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FEVEREIRO DE 2007 ANO XX nº 754 SEG 12 TER 13 QUA 14 QUI 15 SEX 16 SÁB 17 DOM 18 sintufrj.org.br [email protected] Aos sindicalizados O SINTUFRJ entra em recesso a partir desta sexta-feira, dia 16 de fevereiro. Retorna às suas atividades normais na segunda-feira, 26 de fevereiro. Consuni A sessão do Conselho Universitário realizada na quinta, 8 de fevereiro, debateu pauta ampla: da eleição do reitor à implantação de um terminal rodo- viário no Fundão. Páginas 4 e 5 A atmosfera carnavalesca já incendeia a cidade. No fim de semana as quadras das escolas de samba foram ocupadas por milhares de foliões. Nas ruas, os blocos, que fazem renascer o carnaval de rua, desfilaram pela orla, centro e bairros da Zona Norte. O Jornal do SINTUFRJ publica roteiro com a relação dos blocos, horários e datas dos desfiles. Outra matéria aborda o tema dos enredos das escolas do Grupo Especial. A pesquisadora Maria Laura Viveiros de Castro, autora do livro Carnaval carioca: dos bastidores ao desfile, fala sobre o intrincado processo de elaboração de uma escola de samba. Páginas 6, 7 e 8

Aos sindicalizados · 2019. 7. 21. · FEVEREIRO DE 2007 ANO XX nº 754 SEG 12 TER 13 QUA 14 QUI 15 SEX 16 SÁB 17 DOM 18 sintufrj.org.br [email protected] Aos sindicalizados

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FEVEREIRO DE 2007 ANO XX nº 754 SEG 12 TER 13 QUA 14 QUI 15 SEX 16 SÁB 17 DOM 18 sintufrj.org.br [email protected]

Aos sindicalizadosO SINTUFRJ entra em recesso a partir desta sexta-feira, dia 16 de fevereiro.

Retorna às suas atividades normais na segunda-feira, 26 de fevereiro.

ConsuniA sessão do Conselho Universitário realizada na quinta, 8 de fevereiro,

debateu pauta ampla: da eleição do reitor à implantação de um terminal rodo-viário no Fundão. Páginas 4 e 5

A atmosfera carnavalesca já incendeia acidade. No fim de semana as quadras dasescolas de samba foram ocupadas pormilhares de foliões. Nas ruas, os blocos,que fazem renascer o carnaval de rua,desfilaram pela orla, centro e bairros daZona Norte. O Jornal do SINTUFRJ publicaroteiro com a relação dos blocos, horáriose datas dos desfiles. Outra matéria aborda otema dos enredos das escolas do GrupoEspecial. A pesquisadora Maria LauraViveiros de Castro, autora do livro Carnavalcarioca: dos bastidores ao desfile, falasobre o intrincado processo de elaboraçãode uma escola de samba. Páginas 6, 7 e 8

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JORNAL DO SINDICATODOS TRABALHADORESEM EDUCAÇÃO DA UFRJ

Coordenação de Comunicação Sindical: Denise Francisco Góes, Jeferson Mota Salazar e Odilon Campinas Filho / Conselho Editorial: Coordenação Geral e Coordenaçãode Comunicação / Edição: L.C. Maranhão / Reportagem: Ana de Angelis, Lili Amaral e Regina Rocha. / Estagiária: Renata Souza / Secretária: Katia Barbieri / ProjetoGráfico: Luís Fernando Couto / Diagramação: Luís Fernando Couto e Jamil Malafaia / Ilustração: André Amaral / Fotografia: Niko Júnior / Revisão: RobertoAzul / Tiragem: 11 mil exemplares / As matérias não assinadas deste jornal são de responsabilidade da Coordenação de Comunicação Sindical / Correspondência:aos cuidados da Coordenação de Comunicação. Fax: 21 2260-9343. Tels.: 2560-8615/2590-7209, ramais 214 e 215.

