Apostila Probabilidade e Estatistica-

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  • 8/11/2019 Apostila Probabilidade e Estatistica-

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    PROBABILIDADE

    E

    ESTATSTICA

    Grfico 4.1. Produo de Arroz do Municpio X - 1984-1994

    0

    500

    1000

    1500

    2000

    2500

    84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94

    (1000 ton)

    Luiz Roberto M. Bastos2005

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    SUMRIO

    1 TEORIA DOS CONJUNTOS NUMRICOS ..................... 5

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    34

    35

    1.1 Introduo .......................................

    1.2 Smbolos .........................................

    1.3 Noes sobre Conjuntos ...........................

    1.4 Conjunto dos Nmeros Naturais (N) ................

    1.5 Conjunto dos Nmeros Inteiros (Z) ................

    1.6 Representao decimal das fraes ................

    1.7 Conjunto dos Nmeros Irracionais .................

    1.8 Conjunto dos Nmeros Reais (R) ...................

    1.9 Intervalos .......................................

    1.10 Problemas com nmero finito de elementos .........

    2 ANLISE COMBINATRIA ...............................

    2.1 Introduo .......................................

    2.2 Fatorial de um nmero natural ....................

    2.3 Princpio fundamental da contagem - PFC ..........

    2.4 Arranjos simples .................................

    2.5 Clculo do nmero de arranjos ....................

    2.6 Permutaes simples ..............................

    2.7 Permutaes com elementos repetidos ..............

    2.8 Combinaes simples ..............................

    2.9 Exerccios .......................................

    3 PROBABILIDADE .......................................

    3.1 Experimento aleatrio ............................

    3.2 Espao amostral ..................................

    2

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    3.3 Evento ...........................................

    3.4 Probabilidade de um Evento .......................

    3.5 Evento complementar ..............................

    3.6 Probabilidades em espaos amostrais equiprovveis

    3.7 Probabilidade da unio de dois eventos ...........

    3.8 Experincia Composta .............................

    3.9 Probabilidade condicional ........................

    4 ESTATSTICA BSICA..................................

    4.1 Conceitosfundamentais ...........................

    4.2 Diviso da estatstica ...........................

    4.3 Populao ........................................

    4.4 Amostragem .......................................

    4.5 Amostra ..........................................

    4.6 Censo ............................................

    4.7 Tipos de variveis ...............................

    4.8 Definio do problema ............................

    4.9 Definio dos objetivos (geral e especfico) .....

    4.10 Planejamento ......................................

    4.11 Coleta dos dados ..................................

    4.12 Crtica dos dados .................................

    4.13 Apurao (armazenamento) dos dados ................

    4.14 Exposio ou apresentao dos dados ...............

    4.15 Anlise e interpretao dos dados .................

    4.16 Regras de arredondamento ..........................

    4.17 Srie temporal, histrica ou cronolgica ..........

    4.18 Grficos estatsticos .............................

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    4.19 Principais tipos de grficos ......................

    4.19.1 Grficos em curvas ou em linhas ...................

    4.19.2 Grficos em colunas ...............................

    4.19.3 Grficos em barras ...............................

    4.19.4 Grfico em colunas mltiplas (agrupadas) .........

    4.19.5 Grfico em barras mltiplas (agrupadas) ..........

    4.19.6 Grfico em setores ...............................

    4.20 Distribuio de freqncias ......................

    4.21 Distribuies cumulativas ........................

    4.22 Medidas de posio (ou de tendncia central) .....

    4.22.1 Mdia aritmtica .................................

    4.22.2 Esperana matemtica ............................

    4.22.3 Moda (mo) .......................................

    4.22.4 Mediana (md) ....................................

    4.22.5 Medidas de disperso (medidas de variabilidade) .

    4.22.6 Varincia .......................................

    4.22.7 Desvio-padro ...................................

    4.23 Distribuies discretas de probabilidade ........

    4.23.1 Distribuio de bernoulli .....................

    4.23.2 Distribuio binomial ...........................

    BIBLIOGRAFIA ...........................................

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    1 TEORIA DOS CONJUNTOS NUMRICOS

    1.1 Introduo

    Conjuntos numricos so certos conjuntos cujos elementos so nmerosque guardam entre si alguma caracterstica comum. Tais conjuntos possuem

    elementos perfeitamente caracterizados e, dentre eles, o conjunto dos nmerosnaturais, dos inteiros, dos racionais, dos irracionais e, por fim, o dosnmeros reais.

    O conjunto dos nmeros naturais surgiu da necessidade de se contarem osobjetos; os outros foram surgindo com ampliaes do conjunto dos nmerosnaturais.

    Para se trabalhar com conjuntos, so adotados smbolos que representamos relacionamentos entre eles.

    1.2 Smbolos

    : pertence : existe

    : no pertence : no existe

    : est contido : para todo (ou qualquer que seja)

    : no est contido : conjunto vazio N

    : contm N: conjunto dos nmeros naturais

    : no contm Z : conjunto dos nmeros inteiros

    I : tal que Q: conjunto dos nmeros racionais

    : implica que Q'= I: conjunto dos nmeros irracionais

    : se, e somente se R: conjunto dos nmeros reais

    : pertence : existe

    : ou : e

    Smbolos sobre Operaes

    : A interseco B a > b: amaior que b

    : A unio B : amaior ou igual a b

    a - b: diferena de acom b : a e b

    a < b: amenor que b : aou b

    : amenor ou igual a b : Diferente

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    1.3 Noes sobre Conjuntos

    Conjunto vazio: um conjunto que no possui elementos. O conjunto

    vazio representado por ou { }.

    Subconjuntos: quando todos os elementos de um conjunto A qualquer

    pertencem a um outro conjunto B, diz-se, ento, que A um subconjunto de B,

    ou seja A B.

    Obs.: Todo o conjunto A subconjunto dele prprio, ou seja ;

    - O conjunto vazio, por conveno, subconjunto de qualquer conjunto,

    ou seja

    Unio de Conjuntos:dados os conjuntos A e B, define-se como unio dos

    conjuntos A e B ao conjunto representado por , formado por todos os

    elementos pertencentes a A ou B, ou seja: .

    Interseco de Conjuntos: dados os conjuntos A e B, define-se como

    interseco dos conjuntos A e B ao conjunto representado por , formado

    por todos os elementos pertencentes a A e B, simultaneamente, ou seja:

    Diferena de Conjuntos: dados os conjuntos A e B, define-se como

    diferena entre A e B (nesta ordem) ao conjunto representado por A-B, formado

    por todos os elementos pertencentes a A, mas que no pertencem a B, ou seja

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    1.4 Conjunto dos Nmeros Naturais (N)

    N o conjunto dos nmeros naturais:

    N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ..., n, ...}

    Onde nrepresenta o elemento genrico do conjunto.

    Sempre que possvel, procuraremos destacar o elemento genrico do

    conjunto em questo.

    Quando houver ... ao final dos elementos de um conjunto, trata-se de

    um conjunto de infinitos elementos, como acontece com N.

    O conjunto N pode ser representado geometricamente por meio de uma reta

    numerada; escolhemos sobre essa reta um ponto de origem (correspondente ao

    nmero zero), uma medida unitria e uma orientao (geralmente para adireita).

    unidade

    O conjunto dos nmeros naturais possui alguns subconjuntos importantes:1 O conjunto dos nmeros naturais no nulos

    N*={1, 2, 3, 4, 5, ..., n, ...}

    N*= N - {0}

    Utilizamos o * (asterisco) direita do nome do conjunto do qual se

    quer suprimir o elemento zero.

    2 O conjunto dos nmeros naturais pares:

    Np={0, 2, 4, 6, ..., 2n, ...} n N

    3 O conjunto dos nmeros naturais mpares:

    Ni={1, 3, 5, 7, ..., 2n+1, ...} n N

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    4 O conjunto dos nmeros primos:

    Pi={2, 3, 5, 7, 11, 13 ...}

    No conjunto dos nmeros naturais esto definidas duas operaes: adioe multiplicao. Note que adicionando ou multiplicando dois elementos

    quaisquer de N, a soma ou o produto pertence igualmente a N. Em smbolos,

    temos:

    m,n N, m + n N e m * n N

    Essa caracterstica pode ser sintetizada na frase:

    N fechado em relao adio e multiplicao.

    1.5 Conjunto dos Nmeros Inteiros (Z)

    Z={..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}

    Todos os elementos de Npertencem tambm a Z, o que vale dizer que N

    subconjunto de Z:

    N Z ou Z N

    Temos tambm outros subconjuntos de Z:

    Z* = Z - {0} Z* = {..., -4, -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, ...}

    Z+={0,1,2,3,4,5,...} conjunto dos inteiros no negativos

    Z *+ ={1,2,3,4,5,...} conjunto dos inteiros positivos

    Z_ ={..., -4, -3, -2, -1, 0} conjunto dos inteiros no positivos

    Z * = {..., -4, -3, -2, -1} conjunto dos inteiros negativos__

    Observe que Z+ = N.

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    Nmeros Opostos

    Dois nmeros inteiros so ditos opostos um do outro quando apresentam

    soma zero; assim, os pontos que os representam distam igualmente da origem

    (zero).

    Considerando os nmeros inteiros ordenados sobre uma reta, podemos

    tomar como exemplo o nmero 2.

    O oposto de 2 2, e o oposto de 2 2, pois:

    2 + (-2) = -2 + 2 = 0

    2 unidades2 unidades

    No geral, dizemos que o oposto (ou simtrico) de a -a., e vice-versa;

    particularmente, o oposto de zero o prprio zero.

    Mdulo de um nmero inteiro

    Damos o nome de mdulo, ou valor absolutode a, distncia da origem

    ao ponto que representa o nmero a.

    Conjunto dos Nmeros Racionais (Q)

    O conjunto Z fechado em relao s operaes adio, multiplicao e

    subtrao, mas o mesmo no acontece diviso: embora

    (-12):(+4) = -3 Z,

    no existe nmero inteiro xpara o qual se tenha x= (+4) : (-12). Por esse

    motivo, fez-se uma ampliao do conjunto Z, da qual surgiu o conjunto dos

    nmeros racionais.O conjunto dos nmeros racionais inicialmente descrito como o

    conjunto dos quocientes entre dois nmeros inteiros.

    Os nmeros racionais so todos aqueles que podem ser colocados na forma

    de frao (com o numerador e denominador Z), ou seja, o conjunto dos

    nmeros racionais a unio do conjunto dos nmeros inteiros com as fraes

    positivas e negativas.

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    ,...,...,5

    2,

    3

    2,2,....

    3

    1,

    2

    1,10,Q

    q

    p= I pe qinteiros e q0

    Utilizando o elemento genrico, podemos dizer que:

    q

    pQ = I p Z e q Z*

    Desta forma, podemos definir Qcomo o conjunto das fraesq

    p; assim,

    um nmero racional quando pode ser escrito como uma frao

    q

    p, compe q

    inteiros e q0.

    Quando q = 1, temosq

    p =

    1

    p = p Z, de onde se conclui que Z

    subconjunto deQ.

