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APOSTILA DE LOGÍSTICA – E.C.P.P CUSTOS LOGÍSTICOS INTRODUÇÃO Uma das principais funções da Logístic a consiste no control e e administ ração dos seus Custos. Na verdade o desafio principal consiste em administra - los em relação ao Nível de Serviço desejado pelos Clientes. Propor cionar um maior Nível de Serviço sem que isso acarrete um acréscimo substancial dos Custos consiste num dos principais trade – offs da Logística. O grande problema é que cada vez mais os Clientes demandam um maior serviço, ao passo que não estão dispostos a pagar a mais por isso. Uma vez que o preço é um qualificador, o Nível de Serviço consiste no diferenciador perante o mercado.  Sendo assim, a Logística ganha uma função importante na busca da empresa pelo ganho de mercado.  Agregan do valor aos produtos através do Se rviço, a Logíst ica pode contribuir de várias formas, dentre a s quais d estacamos:  A maior reduçã o no pr azo de entreg a;  A maior dispon ibilidade de produt os;  A entr ega com hora de terminad a; O maior cumprimento do prazo de entrega; Maior facilidade de colocação de pedidos. Como vimos no módulo sobre Nível de Serviço, os Clientes além de exigirem um serviço de qualidade, exigem também uma diferenciação. Como sabemos, quanto mais a empresa tenta diferenciar seus serviços aos seus Clientes, maior será seus custos, de forma tal que, se a empresa chegasse a tratar cada Cliente individualmente e aplicasse um Nível de Serviço diferente para cada um, seus Custos poderiam ser de tal forma que a operação se tornasse inviável. É importante diferenciar os Clientes em relação ao Nível de Serviço, porém deve – se procurar estabelecer alguns padrões em relação ao Serviço para que seja aplicado à grupos com características semelhantes. A IMPORTÂNCIA DOS CUSTOS LOGÍSTICOS EM OUTROS PAÍSES  Apesar de não está visível para muitos, os Custos Logísticos estão fortemente presentes dentro da econom ia de um país. Basta levar em consideração que o Custo com Transportes, que agrega substancialmente os Custos dos Produtos. Levando em conside raç ão ess e asp ect o, não pod emo s deix ar pass ar des aper cebida a imp ortância do gerenciamento dos Custos Logísticos como sendo um fator determinante para a determinação do Custo de Vida da população. Falando um pouco do Brasil, estima – se que os Custos Logísticos estão num patamar significativamente alto em relação aos demais países. Se levarmos em consideração alguns aspectos básicos, podemos entender os motivos aos quais o Custo Brasil se torna tão alto, se não vejamos alguns: Condições das estradas que aumenta o custo com manutenção e combustível de veículos; 1 PREÇO NÍVEL DE SERVIÇO QUALIFICA A EMPRESA A ENTRAR OU SE MANTER NO MERCADO DIFERENCIA A EMPRESA EM RELAÇÃO AOS CONCORRENTES

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CUSTOS LOGÍSTICOS

INTRODUÇÃO

Uma das principais funções da Logística consiste no controle e administração dos seus Custos. Na verdade odesafio principal consiste em administra - los em relação ao Nível de Serviço desejado pelos Clientes.

Proporcionar um maior Nível de Serviço sem que isso acarrete um acréscimo substancial dos Custos consistenum dos principais trade – offs da Logística.

O grande problema é que cada vez mais os Clientes demandam um maior serviço, ao passo que não estãodispostos a pagar a mais por isso. Uma vez que o preço é um qualificador, o Nível de Serviço consiste no diferenciadoperante o mercado.

Sendo assim, a Logística ganha uma função importante na busca da empresa pelo ganho de mercado.

Agregando valor aos produtos através do Serviço, a Logística pode contribuir de várias formas, dentre as quais destacamos:

A maior redução no prazo de entrega; A maior disponibilidade de produtos; A entrega com hora determinada;O maior cumprimento do prazo de entrega;

Maior facilidade de colocação de pedidos.Como vimos no módulo sobre Nível de Serviço, os Clientes além de exigirem um serviço de qualidade, exigem também umdiferenciação. Como sabemos, quanto mais a empresa tenta diferenciar seus serviços aos seus Clientes, maior será seuscustos, de forma tal que, se a empresa chegasse a tratar cada Cliente individualmente e aplicasse um Nível de Serviçodiferente para cada um, seus Custos poderiam ser de tal forma que a operação se tornasse inviável. É importante diferenciar os Clientes em relação ao Nível de Serviço, porém deve – se procurar estabelecer alguns padrões em relação ao Serviçopara que seja aplicado à grupos com características semelhantes.

A IMPORTÂNCIA DOS CUSTOS LOGÍSTICOS EM OUTROS PAÍSES

Apesar de não está visível para muitos, os Custos Logísticos estão fortemente presentes dentro da economiade um país. Basta levar em consideração que o Custo com Transportes, que agrega substancialmente os Custos dos

Produtos.Levando em consideração esse aspecto, não podemos deixar passar desapercebida a importância do

gerenciamento dos Custos Logísticos como sendo um fator determinante para a determinação do Custo de Vida dapopulação.

Falando um pouco do Brasil, estima – se que os Custos Logísticos estão num patamar significativamente altem relação aos demais países. Se levarmos em consideração alguns aspectos básicos, podemos entender os motivos aosquais o Custo Brasil se torna tão alto, se não vejamos alguns:

Condições das estradas que aumenta o custo com manutenção e combustível de veículos;

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PREÇO

NÍVEL DESERVIÇO

QUALIFICA A EMPRESA AENTRAR OU SE MANTER NO

MERCADO

DIFERENCIA A EMPRESA EMRELAÇÃO AOS CONCORRENTES

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Tarifas portuárias altas;Ineficiência do transporte ferroviário;Desqualificação da mão – de – obra;

Portanto, analisando sob esse aspecto, pode chegar a conclusão que nem sempre os Custos Logísticos sãototalmente controlados pelas as empresas. Independe delas a manutenção das estradas, por exemplo.

Entretanto, muitos fatores são de exclusiva competência da empresa, que pode, através do bomgerenciamento, tratar a questão dos Custos Logísticos de forma eficiente.

Em outros países, a importância dos Custos Logísticos alcança um nível também elevado, principalmente empaíses desenvolvidos, onde o volume de exportação de produtos manufaturados é muito maior que nos países sub –desenvolvidos, onde a Logística atua mais em produtos primários como cereais ou frutas, por exemplo. Existe também inverso, onde alguns países importam uma quantidade grande de insumos para abastecer suas indústrias, como é o caso doJapão.

Portanto, em termos percentuais, veja quanto os Custos Logísticos impactam no total das vendas destespaíses:

CUSTOS LOGÍSTICOSPaíses % das vendas % dos transportesInglaterra 16 5,5Japão 26,5 13,5

Austrália 14,1 2,5

AS INFORMAÇÕES DE CUSTOS

Como foi dito anteriormente, a empresa precisa diferenciar seu Serviço em função de seus produtos e emfunção da rentabilidade de seus Clientes. Neste momento, faz – se necessário que as informações que chegam à Gerênciada empresa seja as mais confiáveis possíveis, principalmente as informações referentes aos Custos.

A má qualidade da informação de custos pode trazer uma série de distorções no processo de tomada de

decisão. Usualmente, são utilizadas informações da contabilidade da empresa para fins gerenciais. No entanto, o fato destasestarem direcionadas a um objetivo, sobretudo fiscais e com foco na produção, pode prejudicar, ou mesmo inviabilizaalgumas análises gerenciais. Entre as principais críticas à utilização da informação contábil para fins gerenciais, pode-scitar:

Os critérios de rateio de custos utilizados; A não consideração do custo de oportunidade;Os critérios legais de depreciação.

Outra evidência da falta de comprometimento dos dados contábeis com os custos logísticos são os planos deconta. Por exemplo: os custos de transporte de suprimento compõem o custo do produto vendido, como se fossem custos dematerial; os custos de distribuição aparecem como despesas de vendas e outros custos aparecem como despesasadministrativas. Desta maneira, nenhuma informação referente às atividades logísticas é evidenciada.

