Cassio Spina, funda-

dor da Anjos do Brasil, em que

ele compartilhou sua trajetória

de sucesso e passou vários bizus

sobre o Investimento Anjo no

Brasil.

Por outro lado, o eITA

também está participando da

organização do IDDS, o Inter-

national Development Design

Summit, um evento idealizado

pelo MIT que tem o intuito de

juntar pessoas de vários lugares

do mundo durante um mês, na

tentativa de resolver algum pro-

blema de comunidades carentes

por meio da inovação e tecnolo-

gia. Esse ano, o ITA participará

ativamente do projeto, com a

ajuda de um grupo do eITA.

Adicionalmente, preten-

demos fazer uma competição de

planos de negócios ainda neste

ano, de modo a estimular a ge-

ração de ideias inovadoras em

nossa escola. Acreditamos que

os iteanos e o H8 têm um gran-

de potencial de gerar tecnologia

e soluções de alto impacto, que

infelizmente está sendo subuti-

lizado mas que pode ser ex-

plorado ao máximo. Se você

também está afim de nos

ajudar a criar a próxima

Embraer ou quem sabe o

próximo Facebook, junte-se

a nós! Envie email para

eita2012@googlegroupscom

e fique por dentro do que

está acontecendo.●

Iniciativas: eITA

13

Alunos do Bota pra Fazer em happy hour com Cássio Spina, fundador da Anjos do Brasil

Page 14: A Cova 2012.2

Capa

Page 15: A Cova 2012.2

O H8 mergulha na música

Capa

15

Encontro Musical 2012

vento acontecer, como busca-

ram inovações para a edição

deste ano. A mais notável novi-

dade foi a realização do Encon-

tro Musical no H8, o que evitou

complicações enfrentadas em

anos anteriores e proporcionou

A passagem de som foi

feita por volta das 13h. As pes-

soas já se aglomeravam no Fei-

jão, esperando o início do e-

vento. Voz e Violão subiu ao

palco cerca de uma hora depois

e deu abertura ao show. Era o

Encontro Musical 2012 que es-

tava começando.

Um dos maiores even-

tos do calendário do H8, o

Encontro Musical reúne os

talentos musicais do ITA, a

maioria alunos da gradua-

ção. Neste ano o evento o-

correu no Feijão, no pró-

prio H8, no sábado dia 2/6,

das 13h às 22h, reunindo ca-

torze bandas de diversos esti-

los musicais. Além das ban-

das formadas por iteanos,

havia quatro compostas por

universitários de outras facul-

dades de São José dos Campos,

agregando maior diversidade

musical e um pú-

blico

novo.

O projeto EM2012

teve início em abril e foi

elaborado pelo Departamento

Cultural, carinhosamente co-

nhecido por “DepCult”, forma-

do pelos alunos Azedo (T-15),

Juliano (T-13), Mancu (T-14),

Panqueca (T-14), Sarah (T-16)

e Sebrae (T-13‟). Desde a logís-

tica até o marketing, tudo foi

executado pelos membros do

DepCult, que não só traba-

lharam pesado para fazer o e-

ao público um ambiente deve-

ras agradável para conversar,

namorar, beber e curtir o show.

Durante o período de

preparação, a publicidade do

evento foi baseada em Woods-

tock, lendário festival de músi-

ca ocorrido ao final da década

de 60 nos EUA. A decoração

do palco e do Feijão no dia do

EM 2012 também fazia alu-

são ao festival. E, assim como

Woodstock, o Encontro con-

tou com uma seleção bastan-

te eclética de bandas apaixo-

nadas por música, que torna-

ram a tarde e a noite de sába-

do uma viagem por diferentes

gostos e épocas da música

brasileira e internacional.

Ao fim da apresentação

do Itallica, último grupo a su-

bir ao palco, o Encontro Musi-

cal 2012 foi encerrado, mas ha-

verá uma continuação: o Show

Prêmio, que reúne as cinco

bandas mais votadas do EM.

