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28

18

Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo GodoyChristiane Galusni [email protected]

Redação Érica BarrosThaís Façanha [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Grupo [email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e assinaturaCristiane dos Santos(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expediente editORiALProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

tecnologia é palavra-chave na nutrição e na produção de frangos de corte

Na edição de novembro de 2008 da Revista do AviSite, a crise econômica in-ternacional dava seus primeiros sinais e não se sabia qual seria o tamanho do de-safio para o ano que chegava. Agora que mais um final de ano se aproxima, a avi-cultura pode dar um suspiro de alívio e dizer que sobreviveu ao ano da crise, apesar da retração nos números de ex-portação, previsíveis devido ao cenário internacional.

Além disso, nesta edição da Revista, os leitores podem conferir a segunda parte da matéria que aborda a automa-ção na avicultura brasileira. Agora, é a tecnologia na produção de frango que está em pauta, mostrando que a auto-mação e a informatização são um cami-nho sem volta, mas que profissionais ca-

pacitados é que continuam (e continuarão) fazendo a diferença (página 28).

O uso das leveduras na alimentação avícola também está em destaque nesta edição. As matérias sobre nutrição sem-pre despertam grande interesse no setor, mas vale destacar este segmento, que apresenta grande potencial de cresci-mento no Brasil e se coloca como uma das alternativas viáveis ao uso de antibi-óticos promotores de crescimento (pági-na 36).

A próxima edição da Revista do AviSi-te contará com as previsões do Departa-mento de Agricultura dos Estados Uni-dos (USDA) e de representantes do setor avícola nacional, traçando cenários e perspectivas para o setor em 2010. Não perca!

Leveduras e seus derivados A evolução na alimentação avícola

AutomaçãoTécnicas ajudam na tomada de decisões e minimizam riscos

Produção Animal | Avicultura 3

Eventos ................................................................ 04Notícias Curtas .................................................... 06AviGuia ............................................................... 26Portfólio Aviguia ............................................... 56 ESTATÍSTICAS E PREÇOSProdução e mercado em resumo .......................................... 44Alojamento de matrizes de corte ......................................... 45Produção de pintos de corte ................................................ 46Produção de carne de frango ................................................47Exportação de carne de frango............................................ 48Disponibilidade interna de carne de frango ....................... 49Alojamento de matrizes de postura .................................... 50Alojamento de pintainhas comerciais de postura ...............51Desempenho do frango vivo no mês de outubro ............... 52Desempenho do ovo no mês de outubro ............................ 53Matérias-primas ..................................................................... 54

Sumário

36

Ciência AvícolaResíduos de galinhas

poedeiras e nova finalidade para penas são temas de pesquisa

58

Ponto final Mara Eliza Gasino Jolneau avalia o credenciamento do CDME

Postura em focoDia Mundial do Ovo motiva comemorações 16Informe Técnico-EmpresarialEspiroquetose Intestinal Aviária 24

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Eventos

4 Produção Animal | Avicultura4 Produção Animal | Avicultura

2009Novembro

11 a 13 de novembro I Congresso Internacional sobre Nutrição de Aves e SuínosLocal: Auditório do Instituto Agronômico de Campinas Av. Barão de Itapura, 1481Realização: CBNAInformações: www.cbna.com.brE-mail: [email protected]

18 a 19 de novembro V Encontro Técnico UnifrangoLocal: Centro de Eventos Araucária, Maringá, PRRealização: UnifrangoContato: (44) 2103-6600Informações: www.unifrango.com.br

Dezembro

2 e 3 de dezembro Workshop Atualidades e Futuro da Incidência e Controle da Bronquite Infecciosa na Avicultura BrasileiraLocal: IBE Centro de Convenções, Rua José Paulino, 1369, Centro, Campinas, SPRealização: FACTAContato: (19) 3243-6555Informações: www.facta.org.br/bronquiteE-mail: [email protected]

5 de dezembro Churrascão da AVIMIGLocal: Limas de Iguaratinga, Minas GeraisRealização: AVIMIGInformações: www.avimig.com.br

2010Janeiro

27 a 29 de janeiro 62ª International Poultry Feed ExpoLocal: Georgia World Congress Center - Atlanta, Geórgia – EUARealização: US Poultry & Egg AssociationContato: (770) 493-9401Informações: www.internationalpoultryexposition.com

Fevereiro

1 a 3 de fevereiro VIV Índia 2010Local: Bangalore International Exhibition Centre, Bangalore, ÍndiaInformações: www.viv.netE-mail: [email protected]

6 a 8 de abrilXI Simpósio Brasil Sul de AviculturaLocal: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SCRealização: Núcleo Oeste de Médicos VeterináriosE-mail: [email protected]

20 a 22 de abril VIV EuropeLocal: Utrecht, HolandaInformações: www.viv.net

Maio

25 a 28 de maioFeira Nacional do Frango (FENAFRANGO)Local: Passo Fundo, RSRealização: Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária e Sindicato Rural Informações: www.fenafrango.com.br

Agosto

23 a 27 de agosto XIII European Poultry Conference Local: Tours, FrançaInformações: www.epc2010.orgE-mail: [email protected]

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6 Produção Animal | Avicultura

As mais lidas no AviSite em outubro

1

A revista especializada Poultry International, publicada pelo Grupo Watt, divulgou o ranking dos principais

produtores de frangos das Américas (do Norte e “Lati-na”), Europa, África, Ásia e Oceania. Confira os vencedo-res na página 08.

Carne de frango: três brasileiras entre as cinco maiores do mundo

2

Um executivo do setor alerta que a avicultura de corte tende a apresentar constantemente o que

chama de “efeito serrote”, com altas e baixas contínu-as na produção. Isto só ocorre porque o potencial de produção instalado permanece visivelmente acima da demanda efetiva. Isso faz com que ao mínimo sinal de melhora do mercado o setor volte a produzir a pleno (ou quase pleno) potencial.

Alerta: “efeito serrote” pode se tornar uma constante na avicultura de corte

3

Em setembro passado, conforme a UBA, foram alojadas no Brasil 3,648 milhões de matrizes de

corte, 5,6% a menos que no mesmo mês do ano anterior. Em relação ao mês anterior a redução foi de 8,3% em valores nominais e de 5,2% em valores reais, ou seja, levando em conta o número de dias de um e outro mês. Leia mais na página 45.

Matrizes de corte têm o menor alojamento dos últimos cinco meses

5

O Ministério da Agricultura aprovou novos procedi-mentos “a serem adotados na fiscalização de

alimentos de ruminantes em estabelecimentos de criação e na destinação dos ruminantes que tiverem acesso a alimentos compostos por subprodutos de origem animal proibidos na sua alimentação” – o que inclui, entre os subprodutos da avicultura, a cama de frango, farinhas de vísceras e/ou de penas e farinhas de resíduos de abatedouros avícolas, cujo uso é proi-bido desde 2001.

MAPA aperta cerco contra produtos de origem animal na alimentação de ruminantes

4Na Lei 12.058 em que concedeu isenção de PIS e

Cofins para bovinos vivos e seus derivados cárne-os, a Presidência da República vetou artigo que previa a manutenção de isenção do Funrural para produtores pessoas físicas com produção animal destinada à reprodução ou à criação e à produção rural destinada ao plantio ou reflorestamento

Um pequeno produ-tor inconformado con-clui que “começa a se manifestar uma veia até agora desconhecida do nosso governo: tirar dos pobres (o produtor pessoa física) para dar aos ricos (o segmento de carne bovina)”.

Robin Hood às avessas?

Leia as últimas noticias do setor em www.avisite.com.br

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Produção Animal | Avicultura 7

Durante o XXI Congresso Latino-Americano de Avicultura, realizado

entre os dias 06 e 09 de outubro em Havana, Cuba, os delegados da Associa-ção Latino-Americana de Avicultura (ALA), em Assembléia Geral, elegeram o novo Conselho Diretivo da entidade, agora presidida pelo cubano Alberto Ramirez.

Assumindo a cadeira ocupada du-rante dois anos por Ariel Mendes, presi-

dente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ramirez terá pela frente o com-promisso de manter o ritmo de trabalhos da gestão anterior, em prol da solidifica-ção institucional e de parcerias do seg-mento avícola, além de visar à união dos países participantes da gestão.

Abaixo a nova composição do corpo diretivo da ALA que, pela primeira vez em muitos anos, não tem nenhum brasileiro.

A nova direção da ALA para o biênio 2009-2011 Cubano Alberto Ramirez é o novo presidente da associação

Corpo diretivo

Notícias | Brasil

Ex-presidente da ALA, Ariel Mendes, e atual presidente Alberto Ramirez

Associação Latino-Americana de Avicultura (ALA) Conselho Diretivo - Gestão 2009/2011

Presidente: Alberto Ramirez M., Cuba

Vice-Presidente Técnico: Roberto Domenech, Argentina

Vice-Presidente de Comunicações: Maria del Rosario De Falla, Guatemala

Vice-Presidente de Relações Públicas: Alfredo Vélez L., Nicaraguá

Secretário: Alberico Frachia, Uruguai

Tesoureiro: Pedro Mitma O., Peru

Vogal: Agustin Martinez, El Salvador

Conselho Fiscal: Titular: Francisco Tagliapetra, Venezuela; Suplente: Manual Acosta, Equador

Secretério Executivo: J. Isidoro Molfese, Argentina

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A revista especializada Poultry Inter-national, publicada pelo Grupo

Watt, dedicou a edição de outubro às maiores empresas avícolas do mundo em 2009. Individualizado por continen-te, estava o ranking dos principais pro-dutores de frangos das Américas (do Norte e “Latina”), Europa, África, Ásia e Oceania.

Juntando-se tudo, se chega, mesmo que aproximadamente, aos principais “players” do mundo na carne de fran-go. Com a conclusão de que, entre os cinco primeiros, três deles são empresas brasileiras.

Empresas brasileiras dominam as “top five” Três processadoras de frango estão entre as cinco maiores do mundo

Ranking

8 Produção Animal | Avicultura

Notícias | Brasil

FRANGORanking das maiores empresas do mundoMILHÕES DE CABEÇAS/ANO

Fonte dos dados básicos: Poultry InternationalElaboração e análises: AVISITE* Empresa norte-americana em processo de concordata, a Pilgrim's Pride está sendo adquirida pela brasileira JBS.

*Pilgrim's Pride

2.018

Estimativa do abate anual

1.9761.502

1.086734

Tyson FoodsEUA Brasil Foods

Brasil DouxFrança Marfrig

Brasil

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no dia

30 de setembro que o abate de fran-gos no segundo trimestre de 2009 aumentou 3,8% em relação ao trimes-tre anterior, o primeiro de 2009, mas retrocedeu 2,4% em relação a idêntico trimestre do ano passado.

A carne decorrente desses abates

teve um aumento de quase 5% sobre o trimestre anterior e redução de 4,2% sobre o segundo trimestre de 2008. Feitas as contas, os frangos abatidos no trimestre mais recente tiveram um peso médio 1% superior sobre o tri-mestre inicial de 2009 e redução de quase 2% sobre o segundo trimestre de 2008.

Abate de frango aumenta 3,8% no 2º trimestreCarne produzida teve um crescimento de quase 5%

IBGE

Através do Decreto nº 54.897/09, publicado na edição de 10/10/2009

do Diário Oficial do Estado de São Pau-lo, o governo paulista introduziu altera-ção no Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (RICMS).

Isso significou acrescentar ao Anexo III do RICMS artigo (de número 27) que abre crédito de 7% na saída interesta-dual da carne de frango in natura. Para conferir o decreto na íntegra, acesse www.netcpa.com.br/ato.asp?codigo=1957&tipo=Estadual.

Abatedouro de SP tem crédito de ICMS em venda interestadual Governo paulista acrescenta artigo nº 27 ao Anexo III do RICMS

Decreto

FRANGOAbate inspecionado* no segundo trimestre de 2009

Número de cabeças, peso total e peso médio

Trimestre Nº DE CABEÇAS(milhões)

PESO TOTAL(milhões/t)

PESO MÉDIO(kg)

2º de 2008

1º de 2009

2º de 2009

1,197

1,125

1,168

2,557

2,337

2,450

2,137

2,078

2,098

VARIAÇÃO EM RELAÇÃO AOS TRIMESTRES ANTERIORES

Sem o 1º de 2009

Sem o 2º de 2008

3,8% 4,9% 1,0%

-2,4% -4,2% -1,8%

Fonte dos dados básicos: IBGE | Elaboração e análises: AVISITE | * Inspeção federal, estadual e municipal

2005 2006 2007 2008 2009

EVOLUÇÃO DO ABATE DE FRANGOS NO 1º SEMESTRE (milhões de cabeças)

2.388

1.8541.909

2.1292.292

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Produção Animal | Avicultura 9

A previsão de executivos de empre-sas importadoras é de que no

quarto trimestre do ano os embarques de carne de frango dificilmente chega-rão, na média, as 300 mil toneladas mensais. Isso antecipa que os resultados do período serão inferiores aos registra-dos no trimestre passado, ocasião em

que as exportações (estimativa) devem ter ficado aquém das 310 mil toneladas.

Mantida a praxe em 2009, o recuo não se restringirá ao trimestre, mas ao ano. A redução, entretanto, não deverá ser significativa e pode girar em torno de meio por cento, o que significa cerca de 20-25 mil toneladas a menos que em 2008, ano em que foram registrados os maiores embarques da história das exportações brasileiras de carne de frango.

O gráfico mostra os trimestres finais dos exercícios em que os embarques do produto ficaram aquém do terceiro trimestre.

Anúncio de recuo japonês preo-cupa exportadores brasileiros

Terceiro maior importador mundial, o Japão tem no Brasil o principal forne-cedor de carne de frango. No ano pas-sado deixou em divisas por aqui, con-forme dados da ABEF, perto de US$1,2

bilhão, quase 17% da receita cambial obtida pelo país com as exportações de carne de frango.

Mas em 2009 isso vem mudando. Entre janeiro e agosto, as importações japonesas se resumiram a pouco mais de 195 mil toneladas de carne de fran-go, volume 31% inferior ao registrado no mesmo período de 2008. A receita gerada recuou bem mais, quase 50%.

Feitas as contas, o recuo nos embar-ques brasileiros observado em 2009, de 3,14% até agosto, tem como principal responsável o Japão. Pois enquanto as exportações totais do País apresentaram

queda de 78 mil toneladas, o volume importado pelo Japão recuou 90 mil toneladas.

Embarques de frango devem recuar no quarto trimestreRedução poderá girar em torno de 20-25 mil toneladas a menos que em 2008

Exportação brasileira

Notícias | Panorama Internacional

Recuo nos embarques brasileiros observado em 2009, de 3,14%

até agosto, tem como principal responsável

o Japão

CARNE DE FRANGOEvolução trimestral das exportações nos anos 2000

MIL TONELADAS

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10 Produção Animal | Avicultura

Preço dos cortes recuou 26,6% em agosto, em relação a 2008

Notícias | Panorama Internacional

A análise dos dados compilados pela Associação Brasileira dos

Produtores e Exportadores de Frango (ABEF) junto à SECEX/MDIC revela que a crise econômica mundial afetou, so-bretudo, as cotações dos cortes de frango, cujo preço recuou (dados de agosto) 26,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em oposição, o produto menos afetado foi a carne de frango salgada, com queda de preço inferior a 5% no período analisado.

Curiosamente, porém, quando ana-lisados os mesmos preços em um perío-do mais longo (24 meses), a carne sal-gada foi a única a apresentar evolução negativa – de exatos 2%.

Ave inteira é a que mais se valoriza na exportação Embarques

Indústrias avícolas concordaram em trabalhar de maneira cooperativa

Líderes das indústrias avícolas dos Estados Unidos e Brasil assinaram na

segunda semana de outubro um históri-co Memorando de Entendimento con-cordando em trabalhar de maneira coo-perativa em assuntos comuns enquanto

se mantêm como grandes competidores. Brasil e EUA representam 80% das

exportações de aves no mundo e con-cordaram em trabalhar juntos em objeti-vos comuns das indústrias, apesar da intensa competição entre eles. Derrubar

barreiras comerciais em todo o mundo, reduzir o impacto ambiental da produ-ção de aves e combinar as forças em segurança de alimentos são algumas das metas desses grupos. As informações foram divulgadas pela ABEF.

Brasil e EUA assinam Memorando de EntendimentoEmbarques

Representantes das entidades brasileiras e norte-americanas

CARNE de FRANGOEvolução de preços do produto exportado Agosto de 2009 em relação ao mesmo mês de 2008 e 2007

Variação em12 meses

Variação em24 meses

Fonte dos dados básicos: ABEF | Elaboração e análises: AVISITE

InteiroCortesIndustrializadoSalgadoPreço Médio

-18,2%-26,6%

-12,9%-4,7%

-18,6%

InteiroCortesIndustrializadoSalgadoPreço Médio

29,3%

-2%

1,1%

11,8%

8,7%

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Produção Animal | Avicultura 11

Notícias/Panorama Internacinal

O boletim do Serviço de Comerciali-zação Agrícola do Departamento

de Agricultura dos EUA (USDA) revela que nos sete primeiros meses de 2009, os 10 principais mercados de destino do frango dos EUA no Oriente Médio au-mentaram suas compras em 157%, o que significou “saltar” das 122 mil tone-ladas entre janeiro e julho de 2008 para 314 mil toneladas no mesmo período de 2009.

