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Questões Comentadas de Direito Constitucional – ANS
Prof. Luiz Felipe Ferreira – Aula 01-Parte 1
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AULA 01:
Direitos e garantias fundamentais (Parte I)
SUMÁRIO PÁGINA
1. Apresentação 1
2. Questões 1 2
3. Questões 2 27
4. Explanação Art. 5º 45
5. Art. 5º Literal 74
Olá, pessoal!
Bem-vindos à primeira parte da aula 01 do nosso curso de Questões de
Direito Constitucional para o concurso da ANS.
Primeiramente, peço desculpas pelo atraso nas aulas, mas adoeci
severamente na ultima semana, que comprometeu todas as minhas
atividades profissionais.
Não fiquem preocupados, pois recuperaremos este tempo.
Esta aula é a “parte 1” pelo fato de que trabalharemos aqui com questões
do Cespe e da FCC. Teremos uma aula extra com algumas questões da
Vunesp também. É bom para exercitar.
Vamos começar?
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1-(FCC/2012/TRF – 5ªR- Analista) Conversação telefônica
mantida entre duas pessoas é gravada por um dos interlocutores,
sem o conhecimento do outro, com a intenção de produzir prova
para defesa própria em processo criminal. Nessa hipótese,
considerada a disciplina constitucional dos direitos e garantias
fundamentais, a gravação é considerada
a) prova obtida por meio ilícito, não podendo ser utilizada no
processo, embora possam ser aproveitadas processualmente
provas obtidas a partir de elementos colhidos na gravação.
b) ofensiva ao direito de intimidade daquele que desconhecia sua
realização, razão pela qual sua utilização como meio de prova
depende da concordância prévia deste.
c) ofensiva à garantia do sigilo das comunicações telefônicas, que
somente podem ser interceptadas por determinação judicial,
razão pela qual não serve como meio de prova.
d) ofensiva à garantia do contraditório e da ampla defesa, uma
vez que produzida sem o conhecimento de uma das partes
envolvidas, o que impede sua utilização no processo.
e) lícita, podendo ser utilizada no processo para os fins
pretendidos.
Comentários:
Caramba, pessoal, já começamos com essa pedrada da FCC!!! Rsrsrs...
Palavras do Ministro Joaquim Barbosa respondem o nosso
questionamento. Como é algo recente, ponham as barbas de molho!
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. GRAVAÇÃO AMBIENTAL FEITA POR UM
INTERLOCUTOR SEM CONHECIMENTO DOS OUTROS:
CONSTITUCIONALIDADE. AUSENTE CAUSA LEGAL DE
SIGILO DO CONTEÚDO DO DIÁLOGO. PRECEDENTES.
1. A gravação ambiental meramente clandestina,
realizada por um dos interlocutores, não se confunde
com a interceptação, objeto cláusula constitucional de
reserva de jurisdição.
2. É lícita a prova consistente em gravação de
conversa telefônica realizada por um dos
interlocutores, sem conhecimento do outro, se
não há causa legal específica de sigilo nem de
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reserva da conversação. Precedentes.
3. Agravo regimental desprovido.
Bem, a alternativa que mais se coaduna com o entendimento do STF é a
letra e), nosso gabarito.
2-(FCC/2012/TST – Analista) Uma lei que considerasse a prática
de racismo crime inafiançável, sujeitando o autor do crime à pena
perpétua de reclusão e de trabalhos forçados seria
inconstitucional,
a) apenas por ser vedada a instituição de penas perpétuas.
b) apenas por ser vedada a instituição de penas de trabalho
forçado.
c) por ser vedada a instituição de penas perpétuas e de reclusão.
d) por ser vedada a instituição de penas perpétuas e de trabalhos
forçados.
e) apenas por ser vedada a instituição de crimes inafiançáveis.
Comentários:
Pessoal, a CF 1988 deixa consignado o seguinte:
É o que diz o Art 5º, XLV. Enquanto isso, o confronto com o inc. XLII, nos
mostra que o racismo constitui crime realmente inafiançável e
imprescritível.
Não haverá penas:
de morte, salvo em caso de guerra declarada
de trabalhos forçados
de banimento
perpétuas
cruéis
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XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
da lei;
Portanto, ficamos com a alternativa que nos diz que a lei seria
inconstitucional por serem vedadas as penas perpétuas e de trabalhos
forçados. Gabarito: letra d).
3-(FCC/2012/TRT – Juiz) Tendo sido noticiado pela imprensa que
haviam sido formuladas denúncias contra si perante a
Corregedoria-Geral da União, as quais afirma serem inverídicas,
um indivíduo formula pedido junto ao órgão para obter, por meio
de certidão, a identificação dos autores das referidas denúncias, a
fim de que a certidão em questão possa ser utilizada, na defesa de
direitos, como meio de prova em processo judicial. O pedido para
obtenção da certidão é indeferido. Em tal situação, a fim de ver
sua pretensão acolhida perante o órgão correicional, poderá o
indivíduo valer-se judicialmente da impetração de
a) mandado de injunção.
b) ação popular.
c) habeas corpus.
d) habeas data.
e) mandado de segurança.
Comentários:
Pessoal, questão muito legal e muito batidinha em concursos públicos.
Temos aqui um direito líquido e certo sendo violado:
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado;
Neste caso, o remédio constitucional apropriado é o Mandado de
Segurança. Vejam:
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LXIX - conceder-se-á Mandado de segurança para
proteger direito liquido e certo, não amparado por
habeas corpus e habeas data, quando o responsável
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do poder público.
Gabarito: letra e).
4-(FCC/2012/TRT – Juiz) Paulo, maior e capaz, pintor famoso com
patrimônio de mais de trinta milhões de reais, de fama internacional,
resolveu doar dois quadros de sua autoria, estimados cada um deles em
um milhão de reais, para uma determinada instituição beneficente da
qual sua amante, Claudete, é diretora. Porém, Ricardo e Raul, filhos de
Paulo, desgostosos com o ato do pai, resolveram questionar a doação.
Segundo a Constituição Federal brasileira, a doação dessas obras de
arte é
a) inconstitucional.
b) inválida.
c) ilícita.
d) permitida.
e) vedada.
Comentários:
Pessoal, o art. 5º, inc. XXVII da CF diz que "aos autores pertence o direito
exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar".
Logo, a própria Constituição garante aos autores de dispor de suas obras,
enquanto vivos.
Gabarito: letra d).
5-(FCC/2012/TRT – Juiz) Caio, Pompeu, Cesar, Flávio e Otaviano, são,
respectivamente, policial civil, delegado de polícia, promotor de justiça,
juiz de direito e jornalista. Júlio, sem estar em estado de flagrante
delito, foi preso no interior de casa durante o dia por policiais militares
que, sem autorização do morador, arrebentaram a porta de entrada e
efetuaram sua prisão. No caso, para que a prisão de Júlio seja válida, é
necessária a prévia determinação de
a) Cesar
b) Pompeu.
c) Caio.
d) Otaviano.
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e) Flávio
Comentários:
Pessoal, o detalhe mais importante desta questão é o fato de Júlio NÃO
estar em flagrante delito. A base utilizada pela banca para dar o gabarito
foi o seguinte dispositivo:
Art. 5º (...)
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos
casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei
Gabarito: letra e).
6-(FCC/2012/TRT 6ª–Analista) O princípio constitucional, relacionado
aos direitos fundamentais, que embasa a "Lei Maria da Penha",
permitindo que a mulher receba um tratamento jurídico preferencial em
relação ao homem nas situações de violência doméstica e familiar, é o
da
a) função social da propriedade.
b) liberdade individual.
c) igualdade material.
d) inviolabilidade domiciliar.
e) segurança jurídica.
Comentários:
Pessoal, muito bacana esta questão. “Tratar os desiguais na medida de
suas desigualdades” é exatamente o conceito de igualdade material ou
igualdade “na prática”!
Gabarito: letra c).
7-(FCC/2012/TRT 6ª–Analista) Segundo o Art. 5o da Constituição
Federal, é livre a manifestação do pensamento, sendo
a) vedado o anonimato.
b) vedada a propaganda ideológica.
c) vedados os cultos religiosos.
d) vedada a manifestação de estrangeiros.
e) vedada a parcialidade na Comunicação Social.
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Comentários:
Pessoal, a CF 1988 prevê que a manifestação de pensamento é livre, não
obstante exija que aquele que se manifesta se responsabilize pelo que
pensa, vedando o anonimato. Vejam:
CF/88 -Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...)
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato;
8-(FCC/2012/TRT 6ª–Analista) Gerson, ao retornar do trabalho, foi
surpreendido com a presença dos bombeiros no quintal de sua casa,
pois estavam realizado o resgate de cinco pessoas, que foram
soterradas pelo deslizamento de terra do morro nos fundos do seu
imóvel. Os bombeiros foram obrigados a demolir parte da casa de
Gerson para poder posicionar uma máquina a fim de auxiliar no resgate,
causando extremo dano no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) ao
imóvel. Segundo inciso XXV do artigo 5o da Constituição Federal, os
danos causados pela autoridade competente na casa de Gerson:
a) não serão indenizados porque era caso de perigo público.
b) serão passíveis de indenização ulterior.
A manifestação do pensamento
é livre Mas o anonimato é vedado
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c) não serão indenizados porque os Bombeiros estão autorizados, em
caso de perigo público, a ingressar em qualquer imóvel.
d) serão indenizados até o limite máximo de R$ 10.000,00 (dez mil
reais).
e) serão indenizados até o limite máximo de R$ 50.000,00 (cinquenta
mil reais).
Comentários:
Pessoal, a questão fala do instituto da ‘requisição administrativa’.
Art. 5º(...)
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
Assim, o particular deverá tolerar a ocupação ou o uso de sua propriedade
durante determinado período de tempo, de modo que o poder público
possa enfrentar a situação de iminente perigo público. Caso haja dano,
será assegurada ‘indenização ulterior’. Observem que a CF 1988 não
limita ou sequer estabelece em que proporção esta indenização se dará.
Gabarito: letra b).
9-(FCC/2012/TRT 6ª–Analista) Lúcio, Amélia e Tito, respectivamente,
pai, mãe e filho, são lavradores na pequena Cidade de Amambaí, Estado
do Mato Grosso do Sul, e sozinhos, sem a ajuda de funcionários,
cultivam soja na sua pequena propriedade rural, assim definida em lei.
Lúcio investiu todas as suas economias pessoais na compra de uma
máquina específica para ajudar a sua família na colheita da soja,
acreditando que seria farta e que a máquina lhes traria um excelente
resultado econômico. Porém, ocorreu uma geada que estragou toda a
plantação, deixando Lúcio sem condições de saldar seus débitos
vencidos decorrentes da atividade produtiva, sendo processado
judicialmente. Nesse caso, a referida pequena propriedade rural
a) será penhorada, porém o Juiz limitará a penhora à parte de
propriedade de Lúcio, pois Amélia e Tito não compraram a máquina.
b) é penhorável sempre porque deve garantir o pagamento integral das
dividas decorrentes da atividade produtiva, independentemente da
existência de outros bens.
c) será penhorada desde que não existam outros bens penhoráveis.
d) será penhorada, mas, segundo a Constituição Federal, o Juiz dará a
prévia oportunidade a Lucio de pagar as dívidas em trinta e seis meses
sem juros.
e) é impenhorável, face a vedação constitucional.
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Comentários:
A família de Lúcio ficou endividada por adquirir maquinário para otimizar
sua atividade produtiva. Vejam o que diz a CF:
Art. 5º (...)
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em
lei, desde que trabalhada pela família, não será
objeto de penhora para pagamento de
débitos decorrentes de sua atividade
produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar
o seu desenvolvimento;
Por isso, gabarito letra e).
10-(FCC/2012/TJ-PE Oficial de Justiça) Herculano, condômino,
desgostoso com os atos de arbitrariedade praticados pelo síndico em
exercício do edifício onde reside, resolveu manifestar suas criticas por
meio de cartas dirigidas aos demais condôminos. Com medo de sofrer
represálias do síndico, Herculano não se identificou nas cartas,
reservando-se ao anonimato. Nesse caso, segundo a Constituição
Federal,
a) não é livre a manifestação do pensamento, pois é inviolável o sigilo
da correspondência.
b) é livre a manifestação do pensamento, sendo permitido o anonimato,
assegurado o direito à indenização pelo dano moral decorrente de sua
violação.
c) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
d) não é livre a manifestação do pensamento, pois é inviolável a imagem
das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano moral
decorrente de sua violação.
e) não é livre a manifestação do pensamento, pois ninguém será privado
de direitos por motivo de crença política.
