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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO – 10ª REGIÃO (TRT-10) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA E EXECUÇÃO DE MANDADOS AULA 1 PROF: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br “O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre 1 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO (TRT-10 ) Queridos Alunos! Abaixo, nossa Aula 1 de Direito Processual Civil para o TRT- 10 (DF E TO)!! Agora vamos lá! Ricardo Gomes Por sua aprovação! QUADRO SINÓPTICO DA AULA: 1. Ação. a. Conceito e natureza jurídica b. Condições c. Classificação

Aula 01

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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO (TRT-10)

Queridos Alunos!

Abaixo, nossa Aula 1 de Direito Processual Civil para o TRT-10 (DF E TO)!!

Agora vamos lá!

Ricardo Gomes

Por sua aprovação!

QUADRO SINÓPTICO DA AULA:

1. Ação.

a. Conceito e natureza jurídica

b. Condições

c. Classificação

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1. Da Ação.

Conceito e Natureza Jurídica da Ação.

Inicialmente, cabe delinear, em linhas gerais, que o direito de Ação é o direito de pedir a jurisdição, de solicitar o exercício da atividade jurisdicional. Este direito surgiu em decorrência do monopólio estatal da jurisdição (que é o poder do Estado de dizer o direito, solucionando as lides). Assim, em virtude deste dever estatal surgiu o direito subjetivo aos sujeitos de direito de acionarem o Poder Judiciário para solucionarem, de forma definitiva, seus conflitos de interesse.

Com efeito, se o conceito de Ação fosse assim definido seria muito bom, mas a doutrina mundial, ao longo do tempo, digladiou-se em várias espécies de conceituação. Com isso, a discursão doutrinária a respeito do conceito de Ação estendeu-se por longa data até a atualidade. No Direito Processual Brasileiro formou-se 3 (três) correntes distintas na tentativa de definir de forma completa e abrangente o conceito e a natureza da Ação, as quais destacaremos abaixo:

1. Ação como Direito Autônomo e Concreto – para esta corrente a Ação é um direito autônomo em relação ao direito material protegido, mas ele somente seria reconhecido se a decisão judicial fosse favorável ao autor. Apenas se após a decisão judicial o direito material abrangido restasse configurado é que seria reconhecido o ao autor o direito de Ação. Assim, o direito de Ação seria posteriormente dependente da efetiva existência do direito material. Por isso que a Ação seria um Direito Autônomo inicialmente, mas Concreto (dependência posterior da concretude do direito material).

2. Ação como Direito Autônomo e Abstrato – a Ação é autônoma e independente do direito material protegido, sendo um direito preexistente ao processo e a qualquer

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outra relação jurídica. Assim, o autor tem direito de ação mesmo na hipótese de sua pretensão posta em juízo não ser acolhida. Exemplo: autor ajuíza ação solicitando reconhecimento de um direito de posse de determinado bem; o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, o autor não terá o direito material levado a juízo, mas mantém incólume seu direito de ação, direito de levar a juízo sua pretensão).

Para esta teoria, existem 2 relações jurídicas diversas envolvidas no processo:

1. Direito de Ação – relação processual entre o Autor e o Estado-Juiz;

2. Direito Material – relação jurídica material entre as partes do processo (Autor e Réu), que estão em conflito.

3. Teoria Eclética do Direito de Ação – para esta teoria, o direito de Ação não é totalmente concreto e nem é totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato, inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve preencher os requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos do CPC.

CF-88

Art. 5

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

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A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita como a dominante para qualquer efeito.

Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale frisar suas principais características, para fins de memorização:

• Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual);

• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação processual) é distinta da natureza do direito material (relação material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte;

• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação independe da efetiva existência do direito material. O sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça.

Em outros termos, a Ação é o direto de provocar a atuação da tutela jurisdicional, mediante o Processo, distinto do direito material deduzido em juízo, que pode ser pleiteado em qualquer hipótese, mesmo no caso de improcedência do pedido.

Elementos da Ação.

As Ações possuem elementos objetivos e subjetivos, que caracterizam cada uma delas, evitando-se possível repropositura de novas demandas, sob pena de proferimento de decisões contraditórias, em decorrência de possíveis propostas simultâneas de duas ou mais ações (caso de litispendência) ou de casos já definitivamente julgados (coisa julgada).

São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP):

1. PARTES – Autor e Réu. São os que efetivamente participam da relação jurídica processual, triangularizada com a figura do Juiz, mediante o contraditório.

As partes do processo podem ser únicas em cada polo,

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ou 2 ou mais (caso de Litisconsórcio – pluralidade de partes – assunto específico de Direito Processual Civil).

Ademais, é possível que as partes do processo não sejam exatamente as partes envolvidas na lide (relação jurídica de direito material), hipótese na qual será substituída por Legitimado Extraordinário, que defende em nome próprio direito alheio – outro assunto específico.

2. CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação da Teoria da Substanciação):

i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o fato, sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato terá repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e descrito.

ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o direito (Princípio do iura novit cúria). O que importa é o autor mencionar qual a consequência jurídica do fato.

Exemplo 1: pessoa sem pai conhecido descobre a existência do seu pai; fato: relação de

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paternidade; fundamento jurídico: nasce direito de reconhecimento formal da paternidade. Observem que neste caso não há qualquer necessidade do autor informar o dispositivo legal que lhe assegura o direito à paternidade, basta à afirmação desta consequência jurídica.

Exemplo 2: pessoa bate no veículo de outra e gera prejuízo. Pede-se em juízo uma indenização: o acidente que gerou prejuízo danoso e culposo é o fato jurídico; o direito de ser indenizado é o fundamento jurídico.

Exemplo 3: celebração de um contrato com erro. Pede-se em juízo o a anulação: a celebração do contrato em erro é o fato jurídico; o direito de anular é o fundamento jurídico.

Exemplo 4: negativação indevida do nome no SERASA. Pede-se em juízo a retirada imediata do cadastro: a inscrição indevida do nome na SERASA é o fato jurídico; o direito de tirar o seu nome é o fundamento jurídico.

Teoria da Substanciação da Causa de Pedir.

O Direito Processual Brasileiro adotou esta teoria, ao exigir os Fatos e os Fundamentos jurídicos como elementos da causa de pedir e não somente a fundamentação legal (definição exata da norma aplicável: lei, dispositivo, etc). Para esta Teoria, o mais importante é a descrição fática correta, pois é esta que limita o conhecimento do Juiz quando for decidir a ação. Isto porque, a fundamentação legal definida pelo autor não é vinculante ao Juiz, que pode dar outra interpretação e aplicação jurídica para

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os mesmos fatos. Exemplo: o autor que alega em juízo a aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao caso apresentado nos autos; o Juiz, diante do caso concreto, poderá afastar sua aplicação, pelo Princípio do iura novit cúria, e definido a norma jurídica adequada ao caso (com base nos fatos alegados).

A Teoria da Substanciação contrapõe-se à Teoria da Individuação, que preleciona a necessidade de apresentação, pelo autor, apenas dos fundamentos jurídicos do pedido, não havendo necessidade de apresentação dos fatos. Esta última Teoria é rechaçada pela doutrina pátria, sem aplicação no Direito Brasileiro.

3. PEDIDO (OBJETO) – é a parte final da Ação, consistente na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do autor.

Para a doutrina, o pedido divide-se em 2:

• Pedido Imediato – é exigência formulada contra o Estado-Juiz de prestação da tutela jurisdicional; ou seja, é a providência jurisdicional ou espécie tutela jurisdicional solicitada pelo autor. Exemplo: tutela condenatória, constitutiva ou meramente declaratória; executiva ou cautelar.

• Pedido Mediato – é o pedido do autor para que o réu submeta-se à pretensão de direito material do autor, isto é, trata-se do bem jurídico pretendido. Exemplo: o autor, locador de imóvel no qual o locatário está inadimplente, solicita que o Estado-Juiz condene o réu (Pedido Imediato: condenatório) ao pagamento do valor devido (Pedido Mediato: que o réu atenda à

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determinação judicial de conferir o bem jurídico desrespeitado/lesado).

A distinção entre as duas espécies de pedido tem repercussão na possiblidade de definição de litispendência, coisa julgada, conexão e continência entre duas ou mais ações do mesmo autor. Estes assuntos serão tratados de forma separada.

Condições da Ação.

Para que o direito de Ação seja efetivamente reconhecido no âmbito judicial (consoante Teoria Eclética e CPC), será necessário o preenchimento das Condições da Ação.

É importante que se explique desde já que quando o autor interpõe qualquer Ação, o Juiz deve verificar se foram preenchidos todos os requisitos legais para seu processamento, entre eles, as Condições da Ação, juntamente com os pressupostos processuais (os dois são requisitos necessários para a Sentença de Mérito). Somente após a superação de tais requisitos legais é que o Juiz analisará o mérito da questão (pretensão material do autor da demanda).

Isto é, a análise de mérito do caso, que será pela procedência ou improcedência da demanda, será um passo à frente da análise do preenchimento dos requisitos legais para o processamento da ação.

Assim, ao receber o processo o Juiz analisa a pretensão processual do autor. Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado pelo autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive os pressupostos processuais, será iniciada a análise de mérito do processo.

Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela jurisdicional.

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CPC

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:

IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;

Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

Mas quais e quantas são as Condições da Ação?

