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Aula 01 Português p/ RFB - 2014 (com videoaulas) Professor: Fabiano Sales - ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR!

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Português p/ RFB - 2014 (com videoaulas)

Professor: Fabiano Sales

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AULA 01 Olá, estimados alunos e futuros servidores da Receita Federal! Hoje, na aula 01, do curso de teoria e de questões comentadas, apresentarei um tema muito recorrente nas provas da ESAF: VERBOS.

Para refletir: "Se você quer ser bem-sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si mesmo."

(Ayrton Senna)

Venham comigo!

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ESTRUTURA VERBAL

Inicialmente, apresento a vocês a estrutura que compõe os verbos, uma vez que será por meio dela que identificaremos a conjugação e o sentido no texto. Em regra, o verbo é formado por três elementos: radical, vogal temática e desinências.

� RADICAL Por radical devemos entender o elemento que apresenta o significado da palavra. Em se tratando de formas verbais, o radical é obtido a partir de sua forma infinitiva (o “nome” do verbo), suprimindo as terminações -AR, -ER ou -IR: Cantar � Cant- (radical) Vender � Vend- (radical) Partir � Part- (radical)

� VOGAL TEMÁTICA É o elemento que prepara o radical para o recebimento das desinências. É por meio da vogal temática que se identifica a conjugação a que o verbo pertence. Cantar � -a- (1ª conjugação) Vender � -e- (2ª conjugação) Partir � -i- (3ª conjugação) E a que conjugação pertence o verbo pôr ? Meus amigos, esse verbo (e os derivados compor, decompor, supor etc.) pertence à 2ª conjugação, uma vez que apresenta -e- como vogal temática, devido à sua origem da forma latina ponere. Notem que, em algumas pessoas verbais, a vogal temática -e- aparece ao longo da conjugação. Exemplo: Presente do indicativo Eu ponho / Tu pões / Ele põe / Nós pomos / Vós pondes / Eles põem

� TEMA Por meio da união entre radical e vogal temática temos o que se chama tema. Fala (tema) � fal- (radical) + -a (vogal temática) Vende (tema) � vend- (radical) + -e (vogal temática) Parti (tema) � part- (radical) + -i (vogal temática)

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Aqui chamo a atenção de vocês para as desinências, pois é a partir delas que perceberemos as flexões verbais. As desinências subdividem-se em:

� modo-temporais – indicam o modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e o tempo verbal (presente, passado e futuro); e

� número-pessoais – indicam o número (singular e plural) e a pessoa do discurso (1ª, 2ª e 3ª). Exemplos:

Cant a va s radical vogal DMT DNP temática CANT- : radical – apresenta o significado da palavra.

-A- : vogal temática – indica que o verbo pertence à 1ª conjugação.

-VA- : desinência modo-temporal – indica que o verbo está flexionado no pretérito imperfeito do indicativo.

-S : desinência número-pessoal – indica que o verbo está flexionado na 2ª pessoa do singular.

Vend e re mos radical vogal DMT DNP temática VEND- : radical – apresenta o significado da palavra. -E- : vogal temática – indica que o verbo pertence à 2ª conjugação. -RE- : desinência modo-temporal – indica que o verbo está flexionado no futuro do presente do indicativo. -MOS : desinência número-pessoal – indica que o verbo está flexionado na 1ª pessoa do plural.

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Part i ra s radical vogal DMT DNP temática PART- : radical – apresenta o significado da palavra. -I- : vogal temática – indica que o verbo pertence à 3ª conjugação. -RA- : desinência modo-temporal – indica que o verbo está flexionado no pretérito mais-que-perfeito do indicativo. -S : desinência número-pessoal – indica que o verbo está flexionado na 2ª pessoa do singular. A seguir, apresentarei a vocês o paradigma das desinências modo- -temporais e número-pessoais.

DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS

Modo Tempo 1ª Conjugação

Exemplo 2ª e 3ª Conjugações

Exemplo

Presente ø (zero) falo ø (zero) vendo, parto

Pretérito perfeito ø (zero) falei ø (zero) vendi, parti

Pretérito imperfeito -va (-ve)

falava, faláveis -ia (-íe)

vendia, vendíeis;

partia, partíeis

Pretérito mais-que- -perfeito

-ra (-re) átono

falara, faláreis

-ra (-re) átono

vendera, vendêreis;

partira, partíreis

Futuro do presente

-ra (-re) tônico

falará, falareis

-ra (-re) tônico

venderá, vendereis;

partirá, partireis

Indicativo

Futuro do pretérito -ria (-ríe)

falaria, falaríeis -ria (-ríe)

venderia, venderíeis;

partiria, partiríeis

Presente -e fale, faleis -a venda, parta

Pretérito imperfeito

-sse falasse, falasses

-sse vendesse, partisse

Subjuntivo

Futuro -r falar, falares

-r vender, partir

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DESINÊNCIAS MODO-TEMPORAIS

Modo Tempo 1ª Conjugação

Exemplo 2ª e 3ª Conjugações

Exemplo

Afirmativo -e fale, falemos

-a vendam, partam

Imperativo Negativo -e

não fale, não

falemos -a

não vendam, não partam

Infinitivo Pessoal -r falar, falares

-r vendermos, partirmos

DESINÊNCIAS NÚMERO-PESSOAIS

� 1ª pessoa do singular -o (no Presente do indicativo): falo, vendo, parto. -i (no Pretérito perfeito e no Futuro do presente do indicativo): falei, vendi, parti; falarei. Ø (nos demais tempos e modos): falava, falaria, falara, falasse.

� 2ª pessoa do singular

-s (em todos os tempos, exceto no Imperativo afirmativo): falas, vendes, partes; falarás. -ste (no Pretérito perfeito do indicativo): falaste, vendeste, partiste. Ø (no Imperativo afirmativo): fala (tu), vende (tu), parte (tu).

� 3ª pessoa do singular

-u (Pretérito perfeito do indicativo): falou, vendeu, partiu. Ø (nos demais tempos e modos): falava, falaria, falara, falasse.

� 1ª pessoa do plural

-mos: falamos, vendemos, partimos.

� 2ª pessoa do plural -stes (no Pretérito perfeito do indicativo): falastes, vendestes, partistes. -des (no Futuro do subjuntivo e no Infinitivo pessoal): falardes, venderdes, partirdes. -i (no Imperativo afirmativo): falai (vós), vendei (vós), parti (vós). -is (nos demais tempos e modos): falais, vendeis, partis. -des(no Presente do indicativo dos verbos irregulares ter, vir, pôr, ver, rir, ir): vindes, ides.

� 3ª pessoa do plural

-ram (Pretérito perfeito do indicativo): cantaram, venderam, partiram. -o (no Futuro do presente do indicativo): cantarão, venderão, partirão. -em (no Futuro do subjuntivo e no Infinitivo pessoal): cantarem, venderem, partirem. -m (nos demais tempos e modos): cantam, vendem, partem; cantavam, vendiam, partiam.

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MODOS E TEMPOS VERBAIS

Modo verbal apresenta a relação existente entre o falante e o fato expresso pela ação verbal. Os modos verbais são indicativo, subjuntivo e imperativo. Modo indicativo – transmite a ideia de fatos certos, reais. Exemplo: Nós estudamos para o concurso. Modo subjuntivo – transmite a ideia de fatos duvidosos, possíveis, hipotéticos. Exemplo: É provável que estudemos para o concurso. Modo imperativo – transmite a ideia de ordem, pedido, desejo. Exemplo: Estudem para o concurso.

EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS

� INDICATIVO O presente é empregado para: - denotar um fato atual, ou seja, que acontece no momento em que se fala. É denominado presente atual. Exemplo: Enquanto falo, você estuda. - denotar verdades permanentes. É denominado presente universal. Exemplos: O homem é mortal. - denotar uma ação habitual, frequente. É denominado presente frequentativo. Exemplo: Estudamos muito. - proporcionar vivacidade a fatos ocorridos no passado. Denomina-se presente histórico.

Exemplo: 1994: Romário dribla a pobreza, o preconceito e as regras e se torna o rei da Copa. - denotar uma ação futura, contudo próxima. Exemplo: Amanhã vou ao jogo do Vasco.

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O pretérito perfeito apresenta a ação totalmente concluída. Exemplo: Estudei para passar nesta prova. O pretérito imperfeito é empregado para: - indicar uma ação que, no passado, ocorria com habitualidade. É denominado imperfeito frequentativo. Exemplo: Acordava, tomava banho e ia estudar. - indicar uma ação passada, porém não totalmente concluída em relação à outra. Exemplo: Quando o professor entrou, o aluno fazia a prova. - substituir o presente, com o matiz semântico de cortesia, atenuando um pedido. Exemplo: Eu queria saber se você estudou para a prova. O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada anterior à outra, também passada. Exemplo: A sessão de cinema já começara quando entramos. Dica estratégica!

O pretérito mais-que-perfeito pode substituir o futuro do pretérito do indicativo ou o pretérito imperfeito do subjuntivo. Exemplos: Quem me dera ficar em primeiro lugar! Não fora o fiscal de sala, teríamos passado na prova. (Não fosse o fiscal de sala...) O futuro do presente indica uma ação que ainda será realizada. Exemplo: Neste concurso, seremos aprovados. Dica estratégica! O futuro do presente do indicativo pode indicar uma verdade universal, surgindo com valor semântico de imperativo. Exemplo: Não matarás!

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O futuro do pretérito é empregado para: - indicar um futuro dependente de alguma condição, ou seja, pode denotar situações tomadas como hipotéticas. Exemplo: Se tivesse estudado, passaria no concurso. Atenção! Segundo as lições de Evanildo Bechara, em Moderna Gramática Portuguesa, o pretérito imperfeito do indicativo “aparece em lugar do futuro do pretérito para denotar um fato certo como consequência de outro que não ocorreu. Exemplo: Eu, se tivesse crédito na praça, pedia outro empréstimo.” Entretanto, no padrão culto escrito, emprega-se a forma pediria, conjugada no futuro do pretérito do indicativo. Exemplo: Eu, se tivesse crédito na praça, pediria outro empréstimo.” Na música “Me deixa em paz”, de Airton Amorim e Monsueto, o verso

“Se você não me queria, não devia me procurar “ , o pretérito imperfeito foi empregado incorretamente. Esse tempo verbal deve ser utilizado para denotar uma ação ocorrida no passado. Não se trata do caso em análise. Como há uma condição, demonstrada pelo excerto “Se você não me queria”, o correto é empregar a forma deveria, no futuro do pretérito do indicativo. Na linguagem oral, é muito comum o emprego do pretérito imperfeito do indicativo sem a indicação do passado. Exemplo: O evento “Rio + 20” está complicando o trânsito hoje. Se eu viesse a pé, eu já estava lá. No exemplo acima, foi indicada uma condição – Se eu viesse a pé. Logo, deveria ser empregada a forma verbal estaria, conjugada no futuro do pretérito do indicativo. Continuando... - indicar um fato (futuro) posterior em relação a outro passado. Exemplo: Elas disseram que estudariam para o concurso. - expressar polidez. Exemplo: Você poderia abrir a janela?

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� SUBJUNTIVO O presente é empregado indica um fato duvidoso ou provável. Para facilitar a conjugação, insiram o advérbio talvez. Exemplo: (Talvez) Tenha sucesso no concurso. O pretérito imperfeito indica uma concessão, por meio de um fato hipotético. Para facilitar a conjugação, insiram a conjunção se. Exemplos: Se você estudasse mais, ficaria em primeiro lugar no concurso. “Era provável que a ocasião aparecesse.” (Machado de Assis) O futuro indica uma ação eventual. Para facilitar a conjugação, insiram a conjunção quando. Exemplo: Quando eu passar no concurso, ficarei tranquilo.

� IMPERATIVO O modo imperativo exprime ordem, pedido, desejo. O imperativo subdivide- -se em: - afirmativo. Exemplo: Estudem! - negativo. Exemplo: Não estudem a poucos instantes da prova! O modo imperativo é formado a partir dos presentes do indicativo e do subjuntivo.

Presente do indicativo

Imperativo afirmativo

Presente do subjuntivo

Imperativo negativo

Eu falo - Eu fale - Tu falas Fala tu Tu fales Não fales tu Ele fala Fale você Ele fale Não fale você Nós falamos Falemos nós Nós falemos Não falemos nós Vós falais Falai vós Vós faleis Não faleis vós Eles falam Falem vocês Eles falem Não falem vocês

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FORMAÇÃO DO IMPERATIVO

� Afirmativo

O imperativo afirmativo não apresenta a 1ª pessoa do singular. Por sua vez, a 2ª pessoa do singular (tu) e a 2ª pessoa do plural (vós) do imperativo afirmativo são formadas a partir do presente do indicativo, suprimindo-se a desinência número-pessoal “-s”: Tu falas (presente do indicativo) :: fala tu (imperativo afirmativo) Vós falais (presente do indicativo) :: falai vós (imperativo afirmativo) As demais pessoas do imperativo afirmativo são oriundas do presente do subjuntivo: Que ele fale (presente do subjuntivo) :: fale você (imperativo afirmativo) Que nós falemos (presente do subjuntivo) :: falemos nós (imperativo afirmativo) Que eles falem (presente do subjuntivo) :: falem vocês (imperativo afirmativo)

� Negativo Assim como o afirmativo, o imperativo negativo não apresenta a 1ª pessoa do singular. As demais pessoas são integralmente formadas a partir do presente do subjuntivo, com o acréscimo do advérbio “não”: Que tu fales (presente do subjuntivo) :: Não fales tu (imperativo negativo) Que ele fale (presente do subjuntivo) :: Não fale você (imperativo negativo) Que nós falemos (presente do subjuntivo) :: Não falemos nós (imperativo negativo) Que vós faleis (presente do subjuntivo) :: Não faleis vós (imperativo negativo) Que eles falem (presente do subjuntivo) :: Não falem vocês (imperativo negativo)

FORMAS NOMINAIS Além dos modos indicativo, subjuntivo e imperativo, há, ainda, as formas nominais. Neste momento, alguém sempre me pergunta: “Fabiano, por que a nomenclatura formas nominais se são verbos”? Respondo a vocês que essa nomenclatura surgiu devido ao comportamento dessas estruturas como nomes (substantivo, adjetivo e advérbio).

