Aula 06 LEGISLAÇÃO ADUANEIRA – RFB/2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

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    LEGISLAO ADUANEIRA EXERCCIOS - RFB 2012PROFESSORES: LUIZ MISSAGIA E RODRIGO LUZ

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    AULA 06

    (PONTOS 10 e 10.1 DO PROGRAMA AFRFB/2012)

    (PONTOS 10 e 10.1 DO PROGRAMA ATRFB/2012)SUMRIO DA AULA

    REGIMES ADUANEIROS PARTE I................................................. 2

    TRNSITO ADUANEIRO................................................................ 10

    ADMISSO TEMPORRIA ............................................................. 26

    RESUMO.................................................................................... 40

    EXERCCIOS............................................................................... 43

    Ol pessoal.

    Aqui o Missagia.

    Hoje trataremos de mais um assunto normalmente desconhecido para quemno atua na rea de comrcio exterior. O nome do tema : REGIMESADUANEIROS ESPECIAIS. Vejamos. O assunto Regimes Aduaneiros Especiaisapareceu como novidade no programa de Auditor-Fiscal da Receita Federaldo Brasil de 2009. Esse assunto j havia sido cobrado em editais muito antigosde concursos da Receita Federal, quando era exigida especificamente a

    legislao aduaneira, at o concurso de 1994. De 1996 a 2005, a LegislaoAduaneira ficou esquecida. Em 2009, houve muita preocupao entre osalunos, e na prova somente uma questo foi cobrada sobre os regimesespeciais. Isso no quer dizer que no prximo vir apenas uma questo. Nopodemos pensar assim. Ento, o tema Regimes Aduaneiros um assuntocomplexo, que no d pra estudar mais ou menos. No tem jeito. E o nossotrabalho passar o mximo de informao atualizada para vocs da formamais didtica possvel.

    Para quem est estudando para AFRFB/2012, um detalhe. Na disciplinaComrcio Internacional, o assunto Regimes Especiais aparece novamente,

    no tpico 13. No entendi nada. Em minha opinio, quando elaboraram oedital de 2012, com a incluso de Legislao Aduaneira, fizeram um trabalhode limpeza em Comrcio Internacional para retirar aquilo que eventualmentefosse especfico de Legislao Aduaneira para incluir na nova matria. Mas osregimes aduaneiros ficaram. Assim, para quem estuda para AFRFB, o ponto 13de Comrcio Internacional equivale ao Ponto 10 de Legislao Aduaneira.

    Os regimes foram divididos por ns em 3 aulas.

    Como sugesto, essa aula fica mais interessante se impressa em impressoracolorida, por conter algumas fotos e imagens. Vamos l.

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    REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS PARTE I

    Antes de adentrar especificamente em cada um dos regimes aduaneirosespeciais, creio que cabe uma explanao sobre as regras gerais dessesregimes. Afinal, o que so regimes aduaneiros especiais?

    O tema consta no Regulamento Aduaneiro RA (Decreto n 6.759/2009,com alteraes posteriores), que trata do assunto em seus artigos 307 a 541,onde foram institudos os regimes aduaneiros especiais e os regimesaduaneiros aplicados em reas especiais. Quando citados nmeros de artigonessa aula, se no houver meno a alguma norma especfica, porque setrata de artigo do Regulamento Aduaneiro).

    A denominao regimes atpicos, que apareceu indevidamente no edital

    AFRFB/2009, no existe mais desde o Regulamento Aduaneiro anterior(Decreto n 4.543/2002). No edital de 2012 saiu certinho.

    Alm do Regulamento Aduaneiro, sero trazidos para a aula, quandopertinentes, dispositivos de normas hierarquicamente inferiores, comoInstrues Normativas da RFB (IN/RFB ou IN/SRF) ou Portarias do Ministrioda Fazenda, visando complementar o assunto estudado.

    Nas minhas aulas (Regimes Partes I e II), veremos todos os regimesaduaneiros especiais, com exceo da Loja Franca. Com o Rodrigo, na ParteIII, vocs vero a Loja Franca (que um regime aduaneiro especial) e tambm

    vero todos os regimes aduaneiros aplicados em reas especiais, como ocaso da Zona Franca de Manaus (ZFM).

    Pois bem. No programa de Legislao Aduaneira, h necessidade doconhecimento de alguns conceitos aduaneiros gerais, das regras de incidnciado imposto de importao, do seu fato gerador, das hipteses de noincidncia etc. Isso foi visto nas aulas iniciais com o Rodrigo.

    Alguns Conceitos

    Os regimes aduaneiros especiais so aqueles que no entram na regrade importao comum. O regime comum aplicado s mercadoriasimportadas a ttulo definitivo. As importaes sob o regime comum sodespachadas para consumo e os tributos so pagos no momento do registro daDI. Regra geral, essa declarao (DI de consumo) registrada no Siscomex,Sistema Integrado de Comrcio Exterior.

    J as mercadorias destinadas a um regime aduaneiro especial sosubmetidas a um despacho para admisso. Como exceo, mercadoriassubmetidas ao regime especial de drawback so submetidas ao despacho

    para consumo (isso cai muito em prova).

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    Como veremos na aula seguinte, o drawback um regime aduaneiroespecial onde, muito resumidamente, um bem pode ser importado comsuspenso de tributos, para utilizao como insumo na fabricao de um

    produto final a ser exportado. Assim, considera-se que esse bem est sendoimportado para ser incorporado economia nacional, por meio daindustrializao de um novo bem, sendo, por esse motivo, submetido a umdespacho para consumo na entrada.

    Em relao aos regimes aduaneiros aplicados em reas especiais(vocs vero detalhadamente com o Rodrigo), a mercadoria que entra na reaespecial (ex: ZFM), procedente do exterior, pode vir amparada ou no pelosbenefcios do regime, podendo ser submetida a despacho para admisso (combenefcios) ou para consumo (sem benefcios). Quando a mercadoria sai daZona Franca de Manaus para o restante do territrio nacional, deve ser

    efetuado um controle por parte da RFB, tendo em vista que os tributos, emregra, no foram pagos quando da sua entrada no Pas. Nesse caso, amercadoria submetida a um despacho para internao.

    Guardeisso!

    Existem trs modalidades de despacho: consumo,admisso e internao.

    No entanto, quando falamos de despacho deimportao s existem duas: consumo e admisso.Afinal, o despacho de internao no ocorre na

    importao de bens, mas numa sada interna (porexemplo, da Zona Franca de Manaus para o Rio deJaneiro).

    Veja a pegadinha de prova:

    1) Quanto ao tipo de regime aduaneiro, quantasmodalidades de despacho existem? Resposta: 3

    2) Quanto ao tipo de regime aduaneiro, quantasmodalidades de despacho de importao existem?Resposta: 2

    Os Regimes Aduaneiros Especiais contemplam casos que, por questesde interesse econmico do pas, no se enquadram nas regras do regime deimportao comum. Basicamente, cada regime foi institudo por um motivoespecfico para que no sejam pagos os tributos devidos. Cada regime temuma histria (ou um lobbyde grupos de empresas) associada.

    Em relao ocorrncia do fato gerador dos tributos nos regimesespeciais, a doutrina diverge. A corrente que tem predominado na RFBentende que a admisso de mercadorias em regimes aduaneiros especiais

    caracteriza-se como um ato ou negcio jurdico sob condio resolutiva, ouseja, considera-se ocorrido o fato gerador dos tributos e existentes os

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    seus efeitos desde o momento da prtica do ato concessivo. Assim, oimportador registra uma declarao de admisso1 no regime.

    Segundo esse entendimento, os tributos ficam com sua exigibilidade

    suspensa no momento da concesso do regime e, caso haja odescumprimento de condies estabelecidas (hiptese de inadimplemento),so exigveis de forma retroativa. Portanto, no se trata de caso noincidncia de tributos, mas sim de incidncia com exigibilidadesuspensa2.

    Regimes deImportao

    Regime Comum- Mercadoria importada em definitivo- Regra Geral: Pagamento de Tributos (pode haveriseno, imunidade, ...)

    - Despacho para consumo

    Regime Aduaneiro Especial (RAE)- institudo por interesse econmico do Pas- mercadoria entra no Pas com tributos suspensos- despacho para admissoExceo: Drawback um RAE, mas a mercadoria submetida a despacho para consumo na entrada

    Regime Aduaneiro Aplicado em rea Especial- despacho para admisso (com benefcios) ou paraconsumo (sem os benefcios)- aplicado em locais especficos

    Assim, o regime aduaneiro especial j est valendo desde a sua concesso,at que uma das hipteses de extino ocorra. Durante esse perodo, o tributo que fica suspenso, portanto no se trata de condio suspensiva, mas simresolutiva (conforme a corrente majoritria).

    Vejam duas analogias interessantes que explicam bem essa condiosuspensiva ou resolutiva:

    1) Condio suspensiva: "quando voc se formar, vou te dar um carro"

    2) Condio resolutiva: "vou te sustentar at voc se formar nafaculdade".

    Os regimes aduaneiros se encaixam na opo 2: at que ocorra uma dashipteses de extino eles esto valendo e os tributos ficam suspensos.

    1 Para simplificar, a legislao costuma chamar de declarao de admisso a

    declarao de importao de mercadoria despachada para admisso.2 O drawback tambm uma exceo nesse caso, pois, alm do drawback-suspenso h as modalidades de drawback-iseno e drawback-restituio

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    ......

    A segunda corrente relativa ao momento da ocorrncia do fato gerador sebaseia no art. 97 do CTN, que determina que somente a lei pode estabelecer a

    ocorrncia do fato gerador do imposto. Como o fato gerador do II foi definidocomo sendo a entrada da mercadoria no territrio nacional (art. 72 do RA),considerando-se ocorrido, para efeito de clculo, no momento do registro dadeclarao para consumo (art. 73, I), ento no haveria fato gerador nomomento do registro da declarao de admisso.

