Artigo - A Função Política das Relações Públicas

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    1/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    1

    A funo poltica de Relaes Pblicas na legitimao organizacional 1

    Patrcia Milano Prsigo 2Maria Ivete Trevisan Foss 3

    Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria/RS

    RESUMOOs diversos atores sociais, sejam eles individuais ou coletivos, buscam constantementesua legitimao no meio social em que se inserem, atravs dos processos devisibilidade. Os processos de relaes pblicas, desenvolvidos por profissionais deRelaes Pblicas, possuem um papel fundamental na legitimao das diversasorganizaes. No cenrio atual, em que as mdias assumem funo primordial no que serefere a visibilidade, as atividades, principalmente da funo poltica de relaespblicas ampliam sua importncia na legitimao das organizaes, atuando a partir de

    prticas estratgicas em ambientes miditicos. Sob esse raciocnio, este artigo buscadiscutir a relao entre visibilidade e legitimao das organizaes, bem como o papeldas relaes pblicas nessa relao.

    Palavras-chave:legitimao; visibilidade; Relaes Pblicas; funo poltica.

    1. Apresentao

    As organizaes em geral possuem uma necessidade iminente de adquirir

    legitimidade no contexto em que elas se inserem. O processo de legitimao esclarece a

    ordem institucional e concede validade a seus significados, implica a existncia de

    valores e sua transmisso geraes futuras. Para se legitimar frente esfera social os

    sistemas organizacionais contemporneos se utilizam de vrias estratgias de

    visibilidade tanto miditicas quanto no miditicas.

    No cenrio atual, em que a mdia passa a fazer parte mais intensamente das

    relaes entre os indivduos, os processos de legitimao, por sua vez, acabam tambm

    sofrendo alteraes. nesse momento que os profissionais de Relaes Pblicasassumem uma posio estratgica, ativa e determinante na busca pela validao social

    da organizao a qual assessoram (FOSS e KEGLER, 2008).

    1 Trabalho apresentado na Divises Temticas DT 03 Relaes Pblicas e Comunicao Organizacional, do XCongresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul.2 Mestranda em Comunicao Miditica/UFSM e integrante do Grupo de Pesquisa Comunicao Institucional eOrganizacional UFSM/CNPq. [email protected] Professora do Programa de Ps Graduao em Comunicao da UFSM e do Programa de Ps-Graduao emAdministrao da UFSM. Doutora em Administrao pela UFRGS e Mestre em Comunicao pela UMESP.

    [email protected]* Fabiane Sgorla, Mestre em Comunicao Miditica/UFSM, Especialista em Comunicao Miditica/UFSMcolaborou na elaborao deste artigo - [email protected].

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    2/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    2

    A partir deste raciocnio o presente artigo busca discutir o papel das relaes

    pblicas na busca pela legitimao das organizaes. Este estudo est amparado na

    pesquisa bibliogrfica. Conforme Marconi e Lakatos (2006), o aprofundamento

    bibliogrfico um procedimento sistemtico, reflexivo, controlado e crtico, que

    permite ao investigador encontrar novos contedos, situados em diferenciados campos

    cientficos. Por sua vez, esta pesquisa se processa a partir do levantamento de

    bibliografia publicada em distintos formatos como: livros, revistas cientficas, artigos

    inseridos em anais de congressos, websites, entre outros.

    A reflexo proposta se justifica pela necessidade atual de discutir o papel das

    relaes pblicas a partir da relao entre a visibilidade e a busca da legitimao das

    organizaes, distinguindo duas faces da comunicao. A comunicao no-miditica a

    qual se d no mesmo tempo e espao em que acontecem os fatos, ou seja, no lugar em

    que se realizam as prticas, e a comunicao miditica que se realiza atravs da

    mediao por tecnologias de comunicao e informao, por meio dos processos

    sociotcnicos, a qual se destaca na contemporaneidade.

    Este artigo est estruturado em trs sesses. Primeiramente, so apresentados o

    conceito de legitimao do contexto das organizaes segundo os postulados de Peter

    Berger e Thomas Luckmann (1985). Em um segundo momento, so levantados os

    conceito de relaes pblicas a atuao dos profissionais de Relaes Pblicas, a partir

    de Simes (1987), Kunsch (2003) e Fortes (2003). Logo aps, contextualiza-se a prtica

    das relaes pblicas, atravs de sua dimenso de mediadora, na busca pela visibilidade

    miditica e pela legitimao das organizaes assessoradas, a partir do que consideram

    os pesquisadores Simes (1987), Moura (2005), Kunsch (2003) e Kegler e Foss

    (2007). O ltimo tpico apresenta o papel das relaes pblicas e do profissional de RP

    no contexto da legitimao em um cenrio que compreende a midiatizao tanto dos

    processos sociais quanto da prpria sociedade. Por fim, so apresentadas asconsideraes finais, retomando as principais questes levantadas neste artigo.

