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Auditoria de Prontuário s Enfermeira Ceres Costa Espec. em Auditoria de Serviços e Sistemas de Saúde

Auditoria de Prontuários

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Quais os pontos a serem considerados em auditoria de prontuário?

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Auditoria de pronturios mdicos

Auditoria de PronturiosEnfermeira Ceres CostaEspec. em Auditoria de Servios e Sistemas de SadeNo Brasil, coube ao hospital das clnicas da Faculdade de Medicina da USP, em 1943 a implantao do arquivo mdico, que serviu de modelo para outros hospitais brasileiros.A partir da dcada de 70 com os convnios com a Previdncia Social, se percebeu uma melhoria nos registros dos hospitais.Hipcrates, no sec. 5 A.C., dizia que o registro mdico deveria refletir exatamente o curso da doena e indicar as suas possveis causas.PRONTURIO - HISTRICORegistros datam de 4.500 anos antes de Cristo.Um dos documentos mais antigos que existem um papiro egpcio, atribudo ao mdico Imhotep (3.000-2.500 a.C.). Mede cerca de 4,5 m. de comprimento por 3,2 m. de largura e contm a descrio de 48 casos cirrgicos.PRONTURIO - HISTRICOPRONTURIO - SIGNIFICADO

documento nico, constitudo de um conjunto de informaes, sinais e imagens registrados, gerados a partir de fatos, acontecimentos e situaes sobre a sade do paciente e a assistncia a ele prestada, de carter legal, sigiloso e cientfico, que possibilita a comunicao entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistncia prestada ao indivduo (Resoluo do CFM n. 1.638/02)Para simplificar o conjunto de documentos relativos assistncia prestada a um paciente.PRONTURIO - CONCEITO

SEGUNDO GENIVAL VELOSO DE FRANA

RESPONSABILIDADE PELO PRONTURIO

Fonte: RESOLUO CFM 1638/02FINALIDADESPara o paciente;Para o hospital;Para a equipe de sade;Para o ensino e pesquisa.

FUNESApoiar o processo de ateno sade, servindo de fonte de informao clinica e administrativa; registro legal das aes da equipe de sade;Deve apoiar a pesquisa;Deve promover o ensino e gerenciamento dos servios, fornecendo dados para cobranas e reembolso, autorizao dos seguros, suporte para aspectos organizacionais e gerenciamento do custo.

PRONTURIO FINALIDADES E FUNESASPECTO DE ENSINO E PESQUISA

ASPECTO DE INFORMAO E FATURAMENTO

DEFESA

12DIREITOS DOS USURIOS DOS SERVIOS DE SADE LEI 10.241/99

PRONTURIO ACESSO, SADA E CPIASolicitao pelo prprio paciente:O pronturio pertence ao paciente, portanto um direito do paciente ter acesso, a qualquer momento, ao seu pronturio, recebendo por escrito o diagnstico e o tratamento indicado, com a identificao do nome do profissional e o nmero de registro no rgo de regulamentao e controle da profisso (CRM, Coren etc.), podendo, inclusive, solicitar cpias do mesmo.

Solicitao dos familiares e/ou do responsvel legal do paciente: Quando da solicitao do responsvel legal pelo paciente sendo este menor ou incapaz o acesso ao pronturio deve ser-lhe permitido e, se solicitado, fornecer as cpias solicitadas ou elaborar um laudo que contenha o resumo das informaes l contidas. No caso de ter havido bito, o laudo dever revelar o diagnstico, o procedimento do mdico e a "causa mortis". Em qualquer caso, o pronturio original, na sua totalidade ou em partes, no deve ser fornecido aos solicitantes, pois documento que, obrigatoriamente, precisa ser arquivado pela entidade que o elaborou. Os laudos mdicos emitidos a partir das informaes constantes do pronturio do paciente no podem ser registrados facultando-se, porm, a critrios da entidade, a cobrana das xerocpias quando fornecidas por ela.