    Assim, podemos construir o diagrama:

    N Z Q

    No conjunto Q destacamos os seguintes sub-conjuntos:

    Q*:conjunto dos racionais no nulos

    Q+:conjunto dos racionais no negativos

    Q

    *

    :conjunto dos racionais positivos+

    Q :conjunto dos racionais no positivos_

    Q*

    : conjunto dos racionais negativos_

    O conjunto Q fechado para as operaes adio, subtrao,

    multiplicao e diviso.

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    Exemplos:

    33

    22

    111)

    3

    9

    2

    6

    1

    33)

    ===

    =

    =

    =

    b

    a

    Assim, podemos escrever:

    }0e,com,|{ == qZqZpq

    pxxQ

    1.6 Representao decimal das fraes

    q

    pTome um nmero racional , tal quepno mltiplo de q.

    Para escrev-lo na forma decimal, basta efetuar a diviso do numerador pelo

    denominador. Nessa diviso podem ocorrer dois casos:

    1) O nmero decimal obtido possui, aps a vrgula, um nmero finito de

    algarismos (no nulos):

    75,3207525,1

    455,0

    21 ===

    Tais nmeros racionais so chamados decimais exatos.

    2) O nmero decimal obtido possui, aps a vrgula, infinitos algarismos (nem

    todos nulos), que se repetem periodicamente:

    3

    1= 0,333... = 0,3

    7

    9= 0,777... = 0,7

    22

    1= 0,0454545... = 0,045

    66

    167= 2,5303030... = 0,530

    11

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    Toda decimal exata ou peridica pode ser representada na forma de

    nmero racional.

    1.7 Conjunto dos Nmeros Irracionais (I)

    Os nmeros irracionais so decimais infinitas no peridicas, ou seja,

    os nmeros que no podem ser escritos na forma de frao (diviso de dois

    inteiros).

    Vejamos alguns exemplos:

    1. O nmero 0,212112111... no dzima peridica, pois os algarismos

    aps a vrgula no se repetem periodicamente.

    2. O nmero 0,203040... tambm no comporta representao

    fracionria, pois no dzima peridica.3. Os nmeros

    = 1,73205083= 1,4142136 e2=3,1415926535... ,

    por no apresentarem representao infinita peridica, tambm no so nmeros

    racionais.

    1.8 Conjunto dos Nmeros Reais (R)

    Dados os conjuntos dos nmeros racionais (Q) e dos irracionais (I),

    definimos o conjunto dos nmeros reais como:

    R = QI = {x | x racional ou x irracional}

    O diagrama abaixo mostra a relao entre os conjuntos numricos:

    R

    I

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    Existem ainda os intervalos infinitos:

    e) ]-,a] = {x R I xa}

    3

    3

    3

    f) ]-,a[ = {x R I x< a}

    g) [a, +[ = {x R I xa}

    h) ]a, +[ = {x R I x> a}3

    1.10 Problemas com nmero finito de elementos

    Exemplo 1

    O Instituto de Meteorologia de Curitiba quis fazer um estudo de variao da

    temperatura sombra e mediu-a de hora em hora, conforme a tabela abaixo:

    Hora 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

    Temperatura 7 6 5 4 3 2 2 3 5 7 12 15

    Hora 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

    Temperatura 18 18 20 20 20 18 15 13 11 9 8 7

    Nesse exemplo, so medidas duas grandezas: a hora do dia e a correspondente

    temperatura. A cada hora corresponde uma nica temperatura. Dizemos, por

    isso, que a temperatura funo da hora. Como mesma temperatura podem

    corresponder vrias horas, a hora no funo da temperatura.

    Exemplo 2Uma barraca na praia da Barra da Tijuca vende cocos e exibe a seguinte

    tabela:

    Nmeros de cocos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Preo (R$) 1,20 2,40 3,60 4,80 6,00 7,20 8,40 9,60 10,80 12,00

    14

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Nesse exemplo esto sendo medidas duas grandezas: o nmero de cocos e o

    respectivo preo. A cada quantidade de cocos corresponde um nico preo.

    Dizemos, por isso, que o preo funo do nmero de cocos comprados. Aqui

    possvel at achar a frmula que estabelece a relao de interdependncia

    entre o preo (y) e o nmero de cocos (x): y= 1,20 x.

    Exemplo 3

    Um pedreiro vai ladrilhar uma sala de 3 x 3 metros. Com ladrilhos quadrados,

    todos iguais entre si. Se ele pode escolher ladrilhos com lados 10 cm, 12 cm,

    15 cm, 20 cm, 25 cm e 30 cm, qual o nmero de ladrilhos que usar em cada

    caso?

    Para achar o nmero de ladrilhos (y), basta dividir a rea da sala (9m2) pela

    rea do ladrilho (em m2). Se o lado mede xm2, ento a frmula que relaciona y

    com x : y= 9/x2.

    Medida do lado do ladrilho (x) 0,10 0,12 0,15 0,20 0,25 0,30

    Nmero de ladrilhos (y) 900 625 400 225 144 100

    Exerccios

    1. A tabela abaixo indica o deslocamento de um mvel num dado intervalo

    de tempo:

    Intervalo de tempo (s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Deslocamento (cm) 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30

    a) Qual o deslocamento do mvel num intervalo de 4 segundos?

    b) Qual o intervalo de tempo correspondente a um deslocamento de 21 cm?

    c) O deslocamento funo do intervalo de tempo?

    d) Qual o deslocamento dnum intervalo de tempo t? (supor velocidade do

    mvel constante).

    2. A tabela abaixo indica o custo de produo de certo nmero de peas de

    automvel:

    Nmero de peas 1 2 3 4 5 6

    Custo (R$) 1 4 9 16 25 36

    15

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    a) Qual o custo da produo de trs peas?

    b) Qual o nmero de peas produzidas com R$25,00?

    c) Qual o custo c da produo de npeas?

    d) Com relao ao item anterior, qual o numero mximo de peas

    produzidas com R$1.000,00?

    3. O preo do servio executado por um pintor consiste em uma taxa fixa,

    que de R$250,00, e mais uma quantia que depende da rea pintada. A

    tabela seguinte mostra alguns oramentos apresentados pelo pintor:

    rea pintada (m2) 5 10 15 20 30 40 80

    Total a pagar (R$) 350 550 700 850 1.150 1.450 2.050

    a) Como se exprime, matematicamente, o total a pagar (y) pela pintura de x

    m2?

    b) Qual o preo cobrado pela pintura de uma rea de 150 m2?

    c) Qual a rea mxima que pode ser pintada dispondo-se de R$6.250,00?

    4. O num erro de y pessoas (em milhares) que tomam conhecimento do

    resultado de um jogo de futebol, aps x horas de sua realizao dado

    por xy 10= . Responda:

    a) Quantas pessoas sabem o resultado do jogo aps 4 horas?

    b) Quantas pessoas sabem o resultado do jogo aps um dia?

    c) Aps quantas horas de sua realizao, 30 mil pessoas tomam

    conhecimento do resultado do jogo?

    5. A velocidade mdia de um automvel em uma estrada de 90 Km/h.

    Responda:

    a) Qual a distncia percorrida pelo automvel em uma hora?

    b) Em quanto tempo o automvel percorre a distncia de 360 Km?

    c) Qual a expresso matemtica que relaciona a distncia

    percorrida (d) em funo do tempo (t)?

    6. Um professor prope a sua turma um exerccio-desafio, comprometendo-se

    a dividir um prmio de R$120,00 entre os acertadores. Seja xo nmero

    de acertadores (x = 1, 2, ..., 40) e y a quantia recebida por cada

    acertador (R$). Responda:

    a) y funo de x? Por qu?

    b) Quais os valores de y para x=2, x=8, x=20 e x=25?

    c) Qual o valor mximo que yassume?

    d) Qual a lei de correspondncia entre xe y?

    16

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    2 ANLISE COMBINATRIA

    2.1 Introduo:

    A necessidade de calcular o nmero de possibilidades existentes noschamados jogos de azar levou ao desenvolvimento da Anlise Combinatria.

    Trata-se de uma parte da Matemtica que estuda os mtodos de contagem. Esses

    estudos foram iniciados j no sculo XVI, pelo matemtico italiano Niccollo

    Fontana (1500-1557), conhecido como Tartaglia. Depois dele vieram os

    franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal (1623-1662).

    PascalFermat Tartaglia

    A Anlise Combinatria visa desenvolver mtodos que permitam contar - de

    uma forma indireta - o nmero de elementos de um conjunto, estando esses

    elementos agrupados sob certas condies.

    Consideremos o seguinte problema:

    Uma lanchonete oferece a seus clientes apenas dois tipos de sanduches:

    hot doge hambrger. Como sobremesa, h trs opes: sorvete, torta ou salada

    de frutas.

    Pergunta-se: quantas so as possibilidades de uma pessoa fazer uma refeio

    incluindo um sanduche e uma sobremesa?

    Podemos ter as seguintes refeies:

    a) hot doge sorvete

    b) hot doge torta

    17

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    c) hot doge salada de frutas

    d) hambrgere sorvete

    e) hambrgere torta

    f) hambrgere salada de frutas

    A determinao de tais possibilidades pode ser simplificada atravs de um

    diagrama, em que, na 1 coluna, representaremos as possibilidades de escolha

    do sanduche e, na 2 coluna, as possibilidades de escolha da sobremesa.

    1 coluna 2 coluna

    sorvete Refeio 1

    hot dog torta Refeio 2

    salada de frutas Refeio 3

    sorvete Refeio 4

    hambrger torta Refeio 5

    salada de frutas Refeio 6

    Este esquema conhecido como diagrama de rvore. Fazendo a leitura de todas

    as ramificaes da rvore, obtemos as possveis refeies.

    Notemos que fazer uma refeio completa representa uma ao constituda de

    duas etapas sucessivas:

    1 escolha do tipo de sanduche: h duas possibilidades de fazer tal

    escolha.

    2 escolha da sobremesa: para cada uma das possibilidades anteriores, htrs maneiras de escolher a sobremesa.

    Assim, a realizao da ao (duas etapas sucessivas) pode ser feita de 2 x 3

    = 6 maneiras distintas que foram anteriormente indicadas.

    2.2 Fatorial de um nmero natural

    Para resolver problemas de Anlise Combinatria precisamos utilizar uma

    ferramenta matemtica chamada Fatorial.

    Seja n um nmero inteiro no negativo. Definimos o fatorial de n (indicadopelo smbolo n!) como sendo:

    n! = n . (n-1) . (n-2) . ... . 4 . 3 . 2 . 1 para n 2.

    Se n = 1, ento 1! = 1.

    Se n = 0, ento 0! = 1.

    18

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    Exemplos:

    a) 6! = 6 . 5! = 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 720

    b) 4! = 4. 3! = 4 . 3 . 2 . 1 = 24

    c) 7! = 7 . 6! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5040

    d) 10! = 10 . 9 . 8 . 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1

    e) 3! = 3 . 2 . 1 = 6

    Perceba que 7! = 7 . 6 . 5 . 4!, ou que

    6! = 6 . 5 . 4 . 3!, e assim sucessivamente.

