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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Engenharia Agronômica Camila de Menezes Watanabe Edvana Thaís da Silva Gabriela Gaspar Marthos Jean Quintino da Silva Souza AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DA SOJA CONSORCIADA COM Brachiaria brizantha cv. MARANDU Sítio Nove Irmãos - Agrovila Central Promissão São Paulo LINS - SP 2018

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DA … · segunda família. Obrigado tia Maria Silva e Nilson Pinto por me abrigarem nesses cinco anos de minha vida. Se não fosse

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Page 1: AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DA … · segunda família. Obrigado tia Maria Silva e Nilson Pinto por me abrigarem nesses cinco anos de minha vida. Se não fosse

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Engenharia Agronômica

Camila de Menezes Watanabe

Edvana Thaís da Silva

Gabriela Gaspar Marthos

Jean Quintino da Silva Souza

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E

PRODUTIVIDADE DA SOJA CONSORCIADA COM

Brachiaria brizantha cv. MARANDU

Sítio Nove Irmãos - Agrovila Central

Promissão – São Paulo

LINS - SP

2018

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CAMILA DE MENEZES WATANABE

EDVANA THAÍS DA SILVA

GABRIELA GASPAR MARTHOS

JEAN QUINTINO DA SILVA SOUZA

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DA SOJA

CONSORCIADA COM Brachiaria brizantha cv. MARANDU

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Engenharia Agronômica, sob a orientação do Prof. Dr. Carlos Suguitani.

LINS - SP

2018

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CAMILA DE MENEZES WATANABE

EDVANA THAÍS DA SILVA

GABRIELA GASPAR MARTHOS

JEAN QUINTINO DA SILVA SOUZA

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DA SOJA

CONSORCIADA COM Brachiaria brizantha cv. MARANDU

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agronômica.

Aprovado em:

Banca Examinadora:

Professor Orientador: Carlos Suguitani.

Titulação: Doutor em Fitotecnia, pela Universidade de São Paulo

(ESALQ/USP).

Assinatura:_________________________________

1º Prof.ª: Mª. Elizete Peixoto de Lima.

Titulação: Mestre em Saúde Coletiva, pela Universidade do Sagrado Coração

(USC).

Assinatura:_________________________________

2º Prof.°: João Arthur Izzo

Titulação: Mestre em Comunicação, pela Universidade Paulista (UNIP).

Assinatura:_________________________________

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“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis.” – José de Alencar

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AGRADECIMENTOS

Não poderia deixar de agradecer à todos que fizeram parte dessa etapa

de minha vida para que fosse concluída com muito êxito.

Primeiramente agradeço aos meus pais, Roberto Hideyuki Watanabe e

Maria Alice de Menezes Watanabe, pelo amor e o cuidado diário de vocês, que

sempre se empenharam e se sacrificaram por me dar o suporte necessário, e

por guiarem meu caminho tornando-me um ser humano de princípios e caráter.

Agradeço aos amigos de sala que passaram seus 5 anos de curso junto

à mim, em especial aos acadêmicos Edvana Thaís e Jean Quintino por

estarmos sempre juntos, ajudando um ao outro e dando o apoio e força

necessária nas horas difíceis, sou imensamente grata por estarem comigo

nesta jornada.

A minha queridíssima amiga de trabalho Caciana Braganholo que soube

pronunciar palavras certas nos momentos certos, nunca me deixando

desanimar, me incentivando a dar o melhor que podia nas mais diversas

situações. Mulher que me inspirou através de seus conselhos e puxões de

orelhas a superar todas as dificuldades. Deixo aqui uma promessa de gratidão

eterna.

Agradeço, também, ao Unisalesiano que me deu o incentivo e os meios

necessários para correr atrás do meu sonho. Ao corpo docente que me deu o

maior bem do mundo: o conhecimento.

Ao estimado coordenador do curso e orientador Carlos Suguitani, pela

paciência e dedicação, disponibilizando o pouco do seu tempo à solucionar

nossos problemas durante o trabalho, nos levando ao desenvolvimento de

muitas ideias.

A todos que contribuíram direta e indiretamente para esta conquista.

Meu muito obrigado!

Camila de Menezes Watanabe

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pelo plano da Criação. Se estou aqui é

por Obra de Sua Mão. Pela sabedoria, por tua proteção, por seu amor

incondicional por mim.

Agradeço a minha família, que é meu ponto de saída e ponto de

chegada. Minha base, meu porto seguro. Na pessoa da minha mãe Maria, do

meu pai Vilson e do meu irmão Juninho. Apesar de nossas diferenças,

agradeço porque eu tenho uma família, formada pela vontade de Deus.

Agradeço aos meus amigos Camila e Jean, amigos com “A” maiúsculo.

“A” de amizade, de amor, de afeto, de animação, acolhedores, “A” de

Agrônomos. Enfim, amigos presentes em todas as horas. Amigos que

verdadeiramente me aceitaram e me acolheram do jeito que eu sou sem impor

condições. Amigos que marcaram minha vida e que sempre vão estar em meu

coração seja perto ou longe. Que Deus abençoe a cada passo de suas

caminhadas e os cumule de sabedoria em todas as decisões de suas vidas.

Agradeço aos nossos Mestres Educadores, que se empenharam em nos

encaminhar e nos preparar para uma vida profissional. Professores e

professoras que com respeito e paciência nos aturaram nesses longos anos de

formação profissional. Pedimos desculpas pelas vezes que não fomos

compreensivos quanto á uma correção ou outras situações quaisquer. Que

Deus dê cada vez mais sabedoria e os fortaleça ainda mais nessa profissão

abençoada e que os recompense em dobro por tudo de bom que nos

ensinaram. Muito obrigada.

“Melhor do que mil dias de estudo aplicado, é um dia com um grande professor.” (Provébio Japonês)

Edvana Thaís da Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado força para passar por

tudo e concluir essa etapa tão desejada.