    2. Legitimao organizacional

    Conforme os socilogos Peter Berger e Thomas Luckmann (1985), a noo de

    legitimao se refere necessidade de explicar e justificar as prticas dos atores sociais

    individuais ou coletivos, esclarecendo o porqu de determinados fatos terem certaorigem serem o que so e como so, diante das sociedades. A legitimao pode ser

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    3/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    3

    registrada como um processo que concede validade e valor aos significados dos campos.

    Somente atravs dessa validao possvel transmitir as prticas e discursos dos

    campos sociais para as prximas geraes.

    O conceito de legitimao possui uma relao estreita com os conceitos de

    institucionalizao e de objetivao. A institucionalizao, segundo os socilogos

    Berger e Luckmann (1997), ocorre quando h uma tipificao recproca de aes

    habituais por certos atores sociais, sendo que essas tipificaes so acessveis e

    partilhadas entre todos os membros do grupo social.

    Em sntese, os indivduos percebem os significados e se relacionam com os

    outros por intermdio de esquemas tipificados ou papis sociais, os quais servem como

    cdigos que regulam a maneira de pensar, agir e de comportar-se socialmente. Os atores

    sociais tendem a agir de acordo com certos padres preestabelecidos socialmente e por

    eles incorporados em sua socializao primria.

    A institucionalizao ocorre quando acontece uma tipificao recproca de

    papis e aes rotineiras por atores sociais. Aes tornadas rotineiras referem-se a

    comportamentos que foram adotados por um ator ou grupo de atores a fim de resolver

    problemas recorrentes. Tais comportamentos so tornados habituais ou rotineiros

    medida que so utilizados na tomada de decises. Tipificao envolve o

    desenvolvimento recproco de definies compartilhadas ou significados que esto

    ligados a estes comportamentos habituais. Uma vez que estas tipificaes resultam em

    categorizaes ou classificaes que com a ao habitual se torna generalizada, isto

    independente dos indivduos especficos que desempenham a ao, esse processo de

    generalizao do significado de uma ao entendida como objetivao e um dos

    componentes chaves do processo de institucionalizao. Um outro elemento da

    institucionalizao a exterioridade que diz respeito ao grau em que as tipificaes so

    vivenciadas como possuindo uma realidade prpria. A exterioridade est relacionada continuidade histrica das tipificaes (ZUCKER, 1987) e transmisso das

    tipificaes aos novos membros que, no tendo conhecimento das suas origens, esto

    aptos a trat-las como dados sociais (BERGER E LUCKMANN, 1997).

    Desse modo, institucionalizar uma organizao torn-la aceita naturalmente

    para os membros desse grupo social, inspirando suas aes e prticas sociais.

    Institucionalizar processos comunicativos no interior das organizaes, por exemplo,

    torn-los habituais e rotineiros gerando efeitos prticos importantes como interao,informao, socializao secundria, representao social, produo do imaginrio, etc.

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    4/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    4

    A institucionalizao um processo pelo qual atores individuais transmitem o que

    socialmente definido como real (ZUCKER, 1987). Em outras palavras trata-se de um

    processo de fabricao de verdades, desempenhado por diversos atores sociais, entre

    eles os Relaes Pblicas que graas a sua competncia comunicativa estabelece

    relacionamentos produtivos entre a organizao e pblicos de interesse.

    Para ser institucional, a estrutura deve gerar uma ao ou efeitos prticos.

    Segundo argumento de Giddens (1979), uma estrutura que no se traduz em ao , uma

    estrutura no-social. Uma estrutura que se tornou institucionalizada a que

    considerada, pelos membros de um grupo social, como eficaz e necessria; ela serve,

    pois, como uma importante fora causal de padres estveis de comportamentos

    (BERGER E LUCKMANN, 1997).

    Inspirados em Simon (1957) podemos afirmar que em uma mesma organizao

    existe o confronto entre vrias verdades decorrentes das diferentes formas de

    percepo dos diversos grupos organizacionais e das diversas racionalidades existentes.

    Assim, certos grupos conseguem impor a outros grupos solues baseadas em sua viso

    de mundo e em sua interpretao da realidade. Estas solues so institudas na

    organizao por meio de regras, rotinas de trabalho, normas, estruturas organizacionais

    como sendo a verdade e a soluo correta a ser tomada. Essa dinmica ocorre tambm

    no nvel de ambiente, ou seja, diversas organizaes buscam influenciarem-se,

    estabelecendo quais modelos, prticas, smbolos sero institucionalizados, tornando-se

    habituais e rotineiros e influenciando a ao dos outros (ZUCKER, 1987).

