Aula 03 LEGISLAÇÃO ADUANEIRA – RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

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    AULA 03

    Ol, pessoal.

    Aqui o Rodrigo Luz. Pedi ao Missagia para invadir um pouquinho a auladele e dar os recados abaixo. So perguntas e respostas no frum que ajudama aprofundar o conhecimento. H tambm quatro correes da aula anterior:

    1) Professor, percebi que usa a sequncia do edital de auditor e nessaltima aula (2) no vi o item 7.4 do edital de analista (Alquotas), referente aoPIS/PASEP e ao COFINS, que no est claramente no edital de AFRFB.

    Tambm no encontrei correspondncia do mesmo assunto no regulamentoaduaneiro. Este item est incluso em algum outro tpico ou entrar em outraaula?

    Minha resposta: verdade que eu deixei de usar o ttulo Alquotas,mas eu no esqueci de tratar delas. Cuidei delas tanto no tpico Base deClculo quanto no item 6 das pginas 62/63. No tem sentido estudarmos asvrias alquotas diferenciadas previstas nos pargrafos do artigo 8o da Lei10865/2004 (d uma olhada l s por curiosidade. rsrsrs).

    2) Professor, as alquotas do ICMS-importao fixadas pela UF so

    independentes das alquotas internas que ela mesma fixa?Minha resposta: Eu no conheo a legislao do ICMS das diversas UF.Conheo a do RJ, sendo diferentes as alquotas da importao das alquotasinternas. Veja o artigo 14 da Lei Estadual 2.657/1996:www.fazenda.rj.gov.br/portal/index.portal?_nfpb=true&_pageLabel=tributaria&file=/legislacao/tributaria/basica/lei2657.shtml#capitulo_III

    No entanto, a pgina da Secretaria Estadual de Fazenda engana todomundo, dizendo que "a princpio, as alquotas so iguais":www.fazenda.rj.gov.br/portal/index.portal?_nfpb=true&_pageLabel=icms&file=/informacao/icms/importacao/aliquota.shtml

    3) Professor, no entendi muito bem a incluso do 'Estado onde estiverlocalizado o porto de desembarque' citado na letra 'd' da questo 21 sobre osujeito ativo do ICMS. Por exemplo, uma empresa de Minas importa amercadoria que chega no Porto de Santos. A quem devido o ICMS?

    Minha resposta: Fora do contexto, eu concordo plenamente com voc. Oproblema que a frase da letra D foi copiada literalmente do RE 268.586 (STF).Consulte aqui:

    www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28268586.NUME.+OU+268586.ACMS.%29&base=baseAcordaos

    No caso em julgamento, o ministro Marco Aurlio escreveu a questo doporto, pois era uma empresa do Esprito Santo, importando por conta e ordem

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    de uma empresa paulista, entrando o bem pelo Porto de Santos. Ento, oMinistro escreveu que SP era, ao mesmo tempo, o estado do destinatrio e oestado do desembarao, para reforar a ideia da fraude tentada pelas duas

    empresas.Fiquemos com o seguinte: o ICMS devido ao estado do destinatrio dobem e ponto final. Mas como era literal da ementa do RE, a letra D ficou comocorreta. Agora, se o porto fosse diferente do estado do importador,prevaleceria o do estado do importador.

    Por ltimo, as quatro correes apontadas por alunos no frum:1) Na pgina 36, escrevi 'tributos' quando deveria ter escrito 'impostos'.

    O certo : No caso da energia eltrica, servios de telecomunicaes,derivados de petrleo, combustveis e minerais do pas, s pode haver

    cobrana de II, IE e ICMS. H imunidade em relao aos demais impostos.(art. 155, 3)

    2) Na resoluo da questo 21 pgina 53:A letra A est errada, como eu expliquei na pgina 50. A letra B est

    correta, como eu expliquei na pgina 51. Corrija, por favor, a soluo para:Letra A: errada. A no incidncia literal da ementa do julgamento do

    RE 461.968. Letra B: correta. O fato gerador do ICMS o desembaraoaduaneiro. Gabarito: letra A." Aproveite tambm para corrigir na ltima pginada aula: "21 A"

    3) Professor, perante o exportador, o OTM responsvel pela cargadesde o momento em que a pega at o momento em que a entrega aodestinatrio. Eu posso afirmar que, se o contrato internacional de compra evenda (incoterms) usado entre exportador e importador for 'ex works', entoo OTM responsvel solidrio pela carga perante o importador???? Afinal serele quem ir contratar o operador multimodal.

    Minha resposta: De fato, no caso do EXW, o contratante no ser oexportador, mas o importador. Minha frase no comentrio da questo 18 da

    aula 01 deveria ter sido como consta na questo: 'perante o contratante, oOTM responsvel desde o momento em que pega a mercadoria at omomento em que a entrega.' Afinal, o contratante tambm pode ter sido oimportador.

    4) Depois de muito analisar os recursos (rs), concordo em anular aquesto 22 da pgina 54. Eu pedi a incorreta, quando deveria ter pedido acorreta (letra D).

    Fiquem agora com o Missagia e uma tima aula.

    Rodrigo Luz

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    AULA 03

    (PONTOS 4.4 e 24 DO PROGRAMA DE AFRFB/2012)

    (PONTO 4.4 e 23 DO PROGRAMA ATRFB/2012)

    SUMRIO DA AULA

    INTRODUO - VALORAO ADUANEIRA .............................................................................. 4HISTRICO DA VALORAO ADUANEIRA ............................................................................... 5PRINCPIOS GERAIS DO AVA ........................................................................................................ 9MTODOS DE VALORAO ADUANEIRA ............................................................................... 12ITENS no INCLUDOS NO VALOR ADUANEIRO ..................................................................... 43VALORAO ADUANEIRA NO BRASIL .................................................................................... 45ARBITRAMENTO DO VALOR ADUANEIRO.............................................................................. 49PROCEDIMENTOS FISCAIS DE VALORAO ADUANEIRA ................................................. 50RESUMO VALORAO ADUANEIRA ..................................................................................... 52EXERCCIOS VALORAO ADUANEIRA .............................................................................. 53VALORAO ADUANEIRA NO MERCOSUL ............................................................................ 88CDIGO ADUANEIRO DO MERCOSUL ...................................................................................... 96EXERCCIOS VALORAO ADUANEIRA NO MERCOSUL ................................................. 98

    Ol pessoal.

    Sou Luiz Roberto Missagia, e hoje o assunto Valoraao Aduaneira.

    Sobre essa aula, quero iniciar com algumas consideraes. O assuntoVALORAO ADUANEIRA, at o concurso da RFB de 2009, era tratado nadisciplina de COMERCIO INTERNACIONAL, que caa tanto para auditor quantopara analista. No concurso de 2012, consta no ponto 24 do programa deLegislao Aduaneira para Auditor, alm da Valorao Aduaneira, tambma Legislao Aduaneira aplicvel ao Mercosul. Acreditamos que a

    Legislao aqui referida, por estar no mesmo tpico, seja a de valorao

    aduaneira, e vocs vero isso no curso no tpico Valorao Aduaneira noMercosul, nesta mesma aula, onde comentamos especificamente a DecisoCMC (Conselho do Mercado Comum do Mercosul) no 13/2007.

    No programa de analista, que segue a mesma sequncia do programa deauditor, com algumas excluses, percebe-se que o ponto 23 (de analista)corresponde ponto 24 do programa de auditor. Porm, foi suprimida

    justamente a parte de Valorao Aduaneira, no programa de analista,restando apenas a Legislao Aduaneira Aplicvel ao Mercosul.

    O que podemos concluir em relao a isso tudo? Bom, sendo conservador,

    entendo que fica difcil o estudo da Valorao Aduaneira no Mercosul sem oestudo do Acordo de Valorao Aduaneira. Assim, entendo que a LegislaoAduaneira Aplicvel ao Mercosul que consta no edital para analista

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    pas importador seja aplicada sobre uma base de clculo corretamenteapurada, com critrios justos e conhecidos, e que reflita a realidade daoperao comercial.

    Mas o que seria a base de clculo corretamente apurada? Imagine que abase de clculo fosse determinada de acordo com o humor da autoridade fiscalque l estivesse de planto para fiscalizar a regularidade da importao da suamercadoria? No daria muito certo, no mesmo? Alm do mais, isso gerariauma tremenda responsabilidade e dor de cabea em cima de ns, fiscais...

    Ento vejamos a seguir como isso funciona ...

    HISTRICO DA VALORAO ADUANEIRA

    Durante a dcada de 1930, em funo da quebra da bolsa de Nova York, e

    consequentemente da crise nos EUA, os grandes pases da Europa, buscandogerar divisas, conquistar mercados externos, e impulsionar a recuperaoeconmica aps a Primeira Guerra Mundial, passaram a impor diversasrestries s importaes, com o objetivo de proteger suas indstrias e deincrementar suas exportaes. Por outro lado, para melhorar a BalanaComercial, diversos mecanismos de estmulos s exportaes eram criadosa todo instante.

    Era uma poca protecionista ferrenha, onde os pases instituammecanismos de restrio s importaes, como:

    1)

    Aumento da tarifa (imposto) de importao.2) Imposio de barreiras no tarifrias s importaes (ex: cotas).

    3)Polticas de substituio de importaes, com concesso de subsdiosaos produtores nacionais.

    4)Desvalorizaes competitivas de moeda nacional.

    5)Taxas mltiplas de cmbio.

    6)Utilizao de bases de clculo irreais, ou seja, arbitrrias, fictcias.

    O mecanismo previsto item 6 o objeto de estudo dessa aula.Veio a 2 Guerra Mundial. Antes mesmo de encerrada oficialmente a

    Guerra, em 1944, houve uma reunio com os pases protagonistas daeconomia mundial, em Bretton Woods, nos EUA, para decidir os novos rumosda economia internacional. Estava na pauta a definio de formas deincrementar o comrcio entre os pases, deixando para trs o protecionismo dadcada anterior.

