39
Formação e Análise de Custos e Preços 1 – Operações com Mercadorias 1.1 – O Tratamento dos Impostos nas Compras e nas Vendas Ao venderem ou comprarem produtos ( Matérias-Primas, Insumos ou Mercadorias p/ Revenda ), a empresa necessita dar um tratamento específico para os impostos, pelos quais é contribuinte; Ser contribuinte de um imposto quer dizer que a empresa está obrigada a recolher ( pagar ) este imposto quando da sua saída ( venda ); Em função de ser contribuinte de determinado imposto, tem o direito de apropriar-se do crédito, deste, quando da compra ( aquisição ), se for compra destinada para a atividade da empresa ( produção para venda ou revenda propriamente dita ). 1.1.1 – Procedimentos a serem seguidos Empresa Comercial - Características Contribuinte dos impostos: Icms, Pis, Cofins, Irpj e CS; É obrigada a destacar o Icms em suas notas de vendas, de suas mercadorias, objeto do seu negócio; Deve apropriar-se do crédito do Icms, destacado em suas notas fiscais de compras, quando a mercadoria for destinada à venda ( mercadorias p/ revenda ); O Ipi destacado na nota fiscal de compra, realizada de uma indústria, deve ser lançado como custo da mercadoria, somando-se ao estoque desta; Quando do pagamento do imposto ( Icms ), mensalmente, deve compensar o crédito realizado pelas compras, desembolsando apenas a diferença entre o Icms a Pagar e o Icms a Recuperar. Exemplo Compra de uma Indústria ( Aquisição ): Uniube Administração Elaborado por: Alexandre Alvarez Data: 31/07/2003 Revisão: 02 Página no.: 1

APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

1 – Operações com Mercadorias

1.1 – O Tratamento dos Impostos nas Compras e nas Vendas

Ao venderem ou comprarem produtos ( Matérias-Primas, Insumos ou Mercadorias p/ Revenda ), a empresa necessita dar um tratamento específico para os impostos, pelos quais é contribuinte;

Ser contribuinte de um imposto quer dizer que a empresa está obrigada a recolher ( pagar ) este imposto quando da sua saída ( venda );

Em função de ser contribuinte de determinado imposto, tem o direito de apropriar-se do crédito, deste, quando da compra ( aquisição ), se for compra destinada para a atividade da empresa ( produção para venda ou revenda propriamente dita ).

1.1.1 – Procedimentos a serem seguidos

Empresa Comercial - Características

Contribuinte dos impostos: Icms, Pis, Cofins, Irpj e CS; É obrigada a destacar o Icms em suas notas de vendas, de suas

mercadorias, objeto do seu negócio; Deve apropriar-se do crédito do Icms, destacado em suas notas fiscais

de compras, quando a mercadoria for destinada à venda ( mercadorias p/ revenda );

O Ipi destacado na nota fiscal de compra, realizada de uma indústria, deve ser lançado como custo da mercadoria, somando-se ao estoque desta;

Quando do pagamento do imposto ( Icms ), mensalmente, deve compensar o crédito realizado pelas compras, desembolsando apenas a diferença entre o Icms a Pagar e o Icms a Recuperar.

Exemplo Compra de uma Indústria ( Aquisição ):Aquisição de 100 unidades de uma Mercadoria para Revenda, no valor unitário de R$ 20,00, com 18% de Icms incluso, mais 5% de Ipi, perfazendo um total geral no valor de R$ 2.100,00, a prazo, do Fornecedor “Beta Ltda.”

DB Estoque de Mercadorias p/ Revenda 1.740,00DB Icms a Recuperar 360,00CR Fornecedores a Pagar "Beta" 2.100,00Exemplo Venda de Mercadorias ( Receita )Venda de 50 unidades de uma Mercadoria para Revenda, no valor unitário de R$ 45,00, com 18% de Icms incluso, perfazendo um total geral no valor de R$ 2.250,00, a prazo, para o Cliente “Alfa Ltda.”

Lançamento pela Venda Bruta:

DB Duplicatas a Receber – Cliente "Alfa" 2.250,00Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 1

Page 2: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

CR Venda de Mercadorias 2.250,00

Lançamento dos Impostos sobre a Venda:

DB Icms s/ Vendas 405,00CR Icms a Recolher ( Pagar ) 405,00

Empresa Industrial - Características Contribuinte dos impostos: Ipi, Icms, Pis, Cofins, Irpj e CS; É obrigada a destacar o Ipi e o Icms em suas notas de vendas, de seus

produtos, objeto do seu negócio; Deve apropriar-se do crédito do Ipi e do Icms, destacado em suas notas

fiscais de compras, quando forem destinadas à produção e venda; Quando do pagamento dos impostos (Ipi e Icms), mensalmente, deve

compensar os créditos realizados pelas compras, desembolsando apenas a diferença entre o Ipi e o Icms a Pagar com o Ipi e o Icms a Recuperar.

Exemplo Compra de uma Indústria ( Aquisição ):Aquisição de 100 unidades de uma Matéria Prima, no valor unitário de R$ 20,00, com 18% de Icms incluso, mais 5% de Ipi, perfazendo um total geral no valor de R$ 2.100,00, a prazo, do Fornecedor “Beta Ltda.”

DB Estoque de Matéria-Prima 1.640,00DB Icms a Recuperar 360,00DB Ipi a Recuperar 100,00CR Fornecedores a Pagar "Beta" 2.100,00

Exemplo Venda de Produtos ( Receita )Venda de 50 unidades de um Produto, no valor unitário de R$ 45,00, com 18% de Icms incluso, mais 4% de Ipi, perfazendo um total geral no valor de R$ 2.340,00, a prazo, para o Cliente “Alfa Ltda.”Lançamento pela Venda Bruta:

DB Duplicatas a Receber – Cliente "Alfa" 2.340,00CR Venda de Produtos 2.340,00

Lançamento dos Impostos sobre a Venda:

DB Icms s/ Vendas 405,00CR Icms a Recolher ( Pagar ) 405,00

DB Ipi s/ Vendas 90,00CR Ipi a Recolher ( Pagar ) 90,00

1.2 – RCM Resultado com Mercadorias

Também conhecido como Lucro Bruto Operacional (LBO), ou ainda Resultado Bruto Operacional (RBO), é a diferença entre as Receitas

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 2

Page 3: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Operacionais Líquidas (ROL) obtidas pelas vendas e o custo dessas mercadorias que foram vendidas (CMV). Essa diferença não leva em consideração as demais receitas e despesas da empresa, como Receitas de Juros, Despesas com Aluguéis, Despesas com Salários, Despesas com Tributos, etc.; estas aparecem quando se deseja conhecer (apurar) o Resultado Líquido Operacional do Exercício (RLO).

