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Abordagem da
Sépsis neonatal
Dra Beatriz M. Pérez Driggs 8-11-2017
A Sépse é uma das principais causas de morbimortalidade no
período neonatal. Acomete recém-nascido (RN) a termo e
prematuros, sendo este último grupo o mais vulnerável A
mortalidade varia de 10 a 50% conforme o nível de
assistência e a população envolvida
Á Organização Mundial de Sáude (OMS)
estima que nascem em média 130 milhões
de recém-nascidos e destes
aproximadamente cinco milhões de
neonatos morrem por ano e que 98%
dessas mortes ocorram em países em
desenvolvimento.È estimado que 30-40 %
das mortes neonatais estejan relacionadas
com infecções neonatais
Sépsis neonatal
E uma síndrome clínica caracterizada por sinais
sistêmicos de infecção e acompanhada por
bacteriémia, no primeiro mês de vida, podendo ou
não apresentar hemocultura positiva
De acordo com o Consenso Internacional de Sépse Pediátrica
criado em 2001, “a Sépse é definida como uma síndrome
clínica caracterizada por uma resposta inflamatória sistêmica
na presença, ou como resultado, de uma infecção suspeita ou
confirmada
É classificada em precoce e tardia dependendo
do período de início dos sintomas
Sépsis precoceEvidência diagnóstica nas primeiras 72 horas de vida
Com fator de risco materno para infecção.
Sépsis tardiaEvidencia diagnóstica após 72 horas de vida
Pode ser causada por germes do trato genital materno ou
considerada de origem hospitalar, quando associada a
fatores de risco após nascimento
Sépsis neonatal
A Microbiologia da Sépse neonatal
Bacterias, Fungos ou Virus
Streptococcus agalactiae o estreptococo del grupo B
Streptococcus. faecalis e outros Streptococcus
Staphylococcus coagulase negativa
Staphylococcus aureus
Escherichia coli
Lysteria monocytogenes
Klebsiella pneumoniae
Haemophilus influenzae
Enterococcus faecalis
Pseudomonas aurignosa
Bacterias
A Etiología Sépse neonatal
A etiología da Sépse neonatal bacteriana varia:
Em cada país
Em um mesmo país, em cada hospital
Em um mesmo hospital conforme a unidade de
internação
Em uma mesma unidade, conforme o tempo
As manifestações clínicas:
Clínica do inicio “No va bien”. Mala regulação do temperatura(febre/hipotermia).
Dificuldade do alimentação
Apatía. Taquicardia inexplicable.
Fase do estadoClínica do inicio mais
Distúrbios digestivo: vômitos, má aceitação da dieta , distensão abdominal.
Ictericia
Disturbios respiratorios:quemido espiratorio, cianose, apnea, ou piora dos
sinais de retração
Distúrbios neurológicos letargia,convulsão, irritabilidade
Fase tardía
Sintomas anteriores mais
Inestabilidade cardiovascular (má perfusão
periférica ou central)
Taquicardia.Hipotensão
Palidez/Cianose/ Moteado da pele
Ictericia
Hepatoesplenomegalia
Púrpura
Hemorragias
E a resposta inflamatória sistêmica do sistema
imunológico a uma infecção caracterizada:
*Aumento da frequência cardíaca e respiratória
*Hipertermia (temperatura corporal acima de
37,9°C) ou hipotermia (temperatura corporal
abaixo de 36,0°C)
Outros fatores capazes de desencadear SRIS
sem a ocorrência de infecção prévia:
Parto traumático, Asfixia peri-natal grave, Erros
inatos do metabolismo, Procedimentos
cirúrgicos
Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica
(SRIS ou SIRS)
Choque séptico: caracteriza-se por Sepse grave
associada com disfunção cardiovascular sustentada,
mesmo após infusão de no mínimo 40ml/kg de volume
em 1 hora
Síndrome da disfunção de múltiplos órgãos (SDMO),
que pode representar o estágio final da resposta
inflamatória sistêmica grave
Sepse grave: sepse associada à disfunção
de órgãos, hipoperfusão e hipotensão
1- Diagnóstico: o diagnóstico da Sepse
Neonatal deve se basear em:
1.1 - Identificações dos Fatores de Risco
Sepse precoce
Com fator de risco materno para infecção:
• Trabalho de parto em gestação menor que 35 semanas
• Bolsa rota há mais de 18 horas
• Procedimentos de medicina fetal nas últimas 72 horas
• ITU materna sem tratamento ou em tratamento há menos
de 72 horas
• Febre materna nas últimas 48 horas
• Corioamnionite
• Colonização pelo estreptococo B em gestante sem
profilaxia intraparto (deve ser pesquisado em todas as
gestantes com gestação entre 35 e 37 semanas
Sepse tardia
Pode ser causada por germes do trato genital materno
ou considerada de origem hospitalar quando associada
a fatores de risco:
• Prematuridade
• Tempo de internação prolongada (maior que 1
semana)
• Cirurgias
• Violação das normas de prevenção e controle de
infecção hospitalar, como higienização das mãos e
desinfecções dos ambientes inadequadas,
superlotação da unidade, etc.
