Aula 09 LEGISLAÇÃO ADUANEIRA – RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

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    AULA 09

    (Ponto 10.1 dos editais de ATRFB e de AFRFB/2012)

    Contedo14. Termo de Responsabilidade .................................................................. 213. Mercadoria Avariada e Extraviada. 13.1. Definio. 13.2. VistoriaAduaneira. ............................................................................................ 104.7. Regime de Tributao Simplificada .................................................... 2125. Internalizao da Legislao Aduaneira Aplicvel ao MERCOSUL. ............ 2611. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no Mercosul ........................ 284.8. Regime de Tributao Especial .......................................................... 44

    4.9. Regime de Tributao Unificada ......................................................... 50QUESTES ANALISADAS NESTA AULA ....................................................................................................... 53

    Ol, pessoal.

    Na aula de hoje, trataremos de vrios tpicos esparsos, como se podever a em cima no ndice.

    Antes, porm, preciso fazer uma adaptao em uma questo e umaerrata da errata:1) na aula passada (08), eu apresentei a questo 03, sobre loja

    franca, com o gabarito da letra B. Eu havia adaptado a questo, mas no fiz aadaptao completa. Faltou dizer que a venda a passageiro pode ser superior aUS$ 500,00, aplicando-se o regime de tributao especial sobre o excesso. Emsegundo lugar, faltou atualizar que o pagamento pode ser em moeda nacionaltambm nas viagens de partida. A opo B fica correta nos termos abaixo:03 (TRF/2003) Assinale a opo correta. (adaptada)As lojas francas esto autorizadas a efetuar venda de mercadoriasnacionais ou estrangeiras em portos e aeroportos alfandegados, a:(gabarito) b) passageiros em viagem internacional, cujo pagamento pode serefetuado em moeda nacional ou estrangeira, em espcie, cheque de viagem oucarto de crdito, sujeitas as vendas ao limite de iseno de US$ 500.00 e alimites quantitativos para determinados produtos; a passageiros e tripulantes,em viagem internacional de partida, cujo pagamento pode ser efetuado emmoeda nacional ou estrangeira, em espcie, cheque de viagem ou cartode crdito; a empresas de navegao area ou martima, em viagensinternacionais, visando o consumo de bordo ou a venda a passageiro, quandoem guas ou espao areo internacionais; a misses diplomticas e a seusintegrantes e assemelhados.

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    2) Na aula 03, do Missagia, eu coloquei uma errata em relao questodo ICMS. Desculpem-me, mas no finalzinho eu troquei os termos. O certoseria:

    Fiquemos com o seguinte: o ICMS devido ao estado do destinatriodo bem e ponto final. Mas como era literal da ementa do RE, a letraD ficou como correta. Agora, se o estado do desembaraofosse diferente do estado do destinatrio, prevaleceria o doestado do destinatrio.

    Vou substituir as aulas 03 e 08 s para corrigir essas duas coisas.

    Vamos aula de hoje.

    14. Termo de Responsabilidade

    Comeo com este tpico, pois ele est intimamente ligado aos RegimesAduaneiros Especiais, cujo estudo foi concludo na aula anterior.

    O que o Termo de Responsabilidade?

    um papel onde so escritos os valores dos tributos que ficarem com aexigibilidade suspensa em decorrncia da aplicao do regime aduaneiroespecial. Pense no termo como um compromisso do beneficirio do regime:

    Eu, fulano de tal, assumo a responsabilidade de pagar os tributosaqui consignados caso eu descumpra as condies do regimevinculado Declarao de Importao n nnnnnn.

    Depois de datado e assinado, o termo vai para um gaveto da RFB e passaa ser controlado em funo da data de vencimento do regime. Caso, dentro doprazo, o beneficirio promova a extino do regime, o TR retirado do gavetoe carimbado Baixado (vocs tinham que ver o tamanho do carimbo...).

    Porm, se o prazo vence e o TR ainda est l dentro daquele gaveto, entoele vai para execuo pelo fiscalzo., fulano. Cad voc? Esqueceu do seu compromisso?Ih, senhor fiscal, sabe que que aconteceu? Eu ia registrar ontem a

    Declarao de Exportao para aquela pea admitida temporariamente, masmeu gato morreu. Ser que no d para relevar o descumprimento, no?

    Hum... T bom. Vou dar um prazo para voc, em considerao ao seugato. So 10 dias para voc se manifestar sobre o descumprimento.

    Observao: o prazo de 10 dias independe do gato. O AFRFB falouaquilo s para dar uma levantada no moral do importador. O prazoest previsto no artigo 761, I, do Regulamento Aduaneiro:

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    Art. 758. O termo de responsabilidade o documento noqual so constitudas obrigaes fiscais cujo adimplementofica suspenso pela aplicao dos regimes aduaneirosespeciais.

    Art. 761. A exigncia do crdito tributrio constitudo emtermo de responsabilidade deve ser precedida de:I - intimao do responsvel para, no prazo de dez dias,manifestar-se sobre o descumprimento, total ou parcial, docompromisso assumido; eII - reviso do processo vinculado ao termo deresponsabilidade, vista da manifestao do interessado,

    para fins de ratificao ou liquidao do crdito.

    Pxa, senhor fiscal, muito obrigado.

    Sobre a garantia

    Para obter o regime aduaneiro especial, o beneficirio precisa assinar otermo de responsabilidade. Dependendo do regime, ele pode ter queapresentar tambm uma garantia. Por exemplo, nos regimes de admissotemporria e de trnsito aduaneiro, a garantia , em regra, exigida. No caso deexportao temporria, a garantia dispensada. (RA, arts. 337, par. nico,364 e 446)

    Como se d a garantia?O Regulamento Aduaneiro dispe sobre dois gneros (garantias reais ou

    pessoais), mas lista as trs espcies permitidas depsito em dinheiro, fianaidnea e seguro aduaneiro , que podem ser livremente escolhidos peloimportador:

    Art. 759. Poder ser exigida garantia real ou pessoal do crditotributrio constitudo em termo de responsabilidade.Pargrafo nico. A garantia a que se refere o caput poder ser

    prestada sob a forma de depsito em dinheiro, fiana idnea ou

    seguro aduaneiro em favor da Unio.

    O seguro aduaneiro uma modalidade de seguro regulamentada naCircular SUSEP n 232/2003. O beneficirio do regime suspensivo procura umasociedade seguradora que, mediante recebimento de um prmio, compromete-se a pagar Receita Federal o valor dos tributos suspensos caso o beneficiriodescumpra alguma condio do regime aduaneiro especial. Em relao fiana, esta pode ser prestada por pessoa fsica ou pessoa jurdica, instituiofinanceira ou no. No entanto, para se habilitar como fiador, deve sercomprovada a capacidade econmica do interessado.

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    Ateno! 1) No confunda o Termo de Responsabilidade (um papelassinado) com a garantia (seguro, fiana ou depsito).2) At 2002, houve a possibilidade de a garantia serapresentada sob a forma de cauo de ttulos da dvida

    pblica federal. Com a publicao de Regulamento surgidonaquele ano, tal possibilidade morreu.

    Sobre o processo de execuo de termo de responsabilidade

    Escrevi antes sobre o prazo de 10 dias para o sujeito se manifestarpreviamente ao incio da execuo. Tal prazo s foi criado em 2002, com aedio do Decreto 4.543/2002 (Regulamento Aduaneiro j revogado). Antes

    dele, o Regulamento Aduaneiro (RA) era o Decreto 91.030/1985.Se voc olhar o decreto de 1985, vai encontrar o seguinte:

    (revogado) Art. 548. O termo de responsabilidade constitui ttulorepresentativo de direito lquido e certo da Fazenda Nacional comrelao obrigao tributria nele garantida. 1 No cumprida a obrigao, principal ou acessria, cujasuspenso lhe deu causa, o termo ser objeto de execuoadministrativa na forma de ato normativo do Secretrio daReceita Federal.

    2 No efetuado o pagamento do crdito tributrio exigido, otermo ser encaminhado cobrana judicial.

    O ato normativo da RFB , at hoje, a IN SRF 117/2001, editado aindana vigncia do decreto de 1985.

    http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/ins/2001/in1172001.htm

    Da leitura da IN, no se encontra nela nenhuma previso depronunciamento prvio por parte do beneficirio do regime. Havendo

    descumprimento do regime, a IN manda cobrar e ponto final. A lgica bemrazovel. Afinal, o termo de responsabilidade ttulo representativo de direitolquido e certo da Fazenda Nacional com relao s obrigaes fiscais neleconstitudas (RA, art. 760). Em tese, no h motivo para perguntar nada parao beneficirio caso ele tenha descumprido o regime. Veja que esta disposio(o TR representa direito lquido e certo da Fazenda Nacional) algo presentedesde o RA de 1985 at o RA de hoje, pois amparada no Decreto-Lei2.472/1988, art. 1.

    Na regra geral, com o descumprimento do regime aduaneiro especial, obeneficirio era intimado a pagar em 30 dias. Caso no o fizesse, o TR ia para

    execuo por parte da Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) (art. 5 da INSRF 117/2001).

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    O problema surgia a. Quando a PFN iniciava o processo de execuojudicial, o beneficirio recorria escrevendo uma linha em sua defesa: No mefoi dado o direito de ampla defesa nem de contraditrio. E alguns juzes, emmeia linha, decidiam: Recurso deferido. Execuo baixada.

    Depois de sofrer algumas derrotas no Judicirio, o governo resolveu criaro prazo de 10 dias para pronunciamento prvio. Contudo, ainda controversaessa histria de ampla defesa e contraditrio. Afinal, em sede administrativa, osujeito se manifesta acerca do descumprimento previamente deciso da RFBem iniciar a execuo ou no. Depois que a RFB toma a deciso de iniciar aexecuo do TR, no h mais abertura, em sede administrativa, para aapresentao de defesa ou de contraditrio. A primeira intimao feita aobeneficirio do regime no foi para defesa propriamente dita, pois ainda nohavia uma acusao formal. Veja que, com a resposta do beneficirio, aReceita ainda vai decidir se inicia ou no a execuo do TR. Tal intimao (para

    fins de manifestao prvia) comparvel intimao que a fiscalizaoaduaneira faz para que o sujeito apresente esclarecimentos acerca deimportaes ou exportaes.

    complicado dizer que surgiu o direito ampla defesa e ao contraditrioem sede administrativa, apesar de esta ter sido a inteno da modificaonormativa. Veja que a abertura para o importador se manifestar prvia execuo do termo:

    Art. 761. A exigncia do crdito tributrio constitudo em termode responsabilidade deve serprecedida de:I - intimao do responsvel para, no prazo de dez dias,

    manifestar-se sobre o descumprimento, total ou parcial, docompromisso assumido; eII - reviso do processo vinculado ao termo de responsabilidade, vista da manifestao do interessado, para fins de ratificao ouliquidao do crdito.