Fórmula: RCM = ROL – CO

RCM Resultado com Mercadorias (também conhecido como Lucro Bruto Operacional ou ainda Resultado Bruto Operacional);ROL Receitas Operacionais Líquidas (também conhecidas como Vendas Líquidas, é a diferença entre o valor das Receitas Operacionais Brutas (Vendas Brutas), menos as Deduções sobre as Receitas Operacionais Brutas (Vendas Canceladas, Devoluções e Abatimentos, Impostos Incidentes sobre as Vendas Brutas));CO Custos Operacionais.

DRE – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita Operacional Bruta ( ROB )( - ) Deduções s/ Receita Operacional Bruta

Cancelamentos / Abatimentos / DevoluçõesImpostos Incidentes s/ Vendas

( = ) Receita Operacional Líquida ( ROL )( - ) Custos Operacionais ( CO )

Custo das Mercadorias Vendidas ( CMV )( = ) Resultado com Mercadorias ( RCM )

1.3 – CO Custos Operacionais

É formado pelo Custo das Mercadorias Vendidas ( CMV ) quando se estiver referindo a uma empresa comercial ( revenda ); ou ainda pelo Custo dos Produtos Vendidos ( CPV ) quando se estiver referindo a uma empresa industrial.

Basicamente existem dois sistemas para calcular o Custo das Mercadorias Vendidas, a saber:

1.3.1 – Inventário Periódico

Ocorre quando se efetuam as vendas sem um controle paralelo do estoque e, portanto sem controlar o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). Quando necessitamos apurar o resultado do período, obtido com as vendas das mercadorias (RCM), fazemos um levantamento físico para avaliação do estoque de mercadorias existente naquela data, e pela diferença entre o total das mercadorias disponíveis para a venda durante o

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 3

Page 4: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

período e esse estoque final (apurado extra-contabilmente) obtém-se o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) nesse período.

Fórmula: CMV = EI + C – EF

(EI + C) = Total das Mercadorias disponíveis para Venda

CMV Custo das Mercadorias Vendidas;EI Estoque Inicial (valor do estoque remanescente do período anterior, passado para o período atual);C Compras líquidas (valor total das aquisições efetuadas no período, excluídas dos impostos, pelos quais o comprador é contribuinte e se apropria do crédito na entrada);EF Estoque Final (levantamento físico, apurado extra-contabilmente, valorizado pelas últimas compras). O grande problema desse sistema (Inventário Periódico) está exatamente na valorização deste estoque físico que muitas vezes não é feito da forma correta e prejudica a empresa em relação à apuração do resultado (DRE). Às vezes, e na grande maioria, em função do volume envolvido de compras e saídas, os estoques finais, apurados extra-contabilmente, são valorizados pela última compra, quando deveriam ser valorizados pelo valor efetivamente da sua aquisição; isto não acontecendo, supervaloriza o valor do Estoque Final (EF), fazendo com que o valor total dos Custos das Mercadorias Vendidas (CMV) fique sub-valorizado, e conseqüentemente, aumenta o valor do Resultado com Mercadorias (RCM), e o reflexo é ter um Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR) maior, fazendo com que a empresa pague mais imposto do que realmente deveria.

1.3.1.1. – Contabilização do Inventário Periódico

Já sabemos que para a apuração do Resultado com Mercadorias (RCM), no caso do Inventário Periódico, precisamos de um levantamento físico do Estoque, o que, portanto, nos oferece uma informação extra-contábil. É necessário, entretanto, a contabilização dessa apuração do RCM, pois a conta Mercadorias precisa ter o seu saldo correto, com o valor do Estoque do último dia do período, para apresentação no Balanço Patrimonial.

A contabilização deverá ser feita da seguinte forma:

Na compra:

Débito: Estoque de MercadoriasO valor a ser contabilizado nesta conta deverá ser o total da compra menos o(s) valor(es) do(s) imposto(s) indicado(s) na nota fiscal,

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 4

Page 5: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

imposto(s) este(s) que o comprador é contribuinte e pode se apropriar do crédito na entrada;

Débito: Impostos a RecuperarO valor a ser contabilizado nesta conta deverá ser o referente ao(s) imposto(s), destacado(s) na nota fiscal, pelo(s) qual(is) o comprador é contribuinte e pode se apropriar do crédito na entrada; se houver mais de um imposto que o comprador poderá se beneficiar, deverá ser aberto uma conta para cada um deles;

Crédito: Fornecedores ou Caixa ou BancosDeverá ser feito o lançamento em uma das contas acima mencionadas, de acordo com a forma de pagamento negociada entre o comprador e o fornecedor; o valor a ser contabilizado, deverá ser o valor total da nota fiscal, valor este que será pago ao fornecedor (vendedor).

Na venda:

Débito: Duplicatas a Receber (Clientes) ou Caixa ou BancosDeverá ser feito o lançamento em uma das contas acima mencionadas, de acordo com a forma de recebimento negociada entre o vendedor e o comprador (cliente); o valor a ser contabilizado na conta deverá ser o referente ao total da nota fiscal, valor este que será recebido pela transação feita;

Crédito: Vendas de MercadoriasO valor a ser contabilizado nesta conta deverá ser o correspondente ao total da nota fiscal, objeto da transação feita.

Pela provisão dos Impostos sobre as Vendas:

Débito: Impostos Incidentes sobre as Vendas (Icms e/ou Ipi)O valor a ser contabilizado deverá ser o correspondente aos impostos mencionados na nota fiscal, impostos estes que a empresa é contribuinte. Caso a empresa seja contribuinte de mais de um imposto citado na nota fiscal, deverá abrir uma conta para cada tipo de imposto destacado;

Crédito: Impostos a RecolherO valor a ser contabilizado deverá ser o correspondente aos impostos mencionados na nota fiscal, impostos este que a empresa é contribuinte. Caso a empresa seja contribuinte de mais de um imposto citado na nota fiscal, deverá abrir uma conta para cada tipo de imposto destacado. Os valores lançados nestas contas serão compensados com os valores lançados a débito por ocasião das entradas, referente à antecipação feita naquela época.

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 5

Page 6: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Exemplo: Uma determinada empresa, comercial, tem os seguintes saldos de contas contábeis iniciais em Janeiro/2002, conforme abaixo:

Estoque de Mercadorias 7.000,00Capital Social 5.000,00Lucros Acumulados 2.000,00

Durante o mês de Janeiro/2002, realiza as seguintes operações, a saber:

1. Em 02/01/2002 realiza compra de Mercadorias, pelo valor total de R$ 3.000,00, com 12% de ICMs incluso (R$ 360,00), a prazo do Fornecedor “A”;

2. Em 15/01/2002 realiza venda no valor total de R$ 5.000,00, com 18% de Icms incluso (R$ 900,00), a prazo, para o Cliente “B”;

3. Em 31/01/2002 efetua um levantamento físico de estoque e o valoriza pela última compra, chegando a um valor total de Estoque de R$ 7.040,00.

