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Contabilidade Geral para o Concurso de Agente da PF Curso de Teoria e Exercícios Prof.: Silvio Sande 1 Prof.: Silvio Sande www.silviosande.com.br Conceitos Fundamentais 1.CONCEITO DE CONTABILIDADE A contabilidade surgiu da necessidade de controlar o patrimônio das pessoas (entidades). Todos fazemos, indistintamente, algum tipo de contabilidade, pois quando recebemos o nosso salário nos obrigamos a fazer as contas para verificar se a "grana" será suficiente para o aluguel, água, luz, telefone, condomínio, “o curso de contabilidade”, entre outros compromissos, estamos de certa forma fazendo uma contabilidade, de forma desordenada, é verdade, mas estamos a fazer contabilidade. Agora imaginem se as empresas fizerem a sua contabilidade da forma como nós fazemos! Seria o caos, pois ninguém se entenderia. As informações registradas por uma empresa não seriam entendidas por quase ninguém, a não quem fez os registros. Para evitar que cada pessoa registre as suas contas ao bel prazer, foi necessário adotar certas regras a fim de uniformizar esse procedimento. Essa necessidade foi o ponto de partida do surgimento da contabilidade. Por enquanto já sabemos que a contabilidade veio para controlar o patrimônio, registrando-o de forma organizada, seguindo uma metodologia

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Conceitos Fundamentais

1.CONCEITO DE CONTABILIDADE

A contabilidade surgiu da necessidade de controlar o patrimônio das pessoas

(entidades). Todos fazemos, indistintamente, algum tipo de contabilidade, pois

quando recebemos o nosso salário nos obrigamos a fazer as contas para

verificar se a "grana" será suficiente para o aluguel, água, luz, telefone,

condomínio, “o curso de contabilidade”, entre outros compromissos, estamos

de certa forma fazendo uma contabilidade, de forma desordenada, é verdade,

mas estamos a fazer contabilidade.

Agora imaginem se as empresas fizerem a sua contabilidade da forma como

nós fazemos! Seria o caos, pois ninguém se entenderia. As informações

registradas por uma empresa não seriam entendidas por quase ninguém, a

não quem fez os registros.

Para evitar que cada pessoa registre as suas contas ao bel prazer, foi

necessário adotar certas regras a fim de uniformizar esse procedimento. Essa

necessidade foi o ponto de partida do surgimento da contabilidade.

Por enquanto já sabemos que a contabilidade veio para controlar o

patrimônio, registrando-o de forma organizada, seguindo uma metodologia

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para que as pessoas nela interessadas possam extrair as informações que lhes

interessam.

Assim, a contabilidade, na qualidade de ciência econômico administrativa se

ocupa no estudo dos aspectos inerentes ao controle, registro e

orientação/divulgação. Neste contexto, durante o 1º congresso brasileiro de

contabilidade ocorrido no Rio de Janeiro, em 1924, foi formulado o seguinte

conceito para contabilidade:

“A Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de

orientação, de controle e de registro relativos à administração

econômica.”

2. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

O principal objetivo da contabilidade é fornecer informações sobre o

patrimônio que ela controla aos seus usuários. Com base nessas

informações os usuários podem tomar decisões. Desta forma, o administrador

de uma empresa, de posse das informações fornecidas pela contabilidade,

pode avaliar a situação de sua empresa, constatar a ocorrência de lucro ou

prejuízo e pode redirecionar os rumos da entidade.

Assim, o objetivo da contabilidade é efetuar os registros de todos os fatos

patrimoniais para possibilitar um controle efetivo deste, de modo que os

usuários possam tomar decisões a partir das informações obtidas. Ou dito de

outra forma, poder-se-ia dizer que o objetivo da contabilidade é permitir o

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estudo e o controle dos fatos contábeis decorrentes da administração do

patrimônio das empresas ou entidades econômico-administrativas.

3. OBJETO

O objeto de estuda da contabilidade é o patrimônio das aziendas.

Entende-se por patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações e

aziendas são as entidades com ou sem fim lucrativo.

Entidades com fins lucrativos são as empresas, ao passo que sem fins

lucrativos são os entes públicos, as associações, as entidades de classe, etc.

Desta forma, o objeto de estudo da contabilidade é o conjunto de bens,

direitos e obrigações pertencentes a qualquer entidade, seja ela pública ou

privada e ainda com fins lucrativos ou não.

4. CAMPO DE APLICAÇÃO

Se atentarmos ao objeto da contabilidade e ao conceito, fica fácil para

delimitar o seu campo de atuação ou campo de aplicação, visto que esta é

aplicada a todas as entidades que possuem um patrimônio a ser controlado,

ou seja a contabilidade se aplica às aziendas, que são entidades

econômico-administrativas.

Entidades econômico-administrativas são as entidades que reúnem pessoas,

patrimônio, ação administrativa e finalidade estabelecida.

As finalidades das entidades podem ser econômicas (visam o lucro como as

empresas comerciais e indústrias), socioeconômicas (buscam superávit a

reverter em benefício de seus filiados como cooperativas e entidades de

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classe) e entidades com fins sociais, que é caso das entidades públicas como a

União, os Estados e os Municípios.