    As organizaes como atores sociais que interagem e moldam o ambiente so

    detentoras de um conjunto de regras e normas que as conformam para sobreviverem e

    obterem a legitimidade de outras organizaes, agentes econmicos, governamentais e

    privados (MEYER e SCOTT, 1981). Em relao a criao e institucionalizao de

    modelos gerenciais em um dado setor, Scott (1987) salienta que as organizaes noadotam modelos e formas de representao que esto na moda por acreditarem que

    eles so os melhores, mas por serem fonte de legitimidade, reconhecimento e recursos,

    permitindo aos atores sociais e organizacionais aumentar a sua capacidade de

    sobrevivncia em um certo meio (SCOTT, 1987, p. 79).

    Reforando o argumento de Scott, Motta e Vasconcellos salientam que uma

    organizao que no incorpora,

    [...] pelo menos superficialmente, de forma cerimonial, certasferramentas de administrao, certos jarges, smbolos e modos de

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    5/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    5

    funcionamentos considerados pelos formadores de opinio como osmelhores em um dado momento ser considerada ultrapassada e poderperder clientes (2004, p. 399).

    Ainda Motta e Vasconcellos que ressaltam que pelo argumento apresentado

    por Scott (1987) de que as organizaes adotam modelos e formas de representaopara se legitimarem no campo e sobreviverem, o processo de institucionalizao vai

    alm da dimenso cognitivista de Berger e Luckmann (1997) para se estabelecer na

    dimenso estratgica. Pela viso cognitiva, o ser humano formula estratgias conforme

    percepes, padres culturais e interpretaes compartilhadas da realidade. J pela

    abordagem institucionalista o homem um ator social que formula suas estratgias

    conforme os significados atribudos s regras de funcionamento organizacional,

    institucionalizadas na sociedade (MOTTA E VASCONCELLOS, 2004, p. 395).Pode-se inferir, portanto, que quanto mais os campos sociais esto aptos de

    anunciar suas prticas, regras, valores, objetivos e estratgia fundamental, mais

    projetam sua legitimidade. De forma simultnea, quando mais legtimo for o campo

    social, mais claras, evidentes e distintas sero suas prticas, regras, valores e os

    objetivos para o sistema social e para as futuras geraes. A legitimao permite o

    agenciamento de sentidos aos campos sociais para que eles estejam aptos a negociar sua

    insero no tecido social, garantindo, desse modo, sua sobrevivncia.

    possvel observar dois focos de legitimidade que um campo social pode

    possuir: a legitimidade vicria originada da prpria essncia do campo e a

    legitimidade delegada por outro campo social. Como uma esfera especfica de

    legitimidade, cada campo social, atravs de arranjos singulares que perpassam pela sua

    linguagem, est apto para se auto-representar, esclarecer, explicar e justificar suas

    prticas, buscando legitim-las, no espao privilegiado que compreende sua topografia.

    A legitimao construda atravs da linguagem, que representa o principal

    componente das experincias coletivas. Todavia, para possuir legitimao perante todo

    o tecido social, os campos sociais esto constantemente procurando espaos fora de sua

    rea de atuao que lhes proporcionem significado, reconhecimento e respeito,

    reforando seus objetivos e estratgia fundamental - sua existncia propriamente dita. A

    conjuntura de legitimao de um campo social acaba por revelar o seu status em

    determinada sociedade.

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    6/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    6

    3. O Pensamento Estratgico no Fazer e Ser das Relaes Pblicas

    O pesquisador Roberto Porto Simes (1987), ao estudar as relaes pblicas no

    contexto das organizaes, as observa primeiramente como um processo, ou seja,

    "Relaes Pblicas referem-se a um processo pluridimensional de interaes das

    organizaes com seus pblicos (SIMES, 1987, p.30). Esse processo considerado

    amplo, leva em considerao fatores internos e externos organizao, causas e efeitos

    e todas as variveis e tipos de relaes, iniciadas tanto pela organizao, quanto pelos

    pblicos dessa organizao.

    A probabilidade iminente de que ocorram conflitos nas relaes

    organizacionais, tanto no lado da organizao como no mbito dos pblicos leva a

    conformao de um subsistema ou funo que monitore alguma desordem em potenciale as alinhem para uma direo harmnica. Na contemporaneidade, se analisarmos as

    fuses corporativas temos um ntido exemplo de como uma mudana (algumas vezes

    conduzida cautelosamente e outras nem tanto) pode provocar uma srie de conflitos e

    informaes incompletas e ambguas. Insegurana, incertezas, pressuposies e

    necessidade de adaptao so alguns aspectos que demandam gerenciamento estratgico

    como forma de controle da situao.