Pede-se: Efetuar os lançamentos contábeis, através de razonetes em “T”, calcular os valores correspondentes ao CMV e RCM, e apurar o resultado da empresa para o período, montar a DRE e o BP.

1.3.2 – Inventário Permanente

Ocorre quando controlamos de forma continua o Estoque de Mercadorias, dando-lhe baixa, em cada venda, pelo custo dessas mercadorias vendidas (CMV). Pode-se utilizar uma ficha de controle para se conhecer o saldo, quantitativo e valorizado, em estoque.

1.3.2.1 – Registro Detalhado do Estoque

No sistema do Inventário Permanente, o controle do estoque de mercadorias pode ser simplificado com o uso de uma ficha de controle (kardex). O seu modelo varia de acordo com as necessidades de cada empresa.

Modelo de uma Ficha de Controle de Estoque (Kardex):ENTRADAS SAÍDAS SALDOS

QTDE UNIT. TOTAL QTDE UNIT. TOTAL QTDE UNIT. TOTAL

A coluna Entradas representa as compras líquidas efetuadas durante o período; a coluna Saídas representa o valor do Custo das Mercadorias Vendidas e a coluna Saldos representa o valor do saldo da conta de Estoque de Mercadorias.

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 6

Page 7: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

1.3.2.2 – Contabilização do Inventário Permanente

Na compra:

Débito: Estoque de MercadoriasO valor a ser contabilizado nesta conta deverá ser o total da compra menos o(s) valor(es) do(s) imposto(s) indicado(s) na nota fiscal, imposto(s) este(s) que o comprador é contribuinte e pode se apropriar do crédito na entrada;

Débito: Impostos RecuperarO valor a ser contabilizado nesta conta deverá ser o referente ao(s) imposto(s), destacado(s) na nota fiscal, pelo(s) qual(is) o comprador é contribuinte e pode se apropriar do crédito na entrada; se houver mais de um imposto que o comprador poderá se beneficiar, deverá ser aberto uma conta para cada um deles;

Crédito: Fornecedores ou Caixa ou BancosDeverá ser feito o lançamento em uma das contas acima mencionadas, de acordo com a forma de pagamento negociada entre o comprador e o vendedor; o valor a ser contabilizado, deverá ser o valor total da nota fiscal, valor este que será pago ao fornecedor (vendedor).

Em relação ao Controle do Estoque Interno (Kardex):

Em relação à compra realizada, deverá ser feito um lançamento na coluna entradas, com a quantidade e valor referente especificamente ao custo dos produtos adquiridos, ou seja, excluído os impostos pelos quais o comprador é contribuinte e pode se apropriar do crédito na entrada.

Na venda:

Pela Venda Bruta efetuada:

Débito: Duplicatas a Receber (Clientes) ou Caixa ou BancosDeverá ser feito o lançamento em uma das contas acima mencionadas, de acordo com a forma de recebimento negociada entre o vendedor e o comprador (cliente); o valor a ser contabilizado na conta deverá ser o referente ao total da nota fiscal, valor este que será recebido pela transação feita;

Crédito: Vendas de MercadoriasO valor a ser contabilizado nesta conta deverá ser o correspondente ao total da nota fiscal, objeto da transação feita.

Pela baixa do estoque vendido:

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 7

Page 8: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Débito: Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)O valor a ser contabilizado, nesta conta, deverá ser o correspondente ao custo do estoque, no momento da venda, proporcional à quantidade vendida;

Crédito: Estoque de MercadoriasO valor a ser contabilizado, nesta conta, deverá ser o correspondente ao custo do estoque, no momento da venda, proporcional à quantidade vendida.

Pela provisão dos Impostos sobre as Vendas:

Débito: Impostos Incidentes sobre as Vendas (Icms e Ipi)O valor a ser contabilizado deverá ser o correspondente aos impostos mencionados na nota fiscal, impostos estes que a empresa é contribuinte. Caso a empresa seja contribuinte de mais de um imposto citado na nota fiscal, deverá abrir uma conta para cada tipo de imposto destacado;

Crédito: Impostos a RecolherO valor a ser contabilizado deverá ser o correspondente aos impostos mencionados na nota fiscal, impostos este que a empresa é contribuinte. Caso a empresa seja contribuinte de mais de um imposto citado na nota fiscal, deverá abrir uma conta para cada tipo de imposto destacado. Os valores lançados nestas contas serão compensados com os valores lançados a débito por ocasião das entradas, referente à antecipação feita naquela época.

Em relação ao Controle do Estoque Interno (Kardex):

Em relação à venda realizada, o único lançamento que deverá ser feito, no controle interno de estoque (kardex), será o da baixa do estoque vendido, que deverá ser lançado na coluna saídas com quantidade e valor (este último pelo custo), uma vez que esta coluna representa o valor exato do CMV.

Desta forma, após cada operação de venda e sua contabilização, teremos a conta Vendas atualizada, a de CMV com o total do custo acumulado até a data analisada, e a de Mercadorias refletindo o valor exato do estoque.

Exemplo: Uma determinada empresa, industrial, efetua as seguintes operações, durante o mês de Janeiro/2002, conforme:

1. Em 02/01/2002 compra Mercadorias para Revenda, a prazo, do Fornecedor “A”, no valor de R$ 15.000,00, com 18 % de Icms incluso

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 8

Page 9: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

(R$ 2.700,00), mais 5% de Ipi, perfazendo um total geral de R$ 15.750,00, referente a 10.000 unidades;

2. Em 15/01/2002 compra Mercadorias para Revenda, por R$ 7.000,00, com 12% de Icms incluso (R$ 840,00), referente a 4.000 unidades, a prazo, do Fornecedor “B”.

3. Em 31/01/2002 vende metade do estoque, por R$ 10.000,00, com 12% de Icms incluso (R$ 1.200,00), mais 4% de Ipi, perfazendo um total geral de R$ 10.400,00, a prazo para o Cliente “B”;

Pede-se: Elaborar a Ficha de Controle de Estoque (Kardex), efetuar os lançamentos contábeis, através de razonetes em “T”, apurar o resultado da empresa para o período, montar a DRE e o BP.

1.3.2.3 – Atribuição de Preços aos Inventários

Sabemos que vários fatores influenciam os preços de todo tipo de mercadorias: variação do índice geral de preços (inflação e deflação), tabelamento imposto pelo governo, etc. Com isso, dificilmente terão, durante um período, compras e vendas feitas pelo mesmo preço. Em função disto, surge os critérios que determinaram a forma de controlar os preços, conforme:

a) Preço Específico :Quando é possível fazer a determinação do preço específico de cada unidade em estoque, pode-se dar baixa, em cada venda, por esse valor; com isto, no estoque final, o seu valor será a soma de todos os custos específicos de cada unidade ainda existente;

b) PEPS – Primeiro que Entra, Primeiro que Sai :Nesse critério, à medida que ocorrem as vendas, vamos dando baixa a partir das primeiras compras;

c) UEPS – Último que Entra, Primeiro que Sai :Nesse critério, à medida que ocorrem as vendas, vamos dando baixa a partir das últimas compras. Este critério não é aceito pela Legislação Brasileira;

d) Média Ponderada Móvel :Para evitar o controle de preços por lotes, e para fugir aos extremos, existe a possibilidade de se dar como custo o valor médio das compras.

