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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Psicologia Andreza do Ouro Corrêa Denise Guimarães de Oliveira Mábila Aparecida Leme ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DO PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA (PARFOR): UM OLHAR SOBRE O BULLYING Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium LINS SP 2013

ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DO PLANO NACIONAL … · Keywords: Bullying. PAFOR. Teacher. School. LISTA DE TABELAS Tabela 1: O bullying ocorre de forma direta (agressões físicas

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Psicologia

Andreza do Ouro Corrêa

Denise Guimarães de Oliveira

Mábila Aparecida Leme

ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DO PLANO

NACIONAL DE FORMAÇÃO DOS PROFESSORES

DA EDUCAÇÃO BÁSICA (PARFOR): UM OLHAR

SOBRE O BULLYING

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

LINS – SP

2013

ANDREZA DO OURO CORRÊA

DENISE GUIMARÃES DE OLIVEIRA

MÁBILA APARECIDA LEME

ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DO PLANO NACIONAL DE

FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA (PARFOR): UM

OLHAR SOBRE O BULLYING

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

à Banca Examinadora do Centro Católico

Salesiano Auxilium, curso de Psicologia, sob a

orientação da Prof.ª Me. Ana Elisa da Silva

Barbosa de Carvalho e orientação técnica da

Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.

LINS – SP

2013

Corrêa, Andreza do Ouro; Oliveira, Denise Guimarães de; Leme, Mábila Aparecida

Alunos do curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (PARFOR): Um olhar sobre o bullying / Andreza do Ouro Corrêa; Denise Guimarães de Oliveira; Mábila Aparecida Leme; – – Lins, 2013.

65p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia, 2013.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Ana Elisa da Silva Barbosa de Carvalho

1. PARFOR. 2. Bullying. 3. Professor. I Título.

CDU 159.9

C84a

ANDREZA DO OURO CORRÊA

DENISE GUIMARÃES DE OLIVEIRA

MÁBILA APARECIDA LEME

ALUNOS DO CURSO DE PEDAGOGIA DO PLANO NACIONAL DE

FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA (PARFOR): UM

OLHAR SOBRE O BULLYING

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Psicologia.

Aprovada em: ______/______/______

Banca Examinadora:

Prof(a) Orientador(a): Ana Elisa Silva Barbosa de Carvalho

Titulação: Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento, Universidade

Presbiteriana Mackenzie.

Assinatura:

1º Prof(a):

Titulação:

Assinatura:

2º Prof(a):

Titulação:

Assinatura:

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Se quisermos que a glória e o sucesso acompanhem nossas armas,

jamais devemos perder de vista os seguintes fatores: a doutrina, o

tempo, o espaço, o comando, a disciplina. (Sun Tzu)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, quero agradecer a Deus por sempre ter me dado forças no

decorrer do curso, fazendo com que eu acreditasse na minha capacidade de estar

melhorando e evoluindo cada vez mais. E também agradeço a Deus por ter sido

contemplada duas vezes com bolsa de estudos, participando primeiro dos Jovens

Acolhedores num período de doze meses e em seguida do Programa Escola da Família,

onde segui até o final da graduação.

A toda a minha família que sempre me apoiou em todas as minhas decisões

tomadas. Sempre estiveram do meu lado, ajudando-me em tudo o que fosse necessário

para a concretização do meu sonho. Sempre acompanharam meu crescimento e cada

passo que eu dei durante a minha vida toda. Todos os membros da minha família

fizeram e deram de tudo para que eu chegasse aonde cheguei, e sempre acreditaram em

mim e na minha capacidade de dar o meu melhor.

Ao meu namorado Fernando Guerra que sempre esteve comigo, me apoiando,

sendo compreensivo, mesmo nas minhas crises de nervosismo, devido às tarefas e

responsabilidades do curso, sendo sempre cauteloso. Esteve do meu lado nos bons e

maus momentos durante esta etapa, sempre respeitando as minhas decisões, querendo o

meu bem estar. Além de namorado, é meu amigo e companheiro em todas as ocasiões.

Às minhas parceiras Denise e Mábila, agradeço pela nossa amizade, união,

comprometimento, responsabilidade e total dedicação na realização deste trabalho.

Agradeço também pelo esforço de cada uma, pois foi graças à dedicação do grupo todo

que conseguimos concluir este trabalho.

À professora e Mestra Ana Elisa, por ter dedicado sua atenção e

comprometimento, ajudando-nos em todos os momentos com suas orientações,

corrigindo e dando suas opiniões com todo o seu conhecimento como profissional, para

o aprimoramento deste trabalho. À professora Jovira que também contribuiu e nos

ajudou com suas orientações, especificamente na parte técnica, para a evolução do

trabalho.

Agradeço também a todos os professores, que durante estes cinco anos de

graduação, sempre compartilharam seus conhecimentos com total dedicação, para que

pudéssemos concluir mais uma etapa.

Andreza do Ouro Corrêa

Primeiramente a Deus, pois mesmo com dificuldades ele nunca me deixou, me

ajudou a superar os obstáculos que me esperava nessa etapa, que com que minha fé e

minha esperança de vencer crescem-se ainda mais, que deu forças de espírito e alma

onde já meu físico não superava, em com essa força e fé concluo mais essa caminhada.

A minha mãe Maria da Gloria Guimarães que sem sua persistência de que eu

estudasse e tivesse uma profissão, não teria começado e com seu carinho, compreensão

e muito amor ela me fez uma mulher com objetivos e conquistas, com sua confiança em

mim eu conquisto mais essa etapa.

Ao Meu Pai Marcos Roberto de Oliveira que sempre com sua ajuda financeira e

seus ensinamentos jamais poderia concluir que com seu caráter e sua forma de passar

segurança me faz ter certeza que sempre será meu ídolo e meu super pai.

Ao Alexandre meu namorado e fiel escudeiro em todas as horas nas difíceis e

fáceis, e com seu amor e compreensão sempre ao lado, juntos construindo uma vida um

caminho e um futuro melhor, Te amo. O Max o cachorro mais compreensivo do mundo.

Obrigado

Cledson Lucas meu irmão agradecer pelo fato de existir, pois se não houvesse

você acho que teria desistido, mas se lembre que sempre vou estar aqui para que assim

possa crescer e ver o quanto você é importante para mim.

Aos meus Padrinhos Cícero e Fátima pela força e confiança. A minha finada

avó Marina que sempre me ajudou ate seu ultimo suspiro, e sempre estará em meu

coração.

E a toda minha família presente em todo momento de dificuldade minha avó

Maria, meu tio Samuel, enfim todos que ajudaram.

Minhas parceiras deste trabalho lindo Mábila e Andreza feito com muita

dedicação e esforço que sempre ficará em meu coração.

E a todos os professores do curso de psicologia principalmente Ana Elisa e

Oscar pelo empenho que me proporcionaram conhecimentos e ensinamentos.

Denise Guimarães de Oliveira

A Deus, que iluminou o meu caminho durante todo esse processo, dando

sabedoria, força e discernimento.

À minha família, por sua capacidade de acreditar em mim e investir em mim. À

minha falecida mãe que durante a sua vida esteve sempre ao meu lado e me ensinou a

ser uma pessoa melhor. Aos meus irmãos e meu cunhado que depositaram confiança,

amor e cuidado em mim.

Aos meus amigos pelas alegrias, tristezas, dores compartilhadas e pensamentos

positivos para que eu pudesse alcançar os meus objetivos como planejado.

À professora Jovira Sarraceni, pela orientação, paciência e conhecimento que

tornaram possível a elaboração deste trabalho.

À coordenadora, professora e orientadora do curso de Psicologia Ana Elisa S.

B. de Carvalho pelo seu empenho e dedicação nas diversas análises deste trabalho.

Agradeço a todos de que alguma forma passaram pela minha vida e

contribuíram para a construção de quem sou hoje.

Mábila Aparecida Leme

RESUMO

O bullying é definido como um conjunto de comportamentos agressivos que acontecem de forma intencional e repetitiva, provocando a intimidação da vítima. Os comportamentos do bullying envolvem agressões físicas e verbais contra a vítima, levando-a a exclusão. O bullying é considerado um fenômeno novo por ter sido investigado e estudado nas últimas décadas. Sua maior incidência é no ambiente escolar. A maior ocorrência de bullying acontece na adolescência, período de grandes mudanças, em que o adolescente busca sua identidade. Este trabalho teve como objetivo investigar o conhecimento dos alunos do curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (PARFOR) a respeito do bullying. O PARFOR surgiu através da Plataforma Freire, criado pelo Ministério da Educação (MEC), como forma de homenagear o educador Paulo Freire, que foi o maior colaborador na educação do Brasil. O PARFOR tem como finalidade trazer aos professores em exercício da rede pública e educação básica, educação superior de qualidade e gratuita. A metodologia utilizada neste trabalho consiste na aplicação de um questionário, com análise dos resultados da pesquisa quantitativa descritiva, com ênfase no método de estudo de caso. Diante dos resultados, percebe-se que os alunos do PARFOR têm um conhecimento parcial a respeito do bullying, pois o tema se referiu a uma aula denominada de Psicologia da Educação, não obstante citada nas demais disciplinas do curso. Palavras-chave: Bullying. PARFOR. Professor. Escola.

ABSTRACT

Bullying is defined as a set of aggressive behaviors that occur repeatedly

and intentionally causing intimidation of the victim. The behaviors of bullying involve physical and verbal attacks against the victim, leading to exclusion. Bullying is considered a new phenomenon to have been investigated and studied in the past decades. Its incidence is higher in the school environment. The higher incidence of bullying happens in adolescence, a period of great change in the teen seeks his identity. This study aimed to investigate the students' knowledge of pedagogy of the National Teacher Training Basic Education (PARFOR) about bullying. The PARFOR came through Platform Freire, created by the Ministry of Education (MEC) as a way of honoring the educator Paulo Freire, who was the largest contributor in education in Brazil. The PARFOR aims to bring practicing teachers from public and primary education, higher education quality and free. The methodology used in this work is the application of a questionnaire to analyze the results of descriptive quantitative research, with emphasis on the case study method. Given the results , it is clear that students PARFOR have partial knowledge about bullying, because the subject was referred to a class called Psychology of Education, despite mentioned in the other course subjects. Keywords: Bullying. PAFOR. Teacher. School.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: O bullying ocorre de forma direta (agressões físicas e xingamentos

entre meninos). ................................................................................................ 39

Tabela 2: O Bullying ocorre de forma indireta (fofocas, exclusão de grupo entre

meninas). ......................................................................................................... 40

Tabela 3: O bullying afeta o autoestima das crianças e adolescente. ............. 41

Tabela 4: O bullying pode trazer conseqüências para os alunos ..................... 42

Tabela 5: Durante as aulas do curso de pedagogia (PARFOR) alguma vez foi

mencionado o termo bullying? ......................................................................... 42

Tabela 6: Se Sim, em qual disciplina? ............................................................. 43

Tabela 7: Você teve aulas especificas sobre bullying? .................................... 44

Tabela 8: Se Sim, qual disciplina? ................................................................... 44

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

IPES: Instituições Públicas de Educação Superior

LDB: Lei de Diretrizes e Bases

LDBEN: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC: Ministério da Educação