    Como dissemos, a corrente majoritria a primeira, ou seja, a que entendeque o fato gerador ocorreu no momento da admisso, e que os tributos ficamcom a exigibilidade suspensa. Isso pode ser percebido pelo art. 311 do RA,que determina que, no caso de descumprimento das condies do regime, acobrana dos tributos retroage data do registro da declarao deadmisso no regime, ou do registro de exportao, se for o caso:

    Art. 311. No caso de descumprimento dos regimes aduaneiros especiais de que trata esteTtulo, o beneficirio ficar sujeito ao pagamento dos tributos incidentes, com acrscimo de

    juros de mora e de multa, de mora ou de ofcio, calculados da data do registro dadeclarao de admisso no regime ou do registro de exportao, sem prejuzo da

    aplicao de penalidades especficas.

    A tendncia, pelo histrico de questes, e pelo que consta no RA, a ESAFadotar a primeira vertente (ocorrncia do FG com tributos suspensos na

    admisso em RAE). Mas a recomendao tambm ficar com a segundavertente na manga (no ocorrncia do FG na admisso em RAE, massomente no despacho para consumo), para o caso de alguma questoespecfica na prova no te deixar outra opo.

    .......

    Seguindo em frente, os tributos ficam suspensos, compreendidos a o II, IPI,PIS, Cofins. Quanto ao ICMS, em regra, conferida iseno quando daaplicao dos regimes especiais, conforme Convnios especficos.

    A aplicao dos regimes aduaneiros especiais fica condicionada informao

    da suspenso ou iseno do pagamento do adicional ao frete pararenovao da marinha mercante, pelo Ministrio dos Transportes (AFRMM)(art. 309 do RA, com redao dada pelo Decreto 7.213/2010). Vejam o que dizo art. 15 da Lei 10.893/2004 (alterada pela Lei 12.599/2012), em relao aoAFRMM:

    Art. 15. O pagamento do AFRMM incidente sobre o frete relativo aotransporte de mercadoria submetida a regime aduaneiro especial ficasuspenso at a data do registro da declarao de importao que inicieo despacho para consumo correspondente.

    Na verdade, o Ministrio dos Transportes, por meio de um sistemachamado MERCANTE, quem informa acerca da suspenso do AFRMM. Ento, naprtica, fica assim (como regra geral): antes de liberar uma declarao de

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    responsabilidade, uma garantia (real ou pessoal) para cobrir esse valor (art.759). Essa garantia poder ser, escolha do beneficirio:

    a) depsito administrativo integral no valor dos tributos;

    b) fiana idnea;

    c) seguro aduaneiro em favor da Unio.

    .....

    Agora muito cuidado para no confundir a suspenso do pagamento dasobrigaes fiscais pela aplicao dos regimes aduaneiros especiais com oscasos de suspenso do crdito tributrio previstos no artigo 151 do CTN.Isso um tema um tanto espinhoso na RFB. Nos casos de suspenso previstosno CTN, j existem as condies para o lanamento, que pode at j ter sido

    efetuado, mas a Fazenda fica impedida de cobrar o crdito. Os regimesaduaneiros especiais suspensivos so previstos em outros dispositivos legais.O valor do crdito fica constitudo em Termo de Responsabilidade (TR) paraexecuo em caso de descumprimento de condies. Se no houver odescumprimento de condies, o crdito contido no TR no exigvel. Sosituaes diferentes.

    .......

    Resumidamente, em relao ao procedimento para execuo do TR, previstono art. 760 do RA (ser visto com detalhes em outra aula tpico 14 doprograma), se o beneficirio descumprir as condies exigidas para

    concesso do regime, ser ele intimado (primeira intimao) a justificar omotivo. Conforme a resposta intimao, a Receita Federal poder decidirpela execuo do termo. Quando h uma garantia vinculada ao TR, fica maisfcil para a Fazenda receber o valor do tributo suspenso, principalmente se foro caso de depsito em dinheiro, hiptese na qual o valor convertido emrenda em favor da Unio. Se no houver garantia ou se esta for na forma defiana ou seguro, intima-se (segunda intimao) o beneficirio e o fiador ousegurador a recolher o valor em 30 dias. Se no houver o pagamento, o TR encaminhado Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) para inscrio dodbito em dvida ativa. Como comentei antes, esse assunto ser detalhado em

    outra aula.Ento, vejamos. Com a admisso da mercadoria no regime especial, os

    tributos ficam suspensos, certo? E se houver descumprimento dascondies do regime? Por exemplo, um bem trazido ao pas em admissotemporria para uma feira. Os tributos na importao ficam suspensos.Porm, durante a feira, o bem vendido e a empresa no comunica o fato Receita Federal.

    Nesse caso (descumprimento das condies do regime), o beneficirio ficarsujeito ao pagamento dos tributos incidentes, com acrscimo de juros de mora

    e de multa, de mora ou de ofcio, calculados da data do registro dadeclarao de admisso no regime ou do registro de exportao (se for um

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    regime aplicado na exportao), sem prejuzo da aplicao de penalidadesespecficas (art. 311).

    RegimesAduaneirosEspecias

    - Tributos com exigibilidade Suspensa- Prazo determinado para suspenso (em geralde 1 ano, com mximo de 5, mas o MF podeprorrogar por mais)- Se vinculado a contrato de servio, ser oprazo previsto nele- Tributos consignados em TR (pode serexigida garantia)

    - TR executado no caso de descumprimento doregime

    Transferncia para outro regime

    Durante a vigncia do regime, como regra, a mercadoria pode sertransferida para outro regime especial ou aplicado em reas especiais,ocasio em que o prazo no ser reiniciado, ou seja, continua contandoininterruptamente desde a admisso no primeiro regime (art. 310). Assim,

    uma mercadoria que estiver depositada em um recinto alfandegado sob oregime de entreposto aduaneiro pode sair para uma feira, com suspenso detributos, desde que seja solicitada a transferncia, pelo beneficirio, para oregime de admisso temporria. A RFB analisar se as condies paraconcesso da admisso temporria esto presentes.

    A IN/SRF 121/2002 estabelece procedimentos sobre transferncia deregime, dos quais destacamos apenas:

    - pode ser total ou parcial em relao mercadoria admitida;

    - pode ser com ou sem mudana de beneficirio;

    - se aplica somente para mercadorias admitidas a ttulo no definitivo esem cobertura cambial. Fogem a essa regra as transferncias demercadorias entre ZFM e rea de Livre Comrcio. De drawbackpara Recoftambm permitido;

    - efetivada mediante a extino, parcial ou total, do regime anterior e aadmisso, no novo regime, da quantidade de mercadoria transferida;

    - prazo no novo regime contado a partir do desembarao para admissonesse regime, mas para efeito de cmputo do prazo mximo depermanncia da mercadoria no novo regime devero ser considerados os

    perodos de permanncia em regimes anteriores.

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    Assim, vemos que a mercadoria admitida em drawback no pode, comoregra, ser transferida para outro regime, pois ela foi importada de formadefinitiva. Como exceo, permitida a transferncia de mercadoria admitida

    em drawbackpara Recof.Tambm pode ser solicitada a substituio do beneficirio do regime. No

    exemplo anterior, se a empresa B, que levar o bem para a feira for distinta daempresa A, que trouxe o bem ao pas sob o regime de entreposto, ento aempresa B ter de solicitar a substituio de beneficirio de A para B, coma anuncia de A.

    Havendo mudana de beneficirio, a Receita Federal poder estabelecerhipteses onde o termo inicial para o clculo de juros e multa de mora (poratraso no pagamento) relativos aos tributos suspensos passe a ser a data datransferncia do beneficirio, em vez da regra geral, que a data deadmisso no primeiro regime (art. 314).

    Um ltimo detalhe. O regime especial concedido a uma mercadoria pode serextinto de diversas formas, e isso depende de cada regime. Geralmente, amercadoria admitida em regime aduaneiro especial pode ser:

    - Despachada para consumo

    - Reexportada

    - Transferida para outro regime aduaneiro especial

    - Entregue Fazenda Nacional

    - Destruda, sob controle aduaneiro, s expensas do interessado.

    Nos regimes aduaneiros especiais em que a destruio do bem configurarextino da aplicao do regime, o resduo da destruio, seeconomicamente utilizvel, dever ser despachado para consumo, comose tivesse sido importado no estado em que se encontra, sujeitando-se aopagamento dos tributos correspondentes, ou reexportado (art. 312). Isso querdizer que, por exemplo, se um bem admitido temporariamente no pas fordestrudo (ex: carro de Frmula 1 no Grande Prmio Brasil), a destruio

    extingue o regime, mas a sucata residual ter que ter uma das duasdestinaes: ou ser nacionalizada, ou seja, submetida a despacho deimportao para consumo, com pagamento de tributos, ou ser reexportada(retornar ao exterior).

    Antes de prosseguirmos, vamos relembrar, resumidamente, as definiesabaixo, que esto no Regulamento Aduaneiro, aparecem em diversosdispositivos regulatrios dos regimes aduaneiros especiais, e foram vistas porvocs nas aulas iniciais, com o Rodrigo.

    Territrio aduaneiro: compreende todo o territrio nacional. dividido emzona primria e zona secundria (art. 2).

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    Zona primria: rea dos portos alfandegados, aeroportos alfandegados epontos de fronteira alfandegados (art. 3, II).

    Zona secundria: a parte restante (fora da zona primria) do territrio

    aduaneiro, includas as guas territoriais e o espao areo (art. 3, II).Recintos Alfandegados: locais assim declarados pela autoridade

    aduaneira, na zona primria ou na zona secundria, a fim de que neles possamocorrer, sob controle aduaneiro, movimentao, armazenagem e despachoaduaneiro de mercadorias procedentes ou destinadas ao exterior, bagagem deviajantes procedentes ou destinados ao exterior e remessas postaisinternacionais (art. 9).

    Portos Secos: so recintos alfandegados de uso pblico, instalados na zonasecundria ou na zona primria de ponto de fronteira alfandegado, onde

    podem ocorrer movimentao, armazenagem e despacho de importao ou deexportao de mercadorias e de bagagem (art. 11) .

    Resumindo, recinto alfandegado o gnero. o local onde podem sermovimentadas, armazenadas e conferidas cargas procedentes ou destinadasao exterior. Pode ser de zona primria (dentro de porto, aeroporto ou pontode fronteira alfandegado) ou de zona secundria (fora daqueles locais).

    Agora vamos estudar cada uma das modalidades dos regimes aduaneirosespeciais. O primeiro deles o trnsito aduaneiro.