Exemplo: Uma determinada empresa tem as seguintes operações, a saber:

Em 02/01/2002 adquire 5 – (cinco) veículos por R$ 13.000,00 cada um;

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 9

Page 10: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Em 05/01/2002 adquire mais 3 – (três) veículos por R$ 15.000,00 cada um;

Em 10/01/2002 vende 2 – (dois) veículos por R$ 16.000,00 cada um, porem sendo um do primeiro lote e o outro do segundo lote.

Pede-se: Elaborar a Ficha de Controle de Estoque (Kardex) para cada um dos critérios existentes (Preço Específico, Peps, Ueps e Média Ponderada), elaborar a DRE, fazer uma análise dobre os resultados achados para cada um dos critérios.

1.3.3 – Custo ou Mercado (o mais baixo)

Durante o período, para controle do estoque, utiliza-se o custo como base de valor para inventário e CMV, custo este baseado nos critérios existentes, e no dia da apuração do resultado, faz-se a comparação do saldo contábil do estoque final (pelo custo) com o seu valor de mercado. Se o custo for menor, o CMV será apurado da forma conhecida; se o valor de mercado for menor, deve-se fazer um ajuste pela desvalorização do estoque final.

O uso da regra: “Custo ou Mercado, o mais baixo” é baseado em um princípio contábil (Prudência/Conservadorismo), antigo e conservador, porem cauteloso, que dita: Nunca antecipar lucros, mas sempre antecipar possíveis prejuízos.

De acordo com a Lei das Sociedades por Ações e com a Convenção do Conservadorismo (Prudência), deve ser esse o princípio norteador da avaliação de estoques. O custo será sempre utilizado, a menos que o valor de mercado seja menor. Para as mercadorias, valor de mercado deve ser entendido como o valor de venda líquido de impostos e de despesas incidentes sobre a venda. Ex: Icms, Ipi, Pis, Cofins, Comissões, Despesas de Entrega, etc.

Contabilização deste fato : (Custo ou Mercado, o mais baixo)Caso ocorra este fato, a empresa deverá fazer um lançamento contábil de ajuste do seu estoque, conforme:

Débito: Ajuste do Estoque ao Valor de MercadoConta de Resultado que irá diminuir o lucro da empresa;

Crédito: Provisão para Ajuste ao Valor de MercadoConta do Ativo, redutora do grupo estoque.

Observação: No exercício social seguinte, deve-se desfazer este lançamento e se o fato se repetir, deve-se fazer novamente o lançamento de ajuste, nas bases do momento em que está ocorrendo; este lançamento deverá ser feito somente na contabilidade, não interferindo no controle de estoque (kardex).

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 10

Page 11: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

1.3.4 – Importância da Exatidão nos Inventários

Para se aquilatar a importância dos inventários é basicamente dizer que deles depende diretamente a precisão do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício. Podemos dizer que:

Se o inventário final é superestimado, o lucro líquido será superestimado;

Se o inventário final é subestimado, o lucro líquido será subestimado.

1.3.5 – Considerações Adicionais sobre o Inventário

O inventário deve abranger, como regra geral, todas as mercadorias de propriedade da empresa, quer estejam em seu poder ou em poder de terceiros, excluídas, porém as mercadorias de propriedade de terceiros que estejam em poder da empresa. Portanto, a inclusão de mercadorias no inventário deve basear-se, como regra geral, no critério da propriedade e não no da posse.Ex: Mercadorias em Consignação e Mercadorias em Trânsito.

1.3.6 – Fatos que alteram os valores das Compras e das Vendas

Quando o comerciante se vê prejudicado ao receber certa mercadoria cujo tipo, qualidade, preço ou qualquer outro fator esteja em desacordo com o seu pedido, ou com a nota fiscal, ou mesmo com as condições físicas normais que deveriam cercar o produto, pode ele adotar uma das seguintes medidas:

a) Devolver a mercadoria, total ou parcialmente: Neste caso, independentemente de ser devolução total ou parcial, haverá a circulação das mercadorias, envolve o produto fisicamente; deverão ser ajustados os valores lançados referentes aos impostos, tanto da entrada como da saída, caso haja; haverá a necessidade também de se ajustar o CMV, na proporção da devolução ocorrida.

b) Solicitar um abatimento ao vendedor: Neste caso, não haverá a circulação das mercadorias, não envolverá o produto fisicamente, portanto, não haverá a necessidade de ajustar os valores referentes aos impostos, caso haja, nem da entrada, nem da saída.

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 11

Page 12: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Tais aspectos poderão ser examinados tanto do ponto de vista do Vendedor como do Comprador, no que diz respeito a contabilização e controle do estoque (Kardex):

1. Para o Vendedor: As devoluções e/ou abatimentos das mercadorias vendidas deverão, de preferência, serem registrados em contas próprias, já que, se o vendedor procedesse simplesmente o estorno da venda, deixaria de ter a informação relativa aos valores das devoluções e dos abatimentos do período. Assim os lançamentos ficarão:

No caso de Devolução (total ou parcial):

Pela Devolução propriamente dita:

Débito: Devoluções de VendasO valor da devolução deverá ser debitado nesta conta que é uma conta redutora do grupo Receita (Deduções sobre a Receita Bruta Operacional); o saldo de tal conta, no fim do período, será jogado contra o saldo de vendas brutas, para apuração do valor das vendas líquidas;

Crédito: Caixa ou Bancos ou Duplicatas a Receber (Clientes)O valor da devolução deverá ser creditado em uma destas contas acima mencionadas, conforme o acordo feito na venda.

Pelo estorno do Impostos Incidentes sobre as Vendas:

Débito: Impostos a RecolherOs valores a serem debitados nesta conta deverão corresponder ao dos impostos destacados na nota fiscal de devolução; impostos estes que o vendedor é contribuinte e provisionou no momento da venda;

Crédito: Impostos Incidentes sobre as Vendas (Icms e Ipi)Os valores a serem debitados nesta conta deverão corresponder ao dos impostos destacados na nota fiscal de devolução; impostos estes que o vendedor é contribuinte e provisionou no momento da venda. Os saldos de tais contas, no fim do período, serão jogados contra o saldo de vendas brutas, para apuração do valor das vendas líquidas.