    Claro que na esfera judicial, o beneficirio do regime poder apresentarsuas alegaes, como sempre pde.

    Depois que o sujeito apresenta sua manifestao, a RFB a avalia. Caso

    conclua que o caso de realmente executar o TR, haver trs possibilidades:1) termo de responsabilidade SEM garantia: intima o beneficirio do

    regime para pagar em 30 dias (RA, art. 761, 1, II);2) termo de responsabilidade com garantia na forma de fiana ou

    seguro: intima o beneficirio do regime e o fiador/seguradora para pagar em30 dias (RA, art. 761, 1, II c/c 2); e

    3) termo de responsabilidade com garantia na forma de depsito:converte o depsito em renda da unio (RA, art. 761, 1, I), semnecessidade da intimao para pagamento.

    Nos dois primeiros casos, se no houver o pagamento no prazo, o TR vaipara execuo pela PFN.

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    Por fim, cabe mencionar que existem termos de responsabilidade queno so lavrados com valor. muito comum nos casos dos carros de Frmula-1, pois nunca se ouviu dizer que um desses carros tenha ficado definitivamente

    no pas aps ter participado de uma corrida. J que a chance dedescumprimento da admisso temporria dos carros de Frmula-1 nfima,quase nula, no se perde tempo com clculo de tributo devido, mesmo porquetal clculo deve levar em conta o valor aduaneiro, que, neste caso, dedificlima apurao, provavelmente tendo que se usar o 6 mtodo devalorao aduaneira, estudado com o Missagia.

    Como se executa um termo de responsabilidade sem o clculo dostributos devidos como mencionado no pargrafo anterior? O RA dispe:

    Art. 765. O termo no formalizado por quantia certa ser liquidado vista dos elementos constantes do despacho aduaneiro a que

    estiver vinculado.

    Sobre os valores constitudos no termo de responsabilidade

    Quando o termo vai sendo preenchido, claro que somente os tributossuspensos so calculados. No se colocam no termo de responsabilidade osvalores de juros e/ou multas. Afinal, cada infrao que o sujeito venha acometer ensejar uma penalidade especfica. No d para tentar prever qualinfrao o sujeito vai cometer para tentar antecipar que valor ser devido. O

    termo seria um monstrengo:Se voc fizer isso, multa de R$ ______; se fizer aquilo, R$ ________;aquilo outro, R$ ________; (...)

    Iria faltar pronome demonstrativo. Ah, e ainda tinha que calcular osjuros. Como que se colocam os juros, se a taxa Selic s vai ser apurada emmomentos posteriores ao da assinatura do termo?

    Enfim, as penalidades no so inseridas no termo de responsabilidade.Ento, professor, o infrator no vai pagar penalidade?

    Caro aluno, eu no falei isso. Voc est querendo colocar palavras naminha boca. Diga o nmero do seu termo para eu mandar executar.

    As penalidades sero cobradas, mas em auto de infrao lavradoposteriormente, quando a RFB detectar o descumprimento do regime:

    Art. 766. A exigncia de crdito tributrio apurado emprocedimento posterior apresentao do termo deresponsabilidade, em decorrncia de aplicao de penalidade oude ajuste no clculo de tributo devido, ser formalizada em autode infrao, lavrado por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil,observado o disposto no Decreto no 70.235, de 1972.

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    Veja que o artigo 766 ainda faz meno a ajuste no clculo do tributo. Oque isso?

    Voc, quando estiver trabalhando no aeroporto de Viracopos (ou Galeo

    ou ________), vai receber s 17:50 o ltimo despachante do dia e osdocumentos relativos a uma Declarao de Importao para conferir. Seusolhos j no aguentam mais olhar fatura, conhecimento de carga, tela doSiscomex, fundos falsos nas caixas...

    Chega! Vou logo montar esse termo de responsabilidade aqui, mas vocassina amanh, senhor despachante.

    T bom, senhor fiscal.A, no dia seguinte, chegam os dois revigorados e diz o fiscal: Nossa,

    nunca vi voc chegar antes de mim por aqui. O que aconteceu?

    que eu tenho muita coisa para resolver hoje. Deixa eu assinar logoaquele termo de responsabilidade.Claro, est aqui.

    O AFRFB no havia lembrado que a alquota do IPI tinha quadruplicado e,devido noventena, estava entrando em vigor naquele dia. O despachantenunca tinha acordado to cedo na vida dele.

    Quando a RFB pegar o TR para executar, vai ver a falha do AFRFB em tercalculado o IPI com uma alquota mais baixa (lembre que o fato gerador do IPI

    s vai ocorrer no desembarao).E agora? Vamos passar um branquinho?No d. O importador tem a via dele. rsrsrsVai ter que ser auto de infrao mesmo para cobrar o IPI complementar.

    QUESTES

    01 (TTN/1997-rea Aduana) So condies cumulativas para a

    concesso do regime de admisso temporria:a) o carter de temporariedade, a inexistncia de cobertura cambial e aadequao finalidade da importao;b) a temporariedade de sua permanncia no pas, o despacho aduaneiro deimportao para consumo e a identificao dos bens;c) a permanncia temporria dos bens no pas, a utilizao dos bens dentro doprazo fixado e nos fins previstos e a garantia dos tributos atravs de termo deresponsabilidade;d) o carter de temporariedade, a conferncia prvia e o desembarao

    aduaneiro;

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    e) o carter de temporariedade, o despacho para consumo e a existncia decobertura cambial.

    Comentrios

    Esta questo j foi comentada pelo Missagia na aula 06, pois se refere admisso temporria. Por isso, no vou coment-la de novo. No entanto, comoa questo menciona termo de responsabilidade na letra C, acho importanteapontar outro erro, que no podia ser apontado pelo Missagia, pois a aulasobre termo de responsabilidade esta aqui.

    Na letra C consta: a garantia de tributos atravs de termo deresponsabilidade. A garantia no se d por meio do termo deresponsabilidade, mas por meio de depsito, fiana idnea ou seguroaduaneiro.

    02 (AFRF/2002-2) No regime aduaneiro especial de admissotemporria:a) os impostos e penalidades pecunirias previstos para a hiptese dedescumprimento das normas que disciplinam o regime sero consubstanciadosem Termo de Responsabilidade.b) a parcela dos impostos devida na importao, suspensa em decorrncia daaplicao do regime ser garantida em Termo de Responsabilidade cujaexigncia ser objeto de procedimento fiscal administrativo em que seassegure o contraditrio e ampla defesa, no caso de inadimplncia do

    beneficirio do regime.c) a parcela das penalidades pecunirias e de outros acrscimos legais devidapelo descumprimento das condies do regime ser, aps quantificada, objetode execuo administrativa juntamente com os impostos devidos constantesdo Termo de Responsabilidade, se no houver recolhimento nos 30 (trinta) diassubsequentes cincia da notificao fiscal.d) a parcela dos impostos devida na importao, suspensa em decorrncia daaplicao do regime, ser consubstanciada em Termo de Responsabilidade,garantido por fiana ou seguro aduaneiro, que, no caso de descumprimentodas condies do regime concedido, ser encaminhado Procuradoria daFazenda Nacional para inscrio na Dvida Ativa se no comprovado opagamento no prazo estabelecido e a parcela relativa s penalidadespecunirias e ajuste de clculo de tributos devidos ser exigida atravs dalavratura do auto de infrao regularmente notificado ao contribuinte.e) a parcela relativa s penalidades pecunirias decorrentes dodescumprimento da obrigao tributria principal cuja alquota prevista para obem objeto do regime figurar na Tarifa Externa Comum igual a zero sercalculada aplicando-se o percentual correspondente ao produto de maioralquota da posio respectiva na TEC e encaminhada Procuradoria daFazenda Nacional para o fim de cobrana judicial do ttulo, no caso deinadimplemento do regime.

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    ComentriosLetra A: errada. As penalidades no entram no termo de

    responsabilidade.

    Letra B: errada. A partir de dezembro de 2002, surgiu aquele prazo de10 dias para manifestao prvia ao incio da execuo. Com certeza, nohavia no processo administrativo fiscal contraditrio e ampla defesa no dia daprova, anterior a dezembro. E, como mencionei, complicado, mesmo hoje,dizer que, no processo fiscal administrativo h contraditrio e ampladefesa. No processo judicial, certamente h direito ampla defesa e aocontraditrio.

    Letra C: errada. As penalidades so cobradas parte, em auto deinfrao.

    Letra D: correta, como vimos antes. Note que no se falou da garantiaprestada na forma de depsito em dinheiro. Afinal, se houver depsito, o TRnem vai para a PFN. s converter em renda da Unio.

    Letra E: errada. A questo trata das penalidades pecunirias decorrentesda falta de pagamento. Logo, est falando das multas e dos juros vinculados obrigao tributria principal. No est falando aqui da multa dedescumprimento do regime de admisso temporria (que multa de 10%sobre o valor aduaneiro, prevista no art. 709 do RA).

    Em relao s multas por falta de pagamento, elas sero calculadassobre o valor do imposto de importao que tinha ficado suspenso. Caso a

    alquota do imposto de importao seja 0%, sobre qual valor ser cobrada amulta por falta de pagamento? ZERO. No se vai calcular o imposto devidoutilizando-se uma alquota de um outro produto diferente do importado. Issoseria uma arbitrariedade.

    03 (Indita) Assinale a alternativa correta acerca do Termo deResponsabilidade (TR):a) as garantias que reforam sua cobrana podem ser reais ou pessoais.b) no caso de execuo de termo de responsabilidade garantido por seguro

    aduaneiro, a seguradora ser intimada somente se o beneficirio do regimeno efetuar o pagamento dos tributos suspensos.c) caso a RFB considere que a manifestao do interessado no procede parafins de derrubada do TR, este ser enviado para a PFN.d) o TR tem que ser constitudo com valor certo.e) a cobrana dos valores consignados no TR ser por meio de auto deinfrao.

    Comentrios

    Letra A: correta, conforme caput do artigo 759, visto anteriormente.

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    Letra B: incorreta. A intimao do beneficirio e do segurador concomitante. Art. 761, 2o.