1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – o pedido do autor não pode ser vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro. Qualquer pedido do autor que seja contrário à lei, será reputado como juridicamente impossível de sequer ser apreciado pelo Poder Judiciário. É preciso que o pedido possa ser atendido, ou seja, que o pedido seja juridicamente viável.

Exemplo 1: pedido de casamento entre parentes de 2º grau, consanguíneos ou afins (vedação às núpcias incestuosas) – art. 1521 do Código Civil.

Exemplo 2: pedido de terra na lua.

Exemplo 3: pedido de herança dos bens de pessoa ainda viva.

Exemplo 4: pedido de cobrança de dívida de jogo.

2. INTERESSE DE AGIR – o interesse de agir depende de dois aspectos relevantes:

a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como

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mais uma forma do autor “resolver seu problema”, devendo ser o único caminho existente para solução do conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve ser o meio necessário e útil para a parte ter o seu conflito resolvido.

b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor deve ser a adequada para o caso apresentado (o procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto, adequado e previsto na norma processual). Não há como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for caso de Mandado de Segurança.

Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido o prevalecente em provas e para a doutrina majoritária.

CPC

Art. 3o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade.

3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM) – é a relação que o titular do direito material tem com o direito processual, que só poderá ser aferida no caso concreto do processo, nunca em abstrato (é a pertinência subjetiva do autor com o direito material controvertido). O autor deve ser o titular da pretensão proposta em juízo, bem como, o réu deve ser aquele que efetivamente se sujeitará à eventual sentença de procedência da ação (Legitimidade do Autor e do Réu – Legitimação Ativa e Passiva).

Não confundir Capacidade de Estar em Juízo (Legitimidade ad processum – para o processo) com a Legitimidade Ad Causam, que é uma das

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Condições da Ação. Enquanto que o juízo acerca da legitimidade ad processum (referente à capacidade processual do sujeito) é realizado em abstrato (basta ter capacidade para estar em juízo para ter preenchido o requisito da legitimação para o processo), a legitimidade ad causam é aferida pelo Juiz quando do exame das condições da ação, se a parte tem real relação com o direito material posto em juízo. A ausência de capacidade de estar em juízo (Legitimidade Ad Processum – para o processo) gera a nulidade do processo, posto a parte não ter a capacidade própria para atuar no processo (ex: processo instaurado por criança de 10 ANOS sem a assistência dos Pais). De outro lado, a falta de Legitimidade Ad Causam (para a causa) gera a extinção do processo sem resolução de mérito, por carência de ação.

� Legitimidade Ad Processum – Pressuposto processual (ausência gera nulidade do processo)

� Legitimidade Ad Causam – Condição da Ação (ausência gera a extinção do processo sem resolução de mérito, por carência de ação).

A Legitimidade Ad Causam poderá ser:

a) Legitimidade Ordinária – quando os próprios titulares do direito pleiteado são os autores da demanda. Na legitimação ordinária há coincidência entre o legitimado e o sujeito da relação jurídica discutida em juízo. Significa que se alguém vai a juízo e é titular do interesse próprio, então ele é o legitimado ordinário. Essa é a regra.

b) Legitimidade Extraordinária (Substituição

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Processual) – quando a lei autoriza terceiros a atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa de interesse alheio (interesse do titular do direito), em substituição do legitimado ordinário. Na legitimação extraordinária há uma não–coincidência entre o legitimado e o titular do da relação discutida em juízo. Ou seja, o legitimado não coincide com o titular da relação discutida. Alguém está em juízo em nome próprio defendendo interesse alheio (está no processo discutindo um interesse que não é dele). Sempre que alguém estiver em juízo defendendo interesse de outrem em nome próprio será um legitimado extraordinário.

Exemplo 1: o Ministério Público é legitimado extraordinário para pedir alimentos para um menor. Todos os legitimados das ações coletivas são legitimados extraordinários.

Exemplo 2: o condômino que atua em juízo em nome do condomínio defende interesse próprio, mas o interesse não é só dele, ou seja, o interesse é dele e também de outros (legitimação ordinária e extraordinária simultânea). Ele é co-titular, não é dono exclusivo.

Exemplo 3: legitimados coletivos previstos no CDC para defesa dos consumidores por meio de ações coletivas (Defensoria Pública, PROCON, associações de consumidores, etc).

Características da Legitimidade Extraordinária:

• Previsão Legal - decorre da lei em sentido amplo, não sendo permitido por simples acordo das partes (exemplo: contratos ou quaisquer negócios jurídicos). Ou seja,

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somente com autorização legal (previsão expressa na lei) é que será possível a legitimação extraordinária (substituição processual).

• O legitimado extraordinário não pode dispor do direito discutido em juízo, pois o direito não é dele.

• O legitimado extraordinário é a parte do processo. Apesar do direito discutido ser do titular, é o legitimado extraordinário quem vai pagar as custas, quem pode ser condenado por litigância de má-fé, é em relação a ele que se vai verificar a competência em relação da pessoa.

• A falta de legitimação extraordinária implica carência de ação, não examinando o mérito da causa. Se o Juiz decide que não há legitimação extraordinária, ele nem discutirá sobre o mérito da causa.

• A legitimação extraordinária (substituição processual) não se confunde com Sucessão processual. Esta é a troca de sujeitos titulares no processo. Sai uma parte entra outra. Exemplo: o réu de uma ação de cobrança falece e, em seu lugar, entra o seu espólio (houve uma sucessão processual de um titular antigo para o novo). A substituição processual ou legitimação extraordinária não é a troca. Ela ocorre quando alguém está em juízo defendendo interesse de outrem em nome próprio.

• A legitimação extraordinária (substituição processual) não se confunde com

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Representação processual. O representante vai a juízo em nome alheio defendendo interesse alheio. O representante não é parte do processo, não é o sujeito de direito. A parte do processo é o próprio representado. Exemplo: o menor que pede alimentos para o pai; a representante é sua mãe, que não é parte (ela é apenas a representante do incapaz). Já o substituto processual (legitimado extraordinário) age em nome próprio, sendo, portanto, parte.

CPC

Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

Verificação das Condições da Ação.

A ausência de qualquer das condições da ação pode ser atestada desde a análise da petição inicial até o fim do processo, com a prolação da Sentença de Mérito, não precluindo a sua análise em qualquer fase do processo.

CPC

Art. 295. A petição inicial será indeferida:

II - quando a parte for manifestamente ilegítima;

III - quando o autor carecer de interesse processual;

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)

Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

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Ação Meramente Declaratória.

Vale frisar que o interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um documento.

Mais exemplos de Ações Declaratórias: Ação de usucapião, Ação de consignação em pagamento, Ação Direta de Constitucionalidade de Lei (ADC), Ação declaratória de inexistência de relação tributária.

Vale frisar que se admite que o autor entre com ação declaratória quando seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação, o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem desejar efetivá-lo.

CPC

Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;

II - da autenticidade ou falsidade de documento.

Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

Súmula 181 – STJ

É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de cláusula contratual.

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No processo existem questões principais (mérito do processo) e podem existir questões prejudiciais (acessórias, das quais depende o exame das principais). Estas questões prejudiciais são decididas, em regra, no bojo do próprio processo principal. No entanto, o CPC autoriza que tais questões prejudiciais podem ser decididas em processo próprio, chamado de Incidentes Processuais apensos ao Processo Principal, no qual é proferida sentença apta à formação da coisa julgada.

Esta é a previsão da chamada Ação Declaratória Incidental, que se propõe para o reconhecimento ou não reconhecimento de determinada relação jurídica de que depende o julgamento da lide. Exemplo: ação de alimentos e investigação de paternidade; o vínculo de parentesco é uma questão prejudicial à ação de alimentos; este vínculo de parentesco poderá ser provado no próprio processo de alimentos ou por meio de Ação Declaratória Incidental. Este ponto tem repercussões na coisa julgada, mas deve ser estudada em assunto específico.

CPC

Art. 5o Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que o juiz a declare por sentença.

Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir pressuposto necessário para o julgamento da lide.

Teoria da Asserção e da Exposição na análise das condições da Ação.

Segundo a Teoria da Asserção (Teoria da Afirmação; Teoria da Verificação das Condições da Ação, Teoria in Status Assertionis), a análise das

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condições da ação deve ser feita apenas a partir do que foi afirmado pelas partes (assertivas ou afirmações da parte). Basta ao Juiz verificar o que as partes disseram (afirmaram). Se corresponderem às condições da ação, estas devem ser aceitas como preenchidas, sem necessidade de produção de prova do quanto asseverado. Exemplo: filho entra com ação pedindo alimentos. Pouco importa se após o trâmite do processo restar configurado que o réu não era o pai do autor. Neste caso a ação será, ao final, julgada improcedente, não sendo indeferida por carência de ação (falta de legitimidade). Esta teoria é a que prevalece na doutrina brasileira.

Já a Teoria da Exposição (Teoria da Comprovação) defende que as condições da Ação devem ser comprovadas pelo autor por meio de produção de provas. É uma teoria minoritária, portanto, não aplicável para fins de concurso público, salvo em provas subjetivas que a cobrem expressamente.

Classificação da Ação.

A Ação pode ser classificada de acordo com diversos critérios. Delinearemos abaixo as principais classificações da Ação.