O USDA cita ainda que o Oriente Médio é o principal destino do frango do Brasil que, nos oito primeiros meses de 2009 (janeiro-agosto) exportou para a região 914 mil toneladas do produto, 20,6% a mais que no mesmo período

de 2008. Mesmo assim, o ganho obtido ficou visivelmente atrás daquele con-quistado pelos exportadores dos EUA que, entre janeiro e julho obtiveram só na região um aumento de volume de 52,8%.

Observe ainda no gráfico acima que no qüinqüênio 2005-2009 as exporta-ções dos EUA para o Oriente Médio aumentaram quase 200%, enquanto o incremento das exportações globais do país ficou em 33%.

Balanço de janeiro a setembroEntre janeiro e setembro de 2009,

enquanto as exportações brasileiras recuaram cerca de 4%, os embarques de

carne de frango destinados ao Oriente Médio aumentaram quase 20% em relação ao mesmo período de 2008 e, com um volume adicional de 168,2 mil toneladas, ultrapassaram ligeiramente o milhão de toneladas. Isso significou incremento de perto de 25% na partici-pação, que passou de 30,1% do total entre janeiro e setembro de 2008 para 37,5% neste ano.

Fora o Oriente Médio, apenas as vendas destinadas a países do continen-te africano registraram aumento. Mas embora o índice de incremento tenha sido quase similar (+19,5%), o adicional registrado (+49,3 mil toneladas) foi bem menos significativo.

EUA mira, agora, o Oriente MédioAmericanos tiveram um aumento de 52,8% na exportação para esta região

Carne de frango

CARNE de FRANGOEvolução de preços do produto exportado Agosto de 2009 em relação ao mesmo mês de 2008 e 2007

Variação em12 meses

Variação em24 meses

Fonte dos dados básicos: ABEF | Elaboração e análises: AVISITE

InteiroCortesIndustrializadoSalgadoPreço Médio

-18,2%-26,6%

-12,9%-4,7%

-18,6%

InteiroCortesIndustrializadoSalgadoPreço Médio

29,3%

-2%

1,1%

11,8%

8,7%

EUAEvolução das exportações globais de carne de frango e das destinadas ao Oriente Médio Quinquênio 2005-2009 (período janeiro-julho) 2005= 100

Fonte: USDA – Elaboração e análises: AVISITE

Exportação para o Oriente Médio

Exportação global

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12 Produção Animal | Avicultura

Dentro da indústria avícola, segmento apresenta o mais rápido crescimento

Notícias | Panorama Internacional

Citado pelo site FoodBizDaily, o primeiro Vice-Ministro da Rússia, Victor Zubkov,

afirmou que a indústria avícola russa já cumpriu todos os trâmites legais que per-mitirão, em futuro próximo, exportar carne de peru para os países árabes

Na atualidade, o segmento produtor de carne de peru é que vem apresentando mais rápido crescimento dentro da indústria

avícola. De acordo com o primeiro Vice-Ministro da Rússia, no ano passado foram repassados ao setor créditos no valor de 715 bilhões de rublos (cerca de US$14 bilhões). Além disso – ressalta – os emprés-timos direcionados ao agronegócio estão sendo realizados numa base preferencial. E se necessário, o governo está preparado para rolar as dívidas por até 11 anos.

Rússia vai exportar carne de peru para países árabes

Mercado externo

Após surto na Espanha, vírus aparece na China e no Japão

A queda rápida das temperaturas e a próxima chegada do inverno no

Hemisfério Norte já determinam o rea-parecimento dos casos de Influenza Aviária, problema típico do frio.

O tipo H7 da IA foi detectado em uma granja de postura comercial na região central da Espanha (Almoguera, província de Guadalajara). Esta foi a primeira ocorrência, no ano, de caso de alta patogenicidade em território euro-peu, que matou mais de 10% (três mil aves) do plantel da granja de poedeiras comerciais.

Menos de uma semana depois, o H5N1 foi detectado no sul da China, cidade de Guangzhou. Desta vez a espé-cie afetada foram os patos, aves que – para alguns pesquisadores – são porta-doras quase naturais do vírus sem serem por eles afetadas. O Ministério da Agricultura anunciou que, para um efeti-vo controle do problema, foram subme-tidos a sacrifício sanitário pelos serviços sanitários oficiais mais de 36 mil patos.

Além da China, o Japão também registra caso de Influenza Aviária. O Ministério da Agricultura anunciou a detecção de um vírus de baixa patogeni-cidade entre as aves de uma fazenda pertencente à família imperial japonesa.

Influenza Aviária volta a se manifestar

H5N1

Esse é o segundo caso, no mundo, de infecção de aves por esse tipo de vírus

Autoridades sanitárias da província de Ontário, no Canadá, relataram

no dia 20 de outubro a detecção do vírus da Influenza A H1N1 em uma granja local dedicada à criação de pe-rus. Aparentemente, esse é o segundo caso, no mundo, de infecção de aves por esse tipo de vírus. O primeiro foi

registrado no Chile em agosto passado e também foi registrado entre perus.

Excetuado o caso chileno, até agora a presença do H1N1 na produção ani-mal só havia sido detectada em suínos. Infecções do gênero foram registradas no Reino Unido, Noruega, Irlanda, Argentina, Canadá e EUA.

Canadá detecta vírus H1N1 em granja de perus

H1N1

COOPERATIVASPosição e participação

Fonte dos dados básicos: UBA e ABEFElaboração e análises: AVISITEOs números entre parênteses indicam a posição da cooperativano respectivo ranking.

Aurora (7)

Copacol (11)

C. Vale (15)

Lar (24)

Coopavel (28)

Languiru (33)

Copagril (43)

Total

C. Vale (7)

Aurora (9)

Copacol (10)

Lar (14)

Languiru (16)

Copagril (19)

Total

2,35%

1,44%

1,13%

0,78%

0,66%

0,55%

0,46%

7,37%

2,14%

1,88%

1,62%

1,18%

0,72%

0,58%

8,12%

Entre os 50 maioresabatedouros de frango

de 2007

Entre os 25 maioresexportadores de carne

de frango de 2008

Pesquisa foi conduzida por universidade húngara

Pesquisadores húngaros da Universidade Eötvös Loränd, de Budapeste, estão

despertando surpresas no mundo científi-co, pois apesar de se dedicarem às doenças aviárias, acabam de publicar o que aparen-ta ser um tratado sexual. Mas apesar de se dedicarem profundamente à avaliação das características de pênis e de vaginas, que-rem apenas demonstrar que é a anatomia dos órgãos sexuais de patos e patas que os torna hospedeiros quase naturais do vírus da Influenza Aviária.

Brincadeira? Pois relato a respeito foi publicado na edição do dia 19 de outubro, pela renomada publicação New Scientist (www.newscientist.com), que, entrevistan-do os pesquisadores de Budapeste, desco-briu que a hospedagem do vírus e sua disseminação para a mesma ou outras espécies têm tudo a ver com o tamanho do pênis dos machos e a complexidade da vagina das fêmeas.

Mais informações: www.newscientist.com/article/dn18002#

IA pode ser uma doença sexualmente transmissível

H5N1 II

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Produção Animal | Avicultura 13

Dados do site Investimentos e Notícias, afirmam que o De-

partamento de Justiça norte-ameri-cano anunciou no dia 15 de outu-bro a conclusão de sua análise sobre a aquisição da Pilgrim’s Pride pela JBS USA Holdings Inc, decidin-do-se pela aprovação da transação.

De acordo com os termos ne-gociados, a JBS USA irá adquirir ações representando 64% do capi-tal total da Pilgrim’s por US$ 800 milhões, representando um valor de firma de US$ 2,8 bilhões.

Apesar disso, a conclusão da aquisição está sujeita à aprovação final do plano de reestruturação pela Corte Falimentar. A JBS estima que isso aconteça até o final do ano.

“Tendo em vista nosso êxito nos segmentos de carne bovina e suína nos EUA, acreditamos estar bem posicionados para trazer a mesma energia para a Pilgrim’s Pride, seus funcionários e clientes”, afirmou em nota Wesley M. Batis-ta, CEO da JBS USA Holdings.

Justiça aprova compra da Pilgrim’s Pride pela JBSEmpresa irá adquirir ações representando 64% do capital total da Pilgrim’s

Aquisição

De acordo com o Valor Econômico, as coope-rativas agroindustriais brasileiras conversam

acerca da criação de uma “holding” unificando inclusive as operações internacionais – uma even-tual resposta à concentração de mercado defla-grada por Brasil Foods e Marfrig. Isso ocorrendo, teriam 20% do mercado de carne de frango e de suínos.

Os últimos dados da União Brasileira de Avi-cultura (UBA) a respeito datam de 2007 e mos-tram que naquele ano sete cooperativas agroin-dustriais se inseriam entre os 50 maiores abatedouros de frango do Brasil. Juntas, as sete responderam a 7,37% do abate nacional.

Já nas exportações, seis delas aparecem na relação da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango (ABEF) que, entretanto, traz um “ranking” mais sucinto: os 25 maiores exportadores brasileiros. Em conjunto, as seis cooperativas integrantes do rol responderam por 8,12% dos quase 3,646 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no ano passado.

Cooperativas pensam em criação de “holding”Empresas avaliam unificar operações internacionais devido à concentração de mercado

Reação

COOPERATIVASPosição e participação

Fonte dos dados básicos: UBA e ABEFElaboração e análises: AVISITEOs números entre parênteses indicam a posição da cooperativano respectivo ranking.

Aurora (7)

Copacol (11)

C. Vale (15)

Lar (24)

Coopavel (28)

Languiru (33)

Copagril (43)

Total

C. Vale (7)

Aurora (9)

Copacol (10)

Lar (14)

Languiru (16)

Copagril (19)

Total

2,35%

1,44%

1,13%

0,78%

0,66%

0,55%

0,46%

7,37%

2,14%

1,88%

1,62%

1,18%

0,72%

0,58%

8,12%

Entre os 50 maioresabatedouros de frango

de 2007

Entre os 25 maioresexportadores de carne

de frango de 2008

Empresas

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14 Produção Animal | Avicultura

Empresas

De olho em uma possível aquisição e na possibilidade de aumentar sua

participação de mercado, a alemã Dr. Oetker ingressou no último dia 9 de outubro com um pedido de oposição à fusão entre Sadia e Perdigão no Conse-lho Administrativo de Defesa Econômi-ca. Esse é o primeiro registro de oposi-ção ao negócio divulgado há cinco meses registrado na autarquia vincula-da ao Ministério da Justiça brasileiro.

Juliano Maranhão, advogado do escritório Sampaio Ferraz, contratado pela multinacional alemã, relatou que a

Oetker encomendou um estudo à con-sultoria americana Bates White para diagnosticar como ficaria o segmento de pratos congelados caso a fusão fosse aprovada sem restrições. Segundo a consultoria, a fusão irá dificultar a entrada de novas companhias no setor.

O levantamento apontou que a aprovação sem restrições provocaria um fenômeno chamado de “efeito portfólio”, ou seja, a blindagem do mercado por várias marcas fortes que, entretanto, pertencem a uma única empresa.

Oetker contesta fusão de Sadia e Perdigão

Oposição

Esse foi o primeiro registro de oposição ao negócio divulgado há cinco meses

Nas gôndolas da quarta maior rede inglesa de supermercados, a ASDA,

já é possível encontrar o peru inteiro com aroma de manteiga, produzido pela BRF – Brasil Foods, exclusivamente para ser comercializado com a marca própria do varejista.

O peru inteiro com aroma de mantei-ga, produzido em Carambeí (PR), é o resultado de oito meses de pesquisa e desenvolvimento, se tratando de um produto nobre de maior valor agregado, que até então saía do país como commo-dities, ou seja, a ave era vendida in natura para o varejista.

As aves foram pré-selecionadas, respeitando-se uma determinada faixa de peso, de acordo com as especificações do cliente. Já a essência do aroma teve que ser importada do Canadá, pois de acordo com as exigências dos ingleses, era ne-cessário ter uma quantidade específica de manteiga em sua composição.

Brasil embarca peru para o Reino Unido

BRF

Produto é o resultado de oito meses de pesquisa e desenvolvimento

Foto

: Hel

ena

de

Cas

tro

A Avepar está habilitada para lista geral sob o SIF 2512, que inclui o

estabelecimento na lista geral de expor-tadores de carnes de aves para carne de aves “in natura” e miúdos de aves “in natura”. “Agora a Avepar faz parte de um grupo seleto de empresas habilitadas para exportar com o aval do órgão cre-

denciador que é o Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O credenciamento para lista geral pelo MAPA foi assinado no dia 01 de outubro em Brasilia, e agora o frigorífico que tem capacidade para abater 200 mil aves/dia inicia as negociações com os traders e compradores.

Avepar está apto a exportarHabilitação

Com credenciamento, frigorífico inicia negociações com traders e compradores

Representantes da Avepar

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Produção Animal | Avicultura 15

Foto

: Hel

ena

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Cas

tro

Segundo o Valor Online, a Marfrig encerrou o terceiro trimestre de 2009

com resultados melhores que em igual intervalo do ano passado. A empresa anunciou recentemente a aquisição da Seara e o arrendamento de 12 plantas de bovinos que eram operadas pelos frigorí-ficos Margen e Mercosul.

O site ainda afirma que a receita líquida alcançou R$ 2,403 bilhões, 57% mais que no mesmo período de 2008. O

lucro antes de juros, impostos, deprecia-ção e amortização (lajida) subiu quase 60%, para R$ 272,5 milhões, e houve lucro líquido de R$ 200,5 milhões, contra prejuízo de R$ 52,7 milhões em 2008.

A empresa destacou, em comunica-do, alguns reflexos da contínua valoriza-ção do real em relação ao dólar. Como a maior parte da dívida é em dólar, “o efeito da apreciação da moeda brasileira gerou uma variação cambial ativa de R$

188,8 milhões, o que fez com que a companhia encerrasse o trimestre com um resultado financeiro positivo de R$ 68,7 milhões”.

Para terminar, o Valor afirmou que as dívidas da Marfrig ficaram estáveis. “No fim do terceiro trimestre eram R$ 4,595 bilhões, ante R$ 4,525 bilhões ao térmi-no do segundo trimestre deste ano. Conforme a companhia, 74,2% dessas dívidas são de longo prazo”, afirma.

Em expansão, Marfrig vê melhora no balançoReceita líquida alcançou R$ 2,403 bilhões, 57% mais que no mesmo período de 2008

Bons resultados

Segundo o site da Rádio Progresso de Ijuí (RS), a empresa Mais Frango deu

início, na terceira semana de outubro, ao abate no frigorífico, localizado à RS-330, em Miraguaí, RS.

De acordo com um dos diretores da Mais Frango, Adelir Weissheimer, atual-mente estão sendo abatidos 2.500 fran-gos. A meta é chegar ao abate de 10 mil frangos por dia.

Mais frango inicia abateMeta: 10 mil frangos por dia

Rio Grande do Sul

A Frangos Canção de Maringá (Norte do Paraná) realizou na penúltima

semana de outubro, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho (SIPAT) em todas as unidades da empre-sa. Com o tema “A segurança começa em casa”, o evento contou com palestras que abordam segurança no trabalho e cuidados com a saúde. Já foram realiza-

das ações na matriz, em Maringá, e nas filiais de São Manoel do Paraná e Douradina.

Foram realizadas palestras e aplicados questionários que abordavam questões como segurança no lar, direção defensi-va, saúde da mulher, doenças sexualmen-te transmissíveis e os benefícios da ginás-tica laboral e da atividade física à saúde.

Frangos Canção promove semana de prevenção a acidentes de trabalhoTreinamento foi realizado em todas as unidades da empresa

Evento

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Postura em Foco

Dia 09 de outubro, a segunda sexta-feira do mês foi comemorado o Dia

Mundial do Ovo. No Brasil, a Ovos Brasil marcou a data com a divulgação de relea-ses para a imprensa em geral. Mas não só isso. Entre setembro e outubro, o instituto marcou presença em dois eventos da área de saúde. Primeiro, entre 24 e 26 de se-tembro, no V Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional e IV Congresso Brasileiro de Nutrição Esportiva Funcional, em São Paulo. Depois, de 1 a 3 de outu-bro, no I Congresso Brasileiro de Alimen-tação Coletiva, em Porto Alegre.

No primeiro evento, a Ovos Brasil promoveu uma ação gastronômica espe-cial em seu estande, convidando o chef Renato Carioni, do restaurante Cosi (em SP) a apresentar sua maior especialidade: o Ovo Mollet, cozido com técnicas rigoro-sas para que atinja o ponto perfeito de cozimento. No mesmo evento, o produto ainda foi tema de workshop ministrado pela nutricionista Valéria Paschoal, com o tema “Ovo, chocolate e óleo de coco: as gorduras do bem e seus componentes bioativos”.

Já em Porto Alegre foram divulgadas informações sobre as propriedades nutri-cionais do ovo e seus principais benefícios à saúde. O também nutricionista Gabriel de Carvalho, introdutor do termo Nutrição Funcional no País, apresentou a palestra “Ovo: alimento funcional”, onde expôs os principais benefícios do ovo e sua impor-tância na dieta humana. Uma das princi-pais conclusões dos estudos do profissio-nal é o apontamento da proteína do alimento como uma das mais qualificadas entre as demais. “O ovo oferece uma

proteína barata, de altíssimo valor biológi-co, de elevada digestão e de ótima absor-ção. Muito melhor do que o leite, a carne ou qualquer outro músculo, é um alimen-to incomparável em termos de qualidade”, afirma Carvalho. Foi promovida também uma degustação de omeletes feitos na hora no próprio estande, oferecida pela empresa Naturovos.