PARFOR: Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica

PDE: Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação

UFPR: Universidade Federal do Paraná

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 12

CAPÍTULO I – O FENÔMENO BULLYING ...................................................... 14

1 O CONCEITO DE BULLYING .................................................................... 14

1.1 As origens dos estudos sobre o bullying ..................................................... 15

1.2 As classificações das pessoas envolvidas no bullying ............................... 16

1.2.1 Vítima ....................................................................................................... 16

1.2.2 Agressor ................................................................................................... 17

1.2.3 Testemunha ............................................................................................. 17

1.3 As conseqüências do bullying ..................................................................... 18

1.4 O bullying na escola .................................................................................... 18

1.4.1 Violência escolar ...................................................................................... 19

1.5 Adolescência ............................................................................................. 21

1.5.1 Síndrome da adolescência normal ........................................................... 23

CAPÍTULO II – PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA (PARFOR) ............................................................. 27

2 HISTÓRICO .................................................................................................. 27

2.1 Definição ..................................................................................................... 29

2.2 Objetivo ....................................................................................................... 30

2.3 profissional .................................................................................................. 30

CAPÍTULO III – A PESQUISA .......................................................................... 34

3 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 34

3.1 Métodos e técnicas da pesquisa ................................................................. 34

3.2 Apresentação dos dados, análise e discussão dos resultados ................... 36

3.3 Conclusão da pesquisa ............................................................................... 45

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 46

CONCLUSÃO ................................................................................................... 47

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 49

APÊNDICES ..................................................................................................... 52

ANEXOS ........................................................................................................... 57

12

INTRODUÇÃO

O bullying compreende comportamentos com diversos níveis de

violência que vão desde chateações inoportunas ou hostis até agressões de

forma verbal, intencionais ou repetitivos por um ou mais estudantes em relação

ao outro. “Segundo dados do Inquérito Viva – Vigilâncias e Acidentes –

realizado pelo Ministério da Saúde nos anos de 2006 e 2007, os locais mais

frequentes são via pública, residência e escola.” (MALTA, 2009, p. 8)

É importante destacar a necessidade de se conhecer e estudar esse

fenômeno dentro da escola que se reforça na medida em que a frequente

exposição ao bullying pode acarretar às vítimas, tais como, problemas

comportamentais e emocionais, estresse, diminuição da autoestima, depressão

e baixo rendimento escolar. Segundo Malta (2009), foi realizada em 2009 a

Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PenSE) que pode contribuir para

compreensão desse fenômeno. Este estudo foi realizado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da

Saúde, em que foram incluídos na amostra 63.411 estudantes de 13 a 15 anos.

Os dados apontam que nas capitais brasileiras 69,2% dos estudantes

não sofrem bullying; 25,4% raramente sofreram e 5,4% sofreram sempre

bullying. A preocupação sobre o tema desperta a atenção dos educadores e da

sociedade, sendo esse tipo de violência, uma ameaça diária que afeta a vida

dos estudantes. A percepção de violência nos atos de bullying nem sempre

está clara para os estudantes e os profissionais que atuam na área da

educação, sendo que muitas vezes podem ter dificuldades em diferenciar os

limites entre brincadeiras, agressões verbais e maus tratos violentos.

De acordo com Calhau (2010), o sistema escolar enfrenta novos

desafios e mais funções para os professores, verifica-se o aumento da

violência social provocada pelo bullying e o ser professor se torna cada vez

mais difícil, pois exige mais do profissional.

Carvalho (2005), realizou uma pesquisa entre sete professores de uma

Instituição de Ensino da Rede Pública, e constatou que apenas três disseram

ter ouvido falar ou ter lido algo sobre o fenômeno, sem, no entanto, saber

exatamente do que se tratava. Um dos entrevistados mostrou um

conhecimento inadequado do assunto, tratou o bullying como à imagem que o

13

jovem tenta transmitir, a tentativa de afirmar sua identidade deixando sua

marca. Embora não soubessem do que se tratava o termo bullying, a partir da

explicação geral, era imediato o reconhecimento de sua existência no contexto

escolar.

O que se explica pelo fato de que o termo bullying é recente no Brasil,

embora a prática de ações e atitudes agressivas, intencionais e repetidas,

adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia,

executados dentro de uma relação desigual de poder, o que caracteriza o

fenômeno, seja comum no contexto escolar.

A partir da análise das entrevistas com os professores, nota-se que a

maioria desses profissionais desconhece o termo bullying e como isso pode

afetar o desenvolvimento de um estudante, apontando a falta de estrutura

familiar como causa do comportamento agressivo dos alunos.

Considerando a ocorrência de bullying e as altas incidências nas

escolas, o presente trabalho tem como finalidade investigar o conhecimento

dos alunos do curso de pedagogia do Plano Nacional de Formação de

Professores da Educação Básica (PARFOR), a respeito do bullying, identificar

se esses profissionais têm a capacidade para lidar com uma intervenção na

ocorrência de bullying e levantar se está previsto na matriz curricular do

PARFOR, pesquisas que contemplem o tema referente à bullying.

Desta forma, torna-se relevante a proposta deste trabalho no contexto

atual das escolas, sendo necessário que medidas educativas sejam efetivadas

e que profissionais sejam capacitados para identificar essa problemática e

estabelecer ações nas instituições que visam prevenir o bullying entre os

estudantes.

14

CAPÍTULO I

O FENÔMENO BULLYING

1 O CONCEITO DE BULLYING

A palavra bullying é de origem inglesa, no Brasil não possui tradução

definida, bully é traduzido enquanto substantivo como valentão, tirano e como

verbo é brutalizar, tiranizar, amedrontar. Como definição de bullying na prática

são comportamentos agressivos de forma intencionais e repetitivos sem motivo

algum, esses comportamentos agressivos são caracterizados por sua natureza

repetitiva e por desequilíbrio de poder que na ocorrência do bullying essas

características aparecem e causam a intimidação à vítima.

De acordo com Fante (2005, p..27) “ (...) em alguns países, existem

outros termos para conceituar esses tipos de comportamentos, ou seja, o

bullying.” Alguns comportamentos que podem caracterizar bullying são:

apelidos, insultar, intimidar, zoar, gozar, ofender, assediar, humilhar,

discriminar, amedrontar, tiranizar, agredir, sacanear, perseguir, aterrorizar,

bater, chutar, ferir, ridicularizar, e infernizar a vítima levando-a a exclusão. E

esses comportamentos repetitivos causam à vítima dor, angústia, sofrimento,

depressão, ansiedade até mesmo o suicídio. O bullying pode se apresentar de

formas diferentes como físico, verbal, psicológico e como cyberbullying.

Definimos o bullying como um comportamento cruel intrínseco nas relações interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais frágeis em objetos de diversão e prazer, através de “brincadeiras” que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar. (FANTE, 2005, p. 29)

O bullying é considerado um fenômeno novo por ter sido investigado e

estudado nas últimas décadas, fazendo com que a sociedade saiba mais sobre

este fenômeno e suas consequências. Fante (2005) afirma que na década de

1970, os professores e educadores tinham consciência das consequências e

não sabiam como lidar, por isso pouca atenção foi dada a esses

comportamentos. Como fenômeno antigo que esses comportamentos de

15

bullying sempre existiram nas escolas e que na maioria das ocorrências é

despercebida.

Segundo a autora Fante (2005, p.30) “bullying é um conceito específico

e muito bem definido, uma vez que não se deixa confundir com outras formas

de violências”. Portanto, pode se afirmar que o bullying têm suas próprias

características para fim de prejudicar e causar sofrimento a vítima e que pode

ocorrer em vários ambientes não só nas escolas, mas também em qualquer

idade, onde tenha contatos uns com os outros.

1.1 As origens dos estudos sobre o bullying

Os primeiros estudos e investigações desse fenômeno começaram com

Dan Olweus, pesquisador da Universidade de Bergen, na Noruega, que

desenvolveu os primeiros critérios para identificar o bullying de forma mais

específica. A partir desses critérios junto às pesquisas foi possível identificar e

diferenciar o bullying de outras violências. Em uma pesquisa realizada por

Olweus em 1993 (Fante, 2005) constatou que a cada sete alunos, um estava

envolvido em casos de bullying, seja como agressor ou vítima e com essa

situação foi desenvolvida uma campanha nacional, com o apoio do governo

norueguês, reduzindo em cerca de 50 % os casos de bullying nas escolas.

Para Fante (2005) os estudos sobre o fenômeno bullying vêm

aumentando e a maior dificuldade dos pesquisadores é a tradução da palavra,

pois cada região e língua variam a tradução de formas diferentes. A partir da

tradução e com o crescimento desse fenômeno houve uma intensificação nas

investigações visando identificar o fenômeno e as pessoas envolvidas.

“No Brasil, o bullying ainda é pouco comentado e estudado, motivo pelo

qual não existem indicadores que nos forneçam uma visão global para que

possamos compará-lo aos demais países”. (FANTE, 2005, p. 46)

Considera-se que o Brasil está atrasado diante dos outros países em

desenvolvimento de pesquisa, estudos e prevenção do bullying e segundo

Fante (2005) foram realizados quatros estudos no Brasil para identificar os

casos de bullying.

No primeiro estudo realizado, em 2000, na cidade de Barretos no interior

do estado de São Paulo em uma escola de rede particular, constatou-se entre

16

os alunos entrevistados, que 41% de 430 alunos foram considerados casos de

bullying.

No segundo estudo, em 2001, em dois municípios do interior do estado

de São Paulo, alunos de 5 escolas de rede pública e particular foi constatado

que dos alunos 47% se envolveram em condutas de bullying.

No terceiro estudo, no ano de 2002, na cidade de São José do Rio

Preto, em uma escola de rede pública municipal foi constatado que 66,92% dos

alunos haviam se envolvido em condutas de bullying.

O quarto estudo foi realizado em 2003, no interior do estado de São

Paulo, em uma escola pública estadual, onde foi constatado 45% dos alunos

estavam envolvidos em comportamentos de bullying.

Tais estudos revelam que há um alto índice de ocorrências de bullying,

no interior do estado de São Paulo.

Acreditamos que esses casos, ocorridos em escolas brasileiras, não podem cair no esquecimento e continuar acontecendo, como tantos outros. É dever de todos, especialmente dos educadores, encontrar soluções que visem à prevenção de bullying e à intervenção nesse fenômeno, a fim de conter sua disseminação.” (FANTE, 2005, p.44)

Devido à alta ocorrência do fenômeno e despreparo dos envolvidos tais

como a escola, os professores, os educadores, os alunos e governantes,

considera-se relevante a necessidade de prevenção e identificação do bullying

nas instituições de ensino, como uma forma de melhorar a convivência entre os

estudantes.

1.2 As classificações das pessoas envolvidas no bullying

1.2.1 A vítima

A vítima de bullying (...) “é aquela criança que é constantemente

agredida pelos colegas e, geralmente, não consegue cessar ou reagir aos

ataques” (LOPES, 2005 apud BANDEIRA; HUTZ, 2012, p. 36).

