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Universidade de Coimbra Licenciatura em Sociologia
Assédio sexual e moral
no local de trabalho
Soraia Correia
Coimbra, 2008
Universidade de Coimbra Licenciatura em Sociologia
Assédio sexual e moral
no local de trabalho
Trabalho de avaliação contínua realizado no âmbito
da unidade curricular de Fontes de Informação Sociológica, sob orientação do Professor Paulo
Peixoto.
Soraia Correia
Coimbra, 2008
Índice
1. Introdução …………………………………………………………………………. 1
2. Desenvolvimento …………………………………………………………………. 2
2.1. Estado das artes …………………………………………………………… 2
2.1.1. O que é o assédio sexual? …………………………………………. 3
2.1.2. Consequências do assédio sexual…………………………………... 4
2.1.3. Como pode evitar-se o assédio sexual ……………………………. 5
2.1.4. O que é o assédio moral?…………………………………………... 6
2.1.5. Fases da humilhação no trabalho ………………………………… 8
2.1.6. Estratégias do agressor ……………………………………………. 9
2.1.7. O que a vítima deve fazer? ………………………………………… 10
3. Descrição detalhada da pesquisa …………………………………………………. 11
4. Avaliação da página da internet …………………………………………………... 13
5. Ficha de leitura ……………………………………………………………………. 15
6. Conclusão …………………………………………………………………………. 22
7. Referências bibliográficas ………………………………………………………… 23
Anexo A
Página da internet avaliada
Anexo B
Texto de suporte da ficha de leitura
Assédio sexual e moral no local de trabalho
1
1. Introdução
Este trabalho realiza-se no âmbito da cadeira de Fontes de Informação
Sociológica, leccionada pelo professor Paulo Peixoto, e tem como tema Assédio sexual e
moral no local de trabalho.
A escolha deste tema deveu-se sobretudo ao facto de ser um assunto de interesse
geral, que me despertou bastante curiosidade no sentido de querer aprofundar um pouco
mais os meus conhecimentos relativos ao mesmo e também por ser um grande problema
hoje em dia para a nossa sociedade.
Geralmente as pessoas não conseguem denunciá-lo, nem muitas falar sobre ele.
O assédio muitas vezes traz graves consequências, tanto a nível da saúde como a
nível profissional.
Na perspectiva de aprofundar este tema, optei por realizar este trabalho baseando-
me em sete subtemas que estão interligados entre si, sendo importantes para a percepção
deste assunto. Sendo esses: “2.1.1. O que é o assédio sexual?”; “2.1.2. Consequências do
assédio sexual”; “2.1.3.Como pode evitar-se o assédio sexual”; “2.1.4. O que é o assédio
moral?”; “2.1.5. Fases da humilhação no trabalho”; “2.1.6. Estratégias do agressor”;
“2.1.7.O que a vítima deve fazer?”.
No fim de me ter debruçado sobre o tema elaborei o ponto 3, o qual dá conta da
descrição detalhada do processo de pesquisa, ou seja como obtive informação que consta
neste trabalho. De seguida o ponto 4 com a avaliação de uma página da internet escolhida
por mim. No ponto 5 optei por realizar uma ficha de leitura do capítulo do livro “O
assédio no trabalho: como distinguir a verdade”, de Marie-France Hirigoyen. E por fim,
não pude esquecer o ponto 7 das referências bibliográficas, pois é um ponto fundamental
para este trabalho académico.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
2
2. Desenvolvimento
2.1. Estado das artes
O tema do meu trabalho, tal como já referi anteriormente, é o “Assédio sexual e
moral no local de trabalho”. É um tema bastante interessante e muito actual na nossa
sociedade.
O assédio é todo o comportamento indesejado praticado no trabalho, ou formação
profissional, tendo como objectivo ou efeito afectar a dignidade da pessoa ou criar um
ambiente intimidativo, degradante e humilhante.