    Levando-se em considerao a funo de relacionamento pluridimensional daorganizao com os seus pblicos, tambm reconhecida por Simes (1987) pelo termo

    Relaes Pblicas, aquele necessita ser administrado de acordo com um planejamento,

    para que no siga uma ordem de casualidade e gere imprevistos nos processos de

    relacionamento organizao-pblico ou pblico-organizao. Para tanto, Simes (1987,

    p.31) apresenta as Relaes Pblicas como uma atividade especfica no sistema

    organizacional, com a finalidade de prever e controlar a funo de relacionamento

    implcita ao agir organizacional. As organizaes investem grandes somas em aes demarketinge negligenciam a importncia de cultivar bons relacionamentos. So eles que

    vo assegurar a sade dos negcios e uma imagem positiva perante a sociedade. Para

    que se operacionalize, com eficincia, o estabelecimento de relacionamentos

    necessrio espao fsico, materiais, capitais e especialmente recursos humanos

    qualificados. Ao profissional preparado a desenvolver as atividades de relaes pblicas

    d-se o nome de Relaes Pblicas.

    O campo de aes de relaes pblicas no contexto das organizaes a

    comunicao organizacional. De modo geral, a comunicao organizacional

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    7/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    7

    compreende todo o espectro de atividades e processos comunicacionais que se realizam

    no mbito da organizao. Para Kunsch (2003) a comunicao organizacional abarca - a

    comunicao administrativa - que se processa na ordem das aes administrativas e

    permite viabilizar a sistemtica funcional da organizao, a comunicao mercadolgica

    voltada ao marketing de negcios, e comunicao institucional responsvel pela

    construo da identidade e imagem corporativa de uma organizao. A organizao que

    realiza sua comunicao em sintonia com essas trs modalidades realiza a comunicao

    integrada.

    Na comunicao organizacional as relaes pblicas atuam no sentido de

    organizar as polticas de comunicao, interao e relacionamento com os seus pblicos

    especficos. Os arranjos resultantes de relaes pblicas bem sucedidas no contexto das

    organizaes so capazes de promover uma comunicao organizacional mais fluida,

    dinmica e equilibrada.

    Para o pesquisador Waldyr Gutierrez Fortes (2003, p.21), s Relaes

    Pblicas est reservado o trabalho de conhecer e analisar os componentes do cenrio

    estratgico de atuao das empresas, com a finalidade de conciliar os diversos

    interesses. Nesse sentido, como objetivos principais das prticas de relaes pblicas

    destaca-se: a busca pelo reconhecimento das organizaes, seus produtos e servios,

    pelos seus pblicos e a promoo da comunicao, interao e relacionamento pblico-

    organizao de modo equilibrado e, por vezes, duradouro e, com isso, impulsionar o

    desenvolvimento organizacional.

    No exerccio das atividades de relaes pblicas, o profissional conta com

    diferentes ferramentas tais como - a pesquisa, o diagnstico, os planos, programas e

    projetos, as tcnicas de avaliao, a comunicao de massa e a comunicao dirigida.

    Conforme KUNSCH (2003), podemos destacar quatro funes essenciais do

    profissional, a saber: funo administrativa, funo estratgica, funo mediadora e funopoltica (teoria de conflitos-resolues). Ainda segundo a mesma autora, a funo poltica

    caracteriza-se como o desenvolvimento de atividades ligadas basicamente s relaes de

    poder dentro das instituies e com a administrao de controvrsia, confrontaes,

    crises e conflitos sociais, que acontecem no ambiente do qual a instituio faz parte. A

    partir deste ponto podemos inferir que do Relaes Pblicas, a partir desta funo, a

    responsabilidade pelo gerenciamento das aes e decises organizacionais na qual seus

    impactos precisam ser percebidos como teis e compatveis pela sociedade. A sincronia

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    8/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    8

    das opinies entre organizao e seus pblicos um indcio da construo dessa

    legitimao (SIMES 1987).

    Essas funes so essenciais para a gesto da comunicao organizacional e so a base

    para um dos principais instrumentos de trabalho de RP que o planejamento. Esse

    planejamento pode ser composto apenas por aes que envolvem as relaes pblicas de

    uma organizao ou contemplar toda a comunicao organizacional. Kunsch (2003,

    p.216) v o planejamento como uma atividade que evita que aes sejam executadas ao

    acaso, sem qualquer preocupao com a eficincia, a eficcia e a efetividade para o

    alcance de resultados.

