Aula - A Linguagem Do Texto Dissertativo-Argumentativo - Prof.(a) Tatiane

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  • REDAO 2 ANO

    A LINGUAGEM DA DISSERTAO ARGUMENTATIVA

    Professora Tatiane AZEVEDO

  • Efeitos da linguagem na elaborao de um bom textoA linguagem a vestimenta de um texto Jorge PortugalAssim...Mesmo que voc organize bem as ideias, aborde de forma competente o tema, quase no comete desvios gramaticais, mas no veste de maneira encantadora sua dissertao, seu texto se torna pouco expressivo.Devemos pensar no uso da linguagem de modo a valorizar a construo textual conforme o gnero escolhido.

  • Lembre-seProver o texto com uma boa linguagem NO :

    Usar palavras difceis;Utilizar-se de um portugus castio;Decorar dicionrios ouValer-se de expresses consagradas. Por que dizer que uma pessoa est rubicunda, se voc poderia dizer que ela est ruborizada ?! Por que dizer hodierno, se voc poderia usar recente, atual; moderno, contemporneo etc.

  • Quanto aos aspectos formaisA dissertao dispensa o uso abusivo de figuras de linguagem.Figuras de linguagemso estratgias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretao do leitor.Exemplos: 1. A vida um palco iluminado. (metfora)2. J disse mais de um milho de vezes! (hiprbole)3. O nico sentido oculto das coisas elas no terem sentido oculto nenhum. (paradoxo )4. Li Jorge Amado.(metonmia)

  • A dissertao dispensa o uso abusivo do valor conotativo das palavras.

    O texto dissertativo requer uma linguagem mais sbria, denotativa, sem rodeios.1. prefervel o uso da terceira pessoa.2. Verbos no presente3. Emprega-se mais o perodo composto (normalmente, por subordinao)Relembrando: Perodo composto por subordinao, como o prprio nome indica, constitui-se de oraes sintaticamente dependentes entre si.Ex.: Quisque as encomendas fossem entregues pessoalmente.

  • O que empobrece o texto: Presena de clichs: expresses desgastadas e batidas.

    Ex.: Provrbios ou ditos populares. So frases cunhadas na experincia que se tornaram emblemas. Podem ser aplicadas s mais variadas situaes do cotidiano de determinado grupo sociocultural, como "Quem v cara no v corao. "De cavalo dado no se olham os dentes. antes s do que mal acompanhado.

  • Citaes de pensadores famosos sem o devido embasamento: muitas deixaram h tempos de ser "originais", servindo apenas de recurso para "florear" ou "preencher" o texto ou mesmo para demonstrar falsa erudio.Ex.: "H mais mistrios entre o cu e a terra do que supe nossa v filosofia" (Shakespeare, em sua obra Hamlet)."S sei que nada sei" (Scrates). "Tudo vale a pena quando a alma no pequena" (Fernando Pessoa), entre outras.

  • Certifique-se da autoria

    gafe escrever, como fez um estudante pr-vestibular, "O homem o lobo do homem, como diziaMaquiavel".

    Quem disse a frase, na verdade, foi o tambm filsofoThomas Hobes.

    So muito citados tambm Friedrich Nietzsche, Plato (mito da caverna), Marx...

  • Leia o seguinte pargrafo, escrito por uma ex aluna. Observe a linguagem utilizada.

    A arte a representao da realidade filtrada por lentes da emoo. Diferente da cincia, a arte busca na abstrao das cores, das metforas as explicaes para os questionamentos da sociedade de sua poca. Imitando a vida sem necessidade de justificativas lgicas, ela tem o poder de encantar e transformar geraes.

  • 1. Direta2. Objetiva3. Impessoal1. Na lngua portuguesa a ordem direta : SUJEITO, VERBO e OBJETO. Lembrando: voz passiva analtica aquela em que o sujeito sofre a ao ( paciente).Ex.: O Bolsa Famlia realizado pelo governo Lula (voz passiva). O governo Lula realiza o Bolsa Famlia (voz ativa)

    A linguagem empregada na dissertao ...