Cidade Universitária - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro - RJCx Postal 68030 - Cep 21944-970 - CGC:42126300/0001-61

DOISPONTOS

É época de matrícula paraos felizardos aprovados novestibular. Centenas de estu-dantes comemoram o ingres-so, principalmente nas uni-versidades públicas, cujasvagas são as mais concorri-das. Dentro deste universo,Patrick Esteves e Kamila Fer-nandes, alunos do Curso Pré-Vestibular do SINTUFRJ(CPV/SINTUFRJ) que passa-ram para a UFRJ, respectiva-mente para Matemática e Fo-noaudiologia, não vêem ahora de começar uma novaetapa em suas vidas. Eles in-tegram o grupo de 12 alunosdo CPV que passaram parauniversidades públicas.

O início do ano letivopara os novos alunos doCPV/SINTUFRJ será abertona aula inaugural marcadapara o dia 5 de março, noSalão Nobre do Instituto deFilosofia e Ciências Sociais(IFCS), 2º andar, às 18h, Cen-tro do Rio. São 240 alunos,distribuídos em duas tur-mas, duas no IFCS e duas noFundão.

Patrick, 22 anos, é funcio-nário da UFRJ. Recém-concur-sado (ingressou em 2005), re-solveu aproveitar a oportu-nidade de retomar os estu-dos interrompidos faziaanos. “Cheguei a fazer facul-

dade de informática quandoestava no quartel, mas nãoconsegui conciliar. Fiz oconcurso para a área admi-nistrativa da UFRJ e passei,disposto a voltar a estudar.Uma amiga do trabalho mefalou do curso do SINTUFRJe me inscrevi. Achei formi-dável. Os professores sãomuito dedicados, tínhamosaula até no feriado, e os alu-nos são esforçados. Tanto éque muitos colegas foramaprovados. No meu caso, fi-quei até surpreso, pois acheique ia me dar mal. Quandovi o resultado vibrei, haviapassado para Matemática!”Patrick diz com convicçãoque para ele o que de me-lhor o curso lhe proporcio-nou foi conseguir voltar a es-tudar. “Estava há anos para-do, e agora ansioso para re-começar de fato”, completa.

Kamila, 17 anos, é filhado funcionário do IPPMGAntonio Fernandes. Colegade Patrick da turma do Fun-dão, havia tentado o vesti-bular outras vezes sem su-cesso. Resolveu fazer o cur-so do SINTUFRJ pela boapropaganda, não por econo-mia, já que o curso é gratui-to para os dependentes tam-bém. Ela já havia feito outrocurso pré-vestibular, e diz

FGTS:

plantãoO advogado Júlio Romerodará plantão nos dias 14e 28 de fevereiro (quarta-feira), a partir das 10h30,na sede do SINTUFRJ.

Novo horário da DVSTA Pró-Reitoria de Pessoal encaminhou ao Jornal do SIN-

TUFRJ carta informando o novo horário de atendimento daDivisão de Saúde do Trabalhador (DVST) por conta da reali-zação de obras. De 12 a 16 de fevereiro o horário será das7h30 às 13h. As obras serão feitas para resolver os problemasno sistema central de refrigeração do prédio que abriga aDivisão. “A PR-4, a SG-6 e a Prefeitura Universitária estãorealizando todos os esforços para resolver o problema nomenor prazo possível, e uma nova comunicação será feita nodecorrer da semana informando sobre a evolução das obrase o retorno normal das atividades”, diz o comunicado do pró-reitor de Pessoal, Luiz Afonso Mariz.

Creche volta à

atividade hojeNesta segunda-feira, 12, a Creche da UFRJ retoma suas

atividades, mesmo ainda em obras. Para pôr fim aos trans-tornos causados aos pais e mães funcionários da universi-dade que não tinham com quem deixar os filhos, a Asso-ciação de Pais e Amigos da Creche Universitária (Apac)propôs que as crianças fizessem as refeições nas salas deaulas, enquanto é concluída a reforma da despensa, quefica muito próxima do refeitório.