Agradeço aos meus pais Paulo Sérgio Marthos e Sirlene Gaspar de

Arruda, por terem depositado total apoio para minha formação, por todas as

orações que fizeram e terem passado pelas dificuldades ao meu lado, mas

nunca me deixando desanimar, e hoje, sendo motivo de orgulho, estou

retribuindo tudo que fizeram por mim.

Quero agradecer também as minhas irmãs Rafaela e Camila, meus

familiares, meus amigos Isabella, Bruno, Milena, Jaqueline e Julio, aos meus

companheiros desse trabalho, os Professores Carlos Suguitani e Clélia

Mardegan, ao corpo docente do curso, e aos demais que me ajudaram de

forma direta ou indireta, pois se cheguei até aqui cada um de vocês teve

contribuição.

Gabriela Gaspar Marthos

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AGRADECIMENTOS

Aos meus amados pais, Elsa e Natalino, que me repreenderam quando

necessário, me incentivaram a prosseguir e não mediram esforços para que eu

concluísse essa etapa em minha vida. Aos meus irmãos e família, sempre

carinhosos e atenciosos, auxiliando-me nas mais diversas situações que

precisei.

Sou grato por todos os amigos que fiz nesse período, mas nada supera

o amor que levarei sempre em meu coração pelas minhas amigas Edvana

Thaís, Camila Watanabe e Gabriela Marthos. Muito obrigado pelo apoio,

carinho e dedicação.

Agradeço a todos meus professores, mestres com louvor, que com

paciência me encaminharam ao rumo certo de minha carreira profissional e até

mesmo pessoal. Em especial, ao professor orientador Carlos Suguitani, que me

ditou os nortes para a realização deste trabalho.

Obrigado, também, a toda equipe da Unisalesiano, docentes, direção,

administração, enfim, todos os funcionários que nos proporcionaram um

ambiente caloroso, amigável e cheio de oportunidades.

Neste momento quero fazer um agradecimento especial para a minha

segunda família. Obrigado tia Maria Silva e Nilson Pinto por me abrigarem

nesses cinco anos de minha vida. Se não fosse por vocês, meu sonho, talvez,

não tivesse se concretizado. Por todo esse tempo, foram os pilares que me

mantiveram em pé, me dando apoio, não deixando que o desânimo me

vencesse. Não permitindo que meus caminhos se desviassem do propósito.

Foram meus pais, meus amigos e meus irmãos em toda minha caminhada,

acalentando-me quando a tristeza da saudade batia firme em meu peito e me

fazia chorar, tendo vontade de regressar ao meu lar em Mato Grosso. Obrigado

pelo incentivo, força, carinho, amor, resignação e dedicação para comigo. O

que seria de mim sem vocês? Obrigado Thiago, Diego, Meireellen, Dayara,

Thayla, Adriano, vocês fizeram por mim mais do que poderiam, mais do que,

talvez, meus próprios irmãos fariam.

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Enfim, só tenho a agradecer a Deus, porque me fez um Ser abençoado

e amado, colocando em minha jornada pessoas maravilhosas, cheias de luz, a

quem jamais deixarei de agradecer, amar e orar por elas.

Jean Quintino da Silva Souza

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RESUMO

O cultivo da soja vem crescendo cada vez mais no mundo, este grão é muito procurado por indústrias de processamento tanto para o consumo humano e fabricação de ração animal quanto para atender a demanda crescente de biocombustível. A soja é muito cultivada em sistema de plantio direto sobre a palha no Brasil todo, mas a baixa quantidade de palhada deixada pela cultura é um dos problemas para esse tipo de cultivo. Uma das alternativas seria consorciá-la com uma gramínea. Essa opção já vem sendo pesquisada em outras culturas, como o milho, que vem obtendo bons resultados. Mas no caso da soja são pouquíssimos os trabalhos nessa área, em função disso esse experimento teve como objetivo foi avaliar o desenvolvimento e produção da soja consorciada com a forrageira Brachiaria brizantha cv. Marandu. O experimento foi realizado no Sitio “Nove Irmãos”, Município de Promissão/SP. O delineamento do experimento foi de blocos casualizados com 4 tratamentos e 4 repetições, cada parcela do experimento era composta por 7 linhas de 5 metros cada. Os tratamentos utilizados foram: soja sem braquiária; soja consorciada com capim na linha; soja consorciada com capim na linha controlado com herbicida e soja consorciado com capim na entrelinha da oleaginosa. Os tratamentos foram avaliados pelo teste Scott Knott a 5%. Os tratamentos consorciados apresentaram melhor desenvolvimento quando comparada com a soja sem a forrageira, sendo que o tratamento consorciado com aplicação de herbicida obteve melhores resultados de altura de plantas, peso das vagens e peso de mil sementes. Em relação ao número de vagens e produtividade, os maiores valores foram obtidos nos tratamentos com capim na linha. Palavras-chave: Integração lavoura pecuária. Consórcio. Plantio direto.

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ABSTRACT

The soybean cultivation is rising in the world. This grain is highly demanded by process industries for human consumption and as raw material for animal feed, as well as to meet the demand for biofuel. Today, soybean is largely cultivated in no-till system – tillage with straw – throughout Brazil, however, the low quantity of straw left at the soil surface is one of the problems with regards to this type of farming. An alternative would be intercrop it with a forage grass. This option has already been researched in other types of agriculture, like the maize, which is achieving good results. However, there are very few studies about the soybean, and, based on this, the aim of this experiment was to evaluate the development and cultivation of the soybean intercropped with the forage plant Brachiariabrizantha cv. Marandu. The experiment was performed in a little farm called “Sítio Nove Irmãos”, located in the city of Promissão/SP. The experimental design was done using randomized blocks with 4 treatments and 4 replications. Each part of the experiment was composed of 7 lines measuring 5 meters each one. The treatments used were as follows: soybean without brachiaria; soybean intercropped with grass in the same field; soybean intercropped with grass in the same field controlled by herbicide application, and, soybean intercropped with grass in the interfield. The treatments were evaluated by the Scott Knott test at 5%. The intercropped treatments presented a better development when compared to the soybean without the forage grass; on the other hand, the intercropped treatment with herbicide application presented better results in the height of the plants, in the weight of the pods and in the thousand-Kernel weight. Concerning to the number of pods and to the productivity, the highest values were obtained in the treatment with grass in the same field.