  • 2. Linguagem objetiva um estilo de escrita simples, claro e direto. Exemplo: textos informativos (jornais)

    Em oposio, a linguagem subjetiva expressa mais o emocional, o ponto de vista do autor. Exemplo: poesias.

    3. Linguagem impessoal: Um texto pessoal e subjetivo quando pronomes pessoais e possessivos, verbos conjugados em primeira e em terceira pessoa contribuem para que o dilogo se estabelea entre o autor e o leitor de forma explcita, evidente.

    Vejamos exemplos:

  • Dignidade [...] Respeito, cidadania, autoestima... A lista poderia ser enorme se eu continuasse buscando palavras para relacionar o que ns, negros, estamos buscando ao longo dos anos para reafirmar nossa negritude. Ainda somos vistos com os olhos da desconfiana e nossa capacidade de trabalho timidamente colocada prova. O tempo no entanto, como sempre disse no para lamentaes. Temos mais que acreditar que podemos mudar e enfrentar desafios. Nada de ficar com um olho no peixe e outro no gato. Fran Oliveira (Raa Brasil n 71.)

  • Discriminao: O que ? Quando algum ou um grupo julga uma pessoa no pelo que ela , mas por sua nacionalidade, cor, sexo, orientao sexual, isto discriminar. Trata-se de um hbito arraigado em todos os povos, aprendido pelas crianas ao copiarem as atitudes de seus pais, com consequncias medonhas na forma de guerras (tutsis contra hutus, srvios contra croatas) e opresso sistemtica de grandes parcelas da populao (negros pelos brancos, ndios pelos colonizadores, mulheres pelos homens, judeus pelos cristos, etc.). Apesar de ser muito difcil mudar opinies aprendidas na primeira infncia, no impossvel exercitar a tolerncia na forma de controle de aes discriminatrias. Nos Estados Unidos, por exemplo, muitas corporaes j probem comentrios e piadas sexistas (pressupondo que toda mulher burra ou prostituta ou inferior), racistas (contra negros, mulatos, ndios, latinos) e at mesmo contra pessoas com deficincias fsicas. (Gilberto Dimenstein.Aprendiz do futuro. So Paulo: tica, 1997. p. 58.)

  • A tcnica da impessoalizao da linguagem

    Vejamos algumas maneiras:

    a) Generalizar o sujeito, colocando-o no pluralO uso da primeira e da terceira pessoa do plural a estratgia recomendada quando se quer atenuar a subjetividade da primeira pessoa, sem adotar a neutralidade absoluta.

    Frases como: Procuramos demonstrar..., Os pesquisadores reconhecem..., Nossas concluses... So menos subjetivas que Procurei demonstrar Reconheo..., Minhas concluses...

  • b) Ocultar o agente A expresso preciso serve a esse propsito de neutralidade. Assim tambm expresses como: necessrio, urgente, imprescindvel, so utilizadas para ocultar o agente. Quem precisa? Quem necessita? Para quem urgente? Para quem imprescindvel? No podemos definir com clareza. Torna-se uma realidade geral, universal, neutra, objetiva.Ex.: preciso realmente usar o esporte e toda a sua potencialidade como instrumento da interveno do Estado para o bem da sociedade. (GRAEL, Lars. Folha de S. Paulo, 2004.)

  • c) Colocar um agente inanimado Consiste em colocar como agente um ser inanimado, um fenmeno, uma instituio ou uma organizao. Ex.: O Ministrio decidiu..., A diretoria ordenou..., O governo protelou...Nessas expresses, a responsabilidade em relao ao est diluda e no se pode identificar claramente de onde ou de quem emanou a iniciativa.