Apresenta-se mais vulnerável à ação dos agressores por algumas características físicas, comportamentais ou emocionais. Podemos citar, dentre elas, o fato de ter poucos amigos, ser passivo, retraído e possuir baixa autoestima. (CANTINI, 2004 apud BANDEIRA; HUTZ, 2012, p. 36)

17

A vítima de bullying geralmente possui uma personalidade pouco

sociável e introvertida, sofrendo repetidamente as consequências dos

comportamentos de outros indivíduos, e tendo como principal característica a

fragilidade para se defender das agressões, sendo eleitas no meio de um grupo

para serem alvos de seus ataques. Essas agressões não têm um motivo

aparente, uma origem para ocorrer.

De acordo com Fante (2005), a vítima típica sente dificuldade de

conseguir se impor em relação ao grupo, tanto física como verbalmente e tem

conduta habitual não-agressiva, não revidando os abusos do agressor.

1.2.2 O agressor

O agressor do bullying (...) “é aquela criança que agride outra,

supostamente mais fraca, com o objetivo de machucar, prejudicar ou humilhar,

sem ter havido provocação por parte da vítima”. (BERGER, 2007 apud

BANDEIRA; HUTZ, 2012, p. 36).

Pode ser caracterizado como um indivíduo com pouca empatia, que

geralmente se apresenta com aparência física mais forte que seus

companheiros e suas vítimas em particular.

Segundo Fante (2005), esse tipo de sujeito sente uma necessidade

imperiosa de dominar e subjugar os outros, de se impor mediante o poder e a

ameaça e de conseguir aquilo que se propõe. O agressor possui personalidade

agressiva, violenta, de caráter impulsivo e pode ainda vangloriar-se de sua

superioridade real ou imaginária sobre o grupo, custa adaptar-se normas e não

aceita ser contrariado. Os indivíduos com esse perfil adotam condutas anti-

sociais, que podem incluir o roubo, vandalismo e o uso de álcool e drogas.

1.2.3 A testemunha

A maior parte do bullying é formada pelas testemunhas ou espectadores

passivos. Esse grupo é constituído por indivíduos que, ao mesmo tempo, são

de certa forma, vítimas e testemunhas dos fatos. A grande maioria não

concorda com as agressões, mas prefere ficar em silêncio, pois tem medo que

18

os agressores, em caso de saída em defesa das vítimas, as eleja também para

esses ataques.

Mesmo não sofrendo as agressões diretamente, muitos deles podem se sentir inseguros e incomodados. Alguns espectadores reagem negativamente, uma vez que o seu direito de aprender em um ambiente seguro e solidário foi violado, o que pode influenciar sua capacidade e progresso acadêmico e social. (FANTE, 2005, p. 73)

1.3 As consequências do bullying

Os atos de bullying podem causar diversos problemas no

desenvolvimento do indivíduo, principalmente para as vítimas que são alvos de

humilhações físicas e psicológicas. Em alguns casos as situações constantes

de bullying levam a vítima a cometer suicídio ou atacar pessoas de forma

violenta.

Entre as diferentes e variadas consequências encontradas em estudos de casos e atendimentos clínicos, podemos mencionar que o estresse é responsável por cerca de 80% das doenças da atualidade, pelo rebaixamento da resistência imunológica e sintomas psicossomáticos diversificados, principalmente próximos ao horário de ir à escola (especialmente no caso de crianças menores), como dores de cabeça, tonturas, náuseas, ânsia de vômito, dor no estômago, diarréia, enurese, sudorese, febre, taquicardia, tensão, dores musculares, excesso de sono ou insônia, pesadelos, perdas ou aumento de apetite, dores generalizadas, entre outras. (CALHAU, 2011, p.13)

1.4 O bullying na escola

Atualmente o bullying é reconhecido como um problema crônico nas

escolas, e com consequências sérias, tanto para vítimas, quanto para

agressores, ocorrendo em quase todos os lugares e principalmente na escola.

“A escola deve estimular o ensino e o desenvolvimento de atitudes que

valorizem a prática da tolerância e da solidariedade entre os alunos.” (FANTE,

2005, p. 93).

Os alunos podem certamente cometer o bullying sem se basear nas atitudes do professor. Porém, atitudes do professor para com os alunos, assim como foi dito anteriormente, podem sim, gerar chances para que estes cometam bullying na sala de aula. No entanto, se o professor transmitir aos alunos a importância do respeito e ter

19

conhecimentos sobre os direitos das crianças ser o mediador de um ambiente de amizade e companheirismo. (SANTOS, 2007, p. 20)

O bullying é um dos causadores de problemas de aprendizagem e a

escola e a família são essenciais para o desenvolvimento de aprendizagem da

criança, por isso a importância dos professores, família e alunos de prevenir e

diminuir esses comportamentos agressivos, pois o bullying vem trazendo

possíveis traumas nos envolvidos.

1.4.1 Violência escolar

A violência é um problema crescente no mundo, que pode ocasionar

sérias consequências individuais e sociais. Este termo violência é abrangente e

o significado depende do contexto social, econômico, e cultural em que o

indivíduo está inserido. Segundo Fante (2005, p. 156) “A violência, hoje, está

estritamente ligada ao conceito de alteridade, expressando-se nas formas e

mecanismo pelos quais a sociedade convive com as diferenças.”

O bullying se tornou comum nas escolas por ocorrer geralmente em

crianças e adolescentes que consequentemente possui maior visibilidade de

conflitos no ambiente escolar.

De acordo com Calhau (2011) foi realizada uma pesquisa na

Universidade Federal do Paraná (UFPR) sobre os efeitos do bullying nas

escolas constatou-se que 33% das 245 crianças entrevistadas declararam se

sentir inseguras em relação aos outros colegas.

Segundo Calhau (2011) a pesquisa publicada pela ONG PLAN em

2010 aponta que a ocorrência do bullying emerge em um clima generalizado de

violência no ambiente escolar, cerca de 70% dos estudantes entrevistados

responderam ter presenciado cenas de agressão entre colegas, enquanto 30%

deles declararam ter vivenciado ao menos uma situação violenta no mesmo

período.

A referida pesquisa mostra que o bullying é mais comum nas regiões

Sudeste e Centro-oeste do país e que a incidência maior está entre os

adolescentes na faixa etária de 11 a 15 anos de idade e alocados na sexta

série do ensino fundamental. Quanto aos motivos que os levam a sofrer ou a

praticar agressões, os participantes tiveram dificuldade para indicá-los. No

20

entanto, tendem a considerar que os agressores buscam obter popularidade

junto aos colegas que necessitam ser aceitos pelo grupo de referência e que se

sentiram em uma categoria acima em relação aos demais, tendo esse status

reconhecido à medida que seus atos são observados e, de certa forma,

consentidos pela omissão e falta de reação dos participantes envolvidos.

No ambiente escolar há uma tendência de apresentar diversos conflitos

e tensões entre os adolescentes, como interações agressivas que podem ser

por diversão ou como forma de autoafirmação para comprovarem as relações

de força que os alunos estabelecem entre si.

Caso exista na classe um agressor em potencial, ou vários deles, seu comportamento agressivo influenciará nas atividades dos alunos, promovendo interações ásperas, veementes e violentas. Devido ao comportamento irritadiço do agressor e à sua acentuada necessidade de ameaçar, dominar e subjugar os outros de forma impositiva pelo uso de força, as adversidades e as frustrações menores que surgem acabam por provocar reações intensas. (FANTE, 2005 apud CALHAU, 2011, p. 24)

Em relação aos demais alunos, tendem a se tornar testemunhas,

vítimas e coagressores dos atos de bullying e são incluídos em um ciclo vicioso

levando os indivíduos para o seu centro.

Segundo a ONG PLAN (2010), os próprios alunos não conseguem

diferenciar os limites entre brincadeiras, agressões verbais e maus-tratos

violentos. Também indicam que as escolas não estão preparadas para evitar

esse processo em seu início, nem para orientar alunos quais são os limites e

quais são as formas estabelecidas para que sejam respeitados pelo grupo.

A própria atitude de negação, muito comum entre os jovens da prática do bullying, afirmando que se trata apenas de “zoação”, demonstra como se tenta descaracterizar uma ação violenta e proibida por lei para uma pequena ação de somenos importância. (CALHAU, 2011, p. 27)

A participação do profissional da escola para intervenção do bullying no

contexto sócio cultural seria realizada através de diferentes práticas, onde a

escola se torna um lugar agradável e prazeroso e que passa segurança aos

alunos.

A escola ainda é um ambiente pouco explorado como local perpetuador da violência, entretanto a violência na escola caracteriza

21

um problema grave e complexo, um tipo visível de violência juvenil. (LOPES NETO, 2005, p. 165)

Para Calhau (2011), a falta de limites identificada pelos pais seria uma

das principais causas de ocorrência do bullying. Entretanto julgam-se

incapazes de exercer uma ação educativa eficaz. As consequências da

despreparação dos pais no papel de educadores podem resultar em

adolescentes incapacitados para enfrentar diversos conflitos dentro do

ambiente escolar.

“Hoje é preciso dar destaque para a escola como um ambiente no qual

as relações interpessoais são fundamentais para o crescimento dos jovens,

contribuindo para educá-los para a vida adulta [...]” (BARBOSA, 2010 apud

CALHAU, 2011, p.42)

Os jovens necessitam que profundas transformações ocorram no

ambiente escolar e no ambiente familiar, sendo essas mudanças uma

redefinição de papéis de todas as partes envolvidas no contexto escolar.

1.5 Adolescência

A adolescência é um período de grandes mudanças, onde ocorre a

transição do adolescente para a vida adulta. O adolescente tem a perda

definitiva de sua condição de criança para entrar no mundo dos adultos.

Neste período acontecem muitas mudanças psicológicas,

correlacionando-se a mudanças corporais, estabelecem uma nova relação com

os pais e com o mundo. Ao longo deste desenvolvimento, o adolescente

elabora o luto pelo seu corpo de criança, pela identidade infantil e pela relação

com os pais da infância. A relação com os pais se torna diferente. Não só o

adolescente elabora o luto pela sua infância, mas também os pais, que vivem

os lutos pelos filhos, pela sua identidade de criança e pela sua relação de

dependência infantil.

As condições familiares e culturais poderão mitigar, favorecer, demorar ou precipitar o desenvolvimento, mas não poderão impedir que o adolescente deva elaborar por si mesmo lutos tão importantes como as que temos assinalado. O adolescente não só padece este longo processo com seu corpo, como também os pais costumam ter dificuldades para aceitar o crescimento, talvez porque os angustie a eclosão da genitalidade e a expansão da personalidade que surge dela. (ABERASTURY, 1983, p. 27)

22

É uma fase de muitas contradições, confusa, ambivalente, dolorosa e

conturbada, constituindo a etapa decisiva de um processo de desprendimento

entre o jovem e seu meio familiar. É um processo psicológico, social e de

maturação (tempo do amadurecimento, com a formação de interesses e

atitudes e tomada de decisões). O adolescente começa a viver suas próprias

experiências, suas descobertas, perceber do que gosta ou não.