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As formas nominais são: Infinitivo – é a forma como se designam os verbos, ou seja, é o próprio “nome” do verbo. Termina em “-r” (falar, vender, partir). E quando o infinitivo se comporta como nome? Nos seguintes exemplos: Recordar é viver. (= A recordação é vida.) Sorrir é alegria. (= Sorriso é alegria.) Gerúndio – indica um processo prolongado ou incompleto. Termina em “-ndo”. Aparece em locuções verbais e em orações reduzidas. Exemplo: Estamos estudando. (locução verbal � equivale a “Estudamos”.) Estudando, passaremos no concurso. (oração subordinada adverbial condicional reduzida de gerúndio � equivale a “Se estudarmos, passaremos no concurso”.) Dica estratégica! O gerúndio: - equivale a um advérbio. Exemplo: O homem caminhava cantando. (o modo como caminhava) - pode ter valor adjetivo. Exemplo: Crianças sorrindo. (= Crianças sorridentes.) Particípio – termina em “-do”. Pode ser empregado em tempos compostos, na voz passiva, em orações reduzidas e sob a forma de adjetivos. Exemplos: Ele tem passado em muitos concursos. (pretérito perfeito composto do subjuntivo) Até a prova, terei estudado muito. (futuro do presente composto do indicativo) O aluno foi aprovado pela banca examinadora. (locução verbal de voz passiva) Aprovado o aluno, tomou posse no cargo. (oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio) Este aluno está aprovado. (adjetivo)

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Dica estratégica! O particípio pode referir-se a fatos presentes, passados ou futuros. Exemplos: Terminada a prova, vamos para casa. (presente) Terminada a prova, fomos para casa. (passado) Terminada a prova, iremos para casa. (futuro) Uma curiosidade: no gerúndio e no particípio, o verbo “vir” apresenta a mesma forma: “vindo”. Para fazer a diferenciação, substituam o verbo “vir” pelo verbo “ir”: se, como resultado, aparecer “-ido”, a forma verbal estará no particípio; por outro lado, se aparecer “-indo”, o verbo estará no gerúndio.

Exemplos: Assim que o professor chegou, a diretora já tinha vindo.

No exemplo acima, notem que cabe apenas a substituição da forma “vindo” por “ido”: Assim que o professor chegou, a diretora já tinha ido. Logo, “vindo” está no particípio.

A diretora já está vindo.

Em “A diretora já está vindo.”, a forma verbal em destaque pode ser substituída apenas por “indo”: A diretora já está indo. Logo, “vindo” está no gerúndio.

1. (ESAF-2002/BACEN-Adaptada) Analise a opção a seguir a respeito das formas verbais no texto. Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para a própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes econômicos.

(www.bcb.gov.br) I. O emprego do modo indicativo em “corresponde” (linha 5) deve ser substituído pelo subjuntivo “corresponda” para que o texto respeite a norma culta.

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Comentário: Inicialmente, percebemos que, no texto, há uma relação entre o autor do texto e o que é enunciado. Ao longo da superfície textual, notamos que foram empregadas diversas formas verbais flexionadas no presente do indicativo (modo que indica um fato, uma certeza), quais sejam, “são” (linha 1), “relacionam-se” (linha 2), entre outros, caracterizando um texto enunciativo. No contexto, é possível notar que o verbo “corresponder” está conjugado no presente do indicativo. Portanto, está em conformidade com a norma culta. Ademais, não seria correta a substituição pela forma verbal “corresponda”, pois esta, por estar flexionada no presente do subjuntivo, transmite a ideia de hipótese, possibilidade. Gabarito: Errado. 2. (ESAF-2001/BACEN-Adaptada) Analise o item a respeito do emprego das formas verbais no texto. Uma profunda transformação tecnológica será promovida nos bancos brasileiros neste primeiro semestre para que eles se adaptem às normas determinadas pelo Banco Central (BC), que prevêem a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). O novo modelo entra em vigor no dia 1o de outubro, quando já deve estar em funcionamento a transferência de grandes valores com liquidação bruta em tempo real e o monitoramento on line da conta reservas bancárias mantida no BC, que se livrará da obrigação de cobrir os saldos negativos deixados pelos bancos nas operações do dia-a-dia. Se, de um lado, as cerca de 170 instituições financeiras movimentam-se para modernizar seu aparato tecnológico, de outro as indústrias de software travam uma batalha para conquistar uma fatia dos investimentos que serão feitos.

(Gazeta Mercantil, 20/2/2001, com adaptações) I. O emprego do tempo presente em “entra em vigor” (linha 4) desrespeita as regras da conjugação verbal e da coerência textual porque o texto pede que aí se empregue o futuro entrará. Comentário: O presente do indicativo pode ser empregado para denotar uma ação futura, tornando-a atual, no momento em que se fala. Trata-se apenas de um recurso utilizado pelo autor, sem desrespeitar as regras de conjugação verbal ou causar incoerência textual. Gabarito: Errado. 3. (ESAF-2005/MPOG-Adaptada) Analise a opção a seguir em relação às estruturas do texto. É natural que cada grupo procure fazer valer os seus interesses. O problema do desmatamento é que ele é a expressão de uma visão predatória e de curto prazo que vai de encontro à lei e ao interesse geral da nação. É fundamental, portanto, encontrar fórmulas sustentáveis que aliem desenvolvimento e preservação dos recursos naturais do país.

(EDITORIAL, Folha de S. Paulo,21/6/2005) I. O emprego do subjuntivo em “procure” (linha 1) justifica-se por expressar uma possibilidade de ação.

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Comentário: Conforme estudamos nas lições, o subjuntivo é situado no plano da hipótese, possibilidade, incerteza. No texto, a forma verbal “procure” está flexionada no presente do subjuntivo – que eu procure, que tu procures, que ele procure ... – , transmitindo uma possibilidade de “fazer valer os direitos”, segundo mencionou o examinador da banca. Portanto, o emprego do subjuntivo está correto. Gabarito: Certo. 4. (ESAF-2008/CGU-Adaptada) Em relação às ideias e estruturas do texto, analise a assertiva a seguir. No embalo da dinâmica mundial, talvez se justifique rever a ironia que tem revestido a referência ao Brasil como o “país do futuro”. Com presença internacional crescente, um quadro geral propício na economia, iniciativas relevantes, dinamismo real em vários setores e sendo objeto de apostas favoráveis para um futuro visível por parte de analistas presumidamente competentes e distantes da briga política doméstica e da correspondente atribuição de culpas e méritos, dir-se-ia que a promessa do país começa a cumprir-se. Com todos os muitos problemas e as reservas que a ideia envolve...

(Fábio Wanderley Reis, Valor Econômico, 14/01/2008.) I. Estaria gramaticalmente correta a substituição de “justifique” (linha 1) por justifica. Comentário: Novamente, temos uma questão que versa sobre o emprego dos tempos e modos verbais. No contexto, a forma verbal “justifique” está conjugada no presente do subjuntivo. Conforme já estudamos, esse modo (subjuntivo) transmite a ideia de hipótese, possibilidade, dúvida, incerteza. Percebam que essa noção é ratificada pelo vocábulo “talvez” (linha 1). Por sua vez, a forma “justifica” está flexionada no presente do indicativo, denotando certeza, realidade. Logo, estaria gramaticalmente incorreta a substituição daquela (justifique) por esta (justifica). Gabarito: Errado. 5. (ESAF-2006/CGU-Adaptada) Analise a proposição a seguir em relação ao texto abaixo. O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias da comunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem e seus aspectos, constituídos no momento histórico iniciado no século XV e consolidado no século XVIII. A modernidade que surgira nesse período é agora criticada em seus pilares fundamentais, como a crença na verdade, alcançável pela razão, e na linearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir esses dogmas, são propostos novos valores, menos fechados e categorizantes.

(http://pt.wikipdia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptações)) I. O desenvolvimento das ideias do texto permitiria mudar o tempo verbal de “surgira” (linha 7) para surgiu, alterando as relações temporais do texto, mas preservando sua coerência.

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Comentário: A forma verbal “surgira” está flexionada no pretérito mais-que-perfeito do indicativo. Esse tempo verbal é empregado para denotar uma ação passada, anterior à outra, também passada. A substituição pela forma “surgiu”, a qual está flexionada no pretérito perfeito do indicativo, alteraria as relações temporais do texto, pois, conforme estudamos nas lições, esse tempo verbal denota uma ação completamente concluída, encerrada. Entretanto, não causaria incoerência, pois ambos os tempos remetem a fatos passados, pretéritos:

“A modernidade que surgira nesse período...”

“A modernidade que surgiu nesse período...”

Gabarito: Certo. 6. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao texto analise a opção a seguir. A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma súmula vinculante que discipline o uso do segredo de Justiça, prerrogativa que tem sido utilizada por juízes nem sempre em defesa do interesse público, mas, em alguns casos, na proteção a suspeitos de só pode ser decretado em dois casos excepcionais previstos: um, quando há risco de exposição pública de questões privadas do investigado ou réu, como relacionamentos amorosos e doenças; e, outro, quando o processo contém documentos sigilosos, como extratos bancários ou escutas telefônicas. Mas, na prática, tem sido diferente: por motivos nem sempre claros, especialmente em processos que envolvem autoridades, alguns juízes privam a sociedade de saber a verdade. Os atos públicos, em especial os que envolvem procedimentos judiciais, têm como regra básica a transparência, a publicidade sem restrições e o acesso dos cidadãos. O contrário – ou seja, o sigilo – é sempre a exceção.

(Zero Hora, 27/2/2009) I. O emprego do subjuntivo em “discipline” (linha 2) justifica-se por se tratar de uma informação categórica, de uma afirmação indiscutível. Comentário: No contexto, a forma verbal “discipline” está flexionada no presente do subjuntivo. O emprego desse modo no texto justifica-se por se tratar de um fato hipotético, provável, ou seja, uma possibilidade. Logo, a afirmação do examinador está incorreta. Gabarito: Errado. 7. (ESAF-2003/Receita Federal-Adaptada) Acerca das estruturas linguísticas do texto, analise a afirmativa abaixo. Um dos motivos principais pelos quais a temática das identidades é tão freqüentemente focalizada tanto na mídia assim como na universidade são as mudanças culturais, sociais, econômicas, políticas e tecnológicas que estão atravessando o mundo e que são experienciadas, em maior ou menor escala, em comunidades locais específicas. Como indica Fridman (2000, p. 11), “se a modernidade alterou a face do mundo com suas conquistas materiais, tecnológicas, científicas e culturais, algo de abrangência semelhante ocorreu nas últimas décadas, fazendo surgir novos estilos, costumes de vida e formas de organização social”. Há nas práticas sociais cotidianas que vivemos um questionamento constante de modos de viver a vida social que têm afetado a compreensão da classe

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social, do gênero, da sexualidade, da idade, da raça, da nacionalidade etc., em resumo, de quem somos na vida social contemporânea. É inegável que a possibilidade de vermos a multiplicidade da vida humana em um mundo globalizado, que as telas do computador e de outros meios de comunicação possibilitam, tem colaborado em tal questionamento ao vermos de perto como vivemos em um mundo multicultural e que essa multiculturalidade, para qual muitas vezes torcíamos/torcemos os narizes, está em nossa própria vida local, atravessando os limites nacionais: os grupos gays, feministas, de rastafaris, de hip-hop, de trabalhadores rurais sem-terra etc. I. A dupla possibilidade verbal que o texto oferece, “torcíamos/torcemos” envolve variação no tempo e modo verbais, mas preserva a pessoa gramatical. Comentário: Para resolver esta questão é necessário fazer a distinção entre as formas “torcíamos” e “torcemos”. “torcíamos” – está flexionado na 1ª pessoa do plural (desinência número-pessoal “-mos”) do pretérito imperfeito do indicativo. Percebemos o tempo verbal por meio da desinência modo- -temporal “-ia”, característica de verbos de 2ª e 3ª conjugações: torc- radical ia – desinência modo-temporal de pretérito imperfeito do indicativo mos – desinência número-pessoal (1ª pessoa do plural) “torcemos” – está flexionado na 1ª pessoa do plural (desinência número-pessoal “-mos”) do presente do indicativo. torc- radical e – vogal temática torce – tema mos – desinência número-pessoal (1ª pessoa do plural) Portanto, a pessoa gramatical “nós” (1ª pessoa do plural) foi mantida. Entretanto, houve variação verbal tão somente no tempo, mas não no modo verbal (indicativo). Gabarito: Errado. 8. (ESAF-2008/CGU) Abaixo estão recomendações para evitar o estresse. Assinale a opção na qual os verbos estão conjugados, corretamente, na terceira pessoa do singular. a) Saboreie a vida, dai mais valor a suas experiências. b) Aprende a dizer não. Peça ajuda sempre que necessário. c) Para e medite. Põe uma uva passa na boca. Note textura, cheiro e sabor. d) Fique atenta à respiração. Inspira e expira lentamente. e) Invista em prazeres: ouça música, leia, dê-se o direito de não fazer nada.

(Cristina Nabuco, “Para desacelerar” Cláudia, junho 2007, p. 227.) Comentário: Em regra, a questão versa sobre a flexão do verbo no imperativo. Vamos analisar cada assertiva. A) Errada. A forma verbal “saboreie” está conjugada na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo. Por sua vez, “dai”, proveniente do verbo “dar”, está conjugada na 2ª pessoa do plural (vós) do imperativo afirmativo.

