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CURSO ON-LINE – ADM PÚBLICA EM EXERCÍCIOS – AFRFB E AFT PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 03 Olá, Pessoal! Chegamos à terceira aula do curso de Administração Pública em Exercícios. Queria pedir desculpas, pois me esqueci de colocar a questão discursiva na aula passada, por isso estou colocando duas questões agora. Boa Aula! Sumário 1 QUESTÕES COMENTADAS ..................................................................................... 2 1.1 SIMULADO 1 ..................................................................................................... 2 1.2 SIMULADO 2 ................................................................................................... 18 1.3 SIMULADO 3 ................................................................................................... 35 1.4 QUESTÃO DISCURSIVA 1 ..................................................................................... 50 1.5 QUESTÃO DISCURSIVA 2 ..................................................................................... 54 2 LISTA DAS QUESTÕES ........................................................................................ 55 2.1 SIMULADO 1 ................................................................................................... 55 2.2 SIMULADO 2 ................................................................................................... 60 2.3 SIMULADO 3 ................................................................................................... 65 2.4 QUESTÃO DISCURSIVA 1 ..................................................................................... 70 2.5 QUESTÃO DISCURSIVA 2 ..................................................................................... 71 3 GABARITO ......................................................................................................... 71 4 PONTOS IMPORTANTES DA AULA....................................................................... 72

Aula 03

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Aula 03

Olá, Pessoal!

Chegamos à terceira aula do curso de Administração Pública em Exercícios. Queria pedir desculpas, pois me esqueci de colocar a questão discursiva na aula passada, por isso estou colocando duas questões agora.

Boa Aula!

Sumário

1 QUESTÕES COMENTADAS ..................................................................................... 2

1.1 SIMULADO 1 ..................................................................................................... 2

1.2 SIMULADO 2 ................................................................................................... 18

1.3 SIMULADO 3 ................................................................................................... 35

1.4 QUESTÃO DISCURSIVA 1 ..................................................................................... 50

1.5 QUESTÃO DISCURSIVA 2 ..................................................................................... 54

2 LISTA DAS QUESTÕES ........................................................................................ 55

2.1 SIMULADO 1 ................................................................................................... 55

2.2 SIMULADO 2 ................................................................................................... 60

2.3 SIMULADO 3 ................................................................................................... 65

2.4 QUESTÃO DISCURSIVA 1 ..................................................................................... 70

2.5 QUESTÃO DISCURSIVA 2 ..................................................................................... 71

3 GABARITO ......................................................................................................... 71

4 PONTOS IMPORTANTES DA AULA ....................................................................... 72

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1 Questões Comentadas

1.1 SIMULADO 1

1. (ESAF/CGU/2004) Ao longo de sua história, a administração pública assume formatos diferentes, sendo os mais característicos o patrimonialista, o burocrático e o gerencial. Assinale a opção que indica corretamente a descrição das características da administração pública feita no texto a seguir.

O governo caracteriza-se pela interpermeabilidade dos patrimônios público e privado, o nepotismo e o clientelismo. A partir dos processos de democratização, institui-se uma administração que usa, como instrumentos, os princípios de um serviço público profissional e de um sistema administrativo impessoal, formal e racional.

a) Patrimonialista e gerencial

b) Patrimonialista e burocrático

c) Burocrático e gerencial

d) Patrimonialista, burocrático e gerencial

e) Burocrático

Já vimos esse texto na questão 02 da aula passada. Segundo Luis Carlos Bresser Pereira:

A característica que definia o governo nas sociedades pré-capitalistas e pré-democráticas era a privatização do Estado, ou a interpermeabilidade dos patrimônios público e privado. ‘Patrimonialismo’ significa a incapacidade ou a relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados. A administração do Estado pré-capitalista era uma administração patrimonialista.

Burocracia é a instituição administrativa que usa como instrumento para combater o nepotismo e a corrupção — dois traços inerentes à administração patrimonialista —, os princípios de um serviço público profissional, e de um sistema administrativo impessoal, formal, legal e racional.

Gabarito: B.

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2. (ESAF/ENAP/2006) Assinale a opção que apresenta corretamente ideias contidas no documento Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado de 1995.

a) No Aparelho do Estado dintinguem-se os seguintes setores: núcleo estratégico, de atividades exclusivas e de propriedade privada.

b) O núcleo estratégico do Estado tem de atentar para a qualidade e custo dos serviços prestados ao cidadão.

c) Um dos objetivos da reforma no que diz respeito às atividades exclusivas é aumentar a sua efetividade e modernizar a administração burocrática.

d) A publicização visa a transferir atividades exclusivas do Estado para o setor público não-estatal.

e) Os serviços não-exclusivos do Estado deverão ser executados por organizações sociais – entidades de direito privado sem fins lucrativos.

A letra “A” é errada. Vimos que são quatro os setores: núcleo estratégico, atividades exclusivas, serviços não exclusivos e produção de bens e serviços para o mercado.

A letra “B” é errada. Segundo o Plano Diretor:

No núcleo estratégico, em que o essencial é a correção das decisões tomadas e o princípio administrativo fundamental é o da efetividade, entendido como a capacidade de ver obedecidas e implementadas com segurança as decisões tomadas, é mais adequado que haja um misto de administração pública burocrática e gerencial.

No setor das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou não exclusivos, o importante é a qualidade e o custo dos serviços prestados aos cidadãos. O princípio correspondente é o da eficiência, ou seja, a busca de uma relação ótima entre qualidade e custo dos serviços colocados à disposição do público. Logo, a administração deve ser necessariamente gerencial.

Portanto, a qualidade e o custo são importantes no setor de atividades exclusivas. No núcleo estratégico o importante é a efetividade e a segurança das decisões.

A letra “C” é errada. Esse é um objetivo para o núcleo estratégico. Segundo o Plano:

Objetivos para o Núcleo Estratégico:

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• Aumentar a efetividade do núcleo estratégico, de forma que os objetivos democraticamente acordados sejam adequada e efetivamente alcançados.

• Para isto, modernizar a administração burocrática, que no núcleo estratégico ainda se justifica pela sua segurança e efetividade, através de uma política de profissionalização do serviço público, ou seja, de uma política de carreiras, de concursos públicos anuais, de programas de educação continuada permanentes, de uma efetiva administração salarial, ao mesmo tempo que se introduz no sistema burocrático uma cultura gerencial baseada na avaliação do desempenho.

• Dotar o núcleo estratégico de capacidade gerencial para definir e supervisionar os contratos de gestão com as agências autônomas, responsáveis pelas atividades exclusivas de Estado, e com as organizações sociais, responsáveis pelos serviços não-exclusivos do Estado realizados em parceria com a sociedade.

Objetivos para as Atividades Exclusivas:

• Transformar as autarquias e fundações que possuem poder de Estado em agências autônomas, administradas segundo um contrato de gestão; o dirigente escolhido pelo Ministro segundo critérios rigorosamente profissionais, mas não necessariamente de dentro do Estado, terá ampla liberdade para administrar os recursos humanos, materiais e financeiros colocados à sua disposição, desde que atinja os objetivos qualitativos e quantitativos (indicadores de desempenho) previamente acordados;

• Para isto, substituir a administração pública burocrática, rígida, voltada para o controle a priori dos processos, pela administração pública gerencial, baseada no controle a posteriori dos resultados e na competição administrada.

• Fortalecer práticas de adoção de mecanismos que privilegiem a participação popular tanto na formulação quanto na avaliação de políticas públicas, viabilizando o controle social das mesmas.

Objetivos para os Serviços Não-exclusivos:

• Transferir para o setor publico não-estatal estes serviços, através de um programa de “publicização”, transformando as atuais fundações públicas em organizações sociais, ou seja, em entidades de direito privado, sem fins lucrativos, que tenham autorização específica do poder legislativo para celebrar contrato de gestão com o poder executivo e assim ter direito a dotação orçamentária.

• Lograr, assim, uma maior autonomia e uma conseqüente maior responsabilidade para os dirigentes desses serviços.

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• Lograr adicionalmente um controle social direto desses serviços por parte da sociedade através dos seus conselhos de administração. Mais amplamente, fortalecer práticas de adoção de mecanismos que privilegiem a participação da sociedade tanto na formulação quanto na avaliação do desempenho da organização social, viabilizando o controle social.

• Lograr, finalmente, uma maior parceria entre o Estado, que continuará a financiar a instituição, a própria organização social, e a sociedade a que serve e que deverá também participar minoritariamente de seu financiamento via compra de serviços e doações.

• Aumentar, assim, a eficiência e a qualidade dos serviços, atendendo melhor o cidadão-cliente a um custo menor.

Objetivos para a Produção para o Mercado:

• Dar continuidade ao processo de privatização através do Conselho de Desestatização.

• Reorganizar e fortalecer os órgãos de regulação dos monopólios naturais que forem privatizados.

• Implantar contratos de gestão nas empresas que não puderem ser privatizadas.

A letra “D” é errada. São os serviços não exclusivos que são transferidos, e não as atividades exclusivas.

A letra “E” é certa. É o processo de publicização.

Gabarito: E.

3. (MINHA AUTORIA) Para a Gestão Pública Empreendedora, governo empreendedor não é sinônimo de governo empresário, pois governar não é a mesma coisa que administrar uma empresa. Acerca desse assunto, assinale a opção incorreta.

a) Os empresários são movidos pela busca do lucro; as autoridades governamentais se orientam pelo desejo de serem reeleitas.

b) As empresas recebem dos clientes a maior parte dos seus recursos; os governos são custeados pelos contribuintes.

c) As empresas normalmente trabalham em regime de competição; os governos usam habitualmente o sistema do monopólio.

d) As empresas buscam maximizar o retorno sobre o capital investido, os governos não podem ter uma perspectiva de lucro.

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e) O controle das empresas é feito pelo mercado; o da administração pública é feito pela sociedade mediante políticos eleitos;

Segundo Osborne e Gaebler, que escreveram o livro “Reinventando o governo: como o espírito empreendedor está transformando o setor público”, uma coisa importante em relação ao conceito de governo empreendedor é não confundir com governo empresário. O verdadeiro significado da palavra empreendedor é bem mais amplo. Segundo os autores, ela foi usada inicialmente por volta do ano 1800, para se referir àquele que “movimenta recursos econômicos de um setor de menor produtividade para um outro de maior produtividade e melhor rendimento”. Em outras palavras, o empreendedor emprega recursos de novas formas, para maximizar a produtividade e a eficiência.

A partir desta noção de que empreendedor não é a mesma coisa que empresário, os autores defendem que não se pode “governar como quem administra uma empresa”. Os autores afirmam que o governo é uma instituição fundamentalmente diferente da empresa.

Os empresários são motivados pela busca do lucro; as autoridades governamentais se orientam pelo desejo de serem reeleitas. As empresas recebem dos clientes a maior parte dos seus recursos; os governos são custeados pelos contribuintes. As empresas trabalham em regime de competição; os governos usam habitualmente o sistema de monopólio.

Podemos ver que as letras “A”, “B” e “C” são certas.

A letra “D” é errada. Vamos rever os princípios do governo empreendedor:

Princípios do Governo Empreendedor

1. Preferência às alternativas de produção externa de bens e serviços: terceirização, parcerias governo-sociedade civil, voluntarismo etc.;

2. Gestão participativa de programas e projetos com clientes;

3. Estímulo à competição interna e externa;

4. Desregulamentação interna, simplificação organizacional e clarificação de papeis e missões;

5. Avaliação e financiamentos baseados em resultados;

6. Imagem do cliente como consumidor: com direito a escolhas, pesquisas de preferências e atitudes, treinamento de atendimento e formulários de sugestões;

7. Criação de centros de resultados financeiros, promovendo ação

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pública rentável;

8. Antevisão estratégica de serviços;

9. Descentralização e desconcentração: controle hierárquico versus autoridade, desenvolvimento de equipes (team building), gestão participativa, cooperação trabalhadores-gerentes, círculos de controle de qualidade e programas de desenvolvimento gerencial; e

10. Atingimento das finalidades governamentais através da reestruturação do mercado.

Podemos ver que o 7º princípio é a “Criação de centros de resultados financeiros, promovendo ação pública rentável”. Segundo os autores, nos governos burocráticos, os sistemas orçamentários levam as pessoas a gastar dinheiro, sem qualquer preocupação de produzi-lo. Na maioria dos governos, poucas pessoas fora dos departamentos financeiros sequer pensam sobre receitas. Ninguém se preocupa com o lucro. A palavra lucro é vista pelos governos tradicionais como um verdadeiro pecado.

Os governos empreendedores, terrivelmente pressionados pela crise fiscal da década de 1980, concentram-se na busca de receitas não tributárias. Passaram a mensurar o nível de retorno de cada investimento. Não se quer dizer, com isso, que a maioria dos serviços públicos deva ser vendida visando ao lucro. Ao contrário! Mas muitos serviços beneficiam indivíduos isolados.

A letra “E” é certa. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado também traça algumas diferenças entre a administração gerencial e a administração de empresas:

A administração pública gerencial inspira-se na administração de empresas, mas não pode ser confundida com esta última. Enquanto a receita das empresas depende dos pagamentos que os clientes fazem livremente na compra de seus produtos e serviços, a receita do Estado deriva de impostos, ou seja, de contribuições obrigatórias, sem contrapartida direta. Enquanto o mercado controla a administração das empresas, a sociedade - por meio de políticos eleitos - controla a administração pública. Enquanto a administração de empresas está voltada para o lucro privado, para a maximização dos interesses dos acionistas, esperando-se que, através do mercado, o interesse coletivo seja atendido, a administração pública gerencial está explícita e diretamente voltada para o interesse público.

A primeira diferença a que o PDRAE se refere é a mesma que vimos acima: as empresas recebem seus recursos dos clientes e os governos dos impostos. A terceira diferença também já foi vista, que é o fato de a motivação das

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empresas ser o lucro e da administração pública o interesse público. Há uma diferença que não foi falada antes:

O controle das empresas é feito pelo mercado; o da administração pública é feito pela sociedade mediante políticos eleitos;

Gabarito: D.