    Relao de correspondncia: N!= n . (n 1)! , n N* e n2

    Exerccios:

    1) efetuar:

    !6

    !8

    2) efetuar:!6

    )!7!8( +

    3) efetuar:)!1(

    )!1(

    +

    n

    n

    4) efetuar:)!3(

    )!4(

    n

    n

    5) efetuar:

    !5

    )!5!6( + 0!

    6) efetuar:)!1(

    )!2(

    +

    +

    n

    n

    7) efetuar:!11

    )!9!10( +

    8) efetuar:!6

    !7+

    !7

    !6+

    !6

    !8

    9) efetuar: 6! - 20

    10) Resolva a equao: (n+2)! = 6n!

    11) Resolva a equao:)!22(

    )!2(

    nn

    = 12

    2.3 Princpio fundamental da contagem - PFC

    Suponhamos que uma ao seja constituda de duas etapas sucessivas. A

    primeira etapa pode ser realizada de p maneiras distintas. Para cada uma

    19

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    dessas possibilidades, a 2 etapa pode ser realizada de q maneiras distintas.

    Ento, o nmero de possibilidades de se efetuar a ao completa dado por

    p x q.

    Esse princpio pode ser generalizado para aes constitudas de mais de

    duas etapas sucessivas.

    Se determinado acontecimento ocorre em etapas independentes, e se a

    primeira etapa pode ocorrer de k1 maneiras diferentes, a segunda de k2

    maneiras diferentes, e assim sucessivamente, ento o nmero total T de

    maneiras de ocorrer o acontecimento, composto por n etapas, dado por:

    T = k1. k2. k3. ... . kn

    Exemplo 1

    No Brasil as placas dos veculos so confeccionadas usando-se 3 letras do

    alfabeto e 4 algarismos. Qual o nmero mximo de veculos que poder ser

    licenciado?

    Imaginemos a seguinte situao: Placa ACD 2172.

    Como o alfabeto possui 26 letras e nosso sistema numrico possui 10

    algarismos (de 0 a 9), podemos concluir que: para a 1 posio, temos 26

    alternativas, e como pode haver repetio, para a 2, e 3 tambm teremos 26

    alternativas. Com relao aos algarismos, conclumos facilmente que temos 10

    alternativas para cada um dos 4 lugares. Podemos ento afirmar que o nmero

    total de veculos que podem ser licenciados ser igual a:

    26 . 26 . 26 . 10 . 10 . 10 . 10 = 175.760.000.

    Exemplo 2

    No Brasil, antes da alterao do sistema de emplacamento de automveis, as

    placas dos veculos eram confeccionadas usando-se 2 letras do alfabeto e 4

    algarismos. Qual o nmero mximo de veculos que podia ser licenciado neste

    sistema?

    Imaginemos a seguinte situao: Placa AC 2172.

    Como o alfabeto possui 26 letras e nosso sistema numrico possui 10

    algarismos (de 0 a 9), podemos concluir que: para a 1 posio, temos 26

    alternativas, e como pode haver repetio, para a 2, tambm teremos 26

    alternativas. Com relao aos algarismos, conclumos facilmente que temos 10

    alternativas para cada um dos 4 lugares. Podemos ento afirmar que o nmero

    total de veculos que podem ser licenciados ser igual a:

    26 . 26 . 10 . 10 . 10 . 10 = 6.760.000.

    20

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    Percebe-se que a incluso de apenas uma letra faz com que sejam licenciados,

    aproximadamente, mais 170.000.000 de veculos.

    Exemplo 3

    H quatro estradas ligando as cidades e Ae B,e trs estradas ligando as

    cidades Be C. De quantas maneiras distintas pode-se ir de Aa C, passando

    por B?

    Fazer a viagem de Aa C pode ser considerado uma ao constituda de duas

    etapas sucessivas:

    1 ir de Aat B: teremos quatro possibilidades

    2 ir de B a C: para cada uma das possibilidades anteriores, h trs

    maneiras de chegar a C, a partir de B.

    Assim, o resultado procurado 4 x 3 =12.

    Exemplo 4

    Com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6, quantos nmeros de trs algarismos

    distintos podemos formar?

    Formar um nmero de trs algarismos pode ser considerado uma ao constituda

    de trs etapas sucessivas:

    1 escolha do algarismo das centenas: so seis possibilidades.

    2 escolha do algarismo das dezenas: como no pode haver repetio de

    algarismo, devemos ter um algarismo diferente do algarismo escolhido para a

    centena. Assim, h cinco possibilidades.

    3 escolha do algarismo das unidades: devemos ter um algarismo diferente dos

    dois algarismos escolhidos para a centena e para a dezena. Assim, h quatro

    possibilidades.

    Pelo PFC, o resultado : 6 x 5 x 6 = 120 nmeros.

    Exemplo 5

    Uma prova consta de 10 questes do tipoV ouF. De quantas maneiras distintas

    ela pode ser resolvida?

    Resolver a prova representa uma ao constituda de 10 etapas sucessivas, que

    correspondem resoluo das 10 questes propostas.

    Para cada questo, h duas possibilidades de escolha de resposta: Vou F.

    Logo, pelo PFC, o resultado : 2 x 2 x 2 ... x 2 = 2 10= 1.024

    possibilidades.10 vezes

    21

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    Exemplo 6

    Quantos nmeros de trs algarismos podemos formar com os algarismos 0, 1, 2,

    3, 4, 5, 6 e 7?

    Algarismo das centenas: com exceo do zero, qualquer um dos algarismos dados

    pode ser escolhido, havendo, portanto, sete possibilidades.

    Algarismo das dezenas: no h restrio alguma, pois pode haver repetio de

    algarismos. Assim, h oito possibilidades.

    Algarismo das unidades: analogamente ao anterior, h oito possibilidades.

    Logo, pelo PFC: 7 x 8 x 8 = 448.

    Exemplo 7

    Quantos nmeros mpares de trs algarismos distintos podemos formar com os

    algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7?

    Algarismo das unidades: h quatro possibilidades (1, 3, 5 e 7).

    Algarismo das centenas: h seis possibilidades devemos excluir o zero e o

    algarismo escolhido para a unidade.

    Algarismo das dezenas: h seis possibilidades devemos escolher algarismos

    diferentes dos algarismos escolhidos para a centena e unidade.

    Assim, pelo PFC, temos: 6 x 6 x 4 = 144 nmeros.

    Todo problema de contagem pode, pelo menos teoricamente, ser resolvido pelo

    PFC. Porm, na prtica, a resoluo de alguns desses problemas pode se tornar

    muito complicada.

    Dessa forma, estudaremos tcnicas de contagem de determinados agrupamentos

    baseados no PFC as quais simplificaro a resoluo de muitos problemas.

    Consideraremos sempre os agrupamentos simples: arranjos, permutaes e

    combinaes.

    Exemplo 8

    Determine o nmero de anagramas da palavra MATEMTICA.(no considere o

    acento).

    Soluo:

    Temos 10 elementos, com repetio. Observe que a letra M est repetida duas

    vezes, a letra A trs , a letra T, duas vezes. Na frmula anterior, teremos:

    n=10, a=2, b=3 e c=2. Sendo k o nmero procurado, podemosescrever: k= 10! /

    (2!.3!.2!) = 151.200 anagramas

    22

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    2.4 Arranjos simples

    Dado um conjunto com n elementos distintos, chama-se arranjo dos nelementos,

    tomados k a k, a qualquer seqncia ordenada de k elementos distintos

    escolhidos entre os nexistentes.

    Temos um Arranjo quando os agrupamentos conseguidos ficam diferentes ao se

    inverter a posio dos seus elementos.

    Perceba que para formar centenas com algarismos distintos, utilizando apenas

    os 5 primeiros algarismos mpares (1; 3; 5; 7; 9) teremos as seguintes

    centenas: 135; 137; 139; 153, 157, e assim sucessivamente.

    Se invertermos a posio dos elementos de qualquer uma destas centenas

    conseguiremos outra centena diferente: 135 351.

    Temos ento um ARRANJO de cinco elementos tomados de trs em trs.

    Exemplo 1

    Dado o conjunto A = (1, 2, 3, 4), vamos escrever todos os arranjos desses

    quatro elementos tomados dois a dois.

    (1, 2); (1, 3); (1, 4); (2, 1); (2, 3); (2, 4); (3, 1); (3, 2); (3, 4); (4,

    1); (4, 2); (4, 3)

    Notamos que (2, 3) (3, 2), isto , a troca na ordem dos elementos de um

    possvel agrupamento gera um agrupamento diferente.

    Exemplo 2

    Um cofre possui um disco marcado com os dgitos 0,1,2,...,9. O segredo do

    cofre marcado por uma seqncia de 3 dgitos distintos. Se uma pessoa

    tentar abrir o cofre, quantas tentativas dever fazer(no mximo) para

    conseguir abri-lo?

    As seqncias sero do tipo xyz. Para a primeira posio teremos 10

    alternativas, para a segunda, 9 e para a terceira, 8. Aplicando a frmula de

    arranjos pelo PFC, chegaremos ao mesmo resultado: 10.9.8 = 720.

    Observe que 720 = A10,3

    2.5 Clculo do nmero de arranjos

    Seja um conjunto de n elementos distintos. Vamos encontrar uma expresso para

    o nmero de arranjos dos n elementos tomados ka k(An,k).

    Escrever um arranjo de n elementos formados k a k significa escrever uma

    seqncia ordenada de k elementos distintos (k n), escolhidos entre os n

    23

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    disponveis. Assim, pelo PFC, a ao pedida consta de k etapas sucessivas,

    que correspondem s escolhas dos kelementos.

    1etapa 2etapa 3etapa ... k-simaetapa

    (h n elementos (como os elementos

    para serem escolhidos) devem ser distintos,h n-1 possibilidades)

    n n 1 n 2 n (k 1)

    Desta forma, o nmero total de arranjos dos n elementos tomados k a k :

    An,k = n. (n 1) . (n 2) ... (n- k+1)

    Multiplicando e dividindo a expresso acima por(n k)! = (n k) (n k 1) ... 3 . 2 . 1 vem:

    An,k = n(n 1) (n 2) ... (n- k+1) .1.2.3)...1)((

    1.2.3)...1)((

    knkn

    knkn,

    Isto :

    )!(

    !

    kn

    n

    An,k = n k

    Exemplo 3

    Obter o valor de A4,2+ A7,3.

    Temos A4,2 =)!24(

    !4

    =

    !2

    !4=

    !2

    !2.3.4= 12

    A7,3 =)!37(

    !7

    =

    !4

    !7=

    !4

    !4.5.6.7= 210

    Exemplo 4

    O quadrangular de um torneio mundial de basquete disputado por quatro

    selees: Brasil, China, Holanda e Itlia. De quantas maneiras distintas

    podemos ter os trs primeiros colocados?

    Um possvel resultado do torneio Holanda (campe), Brasil (2) e Itlia

    (3). Se trocarmos a ordem desses elementos, obtemos, entre outras, Brasil

    24

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    (campeo), Itlia (2) e Holanda (3), que um resultado diferente do

    anterior. Dessa forma, cada resultado do torneio um arranjo das quatro

    equipes tomadas trs a trs.