    Letra C: incorreta. A execuo se inicia com a cobrana administrativa:30 dias para pagar. S se no pagar no prazo, vai para a PFN.

    Letra D: incorreta. Podem ser formalizados sem quantia certa. Vimos issono artigo 765 do RA.

    Letra E: incorreta. O auto s para os valores que no constarem notermo (juros, multas e ajuste de clculo de tributo).

    13. Mercadoria Avariada e Extraviada. 13.1. Definio. 13.2. VistoriaAduaneira.

    A definio de mercadoria avariada a que sofreu avaria. rsrsUm doce para quem acertar o que mercadoria extraviada. Sim, a que

    sofreu extravio.Mas o que so avaria e extravio na definio aduaneira? Esquea o

    conceito que voc tem sobre avaria e extravio. O que interessa para a prova a definio aduaneira:

    Art. 649. Para os fins deste Decreto, considera-se:I - avaria, qualquer prejuzo que sofrer a mercadoria ou o seuenvoltrio;II - extravio, toda e qualquer falta de mercadoria, ressalvadosos casos de erro inequvoco ou comprovado de expedio; eIII - acrscimo, qualquer excesso de volume ou de mercadoria, emrelao quantidade registrada em manifesto ou em declarao deefeito equivalente.

    Professor, no meu Regulamento Aduaneiro, o inciso II no tem aquela

    parte em negrito ali no.Calma, veremos isso.

    Sobre a avaria

    No h no Regulamento Aduaneiro nenhuma meno especfica a avariade envoltrio, mas apenas sobre avaria da mercadoria. Logo, esta englobaaquela. A avaria da mercadoria inclui a avaria do seu envoltrio, suaembalagem.

    Ser considerada total a avaria que acarrete a descaracterizao damercadoria. (art. 649, par. nico)

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    Sobre o extravio

    Vimos na aula 01 que, se houver falta ou avaria, a RFB ir cobrar oimposto do responsvel, que pode ter sido o transportador ou o depositrio:

    Art. 72. (...) 1 Para efeito de ocorrncia do fato gerador, considera-seentrada no territrio aduaneiro a mercadoria que conste comoimportada e cujo extravio tenha sido apurado pela autoridadeaduaneira. 2o O disposto no 1o no se aplica s malas e s remessas

    postais internacionais. 3o As diferenas percentuais de mercadoria a granel, apuradas

    na verificao da mercadoria, no curso do despacho aduaneiro, nosero consideradas para efeitos de exigncia do imposto, at olimite de um por cento. 4o Na hiptese de diferena percentual superior fixada no 3o,ser exigido o imposto somente em relao ao que exceder a um

    por cento.Art. 660. A responsabilidade pelo extravio ou pela avaria demercadoria ser de quem lhe deu causa, cabendo ao responsvel,assim reconhecido pela autoridade aduaneira, indenizar a FazendaNacional do valor do imposto de importao que, em consequncia,deixar de ser recolhido, ressalvado o disposto no art. 655.

    O artigo 72, 1, trata do Fato Gerador Presumido. Preste ateno: s necessrio presumir a entrada da mercadoria para aquelas extraviadas, pois,como a mercadoria no est ali, no posso afirmar com certeza que amercadoria entrou no pas. Por isso, necessrio presumir para poder cobrar oimposto de importao.

    No caso de mercadoria avariada, no h necessidade de se presumir aentrada, pois a mercadoria entrou com certeza, seno no estaramos vendo

    que ela est avariada.Apesar da diferena conceitual, a implicao a mesma: se houver faltaou avaria, o responsvel ser cobrado em relao ao imposto que o importadordeixar de pagar (ou que pedir em restituio) e o fato gerador se consideraocorrido no dia do lanamento.

    Art. 73. Para efeito de clculo do imposto, considera-se ocorrido ofato gerador:II - no dia do lanamento do correspondente crdito tributrio,quando se tratar de:c) mercadoria constante de manifesto ou de outras declaraes deefeito equivalente, cujo extravio ou avaria tenha sido apurado

    pela autoridade aduaneira; ou

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    Especificamente no caso de extravio, a redao do inciso II do artigo 649

    dava pano pr manga:II - extravio, toda e qualquer falta de mercadoria; ( como consta

    ainda no RA)

    Antes de falar desse inciso, podemos observar que o 2 do artigo 72define um tratamento especial para malas e remessas postais internacionaisextraviadas, no havendo cobrana de imposto em relao ao transportador.Isto porque tais bens provavelmente entraro em um momento posterior e apodero ser tributadas. O 3 tambm cria um tratamento especial paramercadorias a granel, tolerando-se uma perda de at 1% da quantidade dobem importado.

    O problema estava no extravio de outras espcies de bens. Como o incisoII taxativo (extravio TODA e QUALQUER falta de mercadoria), a RFBestava vinculada cobrana do imposto no caso de qualquer extravio de bens,inclusive no caso de erro de expedio.

    A, algum pensou em modificar isso. Surgiu a Lei 12.350/2010, art. 40,modificando o conceito para ressalvar os erros de expedio. Veja que amodificao do conceito super-relevante. Hoje se o transportador prova queo extravio se deu apenas por erro de expedio, ele se safa do fato geradorpresumido, sendo a mercadoria tributada s quando encontrar o rumo certoem direo ao Brasil.

    Pxa, seu fiscal, por equvoco, eu mandei a mercadoria para Atlntida,mas j j eu a trago de volta.

    A lei 12.350/2010 no alterou o RA (Decreto 6.759/2009), mas a baselegal deste o Decreto-Lei 37/1966. Por isso, no seu Regulamento Aduaneiroainda consta a redao sem modificao. Certamente quando vier o novoRegulamento Aduaneiro, isto estar atualizado.

    Sobre o lanamento e sobre o processo de cobrana

    At a edio do Decreto 7.213/2010, a cobrana dos tributos em virtudede falta ou avaria de mercadoria era por notificao de lanamento e havia umrito especfico para o processo administrativo. O processo de cobrana era porrito sumrio. (antigos arts. 791 e 792 do RA)

    A partir do citado decreto, o lanamento passou a ser na forma de autode infrao, com o rito geral do processo administrativo fiscal, previsto noDecreto 70.235/1972.

    Outras modificaes da Lei 12.350/2010

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    At 2010, houve na legislao aduaneira o chamado processo de vistoriaaduaneira, que inclusive ainda o ttulo do Captulo VI do RegulamentoAduaneiro, art. 791.

    Pra, pra, professor. Como assim houve? No edital da RFB, esto

    pedindo Vistoria Aduaneira no tpico 13.2.Eu sei, rapaz. Voc no viu que eu coloquei o tpico duas pginas atrs?

    rsrsMas ento?Ento que a Lei 12.350/2010 alterou o artigo 60 do Decreto-Lei

    37/1966, que era a base legal da vistoria aduaneira.

    Se voc pegar o Regulamento Aduaneiro, vai verificar que o art. 60Decreto-Lei 37/1966 era a base legal dos artigos 791 e 650, que tratavam do

    processo de vistoria aduaneira:DL 37, art.60. (...)(revogado tacitamente) Pargrafo nico. O dano ou avaria e oextravio sero apurados em processo, na forma e condies que

    prescrever o regulamento, cabendo ao responsvel, assimreconhecido pela autoridade aduaneira, indenizar a FazendaNacional do valor dos tributos que, em consequncia, deixarem deser recolhidos.

    Veja que o Decreto-Lei remetia para o regulamento. Por isso, oRegulamento Aduaneiro cuidava do processo de vistoria aduaneira nos seusartigos 650 e 791.

    DO PROCESSO DE VISTORIA ADUANEIRAArt. 791. A formalizao da exigncia do crdito tributriodecorrente de vistoria aduaneira ser feita por meio de auto deinfrao instrudo com o termo de vistoria referido no 1 do art.650.Art. 650. A vistoria aduaneira destina-se a verificar a ocorrncia

    de avaria ou de extravio de mercadoria estrangeira entrada noterritrio aduaneiro, a identificar o responsvel e a apurar o crditotributrio dele exigvel. 1o A vistoria ser realizada a pedido, ou de ofcio, sempre que aautoridade aduaneira tiver conhecimento de fato que a justifique,devendo seu resultado ser consubstanciado no termo de vistoria.

    Iniciava-se um processo com a nomeao da Comisso de Vistoriacom alguns AFRFB. Ao final, era emitido o termo de vistoria aduaneira com as

    constataes realizadas. E o termo servia de base para o auto de infrao queento se lavrava.

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    O processo de vistoria morreu, pois aquele pargrafo nico do art. 60,que dava suporte a ele, foi revogado pela Lei 12.350/2010, que incluiu trspargrafos em seu lugar:

    DL 37, art. 60. (...) (redao atual)

    1o Os crditos relativos aos tributos e direitos correspondentess mercadorias extraviadas na importao sero exigidos doresponsvel mediante lanamento de ofcio. 2o Para os efeitos do disposto no 1o, considera-se responsvel:I o transportador, quando constatado o extravio at a conclusoda descarga da mercadoria no local ou recinto alfandegado,observado o disposto no art. 41; ouII o depositrio, quando o extravio for constatado em mercadoriasob sua custdia, em momento posterior ao referido no inciso I.

    3o

    Fica dispensado o lanamento de ofcio de que trata o 1o

    nahiptese de o importador ou de o responsvel assumirespontaneamente o pagamento dos tributos.

    Note o seguinte:1) pela nova redao do artigo 60 e seus pargrafos, a apurao de falta

    ou avaria deixa de ser por meio de processo (o processo de vistoriaaduaneira). Logo, o processo de vistoria aduaneira no tem mais base legal eest extinto nas unidades aduaneiras. A justificativa foi porque era umprocesso um pouco moroso pela necessidade de criao de uma comisso deAuditores Fiscais.

    2) a apurao por falta ou avaria se mantm, mas agora no hnomeao da Comisso de Vistoria.

    3) a verificao agora realizada pelo prprio AFRFB que detecta a faltaou a avaria (normalmente no momento da conferncia aduaneira). Ele mesmo

    j lavra o auto de infrao.

    Uma pergunta ainda est sem resposta: essa verificao a ser feita pelosolitrio AFRFB ser chamada de vistoria aduaneira? Sabemos que o processo

    de vistoria (nomeao de uma comisso e investigao coletiva) no existemais, mas s saberemos o nome a ser dado investigao solitria do solitrioAFRFB quando surgir o novo Regulamento Aduaneiro, que est na boca desair.