PRONTURIO ACESSO, SADA E CPIASolicitao por outras entidades:Salvo com autorizao expressa do paciente vedado ao mdico fornecer tais informaes, (Artigo 102 do CEM), salvo por justa causa, isto , quando diante de um estado extremo de necessidade. Haver justa causa quando a revelao for o nico meio de conjurar perigo atual ou iminente e injusto para si e para outro. O acesso ao pronturio pelo mdico auditor enquadra-se no princpio do dever legal, j que ele tem atribuio de perito para analisar a cobrana dos servios prestados, cabendo opinar pela regularidade dos procedimentos efetuados e registrados, tendo, inclusive, o direito de examinar o paciente para confrontar o descrito no pronturio. Esse acesso deve ocorrer dentro das dependncias da instituio de assistncia sade responsvel por sua posse e guarda. PRONTURIO ACESSO, SADA E CPIASolicitao do pronturio do paciente por autoridades policiais ou judicirias Com relao ao pedido de cpia do pronturio por Autoridades Policiais e/ou Judicirias por "justa causa" ou implicando em "dever legal" ou por autorizao expressa do paciente, o mdico est liberado do segredo. No entanto, o segredo mdico tambm no deve ser revelado para autoridade judiciria ou policial. No h disposio legal que respalde ordens desta natureza. De acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal no "Habeas Corpus" n. 39308 de So Paulo, cuja ementa a seguinte: "Segredo profissional. Constitui constrangimento ilegal a exigncia da revelao do sigilo e participao de anotaes constantes das clnicas e hospitais." Por fora do sigilo, as informaes contidas no pronturio do paciente alcanam todos os profissionais e pessoas afins que, por dever de ofcio, tenham acesso ao pronturio.

CONSIDERAES SOBRE AUDITORIA DE PRONTURIOSA anlise do pronturio de competncia exclusiva dos profissionais de sade; Os profissionais de sade esto sujeitos ao segredo profissional em obedincia aos respectivos cdigos de tica;O seu contedo reflete a qualidade da assistncia prestada, visto que o Pronturio do paciente contm registros importantes da patologia do paciente, devendo sempre ser examinado no seu local de guarda ou seja nas dependncias da unidade.17AUDITORIA DE PRONTURIOS (AIH)Escolha da amostragem para anlise:unidade com at 100 internamentos - 100%unidade com 101 a 200 internamentos -75%unidade com 201 a 300 internamentos - 50%unidade com 301 a 500 internamentos - 30%unidade com mais de 500 internamentos - 20%18PRONTURIO PREENCHIMENTOAspectos ticos e legais - EnfermagemDecreto n 50.387, de 28 de Maro de 1961, que regulamenta a Lei 2.604/1955. Art. 14., inciso c;Decreto n 94.406, de 08 de junho de 1987, que regulamenta a Lei 7.498/1986. Art. 11, inciso II.Resoluo do Conselho Federal de Enfermagem 272/2002, que dispe sobre a SAE nas instituies de sade. Art. 3.

Aspectos ticos e legais MdicoResoluo CFM n 1.246/1988 no Captulo V.Resoluo CFM n. 1.605/2000 Como proceder em relao ao pronturio;Resoluo CFM n. 1.638/2002 Define a obrigatoriedade da Comisso de Reviso de Pronturio;Resoluo CFM n. 1.639/2002 Dispe sobre o tempo de guarda e o arquivamento em meio eletrnico.

PRONTURIO PREENCHIMENTOO que no deve ser feito no pronturio:Escrever a lpis;Escrever a caneta com tinta muito clara;Usar lquido corretor;Deixar espaos ou folhas em branco;Fazer anotaes que no se referem ao paciente;Conter rasuras ;Conter manchas;Repetio de informaes e impressos;Ambiguidade.

PRONTURIO PREENCHIMENTODados incompletosLegibilidade Ex. Por falta de clareza, podem ocorrer mudanas, como nestes exemplos: Feldeno/Teldane; Plasil/Flagyl; Amoxil/Amaril; Lasix/Losec (Salinas, 2003). Erros gramaticais Ex. foi feito (feita) radiografia, umbelical (umbilical), esterelizar (esterilizar).Abreviaturas, siglas e sinais imprprios Ex. Ca em tto de pn + dp 13 dias.PRONTURIO PREENCHIMENTOPRONTURIO PREENCHIMENTOTodos os documentos do Pronturio do paciente devero estar corretamente preenchidos com letras legveis, assinados e carimbados;

Prescrio e evoluo mdica diria;

Relatrio dirio da evoluo de enfermagem;

Registro dirio dos sinais vitais;

Descrio dos atos cirrgicos e anestsicos realizados;

Devero ser anexados ao pronturio as comprovaes dos resultados dos exames complementares.23PRONTURIO O QUE DEVE SER REGISTRADOAtendimento ambulatorial; Atendimento de urgncia; Evoluo mdica; Evoluo de enfermagem e de outros profissionais assistentes. No caso de internao, as evolues devem ser dirias, com data e horrio em todas elas; Partograma (em obstetrcia); Prescrio mdica; Prescrio de enfermagem e de outros profissionais assistentes - No caso de internao, as prescries devem ser dirias, com data e horrio em todas elas; Exames complementares (laboratoriais, radiolgicos, ultrassonografias e outros) e seus respectivos resultados; Descrio cirrgica; Ficha de anestesia; Material usado no centro cirrgico ou obsttrico (gasto de sala); Resumo de alta; Boletins mdicos.