Pelo ajuste do Custo das Mercadorias Vendidas:

Débito: Estoque de MercadoriasO valor a ser contabilizado, nesta conta, deverá ser o correspondente ao custo do estoque, baixado no momento da venda, proporcional à quantidade devolvida;

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 12

Page 13: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Crédito: Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)O valor a ser contabilizado, nesta conta, deverá ser o correspondente ao custo do estoque, baixado no momento da venda, proporcional à quantidade devolvida.

Em relação ao Controle do Estoque Interno (Kardex):

Em relação à devolução recebida de uma venda efetuada, seja total ou parcial, o único lançamento que deverá ser feito, no controle interno de estoque (kardex), será o do ajuste do Custo das Mercadorias Vendidas, que deverá ser lançado na coluna saídas com quantidade e valor total negativo, uma vez que esta coluna representa o valor exato do CMV.

No caso de Abatimento:

Débito: Abatimentos sobre VendasO valor do abatimento deverá ser debitado nesta conta que é uma conta redutora do grupo Receita (Deduções sobre a Receita Bruta Operacional); o saldo de tal conta, no fim do período, será jogado contra o saldo de vendas brutas, para apuração do valor das vendas líquidas;

Crédito: Caixa ou Bancos ou Duplicatas a Receber (Clientes)O valor do abatimento deverá ser creditado em uma destas contas acima mencionadas, conforme o acordo feito na venda.

Em relação ao Controle do Estoque Interno (Kardex):

Com relação aos Abatimentos concedidos na venda, não deverá ser ajustado nenhum outro fator (CMV ou Impostos), uma vez que não terá a movimentação física da mercadoria, bem como também, não haverá a emissão de nota fiscal, documento este base para comprovação da apropriação de impostos.

2. Para o Comprador: A devolução ou abatimento altera o valor das suas compras. Deverá, de preferência, abrir contas específicas para tais fatos, para com isso obter melhores informações para as análises. Assim, os lançamentos ficarão:

No caso de Devolução (total ou parcial):

Pela Devolução propriamente dita:

Débito: Caixa ou Bancos ou Fornecedores a PagarO valor da devolução deverá ser debitado em uma destas contas acima mencionadas, conforme o acordo feito com o Fornecedor;

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 13

Page 14: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Crédito: Estoque de MercadoriasO valor a ser contabilizado nesta conta deverá ser o total da devolução menos os valores dos impostos indicados na nota fiscal de devolução; impostos estes que o comprador é contribuinte e pode se apropriar do crédito na entrada;

Crédito: Impostos a RecuperarO valor a ser contabilizado nesta conta deverá ser o referente aos impostos, destacados na nota fiscal de devolução, pelos quais o comprador é contribuinte e pode se apropriar do crédito na entrada; se houver mais de um imposto que o comprador poderá se beneficiar, deverá ser aberta uma conta para cada um deles.

Em relação ao Controle do Estoque Interno (Kardex): Em relação à devolução enviada de uma compra efetuada, seja total ou parcial, o único lançamento que deverá ser feito, no controle interno de estoque (kardex), será o do ajuste da entrada, que deverá ser lançado na coluna entradas com quantidade e valor negativo, uma vez que esta coluna representa o valor exato das aquisições efetuadas.

No caso de Abatimento:

Débito: Caixa ou Bancos ou Fornecedores a PagarO valor do abatimento deverá ser debitado em uma destas contas acima mencionadas, conforme acordo feito com o Fornecedor;

Crédito: Estoque de MercadoriasO valor do abatimento deverá ser creditado na conta acima mencionada, conforme o acordo feito com o Fornecedor.

Em relação ao Controle do Estoque Interno (Kardex):

Em relação ao abatimento recebido de uma compra efetuada, o único lançamento que deverá ser feito, no controle interno de estoque (kardex), será o do ajuste da entrada, que deverá ser lançado na coluna entradas com valor negativo, uma vez que esta coluna representa o valor exato das aquisições efetuadas. Deverá ser lançado somente o valor uma vez que não há movimentação física da mercadoria.

1.3.7 – Outros Descontos

São concedidos pelo vendedor a favor do comprador, por motivos não ligados ou condicionados às mercadorias ou produtos negociados, mas sim por outros motivos como: pela grande quantidade que está sendo

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 14

Page 15: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

vendida, por ser o comprador um cliente muito especial, por prática de descontos sobre o preço de venda (promoções) ou ainda por recebimento antecipado. Tais descontos são diferentes dos Abatimentos. Enquanto estes são concedidos em função de uma irregularidade (não conformidade) relacionada com a mercadoria ou produto negociado (comparação entre pedido / nota ou ainda inspeção física), estes outros descontos podem ocorrer em duas situações:

a) Chamado de Desconto Comercial, é conhecido no ato da venda, por iniciativa do vendedor, como por exemplo “promoção”, quando o desconto já vem mencionado na nota fiscal; neste caso o procedimento mais comum é o seu não registro na contabilidade do comprador e do vendedor, contabilizando o fato pelo valor descontado;

b) Ser concedido após o ato da venda, mas não condicionado a mercadoria ou produto, como por exemplo, um Desconto Financeiro por antecipação de pagamento por parte do cliente, quando a sua contabilização não afetará o estoque nem o controle interno de estoque, mas sim será considerado da seguinte forma:

No caso do Vendedor:

Débito: Caixa ou BancosO valor do recebimento efetivo (valor descontado) deverá ser debitado em uma destas contas acima mencionadas, conforme acordo feito com o Cliente;

Débito: Despesas Financeiras (Descontos Concedidos)O valor do desconto deverá ser debitado na conta acima mencionada, conforme acordo feito com o Cliente; ao final do período será jogada contra as receitas para a apuração do resultado;

Crédito: Duplicatas a Receber (Clientes)O valor total da dívida do Cliente deverá ser creditado na conta acima mencionada, diminuindo ou zerando o seu débito (saldo).

No caso do Comprador:

Débito: Fornecedores a PagarO valor total da dívida ou prestação da empresa deverá ser debitado na conta acima mencionada, diminuindo ou zerando o seu crédito (saldo).

Crédito: Receitas Financeiras (Descontos Obtidos)O valor do desconto recebido deverá ser creditado na conta acima mencionada, conforme acordo feito com o Fornecedor; ao final do período será jogada junto com as receitas (somando) para a apuração do resultado;

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 15

Page 16: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Crédito: Caixa ou BancosO valor do pagamento efetivo (valor descontado) deverá ser creditado em uma destas contas acima mencionadas, conforme acordo feito com o Fornecedor;

Em relação ao Controle do Estoque Interno (Kardex):

Não terá que ser feito nenhum ajuste nos estoques, seja na posição do vendedor como na do comprador.