    Considera-se uma das caractersticas do profissional de Relaes Pblicas o

    pensamento estratgico. No mesmo sentido de buscar a eficincia, cada atividade das

    Relaes Pblicas, inclui-se aqui todo o processo de concepo do planejamento de

    relaes pblicas ou de comunicao, tem de estar permeada por um pensar

    estrategicamente. Para Kunsch (2003), o pensamento estratgico compreende uma

    atitude intuitiva e criativa e uma viso sistmica, dinmica e aberta.

    O pensamento estratgico no se prende rigidez dos quadros ediagramas e busca descobrir novas e vrias alternativas, isto , no seprende a dar uma nica resposta ou a resposta certa, mas levantaquestes e equaciona o estabelecido formalmente. (KUNSCH, 2003,

    p. 241)

    Alm desses fatores que remetem sensibilidade, o pensamento estratgico

    requer o conhecimento da organizao e de suas condies, aspiraes e aportes

    tcnicos e tecnolgicos (KUNSCH, 2003, p. 241). Portanto, somente atravs desse

    movimento estratgico, guiado pelo raciocnio crtico, perspicaz, criativo e flexvel

    possvel antecipar eventualidades no processo de relaes pblicas e potencializar

    acertos.

    Vale ressaltar que as relaes pblicas esto, tambm, associadas questo dos

    pblicos. Fortes (2003) v que o trabalho do profissional de Relaes Pblicas est

    focado na investigao pormenorizada de seus pblicos. De modo estratgico, ele

    desenvolve artifcios de pesquisa para identificar nos indivduos e grupos organizados,

    comportamentos e formas de contato, que venham facilitar o estabelecimento do

    processo de comunicao, interao e relacionamento com as organizaes. Portanto

    constata-se que compete as Relaes Pblicas administrar estrategicamente a

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    9/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    9

    comunicao da organizao com seus pblicos, atuando em sinergia com as demais

    modalidades comunicacionais.

    Evidencia-se, no entanto, que o pensamento estratgico na atividade de

    Relaes Pblicas est imbricado por entraves internos e externos. Os entraves internos

    se apresentam quando o profissional ainda no se v como definidor das representaes

    e da realidade de seus assessorados. Os entraves externos so verificados quando as

    prprias organizaes assessoradas limitam a sua atuao, muitas vezes, por

    desconhecer seus intuitos verdadeiros e suas habilidades. Nesse sentido, observam-se as

    colocaes de Kegler (2008) que, no contexto da sociedade midiatizada, v o

    pensar e agir estrategicamente das Relaes Pblicas a partir do devir - do vir a

    ser.

    Esse vir a ser caracterizado eminentemente pela influncia doespao midiatizado da atualidade, onde as aes precisam serestratgicas para: o estabelecimento da relao de comunicao entreinstituies e pblicos; possibilitar atravs da relao de comunicaoo dilogo entre as partes e o debate de interesse pblico; alegitimao institucional por aes dialgicas de reconhecimento, nopor aes persuasivas; e quem sabe, a contribuio para cidadania edemocracia no pas (KEGLER, 2008, p.70).

    Independente do contexto em que se esteja sendo desenvolvida, toda a

    atividade de relaes pblicas tem de estar alinhada estritamente aos objetivos dasorganizaes assessoradas. E, de acordo com Fortes implantar um processo de Relaes

    Pblicas posicionar uma organizao em direo de seus objetivos maiores, de

    maneira coerente e sistematicamente racional, procura de resultados concretos

    estabelecidos com antecedncia (FORTES 2003, p. 23). Desde suas funes bsicas,

    as Relaes Pblicas j apresentam seu carter estratgico, uma vez que daro suporte

    aos relacionamentos estabelecidos a fim de representar a organizao perante seus

    pblicos e ambientes.

    4. O papel das Relaes Pblicas na legitimao organizacional

    O Relaes Pblicas, atravs da sua viso global de administrador da

    comunicao, tem a competncia para estruturar a comunicao miditica

    organizacional utilizando estratgias que potencializem a divulgao de informaes e

    assegurar a presena da organizao no espao pblico. Por isso, um dos principais

    objetivos da profisso a busca da legitimao da organizao assessorada.

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    10/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    10

    Toda organizao, tendo ou no conscincia, busca sua legitimao. De alguma

    maneira ela necessita explicar e justificar sua existncia na sociedade. Dentro do atual

    contexto pautado pela rpida transformao e evoluo das tecnologias da comunicao

    e da informao, a globalizao, a mudana nas naturezas de trabalho, os problemas

    ecolgicos e os mercados turbulentos essa necessidade de legitimar-se torna-se cada vez

    mais relevante e, algumas vezes, pode representar sua permanncia ou no no mercado.