Comentários:
Pessoal, a FCC gosta deste enunciado. E ele é bem básico:
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CF/88 -Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
(...)
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato;
Gabarito: letra c).
11-(FCC/2012/TRF 2ª Analista) Jean Luke, integrante de
determinado grupo armado fardado de pessoas civis, que, sem
autorização governamental, por conta própria combate com
violência as queimadas e o desmatamento na Amazônia, bem
como protege os índios, invocou convicção política para se eximir
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei. Conforme o disposto na
Constituição Federal brasileira, Jean Luke
a) não poderá ser privado de direitos, pois combate as queimadas
e o desmatamento, protegendo a Amazônia.
b) poderá ser privado de direitos.
c) não poderá ser privado de direitos, pois protege legalmente a
população indígena.
d) não poderá ser privado de direitos, pois luta contra o
aquecimento global, direito maior, defendido pela Carta Magna.
e) não poderá ser privado de direitos, pois, assim agindo, serve ao
país.
Comentários:
Pessoal, a Constituição Federal de 1988 põe a salvo os direitos dos
cidadãos quanto a suas crenças e convicções, determinando que ninguém
seja privado de direitos por motivos de tais crenças. No caso de obrigação
legal imposta a todos, será proposta obrigação alternativa, de modo que o
cidadão não seja agredido moral e psicologicamente.
Art. 5º VIII - ninguém será privado de direitos por
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
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política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
No caso de o individuo tentar se escusar também da obrigação
alternativa, alegando os mesmos imperativos de consciência (crença
religiosa ou convicções filosóficas e políticas), sujeitar-se-á à suspensão
dos direitos políticos, conforme nos relata a própria CF (Art. 15, IV, CF
1988).
Gabarito: letra b).
12-(FCC/2012/TRF 2ª Analista) Sebastião foi preso em flagrante e
levado pela autoridade policial para a Delegacia de Polícia mais próxima
do local do crime. Segundo a Constituição Federal brasileira,
a) se não houver familiar, Sebastião poderá indicar pessoa para que seja
avisada de sua prisão, aviso esse que será realizado pela autoridade
policial até vinte e quatro horas do crime, oficiando o juiz competente
no prazo de cinco dias.
b) o juiz competente e a família apenas deverão ser avisados pela
autoridade policial do local do crime, até vinte e quatro horas da prisão
de Sebastião.
c) a família deverá ser avisada pela autoridade policial até vinte e
quatro horas da prisão de Sebastião e o juiz competente até quarenta e
oito horas.
d) o juiz competente deverá ser avisado pela autoridade policial até
vinte e quatro horas da prisão de Sebastião e a família no prazo de
quarenta e oito horas.
e) a autoridade policial deve comunicar imediatamente ao juiz
competente e à família do preso, ou à pessoa por ele indicada, sobre a
prisão e a Delegacia de Polícia para onde Sebastião foi levado.
Comentários:
Pessoal, a questão fala sobre o chamado “Direito dos Presos”. Na situação
relatada, de prisão em flagrante, o juiz competente e a família do preso
deverão ser comunicados imediatamente. Vejam:
Art.5º(...)
LXII. a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e a família do preso ou a pessoa por ele
indicada.
Gabarito: Letra e).
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13-(FCC/2012/TRF 2ª Analista) A norma constitucional que determina
que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato”, tem, segundo o paragrafo primeiro do artigo 5º da
Constituição Federal brasileira, aplicação
a) restritiva.
b) imediata.
c) subjetiva.
d) minimizada.
e) atípica.
Comentários:
A norma a que se refere o enunciado traduz um direito fundamental, e,
segundo a CF, tem aplicação imediata.
Gabarito: letra b).
14-(FCC/2012/INSS Perito) Segundo previsão expressa da Constituição
Federal, a pena de morte
a) não é admitida, em nenhuma hipótese.
b) é admitida no caso de crimes hediondos.
c) poderá ser substituída pela pena de banimento, no caso de crimes
contra a segurança nacional.
d) é admitida no caso de guerra declarada.
e) é admitida, desde que não cause sofrimento ao condenado.
Comentários:
Pessoal, a pena de morte apenas será admitida em caso de guerra
declarada.
Reveja o esquema das penas vedadas:
...possuem aplicabilidade
imediata
...e garantias fundamentais..
Normas definidoras de
direitos...
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Gabarito: Letra d).
15-(FCC/2012/INSS Perito) Suponha que o chefe de uma determinada repartição pública, por ter poder de decisão sobre
assuntos da Administração Pública, utilize esta condição para beneficiar parentes. A garantia constitucional que poderá ser
utilizada contra essa situação é
a) o habeas corpus, em defesa dos princípios da razoabilidade e moralidade.
b) o habeas corpus, em defesa dos princípios da presunção de veracidade e moralidade.
c) o habeas data, em defesa dos princípios da eficiência e razoabilidade.
d) o mandado de injunção, em defesa dos princípios da impessoalidade e publicidade.
e) a ação popular, em defesa dos princípios da moralidade e impessoalidade.
Comentários:
Pessoal, vejam o dispositivo da ação popular:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
Não haverá penas:
de morte, salvo em caso de guerra declarada
de trabalhos forçados
de banimento
perpétuas
cruéis
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autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
Conforme podemos verificar, as atitudes do chefe da repartição pública
estão ferindo princípios importantes da administração pública, como a
moralidade e a impessoalidade, de modo que se afigura possível o uso da
figura da ação popular.
Gabarito: letra e).
16-(FCC/2012/INSS Técnico) A garantia individual adequada para
alguém que sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder, é
a) o mandado de segurança.
b) o habeas data.
c) a ação civil pública.
d) o habeas corpus.
e) o mandado de injunção.
Comentários:
Pessoal, vejam o dispositivo do Habeas Corpus:
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
Trata-se de ação que visa a proteger o cidadão contra constrangimentos
em seu direito de ir, vir e permanecer. É ação suprema, pessoal, e possui
natureza mandamental!
Gabarito: letra d).
17-(FCC/2012/INSS Técnico) Cinco amigos, moradores de uma
favela, decidem criar uma associação para lutar por melhorias nas
condições de saneamento básico do local. Um político da região,
sabendo da iniciativa, informa-lhes que, para tanto, será
necessário obter, junto à Prefeitura, uma autorização para sua
criação e funcionamento. Nesta hipótese, ,
a) os cinco amigos não conseguirão criar a associação, pois a
Constituição Federal exige um número mínimo de dez integrantes
para essa iniciativa.
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b) a informação que receberam está errada, pois a Constituição
Federal estabelece que a criação de associações independe de
autorização.
c) após a criação da associação, os moradores da favela serão
obrigados a se associarem.
d) o estatuto da associação poderá prever atividades
paramilitares, caso essa medida seja necessária para a proteção
de seus integrantes.
e) para iniciar suas atividades, a associação precisará, além da
autorização da prefeitura, de um alvará judicial.
Comentários:
Está aí uma coisa que os políticos brasileiros sabem fazer: falar bobagem!
A liberdade de associação é plena, desde que para fins lícitos e vedada a
de caráter paramilitar. Ademais, a própria CF estabelece que a criação de
associações independe de autorização estatal.
Gabarito: letra b).
18-(FCC/2012/INSS Técnico) A Constituição da República
assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas,
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas e
estabelecimentos privados, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal.
c) o registro civil de nascimento, a certidão de casamento e a
certidão de óbito.
d) as ações de habeas corpus, habeas data e o mandado de
segurança.
e) a prestação de assistência jurídica integral pelo Estado.
Comentários:
Questão muito fácil, mas que deve ter confundido meio mundo! A única opção correta é a que diz independe do pagamento de taxas o direito de
petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
Gabarito: letra a).
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19-(FCC/2012/INSS analista) No curso de investigações sobre
suposta prática de crime de corrupção envolvendo um servidor
público estadual, a autoridade policial competente descobre
indícios de que o investigado utilizava-se de um número de
telefone para receber os supostos pedidos de favorecimento
ilícito, bem como que mantinha, em sua casa, documentos
relacionados aos atos que praticava. A fim de colher as provas
necessárias para processar o caso, a autoridade policial entende
ser necessário ter registro das conversas telefônicas mantidas
pelo servidor e os originais dos documentos em questão. Nesse
caso, a autoridade policial
a) poderá entrar na casa do servidor para buscar os documentos,
a qualquer hora, por se tratar de flagrante delito, mas dependerá
de autorização judicial para realizar a interceptação telefônica.
b) poderá instalar escutas telefônicas, independentemente de
autorização judicial, mas dependerá desta para efetuar a busca de
documentos na casa do servidor, em que poderá entrar a qualquer
hora, desde que munido da devida autorização judicial.
c) poderá instalar escutas telefônicas e entrar na casa do servidor
para efetuar a busca de documentos, independentemente de
autorização judicial, em virtude de já existir uma investigação
criminal em curso.
d) não poderá produzir as provas pretendidas, nem mesmo com
autorização judicial, porque os atos para tanto necessários violam
os direitos fundamentais do investigado à inviolabilidade de
domicílio e ao sigilo das comunicações telefônicas.
e) dependerá de autorização judicial para realizar a interceptação
telefônica, bem como para buscar os documentos na casa do
servidor, em que somente poderá entrar durante o dia, munido da
devida autorização judicial.
Comentários:
Vamos juntar os dispositivos que respondem o nosso questionamento:
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
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comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou
instrução processual penal;
Da leitura dos dispositivos, concluímos que apenas determinação judicial
poderá determinar a entrada na casa e a interceptação das comunicações
telefônicas.
Um detalhe importante é que a entrada deverá ser durante o dia, e a
interceptação telefônica só pode ser autorizada no curso de uma
investigação criminal (ou para instrução processual penal).
Gabarito: letra e).
20-(FCC/2012/INSS Técnico) Como consequência do regime constitucional adotado, os tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, a) não podem ser objeto de controle de constitucionalidade
concentrado, mas apenas de controle difuso, na medida em que, se afrontarem a Constituição, suscitarão questões relacionadas à
sua recepção e não propriamente à sua constitucionalidade. b) ingressam no ordenamento jurídico brasileiro com natureza de
cláusulas pétreas e, por isso, não poderão ser objeto de controle de constitucionalidade.
c) equiparam-se à manifestação do Poder Constituinte Derivado Reformador, razão pela qual só poderão ser questionados quanto
à sua constitucionalidade por meio de um poder discricionário de
natureza política do Executivo ou do Legislativo. d) estão sujeitos a um prazo, contido no próprio texto do tratado
ou da convenção, para que possam ser objeto de ações de controle de constitucionalidade. Findo esse prazo, não mais
poderão ser questionados pela via judicial. e) adquirem status de emenda constitucional e podem ser objeto
de controle de constitucionalidade tanto pela via difusa quanto pela via concentrada.
Comentários:
Os tratados internacionais sobre direitos humanos que passarem pelo rito
descrito na questão (aprovação em cada Casa do CN, em dois turnos, por
três quintos dos votos dos respectivos membros), adquire status de
emenda constitucional, podendo ser objeto de controle de
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constitucionalidade tanto pela via difusa quanto pela via concentrada,
como nos diz a alternativa e).
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Questoes da FCC tratadas nesta aula:
1-(FCC/2012/TRF – 5ªR- Analista) Conversação telefônica
mantida entre duas pessoas é gravada por um dos interlocutores,
sem o conhecimento do outro, com a intenção de produzir prova
para defesa própria em processo criminal. Nessa hipótese,
considerada a disciplina constitucional dos direitos e garantias
fundamentais, a gravação é considerada
a) prova obtida por meio ilícito, não podendo ser utilizada no
processo, embora possam ser aproveitadas processualmente
provas obtidas a partir de elementos colhidos na gravação.
b) ofensiva ao direito de intimidade daquele que desconhecia sua
realização, razão pela qual sua utilização como meio de prova
depende da concordância prévia deste.
c) ofensiva à garantia do sigilo das comunicações telefônicas, que
somente podem ser interceptadas por determinação judicial,
razão pela qual não serve como meio de prova.
d) ofensiva à garantia do contraditório e da ampla defesa, uma
vez que produzida sem o conhecimento de uma das partes
envolvidas, o que impede sua utilização no processo.
e) lícita, podendo ser utilizada no processo para os fins
pretendidos.
2-(FCC/2012/TST – Analista) Uma lei que considerasse a prática
de racismo crime inafiançável, sujeitando o autor do crime à pena
perpétua de reclusão e de trabalhos forçados seria
inconstitucional,
a) apenas por ser vedada a instituição de penas perpétuas.
b) apenas por ser vedada a instituição de penas de trabalho
forçado.
c) por ser vedada a instituição de penas perpétuas e de reclusão.
d) por ser vedada a instituição de penas perpétuas e de trabalhos
forçados.
e) apenas por ser vedada a instituição de crimes inafiançáveis.