    Assim, o nmero de possibilidades :

    An,k =)!(

    !kn

    n A4,3 =

    )!34(!4 = !1!4 = 24

    Exemplo 5

    A senha de um carto de banco formada por duas letras distintas seguidas

    por uma seqncia de trs algarismos distintos. Quantas senhas poderiam ser

    confeccionadas?

    Como importa a ordem que so escolhidas as letras, o nmero de maneiras de

    escolh-las dado por A26,2.

    Analogamente, a seqncia de trs algarismos distintos pode ser escolhida deA10,3.

    Pelo PFC, o nmero de senhas que podem ser confeccionas :

    A26,2 x A10,3 = 650 x 720 = 468.000.

    Exemplo 6

    Usando-se as 26 letras do alfabeto (A,B,C,D,...,Z), quantos arranjos

    distintos com 3 letras podem ser montados?

    An,k =

    )!(

    !

    kn

    n

    , n=26, k=3

    Resposta: A =!23

    !26=

    !23

    23!.24.25.26= 26.25.24 = 15600

    2.6 Permutaes simples

    Permutaes simples de nelementos distintos so os agrupamentos formados com

    todos os n elementos e que diferem uns dos outros pela ordem de seus

    elementos.

    De outro modo, podemos entender permutao simples como um caso especial de

    arranjo, onde n = k, ou seja:

    An,k =)!(

    !

    kn

    n

    =

    !0

    !n =

    1

    !n= n!

    Chega-se ento relao: Pn = n!

    25

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    Notemos que a permutao um caso particular de arranjo, pois, dado um

    conjunto de nelementos distintos, selecionamos exatamente nelementos para

    forma a seqncia ordenada.

    Exemplo 1

    Escrever todos os anagramas da palavra SOL.

    Um anagrama da palavra SOL qualquer permutao das letras S, O, L de modo

    que se forme uma palavra com ou sem sentido.

    Assim, temos: SOL, SLO, OSL, OLS, LOS, LSO.

    Exemplo 2

    De quantas maneiras cinco pessoas, A, B, C, D e E podem ser dispostas em

    fila indiana?

    Cada maneira de compor a fila uma permutao das cinco pessoas, pois

    qualquer fila obtida uma seqncia ordenada na qual comparecem sempre as

    cinco pessoas.

    Assim, o resultado esperado : P5= 5! = 120

    Exemplo 3

    Baseado no exemplo anterior, quantas filas podem ser compostas comeando por

    A ou B?

    A 1 posio da fila pode ser escolhidas de duas maneiras (pois tanto A como

    B pode inici-la).

    Definido o incio da fila, restaro sempre quatro lugares para serem

    preenchidos pelas quatro pessoas restantes, num total de P4 = 4! = 24

    possibilidades.

    Pelo PFC, o resultado : 2 x 24 = 48.

    Exemplo 4

    Oito pessoas, entre elas, Antonio e Pedro, vo posar para uma foto. De

    quantas maneiras elas podem ser dispostas se Antonio e Pedro se recusarem-se

    a ficar lado a lado?

    Caso no houvesse a restrio mencionada, o nmero total de possibilidades

    seria:

    P8= 8! = 40.320.

    Para determinar o nmero de possibilidades em que Antonio e Pedro aparecem

    juntos, vamos consider-los uma s pessoa, que ir permutar com as seis

    restantes, num total de:

    26

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    P7= 7! = 5.040 maneiras.

    Porm, para cada uma das possibilidades acima, Antonio e Pedro podem trocar

    de lugar entre si, num total de:

    P2= 2! = 2.

    Desta forma, o nmero de possibilidades em que Antonio e Pedro aparecem

    juntos : 2x 5.040 = 10.080.

    A diferena 40.320 10.080 = 30.240 fornece o nmero de situaes em que

    Antonio e Pedro no aparecem lado a lado.

    Exemplo 5

    Quantas possibilidades de agrupamentos h com os elementos A,B,C?

    So possveis as seguintes permutaes: ABC, ACB, BAC, BCA, CAB e CBA.

    De forma matemtica: P3= 3! = 3 . 2 . 1 = 6

    Exemplo 6

    Calcule o nmero de formas distintas de 5 pessoas ocuparem os lugares de um

    banco retangular de cinco lugares.

    P5= 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120

    Exemplo 7

    Denomina-se ANAGRAMA o agrupamento formado pelas letras de uma palavra, que

    podem ter ou no significado na linguagem comum. Os possveis anagramas da

    palavra REI so: REI, RIE, ERI, EIR, IRE e IER. Calcule o nmero de anagramas

    da palavra MUNDIAL.

    P7= 7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5040

    2.7 Permutaes com elementos repetidos

    Se entre os n elementos de um conjunto, existem a elementos repetidos, b

    elementos repetidos, celementos repetidos e assim sucessivamente, o nmero

    total de permutaes que podemos formar dado por:

    Pn(a,b,c) =!!!

    !cba

    n

    Exemplo 1

    Determine o nmero de anagramas da palavra MATEMTICA.(no considere o

    acento)

    Temos 10 elementos, com repeties. A letra M est repetida duas vezes, a

    27

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    letra A trs, a letra T, duas vezes. Na frmula anterior, teremos: n=10, a=2,

    b=3 e c=2.

    P = 10! / (2!.3!.2!) = 151200

    Exemplo 2

    Quantos anagramas podem ser formados com as letras da palavra MARIA?

    Neste problema temos n = 5 (cinco letras) e a = 2 (a letra A se repete duas

    vezes)

    P = 5!/2! = 5.4.3 = 60

    Exemplo 3

    Quantos anagramas podem ser formados com as letras da palavra ARARA?

    Neste problema temos n = 5 (cinco letras), a = 2 (a letra R se repete duas

    vezes) e b = 3 (a letra A se repete trs vezes).

    P = 5!/(3!.2!) = 5.4.3!/(3!.2) = 10

    2.8 Combinaes simples

    Dado um conjunto A com n elementos distintos, chama-se combinao dos n

    elementos de A, tomados k a k, a qualquer subconjunto formado por k

    elementos, isto , temos uma combinao quando os agrupamentos conseguidos

    permanecem iguais ao se inverter a posio dos seus elementos.

    Perceba que se houver cinco pessoas entre as quais desejamos formar grupos de

    trs, o grupo formado por Joo, Pedro e Lus o mesmo grupo formado por

    Lus, Pedro e Joo. Temos, ento, uma COMBINAO de cinco elementos em grupos

    de trs.

    Clculo do nmero de combinaes

    Considere o seguinte problema:

    Uma turma formada por 10 alunos. Deseja-se formar uma comisso de trs

    alunos para representao discente na universidade. De quantas maneiras

    podemos fazer tal escolha?

    Calculemos inicialmente o nmero de triplas ordenadas de alunos:

    A10,3=!7

    !10= 720 seqncias ordenadas.

    Suponhamos que A, B, C estejam entre os 10 alunos da turma. Essas 720

    possibilidades incluem, entre outras, os seguintes arranjos:

    28

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    (A,B,C), (A,C,B), (B,A,C), (B,C,A), (C,A,B) e (C,B,,A)

    Em cada um desses casos que diferem entre si apenas pela ordem os alunos

    A, B e C faro parte da comisso. Assim, os seis arranjos acima passam a ser

    equivalentes entre si, correspondendo a uma nica combinao { , poisdeterminam sempre a mesma comisso.

    }CBA ,,

    Desta forma, aos seis arranjos corresponde uma combinao; ento, para os 720

    arranjos, teremos xcombinaes:

    Logo, x =6

    720= 120 comisses

    Nmero de permutaes da tripla (A,B,C)

    Nmero de arranjos dos 10 alunos tomados trs a trs

    6 arranjos 1 combinao

    720 arranjos x combinaes

    De modo geral, qualquer permutao de uma determinada seqncia ordenada d

    origem e uma nica combinao.

    Representando por Cn,ko nmero total de combinaes de nelementos tomados k

    a k (taxa k), temos:

    )!(!

    !

    knk

    n

    k

    kn,

    P

    Aou , n kCn,k = Cn,k =

    Exemplo 1

    Escrever todas as combinaes dos cinco elementos do conjunto

    M = { tomados dois a dois.}

    } }

    } } } } } } }

    uoiea ,,,,

    Devemos determinar todos os subconjuntos de M formados por dois elementos.

    Lembremos que no importa a ordem dos elementos escolhidos: = { , por

    exemplo.

    { ea, ae,

    Assim, as combinaes pedidas so:

    { ea, , { , { }, { }, { , { , { , { , { , { }ia, oa, ua, ie, oe, ue, oi, ui, uo,

    29

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Exemplo 2

    Cinco alunos Pedro, Lus, Jos, Abel e Mrcio participam de um concurso

    que sero sorteadas trs bicicletas. Quais os possveis resultados do

    concurso?

    Sortear o mesmo que sortear { }, poisnas duas situaes, esses alunos ganharo as bicicletas.

    { MrcioJosPedro ,, } PedroMrcioJos ,,

    Desta forma, cada resultado do sorteio uma combinao dos cinco alunos

    tomados trs a trs.

    Os possveis resultados do concurso so:

    { }MJP ,,

    { }MAJ ,,

    , , , , , , , ,

    ,

    { }AJP ,,

    { }MAL ,,

    { }AMP ,, { }JLP ,, { }MLP ,, { }ALP ,, { }AJL ,, { }MJL ,,

    Exemplo 3

    Uma prova consta de 15 questes das quais o aluno deve resolver 10. De

    quantas formas ele poder escolher as 10 questes?

    Observe que a ordem das questes no muda o teste. Logo, podemos concluir que

    trata-se de um problema de combinao de 15 elementos com taxa 10.

    Aplicando simplesmente a frmula chegaremos a:

    C15,10 = 15! / [(15-10)! . 10!] = 15! / (5! . 10!) = 15.14.13.12.11.10! /

    5.4.3.2.1.10! = 3003

    Tanto arranjo como combinao so agrupamentos de k elementosescolhidos a partir de um conjunto de nelementos. A diferena que,no arranjo, se mudarmos a ordem dos elementos de certo agrupamento,obteremos um novo agrupamento; na combinao, mudando a ordem doselementos de certo agrupamento, obtemos o mesmo agrupamento.

    Exemplo 3

    Uma prova consta de 15 questes das quais o aluno deve resolver 10. De

    quantas formas ele poder escolher as 10 questes?

    Observe que a ordem das questes no muda o teste. Logo, podemos concluir que

    trata-se de um problema de combinao de 15 elementos com taxa 10.

    C15,10 =!10)!.1015(

    15!

    =

    !10!.5

    15! =

    10!5.4.3.2.1.

    2.11.10!15.14.13.1 = 3003

    30

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Exemplo 4

    Um coquetel preparado com trs bebidas distintas. Se existem 7 bebidas

    distintas, quantos coquetis diferentes podem ser preparados?