    Nesse contexto foram criados o Fundo Monetrio Internacional (FMI),para supervisionar as polticas cambiais dos pases, e o Banco Internacional

    de Reconstruo e Desenvolvimento (BIRD), para emprestar recursosvisando recuperao da Europa.

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    Guarde isso!A Declarao do Valor de Bruxelas no teve a eficinciaesperada para que os pases calculassem de forma corretae padronizada a base de clculo do imposto de importao.

    Na Rodada Tquio (1973-1979), do GATT, foram retomadas asnegociaes para o estabelecimento de um sistema de valorao aduaneiracapaz de sanar os problemas at ento existentes. Dessa vez, os pasesconseguiram grandes avanos nas negociaes, e assinaram o Acordo para aImplementao do Artigo VII do GATT, que foi chamado de Acordo deValorao Aduaneira (AVA).

    No AVA, o conceito de preo real foi modificado, e na verdade o valorreal passou a ser composto somente por preos efetivamente praticados,

    e no mais por preos tericos. Acabou-se, dessa forma, com a subjetividadena determinao do mesmo.

    O valor passou a ser determinado a partir de uma noo positiva, combase no preo efetivamente pago ou a pagar da mercadoria importadaou de mercadoria idntica ou similar. Estavam eliminadas as hipteses deutilizao de preos normais ou preos mnimos. Ao invs da teoria,passou-se a dar mais importncia operao comercial em si e aos fatos a elaassociados. O valor aduaneiro passou a ser, por excelncia, o valor detransao.

    Como vocs sabem, o imposto de importao aplicado sobre uma basede clculo. O AVA veio para definir que essa base de clculo deveria ser ovalor aduaneiro. Pelo AVA, esse valor seria o valor de transao. Para oimportador, quanto menos imposto ele pagar, melhor. Ento, possvel quealguns importadores mal intencionados tentem esconder da fiscalizao essevalor de transao, e tentem apresentar fiscalizao um valor menor.

    Isso faz parte do nosso trabalho. Controle do valor aduaneiro. Por issoesse item cobrado na prova.

    Ento, e se o valor de transao apresentar dvidas ou inseguranas emrelao sua aceitao? Perguntando de outra forma, ser que o valor

    apresentado pelo importador como valor da transao reflete realmente o seudispndio ao importar a mercadoria? Ou ser que h alguns custos camufladosna operao, com o objetivo de reduzir a base de clculo e assim recolhermenos tributos?

    Para combater esse tipo de fraude, o AVA permite que a autoridadeaduaneira rejeite o valor de transao apresentado, e adote outro mtodo devalorao, em determinadas hipteses. Veremos que s se pode afastar aaplicao de um mtodo se houver elementos previstos no Acordo queimpossibilitem a sua aplicao. No se trata de discricionariedade, nem daautoridade aduaneira, nem do importador. Assim, foi estabelecido que o valoraduaneiro ser determinado a partir da aplicao sucessiva de 6 (seis)mtodos distintos de valorao, que sero vistos em detalhes a seguir.

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    Com a institucionalizao da OMC (Organizao Mundial doComrcio), em 1994, os acordos criados anteriormente ficaram sob aadministrao dessa nova entidade, e o AVA passou a compor o grupo de

    Acordos Multilaterais do novo GATT (GATT/94). Vale lembrar que os acordosmultilaterais so aqueles que devem ser ratificados por todos os membros daorganizao, e que so obrigatrios para todos eles.

    O AVA passou a ser, dessa forma, a ferramenta oficial para que os pasesdeterminem corretamente a base de clculo do imposto de importao.

    O valor aduaneiro baseado em valores efetivamente praticados natransao. Porm, veremos que em relao ao valor faturado pelo exportador,pode haver ajustes a fim de se determinar a base de clculo do imposto deimportao.

    Nunca demais lembrar que o objeto da valorao aduaneira adeterminao da base de clculo dos gravames aduaneiros, no devendo serutilizada para nenhuma outra funo. Esse valor no necessariamente ser omesmo do valor faturado, muito menos objetiva alter-lo.

    PRINCPIOS GERAIS DO AVA

    A partir desse ponto reproduziremos alguns trechos do AVA1, com oscomentrios vindo logo a seguir. Considerando que normalmente os exercciosde prova misturam os mtodos de valorao e as regras do acordo, acheimelhor deix-los para o final da aula.

    Vejamos o prembulo acordo, lembrando que, a partir da vigncia doAVA, o valor aduaneiro passou a no mais ser determinado com base empreos tericos, ou seja, mdios, normais ou mnimos, mas sim pelo preoefetivamente pago ou a pagar.

    Dos seis mtodos de valorao institudos pelo AVA, o primeiro deles ovalor de transao. Isso caracteriza um aspecto muito importante. A idiado AVA que o imposto de importao incidir sobre o montante que de fato oimportador arcou para trazer determinada mercadoria ao pas.

    Vejamos o que diz o Acordo....

    Os membros,

    Tendo em vista as Negociaes Comerciais Multilaterais;

    Desejando promover a consecuo dos objetivos do GATT 1994 eassegurar vantagens adicionais para o comrcio internacional dos pases emdesenvolvimento;

    Reconhecendo a importncia das disposies do Artigo VII do GATT 1994e desejando elaborar normas para sua aplicao com vistas a assegurar maior

    uniformidade epreciso na sua implementao;1 Os textos legais e normativos estaro sempre em itlico

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    O que aparecer em itlico porque est dessa forma no Acordo. Nossocomentrio vem logo abaixo do texto legal.

    INTRODUO GERAL

    1 A base primeira para a valorao aduaneira, em conformidade comeste Acordo, o "valor de transao", tal como definido no Artigo 1. O

    Artigo 1 deve ser considerado em conjunto com o Artigo 8, que estabelece,inter alia, ajustes ao preo efetivamente pago ou a pagar nos casos emque determinados elementos, considerados como fazendo parte do valor parafins aduaneiros, corram a cargo do comprador, mas no estejam includos no

    preo efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas. O Artigo 8

    prev tambm a incluso, no valor de transao de certas prestaes docomprador a favor do vendedor, sob a forma de bens ou servios e no sob aforma de dinheiro. Os Artigos 2 a 7 estabelecem mtodos para determinar ovalor aduaneiro, quando este no puder ser determinado de acordo com asdisposies do Artigo 1.

    Comentrio: Basicamente o artigo 1 estabelece que o mtodo 1 devalorao aduaneira o valor de transao, ou seja, o valor que oimportador de fato despendeu (suportou) para comprar a mercadoria. Podeocorrer de este valor estar, vamos dizer, com vcios, como por exemplo,uma vinculao entre o importador e o exportador (matriz e filial), o que faria(ou poderia fazer) com que o preo cobrado viesse a ser reduzido. Algumaparcela desse valor pode ter ficado de fora do preo. Imaginem que oimportador (comprador) remeta ferramentas, materiais, matrizes aoexportador para que este fabrique o produto. Ora, se o preo no contemplaresse custo, certamente que estar viciado, devendo, pois, ser ajustado,somando-se o valor dos referidos materiais, de forma a refletir da maneiramais transparente possvel o real encargo suportado pelo comprador com aaquisio da mercadoria.

    .......

    Guarde isso!O Valor de Transao (Mtodo 1) a base da valoraoaduaneira, e consiste no preo efetivamente pago ou apagar pela mercadoria, ajustado pelos elementosprevistos no artigo 8 do AVA:

    ....

    2 Quando o valor aduaneiro no puder ser determinado de acordo comas disposies do Artigo 1, deveria normalmente haver um processo deconsultas entre a administrao aduaneira e o importador, com o objetivo de

    estabelecer uma base de valorao de acordo com o disposto nos Artigos 2 ou3. Pode ocorrer, por exemplo, que o importador possua informaes sobre ovalor aduaneiro de mercadorias idnticas ou similares importadas, e que a

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    administrao aduaneira no disponha destas informaes, de forma imediata,no local de importao. Tambm possvel que a administrao aduaneiradisponha de informaes sobre o valor aduaneiro de mercadorias idnticas ou

    similares importadas, e que o importador no tenha acesso imediato a essasinformaes, atendidas as limitaes impostas pelo sigilo comercial, paradeterminar uma base adequada de valorao para fins aduaneiros.

    Comentrio: O processo de valorao aduaneira deve correr com adevida transparncia (olha o princpio da transparncia a...), devendo ser oimportador consultado e notificado sobre o andamento do mesmo, pois o fiscalpoder conseguir com ele informaes importantes para estabelecer a corretabase tributvel.

    3 Os Artigos 5 e 6 proporcionam duas bases para determinar o valoraduaneiro, quando, este no puder ser determinado com base no valor detransao das mercadorias importadas ou de mercadorias idnticas ousimilares importadas. Pelo disposto no pargrafo 1 do Artigo 5, o valoraduaneiro determinado com base no preo pelo qual as mercadorias sovendidas, no mesmo estado em que so importadas, a um comprador novinculado ao vendedor, no pas de importao. O importador tambm tem odireito, se o requerer, de que as mercadorias que so objeto de transformaodepois da importao, sejam valoradas com base no disposto no Artigo 5.Conforme as disposies do Artigo 6, o valor aduaneiro determinado combase no valor computado. Ambos os mtodos apresentam certas dificuldades,e por isso o importador tem o direito, com base nas disposies do Artigo 4,

    de escolher a ordem de aplicao dos dois mtodos.Comentrio: Esse dispositivo muito interessante, pois at j caiu em

    prova. Veremos que o mtodo 4 (que est no artigo 5) o mtodo deduzido apartir do preo de revenda. J o mtodo 5 (que est no artigo 6) o mtododo valor computado a partir do custo. Em virtude da dificuldade dedeterminao de valores nestes mtodos, pode o importador, desde que coma aquiescncia da aduana, solicitar a inverso da ordem de utilizaodesses dois mtodos. Por incrvel que parea, isso j caiu em prova! Osmtodos sero vistos detalhadamente a seguir.

    ..................4 O Artigo 7 estabelece como determinar o valor aduaneiro, nos casos

    em que este no puder ser determinado de acordo com o disposto em algumdos artigos anteriores.