A cada ano, o Dia do Ovo ganha crescente relevância em vários países da América Latina. Na vizinha Argentina aconteceu a 4ª edição da Semana Gour-met do Ovo, com a participação dos prin-cipais nomes da gastronomia do país, que apresentam receitas à base do alimento. De acordo com a Câmara Argentina dos Produtores Avícolas (CAPIA), em 2009 os argentinos devem consumir 212 ovos por pessoa. No Brasil, dividindo-se a produção total de ovos pelo número de habitantes do País, tem-se um consumo de 149 ovos per capita anuais.

Coincidindo com a data, o Instituto Nacional Avícola (INA), do México, divul-gou que em 2009 os mexicanos devem consumir 21,9 quilos de ovos frescos per capita, contra 21,7 quilos em 2008. Feitas as contas (média de 60 gramas por ovo), isso corresponde ao consumo de um ovo per capita/dia.

Além de serem os primeiros do mun-do no consumo do alimento, os mexica-nos seguem ampliando a demanda do produto.

Ovos Brasil marcou presença em eventos da área de saúde

Data motiva comemorações em todo o mundo, inclusive no Brasil

Dia do Ovo

16 Produção Animal | Avicultura

O nutricionista Gabriel de Carvalho e o chef Renato Carioni no estande na Ovos Brasil em São Paulo

Ovo Mollet servido em degustação Estande da Ovos Brasil em evento em Porto Alegre

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Produção Animal | Avicultura 17

No fim do primeiro semestre efetivo de galinhas poedeiras aproximava-se dos 110,5 milhões de cabeças

O levantamento trimestral do IBGE relativo à produção animal brasi-

leira mostrou que no segundo trimes-tre de 2009 foram produzidas no País 580,832 milhões de dúzias de ovos,

volume que representou aumento de 2,22% sobre o mesmo período do ano passado, mas que se manteve pratica-mente estável (variação de apenas 0,08%) em relação ao trimestre ime-diatamente anterior, o primeiro de 2009.

Em termos reais, porém, a produ-ção do período abril-junho foi negativa também em relação ao período janei-ro-março de 2009. É que o segundo trimestre tem um dia a mais que o primeiro. Isso considerado, o trimestre foi encerrado com um recuo de 1,02%.

No mesmo levantamento, o IBGE informa que o efetivo de galinhas no último dia do trimestre subiu de 107,988 milhões de cabeças no segun-do trimestre de 2008 para 110,373 milhões de cabeças no mesmo período

de 2009, correspondendo a um incre-mento de 2,2%, mesmo índice de aumento observado na produção de ovos.

É oportuno notar que o levanta-mento inclui não apenas as poedeiras comerciais, mas também matrizes de corte e postura.

Sudeste detém quase a metade do plantel de poedeiras

O levantamento trimestral realiza-do pelo IBGE sobre a produção de ovos de galinha também aponta que no fim do primeiro semestre deste ano (30 de junho de 2009) o efetivo brasi-leiro de galinhas poedeiras aproxima-va-se dos 110,5 milhões de cabeças, apresentando um incremento de 2,2% sobre o plantel existente na virada do primeiro para o segundo semestre de 2008.

Alguns dos resultados apresenta-dos coincidem totalmente com aqueles levantados pela própria avicultura. Assim, por exemplo, correspondeu a 49% do total o volume de pintainhas de postura alojadas pela Região Sudes-

te em 2008, enquanto no Centro-Oes-te e no Norte do País esse percentual girou em torno de, respectivamente, 10% e 3%.

Há, porém, significativa diferença nas Regiões Sul e Nordeste. Enquanto as pintainhas alojadas no Sul corres-ponderam a 18% do total, o plantel levantado pelo IBGE representa 25% - sete pontos percentuais a mais, o equi-valente a quase oito milhões de cabeças.

Em função desse acréscimo no Sul, no Nordeste, naturalmente, aconteceu o oposto. Assim, enquanto as pintai-nhas alojadas no Nordeste representa-ram 19% do total alojado nacional-mente, o plantel de poedeiras representa apenas 13% - seis pontos percentuais a menos.

A diferença observada talvez seja ocasionada pela contabilização, entre as galinhas poedeiras, das reproduto-ras de corte. Como a Região Sul é quem mais aloja no País, seu plantel efetivo de fêmeas acaba sendo maior que o apontado apenas pelo alojamen-to de pintainhas de postura.

Volume de ovos permaneceu estávelIBGE - 2º trimestre

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18 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

Karolina Von Zuben Augusto, doutoranda em Enge-nharia Agrícola pela Universidade Estadual de Cam-

pinas e com graduação e mestrado concluídos em Zootec-nia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, teve sua pesquisa inscrita e aprovada pelo I Simpó-sio Internacional sobre Gerenciamentos de Resíduos de Animais (Sigera), que aconteceu entre os dias 11 e 13 de março em Florianópolis, SC.

Com o título “Redução de volume e peso durante a compostagem de dejetos de galinhas poedeiras”, o estudo foi conduzido como trabalho final de mestrado da douto-randa.

Karolina destaca que a avicultura de postura brasileira representa hoje uma das explorações animais que empre-gam maior tecnologia em sua produção. “Como conseqü-ência disso, há a oportunidade de instalar um alto núme-ro de animais por área, produzindo grande volume de dejetos e de outros resíduos dentro da propriedade”, diz.

Ela afirma que com a obrigatoriedade legal e ambien-tal de tratar os dejetos gerados, a opção de tratamento de-ve levar em conta a diminuição do volume e do peso des-ses resíduos. “A compostagem é um dos tratamentos que pode ser adotado e que proporciona uma redução no vo-lume e no peso dos dejetos no produto final que é o com-posto orgânico. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a redução de volume e peso durante a composta-gem dos dejetos oriundos de granjas de postura que utili-zam diferentes tecnologias, a fim de auxiliar o produtor no gerenciamento e manejo de dejeto”, explica Karolina Augusto.

A estudante completa que a escolha do tema do traba-lho foi importante para geração de dados ao produtor, que escolhe a compostagem como tratamento na tomada de decisão para a escolha do local do processo, do manejo a ser adotado, dos materiais necessários para sua condu-ção, planejamento e destino do produto final, o compos-to orgânico.

Com os resultados obtidos neste trabalho, é possível afirmar que a compostagem é extremamente eficiente na redução do volume e peso dos resíduos gerados, agregan-do valor ao material

O Sigera é uma promoção da Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuárias e Agroindustriais (Sbera - www.sbera.org.br), com a co-pro-moção da Embrapa Suínos e Aves. Os trabalhos aprovados pelo evento envolveram principalmente temas como resí-duos da avicultura, suinocultura, bovinocultura e aqui-cultura.

Confira a seguir o trabalho de Karolina V. Z. Augusto na íntegra.

Resíduo de galinha poed eira é tema de pesquisaEstudo aprovado pelo I Sigera teve como objetivo auxili ar o produtor no gerenciamento e manejo de dejetos

Compostagem de

dejetos da avicultura

de postura de dois

diferentes sistemas de

produção realizada na

UNESP Jaboticabal

Dejetos depositados sob as gaiolas numa granja convencional de produção de ovos

Medição de volume das leiras de compostagem.

Funcionários da UNESP

Jaboticabal pesando as

leiras de compostagem

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Produção Animal | Avicultura 19

Autores: Karolina Von Zuben Augusto1; Jorge de Lucas Júnior2; Adélia Pereira Miranda3 (1 - Doutoranda em Engenharia Agrícola, Feagri UNICAMP Campinas, 2 - Profes-sor Titular do Departamento de Engenharia Rural, UNESP Jaboticabal, 3 - Doutoranda em Zootecnia, UNESP Jaboticabal)

Introdução A intensificação do setor produti-

vo agropecuário e a corrida por ofer-ta e preço também acometem a avi-cultura de postura substituindo as instalações convencionais por novas tecnologias de automatização, alian-do maior capacidade de alojamento à menores custos e preços finais ao produto tradicional com alta quali-dade.

No Brasil são alojadas atualmente cerca de 85,2 milhões de poedeiras com uma produção anual de 67,3 mi-lhões de caixas de 30 dúzias de ovos (UBA, 2007).

Conseqüên-cia inevitá-

vel à

o p o r -tunidade

do elevado alo-jamento de poedeiras, há a maior ge-ração de dejetos nas propriedades necessitando manejos diários, o que muda as características do resíduo. Estes quando dispostos sem prévio tratamento no meio ambiente com-prometem a qualidade do solo, do ar e da água, com contaminação dos mananciais pelos microrganismos, risco de toxidade aos animais e às plantas e depreciação do produto,

porém com percepção em médio em longo prazo.

Para o seu uso como fertilizante, o dejeto deve sofrer tratamento, que pode ser um processo de fermentação microbiológica ou cura, que irá pro-vocar a decomposição da matéria or-gânica. Este processo é denominado de compostagem, também classifica-da como técnica idealizada a fim de acelerar a estabilização aeróbia e a humificação da porção fermentável dos resíduos vegetais e animais atra-vés da ação de microrganismos espe-cíficos obtendo-se como produto fi-nal o composto orgânico (KIEHL, 2002). Este pode ser aplicado no solo com várias vantagens sobre os fertili-zantes químicos de síntese, exercen-do influências tanto nas proprieda-des físicas quanto nas propriedades químicas do solo.

Diante do exposto, nesta pesquisa teve-se como objetivo o acompanha-mento do processo de compostagem dos dejetos provenientes de dife-rentes tipos de instalações de poedeiras no intuito de fa-cilitar o seu manejo e seu tratamento, transfor-mando-o de resíduo potencialmente po-luidor num com-posto orgânico de alto valor fertili-zante e econômi-co.

Material e Métodos

O período expe-rimental compreen-deu 90 dias de com-postagem tendo sido confeccionadas três leiras por tratamento e dois trata-mentos utilizando-se dejetos de

galinhas poedeiras de mesma genéti-ca, em fase de produção, mesma ida-de, recebendo manejo e dieta iguais, entretanto provenientes de dois siste-mas de instalação diferentes; o siste-ma de produção em baterias verticais automatizadas (L1), no qual os deje-tos foram retirados com um dia de depósito sob as gaiolas, por esteiras coletoras; e o sistema de produção convencional em gaiolas (L2), no qual o dejeto permaneceu armazena-do por 260 dias sob as gaiolas de cria-ção, conforme manejo da granja.

Nos dois tratamentos adicionou-se serragem de eucalipto e bagaço de canadeaçúcar como fontes de carbo-no (C), em quantidades suficientes para obter equilíbrio da relação C/N e de umidade recomendados à com-postagem (KIEHL, 1985; KIEHL 2002; ATAGANA, 2004; AUGUSTO, 2005).

Foram monitorados o volume se-manalmente e o peso das leiras men-

Resíduo de galinha poed eira é tema de pesquisaEstudo aprovado pelo I Sigera teve como objetivo auxili ar o produtor no gerenciamento e manejo de dejetos

Redução de volume e peso durante a compostagem de dejetos de galinhas poedeiras

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20 Produção Animal | Avicultura

Ciência Avícola

salmente, por meio de uma caixa de madeira confeccionada com dimen-sões conhecidas a fim de obter o volu-me por cálculos geométricos e por meio de uma balança eletrônica, res-pectivamente. O controle de umidade

foi realizado semanalmente com adi-ção de água, quando necessário, man-tendo-se umidade próxima a 50%.

Resultados e DiscussãoNas Figuras 1 e 2 estão apresenta-

das as médias de redução de volume das leiras, as tendências e as equações de redução, respectivamente, durante o processo de compostagem.

Observando as figuras percebe-se que as reduções de volumes são mais

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Produção Animal | Avicultura 21

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Ciência Avícola

representativas no início do processo de compostagem, precisamente até a 5ª semana, quando a atividade micro-biológica é mais intensa e ocorre maior

perda de umida-de.

Esses resultados corroboram com os de GORGATI (2001), quando sub-meteu resíduos urbanos à composta-gem e obteve maior redução do volu-me no início do processo, aproximadamente, 47%. Do início ao final do processo de compostagem houve redução de volume de 63,33 e

52,26% para os tratamentos L1 e L2, respectivamente.

Quanto às tendências de redução de volume os trata-

mentos demonstraram comportamentos seme-lhantes. As equações que estimam a redu-ção de volume consi-derando o período de formação das lei-ras são valiosas para o planejamento de áreas destinadas à compostagem, com subseqüente melho-ria da utilização do

espaço (AMORIM, 2005).

Sendo que x repre-senta o número de se-

manas após o enleiramen-to e y o volume, em m3. A

redução de peso das leiras de compostagem foi expressiva,

sendo que os resultados encontra-dos foram de 72,30% de média de re-dução de peso no tratamento L1 e

44,70% no tratamento L2. Esse fato se deve às diferenças na composição dos materiais, pois os diversos componen-tes da matéria orgânica apresentam di-ferenças quanto à suscetibilidade à de-gradação.

Componentes como açúcares e proteínas são rapidamente degrada-dos, enquanto celulose e lignina ne-cessitam de períodos mais longos para que os microrganismos consigam de-gradá-los (Grossi citado por ALVES, 1996). Na Tabela 1 estão representados os pesos medidos a cada 30 dias de processo. Vale lembrar que pequenas alterações no peso das leiras durante o processo se deram devido ao acrésci-mo de água no sistema para controle de umidade.

Conclusões

Com os resultados obtidos neste trabalho podemos concluir que a compostagem é extremamente efi-ciente na redução do volume e peso dos resíduos gerados, agregando valor ao material. Estas informações são de extrema importância para o processo de compostagem, pois, além de moni-torar a eficiência do processo com re-lação aos parâmetros físicos e micro-biológicos, geram dados para o planejamento e dimensionamento de uma planta de compostagem e poste-rior aplicação do composto orgânico na agricultura.

22 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 23

Na tentativa de equacionar os proble-mas de poluição ambiental resultan-

tes do abate de aves e causados mais especificamente pelas penas, pesquisado-res de vários continentes se dedicam à questão, tentando encontrar um fim útil para o que, até agora, é apenas resíduo de lenta decomposição. Estima-se que alcan-cem, no mundo, cinco milhões de tonela-das anuais, das quais apenas pequena parte é transformada em matéria-prima para rações.

Recentemente, a revista do AviSite abordou o resultado de pesquisas que transformaram as penas em “tanque” de combustível ou, então, no próprio combus-tível. Agora, um pesquisador do Serviço de Pesquisas Agrícolas do Departamento de Agricultura dos EUA (ARS/USDA, na sigla em inglês) anuncia o desenvolvimento de um processo que possibilita produzir plásti-co a partir das penas das aves. Mas não é um plástico qualquer (ou poluente, como são os plásticos) e, sim, biodegradável. Mais ainda: capaz de liberar no solo, lenta-mente, o nitrogênio necessário às plantas.

O responsável pela novidade é o quími-co Walter Schmidt, que atua no Laborató-rio de Gestão Ambiental e Utilização de Subprodutos do ARS/USDA localizado em Beltsville, estado de Maryland.

O material é feito por equipamentos de processamento de plásticos tradicionais, com penas de galinha e outros de fácil obtenção e de origem natural. Os plásticos originados de penas podem ser moldados como qualquer outro e têm propriedades muito semelhantes aos de produtos como polietileno e polipropileno. Isso faz com que o plástico derivado da pena seja exclu-sivo para embalagem ou qualquer outra aplicação de alta resistência e biodegrada-bilidade desejada.

A pesquisa descobriu ainda que a fibra de penas poderia ser adicionada em plásti-cos atualmente utilizados para fazer com-postos. Essas fibras reforçam os compo-nentes do material além de reduzir seu

peso. Atualmente os aditivos e enchimen-tos utilizados nos plásticos da indústria de automóvel, por exemplo, adicionam peso significativo nas peças do carro, sendo as fibras de penas uma alternativa viável a estes aditivos.

Por sinal, o plástico biodegradável é apenas mais uma das criações de Schmidt que, desde os anos 1990 vem procurando aplicações mais úteis para as penas das

aves e, com suas pesquisas, desenvolveu um método de produção de fibras de penas que – isoladamente ou em combina-ção com polpa de madeira – podem ser transformadas em papel utilizável, por exemplo, na fabricação de filtros (de papel) ou absorventes.

Aproximadamente 1.814.400.000 (1 bilhão, 814 milhões e 400 mil) quilos de penas são geradas a cada ano durante o processo de produção de aves, resultando em um grave problema dos resíduos sóli-dos agrícolas. Esta nova aplicação, não só é uma solução para um problema ambien-tal, mas também uma solução econômica, pois aumenta o valor comercial das penas.

Mas por que, na atual pesquisa, o químico do ARS/USDA está utilizando sua descoberta para a fabricação de vasos plásticos? Simplesmente porque parte de seu trabalho está sendo financiado pelo Instituto de Pesquisas Hortícolas, também do ARS, que busca para o plantio de vege-tais recipientes ao mesmo tempo resisten-tes e biodegradáveis.

Neste caso, o produto desenvolvido por Walter Schmidt concentra uma série de vantagens: utiliza como matéria-prima um resíduo poluente da natureza; desintegra-se no meio ambiente em um espaço de tempo que varia de um a cinco anos; e, por fim, deposita nitrogênio no solo. O próximo passo é a produção em escala.

Produto final não polui e é capaz de liberar no solo o nitrogênio necessário às plantas

Pesquisadores produzem vasos plásticos a partir de penas

Biodegradáveis

No processo desenvolvido pelo ARS/USDA, as penas são moídas, transformadas em pó e convertidas em pellets. A seguir, com o uso de uma injetora de plástico, produz-se o objeto desejado, como por exemplo, vasos plásticos biodegradáveis

Walter Schmidt no centro e outros pesquisadores que participaram do estudo

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24 Produção Animal | Avicultura

IntroduçãoA Espiroquetose Intestinal Aviá-

ria (EIA) é uma doença entérica causada por algumas formas pato-gênicas da Brachyspira sp. (ante-riormente chamada de Trepone-ma).