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B) Errada. A forma verbal “aprende” está conjugada na 2ª pessoa do singular do presente do indicativo. Já a estrutura “peça” está na 3ª pessoa do singular do imperativo afirmativo. C) Errada. No contexto, “para” é proveniente do verbo “parar” e está conjugada na 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo. Por sua vez, a forma verbal “medite” está flexionada na 3ª pessoa do singular do mesmo tempo e modo que o verbo “parar”. Por fim, “põe” denota flexão na 2ª pessoa do singular. D) Errada. A forma “fique” está flexionada na 3ª pessoa do singular do imperativo afirmativo. Entretanto, isso não ocorre com as estruturas verbais “inspira” e “expira”, pois ambas conjugadas na 2ª pessoa do singular. E) Esta é a resposta da questão. No período, todas as formas verbais – “invista”, “ouça”, “leia” e “dê” – estão conjugadas na 3ª pessoa do singular do imperativo afirmativo. Percebam que todas são formadas a partir do presente do subjuntivo: Que ele invista (presente do subjuntivo) :: Invista você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa Que ele ouça (presente do subjuntivo) :: Ouça você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa Que ele leia (presente do subjuntivo) :: Leia você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa Que ele dê (presente do subjuntivo) :: Dê você (imperativo afirmativo) – 3ª pessoa Gabarito: E. 9. (ESAF-2006/SUSEP-Adaptada) Analise as opções a respeito do emprego dos verbos no texto.

O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude estóica, de convívio com a dor lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa desconhecida, implicará uma investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão de uma epidemia.

(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia) I. O emprego do modo subjuntivo em “consiga” confere ao texto uma ideia de hipótese ou probabilidade; sua substituição pelo indicativo, consegue, preserva a correção gramatical, mas tira do texto tal ideia. Comentário: No texto, foi empregada a forma verbal “consegue”, a qual está conjugada no presente do indicativo. Esse modo verbal transmite ideia de certeza, realidade. Ao fazer a substituição pela forma “consiga”, flexionada no presente do subjuntivo, transmitir-se-á ideia de hipótese, possibilidade, dúvida. Além disso, acarretará erro gramatical. Vejam como o período fica incorreto:

“O homem mais humilde (...) já não mais consiga cumprir ...” Gabarito: Errado.

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II. A forma nominal de gerúndio em “vivendo” corresponde, numa forma flexionada, a vivia. Comentário: Como o verbo da oração “conseguir”, situado na oração principal, está conjugado no presente do indicativo, será necessário que o verbo da oração reduzida de gerúndio “vivendo numa sociedade razoavelmente organizada” também seja flexionado no mesmo tempo e modo verbal. Sendo assim, a forma “vivia”, conjugada no pretérito imperfeito do indicativo, não equivale ao gerúndio “vivendo”. Gabarito: Errado.

TEMPOS COMPOSTOS As formas verbais compostas são formadas por meio da seguinte estrutura:

Ter ou Haver + Particípio

(verbo auxiliar) (verbo principal)

Na Língua Portuguesa, os tempos compostos são:

� MODO INDICATIVO a) Pretérito perfeito � (presente do indicativo + particípio) - traduz um fato cujo início se deu no passado, mas que se repete até o momento presente. Exemplos: Cidadezinha que não tem cabido no mapa. (= Cidadezinha que não coube no mapa.) O papel da polícia tem sido o de impor o medo. b) Pretérito mais-que-perfeito � (pretérito imperfeito do indicativo + particípio) – traduz um evento passado anterior a outro, também passado. Exemplos: Apesar do vultoso investimento feito pelo governo, eu nunca tinha visto uma seca tão severa no Nordeste. “A essa altura eu já tinha pegado a segunda de uma figueira ...” Quando cheguei, ele já tinha saído. Atenção! O pretérito mais-que-perfeito composto é o único que apresenta o mesmo valor semântico de sua forma simples. Portanto, ambas as estruturas se equivalem. Exemplos: Apesar do vultoso investimento feito pelo governo, eu nunca vira uma seca tão severa no Nordeste. “A essa altura eu já pegara a segunda de uma figueira ...” Quando cheguei, ele já saíra.

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c) Futuro do presente � (futuro do presente do indicativo + particípio) - traduz um fato futuro em relação ao momento do texto, porém anterior a outro evento. Exemplo: Quando você chegar, eu já terei concluído o relatório. d) Futuro do pretérito � (futuro do pretérito do indicativo + particípio) - traduz um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a determinado fato passado. Exemplo: Se dependesse de mim, teria vetado o repasse das verbas.

� MODO SUBJUNTIVO a) Pretérito perfeito � (presente do subjuntivo + particípio) - traduz um fato totalmente terminado num momento passado. Exemplo: Basta que ele tenha existido. Nunca ouvi dizer que uma dessas trocas tenham obtido resultados aproveitáveis. b) Pretérito mais-que-perfeito � (imperfeito do subjuntivo + particípio) - traduz um evento passado anterior a outro, também passado. Exemplos: Esperávamos que ela já tivesse chegado. Desejaria que ela já tivesse chegado. c) Futuro � (futuro do subjuntivo + particípio) - traduz um fato posterior ao momento atual, mas já terminado antes de outro fato futuro. Exemplo: Comemoraremos quando tiveres passado.

� FORMAS NOMINAIS COMPOSTAS a) Infinitivo (infinitivo + particípio). Exemplo: Ter feito os exercícios foi o diferencial.

b) Gerúndio (gerúndio + particípio). Exemplo: Tendo estudado as disciplinas, passei no concurso. 10. (ESAF-2006/SUSEP-Adaptada) Analise a opção a respeito do emprego dos verbos no texto. O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá.

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A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude estóica, de convívio com a dor lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa desconhecida, implicará uma investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão de uma epidemia.

(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia) I. O tempo em que está flexionado “escolhera” (linha 9) indica que a ação de escolher acontece antes de outra também mencionada no período; corresponde, por isso, a tivera escolhido. Comentário: O pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo é usado para denotar uma ação passada anterior à outra, também passada, como bem menciona o examinador. Essa mesma noção semântica é apresentada pela forma composta. Entretanto, o pretérito mais- -que-perfeito composto é formado pela seguinte estrutura:

(pretérito imperfeito do indicativo + particípio) Portanto, na terceira pessoa do singular, a forma correta não é “tivera escolhido”, e sim “tinha escolhido” (o verbo auxiliar deve estar flexionado no pretérito imperfeito do indicativo). Gabarito: Errado. 11. (ESAF-2010/MPOG-Adaptada) Com base no texto abaixo, analise a afirmação a seguir. O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma gama de fatores – entre os quais se realça a educação – e precisa de tempo para enraizar-se. É obra construída pela contribuição sistemática de vários governos. Depende da produtividade, que se nutre da ciência, das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia. Na verdade, a humanidade somente começou seu desenvolvimento depois da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, na Inglaterra. A estagnação da renda per capita havia sido a característica da história. A Revolução desarmou a Armadilha Malthusiana e deu início à Grande Divergência. A Armadilha deve seu nome ao demógrafo Thomas Malthus, para quem o potencial de crescimento era limitado pela oferta de alimentos. A evolução da renda per capita dependia das taxas de natalidade e mortalidade. A renda per capita da Inglaterra começou a crescer descolada da demografia, graças ao aumento da produtividade na agricultura e da exploração do potencial agrícola da América.

(Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento . VEJA, 26 de agosto, 2009, p.74) I. Provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do texto ao substituir “havia sido” (linha 6) por “fora”. Comentário: Novamente, a ESAF insistiu em trabalhar a correlação entre os tempos compostos e as formas simples. Na expressão “havia sido”, o verbo auxiliar “haver” está flexionado no pretérito imperfeito do indicativo, seguido do particípio. Temos, então, o pretérito mais-que-perfeito composto, o qual corresponde à forma verbal simples “fora”:

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A estagnação da renda per capita havia sido a característica da história.

A estagnação da renda per capita fora a característica da história.

Uma vez que ambas as estruturas se correspondem, não há erro gramatical ou incoerência textual ao substituir uma por outra. Gabarito: Errado. 12. (ESAF-2010/SUSEP-Adaptada) Com base no texto abaixo, analise a afirmação a seguir. Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, números abstratos que indicam a situação geral da economia, mas não revelam o que se passa em seu interior. A internet, por exemplo, apareceu em grande escala em 1992, e o mundo se deu conta da revolução que ela fizera nos negócios, na cultura e na vida das pessoas 10 anos depois.

(Antônio Machado, Mundo invisível. Correio Braziliense, 14 de fevereiro de 2010, com adaptações) I. No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do texto ao substituir “fizera” por havia feito. Comentário: No texto, a forma verbal “fizera” está flexionada no pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo. Percebemos essa flexão por meio da desinência modo-temporal “ra” (átona). No trecho “...o mundo se deu conta da revolução que ela (a internet) fizera nos negócios...”, o verbo está conjugado na terceira pessoa do singular. Conforme já sabemos, a forma composta do pretérito mais-que-perfeito do indicativo apresenta a mesma noção semântica que a simples, referindo-se a uma ação pretérita anterior à outra, também passada. Agora, reparem que a estrutura “havia feito” é composta pelo verbo auxiliar “haver”, flexionado no pretérito imperfeito do indicativo, seguido do particípio. Isso caracteriza o pretérito mais-que-perfeito composto. Portanto, não há erro gramatical ou incoerência textual ao substituir uma forma por outra. Gabarito: Errado.

CORRELAÇÃO VERBAL Quando falamos de correlação verbal, fazemos alusão à correspondência harmônica entre formas verbais (tempo e modo) em uma frase ou período. Em outras palavras, é preciso que haja articulação temporal entre os verbos, que eles se correspondam, de maneira a expressar as ideias com lógica, coerência. Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si. Exemplo: Se você estudasse antes da prova, passará no concurso.

No período acima, temos o verbo estudar flexionado no pretérito imperfeito do subjuntivo. Como já sabemos, o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade. Porém, o verbo passar está conjugado no futuro do presente do indicativo, modo que expressa, dentre outras ideias, fatos certos ou reais.

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Nesse caso, não podemos dizer “você passará no concurso”, pois o ato de passar está condicionado não a uma certeza, mas apenas a uma hipótese, transmitida pelo pretérito imperfeito do subjuntivo de estudar. Logo, percebemos que o período está incoerente, ou seja, não há uma correlação verbal. Corrigindo o exemplo acima, teremos:

Se você estudasse antes da prova, passaria no concurso. O verbo estudar está flexionado no pretérito imperfeito do subjuntivo. Assim, em que tempo o verbo passar deve estar conjugado, de modo a garantir que o período tenha coerência? Na frase, o verbo passar é usado no futuro do pretérito – passaria –, um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação condicionada – que depende de algo –, quando esta se refere a fatos que não se realizaram e que, provavelmente, não se realizarão. Podemos dizer, portanto, que o período está coerente, já que a ideia transmitida por estudasse é exatamente a de uma dúvida, a de uma possibilidade, de uma hipótese que não temos certeza se ocorrerá. Em virtude da presença deste tema nas provas da banca ESAF, elencarei para vocês uma lista exemplificativa com os casos de correlação verbal mais recorrentes: 1) Presente do indicativo + Presente do subjuntivo Ex.: Quero que você gabarite a prova. 2) Presente do indicativo + Futuro do presente do indicativo Ex.: Sabemos que você gabaritará a prova. 3) Presente do indicativo + Pretérito perfeito composto do subjuntivo Ex.: Desejo que você tenha gabaritado a prova. 4) Pretérito perfeito do indicativo + Pretérito imperfeito do indicativo Ex.: Notou que seu desempenho nas provas melhorava à medida que resolvia questões anteriores. 5) Pretérito perfeito do indicativo + Pretérito imperfeito do subjuntivo Ex.: Desejei que você gabaritasse a prova.

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6) Pretérito perfeito do indicativo + Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo Ex.: Quis que eles tivessem gabaritado a prova. 7) Pretérito imperfeito do indicativo + Pretérito imperfeito do subjuntivo Ex.: Pedia que gabaritasse a prova. 8) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo + Pretérito imperfeito do subjuntivo Ex.: Solicitara que gabaritasse a prova. 9) Futuro do pretérito do indicativo + Pretérito imperfeito do subjuntivo Ex.: Eu ficaria feliz se você gabaritasse a prova. 10) Futuro do pretérito do indicativo + Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo Ex.: Desejaria que você tivesse gabaritado a prova. 11) Futuro do pretérito composto do indicativo + Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo Ex.: Eu teria gabaritado as questões se o fiscal de sala não me tivesse atrapalhado. 12) Futuro do subjuntivo + Futuro do presente do indicativo Ex.: Se vocês refizerem os exercícios, acertarão as questões da prova. 13) Futuro do subjuntivo + Futuro do presente composto do indicativo Ex.: Quando ele terminar a prova, já terei comentado as questões. Atenção! Notem que, na 3ª hipótese de correlação verbal, o Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo é formado com o verbo auxiliar conjugado no Presente do Subjuntivo.