    Comentrio: Trata-se do Mtodo 6, que consiste na aplicao de critriosrazoveis, mediante a flexibilizao dos critrios presentes nos mtodos1 a 5, desde que restrita aos princpios gerais do AVA. O mtodo 6 ser vistoem detalhes mais adiante.

    Antes de prosseguirmos, uma reforada no prembulo:

    .....Os membros,

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    Tambm no ser possvel a aplicao do Primeiro Mtodo quando houverrestries impostas pelo vendedor com relao utilizao da mercadoria.Isso quer dizer, por exemplo, que, se a mercadoria foi vendida por US$ 100

    para um importador brasileiro, com a condio de que este importador no arevendesse para fulano ou beltrano, ou que no a utilizasse para fabricardeterminado tipo de produto, de se supor que este preo seria maior se nohouvesse essa restrio.

    Porm, algumas restries so inerentes s prticas comerciais. E oAcordo possui como princpio observar estas prticas. o caso de revendedorde uma determinada rea geogrfica. Ora, se o contrato estabelece que ele spode revender a mercadoria aqui ou ali, isso faz parte da tradio comercial.No invalida a aplicao do mtodo 1.

    Outro tipo de restrio aceita para efeito de aplicao do Primeiro Mtodo aquela imposta pelo governo do pas importador. O nosso governo impecertas medidas quanto circulao e posse de determinadas mercadorias noterritrio nacional, como o caso de armas e munies. A empresa queimportar esse tipo de mercadoria sabe (ou deveria saber) desse tipo derestrio, e esta considerada normal para aplicao do Primeiro Mtodo.Assim, a importao de armas pode ser valorada pelo mtodo 1 (valor detransao), mesmo estando sujeita a certos controles.

    A terceira restrio aceita pelo Primeiro Mtodo aquela que no afete ovalor das mercadorias, de forma substancial. O Acordo no definiu qual seria

    um percentual considerado como relevante em relao influncia no preo.Nesse caso, cabe a cada pas decidir sobre esse critrio.

    Resumindo....

    O AVA assinala, na letra (a), que no pode haver restries para utilizaodas mercadorias pelo importador, a menos que sejam restries que o prpriogoverno do pas importador imps (i), ou que limitem a rea geogrfica derevenda (ii), o que comum no caso de franquias, ou representante exclusivode vendas, ou que no afetam de forma significativa o valor das mercadorias(iii).

    A letra (b) veda a utilizao do mtodo de transao quando o valorestiver sujeito a alguma contraprestao por parte do comprador. Imaginemque o vendedor reduza o preo de venda caso o comprador se comprometaposteriormente a prestar algum tipo de servio para o exportador. Se o preodesse servio for determinvel, dever ser includo no valor aduaneiro.

    ......

    A Nota Interpretativa ao Artigo I do AVA cita as situaes abaixo comoexemplos onde venda e preo esto sujeitos a alguma contraprestao:

    a) o vendedor fixa o preo das mercadorias importadas sob a condio de

    o comprador adquirir tambm outras mercadorias em quantidadesespecificadas;

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    b) o preo das mercadorias importadas depende do preo ou preos pelosquais o seu comprador vende outras mercadorias ao vendedor dasmercadorias importadas;

    c) o preo fixado com base em uma forma de pagamento alheia smercadorias importadas, tal como quando estas so mercadorias semi-acabadas que tenham sido fornecidas pelo vendedor sob a condio de lhe serenviada uma determinada quantidade das mercadorias acabadas.

    ..............

    Assim, por exemplo, o exportador alemo prope ao importador brasileiroo seguinte negcio: o preo de mercado das minhas canetas de US$ 0,55cada. Porm, se voc me comprar tambm lpis a US$ 0,20 cada, eu te vendoas canetas por US$ 0,30 cada. a tal da operao casada. Ora, resta claro

    que, caso o importador aceite o negcio, o preo pago pelas canetas serartificialmente reduzido de US$ 0,55 para US$ 0,30, e o Primeiro Mtodo nopoderia ser utilizado, a menos que a aduana do pas importador consigaquantificar essa diferena e adicione US$ 0,25 base de clculo do imposto deimportao.

    Com relao alnea (c), imaginem que o exportador reduza seu preo seo comprador reverter ao mesmo uma parcela do produto da revenda. claroque isso no poderia ser aceito, uma vez que distorce completamente o preoda transao. o que diz a letra (c). Da mesma forma que a letra (b), caso ovalor seja afervel (determinvel), poderia ser aceito o valor de transao com

    a incluso dessa parcela.No caso de reverso de parte do produto da revenda ao exportador, fica

    claro que o preo praticado no representa a totalidade do pagamento. Assim,por exemplo, o exportador americano vende uma mercadoria ao importadorbrasileiro por US$ 100, sob a condio de que, caso o comprador a revendapor valor superior a US$ 150, dever remeter 1% do seu preo de venda aoexportador no exterior. Caso o importador a revenda no Brasil, digamos, porUS$ 170, dever enviar US$ 1,70 (1% de US$ 170) ao exportador nos EUAcomo participao no resultado da revenda.

    Finalmente, a letra (d) indaga sobre a vinculao entre comprador evendedor (ex: matriz e filial) e determina que, em princpio, isso inviabilizariaa aplicao do Primeiro Mtodo. Porm, caso o valor seja aceitvel, nohaveria problema. Isso quer dizer que, se o valor estiver OK (aceito pelaaduana por ser o valor normalmente vendido para outras pessoas), s o fatode haver vinculao entre comprador e vendedor no motivo para rejeiodo mtodo 1 (valor de transao). Deu pra entender a lgica do AVA?

    O Artigo 15 do AVA define quais so as pessoas consideradas comovinculadas:

    4.Para fins deste Acordo, as pessoas sero consideradas vinculadassomente se:

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    Na aplicao dos critrios anteriores, devero ser levadas na devida contaas diferenas comprovadas nos nveis comerciais e nas quantidades, oselementos enumerados no Artigo 8 e os custos suportados pelo vendedor, em

    vendas nas quais ele e o comprador no sejam vinculados, e que no sosuportados pelo vendedor em vendas nas quais ele e o comprador sejamvinculados.

    (c) os critrios estabelecidos no pargrafo 2 (b) devem ser utilizados poriniciativa do importador e exclusivamente para fins de comparao. Valoressubstitutivos no podero ser estabelecidos com base nas disposies do

    pargrafo 2 (b).

    Comentrio: os dispositivos acima reforam a idia de que a vinculaoentre importador e exportador NO fato suficiente para rejeitar o valor detransao. O importador dever comprovar que isso no influenciou o preo,podendo utilizar como parmetro de comparao transao de mercadoriasidnticas ou similares em tempo aproximado.

    Ajustes ao Primeiro Mtodo (do Artigo 8)

    O Primeiro Mtodo de Valorao Aduaneira o Valor de Transao, qualseja, o preo efetivamente pago ou a pagar. Porm, conforme determina aIntroduo Geral do Acordo, esse preo deve ser ajustado quando

    determinados elementos, considerados como fazendo parte do valor para finsaduaneiros (pagamentos indiretos), corram a cargo do comprador, mas noestejam includos no preo efetivamente pago ou a pagar pelas mercadoriasimportadas.

    Tais acrscimos devem basear-se exclusivamente em dadosobjetivos e quantificveis. Resumindo, trata-se de custos que o importadorarcou para comprar a mercadoria, mas no esto includos no valor da faturacomercial de compra e venda, emitida pelo exportador. Esse montante deveser acrescentado ao preo pago ou a pagar para apurao do valor aduaneiro.

    Ento, vejamos:

    Artigo 8

    1.Na determinao do valor aduaneiro, segundo as disposies do Artigo1, devero ser acrescentados ao preo efetivamente pago ou a pagar pelasmercadorias importadas:

    (a). os seguintes elementos, na medida em que sejam suportados pelocomprador mas no estejam includos no preo efetivamente pago ou a pagar

    pelas mercadorias:

    i-comisses e corretagens, excetuadas as comisses de compra;

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    ii-o custo de embalagens e recipientes considerados, para finsaduaneiros, como formando um todo com as mercadorias em questo;

    iii-o custo de embalar, compreendendo os gastos com mo-de-obra e

    com materiais;.....

    comum que os ajustes acima j estejam embutidos no valor a pagarpela mercadoria. Assim, somente devem ser includos no valor aduaneiro casono estejam includos no preo pago ou a pagar pela mercadoria.

    Quanto s comisses de venda, corretagens e custos de embalagem,tambm costumam compor o preo do produto final. Comisses de venda

    so aquelas pagas pelo vendedor (exportador) a seus agentes ourepresentantes. Como normalmente o vendedor quem paga essascomisses, ela j est includa no preo. As corretagens so pagas acorretores independentes e seguem o mesmo raciocnio.

    Em relao s comisses de compra, estas so consideradas comoprestaes de servios. Se o importador mantm um representante seu noexterior para procurar uma boa oportunidade de negcio para trazerdeterminada mercadoria para o pas, resta claro que este agente estprestando um servio ao importador. Ento razovel que seu custo tenha omesmo tratamento que teriam os custos relativos a funcionrios e outras

    despesas normais do importador, ou seja, estas comisses de compra nocompem o valor aduaneiro.

    Em relao ao custo das embalagens, muito difcil ele no vir embutidono preo da mercadoria. Se fosse cobrado a parte, teria que ser acrescido aovalor aduaneiro.

    Vejamos outro acrscimo ao preo:

    (b) o valor, devidamente atribudo, dos seguintes bens e servios, desdeque fornecidos direta ou indiretamente pelo comprador, gratuitamente ou a

    preos reduzidos, para serem utilizados na produo e na venda paraexportao das mercadorias importadas, e na medida em que tal valor notiver sido includo no preo efetivamente pago ou a pagar;

    i-materiais, componentes, partes e elementos semelhantes, incorporadoss mercadorias importadas;

    ii-ferramentas, matrizes, moldes e elementos semelhantes, empregadosna produo das mercadorias importadas;

    iii-materiais consumidos na produo das mercadorias importadas;

    iv-projetos de engenharia, pesquisa e desenvolvimento, trabalhos de artee de "design", e planos e esboos necessrios produo das mercadoriasimportadas e realizados fora do pas de importao;

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    ........