GERENCIANDO OS CUSTOS LOGÍSTICOSEm decorrência dessa inabilidade de outros setores da empresa em fornecer números adequados para o

correto gerenciamento dos Custos Logísticos, faz – se necessária a criação de ferramentas específicas para tais fins.

Porém, ao se criar tais ferramentas, o Gerente de Logística deve inicialmente estabelecer quais as prioridadesde controle, que podem ser estabelecidos respondendo duas perguntas básicas:

Qual tipo de análise desejada? De curto ou de longo prazo?O que pretende custear? Produtos? Canais de Distribuição? Regiões de atendimento ou Clientes?

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O gerenciamento de custos logísticos pode ser mais ou menos focado de acordo com o objetivo desejado.Desta maneira, é possível desenvolver um sistema para atender apenas uma atividade (custos de estoque), um conjunto deatividades (sistema de distribuição e controle de estoque) ou até mesmo todas atividades logísticas da empresa (suprimento,estocagem, armazenagem e processamento de pedidos e distribuição). No entanto, é importante perceber que o aumento doescopo pode repercutir na falta de foco. Daí a necessidade de direcionar o sistema para o tipo de controle ou decisão que sepretende apoiar.

Muitas empresas extrapolam o controle dos Custos Logísticos, ultrapassando os limites da empresa. No casode companhias que transportam seus produtos em fretes terceirizados, a diminuição deste tipo de Custo é importantíssima.Então há uma constante preocupação para saber se o terceirizado está conduzindo bem seus Custos. Em alguns casos, aempresa contratante gerencia em conjunto os Custos com a empresa prestadora dos serviços.

Três pontos fundamentais podem ser levados em conta no Gerenciamento eficiente dos Custos Logísticos: OSuprimento, o apoio à produção e a distribuição física.

Na questão do suprimento, é importante que a empresa consiga escolher bem seus fornecedores, determinar bem os tamanhos de lote de compra e na definição das políticas de estoques. Muitas vezes, administrando um ou todos oselementos da área de suprimentos, a empresa consegue adquirir seus produtos de forma mais racional, diminuindo seusCustos.

Na questão do apoio à produção, a empresa deve tomar algumas precauções principalmente em se tratando domodelo contábil de rateio de Custos Indiretos, que acabam por supertaxar os produtos que mais vendem e sobretaxaraqueles que menos vendem.

Para a logística, a ferramenta de custos de produção deve estar voltada às necessidades do planejamento econtrole da produção, a fim, de apoiar decisões referentes aos tamanhos de lote e alocação da produção entre as plantas eas linhas de produção.

Para isso, o sistema deve possibilitar a simulação de diferentes políticas de produção para perceber como secomportam os custos diante destas modificações. Além disso, este sistema deve alocar os custos indiretos de maneira nãodistorcida para que se possa custear os produtos e assim mensurar a rentabilidade não só dos produtos, como também dosclientes.

Na distribuição, faz – se necessário o controle de custos abrangendo todas as atividades desde a saída dasmercadorias até a entrega. O importante é conseguir rastrear os custos através da estrutura logística, tentando evitar aomáximo o rateio indiscriminado dos Custos.

Assim torna possível identificar os Clientes de acordo com o seu Nível de Serviço, possibilitando à ÁrComercial um embasamento sobre a rentabilidade de seus Clientes.

ELEMENTOS DOS CUSTOS LOGÍSTICOS

Um dos erros fatais é considerar que os Custos Logísticos se resumem somente ao Custo de Transportar. OCusto com Transporte consiste somente em um dos elementos dos Custos Logísticos.

Na verdade, os Custos Logísticos são formados por quatro elementos básicos, como podemos ver a seguir:

Custos com Armazenagem;Custos com Processamento de Pedidos;Custos com Estocagem;Custos com Transportes.

É o entendimento de cada um deles que vão fazer com que possamos entender a dimensão que é estudar osCustos Logísticos de uma empresa. Não devemos esquecer também que as decisões sobre custos na empresa devem ser tomadas observando os impactos nos Custos Totais e não somente em um elemento só.

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CUSTOS COM ARMAZENAGEM

O primeiro Custo Logístico objeto do nosso estudo será o Custo com Armazenagem. Este tipo de Custo vemcrescendo em termo de importância face as crescentes exigências por serviço dos Clientes. No momento em que o mercadoexige variabilidade, disponibilidade, rapidez na entrega, menor tolerância de erros na entrega, faz – se necessário ogerenciamento eficiente das atividades de armazenamento.

Armazenar significa disponibilizar espaço físico, recursos e procedimentos necessários para que os materiaisejam acondicionados corretamente, evitando perdas e demora no fluxo logístico.

Os Custos com Armazenagem em si aumentaram de importância em função desta crescente exigência domercado por serviços melhores. Esta busca levou os Administradores a repensarem como estariam seus Custos com Armazenagem, principalmente no que diz respeito à manutenção de armazéns propriamente dito.

Apenas como lembrança, é importante deixar clara a diferença entre custos de estoque e armazenagem. Serãoconsiderados custos de armazenagem os que se referem ao acondicionamento dos bens e a sua movimentação, como por exemplo: aluguel do armazém, mão-de-obra, depreciação das empilhadeiras etc, enquanto, o custo referente aos bens,produzidos ou comercializados, como o custo financeiro de estoque e o custo de perdas – devido a roubo, obsolescência eavarias - serão tratados em outra oportunidade por serem classificados como de estoque.

Os Custos de Armazenagem se apresentam tanto para empresas industriais como para as empresascomerciais, que compram e vendem produtos. Na indústria, o aumento da quantidade de pedidos e a variabilidade dos itensque constituem esse pedido, forçaram as empresas industriais a traçarem novas estratégias de armazenamento de produtoscomo o cross – docking . No varejo, os Custos de armazenagem são também expressivos, visto que os espaços de gôndolasem supermercados estão cada vez mais disputados, colaborando para que o preço para estar presente aumente cada vezmais.

A elevada parcela de custos fixos na atividade de armazenagem faz com que os custos sejam proporcionais àcapacidade instalada. Desta maneira, pouco importa se o armazém está quase vazio ou se está movimentando menosprodutos do que o planejado. Ainda assim, a maior parte dos custos de armazenagem continuará ocorrendo, pois, na suagrande maioria, estão associados ao espaço físico, aos equipamentos de movimentação, ao pessoal, e aos investimentosem tecnologia.

Portanto, os Custos com Armazenagem se comportam mais ou menos da seguinte forma:

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CUSTOSTOTAIS

CUSTOS COM ARMAZENAGEM

CUSTOS COMPROCESSAMENTO DE PEDIDOS

CUSTOS COMESTOCAGEM

CUSTOS COM TRANSPORTES

+

+

+{

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O gráfico acima mostra que a abertura de novos espaços para armazenamento depende diretamente do volumemovimentado pela empresa, em termos de materiais. Quando a empresa opera somente com um armazém, seja ele públicoou próprio, seus Custos com Armazenagem são mais ou menos os mesmos. Para a empresa, se torna indiferente trabalhar com a capacidade mínima ou máxima, pois o armazém exigirá uma série de requisitos mínimos para operar como energiaaluguel, empilhadeiras, etc.

Ao passo que a empresa compra ou aluga um novo armazém, seus Custos com Armazenagem aumentamsignificativamente, visto que há a necessidade de implantar a mesma estrutura neste novo local (apesar de que podeacontecer que o acréscimo seja menor, pois muitas vezes não há a necessidade de ter uma armazém da mesma proporçãodo anterior).

Os Custos vão aumentando na medida em que se abre novos armazéns, obedecendo à quantidade

movimentada. É interessante para a empresa que se trabalhe sempre próximo à capacidade máxima, pois os Custos serãodiluídos melhor nos produtos. É com base nisso que podemos analisar o próximo gráfico que mostra como se comporta oCusto do produto em relação à abertura de novos armazéns:

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Movimentação

Custos

Qde de armazéns

Custos

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Para complicar ainda mais, devemos lembrar que as demandas por movimentação são na maioria das vezesinconstantes, o que leva o superdimensionamento de estrutura para atender os períodos de pico, comprometendo assim oNível de Serviço.