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Assim, podemos sintetizar a correlação verbal no seguinte quadro esquemático:

Correlação Verbal (Quadro Esquemático)

Presente Presente

Presente Futuro do Presente

Passado Passado

Futuro do Passado Pretérito

Futuro do Presente

Futuro do Subjuntivo ou

Futuro do Presente Composto do indicativo

13. (ESAF-2012/CGU) Assinale a opção em que o preenchimento das lacunas do fragmento abaixo preserva a correção gramatical e a coerência entre os argumentos do texto. O principal componente dos juros é a taxa Selic. É referência de custo de captação: ______(1)_______ em títulos públicos, o depositante não aceitará do banco remuneração muito inferior à Selic. Para o banco, a Selic sinaliza o custo de oportunidade: ________(2)_______ ao Tesouro à taxa Selic, só emprestará a terceiros a juros maior, pois maior é o risco. (Adaptado de Joca Levy, Juros, demagogia e bravatas. O Estado de São Paulo, 21 de abril de 2012) (1) (2) a) enquanto possa aplicar / se pudesse emprestar b) se pudesse aplicar / quando pudesse emprestar c) caso aplicasse / caso emprestasse d) se pode aplicar / se pode emprestar e) quando pudesse aplicar / enquanto possa emprestar

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Comentário: A correção gramatical e a coerência são preservadas na opção D. Vejamos as lacunas. Lacuna (1): “Se pode aplicar” – o verbo em destaque está flexionado no presente do indicativo, mantendo uma correta correlação com verbo “aceitar”, constante do trecho “...o depositante não aceitará...”. Lacuna (2): “Se pode emprestar” – a forma verbal destacada está flexionada no presente do indicativo, mantendo uma adequada correlação verbal com a forma “emprestará”, constante do trecho “...só emprestará a terceiros...”. Vejamos os erros das demais opções. A) Errada. Lacuna (1): “Enquanto possa aplicar” – a forma em destaque deve ser conjugada no futuro do subjuntivo – “enquanto puder aplicar” – para correlacionar-se de maneira correta com o futuro do presente em “aceitará”. Lacuna (2): “Se pudesse aplicar” – a forma em destaque deveria flexionar-se no futuro do subjuntivo – se puder aplicar –, a fim de manter a correta correlação com o verbo “emprestar”. B) Errada. Lacuna (1): “Se pudesse aplicar” – a forma destacada deve flexionar-se no futuro do subjuntivo (se puder aplicar) para correlacionar-se de modo adequado ao verbo “aceitar”, o qual está no futuro do presente. Outra possibilidade seria manter a forma verbal “pudesse” – “se pudesse aplicar – e conjugar o verbo “aceitar” no futuro do pretérito (aceitaria), indicando uma ideia hipotética. Lacuna (2): “Quando pudesse emprestar – a forma destacada deve flexionar-se no futuro do subjuntivo (se puder aplicar) para correlacionar-se de modo adequado ao verbo “emprestar”, que está no futuro do presente (emprestará). C) Errada. Lacuna (1): “Caso aplicasse” – o verbo “aplicar” está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo, tempo e modo verbais que exprimem ideia hipotética. Por essa razão, o verbo “aceitar”, constante do trecho “... o depositante não aceitará...”, deveria ser conjugado no futuro do pretérito (aceitaria). Lacuna (2): “Caso emprestasse” – o verbo “emprestar” está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo, tempo e modo verbais que exprimem ideia hipotética. Por essa razão, o verbo “emprestar”, constante do trecho “... só emprestará a terceiros...”, deveria ser conjugado no futuro do pretérito (emprestaria). E) Errada. Lacuna (1): “Quando pudesse aplicar” – o verbo “poder” está conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo. Porém, para manter a correlação adequada com o verbo “aceitar”, constante do trecho “... o depositante não aceitará ...”, deve ser flexionado no futuro do subjuntivo: “quando puder aplicar”.

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Lacuna (2): “Enquanto possa emprestar” – o verbo “poder” está conjugado no presente do subjuntivo. Entretanto, para manter a correlação adequada com o verbo “emprestar”, constante do trecho “... só emprestará a terceiros...”, deve flexionar-se no futuro do subjuntivo: “enquanto puder emprestar” Gabarito: D. 14. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Analise a proposição a seguir quanto aos elementos linguísticos e semânticos do texto.

Feliz aniversário, Darwin! Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse pela seleção natural. Ela, afinal, é a maior responsável pelo barroco processo de desenvolvimento que leva os organismos complexos inexoravelmente à morte – conceito que não se aplica muito a bactérias e Arqueobactérias, seres que se reproduzem gerando clones de si próprios, partilham identidades com a transferência horizontal de genes e podem ficar milênios em vida suspensa (no gelo, por exemplo). A contribuição de Darwin para a ciência e para a história, porém, continua viva, e muito viva, exatamente com a ideia de seleção natural. Só por isso ele já merece os parabéns. Feliz aniversário, Darwin.

(Marcelo Leite, em: http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-02-08) I. A forma verbal “completaria” (linha 1) se refere a uma ação que vai ocorrer no futuro, a menos que acontecimentos no tempo presente o impeçam. Comentário: A forma verbal “completaria” está flexionada no futuro do pretérito do indicativo. Esse tempo verbal transmite, entre outras noções, a ideia de hipótese, e não a de que uma ação vai ocorrer no futuro. No texto, a noção hipotética é ratificada pela presença da forma verbal “fosse”, flexionada no pretérito imperfeito do subjuntivo, no trecho “não fosse pela seleção natural”. No momento da confecção do texto, Charles Darwin já havia falecido, não podendo, portanto, completar 200 anos. Reparem, ainda, na harmônica correlação entre as formas verbais “completaria” e “fosse”. A primeira está flexionada no futuro do pretérito do indicativo, ao passo que a segunda foi conjugada no pretérito imperfeito do subjuntivo. A correspondência entre esses tempos verbais denota a ideia hipotética trazida pelo texto. Gabarito: Errado.

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CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS Os verbos classificam-se em regulares, irregulares, anômalos, defectivos e abundantes. a) Regulares – mantêm o paradigma (modelo) do radical e das desinências no decorrer da conjugação. Exemplos: Falar: eu falo, tu falas, ele fala, nós falamos, vós falais, eles falam. Correr: eu corro, tu corres, ele corre, nós corremos, vós correis, eles correm. Partir: eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem. Dica estratégica! Como saber se um verbo é regular? É simples! Há dois tempos verbais que nos mostram se o verbo é regular ou não: presente do indicativo e pretérito perfeito do indicativo. Se, nessas conjugações, a forma verbal mantiver o paradigma (modelo) de conjugação, será regular. Exemplo:

COMER (verbo de 2ª conjugação) Presente do indicativo Pretérito perfeito do indicativo eu como eu comi tu comes tu comeste ele come ele comeu nós comemos nós comemos vós comeis vós comestes eles comem eles comeram Em regra, as formas verbais terminadas em -iar são regulares. Exemplo: ARRIAR (abaixar-se) - eu arrio, tu arrias, ele arria, nós arriamos, vós arriais, eles arriam. Por que eu disse “em regra”, acima? Porque algumas formas verbais terminadas em -iar são irregulares. São elas: mediar (além do derivado intermediar), ansiar, remediar, incendiar e odiar. E o que isso significa? Meus amigos, por serem irregulares, os verbos acima receberão a vogal E nas formas rizotônicas (rizo = raiz + tônica = sílaba forte), ou seja, rizotônica é a forma cuja sílaba tônica recai no radical do verbo.

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As formas rizotônicas ocorrem na 1ª, 2ª e 3ª pessoas do singular (“eu”, “tu”, “ele”) e na 3ª pessoa do plural (“eles”): eu medeio, tu medeias, ele medeia, eles medeiam. E existe possibilidade de a sílaba tônica recair fora do radical do verbo? Sim, claro! São as chamadas formas arrizotônicas, aquelas cuja sílaba tônica recai fora do radical. Ocorrem na 1ª e 2ª pessoas do plural: “nós” e “vós”. E isso traz alguma implicação? Perfeitamente! Vimos que as formas rizotônicas dos verbos acima assinalados (mediar – e derivados –, ansiar, remediar, incendiar e odiar) receberão a vogal E, o que NÃO ocorre nas formas arrizotônicas. Desse modo, é errado fazer a flexão “nós medeiamos”, “vós medeiais”, por exemplo. Por serem formas arrizotônicas, o correto é “nós mediamos”, “vós mediais”.

15. (ESAF-2002/BACEN-Adaptada) Analise as opções a seguir a respeito das formas verbais no texto. Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para a própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes econômicos.

(www.bcb.gov.br) I. A forma verbal “intermedeia” (linha 9) pode ser substituída por “intermedia” sem que haja transgressão à norma culta formal. Comentário: Em regra, os verbos terminados em “-iar” são regulares, ou seja, obedecem a um paradigma (modelo) de conjugação. Entretanto, há um grupo de verbos que é irregular. São eles: “mediar” (e seu derivado “intermediar”), “ansiar”, “remediar”, “incendiar” e “odiar”. Esse conjunto de verbos recebe a vogal “E” nas formas rizotônicas (aquelas em que a sílaba tônica recai no radical). Exemplos: Eu medeio, tu medeias, ele medeia... Eu intermedeio, tu intermedeias, ele intermedeia... Sendo assim, percebemos que é incorreta a forma “intermedia”. Gabarito: Errado.

- ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR!

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b) Irregulares – apresentam variação no paradigma (modelo) do radical e/ou das desinências. Exemplos: Fazer: eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos, vós fazeis, eles fazem. Ouvir: eu ouço, tu ouves, ele ouve, nós ouvimos, vós ouvis, eles ouvem. Dica estratégica! Como saber se um verbo é irregular? É simples! Há dois tempos verbais que nos mostram a regularidade ou não de um verbo: presente do indicativo e pretérito perfeito do indicativo. Se, nessas conjugações, a forma verbal apresentar variações no paradigma (modelo), será irregular. Exemplo:

CABER (verbo de 2ª conjugação) Presente do indicativo Pretérito perfeito do indicativo eu caibo eu coube tu cabes tu coubeste ele cabe ele coube nós cabemos nós coubemos vós cabeis vós coubestes eles cabem eles couberam Os verbos terminados em -ear são irregulares. E o que isso significa? Significa que essas formas verbais receberão a vogal i nas formas rizotônicas (“eu”, “tu”, “ele” e “eles”), mas não nas arrizotônicas (“nós” e “vós”). Exemplo: ARREAR (pôr arreio) - eu arreio, tu arreias, ele arreia, nós arreamos, vós arreais, eles arreiam. Viram que os verbos arriar e arrear são diferentes? Geralmente, aparecem em provas. Portanto, muita atenção! Segundo as lições de Evanildo Bechara, em Moderna Gramática Portuguesa, 37ª edição, pág. 226, “não entram no rol dos verbos irregulares aqueles que, para conservar a pronúncia, têm de sofrer variação de grafia”. Em outras palavras, como não há alteração fonética, o verbo não é irregular. Exemplos: carrega – carregue – carreguei – carregues; ficar – fico – fiquei – fique.

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16. (ESAF-2010/SUSEP) Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do Correio Braziliense, Editorial, 18/02/2010. Assinale a opção transcrita com erro gramatical. a) Operação destinada a facilitar a vida do contribuinte coloca a Receita Federal na vanguarda das iniciativas que, ao longo dos últimos anos, objetivam reduzir a ineficiência operacional de agências públicas. É o que se materializa agora com as medidas que desobrigam cerca de 10 milhões de brasileiros de prestar declaração de renda. b) A inovação é aplicável aos rendimentos auferidos em 2010 (ano-base 2009) e aos que serão obtidos em 2011 (ano-base 2010). Os principais beneficiários das novas regras são sócios de empresas ou pessoas que tenham patrimônio inferior a R$ 300 mil. Basta que os ganhos estejam dentro do limite de isenção (R$ 17.215,08, em 2009, e de R$ 22.487,25, em 2010). c) Há outras condicionantes que, previstas nas mudanças, não chegam a alterar os efeitos práticos. Foram obrigadas a explicar-se ao fisco, por serem qualificadas como integrantes de sociedades comerciais, em 2009, nada menos de 5 milhões de pessoas. Agora, estão livres da obrigação, segundo o supervisor nacional do Programa do IR. d) Os trabalhadores com remuneração anual abaixo do teto de isenção previsto para 2010 desde logo estão dispensados de entregar a declaração. Apenas deverão fazê-lo os que tivessem IR retido na fonte e pleiteam restituição. e) Outra mudança importante: este ano será o último em que a Receita aceitará formulários de papel. Também é decisão compatível com a necessidade de elevar os padrões operacionais do órgão. Hoje, apenas 127 mil pessoas físicas optam por semelhante forma de declarar a renda. Comentário: Há erro gramatical na opção (D). O verbo “frear” termina em “-ear”, sendo, portanto, irregular. Como consequência, receberá a vogal “i” nas formas rizotônicas (aquelas em que a sílaba tônica recai no radical). Eu freio, tu freias, ele freia... eles freiam ; Eu pleteio, tu pleiteias, ele pleteia...eles pleiteiam. Assim, no trecho “... tivessem Ir retido na fonte e pleiteam restituição”, a forma verbal destacada está incorreta. O certo é “pleiteiam”. Gabarito: D. 17. (ESAF-2005/MPOG) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia. Diante da atual mediocridade da representação política, é necessária(1) a participação e a organização da sociedade, operando uma profunda mudança em nossa cultura política. Quanto maior(2) o individualismo, mais frágeis são os governos. As regras formais constitucionais não são suficientes para freiar(3) os vícios exacerbados(4) pelo poder. As organizações da sociedade devem ter o poder de vigiar e cobrar prestação de contas. Por isso, em vez de desacreditar da política, devemos agir em co-responsabilidade, com coragem, lucidez e discernimento(5) num grande mutirão para abrir caminho para um país democrático, justo, desenvolvido e pacífico.

(Adaptado de Dom Geraldo Majella, cardeal Agnelo, Folha de S. Paulo, 21/6/2005) a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

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Comentário: Há gramatical/ortográfico na assertiva (C). Os verbos terminados em “-ear” são irregulares, recebendo a vogal “i” nas formas rizotônicas. Eu freio, tu freias, ele freia... eles freiam ; Eu pleteio, tu pleiteias, ele pleteia...eles pleiteiam. Na forma infinita (o “nome” do verbo, grosso modo), o correto é “frear”, e não “freiar”, como aparece em “... não são suficientes para freiar ...”. Gabarito: C. c) Anômalos – para facilitar a vida de vocês (rs...), são apenas dois: ser e ir.

� SER Pretérito perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do indicativo eu fui eu era tu foste tu eras ele foi ele era nós fomos nós éramos vós fostes vós éreis eles foram eles eram

� IR Pretérito perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do indicativo eu fui eu ia tu foste tu ias ele foi ele ia nós fomos nós íamos vós fostes vós íeis eles foram eles iam Perceberam que os verbos ser e ir apresentam a mesma conjugação no pretérito perfeito do indicativo? Sendo assim, somente poderemos identificar o verbo que está sendo empregado ao visualizar o contexto. A semelhança de formas ocorre, também, nos seguintes tempos verbais: pretérito mais-que-perfeito do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo. d) Defectivos – são verbos que, em sua conjugação, não apresentam todas as formas (tempos, modos e pessoas). É na 3ª conjugação que se encontra a maioria dos verbos defectivos. De onde provém o defeito verbal? Futuros servidores públicos, o defeito verbal sempre se refere ao tempo presente, ou seja, nunca ao passado ou ao futuro. Em outras palavras, quando nos referirmos a defeito verbal, deveremos fazer essa relação com o presente do indicativo, presente do subjuntivo e imperativo, sendo estes dois últimos derivados do primeiro (presente do indicativo).