3-(FCC/2012/TRT – Juiz) Tendo sido noticiado pela imprensa que
haviam sido formuladas denúncias contra si perante a
Corregedoria-Geral da União, as quais afirma serem inverídicas,
um indivíduo formula pedido junto ao órgão para obter, por meio
de certidão, a identificação dos autores das referidas denúncias, a
fim de que a certidão em questão possa ser utilizada, na defesa de
direitos, como meio de prova em processo judicial. O pedido para
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obtenção da certidão é indeferido. Em tal situação, a fim de ver
sua pretensão acolhida perante o órgão correicional, poderá o
indivíduo valer-se judicialmente da impetração de
a) mandado de injunção.
b) ação popular.
c) habeas corpus.
d) habeas data.
e) mandado de segurança.
4-(FCC/2012/TRT – Juiz) Paulo, maior e capaz, pintor famoso com
patrimônio de mais de trinta milhões de reais, de fama internacional,
resolveu doar dois quadros de sua autoria, estimados cada um deles em
um milhão de reais, para uma determinada instituição beneficente da
qual sua amante, Claudete, é diretora. Porém, Ricardo e Raul, filhos de
Paulo, desgostosos com o ato do pai, resolveram questionar a doação.
Segundo a Constituição Federal brasileira, a doação dessas obras de
arte é
a) inconstitucional.
b) inválida.
c) ilícita.
d) permitida.
e) vedada.
5-(FCC/2012/TRT – Juiz) Caio, Pompeu, Cesar, Flávio e Otaviano, são,
respectivamente, policial civil, delegado de polícia, promotor de justiça,
juiz de direito e jornalista. Júlio, sem estar em estado de flagrante
delito, foi preso no interior de casa durante o dia por policiais militares
que, sem autorização do morador, arrebentaram a porta de entrada e
efetuaram sua prisão. No caso, para que a prisão de Júlio seja válida, é
necessária a prévia determinação de
a) Cesar
b) Pompeu.
c) Caio.
d) Otaviano.
e) Flávio 6-(FCC/2012/TRT 6ª–Analista) O princípio constitucional, relacionado
aos direitos fundamentais, que embasa a "Lei Maria da Penha",
permitindo que a mulher receba um tratamento jurídico preferencial em
relação ao homem nas situações de violência doméstica e familiar, é o
da
a) função social da propriedade.
b) liberdade individual.
c) igualdade material.
d) inviolabilidade domiciliar.
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e) segurança jurídica.
7-(FCC/2012/TRT 6ª–Analista) Segundo o Art. 5o da Constituição
Federal, é livre a manifestação do pensamento, sendo
a) vedado o anonimato.
b) vedada a propaganda ideológica.
c) vedados os cultos religiosos.
d) vedada a manifestação de estrangeiros.
e) vedada a parcialidade na Comunicação Social.
8-(FCC/2012/TRT 6ª–Analista) Gerson, ao retornar do trabalho, foi
surpreendido com a presença dos bombeiros no quintal de sua casa,
pois estavam realizado o resgate de cinco pessoas, que foram
soterradas pelo deslizamento de terra do morro nos fundos do seu
imóvel. Os bombeiros foram obrigados a demolir parte da casa de
Gerson para poder posicionar uma máquina a fim de auxiliar no resgate,
causando extremo dano no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais) ao
imóvel. Segundo inciso XXV do artigo 5o da Constituição Federal, os
danos causados pela autoridade competente na casa de Gerson:
a) não serão indenizados porque era caso de perigo público.
b) serão passíveis de indenização ulterior.
c) não serão indenizados porque os Bombeiros estão autorizados, em
caso de perigo público, a ingressar em qualquer imóvel.
d) serão indenizados até o limite máximo de R$ 10.000,00 (dez mil
reais).
e) serão indenizados até o limite máximo de R$ 50.000,00 (cinquenta
mil reais).
9-(FCC/2012/TRT 6ª–Analista) Lúcio, Amélia e Tito, respectivamente,
pai, mãe e filho, são lavradores na pequena Cidade de Amambaí, Estado
do Mato Grosso do Sul, e sozinhos, sem a ajuda de funcionários,
cultivam soja na sua pequena propriedade rural, assim definida em lei.
Lúcio investiu todas as suas economias pessoais na compra de uma
máquina específica para ajudar a sua família na colheita da soja,
acreditando que seria farta e que a máquina lhes traria um excelente
resultado econômico. Porém, ocorreu uma geada que estragou toda a
plantação, deixando Lúcio sem condições de saldar seus débitos
vencidos decorrentes da atividade produtiva, sendo processado
judicialmente. Nesse caso, a referida pequena propriedade rural
a) será penhorada, porém o Juiz limitará a penhora à parte de
propriedade de Lúcio, pois Amélia e Tito não compraram a máquina.
b) é penhorável sempre porque deve garantir o pagamento integral das
dividas decorrentes da atividade produtiva, independentemente da
existência de outros bens.
c) será penhorada desde que não existam outros bens penhoráveis.
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d) será penhorada, mas, segundo a Constituição Federal, o Juiz dará a
prévia oportunidade a Lucio de pagar as dívidas em trinta e seis meses
sem juros.
e) é impenhorável, face a vedação constitucional.
10-(FCC/2012/TJ-PE Oficial de Justiça) Herculano, condômino,
desgostoso com os atos de arbitrariedade praticados pelo síndico em
exercício do edifício onde reside, resolveu manifestar suas criticas por
meio de cartas dirigidas aos demais condôminos. Com medo de sofrer
represálias do síndico, Herculano não se identificou nas cartas,
reservando-se ao anonimato. Nesse caso, segundo a Constituição
Federal,
a) não é livre a manifestação do pensamento, pois é inviolável o sigilo
da correspondência.
b) é livre a manifestação do pensamento, sendo permitido o anonimato,
assegurado o direito à indenização pelo dano moral decorrente de sua
violação.
c) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
d) não é livre a manifestação do pensamento, pois é inviolável a imagem
das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano moral
decorrente de sua violação.
e) não é livre a manifestação do pensamento, pois ninguém será privado
de direitos por motivo de crença política.
11-(FCC/2012/TRF 2ª Analista) Jean Luke, integrante de
determinado grupo armado fardado de pessoas civis, que, sem
autorização governamental, por conta própria combate com
violência as queimadas e o desmatamento na Amazônia, bem
como protege os índios, invocou convicção política para se eximir
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei. Conforme o disposto na
Constituição Federal brasileira, Jean Luke
a) não poderá ser privado de direitos, pois combate as queimadas
e o desmatamento, protegendo a Amazônia.
b) poderá ser privado de direitos.
c) não poderá ser privado de direitos, pois protege legalmente a
população indígena.
d) não poderá ser privado de direitos, pois luta contra o
aquecimento global, direito maior, defendido pela Carta Magna.
e) não poderá ser privado de direitos, pois, assim agindo, serve ao
país.
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12-(FCC/2012/TRF 2ª Analista) Sebastião foi preso em flagrante e
levado pela autoridade policial para a Delegacia de Polícia mais próxima
do local do crime. Segundo a Constituição Federal brasileira,
a) se não houver familiar, Sebastião poderá indicar pessoa para que seja
avisada de sua prisão, aviso esse que será realizado pela autoridade
policial até vinte e quatro horas do crime, oficiando o juiz competente
no prazo de cinco dias.
b) o juiz competente e a família apenas deverão ser avisados pela
autoridade policial do local do crime, até vinte e quatro horas da prisão
de Sebastião.
c) a família deverá ser avisada pela autoridade policial até vinte e
quatro horas da prisão de Sebastião e o juiz competente até quarenta e
oito horas.
d) o juiz competente deverá ser avisado pela autoridade policial até
vinte e quatro horas da prisão de Sebastião e a família no prazo de
quarenta e oito horas.
e) a autoridade policial deve comunicar imediatamente ao juiz
competente e à família do preso, ou à pessoa por ele indicada, sobre a
prisão e a Delegacia de Polícia para onde Sebastião foi levado.
13-(FCC/2012/TRF 2ª Analista) A norma constitucional que determina
que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato”, tem, segundo o paragrafo primeiro do artigo 5º da
Constituição Federal brasileira, aplicação
a) restritiva.
b) imediata.
c) subjetiva.
d) minimizada.
e) atípica.
14-(FCC/2012/INSS Perito) Segundo previsão expressa da Constituição
Federal, a pena de morte
a) não é admitida, em nenhuma hipótese.
b) é admitida no caso de crimes hediondos.
c) poderá ser substituída pela pena de banimento, no caso de crimes
contra a segurança nacional.
d) é admitida no caso de guerra declarada.
e) é admitida, desde que não cause sofrimento ao condenado.
15-(FCC/2012/INSS Perito) Suponha que o chefe de uma
determinada repartição pública, por ter poder de decisão sobre assuntos da Administração Pública, utilize esta condição para
beneficiar parentes. A garantia constitucional que poderá ser utilizada contra essa situação é
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a) o habeas corpus, em defesa dos princípios da razoabilidade e moralidade.
b) o habeas corpus, em defesa dos princípios da presunção de veracidade e moralidade.
c) o habeas data, em defesa dos princípios da eficiência e razoabilidade.
d) o mandado de injunção, em defesa dos princípios da
impessoalidade e publicidade. e) a ação popular, em defesa dos princípios da moralidade e
impessoalidade.
16-(FCC/2012/INSS Técnico) A garantia individual adequada para
alguém que sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder, é
a) o mandado de segurança.
b) o habeas data.
c) a ação civil pública.
d) o habeas corpus.
e) o mandado de injunção.
17-(FCC/2012/INSS Técnico) Cinco amigos, moradores de uma
favela, decidem criar uma associação para lutar por melhorias nas
condições de saneamento básico do local. Um político da região,
sabendo da iniciativa, informa-lhes que, para tanto, será
necessário obter, junto à Prefeitura, uma autorização para sua
criação e funcionamento. Nesta hipótese, ,
a) os cinco amigos não conseguirão criar a associação, pois a
Constituição Federal exige um número mínimo de dez integrantes
para essa iniciativa.
b) a informação que receberam está errada, pois a Constituição
Federal estabelece que a criação de associações independe de
autorização.
c) após a criação da associação, os moradores da favela serão
obrigados a se associarem.
d) o estatuto da associação poderá prever atividades
paramilitares, caso essa medida seja necessária para a proteção
de seus integrantes.
e) para iniciar suas atividades, a associação precisará, além da
autorização da prefeitura, de um alvará judicial.
18-(FCC/2012/INSS Técnico) A Constituição da República
assegura a todos, independentemente do pagamento de taxas,
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a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
b) a obtenção de certidões em repartições públicas e
estabelecimentos privados, para defesa de direitos e
esclarecimento de situações de interesse pessoal.
c) o registro civil de nascimento, a certidão de casamento e a
certidão de óbito.
d) as ações de habeas corpus, habeas data e o mandado de
segurança.
e) a prestação de assistência jurídica integral pelo Estado.
19-(FCC/2012/INSS analista) No curso de investigações sobre
suposta prática de crime de corrupção envolvendo um servidor
público estadual, a autoridade policial competente descobre
indícios de que o investigado utilizava-se de um número de
telefone para receber os supostos pedidos de favorecimento
ilícito, bem como que mantinha, em sua casa, documentos
relacionados aos atos que praticava. A fim de colher as provas
necessárias para processar o caso, a autoridade policial entende
ser necessário ter registro das conversas telefônicas mantidas
pelo servidor e os originais dos documentos em questão. Nesse
caso, a autoridade policial
a) poderá entrar na casa do servidor para buscar os documentos,
a qualquer hora, por se tratar de flagrante delito, mas dependerá
de autorização judicial para realizar a interceptação telefônica.
b) poderá instalar escutas telefônicas, independentemente de
autorização judicial, mas dependerá desta para efetuar a busca de
documentos na casa do servidor, em que poderá entrar a qualquer
hora, desde que munido da devida autorização judicial.
c) poderá instalar escutas telefônicas e entrar na casa do servidor
para efetuar a busca de documentos, independentemente de
autorização judicial, em virtude de já existir uma investigação
criminal em curso.
d) não poderá produzir as provas pretendidas, nem mesmo com
autorização judicial, porque os atos para tanto necessários violam
os direitos fundamentais do investigado à inviolabilidade de
domicílio e ao sigilo das comunicações telefônicas.
e) dependerá de autorização judicial para realizar a interceptação
telefônica, bem como para buscar os documentos na casa do
servidor, em que somente poderá entrar durante o dia, munido da
devida autorização judicial.