“ Uma definição mais concreta é a do psiquiatra americano Meloy: «o assédio
compreende diferentes comportamentos de perseguição ao longo do tempo; esta
perseguição é vivida pela vítima como uma ameaça, e é potencialmente perigosa».
«Potencialmente perigosa» significa que o assediador pode constituir-me objecto
de uma acção violenta e, nalguns casos, tentar matar-me.”. (Garrido, 2002: 16)
Depois de uma demorada e longa pesquisa no decorrer do semestre, tentei
seleccionar toda a informação que a meu ver era pertinente para o meu trabalho.
Através disso vou realizar o meu trabalho de uma forma precisa e clara, de modo
a poder esclarecer a todas as pessoas que estejam interessadas nas dúvidas que surgem
em relação a este tema.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
3
2.1.1. O que é o assédio sexual?
O assédio sexual baseia-se em comportamentos ou manifestações indesejadas,
através de palavras, gestos ou acções do carácter sexual.
Frequentemente o assediador é um homem superior hierárquico à mulher
assediada, embora também aconteça pelos próprios grupo de pares. Este é direccionado
sobretudo às mulheres (as solteiras, viúvas, divorciadas ou separadas), por sofrerem de
situações económicas, minimizando sobretudo as mulheres, colocando assim uma
barreira à igualdade de direitos.
O assédio sexual prejudica a mulher, podendo mesmo vir a prejudicar a carreira
profissional desta, com chantagens, por exemplo, com promessas de promoções,
estabilidade no emprego ou o despedimento.
De um estudo elaborado pela Comissão para a igualdade no trabalho e no
emprego (CITE), chegaram a conclusão que uma em cada três mulheres foi vítima de
assédio sexual, pelo menos uma vez.
O assédio sexual no local de trabalho baseia-se em:
Olhares ofensivos;
Alusões grosseiras, humilhantes e embaraçosas;
Convites constrangedores;
Graçolas ou conversas de segundo sentido;
Comentários (de mau gosto) à sua aparência física;
Exibição de fotografias pornográficas;
Perguntas indiscretas sobre a sua vida privada;
Toques;
Gestos;
Abusos de autoridade para obter favores sexuais e, por vezes, agressões e
violação.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
4
2.1.2. Consequências do assédio sexual?
O assédio sexual provoca consequências na saúde, no trabalho e na vida da
empresa ou do serviço da vítima.
Na saúde, pode causar ansiedade, tensão, irritabilidade, depressão, incapacidade
de concentração, insónia, fadiga e outras perturbações de ordem física e psicológica.
No trabalho a situação resultante do assédio sexual pode fazer o trabalhador(a)
sentir-se forçado(a) a abandonar o trabalho temporariamente ou definitivamente. Esta
atitude, terá que se fundamentar em justa causa e implicará a prova de que se foi vítima
de assédio sexual. Caso contrário poderá sofrer prejuízos, tais como a perda de emprego e
demais regalias, assim como a impossibilidade de exercer o direito a indemnização e ao
subsídio de desemprego, isto visto que abandonou o seu local de emprego e também
porque não apresentou queixa do que na realidade se estava a passar.
Na vida da empresa ou do serviço o assédio sexual faz com que se reduza a
produtividade e a eficácia do trabalho, na medida em que cria mau ambiente, desgastando
as relações entre as pessoas. (Sapo mulher, 2006)
O assédio sexual pode afectar a carreira das vítimas, levantando-lhes maiores
barreiras na promoção profissional.
O assédio sexual é também um obstáculo à participação das mulheres no mundo
do trabalho e na vida social, um impedimento a que usufruam da igualdade que lhes é
reconhecida pela lei.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
5
2.1.3. Como pode evitar-se o assédio sexual
Para combater o assédio sexual é muito importante que as mulheres:
Estejam informadas sobre os seus direito;
Estejam atentas, porque muitas vezes o assédio sexual começa a partir,
daquilo que parecem ser simples brincadeiras;
Reprimam toda e qualquer tentativa de assédio sexual;
Denunciem a prática de actos ofensivos da sua dignidade e dos seus
interesses profissionais;
Estabeleçam relações de trabalho assentes no respeito e na cortesia.