4. (FCC/SGP-SP/2009) Governança e governabilidade são conceitos imbricados, porém não coincidentes, a respeito dos quais é correto afirmar:

a) correspondem, ambos, à forma de atuação do Estado e da administração para consecução dos objetivos públicos, sendo governança, contudo, um conceito mais restrito, na medida em que não diz respeito ao aparelho administrativo.

b) a crise de governabilidade esta ligada com a ideia de reforma do aparelho do Estado, enquanto a crise de governança com a ideia de reforma do próprio Estado.

c) correspondem, ambos, às condições políticas para atuação administrativa, porém governança é um conceito mais amplo, que engloba também o papel do Estado de regulação da atividade econômica.

d) governança diz respeito aos pré-requisitos institucionais para a otimização do desempenho administrativo, enquanto a governabilidade diz respeito às condições políticas em que se efetivam as ações administrativas, tais como legitimidade e credibilidade.

e) governabilidade é a forma como o aparelho estatal implementa as políticas públicas pelo Governo e governança, por seu turno, corresponde ao alinhamento desta atuação com as condições políticas vigentes.

A letra “A” é errada. Já vimos na aula demonstrativa, na prova de AFRFB de 2009, que foi considerada a afirmação de que a governança é um conceito mais amplo que a governabilidade. Aqui podemos ver que é o mesmo entendimento. A governança diz respeito sim ao aparelho administrativo. Além disso, a forma de atuação da administração pública para consecução dos objetivos refere-se à governança apenas.

A letra “B” é errada, é o inverso. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado fala em “Reforma do Aparelho do Estado” ao invés de “Reforma do

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Estado” não sem motivo. A maior parte dos autores associa a reforma do Estado à busca de maior governabilidade e a reforma do aparelho do Estado à busca de maior governança. Segundo o próprio PDRAE:

O governo brasileiro não carece de “governabilidade”, ou seja, de poder para governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta na sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de governança, na medida em que sua capacidade de implementar as políticas públicas é limitada pela rigidez e ineficiência da máquina administrativa.

Portanto, não havia um problema de governabilidade, mas sim de governança.

A letra “C” é errada, as condições políticas referem-se à governabilidade apenas. O restante está certo.

A letra “D” é certa, ela foi copiada do livro “Governabilidade e governança na reforma do Estado”, de Leonardo Valles Bento, segundo quem:

Governança diz respeito aos pré-requisitos institucionais para otimização do desempenho administrativo, isto é, o conjunto dos instrumentos técnicos de gestão que assegure a eficiência e a democratização das políticas púbicas.

A letra “E” é errada, inverteu os conceitos.

Gabarito: D.

5. (ESAF/ANEEL/2004) Assinale a única opção que identifica três princípios da gestão pública pela qualidade.

a) Foco no cliente, controle, indicadores.

b) Melhoria contínua, valorização das pessoas e gestão baseada em processos e informações.

c) Visão de futuro, coordenação, gestão participativa.

d) Foco em resultados, liderança, agilidade.

e) Liderança, cooperação, disseminação.

O Programa Qualidade e Participação, instituído pelo Plano Diretor, trazia os princípios da gestão pública de qualidade:

Satisfação do Cliente: Os órgãos e as entidades públicas devem conhecer e ouvir os seus clientes internos e externos - que são os demais órgãos e entidades públicas, os servidores, e, principalmente, os cidadãos – que representam, na verdade, os legítimos destinatários da ação pública, estabelecendo mecanismos que viabilizem a parceria com eles e a

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superação das suas expectativas.

Envolvimento de Todos os Servidores: A alta administração, o corpo gerencial e a base operacional devem envolver-se com a Qualidade, assumindo o compromisso com a melhoria contínua da Administração Pública.

Gestão Participativa: A gestão pela Qualidade é participativa, ou seja, pressupõe a convocação dos servidores a participar da melhoria de seus processos de trabalho; estabelece a cooperação entre gerentes e gerenciados; dissemina informações organizacionais; compartilha desafios; coloca a decisão o mais próximo possível da ação.

Gerência de Processos: O processo é o centro prático da gestão pela Qualidade. Isto significa: identificar e analisar os processos da organização; estabelecer metas de melhoria e aperfeiçoamento desses processos; avaliar os processos pelos resultados frente aos clientes; normalizar os estágios de desenvolvimento atingidos pelos processos.

Valorização do Servidor Público: A valorização do servidor público (cliente interno) é uma garantia ao cumprimento da missão da Administração Pública de atender com qualidade aos seus clientes externos - o cidadão.

Constância de Propósitos: A alta administração tem o dever indelegável de estabelecer e compartilhar com toda a organização objetivos de longo prazo que permitam coerência e efetividade de seus projetos e de suas ações. O planejamento estratégico é o instrumento por excelência do sistema de gestão pela Qualidade e fator de coerência do processo decisório.

Melhoria Contínua: A melhoria é um processo contínuo inesgotável e está alicerçada no estímulo à criatividade e no estabelecimento permanente de novos desafios.

Não aceitação de erros: O compromisso com o fazer certo deve ser um traço da cultura de uma organização pública de qualidade. O desconforto com o erro, e o combate ao desperdício são atitudes que evidenciam a internalização deste princípio.

Atualmente, o programa em vigor no governo federal é o Gespública, cujo Modelo de Excelência em Gestão Pública traz alguns princípios da gestão púbica de qualidade, muito semelhantes ao anterior:

Pensamento sistêmico: entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização,

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bem como entre a organização e o ambiente externo, com foco na sociedade.

Aprendizado organizacional: busca contínua e alcance de novos patamares de conhecimento, individuais e coletivos, por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de informações e experiências.

Cultura da Inovação: promoção de um ambiente favorável à criatividade, à experimentação e à implementação de novas idéias que possam gerar um diferencial para a atuação da organização.

Liderança e constância de propósitos: a liderança é o elemento promotor da gestão, responsável pela orientação, estímulo e comprometimento para o alcance e melhoria dos resultados organizacionais e deve atuar de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando o desenvolvimento da cultura da excelência, a promoção de relações de qualidade e a proteção do interesse público. É exercida pela alta administração, entendida como o mais alto nível gerencial e assessoria da organização.

Orientação por processos e informações: compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e a execução de ações devem ter como base a medição e análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis.

Visão de Futuro: indica o rumo de uma organização e a constância de propósitos que a mantém nesse rumo. Está diretamente relacionada à capacidade de estabelecer um estado futuro desejado que dê coerência ao processo decisório e que permita à organização antecipar-se às necessidades e expectativas dos cidadãos e da sociedade. Inclui, também, a compreensão dos fatores externos que afetam a organização com o objetivo de gerenciar seu impacto na sociedade.

Geração de Valor: alcance de resultados consistentes, assegurando o aumento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes interessadas.

Comprometimento com as pessoas: estabelecimento de relações com as pessoas, criando condições de melhoria da qualidade nas relações de trabalho, para que elas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometimento, de

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oportunidade para desenvolver competências e de empreender, com incentivo e reconhecimento.

Foco no cidadão e na sociedade: direcionamento das ações públicas para atender, regular e continuamente, as necessidades dos cidadãos e da sociedade, na condição de sujeitos de direitos, beneficiários dos serviços públicos e destinatários da ação decorrente do poder de Estado exercido pelas organizações públicas.

Desenvolvimento de parcerias: desenvolvimento de atividades conjuntamente com outras organizações com objetivos específicos comuns, buscando o pleno uso das suas competências complementares para desenvolver sinergias.

Responsabilidade social: atuação voltada para assegurar às pessoas a condição de cidadania com garantia de acesso aos bens e serviços essenciais, e ao mesmo tempo tendo também como um dos princípios gerenciais a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas naturais, potencializando a capacidade das gerações futuras de atender suas próprias necessidades.

Controle Social: atuação que se define pela participação das partes interessadas no planejamento, acompanhamento e avaliação das atividades da Administração Pública e na execução das políticas e dos programas públicos.

Gestão participativa: estilo de gestão que determina uma atitude gerencial da alta administração que busque o máximo de cooperação das pessoas, reconhecendo a capacidade e o potencial diferenciado de cada um e harmonizando os interesses individuais e coletivos, a fim de conseguir a sinergia das equipes de trabalho.

A letra “A” é errada. O foco no cliente está certo. O controle está muito vago, não sabemos que tipo de controle é esse, mas acredito que esteja errado, porque seria um controle burocrático. Não vimos nada de indicadores, mas não dá para dizer que esteja errado, pois nenhum gestão será de qualidade sem indicadores.

A letra “B” é certa. Podemos ver esses princípios nos dois programas.

A letra “C” foi dada como errada. Essa questão é muito mal elaborada, porque ela entende que apenas o que é explicitamente mencionado nos programas de qualidade são princípios de uma gestão pública de qualidade. Nessa letra “C”, podemos ver três coisas importantes para a qualidade: visão de futuro,

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coordenação e gestão participativa. Porém, nenhum dos dois programas menciona coordenação. Então ela não seria necessária para a qualidade????

As letras “D” e “E” são a mesma coisa, trazem aspectos que seriam de uma gestão de qualidade, mas não estão mencionados explicitamente.

Gabarito: B.

6. (ESAF/STN/2000) “Reengenharia significa o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais com vista a alcançar drásticas melhorias” (Michael Hammer). Esse conceito possui quatro dimensões: fundamental, radical, drástica e de processo. Assinale a opção a seguir que melhor expressa o significado de cada uma dessas dimensões, na seqüência indicada.

a) concentrar-se nos objetivos - reinventar - jogar fora o que existe - imprimir a especialização de tarefas

b) pensar nos objetivos - jogar fora o que existe - atuar de forma gradual e incremental – rever a forma de chegar ao produto final

c) concentrar-se no que existe - reinventar – agir de forma incremental - rever o como fazer segundo a visão de sistemas

d) concentrar-se nos objetivos - reinventar - destruir o antigo - fazer segundo a visão de sistemas

e) pensar nos objetivos - agir de forma incremental - concentrar-se no que existe - rever a forma de chegar ao produto final

Já vimos na questão 26 da aula passada esse conceito de Hammer e quatro aspectos ligados a ele, mas que não eram os mesmo apontados pela questão. Vamos agora olhar sobre esses quatro da questão agora:

O fundamental significa aquilo que é importante para a organização, que são os objetivos.

Radical é ir até a raiz, começar do zero, reinventar.

Drástica significa melhorias grandes, algo que reformule a organização por completo, e não melhorias marginais, incrementais, que mantém o antigo e fazem apenas alguns retoques, é destruir o antigo.

Vimos na aula passada, questão 27, que a gestão por processos busca adicionar uma visão global, o invés da departamental, que separava os

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processos em compartimentos que não se comunicam. É uma visão sistêmica, que olha o todo, e não as partes.

Gabarito: D.

7. (ESAF/ANEEL/2004) Indique a opção que apresenta corretamente iniciativas governamentais no sentido de disponibilizar informações e dar transparência, utilizando tecnologia de informação, às ações estatais no Brasil, dando cumprimento a dispositivo da Constituição de 1988.

a) Centralização do processo de compra da União, emissão da folha de pagamento do funcionalismo público, declaração do imposto sobre serviços.

b) Sistema integrado de administração financeira, pregão eletrônico virtual, apuração das eleições.

c) Emissão da folha de pagamento do funcionalismo público, apuração das eleições, controle da manutenção dos veículos oficiais.

d) Declaração do imposto sobre serviços. Sistema integrado de administração financeira, controle da manutenção dos veículos oficiais.

e) Emissão da folha de pagamento do funcionalismo público, pregão eletrônico virtual, centralização do processo de compra da União.

A letra “A” é errada, traz instrumentos de tecnologia da informação voltados apenas para a gestão, não para a transparência.

A letra “B” é certa. O SIAFI tem como um de seus objetivos também a transparência, como já coloquei na questão 06 da aula demonstrativa, apesar de não estar disponível na internet. O pregão eletrônico tem como principal objetivo aumentar a competição nas licitações, mas também propicia mais transparência porque as pessoas podem acompanhar pela internet. A apuração eletrônica das eleições também disponibiliza a informação para a sociedade de forma mais segura e rápida.

As letras “C”, “D” e “E” são erradas, mesma coisa que a letra “A”, fora a apuração das eleições, o SIAFI e o pregão eletrônico.

Gabarito: B.

8. (ESAF/CGU/2004) De acordo com o Decreto nº 1.171/1994 (Código de Conduta do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), são deveres fundamentais do servidor público:

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I. tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público.

II. omitir a verdade sobre fato que prejudique a Administração e beneficie o cidadão.

III. ser assíduo e freqüente ao serviço.

IV. facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito.

Estão corretos os itens:

a) I, II e III

b) II, III e IV

c) I, III e IV

d) I, II e IV

e) I, II, III e IV

Segundo o Código de Ética:

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;

l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

As afirmações I, III e IV são certas.

Ainda segundo o Decreto:

Das Regras Deontológicas

VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

A afirmação II é errada.

Gabarito: C.

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9. (ESAF/SEFAZ-CE/2006) Assinale a opção falsa em relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO prevista no art. 165 da Constituição Federal.

a) A iniciativa da lei é prerrogativa do Poder Executivo.

b) Deverá orientar a elaboração da lei orçamentária anual.

c) A LDO deverá trazer as modificações na legislação tributária que impactarão a arrecadação do exercício seguinte.

d) Compreenderá as metas de despesa de capital para o exercício financeiro subseqüente.

e) Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

A letra “A” é certa, já vimos na questão 20 da aula passada que as leis orçamentárias são de iniciativa do Presidente da República. Segundo a CF88:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

A letra “B” é certa, segundo a CF88:

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

A letra “C” é errada. A LDO não traz as alterações na legislação tributária, ela apenas dispõe sobre elas, ou seja, indica como deverão ocorrer. Vamos ver o mesmo dispositivo:

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

A letra “D” é certa, também está nesse parágrafo 2º:

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração

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da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

A letra “E” é certa. Está no final do dispositivo:

§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

Gabarito: C.

10. (ESAF/TCU/2006) Nos termos da Constituição Federal, pode-se afirmar que

a) o Tribunal de Contas da União – TCU – é órgão vinculado ao Senado da República.

b) as Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete conselheiros.

c) as decisões do TCU não se submetem a controle judicial.

d) os Ministros do Tribunal de Contas da União têm as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

e) a titularidade do Controle Externo, no Brasil, pertence ao Tribunal de Contas da União.