5. USUÁRIOS

Entre os usuários das demonstrações contábeis incluem-se investidores atuais

e potenciais, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros

credores comerciais, clientes, governos e suas agências e o público. Eles usam

as demonstrações contábeis para satisfazer algumas das suas diversas

necessidades de informação. Essas necessidades incluem:

(a) Investidores. Eles necessitam de informações para ajudá-los a decidir

se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também

estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade

tem capacidade de pagar dividendos.

(b) Empregados. Os empregados e seus representantes estão

interessados em informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus

empregadores. Também se interessam por informações que lhes permitam

avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, seus

benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego.

(c) Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações

que lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus

empréstimos e os correspondentes juros no vencimento.

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(d) Fornecedores e outros credores comerciais. Os fornecedores e

outros credores estão interessados em informações que lhes permitam avaliar

se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos

vencimentos. Os credores comerciais provavelmente estão interessados em

uma entidade por um período menor do que os credores por empréstimos, a

não ser que dependam da continuidade da entidade como um cliente

importante.

(e) Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a

continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um

relacionamento a longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor

importante.

(f) Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão

interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das

entidades. Necessitam também de informações a fim de regulamentar as

atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para

determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes.

(g) Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas

podem, por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários

modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As

demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo informações

sobre a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos

recentes.

6. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE

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A função da contabilidade é econômico-administrativa.

A função administrativa consiste em controlar o patrimônio das

entidades ao passo que a função econômica está voltada à apuração do

resultado ou rédito (lucro ou prejuízo).

7. TÉCNICAS CONTÁBEIS

A contabilidade é uma ciência e tem por objetivo o registro dos fatos

contábeis, o controle do patrimônio e gerar informações úteis aos seus

usuários. Para que possa alcançar esses objetivos são utilizadas as técnicas da

escrituração, das demonstrações contábeis, da análise das demonstrações

contábeis ou de balanço e da auditoria.

7.1. ESCRITURAÇÃO

É a técnica contábil que se encarrega do registro dos fatos que alteram o

patrimônio de uma entidade, vale dizer, toda vez que ocorrer alguma

alteração nos bens, direitos e obrigações de uma entidade, essas alterações

devem ser registradas por meio da técnica de escrituração.

Assim, as alterações devem ser registradas tão logo se tenha conhecimento de

sua ocorrência, resultando, assim, que a escrituração estará posta em ordem

cronológica de dia, mês e ano.

A técnica de escrituração encontra capitulação legal por meio do artigo 177 da

Lei no 6.404/1976 (Lei das S.A.) e pela Lei nº 10.406/2002 (novo Código

Civil). Segundo o dispositivo da Lei das S.A., a escrituração das empresas deve

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manter registros permanentes em obediência à legislação comercial, aos

preceitos da referida Lei e aos princípios contábeis geralmente aceitos.

7.2. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários

externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades

diversas.

Demonstrações contábeis objetivam fornecer informações que sejam úteis na

tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o

propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados

grupos de usuários.

As demonstrações contábeis preparadas com tal finalidade satisfazem as

necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos

eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões

econômicas, tais como:

(a) decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações;

(b) avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido

conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas;

(c) avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e

proporcionar-lhes outros benefícios;

(d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros

emprestados à entidade;

(e) determinar políticas tributárias;

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(f) determinar a distribuição de lucros e dividendos;

(g) preparar e usar estatísticas da renda nacional; ou

(h) regulamentar as atividades das entidades.

O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a

situação patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na

posição financeira da entidade, que sejam úteis a um grande número de

usuários em suas avaliações e tomadas de decisão econômica.

A técnica das demonstrações contábeis está voltada à elaboração de relatórios

resumidos apresentando a situação patrimonial em determinada data (Balanço

Patrimonial), a demonstração do resultado do exercício, as fontes ou origens

de recursos e suas aplicações, a demonstração dos lucros ou prejuízos

acumulados além de outros demonstrativos.

As demonstrações contábeis obrigatórias, segundo a Lei no 6.404/1976 (Lei

das S/A.), são:

• BALANÇO PATRIMONIAL

• DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

• DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS

ACUMULADOS

• DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA

• DEMONSTRAÇÃO DE VALOR ADICIONADO(SA’s de CAPITAL ABERTO)

As informações sobre a posição patrimonial e financeira são

principalmente fornecidas pelo balanço patrimonial.

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As informações sobre o desempenho são basicamente fornecidas na

demonstração do resultado.

As informações sobre as mutações na posição financeira são fornecidas

nas demonstrações contábeis por meio de uma demonstração em separado,

tal como a de fluxos de caixa, de origens e aplicações de recursos etc.

7.3. AUDITORIA

A contabilidade, já o dissemos, é a ciência que estuda e pratica as funções de

orientação, de controle e de registro das mutações patrimoniais.

Essas operações estão sujeitas a erros e falhas. Para evitar que esses erros e

falhas persistam, a própria contabilidade está sujeita a um determinado

controle que é exercido pela técnica de auditoria. Assim, auditoria é a técnica

contábil que tem por objetivo a verificação ou revisão de registros,

demonstrações e procedimentos adotados para a escrituração, e das

demonstrações contábeis.