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O defeito verbal deve-se: - à ausência da 1ª pessoa do singular no presente do indicativo. E qual a consequência desse defeito? Consequentemente, o verbo não é conjugado no presente do subjuntivo e no imperativo negativo. No imperativo afirmativo, só apresentam as segundas pessoas do singular e plural, pois estas provêm das respectivas pessoas do presente do indicativo. Exemplos: abolir, banir, colorir, delinquir, demolir, exaurir, explodir, feder, fremer (ou fremir), explodir, haurir, viger etc.

- à conjugação apenas na 1ª e 2ª pessoas do plural (formas arrizotônicas – “nós” e “vós”) no presente do indicativo. E qual a consequência desse outro defeito? Os verbos não apresentam o presente do subjuntivo e, por consequência, o imperativo negativo. Além disso, o imperativo afirmativo só terá a 2ª pessoa do plural (lembrem-se da formação do imperativo!). Exemplos:

PRECAVER Presente do indicativo Imperativo afirmativo nós precavemos – vós precaveis precavei vós

REAVER Presente do indicativo Imperativo afirmativo nós reavemos – vós reaveis reavei vós

Nos demais tempos e modos, os verbos são conjugados normalmente.

REAVER

Pretérito perfeito do indicativo Futuro do subjuntivo eu reouve (quando) eu reouver tu reouveste (quando) tu reouveres ele reouve (quando) ele reouver nós reouvemos (quando) nós reouvermos vós reouvestes (quando) vós reouverdes eles reouveram (quando) eles reouverem

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e) Abundantes – são verbos que apresentam mais de uma forma de igual valor e função.

Exemplo: Presente do indicativo

nós havemos (ou hemos) vós haveis (ou heis)

Imperativo afirmativo

faz (ou faze) tu Normalmente, esta abundância de forma ocorre no particípio.

Infinitivo impessoal Particípio regular Particípio irregular

aceitar aceitado aceito acender acendido aceso assentar assentado assento benzer benzido bento desenvolver desenvolvido desenvolto eleger elegido eleito emergir emergido emerso entregar entregado entregue enxugar enxugado enxuto expressar expressado expresso exprimir exprimido expresso extinguir extinguido extinto expulsar expulsado expulso frigir frigido frito ganhar ganhado ganho gastar gastado gasto imergir imergido imerso imprimir imprimido impresso inserir inserido inserto isentar isentado isento matar matado morto omitir omitido omisso pagar pagado pago pegar pegado pego prender prendido preso revolver revolvido revolto salvar salvado salvo soltar soltado solto submergir submergido submerso suspender suspendido suspenso tingir tingido tinto

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Em geral, empregamos o particípio regular, que fica invariável, com os verbos auxiliares ter e haver, formando os tempos compostos. Exemplo: Eles têm aceitado os documentos. (têm aceitado = pretérito perfeito composto do indicativo)

Na voz passiva, empregamos, em geral, o particípio irregular, que se flexiona em gênero e número, com os verbos auxiliares ser, estar e ficar, formando a locução verbal de voz passiva. Exemplo: Os documentos têm sido aceitos por eles. (têm sido aceitos = locução verbal de voz passiva) 18. (ESAF-2002/Ministério das Relações Exteriores) Assinale a opção incorreta a respeito do emprego das formas verbais no texto. Segundo o noticiário, o Pentágono passou a propugnar o uso de minibombas atômicas. Ou seja, armas nucleares para estourar depósitos subterrâneos onde estariam escondidas armas (nucleares, químicas, bacteriológicas) de destruição maciça. A hipótese de banalização das armas atômicas, inscrita na proposta do Pentágono, liquidaria os tratados internacionais de não-proliferação nuclear e jogaria o Brasil no meio da tormenta, relançando a corrida nuclear.

(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações) a) O emprego da perífrase verbal “passou a propugnar” constitui um recurso para evitar o uso do presente do indicativo de um verbo defectivo: propugnar. b) A opção pelo emprego do futuro do pretérito em “estariam”, indica uma certa resistência do autor para acreditar na veracidade da informação a respeito das armas escondidas. c) A forma de particípio “inscrita” confunde-se com o adjetivo porque exprime mais um estado do que uma relação temporal. d) O emprego do futuro do pretérito em “liquidaria” e “jogaria” reforça a ideia de “hipótese”. e) Para manter a coerência no emprego dos tempos verbais, a substituição do gerúndio “relançando” por uma forma não-nominal deve ser: e relançaria. Comentário: A opção incorreta encontra-se na letra (A). Antes de tudo, alguns de vocês podem desconhecer o que significa “perífrase”. Por perífrase compreende-se um recurso estilístico que qualifica pessoa ou coisa. Exemplo: Edson Arantes do Nascimento fez gols memoráveis. O atleta do século, atualmente, é embaixador oficial da Copa do Mundo de 2014. A expressão “O atleta do século” retoma o nome “Édson Arantes do Nascimento”, tornando o texto mais coeso. Em vez de utilizar a perífrase “o atleta do século”, poderíamos ter empregado a forma simples “Pelé”. Em se tratando de verbos, a forma perifrástica (relativo a perífrase) é aquela que contém mais de um verbo, ou seja, uma locução verbal. É o que ocorre em “passou a propugnar”.

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Contudo, o erro do examinador está em afirmar que verbo “propugnar” é defectivo. Porém, “propugnar” é um verbo regular, sendo conjugado em todos os tempos e modos, seguindo o paradigma (modelo) de “impugnar”. Vejam: Presente do indicativo Eu impugno, tu impugnas, ele impugna, nós impugnamos, vós impugnais, eles impugnam. Eu propugno, tu propugnas, ele propugna, nós propugnamos, vós propugnais, eles propugnam. Pretérito Perfeito do indicativo Eu impugnei, tu impugnaste, ele impugnou, nós impugnamos, vós impugnastes, eles impugnaram. Eu propugnei, tu propugnaste, ele propugnou, nós propugnamos, vós propugnastes, eles propugnaram. Gabarito: A. 19. (ESAF-2008/STN-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise a proposição a seguir. Derrotada sistematicamente nos tribunais superiores, a Advocacia-Geral da União (AGU) resolveu editar um pacote com oito súmulas, reconhecendo direitos dos servidores públicos federais. O gesto põe fim a pendências jurídicas que se arrastavam havia décadas e serve de alento para quem ainda busca reaver ou manter benefícios funcionais. Com as súmulas, os advogados públicos ficam automaticamente desobrigados a contestar decisões desfavoráveis. (...) Esclarece a AGU: “O servidor sabia que se entrasse na Justiça ganharia, mas a União, por dever, mesmo sabendo que perderia, tinha de recorrer. As oito medidas acabam com isso.” Entre as súmulas está a que reconhece o direito de pagamento do auxílio-alimentação retroativo ao servidor em férias ou licença entre outubro de 1996 e dezembro de 2001.

(Luciano Pires, Correio Braziliense, 20/09/2008, p. 23, com adaptações)

I. Reescreve-se, mantendo-se a correção gramatical e a coerência textual, o período “para quem ainda busca reaver ou manter benefícios funcionais.” do seguinte modo: para que se reavenham ou mantenham benefícios funcionais. Comentário: Conforme estudamos nas lições, o verbo “reaver”, que significa “recuperar”, é defectivo, haja vista o fato de não ser conjugado em todas as pessoas do presente do indicativo. Esse verbo só se apresenta na primeira e segunda pessoas do plural: nós reavemos, vós reaveis. Como não há a primeira pessoa desse tempo verbal, o verbo “reaver” não é conjugado no presente do subjuntivo (tempo derivado do presente do indicativo). Portanto, é errada a forma “reavenham”. Nesses casos, substituam-na por um verbo de significado semelhante: “para que se recuperem ou mantenham benefícios funcionais”. Gabarito: Errado.

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ALGUMAS PARTICULARIDADES

Alguns aspectos costumam figurar nas questões da ESAF, quais sejam:

� Acento diferencial de número

Presente do Indicativo

Ter Conter Reter Entreter-se singular ele tem ele contém ele retém ele se entretém plural eles têm eles contêm eles retêm eles se entretêm Vir Convir Provir Intervir singular ele vem ele convém ele provém ele intervém plural eles vêm eles convêm eles provêm eles intervêm

� Verbo primitivo e flexão de seus derivados Notem que os verbos derivados seguirão o paradigma dos respectivos verbos primitivos.

TER: eu tive, ele teve, eles tiveram, quando eu tiver, se ele tivesse ...

Abster-se ���� eu me abstive, ele se absteve, eles se abstiveram, quando eu me abstiver, se ele se abstivesse ... Conter ���� eu contive, ele conteve, eles contiveram, quando eu contiver, se ele contivesse ... Deter ���� eu detive, ele deteve, eles detiveram, quando eu detiver, se ele detivesse ... Entreter-se ���� eu me entretive, ele se entreteve, eles se entretiveram, quando eu me entretiver, se ele se entretivesse ... Manter ���� eu mantive, ele manteve, eles mantiveram, quando eu mantiver, se ele mantivesse.. Obter ���� eu obtive, ele obteve, eles obtiveram, quando eu obtiver, se ele obtivesse ... Reter ���� eu retive, ele reteve, eles retiveram, quando eu retiver, se ele retivesse ...

VIR: eu vim, ele veio, eles vieram, quando eu vier, se ele viesse ...

Advir ���� eu advim, ele adveio, eles advieram, quando eu advier, se ele adviesse ... Convir ���� eu convim, ele conveio, eles convieram, quando eu convier, se ele conviesse ... Desavir-se ���� eu me desavim, ele se desaveio, eles se desavieram, quando eu me desavier, se ele se desaviesse ... Intervir ���� eu intervim, ele interveio, eles intervieram, quando eu intervier, se ele interviesse ... Provir ���� eu provim, ele proveio, eles provieram, quando eu provier, se ele proviesse ... Sobrevir ���� eu sobrevim, ele sobreveio, eles sobrevieram, quando eu sobrevier, se ele sobreviesse ...

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VER: eu vi, ele viu, eles viram, quando eu vir, se ele visse ...

Antever ���� eu antevi, ele anteviu, eles anteviram, quando eu antevir, se ele antevisse ... Entrever ���� eu entrevi, ele entreviu, eles entreviram, quando eu entrevir, se ele entrevisse ... Prever ���� eu previ, ele previu, eles previram, quando eu previr, se ele previsse ... Rever ���� eu revi, ele reviu, eles reviram, quando eu revir, se ele revisse ...

É muito parecida a conjugação dos verbos vir e ver no futuro do subjuntivo. Notem, porém, que as formas verbais não se confundem:

Futuro do subjuntivo (utilizem a conjunção “quando” para facilitar a conjugação)

VER ≠ VIR

(Quando) eu vir vier (Quando) tu vires vieres (Quando) ele vir vier (Quando) nós virmos viermos (Quando) vós virdes vierdes (Quando) eles virem vierem

� Verbos terminados em -UIR, -AIR e -OER

Os verbos terminados em -UIR, -AIR e -OER têm, na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo, a desinência “i”:

Presente do Indicativo

-UIR ���� ele constitui (de constituir) / atribui (de atribuir) / conclui (de concluir) -AIR ���� ele extrai (de extrair) / retrai (de retrair) / distrai (de distrair) -OER ���� ele rói (de roer) / mói (de moer) / remói (de remoer) 20. (ESAF-2002-Receita Federal-Adaptada) Analise se o trecho a seguir se apresenta de forma coesa, coerente e gramaticalmente correta. I. Pelo princípio da igualdade material o Estado tem obrigação de intervim e retificar a ordem social, a fim de remover as mais profundas e perturbadoras injustiças sociais. Comentário: O verbo “intervir” é derivado de “vir”. Por essa razão, segue o paradigma (modelo) de conjugação deste último: Eu vim, tu vieste, ele veio... Eu intervim, tu intervieste, ele interveio...

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Entretanto, no contexto, o verbo “intervir” é uma forma nominal, sendo representado no infinitivo (o “nome” do verbo). Sendo assim, deve ser grafado com “r” final: “... o Estado tem obrigação de intervir e retificar...”; Gabarito: Errado. 21. (ESAF-2010/MTE-Adaptada) Verifique se o trecho a seguir está de acordo com as prescrições gramaticais. I. Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são aí distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de acordo com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais desenvolvidas, são sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e o capital cultural. Comentário: O verbo “construir”, conforme podemos perceber, é finalizado em “-uir”. Quando estiver flexionado na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo, receberá a vogal “i”: -UIR ���� ele constitui (de constituir) / atribui (de atribuir) / conclui (de concluir) Portanto, o correto é “Contrói-se” o espaço social...” Atentem para o acento agudo no ditongo aberto “ói”. Por ser um vocábulo oxítono, deve ser acentuado. Entretanto, conforme vimos nas aulas anteriores, foi abolido o acento agudo nos ditongos abertos “eu” e “oi” das palavras paroxítonas: ideia, jiboia. Gabarito: Errado.