Entendido como se comporta o Custo de Armazenagem em função da movimentação de produtos e o Custodestes em relação à quantidade de armazéns, é hora de conhecermos o que compõe o Custo de Armazenagem.

Na verdade, o Custo de Armazenagem se divide em três elementos básicos, que são os Custos com o Armazém propriamente dito, o Custo com o Manuseio de Estoques e o Custo do pessoal envolvido na operação. Veja abaixocada um deles:

O fato de os custos de armazenagem serem indiretos dificulta a sua alocação aos produtos e clientes, pois aalocação, neste caso, é realizada através de rateios, deixando-os sujeitos a distorções. Para minimizar as distorções é

importante que: Os itens de custos sejam contabilizados de acordo com a sua função (movimentaçãoacondicionamento, administração) e não por contas naturais (depreciação, mão-de-obra);

A alocação seja condizente com o real consumo de recursos na operação.

Etapas para o custeio da Armazenagem

Entendido todas as peculiaridades dos Custos com Armazenagem temos que estabelecer os critérios para levantamento detais dados. Esse critérios, em forma de passos, apresento a seguir:

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CUSTO DE PESSOAL

SALÁRIOS

ENCARGOS

CUSTO DO ARMAZÉM

ALUGUEL IMPOSTOS

LUZ CONSERVAÇÃO

CUSTO DO MANUSEIO DEESTOQUES

EMPILHADEIRA GUINDASTES

TRATORES SEPARADORES

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1. Identificar os Itens de Custo: Nessa etapa, deve-se selecionar os itens de custos que serão considerados.Por exemplo: operadores de empilhadeira, supervisores, depreciação das empilhadeiras, custo deoportunidade das empilhadeiras, aluguel do armazém, depreciação dos racks e custo de oportunidade dosracks.

É importante que as contas não sejam agrupadas somente de acordo com a sua natureza – como depreciação,pessoal etc. -, pois neste caso se condicionaria a alocação de todas as contas a um único critério. Dessa forma, em vezutilizar uma única conta de depreciação, deve-se considerar separadamente a depreciação de cada ativo (empilhadeira,racks, palete etc.).

2. Cálculo dos itens de custo: Alguns itens, como salários, benefícios, manutenção, aluguel e outros, sãobtidos com facilidade através da contabilidade. Outros itens, como a depreciação e o custo doportunidade, precisam ser calculados de fato, conforme é exposto abaixo:

Depreciação – segundo a visão gerencial, o tempo utilizado para depreciação não deve ser o tempocontábil legal, mas sim o de operação do ativo – quanto tempo a empresa utiliza um determinado ativantes de substituí-lo. Assim, para calcular o valor mensal de depreciação, deve-se dividir a diferençentre o valor de aquisição e o residual pelo tempo (n meses) que a companhia irá utilizar o ativo (antede trocá-lo).

Custo de oportunidade – não existe na ótica contábil, pois não existe uma despesa associada a essecusto, mas sim uma perda de receita ocasionada pela imobilização de um capital. Uma empresa quetenha um armazém próprio não tem uma conta de aluguel. No entanto, deve ter um item de custoassociado ao custo de oportunidade do imóvel, que representa o quanto a empresa ganharia se ovendesse e investisse o capital em outros projetos, ou caso resolvesse 7luga-lo. Para cálculo do valdo custo de oportunidade, deve-se multiplicar o valor do ativo pela taxa de oportunidade da empresa que normalmente varia entre 10 a 20% ao ano. Vale chamar a atenção que, para um ativo como aempilhadeira, deve-se considerar tanto o custo de depreciação como o de oportunidade.

3. Agrupar os itens de custos relativos a cada função (ou atividade) - O objetivo de agrupar os custos em funções ouatividades é facilitar a alocação desses custos na etapa seguinte. Por exemplo, a função de movimentação irá reunir itens decustos de diferentes contas naturais – pessoal, manutenção, depreciação – mas que estão todos direcionados ao mesmoobjetivo, movimentar materiais, e assim podem ser alocados por um único critério de rateio, como número de paleteexpedidos.

Quando a operação for relativamente simples, o sistema de custeio pode ser desenvolvido considerando asfunções básicas da atividade de armazenagem. Já no caso de uma operação mais complexa, que movimenta produtos comcaracterísticas de acondicionamento ou movimentação muito distintas, pode ser necessário subdividir as funções ematividades. A seguir, serão abordas as funções básicas que devem ser consideradas:

a) A movimentação de materiais inclui a recepção e a expedição de mercadorias. Assim, devem seragrupados nessa função todos os itens de custos referentes a essas atividades, como por exemplo, oscustos associados a empilhadeiras, transelevadores, operadores de empilhadeira, supervisores damovimentação et

b) O acondicionamento de produtos se refere a estocagem do produto. Deve se ter em mente que estafunção não engloba a movimentação. Esta função se refere apenas ao fato de o produto estar paradoem estoque. Nesse caso, o produto estaria consumindo um espaço, não só de um armazém comotambém de um palete, de um contenedor, racks. Assim, teriam que ser agrupados os custos referentesao espaço, como aluguel ou custo de oportunidade do armazém, e os itens referentes a ativos queestão sendo utilizados no acondicionamento do produto como paletes e racks. No caso de produtos quenecessitam de acondicionamento especial como os que devem ser mantidos em ambiente refrigerado,

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também devem ser considerados os custos com o equipamento de refrigeração e consumo de energiaelétrica. Pelo fato da função de acondicionamento estar ligada diretamente ao espaço físico, o grupo decustos dessa função é comumente chamado de custo da ocupação de espaço.

c) A função de administrar o fluxo de bens na realidade irá agregar os custos que não dizem respeito àsfunções anteriores por terem um caráter mais administrativo, como por exemplo, os custos referenteao gerente, à secretária, ao telefone, ao material de escritório etc.

3. Alocar custos a cada produto ou cliente - Uma vez agrupados segundo as funções (ou atividades) énecessário alocar esses custos aos produtos. Os custos dos clientes, podem ser obtidos a partir do mix deconsumo de cada cliente, estando sempre atento, é claro, para alguma condição especial que o clientepossa exigi

A seguir, são discutidos alguns critérios de alocação para cada uma das três funções básicas daarmazenagem.

a. Movimentar material – os custos dessa função, mesmo que indiretamente, se referem ao volume decarga expedida. É importante perceber qual é de fato o gerador do consumo de recursos. No exemplode um armazém em que toda mercadoria é paletizada, o número de paletes expedidos de cada produtoseria um bom critério de rateio para esses custos de movimentação. Nesse caso, pode-se imaginar queo consumo dos recursos se dá pela movimentação da empilhadeira, que carrega sempre um palete,independente da quantidade de produtos ou caixas nele contido. Assim, é possível obter o custo decada movimentação dividindo-se o custo total associado à movimentação pela soma dos paletesrecebidos e expedidosÉ importante, que sejam considerados todos os paletes recebidos e expedidos, mesmo os nãocompletos, pois, como já comentado, o trabalho de movimentação é praticamente o mesmo estando opalete completo ou não. De posse do custo de cada movimentação, basta verificar quanto de cadaproduto foi movimentado - no caso, quantos paletes foram recebidos e expedidos - e multiplicar essvalor pelo custo unitário da movimentação de paletes. Se esse mesmo armazém expedisse não sópaletes, mas também caixas avulsas, já seria interessante separar a função de movimentação ematividades, como por exemplo: recepção, expedição de paletes e expedição de caixas avulsas.

b. Acondicionar produtos – os custos dessa função, usualmente, dão margem a distorções na alocação,uma vez que esses não são proporcionais ao volume expedido. Uma linha de produto pode estarocupando espaço no armazém e não ter nenhuma unidade vendida, enquanto outra pode ocupar um

espaço relativamente pequeno e ter um alto volume de vendas. Na próxima figura , são apresentados osprincipais passos para alocação dos custos de acondicionamento em uma estrutura de racks e paletes.Nos casos em que os produtos não estão dispostos em paletes ou não são utilizados racks o processoé bastante similar. No entanto, nestes casos deve-se considerar o limite de armazenagem de cada itempor metro quadrado, que é função da dimensão e do empilhamento máximo de cada produto.