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20-(FCC/2012/INSS Técnico) Como consequência do regime constitucional adotado, os tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
dos respectivos membros, a) não podem ser objeto de controle de constitucionalidade
concentrado, mas apenas de controle difuso, na medida em que,
se afrontarem a Constituição, suscitarão questões relacionadas à sua recepção e não propriamente à sua constitucionalidade.
b) ingressam no ordenamento jurídico brasileiro com natureza de cláusulas pétreas e, por isso, não poderão ser objeto de controle
de constitucionalidade. c) equiparam-se à manifestação do Poder Constituinte Derivado
Reformador, razão pela qual só poderão ser questionados quanto à sua constitucionalidade por meio de um poder discricionário de
natureza política do Executivo ou do Legislativo. d) estão sujeitos a um prazo, contido no próprio texto do tratado
ou da convenção, para que possam ser objeto de ações de controle de constitucionalidade. Findo esse prazo, não mais
poderão ser questionados pela via judicial. e) adquirem status de emenda constitucional e podem ser objeto
de controle de constitucionalidade tanto pela via difusa quanto
pela via concentrada.
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Aprofundando com o Cespe/UnB
1-(Cespe/2012/Analista-TJ-RR) Embora apenas o cidadão tenha legitimidade para o ajuizamento da ação popular, o Ministério
Público pode, na hipótese de desistência da ação por parte do autor, promover o respectivo prosseguimento do feito.
Comentários:
Pessoal, estamos comentando o artigo mais cobrado em provas de concurso. Vamos conhecer o caput, e o inciso que serve de base para a
questão em tela.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência
Uma questão interessante sobre a ação popular é que, segundo o Art. 9º
da Lei 4717/65, em caso de desistência do autor ou se o mesmo der causa à absolvição, fica assegurado a qualquer cidadão, bem como a
representante do Ministério Público, promover o prosseguimento da ação.
Então, fique atento:
Quem pode propor a ação popular? R.: Qualquer cidadão! É
importante que você saiba que a jurisprudência tem entendido que é essencial o pleno gozo dos direitos políticos. Isso quer dizer que,
se o cidadão estiver com os direitos políticos suspensos, não poderá propor ação popular.
Que tipos de bens, tangíveis ou intangíveis, podem ensejar a propositura de ação popular, quando lesados? R.: Patrimônio
público, entidade de que o estado participe, moralidade administrativa, meio ambiente, patrimônio histórico e patrimônio
cultural. A propositura de ação popular possui custo para o cidadão? R.: Não,
não possui custo. De regra, é gratuita a propositura de ação
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popular. O cidadão que perde a ação fica livre das custas judiciais e do ônus da sucumbência. Entretanto, se for comprovada a má-fé do
impetrante, ficará ele encarregado de arcar com tais custos.
Correto o enunciado.
2-(Cespe/2012/Analista-TJ-RR) O mandado de segurança coletivo
pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, bastando, para se configurar essa
representação, a existência de um único parlamentar na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal, filiado ao partido.
Comentários:
Pessoal, vamos ver o que diz a CF/1988 acerca do Mandado de
Segurança:
Art. 5º (...):
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou
"habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Pois é, pessoal, o Mandado de Segurança é um remédio constitucional
bastante amplo. A primeira observação a ser feita é que ele protege o cidadão que tem ofendido o seu direito líquido e certo, ou seja, aquele
direito que o cidadão já satisfez todos os pré-requisitos para poder goza-lo, além de já ter implementado as condições para tal. Um exemplo é o
do candidato aprovado em concurso público, que satisfez todas as condições do edital, e que se vê impedido de assumir a vaga por conta de
uma arbitrariedade da autoridade administrativa. Aliás, cabe ser bem claro quanto à impossibilidade de o Mandado de
Segurança poder resguardar a liberdade de locomoção, bem como o acesso às informações do indivíduo constante de bancos de dados
públicos. Isso pelo fato de, conforme a dicção constitucional, o Mandado
de Segurança se prestar a resguardar os direitos que não sejam amparados por “habeas-corpus” e por “habeas-data”. Bem, ainda
conforme a CF/1988, os alvos do Mandado de Segurança serão autoridades públicas ou agentes de pessoas jurídicas no exercício de
atribuições do Poder Público. Para ser impetrado o Mandado de Segurança, há que se ter atenção para
o prazo limite de 120 dias, da ação ou omissão causadora do dano. Então, eu pergunto a vocês: o que acontece se passarem esses 120 dias sem
que seja impetrado o mandado de segurança? Essa é uma boa questão para o Cespe/UnB cobrar na sua prova! Nesse caso, o cidadão pode
recorrer a uma ação ordinária.
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Pessoal, um questionamento muito importante acerca do Mandado de Segurança é a possibilidade de concessão de liminar. Então, saibam: é
possível a obtenção de medida liminar em Mandado de Segurança. Para isso, precisamos de 2 pressupostos: plausibilidade da alegação (fumus
boni júris – fumaça do bom direito) e a urgência (periculum in mora). Também é possível a obtenção de tutela antecipada em medida liminar,
desde que presentes os requisitos do art. 273, do Código de Processo
Civil (STJ.AgRg no MANDADO DE SEGURANÇA Nº 14.210 - DF (2009/0047260-3): a) prova inequívoca e verossimilhança da alegação e
b) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.
Um último detalhe importante para a sua prova é o que nos remete à possibilidade de conferir caráter preventivo ao Mandado de Segurança, ou
seja, ainda que o direito esteja apenas ameaçado, é possível a impetração do Mandado de Segurança.
Pessoal, Mandado de Segurança é um aspecto muito importante para a sua prova, trate de entender. Havendo dúvida, chame no fórum!
Com relação ao aspecto abordado na questão, precisamos entender um
tipo específico de Mandado de Segurança, qual seja o coletivo:
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por: a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
Agora, estamos falando de uma determinada personalidade jurídica
representando um grupo específico na defesa de interesses específicos. Assim, temos que os partidos políticos com representação no Congresso
Nacional pode impetrar mandado de segurança coletivo para defender os interesses de seus integrantes e para resguardar a finalidade partidária.
Dessa forma, ainda que possua apenas um integrante no Congresso, poderá o partido se utilizar do mandado de segurança coletivo. Mas o que
acontece se o único representante do partido é cassado, depois de
impetrado o mandado, mas antes do julgamento de seu mérito? Bem, a resposta deverá ser no sentido de que a ação segue normalmente, visto
que o pressuposto é haver representação no momento da impetração. Num segundo momento, temos também as organizações sindicais,
entidades de classe e as associações. Todas elas agirão no interesse de seus membros. Dois aspectos são importantes: o primeiro é que a
redação do dispositivo constitucional exige que as associações, e somente elas, estejam legalmente constituídas e em funcionamento há
pelo menos um ano; e o segundo é que não há necessidade de autorização especial dos integrantes para que as entidades ingressem
com o Mandado de Segurança.
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Correto o enunciado.
3-(Cespe/2012/Analista-TJ-RR) As pessoas jurídicas são destinatárias dos direitos e das garantias fundamentais
constantes da Constituição Federal, inclusive de mandado de segurança, habeas data e habeas corpus.
Comentários:
Pessoal, realmente existe o entendimento de que as pessoas jurídicas também são destinatárias dos direitos e das garantias consignados na
Constituição Federal de 1988.
Apesar disso, entende-se que, no tocante ao “habeas corpus”, não podemos falar que as PJ estejam protegidas por tal remédio. As pessoas
jurídicas não se locomovem, logo não podem ter tal direito negado ou constrangido.
Errado o enunciado.
4-(Cespe/2012/Analista-TJ-RR) As comissões parlamentares de inquérito não podem determinar a busca e a apreensão domiciliar
de investigado, visto que essas medidas sujeitam-se ao princípio constitucional da reserva de jurisdição.
Comentários:
Exato! Assim como a interceptação telefônica, a busca e apreensão é uma
intervenção severa na esfera individual. Por isso, sujeita à reserva de
jurisdição, ou seja, só pode ser determinada por um Juiz de Direito. Correto o enunciado.
5-(Cespe/2012/Agente de Proteção-TJ-RR) A CF proíbe a
aplicação de penas de morte em tempo de paz, de penas cruéis, de penas de banimento, de penas de caráter perpétuo e de trabalhos
forçados.
Comentários: Pessoal, vejam o que diz a CF/1988:
ART.5º (...)
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados; d) de banimento;
e) cruéis;
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Viram, pessoal, é exatamente o que fala o enunciado. Na alínea a), temos a justificativa para o fato de o enunciado ter dito que a pena de morte é
vedada em tempos de paz, já que o dispositivo diz que não haverá este tipo de pena, salvo em caso de guerra declarada.
Correto o enunciado.
6-(Cespe/2012/Agente de Proteção-TJ-RR) Qualquer partido político pode ingressar com mandado de segurança coletivo,
independentemente de ter ou não representação no Congresso Nacional.
Comentários:
Vejam, caros alunos, que já falamos sobre isso. O Mandado de Segurança é um assunto badaladíssimo!!! Entendam:
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
por: a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;
Desta forma, mais uma vez reforçamos que não é qualquer partido que
pode impetrar o mandado de segurança. Apenas aqueles que possuem representação no Congresso Nacional é que podem fazê-lo.
Não haverá penas:
de morte, salvo em caso de guerra declarada
de trabalhos forçados
de banimento
perpétuas
cruéis
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Legitimados do Mandado de Segurança Coletivo:
.
Errado o enunciado.
7-(Cespe/2012/Agente de Proteção-TJ-RR) Brasileiro
naturalizado detido após comprovação de seu envolvimento com o tráfico de drogas pode ser extraditado.
Comentários:
Pessoal, vejam o que diz o dispositivo constitucional:
Art. 5º (...): LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
Então, caros alunos, entendemos que o único brasileiro que pode ser
extraditado é o naturalizado. Mesmo assim, apenas em algumas
situações: crime comum ou comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes. Cabe ressaltar que, no caso de crime comum, é aquele
que foi praticado antes da naturalização. Já o envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes, pode ocorrer a qualquer tempo, e será
pressuposto para o processo de extradição do naturalizado. Observe que não temos hipótese de extradição do brasileiro nato
consignada na Constituição Federal. O inciso LII do mesmo artigo 5º impede, ainda, que seja concedida a
extradição por crime político ou de opinião.
• Com representação no Congresso Nacional
• Para defender os interesses de seus integrantes e a finalidade partidária
Partidos Políticos
• Para defender os interesses de seus associados
• Não precisam de autorização especial para tal
Organização Social/Entidade
de classe
• Devem estar legalmente constituídas há pelo menos um ano
• Em defesa dos interesses de seus membros e associados
Associação
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LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
crime político ou de opinião;
Correto o enunciado.
8-(Cespe/2012/Técnico Judiciário-TJ-RR) O direito à duração razoável de processos, tanto no âmbito judicial quanto no
administrativo, é um direito fundamental previsto expressamente na CF.
Comentários:
Pessoal, esse direito nos remete à Emenda Constitucional 45/2004.
Assim, o dispositivo legal ficou como segue:
Art. 5º(...) LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Pessoal, fiquem atentos. A celeridade processual deve ser garantida no
âmbito judicial e no administrativo. Fiz questão de ressaltar isso pelo fato de ser muito fácil nos enganarmos, achando que tal direito apenas deve
ser observado nos Órgãos do Judiciário. Correto o enunciado.
9- (Cespe/2012/Técnico Judiciário-TJ-RR) Considere que Antônio,
preso político durante a ditadura, pretenda obter informações de
seu interesse constantes de banco de dados de entidade governamental. Considere, ainda, que o pedido de Antônio seja
indeferido na esfera administrativa. Nessa situação, Antônio deverá impetrar habeas corpus junto ao Poder Judiciário a fim de
obter as informações desejadas.
Comentários: Pessoal, não é bem por aí! O “habeas corpus” se presta ao amparo da
liberdade de locomoção. Não gosto do enunciado dessa questão, pois ela não deixou claro se as informações solicitadas eram relativas à pessoa do
impetrante ou não. O fato de ele ter interesse nas informações não quer dizer que elas sejam relativas à sua pessoa.