Quanto ao provimento jurisdicional solicitado pelo autor no processo, as Ações podem ser:

a) Ações de CONHECIMENTO (Cognição) – têm por finalidade solicitar ao Poder Judiciário a certificação do direito, o reconhecimento de um direito. As Ações de Conhecimento são subdivididas em outras 3 (três) classificações:

1. Ação Meramente Declaratória – é a Ação citada anteriormente, que tem por objeto a declaração da existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica, bem como a declaração de autenticidade ou falsidade de um documento. Nesta Ação o autor não deseja compelir o réu a praticar ou deixar de praticar

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ato, mas apenas tem por finalidade a declaração judicial, sem a necessidade de posterior execução da decisão. Exemplo: Ação de Investigação de Paternidade; Ação de nulidade de casamento; Ação de Usucapião. As Ações Declaratórias têm efeito ex-tunc, retroagindo à data do fato declarado.

2. Ação Constitutiva ou Desconstitutiva – visam à modificação, criação ou extinção de uma relação jurídica material preexistente. Para o manejo de uma Ação Constitutiva, o autor deve ostentar um dos Direitos Potestativos, que são aqueles que conferem ao seu titular o poder de jurídico de impor a outro sujeito a modificação, criação ou extinção de relações jurídicas. Exemplo: anulação de ato jurídico; rescisão de um contrato, ação rescisória, ação de separação, ação de extinção do condomínio, resolução do contrato. A parte tem direito à anulação ou à rescisão por força de um direito potestativo previsto na lei ou contrato. Como a constituição ou a desconstituição de um direito é realizada no ato da decisão judicial, os efeitos desta Ação são ex-nunc, para o futuro, a partir da sentença.

3. Ação Condenatória – o pedido do autor será pela declaração da existência ou inexistência de relação jurídica (reconhecimento do direito material) e pela fixação de obrigação (condenação) ao réu de dar, fazer, não fazer ou pagar quantia em dinheiro (reconhecimento + condenação), que, se não cumpridas, confere ao réu o direito de exigir do Poder Judiciário que execute sua própria decisão.

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Portanto, mediante a Ação Condenatória, o autor não apenas terá o direito de ter certificado seu direito, mas terá, a um só tempo, a condenação do réu à prestação de uma obrigação.

Enquanto a Ação Constitutiva vincula-se a direitos potestativos, a Ação Condenatória versa sobre os direitos a uma prestação (dar, fazer, não fazer e pagar quantia).

As Ações Condenatórias têm efeito ex-tunc (para trás - retroativo), pois também certificam direitos/relações jurídicas preteritamente constituídas.

b) Ações de EXECUÇÃO – solicita ao Poder Judiciário a efetivação de um direito já reconhecido. É uma ação de caráter satisfativo do direito do credor, mediante atos coativos do Judiciário de impelir o réu ao adimplemento da obrigação que deveria ter cumprido voluntariamente. No processo de execução, a atividade jurisdicional será restrita a atos necessários à satisfação do direito do credor e a compelir o devedor a adimplir a obrigação, pagando a quantia devida, entregando a coisa, fazendo ou não fazendo algo.

c) Ações CAUTELARES – solicita ao Poder Judiciário a proteção de um direito (tem natureza acautelatória). Por meio da Ação cautelar, o autor visa assegurar a eficácia de outra Ação (ação de conhecimento ou de execução). A Ação cautelar é um instrumento de garantia das demais ações, justificando-se pela demora na atuação e satisfação do direito por meio do processo de conhecimento até a sua execução. A concessão da Cautela (deferimento da Ação Cautelar) ocorrerá se ficar comprovada a probabilidade do direito do requerente (fumaça do bom direito) e a possiblidade de

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ocorrência de dano de difícil reparação (perigo da demora).

Apesar destas classificações acima, hoje em dia tais ações tendem a ser misturadas. Isto é, os tipos de tutela hoje não são mais estanques como eram antigamente. Com a reformulação do Processo Civil, por meio da Lei nº 12.232/2205, não há mais Processos diversos (Processo de Conhecimento, Processo de Execução, Processo Cautelar), mas FASES do Processo.

Este fenômeno é chamado pela Doutrina de Sincretismo Processual (Processo Sincrético), porque no mesmo processo de conhecimento é possível executar. A execução do processo tornou-se apenas uma mera fase do processo de conhecimento e não um novo processo que necessitava ser deflagrado pelo autor.

Quanto à natureza da relação jurídica/causa de pedir próxima:

1. Ações Reais – ação que trata de um direito Real. Exemplo: ação que versa sobre direito de propriedade mobiliária ou imobiliária.

2. Ações Pessoais – ação que trata de um direito Pessoal. Exemplo: ação que versa sobre um contrato de prestação de serviços.

Quanto ao objeto do pedido Mediato:

1. Ações Mobiliárias – quando o pedido for móvel.

2. Ações Imobiliárias – quando o pedido for Imóvel;

Cuidado! Uma Ação Real e uma Ação Pessoal podem versar sobre móveis e imóveis!

Exemplo 1: Ação de despejo é pessoal e imobiliária (versa sobre um contrato de locação e trata de um imóvel alugado). Poderia se pensar que seria real e imobiliária, mas não é!

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Exemplo 2: Ação de reivindicação de automóvel por parte de Banco financiador é uma ação real e mobiliária (trata do direito de propriedade e de um bem móvel).

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EXERCÍCIOS COMENTADOS

QUESTÃO 16: TRE - MA - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 21/06/2009 (ADAPTADA).

A respeito da jurisdição, da ação, da competência, do processo e dos pressupostos, segundo o direito processual civil, julgue os itens abaixo:

a) O meio de se provocar a jurisdição é a exceção processual, direito público subjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litígio.

b) A teoria eclética da ação - que não é adotada pelo CPC - proclama que a jurisdição só pode ser acionada se houver o direito material postulado.

c) Pressupostos processuais em sentido lato são requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela do Estado.

COMENTÁRIOS:

Item A – errado. A provocação da jurisdição é realizada por meio da Ação, que um Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual).

Item B – errado. Teoria Eclética do Direito de Ação – para esta teoria, o direito de Ação não é totalmente concreto e nem é totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato, inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve preencher os requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos do CPC.

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CF-88

Art. 5

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita como a dominante para qualquer efeito.

Item C – errado. O que legitima ao autor a pleitear a tutela jurisdicional são as Condições da Ação e não os pressupostos processuais.

Para que o direito de Ação seja efetivamente reconhecido no âmbito judicial (consoante Teoria Eclética e CPC), será necessário o preenchimento das Condições da Ação.

Quando o autor interpõe qualquer Ação, o Juiz deve verificar se foram preenchidos todos os requisitos legais para seu processamento, entre eles, as Condições da Ação, juntamente com os pressupostos processuais (os dois são requisitos necessários para a Sentença de Mérito). Somente após a superação de tais requisitos legais é que o Juiz analisará o mérito da questão (pretensão material do autor da demanda).

Isto é, a análise de mérito do caso, que será pela procedência ou improcedência da demanda, será um passo à frente da análise do preenchimento dos requisitos legais para o processamento da ação.

Assim, ao receber o processo o Juiz analisa a pretensão processual do autor. Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado pelo autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive os pressupostos processuais, será iniciada a análise de mérito do processo.

Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela jurisdicional.

CPC

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Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:

IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;

Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

RESPOSTA CERTA: EEE

QUESTÃO 17: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e Parcelamento [CESPE] - 26/09/2010.

Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência de relação jurídica.

COMENTÁRIOS:

O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um documento.

CPC

Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;

II - da autenticidade ou falsidade de documento.

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RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 18: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e Parcelamento [CESPE] – 26/09/2010.

A ação é um direito subjetivo que se vincula ao direito material da parte.

COMENTÁRIOS:

No Direito Processual Brasileiro formou-se 3 (três) correntes distintas na tentativa de definir de forma completa e abrangente o conceito e a natureza da Ação, as quais destacaremos abaixo:

1. Ação como Direito Autônomo e Concreto – para esta corrente a Ação é um direito autônomo em relação ao direito material protegido, mas ele somente seria reconhecido se a decisão judicial fosse favorável ao autor. Apenas se após a decisão judicial o direito material abrangido restasse configurado é que seria reconhecido o ao autor o direito de Ação. Assim, o direito de Ação seria posteriormente dependente da efetiva existência do direito material. Por isso que a Ação seria um Direito Autônomo inicialmente, mas Concreto (dependência posterior da concretude do direito material).

2. Ação como Direito Autônomo e Abstrato – a Ação é autônoma e independente do direito material protegido, sendo um direito preexistente ao processo e a qualquer outra relação jurídica. Assim, o autor tem direito de ação mesmo na hipótese de sua pretensão posta em juízo não ser acolhida. Exemplo: autor ajuíza ação solicitando reconhecimento de um direito de posse de determinado bem; o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, o autor não terá o direito material levado a juízo, mas mantém incólume seu direito de ação, direito de levar a juízo sua pretensão).

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Para esta teoria, existem 2 relações jurídicas diversas envolvidas no processo:

1. Direito de Ação – relação processual entre o Autor e o Estado-Juiz;

2. Direito Material – relação jurídica material entre as partes do processo (Autor e Réu), que estão em conflito.

3. Teoria Eclética do Direito de Ação – para esta teoria, o direito de Ação não é totalmente concreto e nem é totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato, inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve preencher os requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos do CPC.

CF-88

Art. 5

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita como a dominante para qualquer efeito.

Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale frisar suas principais características, para fins de memorização:

• Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e

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Estado-Juiz – relação processual);

• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação processual) é distinta da natureza do direito material (relação material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte;

• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação independe da efetiva existência do direito material. O sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça.