    Como comentamos anteriormente, a funo poltica bem desenvolvida, j

    representa um primeiro passo legitimao organizacional. preciso estabelecer uma

    relao sincrnica entre organizao e seus pblicos, de forma a harmonizar os

    objetivos e interesses dos atores envolvidos. Os processos de fuso/aquisio

    corporativa tipificam-se como exemplos da necessidade de se colocar em prtica essa

    negociao de interesses, de estabelecer um fluxo contnuo de comunicao com a

    mdia e, consequentemente com a sociedade, alm de auto-gerenciar sua visibilidade. O

    avano das tecnologias apresentam novas possibilidades e ferramentas de comunicao

    estratgicas e de grande amplitude, como por exemplo os sites organizacionais. A

    utilizao adequada desses espaos possibilita um planejamento da visibilidade

    miditica organizacional, sem necessariamente passar pelos medias. A fuso mais

    recentemente acompanhada foi dos Bancos Ita e Unibanco, onde podemos observar a

    utilizao da prtica de auto-gerenciamento da visibilidade, uma vez que o site

    organizacional do Ita (como hoje as duas empresas formam uma nica, a seo

    assessoria de impresa est presente no site do Ita em www.itau.com.br) disponibiliza

    informaes a respeito do processo, desde vdeos da coletiva de imprensa at releases

    enviados e clipping. So estratgias de visibilidade que objetivam a explicao e

    justificativa do porqu de tal deciso buscando a legitimao social.

    No desenrolar de suas atividades os profissionais da rea buscam criar

    diferenciadas estratgias para que as prticas organizacionais se tornem legtimasdiante de determinado meio social. Devido sua viso, tanto dos ambientes como dos

    acontecimentos, o Relaes Pblicas est apto a planejar e executar estrategicamente

    processos de comunicao que visam legitimidade organizacional.

    A atividade de Relaes Pblicas ao utilizar estrategicamente os recursos e

    meios disponveis integrados s suas aes de comunicao se configura como

    gerenciadora da visibilidade das organizaes com habilidade para divulgar e gerar

    fatos (eventos, premiaes, lanamento de produtos, informativo interno) e, conformeKegler apresentar a institutuio com suas prprias palavras (atravs de planejamento

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    11/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    11

    do site institucional, dos murais, das malas-diretas e do material de divulgao) sem

    estar sujeita de imediato s condies de produo dos veculos tradicionais da mdia

    (2008, p. 33).

    Devido complexidade da sociedade atual, esse processo de legitimao,

    iniciado no ambiente interno das organizaes, ainda no est completo, pois tambm

    preciso justificar-se perante a sociedade. Essa necessidade da organizao legitimar-se

    nos demais ambientes passar, obrigatoriamente, pelos meios de comunicao, ou seja,

    atravs das mdias que suas prticas se tornaro visveis toda sociedade. Em outras

    palavras podemos dizer que na contemporaneidade a cena da legitimao, vem sendo

    transferida do local onde ocorrem as prticas organizacionais para o campo dos mdias.

    Atravs dos espaos miditicos so operadas as estratgias miditicas, as quais

    unem elementos sociais e tcnicos sociotcnicos. Sociais principalmente porque se

    processam a partir de relaes entre atores sociais e porque apresentam especificidades

    contextuais e ideolgicas. Tcnicas porque dependem, de maneira exclusiva, de

    recursos tecnolgicos e de certas tcnicas para a sua operacionalizao. A conjuno

    desses dois elementos, que so complexos, remete significados e prope efeitos de

    sentidos especficos aos contedos circulantes nesses espaos.

    Afirma-se, portanto, que atravs das mdias que os campos tero a

    oportunidade de posicionarem-se no espao pblico. Nessa estrutura social est presente

    a lgica das mdias, j que argumentos, decises e aes sero determinadas atravs de

    mediaes sociais simblicas, pelos meios, sejam ou no tecnolgicos.

    Em suas pesquisas sobre os movimentos de mobilizao social, Mafra (2006)

    relata que os recursos dos espaos miditicos so fundamentais no sentido de promover

    o reconhecimento de determinados temas. Atravs da mdia, projetos de mobilizao

    podem no s ganhar visibilidade pblica como tambm expandir a constituio de um

    novo pblico em formao (MAFRA, 2006, p. 40).As organizaes passam a definir as formas de se fazerem reconhecer, segundo

    lgica, cultura e operaes de natureza miditica, ora na formulao de estratgias de

    negcio e de gesto, ora na busca de visibilidade e de validao pblica de sua atuao.

    Assim, a elaborao de estratgias miditicas permite s organizaes transitarem na

    esfera da visibilidade miditica e serem reconhecidas tambm como sujeitos polticos.