    C7,3=!3)!.37(

    7! = !3!.47! = 1.2.3!.4 7.6.5.4! = 35

    Exemplo 5

    Sobre uma circunferncia so marcados 9 pontos, dois a dois distintos.

    Quantas retas podem ser construdas passando por estes 9 pontos?

    C9,2=!2)!.29(

    9!

    =

    !2!.7

    9! =

    1.2!.7

    9.8.7! = 36

    Exemplo 6

    Uma pizzaria oferece 15 sabores de pizzas diferentes.

    a) De quantas maneiras se pode escolher trs desses sabores?

    b) Suponha que uma famlia sempre opte por mussarela. Como podero ser

    escolhidos os outros dois sabores?

    Resp. a)

    Escolher as pizzas { o mesmo que escolher as pizzas { }.

    Assim, cada possvel escolha uma combinao das 15 pizzas tomadas trs a

    trs:

    }3,2,1 PPP 1,2,3 PPP

    C15,3 =!12!3

    15! =

    3.2.1.12!

    2!15.14.13.1 = 455

    Resp. b)

    Como um dos sabores j foi definido, os outros dois sabores sero escolhidos

    entre os 14 restantes.

    C14,2 =!2!

    14!

    12 =

    12!.2.1

    14.13.12! = 91

    Exemplo 7Uma turma tem 15 alunos, sendo 9 meninos e 6 meninas.

    a) Quantas comisses de dois meninos e duas meninas podem ser formadas?

    O nmero de escolher os meninos C9,2.

    O nmero de escolher as meninas C6,2.

    Pelo PFC, temos: C9,2 x C6,2 = 36 x 15 = 540

    31

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    b) Quantas comisses de quatro pessoas tm pelo menos um menino?

    O nmero total de comisses de quatro pessoas, sem nenhuma restrio,

    C15,4.

    O nmero de comisses onde no aparecem meninos C6,4, pois as vagas sero

    preenchidas pelas meninas.

    Assim, o nmero de comisses onde h pelo menos um menino :

    C15,4 C6,4= 1.365 15 = 1.350

    Exemplo 8

    Marcam-se cinco pontos sobre uma reta r. Sobre outra reta s, paralela a r,

    marcam-se quatro pontos. Quantos tringulos podem ser formados com vrtices

    em trs quaisquer desses pontos?

    Observando a figura, vemos que para construir um tringulo no importa a

    ordem dos pontos escolhidos, pois, por exemplo, { }e { determinam

    o mesmo tringulo.

    CBA ,, }ACB ,,

    C

    B

    A

    Por outro lado, podemos construir um tringulo se escolhermos:

    1 caso: dois pontos de r e um ponto de s

    Pelo PFC, h 10 x 4 = 40 possibilidades.

    2 caso: um ponto de r e dois pontos de s

    C4,1= 4 possibilidadesC5,2= 10 possibilidades

    C5,1= 5 possibilidades C4,2= 6 possibilidades

    Pelo PFC, h 5 x 6 = 430 possibilidades.

    Dessa forma, o nmero total de tringulos que podem ser construdos :

    40 + 30 = 70.

    32

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Exemplo 9

    Um salo tem 6 portas. De quantos modos distintos esse salo pode estar

    aberto?

    Para a primeira porta temos duas opes: aberta ou fechada

    Para a segunda porta temos tambm, duas opes, e assim sucessivamente.

    Para as seis portas, teremos ento, pelo PFC:

    N = 2.2.2.2.2.2 = 64

    Lembrando que uma dessas opes corresponde a todas as duas portas fechadas,

    teremos ento que o nmero procurado igual a 64 - 1 = 63.

    Resposta: o salo pode estar aberto de 63 modos possveis.

    2.9 Exerccios

    01 - Um coquetel preparado com duas ou mais bebidas distintas. Se existem 7

    bebidas distintas, quantos coquetis diferentes podem ser preparados?

    Resp: 120

    02 - Sobre uma circunferncia so marcados 9 pontos distintos. Quantos

    tringulos podem ser construdos com vrtices nos 9 pontos marcados?

    Resp: 84

    03 - Uma famlia com 5 pessoas possui um automvel de 5 lugares. Sabendo quesomente 2 pessoas sabem dirigir, de quantos modos podero se acomodar para

    uma viagem?

    Resp: 48

    33

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    3 PROBABILIDADE

    Todas as vezes que se estudam fenmenos de observao, cumpre-se

    distinguir o prprio fenmeno e o modelo matemtico que melhor o explique.

    Os fenmenos estudados pela Estatstica so fenmenos cujos resultados,mesmo em condies normais de experimentao variam de uma observao para

    outra.

    Para a explicao desses fenmenos fenmenos aleatrios

    adota-se um modelo matemtico probabilstico. Nesse caso, o modelo

    utilizado ser o CLCULO DAS PROBABILIDADES.

    3.1 Experimento aleatrio

    Todo experimento que, repetido em condies idnticas, pode apresentar

    diferentes resultados, recebe o nome de experimento aleatrio. A

    variabilidade de resultados deve-se ao acaso.

    A fim de se entender melhor a caracterizao desses experimentos,

    convm observar o que h de comum nos seguintes experimentos:

    E1: Retirar uma carta de um baralho com 52 cartas e observar seu naipe.

    E2: Jogar uma moeda 10 vezes e observar o nmero de coroas obtidas.

    E3: Retirar com ou sem reposio, bolas de uma urna que contm 5 bolas

    brancas e seis pretas.

    E4: Jogar um dado e observar o nmero mostrado na face de cima.

    E5: Contar o nmero de peas defeituosas da produo diria da mquina A.

    A anlise desses experimentos revela:

    a) Cada experimento poder ser repetido indefinidamente sob as mesmas

    condies.

    b) No se conhece um particular valor do experimento a priori , porm

    pode-se descrever todos os possveis resultados as possibilidades.

    34

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    c) Quando o experimento for repetido um grande nmero de vezes surgir uma

    regularidade, isto , haver uma estabilidade da frao f = r/n

    (freqncia relativa), onde n o nmero de repeties e r o nmero de

    sucessos.

    3.2 Espao amostral

    Para cada experimento aleatrio E, define-se espao amostral o conjunto

    de todos os resultados possveis desse experimento.

    Consideremos um experimento aleatrio. O conjunto de todos os possveis

    resultados desse experimento chamado espao amostral e indicado por

    (letra grega que se l: omega).

    Indicaremos o nmero de elementos de um espao amostral por n().

    Exemplo 1

    a) E = Jogar um dado e observar o nmero mostrado na face de cima

    = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

    b) E = jogar duas moedas e observar os resultados.

    = {(C,C), (C,K), (K,C), (K,K)} onde C = cara e K = coroa.

    Exemplo 2

    Lanamos uma moeda honesta e observamos a face voltada para cima:

    Temos:

    = {K,C}, onde K: cara; e C: coroa; n() = 2.Chamamos cada um dos resultados possveis deponto amostral.

    Exemplo 3

    Uma urna contm cinco bolas vermelhas e quatro brancas. Duas bolas so

    extradas, ao acaso, sucessivamente e sem reposio. Observamos a seqncia

    de cores das bolas sorteadas.

    Para determinar , vamos construir um diagrama de rvore:

    1 extrao 2 extrao

    vermelha vermelha

    branca

    Vermelha

    branca branca

    35

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Indicando vermelha por V e branca por B, temos:

    = { } n() = 4.),(),,(),,(),,( BBVBBVVV

    Cada par acima um dos pontos amostrais de .

    3.3 Evento

    Evento um conjunto de resultados do experimento, em termos de

    conjuntos, um subconjunto de . Em particular, e (conjunto vazio) so

    eventos. dito o evento certo e o evento impossvel.

    Usando as operaes em conjunto, podemos formar novos eventos:

    A UB o evento que ocorre se A ocorre ou B ocorre ou ambos ocorrem.

    A IB o evento que ocorre se A e B ocorrem.

    o evento que ocorre se A no ocorre.

    Exemplo 1

    a) Seja o experimento E: jogar trs moedas e observar os resultados:

    = {(c,c,c), (c,c,k), (c,k,c), (k,c,c), (k,k,k), (k,k,c), (k,c,k),(c,k,k)}

    Seja E1o evento: ocorrer pelo menos duas caras. Ento,

    E1= {(c,c,c),(c,c,k), (c,k,c), (k,c,c)}

    b) Seja o evento E2: lanar um dado e observar o nmero de cima.

    Ento,

    E2= = {1, 2, 3, 4, 5, 6} um evento certo.

    E3: ocorrncia de nmero maior que 8.

    E3= um evento impossvel.

    Seja E4: ocorrer mltiplo de 2.

    Ento E4= {2, 4, 6}; observe que E4 .

    Seja E5: ocorrer nmero mpar.Ento E5= {1, 3, 5}; observe que E5 .

    3.4 Probabilidade de um Evento

    Agora podemos quantificar o grau de confiana de qualquer evento.

    36

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Atribumos a cada evento um nmero obtido da soma das imagens de cada

    um de seus elementos na relao de freqncia. Este nmero chama-se

    probabilidade do evento. Observe como se resolve o seguinte caso.

    Exemplo:

    O experimento consiste em extrair uma bola do interior de uma caixa e

    observar sua cor. H um total de nove bolas na caixa: duas brancas, trs

    vermelhas e quatro pretas.

    Qual ser a probabilidade de tirar uma bola que no seja preta?

    Para solucionar esta questo, preparamos o esquema da figura acima:

    O espao amostral da figura acima :

    Elemento Imagem

    (B) branca 2/9

    (V) vermelha 3/9

    (P) preta 4/9

    = {branca, vermelha, preta}

    O evento tirar uma bola de cor diferente do preto, A = {B,V}, consta

    de dois elementos.

    Como foi dito na definio de probabilidade, atribumos a cada evento

    um nmero obtido da soma das imagens de cada elemento na relao de

    freqncia.

    Portanto, se somarmos as imagens da bola branca, 2/9, e da vermelha,

    3/9, que aparecem na relao de freqncia deste exemplo, vamos conhecer o

    valor da probabilidade do evento A, indicado por P(A).

    Assim,

    p(A) =9

    2+

    9

    3=

    9

    5

    Em alguns experimentos aleatrios, cada um dos resultados (eventos

    elementares) tem a mesma freqncia relativa esperada.

    37

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Este o caso de lanar uma moeda ou um dado e comprovar o resultado.

    Dizemos, ento, que o espao amostral equiprovvel, e que sua

    probabilidade uniforme.

    3.5 Evento complementar

    Consideremos um evento E relativo a um espao amostral . Chamamos

    evento complementar de indicado por E ao evento que ocorre quando se,e somente se, Eno ocorre.

    Observe o seguinte diagrama:

    Notemos que E IE= e E UE=

    Exemplo 1

    Uma urna contm 10 bolas numeradas de 1 a 10. Retira-se da urna, ao acaso,

    uma bola. Se E o evento ocorre mltiplo de 3, ento Eser:

    Temos: = {1, 2, 3, ..., 10} e E = {3, 6, 9}; logo:

    E= {1, 2, 4, 5, 7, 8, 10} o evento no ocorre mltiplo de 3.