A auditoria é dividida em duas áreas: A auditoria interna e a auditoria externa

ou independente. A auditoria interna abrange a auditoria de gestão e contábil

e possui o objetivo de verificar a adequação dos registros contábeis e a

prevenção de fraudes e erros e emitir um relatório para a administração. A

auditoria externa ou independente tem por objetivo analisar as demonstrações

financeiras ou contábeis para verificar a sua adequação quanto às práticas

contábeis adotadas no Brasil a fim de emitir um parecer sobre as mesmas que

será publicada juntamente com as demonstrações contábeis.

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7.4. ANÁLISE DE BALANÇO

É a técnica pela qual verifica-se a capacidade de pagamento da empresa, o

grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outras

análises econômicas e financeiras. Pela análise de balanços á possível

comparar a situação da empresa com outras dentro de sua área de atuação.

Estuda e pesquisa índices úteis para os usuários da informação contábil,

auxiliando na comparação periódica da evolução da entidade no tempo.

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Com base nas Leis n.o 6.404/1976, n.o 11.638/2007 e n.o 11.941/2009,

julgue os itens que se seguem.

01. (CESPE/TELEBRÁS/CONTADOR/2013) Independentemente do objeto social

definido no estatuto social, a sociedade anônima será mercantil e se regerá pelas leis

e uso do comércio.

02. (CESPE/TELEBRÁS/CONTADOR/2013) As demonstrações financeiras das

companhias abertas estão sujeitas às normas expedidas pela Comissão de Valores

Mobiliários e, quando necessário, serão submetidas a auditoria, realizada por

auditores internos registrados nesta comissão.

03. (CESPE/TELEBRÁS/CONTADOR/2013) A companhia que for fechada com

patrimônio líquido, computado na data do balanço, superior a R$ 2.000.000,00 não é

obrigada a elaborar e publicar a demonstração dos fluxos de caixa.

04. (CESPE/CONTADOR/2013) Entre as demonstrações contábeis exigíveis para

todas as sociedades por ações, incluem-se o balanço patrimonial, a demonstração

dos fluxos de caixa e a demonstração de valor adicionado.

Julgue os itens a seguir quanto ao objeto e à finalidade da contabilidade.

05. (CESPE/EMBASA/2010) O objeto da contabilidade é o patrimônio das

entidades.

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06. (CESPE/EMBASA/2010) A principal finalidade da contabilidade é prover

informações para auxiliar a tomada de decisões.

07. (CESPE/IBRAM/DF) A contabilidade tem como objeto o patrimônio e como um de

seus objetivos prover seus usuários de informações úteis para a tomada de decisão.

A contabilidade, desde seu aparecimento como conjunto ordenado de

conhecimentos, com objeto e finalidades definidos, tem sido considerada

como arte, como técnica ou como ciência, de acordo com a orientação

seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-la no elenco das espécies do

saber humano.

Hilário Franco. Contabilidade geral. São Paulo: Atlas, 1997, p. 19 (com

adaptações).

Tendo o texto acima por referência inicial e considerando o assunto por ele

abordado, julgue os itens a seguir.

08. (CESPE/PF/2004) Considerando que o campo de abrangência de uma ciência é

delimitado pelo seu objeto, conclui-se que somente o atributo quantitativo do

patrimônio delimita a contabilidade.

09. (CESPE/PF/2004) A contabilidade atinge seu objetivo de fornecer informações

sobre a composição e as variações do patrimônio para a tomada de decisões por

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meio das técnicas contábeis de escrituração contábil, demonstrações contábeis,

auditoria contábil e análise de balanços.

10. (CESPE/TRE/2010) O balanço visa apresentar a posição financeira e patrimonial

da empresa em determinada data, e representa, portanto, uma posição dinâmica.

Acerca das demonstrações contábeis obrigatórias previstas na legislação societária

(Lei n.o 6.404/1976), julgue os próximos itens.

11 (CESPE/EMBASA/2010) O balanço patrimonial e a demonstração das mutações

do patrimônio líquido fazem parte das demonstrações financeiras de elaboração

obrigatória pela companhia.

12 (CESPE/EMBASA/2010) A demonstração do fluxo de caixa e a demonstração do

valor adicionado são de elaboração facultativa.

13 (CESPE/EMBASA/2010) É facultada à companhia a divulgação de notas

explicativas quanto às demonstrações financeiras.

(BACEN/2013) A respeito de teoria contábil, livros e registros dos fatos contábeis e

método das partidas dobradas, julgue os itens a seguir.

14. Com relação aos objetivos apropriados para a contabilidade quanto à

utilidade da informação contábil, existem divergências de percepções

entre administradores e auditores

Quanto ao conceito e objetivo da contab ilidade, julgue os itens a seguir.

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15(EMBASA/2010) A contabilidade é considerada uma ciência porque possui objeto

próprio, o patrimônio das entidades.

16(EMBASA/2010) O principal objetivo da contabilidade é fornecer informaçõesúteis

para auxiliar o processo decisório dos usuário

O Patrimônio

1. CONCEITO

O patrimônio é estudado por muitas ciências e para cada uma delas ele possui um

significado próprio. Para a maioria destas ciências o patrimônio representa “bens de

família”, “fazenda”, “herança paterna”, ou “riqueza”. Talvez você também possua

esta concepção de patrimônio.