A letra “A” é errada, o TCU é um órgão independente, ele auxilia o Congresso Nacional no controle externo, mas nem mesmo a ele está vinculado.

A letra “B” é certa, segundo a CF88:

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.

Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.

A letra “C” é errada, mas temos que tomar cuidado aqui. Todas as decisões, de quem quer que seja, se submetem ao Judiciário. Porém, este não pode entrar

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em determinados aspectos das decisões do TCU, ele não pode adentrar naquilo que é de competência dos Tribunais de Contas. Segundo Seabra Fagundes:

Não obstante isso, o art. 70, § 4º, lhe comete o julgamento da regularidade ‘das contas dos administradores e demais responsáveis por bens e valores públicos’, o que implica investi-lo no parcial exercício da função judicante. Não bem pelo emprego da palavra julgamento, mas sim pelo sentido definitivo da manifestação da Corte, pois se a regularidade das contas pudesse dar lugar a nova apreciação (pelo Poder Judiciário), o seu pronunciamento resultaria em mero e inútil formalismo. Sob esse aspecto restrito (o criminal fica à Justiça da União) a Corte de Contas decide conclusivamente. Os órgãos do Poder Judiciário carecem de jurisdição para examiná-lo

Segundo Jorge Ulisses Jacoby Fernandes:

o exercício da função de julgar não é restrito ao Poder Judiciário. Os Tribunais de Contas possuem a competência constitucional de julgar contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos. O termo julgamento não pode ter outro significado que não corresponda ao exercício da jurisdição, o qual só é efetivo se produzir coisa julgada;

O Judiciário poderá apenas rever decisão dos TCs caso haja lesão ou ameaça de direito, caso fique comprovada ilegalidade. Porém, não pode entrar no mérito da decisão.

A letra “D” é errada. Segundo a CF88:

§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.

A letra “E” é errada. A titularidade do controle externo é do Congresso Nacional, que o exerce com o auxílio do TCU.

Gabarito: B.

1.2 SIMULADO 2

11. (ESAF/STN/2000) O Brasil, conforme reza o art. 1º da Constituição Federal, é uma República Federativa, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. Quanto à forma, podemos afirmar que o Brasil é um Estado

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a) unitário ou republicano, uma vez que existe uma unidade de poder sobre o território, pessoas e bens .

b) composto ou federal, uma vez que existe uma repartição regional de poderes autônomos.

c) unitário ou federal, uma vez que existe a união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal.

d) composto ou republicano, uma vez que é formado de Estados-membros que possuem ampla liberdade administrativa, política e econômica.

e) unitário ou federal, uma vez que possui um centro de poder que se estende por todo o território e sobre toda a população.

Não podemos confundir “formas de governo” com “sistemas de governo”. As formas são a monarquia e a república, enquanto os sistemas são o presidencialismo e o parlamentarismo. Temos ainda as formas de Estado: unitários ou federados. E é esta última que é cobrada pela questão.

Nossa forma de Estado é o federalismo, chamado também de Estado composto, em que os entes federados são dotados de autonomia. Segundo Georges Scelle o sistema federativo repousa sobre dois princípios essenciais:

a lei da participação: os estados membros tomam parte da formação da vontade estatal referida a toda ordem federativa.

a lei da autonomia: há competência constitucional própria e primária para organizar, estatuir e gerir o seu ordenamento, dentro dos limites traçados pela Constituição federal. Não depende da União naquilo que constitui a esfera de suas atribuições específicas. É dotado de poder constituinte

O poder político é compartilhado pela União e pelas unidades federadas. Além do governo federal, existem governos estaduais dotados de autonomia política, podendo fixar sua própria orientação nos assuntos de seu interesse, desde que não contrariem a Constituição Federal. No Brasil ainda temos os municípios como entes federativos, ou seja, um terceiro nível.

Gabarito: B.

12. (ESAF/STN/2005) Um dos aspectos mais relevantes do processo de reforma do Estado que vem ocorrendo desde a década de 80 em grande parte dos países ocidentais é a mudança do modelo de gestão pública, do

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paradigma burocrático para o gerencial. Não se incluem entre os atributos característicos do paradigma gerencial na administração pública os itens:

1 - Ênfase na eliminação das rotinas, na flexibilidade dos procedimentos e na qualidade dos bens e serviços.

2 - A orientação para a busca de resultados em atendimento às demandas dos cidadãos.

3 - A responsabilização por resultados segundo critérios de prioridade política.

4 - A profissionalização e capacitação contínua dos servidores públicos.

5 - A gestão participativa, com o envolvimento dos membros das agências públicas e da sociedade na escolha dos seus dirigentes e na avaliação do desempenho e dos resultados das atividades realizadas.

a) 3 e 5

b) 4 e 5

c) 3 e 4

d) 2 e 4

e) 1 e 2

Podemos enumerar os seguintes princípios da administração gerencial:

Princípios da Administração Gerencial

Descentralização administrativa, através da delegação de autoridade para os administradores públicos transformados em gerentes crescentemente autônomos;

Descentralização do ponto de vista político, transferindo recursos e atribuições para os níveis políticos regionais e locais.

Organizações com poucos níveis hierárquicos ao invés de piramidal,

Pressuposto da confiança limitada e não da desconfiança total;

Controle por resultados, a posteriori, ao invés do controle rígido, passo a passo, dos processos administrativos;

Administração voltada para o atendimento do cidadão, ao invés de auto-referida.

A afirmação 1 é certa, o modelo gerencial tem como princípio a maior flexibilidade e a autonomia.

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A afirmação 2 é cera, o foco é no resultado e na satisfação dos cidadãos.

A afirmação 3 é errada porque a responsabilização por resultados é segundo critérios objetivos, segundo o alcance de metas por meio de indicadores.

A afirmação 4 é certa, a administração gerencial também busca a profissionalização, característica da burocracia.

A afirmação 5 é errada, a sociedade não participa da escolha dos dirigentes das agências públicas.

Gabarito: A.

13. (ESAF/CGU/2004) Considerando as reformas administrativas da era Vargas (década de 40), do Governo Militar (final dos anos 60) e do governo Fernando Henrique (reforma de 1995), assinale a opção correta.

a) Na reforma do final dos anos 60, buscava-se profissionalizar a administração pública brasileira, estabelecendo diferentes regimes de contratação para ingresso no serviço público. Também se criaram estruturas organizacionais autônomas como sociedades limitadas e organizações não governamentais.

b) Na reforma dos anos 40, buscava-se profissionalizar a administração pública brasileira, estabelecendo o estatuto do funcionalismo público e com este o princípio do mérito para ingresso no serviço público. Também se criaram estruturas organizacionais para cuidar de pessoal, orçamento e material.

c) Na reforma de 1995, prevalece o estatuto do funcionalismo público e com este o princípio de promoção por antiguidade. Também se criam estruturas organizacionais autônomas como autarquias, fundações de direito público e empresas estatais.

d) Na reforma dos anos 40, prevalece o clientelismo, estabelecendo diferentes regimes de contratação para ingresso no serviço público. Também se criam estruturas organizacionais na administração pública direta como sociedades anônimas, de economia mista e empresas públicas.

e) Na reforma de 1995, buscava-se profissionalizar a administração pública brasileira, estabelecendo regras de ingresso no funcionalismo público e sistema de promoção por antiguidade. Também se criaram estruturas organizacionais autônomas para cuidar de pessoal, orçamento e material.

A letra “A” é errada. Segundo Bresser Pereira:

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O aspecto mais marcante da Reforma Desenvolvimentista de 1967 foi a desconcentração para a administração indireta, particularmente para as fundações de direito privado criadas pelo Estado, as empresas públicas e as empresas de economia mista, além das autarquias, que já existiam desde 1938.

Bresser fala em “desconcentração para a administração indireta”, mas o correto seria “descentralização”. A estratégia de descentralização adotada pela reforma de 1967, predominantemente identificada com a criação da administração indireta, decorreu a expansão da intervenção estatal. Esta expansão, sobretudo no setor econômico, requereu a adoção de padrões de mercado concorrendo para a seleção e recrutamento de pessoal dotado de habilidades específicas e, deste modo, ajudando a consolidar um segmento de tecnocratas de importância estratégica no âmbito da administração descentralizada. Segundo o Decreto-Lei 200:

Art. 124. O pessoal técnico especializado destinado a funções de assessoramento superior da Administração Civil será recrutado no setor público e no setor privado, selecionado segundo critérios específicos, submetido a contínuo treinamento e aperfeiçoamento que assegurem o conhecimento e utilização das técnicas e instrumentos modernos de administração, e ficará sujeito ao regime da Legislação Trabalhista.

A ditadura usou a mesma estratégia já empregada por JK: para fugir da burocracia da administração direta, buscou utilizar a administração indireta, mais autônoma que a primeira.

Houve sim a criação de estruturas autônomas, mas não organizações não governamentais, eram entidades da administração indireta.

A letra “B” é certa. Em 1939 surgiu o primeiro “Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União”, por meio do Decreto-Lei 1.713. Depois ainda tivemos o segundo estatuto, Lei 1.711/1952, e o terceiro, Lei 8.112/1990. A reforma administrativa dá início a implantação do modelo racional-legal no Brasil, através de um grande esforço de Vargas para normatizar e padronizar os principais procedimentos da administração pública, sob grande influência da administração científica. Busca-se racionalizar os processos administrativos, principalmente em três áreas consideradas o tripé da administração burocrática no país:

Tripé da implantação da administração burocrática no Brasil

Administração de materiais

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Administração de Pessoal

Administração Financeira:

A letra “C” é errada, a reforma de 1995 é gerencial, busca quebrar o regime jurídico único e prevalece o mérito, o desempenho. Além disso, o Plano Diretor buscou diminuir a quantidade de entidades na administração indireta, privatizando e publicizando.

A letra “D” é errada. Com a reforma do Governo Vargas é criado o concurso público. Segundo a Constituição Federal de 1934:

Art. 170 - O Poder Legislativo votará o Estatuto dos Funcionários Públicos, obedecendo às seguintes normas, desde já em vigor:

2º) a primeira investidura nos postos de carreira das repartições administrativas, e nos demais que a lei determinar, efetuar-se-á depois de exame de sanidade e concurso de provas ou títulos.

Outro erro da alternativa está no fato de as entidades citadas serem da administração indireta, e não da direta.

A letra “E” é errada. Não é nada da reforma de 1995.

Gabarito: B.

14. (FCC/BAHIAGÁS/2010) Accountability é

(A) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo com a sociedade.

(B) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das crenças e das opiniões subjetivas, e seus princípios são justificações do direito de mandar.

(C) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior transparência e a exposição das políticas públicas.

(D) a capacidade do governo de representar os interesses de suas próprias instituições.

(E) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração das agências, por meio dos princípios de governança corporativa do setor privado.

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A letra “A” é errada, traz o conceito de governabilidade. Segundo Bresser Pereira:

A governabilidade e a governança são conceitos mal-definidos, freqüentemente confundidos. Para mim, governabilidade é uma capacidade política de governar derivada da relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade; governança é a capacidade financeira e administrativa, em sentido amplo, de um governo implementar políticas

A letra “B” é errada, trata-se da legitimidade. Segundo José Matias Pereira:

Por legitimidade deve-se entender o reconhecimento que tem uma ordem política. A legitimidade depende das crenças e das opiniões subjetivas. Os princípios de legitimidade são justificações do poder, ou seja, o direito de mandar.

A letra “C” é certa. Segundo José Jardim:

Considera-se ‘accountability’ o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores governamentais a prestar contas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior transparência e a exposição das políticas públicas. Quanto maior a possibilidade dos cidadãos poderem discernir se os governantes estão agindo em função do interesse da coletividade e sancioná-los apropriadamente, mais accountable é um governo. Trata-se de um conceito fortemente relacionado ao universo político administrativo anglo-saxão

A letra “D” é errada, governabilidade novamente. Já vimos o seguinte texto na questão 16 da aula 02, de Edmilson Francisco de Oliveira:

Esse esforço teórico mostrou que a principal diferença entre governabilidade e governança está na forma como a legitimidade das ações dos governos é entendida. Enquanto no conceito de governabilidade a legitimidade vem da capacidade do governo de representar os interesses de suas próprias instituições. No conceito de governança, parte de sua legitimidade vem do processo, do entendimento de que, quando grupos específicos da população quando participam da elaboração e implantação de uma política pública, ela tem mais chances de ser bem sucedida em seus objetivos.

A letra “E” é errada, sinceramente não sei ao que eles estão se referindo com “aquisição e centralização do poder do setor público na administração das agências”.

Gabarito: C.

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15. (MINHA AUTORIA) Acerca da gestão pública empreendedora, assinale a opção incorreta:

a) Baseia-se na prescrição de técnicas originariamente empresariais, tais como reengenharia, gestão da qualidade total, redimensionamento, etc., à gestão de organizações públicas.

b) Dá preferência a alternativas de produção externa de bens e serviços: terceirização, parcerias governo-sociedade civil, voluntarismo etc.

c) Defende o atingimento das finalidades governamentais através da reestruturação pelo Estado.

d) Constitui uma alternativa crítica ao modelo liberal de administração pública minimalista, porque prega um Estado atuante, uma administração pública ativista, cujo alcance é, todavia, inspirado por critérios de eficiência empresarial.

e) Prescreve um setor público como empreendedor seletivo, baseado nos critérios empresariais, até mesmo competitivos dentre si e com o setor privado.

Esta questão eu copiei do texto “Burocracia e a revolução gerencial — a persistência da dicotomia entre política e administração”, de Humberto Falcão Martins, disponível em:

http://www.enap.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=2753

Nesse texto, o empreendedorismo governamental é abordado numa parte pequena, de duas páginas, mas ainda assim importante.

A letra “A” é certa. Segundo Martins:

Um terceiro modelo de administração pública alcançou, de uma forma incisiva, lugar central nas discussões acadêmica e política no campo da administração pública nos anos 90. O empreendedorismo público baseia-se na prescrição de técnicas originariamente empresariais, tais como reengenharia, gestão da qualidade total, redimensionamento, etc., à gestão de organizações públicas. Abordagens originariamente empresariais, inclusive qualidade e reengenharia, são recomendadas ao ambiente da administração pública baseadas no argumento de que há pressões crescentes para o aprimoramento dos serviços e a redução de despesas, mediante restrições orçamentárias

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Ele fala em terceiro modelo porque no texto está sendo feita uma comparação do empreendedorismo com o modelo ortodoxo (muito próximo ao weberiano) e com a concepção liberal.