PRONTURIO O QUE DEVE SER REGISTRADOO nome completo do paciente deve constar em todas as folhas do pronturio. Os documentos gerados no atendimento de urgncia e no ambulatrio devem ser arquivados junto com o pronturio em caso de gerar internao hospitalar.ITENS OBRIGATRIOS NO PRONTURIO DO PACIENTE Identificao da paciente; Anamnese; Exame fsico; Hipteses diagnsticas; Diagnstico(s) definitivo(s); Tratamento(s) efetuado(s);Cpia do Espelho da AIH devidamente assinada pelo Diretor Tcnico;Laudo de solicitao de AIH e laudo de solicitao de procedimento especial.

ANLISE DO PRONTURIOLaudo de solicitao da AIH: Confrontar o procedimento solicitado com o autorizado e o realizado (AIH simulada); Em caso de mudana de procedimento, verificar se foi autorizado.

Histria e evoluo clnica: Avaliar a compatibilidade entre o procedimento realizado com: anamnese, exame fsico, SADT e teraputica, constantes no pronturio.28ANLISE DO PRONTURIOPrescrio mdica: Os medicamentos prescritos devem ser compatveis com o diagnstico;

Evoluo e procedimentos de enfermagem: Analisar cuidados de enfermagem e anotaes constantes no pronturio;

Descrio cirrgica: Analisar compatibilidade da descrio com o procedimento solicita-do/autorizado/realizado.29ANLISE DO PRONTURIOFicha de anestesia: Analisar o tempo de durao do ato e medicamentos / gases utilizados;

Ficha obsttrica: Analisar informao sobre o tipo de parto e indicaes;

Procedimentos especiais e rteses e prteses: Analisar se o realizado est compatvel com o procedimento autorizado e comprovao radiolgica.30ANLISE DO FATURAMENTO SIHVerificar se o quantitativo de pronturios apresentados para auditoria confere com a quantidade de AIH do processamento analisado;

Se o nome do paciente da AIH o mesmo do pronturio e da AIH simulada;

Se os dados constantes na AIH simulada conferem com os do relatrio demonstrativo de AIH pagas;

Se o preenchimento do laudo mdico est correto.31 vedado ao auditor

Auditar qualquer procedimento assistencial autorizado por si mesmo;

Auditar ou fiscalizar entidades onde preste servios na qualidade de autnomo ou empregado;Ser proprietrio, dirigente acionista, scio quotista ou participante, sob qualquer forma, de entidade que preste servios ao SUS, em qualquer das esferas de governo.

32DISPOSIO GERALTodo Pronturio dever ser arquivado no mnimo por 20 anos e, nos casos de hospitais maternidade, os pronturios de parto devero ser arquivados por 21 anos, conforme estabelecido no Estatuto da Criana e do Adolescente. Decorrido esses prazos, os originais podem ser substitudos por mtodos de registro capazes de assegurar a restaurao plena das informaes nele contidas Resoluo do CFM n. 1.639, de 10/7/02.33BRASIL. Ministrio da Sade. Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Orientaes Tcnicas Sobre Auditoria na Assistncia Ambulatorial e Hospitalar no SUS: Caderno 3/Ministrio Da Sade, Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2005.CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO DISTRITO FEDERAL. Pronturio do paciente do paciente: guia para uso prtico / Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal . Braslia: Conselho Regional de Medicina, 2006.POSSARI, Joo Francisco. Pronturio do paciente e os registros de enfermagem. 2 ed. So Paulo:Itria, 2007.

REFERNCIAS

REFERNCIAS

BRASIL. Ministrio da Sade/ Secretaria de Ateno Sade/ Departamento de Regulao, Avaliao e Controle/Coordenao-Geral de Sistemas de Informao. Manual Tcnico Operacional Do Sistema De Informao Hospitalal Orientaes Tcnicas . Verso 01. 2013. Braslia: Editora do Ministrio da Sade, 2010.