Neste ano, as es-

colhidas pelo pú-

blico foram, em ordem

alfabética: Cardosos,

Going By, Half Drilled,

Itallica e Piriguetes. O Show

Prêmio ocorrerá no Dunluce

Irish Pub, no dia 09/08, a par-

tir das 21h. Até lá. ●

Page 16: A Cova 2012.2

Para a edição deste ano, foram es-

tabelecidas parcerias com os seguintes

estabelecimentos: o FiléMiau Espetinhos,

empresa do ramo alimentício especia-

lizada em – wait for it – espetinhos; a

JAC Gráfica e Editora, que imprimiu o

material de divulgação e os ingressos do

evento; e o Dunluce Irish Pub, onde irá

ocorrer o Show Prêmio.

16

Capa

Voz e Violão

A$ima

Mp Rock

Tintin e Zureia

Going by

Noname

Half Drilled

Not Head

The Geickes

Talita

Os Cardosos

Piriguetes

Capotrastes

Maderfackers

Itallica

Lista de Bandas

Page 17: A Cova 2012.2

Capa

Page 18: A Cova 2012.2

Após a demonstração do ótimo desempenho da equipe ITAndroids na área simulada, conseguindo a classificação para a RoboCup 2012 na Cidade do México, a equipe mostra que vem forte também nas áreas não-simuladas.

O primeiro desafio deste ano para a equipe foi o 8º Win-ter Challenge realizado na Fa-culdade de Jaguariúna, interior de São Paulo, entre os dias 07 e 10 de junho. Para essa competi-ção foram inscritas 5 categorias da ITAndroids – 2 sumôs au-tônomos, 1 Seguidor de Linha (Follow-Line) e 2 sumôs de Lego feito com os kits Lego Minds-tormsTM – e o resultado foi mai-or do que o esperado.

A equipe obteve o 3º lu-gar no Sumô autônomo (entre 15 inscritos) e o 6º lugar no Fol-low-Line (entre 30 inscritos). Tudo isso com um trabalho de apenas 2 meses! O 3º lugar no sumô autônomo, em especial, veio de forma dramática. Fal-

Iniciativas: ITAndroids

ITAndroids veio para ficar

18

tando meia hora para o inicio da competição um dos motores do robô “ZERO” parou de funcio-nar e a equipe já havia prati-camente desistido de competir. Foi quando o capitão do sumô, Petrônio (T-15), lembrou-se de

um detalhe que salvou o robô. Com isso foi possível participar da competição, na qual a equipe do ITA perdeu apenas para os 1º e 2º lugares da categoria, os quais há mais de 5 anos já vêm mostrando resultados expres-sivos na competição.

Só isso já mostra o gran-de potencial da ITAndroids. Po-rém para a equipe isso ainda é pouco. E nada melhor do que mostrar para os gringos que o Brasil não é bom apenas no fu-tebol com os pés. Também so-mos capazes de fazer muito es-trangeiro ter que “rebolar” em jogadas em um mundo um pou-co diferente: a realidade virtual.

No dia 17 de junho a sele-ção do ITA desembarcou na Ci-dade do México para competir na Copa do Mundo de Robótica, a RoboCup. Times de todas as localidades do planeta partici-pam da competição, sendo o Brasil um país ainda com pouca tradição de vitórias.

Durante essa semana fo-ram longos dias (e noites, claro) para aprimorar o time, no con-sagrado processo just in time. Já na primeira rodada, sem elimi-natórias ainda, a ITAndroids meteu um 32 x 0 nos mexica-nos, logo os donos da casa!

E não ficou só nisso não. Nos dias seguintes o time estava com todo o gás e já começavam as rodadas de eliminação nas chaves. O Brasil, que foi representa-do por 4 equipes diferen-tes, começou a sofrer nessa fase. E um atrás do outro, nossos times foram pere-cendo, até sobrar somente

Também somos capazes

de fazer muito

estrangeiro ter que

“rebolar” em jogadas

em um mundo

um pouco diferente:

a realidade virtual.

Equipe ITAndroids no 8ª Winter Challenge. Em pé da esquerda para direita: Petrônio (T-15), Dhalsin (T-15), Cho (T-15), Ruth (T-16), Abraço (T-16), Fernanda e Catita (T-15). Agachados: Eduardo (T-15), Saraiva (T-15), Duas Bolas (T-16), Paulo (T-15) e Tarcisio (T-14).