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A figura 2 indica qpara um dado custassociado ocupação despaço, a alocaçãa cada produto

realizada em função de dois fatores: do giro e do espaço ocupado por cada produto:

• Quanto menor o espaço ocupado pelo produto, menor será o seu custo unitário de ocupação;

• Quanto maior o giro do produto, menor será o seu custo unitário de ocupação do espaço.

c. administrar o fluxo de bens – os custos relativos à administração do armazém usualmente não estãorelacionados ao volume de carga expedido, tampouco à quantidade dos produtos em estoque, mas simao número de processamentos realizados. Dessa forma, esse custo pode ser alocado de acordo com onúmero de ordens (ou notas) de recebimento ou expedição.É importante notar que a alocação dos custos dessa função específica irá variar bastante em função daempresa, sendo a participação do executivo da área primordial na definição do critério dessa alocação.

CUSTOS COM ESTOQUE

Enquanto que o Custo com Armazenagem trata apenas dos gastos que a empresa tem em disponibilizar espaços para que os materiais sejam alocados e movimentados dentro de armazéns, os Custos com Estoques tratamespecificamente daqueles associados aos materiais em si.

Sabemos muito bem que as empresas necessitam de estoques para atender as demandas de seus Clientescom maior rapidez e pontualidade possível. Tendo isso como necessário, as empresas vêm concentrando seus esforçospara diminuir ao máximo os Custos com Estoques.

Esses Custos, se não forem bem administrados, podem responder por boa parte da composição de custos deum produto. Alguns estudiosos falam entre 10 e 40% do custo total do produto, ou seja, se não for bem gerenciado, somenteo custo do estoque pode ser responsável por quase a metade de um valor de uma mercadoria.

Em se falando de uma economia estável, onde dispor estoques em demasia significa estar mobilizando capitalo descontrole destes custos pode provocar uma crescente necessidade da empresa por novos empréstimos ou então aelevação de seus custos de tal forma que seu patrimônio líquido diminua.

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Assim, devemos encarar os Custos com Estoques, assim como outros, inevitáveis, a não ser que a empresaconsiga disponibilizar seus produtos na hora em que o Cliente deseja, o que seria uma coisa quase impossível. Porém seucontrole se faz necessário e a busca constante por um bom Nível de Serviço deve ser um objetivo.

Porém, nesta fase dos estudos não vamos objetivar nossas análises ao fato da Administração de Estoques emsi, pois a faremos em outra ocasião. Nos deteremos em identificar os elementos que geram custos e calculá – los.

Diferentemente do Custo com Armazenagem, o Custo de Estocagem é sempre variável e crescente, pois namedida em que se aumenta os Níveis de Estoques, os elementos que compõem seus Custos aumentam de formaproporcional. Chega – se num momento que o Nível de Estoque está tão alto que pode prejudicar o Capital de Giro dEmpresa. Veja abaixo como os Custos com Estoque se comportam em função do Nível de Estoque:

Como podemos ver, a variável que determina os Custos com Estocagem é o próprio Nível de EstoqueEmpresas que objetivam um maior Nível de Serviço podem manter um nível elevado para que o índice de faltas diminuPorém essa prática aumenta o Custo de Oportunidade do Capital Parado, bem como os Custos com seguros. Emcontrapartida, os Custos com falta diminuirão consideravelmente. Este é um trade – off Logístico que veremos mais adiante

Elementos dos Custos com Estoques

Para entendermos os Custos de Estocagem, devemos antes conhecer os elementos de custos que este tipo deCusto é composto. Na verdade, o Custo com Estocagem é o somatório de quatro elementos básicos: O Custo deOportunidade do Capital Parado, Custos com Seguros, Custos com o risco de manter estoques e o Custo com faltas.

1. Custo de Oportunidade do Capital Parado: Toda aquisição de estoque implica em um desembolso de recursosQuando uma empresa está adquirindo um produto, na verdade ela está deixando de disponibilizar aquele capital quepoderia ser útil para pagar salários, comprar máquinas ou até mesmo investir no mercado financeiro para imobilizar ncompra de estoques. Tudo isso gera um custo de oportunidade do capital parado que nada mais é do que o valor que aempresa está deixando de ganhar se aplicasse no mercado financeiro ao invés de aplicar seus recursos em estoque.Geralmente este custo está associado a uma taxa de juros do mercado, que varia de acordo com o perfil de investimentoda empresa. Este tipo de Custo não acarreta um desembolso direto.

2. Custos com Impostos e Seguros: Apesar de muitos estudiosos considerarem esse elemento de custo pertencente aoCusto de Armazenagem, consideramos que, os Custos com impostos e seguros referentes aos estoques fazem partedos Custos com Estocagem. Na verdade existem dois tipos de impostos e seguros quando analisamos a questão doacondicionamento de produtos. A primeira é referente ao Armazém. Neste caso, impostos como IPTU e seguros queprotegem o imóvel são incluídos como Custos de Armazenagem, porém impostos que incidem diretamente sobre oprodutos e seguros contra roubos e incêndios do Estoque são considerados como Custos com Estocagem.

3. Custos com o Risco de Manter Estoques: Todo Estoque corre o risco de se depreciar, ficar obsoleto, perder – se ouser furtado. A empresa deve contar este tipo de custo, pois em alguns casos ele pode ser significativo, como nainformática, onde a o nível de obsolescência é muito alto.

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Nível de Estoque

Custo com Estoque

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4. Custos com Falta: Este tipo de Custo geralmente passa desapercebido por aqueles que fazem parte do departamentode Logística, pois eles são invisíveis, não há o desembolso direto e é de difícil mensuração, porém ele pode ser bastantesignificativo. O Custo com a Falta é aquele em que um Cliente procura um determinado produto e ele não estádisponível no estoque ou então ele chega atrasado. Com isso, o Cliente tanto pode desistir da compra como pode atécomprar, mas sua insatisfação pode gerar perdas de vendas futuras. No caso de desistência da compra, o Clientecancela o pedido, neste caso, o Custo pode ser calculado apurando o lucro que os produtos gerariam para a empresa.No caso de vendas futuras perdidas, a empresa deve considerar o quanto cada Cliente compra de cada produto. Já nocaso de atrasos, quando o Cliente aceita receber certo tempo depois do combinado, deve – se levar em consideração osCustos adicionais para reprocessar esse pedido, de transporte e suprimento, caso o produto seja entregue fora do canalnormal de distribuição.

Calculando os Custos com Estoques

Diferentemente dos custos com armazenagem, onde temos que trabalhar com o sistema de rateio, quandovamos calcular todos os custos de estocagem, temos que trabalhar com o parâmetro do estoque médio, que é a quantidademédia de material mantida em estoque num determinado período.

Em = Eo + E1 + E2 + ... + Enn

Onde E = Estoque num determinado mêsn = Qde de meses

1. Cálculo do Custo de Oportunidade do Capital Parado: Esse Custo pode ser obtido multiplicando o estoque médio dum item ou produto pelo custo unitário deste e pela taxa de juros do mercado. Assim poderemos saber quanto aempresa está deixando de ganhar (perder) mantendo aquelas quantidades de estoques. Assim, temos que, quantomaior o Nível de Estoque, o Custo do Produto e a Taxa de Juros do Mercado, maior será o Custo de OportunidadeEntão podemos chegar à seguinte fórmula:

Custo de Oportunidade (CO) = Em x Custo Unitário x Taxa de Juro

2. Custos com Impostos e Seguros: Como já foi dito, os Custos com Impostos e Seguros diretamente ligados aoestoques podem ocorrer, para isso, devemos levar em consideração na composição dos Custos de Estocagem. No casode impostos, geralmente estes são atrelados aos custos dos produtos diretamente, através de taxas, ficando fácil suacomposição. Já os seguros, estes são fechados não por produto, mas sim através de uma avaliação feita pelaseguradora que determina um valor fixo mensal. Apesar das seguradoras verificarem os Níveis de Estoques, os valoresdos produtos e os riscos envolvidos na estocagem para determinar o valor da apólice, isso fica totalmente alheio àvontade da empresa. Para isso, também utilizamos a forma de rateio para determinar este Custo. Para isso, divide – se

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CUSTOS COMESTOQUES

CUSTOS DEOPORTUNIDADE

CUSTOS COMIMPOSTOS E SEGUROS

CUSTO DO RISCO DEMANTER ESTOQUES CUSTO COM FALTAS

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o valor mensal do seguro pelo estoque médio, caso seja somente um produto, porém se for mais de um produto énecessário saber o estoque médio de cada um, bem como o valor unitário e ratear o valor do seguro por este valor.