Keywords: Integration of livestock farming. Consortium. Direct planting.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Dados mensais de precipitação pluvial do local do experimento

durante a condução do mesmo. ........................................................................ 25

Figura 2. Valores médios da altura das plantas (cm) da cultura da soja

consorciada e não consorciada com Brachiaria Brizantha cv. Marandu. .......... 29

Figura 3. Valores médios de número de galhos por planta na cultura da soja

nos diferentes tratamentos avaliados. .............................................................. 30

Figura 4. Número de vagens por planta e peso médio da vagem da soja

consorciada e não consorciada com Brachiaria Brizantha cv. Marandu. .......... 31

Figura 5. Valores médios de PMS por parcela da cultura da soja consorciada

com Brachiaria Brizantha cv. Marandu. ............................................................ 32

Figura 6. Produtividade da cultura da soja consorciada e não consorciada com

Brachiaria Brizantha cv. Marandu. .................................................................... 33

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Produção de soja no mundo, dos EUA, Brasil e dos maiores estados

produtores na safra 2016/2017. ........................................................................ 20

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

% Porcentagem

t Toneladas

MS/ ha Massa seca por hectare

M Metros

Kg Quilogramas

CONAB Companhia Nacional de Abastecimento

USDA Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

ILP Integração Lavoura Pecuária

G Gramas

Cm Centímetros

VC Valor Cultural

PMS Peso de Mil Sementes

B. brizantha Brachiaria brizantha

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 15

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 17

1.1 Soja...................................................................................................... 17

1.2 Mercado da Soja no Brasil e no Mundo ............................................... 18

1.3 Biomassa ............................................................................................. 20

1.4 Brachiaria brizanta cv. Marandu .......................................................... 20

1.5 Cultivo Consorciado ............................................................................. 21

1.6 Consórcio Soja x Brachiaria ................................................................. 23

2 MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 25

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 28

4 CONCLUSÕES .......................................................................................... 34

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 35

APÊNDICES ..................................................................................................... 39

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INTRODUÇÃO

A cultura da soja, originária da Ásia, chegou ao Brasil no ano de 1882 no

estado da Bahia por Gustavo Dutra. Devido ao clima quente, não se obteve

grandes produções nesse estado. Após este fracasso a soja foi levada para a

região de São Paulo, por imigrantes japoneses, que utilizaram variedades

adaptadas ao ambiente, obtendo sucesso na produção. Logo após, no ano de

1914, a soja foi introduzida no estado do Rio Grande do Sul, tendo

produtividade maior do que o esperado pelos agricultores locais. A partir

desses resultados, a cultura passou a ser plantada em outros solos brasileiros

fazendo com o que o país ganhasse destaque na produção mundial de soja.

As áreas de cultivo do grão vêm crescendo no mundo, isso está

associado aos avanços das pesquisas e o uso de novas tecnologias no setor,

que faz com que a cultura torne mais produtiva e competitiva a cada ano. Hoje

a soja está adaptada a várias regiões e climas, obtendo altas produtividades

nas mais diferentes localidades em que é plantada.

Em 1940 foi criado o programa de melhoramento genético da soja no

Brasil, que possibilitou o crescimento para as regiões de baixa latitude,

desenvolvendo cultivares resistentes a insetos, herbicidas e doenças, e

algumas variedades que atrasam o florescimento da cultura naquela região,

mesmo em condições de fotoperíodo favorável.

Os líderes mundiais na produção do grão são: os Estados Unidos, Brasil,

Argentina, China, Índia e Paraguai. Sendo o Brasil o maior exportador mundial

de soja. Na safra 2016/2017 produziu 227,9 milhões de toneladas tendo um

acréscimo de 22,1%, com um aumento de 41,3 milhões de tonelada a mais que

a safra do ano anterior de 2015/2016.

A soja é muito usada na agroindústria para produção de óleo vegetal,

ração para animais e alimentos humanos. Recentemente vem ganhando

importância como matéria prima para biocombustível.

No sistema de plantio direto, em função da quantidade pequena de

palhada que é deixada pela soja, se faz necessário o uso de gramíneas no

sistema, para aumentar a matéria seca sobre o solo. Nos plantios comerciais,

atualmente, utiliza-se o milho.

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Outra modalidade que tem sido utilizada nos últimos anos é a de

culturas consorciadas. Tal categoria é caracterizada pela otimização de espaço

com o cultivo de duas ou mais espécies em uma mesma área e ao mesmo

tempo. Normalmente utilizam-se culturas com características diferentes quanto

a hábitos de crescimento, fisiologia, morfologia e estrutura vegetal.

Atualmente, tem se buscado novas alternativas que possam melhorar a

condição no plantio direto. Para isso, nos últimos anos, estudos com uso de

forrageira junto com a soja foram aplicados para melhorar a quantidade de

palha deixada no final da colheita do grão, sem que exista prejuízo na

produtividade. Para a soja o consórcio com a gramínea traz pontos positivos,

tais como: alta produção de biomassa, controle de altas temperaturas, melhor

absorção e retenção de água e nutrientes por guardar restos culturais no solo.

Mas um dos problemas apresentados é a possível perda de produtividade em

função da competição que ocorre entre as espécies. Ao contrário do que

acontece com o consórcio milho-forrageira, em que a forrageira tem seu

desenvolvimento reduzido pelo rápido crescimento e altura do milho, na soja,

em função do seu porte baixo, ocorre maior competição por luz, água e

nutrientes.

Dessa forma, para que seja possível entender melhor o desempenho da

soja nessas condições e pelo fato de existir poucos estudos sobre o assunto, o

presente trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos no desenvolvimento e

produtividade da soja quando plantada em consorciação com a forrageira.

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1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 Soja

Originária da China Antiga, a soja já era um importante produto agrícola

há 5.000 anos atrás, constituído na base alimentar do povo Chinês, sendo

considerado um dos cinco grãos sagrados essenciais a estabilidade desta

civilização, já demonstrava ser um produto de grande importância ao consumo

daqueles tempos.