    TRNSITO ADUANEIRO

    (Regulamentado no RA pelos arts. 315 a 352 e pela IN/SRF 248/2002)

    Vejamos a seguinte situao. A empresa importadora ABC traz umamercadoria do exterior para o Brasil, pela via martima, com desembarque noPorto de Rio Grande (RS). Porm, por questes comerciais, logsticas oufinanceiras, esta opta por apresentar sua carga a Receita para despacho nono Porto de Rio Grande (RS), mas no Porto Seco em Canoas (RS). Por queisso? Por exemplo, por considerar que os armazns de Rio Grande no renem

    condies operacionais de manipular com segurana a sua mercadoria, ou porconsiderar mais vantajoso financeiramente a armazenagem em Canoas.

    Assim, a legislao permite ao importador levar sua carga para o PortoSeco, para ser verificada, e l registrar sua DI. Como ele faz isso? Ele poderetirar sua mercadoria do Porto de Rio Grande e transport-la at Canoas sempagar os tributos? A resposta SIM, desde que amparado pelo regime especialde trnsito aduaneiro, por meio do qual as mercadorias sero transportadasdo Porto de Rio Grande at o Porto Seco em Canoas, sob controle aduaneiro,com suspenso de tributos. E quando sero pagos os tributos incidentes naimportao? Aps a chegada da carga no Porto Seco, o importador poder

    registrar sua DI, ocasio em que os tributos sero recolhidos por meio dodbito automtico.

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    Assim, o regime especial de trnsito aduaneiro o que permite otransporte de mercadoria (estrangeira, nacional ou nacionalizada), sobcontrole aduaneiro, de um ponto a outro do territrio aduaneiro, com

    suspenso do pagamento de tributos. O regime subsiste do local deorigem ao local de destino e desde o momento do desembarao paratrnsito aduaneiro pela unidade de origem at o momento em que a unidadede destino conclui o trnsito aduaneiro (art. 316).

    O pargrafo anterior contempla vrias definies novas, as quais iremostrabalhar nessa aula (unidade e local de origem, unidade e local de destino,desembarao para trnsito etc.).

    Para o regime de trnsito aduaneiro, valem as seguintes definies:

    I - local de origem, aquele que, sob controle aduaneiro, constitua o ponto

    inicial do itinerrio de trnsito;II - local de destino, aquele que, sob controle aduaneiro, constitua o pontofinal do itinerrio de trnsito;III - unidade de origem (da Receita Federal), aquela que tenha

    jurisdio sobre o local de origem e na qual se processe o despacho paratrnsito aduaneiro; eIV - unidade de destino (da Receita Federal), aquela que tem jurisdio

    sobre o local de destino e na qual se processe a concluso do trnsitoaduaneiro.

    Ento, como exemplo, uma mercadoria desembarcada (chegada do exterior)no Aeroporto do Rio de Janeiro (RJ), que ser transportada para que odespacho seja realizado no Porto Seco da Cotia Armazns Gerais, em Cariacica(ES), ter como:

    - local de origem: Terminal de Carga do Aeroporto do Galeo

    - unidade de origem: Alfndega da Receita Federal do Aeroporto doGaleo (ALF/GIG)

    - local de destino: Porto Seco Cotia Armazns Gerais (ES)

    - unidade de destino: Alfndega de Vitria (ES)

    Como houve algumas perguntas em cursos anteriores sobre a questo dolicenciamento de importao (LI), vejamos. A LI, quando exigida, tem queser deferida, como regra, ANTES de a mercadoria embarcar no exterior, OK? a tal autorizao para importar, emitida pelo rgo anuente. Se ele (oimportador) conseguir o deferimento da LI, pode enviar a mercadoria para oBrasil. Chegando aqui, no Porto, por exemplo, ele tem duas opes: ou eleregistra sua declarao e apresenta a DI (declarao de importao) para aReceita no Porto (zona primria) ou ele remove sua mercadoria para um portoseco, via trnsito aduaneiro, e s registra a DI l no Porto Seco.

    A DI tem que ser registrada depois de deferida a LI e, como regra, DEPOISque a carga chegou ao recinto alfandegado. Primeiro, o fiel depositrio dorecinto recebe a carga, atesta no Siscomex, seja ele o fiel do Porto ou do Porto

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    Seco. Se a carga for removida, ser o fiel do Porto Seco quem prestar essainformao (se chama de presena de carga) no sistema. S depois disso oimportador consegue registrar sua DI. O desembarao a aduana que

    registra, seja pelo sistema (quando a DI cai no canal verde) ou pelo fiscal (nocanais amarelo, vermelho e cinza), aps conferir a mercadoria e analisar tudo.

    Bom, inseri esse comentrio para vocs visualizarem operacionalmentecomo a coisa funciona, j que sempre perguntam isso no curso.

    MODALIDADES DE TRNSITO ADUANEIRO

    Voltando ao nosso exemplo, esse transporte do Porto de Rio Grande (RS)at o Porto Seco em Canoas (RS) tem de ser sob controle da Receita Federal,pois os tributos no foram pagos ainda e a mercadoria no est

    desembaraada para importao. Esse foi um exemplo do que se chama(didaticamente) de trnsito de entrada.

    Mas h outras modalidades de trnsito aduaneiro. Pode ocorrer de, poralgum motivo, a mercadoria ter de ser deslocada dentro do pas, sem que hajapagamento de tributos aduaneiros, estando a mesma sob controle aduaneiro.Nesse caso, a mercadoria dever chegar ao ponto de destino exatamentecomo saiu da origem. o caso, por exemplo, de mercadorias jdesembaraadas para exportao no Siscomex, mas que serotransportadas at o local de embarque. Este um exemplo de trnsito desada.

    As modalidades do regime de trnsito aduaneiro so divididas,didaticamente, em:

    a) trnsito de entrada (ou de importao)

    b) trnsito de sada (ou de exportao)

    c) trnsito interno (ou de transferncia)

    d) trnsito de passagem (ou internacional)

    Para cada uma das modalidades, h um beneficirio associado, ou seja, apessoa que est autorizada pela RFB a requerer o regime de trnsito. As

    obrigaes fiscais suspensas relativas s mercadorias sero constitudas emtermo de responsabilidade.

    Reparem, a responsabilidade a ser apurada pelos tributos!!! A ReceitaFederal no est interessada em responsabilidade civil. O fato que, se umamercadoria foi importada e estava sendo removida, via trnsito aduaneiro, e amesma chega extraviada (faltando caixas, por exemplo) no destino, htributos suspensos que devem ser exigidos. Veremos mais adiante sobre quemrecai essa responsabilidade.

    O Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009), em seu artigo 318,

    instituiu 07 (sete) modalidades de trnsito aduaneiro. O regulamento noutiliza a nomenclatura trnsito de entrada ou de trnsito de sada. Comocitado anteriormente, trata-se de uma definio apenas para efeitos didticos.

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    Assim, para cada uma das modalidades do regulamento, procederemos associao com a definio didtica:

    I - o transporte de mercadoria procedente do exterior, do ponto de descarga

    no territrio aduaneiro at o ponto onde deva ocorrer outro despacho (trata-sede trnsito de entrada).

    Exemplo: Mercadoria chega de avio no Aeroporto de Guarulhos (SP), e oimportador solicita sua remoo (trnsito) via rodoviria para o Porto Seco deCuiab (MT). O beneficirio ento registrar uma DTA (Declarao deTrnsito Aduaneiro), para acobertar o transporte da mercadoria at o localde destino. O incio do trnsito se d com o desembarao da DTA emGuarulhos. No Porto Seco, o trnsito ser concludo. A partir de ento, oimportador poder despachar a mercadoria para consumo, ou seja, registraruma declarao de importao(DI), no Porto Seco, para a sua mercadoria.

    Beneficirio: o importador

    Vejam o esquema abaixo.

    II - o transporte de mercadoria nacional ou nacionalizada, verificada oudespachada para exportao, do local de origem ao local de destino, paraembarque ou para armazenamento em rea alfandegada para posteriorembarque (trnsito de sada).

    Exemplo: O exportador encaminha sua mercadoria ao Porto Seco de Canoas(RS), onde ser despachada para exportao. L no Porto Seco, a mercadoria

    apresentada pelo exportador Receita Federal, onde so realizados osprocedimentos fiscais de exportao. Estando tudo correto, ser providenciado

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    o seu transporte rodovirio at o Porto de Rio Grande (RS), ou seja, seraberto (concedido, iniciado) um trnsito aduaneiro no Siscomex, com origemno Porto Seco de Canoas e destino no Porto de Rio Grande, onde o trnsito

    ser concludo (se o lacre e outros aspectos estiverem corretos) e amercadoria embarcada (via martima) com destino ao exterior.

    Beneficirio: o exportador

    Observem o esquema desse tipo de trnsito a seguir.

    III - o transporte de mercadoria estrangeira despachada para reexportao,do local de origem ao local de destino, para embarque ou armazenamento emrea alfandegada para posterior embarque (trnsito de sada).

    Exemplo: podemos utilizar o mesmo exemplo da modalidade II. A nicadiferena entre as modalidades II e III que na modalidade III a mercadoria

    encaminhada ao porto seco ser reexportada, ou seja, ela ainda estrangeira. Reexportao o retorno ao exterior de mercadoria importadaem carter no-definitivo (ex: admisso temporria, entreposto aduaneiro),ou seja, ainda pertence a uma empresa estrangeira. Resumindo, essamercadoria que sair do Porto Seco em Canoas para o Porto de Rio Grandepara reexportao estava no pas sob um regime de admisso temporria oude entreposto aduaneiro, por exemplo.

    Beneficirio: o exportador

    IV - o transporte de mercadoria estrangeira de um recinto alfandegado

    situado na zona secundria a outro (trnsito de transferncia).

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    Exemplo: a mercadoria, por opo comercial e logstica do interessado, removida do Porto Seco Cotia (ES) para o Porto Seco de Anpolis (GO).

    Beneficirio: o depositante

    Qual seria ento a diferena entre o trnsito de transferncia (item IV) e otrnsito de entrada (item I), conforme j perguntado em curso anterior?

    No trnsito de entrada, a mercadoria vem do exterior, descarrega no Porto,por exemplo, colocada em um caminho, e em seguida transportada(trnsito de entrada) para um Porto Seco (zona secundria). L ser concludoo trnsito para depois ser registrada uma declarao de importao.