Page 19: A Cova 2012.2

Iniciativas: ITAndroids

19

a ITAndroids para carregar nos-sa bandeira! Fardo pesado, mas suportável e, após uma emo-cionante série de jogos, a equipe conseguiu avançar de fase, mo-

mentaneamente ficando em 4º lugar da chave e 7º lugar geral! Dos 24 times iniciais, sobraram somente 12. Mas o outro dia prometia. Após mais uma bateria de ajustes chegou o jogo mais esperado para nós brasileiros: ITAndroids (Brasil) x HELIOS (Japão). Tá certo que os japone-ses podem não botar medo quando falamos em futebol real. Mas nas simulações tudo se in-verte, ainda mais porque estáva-mos jogando contra o vice-campeão mundial do ano anteri-or! E COMEEEEÇA A PAR-TIDA! O Brasil inicia o jogo a-presentando muito entrosa-mento entre seus jogadores. Be-los passes e boa marcação de-monstravam que a seleção da ITAndroids não ia fazer feio contra os gringos. Mas os japo-

neses também estavam bem na partida, o que mostrava que ela não ia ser fácil. Foi então, após uma sequência de bons passes, que o Japão sai na frente e mar-

ca o primeiro gol. Mas nada da nos-sa seleção se de-sesperar. E fo-mos pra cima, mesmo com a marcação japone-sa na cola. Mas assim ficou até o intervalo do pri-meiro tempo. Na volta nossa sele-ção melhorou a marcação, e o jogo continuava equili-brado. Ataques dos dois lados e ótimas defesas mostravam a boa qualidade dos dois times. Foi en-

tão que, no finzinho da partida, fomos com tudo pra cima deles. E num contra-ataque fulminan-te eis que o armador passa para o atacante que chuta eeeeeee... eeeeeee... NAAAA TRAAAAA-

VEEEEE!!! Não era possível! Ninguém acreditava! Por um pixel e nós havíamos empatado com o campeão (no final eles ficaram em 1º lugar).

Mas não era momento de desespero, e sim de alegria. Por quê? Foi nesse jogo que real-mente viu-se a força do time da ITAndroids e percebeu-se que podemos competir de igual para igual até mesmo contra o Cam-peão Mundial! No fim, a ITAn-droids se classificou em 10º lu-gar geral, melhor resultado bra-sileiro de todos os tempos nesta categoria na RoboCup!

E logo ao fim da competi-ção foi anunciada uma novidade que muito animou o time do I-TA: em 2014 a RoboCup será no Brasil, em João Pessoa (PB). A-gora é retomar os trabalhos e já ir pensando lá na frente. Quem sabe em 2014 não será o ano de mostrar ao mundo, nos campos e nas telas, como se joga um be-

lo futebol brasileiro.●

Foto com algumas equipes participantes da RoboCup 2012, dentre elas a ITAndroids.

Robô "ZERO" que conquistou o 3º lugar no 8ª Winter Challenge.

Page 20: A Cova 2012.2

Na última edição, foram

reveladas as turmas dos tarta-

turgas. A dica dessa vez é a

região de origem de cada um:

tanto Donatello quanto Leo-

nardo vieram do Sudeste. Mi-

chelangelo é do Nordeste e

Rafael, do Sul.

Se alguém quiser car-

tear quem são os tartarugas,

pode mandar um e-mail para

algum coveiro (tem lá no co-

meço da revista) com os pal-

pites. Quem acertar o maior

número de tartarugas com o

menor número de dicas, vai,

hã... Alguma coisa legal vai a-

contecer com você, a gente

não sabe exatamente o que

ainda.

Lembrando que na edi-

ção do próximo bimestre sai-

rá a última dica, e na do últi-

mo bimestre do ano será re-

velada a identidade dos tarta-

rugas.

20

Page 21: A Cova 2012.2

Sabe aquele cra-

chá que você recebe no

comecinho do CPOR? No

caso da T-15 aquela coisa

verde e vermelha, pare-

cendo um Club Social?

Aquilo serve para sair do

CTA para o mundo! Sério

mesmo, tô de sacanagem

não. E digo mais: dá pra ir

a muito mais lugares do

que só até a rodoviária e o

aeroporto!