    Notemos que E U E= .

    3.6 Probabilidades em espaos amostrais equiprovveis

    Consideremos o espao amostral formado por kpontos amostrais (ou eventos

    elementares): = {a1, a2, a3, ..., ak}

    Vamos associar cada um desses pontos amostrais um nmero real, p{ai}, ou

    simplesmentep

    i, chamadoprobabilidade do evento

    {ai}, ou seja, probabilidadede ocorrncia do ponto amostral ai, tal que:

    (I) 0 pi 1

    (II) = 1 , isto , p=

    k

    1

    i

    ip 1+ p2+ ... + pk= 1

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Consideremos aqui os espaos amostrais equiprovveis, isto , aqueles cujos

    pontos amostrais tm a mesma probabilidade de ocorrer. Assim, se denotarmos

    por p a probabilidade de ocorrncia de cada um dos pontos amostrais de ,

    temos, em (II):

    p + p + p + ... + p = 1 k . p = 1 p = k1

    K vezes

    A probabilidade de ocorrncia de um evento E, formado por rpontos amostrais

    E= {a1, a2, a3, ..., ar} , com r k, dada por:

    P (E) = p1+ p2+ ... + pr p(E) =k

    1+

    k

    1+

    k

    1+

    k

    1

    p(E) =k

    r= =

    Nmero de elementos de E n(E)

    Nmero de elementos de n

    Como E , temos que n(E) n(). Assim:

    n(E) tal que 0 p(E) 1

    n

    P(E) =

    Essa definio de probabilidade intuitiva, isto , a probabilidade de

    ocorrer determinado evento dada pala razo entre o nmero de casos

    favorveis (ou nmero de caos que nos interessam) e o nmero de casospossveis (ou nmero total de casos).

    Assim:

    =Nmero de casos favorveis

    Nmero de casos ossveisn()

    n(E)p(E) =

    Uma vez que o nmero de casos favorveis coincide com o nmero de

    elementos do evento, e o nmero de casos possveis corresponde ao nmero de

    elementos do espao amostral, podemos escrever:

    p(A) =k

    f, onde o evento Atem f elementos e ko nmero possvel de

    elementos. Para ocorrer o evento A, o resultado deve ser algum desses f

    elementos, que so os casos favorveis.

    Assim, no exemplo do lanamento de um dado, se o evento Aconsiste em

    obter um5, o nmero de casos favorveis ser 1, pois num dado no-viciado

    39

  • 8/11/2019 Apostila Probabilidade e Estatistica-

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    s existe um 5, e o nmero de casos possveis 6, portanto o espao

    amostral : = {1,2,3,4,5,6}

    Assim, a probabilidade do eventoAser: P (A) = 1/6

    Quando dizemos que a probabilidade do evento A 1/6, isto no

    significa que, se jogarmos o dado seis vezes, em uma delas sair, com toda a

    certeza, o nmero 5. Pode ser que o nmero 5 no saia nenhuma vez, ou ele

    pode sair mais de uma vez.

    A probabilidade 1/6 indica apenas que, se repetirmos esse experimento

    um nmero muito grande de vezes, o evento A vai ocorrer em aproximadamente

    1/6 do total de jogadas.

    Exemplo 1

    Uma urna contm 15 bolas numeradas de 1 a 15. Uma bola extrada ao acaso.

    Qual a probabilidade de ser sorteada uma bola com nmero maior ou igual a 11?

    Temos: = {1, 2, 3, ..., 15}

    Seja o evento E: o nmero da bola sorteada maior ou igual a 11.Logo: E = {11, 12, 13, 14, 15}.

    Assim,p(E) = =15

    =5

    3

    1 = 33,3%

    n(E)

    n()

    Exemplo 2

    Um dado lanado e observa-se o nmero da face voltada para cima. Qual a

    probabilidade desse nmero ser:

    a) menor que 3? b) Maior ou igual a 3?

    a) Temos = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

    E = {1, 2}. Ento, p(E) =6

    2 =

    3

    1

    b) basta considerar o evento complementar: Ec= {3, 4, 5, 6}.

    Assim, p(Ec) = =6

    4 =

    3

    2.

    n(Ec)

    n(

    )

    p(E) + p(Ec) = 1Note que

    Exemplo 3

    Uma moeda lanada trs vezes, sucessivamente. Qual a probabilidade de

    observarmos: a) exatamente uma cara?; b) No mximo duas caras?

    40

  • 8/11/2019 Apostila Probabilidade e Estatistica-

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Vamos construir um diagrama de rvore onde na 1, 2 e 3 colunas,

    respectivamente, representaremos os possveis resultados para o 1, 2 e 3

    lanamentos.

    K (K,K,K)

    K C (K,K,C)K

    K (K,C,K)C

    C (K,C,C)

    K (C,K,K)K

    C (C,K,C)C

    K (C,C,K)C

    C (C,C,C)

    K: cara

    C: coroa

    O espao amostral formado pelas oito seqncias indicadas.

    a) O evento E1= {(K,C,C), (C,C,K), (C,K,C)}

    Assim, p(E1) = =8

    3 = 37,5%

    n(E1)

    n()

    b) As seqncias que nos interessam so aquelas que apresentam nenhuma,

    uma ou duas caras. Assim, o evento pedido :

    E2= {(C,C,C),(K,C,C),(C,K,C),(C,C,K),(K,K,C),(K,C,K),(C,K,K)}

    Logo, p(e2) =8

    7= 87,5%.

    Exemplo 4

    Uma turma tem 20 homens e 25 mulheres. Deseja-se formar uma comisso de cinco

    alunos para representantes de turma. Qual a probabilidade de essa comisso

    vir a ser formada exclusivamente por meninos?

    O nmero de elementos de igual ao nmero de maneiras de se escolher uma

    comisso qualquer de cinco pessoas, a partir dos 45 alunos. Como vimos, n()

    = C45,5.

    O evento que interessa aquele em que todos os alunos da comisso so

    meninos. O nmero de comisses assim existentes C20,5 .

    Assim, a probabilidade pedida :

    P(E) = = 0,0126 = 1,26%

    C20,5

    C45,5

    41

  • 8/11/2019 Apostila Probabilidade e Estatistica-

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Exemplo 5

    Escolhe-se, ao acaso, um dos anagramas da palavra XADREZ. Qual a

    probabilidade da palavra escolhida comear por XA?

    O nmero de elementos de o nmero de permutaes da palavra XADREZ.

    Ento, n() = P6= 6! = 720.O evento E = palavra comea por XA:

    X A __ __ __ __

    Definidas as duas primeiras letras, h P = 4!4maneiras de se preencherem as lacunas restantes.

    Assim, n(E) = 4! = 24.

    Logo, a probabilidade pedida p(E) = =720

    24= 3,33%

    n(E)

    n()

    Exemplo 6

    Numa comunidade residem 100 pessoas. Uma pesquisa sobre os hbitos

    alimentares dessa comunidade revelou que:

    25 pessoas consomem carnes e verduras

    83 pessoas consomem verduras

    39 pessoas consomem carnes

    Uma pessoa da comunidade escolhida ao acaso. Qual a probabilidade de ela:

    a) consumir exclusivamente carne?

    b) Ter o hbito alimentar de no comer nem carne nem verdura?

    Vamos construir um diagrama representando carne por C e verdura por V.

    comunidade

    V25

    C

    58 143

    1) H 25 pessoas na integrao de Ce V.

    2) Pessoas que consomem exclusivamente verduras: 83 25 = 583) Pessoas que consomem exclusivamente carnes: 39 25 = 14

    4) Como 25 + 58 + 14 = 97, h 3 pessoas que no comem carnes nem verduras.

    Assim, as probabilidades pedidas so:

    a)100

    14= 0,14 = 14% b)

    100

    3= 0,03 = 3%

    42

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    3.7 Probabilidade da unio de dois eventos

    Sejam Ae Beventos de um mesmo espao amostral . Vamos encontrar uma

    expresso para a probabilidade de ocorrer o evento Aou o evento B, isto , a

    probabilidade da ocorrncia do evento AUB.

    Consideremos dois casos:

    1) eventos mutuamente exclusivos

    A IB =

    Temos:n(A UB) = n(A) + n(B)

    Como n() 0, podemos escrever:

    n(A UB) n(A) n(B)

    n() n() n()+=

    B

    A

    Da definio de probabilidade, segue:

    P(A UB) = p(A) + p(B)

    Nesse caso, A e B so chamados eventos mutuamente exclusivos.

    2) eventos com ocorrncias simultneas: A IB

    Da teoria dos conjuntos, temos:

    n(A UB) = n(A) + n(B) n(A IB)

    De modo anlogo ao primeiro caso:

    p(A UB) = p(A) + p(B) p(A IB)

    A B

    A IB

    O eventoA IB representa a ocorrncia simultnea dos eventos Ae B.

    Exemplo 1

    Uma urna contm 25 bolas numeradas de 1 a 25. Uma bola extrada ao acaso

    dessa urna.a) Qual a probabilidade de o nmero da bola sorteada ser mltiplo de 2

    ou de 3?

    Consideremos os eventos A, o nmero mltiplo de 2 e B, o nmero

    mltiplo de 3. Queremos encontrar p(A UB). Temos:

    43

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    A = {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22, 24} p(A) = =25

    12

    n(A)

    n()

    B = {3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24} p(B) = =25

    8n(B)

    n()

    A IB = {6, 12, 18, 24}: o evento formado pelos mltiplos de 2 e 3 ao mesmo

    tempo, isto , pelos mltiplos de 6. Temos: p(A IB) =25

    4.

    Como p(A UB) = p(A) + p(B) p(A IB)

    Temos: p(A UB) =25

    12+

    25

    8

    25

    4=

    25

    16= 0,64 = 64%.

    b) Qual a probabilidade de o nmero da bola sorteada ser mltiplo de 5

    ou de 7?

    A = {5, 10, 15, 20, 25} p(A) =25

    5

    B = {7, 14, 21} p(B) =25

    3

    Como A IB = , temos:

    p(A UB) = p(A) + p(B) p(A UB) =

    25

    5+

    25

    3=

    25

    8= 0,32 = 32%.

    Exemplo 2

    A probabilidade de um guarda rodovirio aplicar quatro ou mais multas em um

    dia de 63%; a probabilidade de ele aplicar quatro ou menos multas em um dia

    de 56%. Qual a probabilidade de o guarda aplicar exatamente quatro

    multas?

    Consideremos os eventos:

    A: quatro ou mais multas; p(A) = 0,63

    B: quatro ou menos multas; p(B) = 0,56

    Temos:

    1) A B o evento guarda aplica exatamente quatro multas. Queremos

    determinar p(A IB).

    I

    2) A B = (em um dia o guarda aplica menos de quatro multas, ou quatro

    multas, ou mais de quatro multas).

    U

    44

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Assim, p(A UB) = p() = 1 (pois A UB o evento certo). Da:

    P(A UB) = p(A) + p(B) p(A IB)

    1 = 0,63 + 0,56 - p(A IB) p(A IB) = 0,19 = 19%

    Exemplo 3

    Observe a roleta da figura abaixo e pense na probabilidade existente de sada

    para cada nmero.

    a) Qual a probabilidade de cada evento elementar?