A evolução da oleaginosa começou com o aparecimento de plantas

originadas de cruzamentos naturais entre duas espécies de soja selvagem.

Nesta época plantas rasteiras eram muito importantes na dieta alimentar da

civilização chinesa.

Foi somente no século XX que a cultura da soja começou a despertar o

interesse das indústrias mundiais e se tornar esta oleaginosa tão procurada no

mundo de hoje. Tentou-se, primeiramente, plantar a cultura da soja nas regiões

da Rússia, Inglaterra e Alemanha, por razões climáticas, porém, não houve

sucesso, por ser constantemente frio. Posteriormente foi cultivada no sudeste

dos Estados Unidos, como foi bem adaptada passou então a ser desenvolvida

uma cultura comercial para a oleaginosa. Os produtores deste país

introduziram o cultivo como forrageiras e somente depois da década de 1940, a

produção de grão passou a ser prioritária.

Esta oleaginosa é a base de muitos produtos fabricados, e diversos

outros como: alimentação animal feito da ração da soja, adubos, formulador de

espumas, fabricação de fibras.

Segundo Dubke (2006) a oleaginosa só começou a ter uma grande

produção no final da década de 1960. Neste período o agronegócio brasileiro

estava voltado para a produção de trigo. A soja entrou como uma alternativa à

safrinha de verão ao cultivo do trigo, que é realizado durante o inverno. O

aumento da produção de suínos, aves e gado gerou uma demanda maior por

farelo de soja na dieta dos animais.

Na década de 1970, o desenvolvimento da planta ainda estava

localizada na região sul do Brasil. Nesse período, São Paulo, Rio Grande do

Sul e Paraná eram os principais estados responsáveis pela produção de soja

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no Brasil. A expansão da fronteira agrícola ainda era incerta, não se sabia se

os solos eram propícios para a produção da oleaginosa, além de falta de

infraestrutura.

Dubke (2006) fala ainda que em meados de 1970 o país começava a

investir em tecnologia para a adaptação da cultura nas diferentes condições

climáticas do país. O motivador para esse investimento foi a explosão dos

preços da soja no mercado mundial. Hoje, a soja está adaptada a várias

regiões e climas diferentes, obtendo altas produtividades nas diferentes

localidades em que é plantada. Expandiu-se por todo território brasileiro,

estabelecendo uma nova fronteira agrícola localizada na junção dos estados de

Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, conhecido como “Mapitoba”.

A utilização de variedades transgênicas também resultou em maiores

produtividades, resistências da cultura a doenças e insetos, como forma de

aumentar a produção e qualidade das unidades de plantas. (PAULA E

FAVERET, 2005).

1.2 Mercado da Soja no Brasil e no Mundo

A soja é a principal oleaginosa cultivada e consumida do mundo, tendo

grande importância para a economia brasileira e mundial, devido ao fato de ser

muito utilizada para consumo animal, humano e também industrial como:

ração, óleo vegetal, leite de soja, em indústrias de tintas, biodiesel, cosméticos

e produtos farmacêuticos.

Da produção de soja em grão, são destinados 15% para a extração do

óleo e também para fabricação de temperos, margarinas, maioneses e gordura

vegetal.

Já o farelo da soja é destinado à fabricação de ração animal juntamente

com o milho. Após o processamento industrial dos grãos, obtém-se 80% de

farelo.

Em relação ao biodiesel, a soja é responsável por mais de 80% da

produção no país. É um produto renovável que contribui para reduzir a emissão

de gases poluentes no meio ambiente.

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A cadeia produtiva é muito voltada para a exportação do produto bruto, e

também para a indústria esmagadora que processa a soja em óleo e após isso

faz farelo e ração para animais.

O Brasil é o segundo maior produtor desta cultura no mundo, ficando

apenas atrás dos Estados Unidos. Uma das vantagens do Brasil em relação

aos demais países produtores da oleaginosa deve-se ao fato do escoamento

da safra no Brasil ocorrer na entressafra americana, que faz com que os preços

atinjam as maiores cotações.

A região sul foi responsável até 1970 por ser a maior produtora do país,

sobretudo no Rio Grande do Sul e Paraná. Ainda hoje existem grandes

produtores de soja naquelas regiões. Porém, atualmente, o Mato Grosso

aparece como o principal estado produtor da soja. No Brasil, exportações do

agronegócio são constituídas principalmente de produtos da soja (grão, farelo e

óleo), tendo como consumidor principal o mercado chinês. A diferença é

extremamente significativa em comparação com outros países que compram a

mercadoria do nosso país.

A China consumiu, em 2017, quase 11 milhões de toneladas de soja

brasileira, enquanto o segundo maior comprador, a Holanda, adquiriu 890 mil

toneladas. Essas quantidades também revelam um grande impacto econômico

no país, já que refletem em uma quantia de 4,3 bilhões de dólares.

Na tabela 1 mostra os EUA como os maiores produtores de soja do

mundo, na safra 2016/2017 eles plantaram cerca de 33.482 milhões de

hectares de soja, tendo uma produtividade de 117.208 toneladas de soja. O

Brasil é o segundo maior produtor de soja, tem relatos que até no ano de 2.020

será o maior produtor de oleaginosa do mundo. Na safra de 2016/2017 o Brasil

plantou em média de 33.890 milhões de hectares tendo produtividade média

em 113.923 toneladas de soja. A região que mais se cultiva a soja é o estado

do Mato Grosso com pouco mais de 9.323 milhões de hectares, com colheita

de cerca de 55 sacas de soja por hectare, o estado do Paraná vem logo em

seguida com cultivo de 5.250 milhões de hectares com colheita de 62 sacos

por hectare, já o Rio Grande do Sul que foi a pioneira desta cultura tão

importante para o mundo não se destacou nessa mesma safra, cultivando

5.570 milhões de hectares de soja, colhendo 56 sacas de soja por hectare.

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Tabela 1. Produção de soja no mundo, dos EUA, Brasil e dos maiores estados produtores na safra 2016/2017.