Meu ponto é: exis-

te vida em São José dos

Campos e regiões próxi-

mas! E mais ainda, vale a

pena conhecer ela. Essa

nossa cidadezinha, a

100Km de São Paulo e

340Km do Rio, sempre se

beneficia bastante de to-

dos eventos culturais de

São Paulo. Pode ver: vira-

dão cultural, boas bandas

parando no caminho en-

tre Sampa e Rio, eventos

de esporte, teatro... Em

especial, um lugar que

vale a pena visitar é o

SESC de São José. Os caras

se esforçam mesmo para

fazer eventos culturais

bacanas. O SESC fica ali na

Adhemar de Barros, ali no

Jardim São Dimas, quase

Vila Ema e o melhor de

tudo: muito perto do CTA.

Pra quem gosta de

sair pra beber, aqueles

cantos lá perto da Vila E-

ma está CHEIO de bares.

Não, não estou falando do

tipo de bar como o Pub,

que pessoas ficam em pé

andando de um lado pro

outro ou pulando ao som

de uma banda, digo bares

para sentar, papear e be-

ber mesmo. Na Adhemar

mesmo tem “O Funil”, o

“Bar Bare”... Andando à

toa na Vila Ema tem o

“Quintal da Ema”, a

“Caneca do Frade” o

“Território”. Dá pra sair

até mesmo sem saber pra

onde ir, em cada quadra

tem um bar com uma boa

cara (ou alguns que não

têm uma boa cara, são

copo-sujo, mas mesmo

assim são muito bons!).

Agora, quem já tá

namorando, meio namo-

rando, ou no complicado

mesmo, também vale a

pena procurar coisa em

São José mesmo. Ali no

Banhado tem um mirante

que não é nada mal, e a

cidade tem vários par-

ques, como o Santos Du-

mont e o Parque da Cida-

de. De dia, o Parque da

Cidade é um lugar bacana

para passear e à noite cos-

tuma ser um lugar legal

para curtir algum evento

ou ouvir a uma boa músi-

ca. E claro, tem um monte

de restaurantes que são

bons mesmo para apro-

veitar em casal. Eu reco-

mendo “O Pedal – Pizza

por metro” e o japonês

“Origami”, pra começar

bem.

Pra curtir baladas

genéricas noturnas, tem

também os bares do naipe

do Pub: ali mesmo, do la-

do do Pub tem mais dois:

o Anexo e o La Musike, e

todos eles quebram um

bom galho.

Claro, e tudo isso

é só em São José dos Cam-

pos. Jacareí tem uma vida

noturna bem mais agitada

e fica a menos de 20 qui-

lômetros. Caçapava, Tau-

baté, Caraguatatuba, até a

f a m o s a P i n d a m o -

nhangaba, tá tudo perto

daqui, é só sugar algum

amigo de carro.

A mensagem final

é muito simples: não deci-

da desde já que os seus

cinco (ou seis, sete...) a-

nos no ITA vão passar com

você enfurnado no CTA,

com a exceção de uma

viagem ou outra para a

própria cidade. Aproveite

o que está aqui, tão perto,

garanto que vale a pena!

Concordo que eu prefiro a

minha própria cidade, mas

dá sim para se divertir no

Vale do Paraíba. Então

trate de pegar o seu cra-

chá (ou na falta deste uma

tabela periódica de bolso,

um club social ou outro

Existe vida fora do CTA

21

Rafael

genérico) e atravesse a

portaria para ver o que

tem CTA afora!

SESC São José dos Campos

Page 22: A Cova 2012.2

Donatello

“Podem” do verbo podar, claro.

Há algum tempo percebi

que toda conformação gera prejuí-

zo. Nós, ao sermos moldados enge-

nheiros, devemos ter claro quais

serão esses prejuízos e o que eles

significam.

Talvez seja o sistema de en-

sino Brasileiro, talvez seja o sistema

de ensino do ITA, mas o fato é que

existe algo na especialização que

consome nossas generalidades. Ou

seja, ao aprofundarmos nossos co-

nhecimentos sobre enge-

nharia deixamos de

nutrir uma parte

nossa e, pouco a

pouco, deixa-

mos de ser a-

quele que pas-

sou no Vestibu-

lar.

Podemos ir

mais longe, o próprio

estudo para o Vestibular

nos transformou, nos bitolou, nos

conformou – nos deu a forma que

um aluno de Turma ITA deve ter.