Bem, partindo do raciocínio de que as informações eram relativas à pessoa de Antônio, na situação narrada pela questão, cabe o “habeas
data”. Vejamos:
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
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a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Então, nós temos duas situações para o emprego do habeas data: o conhecimento de informações constantes dos bandos de dados; ou para
retificar dados destes bancos de dados. Uma coisa interessante é que a CF/1988 traz também a possibilidade de
se utilizar o referido remédio constitucional contra bancos de dados de caráter público, e entende-se que os mesmos podem ser de empresas
privadas: o que isso quer dizer? Na verdade, tais bancos de dados possuem informações sobre o sujeito, mas não são controladas pelo
poder público, e tais informações podem ser utilizadas ou repassadas a terceiros. Um exemplo disso é o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
Vejam o conceito de registro de caráter público constante da lei 9507/97:
Art. 1º (...) Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo
registro ou banco de dados contendo informações que
sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade
produtora ou depositária das informações.
É importantíssimo que vocês tenham a noção de que o habeas data apenas é cabível quando o cidadão requer a informação
administrativamente e o órgão lhe nega. Saiba que este tipo de enunciado costuma gerar discussões quanto à
admissibilidade do Mandado de Segurança. Entretanto, não posso concordar, pois é possível sustentar que a situação narrada pela banca
pode ser protegida pelo habeas data. E, sendo assim, conforme a própria dicção da CF/1988, o que for amparado por habeas data não pode ser
protegido por mandado de segurança. Errado o enunciado.
10- (Cespe/2012/Técnico Judiciário-TJ-RR) A CF garante a todos o direito de reunir-se pacificamente para protestar, sem armas,
em locais abertos ao público, desde que mediante aviso prévio e autorização da autoridade competente.
Comentários:
Pessoal, todos podem promover as referidas reuniões, independentemente de autorização da autoridade competente. Veja:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
em locais abertos ao público, independentemente de
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autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Então, veja as características das reuniões:
Errado o enunciado.
11-(Cespe/2012/Técnico Judiciário-TJ-RR) O cidadão que esteja impedido de exercer direito individual em razão da ausência de
norma regulamentadora poderá valer-se do mandado de injunção.
Comentários: Pessoal, é exatamente para isso que o Mandado de Injunção serve.
Segundo a CF/1988, ele será concedido sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Correto o enunciado.
12-(Cespe/2012/Técnico Judiciário-TJ-RR) Caso o Congresso Nacional aprove, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, tratado internacional sobre direitos
humanos, este terá força de normativa equivalente às emendas constitucionais.
Comentários:
É o que determina a CF/88, quando diz que os tratados internacionais sobre direitos humanos que sejam aprovados em dois turnos, por 3/5 dos
votos de seus membros, ganharão força de emenda constitucional.
Pacíficas Sem armas Independentemente
de autorização
Sem frustrar outra reunião p/ mesmo
local
Aviso prévio à autoridade competente
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Art.5º (...) § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
Correto o enunciado.
13-(Cespe/2011/CBM-DF) O exercício do denominado direito de petição e do direito à obtenção de certidões independe do
pagamento de taxas.
Comentários: Exatamente como diz a CF/88:
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de
interesse pessoal;
Conforme vimos no dispositivo constitucional, todos possuem o direito de peticionar ao Poder Público para a defesa de direitos ou contra
ilegalidade; e a obtenção de certidões para a defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. Tudo isso independe do
pagamento de taxas. Correto o enunciado.
14- (Cespe/2012/Papiloscopista-DPF) Diferentemente das
pessoas naturais, as pessoas jurídicas não podem ser consideradas titulares de direitos fundamentais, como, por
exemplo, o direito à honra e à imagem, o direito de resposta e o sigilo de correspondência.
Comentários: Pessoal, já abordamos esse assunto. As pessoas jurídicas podem sim ser
titulares de direitos fundamentais, como o direito à honra e à imagem. Havíamos visto também que, no caso do direito de locomoção, não havia
que se falar em impetração por parte de pessoa jurídica, dada a sua impossibilidade de exercer o “ir e vir”.
Errado o enunciado.
15-(Cespe/2012/Papiloscopista-DPF) O direito ao silêncio, constitucionalmente assegurado ao preso, estende-se a pessoa
denunciada ou investigada em qualquer processo criminal, em
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inquérito policial, em processo administrativo disciplinar e àquela que for convocada a prestar depoimento perante comissão
parlamentar de inquérito.
Comentários: Pessoal, é verdade o que nos diz o enunciado. A intenção do legislador
era exatamente a de estender o direito previsto a todo aquele que se
visse em situação na qual suas próprias palavras pudessem lhes causar prejuízos jurídicos. Portanto, é correto afirmar que o inciso se estende
também aos denunciados ou investigados.
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado;
16-(Cespe/2012/Todos os cargos-STJ) De acordo com a CF, é admitida, mediante ordem judicial, a violação das comunicações
telefônicas, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, para fins de investigação criminal, instrução processual penal ou em
processos político-administrativos.
Pessoal, o erro está em afirmar que pode-se violar as comunicações em
processos político-administrativos. Vejam:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
Então, decorem: é apenas admitida a violação de sigilo das
correspondências e do sigilo telefônica (aqui devemos entender “escuta telefônica”, e não o acesso ao registro de quais ligações foram feitas)
mediante ordem judicial, e para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
17-(Cespe/2012/Todos os cargos-STJ) O estabelecimento de regras distintas para homens e mulheres, quando necessárias
para atenuar desníveis, é compatível com o princípio constitucional da isonomia e poderá ocorrer tanto na CF quanto na
legislação infraconstitucional.
Comentários: Pessoal, guardem tal entendimento para a prova de vocês. A isonomia
consiste em considerar as desigualdades das pessoas, nivelando-as, de modo que consigam ter acesso a tudo o que o Estado de Direito se propõe
a oferecer.
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Correto o enunciado.
18- (Cespe/2012/ Analista Ministerial do MPE-PI) A CF estabelece direitos e garantias fundamentais de todas as pessoas, de tal
modo que não deve haver quaisquer formas de discriminação, reconhecendo os direitos aos homossexuais e igual valoração
jurídica nas relações homoafetivas.
Comentários:
Pessoal, esse curso é de exercícios e não é a proposta aqui esgotar todos os direitos propostos pela Constituição de 1988. Isso deve ter sido feito
pelo curso teórico. Por isso, estou dando preferência para enunciados como este, com temas atuais, que talvez não estejam abordados em
livros pendentes de reedição ou outros cursos. Esse tipo de questão é bastante sensível e, quando cai, costuma derrubar meio mundo.
Na verdade, o STF reconheceu recentemente a união de homossexuais como aptas a produzirem os mesmos efeitos da união estável
heterossexual. Vejam as palavras do Ministro Ayres Britto:
“Consignado que a nossa Constituição vedou às expressas o preconceito em razão do sexo e
intencionalmente nem obrigou nem proibiu o concreto
uso da sexualidade humana, o que se tem como resultado dessa conjugada técnica de normação é o
reconhecimento de que tal uso faz parte da autonomia de vontade das pessoas naturais, constituindo-se em
direito subjetivo ou situação jurídica ativa”
Correto o enunciado.
19- (Cespe/2012/ Analista Ministerial do MPE-PI) Todas as pessoas têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, com exceção das informações que exijam sigilo imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.
Comentários:
Reprodução do que diz a CF/1988 sobre o tema. Vejam:
XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Correto o enunciado.
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20- (Cespe/2012/ Analista Ministerial do MPE-PI) A vedação constitucional ao anonimato impede a utilização de peças
apócrifas como prova formal.
Comentários: O STF já se manifestou no sentido de que peças apócrifas não podem ser
formalmente incorporadas a procedimentos instaurados pelo
Estado, salvo quando forem produzidas pelo acusado ou, ainda, quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito (como sucede com bilhetes
de resgate no crime de extorsão mediante seqüestro, ou como ocorre com cartas que evidenciem a prática de crimes contra a honra, ou que
corporifiquem o delito de ameaça ou que materializem o "crimen falsi", p. ex.). Nada impede, contudo, que o Poder Público, provocado por delação
anônima ("disque-denúncia", p. ex.), adote medidas informais destinadas a apurar, previamente, em averiguação sumária, "com prudência e
discrição", a possível ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça com o objetivo de conferir a verossimilhança dos fatos
nela denunciados, em ordem a promover, então, em caso positivo, a formal instauração da "persecutio criminis", mantendo-se, assim,
completa desvinculação desse procedimento estatal em relação às peças apócrifas.
Errado o enunciado.
21- (Cespe/2012/ Analista Ministerial do MPE-PI) O polo passivo
do mandado de injunção jamais poderá ser ocupado por particular
Comentários: Pessoal, lembram de quem é a omissão que pode impedir o exercício do
direito?
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania
Pessoal, essas normas são emanadas pelo poder público, logo não pode o
particular ser o responsável por lei que inviabilize o exercício de direitos e liberdades constitucionais.
Correto o enunciado.
22- (Cespe/2012/ Analista Ministerial do MPE-PI) Embora a CF estabeleça como destinatários dos direitos e garantias
fundamentais tanto os brasileiros quanto os estrangeiros residentes no país, a doutrina e o STF entendem que os
estrangeiros não residentes (como os que estiverem em trânsito
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no país) também fazem jus a todos os direitos, garantias e ações constitucionais previstos no art. 5. o da Carta da República.
Comentários:
Pessoal, de fato os direitos previstos são estendidos aos estrangeiros em trânsito pelo Brasil: um turista, por exemplo. Entretanto, a pegadinha do
Cespe está em afirmar que todos os direitos e garantias poderão ser gozados por eles.
Lembremos, por exemplo, da ação Popular, a qual requer que o impetrante seja cidadão. Óbvio que um estrangeiro em trânsito não
poderá propor uma ação popular, pois que o mesmo não se afigura como
cidadão. Errado o enunciado.
23-(Cespe/2011/Técnico Judiciário - STM) Os direitos e as
garantias expressos na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter constitucional decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.º da CF é taxativa.
Comentários:
Pessoal, não há que se falar em caráter taxativo do rol expresso pelo Art. 5º. Vejamos:
Art. 5º(...)
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa
do Brasil seja parte.
Então, pessoal, é isso. A própria CF/88 já deixa consignado que seus
princípios acarretarão outras garantias que não estarão necessariamente expressas no corpo da carta magna.
Errado o enunciado.
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Questões do Cespe/UnB tratadas nesta aula:
1-(Cespe/2012/Analista-TJ-RR) Embora apenas o cidadão tenha legitimidade para o ajuizamento da ação popular, o Ministério
Público pode, na hipótese de desistência da ação por parte do autor, promover o respectivo prosseguimento do feito.
2-(Cespe/2012/Analista-TJ-RR) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no
Congresso Nacional, bastando, para se configurar essa representação, a existência de um único parlamentar na Câmara
dos Deputados ou no Senado Federal, filiado ao partido.
3-(Cespe/2012/Analista-TJ-RR) As pessoas jurídicas são destinatárias dos direitos e das garantias fundamentais
constantes da Constituição Federal, inclusive de mandado de segurança, habeas data e habeas corpus.
4-(Cespe/2012/Analista-TJ-RR) As comissões parlamentares de
inquérito não podem determinar a busca e a apreensão domiciliar de investigado, visto que essas medidas sujeitam-se ao princípio
constitucional da reserva de jurisdição.
5-(Cespe/2012/Agente de Proteção-TJ-RR) A CF proíbe a aplicação de penas de morte em tempo de paz, de penas cruéis, de
penas de banimento, de penas de caráter perpétuo e de trabalhos
forçados.
6-(Cespe/2012/Agente de Proteção-TJ-RR) Qualquer partido político pode ingressar com mandado de segurança coletivo,
independentemente de ter ou não representação no Congresso Nacional.
7-(Cespe/2012/Agente de Proteção-TJ-RR) Brasileiro
naturalizado detido após comprovação de seu envolvimento com o tráfico de drogas pode ser extraditado.
8-(Cespe/2012/Técnico Judiciário-TJ-RR) O direito à duração
razoável de processos, tanto no âmbito judicial quanto no administrativo, é um direito fundamental previsto expressamente
na CF.
9- (Cespe/2012/Técnico Judiciário-TJ-RR) Considere que Antônio,
preso político durante a ditadura, pretenda obter informações de seu interesse constantes de banco de dados de entidade
governamental. Considere, ainda, que o pedido de Antônio seja indeferido na esfera administrativa. Nessa situação, Antônio
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deverá impetrar habeas corpus junto ao Poder Judiciário a fim de
obter as informações desejadas.
10- (Cespe/2012/Técnico Judiciário-TJ-RR) A CF garante a todos
o direito de reunir-se pacificamente para protestar, sem armas, em locais abertos ao público, desde que mediante aviso prévio e
autorização da autoridade competente.