O primeiro cultivo e caracteri-zação de uma espiroqueta intesti-nal ocorreu em 1952 em uma amos-tra isolada do rúmen bovino. No entanto, até a década de 80, poucos trabalhos foram descritos investi-gando a ocorrência e o significado da colonização de espiroquetas no trato gastrintestinal de aves. Após, vários estudos foram publicados re-lacionado as espiroquetas intesti-nais com doença entérica e quanti-ficando impacto econômico na avicultura de corte e postura.

AgenteAs Brachyspiras são bactérias

anaeróbicas estritas, flageladas, em formato helicoical. São comumente encontradas no ceco e reto de gali-nhas mas nem sempre estão asso-ciadas com doença clínica. No en-tanto, algumas formas patogênicas da Brachyspira, aliado a fatores como estresse, nutrição, ambiência,

uso de promotores de crescimento, entre outros, podem favorecer o de-sencadeamento da EIA. As aves de postura comercial e as matrizes de corte são as categorias mais afeta-da.

Até o momento, a Brachyspira pilosicoli, a Brachyspira intermedia e a Brachyspira alvinipulli foram relacionadas com EIA. Ao contrá-rio, a Brachyspira innocens e a Bra-chyspira murdochii, apesar de pre-sente em muitas amostras, ainda não foram relacionadas com doen-ça clínica.

DoençaClinicamente, o quadro da EIA

caracteriza-se por uma diarréia su-baguda ou crônica que, usualmen-te, acomete parte do lote. As fezes são, comumente, de cor marrom a marrom esverdeado (Figura 1). Apesar de haver alguns relatos de aumento de mortalidade dos lotes afetados, em geral, a mortalidade é muito baixa ou quase imperceptí-vel. O quadro clínico brando da EIA, aliado a dificuldade de isola-mento e identificação das Brachys-piras sp tem dificultado o diagnós-tico clínico da EIA no Brasil.

Apesar dos sinais clínicos serem brandos, as perdas econômicas re-lacionadas a EIA são consideráveis, tanto em aves de postura comercial quanto matrizes de corte. A queda na produção de ovos varia 5-12% quando comparado a uma lote não afetado (Burch, D) (Figura 2) . Além disso, também foram descritos um aumento da fragilidade dos ovos e do percentual de cascas dos ovos marcadas com fezes. Em matrizes de corte, Smit et al., (1998) observa-ram uma queda de 3% do número de ovos eclodidos. Estes autores ob-servaram um aumento significati-vo do número de pintos fracos no momento da eclosão. Também ob-servaram, em muitos casos, uma piora significativa do desempenho

da conversão alimentar e do ganho de peso de frangos de corte de ma-trizes afetadas.

O tratamento da EIA pode ser feito com alguns antibióticos, sen-do que a resposta ao tratamento é boa, principalmente quando o lote é tratado no início do ciclo de pos-tura. As Brachyspiras sp são alta-mente sensíveis a tiamulina, me-diamente sensíveis a lincomicina e tilosina (Hampson e Stephens, 2002). Esses mesmos autores obser-varam que aproximadamente 50% das amostras analisadas eram resis-tentes a tilosina. Recentemente e corroborando com os relatos ante-riores, Burch et al (2009) relataram sucesso no tratamento de lotes com EIA com tiamulina.

PrevalênciaEm termos globais, a prevalên-

cia da Brachyspira sp ainda não está totalmente estabelecida, mas exis-tem trabalhos consistentes indican-do uma alta prevalência em vários países. Na Holanda, Dwars et al., (1989) analisando 179 lotes de aves de postura comercial, observaram que, 27,6% dos lotes que tinham problemas entéricos, foram isoladas Brachyspiras patogênicas. No en-tanto, somente foram isoladas Bra-chypiras em 4,4% dos lotes sem histórico de problemas entéricos. Este resultado indica uma possível relação entre problemas entéricos e a presença de Brachsypiras patogê-nicas. Na Austrália, em 50 lotes tes-tados, a prevalência foi de 42,9 e 68,2% para lotes de matrizes e pos-tura comercial, respectivamente.(Stephens & Hampson, 1999). Na Itália, Bano et al. (2005) estudando granjas de postura comercial, ob-servaram a presença da Brachyspira em 72,4%, sendo que 31% dos lotes estavam infectados com Brachyspi-ra patogênica (B. pilosicoli ou B. intermedia). Estima-se hoje que aproximadamente 70% dos lotes de

Espiroquetose Intestinal Aviária

Informe Técnico-Empresarial

Uma realidade BrasileiraMéd. Vet. Guilherme Borchardt Neto, Msc, DMV - Gerente de Produtos P&P, - Novartis Saúde Animal Ltda

FIGURA 1: Aparência típica das fezes em aves com Espiroquetose Intestinal Aviária (EIA)

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Produção Animal | Avicultura 25

postura comercial na Inglaterra usem medicamentos de forma pre-ventiva e/ou curativa para o contro-le da EIA.

Identificação no BrasilNo Brasil, ainda são escassas as

informações sobre a presença das es-piroquetas patogênicas nas produ-ção avícola comercial. Neste sentido, a Novartis Saúde Animal em coope-ração com o laboratório Simbios Biotecnologia iniciaram a pesquisa de Brachyspira patogênicas em lotes de postura comercial e matrizes de corte. O objetivo deste trabalho é

pesquisar a presença no Brasil das formas patogênicas da Brachyspira em lotes de postura comercial e ma-trizes de corte.

Até o momento, foram analisa-das 37 amostras oriundas de 5 gran-jas de postura comercial localizadas no Sul do Brasil. A metodologia uti-lizada para a pesquisa e identifica-ção da Brachyspira sp foi o nested PCR (PCR “aninhado”).

Foram identificadas Brachyspi-ras patogênicas em 56,7% das amos-tras (Figura 2), o que sugere a pre-sença do agente da EIA em níveis relativamente altos em nossos cria-

tórios.Apesar da pequena amostragem,

estes resultados são semelhantes aos encontrados na Holanda, Austrália e Inglaterra e sugerem que a Brachys-pira possa estar amplamente difun-dida nas criações brasileiras.

A Novartis continua a pesquisa da Brachyspira em outras regiões do Brasil. Além disso, a Novartis está buscando parceiros em Universida-des, Centros de Pesquisas e laborató-rios de diagnóstico para ampliar os estudos dos impactos deste agente nas nossas condições.

Implicações O isolamento do agente da EIA

em granjas brasileiras em grande parte das amostras e em todas as granjas testadas até o momento si-nalizam que a EIA é uma realidade na avicultura brasileira. Desta for-ma, torna-se necessário que os téc-nicos considere a EIA como possibi-lidade de diagnóstico em caso problemas entéricos. É necessário também ampliar os estudos dos im-pactos das Brachyspiras patogênicas nas condições nacionais.

Referências

Bano et al. (2005) In: Proc. Of the 3rd International Conference on Colonic Spirochaetal Infections in Animals and Humans. P.56-57

Burch, D. – International Poultry Production, n.15 v.8

Burch et al. (2009) – Avian Pa-thology, n.35, p.211-216

Dwars et al. (1989) – Avian Pa-thology, n.18, p.591-595

Hampson & Stephens, (2002). Report of intestinal spirochaetes in-fections in chickens. Report for Ru-ral Industries Research and Develo-pment Corporation, RIRDC Nº02/087. www.rirdc.gov.au

Shephens & Hampson, (1999). Avian Oathology, n.28. p.447-454.

Smit et al., (1998) Avian Patholo-gy. n.27. p.133-141.

FIGURA 2: Curva de produção de ovos em lotes afetados comparativamente com o padrão da linhagem.

FIGURA 3: Percentual de identifi-cação de Brachyspiras patogênicas (B. intermetia, B. pilosicoli e B. hyodysenteriae) em amostras de fezes de aves de postura comercial brasileiras.

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26 Produção Animal | Avicultura

A Alltech foi catalogada como uma das oito companhias

“verdes” segundo a Revista Inc. A empresa é uma das primeiras com-panhias na área de saúde animal a ser incluída nesta lista. Além de ser qualificada como uma das companhias no topo da consciên-cia ecológica, a Alltech também aparece em uma posição destaca-da na lista de rendimentos (66ª posição), empregados (79ª posi-ção) e crescimento bruto (97ª posição).

A cada ano, a Revista Inc. e a Inc.com (www.inc.com) celebram as conquistas dos mais destacados

empreendedores da atualidade. A lista representa a visão abrangente do segmento mais importante da economia: a dos empresários de mentalidade independente da América.

Programa Alltech Young Scientist atrai estudantes de todo o mundo

Até o dia 29 de janeiro de 2010 estarão abertas as inscrições para o Alltech Young Scientist, prêmio criado pela própria empresa com a intenção de estimular pesquisas inovadoras e o desenvolvimento de estudantes de graduação e pós-

graduação de todo o mundo. Para participar, os interessados

deverão escrever um artigo cientí-fico de 3000 palavras (graduação) ou 5000 palavras (pós-graduação) envolvendo algum dos temas rela-cionados a soluções naturais na alimentação animal sugeridos no site do prêmio. Estão aptos a parti-cipar do programa estudantes de qualquer área da ciência animal que atualmente estejam inscritos em um curso de graduação ou pós-graduação em uma universidade.

Mais informações: www.allte-chyoungscientist.com.

Empresa tem novo gerente brasileiro em filial na Colômbia

Além do recente reconheci-mento que a Alltech recebeu, a empresa designou o brasileiro Carlos Ronchi como novo Gerente Geral da filial da Alltech na Colômbia. Carlos Ronchi é gradua-do em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia, trabalhou durante cinco anos na Rezende Alimentos e quatro anos e meio na Granja Planalto.

A Desfar Laboratórios Ltda, que participa do mercado de produ-

tos veterinários através da sua divi-são Des-Vet Produtos Veterinários, foi oficialmente certificada no dia 18 de setembro de 2009 com a norma ISO 9001/2008.

Durante os últimos meses a

empresa sofreu amplo processo de avaliação em todo o seu sistema de gestão. Foram atendidos todos os requisitos obrigatórios da norma, que em resumo organiza a empresa para focos como: cliente, que é a principal razão da busca da certifica-ção; fortalecimento da capacidade

de gerenciamento interno com foco no desenvolvimento e treinamento das pessoas; comprometimento de todos com melhoria contínua do sistema e uma relação de parceria com fornecedores.

Saiba mais em www.desvet. com.br

Alltech destacada pela Revista Inc.Companhia “verde”

Empresas catalogadas são as de mais rápido crescimento dos EUA

Representantes da Alltech

Des-Vet recebe certificação ISO 9001/2008

Sistema de gestão foi avaliado

AviGuia: produtos, serviços e empresas

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Produção Animal | Avicultura 27

Durante os últimos anos a Nutriad cresceu organicamente e através

de aquisições no mercado mundial de aditivos, e mais que triplicou sua fatia de mercado. Com este crescimento tor-nou-se natural que uma imagem mais independente fosse adotada, refletindo sua posição de liderança como especia-lista no desenvolvimento, manufatura e vendas de aditivos mundialmente.

A mais antiga operação da Nutriad data de 1963, sob a marca Feed Flavors, tendo seqüência com a International Additives (estas duas posteriormente formaram a BFI Innovations) e a Nutri-ad International. Em 2000, estas empre-sas foram consolidadas sob o Grupo Inve, formando uma estrutura que se provou capaz de gerar grande cresci-mento de mercado e a geração de soluções efetivamente inovadoras para

produção animal. Presente no Brasil desde 2004, a

Inve Nutriad experimentou grande crescimento e representa hoje a maior operação da empresa no mundo fora de sua origem, na Europa. O Diretor da

Subsidiária Brasileira, Paulo Portilho, acredita que o novo nome da empresa reflete de forma positiva na atividade da companhia.

Para mais informações, acesse o site www.inve.com

Inve Nutriad lança nova identidade, imagem e muda nome

Novidade

Diretor da Subsidiária acredita que novo nome reflete de forma positiva na companhia

Econase XT no mercado europeuAprovação

Produto da AB Vista é o primeiro enzimático à base de xilanase

A AB Vista anunciou a obtenção da aprovação de uso/registro

do Econase® XT no mercado euro-peu. O produto é o primeiro e único enzimático à base de xilanase, intrin-sicamente termoestável (sem revesti-mento), que já revolucionou merca-dos como México, Brasil, EUA e Índia.

Ensaios independentes já de-monstraram o valor de Econase® XT tanto em aves e suínos, recebendo rações à base de milho ou de trigo.

A efetividade do produto em incre-mentar a digestibilidade das rações leva a um aumento na eficiência de uso do alimento com conseqüente redução nos custos de produção. Para obter mais informações sobre o produto, envie e-mail para [email protected] ou entre no site www.abvista.com

Empresa é patrocinadora de Simpósio Europeu

A AB Vista foi patrocinadora

“Silver” do 17° Simpósio Europeu de Nutrição Avícola (ESPN), realizado em Edimburgo, em agosto passado. O evento aconteceu durante quatro dias na Heriott-Watt University, na capital escocesa atraindo um número recorde de participantes.

A empresa esteve presente com 15 membros da equipe internacio-nal, juntamente com alguns de seus principais clientes de todo o mundo (a delegação brasileira contou com um grupo de 9 técnicos).

Leia as últimas noticias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

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28 Produção Animal | Avicultura

Ao ouvir profissionais renomados para esta reportagem produzida

pela Revista do AviSite, a equipe da publicação recebeu respostas pareci-das dos entrevistados. Todos acredi-tam que a tecnologia na produção de frangos de corte cresceu a passos lar-gos a partir da década de 90, mas que a evolução proporcionada pela chegada de novas tecnologias pode ir mais longe. As expectativas são

grandes. Há técnicas e equipamen-tos que já estão presentes nos Esta-dos Unidos e em países da Europa e que ainda não chegaram ao Brasil. É importante lembrar, no entanto, que algumas tecnologias atendem á de-

manda destes países. A apanha me-canizada das aves prontas para o abate é um exemplo disso. Aviários na Europa e nos Estados Unidos, on-de a pouca mão-de-obra existente para a avicultura é cara, já traba-lham com equipamentos com esta tecnologia que pode reduzir em 70% o número de funcionários necessá-rios para o processo de apanha. Os equipamentos para o processo auto-mático são semelhantes a tratores agrícolas, que pegam as aves no gal-pão, colocam-nas nas caixas para transporte e ainda transportam as mesmas para o caminhão.

No entanto, a qualidade da apa-nha manual ainda é superior e o Bra-sil depende desta qualidade, que in-terfere diretamente na qualidade de carcaça da ave. A afirmação é de Francisco Bersch, gerente da área de avós da Perdigão (atual Brasil Foo-ds), mas que também foi responsável técnico pelo setor de frangos da mes-ma empresa. “A qualidade da carcaça não é a mesma com a apanha meca-nizada. O bem-estar das aves tam-bém é mais garantido no processo manual e uma equipe bem treina-da”, diz.

Valter Bampi, diretor agropecuá-rio da Big Frango, acredita que a área de transporte das aves até o abate-douro deve ser mais explorada no fu-turo, visando melhorias na redução de perdas e a qualidade de pele. Ele concorda que o bem-estar não é ga-rantido com a apanha mecanizada e sugere que novos avanços devem ser buscados na tentativa de resolver es-

Técnicas de automação ajudam na tomada de decisões e minimizam riscos

Automação | Avicultura de corte

28 Produção Animal | Avicultura

A produção de frangos de corte em evolução

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Produção Animal | Avicultura 29

ta questão. Ele justifica: “É cada vez mais difícil conseguir mão-de-obra qualificada para a etapa que compre-ende o embarque das aves nos cami-nhões de transporte”.

Há outros casos em que falta in-fra-estrutura para expandir ainda mais as tecnologias que já chegaram à produção nacional. De acordo com Bersch, os sistemas de automação que controlam os galpões podem estar in-tegrados à rede de telefonia celular (veja mais detalhes no subtítulo A utili-zação da informática para auxiliar a to-mada de decisões). Qualquer alteração nas instalações pode ser avisada nos telefones móveis, como já acontece em outros países. Ele explica que no Brasil falta uma boa estrutura de rede elétrica na zona rural, para que mais este avanço possa se consolidar por aqui. E isso deve demorar. Dois equi-pamentos hoje comuns na produção de frangos de corte, os bebedouros do tipo nipple e os comedouros automá-ticos, tiveram papel importante na evolução da avicultura, mas demora-ram anos para se consolidar por aqui. E ainda assim, há alguns aviários que não contam com estas tecnologias, apesar das grandes vantagens. O nip-ple trouxe qualidade à água de bebi-da das aves graças ao sistema de fil-tragem que compõe o produto. O equipamento permite ainda que as aves ingiram a máxima quantidade de água colaborando para o desen-volvimento de seu potencial de cres-

cimento. Com relação ao comedouro automático, uma das maiores vanta-gem deste equipamento é o menor es-forço para o produtor, que de outra forma é o responsável pelo transpor-te da ração dos silos para os galpões.

