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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS AGENTE ADMINISTRATIVO DA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR RENATO FENILI 1 Prof. Renato Fenili www.pontodosconcursos.com.br Prezado(a) amigo(a), É chegada a hora de nos dedicarmos ao tão esperado concurso para Agente Administrativo da Polícia Federal. Meu nome é Renato Ribeiro Fenili, sou natural de São Paulo e tenho 34 anos. Atualmente sou Analista Legislativo atribuição técnico em material e patrimônio, na Câmara dos Deputados. Antes disso, fui Oficial da Marinha do Brasil, servia embarcado em navio, tendo exercido o cargo de Chefe de Máquinas por cerca de dois anos. Fazia cerca de 120 dias de mar por ano, o que não me deixava alternativa a não ser estudar sozinho... não era fácil! Fui aprovado em 6º lugar no concurso para a Câmara dos Deputados de 2007, e tomei posse em 2008. Na época, a banca escolhida para a condução do certame foi a Fundação Carlos Chagas, e o conteúdo programático do edital foi extremamente semelhante ao atual. Bom, feitas as apresentações, creio que seja hora de começarmos o estudo. A Administração de Materiais, apesar de não ser uma das disciplinas mais “densas” que encontramos em concursos públicos, tem suas particularidades, capazes de pegarem os desavisados de “calças curtas”. Pessoalmente, creio que a necessidade de se aliar um conceito bem definido com o raciocínio lógico (e matemático!) seja um dos desafios que a Gestão de Materiais apresenta aos concursandos. Mas que vamos, a partir de agora, enfrentar juntos. Nosso curso será construído com base em uma exposição bastante sólida da teoria, seguida de um trabalho intensivo de resolução de exercícios. Ao longo do curso, serão resolvidas cerca de 400 questões. Cada aula apresentará, em média, 30 questões. Adicionalmente, cada aula virá

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Prof. Renato Fenili www.pontodosconcursos.com.br

Prezado(a) amigo(a),

É chegada a hora de nos dedicarmos ao tão esperado concurso para

Agente Administrativo da Polícia Federal.

Meu nome é Renato Ribeiro Fenili, sou natural de São Paulo e tenho 34

anos. Atualmente sou Analista Legislativo – atribuição técnico em material e

patrimônio, na Câmara dos Deputados. Antes disso, fui Oficial da Marinha do

Brasil, servia embarcado em navio, tendo exercido o cargo de Chefe de

Máquinas por cerca de dois anos. Fazia cerca de 120 dias de mar por ano, o

que não me deixava alternativa a não ser estudar sozinho... não era fácil!

Fui aprovado em 6º lugar no concurso para a Câmara dos Deputados

de 2007, e tomei posse em 2008. Na época, a banca escolhida para a

condução do certame foi a Fundação Carlos Chagas, e o conteúdo

programático do edital foi extremamente semelhante ao atual.

Bom, feitas as apresentações, creio que seja hora de começarmos o

estudo. A Administração de Materiais, apesar de não ser uma das disciplinas

mais “densas” que encontramos em concursos públicos, tem suas

particularidades, capazes de pegarem os desavisados de “calças curtas”.

Pessoalmente, creio que a necessidade de se aliar um conceito bem definido

com o raciocínio lógico (e matemático!) seja um dos desafios que a Gestão

de Materiais apresenta aos concursandos. Mas que vamos, a partir de agora,

enfrentar juntos.

Nosso curso será construído com base em uma exposição bastante

sólida da teoria, seguida de um trabalho intensivo de resolução de exercícios.

Ao longo do curso, serão resolvidas cerca de 400 questões. Cada aula

apresentará, em média, 30 questões. Adicionalmente, cada aula virá

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acompanhada de um simulado, com questões recentes do CESPE (a

maioria de 2013).

Vejamos como será a estrutura do curso:

AULA CONTEÚDO

1 Introdução. 1. Classificação de materiais. 1.1 Tipos de

classificação.

2 2. Gestão de Estoques (parte 1)

3 2. Gestão de Estoques (parte 2)

4 3. Compras 3.1 Modalidades de compra. 3.2 Cadastro de

fornecedores.

5 4. Compras no setor público 4.1 Edital de licitação.

6 5. Recebimento e Armazenagem 5.1 Entrada. 5.2

Conferência. 5.3 Critérios e técnicas de armazenagem.

7 6. Gestão Patrimonial 6.1 Controle de bens. 6.2 Inventário.

6.3 Alterações e baixa de bens.

8 Revisão em exercícios

Tudo pronto? Vamos, então, dar mais um passo rumo a seus

objetivos.

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I. CONCEITOS INICIAIS

Em uma organização, podemos identificar cinco tipos de recursos

disponíveis, conforme disposto abaixo:

O foco de nossa disciplina é apenas o estudo dos recursos materiais,

em sentido amplo.

Nosso primeiro passo é entender a distinção entre recursos materiais e

patrimoniais.

Podemos dizer que o termo “recurso material” pode assumir dois

sentidos.

Em um sentido amplo, recurso material engloba todos os meios físicos

de que dispõe uma organização, indo desde aqueles relacionados à sua

infraestrutura (um prédio, por exemplo) até mesmo aos materiais auxiliares

(papel A4, por exemplo).

Em sentido estrito, é possível separar as definições de recurso

material de recurso patrimonial:

Recurso material = refere-se aos elementos físicos empregados por

uma organização que concorrem para a constituição de seu produto final,

podendo este “produto final” ser um material processado ou um serviço. A

natureza do recurso material não é permanente. Além disso, é geralmente

possível armazená-lo em estoques.

RECURSOS

MATERIAIS

ASSOCIADOSAO MERCADO

HUMANOS

TECNOLÓGICOS

FINANCEIROS

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Na Contabilidade, recursos materiais podem ser aproximados do

conceito de bens de venda (mercadorias, matérias-primas, produtos em

fabricação e produtos prontos), carecendo apenas dos materiais auxiliares

(por exemplo, material de expediente).

Recurso patrimonial = refere-se aos elementos físicos empregados

por uma organização que são destinados à manutenção das atividades de

uma organização. A natureza do recurso patrimonial é permanente. Além

disso, nem sempre é possível armazená-lo em estoques.

Na Contabilidade, os recursos patrimoniais referem-se ao conceito de

bens de uso, ou ativo imobilizado de uma organização (imóveis, terrenos,

móveis e utensílios, veículos, máquinas e equipamentos, computadores e

terminais, instalações etc), tomados em conjunto com seus ativos

intangíveis.

Uma vez esclarecido o que se entende por Recurso Material, estamos

aptos a partir para a definição de Administração de Materiais:

O conjunto de atividades conduzidas em uma organização, visando a

maximizar a utilização dos recursos da empresa.

Veja que o principal objetivo da Administração de Materiais é

maximizar a utilização dos recursos da empresa. Em outras palavras:

evitar o desperdício, que pode se manifestar das mais diversas maneiras:

excesso de estoque, aquisição de materiais desnecessários ou de baixa

qualidade etc.

Inúmeras são as variáveis envolvidas na Administração de Materiais.

Um bom exemplo de organização na qual a Administração de Materiais tem

de ser muito bem executada é um restaurante, dada a perecibilidade dos

alimentos. Há de se considerar não só a quantidade de insumos a ser

adquirida, mas também sua qualidade, o momento de entrega, o

armazenamento, a minimização de estoques (já que, como veremos,

estoques geram custos) e a busca por preços econômicos.