11-(Cespe/2012/Técnico Judiciário-TJ-RR) O cidadão que esteja impedido de exercer direito individual em razão da ausência de
norma regulamentadora poderá valer-se do mandado de injunção.
12-(Cespe/2012/Técnico Judiciário-TJ-RR) Caso o Congresso
Nacional aprove, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, tratado internacional sobre direitos
humanos, este terá força de normativa equivalente às emendas constitucionais.
13-(Cespe/2011/CBM-DF) O exercício do denominado direito de
petição e do direito à obtenção de certidões independe do pagamento de taxas.
14- (Cespe/2012/Papiloscopista-DPF) Diferentemente das
pessoas naturais, as pessoas jurídicas não podem ser consideradas titulares de direitos fundamentais, como, por
exemplo, o direito à honra e à imagem, o direito de resposta e o
sigilo de correspondência.
15-(Cespe/2012/Papiloscopista-DPF) O direito ao silêncio, constitucionalmente assegurado ao preso, estende-se a pessoa
denunciada ou investigada em qualquer processo criminal, em inquérito policial, em processo administrativo disciplinar e àquela
que for convocada a prestar depoimento perante comissão parlamentar de inquérito.
16-(Cespe/2012/Todos os cargos-STJ) De acordo com a CF, é
admitida, mediante ordem judicial, a violação das comunicações telefônicas, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer, para
fins de investigação criminal, instrução processual penal ou em processos político-administrativos.
17-(Cespe/2012/Todos os cargos-STJ) O estabelecimento de regras distintas para homens e mulheres, quando necessárias
para atenuar desníveis, é compatível com o princípio constitucional da isonomia e poderá ocorrer tanto na CF quanto na
legislação infraconstitucional.
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18- (Cespe/2012/ Analista Ministerial do MPE-PI) A CF estabelece direitos e garantias fundamentais de todas as pessoas, de tal
modo que não deve haver quaisquer formas de discriminação, reconhecendo os direitos aos homossexuais e igual valoração
jurídica nas relações homoafetivas.
19- (Cespe/2012/ Analista Ministerial do MPE-PI) Todas as
pessoas têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, com
exceção das informações que exijam sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
20- (Cespe/2012/ Analista Ministerial do MPE-PI) A vedação
constitucional ao anonimato impede a utilização de peças apócrifas como prova formal.
21- (Cespe/2012/ Analista Ministerial do MPE-PI) O polo passivo
do mandado de injunção jamais poderá ser ocupado por particular
22- (Cespe/2012/ Analista Ministerial do MPE-PI) Embora a CF estabeleça como destinatários dos direitos e garantias
fundamentais tanto os brasileiros quanto os estrangeiros
residentes no país, a doutrina e o STF entendem que os estrangeiros não residentes (como os que estiverem em trânsito
no país) também fazem jus a todos os direitos, garantias e ações constitucionais previstos no art. 5. o da Carta da República.
23-(Cespe/2011/Técnico Judiciário - STM) Os direitos e as
garantias expressos na Constituição Federal de 1988 (CF) excluem outros de caráter constitucional decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, uma vez que a enumeração constante no artigo 5.º da CF é taxativa.
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1- Princípio da Igualdade:
Pessoal, vejam o que nos diz a CF/1988, em seu Art. 5º, I:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Vou tentar ser bastante objetivo nas explicações, para que vocês poupem
seu precioso tempo. O que este dispositivo quer dizer é que a lei infraconstitucional não pode impor diferenças de tratamento, ou
seja, tratar as pessoas de modo desigual, salvo se for para reduzir os desníveis que já existem. É aquela conhecida história de tratar a
todos de forma igual, na medida de suas desigualdades. Querem um exemplo disso? A polêmica política de cotas raciais, ou ainda, aquilo
consignado no dispositivo que transcrevo abaixo:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social: (...)
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da
lei;
O dispositivo acima deixa patente a possibilidade de se proteger o mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, dado o
histórico desnível de profissionalização e desigualdade salarial existentes entre homens e mulheres.
Então, é importante que vocês mantenham duas coisas em mente:
A vedação de tratamento desigual existe para que os “iguais” não
sejam tratados de forma privilegiada frente a outros “iguais”; Aos “desiguais” poderá ser conferido tratamento desigual, desde
que seja autorizado pelo próprio texto constitucional e que esteja previsto em lei.
2- Princípio da legalidade:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
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O objetivo maior deste dispositivo é cercear o poder do Estado, de modo que o mesmo não consiga interferir de modo abusivo na esfera do
indivíduo. Desta forma, os Poderes do Estado encontram limites em sua atuação
com relação aos seus cidadãos, ao passo que estes encontram garantias contra os desmandos que viriam a sofrer num Estado que não fosse
democrático ou de direito.
É interessante, ainda, que você conheça o princípio da “Reserva Legal”, o qual significa a subordinação de determinados assuntos à esfera de Lei. O
que isso significa? Significa que determinados assuntos deverão necessariamente ser regrados por “Lei”. Ou seja, estão “reservados” à
lei, a qual é o instrumento jurídico apto a estabelecer regras sobre determinado assunto.
Quando estamos falando de atos “discricionários”, ou seja, aqueles que o Poder Público exara dentro de seu juízo de oportunidade e conveniência,
devemos ter em mente o seguinte: apesar da característica intrínseca ao ato discricionário, ainda assim a legalidade estará presente na promoção
do ato, pois que a “lei” não poderá ser contrariada. Então, temos que o ato discricionário não virá de um mandamento legal, pois que surgiu de
um juízo do administrador acerca de sua oportunidade e conveniência prática. Apesar disso, não poderá contrariar a lei.
3- Tratamento desumano:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
Aqui nós temos a efetivação do princípio da dignidade da pessoa humana.
Então nós temos a vedação a três práticas desprezíveis:
Este é um típico “direito negativo”, na medida em que nega ao Estado a possibilidade de violentar ou denegrir o ser humano que deveria estar sob
seus cuidados.
4- Manifestação de pensamento:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato;
Tortura Tratamento desumano
Tratamento degradante
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Este dispositivo é uma segurança que a Constituição Federal de 1988
trouxe aos cidadãos, de modo que os mesmos pudessem manifestar seus pensamentos, por atos ou palavras, de forma livre e responsável, sem
que fossem torturados ou tivessem a dignidade pisoteada por isso. Neste momento, a CF/1988 rompeu com o clima de insegurança jurídica
da época da ditadura militar, mas teve o cuidado de resguardar os
direitos de terceiros, na medida em que as pessoas não podem se valer do anonimato para expressarem suas opiniões de forma irresponsável.
Desta maneira, a vedação ao anonimato impede que este direito precioso seja usado como instrumento de violação da dignidade alheia.
Nesta esteira, vem o inciso V, o qual assegura ao cidadão ferido em sua dignidade o proporcional direito de resposta. Vejamos:
V - é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Então, saibam: o direito de resposta será proporcional ao agravo, ou
ferimento causado na dignidade da pessoa, e as indenizações, cumuláveis a depender da situação, podem ser por danos:
As pessoas jurídicas também gozam destas proteções, na medida do que
for aplicável. Veja o enunciado do Cespe/UnB:
“A indenização por danos morais tem seu âmbito de proteção adstrito às pessoas físicas, já que as pessoas jurídicas não podem
ser consideradas titulares dos direitos e garantias fundamentais” (Cespe/2009/Procurador TCE-ES)
O enunciado que eu mostrei é bastante típico em provas, na medida em
que o examinador tenta confundir o candidato, fazendo-o crer que as
Materiais
à Imagem
Morais
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pessoas jurídicas não podem, por exemplo, ter a sua imagem ferida, assim como teria uma pessoa física. Saibam que é exatamente o
contrário: as pessoas físicas gozam sim das garantias e dos direitos consignados pela Constituição Federal de 1988, no que for aplicável.
Então o enunciado encontra-se errado.
5- Liberdade de crença:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
A liberdade de consciência tem relação com a faculdade de se aderir a valores morais e éticos quaisquer, sem que se deva aceitar ser
repreendido por isso. A liberdade de crença está mais relacionada com a questão da crença religiosa, o acreditar ou não no que determinada
corrente apregoa.
6- Assistência religiosa:
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação
de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo
de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
O inciso VII traz a garantia de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva.
No dispositivo seguinte, inc. VIII, temos a importante figura da escusa de consciência. Gilmar Mendes fala que não podemos estar falando em
“caprichos” ou “interesses mesquinhos”, mas sim de crenças severamente
arraigadas no indivíduo, de modo que, se o mesmo atendesse ao comando normativo, sofreria de tormento moral grave. De forma mais
clara, é a situação em que o indivíduo invoca convicções filosóficas, religiosas ou mesmo políticas para se eximir do cumprimento de
obrigação que seria, normalmente, imposta a outros indivíduos. Nesta situação, a própria CF/1988 prevê a possibilidade de que seja oferecida
uma “prestação alternativa”. Caso o individuo se recuse a cumprir a prestação alternativa, pode vir a
sofrer pena privativa de direitos, como a suspensão de seus direitos políticos.
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7- Liberdade de expressão:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
Pessoal, o dispositivo é autoexplicativo. Apesar disso, entendam que não se trata de uma ideia absoluta, pois que encontra limites dentro do
próprio texto constitucional. Assim, um indivíduo não pode invocar a liberdade de expressão para ofender a intimidade, a honra ou a
privacidade de outro indivíduo. A CF/1988 tem uma lógica muito interessante, pois que assegura uma
série de direitos aos indivíduos, mas não se pode falar que qualquer deles seja absoluto. Então, entendam:
Não existem direitos absolutos na Constituição
Federal de 1988, pois todos encontram limites implícitos ou explícitos dentro da própria
Constituição, ou ainda quando é feita a interpretação ou integração dos dispositivos da
CF/1988.
Para entender isso, basta que passemos ao inciso seguinte, X, que
consagra a inviolabilidade da intimidade, honra, vida privada e imagem das pessoas. Vejam:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;
O inciso X vem na esteira da proteção à privacidade dos indivíduos. Assim, considerem que a privacidade é um bem maior, e que traz a
reboque todos os outros que o dispositivo nos revela:
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Na esteira da proteção à honra, o STF sumulou que apenas é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de
perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
No caso das indenizações citadas pelo dispositivo, a jurisprudência entende que são cumuláveis as indenizações por dano material e dano
moral oriundos do mesmo fato. Também é lícita a cumulação das indenizações de dano estético e moral. A súmula nº 227 do STF deixou
assente, ainda, que a pessoa jurídica pode sofrer dano moral.
8- Inviolabilidade domiciliar e de correspondência:
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal
ou instrução processual penal;
Privacidade
Honra
Imagem
Vida privada
Intimidade
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No inciso XI, temos consignada a inviolabilidade de domicílio. Então, entenda que a casa é asilo inviolável do indivíduo, e que só se pode
adentrá-la com o consentimento do morador. O próprio dispositivo estabelece as exceções para tal fato:
Pessoal, vocês precisam ter em mente que a exigência de que estejamos
ainda “durante o dia” é apenas para o cumprimento das determinações
judiciais, no que tange à entrada em domicílio alheio. No caso de prestação de socorro, flagrante delito ou de desastre, não
teria lógica a Constituição exigir que a entrada só fosse tolerada durante o dia.
Vejam uma posição do STF, através do Ministro Marco Aurélio, para ilustrar:
DOMICÍLIO - INVIOLABILIDADE NOTURNA -
CRIME DE RESISTÊNCIA - AUSÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO. A garantia constitucional do
inciso XI do artigo 5º da Carta da República, a preservar a inviolabilidade do domicílio durante o
período noturno, alcança também ordem judicial, não cabendo cogitar de crime de resistência.
No caso do inciso XII, temos descrita a inviolabilidade das correspondências e comunicações. A vedação é de que se viole os
sigilos de:
Flagrante delito
Desastre Prestação de
socorro
Durante o dia, por
determinação judicial
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A própria Constituição estabelece uma ressalva quanto às comunicações telefônicas, as quais poderão ser interceptadas por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Observe que é apenas nestas
duas hipóteses: se estivermos diante de um contencioso administrativo ou mesmo cível, não há que se falar em interceptação telefônica. Assim, o
Magistrado poderá determinar ou autorizar a escuta telefônica, mas
apenas nas hipóteses previstas pela CF/1988 (investigação criminal e instrução processual penal) e na forma que a lei aplicável vier a
estabelecer. A interceptação poderá ocorrer de duas formas: determinação do Juiz (de
ofício), quando este entender que existe a necessidade; ou a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público.