    O dispositivo acima se refere a bens ou servios vinculados ao produtoimportado que tenham sido fornecidos pelo importador. Tomemos comoexemplo um importador brasileiro que encomenda uma mquina de cortargranito a um exportador italiano.

    O italiano diz que precisa de um projeto de design da mquina. Oimportador contrata o servio a um especialista na Inglaterra, e manda oingls remeter o projeto ao fabricante italiano. O servio saiu por US$ 2,000(dois mil dlares). Depois o italiano diz que precisa de ao para confeco dasserras. O brasileiro diz que ao no Brasil mais barato e envia uma remessapara o italiano (valor de US$ 3,000). Por fim, o produto fica pronto e o italiano

    fatura para o brasileiro por US$ 10,000 (dez mil dlares).Ora, qual foi o custo para o importador trazer essa mquina ao pas?

    Vocs acham que nesses US$ 10,000 esto o projeto ingls e o ao brasileiro? claro que no!!! Quem pagou foi o importador. O custo final de tudo para ele(importador) foi de US$ 15,000, somando mquina, projeto e ao. Fazsentido, no mesmo? Ento, ao valor de US$ 10,000, para efeito detributao, deveriam ser acrescentados os US$ 2,000 do projeto e os US$3,000 do ao.

    Dois detalhes:

    1) Se o projeto fosse contratado no Brasil e enviado ao fabricante italianoele no entraria no valor aduaneiro. Basta ler o inciso iv acima, que diz quetais projetos so os realizados fora do pas de importao.

    2) O ao (matria-prima) entraria no valor aduaneiro se fosse exportadode forma definitiva para o italiano (exportao normal). Poderia ocorrer de oimportador informar para a aduana o preo sem o ao. Nesse caso o valoraduaneiro teria que ser acrescido do preo do ao.

    Vejamos outro acrscimo:

    (c). royalties e direitos de licena relacionados com as mercadorias objetode valorao, que o comprador deva pagar, direta ou indiretamente, comocondio de venda dessas mercadorias, na medida em que tais royalties edireitos de licena no estejam includos no preo efetivamente pago ou a

    pagar;

    ....

    Os valores citados na alnea (c) contemplam, dentre outros, marcasregistradas, patentes e direitos autorais. Quando um importador compra doexterior um produto que contenha marca registrada, por exemplo, ele deverpagar ao titular da marca os royalties e direitos de licena associados

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    Parcelas includas no Valor Aduaneiro

    O AVA prev a possibilidade de que os Membros (pases signatrios doAcordo) incluam outras parcelas no valor aduaneiro. Trata-se de um ajuste

    facultativo, ou seja, os pases podem regular sobre incluir esses valores ouno.

    Vejamos:

    2.Ao elaborar sua legislao, cada Membro dever prever a incluso ou aexcluso, no valor aduaneiro, no todo ou em parte, dos seguintes elementos:

    (a). o custo de transporte das mercadorias importadas at o porto oulocal de importao;

    (b). os gastos relativos ao carregamento, descarregamento emanuseio, associados ao transporte das mercadorias importadas at oporto ou local de importao; e

    (c). o custo do seguro.

    3.Os acrscimos ao preo efetivamente pago ou a pagar, previstos nesteArtigo, sero baseados exclusivamente em dados objetivos e quantificveis.

    4.Na determinao do valor aduaneiro, nenhum acrscimo ser feito aopreo efetivamente pago ou a pagar, se no previsto neste Artigo.

    .......

    Comentrio: Muita ateno com esse artigo 8. Ele se refere aos ajustesque devem ser realizados no preo de transao para que este reflita o realdesembolso por parte do importador. S na prova de AFRF/2002-1 caram 3questes sobre isso.

    O Brasil, como signatrio do AVA, decidiu pela incluso de todos os itensprevistos no valor aduaneiro, tal como se pode observar pelo artigo 77 doRegulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009):

    Art. 77. Integram o valor aduaneiro, independentemente do mtodo devalorao utilizado (Acordo de Valorao Aduaneira, Artigo 8, pargrafos 1 e 2,aprovado pelo Decreto Legislativo no 30, de 1994, e promulgado pelo Decretono 1.355, de 1994; e Norma de Aplicao sobre a Valorao Aduaneira deMercadorias, Artigo 7o, aprovado pela Deciso CMC no 13, de 2007,internalizada pelo Decreto no 6.870, de 4 de junho de 2009): (Redao dada

    pelo Decreto n 7.213, de 2010).

    I - o custo de transporte da mercadoria importada at o porto ou oaeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado ondedevam ser cumpridas as formalidades de entrada no territrio aduaneiro;

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    II - os gastos relativos carga, descarga e ao manuseio, associados aotransporte da mercadoria importada, at a chegada aos locais referidos noinciso I; e

    III - o custo do seguro da mercadoria durante as operaes referidas nosincisos I e II.

    ....

    O Brasil optou por regular o assunto da seguinte forma: A IN/SRF327/2003 define que:

    Art. 4 Na determinao do valor aduaneiro, independentemente do

    mtodo de valorao aduaneira utilizado, sero includos os seguinteselementos:

    I - o custo de transporte das mercadorias importadas at o portoou aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteiraalfandegado onde devam ser cumpridas as formalidades de entrada noterritrio aduaneiro;

    II - os gastos relativos a carga, descarga e manuseio, associados aotransporte das mercadorias importadas, at a chegada aos locais referidos noinciso anterior; e

    III - o custo do seguro das mercadorias durante as operaes referidasnos incisos I e II.

    1 Quando o transporte for gratuito ou executado pelo prprioimportador, o custo de que trata o inciso I deve ser includo no valoraduaneiro, tomando-se por base os custos normalmente incorridos, namodalidade de transporte utilizada, para o mesmo percurso.

    2 No caso de mercadoria objeto de remessa postal internacional,para determinao do custo que trata o inciso I, ser considerado o valor totalda tarifa postal at o local de destino no territrio aduaneiro.

    3 Para os efeitos do inciso II, os gastos relativos descarga damercadoria do veculo de transporte internacional no territrio nacional seroincludos no valor aduaneiro, independentemente da responsabilidade pelonus financeiro e da denominao adotada.

    ............

    Concluso: No Brasil, todos os custos relativos ao transporteinternacional que o importador tiver para trazer a mercadoria para o Brasildevero ser includos no valor aduaneiro.

    O primeiro pargrafo do artigo 4 da IN/SRF 327/2003 determina que, seo frete for gratuito ou pago pelo importador, dever ser includo no valor

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    Diz ainda a IN/SRF 327/2003 acerca de parcelas integrantes do preoefetivamente pago:

    ....

    Art. 11. Constituem parcelas integrantes do preo efetivamente pagoou a pagar os custos relativos:

    I a atividades ligadas comercializao da mercadoria importada, comopropaganda, garantia e promoo de vendas, empreendidas pelocomprador em benefcio do vendedor ou por conta deste, para satisfazer partedo pagamento da mercadoria importada, e como condio de venda dessamercadoria; ou

    II ao fornecimento de bens ou prestao de servios a terceiro,pelo comprador, por conta do vendedor, como condio de venda da

    mercadoria importada.

    Outros casos de inaplicabilidade do Primeiro Mtodo

    H casos em que a autoridade aduaneira, em procedimento defiscalizao, no consegue reunir elementos suficientes para comprovar averacidade dos dados informados pelo importador quanto aplicao doPrimeiro Mtodo. Alis, isso muito comum de acontecer e de fato nos deixadecepcionados, afinal sempre queremos concluir um trabalho com eficincia.Mas nem sempre temos acesso s informaes necessrias.

    claro que, para isso existem as operaes especiais, ondeeventualmente buscamos elementos que comprovem irregularidades,

    visitando (normalmente acompanhado da Polcia Federal) estabelecimentosligados ao importador, inclusive sua residncia, casa de veraneio, casa dame, da av, da amante (?), onde possam estar escondidos documentosimportantes. Alis, essa uma das atividades que vocs podem vir a realizar. certo que necessrio um certo perfil policial para tal, mas eu,particularmente, considero uma grande experincia participar de batidascomo essas. De fato podem ser um pouco perigosas, mas o que se aprende eos casos para contar ficam para sempre. Acontece cada coisa....Temos quevasculhar a casa do sujeito (incluindo armrio de roupas ntimas, banheiro,cozinha etc.) atrs de documentos...

    Mas do que estvamos falando mesmo? Ah! Sobre a forma que aautoridade aduaneira s vezes utiliza para buscar elementos de prova ligados fraude na valorao aduaneira...

    Voltemos assim aos casos de inaplicabilidade do Primeiro Mtodo.

    A primeira hiptese consta no Regulamento Aduaneiro (Decreto

    6.759/2009), e se refere a dvidas no esclarecidas pelo importador com osdocumentos apresentados:

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    A obrigao referida no caput do art. 18 (do Regulamento) a que oimportador tem que manter em boa guarda e ordem os documentosinstrutivos das declaraes (fatura, conhecimento de carga, certificado de

    origem etc.). Se for constatado descumprimento dessa obrigao, aautoridade aduaneira j poderia rejeitar o mtodo primeiro de valorao (valorde transao), e passar para o mtodo seguinte.

    Guarde isso!