Nesse enfoque, a fim de atingir o objetivo principal da Administração

de Materiais (maximizar a utilização dos recursos da empresa),podemos

estabelecer os objetivos secundários da Administração de Materiais:

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Suprir a organização dos materiais nas quantidades corretas, na

qualidade requerida, no momento certo, armazenando-os da maneira e no

local apropriados, praticando preços econômicos e minimizando estoques.

Para cumprir estes objetivos, a Administração de Materiais divide-se

em atividades específicas e complementares entre si, assim agrupadas por

Gonçalves (2007):

Gestão de estoques – objetiva adequar os níveis de estoque às

necessidades e à política de gestão de materiais da organização.

Para tanto, utiliza técnicas de previsão de consumo, gerando

sinais para a área de compras a fim de iniciar processos de

aquisição.

Gestão de compras – objetiva efetuar as aquisições /

contratações demandadas pelos diversos órgãos componentes da

empresa, bem como atender às solicitações da área gestora de

estoques.

Gestão dos centros de distribuição – responsável pelo

controle físico dos materiais, bem como pelo seu recebimento na

organização, movimentação, armazenagem e distribuição

interna.

Vejamos como o este conteúdo é cobrado em concursos:

1. (CESPE / SEAD FUNESA / 2008) É objetivo da administração de

materiais maximizar a utilização dos recursos da empresa.

Uma administração de materiais eficiente implica a minimização de

desperdícios pela organização. Em outras palavras, maximiza-se o uso dos

recursos disponíveis, através de uma gestão de materiais eficiente.

O enunciado está certo.

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2. (CESPE / CNPQ / 2011) Uma das funções precípuas doadministrador de materiais é minimizar o uso dos recursos

envolvidos na área logística da empresa, visando economia e

eficiência.

Esta questão apresenta uma “pegadinha” da banca. Ao

minimizarmos o uso dos recursos, estamos dando um passo rumo ao

desperdício. O administrador de materiais deve buscar a maximização do uso

dos recursos, sempre.

Assim, a questão está errada.

3. (CESPE / STM / 2008 - adaptada) A administração de materiaisvisa a colocar os materiais necessários na quantidade certa, no

local certo e no tempo certo à disposição dos órgãos que

compõem o processo produtivo da empresa.

A afirmativa apresenta alguns dos objetivos secundários daAdministração de Recursos Materiais.

Logicamente, a assertiva está voltada à Gestão de Materiais aplicadano processo produtivo de uma empresa. Não podemos esquecer que a

Gestão de Materiais também contempla os materiais auxiliares,especialmente em órgãos públicos.

De qualquer forma, a questão está certa.

Após esta familiarização inicial com a definição de Recursos Materiais e

Patrimoniais e com os objetivos da Administração de Materiais, estamos

prontos a dar um passo adiante na disciplina. Em se tratando dos recursos

materiais, eles podem ser classificados de diversas maneiras, seja com

relação à sua aplicação dentro da organização, à sua importância em termos

financeiros, ao seu tempo de duração ou a outro critério desejado. É o que

veremos a seguir.

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II. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS

A classificação dos itens de material é um procedimento necessário a fim

de racionalizar o controle de materiais em estoque.

Trata-se de um procedimento de aglutinação de materiais por

características semelhantes, servindo de informação gerencial ao

administrador de materiais, que se torna capaz de voltar sua atenção a

determinada(s) categoria(s) de material(is), ao invés de tentar, em vão, lidar

com uma infinidade de itens de materiais.

Sem uma classificação de materiais bem definida, seria quase impossível

ao gestor de materiais administrar seus estoques.

Atributos e Etapas da Classificação de Materiais

Um sistema de classificação deve possuir determinadas qualidades (ou

atributos) que o torne satisfatório. Para Viana (2000), são três os

atributos de um bom sistema de classificação:

Abrangência = a classificação deve abordar uma série de

características dos materiais, caracterizando-os de forma

abrangente. Aspectos físicos, financeiros, contábeis...são todos

fundamentais em um sistema de classificação abrangente.

Flexibilidade = Segundo Viana (2000), um sistema de classificação

flexível é aquele que permite interfaces entre os diversos tipos de

classificação, de modo a obter uma visão ampla da gestão de

estoques. Enquanto a abrangência tem a ver com as características

do material, a flexibilidade refere-se à “comunicação” entre os tipos

de classificação, bem como à possibilidade de adaptar e melhorar o

sistema de classificação sempre que desejável.

Praticidade = a classificação deve ser simples e direta, sem

demandar do gestor procedimentos complexos.

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4. (IFC / UFSC / 2009) Em relação aos atributos para aclassificação de materiais, assinale a alternativa CORRETA.

a) Criatividade, inovação e flexibilidade. b) Mudança, adaptação e estratégia.

c) Abrangência, criatividade e inovação. d) Abrangência, flexibilidade e praticidade.

e) Praticidade, estratégia e reorganização.

Esta questão foi apresentada apenas para fixarmos o conteúdo exposto

anteriormente.

Apesar de algumas das alternativas apresentarem algumas iniciativas que

são comuns a quase todas as atividades administrativas (busca pela

inovação e criatividade, por exemplo), os atributos inerentes à classificação

de materiais são os 3 mencionados anteriormente: abrangência, flexibilidade

e praticidade.

Assim, a alternativa D está correta.

Além dos atributos de um sistema de classificação, há de se abordar os

etapas(ou princípios) que regem a classificação de materiais, conforme

listados a seguir:

Catalogação = arrolamento de todos os itens de material

existentes em estoque, permitindo uma ideia geral do conjunto;

Simplificação = redução da diversidade de itens de material em

estoque que se destinam a um mesmo fim. Caso existam dois itens

de material que são empregados para a mesma finalidade, com o

mesmo resultado – indiferentemente, opta-se pela inclusão no

catálogo de materiais de apenas um deles. A simplificação é uma

etapa que antecede a padronização;

Identificação (Especificação) = descrição minuciosa do material,

possibilitando sua individualização em uma linguagem familiar ao

mercado;

Normalização = estabelecimento de normas técnicas para os itens

de material em si, ou para seu emprego com segurança. Pode-se

dizer, da mesma forma, que a normalização de itens de material é

Catalogação Simplificação Especificação Normalização Padronização Codificação

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necessária para a consecução da padronização em sua completude.

A entidade oficial de normalização no Brasil é a Associação Brasileira

de Normas Técnicas (ABNT);

Padronização = uniformização do emprego e do tipo do material.

Facilita o diálogo com o mercado, facilita o controle, permite a

intercambialidade de sobressalentes ou demais materiais de

consumo (peças, cartuchos de impressoras padronizadas, bobinas

de fax etc.);

Codificação = atribuição de uma série de números e/ou letras a

cada item de material, de forma que essa informação, compilada

em um único código, represente as características do item. Cada

item terá, assim, um único código.

Dessa maneira, é através da classificação que os itens em estoque são

agrupados segundo determinados critérios, sejam eles peso, forma,

dimensões, tipo, uso etc. O resultado é a otimização dos controles de

estoque, dos procedimentos de armazenagem e da operacionalização dos

almoxarifados (= locais de armazenagem dos itens de material, na

organização).

5. (CESPE / SESA ES / 2011) Simplificação, especificação e

normalização são etapas da classificação de materiais.

A assertiva acima está de acordo com o que vimos, no que diz respeito às

etapas da classificação de materiais. Faltou apenas a menção à

padronização, o que não compromete o enunciado.

A questão, portanto, está certa.