A expectativa da associação, segundo a presidente Ro-jane Fiedler, é que os operários concluam as obras até avolta do recesso de carnaval, porque falta muito pouco aser feito. “A cozinha já está pronta, faltando apenas serentregue a nova câmara frigorífica. O refeitório também foiconcluído, mas como fica ligado à despensa, sugerimos oisolamento da área às crianças”, informou Rojane. Provi-soriamente, os alimentos que serão servidos aos menoresserão guardados na geladeira industrial.

GT

EducaçãoReunião dia 27 defevereiro, terça-feira,às 14h, na subsede doHU. Pauta: ReformaUniversitária e NovaUniversidade

CPV/SINTUFRJ aprova na UFRJ

NESReunião do Grupo 2, dia 1º de março,quinta-feira, às13h, na subsede do HU.

Pauta: Escolha de representantes

que o curso do Sindicato nãofica a dever a nenhum outro.“O curso teve até problemasano passado, mas isso não tirao seu mérito. Este ano conse-gui finalmente passar, acredi-to até pela mudança de op-ção. Aquele programa “Co-nhecendo a UFRJ”, do qualparticipei, me ajudou a fazer

melhor escolha. Queria algomais voltado para o social, eNutrição, que era o que euhavia tentado, não se encai-xava no perfil. E só descobriisso com o teste vocacionalfeito durante o programa. En-tão resolvi fazer Fono. Passeipara a UFRJ em último lugar,mas passei. Isso é o que im-

porta. Meu pai inclusive nãoesperava!” Kamila afirma queo fundamental no curso é adedicação do aluno, “se nãohouver, pode ser o melhor domundo que não adianta”. Eagora conta os dias para che-gar o segundo semestre, poiscom sua classificação nãoconseguiu o primeiro.

PATRICK. Soube do pré-vestibular através de um amigo: “achei formidável”

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PAC

A conclusão do seminárioorganizado pela Coordenaçãonacional de Entidades deServidores Federais (Cnesf),em Brasília, no início defevereiro, e que discutiu acampanha salarial unificadadeste ano, o processo denegociação com o governo e osefeitos do PAC para osservidores federais, é clara: ogoverno cometeu um equívocoao apresentar propostas parao funcionalismo dentro doPrograma de Aceleração doCrescimento.

Cnesf

UNE volta para casaO terreno da antiga sede da União Nacional dos Estu-

dantes (UNE) na Praia do Flamengo, zona Sul da cidade, foiretomada no dia 1º de fevereiro, após manifestação quereuniu 5 mil estudantes. Os estudantes fizeram uma pas-seata, dos Arcos da Lapa à frente do imóvel, que foi ocupa-do à força, depois da derrubada de um portão de ferro com

Dieese avalia PAC

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Es-tudos Socioeconômicos (Dieese), as medidas restritivas dogasto com pessoal influenciam em muito a realidade do fun-cionalismo. São elas:

A proposta de aumento de 1,5% acima da inflação podesignificar a mera manutenção da situação atual. Isto porque asdespesas com pessoal hoje têm um crescimento vegetativo decerca de 1,5%, decorrente da progressão nos planos de carreirae do pagamento de adicionais por tempo de serviço (anuê-nios), entre outras verbas salariais.

Da mesma forma, a margem para a realização de despe-sas com novos Planos de Cargos e Salários, bem como para acontratação de novos servidores, ficará comprometida.

Não está descartada a hipótese de que medidas seme-lhantes sejam adotadas por estados e municípios.

A proposta de projeto de lei, pela limitação que impõee pela forma como é apresentada, restringe significativamen-te o papel da Mesa Nacional de Negociação, que foi umaexperiência desenvolvida no âmbito do primeiro mandatodo governo.

Seminário critica plano

cerca de 4 metros de altura. Cerca de cem estudantes deve-rão ficar permanentemente acampados no terreno.