A fabricante de equipamentos Casp afirma: “Já que 70 % dos custos da produção avícola se concentram na ração e sabendo-se que a conver-são alimentar é um dos principais fa-tores de custo e remuneração para os produtores, torna-se imprescindível a utilização de equipamentos automá-ticos com recursos que possam per-mitir facilidades no manejo e preci-são da regulagem, de maneira que a variável mão-de-obra possa ter pouca influencia no resultado final”.

A demora da consolidação dos be-bedouros e comedouros no Brasil também pode ser justificada pela ne-cessidade de ajustes para se adequar à realidade brasileira. Marcos Langaro, Gerente Comercial para a região Sul da Tecnoesse conta que quando o ni-pple chegou ao Brasil, a vazão de água do bico era pouca, já que a tem-peratura na Europa é fria. Aqui no Brasil a exigência da água é maior e o resultado zootécnico caiu porque a ave estava ingerindo menos água. Quando se percebeu este problema, os bebedouros foram ajustados para uma maior vazão.

Aguinaldo Bulla, Gerente de Ex-pansão da Frangos Canção, afirma que hoje todo o trabalho de um aviá-

rio pode ser operado com precisão pela automação, evitando falhas ope-racionais humanas. Opinião pareci-da é compartilhada por Langaro: “Te-mos condições de implantar uma granja de aves de corte praticamente 100% automática, desde o comedou-ro, bebedouro, aquecedores a lenha, a gás ou a diesel, nebulizadores de al-ta pressão (400 psi), exaustores com cone e sistemas de abertura da persia-na com centrifugo, pesagem automá-tica da ração, controle das cortinas, painéis de umidificação nas entradas de ar, até os painéis automáticos, que têm papel fundamental principal-mente no controle da temperatura e umidade relativa do ar dentro do avi-ário”.

No que se refere às novidades na área de automação, os técnicos e em-presários do setor lembram princi-palmente dos avanços na área de am-biência, vacinação via ovo e na introdução do conceito de Zootecnia de Precisão.

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Francisco Bersch: Em alguns países, os sistemas de automatização já estão integrados à telefonia celular

Nipple trouxe qualidade à água de bebida das aves e comedouro automático permitiu livrar o produtor da tarefa de transportar a ração

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30 Produção Animal | Avicultura

Automação | Avicultura de corte

Com a tecnologia para vacinação via ovo no incubatório e não mais nas granjas, é possível garantir a pa-dronização e a eficácia da profilaxia e o tempo que seria gasto pelo produ-tor nesta operação pode ser dedicado ao controle da qualidade em outros processos. Francisco Bersch aposta ainda na sexagem do ovo. Para ele, o Brasil depende da qualidade da ener-gia, da melhora da comunicação da área rural e do momento econômico para receber o que de mais recente existe em tecnologia. É o mesmo pro-cesso percorrido pelo nipple no iní-cio dos anos 90, quanto seu custo era alto a tecnologia importada.

A possibilidade de desenvolvi-mento de técnicas para a sanitização automática da água, que hoje ainda é feita de forma manual, é lembrada por Bampi, da Big Frango. Ele sugere que a aplicação ou reposição das pas-tilhas de cloro seja feita de forma au-tomática, como já acontece em algu-mas empresas do norte do Paraná, que possuem a tecnologia semi-auto-mática para este fim. “A água e a ra-ção representam os principais ingre-dientes na alimentação do frango. No entanto, por vezes, a água não re-cebe a mesma importância da ração, que passa pelo conceito de boas práti-cas de fabricação nas fábricas”.

Ele também ressalta que para que novas tecnologias sejam criadas e

adotadas é necessário que as empre-sas avícolas incentivem a realização de pesquisas.

Também falando sobre as novida-des da área de automação e suas van-tagens, Aguinaldo Bulla diz que a instalação nas entradas de ar do siste-ma de cooling, em substituição à pla-ca evaporativa, que tem um custo al-to e durabilidade curta, permitiu recentemente grande melhoria na ambiência dos aviários. Ele que expli-

ca: “A partir da utilização desta técni-ca, as cortinas nas entradas de ar fo-ram ligadas aos painéis e passaram a funcionar automaticamente confor-me a necessidade controlada pela pressão estática necessária para o funcionamento dos exaustores e a ve-locidade de ar desejada nos aviários”.

Já Marcos Langaro, da Tecnoesse ressalta que o clima ideal dentro dos galpões permite um resultado mais rentável do lote. “É importante inves-

Equipamento para apanha mecanizada de frangos desenvolvido pela empresa Lewis Mola, com sede nos EUA

Visão externa de galpão automatizado

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tir em equipamentos de mais quali-dade com maiores índices de eficiên-cia produtiva”.

Diego Cardoso Paiva, consultor técnico de Engenharia de Aplicação da Full Gauge Controls, também de-fende que é no controle da ambiência onde estão as maiores tecnologias, principalmente no sistema dark hou-se, que simula o dia e a noite artifi-cialmente, através da variação da lu-minosidade do ambiente (dimmer).

Valeria de Abreu, zootecnista e pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves, acredita que a introdução dos aviários dark house para frangos de corte (antes eram utilizados para cria-ção de matrizes) traz também novos desafios. “Precisamos fazê-los funcio-nar de maneira adequada para que possam apresentar os resultados es-perados. O desafio para a área de am-biência é grande, pois esse sistema tem que ser bem compreendido, ajus-

tado e até mesmo aprimorado. O mes-mo deverá ser feito com os aviários gigantes, que podem trazer resulta-dos gigantes, mas também problemas gigantes se não forem manejados ade-quadamente”, afirma.

Ela completa dizendo que a gran-de expectativa para a avicultura é o desenvolvimento de modelos de au-xílio à tomada de decisão. “Esse é um trabalho que está se iniciando, mas que em alguns anos poderá transfor-mar a maneira de se trabalhar a avi-cultura. Esses modelos podem, em tempo real, realizar todo o diagnósti-co (talvez de minuto a minuto) das condições gerais do aviário por meio de sensores e/ou biosensores e enviar comandos que farão com que os atu-adores façam um trabalho de corre-ção das anormalidades. Dessa manei-ra, as aves não estarão sujeitas às alterações que podem causar proble-mas no seu desenvolvimento”.

Com todas estas novas tecnolo-gias que vêm sendo incorporadas ao setor é possível aumentar os quilos de carne produzida por m². A pesquisa-dora Valeria alerta, no entanto, que esse aumento tem um valor crítico

Produção Animal | Avicultura 31

Valter Bampi: Ganho de escala possibilitado pela automação transforma o integrado em empreen-dedor avícola

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Automação | Avicultura de corte

que deve ser estabelecido com os ajustes e aprimoramentos dessas novas tecnologias, baseados no res-peito ao bem estar animal, nos ín-dices zootécnicos, na qualidade do ar dos aviários e na qualidade do produto final.

Outras vantagens da automa-ção são: minimização de riscos,

precisão na tomada de decisões, di-minuição de falhas operacionais humanas, menor necessidade de mão-de-obra e melhores condições de criação para os animais e de vi-da para o trabalhador. Para o con-sumidor, o principal benefício são os produtos com mais qualidade fi-nal e preços melhores.

Para que estas técnicas sejam empregadas, empresas e integrado-res analisam os investimentos e seu custo benefício. Segundo Pai-

va, da Full Gauge, as companhias sempre miram a lucratividade. “Com um sistema eficiente, seguro e de fácil manejo dentro do aviá-rio, o resultado final é melhor. Aves em um ambiente bem con-trolado crescem sem danos e ge-ram mais lucro”, completa.

Domingos Martins, da Uni-

frango, diz que a tendência é que os galpões menores e não automa-tizados desapareçam. “Em um sis-tema manual, não é possível criar mais de oito ou dez mil frangos. Os automatizados alojam cerca de 40 mil aves e garantem maior lu-cro”, afirma.

O fato de o Brasil ser grande produtor de soja e de milho, faz com que os gastos com rações se-jam relativamente baixos e “so-bre” capital para investir na auto-

Técnicos e empresários do setor lembram principalmente dos avanços na área de ambiência, vacinação via ovo e na introdução do conceito de Zootecnia

de Precisão

Valeria de Abreu, da Embrapa Suínos e Aves, lembra que, há 25 anos, a produ-ção de frangos era em pequena escala e muito trabalhosa. No sistema integrado, cada avicultor tinha um ou dois aviários, onde o produtor, sua esposa e filhos se dedicavam ao trabalho. As aves eram criadas na densidade de 12/ m² no inver-no e de 10/m² no verão, eram cerca de 5.000 frangos por aviário. Os galpões ti-nham 10 ou 12 m de largura x 50 a 100 m de comprimento e as construções possuí-am lanternim e telhas de barro. A água do bebedouro era trocada pelo menos duas vezes ao dia para evitar o aqueci-mento e também era realizada a limpeza do mesmo. Do 4º ao 11º dia os bebedou-ros eram substituídos gradativamente pe-los pendularese e a limpeza tinha que ser feita diariamente para evitar o acúmulo de ração, pó e excreções das aves no fun-do dos bebedouros, garantindo a quali-dade da água.

Atualmente, os aviários comportam 20.000 ou 25.000 e até 90.000 aves, nos aviários gigantes. Os bebedouros nipple são utilizados do primeiro ao último dia de criação das aves. A água passa por um conjunto de filtração, que mantém a qua-lidade da mesma, em seguida vai para os reguladores de pressão que tem um siste-ma integrado de limpeza (flushing) com as linhas dos bebedouros. Os nipples são acoplados em barras de 3 metros de com-primento permitindo montá-las em qual-quer comprimento do aviário. As linhas de nipple são suspensas por fixadores que são presos ao teto por um cabo acio-nado por uma catraca (manual ou elétri-ca) permitindo o ajuste da altura das li-nhas, tanto para atender as necessidades conforme a idade da ave, como para a re-tirada do lote e a limpeza da instalação.

Aguinaldo Bulla, da Frangos Canção, afirma que todo este controle automati-zado permitiu na avicultura moderna uma grande redução de custos, pois pra-ticamente quase todo o trabalho de um aviário é operado com precisão pela au-tomação evitando falhas operacionais humanas. O que não deixa dúvidas de que a automação está presente na avicul-tura brasileira.

32 Produção Animal | Avicultura

A evolução na produção de

frangos

Visão interna de aviário padrão 100% automático

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Produção Animal | Avicultura 33

Na opinião da pesquisadora da Embrapa, Valeria de Abreu, o que se pretende e se necessita para a evolução da avicultura é o estabelecimento de modelos de auxílio à to-mada de decisão, ou a introdução do conceito de Zootec-nia de Precisão. “Assumem papel de destaque os equipa-mentos que monitoram processos, ambientes e animais, que realizam aquisição automática e/ou análise de dados e executam ações com base nos dados coletados e analisa-dos, pois, permitem o conhecimento de vários fatores que afetam a produção”. Para ela, a partir da coleta, armazena-mento e análise dos dados dos animais e das demais variá-veis, diversas melhorias nos processos podem ser promovi-das, por meio de ajustes de parâmetros envolvidos.

O ciclo completo da Zootecnia de Precisão se inicia

com a compreensão de que a variabilidade é o ponto fun-damental, de que as várias tarefas que compõem as ativi-dades que são executadas num sistema de produção ani-mal necessitam de acompanhamento sistemático durante todos os seus processos e que as informações coletadas dia-riamente, juntamente com o acompanhamento das etapas de produção animal produzem dados estatísticos impor-tantes. A seguir entram as etapas de avaliação, controle e interferência.

O resultado de todo esse processo permite que o produ-tor utilize um sistema de suporte à decisão para auxiliar administrativamente ou gerencialmente as tomadas de de-cisão atendendo também a necessidade cada vez maior das propriedades de possuírem um sistema informatizado.

Zootecnia de Precisão

mação da produção de frango. A afirmação é de Aguinaldo Bulla, da Frangos Canção. “So-mos líderes na exportação porque temos o melhor custo x beneficio, a melhor sanidade e a proteína mais barata do mundo. Criamos frangos em verdadeiros hotéis 5 estrelas”, de-fende.

E mesmo com todos estes investimentos em automação, os produtores que compõem a mão-de-obra da avicultura de corte não são prejudicados. Esta opinião é compartilhada por vários técnicos do setor. Para eles, os tra-balhadores só têm a ganhar, inclusive, em qualidade de vida. Diego Paiva afirma: “Nos-so intuito é criar novas ferramentas, mais práticas e com menor custo, que gerem uma excelente quantidade de informações sobre o andamento de todas as etapas do processo da criação. Desta forma, estes trabalhadores dis-pensam menos tempo verificando o sistema”. Neste caso, o que pode acontecer é a necessi-dade de uma atualização do trabalhador que precisa conhecer o sistema.

Outro ponto importante, para o executivo da Unifrango, é o fato de a automação na avi-cultura proporcionar um rendimento interes-sante capaz de manter o homem no campo.

Já Valeria de Abreu explica que, a princí-pio pode-se imaginar que o processo de auto-mação substitua os trabalhadores na avicul-tura. Mas, na verdade, “existe hoje falta de mão-de-obra qualificada para este setor. A re-lação chega a ser inversa. Não é a automação que substitui os trabalhadores. É a falta de trabalhador que leva cada vez mais à automa-ção”. Francisco Bersch, da Perdigão, completa dizendo que a automação é muito benéfica, mas a produção só é alcançada com a partici-

pação dos trabalhadores. “O aproveitamento da tecnologia apenas auxilia”. Valter Bampi, da Big Frango, diz ainda que a automação e o ganho de escala transformam o pequeno produtor em médio ou grande e o integrado em empreendedor avícola.

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Automação | Avicultura de corte

Rafael Julio Crestani, Analista de Negócios da Agromanager Siste-

mas, conta que o setor avícola brasilei-ro e mundial tem uma grande quanti-dade de dados gerados para conhecer e melhorar a qualidade do frango e que pode contribuir com a tomada de decisões. A seguir, ele descreve o pro-cesso dos softwares para gerencia-mento da produção avícola:

“Para buscar novas alternativas e aprofundar os conhecimentos, é im-portante identificar os gargalos que prejudicam o desempenho da produ-ção. Um destes gargalos é a infinidade de dados que são gerados dentro de uma organização e que algumas vezes não são adequadamente analisados. A conseqüência disso é a falta de crité-rios que orientam as decisões empre-sariais. Sem critérios claros não pode haver decisões firmes e fundamenta-das.

Os registros dos dados da avicultu-ra traduzem em números os fatos que compõem a história de uma empresa. Esta história deve ser compreendida para que gere parâmetros que orienta-rão as decisões dos empresários e pro-fissionais do setor, a fim de conquistar o êxito na atividade pretendida. A uti-

lização da informática é sem duvida a ferramenta de apoio dos empresários para auxiliar nesta tarefa. Softwares de gerenciamento dinamizam ativi-dades, otimizam despesas e maximi-zam lucros, facilitando cada vez mais o gerenciamento da cadeia produtiva.

Qualquer atividade produtiva pre-cisa ter seus processos monitorados passo a passo, e de preferência em

tempo real. No setor avícola, várias características podem afetar o desem-penho diário do plantel, como clima, e genética, entre outros. É neste ponto que os softwares atuam: efetuando os controles que podem trazer resultados eficientes quando bem aplicados. Os softwares possibilitam gerar avalia-

ções precisas dos resultados, o que permite, mesmo durante o andamen-to da produção, ajustar os desvios de processo, visando maximizar a lucra-

tividade. Atualmente existem no mercado softwares específi-cos para a avaliação técnica e econômica da atividade avíco-la. Estes softwares constituem-se em ferramentas muito úteis às agroindústrias e aos criado-res, permitindo um acompa-nhamento mais detalhado dos resultados. A utilização dessa tecnologia permite planejar a produção a curto, médio e lon-go prazo. A grande vantagem de se utilizar sistemas informa-

tizados é a agilidade com que o volu-me de informações geradas pelo setor pode ser processada e analisada, além de garantir a rastreabilidade de toda a cadeia produtiva. Tarefas que pode-riam demorar 30 dias para resolução, têm a solução apresentada em poucos minutos”.

Diego Cardoso Paiva, da Full Gau-ge Controls, explica que já existem softwares de gerenciamento e moni-toramento a distância e permitem al-

terar valores de parâmetros de funcio-namento dos controladores, gerar relatórios gráfico e de texto e a visua-lização da instalação localmente ou via internet, pelo computador ou ce-lular.

“Este sistema de monitoramento e gerenciamento se estende também para o campo. Todos os benefícios que o controlador disponibiliza podem ser controlados de um computador sem que seja necessário ir até o aviário para saber o que está acontecendo com a climatização”, afirma.

Veja mais informações sobre em-presas que comercializam equipamen-tos para automação e softwares para gerenciamento na página 57.

A utilização da informática para auxiliar a tomada de decisões

Tarefas que poderiam demorar 30 dias para resolução, têm a solução apresentada em

poucos minutos

Esquema de funcionamento de outro software disponível

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Exemplo de software para gerenciamento da produção avícola.

Softwares de gerenciamento dinamizam atividades, otimizam despesas e maximizam

lucros, facilitando cada vez mais o gerenciamento da cadeia produtiva

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Produção Animal | Avicultura 35

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Nutrição

36 Produção Animal | Avicultura

Muito já foi dito sobre o uso de aditivos na alimentação avícola.

Universidades e empresas pesquisam o tema. O objetivo é o mesmo: melho-rar os resultados zootécnicos da pro-dução de frangos de corte e se preparar para um futuro em que a adição contí-nua de antibióticos em dose subtera-pêutica nas rações seja proibida no Brasil, como já acontece na Europa.