O adolescente de hoje, como o de todos os tempos, está farto de conselhos, precisa fazer suas experiências e comunicá-las, mas não quer, não gosta nem aceita que suas experiências sejam criticadas, qualificadas, classificadas nem confrontadas com as dos pais. (ABERASTURY; KNOBEL, 1981, p. 21)

Segundo Aberastury e Knobel (1981), é importante que o adolescente vá

se descobrindo aos poucos, passando por várias experiências nesta transição

para a vida adulta, pois é desta forma que ele modela sua identidade e define a

sua personalidade. As experiências vividas pelo adolescente incluem a busca

de emoções, sensações, desejos, sem medo algum. Além de ser uma fase

onde o adolescente vai se descobrindo, é preciso que o mesmo aprenda a lidar

com grandes responsabilidades, por estar em uma transição para a vida adulta.

Para que o adolescente se torne realmente um adulto, ele precisa se

resolver, definir-se e escolher, do contrário partirá para a vida adulta sem saber

o que fazer, quais são seus valores, se o mesmo se comporta como um

homem ou uma mulher. Por esta razão, é importante que possa viver suas

próprias experiências, sabendo lidar com suas crises, sendo importante

ressaltar que significa dizer que são mudanças acontecendo na vida do

adolescente. É um momento crucial em seu desenvolvimento, onde há a

necessidade de se optar por um ou outro caminho, mobilizando recursos que o

levam o adolescente ao crescimento.

Esta fase é um período de crise, em que reformulam os valores

adquiridos na infância e se assimilam numa nova estrutura mais madura. O

comportamento se altera, tendo mudanças de humor, crises de choro, fazem

muitos questionamentos de normas, regras, inserção social, valores parentais,

tornam-se rebeldes, o lado emocional é muito conturbado, com oscilações de

sentimentos como ódio e amor, na constante busca por sua identidade e

liberdade. Buscam grupos de amigos que tenham os mesmos interesses, os

23

mesmos gostos e desejos, a fim de uma identificação menos conflitante e mais

amigável, na necessidade de se relacionar com quem os compreende, tendo

os mesmos pensamentos.

O adolescente se preocupa muito mais com a opinião do grupo de

amigos do que com a opinião de sua própria família, mas ao longo do

desenvolvimento, este comportamento vai desaparecendo. É nessa fase

também que eles querem, e lutam para ter sua independência, provando para

si mesmo e para os outros que são capazes.

1.5.1 Síndrome da adolescência normal

Nesta síndrome, descrita por Aberastury e Knobel (1981), integra-se: a

busca de si mesmo e da identidade; a tendência grupal; a necessidade de

intelectualizar e fantasiar; as crises religiosas; a deslocalização temporal; a

evolução sexual desde o auto-erotismo até a heterossexualidade; a atitude

social reivindicatória; contradições sucessivas em todas as manifestações da

conduta; separação progressiva dos pais; e as constantes flutuações do humor

e do estado de ânimo.

A busca de si mesmo e da identidade do adolescente vai sendo o tempo

todo mudada, seguidas de oscilações de humor, crises para se adaptar neste

novo mundo de grandes descobertas, seus extremos interesses por todos os

tipos de valores religiosos, políticos e intelectuais.

No grupo familiar necessita conhecer de perto o estado de cada um dos membros de seu meio familiar, de sua realidade econômica, sua ideologia, seu caráter e coerência. Vai descobrindo-a com esforço, porque não lhe foi transmitido o conhecimento gradualmente, nem com naturalidade, através da vida cotidiana. Na vida pública, busca também informar-se sobre quem os governa e porque, e este diálogo que necessita com o mundo adulto não pode ficar só em palavras. O adolescente necessita sentir que influi e saber como influi nas decisões que o adulto toma. (ABERASTURY, 1983, p. 30)

Para Aberastury e Nobel (1981), a busca do adolescente para saber qual

sua identidade é angustiante. A identidade não significa um sistema interno,

impenetrável à mudança, mas sim um processo psicossocial que preserva

alguns aspectos essenciais, tanto no indivíduo como em sua sociedade. É

importante reconhecer que a identidade é uma característica de cada momento

24

evolutivo. A construção da identidade é pessoal e social, acontecendo de forma

interativa, através de trocas entre o indivíduo e o meio em que está inserido.

Na tendência grupal, o adolescente busca se integrar em algum grupo,

por ser um referencial para si mesmo. Isto é um processo de superidentificação

em massa, onde todos se identificam com cada um. Desprendendo-se dos pais

em busca de sua liberdade, para o adolescente, o grupo de amigos é outro

modelo de referência, onde o mesmo teme ser excluído, caso não possuir as

mesmas características de seus integrantes. No início da adolescência, a turma

é formada por companheiros do mesmo sexo, mas, na medida em que

amadurecem, assumindo sua condição sexual, sentem-se mais livres para

aproximar dos adolescentes do sexo oposto. A turma constitui uma transição

necessária no mundo externo para se alcançar a individuação adulta. Com esta

transição, o adolescente tem tendência a ir de encontro à sua importância,

conhecê-la e aperfeiçoá-la, conforme o seu grupo de amigos. O que mais

importa para o adolescente é estar junto com o grupo de amigos, do que estar

junto dos pais.

A necessidade de fantasiar e intelectualizar se intensificam e dominam o

pensamento do adolescente, como mecanismos de defesa frente às situações

de perda. A vivência dos lutos concede um sentimento de depressão e

fracasso frente à realidade externa.

Quanto à religiosidade, o adolescente vive uma variedade de

posicionamentos entre dois extremos, “ateu exacerbado” ou um “místico muito

fervoroso”. Isto reflete sua angústia interna, no confronto com a sua

possibilidade de morte e de perda de seus pais. As figuras idealizadas

oferecidas pela religião lhe permite a garantia de continuidade de sua própria

vida e daqueles que lhe são queridos.

O adolescente vivencia uma crise de temporalidade. A criança vive as

limitações do espaço e do tempo, dentro dos limites de seu pensamento

concreto. O adulto tem a noção da infinitude espacial e da temporalidade da

existência. Na adolescência, estas noções se misturam, se confundem e o

adolescente passa por um período de sincretismo. Ele apreende o processo de

discriminação temporal, passando pela tentativa de manejar o tempo de forma

concreta e evoluindo para a própria consciência histórica individual e coletiva.

25

Gradativamente, na proporção em que se sentem mais seguros de sua

identidade sexual, os adolescentes vão se aproximando de seus pares do sexo

oposto ou não. Às vezes, observa-se condutas femininas nos rapazes e

masculinas nas moças, que correspondem a aspectos da elaboração edípica.

É importante assinalar que a cordialidade nas relações com os pais facilita as

relações com as pessoas do sexo oposto. A sensação de estar apaixonado é

um dos componentes mais importantes da vida do adolescente e, neste

momento, tem características de vínculo intenso e frágil, que tende a evoluir

para o amor maduro, na medida da cristalização da masculinidade e

feminilidade.

Grande parte da oposição que os adolescentes vivem com relação à

família é transferida para o meio social, projetando no mundo externo as suas

raivas, as suas rejeições e as suas condutas destrutivas. O adolescente pode

sentir que ele não está mudando e que são os pais e a sociedade que se

negam a ter com ele uma atitude provedora e protetora. Esta é à base da

atitude social reivindicatória.

O normal é que os adolescentes participem dentro das inquietudes que são a essência mesma da atmosfera social na qual lhes toca viver e, se conseguem a emancipação, não a fazem em busca de chegar rapidamente ao estado de adulto – muito longe disto -, senão que necessitam adquirir direitos e liberdades similares aos que têm os adultos, sem deixar por isso sua condição de jovens. (ABERASTURY, 1983, p. 31)

De acordo com Aberastury e Knobel (1981), a conduta do adolescente

está dominada pela ação, que constitui o modo de expressão mais típico

nestes momentos da vida, em que até o pensamento precisa tornar-se ação

para poder ser controlado.

É importante que o adolescente passe por uma separação dos pais, isto

é, uma das tarefas básicas coexistentes à identidade do adolescente é a de ir

se separando dos pais, o que está favorecido pelo determinismo que as

mudanças biológicas impõem neste momento cronológico do indivíduo.

O processo de luto da adolescência é permeado pela depressão e

ansiedade, substrato natural das alterações de humor dos adolescentes. A

quantidade e a qualidade da elaboração dos lutos da adolescência

26

determinarão a maior ou menor intensidade desta expressão e destes

sentimentos.

A psicanalista Anna Freud (1962), não apenas concebe a adolescência no mundo moderno como um período de perturbações, transtornos e rebelião, como também afirma que as tensões e alterações nos jovens devem ser consideradas como indícios de desenvolvimento normal e de que ajustamentos interiores estão ocorrendo. (FREUD apud NETTO, 1979, p. 05)

O momento de crise do adolescente deve ser considerado normal, pois

grandes transformações estão ocorrendo em sua vida nesta fase, em que ele

busca a definição de si mesmo, isto é, busca sua própria identidade em meio a

perturbações, com a intenção de se descobrir.

Em resumo, o processo de formação da identidade surge como uma configuração desenvolvente – uma configuração que, gradualmente, integra dados constitucionais, necessidades libidinais idiossincráticas, capacidades preferidas, identificações significativas, defesas efetivas, sublimações bem-sucedidas e papéis consistentes. Tudo isso, entretanto, só pode emergir de uma mútua adaptação de potenciais individuais, visões de mundo tecnológicas e ideologias religiosas ou políticas. (ERIKSON, 1998, p. 65)

27

CAPÍTULO II

PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO

BÁSICA (PARFOR)

2 HISTÓRICO

A Plataforma Freire foi uma ferramenta para o desenvolvimento do

PARFOR. Nesta Plataforma os professores que possuem somente o magistério

realizam inscrição para uma bolsa em um curso de licenciatura, com a

finalidade de aperfeiçoar sua capacitação diante das dificuldades presentes na

alfabetização e assim fazem com que todos tenham um ensino de boa

qualidade. Junto a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (CAPES) e o Ministério da Educação todos os envolvidos terão que

seguir os critérios da nova Legislação, para melhorar a qualidade dos

educadores e o aprendizado dos alunos.

A Plataforma Freire homenageia o educador Paulo Régis Neves Freire,

educador pernambucano que nasceu em 19/09/1921 na cidade do Recife, e

faleceu com ataque cardíaco em 2 de maio de 1997, no Hospital Albert

Einstein, em São Paulo. Com 22 anos de idade, Paulo Freire começou a

estudar Direito na Faculdade de Direito do Recife.

Em 1964, Paulo Freire foi convidado pelo presidente João Goulart para

coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Após o golpe militar, o

método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem,

pelos militares. Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo

conhecimento na área de educação.

Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia (PILETTI, 1991, p. 128).

Em 1979, ele já podia retornar ao Brasil, mas só voltou em 1980. Freire

se filiou ao Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo e atuou como

28

supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980

até 1986. E em 1988 foi indicado Secretário de Educação de São Paulo. Em

1991, o Instituto Paulo Freire foi fundado em São Paulo para estender e

elaborar suas teorias sobre educação popular. Além de manter os arquivos de

Paulo Freire.