6. (CESPE / ABIN / 2010) Considere que, no estoque de umaoficina mecânica, haja vários parafusos de diferentes tipos.

Nessa situação, no controle de estoque, todos os parafusosdevem ser considerados um mesmo item de consumo,

atribuindo-se a esse item uma única codificação.

Parafusos de diferentes tipos usualmente têm aplicações distintas.

Assim, não há de se falar de simplificação, mas sim de uma especificação

apropriada para cada parafuso.

A assertiva está errada.

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Sistemas de codificação de materiais

Os códigos atribuídos aos itens de material, após efetuadas as etapasde sua classificação, podem ser de três tipos, a saber:

• Alfabético = conjunto de letras que permite identificar o item de

material. Devido à limitação de letras e à dificuldade de

memorização, está caindo em desuso;

• Alfanumérico = mescla números e letras para representar o material;

• Numérico = apenas números são utilizados na identificação do item.

Possui aplicação mais simples, generalizada e ilimitada. É o mais

indicado para a classificação de materiais.

Em adição, um bom sistema de codificação de materiais deve

apresentar alguns requisitos, assim discriminados:

• expansividade = deve suportar um aumento no rol de sua

classificação, esperado com o crescimento da organização;

• unicidade = o código é a “chave primária” do item de material. Isso

significa que há apenas um código para cada item;

• simplicidade = facilidade de compreensão e de uso;

• concisão = refere-se à objetividade do sistema;

• operacionalidade = o uso do sistema de codificação deve ser “prático

e robusto no campo”;

• confiabilidade = o sistema de codificação deve assegurar a qualidade

que dele se espera;

• versatilidade = possibilidade de adequação às mais variadas

aplicações; e

• padronização = existência de regras estruturadas na codificação do

item.

Vejamos como este conteúdo foi cobrado em concursos:

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7. (CESPE / IPOJUCA / 2009) Para que uma codificação se torneuma ferramenta efetiva de controle e facilitadora da gestão de

materiais, é necessário que a estrutura estabelecida para elaatenda a requisitos como expansividade (o sistema de

codificação deve aceitar ou comportar um aumento no rol desua classificação), unicidade (possibilita identificar ou indicar

características do material) e operacionalidade (facilidade de

aplicação a processos manuais, mecânicos ou eletrônicos).

A unicidade não tem a ver com a identificação das características do

material, mas sim com a existência de apenas um código para cada item. A questão está errada.

Há três Sistemas de Codificação de Material que merecem nossa

atenção. São eles: Sistema de Codificação Decimal;

Sistema FSC (Federal Supply Classification), e

Sistema CSSF (Chambre Syndicale de la Sidérurgie Française).

Por meio das próximas questões, veremos as principais particularidadesde cada um deles.

8. (CESPE / MS / 2008) A codificação de materiais consiste emordená-los de forma sistemática e seguindo um plano

metódico, visando dar a cada um dos materiais um númeropara permitir sua identificação rápida, fácil e segura. O sistema

mais simples de codificação de materiais é o decimal. Nessesistema os materiais são classificados em grupos, numerando-

os de 1 a 99.

O sistema numérico decimal teve sua origem na organização de

bibliotecas, que empregava, originalmente, a Classificação DecimalUniversal, a mais simples das classificações, constituída de uma

concatenação de grupos (ou chaves aglutinadoras), numerados de 1 a 99. A estrutura do código decimal é apresentada no esquema a seguir:

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Há três componentes do código: grupo – classe – identificação.

O grupo é referente à distinção mais “macro” entre os materiais. Refere-se, por exemplo, a categorias do tipo “material de informática” ou

“material hidráulico”. Sua numeração é compreendida entre 1 e 99. A classe distingue materiais pertencentes a um mesmo grupo.

Impressora, computador, HD externo...são todos pertencentes ao grupo “material” de informática, mas apresentam classes distintas.

Por fim, a identificação é alusiva a uma especificação mais

individualizada do item de material Retornando à análise da questão proposta, vemos que a assertiva está

certa.

9. (CESPE / MS / 2008) A codificação do FSC (Federal SupplyClassification) divide os materiais em normalizados e

específicos.

O Federal Supply Classification (FSC) é um sistema desenvolvido pelo

Departamento de Defesa dos Estados Unidos para classificar todos os materiais

movimentados pelos diversos departamentos do governo americano.

O código atribuído ao item, ao

utilizarmos o FSC, é denominado FederalStock Number (FSN). É composto de 11

algarismos, sendo estruturado em quatropartes: grupo, subgrupo, classe e número de

identificação. A assertiva está errada.

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10. (Inédita) A codificação CSSF divide os materiais em

normalizados e específicos.

O CSSF (Chambre Syndicale de la Sidérurgie Française) é um sistemafrancês de codificação (8 algarismos), que classifica os materiais em

normalizados e específicos: Normalizados: materiais de ampla aplicação, não sendo específicos a

determinada máquina ou equipamento (ex: parafusos, lâmpadas,

conectores etc.);

Específicos: materiais com aplicabilidade restrita a determinado

equipamento (ex: compressor para geladeira Brastemp).

A assertiva está certa.

Tipos (ou Critérios) de Classificação de Materiais

Vários são os tipos de classificação de materiais, determinados em função

das informações gerenciais desejadas pelo Gestor de Materiais.

Veremos, a seguir os principais tipos de classificação:

a) Possibilidade de fazer ou comprar

Esta classificação tem por objetivo prover a informação de quais

materiais poderão ser produzidos internamente pela organização, e quais

deverão ser adquiridos no mercado. As categorias de classificação podem ser

assim listadas:

materiais a serem produzidos internamente;

materiais a serem adquiridos;

materiais a serem recondicionados (recuperados) internamente;

materiais a serem produzidos ou adquiridos (depende de análise caso-a-

caso pela organização).

A decisão sobre produzir ou adquirir um item de material no mercado é

tomada pela cúpula da organização, considerando os custos e a estrutura

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envolvida. Nesse contexto, há duas estratégias possíveis: a verticalização e

a horizontalização:

Verticalização→ Produz-se (ou tenta-se produzir) internamente tudo

o que puder. Essa estratégia foi dominante nas grandes empresas, até

o final do século passado, no intuito de assegurar a independência de

terceiros (ex: General Motors). Mais raramente, há empresas que

ainda se esforçam na verticalização de seus negócios (um exemplo

seria a Faber-Castell que, na última década, esforçou-se na conquista

da autossuficiência no plantio de madeira, matéria-prima na confecção

de lápis). No entanto, verticalizar mostrou-se um negócio arriscado, já

que se corre o risco da empresa ficar “engessada”, ou seja, a

imobilização de recursos pode tornar o negócio pouco flexível.

Horizontalização → Compra-se de terceiros o máximo de itens que

irão compor o produto final. Esta estratégia é a grande tendência das

empresas modernas. De modo geral, apenas os processos

fundamentais (chamados core processes) não são terceirizados, por

razões de segredos tecnológicos. A estrutura horizontalizada é típica do

Sistema Toyota de Produção, que remete a terceiros cerca de 75% do

processo produtivo1.

O quadro abaixo sumariza as vantagens e desvantagens dessas

estratégias:

VANTAGENS DESVANTAGENS

Verticalização

Independência de

terceiros;

Maiores lucros;

Manutenção de segredo

sobre tecnologias

próprias.

Perda de flexibilidade (a

empresa fica

“engessada”);

Maior investimento

(maiores custos).