Custo com Impostos (CI) = Em x Custo Unitário x Taxa de Imposto

Custo com Seguros (CS) = Custo do Seguro

No caso da empresa trabalhar com mais de um produto, é necessário fazer um rateio levando – se em conta o valor decada item no estoque. A partir daí, aplica – se o valor do seguro rateado por valor de cada item, bastando dividir essevalor pelo estoque médio desse item para achar o Custo de Seguro por item. Veja como fica uma empresa que trabalhacom 3 produtos A, B e C:

Produto Estoque Médio(Unid)

Custo Unitário (R$) Valor do Estoque(R$)

A 800 1,00 800,00B 500 2,00 1.000,00C 300 4,00 1.200,00

3.000,00

Supondo que o Custo do Seguro seja R$ 10.000 / mês, temos que:

Se R$ 10.000,00 cobre R$ 3.000,00 em estoquesQuanto será X para cobrir R$ 800,00 em estoques?X = 2.666,66Se R$ 10.000,00 cobre R$ 3.000,00 em estoquesQuanto será X para cobrir R$ 1.000,00 em estoques?X = 3.333,33Se R$ 10.000,00 cobre R$ 3.000,00 em estoquesQuanto será X para cobrir R$ 1.200,00 em estoques?X = 4.000,00

Assim, temos o Custo mensal com seguros para manter cada um dos itens em estoque. Assim, basta dividirpelo estoque médio para saber quanto custa por produto em um mês. Portanto temos:

Custo Mensal do Seguro (A) = 2.666,66 / 800 = R$ 3,33 / mêsCusto Mensal do Seguro (B) = 3.333,33 / 500 = R$ 6,66 / mêsCusto Mensal do Seguro (C) = 4.000,00 / 300 = R$ 13,33 / mês

Para saber quanto cada produto gasta realmente com seguros, temos que saber o tempo médio de estoque decada item, pois o número acima diz que se o produto ficar em estoque durante um mês, ele gasta os valoresacima descritos. Mas como sabemos que um produto fica períodos diferentes no estoque, temos que pegar ovalor médio de dias que cada produto fica em estoque. Supondo que o produto A fica em média 15 dias, o B 10dias e o C 20 dias, temos que:

Custo do Seguro (A) = 3,33 x 0,5 = R$ 1,665Custo do Seguro (B) = 6,66 x 0.33 = R$ 2,197Custo do Seguro (C) = 13,33 x 0,66 = R$ 8,797

3. Custos com o Risco de Manter Estoques: Este Custo, como já foi dito, considera a depreciação dos estoques, bemcomo a obsolescência, furtos e danos. Apesar de ser um pouco difícil de se mensurar, eles devem ser considerados. Omais fácil é a depreciação, que é calculada multiplicando o Custo do Produto pela vida útil que ele tem. A Obsolescêncsó é calculada quando é lançado um novo produto e aquele que está em estoque não vende mais. Já as perdas podemser verificadas no balanço. Desta forma, a quantidades perdidas devem ser diluídas nas outras quantidades do mesmoproduto. Os roubos devem ser calculados considerando a mesma forma das perdas.

Custo de Depreciação = Em x (Valor do Item – Valor Residual) / Vida ÚtilCusto com Perdas e Roubos = Índice x Em x Valor do Item

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4. Custos com Faltas: Neste caso, o Custo mais fácil de mensurar seria os Custos decorrentes do pedido que foi deixadode ser atendido. Neste caso, pega – se cada item do Pedido, multiplica a quantidade pedida pelo lucro de cada um.

Assim sabemos quanto aquele pedido deixou de prejuízo por não ser atendido.

Custo com Faltas = Índice de Falta x (Preço de Venda – Custo Unitário) x Em

CUSTOS COM PROCESSAMENTO DE PEDIDOS

Os Custos com Processamento de Pedidos são os que menos impactam nos Custos Logístico Total. Porém asua inclusão deve ser necessária, pois em alguns casos este Custo pode significar o item de controle para a determinaçãodo Nível de Serviço.

Na verdade, quando falamos em processamento de Pedidos, temos que analisar tanto pelo lado dos pedidos deressuprimento (compras) quanto pelo lado dos pedidos dos Clientes (vendas).

Se analisarmos os Custos de Processamento de Pedidos, podemos chegar a conclusão de que o Custo comProcessamento e com Recursos Humanos respondem pela maior parte deste tipo de Custo Logístico. O restante fica porconta dos materiais envolvidos e depreciação e custo de oportunidade de equipamentos.

Distribuição dos Custos de Processamento de Pedidos

29%

33%

25%

13%

Processamento

Recursos Humanos

Materiais

Outros

Os custos de processamento e recursos humanos são gerados por processos internos e externos. Sãoconsiderados como processos internos: definição dos produtos a serem comprados, preparação e colocação de cotações epedidos, workflow de aprovação e registros e controles nos sistemas de gestão. E como processos externos: análise de

propostas, fechamento de concorrências, acompanhamento de entregas e realização de pagamentos. Esses custosimpactam em mais de 50% do que é gasto em um pedido de compras de materiais.

Calculando o Custo com Processamento de Pedidos

Para o cálculo dos Custos com Processamento de Pedidos, temos que primeiro identificar os itens que agregamvalores na emissão tanto de Pedidos de Compra como de Venda. Neste caso, podemos exemplificar na tabela abaixo:

Itens do Custo de Processamento de Pedidos Aquisição Vendas

Salários e encargos do pessoal de compras. Salários e encargos de digitadores, conferentes,separadores de pedidos, etc.

Custo de Oportunidade dos Equipamentos

Utilizados no processo de aquisição (FAX,computadores, etc).

Custo de Oportunidade dos Equipamentos

Utilizados no processo de aquisição (FAX,computadores, etc).Custo de Depreciação destes equipamentos. Custo de Depreciação destes equipamentos.Custo do Aluguel do espaço ou Custo deOportunidade do imóvel utilizado.

Custo do Aluguel do espaço ou Custo deOportunidade do imóvel utilizado.

Energia, telefone, Internet. Energia, telefone, Internet.Materiais Utilizados (papel, canetas, etc). Materiais Utilizados (papel, canetas, etc).

Identificado os itens de Custos, o próximo passo é calcula – lo de preferência de forma mensal. Assimsaberemos quanto se gasta no processamento de pedidos de aquisição e venda total.

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Considerando – se que a empresa emite uma quantidade X de pedidos de compra e Y de Pedidos de Venda,basta dividir os valores obtidos no parágrafo anterior pela quantidade de pedidos, assim temos o Custo de Processamentode um Pedido, tanto de aquisição quanto de venda.

CUSTOS COM TRANSPORTES

Por fim chegamos no último item de Custo da Logística e talvez a mais importante que é o Custeio doTransportes. A empresa pode optar tanto por terceirizar seus Transportes como se encarregar ela mesmo da movimentaçãode mercadorias para o Cliente. Seja de que forma for, a empresa precisa calcular os Custos com essa atividade.