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    Principais informaes da vistoria aduaneira

    Apesar de o processo de vistoria ter acabado, importante guardar asinformaes mais importantes sobre a investigao da falta ou avaria demercadoria. Repito: a investigao continua existindo, mas agora solitriapelo AFRFB.

    Se a Esaf pediu vistoria aduaneira no edital, temos que saber tudo acercadessa investigao. Como o edital foi praticamente todo montado em cima doRegulamento Aduaneiro (RA), bem razovel que as questes sejam tambmbaseadas no RA. Vejamos suas disposies mais importantes (arts. 650 a 657),alheios modificao trazida pela Lei 12.350/2010, pois parece que a Esaf estdesatualizada (se ela estiver atualizada, s saber que o processo de vistoriamorreu):

    1) A vistoria aduaneira destina-se a verificar a ocorrncia de avaria ou deextravio de mercadoria estrangeira entrada no territrio aduaneiro, aidentificar o responsvel e a apurar o crdito tributrio dele exigvel. (art.650)

    Guardeisso!

    VistoRIA para apurar falta ou avaRIA de mercadoRIA.

    2) A vistoria ser realizada a pedido, ou de ofcio, sempre que a

    autoridade aduaneira tiver conhecimento de fato que a justifique,devendo seu resultado ser consubstanciado no termo de vistoria. (art.650, 1o)

    3) O volume que, ao ser descarregado, apresentar-se quebrado, comdiferena de peso, com indcios de violao ou de qualquer modoavariado, dever ser objeto de conserto e pesagem, fazendo-se, atocontnuo, a devida anotao no registro de descarga, pelo depositrio.(art. 651)Cabe ao depositrio, logo aps a descarga de volume avariado, ou a

    constatao de extravio, registrar a ocorrncia em termo prprio,disponibilizado para manifestao do transportador, na forma e no prazoestabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (art. 652)

    => Com esses dois artigos, veja que o trabalho da aduana fica bemfacilitado. Se houver anotao do depositrio de que recebeucarga j avariada, provavelmente ele no ser responsabilizado. Noentanto, se no houver feito anotao nenhuma quando dorecebimento da carga, provvel que ele tenha sido o causador dafalta ou da avaria. Claro que sempre cabe o direito de defesa.

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    4) No ser efetuada vistoria aps a sada da mercadoria do recinto dedespacho. (art. 650, 3o)

    => Isso bem bvio. igual quele cartaz na padaria: Confira oseu troco antes de sair. Nem adianta querer que a RFB faa

    vistoria na sua carga se voc j a levou para casa. Quem garanteque a falta ou avaria no foram provocados por voc mesmo?

    5) No ser iniciada a verificao de mercadoria contida em volume queapresente indcios de avaria ou de extravio de mercadoria, enquanto nofor realizada a vistoria. Se a avaria ou o extravio for constatado no cursoda verificao, esta ser suspensa at a realizao da vistoria. (art.653)

    => Se ainda no comeou a verificao, nem comea. Se jcomeou, suspende.

    6) Poder ser dispensada a realizao da vistoria se o importadorassumir a responsabilidade pelo pagamento do imposto de importao edas penalidades cabveis. No entanto, a desistncia implicar perda debenefcio de iseno ou de reduo do imposto, na proporo dasmercadorias contidas em volumes extraviados. (art. 655)

    => O principal (ou o nico) interessado em que se faa a vistoria o importador, pois ter a restituio dos tributos pagos e, se for ocaso, a indenizao da seguradora. Logo, se ele quer desistir da

    vistoria, tudo bem. Porm, como diz o RA, o sujeito perde o direito iseno/reduo de imposto, pois, em tese, a aduana no tercomo atestar se a mercadoria poderia entrar com iseno/reduo.

    7) Assistiro vistoria, a ser realizada em dia e hora fixados pelaautoridade aduaneira, o depositrio, o importador e otransportador. Poder, ainda, assistir vistoria qualquer pessoa quecomprove legtimo interesse no caso. (art. 656)

    => O coitado do importador fica no centro e os dois suspeitos(transportador e depositrio) cercam-no. A RFB toma conta paraque seja guardada distncia segura. rs

    QUESTES(vou responder s questes como se o processo de vistoria ainda existisse,pois eu no sei o que passa pela cabea da Esaf ao colocar isso no edital)

    04 (AFTN/1989) Apurando-se dano ou avaria: (adaptada)

    a) o responsvel estar sujeito a multa no valor do tributo que, emconsequncia, deixar de ser recolhido.

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    b) ao responsvel, assim reconhecido pela autoridade aduaneira, caberindenizar a Fazenda Nacional do valor do imposto de importao que, emconsequncia, deixar de ser recolhido.c) ficar o importador autorizado a reexportar, sem o pagamento de tributos,

    os produtos que houverem sofrido dano ou avaria, assegurando-se a validadeda licena de importao para amparar nova operao.d) ficar o transportador obrigado a indenizar a Fazenda Nacional pelomontante do tributo que deixar de ser recolhido, cabendo-lhe direito regressivocontra o responsvel.e) ficar o importador obrigado ao pagamento do tributo integral, fazendo,entretanto, jus a um crdito no valor do dano ou da avaria, utilizvel paraabatimento do imposto em importao futura.

    ComentriosLetra A: incorreta. O responsvel vai pagar os tributos que deixarem deser recolhidos. Claro que tambm pagar algumas multas e juros.

    Letra B: correta.Letra C: incorreta. No h previso normativa para se convalidar licena

    de importao na situao citada.Letra D: incorreta. Direito regressivo do transportador contra o

    responsvel? No, se ele tem que indenizar a Fazenda Nacional porque elemesmo foi o responsvel.

    Letra E: incorreta. Nada de crdito nem de abatimento.

    05 (AFTN/1989) A vistoria aduaneira: (adaptada)a) etapa do despacho aduaneiro.b) no ser dispensada, quando a autoridade aduaneira tiver conhecimento defato que indique a ocorrncia de falta ou de avaria.c) deve ser realizada por peritos indicados pela Fazenda e pelo importador,bem como pelo depositrio, se houver, admitindo-se ainda a participao deperitos do transportador ou de seguradora quando demonstrem legtimointeresse.d) destina-se a certificar o perfeito estado da mercadoria importada.e) no ser realizada aps a sada da mercadoria do recinto de despacho.

    ComentriosLetra A: incorreta. A vistoria no etapa do despacho aduaneiro.Letra B: incorreta. Poder ser dispensada pelo importador.Letra C: incorreta. , ou melhor, era realizada por uma comisso

    exclusivamente formada por AFRFB.

    Letra D: incorreta. Se a mercadoria tem defeito de fabricao, a RFB noest nem a para a mercadoria. A vistoria destina-se apenas a verificar falta ou

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    e) ser feita atravs de auto de infrao e lanamento complementar,intimando-se o indicado como responsvel a produzir defesa em 30 (trinta)dias nos termos do procedimento administrativo fiscal da Unio.

    ComentriosAt a edio do Decreto 7.213/2010, a cobrana dos tributos em virtude

    de vistoria aduaneira era por notificao de lanamento e havia um ritoespecfico para o processo administrativo. A partir de ento, o lanamentopassou a ser na forma de auto de infrao, com o rito geral do processoadministrativo fiscal, previsto no Decreto 70.235/1972.

    A letra A (adaptada) literal do artigo 791 do RA.Letra B: incorreta. O transportador ou o depositrio no iro registrar DI

    para pagar os tributos. O lanamento contra eles de ofcio e deve ser

    liquidado com o recolhimento de um DARF na boca do caixa.Letra C: incorreta. De fato, at o Decreto 7.213/2010, o rito era sumrio,mas sempre houve possibilidade de defesa (no confundir defesa decorrentede falta ou avaria com defesa em execuo de Termo de Responsabilidade,visto anteriormente).

    Letra D: incorreta. O DARF Eletrnico o nome do DARF que pagoautomaticamente no registro da DI. A formalizao com o auto de infraoacompanhado do termo de vistoria.

    Letra E: incorreta. Apesar de ser lavrado um auto de infrao para defesaem 30 dias, no feito apenas um lanamento complementar. feito o

    lanamento envolvendo o crdito integral sobre a parte avariada ou extraviada,pois haver restituio disso ao importador.

    08 (TTN/1998) Quando houver divergncia, para menos, de peso oude dimenso do volume em relao ao declarado no manifesto, noconhecimento de carga ou no documento equivalente, ou ainda, se foro caso, aos documentos que instruram o despacho para trnsito, responsvel para efeitos fiscais:a) o depositrio

    b) o importadorc) o transportadord) o exportadore) o consignatrio

    ComentriosSe houve divergncia durante o trnsito, o responsvel o

    transportador. Letra C.

    09 (TRF/2000) O procedimento destinado a verificar a ocorrncia deavaria ou falta de mercadoria estrangeira, aps a concluso da

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    operao de trnsito, em recinto alfandegado de zona secundria, aidentificar o responsvel e a apurar o crdito tributrio dele exigvel,identifica a(o):a) conferncia aduaneira

    b) lanamento tributrioc) vistoria aduaneirad) reviso do despacho aduaneiroe) verificao aduaneira

    ComentriosSem comentrios. rs. Letra c.

    10 (AFRF/2002-1) Assinale a opo correta.a) Avaria Em Direito Aduaneiro corresponde ao prejuzo que venha a sofrer oveculo transportador, em razo de sinistro.b) Avaria Em Direito Aduaneiro corresponde ao prejuzo que venha a sofrer oexpedidor da carga, por desdia ou negligncia.c) Avaria Em Direito Aduaneiro corresponde ao prejuzo que decorra,exclusivamente, de fora maior.d) Avaria Em Direito Aduaneiro corresponde ao prejuzo que venha a sofrer otransitrio internacional em razo de acidentes ou sinistros, ainda queprovocados por terceiro subcontratado.e) Avaria Em Direito Aduaneiro corresponde ao prejuzo que venha a sofrer amercadoria ou o seu envoltrio, independentemente de quem lhe der causa.

    ComentriosPuro conceito. Vimos que a letra E literal do RA.

    11 - (TRF 2002-1) Indique as pessoas que esto, necessariamente,obrigadas a assistir vistoria aduaneira de mercadorias avariadas.

    a) O depositrio, o perito vistoriador indicado pela Receita Federal e osegurador.b) O depositrio, o segurador e o consignatrio.c) O depositrio, o importador e o perito vistoriador indicado pela ReceitaFederal.d) O depositrio, o importador e o transportador.e) O depositrio, o transportador e o segurador.