Soja EUA Brasil Mato Grosso

Paraná Rio Grande do Sul

Produção/ton 117.208 mi 113.923 mi 30.514 mi 19.534 mi 18.714 mi

Área Plantada 33.482 mi 33.890 mi 9.323 mi 5.250 mi 5.570 mi

Produtividade kg/ha

3.501 3.362 3.373 3.720 3.360

Fonte USDA CONAB CONAB CONAB CONAB

Fonte CONAB, 2017.

1.3 Biomassa

A soja é considerada uma das principais leguminosas da agricultura

devido ao seu potencial produtivo e sua versatilidade na alimentação humana e

animal (NUNES, 2011).

Estima-se que para cada hectare de soja se produz de 3 a 4 toneladas

de biomassa (NOGUEIRA, 2000). Na safra 2009/2010 foram produzidas no

Brasil 68,7 milhões de toneladas de soja (CONAB, 2012). Para cada tonelada

produzida são geradas, aproximadamente, 2,5 toneladas de palha de soja

(15% de umidade). A partir dessa relação estima-se a produção de 171,75

milhões de toneladas de palha por ano.

O milho, apesar de menor área de cultivo, comparado com a soja,

apresenta alta produtividade de biomassa com estimativa de 9 a 10 toneladas

por hectare.

Conforme estudos, a Brachiaria brizantha cv. Marandu com um solo bem

drenado e de boa fertilidade consegue produzir de 8 a 20 toneladas de

biomassa por hectare (ALVES, 2016).

1.4 Brachiaria brizanta cv. Marandu

A B. brizanta cv. Marandu é originária da África, ciclo perene, tem boa

adaptação climática, é tolerante ao sombreamento, tem grande valor nutricional

e grande produção de massa verde que varia entre 8 e 15 t de MS/ha (SANO

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et al., 1999). Atinge altura de 1,5 a 2,0 m e é resistente a cigarrinha das

pastagens, uma praga que gera grandes prejuízos à cultura.

Atualmente, nos cerrados existem 50 milhões de hectares de pastagem.

O crescimento no cultivo mostra o resultado das inúmeras vantagens em

relação às outras cultivares de gramíneas (SANO et al., 1999). Ela mostra

grande viabilidade no pastejo de bovinos e apresentam ótimos resultados de

desenvolvimento, alto ganho de peso vivo por hectare, quando comparados à

outros pastos, resultando em excelente rentabilidade aos pecuaristas (DIAS et

al., 2000).

A braquiária produz grande quantidade de biomassa, o que melhora a

estruturação do solo e ciclagem de nutrientes (MENEZES E LEANDRO, 2004).

Ao contrário disso, a soja produz pouca biomassa. Ao juntar essas duas

culturas num cultivo consorciado pode-se chegar a um resultado positivo,

gerando boa quantidade de biomassa sem perder a produtividade da soja.

1.5 Cultivo Consorciado

O cultivo consorciado é realizado com duas ou mais espécies cultivadas

simultaneamente na mesma área, compartilhando entre elas os recursos do

solo, como a água, luz e nutrientes presentes. Não é necessária a semeadura

simultânea das culturas, apenas que as mesmas estejam integradas a um

sistema de rotação de culturas (KOLMANS E VÁSQUEZ, 1999). Dentre seus

benefícios, Lithurgidis et al. (2011) argumentam efetividade na utilização de

recursos e rendimento, conservação do solo das ações climáticas, avanço na

fertilidade do solo, produção de biomassa, redução de plantas invasoras,

doenças e pragas. Ainda, segundo eles, os malefícios de um consórcio mal

conduzido sofrerá em efeitos alelopáticos, podendo haver prejuízo no

rendimento final, dificuldade na colheita, limitação de produção, impureza nos

grãos.

Segundo Vieira (1989), há quatro tipos de sistemas consorciados, sendo

eles:

• Cultivos mistos: plantio sincrônico de duas ou mais espécies no

mesmo espaço, sem dispor em fileiras diversas.

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• Cultivos intercalares: plantio sincrônico de duas ou mais espécies

no mesmo espaço, sendo que com uma ou mais culturas plantadas em fileiras.

• Cultivos em faixa: plantio sincrônico de duas ou mais espécies no

mesmo ambiente, porém em fileiras distintas. Assim usadas para obter o

manejo independentemente, mas bem afinas o suficiente para que não haja

interação entre elas.

• Cultivos de substituição: plantio de duas ou mais espécies no

mesmo ambiente, tendo um tempo de espera, sendo que uma é plantada

depois que a outra, já está na fase reprodutiva final ou que ainda não alcançou

o ponto de colheita.

No consórcio, a cultura principal se beneficia da forrageira, fornecendo o

acúmulo de matéria orgânica, traz melhoria na estrutura física, química e

biológica do solo, fixação de nitrogênio, produção de biomassa, favorece na

umidade do local e aumenta a biodiversidade com auxílio de seus resíduos

culturais, fazendo com que as plantas absorvam nutrientes de sua camada

subsuperficiais formado pela sua decomposição. A ciclagem de nutrientes

também é de extrema importância para um ambiente sustentável (CARVALHO

et al., 2010; MACIEL et al, 2003).

As forrageiras são espécies que podem ser cultivadas consorciadas com

enorme sucesso no sistema agrícola. Dentre as mais usadas para consórcio e

rotação de culturas com milho, milheto, sorgo e soja, o gênero Brachiaria se

destaca em relação às demais forrageiras (MACEDO, 2009).

Dentre os cultivos consorciados com forrageiras o mais conhecido é o da

cultura do milho com a braquiária, sendo esse sistema conhecido como

Integração Lavoura Pecuária (ILP), pela possibilidade de utilizar a forrageira

para pastejo de animais após a colheita do milho. Ou seja, nesse sistema a

forragem cultivada pode tanto servir para alimentação animal e ou para

formação de palhada no sistema de plantio direto. (NASCENTE E CRUSCIOL

2012).