(Sapo mulher, 2006)
Assédio sexual e moral no local de trabalho
6
2.1.4. O que é o assédio moral?
O assédio moral hoje em dia já não é um fenómeno novo.
O assédio moral é a exposição dos trabalhadores(as) a situações que podem ser
muito humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante o exercício das
suas funções no local de trabalho.
Estas situações são muito comuns em relações hierárquicas autoritárias e
assimétricas, onde predominam condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de
longa duração, praticadas por um ou mais chefes sobe um ou mais subordinados
(empregados), levando assim à desestabilização da relação da vítima com o ambiente de
trabalho.
A vítima de assédio moral muitas vezes não consegue provar na justiça o que
sofreu, isto devido à falta de testemunhas que preferem não colocar o emprego em risco.
O assédio moral ocorre em quatro fases: (Wikipédia, 2008a)
1ªfase - esta caracteriza-se por conflitos que surgem no local de trabalho.
Devido a isto surgem problemas que podem solucionar de uma forma positiva
através do diálogo ou pelo contrário, constitui o início de um problema mais profundo,
dando-se isto na 2ªfase.
2ªfase – o(a) agressor(a) põe em prática toda a estratégia de humilhação da vítima,
utilizando uma série de comportamentos perversos, cuja finalidade é ridicularizar e isolar
socialmente a vítima, esta na sua maioria das vezes não é capaz de perceber que está a ser
vítima e nega frequentemente esta hipótese.
3ªfase – nesta fase é quando a empresa onde surge o conflito vai intervir
directamente no problema. Em relação a este problema existem duas soluções, sendo uma
positiva e outra negativa.
Solução positiva: quando a direcção da empresa realiza a investigação do conflito e
decide trocar o trabalhador ou o agressor de posto para que haja novamente conflito.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
7
Solução negativa: quando a direcção vê o trabalhador como o problema a combater
tornando-se desta forma cúmplice do conflito.
4ªfase – esta é chamada a fase de marginalização ou exclusão da vida laboral, o
que pode levar ao abandono do trabalho por parte da vítima. Em casos mais extremos os
trabalhadores acusados podem chegar ao suicídio.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
8
2.1.5. Fases da humilhação no trabalho
A humilhação no trabalho envolve os fenómenos verticais e horizontais.
O fenómeno vertical caracteriza-se por relações autoritárias, desumanas, onde
predomina, os desmandos, a manipulação, a competitividade, os programas de qualidade
total associada à produtividade.
O fenómeno horizontal está relacionado à pressão para produzir com qualidade e
baixo custo.
A competição sistemática entre trabalhadores incentivada pela empresa leva a
comportamentos agressivos e de indiferença ao sofrimento do outro. A exploração de
homens e mulheres no trabalho explica o excesso de violência vivida no mundo do
trabalho. Este fenómeno é caracterizado por algumas variáveis:
Internalização, reprodução, reactualização e disseminação das práticas
agressivas nas relações entre os pares, gerando indiferença ao sofrimento
do outro e naturalização dos desmandos dos chefes;
Dificuldade para enfrentar as agressões da organização do trabalho e
interagir em equipa;
Rompimento dos laços afectivos entre os pares, relações afectivas frias e
endurecidas, aumento do individualismo e instauração do “pacto do
silêncio” no colectivo;
Comprometimento da saúde, da identidade e dignidade, podendo culminar
em morte;
Sentimento de inutilidade. Descontentamento e falta de prazer no trabalho;
Aumento do absenteísmo, diminuição da produtividade;
Demissão forçada e desemprego.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
9
2.1.6. Estratégias do agressor
Como já referi anteriormente, o assédio sexual baseia-se sobretudo em
comportamentos indesejados, através de palavras, gestos ou propostas de aparência
sexual.