Para a Contabilidade, entretanto, o patrimônio possui uma conotação com amplitude

maior representando o conjunto de bens, direitos e obrigações.

O objeto de estudo da contabilidade, conforme já vimos, é o patrimônio das

entidades. Logo, a contabilidade estuda todos os bens, direitos e obrigações

vinculados a uma entidade, independentemente de ela possuir fins lucrativos ou não.

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Conforme já visto, uma das principais finalidades da Contabilidade é fornecer

informações úteis aos seus usuários e demais pessoas que possam ter algum

interesse na situação econômico-financeira da entidade. Para que isto seja possível,

é necessário que registremos todos os fatos que alterem a movimentação do

patrimônio (bens, direitos e obrigações) de uma entidade, quer qualitativa ou

quantitativamente.

As alterações do patrimônio ocorrem em consequência de operações comerciais

próprias das empresas como as compras, as vendas, os pagamentos, os

recebimentos, os investimentos, a formação de capital social etc.

ASPECTOS QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS DO PATRIMÔNIO

Todos os relatórios elaborados a partir da contabilidade e de sua escrituração

deverão ressaltar esses dois aspectos:

* QUALITATIVO: Consiste em qualificar, dar nomes aos elementos componentes do

respectivos relatórios, permitindo que se conheça a natureza de cada um.

* QUANTITATIVO: Consiste em atribuir, aos respectivos elementos, seus valores em

moeda.

PATRIMÔNIO

É o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculadas a ma determinada

entidade, com ou sem fins lucrativos, utilizados na consecução de seus

objetivos.

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Um aspecto interessante que pode ser extraído dessa definição de patrimônio diz

respeito às partes que o compõem, ou seja, os bens e direitos de um lado e as

obrigações de outro.

Pela própria definição de patrimônio, que compreende os bens, direitos e obrigações,

podem resultar três situações distintas de Patrimônio Líquido, conforme os bens +

direitos sejam superiores, iguais ou inferiores às obrigações.

Quando a soma dos bens mais direitos for superior à soma das obrigações, teremos

Patrimônio Líquido “positivo” ou situação líquida positiva e para determinadas

entidades situação líquida superavitária.

Quando o resultado da equação for nulo, teremos a chamada situação líquida nula

ou a inexistência de capital próprio.

Quando a soma dos bens mais direitos for inferior à soma das obrigações (resultado

da equação negativo), o Patrimônio Líquido será negativo o que configura o

chamado “Passivo a Descoberto”.

Não obstante as empresas terem o seu início com a entrega de recursos por parte de

seus sócios ou acionistas, na formação do capital social, o patrimônio destas

empresas deve ser considerado autônomo em relação ao patrimônio dos seus

instituidores, pois com sua criação fizeram surgir uma nova pessoa – “a Pessoa

Jurídica”.

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Desta forma, como os sócios ou acionistas não fizeram um empréstimo à sociedade,

mas entregaram recursos a esta para que atingisse os objetivos de sua criação, o

Patrimônio Líquido não é uma dívida da Entidade para com aqueles instituidores.

Analisando a questão sob o aspecto da formação do Patrimônio Líquido positivo,

chega-se à conclusão que ele representa o excesso da parte positiva sobre a parte

negativa do patrimônio, logo não poderia representar obrigação visto que obrigações

representam parte negativa do patrimônio.

Embora as variações patrimoniais qualitativas não representam alterações na

situação líquida, ressalte-se que tanto as alterações patrimoniais qualitativas quanto

as quantitativas devem ser registradas pela Contabilidade.

1.1. BENS

As coisas são gênero dos quais bens são espécies. Os bens são coisas materiais ou

imateriais que têm valor econômico e que podem servir de objeto de uma relação

jurídica. É nesta acepção que os bens interessam à contabilidade.

Para a contabilidade, é relevante distinguir os bens de materiais ou tangíveis

daqueles ditos imateriais ou intangíveis uma vez que, posteriormente isso interfirirá

na identificação do critério de avaliação de ativos na ser adotado(depreciação,

amortização ou exaustão)

São exemplos de bens tangíveis:

Veículo;

Equipamento;

Móveis e utensílios;

Material de consumo;

Imóveis.

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São exemplos de bens intangíveis:

Marcas;

Patentes;

Fundos de Comércio adquiridos;

1.2. DIREITOS

Direitos representam os créditos da empresa para com terceiros. São valores que a

empresa tem a receber de terceiros ou valores de propriedade da entidade que se

encontram em posse de terceiros, decorrentes ou não da atividade principal ou

operacional da entidade.

Os direitos se apresentam, geralmente, sob a forma de títulos e documentos, tais

como duplicatas a receber, cheques pré-atados a sacar, adiantamentos a

empregados, tributos a recuperar (ICMS a Recuperar, IPI a Recuperar, PIS a

Recuperar, Cofins a Recuperar, Imposto de Renda a Restituir etc.), adiantamentos a

fornecedores, empréstimos concedidos, vendas a faturar e notas promissórias.