1.3.8 – Gastos com Transportes e Outros

O custo real de uma mercadoria adquirida não é somente o constante da sua nota fiscal, mas o resultado da soma deste com todos os gastos necessários para a colocação da mercadoria ou produto em condições de venda. Normalmente serão os custos de fretes e seguros.A sua contabilização é feita normalmente da seguinte maneira:

Débito: Estoque de MercadoriasO valor contratado de frete deverá ser lançado a débito da conta acima mencionada, aumentando o valor do custo do estoque;

Crédito: Caixa ou Bancos ou Fretes a PagarO valor contratado de frete deverá ser lançado a crédito de uma das contas acima mencionadas, de acordo com o acordo comercial feito com a transportadora (fornecedor).

Em relação ao Controle do Estoque Interno (Kardex):

No controle de estoque interno (kardex), para o comprador, deverá ser feito um registro na coluna entradas mas somente com o valor líquido do frete, não movimentando quantidade.

Exemplo: Uma empresa comercial apresenta os seguintes saldos de contas contábeis, a saber:

Banco Alfa 11.400,00Estoque de Mercadorias p/ Revenda ( 60 unidades ) 48.600,00Capital Social 60.000,00

Durante um determinado período, realizou as seguintes movimentações:1. Aquisição de 100 unidades de Mercadorias para Revenda no valor de

R$ 1.000,00 cada uma, com 18% de Icms incluso, e 4% de Ipi, perfazendo um total de R$ 104.000,00, a prazo do Fornecedor “A”;

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 16

Page 17: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

2. Pagamento, pelo banco, de frete, no valor referente a 2% do total da compras efetuada anteriormente ( item 1 );

3. Venda de 40 unidades da mercadoria, por R$ 1.200,00 cada uma, com 12% de Icms incluso, à prazo para o cliente "Beta";

4. Devolução parcial de Mercadorias adquiridas no item “1”, referente a não conformidade, de 10 unidades;

5. Abatimento recebido sobre as demais Mercadorias adquiridas no item “1”, em decorrência da não conformidade ocorrida, no valor de R$ 2.000,00;

6. Venda de 85% do saldo de estoque remanescente, por R$ 112.000,00, com 12% de Icms incluso, a prazo, para o Cliente “Beta”;

7. Recebimento antecipado, do cliente "Beta", referente a 50% do saldo da dívida do cliente, com 3% de desconto financeiro;

8. Aquisição, do Fornecedor "Z", de 30 unidades de Mercadorias para Revenda, no valor total de R$ 27.900,00, com 12% de Icms incluso, à prazo, tendo sido dado, pelo vendedor, um desconto promocional de 5% sobre o total da compra;

9. Devolução recebida referente à venda do item “6”, por não conformidade ocorrida, de 5 unidades;

10.Abatimento concedido, referente à venda do item “d”, em função da não conformidade ocorrida, no valor de R$ 1.500,00;

11.Pagamento para o fornecedor "A" referente a 1/3 do saldo nesta data, com um desconto financeiro de 1,5% sobre o valor do débito.

Pede-se: Elaborar a Ficha de Controle de Estoque (Kardex) e os lançamentos contábeis através de razonetes “T”; apurar o Resultado (DRE) e fazer o Balanço (BP).

2 – Preço de Venda

2.1 – Formação do Preço de Venda

Representa o valor pelo qual é vendido um bem. No preço de venda devem ser incorporados os gastos totais (custos diretos e indiretos, variáveis e fixos, despesas administrativas, financeiras, tributárias e comerciais).

A determinação do preço de venda é uma questão fundamental para a empresa. Se ela praticar um preço muito alto inibirá a venda, se o preço for muito baixo poderá não cobrir os custos e despesas. Os resultados econômicos financeiros favoráveis dependem de um preço de venda Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 17

Page 18: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

adequado. No mercado globalizado, em muitos ramos de negócios, os preços são impostos pelo mercado, e as empresas precisam se ajustar para acompanhar os preços internacionais.

Qualquer que seja a abordagem de fixação do preço de venda, dentro das estratégias e políticas estabelecidas, as empresas analisam diversos aspectos para maximizar o lucro, tais como análise da elasticidade do preço, aspectos mercadológicos, função social do produto, etc.

Muitos produtos lançados no mercado após sucessivos testes mercadológicos e análise econômico-financeiras favoráveis, não atendem as expectativas iniciais, em razão de muitas variáveis não consideradas adequadamente ou impossíveis de serem previstas na época do estudo da viabilidade econômica: mudança cultural ou de hábito dos consumidores, entradas de fortes concorrentes no mercado, mudanças bruscas das condições econômicas, etc.

Por mais impositivo que seja o preço de mercado, as empresas não devem vender um produto que gera um retorno negativo no longo do prazo, a não ser que tenha objetivo estratégico ou outras vantagens e interesses.

2.2 – Formas de estabelecer o Preço de Venda (PV)

A partir do Comprador: Não relaciona-se com o custo. O comprador poderá estar disposto a pagar mais por um determinado produto em função da possibilidade de gerar status a ele como consumidor;

A partir da Concorrência: Uma prática muito comum no Brasil. Determinada empresa assume uma posição de liderança no mercado em relação ao preço. Ao definir uma postura em relação ao preço praticado pelo concorrente ou até na expectativa do preço que o concorrente praticará, uma empresa define a sua política de preços;

Pelo método do Mark-Up: É uma taxa predeterminada que se adiciona sobre a base, com o objetivo de determinar o preço de venda. Se a base for o custo total, a taxa de mark-up adicionada deve ser suficiente para cobrir os impostos, as despesas e o lucro desejado. Quando o mark-up é aplicado em indústria, os cálculos são feitos com base no custo de produção; quando aplicado em comércio, os cálculos são feitos com base no custo da mercadoria. Pela sua simplicidade, é um método amplamente utilizado em comércio de pequeno e médio porte;

A partir dos Custos:

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 18

Page 19: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Os preços são definidos a partir dos custos de produção utilizados no processo produtivo, acrescidos das despesas, impostos e margem de lucro, sendo esta última que remunerará o empreendimento.

2.3 – Fatores componentes do Preço de Venda (PV)

Custos Variáveis: Estes são medidos a cada unidade produzida; são conhecidos e mensurados. Ex.: matérias-primas e insumos.

Custos Fixos: Apesar de serem conhecidos no seu total torna-se mais complexo a sua distribuição em função de critérios de rateios que deverão ser utilizados para a alocação nos diversos produtos da empresa, quando for o caso; depende ainda do estabelecimento de um volume de produção e venda dos produtos;

Despesas Variáveis: Normalmente são conhecidas sob a forma percentual em relação ao preço de venda. Ex.: Comissões sobre as vendas, fretes sobre as vendas, os impostos sobre as vendas;

Despesas Fixas: Idem aos custos fixos. Ex.: Honorários da diretoria, salários da administração, etc.;

Margem de Lucro: Pode ser determinado, de forma percentual, sobre o preço de venda, embora possa também ser calculado atreves do PEE – Ponto de Equilíbrio Econômico.