Isso implica em prejuízo. Neces-

sariamente. Pois apostamos em

trilhar um caminho sem saber o

destino e sem a menor possibi-

lidade de, efetivamente, controlar

o percurso.

O percurso é a parte impor-

tante dessa história, de qualquer

história, da sua, da minha. Um tex-

to como esse, com muitas digres-

sões, pode confundir, pode não se

concluir ou pode concluir qualquer

coisa.

É sobre isso que estou falan-

do. Quando nascemos, as possibili-

dades são infinitas. Podemos ser,

virtualmente, qualquer pessoa. So-

mos uma folha em branco na qual

podemos escrever qualquer histó-

ria, com qualquer conclusão. Entre-

tanto, existem muitas passagens

previamente escritas: esco-

la, faculdade, trabalho, ca-

samento, mas, a-

pesar de as possi-

bilidades serem

infinitas, co-

nheço poucas va-

riações desse mol-

de universal. Não

sei porque isso acon-

tece, mas sei que deve-

mos tomar cuidado. Se

nos conformarmos demais, deixa-

mos de ser autores da nossa vida e

passamos a ser leitores de uma his-

tória copiada – previamente escri-

ta.

Sempre penso nas coisas

que faria se não doasse tanto tem-

po ao ITA e aposto que muitos de

vocês também. Essas coisas que

não faço seriam parte de mim se as

fizesse e eu seria, então, outra pes-

soa. O problema é que eu quero

Não me podem

22

Page 23: A Cova 2012.2

23

Não me podem

fazer essas coisas, logo, eu quero

ser essa outra pessoa, mas não

consigo. Confuso? Em outras pala-

vras, existem alguns capítulos da

minha história que eu não tenho

tempo pra escrever e, assim, minha

história deixa de ser minha. Claro

que temos o resto da vida para es-

crever o que quisermos, mas sem-

pre vamos ter algo tomando nosso

tempo de escrita – metaforicamen-

te falando.

Nesse sentido, estra-

nhamente, o ITA me a-

fasta de quem eu queria

ser quando entrei

aqui. “Estra-

nhamente” porque

fui eu mesmo

quem quis entrar no

ITA e – ainda – não

mudei de opinião,

quero me formar e ser

engenheiro do ITA. Mas

nunca soube o que significaria per-

correr esse caminho e os sacrifícios

que seria obrigado a fazer. Particu-

larmente, me sinto podado criativa-

mente. Torno-me, cada dia mais,

um reprodutor de soluções, um fa-

zedor de provas, um decorador de

dados. Quero ser engenheiro, mas

estou a muitos livros de distância

de quem eu quero ser, a muitos

filmes atrasado. Vivemos sob o es-

tresse de desempenhar bem em

provas escritas, como se isso signi-

ficasse algum tipo de domínio so-

bre a aplicação do conhecimento

na prática. Entretanto sinto que

outras qualidades não são bem ex-

ploradas – desde oratória, até no-

ções de política.

Em resumo, sinto falta de

tempo para me tornar uma pessoa

mais completa, ser – apenas – en-

genheiro não é suficiente. Não te-

nho tempo para estudar idiomas,

música, filmes, litera-

tura e outras coisas que

ainda nem desco-

bri. O pior é que

não sei se al-

gum dia terei

esse tempo.

Ademais, não

me sinto desafi-

ado criativamente

no ambiente iteano.

Em tempo, gostaria de

saber de vocês: o que vocês acham

que não estão desenvolvendo mas

que gostariam de desenvolver, em

qualquer âmbito? Gostaria de sa-

ber se alguém mais

se sente podado.

Para isso, comente

na Comunidade do CASD no

Facebook.

Page 24: A Cova 2012.2

Fala galera! En-

tão, resolvi dar ao texto

dessa edição um título

diferente, que não reve-

lasse muito do conteú-

do, mas que homenage-

asse a você, caro leitor

que, como eu, nunca

teve uma carta aberta

destinada especialmen-

te para você. Eu lembro

que, quando era mais

novo, nas aulas de por-

tuguês, sempre via os

exemplos de cartas a-

bertas: ao Governador,

ao Presidente da Repú-

blica, ao Papa, etc.

Bom, agora você já tem

a sua própria carta

aberta. Parabéns!