A letra “B” é certa. Por um lado, o empreendedorismo defende a redução das atividades estatais. Martins enumera os dez princípios dessa escola, entre os quais:

1) preferência a alternativas de produção externa de bens e serviços: terceirização, parcerias governo-sociedade civil, voluntarismo etc.;

Assim, o empreendedorismo se aproxima da visão liberal no sentido de buscar a execução dos serviços fora do Estado, como está no princípio 10.

10) atingimento das finalidades governamentais através da reestruturação do mercado.

A letra “C” é errada porque a reestruturação é pelo mercado, e não pelo Estado. Segundo Osborne e Gaebler, os governos não têm a capacidade de resolver todos os problemas sozinhos, nem mesmo uma significativa parcela deles. Por isso, devem utilizar as decisões dos agentes privados como uma forma de alavancagem na prestação de serviços, de modo a alcançar metas coletivas. Trata-se de um método clássico de atividade governamental empreendedora: implica um governo ativo, mas não burocrático.

Porém, apesar dessa aproximação com o liberalismo, temos que tomar cuidado, pois os dois modelos apresentam divergências. A letra “D” é certa.

Por um lado, esta visão de Estado empreendedor se constitui uma alternativa crítica ao modelo liberal de administração pública minimalista, porque prega um Estado atuante, uma administração pública ativista, cujo alcance é, todavia, inspirado por critérios de eficiência empresarial. Por outro lado, o paradigma do empreendedorismo público se coloca como uma alternativa crítica ao modelo burocrático ortodoxo, porque prescreve, em larga e irrestrita escala, métodos e técnicas de administração de empresas. No âmbito micro-organizacional, propõe a adoção de tecnologia gerencial de ponta.

Portanto, apesar de defender a execução das atividades fora do Estado, este não deixa de atuar, a administração pública ainda deve ser ativa, “empreendedora”, no sentido de que deve buscar fomentar a iniciativa privada para que esta também invista.

A letra “E” é certa, segundo Martins:

No âmbito macroorganizacional, prescreve um setor público como empreendedor seletivo, baseado nos critérios empresariais, até mesmo competitivos dentre si e com o setor privado

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Uma coisa importante em relação ao conceito de governo empreendedor é não confundir com governo empresário. O verdadeiro significado da palavra empreendedor é bem mais amplo. Segundo os autores, ela foi usada inicialmente por volta do ano 1800, para se referir àquele que “movimenta recursos econômicos de um setor de menor produtividade para um outro de maior produtividade e melhor rendimento”. Em outras palavras, o empreendedor emprega recursos de novas formas, para maximizar a produtividade e a eficiência.

Gabarito: C.

16. (ESAF/ANEEL/2004) Na coluna A, identificam-se algumas etapas do processo de planejamento estratégico e na coluna B, exemplificam-se fatores a serem considerados em cada etapa.

Coluna A

AI - Análise da situação estratégica atual

AII - Análise do ambiente

AIII - Análise interna

Coluna B

BI - Retorno do investimento, política de recursos humanos, participação no mercado, preços das compras.

BII - Missão e visão do negócio; clientes e mercado; vantagens competitivas; desempenho.

BIII - Concorrência, comportamento dos consumidores, mudanças tecnológicas, política econômica.

Relacione a coluna A com a coluna B e assinale a opção que indica a relação correta.

a) AI – BII; AII – BIII; AIII – BI

b) AI – BII; AII – BI; AIII – BIII

c) AI – BI; AII – BIII; AIII – BII

d) AI – BIII; AII – BII; AIII – BI

e) AI – BIII; AII – BI; AIII – BII

Essa questão foi tirada de Antonio Cesar Amaru Maximiano, do livro Teoria Geral da Administração. Quando vão fazer questões de técnicas de gestão como o planejamento estratégico, as bancas pegam os modelos propostos por

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diferentes autores. Em algumas podemos ver o modelo de Maximiano, em outras do Chiavenato, em outros do Djalma de Oliveira, etc. Assim, mesmo que vocês vejam questões com fases diferentes das que estudaram, tomem cuidado, porque pode ser de um autor diferente.

Segundo Maximiano, a estratégia de uma organização pode ser analisada segundo duas perspectivas principais:

As decisões tomadas no passado, que afetam a situação presente, chamada de situação estratégica;

As decisões que estão sendo tomadas no presente e que afetam o futuro da organização, decisões essas que são os planos estratégicos.

Segundo o autor:

A análise da situação estratégica ou posição estratégica é o ponto de partida para a elaboração do plano estratégico de uma organização. O diagnóstico deve focalizar cinco elementos: objetivos e metas, clientes e mercados, produtos e serviços, vantagens competitivas e desempenho.

Podemos ver que os elementos da situação estratégica estão na afirmação BII.

A análise do ambiente busca identificar as ameaças e oportunidades presentes fora da organização. Há diversas formas de dividir o ambiente para facilitar a análise. Os componentes que devem sempre ser considerados são os seguintes: ramo de negócios, ações do governo, tecnologia, conjuntura econômica e sociedade, entre os mais importantes. São fatores que não são controláveis pela organização. Michael Porter propõe os seguintes elementos para a análise das forças competitivas presentes no ambiente: poder dos consumidores; nível de saturação da concorrência; facilidade de entrada de novos concorrentes; facilidade de entrada de produtos substitutos. Podemos ver que os elementos da análise do ambiente estão na afirmação BIII.

Por fim, a análise interna corresponde à identificação dos pontos fortes e fracos dentro da organização, que pode ser realizada por meio de análise das áreas funcionais e benchmarking. Enquadra-se aqui também a avaliação de desempenho. Os elementos da análise do ambiente estão na afirmação BI.

Gabarito: A.

17. (ESAF/ANEEL/2004) O Modelo de Excelência em Gestão Pública representa o sistema referencial para a gestão pública. Está alicerçado no "estado da arte" da gestão contemporânea e alinhado com a natureza

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pública de nossas organizações. Assinale a assertiva que identifica as sete partes que integram esse modelo.

a) Planejamento estratégico, Cliente e mercado, Gestão de processos, Conhecimento, Eficiência, Eficácia, Qualidade.

b) Liderança, Estratégias e planos, Cidadãos e sociedade, Informação e conhecimento, Processos, Pessoas, Resultados.

c) Clientes, Responsabilidade e cidadania, Gestão de riscos, Processos, Recursos humanos, Orçamento, Qualidade.

d) Liderança, Gestão social, Planejamento, Gestão de recursos, Tecnologia da informação, Pessoas, Resultados.

e) Direção, Controle, Gestão do atendimento, Processos, Riscos, Informação, Desempenho global.

O Modelo de Excelência em Gestão Pública foi definido dentro do programa de qualidade do Governo Federal, o Gespública, disponível em:

http://www.gespublica.gov.br/projetos-acoes/pasta.2010-04-26.8934490474/Instrumento_ciclo_2010_22mar.pdf

O Modelo de Excelência possui uma representação gráfica que se baseia no Ciclo PDCA

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Temos aqui quatro blocos que representam o PDCA – Planejamento, Implementação, Controle e Agir Corretivamente.

Os quatro primeiros elementos (liderança, estratégias e planos, cidadãos e sociedade) compõem a primeira etapa, o planejamento, ou seja, é um planejamento participativo, que deve envolver a sociedade. Por meio da liderança forte da alta administração, que focaliza as necessidades dos cidadãos-usuários, os serviços, os produtos e os processos são planejados conforme os recursos disponíveis, para melhor atender esse conjunto de necessidades.

O segundo bloco – Pessoas e Processos - representa a execução do planejamento. Nesse espaço, concretizam-se as ações que transformam objetivos e metas em resultados. São as pessoas, capacitadas e motivadas, que operam esses processos e fazem com que cada um deles produza os resultados esperados.

O terceiro bloco – Resultados – representa o controle, pois serve para acompanhar o atendimento à satisfação dos destinatários dos serviços e da ação do Estado, o orçamento e as finanças, a gestão das pessoas, a gestão de suprimento e das parcerias institucionais, bem como o desempenho dos serviços/produtos e dos processos organizacionais.

O quarto bloco – Informações e Conhecimento – representa a inteligência da organização. Nesse bloco, são processados e avaliados os dados e os fatos da organização (internos) e aqueles provenientes do ambiente (externos), que não estão sob seu controle direto, mas, de alguma forma, influenciam o seu desempenho. Esse bloco dá à organização a capacidade de corrigir ou melhorar suas práticas de gestão e, conseqüentemente, seu desempenho. A informação e o conhecimento formam o bloco do “agir corretivamente”, buscando melhorar a gestão constantemente.

A questão ainda falava em sete partes, hoje já são oito, uma vez que foram separados cidadãos e sociedade.

Gabarito: B.

18. (ESAF/APO-MPOG/2010) Assinale a opção falsa a respeito da Lei Orçamentária Anual de que trata o art. 165 da Constituição Federal.

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a) No âmbito do Congresso Nacional, é analisada por comissão mista, cuja atribuição é o exame de matérias de natureza orçamentária.

b) O envio da proposta de lei ao Congresso Nacional é de competência do Presidente da República, para o orçamento do Poder Executivo, e dos chefes dos demais Poderes, para os seus respectivos orçamentos.

c) Em obediência ao princípio orçamentário da exclusividade, não poderá conter matéria estranha ao orçamento.

d) O orçamento de investimento das empresas que a União detenha a maioria do capital votante integra a Lei Orçamentária Anual.

e) O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

A letra “A” é certa. Segundo a CF88:

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

A letra “B” é errada, pois o orçamento é um só para os três poderes, e ele é encaminhado pelo Presidente da República. Esse ano houve um certo atrito entre o Executivo e o Judiciário, pois a Dilma retirou da proposta do Judiciário o valor referente ao reajuste salarial dos servidores da Justiça, e o presidente do STF mandou avisar que ela não poderia fazer isso, que o Judiciário tinha autonomia e que o Executivo não poderia alterar sua proposta. Segundo Cezar Peluzo: “ficou constando no penúltimo parágrafo que considerando a autonomia financeira e orçamentária do Supremo Tribunal Federal, o Poder Executivo não poderia alterar a mensagem. Ele teria que encaminhar a mensagem tal como foi proposta ao Legislativo, que decidiria”.

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A letra “C” é certa. Segundo a CF88:

§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.

Aqui temos o princípio da exclusividade, segundo o qual a lei orçamentária não poderá tratar de assuntos que não digam respeito a receitas e despesas públicas. Por exemplo, o orçamento não poderá criar cargos públicos, criar tributos, aumentar alíquotas de impostos ou fixar a remuneração de servidores. Todos estes fatos deverão ser objeto de lei específica.

O próprio dispositivo constitucional estabelece as exceções, quais sejam: a autorização na própria lei orçamentária para abertura de créditos suplementares (limitada) e a autorização para contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita (ARO).

A letra “D” é certa. Segundo a CF88:

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

A letra “E” é certa. Segundo a CF88:

§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

Gabarito: B.

19. (ESAF/CGU/2004) De acordo com o Decreto nº 1.171/1994 (Código de Conduta do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), é vedado ao servidor público:

I. valer-se do cargo para lograr proveito pessoal.

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II. desviar servidor público para atendimento a interesse particular.

III. fazer uso, em benefício próprio, de informação privilegiada obtida em razão do cargo.

IV. manter consigo, fora da repartição onde exerce suas funções, o computador portátil (notebook) que recebeu para uso no interesse do serviço.

Estão corretos os itens:

a) I, II e III

b) II, III e IV

c) I, III e IV

d) I, II e IV

e) I, II, III e IV

Segundo o Código de ética:

XV - E vedado ao servidor público;

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

As afirmações I, II e III são verdadeiras.

A afirmação IV é errada porque o servidor pode manter consigo o notebook, é exatamente para isso que ele é entregue ao servidor, para que ele possa fazer trabalhos fora da repartição.

Gabarito: A.

20. (ESAF/APO-MPOG/2010) Os sistemas de controle interno e de controle externo da administração pública federal se caracterizam por:

a) constituírem um mecanismo de retroalimentação de uso obrigatório pelos sistemas de Planejamento e Orçamento.

b) no caso do controle interno, integrar o Poder Executivo; no caso do controle externo, integrar o Poder Judiciário.

c) serem instâncias julgadoras das contas prestadas por gestores e demais responsáveis pelo uso de recursos públicos.

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d) não poderem atuar ou se manifestar no caso de transferências voluntárias da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

e) serem autônomos entre si, não havendo subordinação hierárquica entre um e outro.

A letra “A” é errada. A retroalimentação (feedback) vem do controle interno, ele é o instrumento da gestão para saber o que se passa internamente. Além disso, é o sistema de controle interno que é obrigatório, o controle externo é exercido pelo Congresso Nacional.

A letra “B” é errada. O controle interno existe em cada um dos poderes. Segundo a Cf88:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Já o controle externo é exercido pelo Legislativo, e não pelo Judiciário.

A letra “C” é errada. É o Tribunal de Contas que julga as contas dos gestores públicos, o controle interno não julga.

A letra “D” é errada. Segundo a CF88:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

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A letra “E” é certa. O controle interno tem como dever apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional, mas isso não significa subordinação, são sistemas autônomos.

Gabarito: E.

1.3 SIMULADO 3

21. (ESAF/SEFAZ-MT/2001) Em relação à organização administrativa brasileira, assinale a afirmativa verdadeira.

a) A recente figura das organizações sociais reveste-se da personalidade jurídica de direito público.

b) Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público criar fundações sob regime de direito privado.

c) Empresas públicas e sociedades de economia mista têm, exclusivamente, como objeto institucional atividades relativas a serviços públicos.

d) No momento, somente existem no Brasil autarquias classificadas como de serviço.

e) Caracteriza o órgão autônomo a personalidade jurídica própria.

A letra “A” é errada. Na época da questão, as Organizações Sociais ainda eram recentes, a lei que as regula é de 2000. O erro está no direito público. Segundo a Lei 9.637/2000:

Art. 1º O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.