O prefeito César Maia havia interditado o estacionamen-to por falta de alvará, o que facilitou a devolução do imóvelà entidade. O prédio, que abrigava a entidade desde 1942, foiincendiado logo após o golpe militar de 1964. Nos anos 80, oprédio acabou demolido e o terreno transformado em esta-cionamento. Quando ocupou a presidência da República,entre 1992 e 1994, Itamar Franco devolveu a escritura doterreno para a UNE. A UNE entrou com uma liminar naJustiça no próprio dia 1º para apressar a tomada de posse dolocal.

O ato dos estudantes teve na sua linha de frente ex-presidentes da UNE como Aldo Arantes, Ricardo Capelli,Wadson Ribeiro e Felipe Maia. E marcou o encerramentoda 5ª Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE. Ao longo dapasseata artistas apresentaram uma esquete ao longo dacaminhada lembrando os principais fatos que marcaram ahistória da entidade. Em frente ao Hotel Glória um grupode manifestantes vestidos de preto deitou no asfalto combandeiras da UNE, simbolizando o assassinato ocorrido nodia 28 de março de 1968, no então Restaurante Calabouço,do jovem secundarista Edson Luís. Durante a passeata, osestudantes também reivindicaram aumento dos recursosinvestidos na cultura para 2% do Orçamento da União.

Segundo o presidente da UNE, Gustavo Petta, a sedepolítica da UNE a partir de agora funciona no terreno, etodos os dias contará com artistas e personalidades queapóiam a campanha ‘UNE de volta pra casa”. Atualmente asede da UNE fica em São Paulo.

Os servidores definiramtambém a data nacional dolançamento da campanha sa-larial unificada, que será 15de março. A categoria centra-rá fogo na reivindicação deuma política salarial que re-ponha as perdas acrescida deum percentual real de au-mento. “O objetivo tambémé pressionar o governo pararetirar do PAC o item referen-te ao funcionalismo público.Não temos posição contra oPAC, até porque ele não é umplano de desenvolvimento esim um programa de cresci-mento o qual o governo ele-geu suas prioridades. Por issomesmo não temos que estarincluídos nele”, declara a co-ordenadora de Educação daFasubra, Fátima dos Reis.

Em relação à Federação, adirigente explica que a enti-dade estará com o mesmocronograma da Cnesf, lança-mento da campanha salarialdia 15 de março defendendoo eixo geral e ratificando oeixo específico (resolução doVencimento Básico Comple-mentar - VBC, ampliação dopiso, plano de saúde para ofuncionalismo e reestrutura-

ção de tabela). No eixo geraldo funcionalismo, além dapolítica salarial há também a

reivindicação de isonomiacom o Executivo, piso, con-curso público e fim da tercei-rização.

A partir desta segunda-fei-ra, 12, a Fasubra estará dis-ponibilizando uma análisemais acurada do PAC, a dis-cussão na Cnesf e as orienta-ções da direção nacional.

APOIO DA CUT - No dia 2de fevereiro, durante o en-contro de diversas entidadesdo funcionalismo público,ocorrido na sede da CUT Na-cional, em São Paulo, a Cen-tral reafirmou o apoio à lutados servidores e a posição deretirada do PAC do mecanis-mo de limitação das despe-sas com o funcionalismo. Oencontro defendeu, também,que as novas regras sejamimediatamente negociadasna Mesa Nacional de Nego-ciação Permanente.

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Carnaval 2007

“Caveirão” na avenida

O carnaval do Rio de Ja-neiro movimenta pessoas dediferentes níveis sociais e aindústria de turismo ganhavigor nesta época. Na aveni-da do samba – dizem algunsespecialistas e carnavalescos– todo mundo é igual porquenão há divisão de classes.Mas podemos notar clara-mente essa divisão nos ca-marotes, no próprio preço doingresso e das fantasias. En-tretanto, mesmo com estacontradição, algumas escolaspõem na avenida as temáti-cas sociais. Esse é o caso daPorto da Pedra, que discutiráa época do aparthaid na Áfri-ca do Sul. Com o enredo “Pre-to e branco a cores”, a escolacolocará na avenida do sam-ba um símbolo da repressãoda política de segregação da-quele país africano: um veí-culo blindado utilizado naocupação dos subúrbi-os pobres das princi-pais cidades da Áfricado Sul e que hoje é uti-lizado pela PM nas fa-velas do Brasil: o Ca-veirão.