� Falsos Derivados

Existem dois verbos bastante perigosos: requerer e prover. a) Os verbos querer e requerer apresentam muitas diferenças em suas conjugações. Presente do indicativo Pretérito mais-que-perfeito Querer Requerer Querer Requerer quero requeiro quisera requerera queres requeres quiseras requereras quer requer quisera requerera queremos requeremos quiséramos requerêramos quereis requereis quiséreis requerêreis querem requerem quiseram requereram

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Pretérito perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do subjuntivo

Querer Requerer Querer Requerer

quis requeri quisesse requeresse quiseste requereste quisesses requeresses quis requereu quisesse requeresse quisemos requeremos quiséssemos requerêssemos quisestes requerestes quisésseis requerêsseis quiseram requereram quisessem requeressem b) Os verbos ver e prover também apresentam muitas diferenças em suas conjugações. Presente do indicativo Presente do subjuntivo Ver Prover Ver Prover vejo provejo veja proveja vês provês vejas provejas vê provê veja proveja vemos provemos vejamos provejamos vedes provedes vejais provejais veem proveem vejam provejam Pretérito perfeito do indicativo Pretérito imperfeito do subjuntivo Ver Prover Ver Prover vi provi visse provesse viste proveste visses provesses viu proveu visse provesse vimos provemos víssemos provêssemos vistes provestes vísseis provêsseis viram proveram vissem provessem Locução verbal – podemos defini-la como o conjunto de dois ou mais verbos que formam uma unidade. A estrutura da perífrase (ou locução) verbal é formada por um verbo principal (sempre o último, o qual determina a transitividade) e por verbo(s) auxiliar(es), em que poderá ocorrer ou não flexão. Exemplos: O candidato só poderá sair sessenta minutos após o início da prova. Infelizmente, costuma haver confrontos entre torcidas nos clássicos de futebol.

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22. (ESAF-2012/CGU-Adaptada) Analise as opções a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto. CARTA CAPITAL: Como o senhor avalia a economia brasileira? Roberto Frenkel: A queda do crescimento da economia teve a ver com três acontecimentos. A situação nos EUA está mais positiva, há otimismo no mercado norte-americano, as ações subiram e estão no pico pós-crise, mas ainda é uma recuperação modesta. Na zona do euro, serão dois trimestres consecutivos em queda, o que, de acordo com a definição convencional, caracteriza recessão. E a China está claramente em desaceleração. Essas realidades tiveram um efeito negativo sobre o crescimento brasileiro ao longo do segundo semestre de 2011. Outro fator foi a valorização cambial. No fim do ano passado, o real chegou a acumular a maior valorização cambial desde o início da globalização financeira, ou seja, desde o fim dos anos 1960; e isso tem um efeito muito negativo sobre a indústria e a atividade de modo geral. (Trecho adaptado da entrevista de Roberto Frenkel a Luiz Antonio Cintra, Intervir para ganhar. Carta Capital, 18 de abril de 2012, p.78) I. Preservam-se a coerência e a correção gramatical do texto, conferindo-lhe mais formalidade, ao substituir a expressão “teve a ver”(linha 2) por viu. Comentário: A locução verbal “teve a ver” apresenta, no contexto, o sentido de “relacionar- -se”. Vejam como é possível fazer a substituição: “A queda do crescimento da economia dos EUA relacionou-se a três fatores...”. Portanto, a substituição pela forma simples “viu” (verbo “ver”) acarreta incorreção gramatical e incoerência no texto. Gabarito: Errado. II. O uso do tempo e modo verbais em “serão” (linha 4) sugere hipótese, possibilidade na declaração, incerteza de que isso venha a acontecer. Comentário: A forma verbal “serão” está conjugada no futuro do presente do indicativo, modo que indica realidade, certeza. Haveria a indicação de hipótese, possibilidade, se fosse empregado o subjuntivo. Gabarito: Errado.

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VOZES VERBAIS

Outro assunto que sempre se faz presente nas provas da ESAF são as vozes verbais. De acordo com o sujeito, as vozes verbais tripartem-se em ativa, passiva e reflexiva. a) Ativa – ocorre quando a ação verbal for praticada pelo sujeito do verbo. Exemplo: O funcionário vendeu o carro. No exemplo acima, o sujeito o funcionário praticou a ação de vender. Logo, é agente. b) Passiva – ocorre quando a ação verbal for sofrida pelo sujeito do verbo. Exemplos: O carro foi vendido pelo funcionário. No exemplo acima, o sujeito o carro não exerce a ação de vender, é o elemento paciente. A voz passiva subdivide-se em: a) Analítica – formada pela estrutura:

verbo(s) auxiliar(es) + verbo principal no PARTICÍPIO

locução verbal de voz passiva.

Exemplo: O carro foi vendido pelo funcionário. loc. verbal

de voz passiva No exemplo acima, o carro sofre a ação de ser vendido. Temos, então, a voz passiva analítica, obtida com a locução verbal de voz passiva foi vendido. b) Sintética – sempre ocorrerá com a estrutura a seguir:

VERBO TRANSITIVO DIRETO + SE (partícula apassivadora) Exemplos: Vendeu-se o carro. VTD pron. apassivador

- ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR!

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No exemplo acima, o sujeito o carro sofre a ação de ser vendido. Logo, é sujeito paciente. Na voz passiva sintética, a intenção é omitir o agente da passiva, o componente que exerce a ação. Venderam-se os carros. VTD pron. apassivador Notem que, no exemplo acima, a forma verbal venderam concorda, obrigatoriamente, em número plural com o sujeito paciente os carros. Equivale dizer que os carros foram vendidos.

Exemplo: Venderam os carros. objeto direto (sujeito indeterminado) No exemplo acima, o sujeito é indeterminado. A forma verbal venderam é transitiva direta, razão pela qual o elemento os carros é objeto direto. Exemplo: Venderam-se os carros. sujeito

Com o acréscimo da partícula apassivadora SE, o termo que antes desempenhava a função de objeto direto passará a desempenhar a função de sujeito. Sendo, assim, a concordância do verbo com este elemento é obrigatória. Como o núcleo do sujeito os carros está no plural, o verbo vender também foi flexionado nesse número (plural).

A TRANSPOSIÇÃO DE VOZ VERBAL

� DA ATIVA PARA PASSIVA: 1º) o objeto direto da ativa torna-se sujeito da passiva; 2º) o tempo verbal da voz ativa permanece inalterado na voz passiva; 3º) o sujeito da ativa torna-se agente da passiva. Vejam a transposição:

- ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR!

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O funcionário vendeu o carro. sujeito VTD OD

O carro foi vendido pelo funcionário. sujeito loc. verbal de agente da passiva

voz passiva

Uma dica que ajuda a eliminar muitas opções é a seguinte: a voz ativa sempre terá um verbo a menos do que a voz passiva analítica. Exemplo: Voz ativa: O funcionário vendeu o carro. (um verbo) Voz passiva: O carro foi vendido pelo funcionário. (dois verbos) Dica estratégica!

� A transposição de voz verbal (da ativa para a passiva) somente será possível quando o verbo da ativa assumir transitividade direta (VTD) ou transitividade direta e indireta (VTDI). Exemplo: Voz ativa: O funcionário vendeu o carro. sujeito VTD objeto direto

Voz passiva: O carro foi vendido pelo funcionário. sujeito loc. verbal de agente da passiva

voz passiva

Voz ativa: O rapaz deu flores à esposa. sujeito VTDI OD OI

Voz passiva: As flores foram dadas pelo rapaz à esposa. sujeito loc. verbal de agente da passiva OI

voz passiva

Entretanto, se, na voz ativa, houver objeto direto preposicionado, não haverá a transposição de voz verbal. Nessa hipótese, a partícula SE será denominada índice de indeterminação do sujeito, levando o verbo à terceira pessoa do singular.

- ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR!

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Exemplo: Louva-se a Deus. � sujeito indeterminado VTD objeto direto preposicionado Índice de indeterminação do sujeito Igualmente será vedada a transposição de voz verbal com verbos cuja transitividade seja indireta (VTI), intransitiva (VI) ou de ligação (VL). Nesses casos, a partícula SE também será denominada índice de indeterminação do sujeito, levando o verbo à terceira pessoa do singular. Exemplos: Precisa-se de empregados. � sujeito indeterminado VTI objeto indireto Índice de indeterminação do sujeito Morre-se de tédio nos Alpes. � sujeito indeterminado VI adj. adv. adj. adv. de causa de lugar Índice de indeterminação do sujeito No Rio de Janeiro, é-se feliz. � sujeito indeterminado adjunto adverbial predicativo de lugar do sujeito VL Índice de indeterminação do sujeito

A partícula SE (índice de indeterminação do sujeito) aparecerá com verbos transitivos indiretos, intransitivos, de ligação ou transitivos diretos cujos objetos diretos sejam preposicionados. Nestes casos, os verbos permanecerão sempre na terceira pessoa do singular. a) verbo transitivo indireto (verbo que exige, obrigatoriamente, o emprego de preposição antes de seu complemento, chamado objeto indireto):

Precisa-se de empacotadores. VTI I.I.S. OI

- ATENÇÃO: NÃO REPASSAR! NÃO REPASSAR!

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Os verbos transitivos indiretos mais recorrentes em provas são: precisar, necessitar, obedecer, desobedecer, aludir, anuir, referir-se, tratar-se.

Trata-se de problemas particulares. VTI I.I.S. OI

Aludiu-se a diversas questões. VTI I.I.S. OI b) verbo intransitivo (verbo de sentido completo):

Vive-se bem no Rio de Janeiro. V I I.I.S. adj. adv. adjunto adverbial

c) verbo de ligação:

É-se feliz no Rio de Janeiro. VL I.I.S. pred. suj. adjunto adverbial

d) verbo transitivo direto em que haja objeto direto preposicionado, ou seja, quando a preposição não é regida pela forma verbal:

Comeu-se do bolo. VTD I.I.S. ODP Dica estratégica! Na frase “Comeu-se do bolo.”, a preposição “de” não é exigida pelo verbo “comer”, sendo empregada tão somente para a contribuição do sentido: alguém (que não é possível identificar) comeu parte do bolo. Conforme estudamos acima, não será admitida a transposição de voz verbal quando houver objeto direto preposicionado. Notem, ainda, que a retirada da preposição “de” alteraria sintática e semanticamente a estrutura da frase:

Comeu-se do bolo. (sujeito indeterminado: Comeu parte do bolo.)

índice de indeterminação do sujeito Comeu-se o bolo. (sujeito: “o bolo” - voz passiva sintética – O bolo foi comido.) pronome apassivador

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Importante! A partícula “SE” também pode ser classificada como:

- Conjunção Condicional – Se você estudar, logrará êxito no concurso. - Conjunção integrante – Não sei se você virá. (= Não sei isso.)

SE - Pronome reflexivo - Roberto feriu-se com a faca. (O sujeito “Roberto”, concomitantemente, pratica e sofre a ação de “ferir-se”)

- Partícula de realce – Manuela brigou com o marido e foi-se embora de casa. (O “se” pode ser retirado sem prejuízo para a frase: Manuela brigou com o marido e foi embora de casa.) A partícula SE pode ser classificada, ainda, como parte integrante do verbo (PIV). Exemplo: Queixou-se da prova. VTI PIV OI Alguns alunos sempre me perguntam: “Professor, como saberei se a partícula SE é parte integrante do verbo ou índice de indeterminação do sujeito?”. Amigos e amigas, há um método prático: para diferençar as formas, tentem encaixar o substantivo “João” antes do verbo. Se a frase não fizer sentido ou se este for alterado, a partícula SE será índice de indeterminação do sujeito. Por outro lado, se a frase fizer sentido, a partícula será parte integrante do verbo. Vamos visualizar na prática. Exemplos:

Precisa-se de cozinheiro.

Queixou-se da prova. Nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou seja, exigem objeto indireto como complemento. Tendo essa noção, tentaremos encaixar o substantivo “João” nas frases.

(João) Precisa-se de cozinheiro.

Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.

Precisa-se de cozinheiro. VTI I.I.S. OI

(João) Queixou-se da prova. No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase. Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo.

Queixou-se da prova. VTI PIV OI

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Outros exemplos:

Necessita-se de dinheiro.

Desculpou-se do ocorrido.

Novamente, nos exemplos acima, ambos os verbos são transitivos indiretos, ou seja, exigem objeto indireto como complemento. Assim, tentaremos encaixar o substantivo “João” nas frases.

(João) Necessita-se de dinheiro. Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.

Necessita-se de dinheiro. VTI I.I.S. OI

(João) Desculpou-se do ocorrido. No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase. Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo.

Desculpou-se do ocorrido. VTI PIV OI Outros exemplos:

Vive-se bem aqui.

Sentou-se na cadeira rapidamente.

Nos exemplos acima, ambos os verbos são intransitivos. Tendo essa noção, tentaremos encaixar o substantivo “João” nas frases.

(João) Vive-se bem aqui. Percebemos que, ao inserir o substantivo “João” no período acima, a frase não faz sentido. Logo, a partícula SE é índice de indeterminação do sujeito.

Vive-se bem aqui. VI I.I.S. adjuntos adverbiais

(João) Sentou-se na cadeira rapidamente. No período acima, a inserção do substantivo “João” não alterou o sentido da frase. Logo, a partícula SE é parte integrante do verbo.

Sentou-se na cadeira rapidamente. VI PIV adj. adv. adj. adv.

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� DA PASSIVA PARA A ATIVA: 1º) o agente da passiva torna-se sujeito da ativa; 2º) o tempo verbal da voz passiva permanece inalterado na voz ativa; 3º) o sujeito da passiva torna-se objeto direto da ativa. Vejam a transposição:

O carro foi vendido pelo funcionário. sujeito loc. verbal de agente da passiva

voz passiva

O funcionário vendeu o carro. sujeito VTD OD

Uma dica que ajuda a eliminar muitas opções é a seguinte: a voz passiva analítica sempre terá um verbo a mais do que a voz ativa. Exemplo: Voz passiva: O carro foi vendido pelo funcionário. (dois verbos) Voz ativa: O funcionário vendeu o carro (um verbo) c) Reflexiva – ocorre quando a ação verbal é, ao mesmo tempo, pratica e sofrida pelo sujeito do verbo. Exemplo: Roberto feriu-se com a faca. (O sujeito “Roberto”, concomitantemente, pratica e sofre a ação de “ferir-se”) Na voz reflexiva, a forma verbal vem acompanhada do pronome reflexivo SE (equivalente à expressão a si mesmo), o qual será objeto do verbo:

É o que ocorre em “Roberto feriu-se (= a si mesmo) com a faca”. pronome reflexivo

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23. (ESAF-2006/MTE-Adaptada) Analise a proposição de acordo com as estruturas do texto. A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos, aliada à crescente dificuldade de importação de escravos negros da África a partir da década de 60, exige que se use a mão de obra nativa, forçando-a ao trabalho na lavoura. Os fazendeiros também reclamavam uma legislação que permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra, do cumprimento dos contratos, da repressão às greves e, ainda, que lhes propiciasse adequada produtividade. A promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871, sinalizando a abolição da escravidão, criou as condições para uma legislação que, ao mesmo tempo em que fazia a regulação minuciosa da contratação do trabalho livre, previa a obrigação de o homem livre contratar, como mecanismo de combate à vadiagem.