Nos casos em que o RN que teve alta hospitalar retornar até sete dias com
sepse, a infecção deve ser considerada de origem hospitalar.
1.2 - Manifestações Clínicas
1.3- Exames Laboratoriais (específicos e inespecíficos)
Sangue
A. Hemocultura Colher uma ou duas amostras de sangue. O "padrão ouro"
B. Hemograma Escore Hematológico . Rodwell et al. (1988).
*Leucocitose ou leucopenia (considerar leucocitose ≥ 25.000 ao nascimento
ou ≥ 30.000 entre 12 e 24 horas ou acima de 21.000 ≥ 48 horas.
*Considerar leucopenia ≤ 5.000); Neutrofilia ou neutropenia
*Elevação de neutrófilos imaturos
*Índice neutrofílico aumentado
* Razão dos neutrófilos imaturos sobre os segmentados ≥ a 0,3
*Alterações degenerativas nos neutrófilos com vacuolização e granulação
tóxica
*Trombocitopenia(<150.000/mm).
Um escore ≥ 3 oferece sensibilidade de 96% e especificidade de 78%, e um escore de 0, 1ou 2 fornece valor preditivo negativo de 99%.
C. Proteína C Reativa (PCR)
Deve ser quantitativo, os valores de PCR considerados
anormais diferem entre laboratórios, de forma geral, são
aqueles superiores a 10 mg/L
Usualmente é detectável após 6 a 18 horas do início do
processo inflamatório, alcançando o pico em 8 a 60 horas
D. Glicemia: Hipoglicemia ou Hiperglicemia
E. Líquor
F. Urina
G. Lactato.
H. Creatinina Valores normais RN: 0,3 – 1,0 mg/dl
I.Ionograma Potássio sérico: < 10 dias = 4,0 – 6,0 mEq/L e
> 10 dias =3,5 – 5,0 mEq/L
Cálcio total: RNPT 1ª semana 6 – 10 mg/dl,
RNT 1ª semana 7 -12 mg/dl
Sódio: RNPT 130 -140 mEq/L, outros 135 -145 mEq/L
J. Coagulograma
K. Bilirrubinas Bilirrubina direta > 2 mg/Dl
L. Gasometria acidose metabólica
M. Cultura de fluidos (peritoneal, pleural e articular) e secreções
N. Biomarcadores:
Procalcitonina > 2 mg/mlCitocinas:Interleucina-6 (IL-6), Fator de necrose tumoral-α
(TNF-α) e Interleucina-1β
O futuro no diagnóstico:
Marcadores de superfície celular:
Dentre estes antígenos de superfície, marcadores de infecção
recentemente estudados são CD11B, CD64, e CD 69
O. Outros se necessário.
PrevençãoConhecendo os fatores de risco, tanto para a infecção precoce
como tardia, é possível estabelecer estratégias preventivas de
infecção
Prevenção da prematuridade é uma das estratégias mais
significativas
Antibioticoterapia materna intraparto são estratégias
significativas na prevenção da sepse precoce
A prevenção de infecção na UTI Neonatal inclui medidas
restritas de controle de infecção hospitalar: higiene das mãos
rigorosa, controle da superlotação na UTI
Manuseio mínimo do recém-nascido com cautela no manejo
de cateteres centrais
Educação continuada da equipe e da família para a lavagem de
mãos
Tratamento
Terapia de suporte Assistência ventilatória
Nutrição enteral minima precoce ou parenteral
Abordagem do choque
Monitorização eletrolítica e metabólica
Outros A instituição de outras terapias como imunoterapias
Exsanguineotransfusão
Infusão de granulócitos
AntibioticoterapiaA seleção de antibióticos empiricamente deve ser baseada:
No momento do início (sepse precoce ou tardia)
Na origem (sepse hospitalar ou domiciliar)
Local da infecção
Germe mais provável, de acordo com o espectro de germes da
UTI e sensibilidade habitual
A Sépsis neonatal permanece como causa significativa de
morbimortalidade neonatal.
O diagnóstico precoce e novos marcadores de diagnóstico
parecem promissores em conjunto com novas medidas
preventivas e o uso criterioso de antibioticoterapia.
A hemocultura e demais culturais fornecem a certeza do
diagnóstico e na vigência de uma cultura negativa em
neonato pouco sintomático é recomendável usar menor
tempo de antibioticoterapia empírica
O tratamento deve ser direcionado ao germe específico e o
mais criterioso possível, tendo em vista o prognóstico
reservado da infecção neonatal, tanto a curto como a mais
longo prazo.
Conclusão
Estabelecer estratégias preventivas de
infecção
Balizar a suspensão do tratamento nos
casos em que a suspeita de sepse não for
confirmada
Recomendação
Bibliografia
1-Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento
de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido:
guia para os profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de
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Brasília : Ministério da Saúde, 2011
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