Horizontalização

Garantia de flexibilidade

à empresa;

Menores custos (não há

despesa na criação de

estruturas internas).

Perda de controle

tecnológico;

Dependência de

terceiros;

Lucros menores.

1Segundo ANTUNES, R. O Toyotismo, as novas formas de acumulação de capital e as formas de (alienação).

Cadernos CRH, 2002.

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b) Por demanda:

No caso de materiais não-de-estoque, quando verificada sua necessidade,

inicia-se um processo de aquisição.

11. (CESPE / TJ PA / 2006 - adaptada) Quanto ao tipo de

demanda, os materiais são classificados em materiais de

estoque e não de estoque.

Esta questão foi inserida na aula apenas para reforçar a assimilação do

conteúdo anterior.

O enunciado, como vimos, está certo.

Em órgãos públicos, a aquisição dos materiais não-de-estoque, nos

quais a demanda é imprevisível, é feita, preferencialmente, mediante o

chamado Sistema de Registro de Preços, que será abordado em nossa

aula sobre compras governamentais.

Observação: As demais classificações (apresentadas a seguir) são

atinentes exclusivamente aos materiais de estoque, que são mantidos nos

almoxarifados das organizações.

Materiais de Estoque

•São os materiais que, dada a previsibilidade da demanda pelaorganização, devem ser mantidos em estoque.

Materiais Não-de-Estoque

•São os materiais que, dada a imprevisibilidade da demanda pelaorganização, não tem necessidade de estarem em estoque.(lembre-se: estoque gera custos à organização!!)

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c) Por aplicação na organização:

TIPO DEFINIÇÃO EXEMPLO

MATÉRIA-PRIMA

Substância que toma parte

no processo de produção,incorporando fisicamente o

produto final. Madeira, naindústria de

móveis

PRODUTOINTERMEDIÁRIO

OU EMPROCESSO

É o produto que tomaráparte no produto final, sem

que haja alteração em suaspropriedades químicas ou

físicas. Podem ser adquiridas de outra organização, ou

fabricadas internamente. Bancos de carro,

na indústria

automotiva

PRODUTO FINALOU ACABADO

É aquele que representa o

objetivo final da organização,estando pronto para

comercialização.

MATERIALAUXILIAR

É utilizado no processo deprodução/fabricação, sem

que se incorpore ao produtofinal.

Vai desde o material deexpediente utilizado (papel,

caneta), até ferramentas,além dos materiais por

ventura consumidos comocombustíveis (óleo diesel,

gasolina, carvão etc).

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Chiavenato (2008) adota uma classificação alternativa, inserindo duas

categorias adicionais: materiais em processamento e materiais

semiacabados. Ainda, para o autor, material acabado é o mesmo que

produto intermediário, visto na classificação anterior. Eis os exemplos

providos pelo autor:

12. (CESPE / ANATEL / 2009) Se determinado órgão público

adquirir 50 cartuchos de toner para as suas impressoras alaser, tais produtos deverão ser considerados como produtos

acabados para o referido órgão.

Conforme visto na tabela acima, produto acabado ou final é aquele

referente à atividade fim da organização.

Em se tratando de órgãos públicos, o mais comum é que a atividade fim

seja um serviço, como a fiscalização de tributos ou da aplicação de leis, por

exemplo. Dessa forma, o uso de material de expediente, de informática,

gráfico, ferramentas, entre outros, não só não se constitui no produto final,

como também não são incorporados no produto final. São os chamados

materiais auxiliares, como o mencionado toner do enunciado da questão.

A questão está, assim, errada.

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d) Por periculosidade

Materiais perigosos são aqueles que oferecem

risco, em especial durante as atividades de manuseio e

transporte.

Nesta categoria, estão inseridos os explosivos,

líquidos e sólidos inflamáveis, materiais radioativos,

corrosivos, oxidantes etc.

e) Por perecibilidade

Trata-se de uma classificação que leva em conta o desaparecimento

das propriedades físico-químicas do material.

Gêneros alimentícios, vacinas, materiais para testes laboratoriais,

entre outros, são considerados perecíveis, já que estão sujeitos à

deterioração e à decomposição.

f) Por importância operacional (Classificação XYZ)

A Classificação XYZ avalia o grau de criticidade ou de

imprescindibilidade do item de material nas atividades desempenhadas pela

organização. As classes são assim definidas, conforme Mendes e Castilho

(2009):

Classificação por importância operacional

Classe Definição

Classe X

Materiais de baixa criticidade, cuja falta não implica

paralisações da produção, nem riscos à segurança

pessoal, ambiental e patrimonial. Ainda, há facilidade de

sua obtenção no mercado.

Classe Y Materiais que apresentam grau de criticidade

intermediário, podendo, ainda, ser substituídos por outros

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Classificação por importância operacional

Classe Definição

com relativa facilidade.

Classe Z

Materiais de máxima criticidade, não podendo ser

substituídos por outros equivalentes em tempo hábil sem

acarretar prejuízos significativos. A falta desses materiais

provoca a paralisação da produção, ou coloca em risco as

pessoas, o ambiente ou o patrimônio da empresa.

13. (CESPE / CNPQ / 2011) Uma desvantagem de se utilizar aclassificação de materiais do tipo importância operacional é que

ela não fornece análise econômica dos estoques.

A vantagem da utilização da classificação do tipo importância

operacional é a obtenção da informação dos itens de material em estoque

considerados vitais para a organização, seja em termos de continuidade

da produção ou de segurança às pessoas, ao ambiente e ao patrimônio.

Contudo, com base apenas nesse tipo de classificação, o Gestor de

Materiais não conseguirá saber quais os itens em estoque responsáveis

pelo maior valor financeiro, por exemplo. Este tipo de informação é

dadapela Classificação ABC (ou de Pareto), que veremos mais adiante

nesta aula.

A questão está certa.

14. (CESPE / IPOJUCA / 2009) A classificação XYZ é um método

de análise qualitativa que determina a criticidade dos materiais

e dos medicamentos no hospital. Os itens X são aqueles

considerados vitais ou críticos para a produção, sem similar no

hospital.

Na classificação XYZ, são os itens Z os

detentores de alta criticidade para a organização.

A afirmativa está, assim, errada.

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15. (CESPE / CNPQ / 2011) O profissional que atua na

administração de materiais deve dedicar atenção ao controle

dos materiais críticos, os quais devem ser submetidos ao

controle de obsolescência de forma contínua e periódica.

Em Administração de Materiais, há o conceito de materiais críticos,

entendidos como aqueles que são merecedores de atenção especial do

gestor, por diversos motivos – sejam eles financeiros, operacionais, de

segurança, entre outros.

Preliminarmente, vejamos o conceito que Viana (2000) adota para

materiais críticos:

“São materiais de reposição especificas cuja demanda não é previsível e a

decisão de estocar tem com base o risco. Por serem sobressalentes vitais de

equipamento produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização,

não estando, portanto, sujeitos ao controle de obsolescência”2.

Com base nesta transcrição, a questão está errada.

Contudo, cabe uma discussão adicional. O próprio Viana (2000), em

momento posterior de sua obra, acaba por estender o conceito de material

crítico, elencando outras razões para a consideração de materiais como

críticos que não a vitalidade para equipamentos produtivos:

razões econômicas = materiais de alto valor, ou de custos significativos

de transporte e armazenagem;

razões de armazenagem, manuseio e transporte = materiais de alta

periculosidade, ou perecíveis, ou, ainda, de elevados peso e dimensão.

razões de planejamento = materiais de difícil previsão de consumo,

pela organização.