Bom, vamos

ao texto. Hoje irei

escrever com uma

conotação mais pes-

soal, uma visão sobre

o futuro do ITA. Conve-

nhamos: está super na

moda falar sobre expan-

são, duplicação, novo

reitor, novos cursos, e

tudo o que envolve a

grande transformação

pela qual o Instituto

passará nos próximos

5~10 anos.

Para contextua-

lizar, vou citar alguns

fatos já conhecidos, pra

quem está mais por fora

se situar, principalmen-

te o bixaral da 16. Andei

pesquisando e falando

com algumas pessoas, e

descobri algumas coisas

legais. Nem tenho cer-

teza se todas são verda-

de, mas mesmo assim

resolvi compartilhar.

O ITA pretende,

nos próximos anos, ter

o número de vagas do

vestibular aumentado

para 240 sem, com isso,

comprometer a qualida-

de do curso. Para tanto,

será necessária uma

enorme contratação de

professores e funcioná-

rios, que envolve con-

curso. Eis que surge o

pri-

meiro grande proble-

ma. Não é nada fácil

abrir concurso para pro-

fessor aqui no ITA, e,

quando se abre, são

poucos os candidatos

que conseguem preen-

cher os pré-requisitos

para se inscrever. Tudo

isso para ganhar um

salário não tão recom-

pensador.

Além disso, com

o dobro de alunos, um

novo alojamento se faz

necessário. Ele, a princí-

pio, se chama H8D e

será construído entre o

atual H8 e o HTO. As

plantas já estão pron-

tas, sendo o engenheiro

responsável o nosso

querido Carlos Alberto,

o Zé do Catia. Ainda,

algumas alterações que

sejam necessárias pode-

rão ser realizadas, e as

iniciativas e o DE estão

tendo voz nisso, para

garantir que tudo saia

nos conformes.

Claro, além de

um novo alojamento,

novos laboratórios se-

rão necessários, e a

verba necessária pa-

ra a construção

desses já está enca-

minhada, mas o

processo licitatório

é lento e burocráti-

co, então teremos al-

guns anos de espera...

Mas tudo isso

está muito solto. Será

que é só isso mesmo?

Claro que não! É preciso

todo um plano de ação

para planejar cada deta-

lhe, estruturar todas as

mudanças. E, para isso,

o reitor convocou algu-

mas comissões de apoi-

o. Há uma comissão de

professores veteranos,

só a galera com muitos

anos de casa, tipo o

Vertamatti e o Rizzi. Há

uma comissão dos jo-

Carta aberta a você

Donatello

24

Michelangelo

Page 25: A Cova 2012.2

25

vens professores, que

veem o ITA de uma for-

ma bem diferente da-

queles, como o Pelá e a

Juliana. Há, ainda, uma

comissão de alto nível,

formada por alguns pei-

xes grandes, como itea-

nos já formados de gran-

de sucesso em varias á-

reas, o Vice Reitor, etc.

Agora é que vem

a parte boa: a especu-

lação. Não se sabe muito

mais do que isso aí em

cima, então nos resta

especular! Como você

quer que seja o ITA do

futuro? O ITA em que

seu filho poderá estudar,

e do qual você terá orgu-

lho. Eu tenho algumas

opiniões formuladas, e

decidi mostrá-las para

instigar um pouquinho

vocês a pensarem nisso

também.

Primeiro quesito:

novos cursos. Pra mim já

passou da hora de o ITA

sair um pouquinho do

macaco e inovar. Que tal

uma super-na-moda En-

genharia de Petróleo?

Aposto que a Petrobrás

iria apoiar! Isso sem falar

da já há muito requi-

sitada pelo empresário

Eike Batista: Engenharia

Naval. Dinheiro não iria

faltar. E não dá nem pra

Aeronáutica usar a velha

desculpa de que "foge

aos objetivos da Força",

já que ambas têm a ver

com os interesses da

FAB.

Segundo quesito:

novo regimento interno.

Já repararam como tudo

aqui é hiperburocrático?