2.4 – Fórmula do Preço de Venda (PV)

Fórmula: PVu = ∑FM / ( 1 – ( ∑CM / 100 ) )

PVu Preço de Venda Unitário;FM Fatores Monetários: Valores unitários conhecidos na formação do Preço de Venda ( CDVu, CFIu, Dfu, etc. );CM Coeficiente Multiplicador: Componentes que não são conhecidos monetariamente ( em valores ), mas sabe-se a participação dos mesmos no Preço de Venda unitário ( PVu ), através de um percentual (%).

TABELA PARA CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA UNITÁRIO (PVu)Componentes Valores %

FM CDVu – Custos Diretos Variáveis Unitários 0,00CIFu – Custos Indiretos Fixos Unitários 0,00

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 19

Page 20: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Dfu – Despesas Fixas Unitárias 0,00

CM

DTV – Despesas Tributárias Variáveis %DCV – Despesas Comerciais Variáveis %DCV – Despesas Comerciais Variáveis %DFV – Despesas Financeiras Variáveis %MLB – Margem de Lucro Bruta (lair) %

Preço de Venda Unitário 0,00 100,00 %

Exercício: Para dar seqüência ao projeto de instalação de uma empresa, de acordo com os dados abaixo relacionados, obtidos através de pesquisa de mercado, um empreendedor solicita que seja feito o cálculo do PVu – Preço de Venda unitário para um determinado produto, bem como também, que seja elaborado a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, com o intuito de checar se será viável o lançamento deste produto, conforme:

Dados coletados:Capacidade Instalada 1.000 unid./mêsProdução e Venda projetadas 900 unid./mêsCDV – Custos Diretos Variáveis 35,00 / unid.CIF – Custos Indiretos Fixos (sem depreciação) 25.000,00 / mêsCIF – Depreciação Fabril Fixa 5.000,00 / mêsDF – Despesas Fixas 15.000,00 / mêsDTV – Despesas Tributárias Variáveis 26,65%DCV – Despesas Comerciais Variáveis 2,00%MLL – Margem de Lucro Líquida 5,00%Tributação do IR / CS 25,00%

Dando seqüência ao trabalho, e prevendo que as vendas não serão totalmente alcançadas, e para já, diagnosticar este possível fato, pede também que seja refeito o trabalho considerando que as vendas atingirão 810 unidades por mês, pede-se:

Elaborar o Controle Interno de Estoque deste produto; Elaborar a nova DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

referente à nova situação; Elaborar o FC – Fluxo de Caixa para esta nova situação; Elaborar um parecer pessoal sobre a nova situação de resultado em

relação à anterior e em relação à situação econômica x financeira.

Exercício: À partir dos dados abaixo, calcular o EI – Estoque Inicial:

Compras 1.500,00Lucro Bruto 400,00

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 20

Page 21: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Despesas Financeiras 80,00Vendas 1.600,00Devolução de Compras 100,00Estoque Final 1.400,00Devolução de Vendas 100,00Despesas Administrativas 220,00

3 – Relação Custo x Volume x Lucro

3.1 – Terminologia Básica em Custos Industriais

3.1.1 – Gastos

Sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto (bens e/ou serviços) qualquer, sacrifício este representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro).

3.1.2 – Investimento

Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s).

3.1.3 – Custos

Gasto relativo a bens e/ou serviços utilizado na produção de outros bens e/ou serviços. Só é reconhecido como custos, no momento da utilização dos fatores de produção, para a produção de um bem ou execução de um serviço.

Exemplo: Matéria Prima é um gasto na sua aquisição que imediatamente torna-se um investimento, e assim fica durante o tempo de estocagem; no momento da sua utilização na fabricação de um bem, transforma-se em custos e permanece assim até o final do processo de produção, retornando à fase de investimento como produto acabado, permanecendo (estocado) nesta fase até a sua venda.

Custo de Produção do Período (CPP) É a soma dos custos incorridos em um determinado período dentro da fábrica;

Custo de produção Acabada (CPA) É a soma dos custos contidos na produção acabada no período. Pode conter Custos da Produção também de períodos anteriores existentes em unidades que só foram completadas no presente período;

Custo do Produto Vendido É a soma dos custos incorridos na produção dos bens e serviços que só agora estão sendo vendidos. Pode

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 21

Page 22: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

conter custo de produção de diversos períodos, caso os itens vendidos tenham sido produzidos em diversas épocas diferentes.

Os três conceitos acima são bastante distintos e não há nenhuma relação obrigatória entre seus valores no que respeita a sua grandeza. Cada um pode ser maior ou menor que o outro em cada período, dependendo das circunstâncias.

3.1.4 – Despesa

Bem e/ou serviço consumido direta e indiretamente para a obtenção de receitas. Gasto que a entidade arca que não tem nenhum relacionamento com o produto fabricado.

Exemplo: Honorários da Diretoria; Comissão do Vendedor, Salários da Administração, etc.

3.1.5 – Desembolso

Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço.

3.2 – Classificação dos Custos

3.2.1 – Diretos

São diretamente apropriados aos produtos, bastando, para isso, haver uma medida de consumo (quantidades de matérias primas).

3.2.2 – Indiretos

Não oferecem condições de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (aluguel, supervisão, depreciação, etc.).

3.3 – Outra Classificação dos Custos

3.3.1 – Custos Variáveis

As quantidades de consumo dependem diretamente ao volume de produção. Quanto maior a quantidade produzida maior o seu consumo, dentro de uma unidade de tempo. São fixos por unidade e variáveis em relação ao volume produzido.Exemplo: Matéria Prima.

3.3.2 – Custos Fixos

Os valores gastos não se alteram, ou seja, independentemente de aumentos ou diminuições, na produção, durante um determinado tempo, não sofrem alterações, permanecendo iguais, respeitando a capacidade Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 22

Page 23: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

instalada. São fixos em relação ao volume produzido (limitado à capacidade instalada) e variáveis em relação a cada unidade.Exemplo: Aluguel, Depreciação.

Varáveis e Fixos são conceitos aplicáveis também as despesas. Exemplo: Comissões (variáveis); Salários da Administração (Fixos).

3.3.3 – Custos Primários

É composto das Matérias-Primas e a Mão-de-Obra direta (soma dos dois itens). Não são a mesma coisa que Custos Diretos, já que nos primários só estão incluídos aqueles dois itens. Assim, a embalagem, quando esta é custo, é um Custo Direto, mas não primário.