Em relação ao assédio moral, consiste na exposição dos trabalhadores a situações
que podem ser humilhantes e constrangedoras devido à tentativa por parte do agressor de
ridicularizar e isolar socialmente a vítima.
Contudo, são usadas várias estratégias pelo agressor, tais como:
Escolher a vítima e isolar do grupo;
Impedir de se expressar e não explicar o porquê;
Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares;
Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua
incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar.
Desestabilizar emocionalmente e profissionalmente. A vítima
gradativamente vai perdendo simultaneamente a sua autoconfiança e o
interesse pelo trabalho;
Destruir a vítima. A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e
constante. A vítima isola-se da família e amigos, passando muitas vezes a
usar drogas, principalmente o álcool.
Livrar-se das vítimas que são forçadas(os) a pedir demissão ou são
demitidas(os), frequentemente, por indisciplina;
Impor ao colectivo a sua autoridade para aumentar a produtividade.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
10
2.1.7. O que a vítima deve fazer?
Resistir: anotar com detalhes todas as humilhações sofridas;
Procurar a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam
o sucedido ou os que já sofreram de humilhações do agressor;
Organizar. Tendo o apoio fundamental dentro e fora da empresa;
Evitar conversas com o agressor. Ir sempre com algum colega ou
representante sindical;
Exigir por escrito, explicações do acto do agressor e permanecer com
cópia da carta enviada, de preferência registada, guardando sempre o
recibo;
Relatar o acontecido para directores do sindicato como: Ministério
Público, Justiça do Trabalho, Comissão dos Direitos Humanos e Conselho
Regional de Medicina;
Recorrer ao Centro de Referência em Saúde dos trabalhadores e contar a
humilhação sofrida;
Buscar apoio junto da família, amigos e colegas, pois o afecto e
solidariedade são fundamentais. (assédio moral, 2008e)
Assédio sexual e moral no local de trabalho
11
3. Discriminação detalhada do processo de pesquisa
O tema “Assédio sexual e moral no local de trabalho” foi um tema que me
despertou um grande interesse, porque, como sabemos, é um tema pouco abordado na
nossa sociedade.
Seguiram-se então vários tipos de pesquisa, através de diferentes meios, internet e
o acesso a bibliotecas.
As principais palavras-chaves que utilizei para a pesquisa foram: “assédio”,
“assédio sexual”, “assédio moral”, “assédio no local de trabalho”.
Em primeiro lugar a minha pesquisa foi realizada na faculdade de economia, mas
sem sucesso, porque a informação que pretendia não existia na faculdade. Então
pesquisei na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra para ver se encontrava livros
adequados para o plano de trabalho que tinha elaborado. E foi aí que encontrei três livros
importantes para esse fim, sendo eles: “Amores que matam – assédio e violência contra
as mulheres” de Vicente Garrido (2002); “Assédio sexual no local de trabalho”, CITE–
Comissão para a Igualdade no trabalho e no Emprego (1994), e por último o “Assédio
sexual no trabalho, como distinguir a verdade” de Marie-France Hirigoyen (2002), o qual
vou utilizar para a realização da ficha de leitura.
Com a expectativa de obter mais informação continuei a pesquisa, mas desta vez
no catálogo da biblioteca do Centro de Estudos Sociais (CES), mas não considerei
nenhum relevante para o trabalho.
Após ter terminado esta fase da pesquisa que se tornou bastante complicada visto
que não encontrei muita informação, dirigi-me então à biblioteca geral da Universidade
de Coimbra para procurar os livros segundo as cotas apresentadas, o que se tornou
bastante fácil.
Em relação à internet, o meu motor de busca foi o Google. Neste pesquisei com a
palavra “assédio” e obtive 1.740.000 resultados. Considerando que os resultados eram
muitos optei por restringir a pesquisa a “assédio moral” onde obtive 369.000 resultados.