A letra “B” é errada. Vamos ver a alteração promovida pela EC 19/1998:

XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação pública;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

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Surgiu então uma discussão em torno da criação das fundações públicas, que, segundo a nova redação, não seriam criadas por lei, mas sim teriam sua criação autorizada por lei. O STF analisou essa mudança e foi estabelecido que, atualmente, há duas modalidades de fundação pública: as de direito público e as de direito privado. Aquelas são criadas por lei específica; estas, pelo registro do ato constitutivo, após autorização em lei específica.

A letra “C” é errada. As empresas públicas e sociedades de economia mista, apesar de sempre ostentarem personalidade de direito privado, ora são regidas por regime jurídico de direito público, ora de direito privado. Quando explorarem atividade econômica de produção ou comercialização de bens, área tipicamente privada, serão regidas principalmente pelo regime jurídico de direito privado, equiparando-se às demais empresas atuantes no mercado quanto aos direitos e obrigações comerciais, civis, trabalhistas e tributários. Já as empresas estatais que atuam na prestação de serviços públicos subordinam-se precipuamente ao regime administrativo, de direito público.

A letra “D” é certa. As autarquias são consideradas um “serviço público personalizado”, expressão que indica a natureza de sua atividade (sempre prestação de serviços tipicamente estatais) e o fato de constituírem uma pessoa jurídica, com capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações em nome próprio.

A letra “E” é errada. Órgãos, não têm personalidade jurídica própria, mesmo os autônomos. Vamos ver a classificação do Hely Lopes Meirelles:

Órgãos Públicos quanto à Posição Estatal

Órgãos Independentes: São os definidos na Constituição e representativos dos Poderes do Estado. Não possuem qualquer subordinação hierárquica e somente são controlados uns pelos outros. Ex.: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Chefias do Executivo, Tribunais e Juízes, Ministério Público e Tribunais de Contas.

Órgãos Autônomos: São os subordinados diretamente à cúpula da Administração. Têm ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua área de competência. Seus dirigentes são, em geral, agentes políticos nomeados em comissão. São os Ministérios e Secretarias, bem como a AGU (Advocacia-Geral da União) e as Procuradorias dos Estados e Municípios.

Órgãos Superiores: Detêm poder de direção, controle, decisão e comando

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dos assuntos de sua competência específica. Representam as primeiras divisões dos órgãos independentes e autônomos. Ex.: Gabinetes, Coordenadorias, Departamentos, Divisões, etc.

Órgãos Subalternos: São os que se destinam à execução dos trabalhos de rotina, cumprindo ordens superiores. Ex.: portarias, seções de expediente, etc.

Gabarito: D.

22. (ESAF/AFC/2001) Entre as características listadas abaixo, marque a única que não se aplica à burocracia weberiana:

a) existência de regras abstratas às quais estão vinculadas o detentor do poder, o aparelho administrativo e os dominados.

b) relações de autoridade entre posições ordenadas de modo hierárquico.

c) obediência impessoal às obrigações objetivas do cargo exercido como obrigação única ou principal.

d) divisão de trabalho flexível (multifuncionalidade), orientada para a busca de resultados.

e) recompensa por meio de salário fixo em dinheiro e perspectiva de progressão por tempo de serviço, por mérito ou por ambos.

A letra “A” é errada, a burocracia tem como maior premissa justamente o caráter racional-legal, a submissão à lei de todos, dominadores e dominados.

A letra “B” é errada, a hierarquia é outro princípio importante da burocracia, a unidade de comando, ou autoridade monocrática.

As letras “C” e “E” são erradas, é sim uma característica da burocracia. Segundo Weber:

O tipo mais puro de dominação legal é aquele que se exerce por meio de um quadro administrativo burocrático. Somente o dirigente da associação possui sua posição de senhor, em virtude ou de apropriação ou de eleição ou de designação da sucessão. Mas suas competências senhoriais são também competências legais. O conjunto do quadro administrativo se compõe, no tipo mais puro, de funcionários individuais (monocracia, em oposição à “colegialidade”), os quais:

1. são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas de seu cargo;

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2. são nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos cargos;

3. têm competências funcionais fixas;

4. em virtude de um contrato, portanto, (em princípio) sobre a base de livre seleção segundo

5. a qualificação profissional – no caso mais racional: qualificação verificada mediante prova e certificada por diploma;

6. são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos casos com direito a aposentadoria; em certas circunstâncias (especialmente em empresas privadas), podem ser demitidos pelo patrão, porém sempre podem demitir-se por sua vez; seu salário está escalonado, em primeiro lugar, segundo a posição na hierarquia e, além disso, segundo a responsabilidade do cargo e o princípio da correspondência à posição social;

7. exercem seu cargo como profissão única ou principal;

8. têm a perspectiva de uma carreira: “progressão” por tempo de serviço ou eficiência, ou ambas as coisas, dependendo dos critérios dos superiores;

9. trabalham em separação absoluta dos meios administrativos e sem apropriação do cargo;

10. estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e controle do serviço.

A letra “D” é a resposta, não há flexibilidade na burocracia, nem orientação para resultados.

Gabarito: D.

23. (ESAF/AFPS/2002) O Plano Diretor para a Reforma do Aparelho do Estado definiu objetivos globais para sua implantação e objetivos específicos para os quatro setores: o núcleo estratégico, as atividades exclusivas, as atividades não-exclusivas e para produção para o mercado. O objetivo global principal do PDRAE é a ampliação da governança do Estado.

Nas opções que se seguem escolha aquela que representa corretamente um conjunto típico de objetivos para o aumento da governança do Estado.

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a) Dotar o núcleo estratégico de capacidade gerencial; transformar as autarquias e fundações em agências autônomas; aumentar a eficiência e a qualidade de serviços atendendo melhor ao cidadão-cliente a qualquer custo; dar continuidade ao processo de privatização.

b) Dotar o núcleo estratégico de capacidade gerencial para administrar contratos de gestão com as agências autônomas e organizações sociais responsáveis pelos serviços não-exclusivos; substituir a administração pública burocrática voltada para o controle do processo por uma burocracia pública voltada para os gerentes; buscar maior autonomia e responsabilidade para os dirigentes das organizações responsáveis pela execução de atividades não-exclusivas.

c) Reorganizar e fortalecer órgãos reguladores de monopólios naturais que forem privatizados; aumentar a eficiência e a qualidade de serviços, atendendo melhor ao cidadão-cliente a um custo menor; buscar maior rentabilidade e responsabilidade para os dirigentes das organizações responsáveis pela execução de atividades exclusivas.

d) Promover maior número de concursos públicos federais, concentrando e controlando os programas de acesso a cargos do governo; flexibilizar o horário de trabalho das agências autônomas, com a finalidade de permitir a ampliação da rede de fiscalização, pelas agências, in loco; aumentar a eficiência e a qualidade de serviços, atendendo melhor ao cidadão-cliente a um custo menor.

e) Dar continuidade ao processo de privatização; dotar o núcleo estratégico de capacidade gerencial para administrar contratos de gestão com as agências autônomas e organizações sociais responsáveis pelos serviços não-exclusivos; aumentar a eficiência e a qualidade de serviços, atendendo melhor ao cidadão-cliente a um custo menor.

Já vimos acima os objetivos do Plano para os quatro setores. Vamos ver os abordados por esta questão. Segundo o Plano Diretor:

Núcleo Estratégico

Dotar o núcleo estratégico de capacidade gerencial para definir e supervisionar os contratos de gestão com as agências autônomas, responsáveis pelas atividades exclusivas de Estado, e com as organizações sociais, responsáveis pelos serviços não-exclusivos do Estado realizados em parceria com a sociedade.

Modernizar a administração burocrática, que no núcleo estratégico ainda se justifica pela sua segurança e efetividade, através de uma política de

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profissionalização do serviço público, ou seja, de uma política de carreiras, de concursos públicos anuais, de programas de educação continuada permanentes, de uma efetiva administração salarial, ao mesmo tempo que se introduz no sistema burocrático uma cultura gerencial baseada na avaliação do desempenho.

Atividades Exclusivas

Transformar as autarquias e fundações que possuem poder de Estado em agências autônomas, administradas segundo um contrato de gestão; o dirigente escolhido pelo Ministro segundo critérios rigorosamente profissionais, mas não necessariamente de dentro do Estado, terá ampla liberdade para administrar os recursos humanos, materiais e financeiros colocados à sua disposição, desde que atinja os objetivos qualitativos e quantitativos (indicadores de desempenho) previamente acordados;

Substituir a administração pública burocrática, rígida, voltada para o controle a priori dos processos, pela administração pública gerencial, baseada no controle a posteriori dos resultados e na competição administrada.

Serviços não exclusivos

Aumentar, assim, a eficiência e a qualidade dos serviços, atendendo melhor o cidadão-cliente a um custo menor.

Lograr, assim, uma maior autonomia e uma conseqüente maior responsabilidade para os dirigentes desses serviços.

Produção para o mercado

Reorganizar e fortalecer os órgãos de regulação dos monopólios naturais que forem privatizados.

A letra “A” é errada porque fala que a melhoria do atendimento ocorreria a qualquer custo.

A letra “B” é errada, não é voltada para os gerentes, mas para os resultados e os cidadãos.

A letra “C” é errada porque a maior autonomia e responsabilidade é para os serviços não exclusivos.

A letra “D” é errada, a ideia não é concentrar e não há essa visão de flexibilidade da carga horária, a maior flexibilidade é nas decisões.

A letra “E” é certa.

Gabarito: E.

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24. (ESAF/CGU/2004) O Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva inicia suas atividades diante de um quadro de crise fiscal, associada a uma grande dívida social e grande expectativa da população a respeito de uma atuação ativa do Governo na solução desses problemas. Nesse sentido, são preconizadas determinadas ações:

I. Diminuir o número de servidores públicos, facilitando o ajuste fiscal.

II. Avançar na assimilação das novas tecnologias de informação para atendimento ao público, reduzindo tempo e custos dos processos.

III. Transferir funções típicas do Governo para a iniciativa privada, aumentando a capacidade de investir na área social.

IV. Aumentar os gastos com investimentos e contratação de pessoal, visando estimular o crescimento da economia.

V. Estimular a descentralização de ações do Governo federal para instâncias de governo mais próximas ao cidadão, facilitando o controle social.

VI. Sensibilizar e mobilizar os servidores públicos para que se tornem agentes ativos da transformação da gestão do Estado.

VII. Criar mecanismos que estimulem a competição entre a iniciativa privada e o Governo, ampliando a eficiência dos dois setores.

Escolha a opção que indica as sentenças verdadeiras.

a) I, III, IV e VII

b) II, VI e VII

c) I, III, V e VI

d) II, III e VII

e) II, V e VI

O Governo Lula, por meio do documento Gestão Pública para um País de Todos, propôs algumas medidas. Vejamos:

A afirmação I é errada, o Governo Lula propõe:

a recomposição da força de trabalho do setor público, segundo as necessidades e requisitos identificados, além do redesenho dos sistemas de cargos, carreiras, benefícios e concursos.

A afirmação II é certa. O plano previa ainda o:

redesenho de estruturas e processos de trabalho, mediante, inclusive, adoção de novas concepções institucionais, e o conseqüente redimensionamento de recursos orçamentários, logísticos e de tecnologias da informação, de forma intensiva e em bases confiáveis;

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A afirmação III é errada. O Governo Lula é muito claro em defender um papel mais ativo do Estado, criticando o Plano Diretor pela transferência de atividades para setores privados. Segundo o Plano, a construção do novo modelo de gestão pública deveria pautar-se em alguns seguintes princípios ou premissas orientadoras, entre os quais:

O Estado como parte essencial da solução, voltado à redução das desigualdades e à promoção do desenvolvimento;

A afirmação IV é errada. Vimos na afirmação I que seria buscada a recomposição da força de trabalho, mas “segundo as necessidades e requisitos identificados”, ou seja, o objetivo da contratação de pessoal não é promover crescimento econômico, mas sim dotar o poder púbico da força de trabalho de que necessita.

A afirmação V é certa. Não há nada no Plano que defenda a descentralização do governo federal para os estaduais e municipais, mas esse é o tipo de coisa que jamais poderíamos marcar como errada. A descentralização das ações é uma constante desde a Constituição de 1988.

A afirmação VI é certa. Esse texto estava presente em uma orientação estratégica da Presidência da República de 1998. Na realidade era ainda do Governo FHC, mas é outra coisa que jamais poderíamos dizer que está errado no Governo Lula. Segundo o Plano, outra premissa orientadora era:

Envolvimento, mobilização, incentivo e participação dos servidores e demais atores envolvidos são fundamentais. A definição de estratégias de intervenção ou indução de processos de mudança deve ser baseada na adesão das organizações e setores, na capacitação e na motivação intensivas, além da troca constante de informações. Superam-se, assim, as transformações baseadas predominantemente no caráter legalista e coercitivo, em favor de uma abordagem que resgate a formulação de políticas de gestão baseadas em incentivos institucionais e pessoais;

A afirmação VII é errada. Lembrem-se de que o Governo Lula privilegia o setor público, o Estado ativo. Mas ele também prega a cooperação com o setor privado, principalmente por meio das redes. Segundo o Plano as escolhas priorizariam os problemas que se referissem principalmente:

à integração interorganizacional, mediante a formação de redes para tratamento de questões transversais, intergovernamentais e com segmentos da sociedade civil;

Gabarito: E.

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25. (FCC/MÊTRO-SP/2010) Conjunto de políticas, funções, responsabilidades e processos que são estabelecidos em uma empresa para orientar, direcionar e controlar como a organização usa tecnologias para atingir as metas corporativas. É a definição de

(A) Contingência.

(B) Segurança de TI.

(C) Estratégia.

(D) Governabilidade.

(E) Governança.

Alguns definições de governança seguem na direção de considerá-la como as regras e políticas que direcionam a atuação dos atores. Vamos ver algumas:

Conjunto de leis, regras administrativas, ordens judiciais e costumes que restringem, prescrevem e delimitam a atividade governamental, onde tal atividade é amplamente definida como a produção e entrega de bens e serviços suportados publicamente.

Conjunto de regras formais e informais que regem a ação de um determinado grupo.