Paulo Freire marcou uma ruptura na história pedagógica de seu país e da América Latina. Através da criação da concepção de educação popular ele consolidou um dos paradigmas mais ricos da pedagogia contemporânea rompendo radicalmente com a educação elitista e comprometendo-se verdadeiramente com homens e mulheres. Num contexto de massificação, de exclusão, de desarticulação da escola com a sociedade, Freire dá sua efetiva contribuição para a formação de uma sociedade democrática ao construir um projeto educacional radicalmente democrático e libertador. Assim sendo, seu pensamento e sua obra é, e continuará sendo, um marco na pedagogia nacional e internacional (BRANDÃO, 1982, p. 52).

Ao longo de sua vida educacional, social e política, Freire lutou pela

superação da opressão e desigualdades sociais entendendo que um dos

fatores determinantes para que ela se dê o desenvolvimento da consciência

crítica através da consciência histórica. Seu projeto educacional sempre

contemplou essa prática, construindo sua teoria do conhecimento com base no

respeito pelo educador, na conquista da autonomia e no diálogo enquanto

princípios metodológicos.

Para Paulo Freire, o conhecimento não pode advir de um ato de

"doação" que o educador faz ao educando, mas sim, um processo que se

realiza no contato do homem com o mundo vivenciado, o qual não é estático,

mas dinâmico e em transformação contínua. De acordo com suas idéias, a

alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do

trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder

inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política.

Para Freire, educar é construir, é libertar o homem do determinismo,

passando a reconhecer o papel da História e onde a questão da identidade

cultural, tanto em sua dimensão individual, como em relação à classe dos

educadores, é essencial à prática pedagógica proposta. Sem respeitar essa

identidade, sem autonomia, sem levar em conta as experiências vividas pelos

educadores antes de chegar à escola, o processo será inoperante, somente

29

meras palavras despidas de significação real. “Quem ensina aprende ao

ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina alguma coisa a

alguém”. (FREIRE, 1997, p. 25)

O educador precisa aprender primeiro o mundo do aluno, enquanto que

o aluno deve partir da tomada de consciência da sua condição social de

analfabeto, oprimido, pobre e deve aprender a falar sobre seus problemas,

suas misérias, seus sonhos. A partir da realidade de vida do alfabetizando, da

tomada de consciência crítica das estruturas que o oprimem, a pedagogia toma

um aspecto ético-crítico. “A reflexão crítica sobre a prática se torna uma

exigência da relação Teórico/Prática sem qual a teoria pode ir virando blábláblá

e ao praticar ativismo”. (FREIRE, 1997, p. 24)

De acordo com Brandão (1982), esse pensar crítico e libertador que

permeia sua obra, serve como inspiração para educadores do mundo inteiro

que acreditam ser possível unir as pessoas numa sociedade com equidade e

justiça. Isso faz com que Paulo Freire seja hoje um dos educadores mais lidos

do mundo.

Foi por esse caminho que Paulo Freire pensou que um método de educação construído em cima da idéia de um diálogo entre educador e aluno, onde há sempre partes de cada um no outro, não poderia começar com o educador trazendo pronto, do seu mundo, do seu saber, o seu método; e como afirma Paulo Freire, que ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho, se forma a partir daí um grande e novo método de alfabetização a ser seguido. (BRANDÃO, 1982, p.10)

2.1 Definição

O Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica

(PARFOR) é o resultado de uma ação conjunta do Ministério da Educação

(MEC), de Instituições Públicas de Educação Superior (IPES) e das Secretarias

de Educação dos Estados e Municípios, no âmbito do Plano de Metas

Compromisso Todos pela Educação (PDE), que estabeleceu no país um novo

regime de colaboração da União com os estados e municípios, respeitando a

de autonomia dos entes federados. Segundo Prates (2012), esta união se

30

estabeleceu no país a partir do ano de 2007, visando assegurar, dos

profissionais da educação, a formação exigida.

Nos últimos anos, ocorreram vários investimentos em políticas públicas

que focalizam a formação de professores.

Em janeiro de 2009, por meio do Decreto Lei 6.755, foi instituída a

Política Nacional de Formação dos Professores do Magistério da Educação

Básica, tendo em si, a finalidade de organizar a formação inicial e continuada

desses profissionais da educação. Segundo o mesmo Decreto, no artigo 1º:

Fica instituída a Política Nacional de Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, com a finalidade de organizar, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a formação inicial e continuada dos profissionais do magistério para as redes públicas da educação básica. (BRASIL, 2009)

2.2 Objetivo

O PARFOR tem como objetivo fazer com que a oferta de educação

superior de qualidade e gratuita para os professores em exercício na rede

pública de educação básica de acordo como é exigida pela Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional (LDB) contribuam para a melhoria da qualidade

da educação básica no País.

2.3 O profissional

O PARFOR é direcionado aos professores que atuam em escolas

públicas estaduais e municipais que possuem magistério e com a criação da

nova Legislação precisam de uma formação de acordo com a Lei de Diretrizes

e Bases da Educação Nacional (LDBEN).

De acordo com o Decreto 6.755 de 29 de Janeiro de 2009, no artigo 3º,

o PARFOR tem como objetivos:

I - promover a melhoria da qualidade da educação básica pública; II - apoiar a oferta e a expansão de cursos de formação inicial e continuada a profissionais do magistério pelas instituições públicas de educação superior;

31

III - promover a equalização nacional das oportunidades de formação inicial e continuada dos profissionais do magistério em instituições públicas de educação superior; IV - identificar e suprir a necessidade das redes e sistemas públicos de ensino por formação inicial e continuada de profissionais do magistério; V - promover a valorização do docente, mediante ações de formação inicial e continuada que estimulem o ingresso, a permanência e a progressão na carreira; VI - ampliar o número de docentes atuantes na educação básica pública que tenham sido licenciados em instituições públicas de ensino superior, preferencialmente na modalidade presencial; VII - ampliar as oportunidades de formação para o atendimento das políticas de educação especial, alfabetização e educação de jovens e adultos, educação indígena, educação do campo e de populações em situação de risco e vulnerabilidade social; VIII - promover a formação de professores na perspectiva da educação integral, dos direitos humanos, da sustentabilidade ambiental e das relações étnico-raciais, com vistas à construção de ambiente escolar inclusivo e cooperativo; IX - promover a atualização teórico-metodológica nos processos de formação dos profissionais do magistério, inclusive no que se refere ao uso das tecnologias de comunicação e informação nos processos educativos; e X - promover a integração da educação básica com a formação inicial docente, assim como reforçar a formação continuada como prática escolar regular que responda às características culturais e sociais regionais. (BRASIL, 2009)

Grandes modificações ocorrem no mundo do trabalho, e

consequentemente, trazem novos desafios à educação. Com isto, é necessário

que haja uma atualização teórico-metodológica no processo de formação dos

profissionais da área pedagógica, para que os mesmos possam rever seu

trabalho, sendo imprescindível apresentarem alta flexibilidade intelectual para

lidar com situações ocorridas, devido às grandes transformações no universo

profissional da educação, que acontecem ao longo dos anos.

É preciso outro tipo de pedagogia, determinada pelas transformações ocorridas no mundo do trabalho, de modo a atender às demandas da revolução da base técnica de reprodução, com seus profundos impactos sobre a vida social. Com isso, cada vez mais profissionais da educação são obrigados a rever o trabalho e as responsabilidades que exercem diante do mundo hodierno, remetendo a busca de um trabalhador polivalente. Para tanto, é necessário que o trabalhador apresente elevada flexibilidade intelectual no enfrentamento de novas situações, autonomia moral e intelectual, além da capacidade de educar-se permanentemente e de atender as transformações decorridas ao longo dos anos. Essa conjuntura atribui novos papéis e espaços educativos, aos docentes e consequentemente novos direcionamentos pedagógicos. (KUENZER apud PRATES, 2012, p. 1)

32

Pode-se considerar que estudantes do PARFOR são professores, cuja

formação de ensino superior, tem como finalidade a busca por melhoria da

qualidade da educação, juntamente com outras políticas de ensino, em

ambientes que atuam ou que possam vir a atuar futuramente. Os espaços

educativos escolares são a centralidade da formação dos estudantes do

magistério, com conhecimentos e competências imprescindíveis para executar

com a complexidade constitutiva desses espaços.

A etapa pela qual o estudante em sua formação percorre, é importante

para que o mesmo pondere todas as experiências que vivenciou ao longo de

sua graduação, para que possa transmiti-las ao longo de sua profissão, com a

finalidade de um bom desenvolvimento profissional em ambientes escolares,

no qual atua ou virá atuar, podendo avaliar também todas as práticas que

desenvolve, juntamente com outros professores, talvez, de todas as redes de

ensino que atuam.

É de se esperar que o profissional em formação considere as experiências vivenciadas na graduação como uma das etapas na qual se dará o seu desenvolvimento profissional, tendo em vista que ao longo de sua formação novas possibilidades e necessidades ocorrerão. Nesse processo, vislumbra-se que o professor em formação inicial, portador de experiência no âmbito do magistério, possa avaliar as práticas que desenvolve e propor, juntamente com os demais professores, projetos de formação comum que atendam às necessidades das equipes do espaço escolar, da própria escola como um todo e, quiçá, das redes de ensino. (PROJETO PEDAGÓGICO, 2012, p. 31)

De acordo com Prates (2012), o PARFOR é considerado um curso que

apresenta características específicas que o diferencia de um curso regular, por

se tratar de um curso continuado para estudantes do magistério. Pode-se dizer

que a profissão de docente possui uma peculiaridade que também a difere das

outras profissões, isto é, trabalhar com a formação de pessoas.

Nessa perspectiva, por se configurar em um curso que atende a formação de profissionais em exercício o mesmo tem o intuito de colocar a docência como foco em todas as suas temáticas de estudo. Por isso, apresenta certa singularidade, pois não se caracteriza apenas como uma formação inicial, mas também continuada, pretendendo durante quatro anos, promover situações em que as professoras/acadêmicas possam situar-se no contexto educativo no tempo e no espaço presente, diante de questões relevantes da educação, estabelecendo articulações com a prática docente, além

33

de refletir sobre suas experiências, (re) construindo saberes e conhecimentos sobre cotidiano escolar. (PRATES, 2012, p. 3)

O espaço em que o estudante de PARFOR atua, é um ambiente e um

tempo de construção de conhecimentos, contribuintes em sua formação

profissional, podendo o mesmo ir adquirindo importantes experiências na sua

prática docente, construindo e organizando seus saberes a respeito do

cotidiano escolar.

34

CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Para realizar a presente pesquisa, considerou-se a ocorrência de

bullying e as altas incidências nas escolas. Acredita-se que os estudantes do

curso de Pedagogia do PARFOR, atuantes em sala de aula possuem

dificuldades para lidar com o bullying. Uma vez que atuam no ambiente

escolar, acredita-se que há uma falha na formação acadêmica. Após

aprovação do comitê de ética em pesquisa do parecer nº 377.739 em 29 de

agosto de 2013 (ANEXO A), realizou-se uma pesquisa de campo no Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins localizado na Rua Dom

Bosco, 265, no município de Lins/SP, na data de 19 de setembro de 2013.

Segundo Lakatos (2010), a pesquisa é um procedimento formal para

adquirir conhecimentos pela investigação de uma realidade, com base em

métodos adequados e técnicas apropriadas. Não é um processo dedutivo e sim

a procura de um caminho para conhecer a realidade ou descobrir algumas

verdades.