    Outros casos deinaplicabilidadedo PrimeiroMtodo

    1)Dvida quanto exatido dos dados apresentados2)Explicaes ou documentos para justificar o valor

    declarado so insuficientes

    3)

    M conservao, por parte do importador, dosdocumentos que comprovam as informaesprestadas

    SEGUNDO MTODO VALOR DE TRANSAO DE MERCADORIASIDNTICAS

    Caso no seja possvel a aplicao do primeiro mtodo, por um dosmotivos expostos (Ex: no se tratar de uma venda; reverso do produto de

    revenda ao exportador cujo valor no se possa determinar), ser utilizado osegundo mtodo, o valor de transao de mercadorias idnticas, cujastransaes devem ser relativas a vendas para o mesmo pas de importao,exportadas em tempo aproximado. Vejamos o texto do AVA:

    Artigo 2

    1.(a) Se o valor aduaneiro das mercadorias importadas no puder serdeterminado segundo as disposies do Artigo 1, ser ele o valor de transaode mercadorias idnticas vendidas para exportao para o mesmo pas de

    importao e exportadas ao mesmo tempo que as mercadorias objeto devalorao ou em tempo aproximado;

    (b) Na aplicao deste artigo ser utilizado, para se estabelecer o valoraduaneiro, o valor de transao de mercadorias idnticas, numa vendano mesmo nvel comercial e substancialmente na mesmaquantidade das mercadorias objeto de valorao. Inexistindo talvenda, ser utilizado o valor de transao de mercadorias e/ou emquantidade diferente, ajustado para se levar em conta diferenas

    atribuveis aos nveis comerciais e/ou s quantidadesdiferentes, desde que tais ajustes possam ser efetuados com base emevidncia comprovada que claramente demonstre que os ajustes so

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    razoveis e exatos, que conduzam a um aumento quer a umadiminuio no valor.

    Comentrio: A aplicao do segundo mtodo, quando no for possvel aaplicao do primeiro, se refere ao valor de transao de mercadoriasidnticas, a um tempo aproximado, produzidas no mesmo pas que asmercadorias objeto de valorao, preferencialmente pela mesma pessoa.

    Quando se fala em valor de transao de mercadorias idnticas, significaque houve outra importao, em poca aproximada, de mercadoria idntica aque est sendo valorada, que j passou por um processo de valoraoaduaneira. Ateno! No basta a mercadoria idntica ter sido importada empoca prxima. O valor aduaneiro desta tem de ter sido ratificado pelas

    autoridades alfandegrias do pas de importao, com base em um processoanterior de valorao aduaneira.

    Vejamos um exemplo para explicar a alnea b acima. Imaginem que atransao original (a que est sendo valorada) foi de 100 unidades deperfumes, a US$ 1,50 cada ( uma mercadoria que apresenta grandesproblemas de valorao aduaneira). Se, por algum motivo, o mtodo 1 forrejeitado, a aduana partir para o mtodo 2 (valor de transao demercadorias idnticas). Suponha que se encontrou uma transao anterior devenda, para o mesmo pas, s que de 100.000 unidades (a US$ 0,80)unidades do mesmo perfume, oriundos do mesmo pas, que j tenha passado

    por processo de valorao aduaneira. Ora, a diferena na quantidadenegociada est influenciando o preo! So transaes distintas. No possoutilizar o preo de uma como base para o preo da outra. O que o texto diz que, se no houver outra transao para tomar como parmetro eu deveriautilizar essa mesma, s que ajustando. Vocs acham que para eu trazer anegociao de 100.000 frascos de perfume para o patamar comercial danegociao de 100 perfumes eu deveria fazer o qu com os US$ 0,80?Resposta: deveria somar um ajuste, pois o preo unitrio em uma venda de100.000 unidades normalmente inferior ao preo unitrio de uma venda deapenas 100 unidades, no isso? Porm, nem sempre esse ajuste fcil de

    ser apurado e definido.

    2.Quando os custos e encargos referidos no pargrafo 2 do Artigo 8estiverem includos no valor de transao, este valor dever ser ajustado parase levar em conta diferenas significativas de tais custos e encargos entre asmercadorias importadas e as idnticas s importadas, resultantes dediferenas nas distncias e nos meios de transporte.

    Comentrio: Como vimos no artigo 8, fica a critrio das partes incluir ouno o valor do transporte, do carregamento (e descarregamento) e do seguro.

    O Brasil incluiu todos eles na apurao da base de clculo. claro que issodever ser levado em considerao se estes valores esto includos no valor

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    de transao para efeito de se estabelecer um comparativo com o valor detransao de mercadorias idnticas.

    3. Se, na aplicao deste artigo, for encontrado mais de um valor de

    transao de mercadorias idnticas, o mais baixo deles ser o utilizado nadeterminao do valor aduaneiro das mercadorias importadas.

    Comentrio: Isso bastante objetivo para cair na prova!!! Pode ser que,na apurao do mtodo 2, encontrem-se mais de um valor de transao demercadorias idnticas j ratificados pela autoridade aduaneira. E a??? O AVA bem claro. O VALOR A SER UTILIZADO SER O MAIS BAIXO DENTRE OSDOIS ENCONTRADOS.

    Mas afinal, o que seriam mercadorias idnticas? A resposta est noArtigo 15 do AVA:

    Artigo 15

    ....

    2.(a) Neste Acordo, entende-se por "mercadorias idnticas" asmercadorias que so iguais em tudo, inclusive nas caractersticas fsicas,qualidade e reputao comercial. Pequenas diferenas na aparncia noimpediro que sejam consideradas idnticas mercadorias que em tudo o maisse enquadram na definio.

    ...(c) as expresses "mercadorias idnticas" e "mercadorias similares" no

    abrangem aquelas mercadorias que incorporem ou comportem, conforme ocaso, elementos de engenharia, desenvolvimento, trabalhos de arte e dedesign, e planos e esboos, para os quais no tenham sido feitos ajustessegundo as disposies do pargrafo 1 (b) (iv) do Artigo 8, pelo fato de teremsido tais elementos executados no pas de importao;

    (d) somente podero ser consideradas "idnticas" ou "similares", asmercadorias produzidas no mesmo pas que as mercadorias objeto devalorao;

    (e) somente sero levadas em conta mercadorias produzidas por umapessoa diferente, quando no houver mercadorias idnticas ou similares,conforme o caso, produzidas pela mesma pessoa que produziu as mercadoriasobjeto da valorao.

    .........

    Vejamos um exemplo, relativamente ao item (c) acima. Uma mquina foiencomendada por uma empresa brasileira a um exportador francs. Oimportador brasileiro enviou projetos de design e artstico para elaborao damquina. Em uma outra importao, outro importador brasileiro compra umamquina parecida com a da transao anterior. Se nesta segunda importao,o mtodo 1 no for aceito, os mtodos 2 e 3 no podero contemplar aquela

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    (b) Na aplicao deste Artigo, ser utilizado, para estabelecer o valoraduaneiro, o valor de transao de mercadorias similares, numa venda nomesmo nvel comercial e substancialmente na mesma quantidade que as

    mercadorias objeto de valorao. Inexistindo tal venda, ser utilizado o valorde transao de mercadorias similares vendidas em um nvel comercialdiferente e/ou em quantidade diferente, ajustado para se levar em contadiferenas atribuveis aos nveis comerciais e/ou s quantidades, desde quetais ajustes possam ser efetuados com base em evidncia comprovada queclaramente demonstre que os ajustes so razoveis e exatos, quer estesconduzam a um aumento quer a uma diminuio no valor.

    2.Quando os custos e encargos referidos no pargrafo 2 do Artigo 8estiverem includos no valor de transao, este valor dever ser ajustado parase levar em conta diferenas significativas de tais custos e encargos entre as

    mercadorias importadas e as similares s importadas, resultantes dediferenas nas distncias e nos meios de transporte.

    3.Se, na aplicao deste Artigo, for encontrado mais de um valor detransao de mercadorias similares, o mais baixo deles ser utilizado nadeterminao do valor aduaneiro das mercadorias importadas.

    Comentrio: O mtodo 3 se refere ao valor de transao dasmercadorias similares. Repararam que no h praticamente diferena entre otexto desse mtodo (mercadorias similares) com o texto do mtodo anterior(mercadorias idnticas)?. A distino est exatamente em saber o que o

    Acordo entende como sendo uma mercadoria idntica e uma mercadoriasimilar. Todas as demais regras so vlidas, inclusive a de que amercadoria similar deve vir do mesmo pas de origem. Vejamos a definio demercadorias similares:

    Artigo 15

    ....

    (b) neste Acordo , entende-se por "mercadorias similares" as que,embora no se assemelhem em todos os aspectos, tm caractersticas

    e composio material semelhantes, o que lhes permite cumprir asmesmas funes e serem permutveis comercialmente. Entre os fatores aserem considerados para determinar se as mercadorias so similares incluem-se a sua qualidade, reputao comercial e a existncia de uma marcacomercial.

    Comentrio: A est. As similares no se assemelham em todos osaspectos. So parecidas. Quando voc vai comprar uma barra de ferrogalvanizado, e est em dvida entre dois fornecedores do mesmo porte, queproduzem material com a mesma qualidade, poderamos dizer que se tratade mercadorias idnticas. Por outro lado, sem querer fazer propaganda,

    poderamos dizer que uma borracha escolar Faber castell e uma outra domesmo tipo da marca Mercursejam similares.

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    uma margem de lucro de 15% sobre o preo de revenda, ento chegaramosao seguinte valor aduaneiro:

    Preo de Revenda R$ 100.000

    (-) Impostos 20% (R$ 20.000)

    (-) Frete Interno (R$ 2.000)

    (-) Imposto na Importao (R$ 5.000)

    (-) Margem de Lucro (R$ 15.000)

    (=) Valor Aduaneiro R$ 58.000

    OBS: Os 90 dias citados na alnea (b) do item 1 do Artigo 5 so da datada importao da mercadoria objeto de valorao para a frente. Os processosde valorao demoram muito para serem analisados. A mercadorianormalmente j foi embora. Assim, por exemplo, em 01/03/2012 ocorre umaimportao de um veculo selecionada para exame de valor aduaneiro. Quandoda anlise acerca do valor aduaneiro, se no houver revenda do produto, nemde idnticos ou similares, ao tempo da importao (incio de maro de 2012),a autoridade poder tomar como base preo unitrio de venda do produto, oude idnticos ou de similares, na data mais prxima posterior importao doveculo, no mximo at 01/06/2012 (90 dias aps a importao).

    Importante!