De seguida pesquisei “assédio sexual” onde obtive 268.000 resultados.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
12
Perante esta situação e devido novamente ao excesso de informação optei por
fazer uma nova pesquisa, de forma a conseguir informação que agrupasse o “assédio
sexual” e o “assédio moral”, utilizei operadores booleanos pesquisando “assédio +moral
+sexual +Portugal” onde obtive 23.800 resultados.
Desta forma podemos ver numerosos resultados encontrados neste motor de
busca, pois, devido a isso, tive algumas dificuldades ao seleccionar informação.
Apesar de ter recolhido muita informação, considerei que os seguintes sites eram
importantes para a realização do trabalho:
http://mulher.sapo.pt/articles/actualidade/em_foco/744040.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%A9dio_moral
http://www.assediomoral.org/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%A9dio_sexual
http://www.assediomoral.org/spip.php?article1
http://www.assediomoral.org/spip.php?article2
http://www.assediomoral.org/spip.php?article3
http://www.assediomoral.org/spip.php?article9
Assédio sexual e moral no local de trabalho
13
4. Avaliação da página da internet A principal fonte de informação foi a internet, na qual destaquei a página que a
seguir vou avaliar.
Caracterização geral da página:
Nome do sítio – Assédio moral no trabalho: chega de humilhação!
Tipo de informação – carácter informativo
Público-alvo – vasto
Língua original: Português
Outras línguas: Inglês, Francês e Espanhol
Endereço URL: http://www.assediomoral.org/
As autoras deste site são: Margarida Barreto (ginecologista, médica do trabalho e
mestre em psicologia do trabalho) e Maria Benigna Arraes de Alencar (formada em
Letras e mestre em literatura), duas dos sete profissionais que compõem a esquipa que
desenvolve esta página.
Uma das qualidades desta página é que podemos exprimir a nossa opinião sobre
ela, através do envio de comentários, dúvidas e sugestões para o endereço electrónico
Os principais objectivos desta página são:
• Dar visibilidade ao tema;
• Democratizar a informação e com isso contribuir com o avanço das reflexões e
debates sobre o tema;
• Subsidiar as discussões dos movimentos sociais sobre o tema;
• Auxiliar a discussão política sobre o tema nas câmaras de Vereadores,
Assembleias Legislativas Estaduais, na Câmara Federal e no Senado;
• Auxiliar as vítimas divulgando informações que possam ser úteis para a solução
dos seus problemas;
• Dar subsídios para profissionais e pesquisadores interessados no assunto.
(Barreto e Alencar, 2008)
Assédio sexual e moral no local de trabalho
14
Em conclusão, a avaliação da página em questão é positiva relativamente ao
critério da autoria, dado o prestígio e a credibilidade dos seus colaboradores.
O seu endereço URL é intuitivo e curto, esta página dá informação de outros sites
disponíveis.
Esta apresenta publicidade, e ao fundo um espaço interactivo, que está
subdividido em quatro partes: questionário, humor, sua história, notícias.
A sua navegação é simples e eficaz, abordando assim o assunto de uma forma
ampla.
A informação, é dirigida ao público em geral, de uma forma clara e objectiva,
respeitando assim as regras de língua em que está escrito.
Outro ponto positivo desta página é a sua actualização, uma vez que a última foi
efectuada em Agosto de 2008.
Em comentário global, considero satisfatórios os critérios do alcance ao sítio,
devido a informação deste site se adequar aos objectivos para o meu trabalho.
Quanto ao grafismo, apesar de colorida, é legível e não requer qualquer esforço
visual. Retém vários menus, mas a disponibilidade da informação é imediata.
Globalmente, acho que se trata de uma página interessante e de fácil consulta,
satisfazendo os critérios de grafismo.
Este site ajudou-me sobretudo na restrição da abordagem do tema na questão do
“assédio moral”.
Em suma, considero este site acessível e bem elaborado.
Segue os critérios gerais de validação de fontes de informação, sendo a sua
avaliação bastante positiva.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
15
5. Ficha de Leitura
Título de publicação: O assédio no trabalho: como distinguir a verdade.