Em outros termos, a Ação é o direto de provocar a atuação da tutela jurisdicional, mediante o Processo, distinto do direito material deduzido em juízo, que pode ser pleiteado em qualquer hipótese, mesmo no caso de improcedência do pedido.

A questão está errada porque afirmar ser o direito de Ação um direito subjetivo vinculado ao direito material. Vimos a regra é que o direito de Ação seja autônomo, independente do direito material.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 19: DPU - Agente Administrativo [CESPE] - 30/05/2010.

O interesse de agir

a) é aspecto processual de natureza subjetiva que impede a análise pelo juiz.

b) significa que será legitimado a atuar em juízo apenas o titular do interesse levado a juízo pela demanda.

c) consiste na adequação do provimento jurisdicional e na necessidade da tutela pretendida pelo demandante.

d) estará presente quando não houver, pelo ordenamento jurídico, vedação ao pedido deduzido na inicial.

e) apenas ficará configurado se o resultado final do processo for favorável ao autor.

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COMENTÁRIOS:

O INTERESSE DE AGIR é uma das Condições da Ação, que depende de dois aspectos relevantes:

a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como mais uma forma do autor “resolver seu problema”, devendo ser o único caminho existente para solução do conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve ser o meio necessário e útil para a parte ver seu conflito resolvido.

b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor deve ser a adequada para o caso apresentado (o procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto, adequado e previsto na norma processual). Não há como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for caso de Mandado de Segurança.

Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido o prevalecente em provas e para a doutrina majoritária.

CPC

Art. 3o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade.

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 20: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] -

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01/02/2009.

Conforme raciocínio possível a partir da teoria eclética da ação, adotada pelo CPC, no caso de ação de conhecimento ajuizada com o fim de obter a condenação de alguém ao pagamento de quantia já expressa em título executivo extrajudicial válido e vencido, existe carência de ação por ausência do interesse de agir, e não improcedência do pedido por falta de direito à tutela requerida.

COMENTÁRIOS:

Sim, há carência de ação porque não há interesse de agir na hipótese. Vejamos.

A parte já dispõe de um titulo executivo válido e vencido, pronto para ser executado. Não há necessidade ou utilidade de entrar com um processo para ter certificado o mesmo direito. O Juiz, sabendo da existência desse título, deve julgar extinto o processo sem resolução de mérito por carência de ação (falta de interesse de agir, tendo em vista a desnecessidade do processo).

Gente, a atividade jurisdicional é coisa séria, não está para brincadeira!

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 21: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009.

Afirmar que o CPC adotou a teoria da substanciação do pedido em detrimento da teoria da individuação significa dizer que, para a correta identificação do pedido, é necessário que constem da inicial os fundamentos de fato e de direito, também identificados como causa de pedir próxima e remota.

COMENTÁRIOS:

CAUSA DE PEDIR como elemento da Ação – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a

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descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação da Teoria da Substanciação):

i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o fato, sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato terá repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e descrito.

ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o direito (Princípio do iura novit cúria). O que importa é o autor mencionar qual a consequência jurídica do fato.

Exemplo 1: pessoa sem pai conhecido descobre a existência do seu pai; fato: relação de paternidade; fundamento jurídico: nasce direito de reconhecimento formal da paternidade. Observem que neste caso não há qualquer necessidade do autor informar o dispositivo legal que lhe assegura o direito à paternidade, basta a afirmação desta consequência jurídica.

Exemplo 2: pessoa bate no veículo de outra e gera prejuízo. Pede-se em juízo uma indenização: o acidente que gerou prejuízo danoso e culposo é o fato jurídico; o direito de ser indenizado é o fundamento jurídico.

Exemplo 3: celebração de um contrato com erro. Pede-se em juízo o a anulação: a celebração do contrato em erro é o fato jurídico; o direito de anular é o fundamento jurídico.

Exemplo 4: negativação indevida do nome no SERASA.

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Pede-se em juízo a retirada imediata do cadastro: a inscrição indevida do nome na SERASA é o fato jurídico; o direito de tirar o seu nome é o fundamento jurídico.

Teoria da Substanciação da Causa de Pedir.

O Direito Processual Brasileiro adotou esta teoria, ao exigir os Fatos e os Fundamentos jurídicos como elementos da causa de pedir e não somente a fundamentação legal (definição exata da norma aplicável: lei, dispositivo, etc). Para esta Teoria, o mais importante é a descrição fática correta, pois é esta que limita o conhecimento do Juiz quando for decidir a ação. Isto porque, a fundamentação legal definida pelo autor não é vinculante ao Juiz, que pode dar outra interpretação e aplicação jurídica para os mesmos fatos. Exemplo: o autor que alega em juízo a aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao caso apresentado nos autos; o Juiz, diante do caso concreto, poderá afastar sua aplicação, pelo Princípio do iura novit cúria, e definido a norma jurídica adequada ao caso (com base nos fatos alegados).

A Teoria da Substanciação contrapõe-se à Teoria da Individuação, que preleciona a necessidade de apresentação, pelo autor, apenas dos fundamentos jurídicos do pedido, não havendo necessidade de apresentação dos fatos. Esta última Teoria é rechaçada pela doutrina pátria, sem aplicação no Direito Brasileiro.

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 22: TRT 9ª - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 11/11/2008.

As condições da ação tornam possível o surgimento de uma relação jurídica e válido e regular seu desenvolvimento.

A ausência de qualquer uma dessas condições acarreta a nulidade do processo no todo, ou em parte, ou, ainda, o indeferimento liminar da petição inicial.

COMENTÁRIOS:

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Se não preenchidas as Condições da Ação, o processo iniciado pelo autor será extinto SEM resolução do mérito. Esta é a chamada pela doutrina de Carência de Ação. Se preenchidos, inclusive, os pressupostos processuais, será iniciada a análise de mérito do processo.

Os pressupostos processuais, estudados de forma apartada, são requisitos necessários à validade e eficácia da relação processual, enquanto que as condições da ação são requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela jurisdicional.

CPC

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito:

IV - quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;

Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 23: OAB - Exame de Ordem 2008-1 [CESPE] – 18/05/2008.

A respeito da jurisdição e da ação, assinale a opção correta.

a) Caso seja iniciado um procedimento de jurisdição contenciosa, este deve seguir até a sentença final no procedimento escolhido pelo autor, não sendo possível transformar o contencioso em voluntário por ato subseqüente ou por manifestação de vontade de qualquer das partes.

b) As condições da ação devem ser verificadas pelo juiz desde o despacho de recebimento da petição inicial até a prolação da sentença, pois a falta de uma delas durante o processo caracteriza a carência superveniente, que enseja a extinção do processo sem resolução do mérito.

c) Duas ações são consideradas idênticas quando ocorrer identidade de

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partes, objeto e causa de pedir. Assim, caso seja verificada, no cotejo entre as duas ações, a invocação de norma jurídica diversa em cada uma delas, haverá pluralidade de causas de pedir.

d) Na chamada jurisdição voluntária, a composição dos litígios é obtida pela intervenção do juiz, que substitui a vontade das partes litigantes por meio de uma sentença de mérito, aplicando, no caso concreto, a vontade da lei.

COMENTÁRIOS:

Item A – errado. Ao contrário. Se as partes resolverem conciliar no meio do processo, o ato judicial que homologa o acordo será considerado de Jurisdição Voluntária, posto que não decidiu qualquer lide (apenas atestou a vontade das partes).

Item B – correto. A ausência de qualquer das condições da ação pode ser atestada desde a análise da petição inicial até o fim do processo, com a prolação da Sentença de Mérito, não precluindo a sua análise em qualquer fase do processo.

CPC

Art. 295. A petição inicial será indeferida:

II - quando a parte for manifestamente ilegítima;

III - quando o autor carecer de interesse processual;

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (Redação dada pela Lei nº 11.232, de 2005)

Vl - quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

Item C – errado. Sim, a identidade de Ações ocorre quando há identidade dos três elementos da Ação: Partes, Causa de Pedir e Pedido (Objeto). No entanto, a simples invocação de normas jurídicas diversas não configura necessariamente diversas causas de pedir.

Vimos que a Causa de Pedir não é a alegação de norma jurídica, mas das

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consequências jurídicas do fato.

CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação da Teoria da Substanciação):

i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o fato, sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato terá repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e descrito.

ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o direito (Princípio do iura novit cúria). O que importa é o autor mencionar qual a consequência jurídica do fato.

Item D – errado. Este é o conceito de Jurisdição Contenciosa e não de Jurisdição Voluntária. A Jurisdição pode ser classificada em 2 (duas) principais espécies:

o Jurisdição Contenciosa – é a jurisdição propriamente dita, sendo a atividade estatal exercida pelo Poder Judiciário, consistente no poder de dizer o direito no caso concreto, solucionando as lides em substituição aos interesses das partes.

o Jurisdição Voluntária – consiste na integração e fiscalização de negócios firmados entre particulares. Há muita discursão na doutrina acerca da natureza da Jurisdição Voluntária, se também seria ou não propriamente uma Jurisdição (se não seria uma mera Administração Pública de

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interesses privados).

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 24: OAB - SP - 134º Exame de Ordem [CESPE] – 27/01/2008.

O interesse de agir é

a) faculdade da ação.

b) elemento da ação.

c) condição da ação.

d) pretensão.

COMENTÁRIOS:

São 3 as Condições da Ação:

1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO;

2. INTERESSE DE AGIR;

3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM).