Quanto às CPI’s, Comissões Parlamentares de Inquérito, entendam que elas não possuem competência para a determinação da interceptação
telefônica. Elas possuem, no entanto, a possibilidade de quebrar o sigilo dos dados telefônicos (sabem aquela lista de ligações que vem na
sua fatura? Então, é ela! O que eles não podem é determinar a escuta).
Como eu já havia dito pra vocês, não existem direitos ou inviolabilidades absolutas na CF/1988. Há sempre que se ponderar, diante do caso
concreto, quais serão os prejuízos causados por uma omissão ou
ignorância a outros princípios consignados na Carta Magna. O que eu quis dizer com isso? Apesar de a exceção ter sido feita para interceptação das
comunicações telefônicas, a garantia de inviolabilidade das correspondências, por óbvio, não pode ser considerada como sendo
absoluta, pois que poderá haver situação concreta em que outros institutos ou valores estejam correndo perigo (o direito à vida, por
exemplo). Em tais casos, o Poder Judiciário poderá intervir e determinar a
Correspondências Comunicações telegráficas
Dados Comunicações
telefônicas
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violação de correspondências. Isso poderá ocorrer, por exemplo, quando esta liberdade esteja sendo usada para resguardar práticas ilícitas.
9- Liberdade profissional:
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer; XIV - é assegurado a todos o acesso à informação
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
No inciso XIII, temos que o exercício de qualquer profissão é livre, mas
que deverão ser atendidas as qualificações que a lei vier a estabelecer. Conforme estudamos, trata-se de norma de eficácia contida (“contível”),
ou seja, o direito é pleno, mas pode vir a sofrer restrições futuras por conta de leis mais específicas.
Logo depois, o inc. XIV deixa consignado o direito de recepção de informações, e viabiliza a liberdade de imprensa, ao tornar possível a
proteção das fontes de tais informações.
10- Liberdade de locomoção:
XV - é livre a locomoção no território nacional em
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair
com seus bens; A locomoção diz respeito a um dos aspectos mais caros às liberdades
fundamentais, qual seja o “direito de ir e vir”. É a liberdade física, a liberdade de transpor o corpo para onde melhor aprouver.
É importante que vocês amadureçam o pensamento e entendam que a liberdade de locomoção realmente existe, mas que podem ser
estabelecidas restrições justificadas por outros institutos consignados pela constituição, ou mesmo pela disciplina de transito de pessoas por
determinados locais (pense: você pode circular à pé pela Ponte Rio-Niteroi? Resposta – apenas para quem não é do Estado do RJ
rsrsrs- não, não pode. Trata-se de uma disciplina de trânsito, e não do
cerceamento do direito de ir e vir).
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11- Reuniões e associações:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da
lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento; XIX - as associações só poderão ser
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial,
exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente;
A liberdade de reunião em locais abertos ao público é mais um dos direitos consignados pela Carta de 1988, mas há que se obedecer a
determinados requisitos, sendo a reunião pacífica, sem armas e sem frustrar outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local. NÃO
HÁ NECESSIDADE DE SE PEDIR AUTORIZAÇÃO PARA AS AUTORIDADES PÚBLICAS!!! Mas tenham o cuidado de entender que as
autoridades deverão ser previamente avisadas. O inc. XVII traz a liberdade de serem criadas associações. Esta liberdade
é plena, mas não se pode conferir a uma associação o caráter
paramilitar.
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Para que sejam criadas associações, e também as cooperativas, NÃO existe necessidade de autorização, nem mesmo pode o Estado interferir
no funcionamento das referidas entidades.
Suspensão ou dissolução compulsória das associações:
Não se pode obrigar ninguém a se associar, mesmo que o indivíduo tenha
as características daquele determinado grupo. A liberdade de associação é uma faculdade, não podendo se tornar obrigação.
Os associados poderão, quando autorizadas para tal, representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente (num processo administrativo, por
exemplo).
A liberdade de associação é
plena Mas veda-se as de caráter paramilitar
Suspensão das atividades
• Decisão judicial
Dissolução das associações
• Decisão judicial da qual não caiba mais recurso (transitada em julgado)
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12 – Propriedade:
XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função
social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a
autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim
definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
desenvolvimento;
O que significa o direito de propriedade? Quer dizer que ninguém poderá
ser privado de seus bens de forma arbitrária, ou seja, sem o devido processo legal. Não obstante esta verdadeira garantia, temos que a
propriedade deverá também possuir um viés social, visto que será legítima quando a mesma estiver atendendo a sua função social.
No caso da desapropriação, ou seja, da transferência não voluntária da propriedade por vontade do Poder Público, devemos ter a presença dos
seguintes elementos:
Quando da desapropriação, haverá procedimento estabelecido por lei para que seja procedida a indenização prévia e justa, em dinheiro, ressalvados
os casos previstos na própria CF (desapropriação sancionatória, quando a propriedade não atende sua função social). Todos os entes da Federação
Necessidade Utilidade pública
Interesse social
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(União, Estados, DF e Municípios) podem ser sujeitos ativos da desapropriação.
Sabem aquelas situações nos filmes em que o policial tira um motorista de dentro de seu carro parado no trânsito para perseguir bandidos
armados? Situação bem hollywoodiana, mas que se assemelha muito à questão da “requisição administrativa”, prevista a CF/1988. Então é
exatamente isso: a autoridade pode usar de propriedade particular, desde
que seja em situação de iminente perigo público. O particular terá assegurada a indenização, quando houver dano a seu patrimônio durante
a utilização forçada pela autoridade.
13- Informações:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado; XXXIV - são a todos assegurados,
independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder; b) a obtenção de certidões em repartições
públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Todos possuem o direito de obter informações de órgãos públicos de seu interesse particular, coletivo ou geral. Põe-se a salvo aquelas informações
que, se divulgadas, poderão colocar em perigo a segurança da sociedade e do próprio Estado.
Para que se obtenham as certidões, não existe necessidade de demonstração de que finalidade ela terá.
No caso de uma negativa na concessão de certidões, como existe o direito
líquido e certo de obtê-la, o correto remédio constitucional é o mandado de segurança, e não o habeas data.
A CF/1988 também garante o direito de peticionar junto aos Poderes Públicos, bem como o de obter certidões em repartições públicas. Tanto
um, quanto o outro, não requer o pagamento de taxas. O direito de petição relaciona-se com a faculdade conferida a um
indivíduo ou grupo de procurar qualquer autoridade pública e apresentar petições, reclamações, representações ou mesmo queixas, para que
possam ser protegidos seus direitos, para que possa ser defendida a constituição, as leis e o interesse geral. Não existe necessidade de
representação advocatícia para peticionar.
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Memorizem as duas situações que podem dar ensejo a uma petição aos poderes públicos:
É interessante que vocês entendam que toda pessoa, física ou jurídica,
pode peticionar. Ainda que esta pessoa seja estrangeira, terá sua petição obrigatoriamente recebida pela autoridade pública, sendo que esta deverá
apresentar resposta em tempo razoável.
14- Inafastabilidade de jurisdição:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito;
A intenção do dispositivo é franquear a todos que levem seus
contenciosos ao Poder Judiciário, o qual terá o poder de decidir em caráter definitivo. Apenas o Judiciário tem tal possibilidade.
Quando falamos de inafastabilidade, temos que ter a ideia de que nem a lei e nem mesmo a vontade entre os particulares pode afastar o Poder
Judiciário de avaliar determinada controvérsia. Mas tudo poderá ser levado ao Judicário? Resistam a essa tentação,
meus caros alunos!!! Existem algumas controvérsias ou atos que não podem ser avaliados pelo Judiciário. Neste meio, temos os atos interna
corporis (os de competência privativa das Casas Legislativas); o mérito administrativo (oportunidade e conveniência) daquilo que for definido pelo
administrador. Não podemos falar em exigência do esgotamento da via administrativa
para que se possa levar ao conhecimento do Judiciário uma determinada
controvérsia. Assim, não aceitem enunciados que te induzam a pensar de tal forma.
Defesa de direitos Reparação de
abuso ou ilegalidade
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15- Direito Adquirido:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
O objetivo é que a lei mantenha incólume a situação que já foi
definitivamente consolidada. Mas é importante que vocês saibam que o
direito que tenha sido adquirido antes do surgimento de uma nova constituição não estarão protegidos contra ela, salvo se a Constituição
definir a existência da proteção. Isso ocorre por causa da inexistência de limitações ao Poder Constituinte Originário.
O ato jurídico perfeito é aquele que já possui todos os elementos necessários a sua formação, estando pronto para produzir seus efeitos.
Enquanto isso, a coisa julgada deve ser entendida como aquela que já foi apreciada em todas as instâncias possíveis do Judiciário, ou seja, é
decisão judicial da qual não caiba mais recurso.
16- Juiz Natural e tribunal do Juri:
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com
a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes
dolosos contra a vida; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação legal;
O inc. XXXVII nos traz a impossibilidade de o Poder Judiciário agir de forma parcial ou dependente de critérios arbitrários. O Juiz Natural é
aquele constituído por regras taxativas e estabelecidas em lei, e não por qualquer ideia de conveniência.
Quanto ao Tribunal de exceção, temos que é o tipo de tribunal estabelecido apenas para julgar um determinado fato, usando de critérios
possivelmente pessoais e pouco apreciáveis sob a ótica da objetividade.
Imaginem um tribunal criado apenas para julgar “ex-torturadores” da Ditadura Militar, presidido por um ex-torturado, e composto por um júri
repleto de “filhos de vítimas” do regime? Pois é, como manter a imparcialidade num cenário desses? Estaria criado um Tribunal de
Exceção. No caso do Júri, temos a garantia de que o cidadão será julgado por
pessoas que são ‘semelhantes’ a ele, e que foram escolhidas de forma aleatória. São 21 cidadão eleitores dentro do Município.
Vejam o que a CF/1988 assegura ao Júri:
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O sigilo das votações é característica importante, pois garante imparcialidade na atuação do jurado, bem como garante a sua segurança.
A soberania dos veredictos é uma característica muito importante a ser sabida. Ela significa que a decisão do júri é soberana e insubstituível!
Entretanto, a jurisprudência entende que tais decisões não são irrecorríveis. Principalmente, quando forem patentemente contrárias às
provas constantes dos autos. Neste caso, poderá ser declarada a nulidade
da decisão anterior, e os autos poderão ser remetidos ao tribunal do Júri, para que novos jurados decidam de modo razoável.
17- Crimes e retroatividade da lei penal:
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Aqui nós temos a obrigatoriedade de que o crime, para que assim seja considerado, deverá ser definido em lei, bem como as penas deverão ser
na lei estabelecidas.
Se a nova lei que trata de determinado crime acaba sendo benéfica para o réu, ela sempre reatroagirá, automaticamente, para beneficiar o réu.
A lei penal mais grave apenas alcança os fatos praticados depois da sua vigência.
Plenitude de defesa
Sigilo das votações
Soberania dos veredictos
Competência para julgamento
dos crimes dolosos contra a
vida
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18- Racismo:
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
Características do racismo:
19- Outros crimes:
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível
a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático;
Sujeito à reclusão
Imprescritível Inafiançável
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tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos
Insuscetíveis de anistia
Insuscetíveis de graça
Inafiançáveis
Inafiançável
Imprescritível
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o
Estado Democrático
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20- Disposições acerca dos presos:
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser,
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e
adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens; c) multa;
d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento; e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à
integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições
para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
A Constituição propõe a individualização das penas, pois diz que as
mesmas estão restritas à pessoa condenada pela prática delituosa. Não
obstante, quando se tratar de reparação de danos e perdimento de bens, conforme a lei aplicável, poderá haver o alcance dos sucessores, pois
contra eles será executada a pena, mas somente até a medida do que foi transferido pela sucessão.
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Vejam as penas que o ordenamento jurídico brasileiro pode adotar:
Além de prever quais penas serão adotadas, o ordenamento jurídico deixa
patente quais penas estão proibidas:
Além de terem assegurados o direito de cumprimento de pena em locais que considerem determinadas características pessoais e do delito
cometido, os presos têm asseguradas a integridade física e integridade
moral. No caso específico das presidiárias, no diapasão da dignidade da pessoa humana, possuem assegurado o direito de permanecer com seus
filhos durante o período de amamentação.
Privação ou restrição da
liberdade Perda de bens Multa
Prestação social
alternativa
Suspensão ou interdição de
direitos
De morte, salvo em caso de
guerra declarada Caráter perpétuo
Trabalhos forçados
Banimento Cruéis
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21- Extradição:
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
Extradição é a entrega de um indivíduo a outro país, de modo que ele lá seja julgado e sofra as consequências das leis daquele país.