Autor: Marie-France Hirigoyen
Local onde se encontra: Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra
Data de publicação: 2002
Edição: 1ª
Local de edição: Cascais
Editora: Pergaminho, Lda.
Título do capítulo: “O que não é assédio”
Cota: 7-75 A-1-20
Páginas do capítulo: 16-30
Assunto: Este capítulo ajuda a distinguir o que é o assédio moral e o que não é.
Palavras-Chave: “stress”; “pressões”; “conflitos”; “desentendimentos”; “agressões”;
“más condições de trabalho”; “constrangimentos profissionais”; “violência externa”;
“violência física”; “violência sexual”.
Data de Leitura: Dezembro de 2008
Observações: Nada a registar
Notas sobre a autora:
Marie-France Hirigoyen nasceu em França em 1949 e é doutorada em medicina
desde 1978, esta é psiquiatra, psicanalista e psicoterapeuta familiar.
Começou a participar em seminários e conferências sobre gestão do stress em
1985. Estudando nos Estados Unidos na área de Vitimologia, um ramo da criminologia
que examina os efeitos psicológicos nas pessoas que sofreram vários ataques ou
Assédio sexual e moral no local de trabalho
16
agressividade. Trabalha em acções de formação com médicos do trabalho e de quadros de
empresas públicas e privadas.
Participa também em grupos de reflexão sobre o alcance do assédio moral e
divulga o assunto junto de diversas instituições e centros de formação.
Marie-France Hirigoyen
Assédio sexual e moral no local de trabalho
17
Capítulo 1
O que não é assédio
O Stress O assédio e o stress profissional são conceitos distintos. O stress pode ser definido como
um estado biológico e as situações sociais e sociopsicológicas são geradoras de stress. O
assédio moral é muito mais que isto, embora, neste, se passe por uma fase de stress,
quando o isolamento é moderado e a agressão apenas respeita às condições de trabalho.
Mas quando uma pessoa se apercebe da maldade de que está a ser objecto, falamos de
assédio moral. As consequências psicológicas são graves, pois a pessoa em questão toma
consciência da intenção de magoar. Com isto, virá uma ferida de amor-próprio, um
atentado à dignidade e uma desilusão ligada à perda de confiança.
O stress abre caminho para o assédio moral, mas quando se passa para o segundo estado,
as consequências para a saúde tornam-se mais graves. A passagem de uma fase para a
outra é difícil de detectar. A recuperação de ambos os estados também é diferente:
enquanto uma pessoa stressada recuperará através do descanso e de melhores condições
de trabalho; nas vítimas de assédio a vergonha e a humilhação persistem durante algum
tempo.
Hoje em dia as condições de trabalho são cada vez mais duras, o que vai criar stress. Mas,
não é este o objectivo, mas sim, aumentar a eficácia ou a rapidez no desempenho de uma
determinada tarefa. No assédio moral, o que é visado é o próprio indivíduo com uma
vontade mais ou menos consciente de o prejudicar. Neste caso, o único objectivo é
desembaraçar-se de uma pessoa que o incomoda. Esta violência não é útil nem à
organização nem ao bom funcionamento da empresa.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
18
As virtudes do conflito
Na opinião da autora, se existe assédio moral é porque não houve lugar a qualquer
conflito. Num conflito há lugar à expressão de censuras, enquanto que numa situação de
assédio há coisas não ditas e ocultadas.
As situações de conflitos são dolorosas para uma empresa, mas são necessárias, pois há
necessidade de mudança. Um conflito é assim uma fonte de renovação e de reorganização
ao obrigar a pôr as coisas em questão e a funcionar de novas formas, mobilizando
energias, aproximando pessoas, modificando alianças, deixando a complexidade e
trazendo um pouco de animação e de novidade a contextos profissionais rotineiros.
Um conflito é caracterizado por uma relação simétrica, ou seja, uma igualdade teórica de
protagonistas. Assume-se a existência do outro como interlocutor. Contudo, o que está
em causa não é o que é dito, mas sim a sua zona sombria à procura de uma identidade.