Essa cultura vem sendo escolhida dentro do ILP devido à facilidade de

cultivo e sua boa adaptação quando se plantado em consórcio com forragens

(SILVA et al., 2004). O ILP é uma excelente alternativa para reforma e ou

implantação de pastagens. Os grandes benefícios que a braquiária proporciona

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estão ligados ao sistema radicular profundo, que são a melhor absorção de

água e ciclagem de nutrientes do solo.

O sistema lavoura-pecuária promove a diversificação, rotação,

consorciação ou a continuidade de atividades agrícolas e pecuária, dando

proveito para que o solo seja usado durante todo ano ou na maior parte dele,

colaborando com o aumento de grãos, carne, leite e afins. (ALVARENGA et al.,

2007). Além disso, a integração lavoura-pecuária diversifica a atividade e

produção rural dando maior estabilidade a propriedade, diminuindo o custo

para o produtor, otimizando o uso de maquinários, reduzindo problemas com

pragas, doenças e plantas daninhas em função da rotação ou consorciação de

culturas, e consegue maior eficácia na utilização de corretivos e fertilizantes.

Aidar e Kluthcousski (2003) observaram que a competição

interespecífica não reduziu a produtividade dos grãos do milho em consórcio

com a braquiária. Averiguaram também que a partir da senescência do milho, o

desenvolvimento da forrageira torna-se rápido, sendo capaz de atingir até

2.000 kg.ha-1 de matéria seca.

Borghi et al. (2007), analisaram os dados produtivos da B. brizantha cv.

Marandu durante o período do consórcio com o milho e após a colheita de

grãos em sistema de plantio direto, concluiu que a forrageira minimizou sua

produção de colmos, folhas e bainha, entretanto após a colheita dos grãos,

mostrou-se um aumento significativo em sua rebrota, privilegiando a produção

de folhas em comparação à massa seca total.

1.6 Consórcio Soja x Brachiaria

A partir das experiências de sucesso que muitos produtores e

pesquisadores conseguiram no consórcio entre milho e forrageira, muitas

outras culturas passaram a ser estudadas nesse sistema. Recentemente,

alguns estudos começaram a ser realizados adaptando a técnica utilizada no

milho para uso na soja. Ao contrário do que acontece no milho a ideia principal

do consórcio soja braquiária não seria o pastejo posterior à colheita, o que

também seria possível, mas sim o aumento da biomassa da soja, já que essa

cultura não é uma boa produtora de matéria seca e já a forrageira traz em

quantidade superior que beneficia na palhada que ficará ao solo, melhorando

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assim, de sobremaneira, o sistema de plantio direto atual, no qual o milho é

responsável por prover a palhada para equilíbrio do sistema (MACHADO,

2010).

O sucesso do consórcio não é tão claro e simples quanto a do milho,

pois a soja não tem rápido crescimento nem o porte do milho, isso faz com que

a cultura tenha problemas com competição de luz, água e nutrientes com a

forrageira consorciada.

Silva et al. (2006) cita que para possibilitar o consórcio entre a cultura da

soja e a B. brizanta cv. Marandu é indispensável o manuseamento da

forrageira, reduzindo a competição com a cultura, consentindo uma boa

produtividade da soja e de biomassa. A produção de grãos é a finalidade

principal na cultura de soja e é imprescindível o conhecimento de fatores que

possam interferir nesse consórcio, como por taxa de semeadura, fotoperíodo,

evapotranspiração, taxa de crescimento, fotossíntese, dentre outros.

Kichel et al., 2000, citam em seu trabalho que a rotação da soja com a

Brachiaria em uma área de três anos de cultivo simultâneo das duas culturas

proporciona melhorias como a diminuição de plantas invasoras, redução no

ciclo de pragas e doenças da soja, (como nematoides, murcha e cancro-da-

haste) e o crescimento da produtividade.

Quanto ao controle de plantas daninhas, que é um fator de grande

importância para o desenvolvimento da soja devido à competição, o consórcio

com a forrageira vem mostrando pontos positivos, pois o capim em consórcio

vai dificultando o crescimento das plantas daninhas, dando então um impulso

para o crescimento da leguminosa que também traz a vantagem da umidade

que o capim gera, devido a menor perca por evapotranspiração, usando todos

os benefícios cedidos pela forrageira para maior produção de grão da

oleaginosa.

A partir dessas informações é possível entender a complexidade do

consórcio da soja com a braquiária e os benefícios que esse tipo de cultivo

pode trazer para a cultura e também para o sistema de plantio direto.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi instalado e conduzido no sítio “Nove Irmãos”, na

Agrovila Central, Município de Promissão/SP, cujas coordenadas são latitude

21º 25’ 3,65” S e longitude 49º 45’ 29,09” O.

O solo foi caracterizado como latossolo vermelho eutroférrico. E a

calagem e adubação do solo foram realizadas conforme análise química e

recomendação baseada no Boletim 100 (RAIJ, 1997).

No preparo da área experimental realizou-se uma subsolagem,

gradagem, e por fim aplicado 1.200kg/ha de calcário dolomítico e incorporado

com grade niveladora. Anteriormente essa área era ocupada por uma

pastagem degradada.

Na Figura 1 estão apresentados os dados de precipitação pluvial mensal

durante a condução do experimento, coletados na área mencionada.

Figura 1. Dados mensais de precipitação pluvial do local do experimento durante a condução do mesmo.

Fonte: Autores (2018).

No tratamento de sementes, foram inoculadas com Simbiose Nod líquido

e Turfoso que contém a bactéria Bradyrhizobium japonicum na dose de 4g por

kg de semente.

O delineamento experimental foi de blocos casualizados, com 4

tratamentos e 4 repetições, cada parcela foi composta por 7 linhas de 5 metros

0

50

100

150

200

250

300

Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março

Pre

cip

itaç

ão (

mm

)

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cada. Os tratamentos utilizados foram: Testemunha (soja não consorciada),

soja consorciada com braquiária na mesma linha, soja consorciada com

braquiária na entre linha e soja consorciada com braquiária na linha e

controlada com herbicida na fase final.