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 25: TRT - 7ª Região - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 11/10/2009 (ADAPTADA).

No que concerne à jurisdição e à ação, é INCORRETO afirmar:

a) nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.

b) ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

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c) o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência ou da inexistência de relação jurídica.

d) ocorrendo violação do direito não é admissível a ação declaratória.

COMENTÁRIOS:

Item A – correto. Este é o Princípio da INÉRCIA de Jurisdição.

Item B – correto. Legitimidade Extraordinária (Substituição Processual) – quando a lei autoriza terceiros a atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa de interesse alheio (interesse do titular do direito), em substituição do legitimado ordinário. Na legitimação extraordinária há uma não–coincidência entre o legitimado e o titular do da relação discutida em juízo. Ou seja, o legitimado não coincide com o titular da relação discutida. Alguém está em juízo em nome próprio defendendo interesse alheio (está no processo discutindo um interesse que não é dele). Sempre que alguém estiver em juízo defendendo interesse de outrem em nome próprio será um legitimado extraordinário. Característica principal da Legitimidade Extraordinária: Previsão Legal - decorre da lei em sentido amplo, não sendo permitido por simples acordo das partes (exemplo: contratos ou quaisquer negócios jurídicos). Ou seja, somente com autorização legal (previsão expressa na lei) é que será possível a legitimação extraordinária (substituição processual).

CPC

Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

Item C – correto. O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um

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documento.

CPC

Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;

II - da autenticidade ou falsidade de documento.

Item D – errado. Admite-se que o autor entre com ação declaratória quando seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação, o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem desejar efetivá-lo.

CPC

Art. 4o

Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

RESPOSTA CERTA: D

QUESTÃO 26: OAB - SP - 136º Exame de Ordem [CESPE] – 14/09/2009 (ADAPTADA).

Assinale a opção correta acerca da jurisdição, da ação e do processo.

a) Uma das características da jurisdição é a aptidão para a coisa julgada; por conseguinte, somente haverá jurisdição se houver coisa julgada material.

b) O princípio do juiz natural tem por finalidade garantir a prestação da tutela jurisdicional por juiz independente e imparcial.

c) A capacidade de estar em juízo, o interesse de agir e a possibilidade jurídica do pedido são considerados elementos da ação.

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COMENTÁRIOS:

Item A – errado. Somente a Jurisdição tem a característica da Definitividade, que é a aptidão para formação da coisa julgada. A jurisdição tem o condão de tornar suas decisões imutáveis.

Item B – correto. Princípio do Juiz Natural ou Imparcialidade – O Princípio do Juízo Natural é extraído do Devido Processo Legal e de dois específicos dispositivos do art. 5º da Constituição Federal (incisos XXXVII e LIII). O Juiz Natural é aquele investido regularmente na jurisdição (investidura) e com competência constitucional para julgamento dos conflitos a ele submetidos. É aquele previsto antecedentemente, com competência abstrata e geral, para julgar matéria específica prevista em lei.

Item C – errado. É a legitimidade ad causam e não a capacidade de estar em juízo (legitimidade ad processum) que compõe mais uma das condições da ação.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 27: TCE - AP - Procurador de Contas [FCC] – 17/10/2010.

São elementos da ação:

a) autor, réu e juiz.

b) juiz, provas e sentenças.

c) partes, causa de pedir e pedido.

d) legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido.

e) jurisdição, demanda e defesa.

COMENTÁRIOS:

São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP):

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1. PARTES – Autor e Réu. São os que efetivamente participam da relação jurídica processual, triangularizada com a figura do Juiz, mediante o contraditório.

2. CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes.

3. PEDIDO (OBJETO) – é a parte final da Ação, consistente na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do autor.

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 28: TRT 12ª - Téc. Judiciário – Administrativa FCC] – 10/10/2010.

A legitimidade das partes e a possibilidade jurídica do pedido são condições da

a) jurisdição e da ação, respectivamente.

b) jurisdição.

c) ação e da jurisdição, respectivamente.

d) ação.

e) competência funcional.

COMENTÁRIOS:

Não há condições da jurisdição, apenas condições da ação, que são 3:

1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO;

2. INTERESSE DE AGIR;

3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM).

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RESPOSTA CERTA: D

QUESTÃO 29: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 07/09/2008.

O direito de ação é objetivo, decorre de uma pretensão e depende da existência do direito que se pretende fazer reconhecido e executado.

COMENTÁRIOS:

O direito de Ação possui as seguintes características:

• Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual) – portanto não é OBJETIVO!

• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação processual) é distinta da natureza do direito material (relação material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte;

• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação independe da efetiva existência do direito material. O sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça.

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 30: TRT 23ª - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] – 24/06/2008.

É totalmente correto afirmar que o direito de ação é um direito

a) subjetivo, privado, autônomo e concreto.

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b) subjetivo, público, autônomo e abstrato.

c) objetivo, público e vinculado ao resultado do processo.

d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo.

e) objetivo, privado, concreto e abstrato.

COMENTÁRIOS:

Vide comentários anteriores.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 31: TRT 4ª - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 20/08/2008.

A respeito da jurisdição e da ação, é correto afirmar que

a) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da autenticidade de documento.

b) é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

c) não é necessário ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a ação.

d) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da existência ou inexistência de relação jurídica.

e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da falsidade de documento.

COMENTÁRIOS:

Item A, D e E – errados. O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela

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decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um documento.

CPC

Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;

II - da autenticidade ou falsidade de documento.

Item B – correto. Admite-se que o autor entre com ação declaratória quando seja possível a propositura de uma ação condenatória. Por isso, que o CPC prevê que é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Ou seja, poderá apresentar ação condenatória, que é para reconhecer e efetivar o direito violado, como também, mesmo nessa situação, o autor poderá entrar no Judiciário somente para reconhecer o direito, sem desejar efetivá-lo.

CPC

Art. 4o

Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

Item C – errado. A legitimidade e o interesse são condições da Ação aplicáveis tanto para o Autor quanto para o Réu (no polo ativo e passivo).

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 32: TRT 20ª - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] – 11/06/2008.

No que concerne à Jurisdição e à Ação, de acordo com o Código de Processo

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Civil, é correto afirmar que

a) a jurisdição civil contenciosa e voluntária é exercida pelos juízes e membros do Ministério Público em todo o território nacional.

b) o juiz prestará a tutela jurisdicional ainda que não haja requerimento da parte ou do interessado, nos casos e formas legais.

c) para propor ou contestar ação basta ter legitimidade.

d) ninguém poderá pleitear, em regra, em nome próprio, direito alheio.

e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração de inexistência de relação jurídica.

COMENTÁRIOS:

Item A – errado. Membro do MP exercendo Jurisdição? Princípio da Investidura – a atividade jurisdicional deve ser exercida pelos órgãos estatais que foram regularmente investidos na função jurisdicional. Ou seja, somente poderá exercer a jurisdição aquele órgão a que a lei atribui o poder jurisdicional.

Item B – errado. O Princípio da Inércia impõe que deve haver provocação da parte.

Item C – errado. Não. É preciso preencher todas as 3 condições da ação, mais os pressupostos processuais.

Item D – correto. A Legitimidade Ad Causam poderá ser:

a) Legitimidade Ordinária – quando os próprios titulares do direito pleiteado são os autores da demanda. Na legitimação ordinária há coincidência entre o legitimado e o sujeito da relação jurídica discutida em juízo. Significa que se alguém vai a juízo e é titular do interesse próprio, então ele é o legitimado ordinário. Essa é a regra.

b) Legitimidade Extraordinária (Substituição Processual) – quando a lei autoriza terceiros a

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atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa de interesse alheio (interesse do titular do direito), em substituição do legitimado ordinário.

Item E – errado. Já vimos que é plenamente possível.

RESPOSTA CERTA: D

QUESTÃO 33: TRT 9ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] – 12/09/2004.

A respeito do direito de ação, é INCORRETO afirmar que

a) é o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário uma decisão sobre uma pretensão.

b) é dependente e vinculado ao direito material ou à relação jurídica material existente entre as partes.

c) é assegurado pela Constituição, a qual garante que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

d) são condições de seu exercício: a legitimidade, o interesse de agir e a possibilidade jurídica do pedido.

e) são elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir.

COMENTÁRIOS:

Item A – correto. Sim, é uma das características do Direito de Ação: Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual).

Item B – errado. é Autônomo e Abstrato!

• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação processual) é distinta da natureza do direito material (relação material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte;

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• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação independe da efetiva existência do direito material. O sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça.

Item C – correto. O direito de Ação inegavelmente é abstrato, inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve preencher os requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as chamadas Condições da Ação.

CF-88

Art. 5

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Item D e E – corretos.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 34: TRT 2ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] – 15/02/2006.

Considere as afirmativas:

I. Não se exercita a jurisdição para responder questões abstratas e puramente teóricas, sendo necessário que a parte tenha interesse de agir.

II. O interesse do autor pode limitar-se à declaração de existência ou inexistência de relação jurídica.

III. Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

IV. O juiz poderá prestar tutela jurisdicional, independentemente de requerimento da parte ou do interessado.

Está correto o que se afirma APENAS em

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a) I e II.

b) I, II e III.

c) I, II e IV.

d) II e III.

e) II, III e IV.

COMENTÁRIOS:

Item I – correto. O interesse de agir envolve a Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como mais uma forma do autor “resolver seu problema”, devendo ser o único caminho existente para solução do conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve ser o meio necessário e útil para a parte ter o seu conflito resolvido.