Outra escola quediscutirá o tema da Áfri-ca é a Beija-Flor. Com oenredo “Áfricas: do ber-ço real à corte brasilia-na”, a azul-e-brancopromete celebrar a Áfri-ca e resgatar sua heran-ça ao povo brasileiro.Eis parte da sinopse doenredo: “Que se abramos braços do Brasil, osportões das senzalas,pequenas Áfricas dequintais; que se ilumi-nem os terreiros à luzda “Lua de Luanda”para reinarem na noite seusbravos guerreiros que sob obraço do açoite não se curva-ram jamais. Que se torne aluta pela liberdade, a voltapor cima da capoeira e que o

Beija-Flor recupera a história e Porto da Pedra faz a denúncia da segregação ontem e hoje

ferro que marca e fere, forje aÁfrica brasileira”. O Salguei-ro também entrou naÁfrica com o enredo“Candaces”, que home-nageia a mulher guerrei-ra que luta por justiça eliberdade.

Outros temasdo carnaval

A Estácio de Sáapostou na reedi-ção do enredo “Otititi do sapoti”,sucesso do car-naval de 1987.Na primeira edi-ção a consagradacarnavalesca RosaMagalhães sacudiu aSapucaí. Em entrevis-ta ao Estácio web, ocarnavalesco Paulo Menezes,falou do desafio de reeditarum enredo da Rosa Maga-

lhães: “Numa reedição vocêtem o samba-enredo prontoe trabalha seu carnaval emcima dele. A reedição não tepermite dar outros caminhospara o enredo. Você já tem

DOMINGO, 18/2/2007

21h00 - Estácio

22h05 - Império Serrano

23h10 - Mangueira

00h15 - Viradouro

01h20 - Mocidade

02h25 - Vila Isabel

“Caveirão elitista da

maldade, abrindo fogo

contra o povo;

intolerante tanque do

preconceito, indiferença,

cinismo e egoísmo.

Tombam corpos de

meninos mortos, outrora

felizes, pelos guetos nos

quais negros foram

confinados”Trecho do enredo que a Porto daPedra vai levar para a avenida

transformar. Faz do Paláciodo Samba uma casa portu-guesa. É uma casa portugue-sa, com certeza.” A Viradouro

promete transformar aPassarela do Samba

num imenso tabuleiro, aser percorrido rumo à vi-

tória no carnaval 2007. Oseu enredoserá “A Vira-

douro vira ojogo”. Querendo

ser normal, mas ga-rantindo a sua dife-

rença, a ImpérioSerrano lança oenredo “Ser di-

ferente é ser nor-mal. O Império Ser-rano faz a diferençano carnaval”.

JogosPan-Americano

A Portela pega carona comos jogos olímpicos do Pan-Americano com o enredo “Osdeuses do Olimpo na terra docarnaval: uma festa do espor-te, saúde e beleza”. O Chacri-nha será o grande homenage-ado do carnaval da ImperatrizLeopoldinense com o enredo“Teresinhaaa, uhuhuuu!!!! Vo-cês querem bacalhau?”. A Gran-de Rio celebra a história domunicípio de Duque de Caxi-as com o enredo “Caxias, o ca-minho do progresso, o retratodo Brasil”.

Campeã do carnaval de2006, a Vila Isabel aposta noenredo “Metamorfoses: doreino natural à corte populardo carnaval, as transforma-ções da vida”. O enredo apre-senta conteúdos científico,histórico e cultural. A Moci-dade Independente de PadreMiguel traz o enredo “O futu-ro no pretérito, uma históriafeita à mão”. Já a Unidos daTijuca “De lambida em lam-bida, a Tijuca da um click naAvenida”.