    No trnsito de transferncia (ou trnsito interno), a mercadoria j est emum porto seco e removida para outro, tudo dentro da zona secundria. Essamodalidade se aplica, por exemplo, quando houver interesse da empresa

    consignatria da carga em lev-la para um local mais prximo de possveisclientes (compradores) da mesma.

    V - a passagem, pelo territrio aduaneiro, de mercadoria procedente doexterior e a ele destinada (trnsito de passagem).

    Exemplo: Mercadoria importada da Alemanha por uma empresa paraguaia,de navio. O navio atraca no Porto de Paranagu (PR). O Paraguai no possuiporto martimo. Ento, um representante do importador Paraguaio no Brasilsolicita a remoo dessa carga, via rodoviria, pelo territrio brasileiro, deParanagu at Foz do Iguau, onde cruzar a fronteira para o Paraguai. Este

    percurso pelo territrio brasileiro de mercadoria estrangeira amparado peloregime de trnsito aduaneiro de passagem.

    Conforme o art. 326 do RA, o trnsito de passagem s poder ser aplicado mercadoria declarada para trnsito no conhecimento de carga correspondente,ou no manifesto do veculo que o transportou at o local de origem. Essedispositivo prev que a carga, para ser objeto de trnsito de passagem, jdeve vir assim consignada do exterior.

    Beneficirio: o representante, no Pas, de importador ou exportadordomiciliado no exterior

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    VI - o transporte, pelo territrio aduaneiro, de mercadoria procedente do

    exterior, conduzida em veculo em viagem internacional at o ponto em que severificar a descarga (trnsito de entrada);

    Ex: Mercadoria importada da Argentina, por via rodoviria, por umaempresa mineira. O veculo sair de Mendonza (Argentina) com destino aoporto seco mineiro, j que a empresa solicita que o despacho de importaoseja realizado em um Porto Seco em Minas Gerais. O veculo transportando a

    mercadoria cruzar a fronteira, em princpio, sem que a mesma sejadescarregada. Porm, h trmites aduaneiros a serem realizados. iniciadoum trnsito aduaneiro na fronteira com destino ao porto seco mineiro.

    Beneficirio: o importador

    VII - o transporte, pelo territrio aduaneiro, de mercadoria estrangeira,nacional ou nacionalizada, verificada ou despachada para reexportao ou paraexportao e conduzida em veculo com destino ao exterior (trnsito desada).

    Exemplo: o inverso da modalidade VI. Uma empresa paulista quer

    exportar, via rodoviria, para um importador uruguaio. Ela encaminha suamercadoria destinada exportao para um porto seco no interior de SoPaulo. Neste local, processado o desembarao para exportao damercadoria. Posteriormente, a mercadoria embarcada em um veculodestinado a Montevideo, Uruguai. Para isso, necessrio iniciar um trnsitocom origem no Porto Seco em So Paulo e destino no Chu (RS), ponto defronteira de sada.

    Beneficirio: o exportador

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    OUTROS BENEFICIRIOS

    O beneficirio seria a pessoa que se beneficia do regime, ou seja, deixa derecolher tributos. O regulamento utiliza o termo beneficirio, no artigo 321,

    mas na verdade est se referindo pessoa que solicita o regime junto RFB.Ento, vejamos. Em todas as modalidades, exceto a do item V, poder ser

    beneficirio do regime, alm das pessoas que assinalei em cada modalidade,o permissionrio ou o concessionrio de recinto alfandegado, e, em qualquercaso (art. 321):

    a) o operador de transporte multimodal (OTM);

    b) o transportador habilitado; e

    c) o agente credenciado a efetuar operaes de unitizao ou desunitizao

    da carga em recinto alfandegado.Vejamos alguns conceitos citados acima.

    Aqui vale uma explicao extra em relao aos conceitos deconcessionrio e permissionrio. A tarefa de controlar mercadorias aindano desembaraadas (basicamente com tributos no pagos) da ReceitaFederal do Brasil, certo? S que a Receita "terceiriza" o servio de guarda edepsito de mercadorias. So empresas privadas que administram essesrecintos alfandegados. Permissionrios ou concessionrios so as empresasque venceram a licitao e possuem a permisso (ou a concesso) paraadministrar o local, manter as mercadorias sob sua custdia e prestar

    informaes Receita.No Porto do Rio e no Porto Seco de So Cristvo (RJ), por exemplo, a

    empresa se chama Multiterminais. Em Vitria (ES), tem a Cotia ArmaznsGerais, a Vale do Rio Doce, e outras.

    Transporte multimodal aquele onde a mercadoria levada da origem aodestino em mais de uma modalidade de transporte. Ex: Parte ferroviria eparte rodoviria. No transporte multimodal, h apenas um contrato detransporte, que ampara todos os trechos. O operador de transportemultimodal (OTM) pode subcontratar transportadores para realizar os

    trechos parciais.Unitizao de carga a alocao da carga em uma unidade de carga (um

    continer). Um exemplo. Pode ocorrer de um exportador ter uma carga soltapequena demais para encher um continer em um navio. Como o armador(empresa proprietria do navio) costuma alugar como espao mnimo em seunavio um continer inteiro, para ele (exportador) no vale a pena pagar essevalor de frete.

    A vem uma empresa e aluga esse espao inteiro (um continer) e saioferecendo partes do seu espao no navio para exportadores com cargapequena. uma espcie de sublocao. Esse camarada se chama agente(unitizador) de carga. Do outro lado, no destino, haver tambm empresas

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    como essa, que recebem um continer inteiro, contendo carga de diversosimportadores. o agente desunitizador. Muito resumidamente isso.

    Para essa aula, interessa saber que esse agente de carga pode solicitar

    trnsito aduaneiro para as cargas transportadas sob sua responsabilidade.........

    HABILITAO AO TRANSPORTE

    Quem pode atuar como transportador de mercadoria em trnsito aduaneiro? necessrio que a empresa se habilite, junto RFB, para transportarmercadorias em trnsito. Vejam. O transportador assume a responsabilidadepelas obrigaes fiscais em relao ao contedo que est sendo transportado,em caso de avaria ou extravio da mercadoria. Veremos, mais adiante, essa

    questo da responsabilidade pelos tributos e multas no trnsito aduaneiro.Ento, a Receita faz uma anlise para ver se essa empresa que quer secandidatar a fazer trnsitos aduaneiros apresenta as condies logsticas,financeiras, de idoneidade, e outras, para exercer tal atividade.

    Pensem comigo. Se a transportadora pode vir a responder pelos tributossuspensos, razovel que a Receita Federal no aceite qualquer empresinhase habilitando no sistema. Assim, para conceder tal habilitao, seroanalisados aspectos de regularidade fiscal, capacidade econmica da empresa,tradio, idoneidade etc.

    A habilitao das empresas transportadoras ser feita previamente aotransporte de mercadorias em regime de trnsito aduaneiro e seroutorgada, em carter precrio, pela Receita Federal do Brasil. Estodispensadas da habilitao prvia para operar com trnsito aduaneiro asempresas pblicas e as sociedades de economia mista que exploremservios de transporte.

    Outro caso de dispensa quando, por exemplo, o importador ou oexportador, mesmo no sendo uma empresa de transporte, utilize seu prprioveculo para realizar o trnsito.

    DESPACHO PARA TRNSITO

    Concesso e Aplicao do Regime

    Como analogia, o despacho de importao o conjunto de procedimentosnecessrios para proceder ao desembarao aduaneiro, ou seja, nacionalizara mercadoria, liberar a mesma para o importador utilizar. J o despacho paratrnsito o conjunto de procedimentos necessrios para liberar a mercadoriapara ser transportada, sob controle aduaneiro, ao local de destino requerido.Como regra, o regime solicitado via Siscomex-Trnsito, por meio do

    registro de uma DTA (declarao de trnsito aduaneiro), mas hsituaes em que isso no necessrio.

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    ......

    Ento, regra geral, para solicitar o regime de trnsito aduaneiro, hnecessidade de um procedimento administrativo, qual seja, o registro de uma

    declarao de trnsito aduaneiro.J nos casos abaixo, por entender o governo que no h necessidade de

    controlar o transporte dessas cargas, estabeleceu a dispensa de qualquerprocedimento administrativo para processar o trnsito aduaneirorelativo s seguintes mercadorias, desde que regularmente declaradas emantidas a bordo:

    I - provises, sobressalentes, e demais materiais de uso e consumo deveculos em viagem internacional;II - pertences pessoais da tripulao e bagagem de passageiros em trnsito;

    III - mercadorias conduzidas por embarcao ou aeronave em viageminternacional, com escala intermediria no territrio aduaneiro; eIV - provises, sobressalentes, materiais, equipamentos, pertences pessoais,

    bagagens e mercadorias conduzidas por embarcaes e aeronavesarribadas, condenadas ou arrestadas, at que lhes seja dada destinao legal.

    Vejam. Um navio procedente do exterior atraca em Vitria, descarregamercadorias, e depois segue para o Porto do Rio de Janeiro. Nesse percurso(Vitria-Rio), as mercadorias por ele transportadas esto em trnsitoaduaneiro, mas no h necessidade de nenhum procedimento para abrir ou

    concluir esse trnsito (item III acima).........

    Voltando regra geral da DTA, na prtica, como funciona isso tudo? Obeneficirio tem que solicitar, unidade da RFB de origem, a aplicao doregime. Aps anlise dos documentos e da carga, a aduana (URFB de origem)pode conceder ou no o trnsito. A concesso do regime de trnsito se d como desembarao da DTA. Como exceo, se houver necessidade de remoo demercadorias de uma rea ou recinto de zona primria para outro, no hnecessidade de despacho para trnsito. O controle realizado pelaautoridade local.

    Assim, no complexo porturio do Rio de Janeiro, na rea considerada comozona primria, alm do terminal porturio principal, h outros terminaisalfandegados aptos a receberem cargas procedentes ou destinadas ao exterior.Isso quer dizer que, dentro da zona porturia alfandegada, para remover umamercadoria de um terminal para outro, apesar de se tratar de um trnsitoaduaneiro, como regra no h procedimento administrativo definido paracontrolar tal atividade. Esse controle pode se limitar, por exemplo, a umaautorizao do auditor responsvel pelos recintos.