Com relação ao enunciado da questão, devemos, preliminarmente o

que é a obsolescência.

Obsolescência é o fenômeno que acarreta a inutilidade de determinado

item de material (ele se torna obsoleto), seja devido a inovações

2Trata-se de uma definição que considera um material crítico como diretamente relacionado a determinado processo

produtivo.

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tecnológicas (lembra dos disquetes?) ou por razões econômicas (quando o

uso sobressalentes, seguido da manutenção tornam-se mais caro do que a

aquisição de um novo produto).

Como vimos, materiais críticos podem assumir diferentes aspectos, a

depender da razão em pauta pelo Gestor de Materiais. Se a razão for

econômica, entendo que haja realmente a necessidade de um controle de

obsolescência (já imaginou uma turbina de avião – material de alto custo –

tornar-se obsoleta?). No entanto, um material de alta periculosidade, ou de

elevado peso, não tem a necessidade diferenciada de controle de

obsolescência.

Uma forma de corrigirmos a assertiva seria a exposta abaixo:

O profissional que atua na administração de materiais deve dedicar

atenção ao controle dos materiais de alto valor financeiro, os quais devem

ser submetidos ao controle de obsolescência de forma contínua e

permanente.

Com esse entendimento, o enunciado também está errado.

16. (CESPE / CNPq / 2011) O profissional que atua na

administração de materiais deve classificar como materiaiscríticos aqueles que possuem demanda previsível, os quais

devem ser estocados com base no risco.

Um material é considerado crítico, por razões de planejamento, caso

sua demanda seja imprevisível (ou, pelo menos, difícil de prever).

A assertiva está errada.

g) Por valor econômico (Curva ABC)

O Método da Curva ABC ou Princípio de Pareto (ou, ainda, Curva

80-20), é uma ferramenta segundo a qual os itens de material em estoque

são classificados de acordo com sua importância, geralmente financeira.

Para Gonçalves (2007), o principal objetivo da análise ABC é identificar

os itens de maior valor de demanda e sobre eles exercer uma gestão mais

refinada, especialmente por representarem altos valores de investimentos e,

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muitas vezes, com impactos estratégicos para a sobrevivência da

organização.

Devemos frisar que, na sistemática da Curva ABC, os itens de material

em estoque são usualmente classificados de acordo com seu valor

financeiro, mas existe a possibilidade de adoção de outros critérios, como,

por exemplo, impacto na linha de produção, ou, itens mais requisitados pelos

setores da organização.

No método da Curva ABC, os itens em estoque são classificados em

três classes:

Classe A: itens de maior relevância

Classe B: itens de importância intermediária

Classe C: itens de menor relevância em estoque

Os percentuais aproximados (e não fixos) são os relacionados abaixo:

CLASSE % do critério selecionado

(geralmente é o valor (R$)

em estoque)

% Quantidade

aproximada em estoque

A 80 % 20 %

B 15 % 30 %

C 5 % 50 %

A representação gráfica da curva ABC é apresentada a seguir,

adotando-se, como critério, o valor dos itens em estoque:

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Este tópico é muito cobrado em concursos – inclusive no que diz

respeito aos procedimentos de cálculo. Dessa forma, iremos nos aprofundar

nesse assunto, por meio de uma série de exercícios.

17. (FCC / METRÔ SP / 2008) No processo de gestão de

materiais, a classificação ABC é uma ordenação dos itens

consumidos em função de um valor financeiro. São

considerados itens A os itens de estoque com as características

de:

a) muitos itens em estoque e baixo valor de consumo acumulado.

b) poucos itens em estoque e baixo valor de consumo acumulado.

c) muitos itens em estoque e alto valor de consumo acumulado.

d) poucos itens em estoque e alto valor de consumo acumulado.

e) número médio de itens em estoque e alto valor acumulado.

Como vimos, de forma geral, os itens A correpondem a apenas 20% do

quantitativo de materiais em estoque. No entanto, apesar dos poucos itens

em estoque, esses itens somam aproximadamente 80% do valor acumulado

nos almoxarifados.

Assim, concluímos que os itens A possuem as características de

“poucos itens em estoque e alto valor de consumo acumulado”.

A alternativa D, portanto, está correta.

0; 0

20; 80 50; 95

100; 100

0

20

40

60

80

100

120

0 20 40 60 80 100 120

Val

or

fin

ance

iro

em

est

oq

ue

(%

)

Itens em estoque (%)

Curva ABC

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**a seguinte figura é válida para as questões 18 a 21**

(CESPE / ABIN / 2010) Com base na figura acima, representativa deuma curva ABC de estoque, julgue os itens subsequentes.

18. Para a classificação dos itens de estoque nas seções I, II

ou III da figura, considera-se o valor unitário de cada um

desses itens.

Esta questão gerou dúvidas em vários fóruns de concursos após a prova

da ABIN. Creio que o melhor modo de abordá-la é através de um exemploprático. Tomemos o consumo de determinado almoxarifado, no mês de

outubro de 2011:

Item Descrição Consumo Valor unitário(R$)

Valor doconsumo

(R$)

% doconsumo

%acumulado

1 Impressora 1 1.300,00 1.300,00 65% 65% 2 Borracha 300 1,00 300,00 15% 80%

3 Lapiseira 20 10,00 200,00 10% 90% 4 Lápis 1.000 0,20 200,00 10% 100%

Imagine que você é o gestor do almoxarifado acima, e deseja saber

quais os itens que podem ser classificados como A, no mês de outubro de

2011. O critério é o valor total consumido. Por meio da coluna mais a direita

da tabela, vemos que os itens 1 (impressora) e 2 (borracha) foram

responsáveis por 80% do consumo no mês considerado.

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Note que o que nos interessa é o total consumido, e não o valor

unitário do item. No exemplo acima, uma lapiseira (item 3) é mais cara que

uma borracha (item 2), mas não podemos considerar a lapiseira como item

A, já que o valor de seu consumo total foi menor que o da borracha, e, como

vimos, os itens 1 e 2 já respondem por 80% do valor de consumo no mês.

Observação: o exemplo acima, por ser extremamente simplificado, não traz

consigo a distinção entre itens B e C.

Em síntese, o que vale para fins de classificação de um item dentre as

categorias A, B ou C é o valor total do consumo.

O enunciado está errado.

19. Os itens pertencentes à seção III da figura exigem controlemais apurado de movimentação e menor tolerância a erros de

inventário.

À seção III da figura acima correspondem os itens classificados na

categoria C. São itens mais numerosos, com menor valor de demanda,

dispensando, assim, menor controle por parte dos gestores de estoque.

Os itens que exigem controle mais apurado são os pertencentes à

seção I – os chamados itens A, geralmente menos numerosos, mas com alto

valor relativo de demanda.

A questão está errada.

20. Um gerente de suprimentos que tenha como objetivo aredução dos custos dos estoques deve priorizar a redução dos

lotes de compra dos itens alocados na seção I da figura.

Esta é a típica questão que exige a compreensão do conceito por partedo candidato.

Devemos entender que os itens A – inseridos na seção I da figura –respondem por grande parte do comportamento do estoque. Assim, caso o

gestor queira minimizar os gastos em itens em estoque, não haveráresultados significativos ao focar-se nos itens C, por exemplo. Estes itens,

apesar de geralmente numerosos, são pouco onerosos à organização.