1.3. OBRIGAÇÕES

Conforme já vimos, as obrigações representam a parte negativa do patrimônio, pelo

menos no que concerne à equação patrimonial. São valores que a empresa deve

pagar a terceiros. São as dívidas ou compromissos de qualquer natureza, assumidos

perante terceiros, ou por bens de terceiros que se encontram em posse da entidade,

sobre os quais esta possui uma responsabilidade, quer pela devolução (empréstimo),

quer pela indenização ou pelo pagamento ou pela obrigação de entregar um bem em

contrapartida de haver recebido um adiantamento em dinheiro. Exemplos: contas a

pagar, fornecedores, financiamentos bancários, impostos a recolher, impostos a

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pagar, adiantamento de clientes, receitas antecipadas para entrega futura de bens

etc.

As obrigações, considerando-se a autonomia patrimonial e dentro de uma concepção

econômica, recebem a designação de Capital de Terceiros ou Capital Alheio.

2. COMPONENTES PATRIMONIAIS E A REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO

PATRIMÔNIO

Vimos que o patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma

entidade. Vimos também que entidade, para fins contábeis, é qualquer ente que

possua um patrimônio a ser controlado como, por exemplo, um órgão público e as

empresas. No nosso estudo nos ateremos às entidades com fins lucrativos, ou seja,

as empresas comerciais, industriais e prestadoras de serviços.

Assim, de posse dos conhecimentos acima, podemos seguir no nosso estudo

incrementando os conhecimentos aos poucos.

Ao conjunto dos bens e direitos ou créditos de uma entidade, que representa, em

tese, à parte positiva do patrimônio chamamos de ATIVO. Às obrigações, que

constituem, teoricamente, a parte negativa do patrimônio de uma entidade,

chamamos de PASSIVO EXIGÍVEL ou, simplesmente, de PASSIVO.

No balanço patrimonial o Ativo aparece sempre do lado esquerdo e aparecerá

subdividido em Ativo Circulante (AC), Ativo Não Circulante(ANC).

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O PASSIVO as origens dos recursos. No balanço patrimonial, o passivo estará assim

composto: Passivo Circulante (PC), Passivo Não Circulante(PNC) e Patrimônio

Líquido (PL). Percebam que o patrimônio líquido aparece no passivo, mas não

representa obrigação exigível da empresa.

Se conseguirmos gravar, por enquanto, que os bens e direitos figuram no lado

esquerdo e que as obrigações e o patrimônio líquido figuram no lado direito do

gráfico, então já temos um avanço considerável.

A Contabilidade atribui um nome a cada um dos lados do gráfico, em forma de “T”,

chamando de ATIVO o conjunto de direitos e bens que formam o conjunto de

elementos positivos da entidade, sempre situados no lado esquerdo do gráfico. O

conjunto de bens e direitos, ou seja, o Ativo, representa a aplicações dos recursos

provenientes de investimentos dos sócios ou acionistas e de recursos de terceiros

representados por dívidas ou resultados.

No lado direito do gráfico são inscritas as obrigações com terceiros (Passivo Exigível),

e o patrimônio líquido. Ao conjunto assim formado chamamos de PASSIVO, que é

representam as origens de recursos aplicados no ativo. Devemos fazer uma

advertência neste momento, pois em muitas situações nos apresentam o passivo

como sendo apenas o passivo exigível.

Por enquanto vamos tecendo alguns comentários sobre a apresentação gráfica do

patrimônio. Neste sentido, percebam que no lado direito aparece, também, o

PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL), que corresponde à diferença entre ATIVO e PASSIVO

EXIGÍVEL. O Patrimônio Líquido é denominado também de investimento próprio,

por alguns autores, ou capital próprio e até mesmo de situação líquida. O fato

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de o Patrimônio Líquido, em que pese não ser propriamente uma obrigação, figurar

no lado direito é explicado por alguns autores com o argumento de que no lado

direito estão as obrigações com terceiros (é o passivo propriamente dito ou

passivo exigível – PE), e as obrigações da entidade para com os sócios

(patrimônio líquido – PL), sendo que este último não é exigível. O Patrimônio

Líquido é composto pela conta representativa do Capital Social e também por

reservas e lucros. Representa, pois, o valor investido pelos sócios na empresa. É o

capital da empresa e os resultados (positivos ou negativos) gerados pela sua

atividade. Conforme visto, de certa forma é considerado uma obrigação, porém não

é exigível como são as obrigações para com terceiros. O princípio fundamental de

contabilidade da entidade revela que o PL é o capital próprio da entidade.

O passivo exigível é também chamado por alguns autores de PASSIVO REAL.

Quando queremos nos referir a ambos os tipos de obrigações (com os sócios e com

terceiros), podemos utilizar também o termo PASSIVO TOTAL, compreendendo o

PASSIVO EXIGÍVEL e o PATRIMÔNIO LÍQUIDO. O PASSIVO da empresa equivale às

origens de recursos. Assim: PASSIVO TOTAL = PASSIVO EXIGÍVEL +

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A composição do patrimônio líquido é estruturada por três grupos básicos:

• capital;

• reservas;

• prejuízos acumulados.