    O trnsito na modalidade de passagem s poder ser aplicado a mercadoria

    declarada para trnsito no conhecimento de carga correspondente, ou nomanifesto de carga. Pode ser aceita ainda uma declarao de efeitoequivalente do veculo que a transportou at o local de origem. Assim, o

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    beneficirio que solicite trnsito aduaneiro para Foz do Iguau (PR), de umamercadoria chegada de navio atracado em Paranagu (PR), que ir paraAssuno, Paraguai, poder apresentar declarao do navio transportador de

    que a carga em questo possui como destino Assuno, no Paraguai.A Receita Federal do Brasil poder, em ato normativo, vedar a concesso do

    regime de trnsito aduaneiro para determinadas mercadorias, ou emdeterminadas situaes, por motivos de ordem econmica, fiscal, ou outros

    julgados relevantes. Alm disso, a aplicao do regime ficar condicionada liberao por outros rgos da Administrao Pblica, quando se tratar demercadoria relacionada em ato normativo especfico que a sujeite a controleprvio concesso do trnsito (art. 328).

    Como assim? Imagine que uma empresa de Blumenau esteja importando,via rodoviria, 50 cabeas de gado, oriundos de Montevideo. natural que, aochegar na fronteira (Chu, RS), quando ser iniciado o trnsito aduaneiro atBlumenau, seja exigida uma manifestao do rgo competente (MAPA, porexemplo). E se o gado estiver com febre aftosa? Deu para entender?

    Foi introduzida no RA pelo Decreto 7.213/2010 a ressalva de que no havernecessidade da liberao do trnsito por parte de outros rgos quando ocontrole prvio concesso do trnsito seja idntico ao efetuado nolicenciamento (pargrafo nico do art. 328).

    Ao conceder o regime, a autoridade aduaneira sob cuja jurisdio seencontrar a mercadoria a ser transportada (unidade de origem):

    I - estabelecer a rota a ser cumprida;II - fixar os prazos para execuo da operao e para comprovao dachegada da mercadoria ao destino;III - adotar as cautelas julgadas necessrias segurana fiscal.Na prtica, a rota e os prazos atualmente no so mais fixados em cada

    solicitao de trnsito. As rotas so previamente cadastradas no Siscomex,pela aduana, aps solicitao do interessado. Quando do despacho de umtrnsito especfico, de acordo com os locais de origem e de destino, o sistema

    j ter a rota cadastrada.

    E quais seriam os prazos? Ora, as rotas, como regra, tm de serpreviamente cadastradas no sistema. Com base nas distncias entre origem edestino, o beneficirio solicita um prazo para transporte, que poder ser aceitoou modificado pela RFB. Assim, certamente o prazo para levar uma mercadoriado Porto do Rio ao Porto Seco em So Cristvo (RJ) no ser o mesmo que oprazo estabelecido para transportar uma carga do Porto Seco de Cariacica (ES)ao Porto Seco de Anpolis (GO). Se o veculo chegar fora do prazo no destino,dever justificar o fato, podendo ser aplicada uma multa ao transportador.

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    Conferncia para Trnsito

    O registro da DTA no sistema caracteriza o incio do despacho detrnsito aduaneiro e o fim da espontaneidade do beneficirio relativamente

    s informaes prestadas. A DTA registrada no Siscomex ser parametrizadano sistema, quando poder ser direcionada para o canal verde (semconferncia, com desembarao imediato) ou para o canal vermelho (comconferncia documental e fsica).

    A conferncia para trnsito se destina a identificar o beneficirio, verificara mercadoria, conferir as informaes prestadas na declarao (natureza dacarga, quantidade, peso etc.) e atestar a liberao pelos outros rgos, se foro caso. Ser realizada na presena do beneficirio e do transportador. Estapoder se limitar apenas identificao dos volumes. A Receita Federal poderadotar critrios de seleo e amostragem ( o caso dos canais verde evermelho).

    Ultimada a conferncia para trnsito, podero ser adotadas cautelasfiscais visando a impedir a violao dos volumes, recipientes e, se for o caso,do veculo transportador, sem a percepo da autoridade fiscal, na formaestabelecida pela RFB.

    O Regulamento considera como cautelas fiscais a lacrao e a aplicao deoutros elementos de segurana, alm do acompanhamento fiscal. Vejam asdefinies:

    - lacrao: evita que o compartimento de carga do veculo seja aberto deforma imperceptvel;

    O lacre da RFB a cautela fiscal por excelncia. Aplica-se o lacre nocontiner na origem. Se o lacre chegar intacto no destino, em princpio, acarga no foi violada (os fraudadores podem arrumar um jeito de remover acarga do continer sem abrir a porta). Caso no haja risco de violao, oAuditor-Fiscal da Receita Federal (AFRFB) responsvel pela verificao damercadoria para trnsito, ou o servidor integrante da Carreira Auditoria daReceita Federal do Brasil, sob a sua superviso, poder dispensar a aplicaode dispositivos de segurana.

    - sinetagem: aposio de smbolos no lacre, que so destrudos quando olacre removido. Tambm utilizada quando for impossvel a aposio delacre. Nesse caso, pode-se, por exemplo, gravar um smbolo em uma caixa demadeira, que, se aberta, destri o mesmo;

    - cintagem: colocao de cintas nos volumes que acondicionam amercadoria;

    - marcao: colocao de marcas ou de etiquetas de identificao nosvolumes;

    - acompanhamento fiscal: quando um servidor da RFB designado para

    acompanhar a operao.

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    Os dispositivos de segurana somente podero ser rompidos ou suprimidosna presena da fiscalizao, salvo disposio normativa em contrrio.

    Outros conceitos importantes:

    As mercadorias em trnsito aduaneiro podero ser objeto de procedimentoespecfico de controle nos casos de transbordo, baldeao ou redestinao.Considera-se:

    I - transbordo, a transferncia direta de mercadoria de um para outroveculo;II - baldeao, a transferncia de mercadoria descarregada de um veculo eposteriormente carregada em outro; eIII - redestinao, a reexpedio de mercadoria para o destino certo.

    Analogamente ao que ocorre com o despacho de importao, a DTAselecionada para conferncia ser distribuda para AFRFB. Concluda aconferncia para trnsito, o AFRFB poder conceder o regime, ou indeferi-lo. Aconcesso equivale ao desembarao para trnsito. Se a concesso forindeferida, o solicitante (beneficirio) tem direito a recurso.

    Interrupo do Trnsito

    Ento vejamos. O caminho foi lacrado e o trnsito foi concedido (DTAdesembaraada), iniciando sua viagem. Quando um veculo est transportandouma mercadoria em trnsito aduaneiro, ele tem um prazo para chegar aodestino, certo? O que acontece se um caminho transportando uma carga devinhos argentinos para o Rio de Janeiro sofrer um acidente e a porta do ba seabrir, digamos, em plena rodovia Ayrton Senna, no Estado de So Paulo?

    Nesse caso, considera-se o trnsito interrompido, por fator alheio vontade do transportador, situao que obriga o mesmo a comunicar o fato unidade da RFB que jurisdicionar o local do sinistro.

    Ento, vejamos. O trnsito ser interrompido pelos seguintes motivos(inclusive o trnsito de passagem):

    I - ocorrncia de eventos extraordinrios que comprometam ou possamcomprometer a segurana do veculo ou equipamento de transporte;II - ocorrncia de eventos que resultem ou possam resultar em avaria ouextravio da mercadoria;III - ocorrncia de eventos que impeam ou possam impedir oprosseguimento do trnsito;IV - embargo ou impedimento oferecido por autoridade competente;V - rompimento ou supresso de dispositivo de segurana; eVI - outras circunstncias alheias vontade do transportador, que

    justifiquem a medida.Ocorrida a interrupo, que automtica, o transportador deverimediatamente comunicar o fato unidade aduaneira jurisdicionante do local

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    onde se encontrar o veculo, para a adoo das providncias cabveis. Quaisprovidncias poderiam ser tomadas?

    I - verificao da integridade dos elementos de segurana;

    II - vistoria nas condies de segurana fiscal do veculo ou equipamento detransporte (continer);

    III - busca no veculo;

    IV - reteno do veculo e/ou da carga;

    V - determinao de acompanhamento fiscal durante o restante do trajeto;

    VI - rompimento dos elementos de segurana para verificao do contedo,mediante termo de abertura.

    Concluso do Trnsito

    Quando o veculo chega ao destino, o trnsito j pode ser concludo.

    Na concluso do trnsito aduaneiro, a unidade de destino proceder aoexame dos documentos, verificao do veculo, dos dispositivos desegurana, e da integridade da carga. Constatando o cumprimento dasobrigaes do transportador, a unidade de destino efetuar a concluso dotrnsito aduaneiro.

    Antes da concluso do trnsito pela aduana, a chegada da carga tem que ter

    sido atestada pelo fiel depositrio do local de destino. A chegada fora do prazopode acarretar a aplicao de penalidade ao transportador.

    Se ocorrida violao, adulterao ou troca de dispositivos de segurana, oumanipulao indevida de volumes ou mercadorias, o fato dever ser apuradomediante procedimento administrativo, sem prejuzo da correspondenterepresentao fiscal para efeito de apurao do ilcito penal.

    Se estiver tudo certo, o trnsito concludo no destino. O que significa isso?Se for o caso, por exemplo, de carga transportada do Porto de Vitria (ES)para o Porto Seco em Cariacica (ES), aps a concluso do trnsito no destino oimportador poder registrar sua declarao de importao (DI), tendo comolocal de despacho o Porto Seco.

    Com a concluso do trnsito na unidade de destino, ser efetuada a baixa dotermo de responsabilidade, junto unidade de origem (art. 344).

    GARANTIAS E RESPONSABILIDADES

    Segundo o art. 337 do RA, as obrigaes fiscais relativas mercadoria(tributos suspensos), no regime especial de trnsito aduaneiro, seroconstitudas em termo de responsabilidade, firmado na data do registro dadeclarao de admisso no regime, que assegure sua eventual liquidao e

    cobrana.

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    Como regra, exigida garantia das obrigaes fiscais constitudas em termode responsabilidade.

    No art. 21 da IN/SRF 248/2002 consta que o beneficirio firmar termo de

    responsabilidade no sistema, declarando assumir a condio de fiel depositrioda mercadoria, enquanto subsistir a operao de trnsito aduaneiro.