A governança corporativa também possui esse caráter:

Conjunto de práticas pelas quais o conselho de administração garante o controle dos atos dos gestores em face do interesse dos acionistas.

Governança Corporativa são as práticas e os relacionamentos entre os Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal, com a finalidade de otimizar o desempenho da empresa e facilitar o acesso ao capital.

Podemos entender, nesses casos, que a governança corresponde ao conjunto de regras que regulam a ação coordenada de diferentes atores. Uma estrutura de governança corresponde à forma como uma determinada política pública foi desenhada, quais são as regras que dizem como os atores podem se comportar dentro dela, como eles devem se relacionar, etc.

Na Tecnologia da Informação, fala-se muito em Governança de TI, que pode ser definida como:

Modelo que define direitos e responsabilidades pelas decisões que encorajam comportamentos desejáveis no uso de TI.

Processo pelo qual decisões são tomadas sobre os investimentos em TI, o que envolve: como as decisões são tomadas, quem toma as decisões, quem é responsabilizado e como os resultados são medidos e monitorados.

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É esse aspecto que essa questão está cobrando.

Gabarito: E.

26. (FCC/MPE-SE/2009) O conceito de accountability liga-se a

(A) prestação de contas da Administração e dos funcionários públicos perante a sociedade.

(B) mecanismos contemporâneos de elaboração das contas públicas.

(C) formas de elaboração do orçamento público pautadas pela responsabilidade fiscal.

(D) sistema gerencial de controle dos gastos públicos.

(E) metodologia gerencial norte-americana que inspirou a Reforma Administrativa implementada nos anos 90 pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE).

Vimos que a Accountability abrange pelo menos três aspectos:

Aspectos do conceito de Accountability

Obrigação em prestar contas

Responsabilização pelos atos e resultados

Responsividade

A letra “A” é certa, traz a prestação de contas.

As demais alternativas até apresentam coisas com uma relação pequena com a accountability, mas não podemos associá-las com o conceito em si.

Gabarito: A.

27. (ESAF/ANEEL/2004) Uma dificuldade enfrentada pelo tomador de decisão é identificar, diagnosticar e priorizar o problema a ser resolvido. Escolha a opção que explicita corretamente o diagrama de ISHIKAWA.

a) Essa técnica permite priorizar as causas que são responsáveis pelo maior número de efeitos.

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b) Essa técnica possibilita identificar, organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas de um problema.

c) Com base na análise simultânea do efeito da decisão para o desempenho da empresa e o tempo disponível para decisão, é possível priorizar o problema a ser tratado.

d) Com base na análise dos objetivos que se deseja alcançar é possível identificar variáveis que podem e não podem ser modificadas.

e) Essa técnica possibilita hierarquizar causas e efeitos por meio da atribuição de notas e sua ponderação.

O Diagrama de Ishikawa é uma das sete ferramentas da qualidade. Conhecido também como Diagrama de Causa e Efeito, ou ainda como Diagrama Espinha de Peixe, ou então como Diagrama 6M (já foi 4M e 5M). Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas de determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade. Por isso chamado de Causa e Efeito.

Em sua estrutura, todos os tipos de problemas podem ser classificados como sendo de seis tipos diferentes (por isso 6M). Ele é utilizado nas organizações pelos chamados “círculos de controle da qualidade”, pequenos grupos de pessoas que se reúnem para discutir problemas relacionados à qualidade. O diagrama ajuda o grupo a organizar o raciocínio, colocando as causas em determinadas classes.

A letra “A” é errada porque o diagrama apenas organiza as causas, ele não trabalha com priorização. Quem faz isso é o Diagrama de Pareto, outra ferramenta da qualidade. Na sua base está o Princípio de Pareto que refere que um pequeno número de causas (geralmente 20%) é responsável pela maioria dos problemas (geralmente 80%).

Efeito

Método Matéria-prima

Mão de obra

Máquinas Meio

Ambiente Medição

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A grande aplicabilidade deste princípio à resolução dos problemas da qualidade reside precisamente no fato de ajudar a identificar o reduzido número de causas que estão muitas vezes por detrás de uma grande parte dos problemas que ocorrem. É na detecção de 20% das causas que dão origem a 80% dos efeitos que o Diagrama de Pareto se revela uma ferramenta muito eficiente.

A letra “B” é certa, traz a descrição correta da ferramenta.

As demais alternativas falam novamente em priorização e ponderação, algo que o diagrama não faz.

Gabarito: B.

28. (ESAF/APO-MPOG/2010) Considerando que o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA são os principais instrumentos de planejamento do setor público definidos pela Constituição Federal, é correto afirmar:

a) a integração do PPA com a LOA se dá por intermédio do programa, enquanto a LDO define as metas e prioridades da Administração Federal.

b) os principais elementos de estruturação do PPA são a função e a subfunção de governo.

c) as propostas de alteração dos projetos de lei relativos ao PPA, a LDO e a LOA podem ser encaminhadas pelo Presidente da República e apreciadas pelo Congresso a qualquer tempo.

d) os recursos que ficarem sem despesa correspondente em razão de veto ou rejeição do projeto de lei orçamentária deverão ser transferidos ao exercício seguinte.

e) em razão da soberania do Congresso Nacional, a sua competência para alterar o projeto de lei orçamentária não sofre limitações.

A letra “A” é certa. O programa é o instrumento intermediador entre o PPA e a LOA. Essa nova lógica foi implantada no Brasil pelo PPA 2000-2003, denominado Avança Brasil. O Decreto 2.829/98 constituiu a base legal para a reestruturação de todas as ações finalísticas do governo e determinou que o programa seja a forma básica de integração entre plano e orçamentos. Foram estabelecidos os princípios de gerenciamento dos programas, criada a figura do gerente de programa e definidas suas principais responsabilidades, além de criada a obrigação de avaliação anual de desempenho de todos os programas e do plano. Já vimos acima que a LDO “compreenderá as metas e prioridades da

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administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente”.

A letra “B” é errada. O principal elemento de estruturação do PPA é o programa. Os programas são uma forma de gestão por resultados, em que a administração pública passa a orientar suas ações para os resultados e não para os meios. A constituição dos programas pressupõe orientar toda a ação do governo para a resolução de problemas ou demandas da sociedade, rompendo com a visão departamentalizada da organização por funções.

A letra “C” é errada. Segundo a CF88:

5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

O Presidente da República poderá remeter mensagem ao Congresso Nacional, propondo modificações nos projetos de lei, enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista, da parte cuja alteração é proposta.

A letra “D” é errada. Segundo a CF88:

§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Portanto, ainda podem ser usados no exercício por meio de créditos especiais ou suplementares.

A letra “E” é errada, é óbvio que há limitações. Vamos ver algumas na CF88:

§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

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b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.

Gabarito: A.

29. (FCC/INFRAERO/2011) De acordo com o Decreto no 1.171/1994, para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional,

(A) ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

(B) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

(C) ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado obrigatoriamente de forma direta a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, com exceção de setores independentes.

(D) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado necessariamente de forma direta a autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

(E) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, apenas.

Segundo o Código de Ética:

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as

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sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

A letra “A” traz a descrição correta. Vamos ver os erros das demais:

(B) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

(C) ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado obrigatoriamente de forma direta a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, com exceção de setores independentes.

(D) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado necessariamente de forma direta a autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

(E) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, apenas.

Gabarito: A.

30. (ESAF/MPU/2004) São finalidades do sistema de controle interno do Poder Executivo federal, exceto

a) avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.

b) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração pública federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.

c) prestar orientação aos administradores de bens e recursos públicos nos assuntos pertinentes à área de competência do sistema de controle interno, inclusive sobre a forma de prestar contas.

d) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União.

e) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

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Segundo a CF88:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Gabarito: C.

1.4 QUESTÃO DISCURSIVA 1

(CESPE/SEPLAG-DF/2009) “O movimento de reformas do aparelho do

Estado, denominado de Nova Gestão Pública, teve início no Reino Unido

no final dos anos 70 do século passado, expandiu-se pelos países anglo-

saxões como Austrália e Nova Zelândia na década de 80 do mesmo

século, fortaleceu-se nos Estados Unidos da América na gestão do

presidente Clinton, embasado nos princípios do texto Reinventando o

Governo, de Osborne e Gaebler, alcançando na década passada os países

da OCDE e da América Latina, notadamente o Chile e o Brasil. No caso

brasileiro, o marco de introdução dessa temática no debate nacional foi o

Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, de 1995”.

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente

motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.

A NOVA GESTÃO PÚBLICA E A REFORMA DO ESTADO NO BRASIL

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

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os princípios e as diretrizes que nortearam a reforma do Estado

implementada no Brasil a partir da segunda metade da década passada;

contraponto com a gestão federal pós plano diretor (2003 aos dias

atuais).

Em 1995, Fernando Henrique Cardoso assume a Presidência da República. Ele convoca então Luiz Carlos Bresser Gonçalves Pereira para assumir o Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. No mesmo ano ele viria a propor uma reforma gerencial para a administração pública brasileira, o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE).

O PDRAE baseou-se num diagnóstico de crise do Estado – crise do modo de intervenção, dos modelos de administração e de financiamento do setor público – e foi concebido levando-se em conta o conjunto das mudanças estruturais da ordem econômica, política e social necessárias à inserção do Brasil na nova ordem mundial.

O Plano Diretor buscou traçar um panorama da administração pública para, a partir daí, traçar as mudanças necessárias. O primeiro ponto apontado é que o resultado do retrocesso burocrático de 1988 foi um encarecimento significativo do custeio da máquina administrativa, tanto no que se refere a gastos com pessoal como bens e serviços, e um enorme aumento da ineficiência dos serviços públicos.

O Plano diretor entendia que a modernização da gestão se daria através da superação da administração burocrática e dos traços de patrimonialismo existentes no setor público com a introdução da administração gerencial, contemplando:

Descentralização e autonomia gerencial com flexibilidade de gestão;

Atingimento de resultados sob a ótica da eficiência, eficácia e efetividade com a reorientação dos mecanismos de controle, no caso, de procedimentos para resultado;

Foco no cidadão, ao invés de auto-referida;

Controle social com a introdução de mecanismos e instrumentos que garantam a transparência, assim como a participação e controle por parte do cidadão.

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O PDRAE adota muitos dos princípios das reformas gerenciais, entre eles o de que o Estado deve transferir serviços para a iniciativa privada. Segundo o documento:

A reforma do Estado deve ser entendida dentro do contexto da redefinição do papel do Estado, que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção de bens e serviços, para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse desenvolvimento. No plano econômico o Estado é essencialmente um instrumento de transferências de renda, que se torna necessário dada a existência de bens públicos e de economias externas, que limitam a capacidade de alocação de recursos do mercado.

Foi então iniciado um grande processo de privatização e publicização, transferindo boa parte das atividades estatais para setores privados e públicos não estatais.

Em seu primeiro ano de mandato, o governo Lula lançou o Plano “Gestão pública para um país de todos”. Tal documento partiu do pressuposto de que “tanto os desafios contextuais quanto as condições de funcionamento dos Estados — principalmente aqueles em desenvolvimento —, exigem ações no sentido de se buscar seu fortalecimento institucional”. Além disso:

“O quadro de desigualdades clama por um Estado ativista, promotor da justiça social; o de escassez clama por esforços de otimização; o quadro global competitivo requer um Estado regulador e uma gestão econômica consistente; e a conquista da democracia exige um novo padrão de deliberação que considere o cidadão como o foco da ação pública”.

O Plano tinha como objetivo principal fortalecer o Estado através de:

redução do “déficit institucional”, definido como a ausência do Estado onde ele deveria estar atuando,

aumento da governança, que significaria promover a capacidade do governo em formular e implementar políticas públicas e em decidir, entre diversas opções, qual a mais adequada.

aumento da eficiência, otimizando recursos (fazer mais e melhor com menos);

transparência e participação, assegurando, dessa forma, o comprometimento da sociedade e a legitimação do processo.

A expressão “déficit institucional” é bastante usada pelo Governo Lula para se referir “ausência do Estado onde este deveria estar atuando”. Ele “é resultado de um processo histórico de construção nacional, que produziu um Estado incompleto, cujas lacunas vão sendo progressivamente preenchidas pelo “não-

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Estado” — desde o crime organizado, que afronta a cidadania, ao mercado, que ignora a equidade”. O déficit se manifesta tanto na amplitude do atendimento dado pelas instituições públicas, quanto na qualidade desse atendimento.

Após o período de vigência do Plano, podemos observar algumas medidas que foram adotadas. Uma das ações da estruturação da administração pública federal era a recomposição da força de trabalho do setor público, segundo as necessidades, e o realinhamento de salários, de carreiras, posições e condições gerenciais da burocracia. Realmente houve um aumento no número de servidores; contudo, esse incremento, que atende à diretriz de recomposição da força de trabalho no setor público, ainda não foi suficientemente vigoroso a ponto de repor os que se aposentaram no período.

Segue um modelo de resposta:

O Brasil entrou no movimento de reforma do Estado em 1995, com o “Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado”, quando foram aplicados os princípios do gerencialismo inglês, buscando aumentar a eficiência da administração pública e reduzir as atividades estatais.

O Plano Diretor tomou como premissa um diagnóstico de crise fiscal e criticou a Constituição Federal de 1988 por ter enrijecido a administração pública brasileira. Foram defendidos, então, princípios como a descentralização, o controle a posteriori de resultados, a flexibilização, a competição dentro do setor público e a maior participação da sociedade nas decisões. Contudo, o aspecto mais polêmico será a redução das atividades estatais por meio da publicização e das privatizações.

O Governo Lula criticará esta postura, usando a expressão “déficit institucional” para se referir a ausência do Estado onde ele deveria estar atuando. Serão propostas medidas no sentido de aumentar o papel do Estado na redução das desigualdades (como exemplo, o Bolsa Família) e na promoção do desenvolvimento (Programa de Aceleração do Crescimento).

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1.5 QUESTÃO DISCURSIVA 2

(ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Nas últimas décadas, o modelo burocrático de

administração pública foi fortemente questionado e reformado, movimento

que fez surgir um conjunto teórico conhecido por Nova Gestão Pública,

cujas premissas defendem, entre outras, a ideia de o Estado ser

administrado ao estilo da iniciativa privada. Nesse contexto, explicitando

os conceitos e fundamentando sua argumentação, responda ao seguinte

questionamento:

Considerando que a atual crise financeira mundial, supostamente causada

pelo mercado, deu início a um novo ciclo de maior intervenção do Estado

na economia, devemos esperar por um aumento ou por uma diminuição

do enfoque gerencialista até aqui perseguido pela administração pública?