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    ComentriosVimos que o coitado do importador fica ladeado pelos dois suspeitos

    (transportador e depositrio). Artigo 656. Letra D.

    12 (INDITA) Assinale a alternativa incorreta acerca da vistoriaaduaneira:a) O processo de vistoria aduaneira est extinto.b) Na letra do RA, se for detectada falta ou avaria de mercadoria durante aconferncia aduaneira, esta deve ser suspensa para a realizao da vistoria.c) No ser efetuada a vistoria aduaneira aps a entrega do bem aoimportador.d) Para se resguardar, o depositrio deve registrar em termo prprio orecebimento de carga j avariada.e) A vistoria pode ser realizada de ofcio ou a pedido.

    ComentriosVimos que as letras B, D e E esto presentes nos artigos 650 a 655 do

    RA.A letra A est correta, pois a Lei 12.350/2010 extinguiu o processo de

    vistoria aduaneira.A letra C est errada. A vistoria aduaneira no ser realizada aps a

    sada da mercadoria do recinto de despacho. Se o importador recebeu a carga,mas ainda no saiu do recinto, a vistoria ainda ser possvel (art. 650, 3o).

    4.7. Regime de Tributao Simplificada

    O regime de tributao simplificada se aplica s importaes de remessas

    postais e encomendas areas internacionais e definido no artigo 99 doRegulamento Aduaneiro:Art. 99. O regime de tributao simplificada o que permite aclassificao genrica, para fins de despacho de importao, debens integrantes de remessa postal internacional, mediante aaplicao de alquotas diferenciadas do imposto de importao, eiseno do imposto sobre produtos industrializados, da contribuio

    para o PIS/PASEP-Importao e da COFINS-Importao.Pargrafo nico. Compete ao Ministrio da Fazenda:I - estabelecer os requisitos e as condies a serem observados na

    aplicao do regime de tributao simplificada; e

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    II - definir a classificao genrica dos bens e as alquotascorrespondentes.

    O art. 99 tem como base o Decreto-Lei no 1.804/1980. Este abriu a

    possibilidade para que o Ministro da Fazenda (MF) criasse uma classificaogenrica de bens e imputasse alquotas diferenciadas para as importaespelos Correios. Tambm permitiu que o MF estendesse tal tratamento para asencomendas areas internacionais. Alm disso tudo: as alquotas fixadas peloMF no poderiam ultrapassar US$ 400% e o limite de iseno no poderia serfixado em mais de US$ 100.00 (cem dlares).

    Bem, atualmente est em vigor a Portaria MF (PMF) no 156/1999 que:1)definiu o limite de US$ 3.000,00 FOB para que os bens possam ser

    inseridos neste regime, vedando seu uso para produtos de tabacaria ebebidas alcolicas.

    2) fixou a alquota de imposto de importao em 60%independentemente da classificao tarifria dos bens que compema remessa ou encomenda.

    3)definiu que a base de clculo do imposto o valor aduaneiro,incluindo o seguro e o frete internacionais (o frete tem regras prpriascomo veremos adiante).

    No confunda!O valor limite para uso do RTS US$3.000,00 FOB, ou seja, sem inclusodo seguro e do frete.

    A base de clculo do imposto deimportao o valor aduaneiro, ouseja, a inclui o seguro e o frete.

    Na mesma portaria, o ministro disps que o RTS se aplica tambm sencomendas areas internacionais transportadas com emisso deconhecimento de carga. o caso das importaes realizadas por meio deempresas de transporte internacional expresso, porta a porta (empresas decourier, como a Federal Express - Fedex, UPS, TNT e DHL), ou por meio decompanhia area (ex. Gollog):

    Art. 1. O regime de tributao simplificada RTS poder serutilizado no despacho aduaneiro de importao de bens integrantesde remessa postal ou de encomenda area internacionalnovalor de at US$ 3,000.00 (trs mil dlares dos Estados Unidos da

    Amrica) ou o equivalente em outra moeda, destinada a pessoafsica ou jurdica, mediante o pagamento do imposto de importaocalculado com a aplicao da alquota de 60% (sessenta porcento), independentemente da classificao tarifria dos bensque compem a remessa ou encomenda.

    Guarde isso! O RTS pode ser usado em trs sistemticas:

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    - remessa postal internacional: importao pela ECT.- encomendas areas internacionais: importaes porcompanhia area ou por empresa de transporteinternacional expresso, porta a porta (empresas de courier).

    O caputdo artigo cuida do tratamento tributrio das remessas postaisinternacionais e das encomendas areas internacionais. Entre os casos, himportantes diferenas definidas na Portaria do MF:

    Remessa PostalInternacional(ECT)

    Encomendatrazida porcompanhiaarea

    Encomendatrazida porempresa detransporte porta

    a porta (courier)Iseno de US$50,00?

    SIM, desde que oremetente e odestinatrio sejampessoas fsicas.

    NO NO

    Alquota 0% naimportao demedicamentos?

    SIM, desde quedestinados apessoa fsica.

    SIM, desde quedestinados apessoa fsica.

    NO

    Qual a diferena na operacionalizao entre os trs casos?No caso da importao pelos Correios (remessa postal internacional), o

    destinatrio da carga chamado agncia postal para retirar a mercadoria e,se for o caso, fazer o pagamento do imposto de importao.

    Na importao via courier, a carga apresentada Receita Federal pelaprpria empresa de courier, que paga o imposto de importao, se devido, efaz a entrega no endereo indicado pelo remetente. Por isso, esta operao conhecida como transporte porta a porta. O valor eventualmente pago comoimposto de importao embutido no valor cobrado pela empresa de courier.

    J na encomenda transportada por companhia area, a entrega daencomenda feita no aeroporto.

    Diante das diferenas de operacionalizao, o frete e o seguro variam decobertura. Apesar de o valor aduaneiro ser a base de clculo do imposto deimportao nos bens submetidos ao regime de tributao simplificada, o frete eo seguro vo entrar com valores diferentes, conforme dispe a Portaria MF156/1999:

    Art. 2 A tributao simplificada de que trata esta Portaria ter

    por base o valor aduaneiro da totalidade dos bens que integrem aremessa postal ou a encomenda area internacional.

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    1 O valor aduaneiro ser o preo de aquisio dos bens,acrescido:I - da importncia a ser paga pelo destinatrio da remessa postalou encomenda area internacional, conforme o caso:

    a) Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos - ECT pelotransporte da remessa postal internacionalat o local de destinono Pas;

    => no caso das remessas postais internacionais, o frete at asede da ECT entra no valor aduaneiro.

    b) companhia area responsvel pelo transporte da encomendaat o aeroporto alfandegado de descarga, onde so cumpridasas formalidades aduaneiras de entrada dos bens no Pas; ou

    => no caso de encomenda por companhia area, entra novalor aduaneiro o frete at o aeroporto de descarga.

    c) empresa prestadora de servio de transporte expressointernacional e de entrega no local de destino no Pas, quandose tratar de encomenda expressa; e

    => no caso de empresa de courier, entra no valor aduaneiroo frete at o endereo do destinatrio.

    II do valor do seguro a ser pago pelo destinatrio, relativo aotransporte e entrega da remessa postal ou da encomendainternacional, nos termos do inciso anterior.

    => O seguro acompanha o frete.

    Vimos o tratamento do imposto de importao, mas o que ocorre com osdemais tributos no Regime de Tributao Simplificada?

    Apenas o ICMS cobrado, pois o Decreto-Lei n 1.804, de 3 de setembrode 1980, disps que h iseno do Imposto sobre Produtos Industrializados(IPI) sobre as mercadorias no Regime de Tributao Simplificada. E a Lei n10.865, de 30 de abril de 2004, apesar de ter institudo a cobrana doPIS/PASEP-Importao e COFINS-Importao, isentou algumas situaes comodispe o art. 9:

    Art. 9. So isentas das contribuies de que trata o art. 1 destaLei:II as hipteses de:c) bagagem de viajantes procedentes do exterior e bensimportados a que se apliquem os regimes de tributao simplificadaou especial.

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    Guarde isso! No RTS, s h cobrana de imposto de importao e deICMS. Para os demais tributos h iseno.

    QUESTES

    13 (AFTN/1989) Os bens contidos em remessas postaisinternacionais: (adaptada)a) so isentos do imposto de importao, quando seu valor no exceder a US$500.00;b) so tributados pelas alquotas constantes da Tarifa Externa Comum, emqualquer hiptese, dispensada, entretanto, a apresentao da licena de

    importao;c) esto sujeitos ao regime de tributao simplificada quando seu valor noexceder US$ 50.00;d) so sujeitos ao regime de desembarao simplificado quando seu valor noexceder US$ 50.00;e) so isentos do imposto de importao quando seu valor no exceder US$50.00.

    Comentrios

    No RTS, a iseno para remessas postais de US$ 50,00, desde que odestinatrio e o remetente sejam pessoas fsicas. Gabarito: letra E.

    14 (INDITA) Quanto ao Regime de Tributao Simplificada RTS, correto afirmar:a) O regime de tributao simplificada permite a classificao genrica, parafins de despacho de importao, de bens integrantes de remessa postalinternacional, mediante a aplicao de alquotas diferenciadas de imposto deimportao e de imposto sobre produtos industrializados.b) Nas remessas postais internacionais com aplicao do RTS incide a alquota0% para o imposto sobre produtos industrializados e para as contribuiespara o PIS/PASEP-Importao e COFINS-Importao.c) Nas encomendas transportadas por empresas de transporte internacionalexpresso, porta a porta, a base de clculo do imposto de importao inclui oseguro e o frete at o aeroporto de descarga.d) Compete ao Ministro da Fazenda definir a classificao genrica dos benspara fins de imposio das alquotas diferenciadas.e) Aplica-se o RTS ao despacho aduaneiro de importao de bens integrantesde remessa postal ou de encomenda area internacional cujo valor aduaneiro

    no supere US$3,000.00.

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    ComentriosLetra A: incorreta. No h alquota de IPI. H iseno deste imposto.Letra B: incorreta. No caso de alquota 0%, mas de iseno.Letra C: incorreta. No caso de remessas transportadas por courier, o

    frete contado at o endereo do destinatrio.Letra D: correta, como vimos.Letra E: incorreta. O limite de US$ 3.000,00 FOB (valor sem seguro e

    frete), no US$ 3.000,00 de valor aduaneiro (com seguro e frete).