    O transportador, para se habilitar ao trnsito, dever firmar um termo deresponsabilidade tambm. Esse termo conhecido como Termo deResponsabilidade de Trnsito Aduaneiro (TRTA), com validade de trsanos. prestada uma garantida e, a cada vez que for imputada umaresponsabilidade fiscal ao transportador, essa garantia ser utilizada paracobrir o valor do crdito tributrio.

    Ento, quando ser imputada responsabilidade ao transportador? No

    Regulamento Aduaneiro de 2009, foi excluda a previso de solidariedade entretransportador e beneficirio, que constava no Regulamento anterior (Decreto4.543/2002).

    Em virtude de interpretao dos artigos 337 a 339, combinado com o artigo661 do Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009), essa solidariedade(entre transportador e beneficirio) no mais existe. Os tributos sero exigidosdo transportador apenas nas situaes a seguir.

    Vejam o que dizem os artigos 338 e 339 do RA:

    Art. 338. O transportador de mercadoria submetida ao regime de trnsito

    aduaneiro responde pelo contedo dos volumes, nos casos previstos no art.661.

    Art. 339. O transportador dever apresentar a mercadoria submetida aoregime de trnsito aduaneiro na unidade de destino, dentro do prazo fixado, naforma estabelecida na Subseo II da Seo VI.

    1o O transportador que no apresentar a mercadoria no local dedestino, na forma e no prazo referidos no caput, ficar sujeito aocumprimento das obrigaes assumidas no termo de responsabilidade,sem prejuzo das penalidades cabveis (Decreto-Lei no 37, de 1966, art. 74, 1o).

    2o Na hiptese do 1o, os tributos sero os vigentes data da assinaturado termo de responsabilidade, com os acrscimos legais (Decreto-Lei no 37, de1966, art. 74, 1o).

    ......

    E o que diz o artigo 661?

    Art. 661. Para efeitos fiscais, responsvel o transportador quandohouver (Decreto-Lei no 37, de 1966, art. 41):

    I - substituio de mercadoria aps o embarque;

    II - extravio de mercadoria em volume descarregado com indcio deviolao;

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    III - avaria visvel por fora do volume descarregado;

    IV - divergncia, para menos, de peso ou dimenso do volume em relaoao declarado no manifesto, no conhecimento de carga ou em documento de

    efeito equivalente, ou ainda, se for o caso, aos documentos que instruram odespacho para trnsito aduaneiro;

    V - extravio ou avaria fraudulenta constatada na descarga; e

    VI - extravio, constatado na descarga, de volume ou de mercadoria a granel,manifestados.

    .......

    Reparem que esses casos onde o transportador responsvel (extraviofraudulento, avaria visvel, indcio de violao) so situaes onde ele recebeu

    a carga teoricamente intacta e apresentou-a adulterada no destino. A ostributos e multas sero exigidos dele (o transportador).

    Se ele entregar a carga do jeito que recebeu, com lacre do veculo intacto evolumes sem indcios de violao, no poder ser responsabilizado, mesmoque o contedo dos volumes no seja o que o importador mandou vir doexterior. Nesse caso o beneficirio ter que se entender com a Receita emrelao aos tributos suspensos, compreenderam?

    Repetindo, no h mais a solidariedade entre transportador e beneficirio.Imputa-se a responsabilidade ao transportador somente nos casos referidosacima.

    Resumidamente, o beneficirio do trnsito quem solicita o regime. Podeser, por exemplo, o importador, no trnsito de entrada. O transportadortambm pode solicitar o regime. Nesse caso, conforme o art. 321 do RA, ele (otransportador) seria o beneficirio. Se o transportador requisitar o regime, eleresponder pelos tributos suspensos. Se o beneficirio (pessoa que solicita oregime RFB) for outra pessoa, o importador, por exemplo, a o transportadors responder pelos tributos em situaes especficas (avaria visvel oufraudulenta, substituio de mercadoria aps embarque, extravio em volumecom indcio de violao).

    A propsito: conhecimento de carga um ttulo de crdito que comprovaa posse ou propriedade da mercadoria. emitido pelo transportador da carga,que a recebe no exterior com destino ao Brasil, sendo o consignatrio oimportador no Brasil. Assim, suponha que a sua empresa brasileira ABCadquiriu produtos do exportador XPTO nos EUA. A XPTO encaminhar amercadoria a um porto (ex: Miami), e entregar a carga para umtransportador, que a levar de navio at Santos. Suponha que atransportadora seja a MSC. Assim, no conhecimento:

    Quem o embarcador? XPTO.

    Quem o consignatrio? ABC.

    Quem emite o conhecimento? MSC.

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    A MSC se comprometeu a levar a carga de Miami at Santos. Em Santos, oimportador, j de posse do conhecimento de carga (vocs devem ter vistocomo ele recebe esse documento, dependendo das formas de pagamento, na

    aula do Rodrigo), o utiliza para retirar a mercadoria junto Receita Federal.Manifesto de carga um documento do veculo (ex: navio), que relaciona

    os conhecimentos relativos s cargas nele embarcadas para cada destino.Assim, o navio do exemplo acima, da MSC, teria que ter um manifesto com ascargas de Miami para Santos. Se ele tambm tivesse carga embarcada emBahamas com destino a Santos, teria que apresentar mais um manifesto Receita Federal l em Santos. A regra : para cada ponto de descarga noterritrio aduaneiro, o veculo dever trazer tantos manifestos quantos foremos locais, no exterior, em que tiver recebido carga.

    .....

    Por fim, um detalhe do detalhe: conforme o artigo 350 do RA, a mercadoriaem trnsito aduaneiro lanada ao territrio aduaneiro por motivo de seguranaou arremessada por motivo de acidente do veculo transportador dever serencaminhada por quem a encontrou unidade da Receita Federal do Brasilmais prxima (quem sabe o examinador no toma gosto por esse artigo).

    ADMISSO TEMPORRIA

    Bom, vejamos o segundo regime especial. H situaes onde se deseja

    trazer uma mercadoria ao pas para cumprir um determinado objetivo porprazo fixado. o caso de uma exposio de arte, por exemplo. Os bens ficarono pas, em principio, apenas durante a exposio. Ser que as esculturastrazidas do exterior para um evento como esse pagam tributo na importao?Certamente que no. Por qu?

    Para respaldar esse tipo de situao, foi criado o regime aduaneiro especialde admisso temporria (previsto nos artigos 353 e seguintes doRegulamento Aduaneiro Decreto 6.759/2009, e na IN/SRF 285/2003 ealteraes posteriores). Lembram? Regimes especiais so institudos porinteresse econmico do pas. Nesse caso temos interesses especficos (cultural,

    tecnolgico, social etc). A lgica simples. A mercadoria vem ao pas, cumpresua finalidade, mas, em princpio, retornar ao exterior (reexportao). Entono precisa pagar os tributos incidentes na importao (II, IPI, PIS, COFINS).

    Assim, o regime aduaneiro especial de admisso temporria o quepermite a importao de bens que devam permanecer no Pas duranteprazo fixado, com suspenso do pagamento de tributos.

    O regime de admisso temporria contempla uma modalidade desuspenso total de tributos e uma modalidade de suspenso parcial. Essaltima ser analisada mais adiante, e se aplica a situaes em que o bem serutilizado economicamente no pas.

    Quais so as condies para concesso do regime?

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    I - importao em carter temporrio, comprovada essa condio porqualquer meio julgado idneo;II - importao sem cobertura cambial;

    III adequao dos bens finalidade para a qual foram importados;IV constituio das obrigaes fiscais em termo de responsabilidade; eV identificao dos bens.

    certo que o carter da importao h de ser temporrio. O que quer dizerisso? Que aos bens adquiridos do exterior (comprados) no se aplica aadmisso temporria. Tampouco se aplica aos bens doados, uma vez que adoao implica tambm transferncia de propriedade. como se fosse umacompra a preo ZERO. A mercadoria que vem ao Pas em admisso temporriapode vir alugada, emprestada, arrendada, mas no vendida.

    Pelo mesmo motivo, o regime no se aplica s importaes com coberturacambial, ou seja, amparado por uma compra. Isso quer dizer que, pagamentopela mercadoria e cobertura cambial no combinam com admisso temporria.

    Cobertura cambial um conceito que havia em norma do Bacen at arevogao da Circular 3.454/2009, que vinculava o conceito de DI comcobertura cambial quela que amparava transferncia para o exterior empagamento da importao, ou seja, havia uma compra. A norma foirevogada, mas o termo ainda utilizado no RA e em outras normas.

    Assim, se h contrato de compra e venda de mercadoria, ento tempagamento para comprar, e a no cabe admisso temporria.

    Repito. No se esqueam de que h outros requisitos para concederadmisso temporria, como o carter de temporariedade da permanncia dobem no pas. Assim um bem que chega ao pas em doao se refere a umatransao definitiva, portanto tambm no cabe admisso temporria. J caiuuma questo muito interessante sobre isso, e muita gente escorregou.

    Continuando....

    A que tipo de bens e em que situao se aplica o regime de admissotemporria? Vejam o que diz o art. 2 da IN/SRF 285/2003 (nada de novo...):

    Art. 2 O regime se aplica a bens:

    I - importados em carter temporrio e sem cobertura cambial;

    II - adequados finalidade para a qual foram importados; e

    III - utilizveis em conformidade com o prazo de permanncia e com a finalidade constantes

    do ato concessivo.

    Os bens trazidos em admisso temporria tm de ser adequados

    finalidade para a qual foram importados. Um carro de passeio no pode ser

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    admitido temporariamente para correr no Grande Prmio Brasil de Frmula 1.No um bem adequado finalidade para a qual foi importado.

    Finalmente, a utilizao do bem h de ser no prazo de concesso. Terminou

    o GP Brasil de Frmula 1, os carros tm de retornar ao exterior.Seguindo essa linha, o que podemos dizer de uma operao de

    arrendamento mercantil financeiro (leasing financeiro), contratado comentidades arrendadoras domiciliadas no exterior?