Velha conhecida da indústria ali-mentícia, a levedura surge como mais uma alternativa à possível proibição de antibióticos. Seu uso é muito di-fundido na Europa, e há países que fazem uso intenso das mesmas em ra-ções para aves. As leveduras agem como probióticos e estimulantes do sistema imune, oferecendo caracterís-ticas desejáveis com relação à substi-tuição de antibióticos.

Guilherme Wadt, zootecnista e membro da Gerência Técnica da AB Vista na América do Sul, explica que a utilização de leveduras tem papel ex-tremamente eficaz no controle da po-pulação bacteriana e na estimulação do sistema imune. “Diversos estudos provam que o fornecimento de leve-

duras vivas aumenta a altura de vilosi-dades, assim como remove diversos organismos patogênicos que a ela se ligam. Os beta-glucanos e mananos presentes na parede celular da levedu-ra, estimulam o sistema imunológico, fazendo com que a sobrevivência de

Leveduras: Aditivo natural para a alimentação avícolaTécnicos do setor relatam os benefícios e as expectativas com a utilização de leveduras e seus derivados

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Produção Animal | Avicultura 37

patogênicos seja prejudicada”, afirma.No geral, técnicos do setor defen-

dem o uso de alternativas ao antibióti-co e o uso destes medicamentos de for-ma responsável. Para Wadt, “com o uso de enzimas, leveduras, ácidos or-gânicos e outros coadjuvantes se torna possível deixar o uso de antibióticos como promotores de crescimento. Todavia, por questões não somente es-

tratégicas e operacionais, mas também de responsabilidade sanitária, não é prudente abandonar totalmente o uso terapêutico de antibióticos, que po-dem frear surtos infecciosos, e a proli-feração de patógenos que, quando não oferecem um risco iminente ao pró-prio consumidor, podem ocasionar perdas importantes ao setor produtivo.O caminho a seguir ainda é de ajustes no controle sanitário e no conhecimento dos formuladores a res-peito do tema. Com isso, poderemos baixar significativamente o uso de an-tibióticos, mas o abandono completo

desta ferramenta pode ser temerário em termos financeiros e irresponsável em termos sanitários”.

Na mesma linha, Ricardo Barbalho, zootecnista e Gerente comercial da ICC, afirma que o uso da parede celu-lar de levedura, um prebiótico, já é uma realidade com a finalidade de substituir os antibióticos. No entanto, ele acredita que os antibióticos conti-nuarão a ser utilizados de maneira prudente, de forma a resolver proble-mas pontuais e não de forma subtera-pêutica. Barbalho faz um alerta: “O MAPA está atento a isso, uma vez que cada vez mais o leque de antibióticos autorizado para uso como promotor de crescimento está sendo reduzido”.

Fernando Rutz, da Universidade Federal de Pelotas, lembra que, há al-guns anos, quando se começou a dis-cutir a retirada de antibióticos como promotores de crescimento tinha-se a idéia de que haveria uma perda irrepa-rável na produtividade avícola. “Hoje, essas perdas vão de zero a 20%, depen-dendo da base alimentar, das práticas de manejo, do controle ambiental e do uso de produtos alternativos a antibió-ticos como promotores de crescimen-to. Uma destas alternativas vem da própria levedura, o mananoligossaca-rídeo (MOS). O ideal seria o estabeleci-mento de um programa de saúde intes-tinal que envolva uma ou mais das seguintes alternativas: probióticos,

prebióticos, enzimas, ácidos orgâni-cos, óleos essenciais, glutamina, nu-cleotídeos e outros”, explica.

Ronnie Dari, engenheiro agrôno-mo e Gerente Técnico da Biorigin, também acredita que o MOS pode substituir os antibióticos com eficiên-cia. “A comunidade científica já estu-dou e elucidou o mecanismo de ação do MOS e centenas de experimentos já publicados relatam os seus efeitos como mantenedor e melhorador da saúde intestinal e do desempenho dos animais, substituindo ou sendo usado em conjunto com os antibióticos. O que as pessoas muitas vezes não enten-dem é o fato de que o MOS não pro-porciona as mesmas melhoras no de-sempenho dos animais em qualquer tipo de situação. Mas, isso não se deve esperar nem dos antibióticos”, diz, ob-servando que o uso dos derivados da levedura vai aumentar conforme as necessidades do mercado e que a mas-sificação do uso destes produtos vai acontecer sem muita demora”.

ProduçãoFernando Rutz, da Alltech, cita

Leeson e Summers (2005), ao afirmar que a levedura de cerveja já era um in-grediente comum na dieta de mono-gástricos antes da identificação das vi-taminas do complexo B. “Mais recentemente têm sido utilizadas cul-turas vivas de leveduras. Estas culturas

Uso de leveduras tem papel eficaz no

controle da população bacteriana e na

estimulação do sistema imune

Guilherme Wadt

Cássia Yonemura (da ICC) Professor Lúcio Araújo (da USP) e Ricardo Barbalho (também da ICC)

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38 Produção Animal | Avicultura

Nutrição

contêm a levedura e o meio onde ela cresce”, afirma.

Foi no final dos anos 70, com a criação do Programa Nacional do Álcool - que estimulou o desenvolvi-mento da produção de álcool em larga escala e, consequentemente, o benefi-ciamento do creme de leveduras como um dos seus principais subprodutos - que vários trabalhos foram publicados avaliando a levedura como uma fonte de proteína, substituindo o farelo de soja nas dietas. Rutz explica que, mais recentemente, novas pesquisas têm demonstrado a viabilidade do uso de

levedura na dieta de animais através das diferentes funções desenvolvidas no organismo. Guilherme Wadt lem-bra que também beneficiou esse pro-cesso a disponibilidade da massa de leveduras produzida no processo de produção das cervejas, o que gerava uma quantidade de produto disponí-vel, especialmente na Europa, que de-via ser absorvido.

As leveduras mais utilizadas são as cepas de Saccharomyces cerevisiae, a

mesma espécie que se utiliza nas cer-vejarias. Há também cepas produzidas em usinas de álcool de cana-de-açúcar, de álcool de cereais e em fábricas de fermentos para panificação. Todas com potencial para aplicação na nutrição animal. Ronnie Dari lembra que, atu-almente, já há iniciativas de produção de levedura com o único objetivo de oferecer produtos para a alimentação humana e animal. “Algumas empresas através do desenvolvimento de tecno-logias específicas aprimoraram o perfil de sabor e de odor, bem como a extra-ção e purificação de alguns compo-

nentes funcionais, proporcionando um leque maior de produtos”, conta. Guilherme Wadt, da Ab Vista, comple-ta dizendo que os derivados mais en-contrados no mercado são Parede Celular de Levedura (comercializado como MOS por alguma companhias), MOS verdadeiramente dito (Manano-Oligossacarídeos), FOS (Fruto-Oligossacarídeos), Nucleotídeos e Leveduras Enriquecidas com Selênio, conhecido como Selenium-Yeast.

Adicionalmente, há os minerais orgâ-nicos que são produzidos a partir de leveduras, mesmo sendo estas mortas no processo.

O Brasil produz atualmente 75 mil toneladas de leveduras por ano, mas tem potencial para chegar a 500 mil toneladas no médio prazo. A afirma-ção é de Ricardo Barbalho. “Atualmente, apenas 20% das usinas que poderiam estar produzindo, realizam o processo de secagem de levedura. Hoje, a produ-ção é suficiente para atender a deman-da e o crescimento desta produção será ditado pelo mercado. E ainda exporta-mos cerca de 50% da produção brasi-leira de levedura para Ásia e Europa.”.

Modo de açãoGuilherme Wadt explica a dinâmi-

ca de funcionamento das leveduras: As leveduras agem na nutrição em duas frentes diferentes: vivas (ativas) ou mortas (inativas). No primeiro caso, agem como probióticos, colonizando o trato gastrointestinal, melhorando o perfil do pH no ceco, quebrando polis-sacarídeos em ácidos graxos voláteis, diminuindo a pressão de oxigênio, di-ficultando a fixação de patógenos e carreando microorganismos patogêni-cos com as excretas. As leveduras, ape-sar de colonizarem o lúmen, se des-prendem e são carreadas para as fezes. Como a parede celular da levedura tem grande afinidade com patógenos como E. coli e permanecem algum tempo sobre a superfície mucosa, as bactérias patogênicas acabam por fi-xar-se à levedura, que tem estrutura muito maior do que a da bactéria, e acabam estas carreadas também para as fezes. Neste caso, as inclusões são baixas, em produto extremamente concentrado e ativo, e o fornecimento deve ser diário, já que apesar da capa-cidade de colonização da levedura, a lixiviação sofrida ainda é grande e isso tende a diminuir a população de leve-duras caso não haja reposição via ali-mento.

No caso de utilização de leveduras mortas, o objetivo é aportar nutrien-

Secador de leveduras em destaque

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AF An Biorigin Feed Galinha.pdf 1 8/13/09 10:02 PM

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40 Produção Animal | Avicultura

Nutrição

tes, aproveitando vitaminas, polissa-carídeos e proteínas da massa de leve-duras, e parcialmente se beneficiar da adsorção de patógenos pela parede ce-lular da levedura. As inclusões são mais altas, já que entra como um in-

grediente via matriz nutricional. As leveduras mortas também possuem efeito probiótico, devido aos compo-nentes de sua parede celular e de seu conteúdo celular, que favorecem o de-senvolvimento de bactérias benéficas, por serem substratos para as mesmas.

Melhor desempenhoPara Guilherme Wadt, a maneira

mais eficiente de se alcançar avanços em performance com o uso de levedu-ras é escolher fornecedores idôneos e conhecer as características do produto.

“Usualmente, dosagens de leveduras vivas abaixo de 15.000.000 UFC/ani-mal/dia não geram os resultados espe-rados. Por isso, deve se ter grande aten-ção quanto à concentração do produto, assim como à dose administrada. Outro ponto importante a considerar é a origem e a eficiência da cepa, que quando desenvolvida com vistas à uti-lização nas dietas avícolas, terá mais chances de sucesso do que outras ce-pas não selecionadas para este fim. A conservação correta do produto tam-bém se faz importante”, ressalta.

Ronnie Dari acrescenta mais algu-mas dicas para a utilização de levedu-ras como fonte de nutrientes: trabalhar com fornecedores auditados, exigir certificado de análise de contaminan-tes químicos e biógicos. garantir a constância na composição e origem do produto, trabalhar com produtos de elevado teor protéico e alta digestibili-dade.

Mananoligossacarídeos (MOS)

Bastante lembrada por técnicos que trabalham na área de levedura, o mananoligossacarídeo (MOS), deriva-do da parede celular de leveduras

Saccharomyces cerevisiae, é um dos oli-gossacarídeos mais pesquisados e de ação prebiótica. Segundo Spring et al. (2000), a parede celular é separada do conteúdo intracelular e o líquido con-tendo MOS é evaporado (spray dry) para evitar a destruição da parte fun-cional da molécula de MOS. A parede celular da levedura é formada por glu-canos e mananos, em proporções simi-lares, e pode conter proteínas, enquan-to a quitina está presente em pequena quantidade (aproximadamente 1%). A estrutura da parede celular da levedu-ra é resistente à degradação das enzi-mas e bactérias do aparelho digestivo.

Ronnie Dari, da Biorigin explica ainda que o MOS neutraliza a capaci-dade de aderência da salmonela à pa-rede do intestino. “O MOS faz isso sem provocar a seleção de resistência nas salmonelas. É um produto sem ne-nhum tipo de restrição em qualquer mercado de qualquer parte do mun-do”, completa.

AvançosNo que se refere às leveduras e seus

derivados, há avanços recentes na área de produtos que podem trazer ainda mais benefícios.

Ricardo Barbalho conta que há dois anos a ICC trabalha com um con-ceito novo: a utilização de levedura hidrolisada, onde através de processos enzimáticos é possível alcançar uma disponibilidade de 90% de nucleotí-deos livres naturalmente presentes nas leveduras. “Este produto novo atua beneficamente na recuperação de tecidos, como os enterócitos intesti-nais e as células hepáticas. A ICC fir-

Ronnie Dari

Entre as leveduras e seus derivados, o MOS é citado por técnicos

do setor como o melhor alternativo aos

antibióticos

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Produção Animal | Avicultura 41

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42 Produção Animal | Avicultura

Nutrição

mou com a Universidade de São Paulo, (USP/ Pirassununga) e com o professor Lucio Araújo um convênio para o de-senvolvimento de uma série de experi-mentos com o uso de leveduras e seus derivados em rações para frangos de corte. Para tanto financiamos a cons-trução de um galpão aviário experi-mental para atender a esta necessida-de. Além destes trabalhos, alguns testes foram realizados na Universidade do Mississipi (EUA) e os resultados fo-ram publicados na última Poultry Fair de Atlanta, em janeiro passado. Estamos trabalhando no desenvolvi-mento deste produto há quatro anos e continuaremos estudando e pesqui-sando para chegar a resultados ainda melhores”.

Para Ronnie Dari, da Biorigin, as úl-timas novidades são os produtos à base de componentes específicos da parede da levedura (por exemplo, o β-glucano) ou do extrato (por exemplo, os nucleo-tídios), com funções específicas, como a melhoria da imunidade. “A melhoria da qualidade é outro processo que ain-da está acontecendo, com produtos mais ricos em determinados nutrien-tes, mais digestíveis, produzidos a par-tir de cepas de leveduras mais eficien-tes”.

Guilherme Wadt afirma: Há vários trabalhos em andamento e sempre sur-gem novas publicações sobre o uso de leveduras na nutrição animal. Os no-vos estudos têm focado na utilização de leveduras vivas e de derivados, assim como Selenium Yeast e outros dedica-

dos ao melhor entendimento dos me-canismos de ação dos mananos e beta-glucanos de leveduras.

Para Fernando Rutz, as últimas no-vidades em relação às leveduras dizem respeito a suas frações ricas em carboi-dratos com uma estrutura diferenciada da tradicional fonte de energia ou com-ponente de armazenamento para reser-vas energéticas. “Novas descobertas deram origem a um novo conceito de-nominado de glicômica, que se refere ao estudo e caracterização dos açúcares componentes das células e de sua estru-tura. Esta ciência oferece uma infinida-de de moléculas novas. Esta envolve estruturas como manose, frutose, lac-tose, galactose, estaquiose, glicose e ra-finose, entre outras. Estas são os blocos de construção desses açúcares comple-xos. Os oligossacarídeos podem ser iso-lados a partir de leveduras (e de outros vegetais) e apresentar atividades bioló-gicas bastante distintas, entre elas al-ternativas para promotores de cresci-

mento e moduladores do sistema imunológico como mananoligossacari-deos ou adsorventes de micotoxinas como os glucanos. Além disso, foi ob-servado que vários compostos conten-do selênio, como a selenometionina e selenocisteina (chamados selênio orgâ-nico) podem ser obtidos da levedura e apresentam, entre outras funções, um efeito direto no DNA, estimulando ou inibindo genes, o que é explicado por uma nova ciência denominada de nu-trigenômica”, completa.

“O que já está bom pode ser melhorado”

Técnicos do setor acreditam que, embora o uso da levedura na alimenta-ção avícola tenha avançado bastante no que se refere a novos produtos e qualidade, ainda há o que percorrer. Ronnie Dari, da Biorigin, afirma: “Faltam estudos, mas sempre faltará. A busca de conhecimento não pára nun-ca. E isso é a melhor parte da história. O que já está bom pode ser melhora-do”.

Guilherme Wadt, da Ab Vista espe-cifica dizendo que faltam estudos apro-fundados sobre cepas, tipos de levedu-ras e detalhes do seu modo de ação ainda, que podem ajudar a elucidar melhor o funcionamento deste tipo de produto. “Sem dúvida, a produção científica ainda encontra muito espaço para novos conhecimentos no campo da utilização de leveduras”.

Fernando Rutz finaliza: “A pesquisa com leveduras e suas frações não pára.

Novas descobertas são feitas a cada dia. Após uma revisão, Araujo e Silva (2009) concluíram que mais pesquisas são ne-cessárias na área de leveduras inativa-das e hidrolizadas”.

Leia mais sobre leveduras na seção Ciência & Tecnologia do AviSite: www.avisite.com.br/cet

Última noticia da página 27, acertar linha fina para: Produto da AB Vista é o primeiro enzimático à base de xilanase

Fernando Rutz

Galpão na USP construído pela ICC

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Produção Animal | Avicultura 43

O uso das leveduras inativas como microingrediente nobre

de ação profilática, com baixos níveis de inclusão, vem apresentan-do excelentes resultados em aves, e pode ser uma excelente ferramenta para quem busca utilizar um produ-to natural para produção animal.

Segundo Ricardo Barbalho, gerente de vendas da empresa o

potencial brasileiro para a produção de leveduras pode saltar das atuais 75.000 tons anuais e chegar a mais de 500.000 tons/ano, ou seja, em um ambiente cercado de restrições ao uso de diversos melhoradores de performance tradicionais, as levedu-ras surgem como uma excelente alternativa, não só do ponto de vista nutricional, mas como um melhorador de performance sem restrições na criação de aves e suí-nos.

A ICC atua neste segmento há 18 anos e apresenta uma linha completa de soluções baseadas neste ingrediente, dentre os produ-tos que a empresa comercializa destacam-se o Star Yeast e MaxiCell Pró (leveduras inativas), Immuno-wall, (prebiótico à base de MOS e beta glucanas) e o Hilyses (levedura

hidrolizada – fonte de nucleotídeos).Hoje além de comercializarmos

os produtos aqui no Brasil exporta-mos nossos produtos para mais de 50 países, além disso estamos em fase de desenvolvimento de novos produtos e em breve teremos novi-dades para apresentar ao mercado, destaca Barbalho.