Desfiles do Carnaval 2007

SEGUNDA, 19/2/2007

21h00 - Porto da Pedra

22h05 - Unidos da Tijuca

23h10 - Salgueiro

00h15 - Portela

01h20 - Imperatriz

02h25 - Grande Rio

03h30 - Beija-Flor

um caminho trilhado e preci-sa trabalhar em cima disso.Não pode criar uma vertentediferente senão terá uma lin-guagem plástica diferente dalinguagem musical”, diz ela.Um pouquinho do refrãopara ser lembrado: “Que tititié esse que vem da Sapucaí?Tá que tá danado, tá cheiran-

do a sapoti (...).”A Mangueira investiu no

enredo “Minha pátria é mi-nha língua, Mangueira meugrande amor. Meu samba vaiao Lácio e colhe a última flor”.Segue o refrão que já está naboca do povo: “Vem no virada Mangueira, vem sambar.Meu idioma tem o dom de

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O carnaval de rua nos últi-mos anos se transformou nogrande fenômeno da folia ca-rioca. Milhares de pessoasocupam praças, ruas, aveni-das da orla da cidade com-pondo um cenário de explo-são de alegria e irreverênciaque, afinal, é a tradução daalma da cidade. O Jornal doSINTUFRJ preparou um rotei-ro para quem quer se divertirnos blocos do Rio.

14/2: Discípulos de Oswal-do – Bloco formado por servi-dores da Fio Cruz, se concen-tra às 17h, na Rua Castro Tra-vares, 185, Manguinhos. NoCosme Velho, às 18h, na Qua-dra dos Guararapes, se con-centra do bloco Esse É Bom,mas Ninguém Sabe, com ascores azul e amarelo.

15/2: Escravos da Mauá – Aconcentração será às 19h, noLargo de São Francisco daPrainha. As cores são azul eamarelo.

16/2: Vem Ni Mim Que EuSou Facinha – É o bloco da-quele que não desfila, mas“fica”. A concentração é às 17h,na Rua Prudente de Moraes,10, em Ipanema.Rival sem Rival homenageia ocompositor Luiz Carlos da Vila,às 17h, na Rua Álvaro Alvim,em frente ao Café Rival. O blo-co do pessoal do Sintrasef (Sin-dicato dos Trabalhadores doServiço Público Federal), Bocaque Fala, se concentra às 18h,no pilotis do prédio do MEC.O bloco Carmelitas se concen-tra às 19h, no bar do Serginho,que fica na Rua Dias de Barrosesquina com Ladeira de SantaTeresa. As cores são verde,vermelho, azul e amarelo. OBadalo de Santa Teresa desfi-la às 20h, nas ruas de SantaTeresa. A concentração é noLargo das Neves. O Concen-tra Mais Não Sai se concentraàs 20hs, na rua Ipiranga, 54,em Laranjeiras.

Samba no pé nas ruas da cidade 17/2: Cordão do Bola Preta

– Se concentra às 9h, emfrente à sede do Bola Pre-ta, na esquina das Ruas

Evaristo da Veiga e Trezede Maio, na Cinelândia. Às

15h, desfila na Saúde e seconcentra na rua Sacadura

Cabral, 375. Blocodas Barbas se con-centra na esquinadas Ruas Assis Bue-

no e Arnaldo Quintela,em Botafogo. As coressão branco e vermelho.

18/2: Cordão do Boi-tatá – Desfila no Centro,

mas o local e o horário sãodivulgados em cima dahora. Fique ligado. QueMerda É Essa se concentraàs 14h, no bar Paz e Amor,que fica na esquina dasRuas Garcia D’Ávila comNascimento Silva, em Ipa-

nema. As cores são marrome branco. Bloco Suburbanis-tas se concentra às 15h, naRua Lima Sucupira, Irajá.

19/02: Bloco do Meu Kanti-nho – A concentração é às12h, na sede do Meu Kanti-nho, que fica na Rua Indíge-

na, 62, Penha Circular. SeMelhora, afunda é o blocoque se concentra à tarde, naPraça São Domingos, em Ni-terói, e vem de barca até oRio.