    No leasing financeiro, normalmente uma instituio financeira adquire obem, e o arrendatrio (brasileiro) possui opo de compra (pelo valorresidual) ao final do contrato. Por esse motivo, ou seja, por possibilitar umaimportao definitiva, o que fere as condies para concesso do regime deadmisso temporria, essa modalidade no aceita como tal. Isso est claro

    no artigo 379 do RA.Art. 379. O regime de admisso temporria de que trata este Captulo no se aplica entrada no territrio aduaneiro de bens objeto de arrendamento mercantil financeiro,

    contratado com entidades arrendadoras domiciliadas no exterior.

    J o arrendamento operacional, por no proporcionar opo de compraao final, e se caracterizar como um aluguel, pode ser utilizado no regime deadmisso temporria.

    Por esse motivo, o arrendamento mercantil financeiro no se confunde como regime de admisso temporria, e se sujeita s normas gerais que regem oregime comum de importao. O que mesmo o regime comum?Nacionalizao e pagamento de tributos na entrada da mercadoria estrangeira.

    AdmissoTemporria

    Requisitos- Importao no definitiva- Importao sem cobertura cambial- Adequao finalidade- Termo de Responsabilidade- Identificao dos bens

    No se aplica para arrendamentomercantil financeiro

    ADMISSO TEMPORRIA COM SUSPENSO TOTAL DO PAGAMENTODE TRIBUTOS

    O regime aduaneiro especial de admisso temporria com suspenso totaldo pagamento de tributos permite a importao de bens que devam

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    permanecer no Pas durante prazo fixado, sob determinadas condies.Ento, nesse caso no h pagamento algum de tributos quando daconcesso do regime.

    Bens a que se Aplica o Regime

    O regime poder ser aplicado aos bens relacionados em ato normativo daReceita Federal do Brasil (IN/SRF 285/2003), e aos bens admitidostemporariamente ao amparo de acordos internacionais. Os bens admitidos noregime ao amparo de acordos internacionais firmados pelo Pas estarosujeitos aos termos e prazos neles previstos.

    Muita ateno com a IN/SRF 285/2003, pois alguns dispositivos contidosnela no esto mais valendo, j que houve novos dispositivos no Regulamento

    de 2009. Na aula coloquei os assuntos atualizados, com a devida meno.H situaes de aplicao da admisso temporria por natureza, onde os

    pases acordaram que no h necessidade de formalidades aduaneiras paraconceder o regime. Por exemplo, se um turista argentino vier ao Brasil no seucarro passar frias em Florianpolis, seu veculo entrar no pas sob o regimede admisso temporria. Isso se d de forma automtica. Diz a norma que osveculos matriculados em qualquer dos pases integrantes do Mercosul, depropriedade de pessoas fsicas residentes ou de pessoas jurdicas com sedesocial em tais pases, utilizados em viagens de turismo, circularo livrementeno Pas, com observncia das condies previstas na Resoluo do Grupo do

    Mercado Comum - GMC no 35, de 2002, internalizada pelo Decreto no 5.637,de 26 de dezembro de 2005, dispensado o cumprimento de formalidadesaduaneiras. (art. 356 do RA)

    Assim, por exemplo, vejamos uma pergunta do curso anterior: Se umargentino cruza a fronteira com seu carro e o vende informalmente para umbrasileiro, como fica a situao? Esse brasileiro vai poder ficar utilizando oveculo sem problemas?.

    A resposta : Certamente que NO. Passado o perodo normal a que oturista tem direito de permanecer no pas (90 dias, inclusive com seu carro), o

    veculo estaria em situao irregular e poderia ser apreendido.Mas afinal, que tipo de bens a Receita Federal indica como candidatos

    concesso de admisso temporria? Ora, a tal relao de bens, prevista naIN/SRF 285/2003, indica a caracterstica no definitiva dos casos.

    Diz a referida norma que (art. 4 da IN/SRF 285/2003):

    Podero ser submetidos ao regime de admisso temporria com suspenso total dopagamento dos tributos incidentes na importao, os bens destinados:

    I - a feiras, exposies, congressos e outros eventos cientficos ou tcnicos;

    II - a pesquisa ou expedio cientfica, desde que relacionados em projetos previamente

    autorizados pelo Conselho Nacional de Cincia e Tecnologia;III - a espetculos, exposies e outros eventos artsticos ou culturais;

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    IV - a competies ou exibies esportivas;

    V - a feiras e exposies, comerciais ou industriais;

    VI - a promoo comercial, inclusive amostras sem destinao comercial e mostrurios derepresentantes comerciais;

    VII - prestao, por tcnico estrangeiro, de assistncia tcnica a bens importados, emvirtude de garantia;

    VIII - reposio e conserto de:

    a) embarcaes, aeronaves e outros veculos estrangeiros estacionados no territrionacional, em trnsito ou em regime de admisso temporria; ou

    b) outros bens estrangeiros, submetidos ao regime de admisso temporria;

    IX - reposio temporria de bens importados, em virtude de garantia;

    X - a seu prprio beneficiamento, montagem, renovao, recondicionamento,acondicionamento ou reacondicionamento;

    XI - ao acondicionamento ou manuseio de outros bens importados, desde que reutilizveis;

    XII - identificao, acondicionamento ou manuseio de outros bens, destinados exportao;

    XIII - reproduo de fonogramas e de obras audiovisuais, importados sob a forma dematrizes;

    XIV - a atividades temporrias de interesse da agropecuria, inclusive animais para feirasou exposies, pastoreio, trabalho, cobertura e cuidados da medicina veterinria;

    XV - a assistncia e salvamento em situaes de calamidade ou de acidentes de quedecorram de dano ou ameaa de dano coletividade ou ao meio ambiente;

    XVI - ao exerccio temporrio de atividade profissional de no residente;

    XVII - ao uso do imigrante, enquanto no obtido o visto permanente;

    XVIII - ao uso de viajante no residente, desde que integrantes de sua bagagem;

    XIX realizao de servios de lanamento, integrao e testes de sistemas, subsistemas ecomponentes espaciais, previamente autorizados pela Agncia Espacial Brasileira; e

    XX - prestao de servios de manuteno e reparo de bens estrangeiros, contratada com

    empresa sediada no exterior.Aplica-se, ainda, o regime, na importao temporria de:

    I - veculo de viajante no residente; eII - bens a serem submetidos a ensaios, testes de funcionamento ou de

    resistncia, conserto, reparo ou restaurao.O regime de admisso temporria, com suspenso total do pagamento de

    tributos, aplica-se inclusive quando os bens forem trazidos por viajante, excetonas hipteses referidas nos itens X a XV acima.

    ..........

    Vejam. No art. 5 da IN/SRF 285/2003, consta que consideram-seautomaticamente submetidos ao regime:

    I - os veculos, utilizados exclusivamente no transporte internacional de carga oupassageiro, que ingressem no Pas exercendo esta atividade;

    II - os veculos de viajante estrangeiro no residente, exclusivamente em trfegofronteirio, observado o disposto na Instruo Normativa SRF n 69/91, de 5 de setembrode 1991;

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    III - as embarcaes, aeronaves e outros bens, destinados realizao de atividades depesquisa e investigao cientfica, na plataforma continental e em guas sob jurisdiobrasileira, autorizadas pelo Comando da Marinha, do Ministrio da Defesa, nos termos doDecreto n 96.000, de 2 de maio de 1988;

    IV - as embarcaes pesqueiras autorizadas a operar em guas nacionais pelo Ministrio daAgricultura e do Abastecimento, nos termos do Decreto n 2.840, de 10 de novembro de1998;

    V - as unidades de carga estrangeiras, seus equipamentos e acessrios, inclusive parautilizao no transporte domstico;

    VI - as embarcaes estrangeiras em viagem de cruzeiro pela costa brasileira, com escalaem portos nacionais ou em navegao de cabotagem; (Redao dada pela InstruoNormativa RFB n 1.102, de 21 de dezembro de 2010)

    VII - os dispositivos de segurana prprios para serem montados em unidades de cargaestrangeiras, dotados de receptor GPS (Global Positioning System) com antena, sensor de

    luz e interface de comunicao para acompanhamento remoto, quando destinados aotransporte internacional; e (Redao dada pela Instruo Normativa RFB n 1.102, de 21 dedezembro de 2010)

    VIII - as aeronaves civis estrangeiras que no estejam em servio areo internacionalregular, nos termos do Decreto n 97.464, de 20 de janeiro de 1989. (Includo pela

    Instruo Normativa RFB n 1.102, de 21 de dezembro de 2010)...........

    Ateno especial aos itens VII e VIII, includos por Instruo Normativa maisrecente, de 2010.

    Alguns pontos parecem bvios na norma acima, mas no podem deixar de

    constar na mesma. Por exemplo, um navio carregado de contineres (unidadede carga) com mercadorias destinadas a importadores brasileiros atraca noPorto do Rio de Janeiro. As mercadorias so importadas e tero o tratamentoprevisto no regulamento aduaneiro quando da sua descarga. Mas e ocontiner? E o navio?

    O item I acima indica que o navio fica no pas sob o regime de admissotemporria, enquanto atracado.

    Vejamos o que diz o Regulamento Aduaneiro. Considera-se em admissotemporria, independentemente, de qualquer procedimento administrativo, o

    veculo que ingressar no territrio aduaneiro a servio de empresa estrangeiraautorizada a operar no Brasil, nas atividades de transporte internacionalde carga ou de passageiro (art. 357 do RA, com redao dada pelo Decreto7.213/2010).

    Essa regra o seguinte: o navio trazendo carga, o avio trazendomercadorias do exterior, que pertenam a empresas de transporteestrangeiras, quando chegarem ao pas, eles prprios (os veculos) tm (outeriam) que ser submetidos ao regime de admisso temporria. Muito bem. Sque essa admisso se d de forma automtica, sem que o responsvel peloveculo no pas (agncia martima ou companhia area) tenha que providenciar

    uma declarao de admisso no regime para os mesmos.

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    J os contineres, que so unidades de carga, so automaticamentesubmetidos ao regime de admisso temporria, a no ser que sejam a prpriamercadoria que est sendo importada. Se uma empresa importa um continer,

    este ser classificado na NCM e tributado normalmente. Quando a empresaimporta mercadorias e as traz dentro de um continer, este no est sendoimportado em definitivo. Est sendo utilizado como unidade de carga, que considerada como equipamento de transporte. Por isso fica no pas sob oregime de admisso temporria, de forma automtica.