    25. Internalizao da Legislao Aduaneira Aplicvel ao MERCOSUL.

    O Mercosul assunto pedido em detalhes no edital de ComrcioInternacional para AFRFB. No entanto, no edital de Legislao Aduaneira,pediram este ponto isolado da matria, alm da Valorao Aduaneira noMercosul, j abordada pelo Missagia.

    No caso da valorao aduaneira, ningum precisou se preocupar com aquesto da internalizao da Deciso CMC 13/2007, pois ela j est em vigorno mbito regional. No entanto, em se tratando do Regime de Bagagem noMercosul, a ser analisado no prximo tpico, precisamos dar uma olhada naquesto da internalizao.

    Por que isso, professor?Porque o Regime Aduaneiro de Bagagem do Mercosul ainda no

    entrou em vigor em nvel regional.

    Vejamos. Antes de falarmos da internalizao, temos que ver como oprocesso de deciso, que consta no artigo 37 do Protocolo de Ouro Preto,assinado em 1994 entre os 4 pases (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai):

    Captulo III - Sistema de Tomada de Decises

    Artigo 37 - As decises dos rgos do Mercosul sero tomadas porconsenso e com a presena de todos os Estados Partes.

    Este artigo muito fcil de ser explicado: no podem fazer reuniotrilateral, esquecendo de chamar um determinado pas. Ah! Se pudesse... OParaguai sempre seria avisado 5 minutos aps a deciso.

    Todos reunidos, as decises so por consenso.Uma vez aprovada a norma, ela no entrar em vigor imediatamente

    para os membros. O Protocolo de Ouro Preto impe a chamada vigncia

    simultnea: uma norma s entra em vigor para os pases do bloco depois quetodos tiverem incorporado ao seu ordenamento jurdico interno. No caso

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    brasileiro, isso normalmente se d com a aprovao pelo Congresso Nacional ecom o decreto de promulgao do Presidente da Repblica. H, no entanto,acordos em que a aprovao do Congresso Nacional dispensvel, a exemplodos que no geram compromissos gravosos para o pas (CF/1988, art. 49, I e

    84, VIII).

    Veja a exigncia da internalizao por parte de todos os pases-membrosdo Mercosul:

    Captulo IV - Aplicao Interna das Normas Emanadas dosrgos do MercosulArtigo 38 - Os Estados Partes comprometem-se a adotar todas asmedidas necessrias para assegurar, em seus respectivosterritrios, o cumprimento das normas emanadas dos rgos doMercosul previstos no artigo 2 deste Protocolo.Artigo 40 - A fim de garantir a vigncia simultnea nos EstadosPartes das normas emanadas dos rgos do Mercosul previstos no

    Artigo 2 deste Protocolo, dever ser observado o seguinteprocedimento:i) Uma vez aprovada a norma, os Estados Partes adotaro asmedidas necessrias para a sua incorporao ao ordenamento

    jurdico nacional e comunicaro as mesmas SecretariaAdministrativa do Mercosul;ii) Quando todos os Estados Partes tiverem informado sua

    incorporao aos respectivos ordenamentos jurdicos internos, aSecretaria Administrativa do Mercosul comunicar o fato a cadaEstado Parte;iii) As normas entraro em vigor simultaneamente nos EstadosPartes 30 dias aps a data da comunicao efetuada pelaSecretaria Administrativa do Mercosul, nos termos do item anterior.Com esse objetivo, os Estados Partes, dentro do prazo acima,daro publicidade do incio da vigncia das referidas normas porintermdio de seus respectivos dirios oficiais.

    O artigo 40 dispe que a internalizao deve ser realizada por todos osquatro pases do bloco, ou seja, cada um deve incorporar ao ordenamento

    jurdico interno e comunicar isto Secretaria do Mercosul. Depois que aSecretaria receber a comunicao de que todos j fizeram o dever de casa daincorporao, ento ela comunica que a norma entrar em vigor em 30 diassimultaneamente para os quatro pases.

    Ora, por que a Venezuela s entrou no bloco agora em julho de 2012?Porque s a Argentina, o Uruguai e o Brasil incorporaram a ata de adeso daVenezuela ao seu ordenamento jurdico. O Paraguai ainda no o tinha feito,mas como ele foi suspenso das reunies em junho de 2012, os pases-membros concluram que todos (os membros ativos) j haviam feito ainternalizao.

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    Observao: o pargrafo acima s interessa a quem estestudando para AFRFB. Outra coisa: lembre que, para a prova daRFB, a entrada da Venezuela no est valendo, pois ocorreu depoisda publicao do edital !

    Em funo da suspenso do Paraguai, os demais pases-membrosresolveram interpretar o artigo 40 do Protocolo de Ouro Preto. Consta naDeciso CMC 27/2012 que o processo de incorporao previsto no artigo sprecisa ser realizado pelos membros no pleno exerccio de suas capacidades.Nas entrelinhas esto dizendo que as normas do Mercosul sero colocadas emvigor ainda que o suspenso Paraguai no as internalize:

    Art. 2 O procedimento previsto no inciso ii) do artigo 40 doProtocolo de Ouro Preto para a vigncia de normas emanadas dosrgos do MERCOSUL ser realizado mediante a incorporao da

    normativa MERCOSUL pelos Estados Partes no pleno exercciode suas capacidades, nos termos do inciso iii) do referido artigo.

    11. Bagagem e Regime Aduaneiro de Bagagem no Mercosul

    O Regime Aduaneiro de Bagagem do Mercosul (Deciso do Conselho doMercado Comum n 53/2008) ainda no est em vigor em nvel regional, tendoem vista que somente Brasil e Argentina o internalizaram. Aqui a incorporao

    se deu por meio do Decreto 6.870/2009.O que interessante nessa histria que o Brasil atropelou a regra do

    art. 40 do Protocolo de Ouro Preto e j est utilizando a norma regional. Sevoc pegar a norma brasileira que define o controle aduaneiro sobre bagagem(IN RFB 1.059/2010), vai ver no seu prembulo que ela todo baseada noRegime Aduaneiro de Bagagem no Mercosul.

    A norma do Mercosul tem 16 artigos. J a IN possui 53. Os 16 artigosforam copiados para dentro dos 53. Portanto, precisamos estudar a normaregional e a norma interna? No, ao estudarmos a IN RFB 1.059/2010 jestaremos vendo as regras criadas no Mercosul, salvo por trs artigos. Voulogo comear por estes para depois cairmos dentro da IN, ok?

    Em primeiro lugar, o artigo 2 da norma do Mercosul cria categorias deviajantes. Eu at poderia copiar o artigo inteiro para c, que superdetalhadoe tem mais de 20 linhas, mas vejamos s a estrutura geral:

    Art. 2o. Categorias de viajantesPara os efeitos da presente norma, ficam estabelecidas asseguintes categorias de viajantes, para a bagagem de importao:a) residentes em terceiros pases que ingressem no territrio

    aduaneiro:(...)

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    b) residentes nos Estados Partes, que retornem ao territrioaduaneiro, provenientes de terceiros pases, depois de

    permanecerem no exterior h:(...)

    c) residentes em um dos Estados Partes, que retornem a ele depoisde permanecerem em outro Estado Parte:(...)d) residentes em um dos Estados Partes, que ingressem em outro,

    para nele fixar sua residncia permanente.

    Por que no precisamos dar muita ateno para ele? Porque ascategorias de viajantes foram criadas para os efeitos da presente norma,mas tente encontrar em algum lugar da norma do Mercosul alguma referncia

    especfica para qualquer uma dessas categorias a. Eu j procurei e noencontrei nada. Que coisa ridcula: criar um conceito que no vai ser usado emlugar nenhum. Deve ter sido ideia do Paraguai. Saiba apenas que existemcategorias de viajantes, mas sem que eles tenham regras prprias.

    Segundo artigo presente na norma Mercosul que difere da IN:Art. 9o. Limites de iseno para bagagem acompanhada1. A bagagem acompanhada de todas as categorias de viajantesest isenta do pagamento de tributos relativamente a:

    a) roupas e objetos de uso pessoal; eb) livros, folhetos e peridicos.2. Alm dos mencionados no inciso 1, o viajante que ingressar emum Estado Parte por via area ou martima gozar de iseno paraoutros bens, at o limite de US$ 300 (trezentos dlaresestadunidenses ou o equivalente em outra moeda).3. No caso de fronteira terrestre, os Estados Partes podero fixar umlimite de iseno no inferior a US$ 150 (cento e cinqenta dlaresestadunidenses ou o equivalente em outra moeda).4. No obstante o estabelecido nos incisos 2 e 3, os Estados Partes

    que tenham limites mais elevados podero mant-los at quepossam ser harmonizados.

    Quando olharmos a norma brasileira sobre bagagem, veremos que asquotas de iseno de imposto de importao no Brasil so de US$ 500,00 paraas viagens por via area ou martima e de US$ 300,00 para as viagens fluviais,terrestres e lacustres. Isso no fere a norma Mercosul, pois o 4 permite ouso desses limites mais elevados.

    Terceiro artigo presente na norma Mercosul que difere da IN RFB:

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    Art. 14. Bens adquiridos em lojas francas1. Os viajantes gozaro de uma iseno adicional de no mnimoUS$ 300 (trezentos dlares estadunidenses, ou o equivalente emoutra moeda), em relao aos bens adquiridos nas lojas francas

    (free shops) de chegada existentes nos Estados Partes.

    Nas aquisies em loja franca de chegada no Brasil, o limite de iseno de US$ 500,00. Apesar de no coincidir com o valor acordado no Mercosul, anorma brasileira tambm no conflita com a regra regional, pois nesta o limite de no mnimo US$ 300,00.

    IN RFB 1.059/2010

    Veremos os principais artigos da norma brasileira, mas eu sugiro quevoc baixe a norma da pgina da RFB:www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Ins/2010/in10592010.htm

    Art. 1 Os bens de viajante procedente do exterior, a ele destinado ou emtrnsito de sada do Pas ou de chegada a este sero submetidos aos

    procedimentos de controle aduaneiro e ao tratamento tributrio estabelecidosnesta Instruo Normativa.

    1o

    O disposto no caput aplica-se ainda aos bens importados ou exportadospelos integrantes de misses diplomticas, reparties consulares erepresentaes de organismos internacionais de carter permanente de que oBrasil seja membro, assim como aos bens de viajante transportados emveculo militar. 2o Aos bens de viajante que sai da Zona Franca de Manaus ou das reas deLivre Comrcio com destino a outro ponto do territrio nacional aplica-se odisposto em norma especfica, observado o disposto nos arts. 26 e 40.