    Quarto Mtodo

    Valor de Revenda(-) Dedues ao Preo unitrio de Revenda

    1)Comisses Usuais (Lucros e Despesas)2)Frete e Seguro no pas de importao3)Tributos internos no pas de importao4)(*) Frete, Seguro, Carga e Descarga no transporte

    internacional, caso o pas no os tenha includo

    no VA

    QUINTO MTODO VALOR COMPUTADO

    Artigo 6

    1.O valor aduaneiro das mercadorias importadas, determinado segundo asdisposies deste artigo, basear-se- num valor computado. O valor

    computado ser igual soma de:

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    (a). o custo ou o valor dos materiais e da fabricao ou processamento,empregados na produo das mercadorias importadas;

    (b). um montante para lucros e despesas gerais, igual quele

    usualmente encontrado em vendas de mercadorias da mesma classe ouespcie que as mercadorias objeto de valorao, vendas estas paraexportao, efetuados por produtores no pas de exportao, para o pas deimportao;

    (c). o custo ou o valor de todas as demais despesas necessrias paraaplicar a opo de valorao escolhida pela Parte, de acordo com o pargrafo2 do Artigo 8.

    2. Nenhum Membro poder exigir ou obrigar qualquer pessoa noresidente em seu prprio territrio a exibir para exame ou a permitir acesso a

    qualquer conta ou registro contbil, para a determinao de um valorcomputado. Todavia, as informaes fornecidas pelo produtor das mercadoriascom o objetivo de determinar o valor aduaneiro de acordo com as disposiesdeste artigo, podero ser verificadas em outros pases, pelas autoridades do

    pas de importao, com anuncia do produtor e desde que tais autoridadesnotifiquem com suficiente antecedncia o governo do pas em questo e queeste no se oponha investigao.

    Comentrio: O mtodo 5 o mtodo do valor reconstitudo (ou valorcomputado) a partir do custo de produo, ou seja, vai no sentido contrrioao do mtodo anterior. O importador poder solicitar a inverso dos mtodos

    4 e 5 (artigos 5 e 6), e a aduana poder acatar ou no. No mtodo do valorreconstitudo toma-se o custo de produo e adicionam-se as despesasnecessrias e os lucros normais que o produtor-exportador teria na transao,de forma a se chegar ao custo arcado pelo importador, ou seja, um valorprximo da realidade comercial.

    claro que as autoridades brasileiras no podero sair investigando asempresas exportadoras no exterior. Isso na maioria das vezes pode ser feitocom a ajuda e iniciativa do prprio exportador, ou por meio de intercmbioentre a aduana brasileira (importador) e a aduana do pas exportador (jouviram falar do adido aduaneiro em Miami? Pois . Dentre outras coisas, tem

    essa funo de estabelecer o intercmbio necessrio). Na prtica, porm, um mtodo muito complexo de ser utilizado, dada a dificuldade em se obterdados referentes ao processo produtivo do exportador no exterior,principalmente quando se trata de exportadores asiticos.

    Importante!

    Quinto Mtodo

    Valor Reconstitudo a partir do Custo(+) Parcelas

    1)Custo de Produo2)Lucros e Despesas na exportao3)(*) Acrscimos ao VA, se for o caso, conforme

    decidido pelo Pas (frete, seguro, carga e descargano transporte internacional

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    produzidas por uma indstria ou setor industrial determinado, e abrangemercadorias idnticas ou similares.

    .....

    5.As pessoas que forem associadas em negcios, pelo fato de uma sero agente, o distribuidor ou o concessionrio exclusivo da outra, qualquer queseja a denominao utilizada, sero consideradas vinculadas para fins deste

    Acordo, desde que se enquadrem em alguns dos critrios do pargrafo 4 desteArtigo.

    Artigo 16

    Por meio de solicitao por escrito, o importador ter o direito de receber,da administrao aduaneira do pas de importao, uma explicao por escritosobre como foi determinado o valor aduaneiro das mercadorias por ele

    importadas.Artigo 17

    Nenhuma disposio deste Acordo poder ser interpretada como restrioou questionamento dos direitos que tm as administraes aduaneiras de seassegurarem da veracidade ou exatido de qualquer afirmao, documento oudeclarao apresentados para fins de valorao aduaneira.

    ....

    ITENS NO INCLUDOS NO VALOR ADUANEIRO

    O pargrafo 3 da Nota Interpretativa ao Artigo 1 do AVA determina queno sero includos no valor aduaneiro os seguintes encargos e custos, desdeque sejam destacados do preo efetivamente pago ou a pagar pelasmercadorias importadas:

    a) encargos relativos construo, instalao, montagem, manuteno ouassistncia tcnica, executados aps a importao, relacionados com asmercadorias importadas, tais como as instalaes, mquinas ou equipamentosindustriais;

    b) o custo de transporte aps a importao (no pas do importador);

    c) direitos aduaneiros e impostos incidentes no pas de importao.

    A IN/SRF 327/2003 determina os seguintes casos de parcelas excludasdo valor aduaneiro:

    Art. 5 No valor aduaneiro no sero includos os seguintesencargos ou custos, desde que estejam destacados do preo efetivamente

    pago ou a pagar pelas mercadorias importadas, na respectiva documentaocomprobatria:

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    I - custos de transporte e seguro, bem assim os gastos associados aesse transporte, incorridos no territrio aduaneiro, a partir dos locaisreferidos no inciso I do artigo anterior; e

    II - encargos relativos a construo, instalao, montagem,manuteno ou assistncia tcnica da mercadoria importada, executadasaps a importao.

    No confunda!

    Elementos queNO devem serincludos no

    valor aduaneiro

    1) Frete interno (no pas de importao) e seguro (ofrete/seguro que includo o externo/internacional)

    2) Gastos com montagem e assistncia tcnica

    executados aps a importao3) Direitos aduaneiros e impostos incidentes no pas deimportao

    Art. 6 Os juros devidos em virtude de acordo de financiamentocontratado pelo comprador e relativo compra de mercadorias importadasno sero considerados como parte do valor aduaneiro, desde que:

    I - os juros sejam destacados do preo efetivamente pago ou a pagarpelas mercadorias;

    II - o acordo de financiamento tenha sido firmado por escrito;

    III - quando requerido, o importador possa comprovar que:

    a) tais mercadorias so vendidas realmente ao preo declarado comopreo efetivamente pago ou por pagar; e

    b) a taxa de juros estabelecida no excede o nvel usualmente praticadonesse tipo de transao no momento e no pas em que tenha sido concedido ofinanciamento.

    Pargrafo nico. O disposto neste artigo ser aplicado nas situaes em

    que o financiamento seja concedido pelo vendedor, por entidade bancria ououtra pessoa fsica ou jurdica e, quando couber, nos casos em que asmercadorias sejam valoradas por mtodo distinto daquele baseado no valor detransao.

    Art. 7 O valor aduaneiro de suporte informtico que contenha dadosou instrues (software) para equipamento de processamento de dados serdeterminado considerando unicamente o custo ou o valor do suporte

    propriamente dito, desde que o custo ou o valor dos dados ou instruesesteja destacado no documento de aquisio.

    1 O suporte informtico a que se refere este artigo no compreendecircuitos integrados, semicondutores e dispositivos similares ou os artigos quecompreendam esses circuitos ou dispositivos.

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    I - os encargos relativos construo, instalao, montagem, manuteno ou assistncia tcnica, relacionados com a mercadoriaimportada, executados aps a importao; e

    II - os custos de transporte e seguro, bem como os gastos associados aotransporte, incorridos no territrio aduaneiro, a partir dos locais referidos noinciso I do art. 77.

    .....

    Art. 83. Na apurao do valor aduaneiro, sero observadas as seguintesreservas, feitas aos pargrafos 4 e 5 do Protocolo Adicional ao Acordo sobre aImplementao do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras eComrcio, de 12 de abril de 1979 (Acordo sobre a Implementao do Artigo

    VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comrcio, aprovado peloDecreto Legislativo no 9, de 8 de maio de 1981, e promulgado pelo Decreto no92.930, de 16 de julho de 1986):

    I - a inverso da ordem de aplicao dos mtodos previstos nosArtigos 5 e 6 do Acordo de Valorao Aduaneira somente ser aplicadacom a aquiescncia da autoridade aduaneira; e

    II - as disposies do Artigo 5, pargrafo 2, do Acordo de ValoraoAduaneira, sero aplicadas de conformidade com a respectiva notainterpretativa, independentemente de solicitao do importador.

    .....Art. 85. Na apurao do valor aduaneiro, presume-se a vinculao

    entre as partes na transao comercial quando, em razo de legislao do pasdo vendedor ou da prtica de artifcio tendente a ocultar informaes, no for

    possvel (Medida Provisria no 2.158-35, de 2001, art. 87):

    I - conhecer ou confirmar a composio societria do vendedor, de seusresponsveis ou dirigentes; ou

    II - verificar a existncia, de fato, do vendedor.

    .......Art. 87. Para fins de determinao do valor dos bens que integram a

    bagagem, ser considerado o valor de sua aquisio, vista da fatura oudocumento de efeito equivalente.

    Pargrafo nico. Na falta do valor mencionado no caput, porinexistncia ou por inexatido da fatura ou documento de efeitoequivalente, ser considerado o valor que, em carter geral,estabelecer a autoridade aduaneira.

    ....

    Comentrio: O artigo acima de particular interesse para os viajantes.Aquele aparelho eletrnico trazido do exterior ser tributado com base no

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    28,000), h que se investigar o motivo de concesso do mesmo. Caso esteseja concedido em funo de o cliente ter adquirido outras mercadorias com omesmo fornecedor (desconto fidelidade), o valor aduaneiro ser o valor da

    mercadoria (no exemplo dado US$ 30,000), ou seja, o valor cheio. Issoacontece pois o desconto foi concedido em funo de transaes anteriores, ea base de clculo do imposto de importao (valor aduaneiro) o valor datransao atual, independentemente das transaes anteriores. Esse descontofidelidade seria um desconto condicional (condicionado a transaesanteriores).