    Dizer que se aplica admisso temporria de forma automtica significa queno h necessidade de nenhum procedimento, como o registro de umadeclarao no Siscomex, por exemplo, para controle.

    Concesso, Prazo e Aplicao do RegimeRepetindo, quando um importador solicita o regime de admisso temporriapara determinada mercadoria, a autoridade aduaneira dever observar ocumprimento cumulativo das seguintes condies:

    I - importao em carter temporrio, comprovada esta condio porqualquer meio julgado idneo;II - importao sem cobertura cambial;III - adequao dos bens finalidade para a qual foram importados;IV - constituio das obrigaes fiscais em termo de responsabilidade; e

    V - identificao dos bens.Os itens I a III j foram tratados acima. Importao definitiva, ou seja,

    quando a propriedade do bem transferida ao importador, seja a ttulogratuito ou no, no combina com admisso temporria.

    E o termo de responsabilidade (TR)? Vimos, nas condies gerais dosregimes especiais, que normalmente exigida a assinatura de um termo deresponsabilidade por parte do beneficirio do regime. Este consiste de umttulo de direito lquido e certo da Fazenda Nacional contra o beneficirio, novalor dos tributos suspensos. Se ele (o beneficirio) descumprir as condies

    do regime, o termo executado.Em relao garantia, o art. 8 da IN/SRF 285/2003 prev casos de

    dispensa de garantia, como importaes por rgos da administrao, pormisses diplomticas, ou ainda, quando o montante dos tributos que deixaremde ser pagos for inferior a R$ 20.000,00.

    E a identificao dos bens? Ora, se o bem est sendo importado de formatemporria, ento mais do que razovel que o bem seja plenamenteidentificado quando da sua entrada no pas. Por qu? Porque, em princpio, eleum dia retornar ao exterior, ou ser nacionalizado. Ento, se uma mquinavem ao Brasil para uma feira, deve-se colher o mximo de informaes sobre amesma no momento da concesso do regime de admisso temporria (marca,modelo, nmero de srie, fotos etc.), de forma que, ao sair para o exterior,

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    seja possvel autoridade aduaneira identificar se o bem que est saindo dopas o mesmo que entrou antes. Isso exigido para evitar que o importador,por exemplo, traga uma mquina nova em admisso temporria, sem pagar

    tributos, e devolva uma velha, usada, obsoleta, para extinguir o regime.No caso de bens cuja importao esteja sujeita prvia manifestao de

    outros rgos da Administrao Pblica, a concesso do regime depender dasatisfao desse requisito. Ento, a admisso temporria de animais paraexposio dever, em princpio, ser precedida de autorizao do rgocompetente, que no caso poderia ser o Ibama, a menos que essa condio sejadispensada por norma especfica.

    Nesse sentido, a concesso do regime poder ser condicionada obtenode licena de importao, que no prevalecer para efeito de nacionalizao edespacho para consumo dos bens. Assim, se o bem admitido temporariamentevier a ser nacionalizado, no se pode alegar que o licenciamento j foraconcedido antes. Haver necessidade de licenciamento quando danacionalizao (despacho para consumo) do bem (art. 359).

    Prazo e vigncia

    No ato da concesso, a autoridade aduaneira fixar o prazo de vigncia doregime, que ser contado do desembarao aduaneiro da declarao deadmisso. Entende-se por vigncia do regime o perodo compreendido entrea data do desembarao aduaneiro e o termo final do prazo fixado pelaautoridade aduaneira para permanncia da mercadoria no Pas, considerado,

    inclusive, o prazo de prorrogao, quando for o caso. No ser aceito pedidode prorrogao apresentado aps o termo final do prazo fixado parapermanncia dos bens no Pas.

    Conforme o art. 10 da IN/SRF 285/2003, com as alteraes promovidas pelapela IN/SRF 470/04, compete ao titular da unidade da Receita FederaldoBrasil responsvel pelo despacho aduaneiro a concesso do regime deadmisso temporria e a fixao do prazo de permanncia dos bens no Pas,bem assim a sua prorrogao.

    O prazo ser fixado devendo-se observar, como regra, os normas gerais dos

    regimes especiais. Mas a IN/SRF 285/2003 fixou prazos especficos.Esse prazo ser fixado, como regra, em at 3 meses, prorrogvel, uma

    nica vez, por igual perodo. Como exceo, nos casos abaixo, o prazo doregime ser fixado pelo prazo contratado:

    1) de arrendamento operacional, de aluguel, de emprstimo ou deprestao de servios, prorrogvel na mesma medida deste, na hiptese deimportao para utilizao econmica.

    2) para a prestao de servios de beneficiamento, montagem, renovao,recondicionamento, acondicionamento ou reacondicionamento.

    3) para ensaios ou testes relacionados ao desenvolvimento de prottipos,at o limite de cinco anos.

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    Admisso Temporria de Veculo de brasileiro radicado no exterior

    J apareceu em prova questo sobre veculo de brasileiro com residnciadefinitiva no exterior. A regra que o perodo de admisso temporria para oveculo seja o mesmo concedido para permanncia no pas de seu proprietrio,ou seja, ser de at noventa dias o prazo de admisso temporria de veculode brasileiro radicado no exterior que ingresse no Pas em carter temporrio(art. 362). Este prazo estende-se bagagem e a ferramentas, mquinas,aparelhos e instrumentos necessrios ao exerccio da profisso, arte ou ofciodo brasileiro radicado no exterior. O prazo poder ser prorrogado por perodoque, somado ao inicialmente concedido, no ultrapasse cento e oitenta dias.

    Garantia

    Falamos em termo de responsabilidade para cobrir o valor dos tributossuspensos, certo? Mas ser que a empresa ter condies de pagar os tributoscaso o termo seja executado? E se o valor ultrapassar suas possibilidadesfinanceiras? Bom, como regra, no regime de admisso temporria, ser exigidauma garantia das obrigaes fiscais constitudas no termo deresponsabilidade, mas ela pode ser dispensada em determinadas situaes.

    A garantia poder ser por fiana idnea, depsito em dinheiro ou seguroaduaneiro em favor da Unio.

    Quando os bens admitidos no regime forem danificados, em virtude de

    sinistro, o valor da garantia ser, a pedido do interessado, reduzidoproporcionalmente ao montante do prejuzo. No caber a reduo quandoficar provado que o sinistro:

    I - ocorreu por culpa ou dolo do beneficirio do regime; ouII - resultou de o bem haver sido utilizado em finalidade diferente daquela

    que tenha justificado a concesso do regime.

    Extino da Aplicao do Regime

    Quando se encerra o regime? Quando que o termo de responsabilidadepoder ser baixado? Quando a garantia ser levantada? Quando, na vignciado regime, o importador adotar, com relao aos bens admitidostemporariamente, uma das seguintes providncias. So as formas previstaspara extino do regime:

    I - reexportao;II - entrega Fazenda Nacional, livres de quaisquer despesas, desde que aautoridade aduaneira concorde em receb-los;III - destruio, s expensas do interessado;IV - transferncia para outro regime especial; ouV - despacho para consumo, se nacionalizados.OBS:

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    1) Tomando uma das medidas acima o importador cumprir as condies doregime e no ter o termo de responsabilidade executado contra si. Este, poroutro lado, ser baixado (no executado).

    2) A reexportao o retorno ao exterior, de bens que foram admitidostemporariamente no pas, ou seja, ainda pertenciam a uma empresaestrangeira. A reexportao pode ser parcial, parcelada. Assim, se umimportador trouxe duas mquinas ao Brasil para uma feira, nada impede queele mande de volta ao exterior uma de cada vez. Ou que reexporte uma enacionalize a outra.

    3) Quando se fala em destruio como forma de extino, se trata deprocedimento sob controle aduaneiro. Se a destruio se der por culpa ou dolodo beneficirio, o termo de responsabilidade ser executado. Se, por outrolado, no houve culpa ou dolo do beneficirio, a garantia ser reduzida naproporo da avaria sofrida pela carga. um procedimento normalmenteutilizado quando o bem se apresenta inservvel aps o perodo do regime.

    4) Se, na vigncia do regime, for autorizada a nacionalizao dos bens porterceiro, a este (o terceiro) caber promover o despacho para consumo.

    5) A nacionalizao dos bens e o seu despacho para consumo serorealizados com observncia das exigncias legais e regulamentares, inclusiveas relativas ao controle administrativo das importaes. o caso de extinodo regime onde os tributos devem ser recolhidos. Na realidade, o despachopara consumo (registro de DI declarao de importao - com pagamento de

    tributos) o procedimento utilizado para nacionalizar a mercadoria.A nacionalizao e o despacho para consumo no sero permitidos quando a

    licena de importao, para os bens admitidos no regime, estiver vedada oususpensa.

    ..........

    Em relao ao item 5 acima, se o importador resolver nacionalizar os bensque foram admitidos temporariamente, ele ter que registrar uma segundadeclarao (a primeira foi a declarao de admisso no regime, se lembram?).Esta (a segunda) ser uma declarao de importao, para nacionalizao,

    com pagamento de tributos. Todas (ou quase todas) as exigncias de umaimportao comum referentes mercadoria (inclusive exignciasadministrativas) incidiro sobre a operao.

    Interessante trazer para este material a inovao o artigo 60 da Lei10.833/2003 (art. 368 do RA), que permite, para alguns casos, que a extinodo regime de admisso temporria se d por meio da exportao de produtoequivalente quele submetido ao regime.

    Diz o 1 do artigo 368 do RA que essa forma de extino se aplicaexclusivamente a:

    I partes, peas e componentes de aeronave, isentas;

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    II produtos nacionais exportados definitivamente, ou suas partes e peas, que retornemao Pas, mediante admisso temporria, para reparo ou substituio em virtude de defeitotcnico que exija sua devoluo.

    Assim, vejamos um exemplo de um produto que veio do exterior emadmisso temporria para conserto. O fabricante brasileiro, para cumprircontrato, dever enviar a pea consertada ou um novo produto emsubstituio ao defeituoso. A primeira hiptese tranquila. A mesma pearetornando ao exterior extingue o regime. A segunda hiptese (envio deproduto equivalente), por conta da Lei 10.833/2003, tambm extingue oregime de admisso temporria da pea que veio anteriormente. umasituao aplicvel possivelmente quando a pea enviada ao pas para consertono tem como ser consertada. Nesse c