O ensaio foi instalado no dia 04/11/2017, sendo o plantio da soja feito

mecanicamente, utilizando-se uma semeadora de precisão de 7 linhas com

espaçamento entrelinhas de 50 cm, com população de plantio de 15 sementes

por metro. Após a germinação, a população estabilizou em 12 plantas por

metro. A variedade utilizada no experimento foi NS 7300 IPRO da empresa

Nidera que tem como característica seu ciclo médio, com maturação de 128 a

138 dias, excelente combinação de peso de grãos, número de vagens e

arquitetura das plantas. É de ampla adaptação geográfica e sua época de

plantio é de setembro a novembro.

Para o plantio da braquiária na linha da soja, a semente da forrageira foi

depositada na mesma caixa da semente de soja. No tratamento com a

forrageira na entrelinha a braquiária foi plantada após cinco dias do plantio da

soja. E no tratamento braquiária na linha da soja controlada com herbicida, foi

feito o mesmo procedimento do tratamento com a aplicação do herbicida para

travar o metabolismo da forrageira, não matando o capim, mas sim,

controlando para não deixar que a mesma entre em competição com a cultura

soja por nutrientes e água.

O capim utilizado foi Brachiaria brizantha cv. Marandu, com pureza de

60% e germinação do capim a 60%, resultando em um valor cultural (VC) de

36%.

A germinação da soja começou no dia 08/11/2017, quatro dias após seu

plantio. Com cinco dias de germinação foi feito 50% de aplicação de cloreto de

potássio (KCL), onde o grão necessita de potássio para que tenha um sistema

radicular perfeito. E com 25 dias de germinação da soja foi aplicado os 50%

restante do adubo KCl.

As avaliações realizadas no experimento foram:

Altura das plantas: com régua graduada em centímetros;

Número de galhos por planta: determinado em 7 plantas que

representassem a parcela;

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Número de vagens por planta: determinado em 7 plantas que

representassem a parcela;

Grãos/kg por parcela: pesagem do total de grãos das 7 plantas que foram

colhidas representando a parcela;

Massa de 1.000 grãos: Determinada pela contagem e pela média de

pesagem de quatro amostras de 1.000 grãos, em cada parcela.

As comparações entre as médias foram feitas utilizando o teste Scott Knott

a 5% de probabilidade, com o auxílio do programa SISVAR (FERREIRA, 2008).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A seguir serão apresentados os resultados das avaliações realizadas no

ensaio.

Altura de plantas

Na Figura 2 estão apresentados os resultados de altura de plantas

coletadas durante o experimento. Os tratamentos com soja na linha

apresentaram os maiores resultados, diferindo dos demais. A soja com

braquiária na linha e aplicação de herbicida atingiram os maiores valores

chegando aos 84 cm de média, já o tratamento com braquiária na linha sem

herbicida atingiu, na média, 82 cm. Os menores valores de altura foram

encontrados no tratamento em que a soja não estava consorciada. Quando a

planta está consorciada com outra ocorre mudanças fisiológicas, estruturais,

morfológicas e bioquímicas que incidem quando a cultura é submetida a

qualquer alteração no cultivo. Ou seja, nos tratamentos consorciados as

espécies estavam competindo pela radiação luminosa entre eles, essa situação

fez com que a soja crescesse mais para captar a radiação solar. A soja sem

consorciação apresentou os valores mais baixos, não ocorrendo esse

estiolamento por causa da competição por luminosidade. Resultados

semelhantes foram observados por Silva et al. (2004) ao realizar o cultivo

consorciado da soja com braquiária implantada simultaneamente na entrelinha

da cultura.

Melges et al. (1989) também encontraram resultados semelhantes. Os

autores verificaram que a semeadura da forrageira na cultura da soja causou

incremento na altura nas plantas, devido ao maior alongamento dos entrenós e

aumento da dominância apical da planta da soja.

Redfearn et al. (1999) observaram que, no consórcio entre soja e

braquiária, a leguminosa apresentou alto grau de plasticidade morfológica,

aparentemente em resposta ao aumento da competição por luz. Apresentou

hastes mais finas e entrenós mais longos, tendo alturas de plantas mais altas

em competição com a forrageira.

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Figura 2. Valores médios da altura das plantas (cm) da cultura da soja consorciada e não consorciada com Brachiaria Brizantha cv. Marandu.

Fonte: Autores (2018). Letras diferentes entre os tratamentos significam que os mesmos diferem pelo teste de Scott Knott a 5%.

Ramificação

Na figura 3 pode-se observar os valores de ramificação, ou seja, número

de galhos por planta. Os tratamentos da soja sem a braquiária e com a

braquiária na entrelinha foram as que apresentaram os maiores valores, não

diferindo significativamente entre si, mas diferindo dos demais. A soja não

consorciada apresentou um valor maior por aproveitar melhor o espaço e a

luminosidade, emitindo galhos com maior frequência. Nos tratamentos com a

braquiária na linha, situação de maior competição, as plantas de soja

estiolaram e não emitiram muitos galhos por priorizarem o crescimento vertical

para que pudessem competir por luz com a braquiária.

Crusciol et al. (2012) no estudo com cultivares de soja consorciadas com

forrageiras, não constatou aumento dos componentes na produção de grãos da

soja, vagens e galhos como nos consórcios em relação ao tratamento

testemunha.

O cultivo da soja precisa de água para seu desenvolvimento

principalmente na germinação. No ponto de vista fisiológico, a soja aumenta o

consumo de água na fase do canivete, onde vai precisar de maior quantidade

de água para produção das vagens, logo após a formação das vagens a soja

B

B

A A

50

55

60

65

70

75

80

85

90

Soja solteira Soja com capimna entrelinha

Soja com capimna linha

Soja com capimna linha

(herbicida)

Alt

ura

das

pla

nta

s (c

m)

67

75

82 84

Soja não consorciada

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começa o preenchimento de grãos, onde o consumo de água será maior que

as outras fases vegetativas da oleaginosa (SANTOS et al., 2013).

Figura 3. Valores médios de número de galhos por planta na cultura da soja nos diferentes tratamentos avaliados.