(Sidnei Machado-http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/viewPDFInterstitial/1766/1463) I. A substituição de “se use” (linha 2) por seja usada mantém a correção gramatical do período.

Comentário: No trecho “exige que se use mão de obra nativa”, há uma estrutura de voz passiva sintética, formada pela partícula “se” e pelo verbo transitivo direto “usar”. Por sua vez, o substantivo composto “mão de obra” (grafado sem hífen após o Novo Acordo Ortográfico) exerce a função de sujeito paciente (aquele que sofre a ação verbal). No contexto, a partícula “se” ficou antes do verbo por uma exigência gramatical, qual seja, a presença da conjunção integrante “que”. Veremos isso mais detidamente nos estudos da colocação pronominal. Conforme orientação do examinador, ao substituir a expressão “se use” por “seja usada”, migraremos da voz passiva sintética para a passiva analítica, aquela formada pelo verbo “ser”, seguido do particípio. Portanto, é correto fazer a substituição: “exige que seja usada a mão de obra”. Reparem, ainda, que houve a manutenção do tempo verbal: “use” (que se use) :: presente do subjuntivo “seja” (que seja usada) :: presente do subjuntivo Gabarito: Certo. 24. (ESAF-2006/ENAP-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise opção a seguir. Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu: “Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.

(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006) I. A substituição de “se combate” (linha 5) por era combatido mantém a correção gramatical e as informações originais do período. Comentário: Na transposição de vozes verbais, devemos ter a máxima atenção para que seja mantido o tempo verbal. Em “o que se combate são as ideias do outro...”, a forma verbal destacada está flexionada no presente do indicativo. Entretanto, na locução verbal de voz passiva (analítica) “era combatido”, o verbo em destaque foi conjugado no pretérito imperfeito do indicativo. Esse é o erro do item. Gabarito: Errado.

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25. (ESAF-2006/ANEEL-Adaptada) Em relação ao texto, analise o item a seguir. Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados manifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, que soube mobilizar com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por um déficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em 1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.

(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)

I. Em “manifestam-se” (linhas 1 e 2) o “se” é índice de indeterminação do sujeito. Comentário: Analisando o contexto do trecho “seus resultados manifestam-se”, percebemos que o sujeito do verbo “manifestar” é a expressão “seus resultados”. Sendo assim, o sujeito é simples, e não indeterminado. Logo, a partícula “se” não pode ser índice de indeterminação do sujeito. Então, qual a classificação correta? Amigos, o verbo “manifestar” assume transitividade direta e traz uma ideia de passividade (os resultados são manifestados). Logo, temos uma voz passiva sintética, e o “se” é pronome apassivador. Gabarito: Errado. 26. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise o item a seguir.

Os mercados financeiros entrara m em março assombrados pelo maior prejuízo trimestral da história corporativa dos Estados Unidos – a perda de US$ 61,7 bilhões contabilizada pela seguradora American International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008. No ano, o prejuízo chegou a US$ 99,3 bilhões. O Tesouro americano anunciou a disposição de injetar mais US$ 30 bilhões na seguradora, já socorrida em setembro com dinheiro do contribuinte. Na Europa, a notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do lucro anual do Banco HSBC, de US$ 19,1 bilhões para US$ 5,7 bilhões. Enquanto suas ações caíam 15%, o banco informava o fechamento das operações de financiamento ao consumidor nos Estados Unidos, com dispensa de 6.100 funcionários. Com demissões de milhares e perdas de bilhões dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os sinais de reativação da economia mundial continuam fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano passado, havia a esperança de se iniciar 2009 com a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido, os governos poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e ao desemprego. Aquela esperança foi logo desfeita.

(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009) I. Em “concentrar-se” (linha 13), o “-se” indica sujeito indeterminado. Comentário: Segundo o contexto, o sujeito do verbo “concentrar” está expresso: “os governos”. Portanto, não há que se falar em índice de indeterminação do sujeito. No trecho “os governos poderiam concentrar-se”, a forma em destaque é um pronome reflexivo, pois o o sujeito pratica e sofre a ação verbal. Gabarito: Errado.

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LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS

1. (ESAF-2002/BACEN-Adaptada) Analise a opção a seguir a respeito das formas verbais no texto. Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para a própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes econômicos.

(www.bcb.gov.br) I. O emprego do modo indicativo em “corresponde” (linha 5) deve ser substituído pelo subjuntivo “corresponda” para que o texto respeite a norma culta. 2. (ESAF-2001/BACEN-Adaptada) Analise o item a respeito do emprego das formas verbais no texto. Uma profunda transformação tecnológica será promovida nos bancos brasileiros neste primeiro semestre para que eles se adaptem às normas determinadas pelo Banco Central (BC), que prevêem a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). O novo modelo entra em vigor no dia 1o de outubro, quando já deve estar em funcionamento a transferência de grandes valores com liquidação bruta em tempo real e o monitoramento on line da conta reservas bancárias mantida no BC, que se livrará da obrigação de cobrir os saldos negativos deixados pelos bancos nas operações do dia-a-dia. Se, de um lado, as cerca de 170 instituições financeiras movimentam-se para modernizar seu aparato tecnológico, de outro as indústrias de software travam uma batalha para conquistar uma fatia dos investimentos que serão feitos.

(Gazeta Mercantil, 20/2/2001, com adaptações) I. O emprego do tempo presente em “entra em vigor” (linha 4) desrespeita as regras da conjugação verbal e da coerência textual porque o texto pede que aí se empregue o futuro entrará. 3. (ESAF-2005/MPOG-Adaptada) Analise a opção a seguir em relação às estruturas do texto. É natural que cada grupo procure fazer valer os seus interesses. O problema do desmatamento é que ele é a expressão de uma visão predatória e de curto prazo que vai de encontro à lei e ao interesse geral da nação. É fundamental, portanto, encontrar fórmulas sustentáveis que aliem desenvolvimento e preservação dos recursos naturais do país.

(EDITORIAL, Folha de S. Paulo,21/6/2005) I. O emprego do subjuntivo em “procure” (linha 1) justifica-se por expressar uma possibilidade de ação.

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4. (ESAF-2008/CGU-Adaptada) Em relação às ideias e estruturas do texto, analise a assertiva a seguir. No embalo da dinâmica mundial, talvez se justifique rever a ironia que tem revestido a referência ao Brasil como o “país do futuro”. Com presença internacional crescente, um quadro geral propício na economia, iniciativas relevantes, dinamismo real em vários setores e sendo objeto de apostas favoráveis para um futuro visível por parte de analistas presumidamente competentes e distantes da briga política doméstica e da correspondente atribuição de culpas e méritos, dir-se-ia que a promessa do país começa a cumprir-se. Com todos os muitos problemas e as reservas que a ideia envolve...

(Fábio Wanderley Reis, Valor Econômico, 14/01/2008.) I. Estaria gramaticalmente correta a substituição de “justifique” (linha 1) por justifica. 5. (ESAF-2006/CGU-Adaptada) Analise a proposição a seguir em relação ao texto abaixo. O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da aceleração avassaladora nas tecnologias da comunicação, de artes, de materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no modo de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem e seus aspectos, constituídos no momento histórico iniciado no século XV e consolidado no século XVIII. A modernidade que surgira nesse período é agora criticada em seus pilares fundamentais, como a crença na verdade, alcançável pela razão, e na linearidade histórica rumo ao progresso. Para substituir esses dogmas, são propostos novos valores, menos fechados e categorizantes.

(http://pt.wikipdia.org (acessado em 14 de dezembro de 2005, com adaptações)) I. O desenvolvimento das ideias do texto permitiria mudar o tempo verbal de “surgira” (linha 7) para surgiu, alterando as relações temporais do texto, mas preservando sua coerência. 6. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao texto analise a opção a seguir. A OAB nacional está pedindo ao Supremo Tribunal Federal uma súmula vinculante que discipline o uso do segredo de Justiça, prerrogativa que tem sido utilizada por juízes nem sempre em defesa do interesse público, mas, em alguns casos, na proteção a suspeitos de só pode ser decretado em dois casos excepcionais previstos: um, quando há risco de exposição pública de questões privadas do investigado ou réu, como relacionamentos amorosos e doenças; e, outro, quando o processo contém documentos sigilosos, como extratos bancários ou escutas telefônicas. Mas, na prática, tem sido diferente: por motivos nem sempre claros, especialmente em processos que envolvem autoridades, alguns juízes privam a sociedade de saber a verdade. Os atos públicos, em especial os que envolvem procedimentos judiciais, têm como regra básica a transparência, a publicidade sem restrições e o acesso dos cidadãos. O contrário – ou seja, o sigilo – é sempre a exceção.

(Zero Hora, 27/2/2009) I. O emprego do subjuntivo em “discipline” (linha 2) justifica-se por se tratar de uma informação categórica, de uma afirmação indiscutível.

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7. (ESAF-2003/Receita Federal-Adaptada) Acerca das estruturas linguísticas do texto, analise a afirmativa abaixo. Um dos motivos principais pelos quais a temática das identidades é tão freqüentemente focalizada tanto na mídia assim como na universidade são as mudanças culturais, sociais, econômicas, políticas e tecnológicas que estão atravessando o mundo e que são experienciadas, em maior ou menor escala, em comunidades locais específicas. Como indica Fridman (2000, p. 11), “se a modernidade alterou a face do mundo com suas conquistas materiais, tecnológicas, científicas e culturais, algo de abrangência semelhante ocorreu nas últimas décadas, fazendo surgir novos estilos, costumes de vida e formas de organização social”. Há nas práticas sociais cotidianas que vivemos um questionamento constante de modos de viver a vida social que têm afetado a compreensão da classe social, do gênero, da sexualidade, da idade, da raça, da nacionalidade etc., em resumo, de quem somos na vida social contemporânea. É inegável que a possibilidade de vermos a multiplicidade da vida humana em um mundo globalizado, que as telas do computador e de outros meios de comunicação possibilitam, tem colaborado em tal questionamento ao vermos de perto como vivemos em um mundo multicultural e que essa multiculturalidade, para qual muitas vezes torcíamos/torcemos os narizes, está em nossa própria vida local, atravessando os limites nacionais: os grupos gays, feministas, de rastafaris, de hip-hop, de trabalhadores rurais sem-terra etc.

(Cristina Nabuco, “Para desacelerar” Cláudia, junho 2007, p. 227.) I. A dupla possibilidade verbal que o texto oferece, “torcíamos/torcemos” envolve variação no tempo e modo verbais, mas preserva a pessoa gramatical. 8. (ESAF-2008/CGU) Abaixo estão recomendações para evitar o estresse. Assinale a opção na qual os verbos estão conjugados, corretamente, na terceira pessoa do singular. a) Saboreie a vida, dai mais valor a suas experiências. b) Aprende a dizer não. Peça ajuda sempre que necessário. c) Para e medite. Põe uma uva passa na boca. Note textura, cheiro e sabor. d) Fique atenta à respiração. Inspira e expira lentamente. e) Invista em prazeres: ouça música, leia, dê-se o direito de não fazer nada. 9. (ESAF-2006/SUSEP-Adaptada) Analise as opções a respeito do emprego dos verbos no texto.

O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude estóica, de convívio com a dor lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa desconhecida, implicará uma investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão de uma epidemia.

(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia)

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I. O emprego do modo subjuntivo em “consiga” confere ao texto uma ideia de hipótese ou probabilidade; sua substituição pelo indicativo, consegue, preserva a correção gramatical, mas tira do texto tal ideia. II. A forma nominal de gerúndio em “vivendo” corresponde, numa forma flexionada, a vivia. 10. (ESAF-2006/SUSEP-Adaptada) Analise a opção a respeito do emprego dos verbos no texto. O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada, já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que o excedente, sendo vendido, não será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da “sua propriedade”. Até mesmo a água que ele bebe, seja de um poço ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de dióxido de carbono. No seu isolamento, sequer uma atitude estóica, de convívio com a dor lhe é permitida. A dor, reflexo de uma enfermidade de causa desconhecida, implicará uma investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão de uma epidemia.

(Adaptado de José Liberato Ferreira Caboclo, Ética e tecnologia) I. O tempo em que está flexionado “escolhera” (linha 9) indica que a ação de escolher acontece antes de outra também mencionada no período; corresponde, por isso, a tivera escolhido. 11. (ESAF-2010/MPOG-Adaptada) Com base no texto abaixo, analise a afirmação a seguir. O desenvolvimento é um processo complexo, que deriva de uma gama de fatores – entre os quais se realça a educação – e precisa de tempo para enraizar-se. É obra construída pela contribuição sistemática de vários governos. Depende da produtividade, que se nutre da ciência, das inovações e, assim, dos avanços da tecnologia. Na verdade, a humanidade somente começou seu desenvolvimento depois da Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, na Inglaterra. A estagnação da renda per capita havia sido a característica da história. A Revolução desarmou a Armadilha Malthusiana e deu início à Grande Divergência. A Armadilha deve seu nome ao demógrafo Thomas Malthus, para quem o potencial de crescimento era limitado pela oferta de alimentos. A evolução da renda per capita dependia das taxas de natalidade e mortalidade. A renda per capita da Inglaterra começou a crescer descolada da demografia, graças ao aumento da produtividade na agricultura e da exploração do potencial agrícola da América.

(Adaptado de Maílson da Nóbrega, Lula e o mistério do desenvolvimento . VEJA, 26 de agosto, 2009, p.74) I. Provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do texto ao substituir “havia sido” (linha 6) por “fora”.