20/2: Unidos do Alto da BoaVista – Se concentra às 14h,na Estrada Macari, 305. OBloco da Ansiedade se con-centra às 15h, no Mercadi-nho São José, em Laranjei-ras. Carmelitas se concentraàs 18hs, no Largo do Guima-rães, em Santa Teresa.

21/2: Bloco Virtual – Se con-centra às 18h, no Posto 9, emIpanema.

22/2: Volta Pra Que? – Seconcentra às 20h, em frenteao Teatro Rival.

24/2: O bloco Berço doSamba se concentra às 17h,na Av. Salvador de Sá, ao ladodo Sambódromo.

25/2: O Monobloco, às 12h,desfila pela praia do Leblon.

Fonte: “Rio que encanta”,Guia 2007 de blocos.

Manual do Folião Profissional

1 - Não beba de estômago vazio. Alimente-se bem, coma frutas, verduras e bastante carboidrato antes decair na folia. Deixe a dietinha de alface de lado.2 - Nos blocos, nada melhor do que roupas leves e sapatos confortáveis. Mulheres devem priorizar o usode saia para ter mais facilidade ao fazer xixi.3 - Não dê mole com os bolsos. O ideal é usar aquelas pochetes de viagem debaixo da camisa. Leve apenasdinheiro trocado, carteira de identidade, cartão do plano de saúde e cartão de crédito (principalmente sefor esticar depois). Evite câmeras fotográficas.4 - Beba água nos intervalos e, nem é preciso recomendar, NÃO DIRIJA!5 - Evite beber na latinha de cerveja. Peça aos ambulantes copos descartáveis. Ninguém sabe sobre ascondições de higiene da mercadoria. 6 - Não se esqueça de levar camisinhas. Compre as coloridas, texturizadas, aromáticas, importadas,nacionais, mas pelamordedeus, nunca deixe de usá-las. Elas podem ser úteis ao término dos blocos.7 - Agora, se você não resistiu e pegou pesado, tenha em casa um kit ressaca: água de coco, sal de fruta,chá e comprimidos para dor de cabeça. Descanse e se esforce para manter o bom humor porque o carnavalsó acaba no domingo 25 de fevereiro.

Excelente diversão!

Para cair na folia existem dicas fundamentais. Bafafá selecionou as mais importantes para vocêcurtir a festa melhor e sem atropelos. Confira:

Fonte: site Bafafá

Carnaval 2007Carnaval 2007

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CARNAVAL

A cidade

se encontra

no desfileLivro desvenda o intrincado processo

de elaboração do desfile de uma escolade samba do Grupo Especial

Profissionalização

do desfile chega

com o Sambódromo

Um grande momento das escolas de samba,conta a pesquisadora, foi a construção do Sam-bódromo, em 1984, na Marquês de Sapucaí. Osegundo, a criação da Liga Independente dasEscolas de Samba (Liesa), simultaneamente àinauguração da Passarela do Samba. E o terceiromarco ocorreu em 2006, com a Cidade do Sam-ba.

“O Sambódromo tornou o desfile rentável. Asescolas de samba passaram a ganhar dinheiro, ea Liesa reforçou o mecenato do jogo do bicho,que até hoje tem uma participação dúbia na vidadas agremiações carnavalescas. A Liga foi criadapelos próprios patronos, em seu benefício, mas

Daqui a seisdias, todas asatenções se voltarãopara uma avenidade nome nobre,cercada de morros evizinha de umcemitério. Mas quedurante dois dias,domingo e segunda-feira de carnaval, setransforma naPassarela doSamba. Não existeno Rio de Janeiroespaço urbano tãocobiçado como aMarquês de Sapucaínos dias de desfiledas grandes escolasde samba. Mais de200 mil pessoas dosmais diferenciadosmatizes sociaisassistemanualmente aomaior teatro ao arlivre já produzidoaté hoje. Umtrabalho de artecoletiva que envolvena sua confecçãocerca de 8 milartistas e mobilizacentenas detrabalhadores eprofissionais deimprensa do mundotodo.