    P(1) = P(2) = P(4) = P(5) = P(6) = P(7) = 1/8 P(3) = 2/8

    b) Qual a probabilidade de o nmero ser par? P({2,4,6}) = 3/8

    c) Qual a probabilidade de dar o nmero 3? P(3) = 2/8 = 1/4

    3.8 Experincia Composta

    Tambm pode nos interessar o clculo da probabilidade de uma

    experincia composta, ou seja, a realizao de dois ou mais experimentos

    aleatrios simples.

    Nesses casos, a freqncia relativa esperada para cada resultado

    possvel do experimento obtida a partir do produto das freqncias

    relativas esperadas de cada elemento que compe o referido resultado.

    Exemplo:

    Temos uma moeda e duas caixas cheias de bolas coloridas. Na caixa A

    temos duas bolas vermelhas e cinco pretas, enquanto na B h quatro bolas

    vermelhas e uma bola azul.

    Imagine a seguinte experincia composta: lanamos uma moeda; se der

    "cara", extramos uma bola da caixa A; e se der "coroa", uma bola da caixa B.

    Em seguida, vamos representar por um diagrama em rvore os resultados

    possveis da experincia composta.

    Vamos Indicar tambm as freqncias relativas esperadas para cada

    experincia parcial.

    Como observamos no esquema da figura anterior, o espao amostral :

    = {(cara, vermelha), (cara, preta), (coroa, vermelha), (coroa, azul)}

    45

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    cara

    coroa

    5

    1

    5

    4

    7

    5

    7

    2 vermelha

    2

    1

    2

    1

    preta

    vermelha

    azul

    O objetivo definir uma probabilidade para o conjunto , que

    representa os resultados possveis da experincia composta.

    A relao de freqncia obtida atribuindo-se a cada resultado o

    produto das freqncias relativas esperadas, que aparecem em cada ramo

    completo do diagrama em rvore da figura.

    Desta maneira, comprovamos que a relao de freqncia, neste caso, a

    seguinte:

    Elemento Imagem

    cara, vermelha 1/2 x 2/7 = 2/14

    cara, preta 1/2 x 5/7 = 5/14

    coroa, vermelha 1/2 x 4/7 = 4/14

    coroa, azul 1/2 x 1/7 = 1/10

    Agora podemos calcular a probabilidade de qualquer evento dessa

    experincia composta.

    3.9 Probabilidade condicional

    Seja E: lanar um dado e o evento A= {sair o n 3}. Ento, P(A) = 6

    1

    Considere agora o evento B = {sair um nmero mpar} = {1, 3, 6}.

    de grande importncia para o clculo das probabilidades se calcular

    a probabilidade condicional. No exemplo, pode-se querer avaliar a

    probabilidade do evento Acondicionada ocorrncia do evento B. Em smbolos,

    46

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    designa-se por P(A/B) e l-se: probabilidade do evento A condicionada

    ocorrncia de B, ou melhor, probabilidade de Adado B.

    Assim: P(A/B) = 1/3.

    Obs: dada a ocorrncia de um evento, teremos a reduo do espao-amostra; no

    caso, = {1, 2, 3, 4, 5, 6} foi reduzido para `= {1, 3, 5} e neste

    espao-amostra reduzido que se avalia a probabilidade do vento.

    Definio: Dados dois eventos, A e B, denota-se P(A/B) a probabilidade

    condicionada do evento A, quando Btiver ocorrido, por:

    com P(B) 0,pois B j ocorreu

    P(A B)IP(B)

    P(A/B) =

    Vamos encontrar uma frmula para o clculo da probabilidade condicional:

    P(A IB)I

    I

    NCF (B)

    NCF(A B)=

    NTC

    NCF(B)=

    NCF(A B)NTC

    P(B)

    NTC = Nmerototal de casos

    P(A/B) =

    Desta maneira, para calcular a probabilidade de A dado B, basta contar o

    nmero de casos favorveis ao evento A I B: [NCF(A I B)] e dividir pela

    quantidade de casos favorveis ao evento B: [NCF(B)].

    Exemplo: Dois dados so lanados. Consideremos os eventos:

    A = {(X1, X2)/ X1 + X2 = 10} e B = {(X1, X2)/ X1 > X2}

    Onde X1 o resultado do dado 1 e X2 o resultado do dado 2.

    Calcular P(A); P(B); P(A/B); P(B/A)

    Soluo

    (1,1) (1,2) (1,3) (1,4) (1,5) (1,6)

    (2,1)(2,2) (2,3) (2,4) (2,5) (2,6)

    (3,1)(3,2) (3,3) (3,4) (3,5) (3,6)

    (4,1)(4,2) (4,3) (4,4) (4,5) (4,6)

    (5,1)(5,2) (5,3) (5,4) (5,5) (5,6)(6,1)(6,2) (6,3) (6,4) (6,5) (6,6)

    =

    NCF ao evento A

    36

    3

    12

    1=P(A) = =

    NTC

    Obs: apenas o par(6,4) favorvel

    ao evento (A B).I

    1

    3

    NCF a (A IB)P(A/B) = =

    NTC a B

    47

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    4 ESTATSTICA BSICA

    4.4 CONCEITOSFUNDAMENTAIS

    A Estatstica pode ser encarada como uma cincia ou como um mtodo de

    estudo. Duas concepes para a palavra ESTATSTICA:

    a) no plural (estatsticas), indica qualquer coleo consistente de dados

    numricos, reunidos com a finalidade de fornecer informaes acerca de uma

    atividade qualquer. Por exemplo, as estatsticas demogrficas referem-se

    aos dados numricos sobre nascimentos, falecimentos, matrimnios,

    desquites, etc.

    b) no singular (estatstica), indica um corpo de tcnicas, ou ainda uma

    metodologia tcnica desenvolvida para a coleta, a classificao, a

    apresentao, a anlise e a interpretao de dados quantitativos e a

    utilizao desses dados para a tomada de decises.

    Qualquer cincia experimental no pode prescindir das tcnicas proporcionadas

    pela Estatstica, como por exemplo, a Fsica, a Biologia, a Administrao, a

    Economia, etc. Todos esses ramos de atividade profissional tem necessidade de

    um instrumental que se preocupa com o tratamento quantitativo dos fenmenos

    de massa ou coletivos, cuja mensurao e anlise requerem um conjunto de

    observaes de fenmeno ou particulares.

    DEFINIO DE ESTATSTICA

    Estatstica a cincia que se preocupa com a coleta, a organizao,

    descrio (apresentao), anlise e interpretao de dados experimentais e

    tem como objetivo fundamental o estudo de uma populao.

    Este estudo pode ser feito de duas maneiras:

    Investigando todos os elementos da populao ou

    Por amostragem, ou seja, selecionando alguns elementos da populao.

    48

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Modelagem

    Planejamento

    Experimentao

    Comparao eidentificaodas melhoressolues

    DocumentaoApresentao

    dos resultadosImplementao

    Projetoexperimental

    Experimentao

    Anliseestatstica

    dos

    resultados

    Coleta dedados

    Traduo domodelo

    Verificaoe validao

    do modelo

    Formulao eanlise doProblema

    Planejamento doprojeto

    Formulao domodelo

    conceitual

    Coleta de macro

    informaes

    Concluso

    4.5 DIVISO DA ESTATSTICA

    EstatsticaInferencialEstatsticaDescritiva

    MtodosEstatsticos

    Estatstica Descritiva: aquela que se preocupa com a coleta, organizao,

    classificao,apresentao, interpretao e analise de dados referentes ao

    fenmeno atravs de grficos e tabelas alm de calcular medidas que permita

    descrever o fenmeno.

    Estatstica Indutiva (Amostral ou Inferencial): a aquela que partindo de

    uma amostra, estabelece hipteses, tira concluses sobre a populao deorigem e que formula previses fundamentando-se na teoria das probabilidades.

    A estatstica indutiva cuida da anlise e interpretao dos dados.

    O processo de generalizao do mtodo indutivo est associado a uma

    margem de incerteza. Isto se deve ao fato de que a concluso que se pretende

    obter para o conjunto de todos os indivduos analisados quanto a determinadas

    caractersticas comuns baseia-se em uma parcela do total de observaes.

    49

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    PPooppuullaaoo?? Envolve: Estimao Teste de Hiptese

    Propsito:

    Tomar Decises sobre ascaractersticas da Populao

    PPooppuullaaoo

    AAmmoossttrraa

    EEssttaattssttiiccaaAAmmoossttrraall

    ((XX))

    EEssttiimmaattiivvaass&&tteesstteess

    4.6 POPULAO

    o conjunto, finito ou infinito, de indivduos ou objetos que

    apresentam em comum determinadas caractersticas definidas, cujo

    comportamento interessa analisar.

    A populao estudada em termos de observaes de caractersticas nos

    indivduos (animados ou inanimados) que sejam relevantes para o estudo, e no

    em termos de pessoas ou objetos em si. O objetivo tirar concluses sobre o

    fenmeno em estudo, a partir dos dados observados.Como em qualquer estudo estatstico temos em mente estudar uma ou mais

    caractersticas dos elementos de uma populao, importante definir bem

    essas caractersticas de interesse para que seja delimitado os elementos que

    pertencem populao e quais os que no pertencem.

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Exemplos:

    1. Estudar os filhos tidos, tipo de moradia, condies de trabalho, tipo de

    sanitrio. Nmeros de quartos para dormir, estado civil, uso da terra, tempo

    de trabalho, local de nascimento, tipo de cultivo, etc., dos agricultores do

    Estado do Amazonas.

    Populao: Todos os agricultores (proprietrios de terra ou no) plantadores

    das culturas existentes no Estado do Amazonas.

    2. Estudar a precipitao pluviomtrica anual (em mm) na cidade de Manaus.

    Populao: Conjunto das informaes coletadas pela Estao Pluviomtrica,

    durante o ano.

    4. As alturas dos cidados do Amazonas constituem uma populao ou a

    populao dos pesos desses cidados.

    EEssttaattssttiiccaaIInnffeerreenncciiaall((PPrroobbaabbiilliiddaaddee))

    EEssttaattssttiiccaaDDeessccrriittiivvaa

    AAmmoossttrraaggeemm

    DadosPopulao

    Diviso Da Populao

    - Populao Finita: apresenta um nmero limitado de elementos. possvel

    enumerar todos os elementos componentes.

    Exemplos:

    1. Idade dos universitrios do Estado do Par.

    Populao: Todos os universitrios do Estado do Par.

    - Populao Infinita: apresenta um nmero ilimitado de elementos. No

    possvel enumerar todos os elementos componentes.

    Entretanto, tal definio existe apenas no campo terico, uma vez que,

    na prtica, nunca encontraremos populaes com infinitos elementos, mas sim,

    51

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    populaes com grande nmero de componentes; e nessas circunstncias, tais

    populaes so tratadas como se fossem infinitas.

    Exemplos:

    1. Tipos de bactrias no corpo humano

    Populao: Todas as bactrias existentes no corpo humano.