Cada um procura diferenciar-se e ser aceite. Este tipo de relações num ambiente
profissional pode levar à criação de grupos rivais, saindo daqui atitudes de competição e
rivalidade, mas todos têm o seu lugar e podem falar e defender-se.
Os conflitos que tardam a ser resolvidos podem transitar para situações de assédio moral.
Nesta situação já não há lugar para uma relação simétrica, mas uma relação em que um é
dominador e outro é dominado, na qual aquele que orienta procura submeter o outro e
fazer-lhe perder a sua identidade. O outro é desvalorizado em função daquilo que é, da
sua orientação sexual, da falta de competências ou da sua posição na hierarquia.
É um erro pretender evitar conflitos a qualquer preço, uma vez que estes são momentos
em que podemos mudar e ter em conta o outro, ou seja, enriquecer-nos. Em oposição ao
conflito, o assédio moral é uma forma de bloquear toda e qualquer mudança.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
19
A brutalidade dos gestores
Este conceito é aplicado aquando o comportamento tirânico de certos dirigentes
temperamentais que sujeitam os seus trabalhadores a pressões terríveis ou que os tratam
de forma violenta, provocando-os, insultando-os, sem os respeitar.
Enquanto que os procedimentos de assédio moral são ocultos, a violência destes tiranos
temperamentais é visível para todos. Estejam ou não conscientes da brutalidade das suas
acções, os seus comportamentos são indignos. Só uma acção colectiva lhes pode pôr fim.
É preciso que os trabalhadores reajam o mais depressa possível e de uma forma colectiva
de forma a denunciar estes comportamentos.
Há alguma dificuldade em distinguir este conceito do assédio moral, uma vez que estes
dirigentes utilizam, igualmente, comportamentos perversos.
As agressões ocasionais
O assédio moral são atitudes, palavras ou comportamentos que, considerados em
separado, podem parecer inofensivos, mas cuja repetição e sistematização os tornam
destruidores.
De uma forma geral, o assédio moral não é apropriado para qualificar uma atitude
agressiva ocasional por parte de um empregador, ainda que essa agressão tenha
consequências especialmente graves para a vítima.
Uma agressão verbal ocasional, a menos que seja antecedida de várias pequenas
agressões, é um acto de violência, mas não é assédio moral. Uma agressão ocasional pode
não passar da expressão de uma reacção ou de um impulso. Pode porém suceder que uma
agressão aparentemente única mas particularmente humilhante, como é o caso de certos
Assédio sexual e moral no local de trabalho
20
despedimentos brutais, pode ser considerada como assédio moral, pois trata-se de
dispensar uma pessoa intencionalmente.
Outras formas de violência
Existem outras formas de violência que podem não ser consideradas como assédio moral,
como a violência externa, provenha ela da falta de civilidade, de uma agressão à mão
armada ou de uma agressão por um cliente; violência física, que pode surgir da
degeneração de situações de assédio; a violência sexual, não entrando este no registo de
assédio moral.
As más condições de trabalho
É por vezes muito complicado distinguir o assédio moral das más condições de trabalho.
É nestes casos que a noção de intencionalidade assume toda a importância.
As más condições de trabalho são do domínio da inspecção do trabalho, que deve julgar
no lugar e aplicar sanções. A dificuldade reside em que, no caso do assédio moral, esta
desagregação se faz progressivamente sem que o trabalhador em questão possa
determinar em que momento as suas condições de trabalho se tornam francamente
anormais. É preciso notar que quanto mais precárias são as condições de trabalho, mais
atenção deve ser dada às pessoas que as vivem.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
21
Os constrangimentos profissionais
O assédio moral constitui um abuso e não deve ser confundido com as decisões tomadas e
que dizem respeito à organização do trabalho como as transferências e mudanças
de local de trabalho. Nem estas, nem as críticas construtivas e as avaliações do trabalho
prestado constituem assédio.