Repito, a Ação não pode ser utilizada como uma forma de consulta!

Item II – correto. Já vimos que sim!

Item III – correto. Legitimação Extraordinária (substituição processual).

Item IV – errado. Princípio da Inércia da Jurisdição.

RESPOSTA CERTA: B

QUESTÃO 35: TRE-BA - Analista Judiciário – Judiciário [FCC] – 21/09/2003.

O interesse de agir como condição da ação consiste na

a) formulação de pretensão que, em tese, seja possível de acordo com a ordem jurídica brasileira.

b) legitimação para agir daqueles que forem sujeitos da relação jurídica de

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direito material trazida a juízo.

c) necessidade de se recorrer ao Judiciário para a obtenção do resultado pretendido.

d) faculdade de acompanhar a prova produzida pela parte contrária e fazer contraprova.

e) faculdade de contratar advogado para formular pretensão em juízo.

COMENTÁRIOS:

O INTERESSE DE AGIR é uma das Condições da Ação, que depende de dois aspectos relevantes:

a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como mais uma forma do autor “resolver seu problema”, devendo ser o único caminho existente para solução do conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve ser o meio necessário e útil para a parte ver seu conflito resolvido.

b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor deve ser a adequada para o caso apresentado (o procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto, adequado e previsto na norma processual). Não há como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for caso de Mandado de Segurança.

Apesar de ser bastante criticado tal requisito, tem sido o prevalecente em provas e para a doutrina majoritária.

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RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 36: TCE-SE – Subprocurador [FCC] – 01/01/2003.

A regra do artigo 6o do Código de Processo Civil, segundo a qual, "ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei", se refere à figura do

a) representante processual.

b) curador de ausentes.

c) litisconsorte necessário.

d) advogado da parte que for incapaz.

e) substituto processual.

COMENTÁRIOS:

Por isso é importante conhecer os 2 termos (Legitimado Extraordinário ou Substituto Processual).

RESPOSTA CERTA: E

QUESTÃO 37: METRÔ - Secretária Pleno [FCC] – 21/03/2010.

Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência de relação jurídica.

COMENTÁRIOS:

O interesse do autor poderá ser limitado apenas à simples existência ou inexistência de relação jurídica (exemplo: declaração da relação de paternidade, sem outras consequências possivelmente dela decorrentes), bem como à autenticidade ou falsidade documental. Esta é a Ação meramente declaratória, que tem por objeto a declaração da existência

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ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica. A ação declaratória é uma ação para declarar situações jurídicas e não para declarar fatos, salvo a ação de declaração de autenticidade ou falsidade de um documento.

CPC

Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;

II - da autenticidade ou falsidade de documento.

RESPOSTA CERTA: C

QUESTÃO 38: TCE-SP – Auditor [FCC] – 20/01/2008.

São condições da ação, a

a) citação válida no processo de conhecimento e a competência do órgão jurisdicional.

b) competência do órgão jurisdicional e o interesse de agir.

c) legitimidade de parte e a possibilidade jurídica do pedido.

d) possibilidade jurídica do pedido e a imparcialidade do Juiz.

e) competência do órgão jurisdicional e o interesse de agir.

COMENTÁRIOS:

São 3 as Condições da Ação:

1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO;

2. INTERESSE DE AGIR;

3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM).

RESPOSTA CERTA: C

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QUESTÃO 39: Banco Central – Procurador [FCC] - 08/01/2006

São elementos que identificam a ação

a) o mesmo Juiz, as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

b) somente a causa de pedir e o pedido.

c) as partes, a causa de pedir e o pedido.

d) somente as partes e o pedido.

e) o nome que o autor der à ação, as mesmas partes e o mesmo pedido.

COMENTÁRIOS:

São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP):

1. PARTES – Autor e Réu. São os que efetivamente participam da relação jurídica processual, triangularizada com a figura do Juiz, mediante o contraditório.

2. CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes.

3. PEDIDO (OBJETO) – é a parte final da Ação, consistente na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do autor.

RESPOSTA CERTA: C

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EXERCÍCIOS com GABARITO

QUESTÃO 16: TRE - MA - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 21/06/2009 (ADAPTADA).

A respeito da jurisdição, da ação, da competência, do processo e dos pressupostos, segundo o direito processual civil, julgue os itens abaixo:

a) O meio de se provocar a jurisdição é a exceção processual, direito público subjetivo a um pronunciamento estatal que solucione o litígio.

b) A teoria eclética da ação - que não é adotada pelo CPC - proclama que a jurisdição só pode ser acionada se houver o direito material postulado.

c) Pressupostos processuais em sentido lato são requisitos que legitimam o autor a pleitear a tutela do Estado.

QUESTÃO 17: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e Parcelamento [CESPE] - 26/09/2010.

Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência de relação jurídica.

QUESTÃO 18: MPS - Análise de Comprovantes de Repasse e Parcelamento [CESPE] – 26/09/2010.

A ação é um direito subjetivo que se vincula ao direito material da parte.

QUESTÃO 19: DPU - Agente Administrativo [CESPE] - 30/05/2010.

O interesse de agir

a) é aspecto processual de natureza subjetiva que impede a análise pelo juiz.

b) significa que será legitimado a atuar em juízo apenas o titular do interesse levado a juízo pela demanda.

c) consiste na adequação do provimento jurisdicional e na necessidade da

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tutela pretendida pelo demandante.

d) estará presente quando não houver, pelo ordenamento jurídico, vedação ao pedido deduzido na inicial.

e) apenas ficará configurado se o resultado final do processo for favorável ao autor.

QUESTÃO 20: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009.

Conforme raciocínio possível a partir da teoria eclética da ação, adotada pelo CPC, no caso de ação de conhecimento ajuizada com o fim de obter a condenação de alguém ao pagamento de quantia já expressa em título executivo extrajudicial válido e vencido, existe carência de ação por ausência do interesse de agir, e não improcedência do pedido por falta de direito à tutela requerida.

QUESTÃO 21: AGU - ADV - Advogado da União [CESPE] - 01/02/2009.

Afirmar que o CPC adotou a teoria da substanciação do pedido em detrimento da teoria da individuação significa dizer que, para a correta identificação do pedido, é necessário que constem da inicial os fundamentos de fato e de direito, também identificados como causa de pedir próxima e remota.

QUESTÃO 22: TRT 9ª - Analista Judiciário – Judiciária [CESPE] - 11/11/2008.

As condições da ação tornam possível o surgimento de uma relação jurídica e válido e regular seu desenvolvimento.

A ausência de qualquer uma dessas condições acarreta a nulidade do processo no todo, ou em parte, ou, ainda, o indeferimento liminar da petição inicial.

QUESTÃO 23: OAB - Exame de Ordem 2008-1 [CESPE] – 18/05/2008.

A respeito da jurisdição e da ação, assinale a opção correta.

a) Caso seja iniciado um procedimento de jurisdição contenciosa, este deve seguir até a sentença final no procedimento escolhido pelo autor, não sendo possível transformar o contencioso em voluntário por ato subseqüente ou por manifestação de vontade de qualquer das partes.

b) As condições da ação devem ser verificadas pelo juiz desde o despacho

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de recebimento da petição inicial até a prolação da sentença, pois a falta de uma delas durante o processo caracteriza a carência superveniente, que enseja a extinção do processo sem resolução do mérito.

c) Duas ações são consideradas idênticas quando ocorrer identidade de partes, objeto e causa de pedir. Assim, caso seja verificada, no cotejo entre as duas ações, a invocação de norma jurídica diversa em cada uma delas, haverá pluralidade de causas de pedir.

d) Na chamada jurisdição voluntária, a composição dos litígios é obtida pela intervenção do juiz, que substitui a vontade das partes litigantes por meio de uma sentença de mérito, aplicando, no caso concreto, a vontade da lei.

QUESTÃO 24: OAB - SP - 134º Exame de Ordem [CESPE] – 27/01/2008.

O interesse de agir é

a) faculdade da ação.

b) elemento da ação.

c) condição da ação.

d) pretensão.

QUESTÃO 25: TRT - 7ª Região - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 11/10/2009 (ADAPTADA).

No que concerne à jurisdição e à ação, é INCORRETO afirmar:

a) nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.

b) ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

c) o interesse do autor pode limitar-se à declaração da existência ou da inexistência de relação jurídica.

d) ocorrendo violação do direito não é admissível a ação declaratória.

QUESTÃO 26: OAB - SP - 136º Exame de Ordem [CESPE] – 14/09/2009 (ADAPTADA).

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Assinale a opção correta acerca da jurisdição, da ação e do processo.

a) Uma das características da jurisdição é a aptidão para a coisa julgada; por conseguinte, somente haverá jurisdição se houver coisa julgada material.

b) O princípio do juiz natural tem por finalidade garantir a prestação da tutela jurisdicional por juiz independente e imparcial.

c) A capacidade de estar em juízo, o interesse de agir e a possibilidade jurídica do pedido são considerados elementos da ação.

QUESTÃO 27: TCE - AP - Procurador de Contas [FCC] – 17/10/2010.

São elementos da ação:

a) autor, réu e juiz.

b) juiz, provas e sentenças.

c) partes, causa de pedir e pedido.

d) legitimidade, interesse e possibilidade jurídica do pedido.

e) jurisdição, demanda e defesa.

QUESTÃO 28: TRT 12ª - Téc. Judiciário – Administrativa FCC] – 10/10/2010.