Uma referência importante em relação ao modelo burocrático que deveria constar do texto é a sua crise, associada à crise do Estado de Bem-Estar, quando surge o movimento de reforma do Estado que vai defender a Nova gestão Pública. Essa referência deve constar porque ela é o centro da resposta da questão. Já ficou mais do que provado que o intervencionismo estatal não dá certo com o modelo burocrático, por isso que não deve haver diminuição do enfoque gerencialista.

A administração gerencial passa a defender um Estado menor, mas que ainda atua, regulando a atividade econômica. Portanto, apesar de, no início, a reformas gerencial estar muito ligada ao neoliberalismo, não podemos dizer que ela defendia o Estado Mínimo.

Para resumir o que foi visto até agora, olhando para a resposta da questão, podemos afirmar que não vai haver um recuo em relação à administração gerencial porque esta não está vinculada apenas à redução das atividades estatais. Ela defende principalmente a modernização da gestão pública por meio da flexibilização, descentralização e uso de técnicas gerenciais oriundas da gestão privada. Além disso, já está mais do que provado que a administração burocrática não é adequada para um Estado intervencionista devido à sua falta de eficiência.

Segue um modelo de resposta:

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A maior intervenção do Estado na economia não significa necessariamente que haverá uma redução do enfoque gerencial. Com a crise do Estado a partir da década de 1970, ficou claro que o modelo burocrático não atende mais às necessidades de uma sociedade complexa e dinâmica, e que juntar Estado interventor com burocracia significa um passo rumo ao fracasso.

A administração gerencial tem se afastado da ideia de Estado Mínimo proposta pelo Neoliberalismo e se aproximado da defesa de um Estado Regulador e que fomente o desenvolvimento. Além disso, outra marca importante do gerencialismo é a modernização da gestão: são inseridas no serviço público técnicas utilizadas no setor privado; busca-se uma administração mais autônoma e flexível; valoriza-se a eficiência, a eficácia e a efetividade das políticas públicas.

Mesmo que haja um maior intervencionismo estatal devido à crise – o que é improvável – o enfoque gerencial deverá ser mantido, pois ainda se mostra o mais adequado em termos resultados para a sociedade. O retorno ao modelo burocrático é uma decisão que não tem espaço nos dias atuais, em que a rigidez não consegue acompanhar a rapidez das mudanças.

2 Lista das Questões

2.1 SIMULADO 1

1. (ESAF/CGU/2004) Ao longo de sua história, a administração pública assume formatos diferentes, sendo os mais característicos o patrimonialista, o burocrático e o gerencial. Assinale a opção que indica corretamente a descrição das características da administração pública feita no texto a seguir.

O governo caracteriza-se pela interpermeabilidade dos patrimônios público e privado, o nepotismo e o clientelismo. A partir dos processos de democratização, institui-se uma administração que usa, como instrumentos, os princípios de um serviço público profissional e de um sistema administrativo impessoal, formal e racional.

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a) Patrimonialista e gerencial

b) Patrimonialista e burocrático

c) Burocrático e gerencial

d) Patrimonialista, burocrático e gerencial

e) Burocrático

2. (ESAF/ENAP/2006) Assinale a opção que apresenta corretamente ideias contidas no documento Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado de 1995.

a) No Aparelho do Estado dintinguem-se os seguintes setores: núcleo estratégico, de atividades exclusivas e de propriedade privada.

b) O núcleo estratégico do Estado tem de atentar para a qualidade e custo dos serviços prestados ao cidadão.

c) Um dos objetivos da reforma no que diz respeito às atividades exclusivas é aumentar a sua efetividade e modernizar a administração burocrática.

d) A publicização visa a transferir atividades exclusivas do Estado para o setor público não-estatal.

e) Os serviços não-exclusivos do Estado deverão ser executados por organizações sociais – entidades de direito privado sem fins lucrativos.

3. (MINHA AUTORIA) Para a Gestão Pública Empreendedora, governo empreendedor não é sinônimo de governo empresário, pois governar não é a mesma coisa que administrar uma empresa. Acerca desse assunto, assinale a opção incorreta.

a) Os empresários são movidos pela busca do lucro; as autoridades governamentais se orientam pelo desejo de serem reeleitas.

b) As empresas recebem dos clientes a maior parte dos seus recursos; os governos são custeados pelos contribuintes.

c) As empresas normalmente trabalham em regime de competição; os governos usam habitualmente o sistema do monopólio.

d) As empresas buscam maximizar o retorno sobre o capital investido, os governos não podem ter uma perspectiva de lucro.

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e) O controle das empresas é feito pelo mercado; o da administração pública é feito pela sociedade mediante políticos eleitos;

4. (FCC/SGP-SP/2009) Governança e governabilidade são conceitos imbricados, porém não coincidentes, a respeito dos quais é correto afirmar:

a) correspondem, ambos, à forma de atuação do Estado e da administração para consecução dos objetivos públicos, sendo governança, contudo, um conceito mais restrito, na medida em que não diz respeito ao aparelho administrativo.

b) a crise de governabilidade esta ligada com a ideia de reforma do aparelho do Estado, enquanto a crise de governança com a ideia de reforma do próprio Estado.

c) correspondem, ambos, às condições políticas para atuação administrativa, porém governança é um conceito mais amplo, que engloba também o papel do Estado de regulação da atividade econômica.

d) governança diz respeito aos pré-requisitos institucionais para a otimização do desempenho administrativo, enquanto a governabilidade diz respeito às condições políticas em que se efetivam as ações administrativas, tais como legitimidade e credibilidade.

e) governabilidade é a forma como o aparelho estatal implementa as políticas públicas pelo Governo e governança, por seu turno, corresponde ao alinhamento desta atuação com as condições políticas vigentes.

5. (ESAF/ANEEL/2004) Assinale a única opção que identifica três princípios da gestão pública pela qualidade.

a) Foco no cliente, controle, indicadores.

b) Melhoria contínua, valorização das pessoas e gestão baseada em processos e informações.

c) Visão de futuro, coordenação, gestão participativa.

d) Foco em resultados, liderança, agilidade.

e) Liderança, cooperação, disseminação.

6. (ESAF/STN/2000) “Reengenharia significa o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais com vista a alcançar

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drásticas melhorias” (Michael Hammer). Esse conceito possui quatro dimensões: fundamental, radical, drástica e de processo. Assinale a opção a seguir que melhor expressa o significado de cada uma dessas dimensões, na seqüência indicada.

a) concentrar-se nos objetivos - reinventar - jogar fora o que existe - imprimir a especialização de tarefas

b) pensar nos objetivos - jogar fora o que existe - atuar de forma gradual e incremental – rever a forma de chegar ao produto final

c) concentrar-se no que existe - reinventar – agir de forma incremental - rever o como fazer segundo a visão de sistemas

d) concentrar-se nos objetivos - reinventar - destruir o antigo - fazer segundo a visão de sistemas

e) pensar nos objetivos - agir de forma incremental - concentrar-se no que existe - rever a forma de chegar ao produto final

7. (ESAF/ANEEL/2004) Indique a opção que apresenta corretamente iniciativas governamentais no sentido de disponibilizar informações e dar transparência, utilizando tecnologia de informação, às ações estatais no Brasil, dando cumprimento a dispositivo da Constituição de 1988.

a) Centralização do processo de compra da União, emissão da folha de pagamento do funcionalismo público, declaração do imposto sobre serviços.

b) Sistema integrado de administração financeira, pregão eletrônico virtual, apuração das eleições.

c) Emissão da folha de pagamento do funcionalismo público, apuração das eleições, controle da manutenção dos veículos oficiais.

d) Declaração do imposto sobre serviços. Sistema integrado de administração financeira, controle da manutenção dos veículos oficiais.

e) Emissão da folha de pagamento do funcionalismo público, pregão eletrônico virtual, centralização do processo de compra da União.

8. (ESAF/CGU/2004) De acordo com o Decreto nº 1.171/1994 (Código de Conduta do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), são deveres fundamentais do servidor público:

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I. tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público.

II. omitir a verdade sobre fato que prejudique a Administração e beneficie o cidadão.

III. ser assíduo e freqüente ao serviço.

IV. facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito.

Estão corretos os itens:

a) I, II e III

b) II, III e IV

c) I, III e IV

d) I, II e IV

e) I, II, III e IV

9. (ESAF/SEFAZ-CE/2006) Assinale a opção falsa em relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO prevista no art. 165 da Constituição Federal.

a) A iniciativa da lei é prerrogativa do Poder Executivo.

b) Deverá orientar a elaboração da lei orçamentária anual.

c) A LDO deverá trazer as modificações na legislação tributária que impactarão a arrecadação do exercício seguinte.

d) Compreenderá as metas de despesa de capital para o exercício financeiro subseqüente.

e) Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

10. (ESAF/TCU/2006) Nos termos da Constituição Federal, pode-se afirmar que

a) o Tribunal de Contas da União – TCU – é órgão vinculado ao Senado da República.

b) as Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete conselheiros.

c) as decisões do TCU não se submetem a controle judicial.

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d) os Ministros do Tribunal de Contas da União têm as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

e) a titularidade do Controle Externo, no Brasil, pertence ao Tribunal de Contas da União.

2.2 SIMULADO 2

11. (ESAF/STN/2000) O Brasil, conforme reza o art. 1º da Constituição Federal, é uma República Federativa, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal. Quanto à forma, podemos afirmar que o Brasil é um Estado

a) unitário ou republicano, uma vez que existe uma unidade de poder sobre o território, pessoas e bens .

b) composto ou federal, uma vez que existe uma repartição regional de poderes autônomos.

c) unitário ou federal, uma vez que existe a união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal.

d) composto ou republicano, uma vez que é formado de Estados-membros que possuem ampla liberdade administrativa, política e econômica.

e) unitário ou federal, uma vez que possui um centro de poder que se estende por todo o território e sobre toda a população.

12. (ESAF/STN/2005) Um dos aspectos mais relevantes do processo de reforma do Estado que vem ocorrendo desde a década de 80 em grande parte dos países ocidentais é a mudança do modelo de gestão pública, do paradigma burocrático para o gerencial. Não se incluem entre os atributos característicos do paradigma gerencial na administração pública os itens:

1 - Ênfase na eliminação das rotinas, na flexibilidade dos procedimentos e na qualidade dos bens e serviços.

2 - A orientação para a busca de resultados em atendimento às demandas dos cidadãos.

3 - A responsabilização por resultados segundo critérios de prioridade política.

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4 - A profissionalização e capacitação contínua dos servidores públicos.

5 - A gestão participativa, com o envolvimento dos membros das agências públicas e da sociedade na escolha dos seus dirigentes e na avaliação do desempenho e dos resultados das atividades realizadas.

a) 3 e 5

b) 4 e 5

c) 3 e 4

d) 2 e 4

e) 1 e 2

13. (ESAF/CGU/2004) Considerando as reformas administrativas da era Vargas (década de 40), do Governo Militar (final dos anos 60) e do governo Fernando Henrique (reforma de 1995), assinale a opção correta.

a) Na reforma do final dos anos 60, buscava-se profissionalizar a administração pública brasileira, estabelecendo diferentes regimes de contratação para ingresso no serviço público. Também se criaram estruturas organizacionais autônomas como sociedades limitadas e organizações não governamentais.

b) Na reforma dos anos 40, buscava-se profissionalizar a administração pública brasileira, estabelecendo o estatuto do funcionalismo público e com este o princípio do mérito para ingresso no serviço público. Também se criaram estruturas organizacionais para cuidar de pessoal, orçamento e material.

c) Na reforma de 1995, prevalece o estatuto do funcionalismo público e com este o princípio de promoção por antiguidade. Também se criam estruturas organizacionais autônomas como autarquias, fundações de direito público e empresas estatais.

d) Na reforma dos anos 40, prevalece o clientelismo, estabelecendo diferentes regimes de contratação para ingresso no serviço público. Também se criam estruturas organizacionais na administração pública direta como sociedades anônimas, de economia mista e empresas públicas.

e) Na reforma de 1995, buscava-se profissionalizar a administração pública brasileira, estabelecendo regras de ingresso no funcionalismo público e sistema de promoção por antiguidade. Também se criaram estruturas organizacionais autônomas para cuidar de pessoal, orçamento e material.

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14. (FCC/BAHIAGÁS/2010) Accountability é

(A) a relação de legitimidade e autoridade do Estado e do seu governo com a sociedade.

(B) o reconhecimento que tem uma ordem política, dependente das crenças e das opiniões subjetivas, e seus princípios são justificações do direito de mandar.

(C) o conjunto de mecanismos e procedimentos que levam os decisores governamentais a prestarem contas dos resultados de suas ações, garantindo-se maior transparência e a exposição das políticas públicas.

(D) a capacidade do governo de representar os interesses de suas próprias instituições.

(E) a aquisição e centralização de poder do setor público na administração das agências, por meio dos princípios de governança corporativa do setor privado.

15. (MINHA AUTORIA) Acerca da gestão pública empreendedora, assinale a opção incorreta:

a) Baseia-se na prescrição de técnicas originariamente empresariais, tais como reengenharia, gestão da qualidade total, redimensionamento, etc., à gestão de organizações públicas.

b) Dá preferência a alternativas de produção externa de bens e serviços: terceirização, parcerias governo-sociedade civil, voluntarismo etc.

c) Defende o atingimento das finalidades governamentais através da reestruturação pelo Estado.

d) Constitui uma alternativa crítica ao modelo liberal de administração pública minimalista, porque prega um Estado atuante, uma administração pública ativista, cujo alcance é, todavia, inspirado por critérios de eficiência empresarial.

e) Prescreve um setor público como empreendedor seletivo, baseado nos critérios empresariais, até mesmo competitivos dentre si e com o setor privado.

16. (ESAF/ANEEL/2004) Na coluna A, identificam-se algumas etapas do processo de planejamento estratégico e na coluna B, exemplificam-se fatores a serem considerados em cada etapa.