Fonte: Autores (2018). Letras diferentes entre os tratamentos significam que os mesmos diferem pelo teste de Scott Knott a 5%.

Número de vagens por planta e peso por vagem.

Em relação ao número de vagens, apesar dos tratamentos consorciados

terem apresentado valores maiores, não houve diferenças significativas entre

os tratamentos (Figura 4). Em relação às vagens, os consorciados também

apresentaram pesos maiores, mas sem diferirem estatisticamente com a soja

sem braquiária. A partir desses resultados existe uma tendência de aumento no

número de vagens e peso nos tratamentos consorciados com forrageira na

linha.

Segundo o pesquisador André Lourenção (2017), o número de vagens

por planta tem aumentado de 25,7 para 55, após o plantio da soja em cima do

capim dessecado.

Em altas densidades também terá maior altura de inserção das primeiras

vagens e maior tendência a estiolar cada vez mais que estiver em competição

com alguma forrageira.

A

A

B B

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

Soja solteira Soja com capimna entrelinha

Soja com capimna linha

Soja com capimna linha

(herbicida)

me

ro d

e g

alh

os

po

r p

lan

ta

4,4

3,7

2,7

3,1

Soja não consorciada

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Se a cultura da soja tiver densidades de plantas adequadas, o

rendimento do peso total de sementes pode ser dividido em três componentes:

o número total de vagens produzidas por planta, o número de sementes

produzidas por vagem e o peso por semente. Aumentos ou decréscimos de

rendimento podem ser justificados pelo aumento ou diminuição de um ou mais

desses três componentes.

Figura 4. Número de vagens por planta e peso médio da vagem da soja consorciada e não consorciada com Brachiaria Brizantha cv. Marandu.

Fonte: Autores (2018). Letras diferentes entre os tratamentos significam que os mesmos diferem pelo teste de Scott Knott a 5%.

Peso de mil sementes (PMS)

Verificou-se que apesar dos tratamentos com braquiária apresentarem

maiores valores de PMS, chegando a 190 gramas no tratamento com

braquiária na linha com e sem uso de herbicida, não houve diferenças

significativas entre os tratamentos avaliados para as características do peso de

mil sementes de soja (Figura 5).

Pariz (2009) em experimento com milho mostrou que o PMS foi

influenciado pelo consórcio com forrageira, devido a competição no período de

desenvolvimento obtendo 7.163 kg/ha de produtividade de grãos, sendo um

valor abaixo dos demais tratamentos.

67

79 82

76

0,35 0,37

0,44 0,49

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,70

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Soja sembraquiária

Soja combraquiária na

entrelinha

Soja combraquiária na

linha

Soja combraquiária na

linha e herbicida

Pes

o p

or

vage

m

mer

o d

e va

gen

s p

or

pla

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VAGENS POR PLANTA PESO POR VAGEM

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Segundo Jakelaitis et al. (2005), ao avaliar o consórcio de Brachiaria e

milho, não obteve resultados significativos no peso das sementes. O autor

Tsumanuma (2004), explica então que o ocorrido se dá pelas condições

favoráveis edafoclimáticas, que pode ter influenciado no crescimento do capim,

criando uma competição. No caso do consórcio com a soja essas condições

foram favoráveis para o desenvolvimento da leguminosa sem ser atrapalhado

pelo capim.

Figura 5. Valores médios de PMS por parcela da cultura da soja consorciada com Brachiaria Brizantha cv. Marandu.

Fonte: Autores (2018). Letras diferentes entre os tratamentos significam que os mesmos diferem pelo teste de Scott Knott a 5%.

Produtividade

Na Figura 6 estão apresentados os valores de produtividade da soja.

Houve diferença significativa nos tratamentos de soja com capim na linha e

soja com capim na linha com herbicida. Esses tratamentos obtiveram maior

produtividade dos grãos, assim, mostrando que o sistema em consórcio tem

um rendimento superior ao plantio não consorciado. Silva et al. (2006) ao

contrário desse trabalho, observaram diminuição na produtividade da soja

utilizando B. brizantha em consorciação. Já Veronese et al. (2012) averiguaram

que ao introduzir brachiarias ou milhetos em sistemas de consorciação

aumentaria a produtividade dos grãos de soja, pelo fato que a cultivar Marandu

seja menos competitiva que outras forrageiras, tendo sua germinação e

100

110

120

130

140

150

160

170

180

190

200

Soja solteira Soja com capim naentrelinha

Soja com capim nalinha

Soja com capim nalinha (herbicida)

Pe

so d

e M

il Se

me

nte

s

157

180

190

173 A

A A

A

Soja não consorciada

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crescimento tardio e porte baixo, beneficiando positivamente a cultura da soja.

(Silva et al. 2006)

Figura 6. Produtividade da cultura da soja consorciada e não consorciada com Brachiaria Brizantha cv. Marandu.

Fonte: Autores (2018). Letras diferentes entre os tratamentos significam que os mesmos diferem pelo teste de Scott Knott a 5%.

3.777

4.697

5.674 5.737

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

Soja sem braquiária Soja com braquiária naentrelinha

Soja com braquiária nalinha

Soja com braquiária nalinha e herbicida

Pro

du

tivi

dad

e (k

g.h

a-1

)

B

B

A A

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4 CONCLUSÕES

A forrageira Brachiaria brizantha cv. Marandu mostrou grande potencial

para consórcio com a soja. A soja consorciada com capim apresentou

melhores resultados de desenvolvimento vegetativo e produtividade. O

tratamento soja com forrageira na linha controlado com herbicida se destacou

em altura de plantas, PMS e peso das vagens. E se tratando de soja com

capim na linha houve bom desempenho em número de vagens e na

produtividade.

A soja não consorciada apresentou maior número de ramificações para

aproveitar melhor a luminosidade.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Fotos do Experimento

Dia do plantio

4 dias 9 dias

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14 dias 60 dias

65 dias 65 dias

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67 dias 67 dias

90 dias 90 dias

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90 dias 90 dias soja com capim na linha

110 dias 110 dias

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110 dias

Soja não consorciada (esquerda) e soja com forrageira na linha (direita)

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