O capital representa a importância que os sócios ou acionistas entregaram à

sociedade, bem como as importâncias geradas por esta entidade e que estejam

formalmente incorporadas ao mesmo. As reservas podem ser também de três tipos:

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Reservas de capital e as reservas de lucros. Estas últimas representam uma parcela

da destinação do resultado e são subdivididas em 08(oito) categorias distintas.

PATRIMÔNIO

Bens + Direitos

Obrigações

ATIVO

PASSIVO

ou ou

PATRIMÔNIO BRUTO CAPITAL ALHEIO

ou ou

CAPITAL APLICADO CAPITAL DE TERCEIROS

ou ou

RECURSOS APLICADOS PASSIVO EXIGÍVEL

ou ou

CAPITAL INVESTIDO

RECURSOS DE TERCEIROS

ou

PASSIVO REAL

Patrimônio Líquido = A - P

SITUAÇÃO LIQUIDA

ou

CAPITAL PRÓPRIO

ou

PASSIVO NÃO EXIGIVEL

ou

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APLICAÇÃO DE RECURSO = ORIGEM DE RECURSO

FONTE DE INVESTIMENTO = FONTE DE

FINANCIAMENTO

3. EQUAÇÃO PATRIMONIAL

1. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CONTABILIDADE

PL = BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES

ou

PL = A – P

ou

A = P + PL

Por equação entendemos uma expressão matemática. A equação patrimonial é uma

expressão do tipo x – y = z, onde x é representado pelo ativo, y pelo passivo exigível

e z pelo patrimônio líquido. Podemos então escrever esta equação como sendo:

A – Pe = PL

RECURSOS PRÓPRIOS

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Desta forma, podemos definir o patrimônio líquido como sendo a diferença entre o

ativo e o passivo exigível e, como já vimos, recebe também as denominações de

situação líquida ou capital próprio ou, ainda, por alguns autores, de

investimento próprio, por representar a parte do patrimônio que efetivamente

pertence à entidade, pois o restante dos bens e direitos estará comprometido por

obrigações com terceiros, chamando-se a estes de bens de terceiros ou capital

de terceiros ou capital alheio.

Diante de tudo o que já dissemos, e considerando a equação patrimonial, temos que

os bens, os direitos e as obrigações, aliados ao patrimônio líquido, devem satisfazer

a equação apresentada a seguir:

Patrimônio líquido = Bens + Direitos – Obrigações

Patrimônio Líquido = Ativo – Passivo

Ativo – Passivo = Patrimônio Líquido

A deliberação CVM nº 539/2008 que substitui a Deliberação nº 29/1986 conceituou

os elementos do Patrimônio como segue:

ATIVO

Conjunto dos recursos controlados pela entidade como resultados de eventos

passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para

a entidade.

PASSIVO

Toda obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja

liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar

benefícios econômicos.

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.

Partindo do conceito da EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO (A – P = PL),

verifica-se a possibilidade de o Patrimônio Líquido assumir diversas situações

distintas, dependendo do valor das somas do ATIVO e do PASSIVO EXIGÍVEL.

Analisaremos, a seguir, cada uma das situações possíveis que podem resultar do

confronto entre o ativo e o passivo exigível.

Situações Patrimoniais

1.1. Estados Patrimoniais

a) Quando a Ativo > Passivo Exigível: A > P → SL > 0 → Situação líquida maior

que zero.

• Situação Líquida POSITIVA, Situação Líquida ATIVA, Situação Líquida

SUPERAVITÁRIA, Situação Líquida FAVORÁVEL= GRANDEZA

PATRIMONIAL.

b) Quando o Ativo = Passivo Exigível: A = P → SL = 0 → Situação Líquida igual a

zero.

• Situação Líquida NULA ou COMPENSADA.

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c) Quando o Ativo < Passivo Exigível: A < P→ SL < 0→ Situação Líquida menor que

zero.

• Situação Líquida NEGATIVA; Situação Líquida PASSIVA; Situação Líquida

DEFICITÁRIA; Situação Líquida DESFAVORÁVEL; PASSIVO A DESCOBERTO.

BALANÇO PATRIMONIAL

Vimos que a equação patrimonial é representada pela diferença entre a soma dos

bens e direitos menos as obrigações, que resultará na situação líquida ou patrimônio

líquido. Por dedução, temos que a soma dos bens + direitos, comparada com a soma

das obrigações + patrimônio líquido, dará uma relação de igualdade. O

demonstrativo contábil que representa esta relação de igualdade é o BALANÇO

PATRIMONIAL

4. O RESULTADO (RÉDITO)

Sabemos que à Contabilidade são conferidas diversas funções. Uma dessas funções

da contabilidade é a econômica, ou seja, apurar o resultado que uma entidade

(azienda) obteve em determinado período. Quando falamos em resultado

econômico devemos ter sempre em mente o confronto de receitas e despesas do

período considerado. Quando as receitas forem maiores que as despesas teremos

uma situação superavitária, ou seja, teremos lucro. Nos casos em que as despesas

superam as receitas, o resultado será deficitário, isto, estaremos diante de uma

situação de prejuízo.

As receitas e despesas são classificadas como contas de resultado e segundo a

Deliberação nº 539/2008,são definidas como:

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4.1. RECEITAS

São aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a

forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de

passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido e que não

sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade.