    2. Comportamento das formigas de certa rea

    Populao: Todas as formigas da rea em estudo.

    4.4 AMOSTRAGEM

    a coleta das informaes de parte da populao, chamada

    amostra (representada por pela letra n), mediante mtodos adequados de

    seleo destas unidades.

    4.5 AMOSTRA

    uma parte (um subconjunto finito) representativa de uma

    populao selecionada segundo mtodos adequados.

    O objetivo fazer inferncias, tirar concluses sobre populaes

    com base nos resultados da amostra, para isso necessrio garantir que

    amostra seja representativa, ou seja, a amostra deve conter as mesmas

    caractersticas bsicas da populao, no que diz respeito ao fenmeno que

    desejamos pesquisar.

    O termo induo um processo de raciocnio em que, partindo-se do

    conhecimento de uma parte, procura-se tirar concluses sobre a realidade no

    todo.

    Ao induzir estamos sujeitos a erros. Entretanto, a Estatstica

    Indutiva, que obtm resultados sobre populaes a partir das amostras, diz

    qual a preciso dos resultados e com que probabilidade se pode confiar nas

    concluses obtidas.

    4.6 CENSO

    o exame completo de toda populao.

    Quanto maior a amostra, mais precisas e confiveis devero ser as

    indues feitas sobre a populao. Logo, os resultados mais perfeitos so

    obtidos pelo Censo. Na prtica, esta concluso muitas vezes no acontece: o

    emprego de amostras, com certo rigor tcnico, pode levar a resultados mais

    52

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    confiveis ou at mesmo melhores do que os que seriam obtidos atravs de um

    Censo.

    As razes de se recorrer a amostras so: menor custo e tempo para

    levantar dados; melhor investigao dos elementos observados.

    4.7 TIPOS DE VARIVEIS

    Varivel Qualitativa

    Quando seus valores so expressos por atributos ou qualidade.

    Exemplos:

    1) Populao: Estudantes universitrios do Estado do Par.

    Variveis: sexo, profisso, escolaridade, religio, meio onde vivem (rural,

    urbano).

    2) Populao: Populao dos bairros perifricos do municpio de Belm.

    Variveis: tipo de casa, existncia de gua encanada (sim, no), bairro de

    origem.

    Variveis qualitativas que no so ordenveis recebem o nome de nominais.

    Exemplo: religio, sexo, raa, cor.

    Raa do AM - 2005

    Raa Freqncia

    BrancaNegraPardaOutraTotal

    Fonte: Fictcia

    Variveis qualitativas que so ordenveis recebem o nome de ordinais.

    Exemplo: nvel de instruo, classe social.

    Classe social do AM - 2005Classe social Freqncia

    Classe AClasse BClasse CClasse DTotal

    Fonte: Fictcia

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    Varivel Quantitativa

    Quando seus valores so expressos por nmeros. Esses nmeros podem ser

    obtidos por um processo de contagem ou medio.

    Exemplos:

    1) Populao: Todos os agricultores do Estado do Par.

    Variveis: nmero de filhos tidos, extenso da rea plantada, altura, idade.

    2) Populao: Populao dos bairros perifricos do municpio de Belm

    Variveis: nmero de quartos, rea da casa em m2, nmero de moradores.

    A VARIVEL QUANTITATIVA DIVIDE-SE EM:

    a. Varivel Discreta: so aquelas que podem assumir apenas valores inteiros

    em pontos da reta real. possvel enumerar todos os possveis valores da

    varivel.

    Exemplos:

    . Populao: Universitrios do Estado do Par.

    Variveis: nmero de filhos, nmero de quartos da casa, nmero de moradores,

    nmero de irmos.

    b. Varivel Contnua: so aquelas que podem assumir qualquer valor num certo

    intervalo (contnuo) da reta real. No possvel enumerar todos os possveis

    valores.

    . Populao: Todos os agricultores do Estado do Par.

    Variveis: idade, renda familiar; extenso da rea plantada (em m2 ) , peso e

    altura das crianas agricultoras.

    4.8 DEFINIO DO PROBLEMA

    A primeira fase do trabalho estatstico consiste em uma definio ou

    formulao correta do problema a ser estudado e a seguir escolher a natureza

    dos dados. Alm de considerar detidamente o problema objeto de estudo o

    54

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    Probabilidade e Estatstica Luiz Roberto

    analista dever examinar outros levantamentos realizados no mesmo campo e

    anlogos, uma vez que parte da informao de que necessita pode, muitas

    vezes, ser encontrada nesses ltimos. Saber exatamente aquilo que pretende

    pesquisar o mesmo que definir de maneira correta o problema.

    Por exemplo:

    - os preos dos produtos agrcolas produzidos no Estado do Par so menores

    do que queles originados de outros Estados?

    - qual a natureza e o grau de relao que existe entre a distribuio da

    pluviosidade e a colheita do produto x?

    - estudar uma populao por sexo: dividi-se os dois grupos em masculino e

    feminino;

    -estudar a idade dos universitrios, por grupos de idade: distribui-se ototal de casos conhecidos pelos diversos grupos etrios pr-estabelecidos;

    - Analisar a capacidade de germinao de certo tipo de cereal:

    Calcular a mdia, a mediana e a moda do nmero de sementes germinadas, ou

    seja, descrever com alguns valores resultados obtidos.

    Representar graficamente os resultados.

    Calcular a proporo de vasos com mais de trs sementes germinadas.

    4.9 DEFINIO DOS OBJETIVOS (GERAL E ESPECFICO)

    definir com exatido o que ser pesquisado.

    recomendvel ter em vista um objetivo para o estudo, em lugar de

    coletar o material e defin-lo no decorrer do trabalho ou s no fim deste.

    Objetivos mais comuns em uma pesquisa:

    . Dados pessoais: grau de instruo, religio, nacionalidade, dados

    profissionais, familiares, econmicos, etc.. Dados sobre comportamento: como se comportam segundo certas circunstncias.

    Ex: possvel remanejamento da rea habitada.

    . Opinies, expectativas, nveis de informao, angstias, esperanas,

    aspiraes sobre certos assuntos.

    . Dados sobre as condies habitacionais e de saneamento que avalie as

    condies em que vivem e a qualidade de vida de certo grupo.

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    4.10 PLANEJAMENTO

    Resultados / Concluses

    Metodologiade

    estudo

    Metodologia

    Estatstica

    Anlise e interpretao dos dados

    Apresentao dos dados

    Coleta e crtica e apurao dos dados

    Planejamento da pesquisa

    Definio do Problema / Objetivos

    O problema est definido. Como resolv-lo? Se atravs de amostra, esta

    deve ser significativa para que represente a populao.

    O planejamento consiste em se determinar o procedimento necessrio para

    resolver o problema e, em especial, como levantar informaes sobre o assunto

    objeto de estudo. Que dados devero ser coletados? Como se deve obt-los?

    preciso planejar o trabalho a ser realizado tendo em vista o objetivo que se

    pretende atingir.

    nesta fase que ser escolhido o tipo de levantamento a ser utilizado,

    que podem ser:a) levantamento censitrio, quando a contagem for completa, abrangendo todo o

    universo;

    b) levantamento por amostragem, quando a contagem for parcial.

    Outros elementos importantes que devem ser tratados nessa fase so o

    cronograma das atividades, atravs do qual so fixados os prazos para as

    vrias fases, os custos envolvidos, o exame das informaes disponveis, o

    delineamento da amostra, a forma como sero coletados os dados, os setores ou

    reas de investigao, o grau de preciso exigido e outros.

    4.11 COLETA DOS DADOS

    Refere-se a obteno, reunio e registro sistemtico de dados, com o

    objetivo determinado.

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    A escolha da fonte de obteno dos dados est diretamente relacionada

    ao tipo do problema, objetivos do trabalho, escala de atuao e

    disponibilidade de tempo e recursos.

    a) Fontes primrias: o levantamento direto no campo atravs de mensuraes

    diretas ou de entrevistas ou questionrios aplicados a sujeitos de interesse

    para a pesquisa.

    Vantagens: grau de detalhamento com respeito ao interesse dos quesitos

    levantados; maior preciso das informaes obtidas.

    b) Fontes secundrias: quando so publicados ou registrados por outra

    organizao.

    A coleta de dados secundrios se realiza atravs de documentos

    cartogrficos (mapas, cartas, imagens e fotografias obtidas por sensor remoto

    ou por fotogrametria e imagens de radar). Estas fontes de informao so de

    extrema importncia.

    Das fotografias areas em escalas reduzidas ou mais detalhadas, das

    imagens de radares ou satlite e de cartas obtm-se informaes quanto ao uso

    do solo, drenagem, estruturas virias e urbanas, povoamento rural, recursos

    florsticos, minerais e pedolgicos, estrutura fundiria e de servios, dados

    altimtricos, etc.

    Vantagens: inclui um processo de reduo e agregao de informaes.

    A coleta dos dados pode ser feita de forma direta ou indireta.

    4.12 CRTICA DOS DADOS

    A crtica dos dados deve ser feita com cuidado atravs de um trabalho

    de reviso e correo, ao qual chamamos de crtica (consistncia), a fim de

    no de incorrer em erros que possam afetar de maneira sensvel os resultados.

    As perguntas dos questionrios uniformemente mal compreendidas, os

    enganos evidentes, tais como somas erradas, omisses, trocas de respostas e

    etc, so fceis de corrigir. necessrio, entretanto, que o crtico no faa

    a correo por simples suposio sua, mas sim que tenha chegado a concluso

    absoluta do engano.

    Quelet dividiu a crtica em: externa e interna.

    A crtica externa refere-se as imperfeies porventura existentes na

    coleta dos dados, por deficincia do observador, por imperfeio do

    instrumento de trabalho, por erro de registro nas fichas, impreciso nas

    respostas aos quesitos propostos e outros fatores de erro que justificam um

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    verificao minuciosa dos dados coletados antes de iniciar a elaborao do

    trabalho de anlise.

    A crtica interna diz respeito a verificao da exatido das

    informaes obtidas. mister examinar as respostas dadas, sanando

    imperfeies e omisses, de forma que os dados respondam com preciso aos

    quesitos formulados.

    As informaes relativas a profisso no devem ser vagas como, por

    exemplo: operrio, mas sim, oleiro, pedreiro, carpinteiro, etc., conforme o

    caso.

    O estado civil ser declarado: solteiro, casado, vivo ou desquitado.

    Em resumo, os dados devem sofrer uma crtica criteriosa com o objetivo

    de afastar os erros to comuns nessa natureza de trabalho. As informaes

    inexatas ou omissas devem ser corrigidas. Os questionrios devem voltar a

    fonte de origem sempre que se fizerem necessrio sua correo ou

    complementao.

    4.13 APURAO (ARMAZENAMENTO) DOS DADOS

    um processo de apurao ou sumarizao que consiste em resumir os

    dados atravs de sua contagem ou agrupamento. um trabalho de condensao e

    de tabulao dos dados, que chegam ao analista de forma desorganizada.

    Atravs da apurao, se tem a oportunidade de cond