Um questionário de 12 perguntas (APÊNDICE B) sobre o referido

assunto fora elaborado. Porém, fora aplicado um pré-teste, e em seguida a

aplicação definitiva no dia 19 de setembro de 2013, após aprovação do Comitê

de Ética e Pesquisa de acordo com o parecer nº 377.739 em 29/08/2013. A

amostra foi composta por 22 alunos do curso de Pedagogia do PARFOR.

3.1 Métodos e técnicas da pesquisa.

A metodologia científica utilizada para o levantamento dos dados

contidos nesse estudo é a pesquisa descritiva, quantitativa de caráter

exploratório, com o objetivo de investigar o conhecimento dos alunos do curso

de Pedagogia no PARFOR a respeito do bullying.

35

O método é um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. (LAKATOS, 2010, p.65)

O método de estudo de caso (APÊNDICE A) possibilita a análise das

características de uma realidade. Foi realizado um pré-teste com 6

participantes, onde não houve nenhuma alteração para o teste posterior.

Quantitativo, descritivo consistem em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, [...]. Todos eles empregam artifícios quantitativos tendo por objetivo a coleta sistemática de dados sobre populações [...]. (LAKATOS, 2010, p.170)

Na coleta de dados de maneira direta, fora realizada através de

observação extensiva com questionário (APÊNDICE B), contendo 12 perguntas

na qual 2 foram abertas e 10 fechadas. De acordo com Lakatos (2010),

perguntas fechadas são também denominadas limitadas ou de tentativas fixas.

Esse tipo de pergunta restringe à liberdade das respostas. Perguntas abertas,

também são chamadas livres, permitem responder livremente, com sua própria

linguagem e que possam emitir suas opiniões. Possibilita uma investigação

mais profunda. Apresenta-se um conjunto de alternativas de respostas no

intuito de se obter aquela que melhor representa o ponto de vista do

participante.

Para a realização do teste foi apresentado o termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (ANEXO C) de acordo com o Comitê de Ética, em seguida

foi aplicado o teste aos alunos do 4º e 5º período do curso de Pedagogia do

PARFOR, com um questionário para cada aluno (APÊNDICE B) contendo

iniciais do nome, idade, sexo, semestre, profissão, local de trabalho (educação

infantil, ensino fundamental, e ensino médio) e em qual ano atua, e mais as

perguntas, onde o questionário será anexado no presente trabalho.

De acordo com o índice do questionário (APÊNDICE B) a média de

idade dos 22 alunos respondentes é de 38 anos, foram 22 alunos no qual

estavam presentes na data de aplicação, sendo 21 do sexo feminino e 1 do

sexo masculino, o total de 32 alunos matriculados no curso do 4º e 5º período.

“O questionário é um instrumento de coletas de dados, constituído por uma

36

série ordenada de perguntas, que deve ser respondida por escrito...”

(LAKATOS, 2010, p.184).

Os dados dessa pesquisa foram obtidos através de questionários

respondidos pelos alunos participantes, que serão apresentados e analisados.

O critério de exclusão adotado para os alunos que não estão matriculados

regularmente no curso e alunos ausentes na data de aplicação do questionário.

3.2 Apresentação dos dados, análise e discussão dos resultados

Com intenção de saber se o indivíduo conhece o termo bullying, foi

constatado na questão 1, que 100% dos alunos do curso PARFOR tem

conhecimento sobre este termo.

Para Fante (2005), o bullying é uma palavra de origem inglesa, adotada

para definir o desejo consciente de maltratar outra pessoa e colocá-la sob

tensão, com a intenção de causar dano físico ou moral em um ou mais

estudantes que são incapazes de se defenderem.

No bullying, as agressões podem ser tanto verbais como físicas. A ação

do agressor consiste em agredir física ou verbalmente um colega que se

apresente mais fraco, em que há prazer e satisfação em dominar o seu alvo. A

vítima de bullying apresenta um comportamento inibido, passivo ou submisso

em que costuma sentir vulnerabilidade, medo ou vergonha intensos e baixo

autoestima, aumentando a probabilidade de vitimização continuada.

Este tipo de violência é considerado um fenômeno novo, pois seus

estudos se iniciaram na década de 1970 com os trabalhos de Dan Olweus,

porém não havia visibilidade para o problema, em que após alguns anos se

tornou frequente, despertando a atenção das instituições de ensino para o

problema.

Segundo Carvalho (2005), o programa de intervenção proposto por

Olweus tinha como características principais desenvolver regras claras contra o

bullying nas escolas, alcançar um envolvimento ativo por parte dos professores

e pais, aumentar a conscientização deste problema, avançando no sentido de

eliminar alguns mitos sobre o bullying e prover apoio e proteção para as

vítimas.

37

Atualmente é reconhecido que o bullying, como fenômeno social, pode

surgir em diversos contextos, como parte de problemas de relações pessoais

entre adultos, jovens e crianças em diferentes locais, como no trabalho, no

ambiente social e familiar.

Na questão 2, pode-se identificar que os alunos do PARFOR, em sua

maioria, 86,3%, conhecem os diversos tipos de bullying e apenas 13,7% não

têm informações sobre os diferentes tipos de bullying.

De acordo com Fante (2005), bullying pode ser classificado como direto

que inclui agressões físicas como bater e chutar; e de forma indireta

caracterizada pela disseminação de rumores desagradáveis e desqualificantes,

visando à discriminação e exclusão da vítima de seu grupo social.

A partir dessa premissa, o bullying pode se manifestar em diversos

ambientes, de diferentes formas, como no ambiente de trabalho, na escola e na

internet.

Constata-se na questão 3 que os alunos do PARFOR conseguem

identificar que o bullying é caracterizado pelas constantes humilhações e

agressões de maneira repetitiva contra um ou mais alunos.

Caso exista na classe um agressor em potencial, ou vários deles, seu comportamento agressivo influenciará nas atividades dos alunos, promovendo interações ásperas veementes e violentas. Devido ao temperamento irritadiço do agressor e à sua acentuada necessidade de ameaçar, dominar e subjugar os outros de forma impositiva pelo uso de força, as adversidades e as frustrações menores que surgem acabam por provocar reações intensas. (FANTE, 2005, p. 47)

Para Lopes Neto (2005), o ambiente escolar se torna um cenário de

diversos processos e fenômenos grupais, dentre eles a violência escolar. O

termo violência escolar se refere a todos os comportamentos agressivos,

incluindo conflitos interpessoais, danos ao patrimônio e atos criminosos.

Ainda de acordo com Fante (2005), a agressividade pode ser resultado

de inúmeros fatores, tanto externos como internos à escola, caracterizados

pelos tipos de interações sociais, familiares e socioeducacionais que são

manifestados nas relações interpessoais. A escola não dispõe de recursos para

impedir a influência dos fatores externos sobre a vida dos alunos, entretanto,

torna-se alvo de diversos casos de violência que não estão sobre seu controle.

38

Pode ser observado na questão 4 que 100% dos alunos do PARFOR

identificaram que o bullying pode ocorrer em todos os locais, na escola, no

trabalho e na internet. Porém de fato, o bullying se torna comum nas escolas,

por ocorrer em sua maioria com crianças e adolescentes fazendo com que

tenha maior visibilidade dos casos.

Na escola, espaço social estruturado, o sujeito tem a possibilidade de desenvolver inúmeras capacidades e a partir dos sistemas de comunicação em que participa e das vivencias emocionais que experimenta, desenvolver valores, motivos, formas de ver o mundo, dentre muitos elementos que configuram a subjetividade. (MARTINEZ, 2001 apud CARVALHO, 2005, p. 25)

Para Fante (2005), a escola deve estimular o desenvolvimento de

atitudes que valorizem a tolerância entre os alunos. As atitudes do professor

também podem influenciar os alunos a cometerem o bullying.

De acordo com Carvalho (2005), o professor se apresenta como

mediador e multiplicador de conhecimento, capacidades e valores. O professor

tem o dever de transmitir o papel ético, que envolve a importância do respeito

mutuo e do diálogo dentro da sala de aula.

O bullying também pode ser manifestado no ambiente de trabalho por

meio de assédio moral, exploração e competição de cargos. Tratar o colega de

trabalho de forma inadequada e desonrosa com atos repetitivos com intuito de

humilhá-lo ou até provocar uma demissão voluntária.

Segundo Calhau (2011), o assédio moral no trabalho é conhecido como

workplacebullying, mobbing, ou apenas como bullying no ambiente de trabalho.

Nas organizações, a violência e o assédio nascem do encontro da inveja do poder do outro e da perversidade. Esse poder pode ser real ou imaginário, mas ele incomoda o agressor, sendo que o atributo que o expressa pode ser sustentado em qualquer fonte, como conhecimento, beleza, relacionamento social ou competência. O processo é o mesmo de outras formas de bullying, em resumo, a vitima é “eleita”. (CALHAU, 2011, p. 103)

Seguindo o conceito de Calhau (2011), o bullying no ambiente de

trabalho pode ocorrer em três sentidos: horizontal, vertical ascendente e

vertical descendente.

39

No sentido horizontal é comum ocorrer entre equipes em que os

trabalhadores estão no mesmo nível de uma grande empresa, ocorrendo de

forma corriqueira em indivíduos que entraram na empresa recentemente.

O bullying vertical ascendente é considerado raro, em que ocorre em

uma situação onde os trabalhadores podem dificultar a ação de um novo

supervisor na empresa.

E o bullying vertical descendente é realizado por pessoas de nível mais

graduado na empresa em face dos trabalhadores que ocupam cargos menos

importantes, sendo o tipo de bullying mais comum no ambiente de trabalho.

Entre as diversas formas de bullying há a violência na internet,

conhecido pelo termo de cyberbullying, em que ocorre a utilização de meio

eletrônico como instrumento para este tipo de agressão.

Para Calhau (2011), a internet é um instrumento importante para o

desenvolvimento da humanidade e pode ser utilizado tanto para o bem como

para o mal. As agressões por meio eletrônico são uma evolução das diversas

formas de violência que o bullying pode provocar.

Verifica-se na tabela 1, referente a 5ª questão, que 40,9% dos

respondentes concordam e as mesmas frequências concordam parcialmente,

estes dados mostram que os alunos do curso PARFOR reconhecem que essas

agressões ocorrem constantemente, porém não somente entre meninos.

O bullying direto é mais comum entre agressores meninos. As atitudes mais freqüentes identificadas nessa modalidade violenta são os xingamentos, tapas, empurrões, murros, chutes, apelido ofensivos repetitivos. (CHALITA, 2008, p. 82).

De acordo com Silva (2006), os meninos aprendem desde novos, e são

educados por uma cultura machista nessa sociedade, onde para adquirir status

Tabela 1. O Bullying ocorre de forma direta (agressões físicas e xingamentos entre meninos).

Respostas Quantidade (nº) Percentual (%)

Concorda 9 40,9

Concorda parcialmente 9 40,9

Discorda 4 18,2

Total 22 100,0

Fonte: As Autoras, 2013

40

e ser reconhecido socialmente como alguém que é para ser líder, ser forte, não

demonstrar fraqueza, não demonstrar sentimentos, ter poder para dominar e

serem dominadores. No bullying estes indivíduos utilizarão sua superioridade

física, atlética e cronológica, contra outros indivíduos mais fracos e que não

tenham tanto reconhecimento social, como forma deles próprios adquirirem

ascensão social.