    Ao estudar a comunicao das universidades, em um quadro em que

    instituies universitrias pblicas acabaram perdendo certa legitimidade devido aosnovos padres de legitimidade impostos pela racionalidade de mercado ao campo da

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    12/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    12

    educao, a pesquisadora Eugenia Mariano da Rocha Barichello (2002) observa a

    importncia da visibilidade2 miditica nessa conjuntura. A autora considera que os

    mdia so o principal dispositivo contemporneo de visibilidade da instituio

    universitria, sendo responsveis em grande parte pela legitimao junto sociedade

    (BARICHELLO, 2001, p. 78). Dessa forma, ao tornarem determinadas prticas e

    questes visveis nos meios de comunicao os campos sociais se preparam para

    pleitear certa legitimidade social. Para Barichello,

    [...] possvel observar uma transferncia da cena do processo delegitimao, que deixa de ser o local onde ocorrem as prticasinstitucionais e inclui, cada vez mais, a representao e justificaodas mesmas nos meios de comunicao de massa. Os mdia so oprincipal dispositivo contemporneo de visibilidade da instituiouniversitria, sendo responsveis em grande parte pela legitimao

    junto sociedade (2002, p.36).

    No ambiente em que a mdia um importante dispositivo contemporneo de

    visibilidade da instituio, prosperam aqueles que possuem mais informaes e

    habilidades para propor solues e respostas aos acontecimentos. exatamente por este

    motivo que a atividade de relaes pblicas tem seu princpio bem anterior a apenas o

    envio de releases, uma vez que medida que as aes de comunicao se posicionam

    estrategicamente o fato de realizar um diagnstico j configura-se como uma valiosa

    fonte de informaes. Para Kegler,

    As Relaes Pblicas podem ocupar lugar de sujeito estratgico nasorganizaes, pois alm de prever e planejar podem apresentar umaviso global da instituio e do ambiente. Tal habilidade proporcionarespostas rpidas com base nas informaes j existentes, ou se noexistentes, com base em fontes que j so conhecidas, facilitando ocontato e a formulao de aes estratgicas. (2008, p. 37)

    A partir dessa viso estratgica o Relaes Pblicas, principalmente no que se

    refere aos relacionamentos entre organizaes e seus pblicos, precisa planejar eexecutar estratgias miditicas. Portanto, buscar sua legitimao, atravs de espaos

    miditicos, pode ser considerado hoje como uma das mais relevantes estratgias

    abraadas pelas organizaes. Mas tambm, faz-se necessrio ressaltar que, embora se

    remeta relevncia legitimao possibilitada pelos diferentes espaos miditicos, no

    significa que a existncia fora deles seja desprezada. Apenas, entendemos que quem no

    2A autora relaciona a visibilidade e legitimao utilizando a acepo de visibilidade descrita por Michel

    Foucault, contextualizada no livro Vigiar e Punir, publicado em 1977 pela editora Vozes. O autor v avisibilidade como a tecnologia de cada poca, que proporciona regimes de luz e dispositivos devisibilidade.

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    13/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    13

    tem passagem pelos espaos miditicos encontra-se aqum do amplo e diversificado

    ambiente de possibilidade de reconhecimento e de comunicao.

    5. Consideraes finais

    Atravs dos processos de legitimao as organizaes so reconhecidas e

    significadas fazendo sentido para os seus pblicos, o que colabora para a permanncia

    no tempo e a construo identitria constante diante das disputas simblicas travadas

    entre os diversos campos sociais ou dentro de um mesmo campo. Em outras palavras, a

    permanncia de uma organizao vai depender do seu reconhecimento e da legitimao

    de suas aes na sociedade em que est inserida.

    So vrias as estratgias utilizadas pelas organizaes para a busca de sua

    legitimao como: eventos empresariais, cerminoniais, cursos, palestras, apresentaes

    artsticas, workshops. Todas configuram-se como prticas de Relaes Pblicas que

    legitimam a organizao perante seus pblicos especficos.

    Atualmente as tecnologias complexificaram as formas de comunicao e

    consequentemente as estratgias de legitimao. Em um ambiente de disputas e

    significaes para legitimar-se perante os pblicos cada vez mais necessrio a

    utilizao das mdias. A mdia na contemporaneidade pode ser vista como uma esfera de

    visibilidade, exercendo um importante papel no que se refere legitimao das

    instituies.