Nesse aspecto, vamos considerar, para efeito de estudo o transporte rodoviário, que é o mais utilizado noBrasil. O transporte de carga rodoviário no país chama a atenção por faturar mais de R$ 40 bilhões e movimentar 2/3 do totade carga. Por outro lado, destaca-se por ser palco de várias greves e impasses, quase sempre com um motivo comum: ovalor do frete. Isso acontece em virtude do alto grau de pulverização desse setor, que opera com mais de 350 miltransportadores autônomos, 12 mil empresas transportadoras e 50 mil transportadores de carga própria.

Antes de tratar do custeio propriamente dito é importante formalizar os conceitos de custos fixos e variáveique embora estejam presentes no nosso dia a dia, por vezes são utilizados de maneira incorreta.

A classificação de custo fixo e variável deve ser feita sempre em relação a algum parâmetro de comparação

Normalmente, em uma empresa industrial são considerados itens de custos fixos aqueles que independem do nível deatividade e itens de custos variáveis aqueles que aumentam de acordo com o crescimento do nível de atividade.

Do ponto de vista de um transportador, usualmente essa classificação é feita em relação à distância percorrida,como se a unidade variável fosse a quilometragem. Dessa forma, todos os custos que ocorrem de maneira independente aodeslocamento do caminhão são considerados fixos e os custos que variam de acordo com a distância percorrida sãoconsiderados variáveis. É importante ressaltar que essa forma de classificação não é uma regra geral. Nesse artigo, oconceito de fixo e variável estará sempre relacionado à distância percorrida.

Vale destacar duas considerações importantes com relação ao conceito de custos fixos e variáveis. A primeira éque este conceito só faz sentido em análises de curto prazo, uma vez que no longo prazo a capacidade pode ser variável.Por exemplo, no longo prazo pode-se adquirir ou vender determinados ativos, como também se pode contratar ou demitipessoal, alterando, portanto a estrutura de custos fixos. Pode-se dizer que no longo prazo todos os custos são variáveis.

Uma boa abordagem para iniciar esta estimativa de custos é considerar a utilização de veículos padrão, compeso bruto de 15, 19, 24 e 40 toneladas, para proceder ao transporte de cargas completas (de 9, 11, 15 e 24 toneladas,respectivamente). Na análise que explicaremos nos pontos seguintes vamos considerar apenas o meio de transporterodoviário pela sua preponderância, embora este mesmo raciocínio possa ser aplicado a qualquer outro meio de transporte.

Assim, os passos a realizar para obter uma estimativa de custos são os seguintes:

• Definição dos itens de custos;• Classificação dos itens de custos em fixos e variáveis;

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CUSTOS FIXOS

CUSTOSVARIÁVEIS

NÃO VARIA DE ACORDOCOM A DISTÂNCIA

PERCORRIDA

VARIA DE ACORDO COM A DISTÂNCIAPERCORRIDA

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• Cálculo do Custo Fixo;• Cálculo dos Custos Variáveis;• Custeio das rotas de entrega / coleta.

Passo 1: Definição dos Itens de Custo: Os principais itens de custos do transporte rodoviário são listados a seguir. Maiadiante, na etapa de cálculo dos itens de custos, serão fornecidas informações mais detalhadas.

• Depreciação – do ponto de vista gerencial, a depreciação pode ser imaginada como o capital que deveria serreservado para a reposição do bem ao fim de sua vida útil.

• Remuneração do capital – diz respeito ao custo de oportunidade do capital imobilizado na compra dos ativos.• Pessoal (motorista) – deve ser considerado tanto o salário quanto os encargos e benefícios;• Seguro do veículo;• IPVA/ seguro obrigatório;• Custos administrativos;• Combustível;• Pneus;• Lubrificantes;• Manutenção;• Pedágio.

É importante notar que a remuneração do capital – que é um custo de oportunidade – e a depreciação devem ser considerados como itens independentes.

Caso a empresa tenha uma operação complementar ao transporte, como uma escolta, ou um equipamento específico noveículo, como um refrigerador, outros itens de custos devem ser adicionados no modelo para garantir a sua eficácia docusteio.

Passo 2: Classificação dos itens de custos em fixos e variáveis: Essa classificação entre fixo e variável, conforme comentado, será feita em relação à distância percorrida. Assim, todos os custos que variam de acordo com a quilometragemserão considerados variáveis, enquanto que os demais serão considerados fixos.

São considerados itens de custo fixo: depreciação; remuneração do capital; pessoal (motorista); custos administrativosseguro do veículo; IPVA/ seguro obrigatório.São considerados itens de custo variável: pneus; combustível; lubrificantes; lavagem; lubrificação, manutenção e pedágio. Opedágio não deve ser alocado de acordo com a quilometragem como os demais, devendo ser considerado de acordo comcada rota, já que o valor do pedágio normalmente não é proporcional ao tamanho da rota. Por exemplo, em uma viagem deNiterói (RJ) para Fortaleza (CE) são percorridos quase 4.000 km sem nenhum pedágio, enquanto que em uma viagem deSão Paulo para Igarapara, quase fronteira com Minas, o caminhoneiro paga 8 pedágios em uma percurso de menos de 800Km.

Vale lembrar que essa classificação entre fixo e variável depende tanto da operação da empresa, como também da formaque algumas contas são pagas. No Brasil, o motorista recebe um salário mensal, assim esse item de custo é classificado

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como fixo. Já na literatura americana a remuneração do motorista é considerada como um item de custo variável, uma veque nos EUA é de costume o motorista ser remunerado de acordo com a quilometragem.

Passo 3: Calcule os custos fixos: Neste passo devem ser calculados os seguintes elementos:

• Valor anual correspondente à depreciação do veículo: (veículo novo carroçado, excluindo pneue valor residual no fim da sua vida útil, considerada como sendo, em média, de 7 anos). Para efeito

desta análise deve ser considerado o valor residual atualizado.CDep = (Valor de Aquisição – Valor Residual) / No. De Meses

• Remuneração do capital: Associados ao investimento em veículos. Este valor depende da taxa de juro que a empresa consegue obter para financiamento.

CRem cap = Valor de Aquisição x12 1 + Taxaanual - 1

• Custos Administrativos: São Custos associados à manutenção da frota, por isso precisa ser rateado.

Cadm = Custo Administrativo Total / Qde. de Veículos

• IPVA / Seguro Obrigatório: Neste caso, basta dividir o valor do imposto anual pelo número dmeses:

CSeg / IPVA = Valor Anual / 12

• Valores dos encargos com mão de obra: Nomeadamente os motoristas. Quanto à este tipo decustos com pessoal deverão ser contabilizadas todas as suas componentes associadas:remunerações, horas extraordinárias, ajudas de custo, encargos sociais, seguro de acidentes detrabalho, etc.

CMOB= Salários + encargos + Outros

Passo 4: Calcule os custos variáveis: Em termos de custos variáveis, deverão ser analisadas três componentes: • Custos de combustível: Sendo importante considerar as diferenças entre os tipos de veículo

indicados inicialmente:

5 ton 19 ton 26 ton 40 tonTráfego Regional 26 30 40 54Tráfego Nacional 25 28 39 14

L / 100 Km

Os valores apresentados permitem um cálculo do custo por Km, para cada tipo de veículo e para asduas situações de tráfego apresentadas. Porém de uma forma geral, temos a seguinte forma paracalcular este custo:

CComb = Preço por Litro / Rendimento (Km / l)

O custo de combustível é o clássico exemplo de um item variável. Para calculá-lo, basta dividirpreço do litro (R$/l) do combustível pelo rendimento do veículo (km/l). Notem que quanto menoconsumo menor será o custo de combustível por quilômetro rodado.

• Custo com óleo: Os veículos precisam trocar os óleos em intervalos de quilometragem definidocom isso, precisamos contabilizar estes custos. O custo relativo ao óleo é calculado de maneirasimilar ao dos pneus. Deve-se multiplicar o preço de um litro do lubrificante pela capacidade dreservatório e dividir o resultado pelo intervalo entre as trocas de óleo.