Os caminhos e descami-nhos desta festa foram minu-ciosamente vasculhados pelaantropóloga e professora daUFRJ Maria Laura Viveiros deCastro Cavalcanti, entre 1991e 1992, culminando, em 1993,na tese de doutorado. Esteano, a Editora da UFRJ pre-senteou a pesquisadora coma terceira edição revista eampliada do resultado do seutrabalho. Carnaval carioca:dos bastidores ao desfile des-venda o intrincado processode elaboração do desfile deuma escola de samba doGrupo Especial, tendo comoreferência a Mocidade Inde-pendente de Padre Miguel.Nenhum detalhe escapou àprofessora. Ela expõe a rela-ção dos bicheiros com oevento e da comunidadecom os carnavalescos.

OLHAR ESPECIAL – “Éuma pesquisa de campo quetrata sobre onde a cidade dese encontra”, define MariaLaura. E a cidade, segundo apesquisadora, se encontranos desfiles das escolas desamba, um “processo cultu-ral fascinante, ligado à histó-ria do Rio de Janeiro”. Mas267 páginas do livro seaprende mais sobre o carna-val carioca e, principalmen-te, é claro, sobre todo o pro-cesso de confecção de umdesfile. “O livro captou essemomento de destino finalpara a festa, quando se cons-tata que o que move as pes-soas é um processo cultural,embora estejam presentes asdimensões econômicas eculturais”, disse.

Uma mistura de sons,classes sociais e grupos étni-

cos - ingredientes detecta-dos pela pesquisadora faz -girar a poderosa máquinados desfiles das grandes es-colas de samba da cidade. Aisso tudo se acrescenta opoder hegemônico dos bi-cheiros, ainda presente namaioria destas agremia-ções.

RELAÇÕES – O ponto departida de um desfile de es-cola de samba é o enredo,que vira samba-enredo,fantasia e alegoria. “É a mú-sica e as artes plásticas quemostram a tensão entreuma coisa e outra. Porqueé como um time de fute-bol, em que todos têm cons-ciência de que necessitamtrabalhar em cooperação eo objetivo final não é racio-nal. O que movimenta as li-gações na escola é que elatem que ganhar o carnaval.”

Muitos bairros da cida-de se relacionam em fun-ção da escola de samba,constatou a pesquisadora.“É a quadra, o barracão, asoficinas de alas, que se es-palham nos bairros do su-búrbio aos da Zona Sul,como Copacabana, no casoda Mocidade Independen-te de Padre Miguel”. Portudo isso, Maria Laura nãotem dúvidas quando afirmaque a preparação e o desfi-le é um rito urbano contem-porâneo em que a cidadedialoga com ela mesma,num encontro com seusconflitos, qualidades e de-feitos. “A realização de umafesta com estas dimensõese mantendo raízes culturaisé um processo cultural úni-co no mundo”, garante.

LAURA. Pesquisadora mergulhou no universo das escolas

racionalizou financeira e administrativamente as-pectos importantes do desfile. A Cidade do Sambamuda o cenário, o contexto que permite o desfile.São espaços positivos de sociabilidade”, observouMaria Laura.

Segundo a pesquisadora, a Cidade do Sambaparece uma oficina da Universal Filmes e, em plenaatividade, lembra uma produção do cineasta italia-no Frederico Felini, com elevadores de carga, refei-tó-rios e barracão. “É apaixonante ver tudo aquilo,muita gente correndo para todos os lados. Pessoasque antes trabalhavam em locais insalubres, quen-tes, cujos improvisos colocavam vidas em risco. Erabonito, mas penoso”, afirmou.

O LIVRO CARNAVAL CARIOCA: dos bastidores ao desfileestá à venda na Editora da UFRJ (2295-1595, ramal 111) e noMuseu do Folclore, na Rua do Catete 179. Preço: R$ 38,00.