Fazendo uma analogia com nosso dia-a-dia: ao tentarmos reduzir

nossos gastos nas compras semanais de supermercado, surtirá mais efeito

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deixarmos de comprar um azeite importado de R$ 30,00 do queeconomizarmos em sabonetes de R$ 0,60. O azeite é o típico item A, ao

passo que o sabonete, o C.

A questão, portanto, está certa.

21. Os itens alocados na seção identificada por I, na figura, são

chamados itens A da curva ABC.

É exatamente isso. Veja que a um pequeno percentual dos itens (eixo X) corresponde um valor significativo da demanda (eixo Y). As seções II e III

são atinentes aos itens B e C, respectivamente.

A questão está certa.

**a seguinte tabela é válida para as questões 22 a 24**

(CESPE / SESA ES / 2011) A tabela acima refere-se ao consumo

médio mensal e ao custo unitário de dez itens farmacêuticos no

hospital Boa Saúde, que utiliza o sistema ABC para gestão de seu

estoque de medicamentos e trabalha com os seguintes parâmetros:

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classe A – equivale a 10% dos itens em estoque, o que

corresponde a 70% do valor financeiro do consumo;

classe C – equivale a 70% dos itens em estoque, o que

corresponde a 10% do valor financeiro do consumo.

Considerando a tabela e as informações acima, julgue os itens que

se seguem.

22. Os itens III e IX são de classe B na curva ABC desse hospital.

Para análise da situação dada, o primeiro passo é verificarmos qual o

valor total de consumo relativo a cada um dos itens. Isso é feito

multiplicando-se o consumo pelo valor unitário, conforme tabela abaixo:

Item Consumo Valor unitário(R$)

Valor doconsumo (R$)

I 25 52,09 1.302,25 II 108.110 1,30 140.543,00

III 93.000 0,12 11.160,00 IV 9 613,00 5.517,00

V 110 15,07 1.657,70 VI 90 23,30 2.097,00

VII 45 96,00 4.320,00

VIII 240 5,20 1.248,00 IX 18.200 1,59 28.938,00

X 80 45,23 3.618,40

De posse dos valores totais de consumo, podemos dispor os itens de

maneira decrescente, com relação a esse valor:

Item Consumo Valor unitário(R$)

Valor doconsumo (R$)

II 108.110 1,30 140.543,00 IX 18.200 1,59 28.938,00

III 93.000 0,12 11.160,00 IV 9 613,00 5.517,00

VII 45 96,00 4.320,00 X 80 45,23 3.618,40

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VI 90 23,30 2.097,00

V 110 15,07 1.657,70 I 25 52,09 1.302,25

VIII 240 5,20 1.248,00 Valor Total 200.401,35

Finalmente, podemos verificar o percentual do valor de consumo que é

relativo a cada um dos itens. Este valor é obtido dividindo-se cada um dos

valores de consumo (por item) pelo valor total (R$ 200.401,35),

multiplicando-se, em seguida, por 100%. É o representado na tabela abaixo:

Item Consumo Valor unitário(R$)

Valor doconsumo (R$)

% do consumo(=Valor do

consumo/200.401,35 * 100%)

% acumulado

II 108.110 1,30 140.543,00 70,13 70,13

IX 18.200 1,59 28.938,00 14,44 84,57

III 93.000 0,12 11.160,00 5,57 90,14 IV 9 613,00 5.517,00 2,75 92,89

VII 45 96,00 4.320,00 2,16 95,05 X 80 45,23 3.618,40 1,81 96,86

VI 90 23,30 2.097,00 1,05 97,91 V 110 15,07 1.657,70 0,83 98,74

I 25 52,09 1.302,25 0,65 99,39 VIII 240 5,20 1.248,00 0,61 100,00

Este é o procedimento de cálculo que devemos fazer todas as vezes

que a questão exigir que façamos uma classificação ABC.

De acordo com os parâmetros adotados pelo Hospital Boa Saúde,

constantes do enunciado da questão, podemos concluir que:

classe A –70% do valor financeiro do consumo,

correspondente, conforme tabela acima, ao item II

classe C – 10% do valor financeiro do consumo, representados pelos

itens de menor valor de consumo. Para determinar quais são os itens

“classe C”, basta somarmos, de baixo para cima, na penúltima coluna,

os percentuais de consumo, até obtermos um índice próximo a 10%:

( )

Assim, os itens VIII, I, V, VI, X, VII e IV pertencem à classe C.

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Por exclusão, concluímos que os itens III e IX pertencem à classe B.

Dessa maneira, a questão está certa.

23. Segundo o sistema ABC, o item IV é aquele que merece

controle mais acirrado por apresentar custo unitário mais

elevado, R$ 613,00.

O critério para a classificação de um item nas classes A, B ou C é o

valor total de consumo – e não o seu custo unitário. Há de se considerar,

pois, a demanda efetiva (números de unidades consumidas) do item de

material.

A questão está errada.

24. No sistema ABC, o estoque de segurança projetado para os

itens de classe A deve ser inferior, em meses de consumo, ao

estoque de segurança dos itens de classe B.

Estoque de segurança é um conceito que abordaremos com maior

profundidade na próxima aula. Por ora, é suficiente entendermos o estoque

de segurança como um estoque “adicional”, capaz de cobrir eventuais

situações que fujam do alcance do Gestor de Materiais.

Na classificação ABC, como os itens de classe A são mais onerosos

(mais caros), e como estoque significa, grosso modo, desperdício de

dinheiro, o ideal é mantermos o mínimo de estoque de segurança dos itens

da classe A.

Imagine o tamanho do capital imobilizado de um hospital que

mantém níveis elevados de estoque de segurança para tomógrafos ou

aparelhos de raio X, por exemplo – os custos para tanto podem se tornar

insuportáveis.

Assim, a questão está certa.

** o seguinte enunciado é válido para as questões 25 e 26**

(CESPE / MCT / 2008) Em obras de grande porte, ou indústrias depré-moldados, é recomendável controlar o estoque do almoxarifado

mediante a aplicação da curva ABC, representada com os seguintes

valores estimativos. Na curva ABC, os itens de baixo custo

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representam 5% do valor e 50% do estoque (C) e os itens de altovalor representam 80% do valor e 20% do estoque (A) e os itens

médios (B) representam 15% do valor e 30% da quantidade.

Tendo em vista essas informações, julgue os itens que se seguem.

25. O gestor do almoxarifado acertou ao classificar uma partida

de pregos como sendo parte dos itens A.

O valor financeiro relativo a pregos não é significativo em um estoque.

Além disso, geralmente seu quantitativo (em número de itens) não é pouco

significativo. Logicamente, uma análise mais acurada demandaria a análise

do número de itens, mas muito dificilmente isso “elevaria” a classe de pregos

para “A”.

Itens dessa natureza (pregos, parafusos, porcas) são típicos itensclassificados como C. São itens numerosos e baratos.

A questão está, assim, errada.

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26. O cimento, a areia e o ferro não devem ser considerados nacurva ABC, pois são de alto consumo em qualquer obra,

exigindo constante reposição.

Todos os itens em estoque podem (e devem) ser considerados na curva

ABC, independentemente de seu consumo ou da periodicidade de sua

reposição. Como vimos, o objetivo da classificação ABC é identificar os itens

em estoque de maior valor de demanda e exercer uma gestão mais acurada

sobre eles.

A assertiva está errada.

27. (CESPE / IFB / 2011) Certa empresa classificou seu estoque

com base no sistema ABC. Assim, decidiu que os itens do grupoA deveriam ser contados duas vezes por ano; os itens B, quatro

vezes por ano, e os itens C, uma vez por mês. Há, em estoque,250 itens do grupo A, 80 do grupo B e 15 do grupo C.