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Passo 4: Faça uma estimativa final de custos:

Levando em conta os diferentes tipos de custos fixos e variáveis, é possível chegar a uma estimativade custos para cada tipo de veículo e de tráfego, considerando os seguintes pressupostos adicionais:

• Velocidades médias de serviço: 25 Km/h (cargas regionais); 45 Km/h (carganacionais);

Tempos médios de carga / descarga: 2 horas (veículos de 15, 19 e 26 toneladas);3 horas (veículos de 40 toneladas);• Total de dias produtivos por ano (descontando paralisações para manutenção e

reparação);• Custos fixos horários para os dias produtivos.

Estes pressupostos poderão ser utilizados para o apuramento dos custos totais por unidade de tempo, por Km percorrido ou por tonelada - consoante o nível de análise que a empresaconsidere relevante. Por exemplo, se considerarmos que existem 192 dias produtivos no anoconseguimos obter o número potencial de horas de circulação do transporte. Descontando o tempomédio de carga / descarga para o tipo de veículo selecionado (2 ou 3 horas por dia), obtemos as

horas de transporte efetivas. A partir deste valor, e considerando a velocidade média do veículo(cargas regionais ou nacionais), podemos chegar ao número de Km que o veículo pode percorrerdurante o ano (ou outro período considerado). Esta informação permite apurar, por exemplo, ocustos fixos por Km. Este raciocínio pode também se aplicar à capacidade de cada tipo de veículopara apurar o custo por tonelada.

Este tipo de raciocínio pode facilitar a avaliação das propostas dos transportadores. Estainformação pode ser relevante para uma empresa que gere uma frota própria, que subcontrata aterceiros ou que atua como subcontratada.

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Uma vez calculados os valores unitários de todos os itens de custos, basta agrupá-los(R$/mês) e dividir o resultado pela utilização (número de horas trabalhada por mês) para se chegar aocusto fixo por hora (R$/hora). Os custos variáveis também devem ser agrupados (R$/ Km). Assimpode-se montar a equação de custo para uma rota:

CRota = Tempo(h) x CF(R$/h) + Distância(Km) x CV(R$/Km)

O tempo a considerar é o tempo total da rota considerando as atividades de carga edescarga, com as suas respectivas filas, além do tempo de viagem.

A fórmula do custo da rota pode ser desmembrada para se custear as rotas segundo trêsatividades básicas: carregamento, viagem e descarregamento.

CViagem = Tempo de Viagem(h) x CF(R$/h) + Distância x CV(R$/h)CCarr = Tempo de carga(h) x CF(R$/h)CDescarr = Tempo de descarga(h) x CF(R$/h)

Notem que os custos de carga e descarga independem da distância percorrida, enquanto ocusto de viagem é diretamente proporcional ao tamanho da rota, uma vez que quando aumenta-se adistância percorrida, aumenta-se além da quilometragem, o tempo de viagem.

Fatores que influenciam o custo e o preço do transporte

Entre o peso e a cubagem deve-se escolher aquele que limita a capacidade do veículo. Por exemplo, peso no caso de se transportar aço, ou cubagem no caso do transporte de pneus. Alémdesses e da distância que são os fatores mais lembrados pode-se destacar:

• A facilidade de manuseio do produto – representa a facilidade de se carregar e se descarregar o veículo. Uma maneira encontrada para se agilizar a carga e a descarga é a paletização, quereduz de maneira significativa os tempos de carga e descarga.

• A facilidade de acomodação – peças com formato muito irregulares ou com grande extensãomuitas vezes prejudicam a utilização do espaço do veículo, dificultando a consolidação e a totautilização do mesmo.

• Riso da carga – produtos inflamáveis, tóxicos ou mesmo visados para roubo são fatores derisco que influenciam o valor do frete.

• Sazonalidade – efeitos como a safra de grãos afeta de forma acentuada a procura por frete,fazendo com que os preços de frete desta época sejam maiores que os da entressafra.

• Trânsito – entregas em grandes centros urbanos com trânsito e com janelas de horário paracarregamento e descarregamento, também influenciam o custo e respectivamente o preço dotransporte.

• Carga retorno – a não existência de frete retorno faz com que o transportador tenha queconsiderar o custo do retorno para compor o preço do frete.

• Especificidade do veículo de transporte – quanto mais especifico for o veículo menor é flexibilidade do transportador, assim caminhões refrigerados ou caminhões tanques acabamtendo um preço de frete superior que um veículo de carga granel.

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Comparação entre os custos calculados e os preços praticados

Quando se compara o custo, calculado pela metodologia de custeio, com os preçospraticados pelo mercado para as cargas fechadas, de grande volume e baixo valor agregado,percebe-se que o preço praticado é sistematicamente menor que o custo. Essa situação até seriaaceitável caso existisse capacidade ociosa, o preço cobrisse pelo menos os custos marginais (ouseja, os custos variáveis) e se essa fosse uma política de curto prazo. No entanto, tem-se percebidoque essa situação vem se arrastando por alguns anos.

Assim, para viabilizar a operação nesse mercado, com preços abaixo do custo, astransportadoras subcontratam o serviço de motoristas autônomos, os agregados. Esses por sua veztrabalham cobrindo apenas os custos variáveis mais imediatos, sem se dar conta que um dia terãoque repor o veículo e que ainda deveriam ser remunerados pelo seu investimento. O resultado disso éuma frota com idade média superior a 15 anos e muitas vezes trafegando sem condições de uso.

No mercado de frete fracionado, onde se movimenta carga de menor volume, maior valoagregado e entrega pulverizada, a situação é um pouco diferente. A relação entre o preço e o custoacontece de acordo com a capacidade de consolidação de cargas do transportador. A escala daoperação possibilita que sejam cobertos todos os custos e ainda seja gerada uma margemsatisfatória, em contrapartida a falta de escala compromete a consolidação de carga, comprometendoa rentabilidade da operação. Para garantir essa escala tem sido fundamental o foco dostransportadores em regiões específicas. Além da escala, o sucesso desse setor depende, sobretudodo planejamento e da coordenação da operação.

Subsídios cruzados ao se cobrar a conta dos clientes

No caso em que o preço do frete está incluso no valor do bem, o custeio deve ser realizadopara verificar se a margem gerada por cada cliente realmente sustenta os seus custos de entrega.

Para contornar os casos de entregas não rentáveis, as empresas fornecedoras podem estabelecer lotes mínimos de entrega diferenciados por região e/ou alterar a freqüência de entrega dedeterminados clientes, assim como estabelecer dias da semana para entregas em determinadasregiões visando a consolidação de carga.

Já no caso em que o fornecedor cobra o frete de seus clientes a parte do valor damercadoria é fundamental que não haja um subsídio cruzado entre os mesmos, isto é, quedeterminados clientes não sejam beneficiados em detrimento de outros. Quando se compara oscustos resultantes do custeio das rotas de entrega com os preços de frete praticados pelosfornecedores, destacam-se dois tipos de subsídios.

O primeiro é em relação a distância da praça destino, que ocorre quando não sãoconsiderados de maneira adequada os tempos e os respectivos custos de carga e descarga. Por exemplo, se para uma carga de 25 toneladas, fosse cobrado um preço de R$ 2,50/Km para qualquer tamanho de rota, em uma rota de 50 Km, o valor do frete seria de R$ 125,00 enquanto o custo seriade aproximadamente R$ 180,00; enquanto que, para uma rota de 2.000 km, o valor do frete seria deR$ 5.000,00 enquanto o custo dessa rota, mesmo considerando o retorno, seria inferior a R$3.600,00. Assim os clientes próximos ao fornecedor seriam beneficiados em detrimento dos clientemais afastados. Essa distorção ocorre porque os custos de carga e descarga independem dadistância da rota, uma vez que estes só dependem dos tempos de carregamento e descarregamento.

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Dessa forma, nas rotas curtas a influência desses custos é proporcionalmente maior que nas rotaslongas.

O segundo subsídio acontece em função do volume, quando não são consideradaseconomias de escala. Neste caso, não são diferenciados os preços por tonelada em função dacapacidade do caminhão, assim como não são privilegiadas as cargas fechadas.