Segundo Gini e Pozzoli (apud BANDEIRA; HUTZ, 2012), afirmam que os

homens apresentam características de personalidade como independência,

auto-afirmação, tendência ao risco, dominação social e agressividade.

Tabela 2. O Bullying ocorre de forma indireta (fofocas, exclusão de grupo entre meninas).

Respostas Quantidade (nº) Percentual (%)

Concorda 12 54,5

Concorda parcialmente 10 45,5

Discorda - -

Total 22 100,0

Fonte: As Autoras, 2013

Na maioria 54,5 % dos entrevistados que concordam, demonstram que

há um conhecimento de que esses comportamentos pode ser um tipo de

bullying. Entretanto os 45,5 % que concordam parcialmente que este tipo de

comportamento acorre também entre meninos.

De acordo com Silva (2006), as agressões indiretas são caracterizadas

pela ausência de confronto direto com a pessoa, as meninas utilizam outros

meios como excluir outras pessoas de um grupo, espalhar boatos, fazer fofoca,

por meio da internet, redes sociais, encarar outros indivíduos com olhares

devassos e mal-intencionados, com o intuito de informar a pessoa, através dos

olhos, seu nojo, aborrecimento e arrogância para com vitima.

Ao observar 45,5 % que concordaram parcialmente, pode se mostrar

que há possibilidade de ocorrer também entre meninos na escola onde estão

os participantes.

O bullying indireto é a forma mais comum entre o sexo feminino e crianças menores. Caracteriza-se basicamente por ações que levam a vitima ao isolamento social. As estratégias utilizadas são

41

difamações, boatos cruéis, intrigas e fofocas, rumores degradantes sobre a vitima e familiares, entre outros. Os meios de comunicações costumam ser eficazes na pratica do bullying indireto, pois propagam, com rapidez e dimensões incalculáveis, comentários cruéis e maliciosos sobre pessoas publicas. A perversidade virtual é conhecida como cyberbullying e realiza-se por meio de mensagens de correio eletrônico, torpedos, blogs, fotoblogs, e site de relacionamento, sempre anonimamente. (CHALITA, 2008, p. 83).

Esses dados mostram que os participantes têm certo conhecimento para

que com esse tipo de comportamento, pois provavelmente ocorre com

frequência nas escolas de onde pertence.

Tabela 3. O Bullying afeta o autoestima das crianças e adolescente.

Respostas Quantidade (nº) Percentual (%)

Concorda 20 91,0

Concorda parcialmente 1 4,5

Discorda 1 4,5

Total 22 100,0

Fonte: As Autoras, 2013

A partir dos dados da tabela 3 referente à questão 7, é possível observar

que entre a maioria dos alunos, 91% do PARFOR acreditam que o bullying

pode acarretar problemas na autoestima do adolescente. Para Bandeira

(2009), a autoestima é considerada como uma avaliação que o indivíduo efetua

em relação a si mesmo, expressando uma situação de aprovação ou de

repulsa por si mesmo. Pode ser entendida também como a capacidade do

sujeito de estabelecer expectativas e projetos.

A autoestima também afeta o adolescente na forma de lidar com o

ambiente. Crianças e adolescentes com boa autoestima possuem maior

persistência e progresso diante de tarefas difíceis que aqueles com baixa

autoestima. A posição que os adolescentes ocupam entre os seus grupos em

um ambiente escolar é importante, uma vez que a autoestima é uma função do

status dentro do grupo.

42

Tabela 4. O Bullying pode trazer consequências para os alunos.

Resposta Quantidade (nº) Percentual (%)

Sim, conseqüências físicas e emocionais 21 95,5

Não, nenhuma conseqüência 1 4,5

Não sei - -

Total 22 100,0

Fonte: As Autoras, 2013

Como se apresenta na tabela 4 referente à oitava questão que 95,5 %,

indica que os atos de bullying podem causar diversos problemas no

desenvolvimento do indivíduo, principalmente para as vítimas que são alvos de

humilhações físicas e psicológicas. Em alguns casos as situações constantes

de bullying levam a vítima a cometer suicídio ou atacar pessoas de forma

violenta. De acordo com Fante (2005), as consequências relativas ao bullying

são inúmeras, dependendo de como as vítimas reagem a seus agressores.

As consequências para as vítimas desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento, o absentismo e a evasão escolar. (FANTE, 2005, p. 44)

As vítimas de bullying podem sofrer consequências além do baixo

rendimento no ambiente escolar. Pois ao analisar, esses adolescentes podem

ser afetados com baixa autoestima, tendo predisposição para desenvolver

problemas com drogas, alcoolismo, e probabilidades de violarem normas e

regras sociais, comportando-se de maneira desviante na sociedade. Nos

agressores há um distanciamento e falta de adaptação aos objetivos escolares,

tendo a supervalorização da violência como forma de obtenção de poder. “As

experiências de dor, de angústia e de humilhações, vividas solitariamente,

deixam cicatrizes e podem trazer graves consequências para os adultos que

essas crianças serão.” (CHALITA, 2008, p.85).

Tabela 5. Durante as aulas do curso de Pedagogia (PARFOR) alguma vez foi mencionado o termo Bullying?

Resposta Quantidade (nº) Percentual (%)

Sim 18 81,8

Não 4 18,2

Total 22 100,0

Fonte: As Autoras, 2013

43

De acordo com a tabela 5, percebe-se que a maioria dos estudantes

respondeu que durante as aulas de Pedagogia, mencionou-se o termo bullying.

Compreende-se que os alunos ouviram falar sobre o tema durante o curso do

PARFOR, porém, questiona-se quanto ao “conteúdo do tema” e se foi

abordado todo conteúdo programado do curso de alguma disciplina.

Tabela 6. Se Sim, em qual disciplina?

Respostas Quantidade (nº) Percentual (%)

Psicologia 10 45,5

Psicologia da educação 3 13,6

Sem respostas 6 27,3

A maioria 3 13,6

Total 22 100,0

Fonte: As Autoras, 2013

Analisando a tabela 6, verifica-se que a maioria dos alunos do curso,

responderam que o termo bullying foi mencionado na aula de Psicologia.

De acordo com o plano de ensino da disciplina de Psicologia da

Educação, na Matriz Curricular (ANEXO D) do curso de Pedagogia (PARFOR),

os alunos tiveram a aula de Psicologia durante o 1° semestre do curso, cujo

objetivo da disciplina é:

Proporcionar aos alunos a capacidade de compreender e solucionar problemas escolares e do desenvolvimento por meio de concepções da psicologia científica. Ampliar a visão das relações interpessoais e da aquisição de comportamentos no âmbito escolar. (PLANO DE ENSINO, PARFOR, 2005)

Acredita-se que, de acordo com a tabela 6, os alunos que responderam

Psicologia, não lembraram corretamente o nome da disciplina, que segundo a

Matriz Curricular (ANEXO D), denomina-se Psicologia da Educação.

Dos participantes da pesquisa, um respondeu da seguinte forma “De

maneira informal em várias disciplinas, em conversas com professores.”

Percebe-se então, que foi apenas um assunto que decorreu numa conversa

informal dos alunos da sala com o professor, apenas numa determinada

disciplina, não sendo trabalhado o tema em outras disciplinas, de maneira mais

aprofundada e bem desenvolvida.

44

Tabela 7. Você teve aulas especificas sobre Bullying?

Respostas Quantidade (nº) Percentual (%)

Sim 11 50,0

Não 11 50,0

Total 22 100,0

Fonte: As Autoras, 2013

Tabela 8. Se Sim, qual disciplina?

Respostas Quantidade (nº) Percentual (%)

Psicologia 7 31,8

Psicologia da educação 3 13,7

Palestra 1 4,5

Não sabe 11 50,0

Total 22 100,0

Fonte: As Autoras, 2013

Na tabela 7, observa-se que 50% dos alunos responderam que tiveram

aulas específicas. Porém não há na matriz curricular do curso PARFOR, uma

disciplina especifica sobre o bullying.

Na tabela 8, acredita-se que os alunos associaram a Psicologia da

Educação como uma disciplina especifica, já que fora mencionado durante as

aulas desta mesma disciplina

Com isto:

Tanto alunos quanto o grupo de funcionários devem receber informações sobre o fenômeno bullying, quem são os atores envolvidos, quais são as táticas usadas pelos alunos, aonde ocorrem as agressões, contra quais pessoas, o que fazem os professores e os demais funcionários para evitarem isso, enfim, todas estas questões devem ser levantadas num primeiro momento para ter uma análise da realidade: como ela se apresenta na escola, lembrando que cada estabelecimento é um lugar único, sem igual, e, portanto, jamais uma política usada em determinado lugar, pode ser usado em outro (pode até ser usada como parâmetro ou guia, mas não como cópia), uma vez que existem inúmeras variáveis que diferem um estabelecimento de outro. (SILVA, 2006, p. 57)

É preciso preparar os profissionais atuantes no ambiente escolar, em

como lidar com o bullying quando ele for diagnosticado. É essencial que todos

saibam a importância de tratar sobre o assunto, para que possam intervir com

o problema antes mesmo que acarrete em sérios danos, prejudicando a

autoestima de todos os envolvidos.

45

Para que o bullying não aconteça no cotidiano pedagógico é necessário tanto a participação do professor quanto dos alunos. O professor de um lado tem o dever de transmitir o papel ético, que envolve a importância do respeito mútuo, do diálogo, da justiça e da solidariedade e os alunos o papel de entender e cooperar com as ações do professor. (SANTOS, 2007, p.21)

E para que não aconteçam as ocorrências de bullying, é imprescindível

que o professor esteja preparado, para cumprir o dever de passar aos alunos o

papel ético, tanto dentro como também fora do ambiente escolar.

Para o profissional que atua no ambiente escolar estar preparado, é

importante trabalhar sobre o bullying durante todo o curso de Pedagogia do

PARFOR, não trabalhando apenas em uma única disciplina como Psicologia da

Educação, mas sendo um tema transversal em disciplinas que possam

englobar o tema em si de uma maneira bem preparada, passando informações

necessárias para que o professor possa aprender a lidar com o fenômeno.

3.3 Conclusão da Pesquisa

A partir dos dados coletados através do questionário, é possível verificar

que os alunos do PARFOR possuem um conhecimento parcial sobre o bullying.

Ao analisar as primeiras questões nota-se que a maioria dos

entrevistados conseguem identificar a definição de bullying, os seus diversos

tipos, a principal característica deste tipo de violência e quais os locais que

pode ser encontrado, porém nas tabelas 1 e 2 se observa que não há um

conhecimento mais específico das formas de agressão diretas e indiretas.

Posteriormente pode ser observado que a maioria dos alunos reconhece

que os atos de violência trazem consequências para a vida de um adolescente,

afetando sua autoestima. No entanto verifica-se que o curso PARFOR não

possui nenhuma disciplina que seja específica para estudar os conceitos de

bullying, sendo este termo mencionado na disciplina de Psicologia da

Educação, ou em palestra e trabalhos em grupo.