Você tem que falar com

mil pessoas e até mesmo

pagar pra conseguir um

simples comprovante de

matrícula, ou segunda

via de boletim, ou qual-

quer coisa do tipo. Revi-

são de prova feita por

outro professor da área,

uma coisa tão comum

em outras universida-

des? Por aqui nunca nem

ouvi falar! Mas claro que

nem tudo são críticas. A

manutenção da DC, por

exemplo, seria funda-

mental no "novo ITA", e

é algo que funciona bem

até hoje. Por fim acho

que falta um pouco de

nos, e isso funcionaria

perfeitamente com a i-

deia do fundo, fazendo

com que boa parte da

escassez de recursos do

ITA fosse resolvida.

E quanto a você?

O que quer para o futuro

do ITA? Converse com

alguém sobre isso. Poste

na todosh8, no facebook.

Está na hora de fomen-

tarmos ideias a respeito

do assunto.

transparência e descen-

tralização no modelo pe-

dagógico do ITA. É muito

fácil um professor te

“ferrar”, caso ele queira,

e você só conseguir algu-

ma justiça no semestre

que vem, quando já esti-

ver trancado...

Terceiro: um en-

dowment bem estrutu-

rado. Isso faz uma enor-

me falta na nossa queri-

da instituição, e é algo

bastante comum em ins-

tituições similares no ex-

terior e já existe até aqui

no Brasil, na Unicamp e

na Poli. O iteano tem

uma bagagem cultural

enorme, tradições mil,

um legado gigantesco

que é passado ano após

ano para os novos alu-

Fonte: http://olhaisso.net/wp-content/uploads/tirinhas/burocracia-brasileira.jpg

Page 26: A Cova 2012.2

26

As bancadas reli-

giosas no congresso bra-

sileiro são sinal da gran-

de demanda pela reno-

vação dos valores. A for-

ça dessas bancadas reve-

la também o quanto o

Brasil é um país conser-

vador, apesar de os con-

servadores se manterem

mais silenciosos no dia a

dia ou mesmo pouco sa-

berem o que é de fato

ser conservador. Combi-

nação que nos leva a um

momento crítico, pois,

enquanto os pro-

gressistas estão muito

ocupados vivendo os pra-

zeres proporcionados

pelo dito Progresso,

seus opositores não

conseguem sucesso

ao levantar os temas

que necessitamos dis-

cutir.

Fracassados,

muitos conservadores

optam pelo silencioso e

sujo jogo do inimigo,

conforme expliquei no

texto anterior. Na mo-

dernidade não existe diá-

logo, apenas um ringue,

uma luta onde o mais

importante não é encon-

trar uma resposta, mas

apenas vencer. Desconfio

que a humanidade sem-

pre foi assim. Pelo menos

é o que conta o milenar

Eclesiastes, que faz com

que eu tenha ainda mais

convicção de minhas i-

deias. Tanto políticas

quanto religiosas.

Os críticos das

religiões falam muito da

submissão que a Igreja

impõe ao indivíduo e a-

pontam os diversos pon-

tos polêmicos dos livros

religiosos. Porém, to-

mando-me como e-

xemplo, quando catequi-

zado, não me lembro de

ter tratado temas duros

como o holocausto de

Isaac ou o sinal de Caim.

A mensagem principal

que recebi também não

foi de submissão a Deus.

Lembro-me de muita ên-

fase dada aos dons do

Espírito Santo, às Virtu-

des, aos Pecados Capi-

tais, aos Dez Mandamen-

tos etc. Valores que, a-

credito, fazem muito

bem à convivência em

sociedade.

É verdade que a

submissão a Deus e algu-

mas mensagens mais

complexas dos escritos

religiosos podem trazer

consequências perversas

se usadas por oportu-

nistas. Porém, apesar de

tudo o que apontam,

pergunto que outra insti-

tuição moderna poderia

promover a reunião de

pessoas para discussão

de valores da forma a

que tive oportunidade no

catecismo? Dentro de

casa? Talvez nas casas

norueguesas ou suecas

sim, mas a modernidade

foi mais severa por aqui

e lembro o grande núme-

ro de famílias dilaceradas

por nosso rápido avanço

rumo ao

“desenvolvimento”.

O fim das reli-

giões, que tanto reivin-

dicam os ateus, seria

sim possível, mas é

inviável até mesmo

em longo prazo. A-

credito que, ao invés

de pensar na laicidade

do Estado, a agenda do

governo deveria abordar

a renovação dos valores.