No longo prazo, os clientes que são prejudicados pelo subsídio acabam assumindo aresponsabilidade do frete por perceber que pode realizar esse serviço a um menor custo. Por outrolado, os clientes que recebem o subsídio tendem a continuar deixando a responsabilidade por contado fornecedor que acabará arcando com a diferença entre o custo e o preço.

Oportunidades de redução de custos

O ponto focal para redução do custo de frete deve ser o nível de utilização da frota, ou sejarodar o máximo possível com cada caminhão carregado para se ter um menor número de caminhõessem prejudicar o nível de serviço. Isso reduz de forma significativa os custos fixos, que usualmentecorrespondem a cerca de 50% dos custos totais de um veículo. A seguir, são listadas algumas açõesque visam aumentar a utilização da frota

• Melhorar o planejamento do transporte – saber com antecedência o total de cargaa ser embarcado para cada praça;

• Programar os embarques e os desembarques – para reduzir o tempo de fila, quena maioria das vezes é maior que o próprio tempo de carga e descarga, emvirtude da concentração de veículos em determinados horários do dia;

• Diminuir a variabilidade do volume embarcado – a expedição concentrada no finado mês, ou em alguns dias da semana, gera filas para carga e descarga nos diasde pico e ociosidade nos dias de baixa;

• Aumentar a utilização da frota – quando se passa de um para dois turnos detrabalho se diminui o custo de transporte em cerca de 15%, enquanto que sepassando para três turnos a se reduz em até 20%.

PRINCIPAIS TRADE – OFF LOGÍSTICOS

Saber calcular cada Custo Logístico é importante para a empresa no sentido de saber oimpacto de cada um no Custo Final dos produtos. Porém, mais do que isso, a empresa deve saber que o aumento de um tipo de Custo pode ser compensado pela diminuição de outro e vice-versa.

Assim, no campo da Logística, faz – se necessário estudar os principais trade – off parque os conceitos sejam usados em decisões estratégicas e / ou táticas. Na verdade, o estudo dostrade – off auxiliam muito o Gerente de Logística na determinação do meio de transporte a seutilizado, o nível de estoque a ser adotado, etc.

Podemos conceituar trade – off como sendo a capacidade que a empresa tem desolucionar um conflito complicador. Esse conflito pode ser de várias formas, dentre as quais podemocitar:

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• Se a empresa aumentar o nível de transporte em x%, a diminuição dos custos comestoque compensará esse aumento?

• Se a empresa construir x armazéns, haverá uma diminuição do tempo de entrega em ydias, mas o aumento do nível de estoque compensará esse investimento?

• Se a empresa passar a transportar de avião seus produtos, estes chegarão maisrápidos e seus níveis de estoque diminuirão, porém os custos com transporteaumentarão. Será que compensa adotar tal estratégia?

Conceito do Custo Total

Para solucionar trade – off como estes, faz – se necessário entender o conceito do CustoTotal. Como vimos antes, os Custos Logísticos são compostos por quatro elementos básicos, osCustos com Armazém, de Processamento de Pedidos, de Estoque e de Transportes. Os conceitos deCusto Total e a compensação de Custos andam lado a lado.

O conceito de Custo Total reconhece que os Custos individuais exibem comportamentoconflitantes, devendo ser examinados coletivamente e balanceados no ótimo. Para exemplificarvamos analisar o gráfico abaixo que mostra a definição do número de armazéns:

Note que no gráfico acima que a decisão de construir mais armazéns fosse uma decisãobaseada nos Custos com Transportes, a empresa tenderia a construir, porém se fosse analisado sobo ponto de vista do Custo do Estoque ou do Custo com Processamento de Pedidos, a empresa nãoconstruiria.

Sob o ponto de vista do Custo Total, a construção de mais armazéns de distribuição,acarreta o aumento em um tipo de custo e a diminuição em outro. A abordagem moderna concebeque as decisões Logísticas baseadas em Custos devem ser tomadas levando em consideração oCusto Total, que é o somatório de todos os Custos Logísticos da empresa.

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Custo Total (Custo comTransporte + Custo comestoque + Custo comProcessamento de Pedidos)

Custo deEstoque

Custo deTransportes

Custo deProcessamento dePedidos

Custo

Total de Armazéns no Sistema de Distribuição

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Trade – Off da escolha do Modal de Transporte

Um dos principais trade – off da Logística sem dúvida alguma consiste na escolha dmodal de transporte. Como sabemos, quanto mais veloz fica o transporte, mais caro ele tende a ser.Porém, quanto mais rápido for o modal escolhido, menos será o Custo com Estoques.

Assim, temos o primeiro trade – off Logístico, que define qual o modal a ser transportadEntão, faz – se necessário saber o Custo Total envolvido na decisão, optando pelo menor Custo. Ográfico a seguir explicita um pouco mais esse Trade – Off:

Ao passo que a empresa escolhe um modal de transporte mais rápido, como o avião, seusCustos com estocagem vão ser menores em virtude da rapidez deste tipo de transporte, porém, seusCustos com Transporte tendem a aumentar, visto que o frete via aéreo é maior que via terrestre, porexemplo. Da mesma forma que, se a empresa optar por um meio de transporte mais lento, como

trem, seus Custos com Transporte diminuirão, no entanto a empresa deverá estocar mais produtosem virtude dessa lentidão. Assim, a empresa utiliza o conceito do Custo Total para definir o seumodal. Neste caso, a soma dos Custos de Transporte e de Estocagem devem determinar oTransporte a ser utilizado.

Trade – Off da Determinação do Nível de Serviço

A determinação do Nível de Serviço deve ser baseada no Custo que este acarretará àempresa. O Nível de Serviço Logístico engloba todos os elementos de Custos Logísticos de umaempresa. Assim, sua definição deve ser baseada neste parâmetro.

Assim, quanto mais a empresa gasta para elevar seu Nível de Serviço, menores serão osCustos com Não Serviço (faltas, atrasos, não – conformidade, etc). Ao passo que, se a empresagastar o mínimo possível, seus Custos com não serviço tendem a aumentar. Veja a seguir o gráficoque mostra isso:

2

Tr em

Caminhão

Avião

CustoTotalCustoTransporte

Custo deEstoque

R $

Serviço deTransporte

CustoTotalCusto Transporte,

Processamento dePedidos e Estoques.

Custo do Não Serviço

R $

Serviço ao

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Trade – Off da Determinação do Número de Armazéns

Na medida em que a empresa aumenta o número de armazéns disponíveis no sistema,seus Custos e Níveis de Serviço se modificarão de forma tal que o exagero ou a insuficiência sãoparâmetros indesejáveis. Para isso, estabelecemos que a definição do número de armazéns deve ser determinada analisando os efeitos desta decisão trará nos Níveis de Estoques e no Sistema deTransportes.

Assim, quanto maior for o número de armazéns, mais a empresa investirá em estoque,aumentando demasiadamente seus Custos com Estocagem, ao passo que, como os armazéns sãonumerosos, estes tendem a estar próximo aos Clientes, o que diminui consideravelmente os Custoscom Transportes. O inverso também é válido. Quanto menor a quantidade de armazéns, menor será oCusto com Estocagem, ao passo que, os Custos com Transporte aumentarão em decorrência dasdistâncias a serem atendidas.

Trade – Off da Determinação do Estoque de SegurançaSabemos que o estoque de segurança é aquele que a empresa está disposta a dispor para

o pronto atendimento ou para suprir uma necessidade momentânea de um Cliente. Porém, o aumentodeste estoque de segurança acarreta no aumento substancial do Custo de Estocagem e nadiminuição dos Custos com Transportes. Porém, analisando sob o ponto de vista do Nível de Serviçoquanto maior for o estoque de segurança, menor será a probabilidade do não atendimento, enquantoque um estoque de segurança baixo não garante este atendimento, o que diminui o Nível de Serviço.

2

CustoTotal

Custo de Estoque

Custo deTrans porte

R $

Quantidade deArmazéns

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CustoTotal

Custo de Estoque

Custo do Não Serviço

R $

Nível deEstoque