    O desconto que se permite deduzir do valor da transao para efeito deapurao da base de clculo do imposto de importao o descontoincondicional, ou seja, que no depende de transaes anteriores.

    ARBITRAMENTO DO VALOR ADUANEIRO

    Um outro ponto importante a mencionar que a legislao brasileirainstituiu a possibilidade de a aduana arbitrar o preo da mercadoria paraapurao da base de clculo de tributos, sem considerar o AVA. Em quepese a discusso em nvel internacional da validade dessa norma brasileira, ogoverno decidiu cri-la para combater as hipteses de fraude oudescumprimento da obrigao de apresentar documentao fiscalizao, conforme reza o artigo 86 do Decreto 6.759/2009.

    Vale ressaltar, porm, que esse arbitramento seguir alguns critriosespecficos, conforme determina a norma:

    Art. 86. A base de clculo dos tributos e demais direitos incidentes serdeterminada mediante arbitramento do preo da mercadoria nas seguinteshipteses:

    I - fraude, sonegao ou conluio, quando no for possvel a apurao dopreo efetivamente praticado na importao (Medida Provisria no 2.158-35,de 2001, art. 88, caput); e

    II - descumprimento de obrigao referida no caput do art. 18, se relativoaos documentos obrigatrios de instruo das declaraes aduaneiras, quandoexistir dvida sobre o preo efetivamente praticado (Lei no 10.833, de 2003,art. 70, inciso II, alnea a).

    Pargrafo nico. O arbitramento de que trata o caput ser realizado combase em um dos seguintes critrios, observada a ordem seqencial (MedidaProvisria no 2.158-35, de 2001, art. 88, caput; e Lei n 10.833, de 2003, art.70, inciso II, alnea a):

    I - preo de exportao para o Pas, de mercadoria idntica ou similar; ou

    II - preo no mercado internacional, apurado:

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    a) em cotao de bolsa de mercadoria ou em publicao especializada;

    b) mediante mtodo substitutivo ao do valor de transao, observadoainda o princpio da razoabilidade; ou

    c) mediante laudo expedido por entidade ou tcnico especializado.

    A obrigao a que se refere o inciso II do art. 86 (caput do art. 18 do RA) a de manter em boa guarda e ordem os documentos relativos s transaesque realizarem, pelo prazo decadencial estabelecido na legislao tributria.

    Percebam ainda que o arbitramento em questo deve seguir oscritrios estabelecidos pela norma, na sequncia. So eles:

    I - preo de exportao para o Pas, de mercadoria idntica ou similar;

    ouII - preo no mercado internacional, apurado:

    a) em cotao de bolsa de mercadoria ou em publicao especializada;

    b) mediante mtodo substitutivo ao do valor de transao, observadoainda o princpio da razoabilidade; ou

    c) mediante laudo expedido por entidade ou tcnico especializado.

    Na prtica, os critrios para arbitramento se utilizam de alguns institutos

    do AVA, como mercadorias idnticas ou similares e mtodos substitutivos,tendo sido criadas as hipteses de valorao de cotao em bolsa e laudotcnico.

    .....

    PROCEDIMENTOS FISCAIS DE VALORAO ADUANEIRA

    Pessoal, na prtica, como a autoridade apura se o valor informado est

    correto e pode ser aceito, e quais as informaes a serem prestadas peloimportador? Na IN/SRF 327/2003 (art. 29), consta que o importador devercomprovar o valor declarado mediante a prestao das informaesnecessrias e a apresentao da respectiva documentao justificativa. Talobrigao aplicada tambm a qualquer outra pessoa relacionada com aoperao de importao.

    E como se d essa comprovao? Conforme a operao comercial, oimportador dever apresentar, quando exigido pela fiscalizao aduaneira,documentos justificativos e informaes adicionais queles exigidos, emcarter geral, para instruo da DI (declarao de importao). Na DI

    obrigatoriamente so apresentadas a fatura comercial e conhecimento decarga.

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    Assim, para aferir se o valor aduaneiro est corretamente declarado, aautoridade fiscal pode exigir, por exemplo, a identificao das pessoasenvolvidas na transao, seus papis de atuao na operao, a

    correspondncia comercial e a descrio completa do processo de negociao(contrato) e de determinao do preo das mercadorias face s circunstnciaseconmicas do mercado internacional. Pode-se exigir, por exemplo, adeclarao de valor aduaneiro (DVA)

    .....

    Antes de encerrar, achei interessante relacionar as seguintes perguntas(com as respectivas respostas) de cursos anteriores:

    Pergunta: - Os outros impostos (na verdade a aluna queria dizertributos) incidentes na importao tambm utilizam o valor aduaneiro como

    base de clculo?Resposta: - Os demais tributos incidentes na importao (IPI, PIS,

    COFINS) possuem base de clculo definida em lei, e o valor aduaneiro fazparte delas, mas no a prpria base de clculo, como no caso do II.Exemplo:

    - a base de clculo do IPI est prevista no artigo 239 do RegulamentoAduaneiro como "o valor que servir ou que serviria de base de clculo doimposto de importao, por ocasio do despacho aduaneiro, acrescidodo montante desse imposto e dos encargos cambiais efetivamente pagos peloimportador ou dele exigveis". O valor que servir de base de clculo para o II o valor aduaneiro.

    - a base de clculo do PIS e da COFINS est prevista no artigo 253 doRegulamento Aduaneiro como "o valor aduaneiro, assim entendido o valor queservir ou que serviria de base para o clculo do imposto de importao,acrescido do valor do ICMS incidente no desembarao aduaneiro e do valordas prprias contribuies".

    .....

    Pergunta: - Ol mestre, referente ao quarto mtodo (a partir daRevenda) fiquei com uma dvida referente a deduo ou no do custo doseguro. O artigo 5, b, ii, diz que os custos usuais de transporte e SEGUROdevem ser deduzidos. Entretanto, temos aquelas parcelas (facultativas)includas no Valor Aduaneiro as quais o Brasil decidiu pela sua incluso e

    ,dentre elas, temos o custo do seguro. Resumindo, no quarto mtodo devo ouno deduzir a parcela referente ao custo do seguro ?

    Resposta: - Caro aluno, repare que esse transporte e seguro a que serefere o art. 5, b, II no pas de IMPORTAO (Brasil), para levar amercadoria do porto para o estabelecimento do importador. Esses custos noentram mesmo no VA. Em relao s parcelas facultativas includas no VA pelo

    Brasil, h o custo de transporte e seguro INTERNACIONAIS, ou seja, paratransportar a mercadoria do pas do exportador para o ponto de entrada nopas do importador.

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    RESUMO VALORAO ADUANEIRA

    1) O Acordo de Valorao Aduaneira (AVA) surgiu para que os pasespassassem a utilizar procedimento uniformizado na determinao da base

    de clculo do imposto de importao, eliminando a manipulao da mesmacomo forma de protecionismo disfarado, para evitar o emperramento docomrcio internacional que tomou conta do mundo na dcada de 1930.

    2) O AVA possui diversos princpios, e procurou estabelecer uma base declculo sobre o valor de fato transacionado, eliminando as determinaescom base em preos normais, mdios, fictcios ou arbitrrios.

    3) Seus princpios gerais so: neutralidade, eqidade, uniformidade,simplicidade, harmonia com as prticas comerciais, no distino entre fontesde suprimento, e preciso.

    4) O AVA instituiu 6 (seis) mtodos de valorao. Deve-se tentar aplicarsempre o primeiro mtodo, somente se passando ao segundo caso no sejapossvel utilizar o primeiro, e assim por diante. Os mtodos so:

    1) Valor de Transao

    2) Valor de Transao de Mercadorias Idnticas

    3) Valor de Transao de Mercadorias Similares

    4) Valor de Revenda (Dedutivo)

    5) Valor Computado

    6) Valor Baseado em Critrios Razoveis

    5) O importador poder pedir autoridade aduaneira para aplicar o quintomtodo antes do quarto.

    6) O primeiro mtodo s se aplica em caso de transao de venda.

    7) H alguns impedimentos para aplicao do primeiro mtodo, tais comorestries para a utilizao da mercadoria pelo importador, preo sujeito contraprestao, reverso da parcela do resultado da revenda para o

    exportador. Nesses casos, se for possvel a determinao dos valores, estesdevem ser acrescidos ao valor aduaneiro, e a pode-se utilizar o mtodo 1.

    8) Se houver vinculao entre comprador e vendedor e o preo estiverafetado por essa vinculao, no se aceita o mtodo 1.

    9) Alguns custos do importador no entram no valor aduaneiro, comogastos de montagem, construo etc., efetuados aps a importao, assimcomo o transporte interno do porto at o estabelecimento do importador e ostributos no pas de importao.

    10) O Artigo 8 do AVA estabelece alguns ajustes a serem efetuados no

    valor de transao para aplicao do primeiro mtodo, tais como incluir custosde embalagem, royalties, comisses e corretagens de venda, ferramentas,materiais e projetos fornecidos pelo importador.

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    11) O Artigo 8 estabelece ajustes facultativos (os pases podem adotarou no), que o Brasil adotou como obrigatrios, tais como o frete internacionale o seguro sobre esse frete, gastos com carregamento, descarregamento e

    manuseio da carga at o ponto de chegada no pas de importao.12) O segundo e o terceiro mtodos, respectivamente os mtodos de

    mercadorias idnticas e similares, se aplicam somente quando h mercadoriasidnticas ou similares que j foram objeto de processo de valorao aduaneiraratificado pelas autoridades alfandegrias no pas do importador em tempoaproximado e mantendo-se a origem da mercadoria.

    EXERCCIOS VALORAO ADUANEIRA

    1 (AFRF/2002-1) Por meio dos elementos abaixo determine, combase no Mtodo Primeiro, o valor aduaneiro da importao.