A empresa aplicou de forma correta o sistema ABC quando definiu

um controle mais rigoroso para os itens C do estoque.

Os itens C são os mais numerosos e menos importantes, do ponto de

vista financeiro. Assim, carecem de menor controle.

Já os itens A, por serem os que mais oneram a organização, dado o

montante de capital imobilizado, necessitam de maior controle. Imagine uma

empresa “perdendo” uma turbina de avião...haja prejuízo.

Dessa maneira, vemos que a afirmativa acima está errada.

28. (CESGRANRIO / FINEP / 2011) A classificação de materiais é

de fundamental importância para uma boa gestão dos estoques

de qualquer empresa. Como exemplos de critérios de

classificação, tem-se o valor anual de consumo, a importância

operacional, a perecibilidade, entre outros.

Dentre os métodos abaixo, o único que representa um tipo de

classificação de estoques é:

a) Lead Time

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b) LEC – Lote Econômico de Compras

c) SWOT

d) Curva ABC

e) Ponto de Ressuprimento

A questão pede que identifiquemos um método que representa um

tipo (ou critério) de classificação de estoques (ou, em outras palavras, de um

conjunto de itens de material). Vejamos os comentários a cada uma das

alternativas:

a) Lead Time –também conhecido como Tempo de Reposição, é o interstício

(= intervalo de tempo) entre o pedido do material e sua efetiva entrega no

almoxarifado. Não é um método de classificação de material.

b) LEC – o Lote Econômico de Compra é a quantidade de material que

devemos adquirir a fim de minimizarmos os custos de estoque. Veremos

esse conteúdo com maior detalhe em nosso curso. De qualquer maneira, não

diz respeito a um método de classificação de material.

c) SWOT – A análise SWOT é uma ferramenta de análise estratégica da

organização. Visa a identificar os pontos fortes (Strengths) e fracos

(Weaknesses) internos, bem como as oportunidades (Opportunities) e

ameaças (Threats) do ambiente. Não é um método de classificação de

material.

d) A Curva ABC, como vimos, é um método segundo o qual os itens de

material em estoque são classificados de acordo com sua importância,

geralmente financeira. A alternativa está correta.

e) Ponto de ressuprimento – também conhecido como Ponto de Pedido (PP),

refere-se à quantidade de um determinado produto em estoque que, sempre

que atingida, deve provocar um novo pedido de compra. Também veremos

esse conteúdo com maior detalhe nas próximas aulas.

Resposta: D.

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Atributos para a Classificação de Materiais Permanentes e de

Consumo

O último tópico desta aula merece atenção especial, dado que o

edital faz menção expressa a ele.

A classificação de um bem como permanente ou de consumo é,

predominantemente, uma classificação contábil, pois é referente à Natureza

de Despesa, no âmbito do Sistema Integrado de Administração Financeira do

Governo Federal (SIAFI). De modo geral, podemos traçar as seguintes

definições:

29. (CESPE / TJ ES / 2011) Pertencem ao inventário de materialpermanente os itens patrimoniais de durabilidade superior a

um ano e(ou) os que não percam a sua identidade física.

Inventário é uma rotina de controle, durante a qual são

contabilizados os itens de material (veremos este tópico durante o nosso

curso).

Na questão proposta, devemos nos ater ao prazo normativo previsto

para a durabilidade de um material permanente. Como vimos, o prazo é de 2

(dois) anos, o que compromete a questão.

A assertiva está errada.

Material de Consumo É aquele que, em razão de seu uso corrente, perdenormalmente sua identidade física e/ou tem suautilização limitada a dois anos.

Material Permanente É aquele que, em razão de seu uso corrente, não perdesua identidade física, mesmo quando incorporado aoutro bem, e/ou apresenta uma durabilidade superiora dois anos.

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A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, através do

artigo 3º de sua Portaria nº 448/2002, apresenta 5(cinco) condiçõesexcludentes para a classificação de um bem como permanente. De acordo

com essa norma, é material de consumo aquele que se enquadrar em um oumais dos seguintes quesitos:

“Art. 3º - Na classificação da despesa serão adotados os seguintesparâmetros excludentes, tomados em conjunto, para a identificação domaterial permanente:

I - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidasas suas condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos;

II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por serquebradiço ou deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou

perda de sua identidade;

III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou

que se deteriora ou perde sua característica normal de uso;

IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não

podendo ser retirado sem prejuízo das características do principal; e

V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.”

Redação mais atual destes critérios é apresentada pelo Manual de

Contabilidade Aplicada ao Setor Público (Portaria Conjunta STN/SOF nº

01/11):

“Um material é considerado de consumo caso atenda um, e pelo menos

um, dos critérios a seguir:

Critério da Durabilidade (...);

Critério da Fragilidade (...);

Critério da Perecibilidade (...);

Critério da Incorporabilidade (...);

Critério da Transformabilidade (...)”

Usualmente, este conteúdo é cobrado de forma simples em

concursos. De qualquer modo, vale a pena decorar os (cinco) critérios acima.

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30. (CESPE / MPU / 2010) A durabilidade, a incorporabilidade e atangibilidade são parâmetros para identificação de material

permanente.

Dos critérios apresentados, não consta a tangibilidade.

A questão está errada.

31. (CESPE / EBC / 2011) O critério de durabilidade deve ser oúnico parâmetro para a classificação orçamentária de um

material em consumo ou permanente.

São cinco os critérios:

A questão está errada.

Bom, ficaremos por aqui nesta primeira aula. Na próxima semana,

ingressaremos no tópico Gestão de Estoques. Espero uma

participação ativa no fórum.

Forte abraço e bons estudos!

Durabilidade Fragilidade Perecibilidade

Incorporabildade Transformabilidade

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QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA:

1. (CESPE / SEAD FUNESA / 2008) É objetivo da administração de

materiais maximizar a utilização dos recursos da empresa.

2. (CESPE / CNPQ / 2011) Uma das funções precípuas doadministrador de materiais é minimizar o uso dos recursos

envolvidos na área logística da empresa, visando economia e

eficiência.

3. (CESPE / STM / 2008 - adaptada) A administração de materiaisvisa a colocar os materiais necessários na quantidade certa,

nolocal certo e no tempo certo à disposição dos órgãos quecompõem o processo produtivo da empresa.

4. (IFC / UFSC / 2009) Em relação aos atributos para a

classificação de materiais, assinale a alternativa CORRETA.

a) Criatividade, inovação e flexibilidade.

b) Mudança, adaptação e estratégia. c) Abrangência, criatividade e inovação.

d) Abrangência, flexibilidade e praticidade. e) Praticidade, estratégia e reorganização.

5. (CESPE / SESA ES / 2011) Simplificação, especificação enormalização são etapas da classificação de materiais.

6. (CESPE / ABIN / 2010) Considere que, no estoque de uma

oficina mecânica, haja vários parafusos de diferentes tipos.

Nessa situação, no controle de estoque, todos os parafusos

devem ser considerados um mesmo item de consumo,

atribuindo-se a esse item uma única codificação.

7. (CESPE / IPOJUCA / 2009) Para que uma codificação se torneuma ferramenta efetiva de controle e facilitadora da gestão de

materiais, é necessário que a estrutura estabelecida para elaatenda a requisitos como expansividade (o sistema de

codificação deve aceitar ou comportar um aumento no rol desua classificação), unicidade (possibilita identificar ou indicar

características do material) e operacionalidade (facilidade deaplicação a processos manuais, mecânicos ou eletrônicos).