    At os bens trazidos por misses diplomticas sofrem despachode bagagem, mas, em regra, no sofrero verificao (art. 25,

    2) Para as comprinhas feitas na Zona Franca de Manaus, h regras

    especficas.

    Art. 2 Para os efeitos desta Instruo Normativa, entende-se por:I - bens de viajante: os bens portados por viajante ou que, em razo da suaviagem, sejam para ele encaminhados ao Pas ou por ele remetidos aoexterior, ainda que em trnsito pelo territrio aduaneiro, por qualquer meio detransporte;

    II - bagagem: os bens novos ou usados que um viajante, em compatibilidadecom as circunstncias de sua viagem, puder destinar para seu uso ou consumo

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    pessoal, bem como para presentear, sempre que, pela sua quantidade,natureza ou variedade, no permitirem presumir importao ou exportaocom fins comerciais ou industriais;

    Nem todo bem de viajante considerado bagagem no conceito

    aduaneiro. Bens de viajante so tudo o que o sujeito trouxer,inclusive moto, avio e embarcao. Bagagem so apenas os bens de uso ou consumo pessoal E os

    bens para presentear, excluindo os bens com destinaocomercial ou industrial.

    Professor, se eu trouxer 30 pares de tnis para presentear, ofiscal vai achar que eu estou trazendo para comrcio?Sim, e, como passou de 20, voc no ter muita chance paraargumentar. Afinal, 20 o que pode ser considerado o nmeromgico, como veremos no artigo 33.Ah, ento, se eu trouxer s 20.A entra no juzo de valor. Vamos ver o artigo 33 frente.

    III - bagagem acompanhada: a que o viajante levar consigo e no mesmo meiode transporte em que viaje, exceto quando vier em condio de carga;

    Pense na bagagem acompanhada como aquela que vai sair no txicom voc quando voltar da Disney. Inclui tanto as bugigangascarregadas na mo quanto aquelas que voc vai pegar naesteira.

    IV - bagagem desacompanhada: a que chegar ao territrio aduaneiro ou delesair, antes ou depois do viajante, ou que com ele chegue, mas em condio decarga;

    A bagagem desacompanhada voc no vai retirar na esteira doaeroporto. Quando algum vem em mudana para o Brasil, onormal que seja contratada uma empresa de mudana. Nestecaso, vai ser celebrado um contrato de transporte, emitindo-se oconhecimento de carga. Quando a geladeira e o resto chegarem

    ao Brasil, eles vo para o depsito da Infraero. Nada impede quevoc leve sua mudana para o check-in no aeroporto, mas duvidoque sua famlia v te recepcionar na chegada.

    V - bagagem extraviada: a que for despachada como bagagem acompanhadapelo viajante e que chegar ao Pas sem seu respectivo titular, em virtude daocorrncia de caso fortuito ou fora maior, ou por confuso, erros ou omissesalheios vontade do viajante;

    Infelizmente, voc sabe muito bem o que mala extraviada.

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    VI - bens de uso ou consumo pessoal: os artigos de vesturio, higiene edemais bens de carter manifestamente pessoal, em natureza e quantidadecompatveis com as circunstncias da viagem;

    Aqui comea a brincadeira: bagagem inclui os bens de uso ou

    consumo pessoal. Estes incluem os bens de cartermanifestamente pessoal. E estes so o qu? Resposta noprximo item.

    VII - bens de carter manifestamente pessoal: aqueles que o viajante possanecessitar para uso prprio, considerando as circunstncias da viagem e a suacondio fsica, bem como os bens portteis destinados a atividadesprofissionais a serem executadas durante a viagem, excludos mquinas,aparelhos e outros objetos que requeiram alguma instalao para seu uso emquinas filmadoras e computadores pessoais; e

    Ah! Veja que os bens de uso pessoal incluem tambm os bens deuso profissional, menos filmadoras, computadores e outrascoisas que precisem de instalao para o uso, tipo um home-theater. So bens de uso profissional, por exemplo, oestetoscpio e o aparelho de medio de presso arterial.

    VIII - tripulante: a pessoa, civil ou militar, que esteja a servio do veculodurante o percurso da viagem.

    Eu no acredito que escreveram isso. Tinham que ter explicado

    tambm o que uma pessoa.

    1o Os bens de carter manifestamente pessoal a que se refere o inciso VII docaput abrangem, entre outros, uma mquina fotogrfica, um relgio de pulso eum telefone celular usados que o viajante porte consigo, desde que emcompatibilidade com as circunstncias da viagem.

    Por favor, no pergunta para mim no frum se voc pode comprarl fora uma mquina fotogrfica, um relgio e um telefonecelular, usar uns minutinhos antes de pegar o avio e entrarcomo se fosse usado. Voc usou? ;)

    Esses bens a foram escritos na norma, pois o planto fiscal noaguentava mais responder a mesma coisa 200 vezes / dia.

    2o Para os efeitos do disposto no 1, nas vias terrestre, fluvial e lacustre,incumbe ao viajante a comprovao da compatibilidade com as circunstnciasda viagem, tendo em vista, entre outras variveis, o tempo de permanncia noexterior.

    Que discriminao! Se eu comprar no Paraguai, eu tenho queprovar que eu precisava do relgio, do celular e da mquina. Eu

    no posso precisar s por uns minutinhos?

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    3o No se enquadram no conceito de bagagem:I - veculos automotores em geral, motocicletas, motonetas, bicicletas commotor, motores para embarcao, motos aquticas e similares, casas rodantes(motor homes), aeronaves e embarcaes de todo tipo; e

    II - partes e peas dos bens relacionados no inciso I, exceto os bens unitrios,de valor inferior aos limites de iseno, relacionados pela Secretaria da ReceitaFederal do Brasil (RFB).

    Uma dica: quando voc trouxer um avio ou suas turbinas doexterior, no traga dentro da mala, pois ser tudo retido emandado para o depsito da Infraero para armazenagem.

    As coisas a listadas podem at ter vindo contigo no avio ou nonavio, mas no sairo contigo dentro do txi. Elas vo serarmazenadas para que voc faa uma Declarao de Importao.Afinal, foram expressamente excludas do conceito de bagagem.

    QUESTO

    15 (TTN/1997-rea Aduana) Considera-se bagagem, para efeitosfiscais:a) o conjunto de todos os bens trazidos do exterior pelo viajante, excetuadosos objetos de uso pessoal.

    b) exclusivamente os bens que o passageiro traga acompanhados no mesmoveculo que o transportou.c) exclusivamente os bens declarados pelo viajante Alfndega por ocasio deseu desembarque.d) os objetos novos ou usados que um viajante, em compatibilidade com ascircunstncias de sua viagem, puder destinar para seu uso ou consumopessoal, bem como para presentear, sempre que pela sua quantidade,natureza ou variedade, no permitirem presumir importao ou exportaocom fins comerciais ou industriais.e) o conjunto dos bens declarados ou no pelo viajante excludos apenas

    aqueles de valor superior a 500 (quinhentos) dlares dos Estados Unidos daAmrica.

    ComentriosQuesto copiada da legislao. A letra d literal.

    11.1. Do Despacho Aduaneiro de Bagagem

    A IN RFB 1.059/2010 divide este tema em 4 (quatro) casos:

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    a) Bagagem Acompanhada na Importaob) Bagagem Desacompanhada na Importaoc) Bagagem Acompanhada na Exportaod) Bagagem Desacompanhada na Exportao

    a) Bagagem Acompanhada na Importao

    Para a bagagem acompanhada, o viajante tem que preencher umaDeclarao de Bagagem Acompanhada (DBA). Na verdade, ele s precisapreencher uma se estiver obrigado a dirigir-se ao canal bens a declarar (taldispensa surgiu apenas em dezembro de 2011, com a IN RFB 1.217, queincluiu o artigo 3-A na IN 1.059/2010).

    Mas, professor, o senhor ainda nem falou desse canal.

    verdade...

    Quando o sujeito chega todo carregado de coisas do exterior, ele vaifazer as comprinhas bsicas no free shop. Depois disso, ele tem que procuraras tabuletinhas indicando os dois canais: Bens a declarar e Nada a declarar.Se ele no se enquadrar em nenhuma das situaes de obrigatoriedadeindicadas no artigo 6 da IN RFB, ele vai para o canal Nada a declarar. Alis,s vezes ele tem interesse em entrar no canal de Bens a declarar, pois querregularizar a entrada de algum bem no pas. Por exemplo, o sujeito comprou

    um nico bem no exterior: um iPad de US$ 500,00. Se ele no apresentar obem RFB na chegada e se ele quiser viajar no ms que vem com o iPad, eletalvez v ter problema se quiser comprar um novo iPad para a sogra dele. Aochegar da segunda viagem, o AFRFB vai perguntar: Hum, dois iPads, n?

    No, senhor fiscal, esse aqui eu j tinha comprado antes. O segundo euestou comprando para a minha sogra.

    Meu caro, na primeira parte da sua fala eu achei que voc estava meenrolando; com a segunda, eu tive certeza disso. 50% de US$ 500,00...

    Meus alunos mais vividos talvez tenham pego aquela fase em que, antes

    de voc viajar para o exterior, tinha que ir RFB com os produtos estrangeirosem mos para fazer um registro da sada. Na volta, era s apresentar para aaduana e estava tudo resolvido. Hoje, no existe mais esse registro prvio. Sevoc quiser comprovar que j possua o bem antes de viajar, tem queapresentar a comprovao da nacionalizao, nos termos do artigo 30:

    Art. 30. No haver incidncia de tributos no retorno ao Pas debens nacionais ou nacionalizados de viajantes residentes no Brasil. 1o O disposto no caput se aplica inclusive a animais de vidadomstica.

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    2o No caso de bens de origem estrangeira, a autoridadeaduaneira poder solicitar a comprovao da nacionalizao, paraaplicao da no-incidncia.

    Como se d a comprovao? Ou com a Nota Fiscal ou com a DBA quevoc apresentou RFB na sua viagem anterior e que foi carimbada pelaaduana.

    Quais so mesmo os casos de obrigatoriedade para entrar no canal Bensa Declarar?