3.3.4. – Custos de Transformação

É a soma de todos os Custos de Produção, exceto os relativos às Matérias-Primas e outros eventuais adquiridos e empregados, ao produto, sem nenhuma modificação pela empresa (componentes adquiridos prontos, embalagens compradas, etc.). Representam esses Custos de Transformação o valor do esforço da própria empresa do processo de elaboração de um determinado item (mão-de-obra direta e indireta, energia, materiais de consumo industrial, etc.).

Exercício: A empresa Máxima atua no mercado de produção de móveis, e em determinado período, incorreu nos seguintes gastos:Compra de Matéria-Prima 500.000,00Devolução parcial da Compras acima mencionada 20%Mão-de-Obra Direta 600.000,00Custos Indiretos de Fabricação 400.000,00Outros dados:Estoque inicial de Matérias-Primas 120.000,00Estoque inicial de produtos em Elaboração 180.000,00Estoque final de Produtos Acabados 200.000,00Não havia outros estoquesPede-se calcular:a) O Custo de Produção do período (CPP);b) O Custo de Produção Acabada no período (CPA);c) O Custo da Produção Vendida no período (CPV).

Exercício: Suponhamos que os gastos abaixo sejam de uma empresa em um determinado período:

GASTOS VALORES CLASSIFICAÇÃOComissões de Vendedores 80.000,00Salários da Fábrica 120.000,00Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 23

Page 24: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Matéria Prima Consumida 350.000,00Salários da Administração 90.000,00Depreciação da Fábrica 60.000,00Seguros da Fábrica 10.000,00Despesas Financeiras 50.000,00Honorários da Diretoria 40.000,00Materiais Diversos da Fábrica 15.000,00Energia Elétrica da Fábrica 85.000,00Manutenção da Fábrica 70.000,00Despesas de Entrega 45.000,00Correio, Telefone e Fax 5.000,00Material de Consumo – Escritório 5.000,00TOTAL DOS GASTOS DO PERÍODO 1.025.000,00

Pede-se:

a) Classificar os gastos acima em Custos de Produção, Despesas Administrativas, Despesas Comerciais (de Venda), Despesas Financeiras;

b) Fazer a apropriação dos Custos Diretos Variáveis de produção: A empresa produz 3 – (três) produtos A, B e C.

Para a produção dos 3 – (três) produtos, a empresa utilizou, através de apontamento:

Fatores de ProduçãoProduto

“A”Produto

“B”Produto

“C”Indiretos

Matéria Prima 75.000,00 135.000,00 140.000,00Mão-de-Obra Direta 22.000,00 47.000,00 21.000,00 30.000,00Energia Elétrica 18.000,00 20.000,00 7.000,00 40.000,00

c) A apropriação dos Custos Indiretos Fixos de produção: Deverão ser rateados aos produtos (A, B e C), proporcionalmente ao que cada produto recebeu de Custos Diretos Variáveis.

3.4 – Departamentalização

3.4.1 – Conceito

Departamento é a unidade mínima administrativa para a contabilidade, representada por homens e máquinas (na maioria dos casos) desenvolvendo atividades homogêneas.Exemplo: Montagem, Pintura, Almoxarifado, Manutenção, Administração, etc.

Verificado os exemplos acima, notamos que podem ser divididos em dois grandes grupos: os que promovem qualquer tipo de modificação sobre o produto diretamente e os que nem recebem o produto. Os que atuam sobre o produto são chamados Departamentos de Produção, e os Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 24

Page 25: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

outros de Departamentos de Serviços. Na maioria das vezes um departamento pode ser considerado um centro de custos, por possibilitar a acumulação dos custos indiretos, para posterior apropriação aos produtos.

3.4.2 – Objetivos da Departamentalização

a) Melhorar os controles sobre os custos indiretos;b) Determinar e apropriar, através de rateios, os custos indiretos aos

produtos.

3.5 – Sistemas de Custeio

São 4 – (quatro) os métodos de custeamento, a saber: Custo Padrão, Custeio por Atividades, Custeio por Absorção e Custeio Direto.

3.5.1 – Custeio Padrão

Tem como finalidade o controle dos custos. Seu grande objetivo é o de fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custos e o que deveria ter ocorrido. Em um sistema de Custo Padrão, o padrão é uma previsão ou orçamento a ser usado para controle dos custos reais, que serão observados posteriormente. O Custo Padrão não elimina o real, nem diminui a sua tarefa; aliás, a implantação do Padrão só pode ser bem sucedida onde já exista um bom sistema de Custo Real (quer Absorção, quer Variável).

3.5.2 – Custeio por Atividades

Também conhecido como Sistema ABC, é uma forma analítica de ratear custos indiretos fixos aos produtos. O Sistema ABC é uma tentativa de atender as necessidades de se ratear os custos indiretos fixos, no sentido de buscar meios de justificar a existência de tais custos e de rateá-los convenientemente. O sistema ABC cria dois conceitos: os centros de recursos e os direcionadores de custos.

Centros de Recursos: São centros de custos de programas ou atividades de apoio. Trata-se sempre de custo do tipo indireto que incorre com algum objetivo bem justificado, pois caso contrário deve ser eliminado.

Direcionadores de Custos: São formas de avaliar a utilização dos custos de tais atividades e correspondem a critérios de rateios.

3.5.3 – Custeio por Absorção

É o método derivado da aplicação dos princípios da contabilidade geralmente aceitos. Tem sua característica principal fundamentada na distinção entre custos e despesas. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos produtos elaborados (custos diretos, indiretos,

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 25

Page 26: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

variáveis e fixos). As despesas são diretamente lançadas no resultado do exercício; já os custos somente irão para o resultado se os estoques forem vendidos, ou seja, se permanecer em estoque, total ou parcial, os custos destes produtos permanecem também no Ativo Circulante Realizável (Estoques). Este sistema é legalmente aceito pelo fisco e pelas auditorias externas. Neste sistema é necessário o emprego de critérios de rateios para a distribuição dos custos indiretos aos produtos.

Esquema Básico do Custeio por Absorção

3.5.4 – Custeio Direto

Também chamado de Custeio Variável, consiste na apropriação de todos os custos diretos variáveis, e tão somente os custos diretos variáveis, aos produtos; ficando os custos indiretos fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado. Para os estoques só vão, como conseqüência, os custos diretos variáveis. Este método não é aceito pelo fisco nem pelas auditorias externas.

Esquema Básico do Custeio Direto

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 26

CUSTOSDIRETOS

DESPESASFIXAS

CUSTOSFIXOS

CUSTOS

INDIRETO DIRETOS

R

ProdutoA

ProdutoB

ProdutoC

DESPESAS

Estoque

RESULTADO

CPV

VENDAS

Page 27: APOSTILA - Formação e Análise de Custos

Formação e Análise de Custos e Preços

Uniube – Administração – Elaborado por: Alexandre Alvarez – Data: 31/07/2003 – Revisão: 02 – Página no.: 27

Produto A

Produto B

Produto C

Estoque

Resultado

CPV

Vendas