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12. (ESAF-2010/SUSEP-Adaptada) Com base no texto abaixo, analise a afirmação a seguir. Nos países em geral, economistas, políticos e o noticiário gostam é de índices sobre macroeconomia, números abstratos que indicam a situação geral da economia, mas não revelam o que se passa em seu interior. A internet, por exemplo, apareceu em grande escala em 1992, e o mundo se deu conta da revolução que ela fizera nos negócios, na cultura e na vida das pessoas 10 anos depois.

(Antônio Machado, Mundo invisível. Correio Braziliense, 14 de fevereiro de 2010, com adaptações) I. No texto acima, provoca-se erro gramatical ou incoerência na argumentação do texto ao substituir “fizera” por havia feito. 13. (ESAF-2012/CGU) Assinale a opção em que o preenchimento das lacunas do fragmento abaixo preserva a correção gramatical e a coerência entre os argumentos do texto. O principal componente dos juros é a taxa Selic. É referência de custo de captação: ______(1)_______ em títulos públicos, o depositante não aceitará do banco remuneração muito inferior à Selic. Para o banco, a Selic sinaliza o custo de oportunidade: ________(2)_______ ao Tesouro à taxa Selic, só emprestará a terceiros a juros maior, pois maior é o risco. (Adaptado de Joca Levy, Juros, demagogia e bravatas. O Estado de São Paulo, 21 de abril de 2012) (1) (2) a) enquanto possa aplicar / se pudesse emprestar b) se pudesse aplicar / quando pudesse emprestar c) caso aplicasse / caso emprestasse d) se pode aplicar / se pode emprestar e) quando pudesse aplicar / enquanto possa emprestar 14. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Analise a proposição a seguir quanto aos elementos linguísticos e semânticos do texto.

Feliz aniversário, Darwin! Charles Darwin completaria hoje 200 anos, não fosse pela seleção natural. Ela, afinal, é a maior responsável pelo barroco processo de desenvolvimento que leva os organismos complexos inexoravelmente à morte – conceito que não se aplica muito a bactérias e Arqueobactérias, seres que se reproduzem gerando clones de si próprios, partilham identidades com a transferência horizontal de genes e podem ficar milênios em vida suspensa (no gelo, por exemplo). A contribuição de Darwin para a ciência e para a história, porém, continua viva, e muito viva, exatamente com a ideia de seleção natural. Só por isso ele já merece os parabéns. Feliz aniversário, Darwin.

(Marcelo Leite, em: http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-02-08) I. A forma verbal “completaria” (linha 1) se refere a uma ação que vai ocorrer no futuro, a menos que acontecimentos no tempo presente o impeçam.

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15. (ESAF-2002/BACEN-Adaptada) Analise as opções a seguir a respeito das formas verbais no texto.

Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval. Suas consequências são imprevisíveis sobre a economia das famílias e das empresas. Os agentes econômicos relacionam-se em suas operações de compra, venda e troca de mercadorias e serviços, de modo que, a cada fato econômico, seja ele de simples circulação, de transformação ou de consumo, corresponde, ao menos, uma operação de natureza monetária realizada junto a um intermediário financeiro, em regra um banco comercial, que recebe um depósito, paga um cheque, desconta um título ou antecipa a realização de um crédito futuro. A estabilidade do sistema que intermedeia as operações monetárias, portanto, é fundamental para a própria segurança e estabilidade das relações entre os agentes econômicos.

(www.bcb.gov.br) I. A forma verbal “intermedeia” (linha 9) pode ser substituída por “intermedia” sem que haja transgressão à norma culta formal. 16. (ESAF-2010/SUSEP) Os trechos a seguir constituem um texto adaptado do Correio Braziliense, Editorial, 18/02/2010. Assinale a opção transcrita com erro gramatical.

a) Operação destinada a facilitar a vida do contribuinte coloca a Receita Federal na vanguarda das iniciativas que, ao longo dos últimos anos, objetivam reduzir a ineficiência operacional de agências públicas. É o que se materializa agora com as medidas que desobrigam cerca de 10 milhões de brasileiros de prestar declaração de renda. b) A inovação é aplicável aos rendimentos auferidos em 2010 (ano-base 2009) e aos que serão obtidos em 2011 (ano-base 2010). Os principais beneficiários das novas regras são sócios de empresas ou pessoas que tenham patrimônio inferior a R$ 300 mil. Basta que os ganhos estejam dentro do limite de isenção (R$ 17.215,08, em 2009, e de R$ 22.487,25, em 2010). c) Há outras condicionantes que, previstas nas mudanças, não chegam a alterar os efeitos práticos. Foram obrigadas a explicar-se ao fisco, por serem qualificadas como integrantes de sociedades comerciais, em 2009, nada menos de 5 milhões de pessoas. Agora, estão livres da obrigação, segundo o supervisor nacional do Programa do IR. d) Os trabalhadores com remuneração anual abaixo do teto de isenção previsto para 2010 desde logo estão dispensados de entregar a declaração. Apenas deverão fazê-lo os que tivessem IR retido na fonte e pleiteam restituição. e) Outra mudança importante: este ano será o último em que a Receita aceitará formulários de papel. Também é decisão compatível com a necessidade de elevar os padrões operacionais do órgão. Hoje, apenas 127 mil pessoas físicas optam por semelhante forma de declarar a renda. 17. (ESAF-2005/MPOG) Assinale a opção que corresponde a erro gramatical ou de grafia. Diante da atual mediocridade da representação política, é necessária(1) a participação e a organização da sociedade, operando uma profunda mudança em nossa cultura política. Quanto maior(2) o individualismo, mais frágeis são os governos. As regras formais constitucionais não são suficientes para freiar(3) os vícios exacerbados(4) pelo poder. As organizações da sociedade devem ter o poder de vigiar e cobrar prestação de contas. Por isso, em vez de desacreditar da política, devemos agir em co-responsabilidade, com coragem, lucidez e discernimento(5) num grande mutirão para abrir caminho para um país democrático, justo, desenvolvido e pacífico.

(Adaptado de Dom Geraldo Majella, cardeal Agnelo, Folha de S. Paulo, 21/6/2005) a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

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18. (ESAF-2002/Ministério das Relações Exteriores) Assinale a opção incorreta a respeito do emprego das formas verbais no texto. Segundo o noticiário, o Pentágono passou a propugnar o uso de minibombas atômicas. Ou seja, armas nucleares para estourar depósitos subterrâneos onde estariam escondidas armas (nucleares, químicas, bacteriológicas) de destruição maciça. A hipótese de banalização das armas atômicas, inscrita na proposta do Pentágono, liquidaria os tratados internacionais de não-proliferação nuclear e jogaria o Brasil no meio da tormenta, relançando a corrida nuclear.

(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações) a) O emprego da perífrase verbal “passou a propugnar” constitui um recurso para evitar o uso do presente do indicativo de um verbo defectivo: propugnar. b) A opção pelo emprego do futuro do pretérito em “estariam”, indica uma certa resistência do autor para acreditar na veracidade da informação a respeito das armas escondidas. c) A forma de particípio “inscrita” confunde-se com o adjetivo porque exprime mais um estado do que uma relação temporal. d) O emprego do futuro do pretérito em “liquidaria” e “jogaria” reforça a ideia de “hipótese”. e) Para manter a coerência no emprego dos tempos verbais, a substituição do gerúndio “relançando” por uma forma não-nominal deve ser: e relançaria. 19. (ESAF-2008/STN-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise a proposição a seguir. Derrotada sistematicamente nos tribunais superiores, a Advocacia-Geral da União (AGU) resolveu editar um pacote com oito súmulas, reconhecendo direitos dos servidores públicos federais. O gesto põe fim a pendências jurídicas que se arrastavam havia décadas e serve de alento para quem ainda busca reaver ou manter benefícios funcionais. Com as súmulas, os advogados públicos ficam automaticamente desobrigados a contestar decisões desfavoráveis. (...) Esclarece a AGU: “O servidor sabia que se entrasse na Justiça ganharia, mas a União, por dever, mesmo sabendo que perderia, tinha de recorrer. As oito medidas acabam com isso.” Entre as súmulas está a que reconhece o direito de pagamento do auxílio-alimentação retroativo ao servidor em férias ou licença entre outubro de 1996 e dezembro de 2001.

(Luciano Pires, Correio Braziliense, 20/09/2008, p. 23, com adaptações)

I. Reescreve-se, mantendo-se a correção gramatical e a coerência textual, o período “para quem ainda busca reaver ou manter benefícios funcionais.” do seguinte modo: para que se reavenham ou mantenham benefícios funcionais. 20. (ESAF-2002-Receita Federal-Adaptada) Analise se o trecho a seguir se apresenta de forma coesa, coerente e gramaticalmente correta. I. Pelo princípio da igualdade material o Estado tem obrigação de intervim e retificar a ordem social, a fim de remover as mais profundas e perturbadoras injustiças sociais.

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21. (ESAF-2010/MTE-Adaptada) Verifique se o trecho a seguir está de acordo com as prescrições gramaticais. I. Constroe-se o espaço social de tal modo que os agentes ou grupos são aí distribuídos em razão de sua posição nas distribuições estatísticas de acordo com os dois princípios de diferenciação que, em sociedades mais desenvolvidas, são sem dúvida, os mais eficientes: o capital econômico e o capital cultural. 22. (ESAF-2012/CGU-Adaptada) Analise as opções a respeito do uso das estruturas linguísticas no texto. CARTA CAPITAL: Como o senhor avalia a economia brasileira? Roberto Frenkel: A queda do crescimento da economia teve a ver com três acontecimentos. A situação nos EUA está mais positiva, há otimismo no mercado norte-americano, as ações subiram e estão no pico pós-crise, mas ainda é uma recuperação modesta. Na zona do euro, serão dois trimestres consecutivos em queda, o que, de acordo com a definição convencional, caracteriza recessão. E a China está claramente em desaceleração. Essas realidades tiveram um efeito negativo sobre o crescimento brasileiro ao longo do segundo semestre de 2011. Outro fator foi a valorização cambial. No fim do ano passado, o real chegou a acumular a maior valorização cambial desde o início da globalização financeira, ou seja, desde o fim dos anos 1960; e isso tem um efeito muito negativo sobre a indústria e a atividade de modo geral. (Trecho adaptado da entrevista de Roberto Frenkel a Luiz Antonio Cintra, Intervir para ganhar. Carta Capital, 18 de abril de 2012, p.78) I. Preservam-se a coerência e a correção gramatical do texto, conferindo-lhe mais formalidade, ao substituir a expressão “teve a ver”(linha 2) por viu. II. O uso do tempo e modo verbais em “serão” (linha 4) sugere hipótese, possibilidade na declaração, incerteza de que isso venha a acontecer. 23. (ESAF-2006/MTE-Adaptada) Analise a proposição de acordo com as estruturas do texto. A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos, aliada à crescente dificuldade de importação de escravos negros da África a partir da década de 60, exige que se use a mão de obra nativa, forçando-a ao trabalho na lavoura. Os fazendeiros também reclamavam uma legislação que permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra, do cumprimento dos contratos, da repressão às greves e, ainda, que lhes propiciasse adequada produtividade. A promulgação da Lei do Ventre Livre, em 1871, sinalizando a abolição da escravidão, criou as condições para uma legislação que, ao mesmo tempo em que fazia a regulação minuciosa da contratação do trabalho livre, previa a obrigação de o homem livre contratar, como mecanismo de combate à vadiagem.

(Sidnei Machado-http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/viewPDFInterstitial/1766/1463) I. A substituição de “se use” (linha 2) por seja usada mantém a correção gramatical do período.

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24. (ESAF-2006/ENAP-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise opção a seguir. Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real essência da democracia quando escreveu: “Posso não concordar com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las”. Ter ideias e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o que se combate são as ideias do outro e não sua pessoa.

(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006) I. A substituição de “se combate” (linha 5) por era combatido mantém a correção gramatical e as informações originais do período. 25. (ESAF-2006/ANEEL-Adaptada) Em relação ao texto, analise o item a seguir. Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus resultados manifestam-se na transformação da estrutura produtiva nacional. O governo JK, que soube mobilizar com maestria a herança de Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu em um contexto marcado por um déficit de transações correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em 1960, o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram contidas.

(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)

I. Em “manifestam-se” (linhas 1 e 2) o “se” é índice de indeterminação do sujeito. 26. (ESAF-2009/Ministério da Fazenda-Adaptada) Em relação ao texto abaixo, analise o item a seguir.

Os mercados financeiros entrara m em março assombrados pelo maior prejuízo trimestral da história corporativa dos Estados Unidos – a perda de US$ 61,7 bilhões contabilizada pela seguradora American International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008. No ano, o prejuízo chegou a US$ 99,3 bilhões. O Tesouro americano anunciou a disposição de injetar mais US$ 30 bilhões na seguradora, já socorrida em setembro com dinheiro do contribuinte. Na Europa, a notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do lucro anual do Banco HSBC, de US$ 19,1 bilhões para US$ 5,7 bilhões. Enquanto suas ações caíam 15%, o banco informava o fechamento das operações de financiamento ao consumidor nos Estados Unidos, com dispensa de 6.100 funcionários. Com demissões de milhares e perdas de bilhões dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os sinais de reativação da economia mundial continuam fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano passado, havia a esperança de se iniciar 2009 com a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido, os governos poderiam concentrar-se no combate à retração econômica e ao desemprego. Aquela esperança foi logo desfeita.

(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009) I. Em “concentrar-se” (linha 13), o “-se” indica sujeito indeterminado.

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GABARITO

01. ERRADO 14. ERRADO 02. ERRADO 15. ERRADO 03. CERTO 16. D 04. ERRADO 17. C 05. CERTO 18. A 06. ERRADO 19. ERRADO 07. ERRADO 20. ERRADO 08. E 21. ERRADO 09. ERRADOS 22. ERRADOS 10. ERRADO 23. CERTO 11. ERRADO 24. ERRADO 12. ERRADO 25. ERRADO 13. D 26. ERRADO

Amigos e amigas, nosso encontro de hoje se encerra aqui. Bons estudos, até a próxima aula e rumo à CLASSIFICAÇÃO! Grande abraço! Prof. Fabiano Sales.

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