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Coluna A

AI - Análise da situação estratégica atual

AII - Análise do ambiente

AIII - Análise interna

Coluna B

BI - Retorno do investimento, política de recursos humanos, participação no mercado, preços das compras.

BII - Missão e visão do negócio; clientes e mercado; vantagens competitivas; desempenho.

BIII - Concorrência, comportamento dos consumidores, mudanças tecnológicas, política econômica.

Relacione a coluna A com a coluna B e assinale a opção que indica a relação correta.

a) AI – BII; AII – BIII; AIII – BI

b) AI – BII; AII – BI; AIII – BIII

c) AI – BI; AII – BIII; AIII – BII

d) AI – BIII; AII – BII; AIII – BI

e) AI – BIII; AII – BI; AIII – BII

17. (ESAF/ANEEL/2004) O Modelo de Excelência em Gestão Pública representa o sistema referencial para a gestão pública. Está alicerçado no "estado da arte" da gestão contemporânea e alinhado com a natureza pública de nossas organizações. Assinale a assertiva que identifica as sete partes que integram esse modelo.

a) Planejamento estratégico, Cliente e mercado, Gestão de processos, Conhecimento, Eficiência, Eficácia, Qualidade.

b) Liderança, Estratégias e planos, Cidadãos e sociedade, Informação e conhecimento, Processos, Pessoas, Resultados.

c) Clientes, Responsabilidade e cidadania, Gestão de riscos, Processos, Recursos humanos, Orçamento, Qualidade.

d) Liderança, Gestão social, Planejamento, Gestão de recursos, Tecnologia da informação, Pessoas, Resultados.

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e) Direção, Controle, Gestão do atendimento, Processos, Riscos, Informação, Desempenho global.

18. (ESAF/APO-MPOG/2010) Assinale a opção falsa a respeito da Lei Orçamentária Anual de que trata o art. 165 da Constituição Federal.

a) No âmbito do Congresso Nacional, é analisada por comissão mista, cuja atribuição é o exame de matérias de natureza orçamentária.

b) O envio da proposta de lei ao Congresso Nacional é de competência do Presidente da República, para o orçamento do Poder Executivo, e dos chefes dos demais Poderes, para os seus respectivos orçamentos.

c) Em obediência ao princípio orçamentário da exclusividade, não poderá conter matéria estranha ao orçamento.

d) O orçamento de investimento das empresas que a União detenha a maioria do capital votante integra a Lei Orçamentária Anual.

e) O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

19. (ESAF/CGU/2004) De acordo com o Decreto nº 1.171/1994 (Código de Conduta do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), é vedado ao servidor público:

I. valer-se do cargo para lograr proveito pessoal.

II. desviar servidor público para atendimento a interesse particular.

III. fazer uso, em benefício próprio, de informação privilegiada obtida em razão do cargo.

IV. manter consigo, fora da repartição onde exerce suas funções, o computador portátil (notebook) que recebeu para uso no interesse do serviço.

Estão corretos os itens:

a) I, II e III

b) II, III e IV

c) I, III e IV

d) I, II e IV

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e) I, II, III e IV

20. (ESAF/APO-MPOG/2010) Os sistemas de controle interno e de controle externo da administração pública federal se caracterizam por:

a) constituírem um mecanismo de retroalimentação de uso obrigatório pelos sistemas de Planejamento e Orçamento.

b) no caso do controle interno, integrar o Poder Executivo; no caso do controle externo, integrar o Poder Judiciário.

c) serem instâncias julgadoras das contas prestadas por gestores e demais responsáveis pelo uso de recursos públicos.

d) não poderem atuar ou se manifestar no caso de transferências voluntárias da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

e) serem autônomos entre si, não havendo subordinação hierárquica entre um e outro.

2.3 SIMULADO 3

21. (ESAF/SEFAZ-MT/2001) Em relação à organização administrativa brasileira, assinale a afirmativa verdadeira.

a) A recente figura das organizações sociais reveste-se da personalidade jurídica de direito público.

b) Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público criar fundações sob regime de direito privado.

c) Empresas públicas e sociedades de economia mista têm, exclusivamente, como objeto institucional atividades relativas a serviços públicos.

d) No momento, somente existem no Brasil autarquias classificadas como de serviço.

e) Caracteriza o órgão autônomo a personalidade jurídica própria.

22. (ESAF/AFC/2001) Entre as características listadas abaixo, marque a única que não se aplica à burocracia weberiana:

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a) existência de regras abstratas às quais estão vinculadas o detentor do poder, o aparelho administrativo e os dominados.

b) relações de autoridade entre posições ordenadas de modo hierárquico.

c) obediência impessoal às obrigações objetivas do cargo exercido como obrigação única ou principal.

d) divisão de trabalho flexível (multifuncionalidade), orientada para a busca de resultados.

e) recompensa por meio de salário fixo em dinheiro e perspectiva de progressão por tempo de serviço, por mérito ou por ambos.

23. (ESAF/AFPS/2002) O Plano Diretor para a Reforma do Aparelho do Estado definiu objetivos globais para sua implantação e objetivos específicos para os quatro setores: o núcleo estratégico, as atividades exclusivas, as atividades não-exclusivas e para produção para o mercado. O objetivo global principal do PDRAE é a ampliação da governança do Estado.

Nas opções que se seguem escolha aquela que representa corretamente um conjunto típico de objetivos para o aumento da governança do Estado.

a) Dotar o núcleo estratégico de capacidade gerencial; transformar as autarquias e fundações em agências autônomas; aumentar a eficiência e a qualidade de serviços atendendo melhor ao cidadão-cliente a qualquer custo; dar continuidade ao processo de privatização.

b) Dotar o núcleo estratégico de capacidade gerencial para administrar contratos de gestão com as agências autônomas e organizações sociais responsáveis pelos serviços não-exclusivos; substituir a administração pública burocrática voltada para o controle do processo por uma burocracia pública voltada para os gerentes; buscar maior autonomia e responsabilidade para os dirigentes das organizações responsáveis pela execução de atividades não-exclusivas.

c) Reorganizar e fortalecer órgãos reguladores de monopólios naturais que forem privatizados; aumentar a eficiência e a qualidade de serviços, atendendo melhor ao cidadão-cliente a um custo menor; buscar maior rentabilidade e responsabilidade para os dirigentes das organizações responsáveis pela execução de atividades exclusivas.

d) Promover maior número de concursos públicos federais, concentrando e controlando os programas de acesso a cargos do governo; flexibilizar o horário de trabalho das agências autônomas, com a finalidade de permitir a ampliação

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da rede de fiscalização, pelas agências, in loco; aumentar a eficiência e a qualidade de serviços, atendendo melhor ao cidadão-cliente a um custo menor.

e) Dar continuidade ao processo de privatização; dotar o núcleo estratégico de capacidade gerencial para administrar contratos de gestão com as agências autônomas e organizações sociais responsáveis pelos serviços não-exclusivos; aumentar a eficiência e a qualidade de serviços, atendendo melhor ao cidadão-cliente a um custo menor.

24. (ESAF/CGU/2004) O Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva inicia suas atividades diante de um quadro de crise fiscal, associada a uma grande dívida social e grande expectativa da população a respeito de uma atuação ativa do Governo na solução desses problemas. Nesse sentido, são preconizadas determinadas ações:

I. Diminuir o número de servidores públicos, facilitando o ajuste fiscal.

II. Avançar na assimilação das novas tecnologias de informação para atendimento ao público, reduzindo tempo e custos dos processos.

III. Transferir funções típicas do Governo para a iniciativa privada, aumentando a capacidade de investir na área social.

IV. Aumentar os gastos com investimentos e contratação de pessoal, visando estimular o crescimento da economia.

V. Estimular a descentralização de ações do Governo federal para instâncias de governo mais próximas ao cidadão, facilitando o controle social.

VI. Sensibilizar e mobilizar os servidores públicos para que se tornem agentes ativos da transformação da gestão do Estado.

VII. Criar mecanismos que estimulem a competição entre a iniciativa privada e o Governo, ampliando a eficiência dos dois setores.

Escolha a opção que indica as sentenças verdadeiras.

a) I, III, IV e VII

b) II, VI e VII

c) I, III, V e VI

d) II, III e VII

e) II, V e VI

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25. (FCC/MÊTRO-SP/2010) Conjunto de políticas, funções, responsabilidades e processos que são estabelecidos em uma empresa para orientar, direcionar e controlar como a organização usa tecnologias para atingir as metas corporativas. É a definição de

(A) Contingência.

(B) Segurança de TI.

(C) Estratégia.

(D) Governabilidade.

(E) Governança.

26. (FCC/MPE-SE/2009) O conceito de accountability liga-se a

(A) prestação de contas da Administração e dos funcionários públicos perante a sociedade.

(B) mecanismos contemporâneos de elaboração das contas públicas.

(C) formas de elaboração do orçamento público pautadas pela responsabilidade fiscal.

(D) sistema gerencial de controle dos gastos públicos.

(E) metodologia gerencial norte-americana que inspirou a Reforma Administrativa implementada nos anos 90 pelo Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado (MARE).

27. (ESAF/ANEEL/2004) Uma dificuldade enfrentada pelo tomador de decisão é identificar, diagnosticar e priorizar o problema a ser resolvido. Escolha a opção que explicita corretamente o diagrama de ISHIKAWA.

a) Essa técnica permite priorizar as causas que são responsáveis pelo maior número de efeitos.

b) Essa técnica possibilita identificar, organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas de um problema.

c) Com base na análise simultânea do efeito da decisão para o desempenho da empresa e o tempo disponível para decisão, é possível priorizar o problema a ser tratado.

d) Com base na análise dos objetivos que se deseja alcançar é possível identificar variáveis que podem e não podem ser modificadas.

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e) Essa técnica possibilita hierarquizar causas e efeitos por meio da atribuição de notas e sua ponderação.

28. (ESAF/APO-MPOG/2010) Considerando que o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA são os principais instrumentos de planejamento do setor público definidos pela Constituição Federal, é correto afirmar:

a) a integração do PPA com a LOA se dá por intermédio do programa, enquanto a LDO define as metas e prioridades da Administração Federal.

b) os principais elementos de estruturação do PPA são a função e a subfunção de governo.

c) as propostas de alteração dos projetos de lei relativos ao PPA, a LDO e a LOA podem ser encaminhadas pelo Presidente da República e apreciadas pelo Congresso a qualquer tempo.

d) os recursos que ficarem sem despesa correspondente em razão de veto ou rejeição do projeto de lei orçamentária deverão ser transferidos ao exercício seguinte.

e) em razão da soberania do Congresso Nacional, a sua competência para alterar o projeto de lei orçamentária não sofre limitações.

29. (FCC/INFRAERO/2011) De acordo com o Decreto no 1.171/1994, para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional,

(A) ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

(B) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

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(C) ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado obrigatoriamente de forma direta a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, com exceção de setores independentes.

(D) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado necessariamente de forma direta a autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.

(E) com obrigatória retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, apenas.

30. (ESAF/MPU/2004) São finalidades do sistema de controle interno do Poder Executivo federal, exceto

a) avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.

b) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e à eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração pública federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.

c) prestar orientação aos administradores de bens e recursos públicos nos assuntos pertinentes à área de competência do sistema de controle interno, inclusive sobre a forma de prestar contas.

d) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União.

e) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

2.4 QUESTÃO DISCURSIVA 1

(CESPE/SEPLAG-DF/2009) “O movimento de reformas do aparelho do

Estado, denominado de Nova Gestão Pública, teve início no Reino Unido

no final dos anos 70 do século passado, expandiu-se pelos países anglo-

saxões como Austrália e Nova Zelândia na década de 80 do mesmo

século, fortaleceu-se nos Estados Unidos da América na gestão do

presidente Clinton, embasado nos princípios do texto Reinventando o

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Governo, de Osborne e Gaebler, alcançando na década passada os países

da OCDE e da América Latina, notadamente o Chile e o Brasil. No caso

brasileiro, o marco de introdução dessa temática no debate nacional foi o

Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, de 1995”.

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente

motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.

A NOVA GESTÃO PÚBLICA E A REFORMA DO ESTADO NO BRASIL

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

os princípios e as diretrizes que nortearam a reforma do Estado

implementada no Brasil a partir da segunda metade da década passada;

contraponto com a gestão federal pós plano diretor (2003 aos dias

atuais).

2.5 QUESTÃO DISCURSIVA 2

(ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Nas últimas décadas, o modelo burocrático de

administração pública foi fortemente questionado e reformado, movimento

que fez surgir um conjunto teórico conhecido por Nova Gestão Pública,

cujas premissas defendem, entre outras, a ideia de o Estado ser

administrado ao estilo da iniciativa privada. Nesse contexto, explicitando

os conceitos e fundamentando sua argumentação, responda ao seguinte

questionamento:

Considerando que a atual crise financeira mundial, supostamente causada

pelo mercado, deu início a um novo ciclo de maior intervenção do Estado

na economia, devemos esperar por um aumento ou por uma diminuição

do enfoque gerencialista até aqui perseguido pela administração pública?

3 Gabarito

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1. B

2. E

3. D

4. D

5. B

6. D

7. B

8. C

9. C

10. B

11. B

12. A

13. B

14. C

15. C

16. A

17. B

18. B

19. A

20. E

21. D

22. D

23. E

24. E

25. E

26. A

27. B

28. A

29. A

30. C

4 Pontos Importantes da Aula

O Plano Diretor tinha como objetivo para as atividades exclusivas: substituir a administração pública burocrática, rígida, voltada para o controle a priori dos processos, pela administração pública gerencial, baseada no controle a posteriori dos resultados e na competição administrada. Não é um objetivo para o núcleo estratégico, no qual deveria ainda prevalecer a administração burocrático, pois nele o importante é a efetividade e a segurança das decisões.

O sistema de controle interno não é subordinado ao controle externo e tem como finalidades: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

A governança também pode ser definida como conjunto de regras formais e informais que regem a ação de um determinado grupo.

Tripé da implantação da administração burocrática no Brasil: administração de materiais; administração de pessoal; administração financeira.

Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as

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sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

O Governo Lula defendia um papel ativo do Estado, com vistas à redução do “déficit institucional”, definido como a ausência do Estado onde ele deveria estar atuando