A legitimidade das partes e a possibilidade jurídica do pedido são condições da

a) jurisdição e da ação, respectivamente.

b) jurisdição.

c) ação e da jurisdição, respectivamente.

d) ação.

e) competência funcional.

QUESTÃO 29: TRT - 19ª Região - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 07/09/2008.

O direito de ação é objetivo, decorre de uma pretensão e depende da existência do direito que se pretende fazer reconhecido e executado.

QUESTÃO 30: TRT 23ª - Analista Judiciário – Judiciária [FCC] –

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24/06/2008.

É totalmente correto afirmar que o direito de ação é um direito

a) subjetivo, privado, autônomo e concreto.

b) subjetivo, público, autônomo e abstrato.

c) objetivo, público e vinculado ao resultado do processo.

d) objetivo, privado e vinculado ao resultado do processo.

e) objetivo, privado, concreto e abstrato.

QUESTÃO 31: TRT 4ª - Analista Judiciário – Administrativa [FCC] – 20/08/2008.

A respeito da jurisdição e da ação, é correto afirmar que

a) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da autenticidade de documento.

b) é admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

c) não é necessário ter interesse e legitimidade para propor ou contestar a ação.

d) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da existência ou inexistência de relação jurídica.

e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração da falsidade de documento.

QUESTÃO 32: TRT 20ª - Técnico Judiciário – Administrativa [FCC] – 11/06/2008.

No que concerne à Jurisdição e à Ação, de acordo com o Código de Processo Civil, é correto afirmar que

a) a jurisdição civil contenciosa e voluntária é exercida pelos juízes e membros do Ministério Público em todo o território nacional.

b) o juiz prestará a tutela jurisdicional ainda que não haja requerimento da parte ou do interessado, nos casos e formas legais.

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c) para propor ou contestar ação basta ter legitimidade.

d) ninguém poderá pleitear, em regra, em nome próprio, direito alheio.

e) o interesse do autor não pode limitar-se à declaração de inexistência de relação jurídica.

QUESTÃO 33: TRT 9ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] – 12/09/2004.

A respeito do direito de ação, é INCORRETO afirmar que

a) é o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário uma decisão sobre uma pretensão.

b) é dependente e vinculado ao direito material ou à relação jurídica material existente entre as partes.

c) é assegurado pela Constituição, a qual garante que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

d) são condições de seu exercício: a legitimidade, o interesse de agir e a possibilidade jurídica do pedido.

e) são elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir.

QUESTÃO 34: TRT 2ª - Analista Judiciário - Exec- Mandados [FCC] – 15/02/2006.

Considere as afirmativas:

I. Não se exercita a jurisdição para responder questões abstratas e puramente teóricas, sendo necessário que a parte tenha interesse de agir.

II. O interesse do autor pode limitar-se à declaração de existência ou inexistência de relação jurídica.

III. Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

IV. O juiz poderá prestar tutela jurisdicional, independentemente de requerimento da parte ou do interessado.

Está correto o que se afirma APENAS em

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a) I e II.

b) I, II e III.

c) I, II e IV.

d) II e III.

e) II, III e IV.

QUESTÃO 35: TRE-BA - Analista Judiciário – Judiciário [FCC] – 21/09/2003.

O interesse de agir como condição da ação consiste na

a) formulação de pretensão que, em tese, seja possível de acordo com a ordem jurídica brasileira.

b) legitimação para agir daqueles que forem sujeitos da relação jurídica de direito material trazida a juízo.

c) necessidade de se recorrer ao Judiciário para a obtenção do resultado pretendido.

d) faculdade de acompanhar a prova produzida pela parte contrária e fazer contraprova.

e) faculdade de contratar advogado para formular pretensão em juízo.

QUESTÃO 36: TCE-SE – Subprocurador [FCC] – 01/01/2003.

A regra do artigo 6o do Código de Processo Civil, segundo a qual, "ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei", se refere à figura do

a) representante processual.

b) curador de ausentes.

c) litisconsorte necessário.

d) advogado da parte que for incapaz.

e) substituto processual.

QUESTÃO 37: METRÔ - Secretária Pleno [FCC] – 21/03/2010.

Pode ser manejada ação que vise apenas declarar a certeza da inexistência

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de relação jurídica.

QUESTÃO 38: TCE-SP – Auditor [FCC] – 20/01/2008.

São condições da ação, a

a) citação válida no processo de conhecimento e a competência do órgão jurisdicional.

b) competência do órgão jurisdicional e o interesse de agir.

c) legitimidade de parte e a possibilidade jurídica do pedido.

d) possibilidade jurídica do pedido e a imparcialidade do Juiz.

e) competência do órgão jurisdicional e o interesse de agir.

QUESTÃO 39: Banco Central – Procurador [FCC] - 08/01/2006

São elementos que identificam a ação

a) o mesmo Juiz, as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

b) somente a causa de pedir e o pedido.

c) as partes, a causa de pedir e o pedido.

d) somente as partes e o pedido.

e) o nome que o autor der à ação, as mesmas partes e o mesmo pedido.

GABARITOS OFICIAIS

16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 EEE C E C C C E B C D 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 B C D E B B D B B C 36 37 38 39

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E C C C

RESUMO DA AULA

No Direito Processual Brasileiro formou-se 3 (três) correntes distintas na tentativa de definir de forma completa e abrangente o conceito e a natureza da Ação, as quais destacaremos abaixo:

1. Ação como Direito Autônomo e Concreto – para esta corrente a Ação é um direito autônomo em relação ao direito material protegido, mas ele somente seria reconhecido se a decisão judicial fosse favorável ao autor. Apenas se após a decisão judicial o direito material abrangido restasse configurado é que seria reconhecido o ao autor o direito de Ação. Assim, o direito de Ação seria posteriormente dependente da efetiva existência do direito material. Por isso que a Ação seria um Direito Autônomo inicialmente, mas Concreto (dependência posterior da concretude do direito material).

2. Ação como Direito Autônomo e Abstrato – a Ação é

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autônoma e independente do direito material protegido, sendo um direito preexistente ao processo e a qualquer outra relação jurídica. Assim, o autor tem direito de ação mesmo na hipótese de sua pretensão posta em juízo não ser acolhida. Exemplo: autor ajuíza ação solicitando reconhecimento de um direito de posse de determinado bem; o Juiz nega o direito, indeferindo o pedido (neste caso, o autor não terá o direito material levado a juízo, mas mantém incólume seu direito de ação, direito de levar a juízo sua pretensão).

Para esta teoria, existem 2 relações jurídicas diversas envolvidas no processo:

1. Direito de Ação – relação processual entre o Autor e o Estado-Juiz;

2. Direito Material – relação jurídica material entre as partes do processo (Autor e Réu), que estão em conflito.

3. Teoria Eclética do Direito de Ação – para esta teoria, o direito de Ação não é totalmente concreto e nem é totalmente abstrato (é uma mistura das duas teorias anteriores). O direito de Ação inegavelmente é abstrato, inclusive reconhecido pela própria CF-88 (art. 5, XXXV), mas deve preencher os requisitos necessários para seu exercício (direito concreto): as chamadas Condições da Ação. Estas condições conferem ao direito de Ação um aspecto mais concreto, pois a sua ausência gerará, segundo o CPC, em carência de Ação. Esta é a teoria adotada pelo Código de Processo Civil, em decorrência da influência de Liebman na doutrina brasileira, sendo evidenciada em vários dispositivos do CPC.

CF-88

Art. 5

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XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

A Teoria Eclética vem sofrendo severas críticas pela doutrina mais atual, no entanto, permanece em vigor, sendo aceita como a dominante para qualquer efeito.

Após a definição das Teorias do Conceito do direito de Ação, vale frisar suas principais características, para fins de memorização:

• Direito Público Subjetivo – direito de agir, provocando a atuação da tutela jurisdicional (relação entre Autor e Estado-Juiz – relação processual);

• Direito Autônomo – a natureza do direito de Ação (relação processual) é distinta da natureza do direito material (relação material: Autor e Réu) afirmado em juízo pela parte;

• Direito Abstrato – a existência do direito de Ação independe da efetiva existência do direito material. O sujeito de direito poderá interpor Ação, mesmo na hipótese de não restar resguardado o seu direito pleiteado na Justiça.

São 3 (três) os ELEMENTOS básicos das Ações (sigla PCP):

1. PARTES – Autor e Réu. São os que efetivamente participam da relação jurídica processual, triangularizada com a figura do Juiz, mediante o contraditório.

2. CAUSA DE PEDIR – constitui-se dos fatos e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor ao Juiz. Nada mais é do que a descrição dos fatos envolvidos, bem como dos respectivos efeitos jurídicos deles decorrentes. A Causa de Pedir é dividida pela doutrina em duas (aplicação da Teoria da Substanciação):

i. Causa de Pedir Remota (Fática) – relaciona-se com o fato, sendo apenas a descrição fática da lide, com indicação da efetiva e concreta lesão ou ameaça de lesão ao direito do autor. O fato terá repercussões jurídicas, por isso precisa ser delimitado e descrito.

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ii. Causa de Pedir Próxima (Jurídica) – é a descrição das consequências jurídicas decorrentes do fato alegado. Não é necessária a descrição do fundamento legal preciso que dê sustentáculo ao pedido, basta a enunciação das próprias consequências jurídicas (isto é, não precisa mencionar em que lei, artigo, dispositivo de norma, etc, encontra-se o direito requerido). Não há esta necessidade porque o Juiz conhece o direito (Princípio do iura novit cúria). O que importa é o autor mencionar qual a consequência jurídica do fato.