    Canal Bens a Declarar

    Art. 6 Ao ingressar no Pas, o viajante procedente do exterior

    dever dirigir-se ao canal "bens a declarar" quando trouxer:I - animais, vegetais ou suas partes, sementes, produtos de origemanimal ou vegetal, produtos veterinrios ou agrotxicos;II - produtos mdicos, produtos para diagnstico in vitro, produtos

    para limpeza ou materiais biolgicos;III - medicamentos, exceto os de uso pessoal, ou alimentos dequalquer tipo;IV - armas e munies;V - bens aos quais ser dada destinao comercial ou industrial, ou

    outros bens que no sejam passveis de enquadramento comobagagem, nos termos do art. 2;VI - bens que devam ser submetidos a armazenamento para

    posterior despacho no regime comum de importao, na hiptesereferida no inciso II do 1o do art. 4o;VII - bens sujeitos ao regime aduaneiro especial de admissotemporria, nos termos do art. 5, quando sua discriminao naDBA for obrigatria;VIII - bens cujo valor global ultrapasse o limite de iseno para avia de transporte, de acordo com o disposto no art. 33;IX - bens que excederem limite quantitativo para fruio daiseno, de acordo com o disposto no art. 33; ou

    X - valores em espcie em montante superior a R$ 10.000,00 (dezmil reais) ou seu equivalente em outra moeda. 1o O viajante poder ainda dirigir-se ao canal "bens a declarar",caso deseje obter documentao comprobatria da regular entradados bens no Pas. 2o Nos locais onde inexistir o canal "bens a declarar" ou no casode extravio de sua bagagem, o viajante dever dirigir-se

    diretamente fiscalizao aduaneira.

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    Veja que alguns incisos dizem respeito a controles no propriamente daaduana. Os quatro primeiros incisos existem para que a Anvisa, o Ministrio daAgricultura e o Comando do Exrcito cumpram suas funes.

    O inciso V bvio: j tnhamos visto que, se voc trouxer uma turbina

    dentro da mala, ela ser retida, pois no se enquadra no conceito de bagagem.Neste caso, vai ter que ser feita uma Declarao de Importao DI (ouDeclarao Simplificada de Importao DSI), aplicando-se o regime deimportao comum. J se a turbina for trazida por um turista estrangeiro, elepode solicitar o regime de admisso temporria com o registro de uma DI (ouDSI). (IN, art. 7)

    Pela leitura e interpretao do inciso VI, vemos que voc at podetrazer coisas para algum que no viajou, mas tais coisas no recebero otratamento de bagagem. Elas sero retidas para que o destinatrio promova odespacho sob o regime comum de importao.

    O inciso VII trata dos bens trazidos pelo turista estrangeiro. Se fossebrasileiro e o valor dos bens passasse do limite de iseno, ele seria tributado.Mas, sendo estrangeiro, seus bens recebero o regime de admissotemporria, com suspenso no pagamento dos tributos. Mas a norma, muitosabiamente, disps que s precisam ser listados os bens de valor global acimade US$ 3.000,00 (trs mil dlares). Dispensa-se a declarao das meias,cuecas, ... Mas olha a discriminao: se o turista estiver vindo do Paraguai oupor outra fronteira terrestre, fluvial ou lacustre, ele vai ter que informar asmeias, cuecas e todo o resto (art. 5, 2o e 3 da IN).

    O inciso VIII o nico que trata do Regime de Tributao Especial,

    que vamos aprofundar frente: cobram-se 50% de imposto de importaosobre o que passar da quota de iseno.

    O inciso IX trata de bens que passaram do limite quantitativo. H algunsbens listados no artigo 33 que devem respeitar limites (por exemplo, cigarros,10 maos, e bebidas alcolicas, 12 litros). Se trouxer mais do que o limitequantitativo, submete-se ao regime comum de importao. (art. 44, II)

    O inciso X trata do caso de o viajante estar portando mais de R$10.000,00 em espcie. Se ele no fizer a Declarao de Porte de Valores (e-DPV), ele perde o excesso, como voc vai estudar na prxima aula(Perdimento de Moeda).

    T bom, professor, e se o sujeito no entrar no canal Bens a Declarar?Bem, se ele tivesse que entrar por ter excedido a quota de iseno, ele

    ter que pagar multa de valor igual ao do imposto. Vai pagar o dobro doque pagaria.

    3o A opo do viajante pelo canal "nada a declarar", caso seenquadre na hiptese referida no inciso VIII do caput, configuradeclarao falsa, punida commulta correspondente a cinquenta porcento do valor excedente ao limite de iseno para a via de

    transporte utilizada, sem prejuzo do pagamento do imposto

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    devido, em conformidade com o disposto no art. 57 da Lei n9.532, de 10 de dezembro de 1997.

    Mas se o sujeito no concordar com isso ou com o valor do imposto?

    A, ele s leva suas malas se prestar garantia. 6 Caso o interessado no concorde com a exigncia fiscal, nahiptese referida no 5, os bens podero ser entregues aps ainstaurao da fase contenciosa, mediante depsito em moedacorrente, fiana idnea ou seguro aduaneiro, no valor da exigncia.

    b) Bagagem Desacompanhada na Importao

    No seu primeiro ms de frias como AFRFB (ou ATRFB), voc vai para o

    Canad. O maior frio. Depois vai emendar para o Caribe. O que voc vai fazercom os esquis e casacos? Isso. Como voc no louco(a), vai despachar tudopara o Brasil antes de ir para as praias paradisacas. Chegando aqui, como serfeito o despacho aduaneiro? No vai ser feito.

    Como no? Vou perder tudo?Claro que no, meu caro, mas a bagagem vai esperar por voc. o que

    diz o artigo 9, 2. 2 A bagagem desacompanhada somente ser desembaraadaaps a comprovao da chegada do viajante ao Pas.

    Ufa! Ela pode me esperar para sempre?Voc est pensando em morrer? Ela te espera por at 3 meses. Sepassar disso, ela no ser tratada como bagagem e ter que ser submetida aoregime comum de importao. o que diz o artigo 8, caput c/c o pargrafonico.

    Art. 8A bagagem desacompanhada, na importao, dever:I - chegar ao territrio aduaneiro, na condio de carga, dentro dos3 (trs) meses anteriores ou at os 6 (seis) meses posteriores chegada do viajante; eII - provir do local ou de um dos locais de estada ou de procedncia

    do viajante.Pargrafo nico. Aplica-se o disposto no art. 7 aos bens enviadosao Pas como bagagem desacompanhada, se descumprido algumdos requisitos estabelecidos no caput, observado o disposto no art.44.

    Chegada do viajante|----------------|----------------------------------------------|

    Chegada da mala Chegada da mala

    at 3 meses antes at 6 meses depois

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    Claro que sua bagagem tem que vir de um pas onde voc esteve ou

    est, conforme o inciso II acima. No fosse assim, o sujeito dava um pulinhoali no Paraguai e mandava vir uma ou duas malas l de Miami.

    Se for descumprida uma das duas condies do artigo 8, os benssofrero o regime de importao comum, com o pagamento de todos ostributos pelo registro de uma Declarao de Importao (DI) ou de umaDeclarao Simplificada de Importao (DSI), conforme o caso. No caso deturista estrangeiro, ser feita uma DI (ou DSI) para o regime de admissotemporria. E este o mesmo regime que ser dado se for cumprido o prazo.

    U, ento no h diferena, professor?Bem, em matria de tributos no, mas em matria de despacho

    aduaneiro sim, pois o registro de uma declarao no Siscomex provavelmentegerar perda de tempo e de dinheiro para o viajante (armazenagem,despachante, documentos, ...).

    Antes de passar para o prximo tpico, importante verificar que, se oprazo para a chegada da bagagem desacompanhada tiver sido estourado porum fator alheio vontade do viajante, caber a iseno. (art. 44, 4o)

    c) Bagagem Acompanhada na Exportao

    Se voc sai com bens que se enquadram no conceito de bagagem (semlimite de valor) e mais alguns bens que no se enquadram no conceito debagagem (com limite de US$ 2.000,00) voc no precisa fazer uma Declaraode Exportao (DE) nem Declarao Simplificada de exportao (DSE). sapresentar a Nota Fiscal de aquisio e obter inclusive iseno de tributos.

    Art. 11. O despacho aduaneiro de exportao de bagagemacompanhada e de outros bens adquiridos no Brasil, at o limite deUS$ 2,000,00 (dois mil dlares dos Estados Unidos da Amrica),levados pessoalmente pelo viajante para o exterior, sempre que setratarem de bens de livre exportao, ser efetuado com basena nota fiscal de aquisio. 1 O despacho aduaneiro de exportao de bens levados porviajante que no sejam passveis de enquadramento comobagagem e superem o valor a que se refere o caput ser efetuadocom observncia da legislao referente exportao comum ou,no caso de viajante residente no Pas, exportao temporria. 2 O despacho a que se refere o 1 ser iniciado com o registrode declarao de exportao (DE) ou de declarao simplificada deexportao (DSE), conforme o caso, nos termos da legislaoespecfica.

    Art. 45. Os bens integrantes de bagagem de viajante que sedestine ao exterior esto isentos de tributos.

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    Art. 46. Ser dado o tratamento de bagagem a outros bensadquiridos no Pas, levados pessoalmente pelo viajante para oexterior, at o limite de US$ 2,000.00 (dois mil dlares dos EstadosUnidos da Amrica) ou o equivalente em outra moeda, observado o

    disposto no art. 11.

    No entanto, se voc quer levar uma caixa com o motor de US$ 5.000,00do seu iate (ou do seu barquinho), ento isso a vai ser retido para que vocprovidencie uma DE (ou DSE), sujeitando-se ao regime comum de exportao.(arts. 11, 1, e 47)

    Art. 47. Aplica-se o regime comum de exportao aos benslevados por viajante que no sejam passveis de enquadramentocomo bagagem, conforme disposto no pargrafo nico do art. 2o eno art. 3o.

    d) Bagagem Desacompanhada na Exportao

    Voc foi para o Caribe e comeou a nevar l.Me, manda meus casacos por favor. Aqui no existe nenhum para

    vender.T, filha, mas como que fao?Sei l, brrrrrr, contrata um despachante rpido.

    O despachante pode providenciar a remessa pelos correios ou por umaempresa de carga. Em ambos os casos, o tratamento dado ser o de bagagemse no tiverem se passado mais de 6 meses da sada do viajante.

    Art.12. (...)Pargrafo nico. Dar-se- o tratamento de bagagemdesacompanhada aos bens de viajante destinados ao exterior sobconhecimento de carga ou remessa postal at seis meses aps asada do viajante.

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