A preocupação em torno da qualidade dos ingredientes utiliza-dos nas rações animais é uma ten-dência mundial, uma vez que o consumidor final está cada vez mais ciente da relação ‘nutrição e saúde’. Os produtos á base de leveduras, além de serem ingredientes 100% naturais, ganham força no mercado de nutrição animal devido a sua ação benéfica e melhoradora de desempenho, uma vez que suporta a redução do uso de antibióticos.

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Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo

No quadro abaixo, os resulta-dos da avicultura brasileira re-lativos ao período janeiro-se-

tembro de 2009 foram simplesmente projetados para a totalidade do ano e apontam, para a avicultura de corte, negatividade de todos os números, enquanto para a avicultura de postura decresce ligeiramente o plantel de ma-trizes, permanecendo estável o aloja-mento de pintainhas comerciais.

Pode-se esperar alguma alteração mais sensível em relação ao que está sendo projetado?

Sim, na avicultura de corte. Em re-lação, primeiro, aos pintos de corte e à produção e oferta interna de carne de frango, cujos números finais tendem a

ser maiores que os apontados, até com eventual crescimento em relação a 2008. E não, exatamente, porque es-teja ocorrendo aumento da produção, mas porque os resultados do trimestre final do ano passado foram sensivel-mente afetados pela eclosão da crise econômica mundial.

Sim, igualmente, em relação às ex-portações que, infelizmente, tendem no momento a apresentar um recuo maior que a média registrada nos nove primeiros meses do ano. E isso tam-bém deve contribuir para que a oferta interna seja maior que a apontada na presente projeção.

E quanto à remuneração obtida pelo setor?

A realidade é que 2009 começou bem melhor do que deve terminar. Para o ovo e para o frango. Pois talvez porque se operasse sob um clima de crise econômica internacional, o setor esteve mais consciente das suas reais possibilidades, conseguindo resulta-dos acima dos esperados.

Isso foi sendo esquecido e ficando para trás à medida que se alardeava que a crise estava sendo superada, o que, infelizmente, não é verdade. Pelo menos para a avicultura. Dessa forma, o setor caminha para o encerramento do ano com perdas nas exportações (que se potencializam com a valoriza-ção do real), na avicultura de postura e na avicultura de corte.

Tendências finais da avicultura em 2009

44 Produção Animal | Avicultura

AVICULTURA BRASILEIRA Tendências de produção em 2009

20082009

Em 9 meses Projeção para 12 meses Variação

FRANGO

Matrizes de corte (milhões/cabeças) 48,564 33,268 44,357 -8,66%

Pintos de corte (bilhões de cabeças) 5,468 4,100 5,467 -0,02%

Carne de frango produção (mil/t) 11,032 8,073 10,765 -2,43%

Carne de frango exportação (mil/t) 3,645 2,715 3,621 -0,68%

Carne de frango oferta interna (mil/t) 7,387 5,358 7,144 -3,29%

OVOMatrizes de postura (milhares/cabeças) 775,031 570,186 760,248 -1,91%

Pintos de postura (milhões de cabeças) 60,112 45,261 60,348 0,39%

Fontes dos dados básicos: ABEF, APINCO e UBA | Elaboração e análises: AVISITE

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Produção Animal | Avicultura 45

EVOLUÇÃO MENSALMILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Outubro 3,945 3,915 -0,77%

Novembro 3,858 3,965 2,76%

Dezembro 3,766 3,999 6,18%

Janeiro 4,265 3,560 -16,53%

Fevereiro 3,852 3,496 -9,23%

Março 3,944 3,482 -11,71%

Abril 3,953 3,488 -11,77%

Maio 4,012 3,679 -8,30%

Junho 4,037 3,858 -4,45%

Julho 4,409 4,081 -7,46%

Agosto 4,348 3,977 -8,53%

Setembro 3,866 3,648 -5,64%

EM 9 MESES 36,686 33,268 -9,32%

EM 12 MESES 48,255 45,146 -6,44%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Em setembro, o alojamento de matri-zes de corte retornou a níveis que os

produtores afirmam serem mais condi-zentes com a realidade do mercado. Conforme a UBA, foram alojadas no mês 3,648 milhões de matrizes de corte, 5,6% a menos que no mesmo mês do ano anterior. Em relação ao mês anterior a redução foi de 8,3% em valores nomi-nais e de 5,2% em valores reais.

O fato mais importante ressaltado pela cadeia do frango está no menor alojamento dos últimos quatro meses e ao retorno aos níveis registrados entre ja-neiro e maio de 2009, período em que o volume médio alojado ficou próximo de 3,550 milhões de cabeças mensais.

Transcorridos três quartos do ano, o alojamento brasileiro de matrizes de cor-te soma 33,268 milhões de cabeças, isto significando uma redução de 9,32% so-bre os 36,686 milhões de cabeças aloja-das entre janeiro e setembro de 2008.

Correspondendo a quase 3,7 mi-lhões de matrizes de corte mensais, o atual acumulado projeta para a totalida-de de 2009 volume da ordem de 44,4 milhões de cabeças, contra 48,6 milhões de cabeças em 2008 (8,6% de redução)

À primeira vista, porém, esse núme-ro tende a ser superado se, por exemplo, repetir-se o mesmo comportamento ob-servado no trimestre final do ano passa-do, período em que o alojamento esteve muito próximo dos 4 milhões de cabeças mensais.

Mas, essa hipótese está afastada, pois, “mais consciente ou mesmo sem condições financeiras para alojar um vo-lume maior”, o setor deve alojar no res-tante do ano volumes mais próximos da-quele registrado em setembro.

Dessa forma, o alojamento anual deve ficar em cerca de 44,270 milhões de cabeças, quase 9% a menos que em 2008.

Nos 12 meses encerrados em setem-bro de 2009 o alojamento de matrizes de corte somou 45,146 milhões de cabeças.

Alojamento de matrizes de corteNúmeros de setembro correspondem ao menor volume em quatro meses

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46 Produção Animal | Avicultura

Produção de pintos de corteProdução recua 3% no ano, mas no mês foi apenas aparente

EVOLUÇÃO MENSAL MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Outubro 463,378 496,165 7,08%

Novembro 431,508 431,662 0,04%

Dezembro 451,775 443,854 -1,75%

Janeiro 460,687 417,755 -9,32%

Fevereiro 427,892 406,918 -4,90%

Março 441,119 425,628 -3,51%

Abril 429,048 455,711 6,21%

Maio 455,492 461,811 1,39%

Junho 437,041 482,089 10,31%

Julho 476,081 500,270 5,08%

Agosto 484,328 482,678 -0,34%

Setembro 485,261 467,938 -3,57%

EM 9 MESES 4.096,950 4.100,797 0,09%

EM 12 MESES 5.443,611 5.472,479 0,53%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Depois de quatro consecutivos meses de produção positiva em relação ao

mesmo quadrimestre do ano passado, a produção brasileira de pintos de corte apresentou resultado negativo pelo se-gundo mês consecutivo. De acordo com levantamento da APINCO, foram produ-zidos no Brasil em setembro de 2009 pouco mais de 467,9 milhões de pintos de corte, volume que corresponde a re-duções de 3,57% sobre setembro de 2008 e de 3,05% sobre agosto de 2009.

Neste último caso, porém, a redução foi apenas aparente. Pois considerada a produção diária do bimestre agosto-se-tembro, o volume real produzido em se-tembro foi 0,18% maior que o do mês anterior. Apesar, porém, desse ligeiro au-mento, os números permanecem mais de 3% aquém do recorde histórico de ju-lho último – 500,3 milhões de cabeças.

Completados três quartos do ano, a produção brasileira de pintos de corte permanece praticamente a mesma do ano passado, 4,1 bilhões de cabeças, apresentando variação de 0,09% sobre o mesmo período de 2008.

Em outras palavras, a média mensal de 455,2 milhões de cabeças registrada de janeiro a setembro de 2008 subiu, neste ano, para 455,6 milhões de cabe-ças, projetando para a totalidade do ano volume da ordem de 5,468 bilhões de cabeças, idêntica à do ano passado.

Mas embora prevaleça clara tendên-cia de, em outubro, repetirem-se os mes-mos altos volumes de outubro do ano passado – 496,2 milhões de cabeças – é pouco provável que a produção do bi-mestre final de 2009 recue aos mesmos baixos níveis de novembro-dezembro de 2008, época em que foi reduzido o rit-mo de produção.

Assim, o mais provável é que o ano seja encerrado com um volume superior a 5,5 bilhões de pintos. Nos 12 meses en-cerrados em setembro de 2009, o volu-me acumulado totaliza 5,472 bilhões de pintos de corte.

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Produção Animal | Avicultura 47

Produção de carne de frangoContenção em pintos de corte se traduz em menor produção em setembro

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Outubro 891,434 990,463 11,11%

Novembro 887,928 998,586 12,46%

Dezembro 945,515 975,672 3,19%

Janeiro 914,036 889,681 -2,66%

Fevereiro 866,302 780,499 -9,90%

Março 926,478 862,047 -6,95%

Abril 879,984 830,420 -5,63%

Maio 872,144 901,884 3,41%

Junho 861,759 892,223 3,54%

Julho 897,014 956,585 6,64%

Agosto 923,774 1004,081 8,69%

Setembro 926,548 956,166 3,20%

EM 9 MESES 8.068,039 8.073,586 0,07%

EM 12 MESES 10.792,916 11.038,307 2,27%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

O resultado não chega a ser signifi-cativo, mas a ligeira redução ob-

servada em agosto na produção de pin-tos de corte se refletiu parcialmente na produção de carne de frango de setem-bro passado. Pelos cálculos da APINCO, foram produzidas no mês 956.166 to-neladas de carne de frango, volume que mesmo significando aumento de 3,20% sobre setembro de 2008, correspondeu a uma redução de 4,8% em valores no-minais sobre agosto de 2009.

A despeito desse recuo, entretanto, o volume acumulado nos nove primei-ros meses do ano tornou-se, pela pri-meira vez em 2009, positivo. Ou seja: entre janeiro e agosto a produção acu-mulado no ano havia ficado abaixo da registrada no mesmo período do ano passado. Agora, ainda que minimamen-te, ela é superior e apresenta incremen-to de 0,07%.

A média mensal produzida até se-tembro de 2009 – pouco mais de 897 mil toneladas – projeta para a totalidade do ano volume da ordem de 10,765 mi-lhões de toneladas, quase 2,5% a me-nos que o registrado em 2008. Sabe-se, porém, que no trimestre final do ano é que, normalmente, se concentra a pro-dução de carne de frango, por conta, sobretudo, do período de Festas. Assim, a produção do período deve ser supe-rior à média – sem, no entanto, atingir os elevados níveis estimados até recentemente.

Dessa forma, exceto em dezembro, quando deve voltar a superar a casa do milhão de toneladas, a produção de carne de frango do trimestre deve se manter, mensalmente, abaixo desse ní-vel, o que aponta volume anual próximo ou minimamente superior aos 11,033 milhões de toneladas de 2008.

Por sinal, nos 12 meses encerrados em setembro de 2009 o volume produ-zido somou 11,038 milhões de tonela-das, ficando 2,27% acima da produção alcançada nos 12 meses imediatamente anteriores.

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48 Produção Animal | Avicultura

Exportação de carne de frangoMenos de 300 mil toneladas em setembro e o menor volume em sete meses

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Outubro 313,372 315,632 0,72%

Novembro 298,903 235,061 -21,36%

Dezembro 299,929 266,598 -11,11%

Janeiro 274,897 274,781 -0,04%

Fevereiro 292,538 263,222 -10,02%

Março 313,233 306,539 -2,14%

Abril 270,022 329,922 22,18%

Maio 361,415 303,767 -15,95%

Junho 330,125 329,014 -0,34%

Julho 339,360 317,207 -6,53%

Agosto 322,698 301,257 -6,64%

Setembro 323,949 289,951 -10,49%

EM 9 MESES 2.828,238 2.715,659 -3,98%

EM 12 MESES 3.740,442 3.532,950 -5,55%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Dados da ABEF revelam que em se-tembro passado, pela primeira vez

desde o mês de março, os embarques brasileiros de carne de frango ficaram aquém das 300 mil toneladas. O volu-me alcançado – 289.951 toneladas – foi também o menor dos últimos sete me-ses e significou quedas de 10,50% e 3,75% sobre, respectivamente, setem-bro de 2008 e agosto de 2009.

Em função desse último resultado (não muito diferente do registrado em fevereiro, mês de 28 dias), o volume acumulado nos nove primeiros meses de 2009 permanece quase 4% menor que o registrado no mesmo período de 2008, aproximando-se dos 2,716 mi-lhões de toneladas.

Correspondente a embarques men-sais próximos de 302 mil toneladas, o atual acumulado projeta para a totali-dade de 2009 exportações da ordem de 3,620 milhões de toneladas, volume 0,7% menor que o registrado em 2008. Considerada, no entanto, a perspectiva de não se alcançarem as 300 mil tone-ladas mensais no trimestre final de 2009 – como aventaram alguns expor-tadores – o recuo pode chegar a 1%.

O volume acumulado nos 12 meses encerrados em setembro de 2009 so-mou 3,533 milhões de toneladas e foi 5,55% inferior ao alcançado nos 12 meses anteriores. É também o menor acumulado em períodos de 12 meses registrado desde junho de 2008.

Desempenho atual, aquém do projetado, reduz

expectativas de se alcançar o mesmo volume de 2008

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Produção Animal | Avicultura 49

Disponibilidade interna de carne de frangoOferta retrocede e volta a ficar aquém das 700 mil toneladas

EVOLUÇÃO MENSALMIL TONELADAS

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR. %

Outubro 578,062 674,830 16,74%

Novembro 589,025 763,525 29,63%

Dezembro 645,586 709,074 9,83%

Janeiro 639,139 614,900 -3,79%

Fevereiro 573,764 517,277 -9,84%

Março 613,245 555,508 -9,41%

Abril 609,962 500,498 -17,95%

Maio 510,729 598,117 17,11%

Junho 531,634 563,21 5,94%

Julho 557,654 639,378 14,65%

Agosto 601,076 702,824 16,93%

Setembro 602,599 666,215 10,56%

EM 9 MESES 5.239,802 5.357,927 2,25%

EM 12 MESES 7.052,475 7.505,356 6,42%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Recuando pouco mais de 5% em rela-ção ao mês anterior, a disponibilida-

de interna de carne de frango em setem-bro passado voltou a ficar abaixo das 700 mil toneladas. Considerados os da-dos de produção e de exportação, o vo-lume disponibilizado no mês totalizou 666.215 toneladas. De toda forma, con-siderada a oferta diária do produto, o ín-dice de redução no mês foi ligeiramente menor, de apenas 2%, considerado insu-ficiente para dar estabilidade ao mercado.

E o mais significativo é que a disponi-bilidade interna de setembro de 2009 foi 10,5% maior que a registrada um ano atrás, época em que a crise econômica mundial apenas dava seus primeiros si-nais e o consumo era mais ativo. E isso explica porque setembro foi o pior dos nove primeiros meses de 2009 para a ca-deia produtiva do frango.

O ligeiro retrocesso observado em setembro não altera a evolução da oferta acumulada no ano – que permanece po-sitiva. Ou seja: a despeito de todo o con-trole efetuado no primeiro semestre, a oferta global cresceu 2,25% em valores nominais, com incremento também na disponibilidade per capita.

Já se sabe que enquanto a produção do quarto trimestre deve ser a maior do exercício, há uma clara tendência de re-dução das exportações. Dessa forma, o volume disponibilizado internamente deve bater o de todos os trimestres ante-riores, podendo chegar aos 2,070 mi-lhões de toneladas.

Por enquanto, em 12 meses, o volu-me disponibilizado soma 7,5 milhões de toneladas e se encontra quase 6,5% aci-ma do registrado no mesmo período imediatamente anterior. Mas esse volu-me tende a sofrer forte refluxo na medi-da em que forem eliminados os resulta-dos do trimestre final de 2008, época em que a crise econômica desabou so-bre o mundo e o mercado interno sofreu o influxo da carne de frango não exportada.

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50 Produção Animal | Avicultura

Alojamento de matrizes de posturaVolume de setembro aumenta mais de 100%, mas permanece dentro da média

EVOLUÇÃO MENSAL(ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MATRIZES DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2007/08 2008/09 VAR. % 2007/08 2008/09

Outubro 24,339 78,722 223,44% 55,63% 69,35%

Novembro 40,126 47,700 18,88% 91,92% 66,04%

Dezembro 50,503 44,380 -12,12% 80,03% 71,16%

Janeiro 92,858 16,736 -81,98% 56,45% 87,23%

Fevereiro 98,130 29,311 -70,13% 85,95% 81,24%

Março 47,021 17,549 -62,68% 62,69% 59,22%

Abril 42,813 83,830 95,81% 69,68% 67,14%

Maio 83,202 82,784 -0,50% 81,46% 75,57%

Junho 104,611 89,356 -14,58% 68,73% 67,60%

Julho 58,108 84,867 46,05% 69,68% 68,64%

Agosto 45,253 100,270 121,58% 31,33% 61,16%

Setembro 32,233 65,483 103,16% 61,20% 84,73%

EM 9 MESES 604,229 570,186 -5,63% 67,88% 70,70%

EM 12 MESES 719,197 740,988 3,03% 69,66% 70,28%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Depois de alcançar o maior volume em quase 18 meses e registrar varia-

ção anual de mais de 100%, o alojamen-to de reprodutoras de postura retornou a níveis considerados normais. Em setem-bro passado, conforme a UBA, foram alo-jadas no País 65.483 matrizes de postura, volume pouco superior ao alojamento médio mensal dos últimos 24 meses.