46

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A pesquisa teve como foco objetivo e diretivo, os alunos do curso

PARFOR que mesmo conhecendo o termo bullying, possuem dificuldades em

diferenciar a forma indireta e direta das agressões.

Diante disso e do resultado parcialmente favorável à hipótese, propõe-se

que através da disciplina Psicologia da Educação, seja elaborada a inclusão de

temas sobre bullying e também a inclusão do tema em conteúdo programático

de disciplinas sobre comportamentos na escola, com a finalidade de ajudar os

profissionais a compreender de maneira aprofundada a origem deste tipo de

agressão e as consequências causadas aos participantes da ocorrência de

bullying.

47

CONCLUSÃO

O bullying, fenômeno mundial que despertou a atenção das instituições

a partir da década de 1990, devido às suas consequências aos agressores e às

vítimas destas práticas de violência, recebe um olhar atento para a maneira

como este tipo de agressão se torna constante no ambiente escolar.

Este trabalho propôs investigar se o profissional que atua nas escolas

possui a capacidade para identificar e intervir em uma situação de violência

física ou moral.

A partir da análise dos dados obtidos pelos questionários aplicados, foi

possível obter uma amostra das ideias que os alunos do curso PARFOR fazem

a respeito do bullying e pôde-se observar que há um conhecimento sobre o

termo bullying e as consequências que este tipo de violência acarreta para um

indivíduo. Porém constatou-se que o curso não oferece nenhum tipo de estudo

ou disciplina específica sobre o bullying, sendo mencionado somente em

palestras e um seminário na disciplina de Psicologia da Educação.

Considera-se relevante que o profissional que atua nas instituições

esteja preparado para lidar com a ocorrência de bullying em sala de aula e

compreender a dinâmica desse fenômeno. O professor precisa estar atento

para as brincadeiras e apelidos, que de forma indireta inicia a prática deste tipo

de violência.

A escola se torna o local onde as crianças e os adolescentes estão em

formação e em busca de sua identidade e os seus mecanismos de defesa não

estão totalmente desenvolvidos para lidar com os danos que o bullying pode

acarretar.

O indivíduo que agride ou sofre as violências geradas pelo bullying tem

maior possibilidade de desenvolver problemas de comportamento,

personalidade e autoestima em que apresenta dificuldades em estabelecer

expectativas e interagir na sociedade.

Todavia, a responsabilidade de prevenir e combater o bullying na sala de

aula não pode ser atribuída somente ao professor, mas estes profissionais

podem desenvolver um papel fundamental para que essas agressões não

façam parte do cotidiano escolar.

48

Espera-se com este trabalho, ter contribuído com a ampliação e reflexão

sobre o fenômeno bullying e a importância do papel do profissional da

educação frente a esta violência, no qual se constatou que seria essencial um

estudo aprofundado, obtendo subsídios necessários para transmitir os

conceitos de bullying aos alunos do PARFOR.

49

REFERÊNCIAS

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República Federativa do Brasil, Brasília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/Decreto/D6755.htm> Acesso em: 23 jun, 2013. CALHAU, L. B. Bullying o que você precisa saber: identificação, prevenção e repressão. 3 ed. Niterói: Impetus, 2011. CARVALHO, P.P. Bullying e Subjetividade: Estudo preliminar sobre o fenômeno bullying em escola pública de Uberaba-MG. 2005. Monografia (Graduação em Psicologia) – Universidade de Uberaba, Minas Gerais. CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM. Plano de ensino do curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formação dos Professores da Educação Básica (PARFOR). Lins-SP, 2005. CHALITA, G. Pedagogia da amizade - Bullying: o sofrimento das vítimas e dos agressores. São Paulo: Gente, 2008. ERIKSON, E. H. O ciclo de vida completo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

50

FANTE, C. Fenômeno Bullying: Como previnir a violência nas escolas e educar para a paz. 2 ed. Campinas: Verus, 2005. FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa.5 ed. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997. GUARESCHI, P.A.; SILVA, M.R. Bullying: mais sério do que imagina. Edipucrs, Porto alegre, 2008. HADDAD, f. Decreto n° 6.755. Brasília, 29 jan. 2009. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/Decreto/D6755.htm> Acesso em: 20 jun. 2013. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010 LOPES, NETO, A. A. (2005). Programa de redcción Del comportamiento agresivo entre estudiantes. Em C. B. Silva & C. M. Lisboa (Eds), Violência Escolar (p. 297-335). Santiago de Chile: Universitária, 2005. MALTA et al. Bullying nas escolas brasileiras: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE). Brasília, 2009. Disponível em: <www.scielo.org.br> acesso em: 10 de out. 2012. PILETTI, N. e C. Filosofia e História da educação. São Paulo: Ática, 1991. PRATES, D. C. PARFOR: um espaço de formação carregado de sentidos e significados a constituir o ser e o fazer docente. Rio Grande do Sul, 2012. Disponível em:<http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/534/516>. Acesso em: 02 de jul. 2013. SANTOS, L.P.R. O Papel do Professor Diante do Bullying na Sala de Aula. 2007. Monografia (Graduação em Pedagogia) - Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências de Bauru, Bauru.

51

SILVA, T. N. Bullying: só quem vive sabe traduzir. 2006. Monografia (Graduação em Serviço Social) – Universidade Católica de Pelotas, Pelotas.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ. Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Pedagogia – PARFOR. Pará, 2012.

52

APÊNDICES

53

APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

Foi feita uma pesquisa teórica que aborda o tema;

Desenvolvimento do tema em base das teorias usadas;

Histórico e definição sobre o sujeitos da pesquisa;

Sujeitos da Pesquisa: Alunos do curso PARFOR do 2º ao 5º semestre

no total de aproximadamente 22 alunos;

Apresentou-se o projeto de pesquisa à coordenadora do curso PARFOR

e determinada a data e a hora para aplicação do questionário nas

dependências do Unisalesiano em cada sala de aula do 2º ao 5º

semestre do PARFOR;

Realizou-se um pré-teste da pesquisa;

Foi lido o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), e serão

fornecidas as orientações para responder o questionário;

Em seguida aplicou-se um questionário contendo dez perguntas abertas

e duas perguntas fechadas;

Um questionário para cada aluno;

Pesquisa de análise quantitativa;

Em seguida foi feita analise dos dados obtidos pelo questionário;

Contendo base teórica na discussão dos dados;

Uma breve conclusão de tudo feito e obtido na pesquisa;

Houve uma proposta de intervenção;

Conclusão geral do trabalho realizado.

54

APÊNDICE B - Questionário

Questionário para os Alunos do curso de Pedagogia do PARFOR

Iniciais do nome

Idade Sexo Semestre

Profissão

Local de trabalho

( ) Educação Infantil Qual ano?

( ) Ensino Fundamental Qual ano?

( ) Ensino Médio Qual ano?

1. Você conhece o termo bullying?

( ) Sim

( ) Não

2. Você conhece ou já ouviu falar sobre os todos os tipos bullying?

( ) Sim

( ) Não

3. Em que situação podemos identificar o bullying?

( ) Alunos conversando no pátio da escola

( ) Alunos entrando em conflito com um professor

( ) Brigas entre alunos

( ) Humilhações e agressões repetitivas contra aluno

4. Em que locais o bullying pode ocorrer?

( ) Na escola

( ) No trabalho

( ) Na internet

( ) Todas as alternativas acima

55

5. O bullying ocorre de forma direta (agressões físicas e xingamentos

entre meninos).

( ) Concordo

( ) Concordo parcialmente

( ) Discordo

6. O bullying ocorre de forma indireta (fofocas, exclusão do grupo entre

meninas).

( ) Concordo

( ) Concordo parcialmente

( ) Discordo

7. O bullying afeta a autoestima das crianças e adolescentes.

( ) Concordo

( ) Concordo parcialmente

( ) Discordo

8. Você acha que esse tipo de comportamento, ou seja, o bullying pode

trazer consequências para os alunos?

( ) Sim, traz consequências físicas e emocionais

( ) Não traz nenhuma consequência

( ) Não sei

9. Durante as aulas do curso de Pedagogia (PARFOR) alguma vez foi

mencionado o termo bullying?

( ) Sim

( ) Não

10. Se sim, em qual disciplina?

________________________________________

56

11. Você teve aulas específicas sobre bullying?

( ) Sim

( ) Não

12. Se sim, em qual disciplina?

________________________________________________

57

ANEXOS

58

ANEXO A – Aprovação do projeto pelo comitê de ética em pesquisa

59

60

ANEXO B – Termo de responsabilidade da(s) instituição(ões)

61

ANEXO C – Termo de consentimento livre e esclarecido

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO (Resolução nº 01 de 13/06/98 – CNS)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL

1. Nome do Participante:

Documento de Identidade nº

Sexo:

Data de Nascimento:

Endereço:

Cidade: U.F.

Telefone:

CEP:

1. Responsável Legal:

Documento de Identidade nº

Sexo: Data de Nascimento:

Endereço:

Cidade: U.F.

Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):

II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. Título do protocolo de pesquisa: Alunos do curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR): um olhar sobre o Bullying.

2. Pesquisador responsável: ANA ELISA SILVA BARBOSA DE CARVALHO

Cargo/função: Professora

Inscr.Cons.Regional: CRP:06/72356

Unidade ou Departamento do Solicitante: Curso de Psicologia unisalesiano

3. Avaliação do risco da pesquisa:

SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR 4. Justificativa e os objetivos da pesquisa : Realizar uma pesquisa com os alunos do curso de Pedagogia do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) com a finalidade de investigar o conhecimento a respeito do bullying.

5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: Pesquisa de análise quantitativa;sujeitos da Pesquisa: Alunos do curso PARFOR; Será lido o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), e serão fornecidas as orientações para responder o questionário;será aplicado um questionário contendo dez perguntas do tipo aberta e duas perguntas do tipo fechada; Será um questionário para cada

x

62

aluno; No questionário terá: iniciais do nome, idade, sexo, semestre, profissão, local de trabalho (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e em qual ano atua; Após aplicação o pesquisador fará a análise quantitativa.

6. Desconfortos e riscos esperados: Não se aplica

7. Benefícios que poderão ser obtidos: A partir dos dados levantados sobre os conhecimentos dos estudantes do PARFOR em relação ao fenômeno bullying, apresentar esses dados para uma melhora na formação acadêmica dos estudantes.

8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: Não se aplica

9. Duração da pesquisa: Apos aprovado pelo CEP aproximadamente 3 meses

10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de pesquisa em 29 /08 /2013

III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PARTICIPANTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL

1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo.

2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento. 3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.

4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa.

5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos decorrentes da pesquisa.

IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 6 do inciso III, consinto em participar, na qualidade de paciente, do Projeto de Pesquisa referido no inciso II. ________________________________ Lins, / / 2013. Assinatura

____________________________________ Testemunha Nome .....: Endereço.: Telefone .: R.G. .......:

____________________________________ Testemunha Nome .....: Endereço.: Telefone .: R.G. .......:

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ANEXO D – Matriz Curricular de Pedagogia do Plano Nacional de

Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) – Disciplina de

Psicologia da Educação

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