A receita corresponde, em geral, às vendas de mercadorias, produtos ou prestações

de serviços. Ela é refletida no balanço patrimonial através da entrada de dinheiro no

Caixa/Bancos (venda à vista) ou entrada em forma de direitos a receber (venda a

prazo) – Duplicatas a Receber.

Percebe-se que as receitas (contas de resultado) não aparecem no balanço

patrimonial. Elas são a ele incorporados em forma de resultado via conta de lucros

ou prejuízos acumulados. Toda Receita aumenta o PL, mas nem todo aumento de

PL foi consequência de uma Receita.

4.2. DESPESAS

São decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob

a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou

incrementos em passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio

líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da

entidade.

Despesa é todo o sacrifício ou todo esforço da pessoa jurídica para obter uma receita

(o consumo de bens e serviços com o objetivo de obter receitas é um sacrifício, um

esforço para a empresa). Ela é refletida no balanço através de uma redução do

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Caixa/Bancos (quando é paga a vista) ou mediante um aumento de uma dívida

(passivo, quando a despesa é incorrida, mas não paga).

A despesa pode, ainda, originar-se de outras reduções de ativo, além do Caixa, como

é o caso do desgaste de máquinas e equipamentos de uso, através dos encargos de

depreciação, entre outras.

Podem diminuir o Ativo ou aumentar o passivo exigível, mas sempre reduzem a

situação líquida ou o patrimônio líquido.

DEFINIÇÕES IMPORTANTES

6.1. CRÉDITOS E DÉBITOS – UM ENFOQUE ECONÔMICO

Em termos econômicos, crédito representa um direito da entidade para com

terceiros, ou seja, representam bens da entidade que se encontram na posse de

terceiras pessoas, quer por financiamento, originando os créditos de financiamento,

quer por atividades inerentes ao funcionamento da entidade, ocasionando os créditos

de funcionamento.

Débitos representam dívidas ou as obrigações da empresa para com terceiros, quer

pela contratação de empréstimos financeiros, quando os denominamos de débitos de

financiamento, quer por débitos decorrentes das atividades normais da empresa, os

operacionais, quando são chamados de débitos de funcionamento.

6.1.1. CRÉDITOS DE FINANCIAMENTO

As empresas comerciais, em sua maioria, possuem como objeto social a

comercialização de mercadorias, produtos ou a prestação de serviços. Entretanto,

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podem, em determinadas condições, efetuar empréstimos o que gera um crédito da

empresa.

A esses créditos chamamos de créditos de financiamento por serem derivados de

financiamentos ou empréstimos, fugindo do objeto social. Assim, podemos definir

que os créditos de financiamento são os direitos da empresa derivados de operações

de empréstimos.

Os créditos de financiamento são oriundos de operações anormais, por isso são

classificados normalmente no ativo realizável a longo prazo.

6.1.2. CRÉDITOS DE FUNCIONAMENTO

Por créditos de funcionamento entendemos aqueles créditos decorrentes das

operações normais das entidades comerciais, atreladas ao seu objeto social, como,

por exemplo, as vendas a prazo ou adiantamento a fornecedores. Geralmente são

encontrados no ativo circulante, sendo assim de curto prazo. Entretanto, podem

aparecer no ativo realizável a longo prazo, pois as empresas podem efetuar vendas

ou prestar serviços para recebimento após o final do exercício social seguinte.

Assim, para classificar corretamente os créditos em resultantes do funcionamento ou

resultantes de financiamentos devemos atentar ao objeto social da empresa.

6.1.3. DÉBITOS DE FINANCIAMENTO

Os recursos vindos dos sócios ou acionistas e os recursos gerados pela atividade

operacional, na forma de lucro, podem ser, muitas vezes, insuficientes para fazer

face às obrigações assumidas ou mesmo para a implementação de projetos e

programas de expansão. Quando isto ocorre, a empresa possui algumas alternativas

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como aumentar o capital social com a arrecadação de novos recursos vindos dos

sócios ou simplesmente buscar esses recursos nas instituições financeiras. Caso a

empresa opte pela última alternativa, estaremos diante dos chamados débitos de

financiamento.

Assim, podemos dizer que os débitos de financiamento representam o passivo

exigível das empresas advindo da contratação de empréstimos financeiros e que são

decorrentes de situações anormais às atividades da entidade.

Em termos práticos, as situações que normalmente ensejam dívidas dessa natureza

são a assunção de hipotecas, os empréstimos bancários, o desconto de títulos

(promissórias) etc.

6.1.4. DÉBITOS DE FUNCIONAMENTO

Representam os débitos decorrentes das operações normais da empresa. São as

dívidas decorrentes da aquisição de mercadorias a prazo, de impostos incidentes

sobre vendas, de salários a pagar, de contribuições a pagar ou a recolher e de outras

obrigações normais da empresa.

Assim, os débitos de funcionamento são as dívidas da entidade decorrentes de

operações normais de sua gestão, visto que representam operações de troca e não o

ingresso de novos valores financeiros vindos de terceiros.