  • d) Uso gramatical do sujeito indeterminado Como a prpria nomenclatura indica, no se pode determinar com preciso quem realizou a ao quando usamos a estrutura de sujeito indeterminado. Ela muito til quando queremos inserir uma informao da qual no sabemos a procedncia exata. Ex.:Vive-se esperando o aumento de preos.Acreditava-se em uma diminuio dos impostos. Fala-se muito em renovao dos quadros funcionais.

  • e) O uso da voz passiva Enquanto na voz ativa temos um agente explcito, na voz passiva esse agente pode estar oculto. Assim, usar a passiva sem esclarecer seu agente um recurso gramatical para impessoalizar a informao. Veja o exemplo: Novas descobertas foram realizadas em centros de estudo e laboratrios ao redor do mundo. Est sendo revelado ao mundo que o crebro um rgo mais fascinante, complexo e poderoso do que antes se imaginava.

  • Exerccios para a prtica das maneiras de se impessoalizar a linguagem no material entregue em 12/06/2012.

  • Atividades01 - Uma das formas de impessoalizar a linguagem indeterminar o sujeito. Para isso, existem duas possibilidades: suprime-se o sujeito e coloca-se o verbo na 3 pessoa do plural; emprega-se verbo intransitivo ou transitivo indireto ou de ligao + pronome se. Exemplo: O presidente da associao j redigiu o requerimento.J redigiram o requerimento. (3a pessoa do plural)

  • Precisamos de pessoas idealistas.

    Precisa-se de pessoas idealistas. (VTI + se) Impessoalize os enunciados que seguem utilizando um desses procedimentos ou, se possvel, os dois. a) As pessoas carentes nunca precisaram tanto de ajuda como agora. b) Naqueles tempos, aos domingos os moradores iam tomar banho no rio. c)Como as crianas eram felizes naquela casa! d) A professora perguntou de voc na escola.

  • Exerccio 4 O texto a seguir, de Rosely Sayo, foi publicado no jornal Folha de S. Paulo alguns meses antes da Olimpada de Pequim de 2008. O texto apresenta marcas de pessoalidade. Identifique os trechos em que se notam essas marcas e re-escreva-os, empregando a tcnica de impessoalizao da linguagem. De olho no pdio Os Jogos Olmpicos se aproximam e, por meio da imprensa, j temos notcias de atletas em fase final de preparao para alcanar medalhas, subir no pdio, quebrar recordes. Isso me fez lembrar que sempre que assisto a alguma competiao esportiva, reconheo que esse o lugar legtimo e adequado da competio.

  • Ao considerar nosso modo de vida atual, fao uma analogia: transformamos a vida em uma olimpada permanente. A competio transps a fronteira do ramo esportivo e se instalou no nosso cotidiano. No toa que muitos esportistas ou treinadores bem-sucedidos so chamados para dar palestras em empresas. Afinal, eles so os maiores especialistas em competio, no ? Do mesmo modo, os atletas que triunfam so escolhidos para ser garotos-propaganda de muitas empresas, das quais poucas produzem artigos ligados ao ramo esportivo. Use nosso produto e voc ser um vencedor! a mensagem.

  • Hoje, exigem-se um preparo tcnico acurado e um treinamento contnuo, tanto na vida profissional quanto na pessoal. E no se trata apenas de conhecer e estudar seu ramo de atividade ou de se cuidar, e sim de se empenhar em estratgias que permitam, ou pelo menos prometam, sair na frente e chegar em primeiro lugar ou, pelo menos, entre os primeiros. Competimos contra tudo e todos. Contra o tempo e ainda acreditamos ser possvel ganhar dele. Contra nossa constituio fsica, contra nossos pares, contra nossa vida coletiva, contra qualquer outro que se coloque nossa frente em qualquer situao. Iniciamos nossos filhos precocemente nessa competiao acirrada e acreditamos que tal iniciativa absolutamente necessria para a sua sobrevivncia no futuro. No valorizamos mais a aprendizagem do jogo que a vida desde a largada, e sim seu resultado, que s pode ser um: ganhar. (Folha de S. Paulo, 25/4/2008.)