Teoria da Substanciação da Causa de Pedir.

O Direito Processual Brasileiro adotou esta teoria, ao exigir os Fatos e os Fundamentos jurídicos como elementos da causa de pedir e não somente a fundamentação legal (definição exata da norma aplicável: lei, dispositivo, etc). Para esta Teoria, o mais importante é a descrição fática correta, pois é esta que limita o conhecimento do Juiz quando for decidir a ação. Isto porque, a fundamentação legal definida pelo autor não é vinculante ao Juiz, que pode dar outra interpretação e aplicação jurídica para os mesmos fatos. Exemplo: o autor que alega em juízo a aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao caso apresentado nos autos; o Juiz, diante do caso concreto, poderá afastar sua aplicação, pelo Princípio do iura novit cúria, e definido a norma jurídica adequada ao caso (com base nos fatos alegados).

A Teoria da Substanciação contrapõe-se à Teoria da Individuação, que preleciona a necessidade de apresentação, pelo autor, apenas dos fundamentos jurídicos do pedido, não havendo necessidade de apresentação dos fatos. Esta última Teoria é rechaçada pela doutrina pátria, sem aplicação no Direito Brasileiro.

3. PEDIDO (OBJETO) – é a parte final da Ação, consistente na solicitação ao Estado-Juiz da prestação da tutela jurisdicional, obrigando ao réu o respeito à pretensão do autor.

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Para a doutrina, o pedido divide-se em 2:

• Pedido Imediato – é exigência formulada contra o Estado-Juiz de prestação da tutela jurisdicional; ou seja, é a providência jurisdicional ou espécie tutela jurisdicional solicitada pelo autor.

• Pedido Mediato – é o pedido do autor para que o réu submeta-se à pretensão de direito material do autor, isto é, trata-se do bem jurídico pretendido.

Condições da Ação:

1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – o pedido do autor não pode ser vedado pelo ordenamento jurídico brasileiro. Qualquer pedido do autor que seja contrário à lei, será reputado como juridicamente impossível de sequer ser apreciado pelo Poder Judiciário. É preciso que o pedido possa ser atendido, ou seja, que o pedido seja juridicamente viável.

2. INTERESSE DE AGIR – o interesse de agir depende de dois aspectos relevantes:

a. Necessidade/Utilidade da Ação – o processo deve ser o meio necessário, além de qualquer outro, para que o autor possa ter por satisfeita a sua pretensão. Isto é, o órgão judiciário não pode ser utilizado como mais uma forma do autor “resolver seu problema”, devendo ser o único caminho existente para solução do conflito. O Judiciário não é órgão de simples consulta pelo autor, devendo atuar apenas e tão somente quando não houver outra forma de dirimir a lide. O processo deve ser o meio necessário e útil para a parte ter o seu conflito resolvido.

b. Adequação da Ação – a ação proposta pelo autor deve ser a adequada para o caso apresentado (o procedimento iniciado pela Ação deve ser o correto,

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adequado e previsto na norma processual). Não há como o cidadão interpor uma Ação Popular quando for caso de Mandado de Segurança.

3. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA (AD CAUSAM) – é a relação que o titular do direito material tem com o direito processual, que só poderá ser aferida no caso concreto do processo, nunca em abstrato (é a pertinência subjetiva do autor com o direito material controvertido). O autor deve ser o titular da pretensão proposta em juízo, bem como, o réu deve ser aquele que efetivamente se sujeitará à eventual sentença de procedência da ação (Legitimidade do Autor e do Réu – Legitimação Ativa e Passiva).

A Legitimidade Ad Causam poderá ser:

a) Legitimidade Ordinária – quando os próprios titulares do direito pleiteado são os autores da demanda. Na legitimação ordinária há coincidência entre o legitimado e o sujeito da relação jurídica discutida em juízo. Significa que se alguém vai a juízo e é titular do interesse próprio, então ele é o legitimado ordinário. Essa é a regra.

b) Legitimidade Extraordinária (Substituição Processual) – quando a lei autoriza terceiros a atuarem em juízo em nome próprio, mas na defesa de interesse alheio (interesse do titular do direito), em substituição do legitimado ordinário.

Segundo a Teoria da Asserção (Teoria da Afirmação; Teoria da Verificação das Condições da Ação, Teoria in Status Assertionis), a análise das condições da ação deve ser feita apenas a partir do que foi afirmado pelas partes (assertivas ou afirmações da parte). Já a Teoria da Exposição (Teoria da Comprovação) defende que as condições da Ação devem ser comprovadas pelo autor por meio de produção de provas. É uma teoria minoritária, portanto, não aplicável para fins de concurso público, salvo em provas subjetivas que a cobrem expressamente.

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Quanto ao provimento jurisdicional solicitado pelo autor no processo, as Ações podem ser:

a) Ações de CONHECIMENTO (Cognição) – têm por finalidade solicitar ao Poder Judiciário a certificação do direito, o reconhecimento de um direito. As Ações de Conhecimento são subdivididas em outras 3 (três) classificações:

1. Ação Meramente Declaratória – é a Ação citada anteriormente, que tem por objeto a declaração da existência ou inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica, bem como a declaração de autenticidade ou falsidade de um documento. As Ações Declaratórias têm efeito ex-tunc, retroagindo à data do fato declarado.

2. Ação Constitutiva ou Desconstitutiva – visam à modificação, criação ou extinção de uma relação jurídica material preexistente. Para o manejo de uma Ação Constitutiva, o autor deve ostentar um dos Direitos Potestativos, que são aqueles que conferem ao seu titular o poder de jurídico de impor a outro sujeito a modificação, criação ou extinção de relações jurídicas. Os efeitos desta Ação são ex-nunc, para o futuro, a partir da sentença.

3. Ação Condenatória – o pedido do autor será pela declaração da existência ou inexistência de relação jurídica (reconhecimento do direito material) e pela fixação de obrigação (condenação) ao réu de dar, fazer, não fazer ou pagar quantia em dinheiro (reconhecimento + condenação), que, se não cumpridas, confere ao autor o direito de

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exigir do Poder Judiciário que execute sua própria decisão.

As Ações Condenatórias têm efeito ex-tunc (para trás - retroativo), pois também certificam direitos/relações jurídicas preteritamente constituídas.

b) Ações de EXECUÇÃO – solicita ao Poder Judiciário a efetivação de um direito já reconhecido. É uma ação de caráter satisfativo do direito do credor, mediante atos coativos do Judiciário de impelir o réu ao adimplemento da obrigação que deveria ter cumprido voluntariamente. No processo de execução, a atividade jurisdicional será restrita a atos necessários à satisfação do direito do credor e a compelir o devedor a adimplir a obrigação, pagando a quantia devida, entregando a coisa, fazendo ou não fazendo algo.

c) Ações CAUTELARES – solicita ao Poder Judiciário a proteção de um direito (tem natureza acautelatória). Por meio da Ação cautelar, o autor visa assegurar a eficácia de outra Ação (ação de conhecimento ou de execução). A Ação cautelar é um instrumento de garantia das demais ações, justificando-se pela demora na atuação e satisfação do direito por meio do processo de conhecimento até a sua execução. A concessão da Cautela (deferimento da Ação Cautelar) ocorrerá se ficar comprovada a probabilidade do direito do requerente (fumaça do bom direito) e a possiblidade de ocorrência de dano de difícil reparação (perigo da demora).

Quanto à natureza da relação jurídica/causa de pedir próxima:

1. Ações Reais – ação que trata de um direito Real. Exemplo: ação que versa sobre direito de propriedade mobiliária ou

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imobiliária.

2. Ações Pessoais – ação que trata de um direito Pessoal. Exemplo: ação que versa sobre um contrato de prestação de serviços.

Quanto ao objeto do pedido Mediato:

1. Ações Mobiliárias – quando o pedido for móvel.

2. Ações Imobiliárias – quando o pedido for Imóvel;

Até a próxima Aula!

Ricardo Gomes

Por sua aprovação!

LEGISLAÇÃO ESTUDADA

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC)

CAPÍTULO II DA AÇÃO

Art. 3o Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade.

Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

I - da existência ou da inexistência de relação jurídica;

II - da autenticidade ou falsidade de documento.

Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO – 10ª REGIÃO (TRT-10) DIREITO PROCESSUAL CIVIL - TEORIA E EXERCÍCIOS

ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA E EXECUÇÃO DE MANDADOS AULA 1

PROF: RICARDO GOMES

Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br

“O homem não é outra coisa senão seu projeto, e só existe à medida que se realiza”. - Jean Paul Sartre

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Art. 5o Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que o juiz a declare por sentença. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973)

Art. 6o Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

REFERÊNCIAS

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CÂMARA, Alexandre. Lições de Direito Processual Civil. Lumem júris: 2010.

DIDIER JR., Fredie. Direito Processual Civil, Volume 1. 2010.

DONIZETE, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. 12ª Edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2010.

FAGA, Tânia Regina Trombini. Julgamentos e Súmulas do STF e STJ. São Paulo: Método, 2009.

FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio: Introdução ao estudo de direito: técnica, decisão, dominação. 3.Ed. São Paulo: Atlas, 2001.

MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 25.ed. São Paulo: Atlas, 2010.

PLÁCIDO E SILVA. Vocabulário Jurídico. 18. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001.