Os débitos de funcionamento representam as aquisições a prazo de mercadorias,

tributos, salários e outros bens que são necessários ao funcionamento normal da

entidade e, geralmente, são classificados no passivo circulante, dadas as suas

características. Porém, podem aparecer no passivo exigível a longo prazo.

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6.2. PATRIMÔNIO BRUTO

Patrimônio bruto, na linguagem contábil, representa o conceito de patrimônio para

outras ciências, ou seja, patrimônio bruto representa o conjunto de bens e direitos

de uma entidade o que equivale ao ativo total. Como o ativo total é igual ao passivo

total, pode-se dizer que o passivo total é, também, igual ao patrimônio bruto.

6.3. EXERCÍCIO SOCIAL

O exercício social é também chamado de período administrativo ou período contábil,

e representa o período de tempo correspondente ao conjunto de operações e outros

eventos, realizados pela companhia ou empresa, e seus efeitos patrimoniais em que,

ao seu final, a direção da entidade elaborará e divulgará os relatórios contábeis

(demonstrações contábeis). Este período poderá coincidir ou não com o ano civil,

conforme dispuser em seus atos constitutivos e pela observância da legislação fiscal.

A Lei das S.A. estabelece, em seu art. 175, que o exercício social terá a duração de 1

(um) ano e, ao cabo deste, a diretoria fará elaborar as demonstrações financeiras

(contábeis):

Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será

fixada no estatuto.

Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o

exercício social poderá ter duração diversa.

O fato de a lei estabelecer que a duração do exercício social terá a duração de um

ano não impede que as empresas elaborem demonstrativos mensais, trimestrais ou

semestrais, para melhor atender as suas necessidades gerenciais e as exigências do

fisco.

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Salienta-se, ainda, que é atribuição do estatuto ou do contrato social estabelecer a

data do término do exercício social, sendo que no início das atividades, ou em casos

de alteração dos atos constitutivos ou término das atividades empresariais, a duração

poderá ser menor que 1 (um) ano.

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Acerca da equação fundamental do patrimônio, julgue os itens seguintes.

01. (CESPE/EMBASA/2010) O ativo corresponde à soma do passivo e do patrimônio

líquido.

02. (CESPE/EMBASA/2010) Salários a pagar, fornecedores e ferramentas são

componentes do ativo.

03. (CESPE/TRE/2010) O balanço visa apresentar a posição financeira e patrimonial

da empresa em determinada data, e representa, portanto, uma posição dinâmica.

Acerca do conceito, do objetivo e da composição do balanço patrimonial das

companhias, julgue os próximos itens.

04. (CESPE/TRE/2010) As contas do ativo compreendem as aplicações de recursos

em bens e direitos.

05. (CESPE/TRE/2010) O patrimônio líquido da entidade compreende as suas

exigibilidades e obrigações para com terceiros.

06. (CESPE/TRE/2010) No balanço patrimonial, as contas do ativo devem ser

classificadas em ordem decrescente do grau de liquidez, enquanto, no passivo,

devem ser dispostas em ordem crescente de prioridade de pagamento das

exigibilidades

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Com relação aos componentes patrimoniais classificados no ativo, passivo e

patrimônio líquido, julgue os seguintes itens.

07. (CESPE/EMBASA/2010) A conta mercadorias é considerada um bem do ativo

circulante.

08. (CESPE/EMBASA/2010) Se o passivo e o patrimônio líquido de uma empresa

totalizarem R$ 40.000,00 e R$ 50.000,00, respectivamente, o valor total do ativo

será de R$ 90.000,00.

09. (CESPE/EMBASA/2010) Quando o valor do passivo é maior que o do ativo,

ocorre a situação de passivo a descoberto.

10. (CESPE/EMBASA/2010) Se, em determinado patrimônio, os bens somam R$

300,00, as obrigações, R$ 500,00 e os direitos, R$ 400,00, então o valor do

patrimônio líquido é de R$ 200,00.

11. (CESPE/SERPRO/2013)Um bem (ou um direito) somente sera considerado como

ativo quando satisfaz a tre s condic oes: gerar benefi cios economicos futuros; ser

controlado pela entidade e ser resultante de um evento que tenha ocorrido no

passado.

12. (CESPE/SERPRO/2013) A definic ao do passivo pode ser dividida em tre s aspectos

cruciais: e uma obrigac ao atual; a liquidac ao implicara desembolso de beneficios

economicos para a entidade; e resultado de eventos passados.

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Considere as representações patrimoniais, em forma de diagrama de barras, de

quatro entidades contábeis hipotéticas — A, B, C e D — ilustradas acima, para o

período de dois anos consecutivos. Com base nessas informações e em relação à

situação líquida dessas entidades, julgue os itens de 13 a 15.

13. (CESPE/TRE/2010) Comparando o período, a situação líquida tornou-se

desfavorável apenas para uma das entidades contábeis apresentadas.

14 (CESPE/TRE/2010) A situação líquida de uma das entidades manteve-se

inalterada no período, sendo correto afirmar que, nesse caso, não houve variação

quantitativa no patrimônio dessa entidade.

15(CESPE/TRE/2010) Entre as entidades citadas, a entidade A, no ano 2,

apresentou o maior percentual de capital de terceiros em relação aos recursos

possuídos pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros

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