    A visibilidade pelo campo miditico se torna essencial quando as organizaes

    conscientizam-se dos desafios que necessitam transpor diariamente, frutos de um

    contexto de incertezas e instabilidade. Esse processo depende cada vez mais dos

    agenciamentos com os meios de comunicao, uma vez que estes atuaro como o local

    que torna visveis as aes e, logo, capazes de contribuir na sua legitimidade.Por fim, verifica-se que anteriormente o processo de legitimao tendia a dar-

    se exclusivamente no espao da prpria instituio ou, pelo menos, em situaes em que

    as pessoas estivessem face a face, hoje pelo processo de midiatizao as organizaes

    so instigadas a estarem na mdia e a serem fontes de informaes para os mais variados

    campos da sociedade.

    A comunicao, independente do ambiente em que se desenvolva,

    responsvel pela legitimao organizacional e por isso o Relaes Pblicas, com suasprticas, funes e ferramentas, apresenta-se como um profissional preparado para

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    14/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    14

    trabalhar estrategicamente esta busca. Atualmente, os pblicos deixaram sua

    caracterstica de passividade e assumiram uma postura mais ativa perante as

    informaes recebidas tanto do contexto organizacional quanto do espao miditico.

    Portanto, atravs do dilogo, de uma comunicao que estimule a troca, o intercmbio e

    a interao, e de estratgias de relacionamento com seus pblicos o Relaes Pblicas

    busca conquistar a legitimao organizacional.

    6. Referncias Bibliogrficas

    BARICHELLO, Eugenia. Comunicao e comunidade do saber. 1. ed. Santa Maria: Pallotti,2001.________________. A construo da visibilidade institucional pela mdia. In: Eugenia Marianoda Rocha Barichello; Ada Cristina Machado Silveira; Adair Caetano Peruzzolo; Veneza MaioraRonsini. (Org.). Comunicao Miditica. Santa Maria: FACOS/UFSM, 2002, v. 1, p. 33-58.BERGER, Peter & LUCKMANN, Thomas. A construo social da realidade.Petrpolis: 6ed. Vozes, 1985.FORTES, Waldir Gutierrez. Relaes Pblicas processo, funes, tecnologia e estratgias.So Paulo: 2. Ed. Summus, 2003.GIDDENS, Anthony. Central Problems in Social Theory: Action, Structure andContradiction in social Analysis. Berkeley, Califrnia: University of California Press, 1979.KEGLER, Jaqueline Quincozes S.; FOSS, Maria Ivete Trevisan. Relaes Pblicas eMidiatizao.In: CONGRESSO DE CINCIAS DA COMUNICAO NA REGIO

    SUL, 17, 2007, Passo Fundo. Anais eletrnicos. CD-ROM.________. Comunicao pblica e complexidade: uma perspectiva das RelaesPblicas como sujeito comunicacional e estratgico no cenrio da midiatizao.Dissertao Mestrado em Comunicao. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),Santa Maria, 2008.KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de relaes pblicas nacomunicao integrada. So Paulo: Summus, 2003.MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologiacientfica.So Paulo: Atlas, 2006.MAFRA, Rennan. Entre o espetculo, a festa e a argumentao: mdia, comunicaoestratgica e mobilizao social. Belo Horizonte: Autntica, 2006.

    MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia de. Teoria Geral daAdministrao. So Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.MOURA, Cludia Peixoto de. A prtica da pesquisa emprica em um portal cooperativo.UNIrevista, So Leopoldo: Editora Unisinos, v. 1, n. 3, p. 1-12, jul. 2006. Disponvel em: Acesso em: 25 de jun 2008.RODRIGUES, Adriano Duarte. Estratgias da Comunicao. Questocomunicacional e formas de sociabilidade.Lisboa: Presena, 1997.SGORLA, Fabiane. Estratgias Miditicas em Sites de Organizaes Privadas: ABusca Pela Visibilidade da Responsabilidade Social Organizacional. DissertaoMestrado em Comunicao. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), SantaMaria, 2009.

    SIMES, Roberto Porto. Relaes Pblicas: Funo Poltica. Novo Hamburgo:Feevale, 1987.

  • 7/26/2019 Artigo - A Funo Poltica das Relaes Pblicas

    15/15

    Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da ComunicaoX Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sul Blumenau 28 a 30 de maio de 2009

    15

    SIMON, H. Models of Man. New York: John Wiley, 1957.SCOTT, W. R. The adolescence of institutional theory. Administrative ScienceQuartely, 1987, vol. 32, p. 493-511SCOTT, W. R. MEYER, J. W. The organization of societal sectors. Propositions andearly evidence. In: DIMAGGIO P.; POWELL, E. (Ed.) The new institutionalism in

    organizational analysis. Chicago: The University of Chicago Press, 1991, p.83-107.ZUCKER, L. G. Institutional theories of organizations. Annual Review of Sociology,1987, vol. 13, p.443-464.