    1. Elementos oferecidos pela Fatura Comercial:

    1.1. condio negocial Incoterms-2000 EXW - Ex works

    1.2. valor total da aquisio US$ 15,000.00

    1.3. desconto fidelidade (10%) (US$ 1,500.00)

    1.4. Comisso agente (comisso por venda) - 1% US$ 150.00

    1.5. Total faturado US$ 13,650.00

    2. Elementos oferecidos pelo Conhecimento de Transporte:

    2.1. Frete Internacional US$ 650.00

    3. Outros elementos:

    3.1. custo de embalagem e manuseio

    no porto de embarque US$ 100.00

    3.2. frete at o porto de embarque US$ 100.00

    3.3. Prmio de seguro (contratado no Brasil) R$ 330,00

    3.4. Dlar fiscal (taxa de converso): 2,00

    Assinale a opo correta.

    a) R$ 32.330,00

    b) R$ 32.660,00

    c) R$ 32.000,00

    d) R$ 29.300,00e) R$ 29.330,00

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    ( ) Compete ao importador escolher o mtodo de definio do valor aduaneiroaplicvel sua operao, entre os previstos no Acordo sobre ValoraoAduaneira da Organizao Mundial do Comrcio (OMC) e na legislao

    brasileira.( ) Mesmo que a mercadoria a ser importada tenha seu valor comercialreduzido em funo de dano ou acidente, no poder haver reduo no valoraduaneiro a ser definido para fins de clculo dos tributos aplicveis.

    ( ) O valor aduaneiro de bens importados deve ser o valor de transao, isto ,o preo de comercializao de bem idntico no mercado interno.

    ( ) Caso no seja possvel a determinao do valor aduaneiro do bem pelo seuvalor de transao, a autoridade aduaneira est autorizada a, em seguida,definir o valor aduaneiro a partir do mtodo da construo de preo.

    a) F, V, F, Vb) V, F, V, Fc) V, V, F, Fd) F, F, V, Fe) F, F, F, F

    6 (AFRF/2002-1) Por meio dos elementos abaixo determine, com base noMtodo Primeiro, o valor aduaneiro da importao.

    1. Elementos oferecidos pela Fatura Comercial:1.1. condio negocial Incoterms-2000 - DDU/Porto do Rio de Janeiro1.2. valor unitrio das mercadorias US$ 1.001.3. valor total da aquisio US$ 10,000.001.4. despesas relativas embalagem e estufagem do conteiner no porto deembarque US$ 500.001.5. royalties pelo uso de marca (10%) US$ 1,000.001.6. Comisso agente (comisso por venda) - 1,5% US$ 150.00

    1.7. Frete Internacional US$ 650.001.8. Frete interno (porto/ estabelecimento do comprador) US$ 400.001.9. Total faturado US$ 12.700,002. Elementos oferecidos pelo Conhecimento de Transporte:2.1. Frete Internacional US$ 650.003. Outros elementos:3.1. Dlar fiscal (taxa de converso): 2,00Assinale a opo correta.

    a) R$ 26.400,00

    b) R$ 24.600,00c) R$ 22.800,00d) R$ 25.400,00

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    e) R$ 22.000,00

    7 (AFRF/2002-2) Conforme estabelecido no Acordo de ValoraoAduaneira existem 6 (seis) mtodos de Valorao Aduaneira nele descritosarticuladamente, para as mercadorias importadas que devem ser aplicados

    a) sucessiva e seqencialmente at chegar ao primeiro na seqncia quepermita determinar tal valor independentemente de o importador solicitar ainverso da ordem dos 4 e 5 mtodos.

    b) em sua totalidade, elegendo a autoridade fiscal aquele cujo valor aduaneirose revele mais elevado tendo em vista a funo protecionista do imposto deimportao.

    c) sucessivamente, porm, no pela ordem, iniciando-se por quaisquer deles,at chegar ao primeiro que permita determinar tal valor, tendo em vista opoder discricionrio da autoridade fiscal.

    d) sucessiva e seqencialmente, at chegar ao terceiro mtodo, e assimprosseguir com os seguintes, salvo se o importador solicitar a inverso daordem dos mtodos 4 e 5, independentemente da viabilidade da aplicao do5 mtodo.

    e) sucessiva e seqencialmente, at chegar ao terceiro mtodo, e assimprosseguir com os seguintes, salvo se o importador solicitar a inverso daordem dos mtodos quarto e quinto, desde que seja possvel a aplicao doquinto mtodo na seqncia solicitada.

    8 (AFRF/2002-1) O Acordo sobre a Implementao do Artigo VII doAcordo Geral sobre Tarifas e Comrcio-1994 prev Mtodos Valorativos, aserem aplicados seqencialmente, isto , se o problema valorativo no seequacionar pelo Mtodo Primeiro aplicar-se- o Mtodo Segundo, e assimsucessivamente. Esto previstos:

    a) Dois mtodosb) Trs mtodosc) Quatro mtodosd) Cinco mtodose) Seis mtodos

    9 (AFRF/2002-1) Para os efeitos do Acordo sobre a Implementao doartigo VII do GATT-1994, entende-se por mercadoria idntica importada:

    a) mercadorias que, embora no se assemelhem em todos os aspectos, tmcaractersticas e composio material semelhantes, o que lhes permite cumprir

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    as mesmas funes da mercadoria importada, alm de serem permutveiscomercialmente.

    b) mercadorias que so iguais em tudo, inclusive nas caractersticas fsicas,qualidade e reputao comercial. Pequenas diferenas na aparncia impediroque sejam consideradas perfeitamente iguais importada.

    c) mercadorias que se enquadrem num grupo ou categoria produzidas por umaindstria ou setor industrial determinado.

    d) mercadorias que, embora se assemelhem em todos os aspectos, tmcaractersticas e composio material semelhantes, o que lhes permite cumpriras mesmas funes da mercadoria importada, alm de serem permutveiscomercialmente.

    e) mercadorias que so iguais em tudo, inclusive nas caractersticas fsicas,qualidade e reputao comercial. Pequenas diferenas na aparncia noimpediro que sejam consideradas perfeitamente iguais importada.

    10 (APEX/2009) Assinale a alternativa que contm os itens que integram oValor Aduaneiro, independentemente do mtodo de valorao aduaneirautilizado:

    a) O custo do transporte das mercadorias importadas, os gastos dearmazenagem, o custo do seguro no transporte das mercadorias.

    b) O custo das mercadorias, os gastos de armazenagem, os gastos decarga e descarga.

    c) O custo das mercadorias importadas, os gastos de comercializao, ocusto do seguro no transporte das mercadorias.

    d) O custo do transporte das mercadorias importadas, os gastos dearmazenagem, o custo da comercializao.

    e) O custo do transporte das mercadorias importadas, os gastos de carga edescarga, o custo do seguro no transporte das mercadorias.

    11 (ACE/MDIC/2008) Julgue o item seguinte, acerca dos regimesadministrativo e tributrio relativos s importaes brasileiras.

    - No clculo do valor do imposto de importao, consideram-se a aplicao daalquota definida na tarifa externa do MERCOSUL para a mercadoria emquesto e o valor aduaneiro desta segundo os critrios previstos no acordosobre valorao aduaneira, firmado no mbito da OMC.

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    12 (ACE/MDIC/2008) O sistema multilateral de comrcio, fundamentadonos princpios do GATT e subseqentemente da OMC, rege o comrcio entrepases.

    Acerca desse sistema, julgue o item a seguir.

    Para fins de valorao aduaneira, no mtodo do valor dedutivo, deve-sesubtrair do preo associado maior quantidade agregada (greatest aggregatequantity) as despesas com embalagem, transportes e seguros, bem comoaquelas referentes aos gastos com comisses sobre as vendas, acordadasentre as partes.

    13 (AFRFB/2009) A respeito do Acordo sobre Implementao do ArtigoVII do Acordo Geral de Tarifas e Comrcio (GATT), correto afirmar que:

    a) o mesmo dispe as regras para a definio do valor de mercadorias a seremexportadas e que servir de base para a fixao dos preos de carregamento,frete e seguro.b) define regras para a determinao do valor de uma mercadoria para fins doclculo de tarifas e quotas que incidam em sua importao ou doestabelecimento de direitos anti-dumping ou de medidas compensatrias.

    c) foi um acordo que se tornou inoperante quando da criao da OrganizaoMundial do Comrcio em substituio ao Acordo Geral de Tarifas e Comrcio(GATT) de 1947.

    d) foi um acordo provisrio que estabeleceu os critrios operacionais para aimplementao dos compromissos previstos no Cdigo sobre Normas Tcnicasfirmado na Rodada de Tquio, no mbito do Acordo Geral de Tarifas eComrcio (GATT).

    e) o principal instrumento no marco da Organizao Mundial de Aduanas(OMA) voltado para a harmonizao, entre os pases signatrios, dos controlese procedimentos administrativos envolvidos na verificao aduaneira referente

    exportao e importao de mercadorias.

    14 (ATRFB/2009) O Acordo sobre Valorao Aduaneira defineprocedimentos para se determinar o valor a ser considerado pelas autoridadesaduaneiras para a imposio dos tributos incidentes sobre a importao de umbem. Considerando tais procedimentos, assinale a opo correta.

    a) O valor de transao de mercadoria idntica ou, sucessivamente, demercadoria similar deve ser considerado como base para a valorao

    aduaneira quando da impossibilidade de se aplicar, como base primeira, ovalor de transao.

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    b) No caso da impossibilidade de determinao do valor de transao, oAcordo determina que compete autoridade aduaneira, em seguida, calcular ovalor aduaneiro a partir da estimativa de todos os custos associados

    produo do bem considerado e, de acordo com o Termo Internacional deComrcio (Incoterm) que reger a operao comercial, dos custos assumidosdiretamente pelo importador.

    c) Quando houver impedimentos para a aplicao do valor de transao,devem o importador e a autoridade aduaneira acordar o valor a serconsiderado, tomando por base os custos assumidos direta e indiretamentepelo importador.

    d) O valor computado, ou seja, o preo de revenda, no mercado nacional, demercadoria importada idntica ou similar que servir de base para adeterminao do valor aduaneiro quando da impossibilidade de se estimar oscustos de produo no exterior e de todas as despesas incorridas naimportao da mercadori