Mesmo sendo um terço menor que o do mês anterior, o alojamento de matri-zes de postura de setembro também aca-bou ficando mais de 100% acima do re-gistrado um ano antes, em setembro de 2008. Neste caso, porém, o significativo incremento ocorreu por conta da baixa base anterior – 32.233 matrizes de postu-ra um ano atrás, o menor volume de 2008.

Até setembro, o volume acumulado de matrizes de postura (pouco mais de 70% delas de linhagens produtoras de ovos brancos) soma 570 mil cabeças, en-contrando-se 5,6% abaixo do registrado nos nove primeiros meses de 2008.

Correspondendo a um volume mé-dio mensal de 63,3 mil cabeças, o atual alojamento projeta para a totalidade de 2009 volume da ordem de 760 mil cabe-ças, 15 mil cabeças a menos (uma redu-ção de quase 2%) que o alojado em 2008.

Por ora, em 12 meses (outubro de 2008 a setembro de 2009), o volume acumulado é ligeiramente menor: aproxi-ma-se das 741 mil matrizes de postura, mas está 3% acima do alojado no mes-mo período anterior.

Estatísticas e Preços

Foram alojadas noPaís 65.483 matrizesde postura, volumepouco superior aoalojamento médiomensal dos últimos

24 meses

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Produção Animal | Avicultura 51

Alojamento de pintainhas de posturaContinuam mínimas as variações no tocante ao alojamento do ano

EVOLUÇÃO MENSAL(ovos brancos e vermelhos)

MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2007/2008 2008/2009 VAR.% 2007/08 2008/09

Outubro 5,166 5,015 -2,92% 73,26% 72,88%

Novembro 5,105 4,811 -5,77% 73,80% 73,22%

Dezembro 5,017 5,083 1,31% 75,79% 74,79%

Janeiro 4,897 4,990 1,90% 75,11% 74,87%

Fevereiro 5,048 4,790 -5,11% 73,17% 75,92%

Março 5,122 5,161 0,76% 72,51% 75,27%

Abril 5,127 4,951 -3,43% 71,79% 75,30%

Maio 4,788 4,797 0,18% 74,17% 72,92%

Junho 4,955 5,209 5,12% 74,39% 74,77%

Julho 5,237 5,173 -1,22% 74,30% 72,84%

Agosto 4,895 5,046 3,09% 74,48% 71,86%

Setembro 5,135 5,145 0,19% 72,28% 73,80%

EM 9 MESES 45,204 45,261 0,13% 73,16% 74,17%

EM 12 MESES 60,491 60,169 -0,53% 73,44% 74,04%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

De acordo com a UBA, em setembro passado foram alojadas no País

5,145 milhões de pintainhas de postura, quase 74% delas de linhagens produto-ras de ovos brancos. O volume alojado correspondeu a incrementos de 0,19% sobre setembro de 2008 e de perto de 2% sobre agosto de 2009.

Dessa forma, continuam sendo míni-mas também as variações no tocante ao alojamento do ano ou ao acumulado em 12 meses. No ano a variação é de apenas 0,13%, isto significando que os 45,204 milhões de cabeças de um ano atrás agora somam 45,261 milhões de cabe-ças. E em 12 meses, o volume alojado é meio por cento menor – caiu de 60,491 milhões de cabeças para 60,169 milhões de cabeças.

Tudo ponderado e já que essa esta-bilidade se mantém há mais de dois anos, fica a indagação: porque motivo o ovo registra, ultimamente, um dos piores preços deste século e, talvez, de todos os tempos?

Parece estar claro que o consumo, afetado pelos problemas econômicos mundiais, continua aquém do que vinha sendo registrado na fase pré-crise. Além disso, a desaceleração compulsória nos níveis de abate tem dificultado o descar-te de poedeiras e impossibilitado que, via readequação do plantel, se reequilibre a produção com a demanda mais restrita.

Analistas e observadores do merca-do observam que o problema também pode estar sendo agravado por “proce-dimentos que subvertem toda a estabili-dade de alojamento” – o que significa simplesmente excesso de muda forçada. Mas há também quem comente que a estabilidade de alojamento há tempos registrada pode não estar sendo real.

Pouco importando qual seja a razão concreta do atual descalabro do setor, a realidade é que prevalece grande des-compasso entre oferta e demanda efeti-va. E isso só se corrige com menos poe-deiras. E não no alojamento, mas no descarte.

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52 Produção Animal | Avicultura

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/Kg

MÊS MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

OUT/2008 1,63 1,87% -11,89%

NOV/2008 1,74 12,25% 6,75%

DEZ/2008 1,62 -1,82% -6,90%

JAN/2009 1,68 10,52% 3,70%

FEV/2009 1,80 30,43% 7,14%

MAR/2009 1,68 35,48% -6,66%

ABR/2009 1,60 20,30% -4,76%

MAI/2009 1,61 0,00% 0,63%

JUN/2009 1,88 5,62% 16,77%

JUL/2009 1,80 -4,56% -4,05%

AGO/2009 1,49 -23,07% -17,16%

SET/2009 1,37 -25,84% -8,18%

OUT/2009 1,50 -8,21% 9,05%

Médias Anuais entre 2000 e 2009

ANO R$/KG VAR. % ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57% 2005 1,35 -8,72%

2001 0,97 6,47% 2006 1,16 -14,70%

2002 1,13 16,49% 2007 1,55 33,62%

2003 1,45 28,31% 2008 1,63 5,16%

2004 1,49 2,75% 2009* 1,64 0,65%Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais* Até 31 de outubro de 2009

Após três meses sucessivos de re-trocesso em relação ao mês ante-

rior, o frango vivo comercializado no interior paulista reverteu o processo, obtendo em outubro valorização de 9,05% sobre setembro último. Mas não se conclua, precipitadamente, que isso foi um ganho: o produto apenas recuperou o que havia perdido no de-correr do mês de setembro (o pior do ano, espera-se) e, com isso, fechou o décimo mês de 2009 com, pratica-mente, o mesmo preço médio alcan-çado em agosto (a variação positiva, em outubro, foi de apenas 0,13%).

Em outras palavras, as perdas fo-ram (provisoriamente?) estancadas, mas a média registrada em outubro continuou – pelo terceiro mês conse-cutivo – totalmente onerosa para o produtor que, no período, voltou a en-frentar elevação nos custos básicos, com a retomada de preços do milho. Assim, o valor médio alcançado em outubro último ficou 8,21% abaixo do alcançado um ano antes, em outubro de 2008, além de permanecer mais de 20% aquém do valor máximo registra-do neste ano - $1,88/kg.

Estatísticas e Preços

Desempenho do frango vivo em outubro de 2009Retrocessos foram revertidos, mas sem ganhos para o produtor

FRANgO ViVO - PREÇOS hiSTóRiCOS E PREÇO EFETiVO EM 2009

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2009: (R$/KG, granja, interior paulista)

Pelo terceiro mês consecutivo, média

registrada em outubro continua

totalmente onerosa para o produtor de

frango, que voltou a enfrentar elevação nos custos básicos, com a retomada de

preços do milho

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Produção Animal | Avicultura 53

Como foi tênue, a recuperação de preços registrada na segun-

da quinzena de outubro não impe-diu que o ovo terminasse o mês com o menor preço do ano, dos últimos treze meses ou - indo um pouco mais longe – dos últimos 33 meses, já que os R$31,35/caixa de outubro último somente superam os R$30,30/caixa de janeiro de 2007 (!).

A realidade é que o produto apresentou no mês retrocesso de 17,34% sobre outubro de 2008, além de uma queda de 7,48% sobre o mês anterior, setembro de 2009. E como as baixas vêm sendo bem mais freqüentes que as altas, em relação ao melhor preço do ano (R$46,94/caixa, na Quaresma de 2009) o ovo tem, agora, um preço 33,21% me-nor. O que, dito de outra forma, sig-nifica que o produtor necessitou de um volume quase 50% maior para obter a mesma renda de pouco mais de seis meses atrás. Ou, ainda: ven-deu três, mas recebeu apenas dois.

Um outro indicador do fraco de-sempenho do ovo está no fato de que, em condições normais e embo-ra em queda, o produto alcança no décimo mês do ano valor correspon-dente a 97,1% daquele registrado em dezembro do ano anterior (valor médio registrado nos últimos 10 anos). Deveria, pois, ter obtido pre-ço em torno de R$38,54/caixa, mas ficou a pouco mais de 80% desse valor – isso, note-se, a despeito de os preços de dezembro/08 terem sido extremamente fracos.

Com tudo isso, as perdas acu-muladas no ano vão apenas se am-pliando. O preço médio registrado em 10 meses situa-se em R$39,64/caixa. Assim, além de estar 9,13% abaixo da média alcançada nos 12 meses de 2008, apresenta um ga-nho de somente 22 centavos (por caixa de 30 dúzias!) em relação à média de 2007.

OVO BRANCO EXTRA Evolução de preços no atacado paulista – R$/caixa de 30 dúzias

MÊS MÉDIA R$/CXA

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

OUT/2008 37,92 1,69% -12,32%

NOV/2008 39,36 5,78% 3,80%

DEZ/2008 39,69 -12,38% 0,84%

JAN/2009 37,40 -3,33% -5,76%

FEV/2009 43,54 -14,14% 16,41%

MAR/2009 46,94 -6,68% 7,80%

ABR/2009 45,46 14,71% -3,15%

MAI/2009 41,84 -6,19% -7,96%

JUN/2009 43,12 -5,89% 3,06%

JUL/2009 36,92 -22,27% -14,37%

AGO/2009 37,40 -18,65% 1,30%

SET/2009 33,88 -21,66% -9,42%

OUT/2009 31,35 -17,34% -7,48%

Médias Anuais entre 2000 e 2009

ANO R$/CXA VAR. % ANO R$/CXA VAR. %

2000 23,12 16,89% 2005 33,48 -2,87%

2001 24,07 4,11% 2006 27,48 -17,92%

2002 27,88 15,83% 2007 39,42 43,45%

2003 39,67 42,29% 2008 43,62 10,65%

2004 34,47 -13,11% 2009* 39,64 -9,13%Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE

Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais* Até 31 de outubro de 2009

Desempenho do ovo em outubro de 2009Perdas acumuladas no ano se ampliam

OVO EXTRA BRANCO - PREÇOS hiSTóRiCOS E PREÇO EFETiVO EM 2009

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1998/2008): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2009: (R$/caixa, no atacado paulista)

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Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasMilho aumenta quase 10% no mês

O preço médio do milho, saca de 60 kg, interior de SP, reverteu a queda nos meses anteriores e fechou outubro de 2009 com

média de R$20,56 - aumento de 9,19% sobre setembro deste ano, R$18,83/saca.

Na comparação com o valor da saca de um ano atrás, quando eram sentidos os primeiros efeitos da crise econômica mundial, a redução é de 7,64% pois o milho foi vendido a R$22,26/saca em outubro de 2008.Valores de troca – Milho/Frango vivo

A relação de troca entre os produtos permaneceu quase inalte-rada uma vez que o frango vivo (interior de SP) apresentou variação parecida com a do milho: a média mensal de R$1,50 em outubro foi 9,49% maior em relação aos R$1,37 obtidos em setembro.

Dessa forma, foram necessários 228,4 kg de frango vivo para comprar 1 tonelada de milho, considerados os valores médios dos dois produtos. Este valor sofreu pequena variação na comparação mensal: queda de 0,31%, o que representa um leve aumento no poder de compra do avicultor, que precisou de 229,1 kg de frango para comprar uma tonelada de milho em setembro de 2009.Valores de troca – Milho/Ovo

A deterioração no poder de compra da avicultura de postura continua preocupando o setor. De acordo com os preços médios dos produtos, a relação de troca entre o ovo (granja, interior paulis-ta) e o milho em outubro de 2009 foi de 14,06 caixas de ovos para uma tonelada do grão. Em setembro foram necessárias 11,70 caixas/t, o que significa 20,17% mais ovos para obter a mesma quantidade de milho.

A queda do ovo pelo segundo mês consecutivo foi o fator de-terminante nessa redução da capacidade de compra da postura comercial: o preço médio da caixa de 30 dúzias caiu 9,06% em outubro, ficando em R$24,38 - no mês anterior a média havia sido de R$26,81.

Farelo de soja cai pelo segundo mês seguido

Fonte das informações: www.jox.com.br54 Produção Animal | Avicultura

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em outubro ao preço médio de R$772/tonelada, valor

4,93% menor que o de setembro de 2009 – R$812/t. Na comparação com outubro de 2008 – R$741/t – a cotação média atual foi 4,18% superior.Valores de troca – Farelo/Frango vivo

Considerado o preço médio do farelo de soja em outu-bro, foram necessários 514,6 kg de frango vivo (na granja, interior de SP) para adquirir uma tonelada do insumo. Como em setembro passado essa relação foi de 592,7 kg para obtenção de 1 tonelada de farelo, o volume de frango para adquirir mesma quantidade do produto caiu 13,17%.

Apesar do aumento do poder de compra registrado em outubro, as perdas acumuladas durante o ano ainda são significativas, uma vez que em julho de 2009 uma tonelada de farelo de soja podia ser comprada com 456 kg de frango vivo.

Em relação aos valores de um ano atrás, também houve redução na capacidade de compra: -11,67%, posto que em outubro de 2008 foram necessários 454,6 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada de farelo de soja.Valores de troca – Farelo/Ovo

Em outubro, considerados os preços médios de um e outro produto, foram necessárias 31,67 caixas de ovos (va-lor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor caiu pelo segundo mês consecutivo, 4,59%, já que em setembro passado 30,28 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a outubro de 2008, a queda no poder de compra é bastante acentuada (25,80%), já que naquele pe-ríodo uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 23,5 caixas de ovos.

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Produção Animal | Avicultura 55

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Produção Animal | Avicultura 57

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58 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

58 Produção Animal | Avicultura

CDME é credenciado para realizar análises na área de diagnóstico animal

Mara Eliza Gasino Joineau

é coordenadora do Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti (DEFIS/SEAB/PR)

Um ano após o término das obras de refor-ma e ampliação, o Centro de Diagnóstico “Marcos Enrietti” (CDME) foi credencia-

do para realizar análises na Área de Diagnóstico Animal.

O Centro é uma das divisões do Departamen-to de Fiscalização e Defesa Agropecuária (DEFIS), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abas-tecimento do Paraná (SEAB/PR) e foi criado em 1981 para atender os serviços de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado, prestando serviços também para a iniciativa privada. A partir de 2002, passou a atender a demanda de análises microbiológicas em alimentos, do Serviço de Ins-peção do Paraná (SIP/POA).

Nos últimos três anos, o CDME recebeu in-vestimentos do Fundo de Equipamento Agrope-cuário (FEAP) passando por uma reforma das ins-talações já existentes, sendo construída uma nova ala com 1.700 m2, que permitiram sua amplia-ção, o incremento da biossegurança e a aquisição de novos equipamentos. Além dos investimentos em infraestrutura, houve a contratação de quatro profissionais de nível superior e três laboratoristas para melhor atender as demandas sempre cres-centes que o Centro vem experimentando.

O CDME recebeu ainda credenciamentos para diagnósticos das Áreas de Virologia Vegetal, Bacteriologia e Virologia Animal em 1993 e, em fevereiro de 2009, para análises na Área de Diag-nóstico Fitossanitário. Em setembro de 2009, foi assinada a Portaria nº 343/2009 SDA/MAPA, cre-denciando o Centro a realizar análises na Área de Diagnóstico Animal, em amostras oriundas do controle oficial e programas específicos do MAPA, em diagnósticos dos Programas Nacionais de Sa-nidade Avícola (PNSA), de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT), de Sani-dade dos Equídeos (PNSE) e de Controle da Raiva dos Herbívoros e outras Encefalopatias (PN-CRH).

Com o credenciamento, o CDME está apto a atender o Programa Nacional de Sanidade Avíco-la – PNSA, nos diagnósticos sorológicos de Doen-ça de Newcastle, Influenza Aviária, Micoplasmo-se e Salmonelose, sendo que para esta última, além da sorologia, realizará o isolamento, as pro-

vas bioquímicas e a sorotipificação.Este último processo de credenciamento teve

início em dezembro de 2007, quando foram en-viadas as primeiras documentações. Desde então, o Centro recebeu quatro auditorias do MAPA, ha-vendo a emissão do novo Manual de Qualidade, entre outros documentos exigidos pelas equipes auditoras.

O credenciamento do CDME foi resultado de muito empenho e profissionalismo da equipe do

Centro na elaboração da documentação e na im-plantação do Sistema de Gestão da Qualidade, baseado na norma ABNT NBR ISO/IEC 17.025/2005, que é condição para o credencia-mento pelo MAPA e diz respeito a tudo que está envolvido direta ou indiretamente desde a chega-da da amostra na recepção do laboratório, até a emissão e liberação dos laudos de diagnóstico.

A realização dos diagnósticos, para atender o PNSA, traz para o Paraná mais agilidade e autono-mia na vigilância da sanidade avícola paranaen-se, podendo atender programas estaduais e ser-vindo de apoio aos laboratórios do MAPA que suportam a demanda nacional.

A excelência do setor avícola nacional de-manda suporte laboratorial por parte do serviço oficial, o que vem sendo alcançado no Paraná graças às parcerias e grande interação entre os se-tores público e privado.

Equipe do laboratório

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Produção Animal | Avicultura 59

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60 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final