A grande parte dos contratos de trabalho comporta cláusulas com objectivos a serem
atingidos e que mantêm uma pressão constante sobre os assalariados pela obrigação de o
conseguirem, não atendendo à sua saúde. Certas pessoas, quando se encontram pouco
motivadas pelo seu trabalho, sentem-se assediadas quando as criticam,
independentemente do objectivo da crítica.
A diferença entre a legítima pressão de um superior hierárquico para fazer com que os
seus empregados trabalhem e um comportamento abusivo nem sempre é evidente. Sendo
assim, os quadros devem aprender a fazer passar as suas mensagens de uma forma
respeitosa, tendo em consideração a personalidade do trabalhador.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
22
6. Conclusão
Como conclusão deste trabalho é mencionar que o trabalho é de certa forma
“complexo” no sentido em que exige de uma pesquisa bastante pormenorizada.
À medida que fui elaborando o trabalho fiquei a conhecer o tema de uma forma
precisa e clara.
Um dos grandes problemas com que me deparei foi o facto da informação
encontrada ser bastante repetitiva o que não é de admirar pois tanto o assédio sexual
como o assédio moral não podem ter perspectivas diferentes daquelas que encontrei.
Com a elaboração deste trabalho fiquei com a noção que o problema é bastante
grave, mas toda a gente despreza este assunto não lhe dando a importância merecida.
Relativamente aos objectivos da cadeira espero tê-los cumprido de forma
positiva, tendo em conta que o tempo que tive, para a realização deste ser um pouco
escasso, e ter bastantes trabalhos para fazer ao longo deste semestre. Este trabalho deu-
me imenso prazer elaborá-lo, uma vez que me fui instruindo acerca desta problemática.
Assédio sexual e moral no local de trabalho
23
7. Referências bibliográficas I. Livros
CITE – Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (1994), Assédio sexual
no local de trabalho. Lisboa: Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Garrido, Vicente (2002), Amores que matam - Assédio e violência contra as mulheres.
Cascais: Algar Editorial.
Hirigoyen, Marie (2002), “O que não é assédio”, in Marie France Hirigoyen, O assédio
no trabalho: como distinguir a verdade. Lisboa: Pergaminho, 16-30
II. Internet
Assédio moral no trabalho (2008b), “O que é assédio moral”. Página consultada a 21 de
Novembro de 2008, disponível em
http://www.assediomoral.org/spip.php?article1
Assédio moral no trabalho (2008c), “Fases da humilhação no trabalho”. Página
consultada a 21 de Novembro de 2008, disponível em
http://www.assediomoral.org/spip.php?article2
Assédio moral no trabalho (2008d), “Estratégias do agressor”. Página consultada a 21
de Novembro de 2008, disponível em
http://www.assediomoral.org/spip.php?article3
Assédio sexual e moral no local de trabalho
24
Assédio moral no trabalho (2008e), “O que a vítima deve fazer?”. Página consultada a
21 de Novembro de 2008, disponível em
http://www.assediomoral.org/spip.php?article9
Barreto, Margarida e Alencar, Maria (2008), “Assédio moral no trabalho: chega de
humilhação”. Página consultada a 21 de Novembro de 2008, disponível em
http://www.assediomoral.org/
Sapo Mulher (2006), “Sapo Mulher - Assédio sexual no local de trabalho”. Página
consultada a 21 de Novembro de 2008, disponível em
http://mulher.sapo.pt/articles/actualidade/em_foco/744040.htm
Wikipédia (2008a), “Assédio Moral”. Página consultada a 21 de Novembro de 2008,
disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%A9dio_moral
Wikipédia (2008b), “Assédio Sexual”. Página consultada a 21 de Novembro de 2008,
disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%A9dio_sexual
III. Imagem da capa flickr.com/photos/56107383@N00/2325295012/
ANEXO A
Página da internet avaliada: Assédio moral no trabalho,
chega de humilhação! Endereço URL: http://www.assediomoral.org/