A extradição poderá ser ativa ou passiva. Vejamos:
Apenas o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado! Assim
será feito quando o naturalizado tiver cometido crime comum, antes da naturalização; ou ainda, estiver envolvido com tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins. Os estrangeiros não gozam de qualquer proteção quanto à extradição,
salvo a de que não poderão ser extraditados por crimes políticos ou os de opinião.
22- Devido processo legal (due processo of law), contraditório e ampla defesa:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de
seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com
os meios e recursos a ela inerentes;
Extradição ativa:
• É aquela solicitada pelo Brasil
Extradição passiva
• É aquela na qual o Brasil é solicitado a enviar determinado indivíduo ao país onde o delito foi cometido
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O devido processo legal seria um determinado processo legalmente estatuído, eivado de procedimentos justos, adequados e moldados por lei.
São as regras procedimentais, em sentido processual, que podem ser exigidas por quem se encontra a perigo de perder os bens ou a liberdade.
Ou seja, o que a Constituição quer garantir é que a privação de liberdade ou de bens só seja alcançada mediante a observância de um rito
estabelecido pela lei como sendo o correto.
Também nos processos perante o TCU são assegurados o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação
de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de
aposentadoria, reforma e pensão. Quanto ao contraditório, entende-se como a possibilidade de se
conhecer todos os atos do processo, e contradita-los. A ampla defesa diz respeito à possibilidade de se utilizar todos os meios legais e moralmente
admitidos para que sejam defendidos os direitos do indivíduo. Com relação ao processo administrativo, entende-se que o mesmo
também é alcançado pela garantia da ampla defesa. Mas saibam que o procedimento de sindicância, por ser medida meramente preparatória,
não existe tal garantia. Apesar disso, o STF entende que a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição.
23- Vedação às provas ilícitas:
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos;
As provas admitidas por meios ilícitos, com uma escuta clandestina, a qual não foi feita obedecendo a reserva jurisdicional, não servem para o
processo criminal, nem mesmo para o administrativo. É uma restrição constitucional, a qual visa evitar desrespeitos aos direitos fundamentais.
Entretanto, a presença de provas ilícitas não torna nulo todo o processo, mas apenas aquilo que relaciona ou decorre da referida prova.
24- Presunção de inocência:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;
O princípio da presunção de inocência tem o objetivo de evitar o
julgamento precipitado e a inadequada condenação do indivíduo. É exatamente o contrário do que se vê naqueles programas policiais que
passam durante a tarde na televisão, onde apresentadores acéfalos, falando para um público igualmente acéfalo, expõem a imagem de
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pessoas que muitas das vezes são tidas por suspeitas apenas por morarem em determinado local.
O que existe aqui é o impedimento de que o Estado dê tratamento inadequado a quem ainda não obteve a chamada sentença judicial
irrecorrível. Diante deste dispositivo, tenham o cuidado de continuar considerando
válido o instituto da prisão cautelar, quando houver prova de existência
material do crime e indício suficiente da autoria. Um aspecto importante para fins de concurso público é que fica impedida
a exclusão de candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória.
25- Prisão:
LXI - ninguém será preso senão em flagrante
delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos
de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos,
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado; LXIV - o preso tem direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;
Não entendo que seja muito comum estes dispositivos caírem em prova, mas saibam mesmo assim.
O indivíduo será preso apenas em duas situações:
Ainda assim, existem as exceções: as transgressões militares e os crimes militares, propriamente ditos.
Flagrante delito
Ordem judicial escrita e
fundamentada
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26- Prisão Civil
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
A dicção constitucional é clara: dívidas não podem ser o motivo invocado para se privar o indivíduo de sua liberdade.
A única exceção reconhecida hoje é a do inadimplente voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. É aquele “pai separado” que não
deposita o dinheiro da pensão do filho! No caso do depositário infiel, entende-se hoje que não mais poderá ser
preso por conta de sua condição, visto que o Brasil é hoje signatário de um tratado internacional sobre direitos humanos que versa sobre o tema.
Então, entendam: prisão por dívida é admissível apenas no caso da inadimplência de pensão alimentícia.
27- “Habeas Corpus”
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Este é o remédio constitucional que tem prioridade sobre todos os outros!
Neste dispositivo, o objetivo da Constituição de 1988 foi assegurar o direito de ir, vir e permanecer, além de protege-lo contra constrições
ilegais.
Trata-se de proteção contra coação propriamente dita, ou contra a ameaça de coação ao direito de locomoção física.
O habeas corpus é gratuito, ou seja, isento de custas, podendo ser de cunho repressivo (quando já houve a coação) ou preventivo (diante da
ameaça de coação). Existem dois pressupostos que autorizam a concessão de liminar em
habeas corpus:
Probabilidade de dano
irreparável Indicação razoável da ilegalidade no constrangimento
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A impetração deste remédio constitucional pode ser efetivada por qualquer pessoa, inclusive por terceiro, não havendo a necessidade de
assistência de advogado. No caso de pessoa jurídica, pode haver a legitimidade para que impetre o HC em favor de pessoa física a ela ligada.
O sujeito passivo pode ser uma autoridade ou mesmo um particular, desde que o constrangimento causado venha consequência do cargo que
é exercido.
28- Mandado de Segurança:
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa
dos interesses de seus membros ou associados;
Pois é, pessoal, o Mandado de Segurança é um remédio constitucional bastante amplo. A primeira observação a ser feita é que ele protege o
cidadão que tem ofendido o seu direito líquido e certo, ou seja, aquele direito que o cidadão já satisfez todos os pré-requisitos para poder goza-
lo, além de já ter implementado as condições para tal. Um exemplo é o do candidato aprovado em concurso público, que satisfez todas as
condições do edital, e que se vê impedido de assumir a vaga por conta de uma arbitrariedade da autoridade administrativa.
Aliás, cabe ser bem claro quanto à impossibilidade de o Mandado de Segurança poder resguardar a liberdade de locomoção, bem como o
acesso às informações do indivíduo constante de bancos de dados
públicos. Isso pelo fato de, conforme a dicção constitucional, o Mandado de Segurança se prestar a resguardar os direitos que não sejam
amparados por “habeas-corpus” e por “habeas-data”. Bem, ainda conforme a CF/1988, os alvos do Mandado de Segurança serão
autoridades públicas ou agentes de pessoas jurídicas no exercício de atribuições do Poder Público.
Para ser impetrado o Mandado de Segurança, há que se ter atenção para o prazo limite de 120 dias, da ação ou omissão causadora do dano.
Então, eu pergunto a vocês: o que acontece se passarem esses 120 dias sem que seja impetrado o mandado de segurança? Essa é uma boa
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questão para ser cobrada na sua prova! Nesse caso, o cidadão pode recorrer a uma ação ordinária.
Pessoal, um questionamento muito importante acerca do Mandado de Segurança é sobre a possibilidade de concessão de liminar. Então,
saibam: é possível a obtenção de medida liminar em Mandado de Segurança. Para isso, precisamos de 2 pressupostos: plausibilidade da
alegação (fumus boni júris – fumaça do bom direito) e a urgência
(periculum in mora).
Liminar em Mandado de Segurança:
Também é possível a obtenção de tutela antecipada em medida liminar,
desde que presentes os requisitos do art. 273, do Código de Processo Civil (STJ.AgRg no MANDADO DE SEGURANÇA Nº 14.210 - DF
(2009/0047260-3): a) prova inequívoca e verossimilhança da alegação e b) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ou abuso de
direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. Um último detalhe importante para a sua prova é o que nos remete à
possibilidade de conferir caráter preventivo ao Mandado de Segurança, ou seja, ainda que o direito esteja apenas ameaçado, é possível a impetração
do Mandado de Segurança.
Pessoal, Mandado de Segurança é um aspecto muito importante para a sua prova, trate de entender. Havendo dúvida, chame no fórum!
Precisamos, ainda, entender um tipo específico de Mandado de
Segurança, qual seja o coletivo:
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;
Fumus boni iuris Periculum in
mora
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Agora, estamos falando de uma determinada personalidade jurídica representando um grupo específico na defesa de interesses específicos.
Assim, temos que os partidos políticos com representação no Congresso Nacional podem impetrar mandado de segurança coletivo para defender
os interesses de seus integrantes e para resguardar a finalidade partidária. Dessa forma, ainda que possua apenas um integrante no
Congresso, poderá o partido se utilizar do mandado de segurança
coletivo. Mas o que acontece se o único representante do partido é cassado, depois de impetrado o mandado, mas antes do
julgamento de seu mérito? Bem, a resposta deverá ser no sentido de que a ação segue normalmente, visto que o pressuposto é haver
representação no momento da impetração. Num segundo momento, temos também as organizações sindicais,
entidades de classe e as associações. Todas elas agirão no interesse de seus membros. Dois aspectos são importantes: o primeiro é que a
redação do dispositivo constitucional exige que as associações, e somente elas, estejam legalmente constituídas e em funcionamento há
pelo menos um ano; e o segundo é que não há necessidade de autorização especial dos integrantes para que as entidades ingressem
com o Mandado de Segurança.
29- Mandado de injunção:
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Pessoal, entendamos os pressupostos para o cabimento do mandado
de injunção:
No caso da possibilidade de impetração de mandado de injunção coletivo, a jurisprudência tem admitido que deve ser feita considerando as regras
do mandado de segurança coletivo:
Existência de um direito
constitucional de quem o invoca
Impedimento de exercício do direito por
falta de norma regulamentadora
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LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;
O objetivo principal do Mandado de Injunção é afrontar a mora legislativa
ou administrativa, a omissão inconstitucional. Entende-se que esta “mora” ocorre quando já decorreu prazo ‘razoável’ para a edição da
norma que a CF exigiu. A principal controvérsia acerca do Mandado de Injunção é sobre os efeitos
da declaração oriunda da análise de seu mérito:
30- Habeas Data
LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os
atos necessários ao exercício da cidadania.
Então, nós temos duas situações para o emprego do habeas data: o
conhecimento de informações constantes dos bandos de dados; ou para retificar dados destes bancos de dados.
Corrente não concretista
• O Judiciário deveria apenas declarar a mora legislativa, comunicando ao órgão competente que já se considerava existente a inércia
Corrente concretista (adotada pelo STF)
• Adotada de 2007 pra cá, onde se admite a concretização judicial do direito asegurado constitucionalmente, tornando viável o seu exercício por parte do indivíduo
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Uma coisa interessante é que a CF/1988 traz também a possibilidade de se utilizar o referido remédio constitucional contra bancos de dados de
caráter público, e entende-se que os mesmos podem ser de empresas privadas: o que isso quer dizer? Na verdade, tais bancos de dados
possuem informações sobre o sujeito, mas não são controladas pelo poder público, e tais informações podem ser utilizadas ou repassadas a
terceiros. Um exemplo disso é o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
Vejam o conceito de registro de caráter público constante da lei 9507/97:
Art. 1º (...) Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo
registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou
que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.
É importantíssimo que vocês tenham a noção de que o habeas data
apenas é cabível quando o cidadão requer a informação administrativamente e o órgão lhe nega.
31- Ação Popular:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Fique atento, caro aluno:
fique atento:
Quem pode propor a ação popular? R.: Qualquer cidadão! É
importante que você saiba que a jurisprudência tem entendido que é essencial o pleno gozo dos direitos políticos. Isso quer dizer que,
se o cidadão estiver com os direitos políticos suspensos, não poderá propor ação popular.
Que tipos de bens, tangíveis ou intangíveis, podem ensejar a propositura de ação popular, quando lesados? R.: Patrimônio
público, entidade de que o estado participe, moralidade administrativa, meio ambiente, patrimônio histórico e patrimônio
cultural. A propositura de ação popular possui custo para o cidadão? R.: Não,
não possui custo. De regra, é gratuita a propositura de ação
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popular. O cidadão que perde a ação fica livre das custas judiciais e do ônus da sucumbência. Entretanto, se for comprovada a má-fé do
impetrante, ficará ele encarregado de arcar com tais custos.
Conheça o artigo 5º na íntegra:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de
sua violação; XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém
nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
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estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente; XVII - é plena a liberdade de associação para fins
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo
vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente; XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de
sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
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XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento
econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às
respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no
País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes
seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
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XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura ,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens; c) multa;
d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento;
e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos
distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à
integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para
que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o
naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por
crime político ou de opinião; LIII - ninguém será processado nem sentenciado
senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal;
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LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas
por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito
em julgado de sentença penal condenatória; LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas
em lei; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
pública, se esta não for intentada no prazo legal; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
sem fiança; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder; LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
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a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de
seus membros ou associados; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que
a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania; LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e
"habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
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quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.