Nesse contexto, as religi-

ões são uma aliada vital

para essa realização por

serem, conforme dito,

uma instituição especiali-

zada em valores. Se o

Estado pode se aliar aos

bancos para cuidar das

finanças ou à indústria

de base para cuidar de

recursos naturais, por

que não deve trabalhar

os valores junto das di-

versas religiões?

Os valores e a religião

Leonardo

Page 27: A Cova 2012.2

em Deus. Talvez ainda

haja ateus assim – embo-

ra eu não conheça – en-

tretanto a inclusão digital

amplifica a voz dos maus

descrentes. Em minha

concepção os ateus mo-

dernos são os escolhidos:

chegaram antes ao tão

anunciado “Progresso”.

Eles são sem educação,

superficiais, intolerantes

e tudo o que querem é

destruir o passado. E rá-

pido, claro. Sei que es-

ses maus ateus andam

mais ou menos infor-

mados e cheios de exem-

plos, citações

e esperte-

zas para

respon-

derem a

um a-

taque

direto

como fiz.

A questão

é que tratam

sempre de exemplos,

visões incompletas, dis-

torcidas e pouco profun-

das, alardeadas como

racionais. Sim, ainda hoje

há guerras pela religião

além de diversas atroci-

dades e pessoas de com-

portamento doentio ou

até criminoso que apoi-

am seus atos na religião.

Até o Diabo citou a Bíblia

na tentativa de corrom-

per Jesus. Da mesma for-

ma muitas pessoas usa-

Vou arriscar ainda

mais dizendo que seguir

uma religião, unir-se em

grupos, manter um ini-

migo comum, transcen-

der e pensar metafisica-

mente são uma neces-

sidade psicológica huma-

na. Ou melhor, uma ne-

cessidade fisiológica, po-

rém de nosso sistema

nervoso. O fim das reli-

giões é impossível, mas

talvez mudança, renova-

ção ou mesmo migração

sejam possíveis. Tanto

que os novos ateus têm

se unido em congrega-

ções que mimetizam as

religiões mais intoleran-

tes.

Qual o perfil do

ateu médio? São pessoas

revoltadas, muitas vezes

com questões pessoais

ou familiares mal resolvi-

das, que compensam su-

as tensões atacando as

crenças e valores alheios.

Já houve um tempo em

que existiam bons ateus,

que pensavam com ra-

cionalidade e tinham

condições de discutir

com base suas ideias. Eu

poderia até citar as refle-

xões de alguns não fosse

a ânsia por rapidez. Spi-

noza e Nietchzche, moda

entre os ateus, chegam a

ser divinos em suas críti-

cas. Críticas que chega-

ram a abalar minha fé no

ser humano, mas nunca

ram e usam facas para

extremas maldades, po-

rém ninguém culpa as

facas ou fala em aboli-

las.

Historicamente a

religião é a grande porta-

dora dos valores, por isso

que eu a defendo. Há

quem acredite em valo-

res sem religião e talvez

seja possível mesmo, po-

rém as mudanças sociais

são sempre um processo

lento e gradual. O últi-

mo que tentou forçar

essas mudanças e criar

valores a seu modo é

lembrado

com muito

rancor nas

discus-

sões de

baixo

nível. A

verdade

inegável

é que não

há nenhuma

experiência bem sucedi-

da de sociedade

duradoura sem religião.

Então, é melhor não ter-

mos tanta esperança

com tal paradigma.

Finalizo lembran-

do que não sou contra o

Progresso nem

contra a-

teus. Sim, acredito que

podemos melhorar sem-

pre e é possível encon-

trar algo que possa ser

chamado de Progresso

caso tenhamos mais cui-

dado com falácias. Decla-

ro-me aberta e totalmen-

te contra a velocidade

com que “progredimos”,

contra a associação ingê-

nua entre “progresso” e

“esdrúxulo”, e contra a

linguagem torpe que tem

sido utilizada na internet

pelos críticos da religião.

Podemos avançar e des-

cobrir o “novo” sim. Ali-

ás, devemos avançar,

mas sempre com cautela

e, por favor, ...

Page 28: A Cova 2012.2

Julho de 2012

Aerodesign ITA

Bronze no SAE East Aerodesign Competition

O Leviatã decolou alto para o 3º Lugar da

Categoria Advanced