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8. (CESPE / MS / 2008) A codificação de materiais consiste emordená-los de forma sistemática e seguindo um plano

metódico, visando dar a cada um dos materiais um númeropara permitir sua identificação rápida, fácil e segura. O sistema

mais simples de codificação de materiais é o decimal. Nesse

sistema os materiais são classificados em grupos, numerando-os de 1 a 99.

9. (CESPE / MS / 2008) A codificação do FSC (Federal Supply

Classification) divide os materiais em normalizados eespecíficos.

10. (Inédita) A codificação CSSF divide os materiais em

normalizados e específicos.

11. (CESPE / TJ PA / 2006 - adaptada) Quanto ao tipo de

demanda, os materiais são classificados em materiais de

estoque e não de estoque.

12. (CESPE / ANATEL / 2009) Se determinado órgão público

adquirir 50 cartuchos de toner para as suas impressoras a

laser, tais produtos deverão ser considerados como produtos

acabados para o referido órgão.

13. (CESPE / CNPQ / 2011) Uma desvantagem de se utilizar aclassificação de materiais do tipo importância operacional é que

ela não fornece análise econômica dos estoques.

14. (CESPE / IPOJUCA / 2009) A classificação XYZ é um método

de análise qualitativa que determina a criticidade dos materiais

e dos medicamentos no hospital. Os itens X são aqueles

considerados vitais ou críticos para a produção, sem similar no

hospital.

15. (CESPE / CNPQ / 2011) O profissional que atua na

administração de materiais deve dedicar atenção ao controle

dos materiais críticos, os quais devem ser submetidos ao

controle de obsolescência de forma contínua e periódica.

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16. (CESPE / CNPq / 2011) O profissional que atua naadministração de materiais deve classificar como materiais

críticos aqueles que possuem demanda previsível, os quaisdevem ser estocados com base no risco.

17. (FCC / METRÔ SP / 2008) No processo de gestão de materiais,

a classificação ABC é uma ordenação dos itens consumidos em

função de um valor financeiro. São considerados itens A os

itens de estoque com as características de:

a) muitos itens em estoque e baixo valor de consumo acumulado.

b) poucos itens em estoque e baixo valor de consumo acumulado.

c) muitos itens em estoque e alto valor de consumo acumulado.

d) poucos itens em estoque e alto valor de consumo acumulado.

e) número médio de itens em estoque e alto valor acumulado.

**a seguinte figura é válida para as questões 18 a 21**

(CESPE / ABIN / 2010) Com base na figura acima, representativa de

uma curva ABC de estoque, julgue os itens subsequentes.

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18. Para a classificação dos itens de estoque nas seções I, II ouIII da figura, considera-se o valor unitário de cada um desses

itens.

19. Os itens pertencentes à seção III da figura exigem controlemais apurado de movimentação e menor tolerância a erros de

inventário.

20. Um gerente de suprimentos que tenha como objetivo a

redução dos custos dos estoques deve priorizar a redução doslotes de compra dos itens alocados na seção I da figura.

21. Os itens alocados na seção identificada por I, na figura, são

chamados itens A da curva ABC.

**a seguinte tabela é válida para as questões 22 a 24**

(CESPE / SESA ES / 2011) A tabela acima refere-se ao consumo

médio mensal e ao custo unitário de dez itens farmacêuticos no

hospital Boa Saúde, que utiliza o sistema ABC para gestão de seu

estoque de medicamentos e trabalha com os seguintes parâmetros:

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classe A – equivale a 10% dos itens em estoque, o que

corresponde a 70% do valor financeiro do consumo;

classe C – equivale a 70% dos itens em estoque, o que

corresponde a 10% do valor financeiro do consumo.

Considerando a tabela e as informações acima, julgue os itens que

se seguem.

22. Os itens III e IX são de classe B na curva ABC desse

hospital.

23. Segundo o sistema ABC, o item IV é aquele que merece

controle mais acirrado por apresentar custo unitário mais

elevado, R$ 613,00.

24. No sistema ABC, o estoque de segurança projetado para os

itens de classe A deve ser inferior, em meses de consumo, ao

estoque de segurança dos itens de classe B.

** o seguinte enunciado é válido para as questões 25 e 26*

(CESPE / MCT / 2008) Em obras de grande porte, ou indústrias de

pré-moldados, é recomendável controlar o estoque do almoxarifadomediante a aplicação da curva ABC, representada com os seguintes

valores estimativos. Na curva ABC, os itens de baixo custorepresentam 5% do valor e 50% do estoque (C) e os itens de alto

valor representam 80% do valor e 20% do estoque (A) e os itensmédios (B) representam 15% do valor e 30% da quantidade.

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Tendo em vista essas informações, julgue os itens que se seguem.

25. O gestor do almoxarifado acertou ao classificar umapartida de pregos como sendo parte dos itens A.

26. O cimento, a areia e o ferro não devem ser considerados nacurva ABC, pois são de alto consumo em qualquer obra,

exigindo constante reposição.

27. (CESPE / IFB / 2011) Certa empresa classificou seu estoquecom base no sistema ABC. Assim, decidiu que os itens do grupo

A deveriam ser contados duas vezes por ano; os itens B, quatrovezes por ano, e os itens C, uma vez por mês. Há, em estoque,

250 itens do grupo A, 80 do grupo B e 15 do grupo C.

A empresa aplicou de forma correta o sistema ABC quando definiu

um controle mais rigoroso para os itens C do estoque.

28. (CESGRANRIO / FINEP / 2011) A classificação de materiais é

de fundamental importância para uma boa gestão dos estoques

de qualquer empresa. Como exemplos de critérios de

classificação, tem-se o valor anual de consumo, a importância

operacional, a perecibilidade, entre outros.

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Dentre os métodos abaixo, o único que representa um tipo de

classificação de estoques é:

a) Lead Time

b) LEC – Lote Econômico de Compras

c) SWOT

d) Curva ABC

e) Ponto de Ressuprimento

29. (CESPE / TJ ES / 2011) Pertencem ao inventário de material

permanente os itens patrimoniais de durabilidade superior aum ano e(ou) os que não percam a sua identidade física.

30. (CESPE / MPU / 2010) A durabilidade, a incorporabilidade e atangibilidade são parâmetros para identificação de material

permanente.

31. (CESPE / EBC / 2011) O critério de durabilidade deve ser oúnico parâmetro para a classificação orçamentária de um

material em consumo ou permanente.

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GABARITO

1- C 2- E

3- C 4- D

5- C 6- E

7- E 8- C

9- E 10- C

11- C 12- E

13- C 14- E

15- E 16- E

17- D 18- E

19- E 20- C

21- C 22- C

23- E 24- C

25- E 26- E

27- E 28- D

29- E 30- E

31- E

Sucesso!

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Referências

GONÇALVES, P. S. Administração de Materiais, 3ª ed. Rio de Janeiro:

Elsevier, 2007.

FENILI, R. R. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais:

Abordagem Completa, 2ª edição. São Paulo: Ed. Método, 2013.

MENDES, K. G. L.; CASTILHO, V. Determinação da importância operacional

dos materiais de enfermagem segundo a Classificação XYZ. Rev. Inst.

Ciênc. Saúde, v. 27, n. 4, p. 324-329, 2009.

VIANA, J. J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São

Paulo: Atlas, 2000.